aplicaÇÕes de tecnologias da indÚstria 4.0 na …
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APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS DA
INDÚSTRIA 4.0 NA ECONOMIA
CIRCULAR: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA
Lucas Antonio Risso (DEP - UFSCar )
Gilberto Miller Devós Ganga (DEP - UFSCar )
Moacir Godinho Filho (DEP - UFSCar )
Com o intuito de buscar vantagens econômicas por meio de um melhor
aproveitamento dos recursos, tem se tornado crescente o interesse por
aplicações de tecnologias que relacionem à gestão de Cadeia de
Suprimentos a práticas sustentáveis. Issso posto, por meio de uma
revisão sistemática da literatura, o objetivo desse trabalho é identificar
as tecnologias associadas a Indústria 4.0 que têm sido aplicadas no
âmbito da Economia Circular. Para tanto, foram consultadas as bases
de dados Scopus, Web of Science e Emerald Insight, tendo sido
levantados um total de 51 artigos. É exibida uma análise descritiva
incluindo o número de publicações a cada ano, as áreas geográficas de
origem e os periódicos com maior recorrência. Em seguida, os
principais trabalhos são organizados e descritos de acordo com o
escopo quanto a Cadeia de Suprimentos. Além do notável crescimento
do número de publicações, é constatado um interesse particular por
abordagens relacionadas aos termos Internet das Coisas (IoT),
digitalização e Big Data. Por fim, como sugestões para pesquisas
futuras é indicada a proposição de modelos de negócios que conciliem
as propostas da Indústria 4.0 e da Economia Circular, a adaptação de
conceitos clássicos de Gestão da Cadeia de Suprimentos para o fluxo
reverso e a identificação de novas possibilidades de aplicação de
tecnologias que beneficiem a circularidade dos componentes.
Palavras-chave: Economia Circular; Logística Reversa; Cadeia de
loop fechado; Indústria 4.0, sustentabilidade.
XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.
XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações” Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.
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1. Introdução
O crescimento populacional traz um aumento de demanda por matéria prima, recursos
naturais e outros tipos de recursos (GOVINDAN; HASANAGIC, 2018). Diante disso, a
economia linear, composta pelos processos extrair-transformar-usar-descartar tem sido
contestadapelo aproveitamento limitado dos recursos (LIEDER; RASHID, 2015).
Com isso, o conceito de Economia Circular tem ganhado relevância sob a proposta de ser uma
alternativa que alia práticas favoráveis ao meio ambiente e um impacto econômico positivo
(DE ANGELIS et al., 2018). Por sua vez, a logística reversa é imprescindível para a
operacionalização dessa proposta (BERNON et al., 2018).
Com o princípio de buscar a circularidade de materiais, são formadascadeias de loop fechado
(JIAO et al., 2018). O reaproveitamento tem como motivadores a melhoria da imagem e o
cumprimento de regulamentações específicas, pois fatores operacionais e financeiros em
alguns casos não são significativos (ROGERS; TIBBEN-LEMBKE, 1999). Contudo, esse
panorama pode ser transformado pela implementação oportuna de recursos tecnológicos para
larga escala (LIEDER; RASHID, 2015; BRESSANELLI et al., 2018), tais como aqueles
designados pela Indústria 4.0.
Assim, o presente trabalho visa identificar as tecnologias associadas a Indústria 4.0 que têm
sido aplicadas no âmbito da Economia Circular. Para tanto, é conduzida uma revisão
sistemática.
Na literatura, são encontrados trabalhos de revisão que abordam temas relacionados a fluxos
reversos. Govindan e Hasanagic (2018) exploram direcionadores, barreiras e práticas da
Economia Circular, enquanto Lieder e Rashid (2015) estudam a implementação para
indústrias de manufatura. Já De Angelis et al. (2017) abordam questões de gestão ao
introduzir o termo Cadeia de Suprimentos Circular. Govindan e Bouzon (2018) estudam
barreiras e direcionadores no contexto da Logística Reversa, e Bouzon et al. (2014) abordam
o mesmo tema no cenário do Brasil.
