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APOSENTADORIA APOSENTADORIA ESPECIAL – ASPECTOS ESPECIAL – ASPECTOS

RELEVANTES À PRÁTICA RELEVANTES À PRÁTICA PROCESSUALPROCESSUAL

Prof. Esp. Henrique Lopes Prof. Esp. Henrique Lopes de Fariade Faria

Contato: [email protected]

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1) CONCEITO1) CONCEITO É uma espécie de aposentadoria por É uma espécie de aposentadoria por

tempo de contribuição, com redução de tempo de contribuição, com redução de tempo;tempo;

Criada pela Lei 3807/60 (Lei Orgânica da Criada pela Lei 3807/60 (Lei Orgânica da Previdência Social);Previdência Social);

Devida aos segurados: 1- empregado; 2 - Devida aos segurados: 1- empregado; 2 - avulso; 3 – contribuinte individual (filiado avulso; 3 – contribuinte individual (filiado a cooperativa de trabalho ou produção);a cooperativa de trabalho ou produção);

15, 20 ou 25 anos trabalhados.15, 20 ou 25 anos trabalhados.

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2) COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE 2) COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE ESPECIALESPECIAL

Aplicação do princípio Aplicação do princípio tempus regit actumtempus regit actum - Redação original do art. 57 admitia 2 - Redação original do art. 57 admitia 2

formas de se considerar a atividade formas de se considerar a atividade especial:especial:

a) enquadramento pela categoria a) enquadramento pela categoria (atividade) profissional: presunção de (atividade) profissional: presunção de especialidade. especialidade.

Decreto 53.831/64.Decreto 53.831/64. Decreto 83080/79 – anexo II.Decreto 83080/79 – anexo II.

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QUADRO A QUE SE REFERE O ART. 2º DO DECRETO Nº 53.831, DE 25 DE MARÇO DE 1964

 REGULAMENTO GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL  

CÓDIGO CAMPO DE APLICAÇÃO

SERVIÇOS E ATIVIDADES

PROFISSIONAISCLASSIFICAÇÃO

TEMPO DE TRABALHO

MÍNIMOOBSERVAÇÕES

2.0.0 OCUPAÇÕES

2.1.0 LIBERAIS, TÉCNICOS,  ASSEMELHADAS

2.1.1 ENGENHARIAEngenheiros de Construção Civil, de minas, de metalurgia, Eletricistas.

Insalubre 25 anosJornada normal ou especial fixada em Lei. Decreto nº 46.131 (*), de 3-6-59.

2.1.2 QUÍMICAQuímicos, Toxicologistas, Podologistas.

Insalubre 25 anos Jornada normal ou especial fixada em Lei. Decreto nº 48.285 (*), de 1960.

2.1.3MEDICINA, ODONTOLOGIA, ENFERMAGEM

Médicos, Dentistas, Enfermeiros. Insalubre 25 anos

Jornada normal ou especial fixada em Lei. Decreto nº 43.185 (*), de 6-2-58.

2.1.4 MAGISTÉRIO Professores. Penoso 25 anos

Jornada normal ou especial fixada em Lei Estadual, GB, 286; RJ, 1.870, de 25-4.  Art. 318, da Consolidação das Leis do Trabalho.

2.2.0 AGRÍCOLAS, FLORESTAIS, AQUÁTICAS

2.2.1 AGRICULTURA Trabalhadores na agropecuária. Insalubre 25 anos Jornada normal.

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ANEXO IIREGULAMENTO DOS BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (DECRETO Nº 83.080 DE 24 DE JANEIRO DE 1979) CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS SEGUNDO OS GRUPOS PROFISSIONAIS  CÓDIGO ATIVIDADE PROFISSIONAL TEMPO MÍNIMO

DE TRABALHO

2.0.0 GRUPOS PROFISSIONAIS  2.1.0 PROFISSIONAIS LIBERAS E TÉCNICAS  2.1.1 ENGENHARIA

Engenheiros-químicos.Engenheiros-metalúrgicos.Engenheiros de minas.

