apontamentos de contabilidade geral 1 ano

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1 Prof. Gonçalves Mário Página 1 Lição: nº 01 e 02 Tema: Apresentação do professor aos alunos e vice-versa Considerações gerais da disciplina Introdução à Actividade Económica Conceito e Seus Principais. Sectores Introdução à Actividade Económica Actividade Económica, é um conjunto de acções de factos, relacionado com a produção de bens materiais e a prestação de serviços. Principais Sectores da Actividade Económica A Actividade Económica, desenvolve-se em três sectores, nomeadamente: Sector Primário constituído por actividades mais próximas da Natureza (Agricultura, Silvicultura, Caça e Pesca). Sector Secundário compreende tudo o que envolve actividade industrial, em sentido lato ( Industria extractiva, de transporte, de produção, a electricidade, gás Agua e Industria de construção). Sector Terciário compreende as restantes actividades ou serviços ( transportes e comunicações, comercio a retalho e a grosso, Banco e outras instituições financeiras, seguros, actividades mobiliárias, administração pública, saúde, educação e outros serviços ). De uma forma agregada, podemos definir o seguinte O sector primário, como sector agrícola; O sector secundário como sector industrial; e O sector terciário, como serviços Exercícios de aplicação Das actividades económicas a seguir, agrupe-as em respectivos sectores a que cada uma delas corresponde: 1. Caça no Parque Nacional da Gorongosa. 2. Serviços da Secretaria Provincial de Nampula. 3. Extracção do carvão de Moatize 4. Construção de navios. 5. Actividades da firma PESCAMAR.

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Page 1: Apontamentos de contabilidade Geral 1 Ano

1

Prof. Gonçalves Mário Página 1

Lição: nº 01 e 02

Tema: Apresentação do professor aos alunos e vice-versa

Considerações gerais da disciplina

Introdução à Actividade Económica

Conceito e

Seus Principais. Sectores

Introdução à Actividade Económica

Actividade Económica, é um conjunto de acções de factos, relacionado com a produção de bens

materiais e a prestação de serviços.

Principais Sectores da Actividade Económica

A Actividade Económica, desenvolve-se em três sectores, nomeadamente:

Sector Primário – constituído por actividades mais próximas da Natureza (Agricultura, Silvicultura, Caça

e Pesca).

Sector Secundário – compreende tudo o que envolve actividade industrial, em sentido lato (Industria

extractiva, de transporte, de produção, a electricidade, gás Agua e Indust ria de construção).

Sector Terciário – compreende as restantes actividades ou serviços (transportes e comunicações,

comercio a retalho e a grosso, Banco e outras instituições financeiras, seguros, actividades mobiliárias,

administração pública, saúde, educação e outros serviços).

De uma forma agregada, podemos definir o seguinte

O sector primário, como sector agrícola;

O sector secundário como sector industrial; e

O sector terciário, como serviços

Exercícios de aplicação

Das actividades económicas a seguir, agrupe-as em respectivos sectores a que cada uma delas

corresponde:

1. Caça no Parque Nacional da Gorongosa.

2. Serviços da Secretaria Provincial de Nampula.

3. Extracção do carvão de Moatize

4. Construção de navios.

5. Actividades da firma PESCAMAR.

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Prof. Gonçalves Mário Página 2

6. Industria ACAI.

7. Actividades do Novo Banco.

Lição: nº 03 e 04

Tema: Informação Económica

Informação económica, é um conjunto de dados que, recolhidos, processados e apresentados, expõem

os factos económicos, ocorridos com as suas diversas características qualitativas e quantitativas

tomados no âmbito do lugar e do tempo em que ocorrem, cujo objectivo fundamental é facilitar a

aplicação no sistema da direcção de economia e permitir que os estudos micro e macroeconómicas tanto

interno como em relação a economia de outros países.

Principais fases da informação económica.

As principais fases da informação económica, são:

1ª Recolha de informação (dados)

2ª Processamento de dados

3ª Análise de dados, e,

4ª Interpretação crítica de dados

Recolha de dados

Consiste na apresentação do fenómeno ocorrido e o registo dos referidos acontecimentos, isto é, colecta

de dados em termos qualitativos e quantitativos.

Processamento de dados

Consiste no ordenamento, classificação num registo em formulário, modelos ou livros adequados dos

dados recolhidos.

Análise de dados

É a exposição da informação aos interessados (os que têm a necessidade de utilização da informação:

estado, organismos internacionais, trabalhadores, empresas, sindicatos, etc )

Interpretação crítica de dados

Consiste na análise e interpretação da informação para se tirar conclusões e, dai tomarem-se decisões:

directrizes, planos, orientação política e económica.

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Prof. Gonçalves Mário Página 3

Lição: nº 05 e 06

Tema: Introdução à Contabilidade

Noções e Objectivos

Breve Historial do surgimento da Contabilidade.

É difícil afirmar-se com exactidão, quando e onde surgiu a contabilidade. Mas, sabe-se, sem dúvida que

ela associa-se com as primeiras trocas de produtos. No princípio, antes do homem saber escrever e nem

ler, servia-se de dedos para fazer contas.

Para eliminar as deficiências de memória, o homem serviu-se de sinais, símbolos e outros elementos

gráficos para registar as suas operações de permuta (troca). A contabilidade está intimamente ligada ao

comércio. Portanto, à medida que se desenvolvia o comércio e a indústria, aperfeiçoava-se o sistema de

registo.

Contabilidade Moderna

Como vimos, desde o aparecimento das primeiras trocas comerciais que o homem sente a necessidade

de informação que lhe permitisse acompanhar em cada momento a evolução da sua actividade.

E no sec. XV (1494), com o florescimento das Republicas Italianas, um matemático chamado Luca

Passiolle cria um sistema que denominou de partidas dobradas.

O desenvolvimento industrial nos séculos seguintes e a industrialização nos finais do século XIX, surge a

regulamentação para normalizar e disciplinar a actividade económica e com ela apresentação uniforme

das contas e os resultados.

No inicio da segunda metade do século XX com o fim da segunda guerra mundial verifica-se grande

difusão do planeamento contabilístico com o destaque do plano de contas francês, publicado em 1947 e

revisto em 1952 e 1982. Este plano de contabilidade exerceu grandes influências a nível europeu, e,

mais tarde em África, como é o caso de Moçambique.

Noções de Contabilidade

Contabilidade – é uma técnica de relevação patrimonial que consiste na descrição, na colocação em

evidência de determinados factos.

A contabilidade pode ser definida como sendo um sistema de recolha, classificação, interpretação e

tratamento de factos de natureza económica e que procura acompanhar a evolução operada no

desenvolvimento da economia.

