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APOIANDO A CONSTRUÇÃO DA NOVA ECONOMIA # 03 I Junho 2011 Newsletter Engineering CONHEÇA OS LÍDERES DA HAYS ENGINEERING Juliano Ballarotti, Raphael Falcão, Rodrigo Soares e Cesar Rego O BOOM DA ENGENHARIA Demanda de engenheiros é a maior já vista no Brasil UM PAÍS EM OBRAS Grandes projetos e construção civil correm risco de apagão de talentos TERRA DAS OPORTUNIDADES Estrangeiros e expatriados voltam suas atenções para o País O FUTURO DO MERCADO Química, meio ambiente, segurança e energias renováveis em alta BRASIL

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APOIANDO A CONSTRUÇÃO DA NOVA ECONOMIA

# 03 I Junho 2011

Newsletter Engineering

CONHEÇA OS LÍDERES DA HAYS ENGINEERINGJuliano Ballarotti, Raphael Falcão, Rodrigo Soares e Cesar Rego

O BOOM DA ENGENHARIADemanda de engenheiros é a maior já vista no Brasil

UM PAÍS EM OBRASGrandes projetos e construção civil correm risco de apagão de talentos

TERRA DAS OPORTUNIDADESEstrangeiros e expatriados voltam suas atenções para o País

O FUTURO DO MERCADOQuímica, meio ambiente, segurança e energias renováveis em alta

BRASIL

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ENGENHARIA VIVE SEU BOOM

O Brasil vive uns dos momentos mais promissores de sua história. Segundo levantamento do IBGE divulgado em março deste ano, em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu 7,5%, índice registrado apenas em 1986 e que fica atrás somente do ocorrido em 1973, quando o crescimento chegou a 14%. Com isso o País alcançou a posição de sétima maior economia do mundo no ranking do Banco Mundial. E as perspectivas são de que esse ritmo se mantenha nos próximos anos, reforçado pela realização dos dois maiores eventos esportivos mundiais, Copa do Mundo em 2014 e Jogos Olímpicos em 2016.

O superaquecimento econômico gera uma reação em cadeia. Para atender ao forte crescimento, o País precisa expandir sua capacidade produtiva, o que por sua vez requer incrementos em todos os setores, da indústria pesada à área de serviços. A engenharia, com toda sua amplitude de atuação, é uma das áreas que mais se beneficiou desse cenário, peça essencial na dinâmica industrial.

A Federação Nacional de Engenheiros calcula que, se a atividade econômica mantiver o ritmo atual, o número de especialistas formados no Brasil não será suficiente para atender a demanda por engenheiros dos próximos quatro anos. Só em 2012, de acordo com o órgão, serão necessários 80 mil engenheiros. No entanto, segundo o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), o País forma hoje entre 30 e 40 mil profissionais por ano.

A comparação com outros países é inevitável: a China forma em torno de 400 mil engenheiros por ano, a Índia, em torno de 280 mil, e a Coreia do Sul, 80 mil. Estados Unidos e Japão têm 26 profissionais de engenharia para cada mil habitantes. No Brasil, essa proporção cai para apenas seis por mil habitantes.

Essa lacuna é resultado de anos sem grandes investimentos no Brasil, o que levou muitos engenheiros a migrar para outras áreas de atuação, como logística, marketing ou o mercado financeiro. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2008, de cada 3,5 engenheiros formados, apenas um trabalhava na área.

Com a demanda em alta e a oferta insuficiente, o impacto sobre a remuneração foi direto. Hoje, no Brasil, as posições gerenciais e tecnológicas de alta especialização estão acima da cotação mundial do setor. Outra consequência é o crescimento da presença de engenheiros estrangeiros. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, o País recebeu em 2010, cerca de 4,8 mil engenheiros estrangeiros, um aumento de 39% em relação ao ano anterior.

Para os que atuam na área, o futuro é promissor, especialmente para os especialistas em petróleo e gás, engenharia naval, pesqui-sa e desenvolvimento e nanotecnologia. O grande canteiro de obras que virou o Brasil acabará tornando-se um imenso parque industrial, mantendo intensa a atividade e a demanda para engenharia.