25 anos

2.1.2 QUÍMICA-RADIOATIVIDADEQuímicos-industriais.Químicos-toxicologistas.Técnicos em laboratórios de análises.Técnicos em laboratórios químicosTécnicos em radioatividade.

25 anos

2.1.3 MEDICINA-ODONTOLOGIA-FARMÁCIA E BIOQUÍMICA-ENFERMAGEM-VETERINÁRIAMédicos (expostos aos agentes nocivos- Código 1.3.0 do Anexo I).Médicos-anatomopatologistas ou histopatologistas.Médicos-toxicologistas.Médicos-laboratoristas (patologistas).Médicos-radiologistas ou radioterapeutas.Técnicos de raio x.Técnicos de laboratório de anatomopatologia ou histopatologia.Farmacêuticos-toxicologistas e bioquímicos.Técnicos de laboratório de gabinete de necropsia.Técnicos de anatomia.Dentistas (expostos aos agentes nocivos – código 1.3.0 do Anexo I).Enfermeiros (expostos aos agentes nocivos – código 1.3.0 do Anexo I).Médicos-veterinários (expostos aos agentes nocivos – código 1.3.0 do Anexo I).

25 anos

2.2.0 PESCA  2.2.1 PESCADORES 25 anos

2.3.0 EXTRAÇÃO DE MINÉRIOS  2.3.1 MINEIROS DE SUBSOLO 15 anos

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b) enquadramento pelo agente agressivob) enquadramento pelo agente agressivo - Lei 9032/95 impôs a efetiva necessidade - Lei 9032/95 impôs a efetiva necessidade

de comprovação do tempo especial, bem de comprovação do tempo especial, bem como que a atividade devesse ser habitual como que a atividade devesse ser habitual e permanente.e permanente.

Súmula 49 da TNU: “Para Súmula 49 da TNU: “Para reconhecimento de condição especial de reconhecimento de condição especial de trabalho antes de 29/4/1995, a exposição trabalho antes de 29/4/1995, a exposição a agentes nocivos à saúde ou à a agentes nocivos à saúde ou à integridade física não precisa ocorrer de integridade física não precisa ocorrer de forma permanente.”)forma permanente.”)

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3) ROL DE AGENTES AGRESSIVOS3) ROL DE AGENTES AGRESSIVOS

- Anexo IV do Decreto 3048/99- Anexo IV do Decreto 3048/99 - Lista EXEMPLIFICATIVA, - Lista EXEMPLIFICATIVA,

ENUMERATIVAENUMERATIVA - Súmula 198 do TRF: “Atendidos os - Súmula 198 do TRF: “Atendidos os

demais requisitos, é devida a demais requisitos, é devida a aposentadoria especial, se perícia judicial aposentadoria especial, se perícia judicial constata que a atividade exercida pelo constata que a atividade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita em regulamento.”mesmo não inscrita em regulamento.”