Já Lu (2017) eLiao et al. (2017) exploram conceitos e tecnologias da Indústria 4.0, porém, não
contemplam questões de sustentabilidade. Tal qual indicam os trabalhos de De Sousa Jabbour
et al. (2018a), De Sousa Jabbour et al. (2018b) e Tseng et al. (2018), esse trabalho visa a
aproximação dos temas Indústria 4.0 e Economia Circular, sob a ótica de tecnologias que
impulsionem a implantação conjunta de ambas as frentes.
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2. Referencial teórico
2.1. Indústria 4.0
A Indústria 4.0simboliza uma tendência recente cujas práticas propõem mudanças
significantes em Cadeias de Suprimentos e processos de negócio. Para isso, abrange diversas
tecnologias, tais como Radio FrequencyIdentification (RFID), Internet ofThings (IoT), cloud-
basedmanufacturing, cyber-physical systems, smartfactories e manufatura aditiva, visando a
digitalização e a otimização de processos tradicionais (HOFMANN; RUSCH, 2017).
Assim, para obter altos níveis de produtividade e de eficiência operacional, busca-se a
integração entre máquinas, sistemas e processos, tendo em vista o estabelecimento de uma
rede integrada (SHAFIQ et al., 2016). De acordo com Trappey et al. (2016), além de
equipamentos, é visadaa sincronia entre fornecedores, fábricas e até mesmo produtos.
Por ora, Trappey et al. (2016) mencionam quatro camadas para a categorização de
tecnologias: percepção, transmissão, processamento e aplicação. A Internet das Coisas (IoT)
representa um sistema em que objetos enviam dados para centrais por meio de sensores.
SistemasCiber-Físicossão compreendidos como recursoscom interfaces virtuais de
comunicação e controle para desempenhar processos com robustez e eficiência perante
diferentes entidades físicas (SHAFIQ et al., 2016).
Mediante tecnologias que integram os ambientes físico e virtual, surge o conceito
SmartFactory, ambiente no qual produtos são rastreados e localizados em tempo real, aliando
flexibilidade e produção em massa (HOFMANN; RUSCH, 2017). O conceito se replica para a
abordagem SmartLogistics, abrangendo processos de estocagem, depósito e transporte
(PFOHL et al., 2015).
Por sua vez, Hofmann e Rusch (2017) apresentam um modelo de aplicação da Indústria 4.0
orientado a logística, que enfatiza o valor da disponibilidade, vide Figura 1.
Ademais, Hofmann e Rusch (2017) mencionam que plantas conectadas promovem a
descentralização das decisões. Logo, a integração efetiva de uma Cadeia de Suprimentos sob
as perspectivas da Indústria 4.0 requer medidas de interoperabilidade. Tal conceito consiste na
habilidade de compreender e usufruir da funcionalidade de outros sistemas diante de uma
arquitetura de quatro níveis, a citar operacional, sistemático, técnico e semântico (LU, 2017).
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A Indústria 4.0designa também o uso de grandes bancos de dados, denominados Big Data, os
quais requerem precisão em termos de aplicação e interpretação.
Figura 1 – Modelo de aplicação da Indústria 4.0 orientado a logística
Valor para o
cliente
Serviços digitais
Análises
Conectividade
Valor da
integração
digitalFluxo de
informação
Fluxo de
material
Cadeia de Suprimentosfísica com atividades logísticas
Valor da
disponibilidadeSensores & atores
Valor da
servitização
digital
Mu
ndo
fís
ico
Mu
ndo
dig
ital
Por ex:
processamento
autônomo de ordens
via tecnologia de
cadeia de blocos ou
contratos inteligentes
Por ex: caminhões autônomos ou alterações autônomas via
robôs
Objetos
físicos
Fonte: traduzido de Hofmann e Rusch (2017)
2.2. Economia Circular
A Figura 2 apresenta a comparação entre os fluxos típicos das cadeiaslinear tradicional,
sustentável e circular.