Juliano BallarottiGerente de Construction, Property, Engineering, Logistics & Procurement da HAYS São [email protected]

Cesar RegoGerente do escritório HAYS [email protected]

Rodrigo SoaresGerente do escritório HAYS [email protected]

Raphael FalcãoGerente de Logistics, Procurement, Engineering e Manufacturing da HAYS Rio de Janeiro [email protected]

A EQUIPE

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A HORA DOS GRANDES PROJETOS

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ENGENHARIA CIVIL DISPARA E CORRE RISCO DE APAGÃO

Décadas atrás, o curso de engenharia civil era uma das opções mais procuradas pelos estudantes – profissão tão desejada como as de médico ou advogado, por exemplo. Passada a época conhecida como “Milagre Econômico”, nos anos 70, quando cessaram os investimentos em grandes obras de infraestrutura no Brasil, os baixos salários e a escassez de oportunidades de carreira tornaram a profissão menos atrativa para os jovens brasileiros.

Hoje, o País vive um boom de investimentos e a construção civil é um dos setores que mais rapidamente cresce, o que chama a atenção para um fato alarmante: pode não haver engenheiros suficientes para atender a demanda acelerada de obras em andamento. De acordo com o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), pouco mais de 11 mil engenheiros se formam anualmente na área, número considerado inadequado para atender à demanda.

O gerente do escritório HAYS Curitiba, Cesar Rego, lembra que, na década de 90, menos de 10% dos engenheiros civis atuavam na área. Isso se reflete, segundo ele, na falta de profissionais experientes no mercado. “Faltam hoje profissionais com vivência para atender às grandes obras planejadas para os próximos anos”, relata.

Em função da grande procura por profissionais, os salários chegaram a dobrar de valor nos últimos anos e é grande a rotatividade nas empresas. “Em muitos casos, o jovem não completa seu ciclo de desenvolvimento nas empresas, e isso as torna reféns dos profissionais disponíveis”, destaca o gerente de Construction, Property, Engineering, Logistics & Procurement da HAYS São Paulo, Juliano Ballarotti.

Para suprir à alta demanda, o mercado de trabalho vem recorrendo aos profissionais aposentados que estavam afastados, mas que contam com a experiência na área. “Leva tempo para se formar um engenheiro - de sete a dez anos para que ele se forme e realize um estágio - e o mercado não pode esperar”, completa o especialista.

A prática de buscar mão de obra qualificada em outros países ainda é pouco comum, devido às barreiras de idioma e às diferenças culturais envolvidas em um ambiente de construção, mas a participação de estrangeiros deve aumentar nos próximos anos. “Na região Sul, por exemplo, uma grande empresa de construção civil recrutou recentemente quatro engenheiros argentinos. Nesse caso o clima, a cultura e a língua ajudam na adaptação”, conta Rego.

Em 2007 o Governo Federal anunciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com a missão de investir mais de R$ 500 bilhões em obras de infraestrutura, priorizando áreas como saneamento, habitação, transporte, energia e recursos hídricos. O que se observa desde então é que, a medida que os canteiros de obra pipocam pelo Brasil, cresce a corrida por profissionais de engenharia, de todas as especialidades.

Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) indica que a procura por engenheiros no mercado formal pode crescer quase 7% ao ano ao longo desta década. Porém, conforme o levantamento, a formação desses profissionais no Brasil não acompanhará o ritmo dos projetos. “Um engenheiro habilitado para gestão e execução de grandes obras tem peso de ouro hoje no mercado”, testemunha o gerente do escritório HAYS Campinas, Rodrigo Soares.

Após o longo período em que nenhum grande projeto foi executa-do no País, estão em construção hoje três grandes usinas hidre-létricas - Belo Monte, Jirau e Santo Antônio - e planeja-se a expan-são de todos os principais portos e aeroportos, além da ampliação de estradas, ferrovias e hidrovias. Soma-se à lista iniciativas de melhorias em habitação, saneamento e transporte público, bem como investidas em alto mar, com o projeto do pré-sal.