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PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ATIVIDADE ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE ELETRICIDADE. SUPRESSÃO PELO DECRETO 2.172/1997 AGENTE ELETRICIDADE. SUPRESSÃO PELO DECRETO 2.172/1997 (ANEXO IV). ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE (ANEXO IV). ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. EXPOSIÇÃO COMPROVADA. PRETENSÃO DE REEXAME DE EXPOSIÇÃO COMPROVADA. PRETENSÃO DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. 1. A matéria relativa ao exercício de PROVAS. SÚMULA 7/STJ. 1. A matéria relativa ao exercício de atividade com exposição à eletricidade já foi decidida pela Primeira atividade com exposição à eletricidade já foi decidida pela Primeira Seção deste Tribunal, pelo rito dos recursos repetitivos, nos termos Seção deste Tribunal, pelo rito dos recursos repetitivos, nos termos do art. 543 do CPC, no qual foi confirmado o entendimento de que do art. 543 do CPC, no qual foi confirmado o entendimento de que as as normas regulamentadoras que preveem os agentes e as normas regulamentadoras que preveem os agentes e as atividades consideradas insalubres são meramente atividades consideradas insalubres são meramente exemplificativas e, havendo a devida comprovação de outras exemplificativas e, havendo a devida comprovação de outras atividades prejudiciais à saúde do obreiro, é possível o atividades prejudiciais à saúde do obreiro, é possível o reconhecimento do direito à conversão do tempo de serviço reconhecimento do direito à conversão do tempo de serviço comum em especial.comum em especial. 2. Na hipótese dos autos, o Tribunal de origem 2. Na hipótese dos autos, o Tribunal de origem concluiu que o tempo de serviço sob exposição à eletricidade fora concluiu que o tempo de serviço sob exposição à eletricidade fora comprovado porque o requisito da prova de exposição aos agentes comprovado porque o requisito da prova de exposição aos agentes nocivos fora atendido. 3. Tendo a Corte de origem afirmado nocivos fora atendido. 3. Tendo a Corte de origem afirmado expressamente que, no desempenho de sua atividade, o autor estava expressamente que, no desempenho de sua atividade, o autor estava submetido ao agente nocivo eletricidade, de modo habitual e submetido ao agente nocivo eletricidade, de modo habitual e permanente, modificar o acórdão implicaria reexame de fatos e permanente, modificar o acórdão implicaria reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula n. 7/STJ. Agravo regimental improvido.provas. Incidência da Súmula n. 7/STJ. Agravo regimental improvido.

(STJ - AgRg no AREsp: 339415 SE 2013/0140497-0, Relator: Ministro (STJ - AgRg no AREsp: 339415 SE 2013/0140497-0, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 15/08/2013, T2 - HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 15/08/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/08/2013)SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/08/2013)

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4) IDADE MINIMA4) IDADE MINIMA

- Foi instituída pelo art. 31 da - Foi instituída pelo art. 31 da Lei 3807/60;Lei 3807/60;

- 50 anos;- 50 anos; - Suprimida pela Lei 5540-- Suprimida pela Lei 5540-

A/68.A/68.

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Jurisprudência:Jurisprudência: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA

ESPECIAL. LIMITE DE IDADE. ESPECIAL. LIMITE DE IDADE. INEXIBILIDADE. A contar da Lei 5440-INEXIBILIDADE. A contar da Lei 5440-A/68, descabe a exigência de idade A/68, descabe a exigência de idade mínima para a aposentadoria especial mínima para a aposentadoria especial por atividades perigosas, insalubres ou por atividades perigosas, insalubres ou penosas. (REsp 199700911209. penosas. (REsp 199700911209. Relator Ministro GILSON DIPP.) Relator Ministro GILSON DIPP.)

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5) CONVERSÃO DE 5) CONVERSÃO DE TEMPOTEMPO

- Especial em comum- Especial em comum * Tese do INSS é que somente seria * Tese do INSS é que somente seria

possível até 28/05/1998possível até 28/05/1998 * Nesse sentido: Súmula 16 da TNU * Nesse sentido: Súmula 16 da TNU

– cancelada em 27/03/2009– cancelada em 27/03/2009 * STJ via recursos repetitivos decidiu * STJ via recursos repetitivos decidiu

que é possível a conversão a que é possível a conversão a qualquer tempo – EREsp 412.351/RSqualquer tempo – EREsp 412.351/RS

