revista n3d, 2017 - edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios...

18
Janeiro, 2018 Revista N3D, 2017 - Edição 01 Jornada.Digital

Upload: others

Post on 21-Jul-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

1Jan

eiro

, 20

18

Revista N3D, 2017 - Edição 01Jornada.Digital

Page 2: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

3

4 Enfrentando a Transformação Digital

6 Entrevista Vinicius Lages

7 Entrevista Heloisa Menezes

8 O problema e o processo

10 1ª imersão Porto Digital

13 Como fazer?

14 1º e 2º Ciclos de prototipação

15 3º Ciclo de prototipação

16 2ª imersão

Revista N3D Gestão 2017 Janeiro, 2018

André Spínola, Bruno Barros, Henrique Pires, Marcelo Amorim, Rafael Moreira, Vinícius Bastos.

Diretor-Presidente

Diretora Técnica

Diretor de Administração e Finanças

Texto

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional

Equipe

Expediente

SumárioJornadaDigital

Pedro Valadares

Robson Braga de Andrade

Guilherme Afif Domingos

Heloisa Regina Guimaraes de Menezes

Vinicius Lages

2

18 4º Ciclo de prototipação

19 5º Ciclo de prototipação

20 3ª imersão

21 6º Ciclo de prototipação

23 7º Ciclo de prototipação

24 Compartilhando ensinamentos

26 Resultados

27 A jornada N3D em números

28 Próximos passos: a plataforma

Page 3: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

4 5

mundo passa por um mudan-ça radical e acelerada, na qual a tecnologia deixa de exercer um papel de suporte e passa a ser o coração das instituições. É a

chamada transformação digital. Além de promover saltos de qualidade

e escala, a tecnologia também derrubou barrei-ras de entrada. Nesse contexto, a concorrência cresce rapidamente e empresas com anos de tradição são desbancadas por novos entrantes, mais adaptados ao modelo de desenvolvimen-to ágil e com maior conexão com as dores dos clientes.

A transformação digital gera impactos profundos na sociedade. Tudo se tornou mais incerto, ambíguo, complexo e volátil. A quan-tidade de dados e informações é infinitamente maior do que antes e não para de aumentar.

Outro aspecto são as facilidades que a tecnologia nos proporcionou por meio da automação e da customização. Com uma gama cada vez mais ampla de fornecedores e dados, é possível atender quase qualquer nicho de mercado, o que dá força ao processo de hiper segmentação.

Nesse cenário, o consumidor se torna mais exigente e empoderado e passa a cobrar mais agilidade e eficiência das empresas. E tudo tem de se resolver no celular, pois não há tempo a perder.

Diante de tantas mudanças, o Sistema Sebrae está enfrentando desafios e concorrência que evoluem em alta velocidade, diante dos avanços exponenciais que vêm ocorrendo no contexto da transformação digital. Para fazer frente a esses desafios, o Sebrae está tomando medidas arrojadas para se reposicionar e se manter competitivo nessa nova conjuntura.

Para isso, criou o 1º Núcleo de Novos Negócios Digitais, uma estrutura enxuta e multidisciplinar, formada por 7 colaboradores. O grupo funciona como uma startup interna e tem como objetivo desenvolver soluções escaláveis e exponenciais, por meio de um modelo pautado pela prototipação e a interação contínua e constante com os clientes. Nesta revista, contaremos a jornada do N3D e apresentaremos os resultados já alcançados por essa inovação institucional.

OEnfrentando atransformaçãodigital

Page 4: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

6 7

Entrevista – Guilherme Afif Nesta entrevista, o

diretor presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, fala sobre a importância da transformação

digital e como ela pode contribuir para expandir e

melhorar os serviços ofe-recidos aos Microempreendedores Individuais. O presidente também ressalta a importância do Sebrae se tornar tão imprescindível, que os clientes não consigam trabalhar sem as soluções oferecidas pela empresa.

1. Qual a importância da transformação digital para o Sebrae? No fim do ano passado, recebemos no Nacional gestores da empresa Volvo, que fizeram uma pa-lestra muito interessante na qual foi abordado o tema da mudança dentro das corporações. “Quem não muda, dança” era a mensagem principal que os executivos nos trouxeram. O ingresso no mundo digital é uma mudança, que, se não for feita, a empresa dança! Ou seja, temos que estar sintonizados com o mundo digital senão não teremos capacidade de atender o imenso universo das micro e pequenas empresas – que é a razão da nossa existência.