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Prof. Gonçalves Mário Página 4

Definição

Contabilidade – é uma técnica de registo de representação de todas as transformações sofridas pelo

património de qualquer entidade económica (pública ou privada), durante os exercícios da sua actividade

de forma a saber a qualquer momento da sua composição e valor.

Lição nº:

Tema: Objectivos e Elementos da Contabilidade.

Objectivos da Contabilidade

1. Conhecer a todo momento a sua situação patrimonial de uma determinada entidade (publica ou

privada a qual pode ser periodicamente num documento chamado balanço).

2. Conhecer a todo momento a natureza dos resultados obtidos em determinado período a qual

pode ser evidenciado num documento.

3. Fornecer informação económica fidedigna quer interna, quer externa.

Informação Interna – estruturada e produzida em tempos oportunos a fim de auxiliar a tomada de

decisão por parte de gestor da empresa.

Informação Externa – relevação dos factos contabilísticos aos utilizadores externos, tais como:

accionistas, trabalhadores bancários, o estado, sindicato e outros.

Elementos da Contabilidade.

O sujeito – cada uma das entidades económicas que podemos denominar comerciantes, empresas,

organismo, empresas em nome individual, etc.

O objecto – constituído por todos actos da actuação económica.

O fim – o fim da contabilidade, é o estudo patrimonial do sujeito e as suas leis de informação e

variações.

Importa referir que existem outros elementos indispensáveis em todos os estudos realizados

actualmente tais como:

O Método – consiste no emprego de números como medida de expressão das actuações produzidas

pelos actos administração e a forma de combinar e manejar os ditos números.

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Prof. Gonçalves Mário Página 5

Os instrumentos materiais - possibilitam compilação dos dados em livros utilizando os meios que a

teoria estudou.

TPC

i. O que é informação económica?

ii. Mencione as fases de uma informação económica.

iii. Que entende por contabilidade?

iv. Quais são os objectivos da contabilidade?

v. Mencione pelo menos três elementos da contabilidade que estudaste.

Lição nº:

Tema: Património (Estática patrimonial)

Noção de Património.

Património – é o conjunto de valores (meios materiais) direitos e obrigações usados pela empresa no

prosseguimento do seu objecto social.

Classificação do património.

Património Individual – é o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a um indivíduo ou

pessoa.

Património Social – quando pertence a uma sociedade.

Património Nacional – que inclui o património publico (do Estado).

Património Privado – a que pertence aos cidadãos.

Património Comercial – constituído por valores afectos ao exercício da actividade comercial.

Nota:

Ao longo das nossas aulas, iremos tratar especificamente do património comercial.

O conjunto de valores acima referidos é administrado pelos comerciantes com objectivo de maximização

do lucro. Estes valores podem ser subdivididos em valores ACTIVOS e PASSIVOS.

Valores ACTIVOS – conjunto de bens e direitos que a empresa possui.

Valores PASSIVOS – conjunto das suas dívidas e obrigações.

Exemplos de valores Activos: viaturas, mercadorias, edifícios dívidas a receber, etc.

Exemplo de valores Passivos: valores à pagar, empréstimos obtidos e outras obrigações.

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Prof. Gonçalves Mário Página 6

Classificação dos elementos patrimoniais.

Os elementos patrimoniais são todos aqueles que fazem parte do património.

Elementos patrimoniais específicos – quando são próprios a cada uma das actividades desenvolvidas

pela empresa (ex: Issufo Nurmamad – mercadorias; Grupo Mecula – transporte de passageiros).

Elementos comuns – quando são elementos que entram na composição do património,

independentemente das actividades desenvolvidas (estabelecimento comercial, vivendas, edifícios, etc.)

Elementos patrimoniais

Bens Corpóreos

Direitos

Obrigações

Incorpóreos Específicos e

Comuns

Corpóreos – são aqueles que são representados por materiais palpáveis, isto é, tangíveis.

Exemplos: casas, mercadorias, viaturas, computadores, etc.

Incorpóreos – são aqueles que não são representados por existência física, isto é, são intangíveis.

Exemplos: dividas a receber e a pagar.

Elementos patrimoniais abstractos e concretos

Concretos – são elementos reais (Activos e Passivos).

Abstractos – são elementos não reais, mas sem uma importância deduzida, chamada Situação

Liquida.

Lição nº:

Tema: Características dos elementos patrimoniais.

Composição – é a natureza dos elementos constitutivos e a proporção em que eles se encontram.

Valor – é a quantidade global de todos elementos Activos e Passivos. Exprime-se pela quantidade que

era preciso dar para obter um bem.

Situação Líquida – é a expressão numérica do valor do Património.

Exercícios de aplicação

Exercício nº 01

1. Classifique os seguintes Patrimónios:

i. Estrada Nacional nº 01

ii. Uma bicicleta

iii. Uma loja

iv. Três máquinas de escrever para dentro da empresa

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v. Uma escola pública

vi. Um camião para transporte de mercadorias

vii. Dinheiro para despesas de casa

viii. Cinco toneladas de arroz “Ngonhama”

ix. Uma moradia tipo três

x. Dois computadores portáteis para uso pessoal

xi. Escola Privada de Malimusse

xii. Hospital 25 de Setembro

xiii. Bens da Sociedade Comercial do Norte

Lição nº

Tema: património (Dinâmica Patrimonial)

Factos Patrimoniais

Noção e Classificação

Factos Patrimoniais

Os valores Patrimoniais estão sujeitos a sucessivas variações quer positivas (aumentos), quer negativas

(diminuições) em consequência das operações realizadas e dos acontecimentos verificados na vida da

empresa.

Todos acontecimentos que provocam qualquer variação na composição do património de um a certa

empresa, designam-se por Factos Patrimoniais.

Classificação dos Factos Patrimoniais

Os factos patrimoniais podem classificar-se em:

Qualitativos ou Permutativos – são aqueles que não alteram o valor do património, mas sim, a sua

composição.

Quantitativos ou Modificativos – são aqueles que alteram o valor e a composição do património.

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Os factos patrimoniais quantitativos podem ser: positivos e negativos.

Factos patrimoniais quantitativos positivos – quando correspondem aos proveitos ou aumentos do

património.

Factos patrimoniais quantitativos negativos – quando correspondem aos custos ou diminuição do

património.

Análise dos factos patrimoniais.

Exercícios de aplicação

Faça análise dos seguintes factos patrimoniais:

1) Depósito no banco………..60.000,00

2) Compra de mercadorias a prazo de 30 dias ………40.000,00

3) Venda de mercadorias a pronto pagamento por 100.000,00; que haviam custado por 70.000,00.