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REPETITIVO. TEMPO. SERVIÇO. CONVERSÃO. REPETITIVO. TEMPO. SERVIÇO. CONVERSÃO. É possível a conversão É possível a conversão do tempo de serviço de forma majorada exercido em atividades do tempo de serviço de forma majorada exercido em atividades especiais para fins de aposentadoria comum, mesmo que esse especiais para fins de aposentadoria comum, mesmo que esse tempo diga respeito a período posterior a 28/5/1998, visto que a tempo diga respeito a período posterior a 28/5/1998, visto que a Lei n. 9.711/1998 (convertida da MP n. 1.663-15/1998) não mais Lei n. 9.711/1998 (convertida da MP n. 1.663-15/1998) não mais reproduziu a revogação do § 5º do art. 57 da Lei n. 8.213/1991, reproduziu a revogação do § 5º do art. 57 da Lei n. 8.213/1991, permissivo da conversãopermissivo da conversão. Também é assente nos tribunais que a . Também é assente nos tribunais que a caracterização e a comprovação do tempo de atividade especial regem-caracterização e a comprovação do tempo de atividade especial regem-se pela legislação em vigor na época em que foi exercido, tanto que esse se pela legislação em vigor na época em que foi exercido, tanto que esse entendimento foi incorporado ao Regulamento da Previdência pelo Dec. entendimento foi incorporado ao Regulamento da Previdência pelo Dec. n. 4.827/2003 (n. 4.827/2003 (videvide art. 70, § 1º, do Dec. n. 3.048/1999). Contudo, é  art. 70, § 1º, do Dec. n. 3.048/1999). Contudo, é consabido ser a obtenção do benefício submetida à legislação vigorante consabido ser a obtenção do benefício submetida à legislação vigorante na data do requerimento administrativo. Daí o porquê de o art. 70, § 2º, na data do requerimento administrativo. Daí o porquê de o art. 70, § 2º, do referido regulamento (redação dada pelo Dec. n. 4.827/2003) do referido regulamento (redação dada pelo Dec. n. 4.827/2003) determinar a aplicação da tabela dele constante independentemente da determinar a aplicação da tabela dele constante independentemente da época em que foi prestada a atividade especial. Então, ciente de que o época em que foi prestada a atividade especial. Então, ciente de que o fator de conversão é o resultado da divisão do número máximo de tempo fator de conversão é o resultado da divisão do número máximo de tempo comum (35 anos para o homem e 30 para a mulher) pelo número máximo comum (35 anos para o homem e 30 para a mulher) pelo número máximo de tempo especial (15, 20 e 25 anos), mesmo diante dos Decs. ns. de tempo especial (15, 20 e 25 anos), mesmo diante dos Decs. ns. 53.831/1964 e 83.080/1979, há que aplicar, na hipótese, o multiplicador 53.831/1964 e 83.080/1979, há que aplicar, na hipótese, o multiplicador de 1.40 para a conversão do tempo de serviço especial correspondente a de 1.40 para a conversão do tempo de serviço especial correspondente a 25 anos prestado por homem (35/25), tal qual constante do art. 173 da 25 anos prestado por homem (35/25), tal qual constante do art. 173 da IN n. 20/2007. Posto isso, IN n. 20/2007. Posto isso, descabe ao INSS combater, na via judicial, descabe ao INSS combater, na via judicial, a orientação constante de seu próprio regulamentoa orientação constante de seu próprio regulamento. Esse . Esse entendimento foi acolhido pela Seção em julgamento de recurso entendimento foi acolhido pela Seção em julgamento de recurso repetitivo (art. 543-C do CPC). Precedentes citados do STF: ADI 1.891-6-repetitivo (art. 543-C do CPC). Precedentes citados do STF: ADI 1.891-6-DF, DJ 8/11/2002; do STJ: REsp 956.110-SP, DJ 22/10/2007; AgRg no DF, DJ 8/11/2002; do STJ: REsp 956.110-SP, DJ 22/10/2007; AgRg no REsp 1.105.770-RS, DJe 12/4/2010; REsp 1.151.652-MG, DJe 9/11/2009; REsp 1.105.770-RS, DJe 12/4/2010; REsp 1.151.652-MG, DJe 9/11/2009; REsp 1.149.456-MG, DJe 28/6/2010, e EREsp 412.351-RS, DJ REsp 1.149.456-MG, DJe 28/6/2010, e EREsp 412.351-RS, DJ 23/5/2005”. (g.n) 23/5/2005”. (g.n)