2. Como o Sebrae pode aproveitar as ferramentas digitais para oferecer mais e melhores serviços para o MEI?Primeiro temos que definir o nosso foco de atu-ação. O Sebrae precisa trabalhar em cima de dois eixos básicos: acesso a mercado e acesso a crédito. Quando falo de acesso a mercado, é a capacitação desse universo de MPE, pois, para que se possa atingir o mercado que deseja, o empresário precisa ser alimentado de informações. E essas informações precisam estar digitalizadas (sobre o mapa da concorrência, por exemplo). E como vamos levar isso ao empresário? Espero que, em um clique no próprio celular, ele consiga ter esses dados. Por outro lado, também precisamos capacitá-lo para conseguir o crédito que tanto necessita, da melhor forma e condições. Toda essa operação deve ser feita no meio digital para dar mais assistência ao nosso cliente. Sem o sistema digital, o Sebrae não se tornará imprescindível para os pequenos negócios e a nossa meta é nos tornar imprescindível. 3. Como o senhor enxerga o Sebrae do Futuro - daqui a 5 anos?Vejo o Sebrae como uma entidade tão imprescin-dível para a sobrevivência do empresário que - se formos surpreendido com a retirada dos nossos recursos - o nosso cliente valorizará nosso serviço e fará questão da nossa assistência e consultoria.

Sebrae dofuturo

Page 5: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

8 9

Entrevista – Vinicius LagesNesta entrevista, o Diretor

de Administração e Finanças, Vinicius Lages, projeta o Sebrae do Futuro e explica o contexto no qual estão

inseridos os Núcleos de Novos Negócios Digitais.

Ele também desataca que todos os colaboradores do Sistema Sebrae têm papel fundamental no processo de transformação digital. O diretor também falou sobre estratégia de dados e o reposicionamento da gestão de pessoas nesse contexto de mudança cultural.

1. Como você enxerga o Sebrae daqui 10 anos?A maior e melhor rede de interessados em empre-endedorismo e pequenos negócios do país, capaz de resolver problemas de gestão dos pequenos negócios, mobilizando ativos nos distintos ecossistemas do qual fazemos parte (mercado, finanças, conhecimentos, educação). Sebrae que atende não apenas os milhões de pequenos ne-gócios existentes, mas que ajuda a concretizar o sonho de empreendedor de milhões de brasilei-ros. Uma instituição relevante e imprescindível para o desenvolvimento do país e para os empre-endedores e pequenos negócios.

2. Qual é o papel da cultura e da gestão de pessoas na transformação digital?Cultura é o pilar intangível daquilo que somos e fazemos. Representa, através do modo de pensar e agir, a essência do que somos e propomos como valor para as partes interessadas. São acordos de princípios, valores e mesmo normas, escritas ou não, que regem, disciplinam, norteiam a conduta

de nossos colaboradores e lideranças podendo até mesmo se estender às partes interessadas.Sendo o Sebrae uma organização centrada no desenvolvimento de seres humanos empreende-dores e de empresários de pequenos negócios, e tendo em seus colaboradores, seus conhecimen-tos, competências e engajamento como principal ativo, a gestão de pessoas é o processo estratégico capaz de facilitar o engajamento (motivação e habilitação para agir) de todos os colaboradores. Vinculando-se ao propósito da organização, o engajamento de clientes com nossos serviços, marca e valor depende dessa pulsação vital, dessa anima, do engajamento de nossos colaboradores na soluções dos problemas de nossos clientes. 3. Qual o papel dos dados e da plataforma Sebrae na estratégia de transformação digital?Uma organização que tem como propósito ser especialista em empreendedorismo e pequenos negócios e ser a maior e melhor comunidade de interessados em empreendedorismo e pequenos negócios do país tem que evoluir em sua estra-tégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional, a governança, segurança e arquitetura de dados mais adequada para esse propósito. A transformação digital, que lida com o mundo Bigdata, requer sim uma atualização de sua in-fraestrutura de TI, da arquitetura de dados e dos processos digitais, mas implica, sobretudo, ter a capacidade de apoiar-se nessas tecnologias para conhecer melhor os problemas de seus clientes, suas dores, transformá-las em indicadores capazes de, através do esforço humano e assistido, inclusi-ve com algoritmos e inteligência artificial e auto-mação, gerar soluções efetiva.