4) Pagamento da renda do armazém em cheque……..15.000,00

1) Análise:

Diminuição na caixa (Activo) em 60.000,00

Aumento no banco (Activo) em 60.000,00

SL = A – P

SL = {-60.000,00+(+60.000,00)}-0,00=0,00

SL = 0,00

Trata-se do facto Patrimonial Permutativo (saiu dinheiro da caixa para o banco, não havendo aumento

e nem diminuição no valor do património).

2) Análise

Aumento de Mercadorias (Activo) em 40.000,00

Aumento de débito (Passivo) em 40.000,00

SL = A – P

SL = +40.000,00 - (+40.000,00) = 0,00

SL = 0,00

Trata-se do Facto Patrimonial Permutativo

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3) Análise

Aumento de numerário (Activo) em 100.000,00

Diminuição de Mercadorias (Activo) em 70.000,00

SL = A – P

SL = {+100.000,00+(-70.000,00)} – 0,00 = +30.000,00

SL = +30.000,00

Houve uma variação positiva de 30.000,00. Logo, trata-se do Facto Patrimonial Modificativo Positivo.

4) Análise

Diminuição de bancos (Activo) em 15.000,00

Aumento de Custos (SL)

SL = A – P

SL -15.000,00 – 0,00 = - 15.000,00

SL = - 15.000,00

Houve uma variação negativa de 15.000,00. Logo, trata-se de um Facto Patrimonial Modificativo

Negativo.

Exercício nº 02

Admitamos que o património do comerciante Luís Frederico era constituído pelos seguintes valores:

150.000,00 – 70.000,00 = 80.000,00,

sabendo-se que: A – P = SL

1 Depósito no banco……….12.000,00

2

Compra de quatro secretárias a prazo de 45 dias, no valor de 17.500,00

3

Pagamento da Factura da EDM por 7.250,00 em numerário

4

Venda de mercadorias a pronto pagamento por 115.000,00 (custo 90.000,00)

Lição nº:

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Tema: Massas Patrimoniais

Os elementos patrimoniais podem ser reunidos em grupos, desempenhando a mesma função económica

ou financeira, constituindo massas patrimoniais.

Massas Gerais.

O Activo, o Passivo, e a Situação Líquida ou Capital Próprio, chamam-se Massas Patrimoniais

Gerais.

Massas Parciais

As massas gerais do Activo, do Passivo e da Situação Líquida , ainda podemos subdividi-los em

subgrupos, formando Massas Parciais de acordo com a função específica que desempenham na

empresa.

As Massas Parciais podem ser:

ACTIVO

Massas Parciais Elementos

Disponibilidades

Créditos (a curto, médio e longo prazo)

Inventários

Investimentos de Capital

Dinheiro no cofre e nos bancos.

Dívidas a receber, Saques, etc

Mercadorias e Embalagens comerciais

Edifícios, Mobiliários, etc

PASSIVO

Massas Parciais Elementos

Débitos a curto prazo

Débitos a Médio e longo prazo

Dividas a pagar tituladas (a prazo não superiores a um ano)

Dividas a pagar (a prazo superior a um ano)

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SITUAÇAO LIQUIDA

Massas Parciais Elementos

Inicial

Retida

Adquirida no Exercício

Valor inicial do património

Resultados anteriores não distribuídos

Resultado do próprio exercício

N.B: Esta disposição dos elementos abstractos da Situação Liquida, mostra a sua formação histórica.

RESUMO

Activo Passivo

Disponibilidades

Inventários

Investimentos de capital

Créditos a curto, médio e longo prazo

Débitos a curto, médio e longo prazo

Situação Liquida

Inicial

Retida

Adquirida no Exercício

Lição nº:

Tema: Estudo da Conta.

Conceito e Objectivo

Conta – é um conjunto de elementos patrimoniais com determinadas características comuns e

específicas.

Por exemplo, formam um conjunto diferenciado, ou seja, todas as dívidas a pagar originadas pelas

compras a prazo de Inventários que tomaria neste caso a designação de Fornecedores.

Objectivo

A conta permite agrupar os elementos patrimoniais de acordo com as suas características comuns e

específicas.

Compreensão e extensão da conta

Em qualquer conta, haverá sempre a considerar os seus aspectos qualitativos e quantitativos, ou seja, a

sua compreensão e extensão.

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Compreensão ou Titulo da Conta

A compreensão de uma conta é determinada pelas características comuns e especificas dos elementos

nela agrupados, alem de ser evidenciada mais claramente possível pelo título dessa conta.

Exemplo:

O título Mercadorias indica-nos o que se agrupa nesta conta, todos os bens que o comerciante compra

para a revenda.

Extensão da conta.

Entende-se por extensão, o valor da conta expresso em unidades monetárias.

Nota-se que o valor de uma conta é essencialmente variável, pois, a sua extensão inicial aumenta e

diminui com as operações e acontecimentos da vida da empresa, ou seja, com os factos patrimoniais.

Classificação da conta

A conta classifica-se quanto: a natureza, o grau e o valor.

Quanto a Natureza

Contas Impessoais

Ex: Capital, Reservas, etc.

Contas Pessoais

Ex: Clientes, Fornecedores, etc.

Contas de Resultado

Ex: Juros, Comissões, descontos, etc.

Quanto ao Grau

As contas quanto ao grau podem ser:

Contas do 1º Grau – são as contas de maior grau de generalidade, isto é, aquelas que se podem

subdividir em contas do segundo grau.

Exemplos:

1.2 Bancos,

2.1 Compras

4.1 Clientes

Contas do 2º grau – são as subdivisões das contas do primeiro grau.

Exemplos:

1.2.1 Depósitos à Ordem

2.1.1 Compras de Mercadorias

4.1.1 Clientes Conta Corrente

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Contas do 3º grau – são divisões das contas do 2º grau.

Exemplos:

1.2.1.1 Millennium BIM

2.1.1.1 arroz “AKADI”

4.1.1.1 João de Brito

Portanto, as contas do 1º grau, designam-se por colectivas. As do 2º grau, designam-se por

divisionárias e as do 3º grau, por singulares.

Convêm distinguir ainda contas divisionárias por subsidiárias.

Contas subsidiárias – são as contas do grau correspondente a respectiva conta principal.

Exemplos:

A conta 2.1 Compras, é subsidiária de 2.2 Mercadorias; as contas de custos e de proveitos, são

subsidiárias da conta 8.1 Resultados Operacionais.

Exercícios

Complete e classifique quanto ao grau as seguintes contas:

2.1

6.3.2.1.3.3.1

8.8

2.1.7

7.2

2.6.3.1

Lição nº:

Tema: Requisitos da Conta

Princípio da Dualidadade

Requisitos da Conta

Homogeneidade – isto significa que a conta tende conter somente os elementos que

apresentam as características comuns e especificas e, ela deve ser abrangente.

