apostila classificação das maloclusões - curso capacitação

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  • 8/11/2019 Apostila Classificao Das Malocluses - Curso Capacitao

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    CL SSIFIC ES D S

    M LOCLUSES

    OCLUSO NORM L

    Gustavo Brando

    Curso de Especializao em Ortodontia

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    INTRODUO________________________________________________

    Desde a antiguidade, dentes mal posicionados trazem certos problemas paraalguns indivduos e tentativas para corrigir estas desordens datam de pelo menos

    1000 anos a.C. Aparelhos ortodnticos primitivos e surpreedentemente bemelaborados, foram encontrados nas escavaes gregas e etruscas. A medida quea odontologia se desenvolveu nos sculos XVIII e XIX, um grande nmero dedispositivos para a "regularizao dos dentes" e sistemas de classificao foramdescritos por vrios autores e utilizados esporadicamente por dentistas da poca. O que chamamos hoje de ocluso normal j tinha sido descrito no sculoXVIII por John Hunter.1 Carabelli, na metade do sculo XIX, foi provavelmenteaquele que primeiro descreveu um sistema de classificao anormal norelacionamento entre as arcadas dentrias superior e inferior. O termo mordidatopo a topo eoverbite,so na realidade derivadas do sistema de classificao deCarabelli. O termo Ortodontia (Orthodonsie) foi originado por um francs chamado

    Lefoulon, aproximadamente na mesma poca em que o interesse por estesproblemas tornavam-se comuns.

    Aps 1850 apareceram os primeiros tratados que descreveram a ortodontiade maneira sistemtica, o mais notvel destes o de Norman Kingsley - OralDeformities . Kingsley influenciou significativamente a odontologia americanadurante a ltima metade do sculo XIX. Apesar das suas contribuies e de seuscontemporneos, a nfase da Ortodontia permaneceu no alinhamento dos dentese na correo das suas propores faciais, prestando-se pouca ateno oclusodentria.

    Muitos sistemas de classificao das malocluses tm sido empregadosdentro da ortodontia, alguns simples, outros bastante complexos, porm, todosbuscando encontrar regras que venham definir um grupo de acordo com suascaractersticas semelhantes, alm de buscar estabelecer critrios paradiferenciao destes grupos entre si. Moyers, acredita que a razo para essabusca constante de um mtodo preciso para a classificao dos casos deve-seno apenas s falhas dos sistemas de classificao j apresentados, mas tambmao seu emprego incorreto.

    O SISTEM DE CL SSIFIC O

    ________________________________

    Definio:

    O sistema de classificao definido como um grupo de casos clnicos decaractersticas similares, que facilitam seu manejo. No um sistema dediagnstico, um mtodo para determinar o prognstico ou uma forma de definir otratamento (Moyers, 1979).

    Finalidade:

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    Razes tradicionais Facilidade de Referncia Propsito de Comparao Facilidade de Comunicao pessoal

    Quando Classificar

    Um dos erros mais comuns o de tentar rotular cada caso isoladamente.No devemos nos precipitar para categoriz-los. A classificao imediata podeprejudicar a deciso final. Devemos estudar cuidadosamente a malocluso,descreve-la em detalhes e, ento, se possvel, classific-la.

    Iremos abordar neste material, as classificaes que usualmente soeferenciadas na prtica clnica atual.

    CL SSIFIC O DE NGLE_______________________________________

    A publicao da Classificao de Angle (1989) foi um importante degrau nodesenvolvimento da ortodontia pois

    Substituiu a maioria dos tipos de classificao Incluiu a primeira definio clara e simples de ocluso normal na dentio

    natural A classificao de ANGLE baseada na relao antero-posterior dos

    maxilares. Para ANGLE o primeiro molar superior permanente era fixo eestava invariavelmente na posio correta.

    ANGLE, afirmava que a arcada superior sendo fixa, serviria como base paradeterminar se o arco inferior estava em posio antero-posterior correta, almdisso, considerou que os primeiros molares superiores permanentes fariam comos primeiros molares inferiores permanentes a Chave de Ocluso.