Figura 2 – Cadeias de Suprimentos Tradicional, Sustentável e Circular
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Tradicional
Matéria-prima e
recursos
Sustentável
Matéria prima limitada
e recursos
Circular
Recursos naturais
limitados
Reciclar
Reparar
Reciclar
Reformar
Reusar
Reparar
Zero aterroAterro limitadoAterro
Fonte: traduzido de De Angelis et al. (2018)
A cadeia tradicional é linear, e contempla os processos extrair-transformar-usar-descartar,
proporcionando representativos impactos ambientais. O formato sustentáveladota práticas de
reduzir, reutilizar e reciclar (3 R’s). Jáo formato circular busca a eliminação de desperdícios
por meio da retenção do valor após a utilização (DE ANGELIS et al., 2018).
Mediantea análise de diferentes definições do conceito de Economia Circular, Kirchherr et al.
(2017, p. 224) estabelecem que:
―Uma economia circular descreve um sistema econômico que é
baseado em modelos de negócio que substituem o conceito de ―fim da
vida‖ por redução, alternativamente, reusando, reciclando e
recuperando materiais em processos de produção/distribuição e
consumo, portanto operando no nível micro (produtos, empresas e
consumidores), no nível intermediário (parques eco-industriais) e no
nível macro (cidade, região, nação e além), com o objetivo de
promover o desenvolvimento sustentável, o que implica na criação de
qualidade ambiental, prosperidade econômica e equidade social, para
benefício das gerações atual e futuras.‖
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A literatura relacionada a logística reversa inclui trabalhos voltados ao fluxo de recuperação
oua integraçãodo fluxo direto ao reverso (RAMEZANI et al., 2013), formando cadeias de
loop fechado (JIAO et al., 2018).
O termo Logística Reversa é definido por Rogers e Tibben-Lembke (1999, p. 17) como:
―Processo de planejamento, implementação e controle do fluxo
eficiente e custo-efetivo de matérias prima, inventário em processo,
produtos acabados e informações relacionadas do ponto de consumo
ao ponto de origem com o propósito de recapturar ou criar valor ou
descarte adequado.‖
Segundo Govindan e Hasanagic (2018), a implementação de tecnologias pode ser
impulsionada à medida que os produtos sejam concebidos considerando a intenção de reciclar
ou remanufaturar. No contexto de Logística Reversa, Bouzon e Govindan (2018) mencionam
aspectos tecnológicos como direcionadores e barreiras, considerando a disponibilidade e as
condições da infraestrutura de TI. Contudo, problemas de conectividade, tais como a
incompatibilidade de sistemas representam obstáculos.
Na perspectiva da Economia Circular, Govindan e Hasanagic (2018) apontam limitações
tecnológicas para rastrear recicláveis e monitorar a qualidade do produto continuamente.
Ademais, os autores citam os desafios para projetar produtos considerando intenções de reuso
ou recuperação.
3. Método
3.1. Método da Revisão Sistemática
Esse trabalho adota as etapas para Revisão Sistemática propostas por Denyer e Tranfield
(2009), a citar: formulação da questão, localização de estudos, seleção/avaliação de estudos,
análise/síntese e relato/uso dos resultados.
A questão de pesquisa adotada é: ―Quais tecnologias da Indústria 4.0 têm sido aplicadas à
gestão do fluxo reverso em cadeias de suprimentos?‖.
Visando relacionar dois temas específicos, a localização de estudos adota5 stringsassociadas a
fluxos reversos, com base emDe Angelis et al. (2017), e 9 strings para as tecnologias da
Indústria 4.0, com base em Liao et al. (2017) e Hofmann e Rusch (2017).A Tabela 1 exibe as
strings utilizadas.