Entrevista – Heloisa MenezesNesta entrevista, a Diretora

Técnica, Heloisa Menezes, fala sobre o curso que fez na Singularity University e aponta alguns ensinamentos

que podem ser aplicados ao processo de transfor-

mação digital do Sebrae. Ela destaca ainda o papel do atendimento pre-sencial na transição para um modelo digital. Para a diretora, as agências de atendimento propor-cionam uma interação olho no olho e também trazem inteligência territorial sobre os pequenos negócios.

1. O que você viu de mais legal no curso na Singularity University que pode trazer para o Sebrae?Primeiro, uma perspectiva diferente sobre o futu-ro. A ideia de que o futuro já chegou e que, então, há um senso de urgência que precisamos ter para fazer a nossa transformação. Uma das mensagens mais fortes é que todo negócio que pode ser digi-talizado sofrerá disrupção. Então, antes que alguém o faça, faça você mesmo. E tem que fazer olhando outros segmentos, outras indústrias – olhando para o ecossistema, no qual você está, mesmo que, à primeira vista, você con-sidere que ele não tem nada a ver com seu negó-cio. Temos que olhar nesses outros mundos o que pode ser inspiração para a nossa mudança.

2. O que você considera indispensável para o processo de transformação digital?Nós precisamos fazer a mudança do nosso mindset, principalmente das lideranças. Precisa ser generalizada a mudança do mindset. A gente tem que ter clareza do futuro que a gente quer e agir rapidamente.Significa olhar para o futuro, estabelecer um ho-rizonte, estabelecer uma meta e reduzir muito os passos diários que precisamos para alcançar esse futuro. Aceleração é um fator muito importante para podermos alcançar o nosso futuro.

3. Como você enxerga a integração entre o atendimento digital e o presencial?É no presencial que você estabelece o contato olho no olho, que – em muitos casos – é indispensável. É uma forma de ter um relacionamento bem próximo do cliente. É claro que, no digital, você tem condições de, usando os algoritmos, perceber a necessidade do cliente. Porém, dependendo da necessidade e do perfil do cliente, o contato olho no olho é indispensável. E, falando de um presencial que não necessaria-mente é um cliente do balcão, tem a oportunidade de trabalhar o coletivo. O Sebrae tem a possibili-dade de criar estratégias de relacionamento e de gerar inteligência coletiva. Então, a gente pode gerar um inteligência coleti-va via algoritmo, mas pode usar essa inteligência nesses processos em que a gente problematiza ou olha o problema do cliente não em uma perspec-tiva individual, mas sim de uma perspectiva mais sistêmica.

Page 6: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

1110

O problema

e o processourante muitos e muitos anos, o

modelo de criação de novas so-luções das empresas era total-mente interno e autodirigido. O

feedback dos clientes só vinha ao final do processo, quando o produ-

to ou serviço já estava no mercado. A ideia do que os consumidores precisam nascia

de preconcepções dos funcionários e dirigentes das empresas. Esse formato se mostrou eficiente em um cenário em que as mudanças mercadológicas e tecnológicas eram mais lentas. Contudo, a trans-formação digital enterrou esse modo de produzir e se relacionar com o mercado.

A nova conjuntura nos obriga a interagir com o cliente desde o início do processo. Dessa forma, podemos ir ajustando as ideias e pivotando o mo-delo de acordo com o feedback dos usuários. Isso evita que dinheiro seja desperdiçado com produtos e serviços que não resolvem de fato problemas do dia a dia do consumidor. Como bem destaca Steve Blank, um dos maiores empreendedores do Vale do Silício, “os fatos estão fora do escritório, dentro dele só existem opiniões”.

Nesse ponto, chegamos a outra importante premissa – devemos nos apaixonar pelo problema e não pela solução. O problema sempre vai exis-tir, porém as soluções podem ir mudando com o passar do tempo. Por exemplo, há alguns anos, uma pessoa que chegasse a uma cidade desconhe-cida iria pegar um táxi para se locomover. Hoje, há diversos aplicativos que oferecem soluções mais simples e baratas para esse problema.