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Tabela de conversãoTabela de conversão

Art. 70. A conversão de tempo de Art. 70. A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á tempo de atividade comum dar-se-á de acordo com a seguinte tabela:de acordo com a seguinte tabela:

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- Comum em especial- Comum em especial * Até a edição da Lei nº 9.032/95 era permitido * Até a edição da Lei nº 9.032/95 era permitido

a conversão do tempo comum em especial para a conversão do tempo comum em especial para que o segurado que tivesse trabalhado em que o segurado que tivesse trabalhado em atividade comum e especial pudesse obter o atividade comum e especial pudesse obter o benefício de aposentadoria especial. benefício de aposentadoria especial.

* No mesmo sentido, a INSS/DSS 600, de * No mesmo sentido, a INSS/DSS 600, de 02.06.98: “3.5. A partir de 29.04.95, para fins 02.06.98: “3.5. A partir de 29.04.95, para fins de concessão de aposentadoria especial será de concessão de aposentadoria especial será computado somente o exercício de atividade computado somente o exercício de atividade em condições especiais, não se permitindo a em condições especiais, não se permitindo a conversão de qualquer atividade comum em conversão de qualquer atividade comum em especial.”especial.”

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Tabela prevista no Decreto nº Tabela prevista no Decreto nº 87.374, art. 60, §2º: 87.374, art. 60, §2º:

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Vejamos o julgado abaixo que esclarecem a questão:Vejamos o julgado abaixo que esclarecem a questão: ““PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. DUPLO GRAU PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. DUPLO GRAU

OBRIGATÓRIO. SOLDADOR. RUÍDO. HIDROCARBONETOS OBRIGATÓRIO. SOLDADOR. RUÍDO. HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS. OUTROS TÓXICOS ORGÂNICOS. MINEIRO DE AROMÁTICOS. OUTROS TÓXICOS ORGÂNICOS. MINEIRO DE SUBSOLO. COMPROVAÇÃO. CONVERSÃO PARA ESPECIAL COM SUBSOLO. COMPROVAÇÃO. CONVERSÃO PARA ESPECIAL COM BASE 15 ANOS DE SERVIÇO. POSSIBILIDADE. MARCO INICIAL. BASE 15 ANOS DE SERVIÇO. POSSIBILIDADE. MARCO INICIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. VERBA HONORÁRIA.CORREÇÃO MONETÁRIA. VERBA HONORÁRIA.

1. A observância do duplo grau obrigatório de jurisdição, enquanto 1. A observância do duplo grau obrigatório de jurisdição, enquanto condição do trânsito em julgado da sentença contra o INSS (autarquia condição do trânsito em julgado da sentença contra o INSS (autarquia federal) foi incorporada ao art. 475 do CPC, após a Lei 9.469/97.federal) foi incorporada ao art. 475 do CPC, após a Lei 9.469/97.

2. Até o advento da Lei 9.032/95 era possível a conversão do tempo 2. Até o advento da Lei 9.032/95 era possível a conversão do tempo de serviço comum para especial, nos termos do art. 57, §3º, da Lei de serviço comum para especial, nos termos do art. 57, §3º, da Lei 8.213/91, regulamentado pelo art. 64 do Decreto 611/92, vigente à 8.213/91, regulamentado pelo art. 64 do Decreto 611/92, vigente à época do requerimento do benefício.época do requerimento do benefício.

3. Atualmente ainda é possível a conversão de tempo especial para 3. Atualmente ainda é possível a conversão de tempo especial para especial, nos termos do art. 66 do Decreto 3.048/99.especial, nos termos do art. 66 do Decreto 3.048/99.