    Chave de Ocluso: Ponta de cspide msio-vestibular do primeiro molarsuperior permanente oclui no sulco vestibular do primeiro molar inferiorpermanente.

    ANGLE descreveu a ocluso normal como sendo a chave de ocluso dosmolares com o restante dos dentes posicionados na linha de ocluso, linha naqual os dentes devem estar em harmonia com relao forma e funo

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    descrevendo uma curva parablica e variando dentro dos limites normais, deacordo com a raa e o tipo do indivduo:

    Angle agrupou as malocluses semelhantes em 3 grupos.

    CLASSE I CLASSE II, 1. e 2. divises e subdivises. CLASSE III

    CLASSE I (Neutrocluso)

    So englobados aqueles casos em que relao msio-distal entre osprimeiros molares permanentes est correta, ou seja, o tipo de malocluso emque a chave de ocluso est correta, porm os arcos esto relativamente mais

    curtos e reduzidos em tamanho.

    Na malocluso de classe I temos que:

    A malocluso est restrita s mal-posies dos dentes Existe harmonia entre as arcadas H desarmonia entre volume dentrio e volume sseo.

    Fonte:

    Classe II (Distocluso)

    Malocluso de Classe I

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    So aqueles casos em que a arcada inferior se encontra em relao distal

    com a arcada superior (distoocluso). A cspide msio-vestibular do primeiromolar superior oclui no espao entre a cspide vestibular do primeiro molar inferiore a face distal da cspide vestibular do segundo pr-molar inferior.

    De acordo com a posio dos incisivos a malocluso de Classe II divididaem:

    Diviso 1: Uma de suas caractersticas marcantes a protruso dosincisivos superiores que apresentam uma inclinao Axial-labial. A forma daarcada se assemelha um V.

    Diviso 2: So aqueles casos de classe II em que os incisivos superioresesto com inclinao axial vertical ou lingual. O arco superior geralmenteapresenta-se achatado na regio anterior, devido a inclinao excessivados incisivos centrais superiores.

    Fonte:

    Subdiviso: Quando os molares de um lado apresentam relaes de classe I e o

    outro lado em relao de classe II. Recebe a denominao de subdivises direitaou esquerda, conforme a chave de ocluso de classe II esteja do lado direito ouesquerdo respectivamente.

    Malocluso de Classe II - Diviso 1

    Malocluso de Classe II - Diviso 2

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    Classe III (Mesiocluso)

    So aqueles casos em que o primeiro molar inferior encontra-se em posiomesial na relao com o primeiro molar superior. A cspide msio vestibular doprimeiro molar superior oclui no espao entre a cspide distal do primeiro molarinferior e a cspide msio-vestibular do segundo molar inferior. Tambm nestecaso usada a subdiviso quando existe um lado em chave de ocluso.

    Fonte:

    Classe III Subdiviso: A relao mesial do molar ocorre somente de um lado.

    SISTEM DE SIMON___________________________________________

    No sistema de Simon os arcos dentrios so relacionados com trs planosantropolgicos, baseados em pontos craniomtricos. Os pontos utilizados: Plano Orbital Plano Sagital mdio Plano de Frankfurt

    Fonte:

    Relaes antero-posteriores: baseadas no plano Orbital.

    Malocluso de Classe III

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    Protrao:Quando a arcada dentria ou parte dela est loclaizada maisanteriormente do que o normal em relao ao plano orbital.

    ProtraoFonte:

    Retrao: Quando a arcada dentria ou parte dela, est colocada maisposteriormente que o normal em relao ao plano orbital.

    RetraoFonte:

    Relaes Mdio Laterais: baseadas no plano sagital mdio

    Contrao: Quando a arcada dentria ou parte dela est mais prxima do

    plano sagital mdio do que o normal. Distrao: Quando a arcada dentria ou parte dela est posicionada mais

    distanciada do plano sagital mdio que o normal.