É nessa direção que o N3D funciona. O primei-ro passo da jornada foi identificar problemas que afligem os pequenos negócios. Para isso, além de entrevistas com empresários, também nos valemos de todo conhecimento e dados que o Sebrae acu-mulou em mais de 40 anos de relacionamento com milhões de empreendedores.

Chegamos, então, a um total de 120 problemas e dores dos donos de pequenos negócios. O primei-ro desafio agora era reduzir essa lista e encontrar os pontos mais prioritários, dos quais sairiam o primeiro problema a ser atacado pelo núcleo.

D

Page 7: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

12 13

ara executar essa primeira tarefa, fomos buscar apoio em

um dos principais ecossistemas de startup do Brasil – o Porto

Digital. Lá, passamos por uma série de oficinas e mentorias, que nos ajudaram em diferentes frentes, como métodos ágeis, técnicas de ideação, futurismo, team building e, claro, a priorização dos principais problemas. Também tivemos a oportunidade

de conversar com duas empresas de tecnologia que também adotaram

o modelo de startups internas – a Neurotech e a Tempest.

Essas visitas nos ajudaram a entender melhor qual a função desses núcleos. Eles são criados com diferentes objeti-vos, como experimentação, inovação, diversificação da carteira de produtos e serviços entre outros.

Além disso, a interação com negó-cios de alta performance contribuiu para nos fazer compreender melhor o mindset necessário para operar nesse no cenário tão dinâmico.

P

1ª imersão -Porto Digital

Page 8: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

14 15

A+

A+

Nossa paixãoBaseado nas conversas que tivemos com mais

de 30 empresários e atores do ecossistema e no que aprendemos na 1ª imersão, conseguimos de-finir uma lista de 16 problemas. Ela foi construída com base em três critérios: frequência, impacto e potencial de inovação.

Nós montamos um caderno, no qual analisa-mos cada problema detalhadamente, buscando associá-los aos dados que vimos em diferente pesquisas do Sebrae e de parceiros e também ao que ouvimos dos empreendedores com os quais interagimos.

Esse conjunto foi apresentado para diretoria que, então, escolheu o problema que deveria ser trabalhado pelo N3D e que se tornaria, automa-ticamente, nossa grande paixão: “como podemos fazer com que o empresário acompanhe sua evolução e possa se comparar com o mercado?”.

Esse problema reflete a dificuldade que vários empreendedores têm de tomar decisões baseadas em dados e também de entender quem são seus verdadeiros concorrentes. Por exemplo, quando visitamos uma empresária que vendia quitutes mineiros, ela nos falou que não tinha concorren-tes, já que ninguém por ali se focava na comida de Minas Gerais. Ela não percebia que a padaria e os restaurantes ao redor eram seus adversários diretos na luta pelo cliente.

Nos deparamos também com vários casos de empresários que não sabiam dizer se estavam melhorando ou piorando em relação aos meses e anos anteriores. A gestão era feita totalmente no feeling, ou simplesmente não era feita.

Comofazer?

Para fazer frente ao desafio de buscar a melhor solução para o problema escolhido, adotamos diferentes técnicas, em especial, design thinking, lean ux e agile, com foco especial no design centrado no humano (HCD). O objetivo é criar empatia com as pessoas para quais estamos de-senvolvendo produtos e serviços. O HCD também ajuda no processo de geração e hierarquização de ideias e na criação de protótipos para testar a proposta com os usuários.

O processo está dividido em três fases. A primeira é a de inspiração, que é quando nos inserimos no ambiente do cliente para entender melhor sua rotina e suas necessidades. A segundo é a fase de ideação, que é o momento em que sis-tematizamos o que aprendemos na etapa anterior e damos início ao processo de prototipação. Por fim, há a fase implementação, que é a hora em que o produto ou serviço entra no mercado.

O objetivo final é chegar ao chamado produto mínimo viável, que é a forma mais enxuta da solução que pode de fato ser disponibilizada para os clientes.

Vale ressaltar, no entanto, que todo produto ou serviço em um contexto de lean startup, sempre estará no modo always beta, ou seja, nunca estará pronto e permanecerá em um processo de cons-tante melhoria, tendo como base os feedbacks dos clientes.