Exemplo: A conta Clientes deve registar apenas créditos que resultam de vendas a prazo de

mercadorias.

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Prof. Gonçalves Mário Página 14

Integralidade – pretende-se que a conta englobe todos os elementos que possuem

características comuns que ela representa.

Exemplo: Todas as mercadorias devem ser estruturadas na conta “2.2” e, todas as variações devem se

registar nele.

Invariabilidade – determina a obrigatoriedade que durante o período económico, desde que a

conta recebe o primeiro lançamento (registo), de abertura até a sua liquidação, tenha sempre a mesma

representação de um ou mais elementos patrimoniais, conforme se convencionou no inicio.

Princípio de Dualidade

Dualismo Patrimonial – por definição, tem:

A – P = SL ↔A = P + SL →A – (P+SL) = 0

Variações das Contas

Todo o facto patrimonial, implica variações em duas contas, variações de igual valor, mas de efeito

contrário. Portanto, não pode implicar a variação de uma única conta, pois, isso se transformaria

aquelas igualdades em desigualdades.

Exemplo: Consideremos o património de uma determinada empresa e, num determinado período, que,

apresentava os seguintes valores:

A = 15.000,00; P = 7.000,00; SL = 8.000,00

A – (P+SL) → 15.000,00 – (7.000,00 + 8.000,00) = 0,00

15.000,00 – 15.000,00 = 0,00

Consideremos que, agora verificou-se uma diminuição de 500,00 numa conta do Activo, teremos:

A = 15.000,00 – 500,00 = 14.500,00; P=7.000,00 SL=8.000,00

Logo, o (A-P), diferente da situação liquida, (14.500,00-7.000,00≠8.000,00)

Lição nº:

Tema: Aplicação do Princípio de Dualidade

Este princípio de Dualidade, iniciada por Luca Passiolo, em 1494, inaugurou o período científico da

contabilidade, permitindo o melhor conhecimento da situação económica e financeira das unidades

económicas, não só por condizer numa visão global da totalidade dos valores patrimoniais de possibilitar

automaticamente a detecção de determinados erros, ao contrário que acontecia ate então, mas

sobretudo pela mentalização produzida nos destinatários das informações com aquelas ideias de

dinamização implícita na relação: “causa-efeito”que está na base, “o principio de Dualidade”.

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Quadro das variações

Em cada elemento da conta ou massa patrimonial, apenas são possíveis dois movimentos distintos:

O seu aumento, acréscimo ou incremento, que representaremos pelo símbolo delta (▲);

A sua diminuição, decréscimo ou decrescimento, que representaremos por: (▼)

Variações simples e compostas

Variações simples – são aquelas que implicam a variação de apenas duas contas.

Variações compostas – são aquelas que implicam a variação em mais de duas contas.

Lição nº:

Tema: Conceito de Débito, Crédito e Saldo de uma Conta

Para cumprir a sua finalidade, medir e registar (a Contabilidade), os factos patrimoniais, a Contabilidade

há-de captar, medir e registar os factos patrimoniais acompanhando as variações de cada e de todas as

contas.

Débito de uma Conta

É toda a ruptura do tipo >0 que na igualdade: A- (P+SL) =0.

Também, designa-se por Debito de uma conta, a soma de valores debitados nessa conta.

Crédito de uma Conta

É toda ruptura do tipo: <0, na igualdade: A- (P+SL) =0

Também, designa-se por crédito de uma conta, a soma de valores creditados nessa conta.

Então, o princípio de Dualidade também pode ser enunciado do seguinte modo:”Todo o facto patrimonial

implica sempre o débito de uma conta e o crédito da outra”.

Nas variações complexas, a soma dos débitos tende ser igual a soma dos créditos.

Portanto, debitar uma conta, é registar qualquer importância na coluna de “Deve” ou Débito.

Creditar uma conta é registar qualquer importância na coluna do “Haver” ou Crédito.

Saldo de uma conta

É o resultado da diferença entre débito e crédito de uma conta, ou seja, entre o Deve e o Haver.

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Lição nº:

Tema:

Determinação do saldo de uma conta e sua natureza.

Para determinar o saldo de uma conta, é necessário balancear a mesma conta, isto comparar o seu

débito com o seu crédito.

Naturalmente, o balanceamento de uma conta, nos conduz a um dos casos seguintes:

Massas Patrimoniais Ruptura do tipo

Débitos> 0 Créditos <0

ACTIVO ▲ ▼

PASSIVO E SL ▼ ▲

Natureza do Saldo de uma Conta

A conta pode aprestar uma das três naturezas de saldo:

Saldo Devedor (Sd) – quando o debito é maior que o credito.

Saldo credor (Sc) – quando o debito é menor que o credito.

Saldo nulo (So) – quando o débito é igual a crédito.

Assim, poder-se ao estabelecer as seguintes regras de funcionamento das contas:

a) Pelos aumentos do Activo, as respectivas contas são debitadas; pelas diminuições do Activo, as

respectivas contas são creditadas.

b) Pelos aumentos do Passivo e Situação Liquida, as respectivas contas são creditadas; pelas

diminuições do Passivo e Situação Liquidas, as respectivas contas são debitadas.

Exercícios de Aplicação

Exercício nº 01

Em 30 de Abril ultimo, a Sociedade Comercial do Norte,Lda, realizou as seguintes as seguintes

operações:

Venda de mercadorias a pronto a pagamento………………………………………..………………...1.000,00;

Depósito de dinheiro no BIM………………………………………….………………...……………..….5.000,00;

Compra de mercadorias a prazo de 45 dias………………………………………….…………………....875,00

Levantamento de dinheiro no BCI………………………………………………………….…………….7.250,00;

Compra de um computador por cheque……………………………………………………..…….….…4.575,00

Venda de mercadorias a prazo de 90 dias………………………………………………………..…….2.050,00;

Compra de mercadorias a pronto pagamento……………………………......................................1.225,00;

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Prof. Gonçalves Mário Página 17

Pretende-se:

a) Registo das operações realizadas pela empresa nas respectivas contas (Razoes esquemáticos).

b) Determinação do saldo de cada conta.