    Desvios do plano sagital mdioFonte:

    Relaes Verticais: baseadas no plano de frankfurt

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    Atrao: Quando a arcada dentria ou parte dela est mais prxima doplano de frankfut que o normal

    Abstrao: Quando a arcada dentria ou parte dela est mais distante doplano de frankfurt que o normal.

    Desvios no plano de frankfurtFonte:

    CL SSIFIC O DE LISCHER_______________________________

    A nomeclatura de Lischer para descrever as ms posies dentriasindividuais a mais usada. Envolve somente a adio do sufixo verso palavraindicadora da direo para a qual o dente desvia-se da posio normal.

    a) Mesioverso Mesial posio normalb) Distoverso Distal posio normalc) Linguoverso lingual a posio normald) Lbio ou vestbuloverso em direo ao lbio ou bochechae) Infraverso aqum da linha de oclusof) Supraverso Alm da linha de ocluso

    g) Axiverso Inclinao axial incorretah) Giroverso ou Torsiverso Rotao sobre os seu longo eixoi) Transverso ou Transposio Alterao da ordem normal dos dentes no

    arco.Os termos podem ser combinados quando o dente assume uma m posioque apresente mais de uma variao da direo normal.

    Fonte:

    O CONCEITO DE P DRO______________________________________

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    O uso do termo padro na ortodontia j mereceu discusso especfica.Moyers e cols(1979) afirmam que o conceito de padro tem tanta importncia nacompreenso do crescimento facial, que justifica a correta definio da palavra esua quantificao, com objetivo de eliminar a confuso semntica em torno de seuuso, incluindo a ortodontia e o crescimento facial. Os autores chegam a definio

    prpria: Um padro um conjunto de regras limitantes, quantitativas ougeomtricas, atuando para preservar a integrao de partes sob condiesvariadas ou em pocas diferentes. As limitaes podem apresentar qualquer umadas diversas expresses formais: Transformaes coordenadas, prticas decompromisso, mecanismos cibernticos e compensaes de vrios tipos.Sugerimos que os padres morfogenticos e de crescimento sejam consideradoscom a mesma conotao.

    Baseado nesse contexto, Capelloza Filho(2004) estabelece um novo conceitona classiificao das malocluses, considerando o padro de crescimento comofator etiolgico primrio, ampliando a classificao das malocluses para alm da

    relao molar e da posio dos dentes.

    Dessa forma sugere a juno dos fatores crescimento, relao sagital entremaxila e mandbula, com objetivo de estabelecer um conceito de padro definidogeneticamente e podendo ser identificada atravs de normas para diagnstico queincluem a anlise facial, anlise cefalomtrica e anlise de modelos.

    Nessa linha, encontram definidos: O Padro I, II, III, Face Curta e FaceLonga.

    Padro I: O Padro I identificado pela normalidade facial. A m ocluso,quando presente, apenas dentria no associada a qualquer discrepnciaesqueltica sagital ou vertical.

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    Padro II: O Padro II apresenta convexidade facial aumentada, emconseqncia do excesso maxilar, mais raro, ou pela deficincia mandibular.Normalmente, observa-se uma maxila com boa expresso na face, enquanto otero inferior est deficiente e com a linha queixo-pescoo curta. Apresenta,

    usualmente, um ngulo nasolabial bom, associado ao sulco mentolabial marcadopela everso do lbio inferior.

    Padro III: No Padro III a convexidade facial apresenta-se reduzida, resultandoem um perfil reto ou mais raramente cncavo devido deficincia maxilar, aoprognatismo mandibular ou associao de ambos. O tero mdio da face tendea parecer deficiente, mesmo que esteja normal, pois o excesso mandibulardesloca para anterior o tecido mole da maxila, mascarando a leitura da projeozigomtica. O tero inferior da face tende ao aumento, principalmente noprognatismo e a linha queixo-pescoo apresenta-se normal nos deficientesmaxilares ou em excesso nos prognatas. O sulco mentolabial encontra-se aberto,

    devido verticalizao compensatria dos incisivos inferiores. As malocluses doPadro III so emientemente esqueltico e nem sempre apresentam uma relaomolar de classe III.