De acordo com o gerente de Logistic, Procurement, Engineering e Manufacturing da HAYS Rio de Janeiro, Raphael Falcão, as empresas envolvidas na construção das megausinas estão recorrendo aos profissionais que já estavam fora do mercado, ou em processo de aposentadoria. “Esse tipo de empreendimento requer profissionais com experiência. E a última construção desse porte foi Itaipu, há mais de 30 anos”, explica.

Algumas das grandes obras previstas para um futuro próximo estariam ligadas, ainda, à realização da Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos no Brasil, como a ampliação de metrôs e construção de estádios. Porém, segundo Falcão, não existe ainda um forte movimento do mercado para atender essas iniciativas. “Com o prazo se encurtando, a demanda que os eventos esportivos geram deve ocorrer de uma só vez, com caráter de urgência, portanto o mercado de engenharia precisa estar preparado”, antecipa.

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QUÍMICA OFERECE VERSATILIDADE E DIVERSOS CAMPOS DE ATUAÇÃO

Uma das especialidades da engenharia que vem se beneficiando com o aquecimento da economia é a química, modalidade com amplo portfólio de atuação: vai da indústria petrolífera à alimentícia. “O aumento do espectro de atuação para engenheiros químicos é reflexo do crescimento da atividade industrial no País, como apoio à produção ou manutenção do negócio, já que essa especialidade está envolvida em quase todas as etapas do processo”, explica o gerente de Logistic, Procurement, Engineering e Manufacturing da HAYS Rio de Janeiro, Raphael Falcão.

Segundo Falcão, a maior empregabilidade hoje está na indústria pesada, motivada pelo ritmo acelerado de expansão do setor, com diversas unidades fabris sendo ampliadas, e pela entrada de investimento estrangeiro. Nesse cenário, os perfis de engenheiro comprador e engenheiro de processos, segundo o especialista, estão em alta no mercado nacional.

O gerente de Construction, Property, Engineering, Logistics & Procurement da HAYS São Paulo, Juliano Ballarotti, sinaliza a área de desenvolvimento de produto como um campo de atuação com oportunidades promissoras, já que o ritmo acelerado da economia nacional demanda o desenvolvimento de novos materiais, para atender diversas indústrias, como construção civil, bens de consumo e o setor de óleo e gás.

Todo esse impulso refletiu em um aumento considerável da remuneração, principalmente nos últimos cinco anos, de acordo com Ballarotti. Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que, apenas entre os anos de 2004 e 2009, os mais de 11 mil engenheiros químicos atuantes na área apresentaram uma média de 4% de crescimento do salário real – acima da inflação registrada no período.

O MERCADO PARA AS MULHERES

O número de mulheres nos cursos de engenharia no Brasil tem aumentado gradativamente ano a ano, mas ainda se mantém limitado. A química, no entanto, é uma das áreas mais equilibradas entre os sexos. “Dentre as engenharias, normalmente, é a que mais atrai mulheres. E na hora de contratar, importantes empresas do ramo chegam até a dar preferência a elas”, afirma Ballarotti.

De acordo com Falcão, o desenvolvimento acelerado do setor faz com que as empresas busquem profissionais qualificados, independente do gênero. “A demanda grande por profissionais diminui qualquer preconceito na hora de contratar. O importante é encontrar um profissional competente”, conclui.

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MERCADO AQUECIDO ATRAI ESTRANGEIROS E EXPATRIADOS

O antigo ‘sonho americano’ vem perdendo força para uma nova terra de oportunidades. O Brasil tornou-se um mercado promissor para engenheiros – sejam estrangeiros em busca de melhores opções de trabalho ou brasileiros que estavam expatriados e desejam retornar às origens.

Especialistas da HAYS Brasil apontam: desde a deflagração da crise econômica, cujo ápice foi em 2009, o número de currículos recebidos de engenheiros estrangeiros interessados em trabalhar no País aumentou em torno de 50%, principalmente entre portugueses e espanhóis. “A calmaria do mercado europeu e americano fez com que os profissionais passassem a enxergar as oportunidades do Brasil. Ainda assim, esse interesse é por um período pré-determinado, enquanto seus países retomam a estabilidade econômica”, afirma o gerente do escritório HAYS Curitiba, Cesar Rego.