Exercício nº 02

Consideremos o património do comerciante Serafim Pires em 15 de Maio do ano em curso-Nampula,

constituído pelos seguintes elementos e valores:

Caixa……………………………………………………………………………………………………….12.000,00

Bancos……………………………………………………………………………………………………..15.755,00

Clientes c/c…………………………………………………………………………………………………....925,00

Clientes T/Receber…………………………………………………...……..……………………………….475,00

Mercadorias………………………………………………………………………………………….……10.000,00

Uma loja……………………………..........................................................................................75.275,00

Um camião “SCANIA”……..………………………………….……………………………………....….48.750,00

Fornecedores c/c……………………………………………………..……………………………...…...30.000,00

Fornecedores T/Pagar…………………………………………………………..…………………….....12.125,00

Outros Credores……………………………………………………………………………………………3.005,00

Durante a 2ª quinzena do mesmo mês, realizou as seguintes transacções:

Dia 17- depositou no BIM………………………………………………………………………………….…450,00

Dia 20 – cobrou ao seu cliente M. Mário………………………………………………………………..….175,00

Dia 22 – pagou ordenados por cheque……………………………………………..…………………....1.375,00

Dia 25 – comprou mercadorias a prazo………………………………………………………..………...2.425,50

Dia 27 – pagou ao fornecedor L. Pereira……………………………………………………………....16.675,75

Dia 29 – vendeu mercadorias a prazo...……………………………………………………….………..5.555,50

Dia 31 – levantou dinheiro no banco no valor de ……………………………………………….7.009,00 para:

Compra de uma secretária com 4 cadeiras………………………………………..………….1.000,00;

Amortização dos seus aceites em …………………………………………………………………..25%;

Restante, para reforço do cofre.

Trabalho a realizar:

1. Apresentação das contas esquematicamente e respectivas variações nelas sofridas.

2. Determinação do saldo de cada conta.

Page 18: Apontamentos de contabilidade Geral 1 Ano

18

Prof. Gonçalves Mário Página 18

Dispositivo Esquemático das Contas

As variações das contas registam-se tradicionalmente em quadros ou mapas, em duas colunas: uma

para os débitos e outra para os créditos.

“DEVE” ”. HAVER”

Débito Crédito

Portanto, segundo o Plano Geral de Contabilidade, tem as seguintes classes de contas:

Classe 1 – Meios Financeiros Classe 2 – Inventários e Activos Biológicos

1.1 Caixa

1.2 Bancos

2.1 Compras

2.2 Mercadorias

2.3 Produtos acabados e intermédios

2.4 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

2.5 Produtos ou Serviços em curso

2.6 Matérias-primas, auxiliares e materiais

2.7 Activos biológicos

2.8 Regularização de inventários

2.9 Ajustamentos para o valor realizável líquido

Classe 3 – Investimentos de capital Classe 4 – Contas a receber, contas a pagar,

acréscimos e diferimentos

3.1 Investimentos financeiros

3.2 Activos Tangíveis

3.3 Activos Intangíveis

3.4 Investimentos em curso

3.6 Activos tangíveis de investimentos

3.8 Amortizações acumuladas

3.9 Ajustamentos de investimentos

financeiros

4.1 Clientes

4.2 Fornecedores

4.3 Empréstimos Obtidos

4.4 Estado

4.5 Outros devedores

4.6 Outros credores

4.7 Ajustamentos de contas a receber

4.8 Provisões

4.9 Acréscimos e diferimentos

Page 19: Apontamentos de contabilidade Geral 1 Ano

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Prof. Gonçalves Mário Página 19

Classe 5 – Capital próprio Classe 6 – Gastos e perdas

5.1 Capital

5.2 Acções ou quotas próprias

5.3 Prestações suplementares

5.4 Prémios de emissão de acções ou

quotas

5.5 Reservas

5.6 Excedentes de revalorização de activos

tangíveis e intangíveis

5.8 Outras variações no capital próprio

5.9 Resultados transitados

6.1 Custo dos inventários

6.2 Gastos com o pessoal

6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros

6.4 Ajustamentos do período

6.5 Amortizações do período

6.6 Provisões do período

6.8 Outros gastos e perdas operacionais

6.9 Gastos e perdas financeiros

Classe 7 – rendimentos e ganhos Classe 8 – resultados

7.1 Vendas

7.2 Prestação de serviços

7.3 Investimentos realizados pela própria

empresa

7.4 Reversões do período

7.5 Rendimentos suplementares

7.6 Outros rendimentos e ganhos

operacionais

7.8 Rendimentos e ganhos financeiros

8.1 Resultados operacionais

8.2 Resultados financeiros

8.3 Resultados correntes

8.5 Imposto sobre o rendimento

8.8 Resultado liquido do período

8.9 Dividendos antecipados

CONCEITOS A RETER:

Débito; Débito sobre; débito à; Crédito de – são nossas obrigações (4.2.1 Fornecedores c/c)

Crédito; crédito sobre; crédito à; Débito de – são nossos direitos (4.1.1 Clientes c/c)

Saque; Saque sobre; Saque à; Aceite de – 4.1.2 Clientes – Títulos a Receber

Aceite; Aceite sobre; Aceite à; Saque de – 4.2.2 Fornecedores-Títulos a Pagar

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Prof. Gonçalves Mário Página 20

Lição nº:

Tema: Introdução ao inventário.

Em 31 de Março do ano findo, o Património de Amade Sousa, era constituído pelos seguintes elementos

e valores:

Um edifício – armazém…………………………………………………………..... ………………. 500.000,00

Dinheiro em cofre…………………………………………………………………….………………. …350.000,00

Balcões do estabelecimento………………………………………………………..……………… 12.500,00

Credito do fornecedor J. Muquileve……………………………………………………… … .50.000,00

Um tractor para lavoura……………………………….………………………………….…..…….. 475.000,00

500 Pares de sandálias para venda @ 40,00………………………….……………. . …..20.000,00

Crédito do BIM……………………………………………………………………………...……… .. 1.125.000,00

1000 litros de óleo Maiaia @ 35,00………………………………… …………….. ……....35.000,00

Empréstimo concedido ao trabalhador……………………….………………...……… ...1.375,00

A listagem apresentada, constitui o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações daquele comerciante, dai

que:

O património é o próprio conjunto de elementos e não a respectiva descrição a qual se designa por

inventário.

Nesta listagem, apenas figuram os elementos patrimoniais concretos.

Noção do Inventario.

Assim, o Inventario se define como sendo a relação escrita dos elementos patrimoniais concretos, com

indicação das suas quantidades, preços unitários e valores, ou seja, é o documento que mostra a

composição do património de uma dada entidade económica num dado momento.

Portanto, o INVENTÁRIO e o PATRIMÓNIO, são noções completamente bem distintas. Pois,

Enquanto o património é o conjunto de bens, direitos e obrigações;

O inventário, é o documento onde esses elementos se encontram inscritos.

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Prof. Gonçalves Mário Página 21

Classificação do Inventario.

Quanto à representação

Simples ou corrido – quando se inscrevem os valores Activos e Passivos sem obedecerem a

qualquer ordem.