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    Padro Face Longa: O paciente Padro Face Longa caracterizado peloexcesso na altura facial, resultando em ausncia de selamento labial, excesso deexposio de dentes no repouso e de gengiva no sorriso. A convexidade facialdesses pacientes est aumentada, a expresso maxilar deficiente e a linhaqueixo-pescoo curta. O paciente Padro Face longa tem deficincia naexpresso sagital da maxila e da mandbula, que apresentam direo decrescimento predominantemente vertical. Portanto, ser todo o indivduo queapresentar excesso do tero inferior da face, que torne o selamento labial ou arelao labial normal ou impossvel.

    Padro Face Curta: O paciente Padro Face Curta identificado peladeficincia nas dimenses verticais, lbios comprimidos, maxila com expressoadequada e excesso da linha queixo-pescoo, devido rotao anti-horria damandbula. A convexidade do perfil est, normalmente, reduzida e o pacienteapresenta pouca exposio dos incisivos superiores no repouso e no sorriso.

    QUADRO DEMOSNTRATVO:

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    PadroTipologia FacialMalocluso

    CL II CL I CLIII

    L II CL I CLIII

    R

    R

    QUI

    UI

    DESEQUILIBRADO

    ESEQUILIBRADO

    CL II CLIII C LI

    L II CLIII CLI

    LICO

    ICO

    DESEQUILIBRADO

    ESEQUILIBRADO

    CL III CL I CL IIL III CL I CL II

    BRAQUI MESO D

    RAQUI MESO D

    LICO

    ICO

    CL II CL I CL III

    L II CL I CL III

    BRAQUI MESO D

    RAQUI MESO D

    LICO

    ICO

    CL I CL II CL III

    L I CL II CL III

    BRAQUI MESO D

    RAQUI MESO D

    LICO

    ICO

    Padro I

    Padro II

    Padro III

    Face Longa

    Face CurtaCL II CL I CLIII

    L II CL I CLIII

    R

    R

    QUI

    UI

    DESEQUILIBRADO

    ESEQUILIBRADO

    CL II CLIII C LI

    L II CLIII CLI

    LICO

    ICO

    DESEQUILIBRADO

    ESEQUILIBRADO

    CL III CL I CL IIL III CL I CL II

    BRAQUI MESO D

    RAQUI MESO D

    LICO

    ICO

    CL II CL I CL III

    L II CL I CL III

    BRAQUI MESO D

    RAQUI MESO D

    LICO

    ICO

    CL I CL II CL III

    L I CL II CL III

    BRAQUI MESO D

    RAQUI MESO D

    LICO

    ICO

    Padro I

    Padro II

    Padro III

    Face Longa

    Face Curta

    OCLUSO NORM L__

    ____________________________________________

    A ocluso dental inegavelmente o vasto captulo da Odontologia,

    constituindo-se no alicerce sobre o qual se edifica a Ortodontia. Da a necessidadede a estudarmos em todos os seus detalhes, variaes e desenvolvimento.

    Para diagnosticarmos as malocluses, antes de tudo, precisamos ter umaviso mais completa possvel da ocluso normal, quer na dentadura decdua, querna permanente. Contudo, necessrio entender que na odontologia, eprincipalmente no estudo da ocluso o conceito de normalidade admite variaes.Este fato nos leva a considerar que, embora o conceito de normal seja referido aomais freqente, verifica-se que o desvio, mais ou menos amplo em torno damdia, caracteriza a maior parte das ocluses estudadas. Portanto, necessrioque tracemos regras definidas para o estabelecimento de uma norma individual,em todas as etapas do desenvolvimento das denties, abordando as

    caractersticas peculiares inerentes ao reconhecimento dos padres denormalidade.