Na jornada do N3D, passamos por seis ciclos de prototipação, que resultaram em diferentes formas de validação da ideia com os clientes. Em cada um, houve coisas que avançaram e outras que foram descartadas, sempre com a meta de se tornar indispensável para os pequenos negó-cios. Nas próximas páginas, vamos tratar mais detalhadamente de cada um dos ciclos.

?

??

Page 9: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

16 17

Baseado no que tínhamos mapeado da rotina dos empresários, tendo como referência o nosso problema de trabalho, iniciamos o primeiro pro-cesso de ideação, que deu origem a um pretótipo. Trata-se de um protótipo de baixíssima fidelidade, que funciona basicamente para validar as ideias iniciais que serão trabalhadas.

Nesse primeiro esforço, dividimos a equipe em dois grupos, que trabalharam com ideias e proces-sos de pretotipação distintos. Um dos grupos foi numa ideia de uma solução focada em inteligência de dados e lançou mão de um folder para validar com os clientes.

O outro grupo foi na direção de uma solução voltada para facilitar o registro de informações de gestão negócio, baseado em um mecanismo

de reconhecimento de voz. Para a validação, foi uti-lizada a técnica de storytelling com empatia cruza-da, na qual se contava a história de uma empresária e pedia-se para que outros empresários opinassem sobre a atitude da personagem.

A interação com os clientes confirmou alguns pontos das ideações, mas também nos fez desistir de partes da ideia, inclusive algumas com as quais tínhamos nos identificados bastante. Foi uma lição importante de que, por mais que achemos que o insight que tivemos foi sensacional, para o usuário final, ele pode não ter muito valor.

Ao final, avaliamos os resultados para redesenhar os prétotipos com base nos pontos positivos das duas ideações. Assim, começamos uma nova fase.

1º e 2º Ciclos de prototipação 3º Ciclo de prototipaçãoNa terceira etapa de prototipação, continuamos

trabalhando com dois grupos e buscando aprofun-dar e aprimorar as estratégias de validação dos pre-tótipos redesenhados.

O primeiro grupo fez ajustes no folder para dei-xar mais clara a proposta que estava sendo ofere-cida e também usou a técnica de card sorting. Ela consiste em dividir as funcionalidades da ferra-menta em cartões e pedir que o usuário ordene de acordo com a utilidade para a empresa dele.

No segundo grupo, buscou-se fazer um teste prático de como funcionaria o controle de voz.

Para isso, foi combinado com uma empresária que ela usaria o Whatsapp para falar das vendas e os integrantes do grupo fariam os registros.

Como parte final desse segundo ciclo, houve uma unificação das duas ideias. Da primeira, saiu a ideia de combinar dados para oferecer inteligên-cia de mercado ao empreendedor e facilitar a com-paração com os concorrentes. Da segunda, sobres-saiu-se o objetivo de reduzir ao máximo a fricção na hora do empresário registrar as informações do negócio.

Page 10: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

19

o final do terceiro ciclo, partimos para um segundo período de imersão em um dos ecossistemas

de startups mais dinâmicos do país – Florianópolis.Lá, pela primeira vez, tivemos a oportunidade de apresentar o pretótipo mais estruturado e trocar ideias com mentores de empresas de tecnologia que estão crescendo de forma acelerada.

Os mentores indicaram vários ajustes na nossa trajetória e também nos abasteceram com diversas técnicas e metodologias, que nos ajudaram a entender melhor o nosso desafio e a promover ajustes no trabalho.

Vale destacar dois principais pontos que se sobressaíram durante a mentorias e que

influenciaram fortemente o 4º ciclo de pro-totipação. O primeiro foi a questão do valor imediato. Se o empresário não enxergar algo que já lhe ofereça valor desde o início, ele não irá aderir à solução que estamos desenvolvendo.

O segundo ponto foi a questão da isca. Como nosso problema está relacionado a uma mudança de hábito – o empresário não tem o costume de gerenciar seu negócio formalmente – seria necessário acrescentar algo que o atraísse para a solução que es-tamos desenvolvendo para que, então, ele pudesse começar a se familiarizar com um novo modelo de gestão de sua empresa.