Classificado ou Selectivo – quando se inscrevem os valores Activos e Passivos agrupados em

contas e por uma certa ordem.

Quanto à extensão

Geral ou total – contêm a totalidade dos valores

Parciais – contêm apenas alguns elementos patrimoniais. Ex: inventario das mercadorias, etc.

Quanto à apresentação

Analítico – apresenta a conta e os seus elementos constituintes com os respectivos valores

Sintético – apresenta apenas as contas com título e extensão.

Agrupamento dos elementos patrimoniais

Consoante a sua natureza, os elementos patrimoniais podem ser agrupados em classes, com

características comuns chamadas CONTAS.

Exemplos:

Todos os meios de pagamento existentes em contas bancárias se agrupam na conta Bancos,

que pertence a classe dos Meios Financeiros.

Todos os bens comercializados (objectos da empresa) se agrupam na conta Mercadorias, que

pertence a classe dos Inventários e Activos Biológicos.

Todos os débitos resultantes da aquisição dos Inventários, (mercadorias, matéria prima) a prazo,

se agrupam na conta Fornecedores, que pertence a classe de Contas a Pagar.

Sistematização dos grupos patrimoniais

Page 22: Apontamentos de contabilidade Geral 1 Ano

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Prof. Gonçalves Mário Página 22

Há necessidade de se estabelecer comparação entre certos grupos de elementos patrimoniais ou grupos

de contas para se avaliar a situação económica – financeira do comerciante, o que implica a ordenação

e sistematização desses mesmos elementos patrimoniais ou das contas.

No Activo, considera – se o grau de disponibilidade dos seus elementos, isto é, a sua maior ou menor

possibilidade de transformação em dinheiro de acordo com a função que desempenha na empresa.

Assim, no Activo, distinguem –se três grupos ou classes:

Meios Financeiros – são meios monetários da empresa.

Inventários e Activos Biológicos – são meios que constituem objecto de trabalho da empresa.

Investimentos de capital – são todos os bens e valores propriedade da empresa que devem

permanecer na empresa por longo período.

Contas a Receber, Contas a Pagar, Acréscimos e Diferimentos – traduzem os créditos que detêm

relativamente aos terceiros, as obrigações que tem para com seus credores, resultantes das operações

correntes efectuadas com outras empresas, podendo ser:

Débitos a curto prazo – quando o prazo de cumprimento das obrigações é inferior a um ano (em geral,

corresponde aos débitos de funcionamento resultante das operações correntes das empresas);

Débitos a médio e longo prazo – quando o prazo de cumprimento das obrigações é superior a um ano

(em geral, corresponde aos débitos de funcionamento resultantes de empréstimos obtidos).

Dispositivos do Inventario

No inventário, os elementos patrimoniais do Activo apresentam-se, em geral, pela ordem decrescente de

liquidez. Os elementos do Passivo, encontram-se por ordem crescente de prazos de exigibilidade.

Há duas espécies de dispositivos:

1º - Dispositivo Vertical

Quando os respectivos elementos patrimoniais estão dispostos verticalmente.

Exemplo: o inventário geral, classificado e vertical da empresa, “A Bordadora do Céu”Lda, em 31 de

Janeiro último, apresentava os seguintes elementos e valores e valores:

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Prof. Gonçalves Mário Página 23

Inventário de “A Bordadora do Céu”Lda, em 31/01/2012

ACTIVO

Disponibilidades

Caixa

-Dinheiro em cofre

Bancos

Depósitos no BIM

Inventários

Mercadorias

-100t de arroz para venda

Investimentos de Capital

Equipamentos para transporte

-Uma carrinha para transporte

Créditos

Clientes c/c

-Divida do cliente J. Malua

Total do Activo…

PASSIVO

Débitos a Curto Prazo

Fornecedores c/c

-Divida ao Fornecedor Zé Mário

Débitos a Médio e longo prazo

Empréstimos Obtidos

-Crédito do BCI

Total do Passivo……

500,00

700,00

1.200,00

350.000,00

175.000,00

2.500,00

528.700,00

5.250,00

150.000,00

155.250,00

Page 24: Apontamentos de contabilidade Geral 1 Ano

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Prof. Gonçalves Mário Página 24

2º - Dispositivo horizontal

ACTIVO PASSIVO

Disponibilidades

Caixa

-Dinheiro em cofre

Bancos

Depósitos no BIM

Inventários

Mercadorias

-100t de arroz para

venda

Investimentos de

Capital

Equipamentos para

transporte

-Uma carrinha para

transporte

Créditos

Clientes c/c

-Divida do cliente J.

Malua

Total do

Activo…………

500,00

700,00

350.000,00

175.000,00

2.500,00

1.200,00

350.000,00

175.000,00

2.500,00

528.700,00

Débitos a Curto Prazo

Fornecedores c/c

-Divida ao Fornecedor

Zé Mário

Débitos a Médio e

longo prazo

Empréstimos Obtidos

-Crédito do BCI

Total do Passivo……

5.250,00

150.000,00

5.250,00

150.000,00

155.250,00

Transporte

Geralmente, na prática, qualquer inventário ocupa mais de uma página; havendo necessidade de

considerar o problema de transporte, isto é, da continuação de escrituração na página seguinte. Nesta

ordem de ideias, respeitemos as seguintes normas:

A última linha de cada página, destina-se sempre a soma ou somas a transportar para a página seguinte;

Debaixo da importância a transportar, nunca se faz qualquer traço e

A 1ª linha da página seguinte, destina-se ao título do trabalho, e, a 2ª linha, ao transporte da página

anterior.

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Prof. Gonçalves Mário Página 25

Exemplo:

Consideremos então, o caso mais complexo em que o transporte é feito a meio de uma conta, fim da

página anterior.

Inventário de F. Marques, em 30 de Abril de 2012

Transporte

3. Investimentos de Capital

3.2 Activos Tangíveis

3.2.2 Equipamento Básico

Uma estante

Cinco cadeiras

Duas maquinas de escrever

Cinco secretarias

Uma ventoinha

Um ar condicionado

Um cofre

Á transportar

550,00

750,00

600,00

975,00

125,00

900,00

875,00

5.000,00

4.775,00

9.775,00

Inventário de F. Marques, em 30 de Abril de 2012

Transporte

3. Investimentos de Capital

3.2 Activos Tangíveis

3.2.4 Equipamento de transporte

Um camião “SCANIA”

Uma viatura “MAZDA - 3000”

Um camião “NISSAN - 280”

À transportar

545.000,00

290.000,00

485.000,00

9.775.000,00

1.320.000,00

11.095.000,00

Fundamentalmente, inventariar um património, é verificar os elementos que o compõem (arrolamento) e,

determinar os respectivos valores (valorização).

