aposlltila 6 administração indireta continuação

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1 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA CONTINUAÇÃO SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA São pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização legal, com capital público e privado, sendo que o Poder Público detém a maioria do capital votante, para a prestação de serviço público ou exploração de uma atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima. Atenção! Não se faz necessário que o Poder Público detenha o controle da maioria das ações da sociedade de economia mista, mas da maioria das ações com direito a voto. São exemplos de sociedades de economia mista federal o Banco do Brasil, a Petrobras, a Eletrobrás, dentre outras. Diante dos conceitos expostos, podemos apontar as seguintes diferenças entre empresa pública e sociedade de economia mista: A empresa pública possui capital exclusivamente público, enquanto a sociedade de economia mista possui capital público e privado; e a empresa pública pode

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Page 1: Aposlltila 6 Administração Indireta Continuação

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ADMINISTRAÇÃO INDIRETA CONTINUAÇÃO

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

São pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização legal, com

capital público e privado, sendo que o Poder Público detém a maioria do capital

votante, para a prestação de serviço público ou exploração de uma atividade

econômica, sob a forma de sociedade anônima.

Atenção! Não se faz necessário que o Poder Público detenha o controle da

maioria das ações da sociedade de economia mista, mas da maioria das ações

com direito a voto.

São exemplos de sociedades de economia mista federal o Banco do Brasil, a

Petrobras, a Eletrobrás, dentre outras.

Diante dos conceitos expostos, podemos apontar as seguintes diferenças entre

empresa pública e sociedade de economia mista:

• A empresa pública possui capital exclusivamente público, enquanto a sociedade

de economia mista possui capital público e privado; e a empresa pública pode

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assumir qualquer forma empresarial admitida em direito, enquanto a sociedade

de economia mista necessariamente assumirá a forma de sociedade anônima.

As empresas públicas e as sociedades de economia mista são EMPRESAS

ESTATAIS, isto é, sociedades empresariais que o Estado tem controle acionário

e que compõem a Administração Indireta.

Empresa pública é Pessoa Jurídica de Direito Privado, constituída por capital

exclusivamente público, aliás, sua denominação decorre justamente da origem de

seu capital, isto é, público, e poderá ser constituída em qualquer uma das

modalidades empresariais.

Sociedade de Economia Mista é Pessoa Jurídica de Direito Privado, constituída

por capital público e privado, por isso ser denominada como mista. A parte do

capital público deve ser maior, pois a maioria das ações devem estar sob o

controle do Poder Público. Somente poderá ser constituída na forma de S/A.

Ambas, como regra, têm a finalidade de prestar serviço público e sob esse

aspecto serão Pessoas Jurídicas de Direito Privado com regime jurídico muito

mais público do que privado, sem, contudo, passarem a ser titulares do serviço

prestado, pois recebem somente, pela descentralização, a execução do serviço.

Outra finalidade está na exploração da atividade econômica, o que será em

caráter excepcional, pois de acordo com a Constituição Federal o Estado não

poderá prestar qualquer atividade econômica, mas somente poderá intervir

quando houver:

- relevante interesse coletivo ou

- imperativos da segurança nacional.

Vejamos a regra constitucional que trata do assunto:

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Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição , a exploração direta

de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos

imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo , conforme

definidos em lei.

Por fim, as EMPRESAS ESTATAIS serão criadas por autorização de lei

específica com o devido registro dos atos constitutivos, e sua extinção, por

paralelismo jurídico, também se dará por lei. Vejamos sua previsão no inciso

XIX do art. 37 da CR/88 , in verbis: XIX - somente por lei específica poderá ser

criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de

economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,

definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19

, de 1998).

ORGANIZAÇÃO SOCIAL (OS)

Introdução. De acordo com a Lei federal n° 9.637/98, o Poder Executivo poderá

qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem

fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica,

ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à

cultura e à saúde, conforme os requisitos nela previstos.

As organizações sociais não pertencem à administração pública direta ou

indireta, não compõem o aparato estatal, mas são títulos jurídicos criados para

auxiliar a atuação do setor público, viabilizando o fomento e a execução de

atividades relativas às áreas especificadas pelo legislador.