No entanto, as diferenças culturais, o processo de visto e – em muitos casos, o idioma - ainda são obstáculos difíceis de serem ultrapassados para quem deseja ingressar no País. “As empresas locais ainda preferem o engenheiro brasileiro. Mas em um momento de escassez de mão de obra, multinacionais sempre trabalham

com essa alternativa e a tendência é que a presença internacional aumente”, conclui Rego.

De volta à terra natal

Com a crise econômica, as próprias empresas redirecionaram o fluxo de talentos para os países em desenvolvimento, o que tem gerado consequências positivas. “Muitas multinacionais estão enviando de volta seus expatriados nativos para diminuir gastos ou realocando profissionais – como no caso dos norte-americanos - para evitar a demissão. Em consequência disso, estão em andamento projetos de grandes centros tecnológicos em mercados emergentes, como é o caso do Brasil, o que tem resultado na transferência de tecnologia”, aponta o gerente do escritório HAYS Campinas, Rodrigo Soares.

O engenheiro brasileiro também vem reconhecendo o bom momento e reavaliando propostas para deixar o País ou até mesmo antecipando sua volta à terra natal. Segundo Rego, a vivência noexterior não perdeu importância, mas tem sido cada vez mais foca-da no desenvolvimento acadêmico ou em uma experiência por tempo limitado. “Muitos engenheiros brasileiros que atuavam no exterior, principalmente em Angola, Moçambique, Iraque e Irã, têm manifestado o desejo de voltar ao Brasil nos últimos dois anos”, aponta.

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UM PAÍS EM OBRASA engenharia brasileira revive o momento dos grandes investimentos em diversos setores, com projetos que vão desde grandes obras de infraestrutura até o desenvolvimento de produtos na área de nanotecnologia.

Alguns perfis, como engenheiros de Projetos e engenheiros de Saúde, Segurança e Meio Ambiente estão em alta em todas as regiões do Brasil e devem continuar em ritmo aquecido no médio e longo prazo.

No Centro-Oeste, especificamente, onde há grande foco no desenvolvimento da produção agrícola, existe carência singular para a formação de engenheiros de agronegócios, principalmente em Goiás e no Distrito Federal.

A HAYS Recruiting experts worldwide aponta quais os outros cargos em alta em cada uma das cinco regiões do País.

REGIÃO NORTE•Gerente/Coordenador/Engenheiro de projetos•Gerente/Coordenador/Engenheiro de SSMA

(Saúde, Segurança e Meio Ambiente)•Gerente industrial•Coordenador/Analista da qualidade•Gerente/Coordenador/Engenheiro de manutenção

REGIÃO CENTRO-OESTE•Gerente/Coordenador/Engenheiro de projetos•Gerente/Coordenador/Engenheiro de SSMA

(Saúde, Segurança e Meio Ambiente)•Gerente/Coordenador/Engenheiro de agronegócios

REGIÃO NORDESTE•Gerente/Coordenador/Engenheiro de projetos•Gerente/Coordenador/Engenheiro de SSMA

(Saúde, Segurança e Meio Ambiente)•Gerente industrial•Coordenador/Analista da qualidade•Gerente/Coordenador/Engenheiro químico

REGIÃO SUL•Gerente de projetos •Especialistas em pesquisa e desenvolvimento/

Engenheiro de desenvolvimento de produto•Gerentes/Supervisores de produção •Gerentes/Coordenadores de contratos de obras

Fonte: HAYS Recruiting experts worldwide

REGIÃO SUDESTE•Gerente/Coordenador/Engenheiro de projetos•Gerente/Coordenador/Engenheiro de SSMA

(Saúde, Segurança e Meio Ambiente)•Gerente industrial•Coordenador/Analista da qualidade•Engenheiro de aplicação•Engenheiro de assistência técnica

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FUTURO DO MERCADO PREVÊ INVESTIMENTO EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Foto: Divulgação

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ENTREVISTA: LUIZ GALDINO NETODiretor de desenvolvimento e responsável técnico da EDP Renováveis Brasil S/A.

Qual o panorama da geração de energias alternativas no Brasil?Eu me formei em engenharia civil nos anos 80. Naquela época, esse era um tema distante. Atualmente, uma obra de engenha-ria não é completa se não comporta um projeto voltado para energias renováveis. Com as obras do PAC, somadas a um mo-mento econômico superaquecido, é preciso ampliar a geração para atender essa demanda.