A2ª imersão

Page 11: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

20 21

Na quarta etapa, incorporamos as questões do valor imediato e da teoria da isca. Para isso, con-versamos com outros empresários e especialistas do ecossistema para analisar qual seria a melhor maneira de atrair os clientes para a ferramenta.

Para buscar mais insumos para a ideia, decidi-mos fazer imersões em alguns pequenos negócios. Passamos um dia inteiro em quatro empresas: um brechó, uma loja de roupas e dois restaurantes. O objetivo era observar a rotina das empresas e como era feita a gestão e que tipo de sistemas e meios de pagamento eram utilizados pelos em-preendedores.

Com as informações do cotidiano das empresas em mãos, realizamos uma dinâmica de jornada do usuário para entender melhor as necessidades e problemas dos empresários. Desse exercício, surgiu a ideia da isca: maquininha de cartão de crédito.

Para fortalecer essa possibilidade, analisamos pesquisas sobre o uso desse tipo de meio de paga-mento e conversamos com especialistas. Verifica-mos que seria um caminho interessante a seguir e passamos para um próximo ciclo de prototipação.

4º Ciclo de prototipação

Identificamos que as maquininhas teriam um duplo papel. Primeiro, serviriam de isca para atrair os empresários para a ferramenta. A ideia era negociar com empresas que oferecem esse aparelho para conseguir condições diferenciadas para os usuários da solução. Segundo, elas permi-tiriam o acesso aos dados dinâmicos da empresa. Isso contribuiria para entender melhor o dia a dia dos empresários, combinando com outros dados estáticos que o Sebrae já possui.

Além da maquininha, também começamos a pensar em outras entradas de dados (bancos, sis-temas gestão, entre outros), que poderiam facilitar e reduzir a fricção do registro das informações do negócio

A ideia do 5º ciclo então era testar duas hipó-teses: a) os empresários se interessam por uma ferramenta de inteligência; b) os empresários têm interesse na maquinha. Para isso, construímos duas landing pages - páginas desenvolvidas com menos elementos e links do que uma página tradi-cional, para evitar distrações e manter o seu obje-tivo: a conversão.

Para primeira hipótese, criamos a página minhaempresa.info e, para a segunda, maquininha.com. Aplicamos também técnicas de marketing digital e marketing de conteúdo. Usamos e-mail marketing e publicidade tanto via adwords como facebookads. A ideia era medir o interesse dos usuários por meio da quantidade de cadastros realizados.

Também utilizamos ferramentas de monito-ramento como Google Analytics, para medir os acessos e interações com os sites, e o HotJar, para entender como os usuários navegavam pela pági-na. Com base nesses dados, conseguimos otimizar as landing pages, para deixar a estratégia mais clara e potencializar os cadastros. Ao todo, con-seguimos 577 cadastros em pouco mais de duas semanas, sendo 427 no minhamaquinha.com e 150 no minhaempresa.info.

Em paralelo, também iniciamos contatos com atores do mercado para apresentar a ideia. As pri-meiras conversas foram bem animadoras e a gran-de parte dos potenciais parceiros se mostraram interessados em participar do piloto da solução.

5º Ciclo de prototipação

Page 12: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

22 23

3ª imersão

o final do 5º ciclo, partimos para nossa terceira imersão em ecossistemas de startups.

O destino escolhido foi Curitiba, entre os dias 4 e 6 de outubro. Foram, ao todo, três dias. No primeiro, trocamos ideias com a equipe de aten-dimento digital do Sebrae/PR, que nos apresentou sua estratégia e também a plataforma Clube Sebrae.

Logo após, apresentamos nossa ideia para investidores do Curitiba Angels. Eles disseram que investiriam, mas

precisariam ver algo mais palpável. Eles sugeriram a criação de um protótipo navegável, que permitisse visualizar pelo menos uma jornada completa. Esse apontamento pautou o 6º ciclo de prototipação.

No dia seguinte, conversamos com o pessoal da Ateliware, Lead Lovers, Code for Curtiba, Beracode e Laura Networks. Todos reforçaram a necessidade de desenvolvermos um mínimo produto viável e validá-lo com clientes para tor-nar a ideia mais palpável.