Como é óbvio, haverá sempre a considerar duas ordens de elementos patrimoniais:

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Prof. Gonçalves Mário Página 26

Corpóreos – que se contam, pesam ou medem e cujo valor é determinado pela multiplicação da

quantidade pelo respectivo preço unitário.

Incorpóreos – cujo valor já deve constar num registo adequado.

Arrolamento e Valorização

Juntam-se as operações de classificações em contas e descrição respeitando propriamente a descrição.

Concretamente, as operações de inventariação consistem:

1º - Arrolamento ou Identificação – que consiste em verificar os elementos patrimoniais existentes

2º - Classificação – que consiste em agrupar os elementos patrimoniais em contas.

3º - Descrição – que consiste em distribuir os elementos patrimoniais pelas contas já existentes

4º - Avaliação – que consiste em atribuir valores monetários aos elementos patrimoniais.

Exercícios de Aplicação

Exercício nº 01

O Património da Sociedade Comercial do Norte Lda, com sua sede nesta Urbe, que se dedica na

compra e venda de produtos alimentares, apresentava em 30 de Junho último, os seguintes elementos e

valores:

1.000Kgs de arroz “trevo”@ 30,00……………………………………….….…………………………..30.000,00

Cheques em carteira………………………………………………………………...…………………...45.000,00

Um edifício/escritório……………………………………...………………………………………….….275.000,00

Valores depositados no BIM…………...…………………………………….……………………….….72.500,00

Aceites de terceiros…… …………………………………………………………….……………..……12.250,00

Duas secretárias c/respectivas cadeiras……………………………………………………………….27.275,00

Empréstimo concedido pelo BCI para investimentos……………………………………………….125.000,00

Selos fiscais………………………………………………….……………………………………...……..7.250,00

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2.000 litros de óleo“MAIAIA @ 40,00…………………………………….…………………..……..…80.000,00

Saques sobre terceiros……………………………………………………………………………….…..10.575,00

Divida Comercial sobre Momade Ussene……………………………………………………….….…50.000,00

Uma viatura “KB2.80” ………………………………………………………………………………..…145.000,00

Saques de terceiros……………………………………………………………………..…………………9.775,00

PRETENDE – SE:

Elaboração do Inventário Geral Classificado em Dispositivo Vertical.

Finalidade do Inventario.

Todo o comerciante precisa saber qual o capital vai aplicar no seu negocio, por isso, no inicio da sua

actividade comercial, elabora sempre um inventario geral (Inventario Inicial).

Alem do Inventario Inicial, todas as empresas elaboram um inventário geral (inventario anual.) dado que

a contabilidade regista rigorosamente ou continuamente alguns factos patrimoniais, tal inventário, é

indispensável para no fim de cada ano se comparem valores reais com os valores contabilizados

(apresentados pela escrita), e, assim, se efectuarem as necessárias rectificações.

Portanto, a finalidade do inventario, é de saber qual é o capital que o comerciante vai aplicar no seu

negocio, e, permitir lhe ainda, a comparação dos valores reais com os valores contabilísticos para no fim

de cada ano realizar as respectivas rectificações.

Page 28: Apontamentos de contabilidade Geral 1 Ano

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Prof. Gonçalves Mário Página 28

Exercício nº 02.

O comerciante José Mutepa, de Nacarôa, iniciou a sua actividade comercial em 01 de Março de 2011

com os seguintes elementos e valores, conforme o quadro abaixo:

N/O Elementos Patrimoniais Valores

01 1.000Kgs de feijão manteiga @ 32,50 ?

02 Aceite nº 123 a 45 dias de José Mucala 12.500,00

03 Cheques depositados no BCI 750.000,00

04 200 sacos de batata Reno @ 450,00 ?

05 Um estabelecimento comercial 4.250.000,00

06 Crédito do BIM 6.550.250,00

07 Numerário em cofre 525.125,00

08 Aceite nº 10 a 90 dias ao R. Luís 15.750,50

09 Duas viaturas para activid. de transporte 1.125.250,75

10 Factura nº 678 a 60 dias s/Mário ref. mercadorias 27.575,00

11 150 bicicletas “ROYAL” @ 2.125,00 ?

12 Aceites diversos 17.025,05

13 Factura nº 78 a 45 dias de Borges, ref. a mercadorias 45.005,25

14 Saques diversos 9.075,00

15 Cheques em cofre 14.055,50

16 Depósitos no Barclays 22.075,75

17 10 secretárias c/respectivas cadeiras 16.225,25

Pretende-se:

Elaboração do inventário geral classificado em dispositivo vertical.

Lição nº

Tema:

Introdução ao estudo do Balanço.

Noção

A palavra “balanço”, dá-nos a noção ou ideia de “equilíbrio”, dai o paralelismo que muitas vezes se

estabelece com a balança em que os pratos têm o mesmo peso.

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Prof. Gonçalves Mário Página 29

Balanço – é um quadro ou mapa onde se compara o Activo com o Passivo a fim de evidenciar a

Situação Liquida.

A possibilidade de evidenciar os valores abstractos, distingue essencialmente, o “balanço do inventário”.

Objectivos do balanço

Em regra, os balanços são elaborados com dois objectivos:

Apuramento da situação patrimonial em certo momento (aspecto estático), e

Determinação dos resultados em dado período (aspecto dinâmico).

Expressão geral do Balanço:

Activo – Passivo = Situação Liquida

Lição nº

Tema:

Importância do Balanço

Tipos de Situação Liquida

Classificação do Balanço

Importância do Balanço

A elaboração do Balanço, corresponde, por norma, ao encerramento do exercício económico, e, visa

demonstrar as variações ocorridas ao longo desse período. Assim, o balanço, pretende reflectir a

acumulação de riquezas por parte da empresa ao longo da sua ex istência através da Situação Liquida

(fundos próprios).

Tipos de Situação Liquida

Pela comparação entre o Activo e o Passivo, pode se chegar uma das três seguintes situações na base

das quais se define o tipo de situação líquida e também o género do balanço:

1º O Activo é maior que o Passivo;

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2º O Activo é igual ao Passivo; e

3º O Activo é menor que o Passivo.

Partindo pela regra segundo a qual a Situação Liquida, é a diferença entre o Activo (A) e o Passivo (P),

diremos que:

No primeiro caso (A > P), a Situação Liquida é Activa e, representa se por (Sa), assim, A = P + Sa

No segundo caso (A = P), a Situação Liquida diz se Nula (S0)

No terceiro caso, (A < P), a Situação Liquida, diz se Passiva (Sp), que corresponde o excesso do

Passivo sobre o Activo.