O Brasil está em nível de igualdade com outros países nessa área?Infelizmente, ainda não. Enquanto na China se produz cerca de 40 mil MW instalados o Brasil atinge apenas o valor de 1000 MW. Mas estamos avançando. No setor de energia eólica, a ex-pectativa é a adição de cerca de 2 mil MW de energia instalada por ano.

Faltam profissionais especializados nessa área?Sem dúvida. A demanda hoje é muito maior do que a oferta. Como o segmento ainda é bastante recente, é limitado o número de profissionais sêniores disponíveis, que agreguem ao mesmo tempo conhecimentos técnicos, experiência em gestão e habilidade em ferramentas tecnológicas da área. É um perfil bastante especializado.

Quando o mercado testemunhará um equilíbrio entre a oferta e a demanda?Acredito que em três anos. O Brasil está pelo menos uns dez anos atrasado em relação a tecnologias para geração de ener-gias renováveis. Porém, a formação de uma massa de mão de obra em nível técnico já seria um avanço.

Como ingressou na área?Estou na área desde 2004. Me interessei pelo assunto e come-cei pesquisando, lendo e analisando o que iria mudar na en-genharia. Com isso, acabei participando de um grande projeto na companhia em que eu atuava na época e um tempo depois participei de um processo seletivo para trabalhar na área. Acredito que o mais interessante desta engenharia é o conceito da construção com responsabilidade, sem destruição.

Com o ritmo de investimentos e obras em andamento no País, as diversas engenharias devem continuar em alta pelo menos até o final dessa década, estimam os especialistas do setor. No futuro, a inovação, de um modo geral, dará o tom dos próximos passos do mercado brasileiro.

“As empresas estão apostando fortemente em pesquisa e desenvolvimento para ampliar seus negócios. Porém, no mercado brasileiro, o profissional especializado na área ainda é raro”, relata o gerente do escritório HAYS Campinas, Rodrigo Soares. Segundo ele, muitos engenheiros que optam por seguir a carreira acadêmica têm dificuldade em se adaptar a um ambiente corporativo após tantos anos dedicados à pesquisa.

Soares aponta que entre os setores que estarão em alta no médio e longo prazo estão as atividades de offshore, que incluem serviços de perfuração e testes de poço, construção naval e pesquisa exploratória. Também entra na lista do gerente o aumento na procura por engenheiros para projetos industriais e áreas de produção, manutenção, qualidade, processos, construção, saúde, segurança, meio ambiente e agronegócio.

O setor de nanotecnologia aponta um movimento crescente, porém ainda engatinha no Brasil, segundo o gerente do escritório HAYS Curitiba, Cesar Rego. “O País não oferece o nível de formação adequado para esse setor. As poucas empresas que investiram nessa formação, o fizeram no formato de expatriação. Agora, muitas delas estão trazendo novamente esse profissional ao território nacional, para que ele possa repassar o conhecimento absorvido, ou trazendo especialistas estrangeiros”.

ENERGIAS RENOVÁVEIS SE DESTACAM

Aumentar a perfomance reduzindo o impacto ambiental hoje é o principal desafio para indústrias em todo o planeta. No Brasil em especial, o desenvolvimento de fontes alterna-tivas de energia tem sido um mercado atrativo. A Câmara dos Deputados estabeleceu que, até 2018, pelo menos 10% do consumo anual de energia no País seja proveniente de fontes alternativas, como solar, eólica ou biomassa. Algumas ações já estão em andamento nesse caminho - ainda este ano, começa a operar a primeira usina solar de operação comercial do Brasil, localizada em Pernambuco.

De acordo com o gerente de Logistic, Procurement, Engineering e Manufacturing da HAYS Rio de Janeiro, Raphael Falcão, o profissional de perfil técnico está bastante valorizado, mas há também ampla demanda por aqueles que saibam gerar negócios a partir de indicadores de meio ambiente e segurança. “É a comunhão da contrapartida sócio-ambiental e econômica, nada mais que o conceito bruto de sustentabilidade”, completa.