A

Page 13: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

24 25

No retorno de Curitiba, iniciamos nossa sexta etapa – o desenvolvimento de um protótipo navegável. Para isso, usamos a técnica do user story mapping, que é um mapa que organiza as histórias de usuário em um modelo que ajuda a compreender a funcionalidade do sistema e a, efe-tivamente, planejar recursos que oferecem valor aos clientes e ao negócio a cada versão.

Essa dinâmica foi importante, pois, além de nos permitir enxergar a ferramenta mais

objetivamente, também unificou as visões que o próprio grupo tinha da ideia.

Depois de mapeadas as histórias dos usuários, veio a definição do que entraria no MVP – mínimo produto viável. Foi um momento-chave do processo, mas que também gerou bastante debate, pois tínhamos que escolher o que seria deixado para uma segunda versão.

6º Ciclo de prototipaçãoMVP

MeusNúmeros

ConectarDados

AjudaGerenteDigital

Metas

MinhaPontuação

NPS

MinhaConta ?

Chegamos a oito histórias principais, que seriam desenvolvidas para integrar o protótipo navegável:

Page 14: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

26 27

Finda a fase de desenvolvimento do protótipo, era importante validá-lo com clientes. Para isso, organizamos dois focus groups, que contaram com a participação de 4 empresários, um consul-tora do Sebrae e um gestor do Sebrae/DF.

A dinâmica foi conduzida por dois integrantes do N3D. Começava com a apresentação do pro-tótipo navegável. Em seguida, abria-se a palavra aos participantes para que fizessem considera-ções sobre a ferramenta. Nesse momento, um dos membros do N3D registrava as impressões dos

participantes. Ao final, era entregue um folha na qual cada um deveria descrever os pontos que mais gostou e quais considerou desnecessário.

Os participantes aprovaram a solução. Eles des-tacaram principalmente dois pontos. O primeiro foi o fato de a ferramenta funcionar como gerente digital, oferecendo um relacionamento continua-do entre os empresários e o Sebrae. O segundo foi a análise que a solução possibilita sobre o merca-do do empreendedor, ajudando a tomar decisões baseadas em dados reais dele e da concorrência.

O passo seguinte era detalhar quais funcionalidades comporiam cada uma das histórias. Definido isso, a etapa seguinte seria desenhar os chamados “rabiscoframe” – versões mais simplificadas dos wireframes, que são representações das telas da solução. Esses desenhos foram a base para a construção das telas do protótipo navegável, que foi desenvolvido na ferramenta Adobe XD.

A última fase de prototipação envolveu o de-senvolvimento de uma prova de conceito de um algoritmo que combina dados diversos sobre o mercado e sobre as empresas para oferecer inteli-gência aos empreendedores.

Foi usada a linguagem R, que faz estatística sobre os dados e mostra uma comparação entre o faturamento de um CNPJ em relação a outras empresas da mesma região e do mesmo segmento. Esse algoritmo foi oferecido na landing page minhamaquina.com. O objetivo é, além de con-

seguir novos cadastros de empresas interessadas, validar se o valor oferecido é relevante para os clientes.

O desenvolvimento, tanto de backend quanto de frontend, foi feito totalmente dentro do N3D e se utilizou dos dados das bases que o Sebrae já possui. A ideia é, à medida que as parcerias forem fechadas, agregar informações dinâmicas dos pe-quenos negócios, vindos de diferentes fontes, em especial e inicialmente, as maquininhas de cartão de crédito.

7º Ciclo de prototipação

Page 15: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

28 29

Compartilhandoensinamentos– N3D Talks

Durante nossa jornada, tivemos a possibilidade de vivenciar várias experiências muito enriquece-doras e interagir com o que há de mais avançado no mercado de tecnologia. Com esse montante de conhecimento precioso, criamos uma fórmula de compartilhar isso com o restante dos colaborado-res do Sebrae Nacional – os N3D Talks.

O formato do evento foi pensado para privi-legiar o diálogo e a troca de ideias. A ideia era ter uma apresentação sobre determinado tópico, relacionando com o dia a dia do N3D, seguida

de um debate aberto sobre o assunto. O objetivo era, além de compartilhar experiências, também refletir sobre a transformação digital pela qual o Sebrae está passando.

Ao longo de seis meses, organizamos quatro edições. A primeira, realizada no Sebraelab da 515 norte, teve como tema “A economia de serviços na era digital”. Quem fez a apresentação foi o coordenador do N3D, Rafael Moreira. O encontro contou com 36 pessoas.