Tabela 1–Strings utilizadas
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Fluxo reverso - Escopo AND Indústria 4.0
(a)―circular supply chain*‖,
(b) ―circular economy‖
(c) ―closed loop supply
chain*‖
(d) ―sustainable supply
chain*‖
(e) ―reverse logistics‖
(A) ―industry 4.0‖ OR ―the fourth industrial revolution‖ OR ―the 4th
industrial revolution‖
(B) ―internet of things‖ OR ―industrial internet‖
(C) ―smart manufacturing‖ OR ―smart production‖ OR ―smart
factor*‖
(D) ―cyber physical system*‖ OR ―cyber physical production
system*‖
(E) ―cloud manufacturing‖
(F) ―additive manufacturing‖
(G) ―digit*‖
(H) ―big data‖
(I) ―virtual reality‖ OR ―augmented reality‖
Fonte: elaborado pelos autores.
As strings dos dois grupos foram utilizadas por combinações em pares, usando o conectivo
AND. Foram consultadas as bases ―Web of Science‖ e ―Scopus‖, com consulta
complementara ―Emerald Insight‖, devido arelevância dessa para as áreas de Logística/Cadeia
de Suprimentos. Após agregar os resultados e excluir repetições, os números para cada busca
são exibidos na Tabela 2. Não houve resultados envolvendo o termo ―Circular Supply Chain‖.
Tabela 2 – Resultados para cada par destrings
(b)
CE
(c)
RL
(d)
SSC
(e)
CLSC
Total
(por termo)
A - Internet of things 6 10 1 5 22
B - Big data 8 5 6 3 22
C - Digitalization 8 8 - 2 18
D - Industry 4.0 4 1 4 2 11
E - Smart manufacturing 2 3 1 1 7
F - Cyber-physical systems 1 1 2 1 5
G - Additive manufacturing 4 - 1 - 5
H - Cloud manufacturing 1 - - - 1
I - Virtual/Augmented reality - 1 - - 1
Total (por contexto) 34 29 15 14 92
Onde: CE – Circular Economy; RL – Reverse logistics;
SSC – Sustainable Supply Chain; CLSC – Closed Loop Supply Chain.
Fonte: elaborado pelos autores.
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As buscas reuniram 165 documentos. Após aplicaçãodos critérios de inclusão e exclusão
referentes à tipo de pesquisa, tipo de fonte, qualidade e relevância quanto à questão de
pesquisa, a amostra foi consolidada em 51 artigos. A triagem dos resultados é detalhada na
Figura 3. Para a seleção e avaliação dos estudos, foram utilizadosaos critérios descritos na
Tabela 3.
Figura 3 – Fases do procedimento de
busca
Scopus, Web of Science e Emerald Insight
Após a remoção dos resultados duplicados
Publicações escrita em inglês
Capítulos de livro = 6 itens
Artigos de conferência = 58 itens
Período não contemplado = 0 itens
Qualidade insuficiente = 6
Não encontrados = 9
Fora do escopo = 35
51 artigos
de periódicos
+ 165 itens
- 64 itens
- 50 itens
Busca inicial nas
bases de dados
Triagem
preliminar
Avaliação qualitativa
preliminar
Definição
da Amostra
Fonte: elaborado pelos autores.
Tabela 3 – Especificação dos critérios de inclusão e exclusão
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Critério Inclusão Exclusão
Tipos de estudo Artigos conceituais e empíricos Publicações que não tenham sido
escritas integralmente no idioma
inglês
Tipos de fonte Periódicos com revisão por pares,
associados ao escopo do estudo
Periódicos com baixo fator de
impacto, capítulos de livros, artigos
de conferências e materiais de
outras naturezas
Qualidade Originalidade e rigor da abordagem
adotada
Abordagem incompleta ou
inconsistente
Período A partir de 2008 Antes de 2008
Relevância Trabalhos que estudam questões
inter organizacionais relacionadas
ao fluxo reverso de materiais do
ponto de vista de tecnologia e de
sustentabilidade
Colocações que tratam tecnologia e
sustentabilidade de forma isolada,
e/ou que não abordam o fluxo
reverso
Fonte: elaborado pelos autores.