Conforme a Lei n° 9.63798, a aprovação da qualificação como organização

social se insere na competência discricionária do Ministro ou titular de órgão

supervisor ou regu lador da área de atividade correspondente ao seu objeto social

e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado

(atualmente, Ministro do Planejamento).

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A Organização Social foi expressamente prevista no Plano de Reforma do

Estado, que apontava sua criação com a intenção de " publicização" daquilo que

os reformistas chamavam de serviços públicos não-estatais. o objetivo era o de

que universidades e hospitais públicos, Centro de pesquisas, bibliotecas e

museus estatais fossem transformados em entidades de natureza privada,

recebesse qualificação de organização social e celebrassem contratos de gestão

com o Poder Público para a prestação de serviços não-exclusivos, podendo ser

destinados recursos orçamentários e bens públicos para tais integrantes do setor

público não-estatal.

LICITAÇÃO PÚBLICA

Quando um cidadão efetua uma compra economicamente relevante, ele, mesmo

que de forma intuitiva, realiza procedimentos de planejamento e seleção do

objeto pretendido, antes da contratação.

Antes da aquisição de um automóvel, por exemplo, ele identifica sua

necessidade, define o objeto apto a tal satisfação, afere os eventuais custos, avalia

sua disponibilidade financeira e, por fim, seleciona, no mercado, a melhor

proposta para a aquisição daquele bem. Pois bem, a Administração, em suas

contratações, precisa realizar ações semelhantes. Para tanto, em razão da

indisponibilidade do interesse público, buscando consagrar a isonomia e a

impessoalidade, o legislador optou por estabelecer procedimentos formais

prévios para a realização dessa contratação, objetivando a escolha da melhor

proposta possível. A este procedimento, chamamos licitação.

LICITAÇÃO é o procedimento prévio de seleção por meio do qual a

Administração, mediante critérios previamente estabelecidos, isonômicos,

abertos ao público e fomentadores da competitividade, busca escolher a melhor

alternativa para a celebração de um contrato.

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O inciso XXVll do artigo 22 remete ao inciso XXI do artigo 37 da Constituição

FederaL que estabelece: ressalvados os casos especificados na legislação, as

obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de

licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,

com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições

efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de

qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das

obrigações.

Objeto.

A licitação tem por objeto as obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,

alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando

contratadas com terceiros.

Assim, quando aliena um bem, realiza compras (papel, cadeiras, automóveis ... ),

contrata serviços (manutenção, vigilância, telefonia ... ) ou obras, o gestor deve,

em regra, submeter-se a este procedimento prévio.

Segundo a Lei n° 8.666/93, considera-se obra toda construção, reforma,

fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta.

Serviço seria toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse

para a Administração (conserto, transporte, locação de bens, seguro ou trabalhos

técnico-profissionais, entre outros). Já compra se caracteriza como toda aquisição

remunerada de bens (para fornecimento de uma só vez ou parceladamente) e a

alienação significa toda transferência de domínio de bens a terceiros.

A finalidade (ou objetivo)

A licitação reúne a busca pela contratação mais vantajosa e o respeito ao

tratamento igualitário e impessoal a todos os interessados em firmar a

contratação administrativa (" vantajosidade" + "isonomia"). Essa finalidade dual

foi resumida no artigo 3° da Lei n° 8.666/93, ao estabelecer que a licitação

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destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a

selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração.

Tanto o tratamento isonômico como a busca pela melhor proposta serão

alcançados de acordo com as balizas legais legitimamente estabelecidas, não se

constituindo em finalidades absolutas, mas relativas.

Assim, a proposta mais vantajosa será a considerada melhor, de acordo com os

critérios estabelecidos, fundamentados em parâmetros legais.

Conforme estatui o parágrafo único do artigo 1º da Lei n• 8.666/93, Subordinam-

se ao regime desta Lei, além dos órgãos da Administração Direta, os fundos

especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as

sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou

indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS): A Lei Federal n° 9.637/98 dispôs, em seu

artigo 17, que a entidade deve publicar, em até noventa dias, contado da

assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio, contendo os

procedimentos que adotará para a contratação de obras, serviços e compras, com

emprego de recursos provenientes do Poder Público.