    DENTIO PERM NENTE e OCLUSO FUNCION L

    _____________

    A ortodontia est baseada no princpio da ocluso dentria normal, e temcomo objetivos, ao final do tratamento, uma tima sade oral, esttica facialagradvel, boa funo e estabilidade.

    A ocluso normal na dentio permanente foi definida por Angle, em 1907,como sendo a ocluso caracterizada pelas relaes normais dos planos inclinadosdos dentes, baseado na relao molar, quando os maxilares esto ocludos. Estemesmo aspecto oclusional esttico foi aceito pela maioria dos ortodontista duranteanos. STRANG, em 1943, considerou a ocluso normal como um complexoestrutural constitudo pelos dentes e ossos maxilares, e caracterizado por umarelao normal dos planos inclinados dos dentes, que esto individualmente ecoletivamente situados em harmonia arquitetnica com seus ossos basais e com aanatomia craniana, apresentando contatos proximais e posies axiais corretas,estando associados com o crescimento, desenvolvimento, localizao ecorrelaes normais de todos os tecidos e partes envolvidos.

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    ANDREWS, em 1972, publicou um artigo intitulado As seis Chaves daOcluso Normal, no qual descreve as caractersticas comuns encontradas noestudo de 120 casos de ocluso normal que nunca haviam se submetido atratamento ortodntico. Este trabalho foi realizado porque contatou-se que oscasos ortodnticos, at ento, eram determinados subjetivamente, de acordo com

    os conceitos de cada ortodontista. As chaves da ocluso normal ficaram entodeterminadas pela:IRelao Inter-arcosIIAngulao das CoroasIIIInclinao das CoroasIVAusncia de RotaesVContatos Interproximais JustosVICurva de Spee.

    Os resultados desta pesquisa passaram a ser consideradas como a metaideal esttica a ser obtida no final dos tratamento ortodnticos.

    Estes conceitos estticos e anatmicos por um bom tempo definiram aocluso normal. ROTH (1976), realizou um trabalho para determinar se as seischaves da Ocluso normal determinadas por Andrews, que definem oposicionamento dentrio esttico ideal, proporcionavam tambm uma oclusofuncionalmente ideal de acordo com os princpios gnatolgicos vigentes. Osresultados demonstraram que quando as seis chaves so obtidas com amandbula em relao cntrica, proporcionam uma ocluso tambmfuncionalmente ideal. A partir de ento estavam estabelecidos os definitivamenteos critrios para a ocluso ideal esttica e dinamicamente.

    Os conceitos estticos e anatmicos que por um bom tempo definiram aolcuso normal, cederam lugar a uma interpretao mais ampla e dinmica, ondearticulao temporomandibular, sistema muscular e funo tm sido considerados.Uma ocluso normal significa algo mais que uma relao anatmica esttica, hajavista que uma ocluso com uma aparncia superficial de normalidade pode ser, defato, anormal quando submetida a uma avaliao funcional. Nenhum fator sozinhodeve ser considerado suficiente, mas todos devem ser analisados.

    Uma ocluso funcionalmente equilibrada, estvel, saudvel e estticamenteatraente pode ser considerada normal, mesmo se pequenas alteraes noposicionamento dentrio estiverem presentes. A ocluso ideal pode serconsiderada um conceito hipottico, sendo raramente encontrada na natureza,apesar disto, o ortodontista deve ter um padro ideal como parmetro para avaliaruma ocluso e at como um objetivo a ser alcanado com o tratamento.

    A ocluso portanto no uma relao de contatos esttica, mas umsistema integrado por estruturas de suporte, articulao tmporo mandibular e umsistema neuromuscular. Um conceito prtico de ocluso funcional ideal, quereconhece a relao existente na complexidade do sistema estomatogntico, almde considerar os contatos dentais durante a mastigao e deglutio deveria servirde base para o diagnstico e tratamento de todos os problemas ortodnticos.