Os artigos selecionados são agrupados segundo o escopo mencionado no título, resumo ou
palavras-chaves. Os resultados incluem a análise descritiva da amostra e uma análise
temáticareferente ao escopo.
3.2 Análise descritiva
A análise descritiva revela que a pesquisa acerca de tecnologias da Indústria 4.0 voltadas a
fluxos reversos se encontra em estágio de amadurecimento.AFigura 4evidencia o elevado
crescimento considerando somente o primeiro semestre de 2018, após um aumento retraído
nos dois anos anteriores.
Figura 4 – Distribuição anual dos artigos
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AFigura 5 exibe a distribuição quanto ao método de pesquisa utilizado. A categoria ―Teórico‖
inclui trabalhos conceituais que não sejamde revisão. A categoria modelagem matemática
contemplaaplicações de pesquisa operacional. As categorias Estudo de Caso e Survey fazem
referência às abordagens convencionais. A categoria ―Outros‖ engloba opçõescomo métodos
de decisão e abordagens de planejamento.
Figura 5 – Distribuição dos trabalhos por categoria
25,5%
Teórico
(13)Outros (12)
Modelagem (10)
Estudo de Caso (6)
Survey (5)
Revisão da
literatura (5)
Fonte: elaborado pelos autores.
O fato de a categoria ―Teórico‖ ter tido maior incidência reflete que a combinação das
tecnologias em fluxos reversos encontra-se em estágio de desenvolvimento, conforme
sugerem Jabbour et al. (2017), De Sousa Jabbour et al. (2018a), De Sousa Jabbour et al.
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(2018b) e Tseng et al. (2018). O número de pesquisas dos tipos Survey e Estudo de Caso
tendem a crescer em um futuro próximo. Quanto aos trabalhos da categoria ―Revisão da
Literatura‖, é constatado um enfoque a uma perspectiva ou tecnologia específica.
A Tabela 4 lista os periódicos de origem dos artigos que compõem a amostra. Nota-se uma
alta dispersão, visto que os 51 artigos são obtidos de 32 periódicos. Constata-se que a lista
contempla periódicos das áreas ambiental, tecnológica e de Gestão Logística/Cadeia de
Suprimentos, refletindoa transversalidade da questão de pesquisa.
Tabela 4 – Número de publicações selecionadas dos
periódicos
N° Periódico Publicações
1 Sustainability 7
2 Journal of Cleaner Production 4
3 International Journal of Physical Distribution & Logistics Management e Technological
Forecasting and Social Change
3
5 California Management Review, Computers in Industry, International Journal of
Advanced Manufacturing Technology, International Journal of Production Research,
International Journal of Logistics Management, Journal of Manufacturing Technology
Management e Supply Chain Management: An International Journal
2
12 Annals of Operations Research, Business Process Management Journal, Computers &
Industrial Engineering, Computers and Operations Research, Computer
Communications, European Journal of Futures Research, Industrial Management and
Data Systems, Intereconomics, International Journal of Production Economics, Journal
of Combinatorial Optimization, Journal of Intelligent Manufacturing, Journal of
Manufacturing Systems, Journal of the Operational Research Society, Management of
Environmental Quality: An International Journal, Materials Today Communications,
Operational Research, Procedia Manufacturing, Process Safety and Environmental
Protection, Resources, Conservation and Recycling e Scientometrics
1
Fonte: elaborado pelos autores.
A Figura 6 exibe a distribuição geográfica dos artigos. É válido mencionar que a Economia
Circular tem sido tema recorrente na China e na União Européia (KIRCHHERR et al., 2017),
o que explica a concentração de publicações.