Resumindo, fica:

Caso Situação Liquida Balanço

Designação Símbolos Valores Expressões Géneros

A > P Activa SLa S > 0 A=P+Sa 1º

A = P Nula SLo S = 0 A=P 2º

A < P Passiva SLp S < 0 A=P-Sp 3º

CLASSIFICAÇÃO DOS BALANÇOS

Os balanços podem classificar-se quanto:

a) À EPOCA DA SUA ELABORAÇÃO:

De Fundação ou Inicial – aquele que é elaborado no inicio da actividade da empresa.

De Liquidação ou Final – aquele que é elaborado no momento da extinção ou “morte da

empresa”.

Ordinários – os que se elaboram no fim de cada exercício económico.

Extraordinários – os que se elaboram quando ocorre um facto excepcional na vida da empresa

– morte de um sócio, cessão, etc.

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Prof. Gonçalves Mário Página 31

b) AO MODO DE ESCRITURAÇÃO OU DESCRIÇÃO

Sintéticos – quando apresentam apenas os valores totais do Activo, do Passivo e da Situação

Liquida.

Analíticos – quando apresenta uma informação completa acerca do património de uma

empresa, visto que tem as contas desdobradas em subcontas.

c) À ORDENAÇÃO:

Corridos

Sistemáticos

Exercícios de Aplicação.

Exercício nº 01

A firma Ferreira & Gomes, de Mocuba, comercializa produtos alimentares. Considera os elementos do

seu património em 02 de Dezembro do ano transacto:

Dinheiro em cofre…………………………………………………...............................................30.000,00

Depósito à ordem no Barclays………………………………….……………..……………………..15.750,00

Um armário metálico……………………………………………….………………..……………… 7.250,00

600 sacos de arroz “MAMA AFRICA” @ 750,00…………………………………………...……………….?

Aceite 190 a 30 dias de José Pires………………………………………………………..…………..850,00

Uma viatura para actividades transporte …………………………………….…………………..125.000,00

500 kgs de peixe seco salgado @ 150,00…………………………………………………………………….?

Crédito de Mendes Augusto por fornecimento de 200 sacos de arroz………………………175.050,00

Deposito à prazo no BIM ……………………………………..……………………………………24.250,00

Saque nº 705 a 45 dias de Abreu Tomás………………………………………………………….1.225,00

Um edifício onde funcionam actividades administrativas da empresa……………………….975.000,00

Debito do empregado do balcão ………………………………………………………………..….…375,00

Factura nº 234 a 90 dias sobre AMK,Lda ref. a venda de mercadorias……………………….85.000,00

Cheques em cofre da empresa…………………………………………..…………....……..……25.000,00

Secretárias e cadeiras…………………………………………………………………………….………3.225,00

100 caixas de massas esparguetes “polana” @ 75,00…………………………………………………….?

Empréstimo concedido pelo BCI para investimentos……………………………..……….….450.000,00

Pretende – se:

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Elaboração do inventário geral analítico classificado em dispositivo vertical.

Elaboração do balanço da empresa em dispositivo horizontal.

Inventário da Firma comercial Ferreira & Gomes, Lda, em 02/12/2011-Mocuba

1

1.1

ACTIVO

Meios Financeiros

Caixa

Balanço da Firma Comercial Ferreira & Gomes, Lda, em 02/12/2011 – Mocuba.

ACTIVO Exercícios Capital, F. Próprios e

Passivo

Exercícios

2011 201

0 AB A

P

AL 201

1

201

0

Lição nº:

Tema: O Lançamento

Chama-se lançamento ao registo das operações contabilísticas, no Diário e no Razão, atendendo ao

princípio da digrafia: “em cada lançamento, a soma dos débitos é igual à soma dos créditos”.

Partidas Dobradas ou Digrafia

Já vimos anteriormente que, A – P = SL, A = P + SL, A – (P + SL)

Estando todos os factos patrimoniais classificados em contas, é evidente que um facto patrimonial não

pode implicar apenas a variação de uma conta, pois, transformaria aquelas igualdades em desigualdade.

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Confirmemos essa impossibilidade de variar apenas uma conta. Para tal, vamos admitir que em

determinado momento, temos a seguinte situação:

A = 1.000,00 A – P = SL; A – (P + SL) = 0

P = 300,00 1.000,00 – 300,00 = 700,00; 1.000,00 – (300,00 + 700,00) =0

SL = 700,00

Se posteriormente, qualquer facto patrimonial implicar uma diminuição de 100,00 numa conta do Activo,

teremos a seguinte situação:

A = 1.000,00 – 100,00 = 900,00 A – (P + SL) = 0

P = 300,00 900,00 – (300,00 + 700,00) < 0

Sl = 700,00 900,00 – 1.000,00 < 0

Assim, para que se mantenha a igualdade, algo há-de ter acontecido, verificando-se necessariamente

uma das seguintes hipóteses:

a) Houve um aumento de 100,00 na conta do Activo:

A = +100,00

A = 1.000,00 – 100,00 + 100,00 = 1.000,00

b) Houve uma diminuição de 100,00 numa conta do Passivo.

P = -100,00

A = 1.000,00 – 100,00 = 900,00

P = 300,00 – 100,00 = 200,00

SL = 900,00 – 200,00 = 700,00

A – (P + SL) = 0

900,00 – (200,00 + 700,00) = 0

900,00 – 900,00 = 0

Considerando isoladamente a variação, observamos que:

Há diminuição de 100,00 numa conta do Activo que provocou uma diminuição

na igualdade, transformando numa desigualdade do tipo menor que zero (<0),

ou seja:

A – (P + SL) = 0

900,00 – (300,00 + 700,00) <0

900,00 – 1.000,00 < 0

Para qualquer das três hipóteses, consideradas, provocam uma variação na

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Prof. Gonçalves Mário Página 34

igualdade inicial, transformando – a numa desigualdade do tipo maior que

zero (>0)

A – (P + SL) = 0

1.100,00 – (300,00 + 700,00) >0

1.100,00 – 1.000,00 > 0

1.000,00 – (200,00 + 700,00) >0

1.000,00 – 900,00 > 0

Quer dizer que, aquele facto patrimonial implicou variações em duas contas,

variações de igual valor, mas de efeito contrário. Que se compensam para

manter a igualdade fundamental.

Conclusão.

a) Podemos afirmar que, todo o facto patrimonial, implica variações em

duas contas, variações de igual valor, mas de efeito contrário.

b) Hoje em dia, as contabilidades comerciais são executadas com

partidas dobradas. Permitem não somente elucidar aos gestores da empresa

sobre a formação dos lucros, como também, realizar facilmente as operações

de controlo aritmético.