4. Constando dos autos a prova necessária a demonstrar o exercício da 4. Constando dos autos a prova necessária a demonstrar o exercício da atividade sujeita a condições especiais, conforme a legislação vigente na atividade sujeita a condições especiais, conforme a legislação vigente na data da prestação do trabalho deve ser reconhecido o respectivo tempo de data da prestação do trabalho deve ser reconhecido o respectivo tempo de serviço.serviço.

5. (...)5. (...) 7. (...)7. (...) 8.(...)” (Grifou-se)8.(...)” (Grifou-se) (TRF4, AC 2001.04.01.085400-2, Quinta Turma, Relator Victor Luiz dos (TRF4, AC 2001.04.01.085400-2, Quinta Turma, Relator Victor Luiz dos

Santos Laus, publicado em 14/12/2005)Santos Laus, publicado em 14/12/2005)

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No mesmo sentido, os doutrinadores No mesmo sentido, os doutrinadores Carlos Alberto Pereira de Castro e João Carlos Alberto Pereira de Castro e João Batista Lazzari:Batista Lazzari:

““A Lei 9032/95, vedou a conversão de tempo A Lei 9032/95, vedou a conversão de tempo de serviço comum em especial. Antes era de serviço comum em especial. Antes era possível a conversão de especial para possível a conversão de especial para comum e deste para especial, restando ao comum e deste para especial, restando ao segurado que dispõe de tempo especial segurado que dispõe de tempo especial insuficiente a aposentadoria comum. insuficiente a aposentadoria comum. Entretanto, essa restrição não deve se Entretanto, essa restrição não deve se aplicar ao tempo anterior a edição da lei aplicar ao tempo anterior a edição da lei (Manual de Direito Previdenciário. 11ª (Manual de Direito Previdenciário. 11ª edição. Conceito Editorial. Pg.612).edição. Conceito Editorial. Pg.612).

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6) USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 6) USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)INDIVIDUAL (EPI)

O simples fato de a empresa O simples fato de a empresa fornecer ao empregado o EPI fornecer ao empregado o EPI não impede o reconhecimento do não impede o reconhecimento do tempo especial.tempo especial.

Tribunais vem adotando o Tribunais vem adotando o entendimento de que o EPI entendimento de que o EPI poderia neutralizar ou diminuir poderia neutralizar ou diminuir a intensidade do agente a intensidade do agente agressivo.agressivo.

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Enunciado nº 21 do Conselho de Enunciado nº 21 do Conselho de Recursos da Previdência Social Recursos da Previdência Social (CRPS): O simples fornecimento de (CRPS): O simples fornecimento de equipamento de proteção individual equipamento de proteção individual de trabalho pelo empregador não de trabalho pelo empregador não exclui a hipótese de exposição do exclui a hipótese de exposição do trabalhador aos agentes nocivos à trabalhador aos agentes nocivos à saúde, devendo ser considerado todo saúde, devendo ser considerado todo o ambiente de trabalho. o ambiente de trabalho.

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Súmula 9 TNU: Súmula 9 TNU: O uso de Equipamento de Proteção O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado. de serviço especial prestado.

Repercussão Geral – Repercussão Geral – leading caseleading case nº nº 555 – Relator Min. Luiz FUX.555 – Relator Min. Luiz FUX.

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7) ENQUADRAMENTO 7) ENQUADRAMENTO PELO AGENTE AGRESSIVO PELO AGENTE AGRESSIVO

RÚIDO RÚIDO Quadro Anexo do Decreto 53831/64; Quadro Anexo do Decreto 53831/64; - Anexo I do decreto 83080/79;- Anexo I do decreto 83080/79; - Anexo IV do Decreto 2172/97;- Anexo IV do Decreto 2172/97; - Anexo IV do Decreto 3048/99;- Anexo IV do Decreto 3048/99; - Níveis de ruído de 80,90 e 85 dB- Níveis de ruído de 80,90 e 85 dB