Figura 6 – Distribuição geográfica da amostra
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51%
4%
Europa - 26(6) Reino Unido
(3) Alemanha, França e Itália
(2) Dinamarca e Holanda
(1) Espanha, Finlândia, Grécia,
Hungria, Lituânia, Suécia e Suíça
América do Norte - 3(2) Estados Unidos
(1) Canadá
Ásia - 20 (5) China e Índia
(3) Irã e Taiwan
(2) Coréia
(1) Japão e Turquia
América do Sul - 2(2) Brasil
África - 0
Oceania - 0
Fonte: elaborado pelos autores.
4. Resultados
Essa seção apresenta uma breve contextualização dos principais artigos selecionados para
compor a amostra. A síntese dos trabalhos de Revisão da Literatura é apresentada na Tabela
5.Em seguida, os artigos são debatidos em tornodo escopoabordado.
Tabela 5 – Síntese de revisões anteriores
Referência Esc Tema Descrição
Kuo e Smith (2018) CE Tecnologias para eco-
inovação
Propõe uma visão holística do progresso da
tecnologia no âmbito da sustentabilidade,
considerando quatro dimensões
Fisher et al. (2018) CE Potencial da cloud
manufacturing
Apresenta definições, características,
arquiteturas e estudos de caso que enfatizam a
relevância da tecnologia cloud manufacturing
para decisões relacionadas a sustentabilidade
Nobre e Tavares
(2017)
CE Aplicação de Big Data e
Internet of Things em
Economia Circular
Análise bibliométrica incluindo a comparação
de iniciativas em âmbito científico e industrial
Ivanov et al. (2018) CLSC Novos direcionadores de
flexibilidade
Estrutura os direcionadores de flexibilidade em
quatro dimensões mencionando tecnologias
aplicáveis
Bouzon et al. (2014) RL Panorama da Logística
Reversa no Brasil
Compara a literatura internacional com o
contexto brasileiro e fornece um modelo
conceitual para a categorização de trabalhos
relacionados ao tema
Fonte: elaborado pelos autores.
4.1 Economia Circular (CE)
De Sousa Jabbour et al. (2018b) destacam desafios visando a incorporação conjunta das
propostas da Indústria 4.0 e da Economia Circular.Considerando a Internet das Coisas (IoT),
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Bressanelli et al. (2018) focam em modelos de servitização, e Sinclair et al. (2018) visam
refinar estratégias de desenvolvimento de produto.
Os trabalhos de Jabbour et al. (2018a), Gupta et al. (2018), e Tseng et al. (2018) trazem
abordagens teóricas que posicionam o Big Data como importante impulsionador para a
Economia Circular. EnquantoDev et al. (2018) abordam decisões em tempo real.
Em uma survey, Neligan (2018) investiga a existência de redes digitais e a utilização de
diferentes medidas de eficiência. Knoeri et al. (2016) enfocam a infraestrutura para operações
de pós-utilização. Millard et al. (2018) buscam mensurar as contribuições de 42 iniciativas
para otriple bottom-lineda sustentabilidade.
4.2 Logística Reversa (RL)
No contexto da Logística Reversa, foram encontradas aplicações da Internet das Coisas (IoT)
associadas aoBalanced Scorecard (LU et al., 2016) e ao Kanban (THÜRER et al., 2016),
enquanto Ondemir e Gupta (2014) aplicam modelagem matemática para auxiliar a
recuperação de materiais. Condea et al. (2010) exploram o valor de informações obtidas a
partir de sensores RFID para o fluxo de retorno de produtos eletrônicos.
Em relação à digitalização, a modelagem matemática é usada para explorar o comportamento
do consumidor (AGARWAL et al., 2012), enquanto Bernon et al. (2013) abordamo retorno de
produtos.
Considerando o conceitoSmart Manufacturing, Huscroft et al. (2012) realizam uma
surveycom profissionais da cadeia reversa,voltada a efetividade em custo e em
processamento. Lidando com perecibilidade, Bogataj et al. (2017) exploram readequações de
rotas, utilizando informações de tempo remanescente de prateleira e transporte, empregando
Sistemas Ciber Físicos.