Para o segundo, percebemos que deveríamos estar mais próximos do restante da casa. Por isso, decidimos realizá-lo na sede do Sebrae Nacional na 605 sul. A apresentação ficou a cargo do Marcelo Amorim, que falou sobre a metodologia que o N3D utiliza para desenvolver ideias – o HCD (design centrada no humano).

A mudança de local e um tema mais ligado à rotina do Núcleo funcionaram bem e o número de participantes mais que dobrou – 75 presentes.

A terceira edição teve um modelo um pouco diferente. Além de ter sido realizada em forma de painel, ela contou com pessoas de fora do N3D – os diretores Vinicius Lages e diretora Heloísa Me-nezes, o gerente da Unidade de Gestão Estratégica, Pio Cortizo e o coordenador do programa Sebrae Digital, Juarez de Paula. Como representantes do N3D, tivemos o Bruno Barro e o Rafael Moreira.

O Bruno foi o responsável por fazer a apresentação sobre a Transformação das Trans-

formações, que pautou o debate entre os outros componentes do painel. O encontro atraiu bastan-te atenção dos colaboradores e contou com 102 participantes.

O quarto Talks também foi organizado em forma de painel, mas dessa vez somente com componentes do N3D. O objetivo era debater os elementos-chaves da transformação digital. André Spínola tratou do poder das plataformas. Ele deu uma panorama sobre o conceito e apresentou apli-cações práticas desse novo modelo de se portar no mercado.

Em seguida, Vinicius Bastos e Henrique Pires falaram sobre inteligência artificial e dados. Eles expuseram os principais pontos que envolvem es-sas novas tecnologias e também como elas podem ser incorporadas no dia a dia dos projetos. Por fim, Pedro Valadares tratou do marketing de con-teúdo e seu papel para atrair e educar os usuários para solução.

Page 16: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

31

No quadro abaixo, é possível ver em detalhes os resultados dos N3D Talks:

N3Dtalks

Média depessoas

por evento:82 pessoas

+

N3DTalksrealizados4Nota geral

para oseventos: 8,7

NPS médio:80%

Resultados

30

A jornada N3D em números

1 Projeto

2algoritmos

357cidades

3 landingpages

3,1 milclientes

1 Protótiponavegável

1 mapa deproblemas

4 N3D talks

+30mentorias

N3D

!

+

Page 17: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

32 33

Com a evolução dos ciclos de prototipação e a definição das principais funcionalidades, a solução mostrou-se com o potencial de ser não somente uma ferramenta, mas o embrião da plataforma Sebrae, que irá agregar os diferentes produtos e serviços digitais proprietários e tam-bém produzidos pela rede.

Baseado na análise e combinação dos dados dos pequenos negócios, será possível entregar ao em-presário as soluções mais adequadas ao momento de seu negócio. Também conseguiremos entender melhor os diferentes mercados e ter uma atuação muito mais precisa, oferecendo muito mais valor aos empreendedores.

A proposta de ser um gerente digital das micro e pequenas empresas permite que a plataforma se encaixe no dia a dia dos empresários e ofereça um ambiente propício para gerar negócios e melhorar a competitividade dos empreendimentos.

Para isso, a proposta é evoluir a estrutura do N3D, ampliando a conexão entre os outros Núcleos de Novos Negócios Digitais. Com esse objetivo, foi elaborado um projeto com a proposta de um modelo de negócio e de uma estrutura para uma melhor definição dos papeis necessários para construir a plataforma.

A ideia também é fortalecer a integração com a Much More e o Porto Digital, duas empresas contratadas para apoiar o desenvolvimento da plataforma, e também com outras unidades envol-vidas no processo.

O N3D Plataforma terá um papel-chave na transformação digital do Sebrae, permitindo que a instituição transforme seu mindset e fortaleça-se ainda mais como referência para os empreende-dores e gere valor por meio de uma comunidade de negócios.

Próximos passos –a plataforma

Page 18: Revista N3D, 2017 - Edição 01minhaempresa.info/prototipo/downloads/jornada.pdftégia de negócios apoiando-se numa estratégia de dados que reflita a inteligência informacional,

34