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Enunciado 29 da AGU: "Atendidas as Enunciado 29 da AGU: "Atendidas as demais condições legais, considera-demais condições legais, considera-se especial, no âmbito do RGPS, a se especial, no âmbito do RGPS, a atividade exercida com exposição a atividade exercida com exposição a ruído superior a 80 decibéis até ruído superior a 80 decibéis até 05/03/97, superior a 90 decibéis 05/03/97, superior a 90 decibéis desta data até 18/11/2003, e desta data até 18/11/2003, e superior a 85 decibéis a partir de superior a 85 decibéis a partir de então."então."

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TNU, Súmula 32: O tempo de trabalho laborado com TNU, Súmula 32: O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial, para fins exposição a ruído é considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 e, a contar de 5 de março de 1997, 53.831/64 e, a contar de 5 de março de 1997, superior a 85 decibéis, por força da edição do superior a 85 decibéis, por força da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003, Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003, quando a Administração Pública reconheceu e quando a Administração Pública reconheceu e declarou a nocividade à saúde de tal índice de ruído.declarou a nocividade à saúde de tal índice de ruído.

- - CANCELAMENTOCANCELAMENTO: A Turma Nacional de : A Turma Nacional de Uniformização, na Oitava sessão ordinária de 9 de Uniformização, na Oitava sessão ordinária de 9 de outubro de 2013, aprovou, por unanimidade, o outubro de 2013, aprovou, por unanimidade, o cancelamento da súmula nº 32 (PET 9059/STJ).cancelamento da súmula nº 32 (PET 9059/STJ).

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8) ENQUADRAMENTO PELO AGENTE 8) ENQUADRAMENTO PELO AGENTE AGRESSIVO ELETRICIDADEAGRESSIVO ELETRICIDADE

Previsão somente no Decreto Previsão somente no Decreto 53831/64, item 1.1.853831/64, item 1.1.8

- Entendimento de que o rol é - Entendimento de que o rol é meramente exemplificativomeramente exemplificativo

STJ, REsp 1306113-SC STJ, REsp 1306113-SC

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO. ARTS. 57 E 58 DA LEI N. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. ARTS. 57 E 58 DA LEI N. 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. RECURSO REPETITIVO (ART. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). É possível considerar 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ). É possível considerar como atividade especial para fins previdenciários o trabalho como atividade especial para fins previdenciários o trabalho exposto à eletricidade, mesmo se exercido após a vigência do exposto à eletricidade, mesmo se exercido após a vigência do Dec. n. 2.172/1997, que suprimiu eletricidade do rol de Dec. n. 2.172/1997, que suprimiu eletricidade do rol de agentes nocivos. À luz da interpretação sistemática, as normas agentes nocivos. À luz da interpretação sistemática, as normas regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e atividades nocivas à saúde do trabalhador são atividades nocivas à saúde do trabalhador são exemplificativas, podendo ser considerado especial o labor que exemplificativas, podendo ser considerado especial o labor que a técnica médica e a legislação correlata considerarem como a técnica médica e a legislação correlata considerarem como prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja permanente, prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja permanente, não ocasional nem intermitente e em condições especiais (art. não ocasional nem intermitente e em condições especiais (art. 57, § 3º, da Lei n. 8.213/1991). O extinto TFR também já havia 57, § 3º, da Lei n. 8.213/1991). O extinto TFR também já havia sedimentado na Súm. n. 198 o entendimento acerca da não sedimentado na Súm. n. 198 o entendimento acerca da não taxatividade das hipóteses legais de atividade especial. taxatividade das hipóteses legais de atividade especial. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.168.455-RS, DJe Precedentes citados: AgRg no REsp 1.168.455-RS, DJe 28/6/2012, e AgRg no REsp 1.147.178-RS, DJe 6/6/2012 28/6/2012, e AgRg no REsp 1.147.178-RS, DJe 6/6/2012