Em umestudo de casos múltiplos, Kembro et al. (2017) identificam aplicações de vídeo que
oferecem melhorias para um depósito, visando elevar o desempenho em termos de
velocidade, transparência e confiabilidade.
4.3 Cadeias de Suprimentos de Loop Fechado (CLSC)
Quanto a Cadeias de Suprimentos de Loop Fechado, incluindo a Indústria 4.0, Son et al.
(2018) levantam questões de fluxo de recicláveis para o planejamento de cadeias reversas de
materiais valiosos.
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Adotando a Internet das Coisas, o foco é o compartilhamento de informações em tempo real,
para melhoria de desempenho em diferentes perspectivas (YANG et al., 2018; KIM et al.,
2017; FANG et al., 2016; LI et al., 2015; PARRY et al., 2016).
Pautado em Big Data, Jiao et al. (2018) abordam incertezas quanto a recuperação de
componentes. Já Ramezani et al. (2012) propõem um modelo abordando digitalização.
4.4 Cadeias de Suprimentos Sustentáveis (SSC)
Luthra e Mangla (2018) exploram a operacionalização da Indústria 4.0 aliando práticas de
sustentabilidade. JáTamás (2018) busca beneficiar o nível de colaboração entre parespautado
nos conceitos da Indústria 4.0.Baseado no Big Data, Jebleet al. (2017) propõemanálises
preditivas paraatingir metas sustentáveis.
Com enfoque em Manufatura Aditiva, Kothman e Faber (2016) estudam a indústria da
construção e apontam questões de encurtamento de lead times, integração de funções e
reduções deconsumo.
5. Conclusões
Apresente revisão sistemática fornece informações acerca da associaçãodo uso de tecnologias
da Indústria 4.0 com os conceitos e práticas da Economia Circular, contemplando questões de
sustentabilidade e de viabilidade financeira e operacional.
A princípio, verifica-se que 47% dos artigos selecionados abordam Internet das Coisas e
digitalização, enquanto 17% tem como foco o termo Big Data. Isso ocorre porque há
trabalhos que enfatizam o compartilhamento de informações, a integração de processos e
práticas colaborativas entre parceiros.
Os números restritos de trabalhos associados a algumasabordagenssão atribuídos a fatores
distintos. Frente as suas características, a manufatura aditiva representa uma alternativa de
fabricação, cujo impacto para o fluxo reverso reside na fase de concepção dos
produtos.Quanto aos termos ―Cyber-physical systems‖ e ―Virtual/Augmented reality‖, tem-se
que implantações são complexas quando envolvem múltiplas organizações. O termo
―smartmanufacturing‖é por diversas vezes associado a outras tecnologias, condição válida
também para ―cloud manufacturing‖. Nesse sentido, surgem precedentes para estudos
designados como ―smart reverse logistics‖ ou ―cloud logistics‖.
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Logo, considerando a crescente dos temas Indústria 4.0 e Economia Circular, é incentivada a
idealização de modelos de negócio que comportem a implantação conjunta de ambas
propostas, pois há benefícios mútuos mediante metas conciliáveis.
Para pesquisas futuras, sugere-se a aplicação dos conceitos Cross-Docking e
VendorManagedInventory (VMI) em fluxos reversos, e a busca por alternativas tecnológicas
que potencializem sistemas de informação e operações de triagem para a destinação de
componentes reaproveitáveis.
REFERÊNCIAS
AGARWAL,G.; BARARI, S.; TIWARI, M.K. A PSO-based optimum consumer incentive policy for WEEE
incorporating reliability of components. International Journal of Production Research, v. 50, n. 16, p. 4372-
4380, 2012.
BERNON, M.; TJAHJONO, B.; RIPANTI, E.F. Aligning retail reverse logistics practice with circular economy
values: an exploratory framework. Production Planning & Control, v. 29, n. 6, p. 483-497, 2018.
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