    No final da dcada de 70 surgiu o conceito de ocluso individual dinmica.Este conceito se concentra na sade e funcionamento do sistema mastigatrio, eno numa configurao oclusal esttica e especfica.

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    Baseados nestas premissas, um resumo das condies oclusais funcionaispode ser estabelecido. As seguintes condies anatmicas e fisiolgicas parecemser as menos patognicas para um grande nmero de pacientes por um perodode tempo maior, assim, as seguintes condies parecem ser as mais desejveisao final do tratamento ortodntico:

    1) Cndilos situados na posio ideal ou fisiolgica, com coincidncia de RC eMIH, ou seja, uma posio articular ortopedicamente estvel ideal. Quandoa boca se fecha, os cndilos esto na posio mais ntero-superior nafossa mandibular, apoiados nas vertentes posteriores das eminnciasarticulares com os discos propriamente interpostos. Nesta posio hcontatos homogneos e simultneos de todos os dentes posteriores. Osdentes anteriores tambm contatam, porm mais levemente do que osdentes posteriores. Quando uma forte contrao dos msculos elevadores(sem interferncias oclusais), a estabilidade articular ortopdica mantida.Essa posio considerada, portanto, a mais musculoesqueletalmenteestvel da mandbula.

    2) Ocluso Mutuamente Protegida, onde em RC ocorrem contatoshomogneos de todos os dentes posteriores e contatos suaves nos dentesanteriores, e na protruso, os contatos dentais so dirigidos pelos dentesanteriores, para desocluir todos os dentes posteriores imediatamente.

    3) Nos movimentos de lateralidade devem haver guias de contato do lado detrabalho (laterotrusivo) para desocluir o lado de balanceio (mediotrusivo)imediatamente, e a guia mais desejvel a fornecida pelos caninos.Existem alguns fatores para a considerao da desocluso em canino sermais favorvel:

    a) O canino tem uma boa implantao radicular, capaz detolerar maiores foras oclusais

    b) A raiz do canino tem uma maior rea de superfcieradicular comparado aos dentes adjacentes, o queproporciona uma melhor propiocepo.

    c) A forma da superfcie palatal do canino superior cncava, o que favorvel para guiar os movimentoslaterais.

    4) Os dentes no interfiram com os movimentos mandibulares em quaisquerdirees

    5) Contatos dentrios promovendo carga axial das foras oclusais6) Na posio habitual, como para comer, os contatos dos dentes posteriores

    so mais pesados do que os contatos nos dentes anteriores.7) Dimenso Vertical estvel.

    OKESON, (2000)

    Quando revisamos as evidncias detectadas pela maioria dos autores,podemos concluir que uma ocluso ideal deve englobar:

    Harmonia neuromuscular

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    Estabilidade Oclusal Sade periodontal Esttica aceitvel Boa funo mastigatria Fonao normal Ausncia de hbitos parafuncionais Ausncia de evidncias patolgicas nas ATMs Loads ocluais distribudos no eixo axial dos dentes Guia anterior adequada Bom balano bilateral Tenso muscular mnima X mxima eficincia Minimum dental wearing

    Referncias Bibliogrficas

    Angle, EH. Classification of malocclusion. Dent Cosmos. 1899

    Moyers, RE. Ortodontia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984.

    Arajo, MCM. Ortodontia para Clnicos Programa Pr Ortodntico. SoPaulo: Editora Santos; 3. ed, 1986.

    Capelozza Filho, L. Diagnstico em Ortodontia. Maring: Dental Press Editora,

    2004.

    Ferreira, FV. Ortodontia Diagnstico e Planejamento Clnico. So Paulo: ArtesMdicas, 1996.

    Okeson, JP. Tratamento das desordens temporomandibulares e ocluso. So

    Paulo: Artes Mdicas; 4. ed, 2000.

    Paiva, HJ. Ocluso: Noes e Conceitos Bsicos. So Paulo: Editora Santos;1. ed, 1997.