aplicações da integral simples

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Chapter 1 Aplicações da Integral Simples 1.1 Área de regiões planares Seja R a região limitada pelo gráfico da função y = f (x), as retas x = a, x = b eo eixo x, sendo f (x) 0 para todo [a, b]. A área da região R é dado pela fórmula: A = b a f (x)dx. x y O R b a y = f (x) x y O b = x n ax 1 x 2 x i x i+1 y = f (x) DEMONSTRAÇÃO Tomemos números x 0 , x 1 , x 2 , ··· , x n [a, b] tais que a = x 0 <x 1 <x 2 < ··· <x n = b e, x 1 , x 2 , ··· , x n tais que x i [x i1 , x i ]. Então A =(x 1 x 0 ) Δx 1 f (x 1 )+(x 2 x 0 ) Δx 2 f (x 2 )+ ··· +(x n x n1 ) Δxn f (x n )= n i=1 Δx i f (x i ) 2

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  • Chapter 1

    Aplicaes da Integral Simples

    1.1 rea de regies planares

    Seja R a regio limitada pelo grfico da funo y = f(x), as retas x = a, x = b e o

    eixo x, sendo f(x) 0 para todo [a, b]. A rea da regio R dado pela frmula:

    A =

    ba

    f(x)dx.

    x

    y

    O

    R

    ba

    y = f(x)

    x

    y

    O b = xna x1 x2 xi xi+1

    y = f(x)

    DEMONSTRAO

    Tomemos nmeros x0, x1, x2, , xn [a, b] tais que a = x0 < x1 < x2 < < xn = b e,x1, x

    2, , xn tais que xi [xi1, xi]. Ento

    A = (x1 x0) x1

    f(x1) + (x2 x0) x2

    f(x2) + + (xn xn1) xn

    f(xn) =ni=1

    xif(xi )

    2

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.1: rea de regies planares

    A = limmaxxi0

    ni=1

    xif(xi ) =

    ba

    f(x) dx

    Resumindo:

    Seja R a regio delimitada pela curva y = f(x), f contnua em [a, b], pelas retasverticais x = a e x = b, e eixo x, ento a rea A de R dado por

    A =

    ba

    |f(x)|dx.

    Em particular se R a regio delimitada pela curva y = f(x), pelas retas verticaisx = a e x = b, e eixo x, tais que f contnua em [a, b], f(x) 0 para a < x < c ef(x) 0 para c < x < b ento a rea A de R dado por

    A =

    ba

    |f(x)|dx = ca

    f(x)dx+

    bc

    f(x)dx.

    Seja R a regio delimitada pela curva x = g(y), g contnua em [c, d], pelas retashorizontais y = c e y = d, e eixo y, ento a rea A de R dado por

    A =

    dc

    |g(y)|dy.

    Seja R a regio delimitada pelas curvas y = f1(x), y = f2(x) interceptando nospontos com abscissas x = a e x = b, ento a rea A de R dado por

    A =

    ba

    |f1(x) f2(x)| dx.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 3

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.1: rea de regies planares Seja R a regio delimitada pelas curvas x = g1(y), x = g2(y) interceptando nospontos com ordenadas y = c e y = d, ento a rea A de R dado por

    A =

    dc

    |g1(y) g2(y)|dy.

    Exemplo 1.1. Calcular a rea da figura do plano limitada pela curva y = tg x e o

    eixo x e tal que /3 x /4.

    Soluo

    A =

    pi/4pi/3

    |tg(x)|dx = 0pi/3

    tg(x)dx +

    pi/40

    tg(x)dx

    A = [ ln( cos x)]0pi/3 + [ ln( cos x)]pi/40A =

    3

    2ln(2).

    x

    y

    /3/4

    Exemplo 1.2. Calcular a rea da figura do plano limitada pela curva y = log2(x) e o

    eixo x e tal que 1/2 x 4.

    Soluo

    A =

    41/2

    | log2(x)|dx = 11/2

    log2(x)dx +

    41

    log2(x)dx

    Usando integrao por partes

    A =15 ln(2) 5

    2 ln(2).

    x

    y

    1/2

    1 4

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 4

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.1: rea de regies planaresExemplo 1.3. Calcular a rea da figura do plano limitada pelas curvas

    f(x) = 2x2 + 10 e g(x) = 4x+ 16 de modo que 2 x 5.

    Soluo

    Para determinar os limites de integrao

    fazemos a interseo das curvas:

    y = 2x2 + 10 e y = 4x+ 16

    2x2 + 10 = 4x+ 16 x = 1, 3.x

    y

    2 1 3 5

    A =

    12

    [(2x2+10)(4x16)]dx+ 31

    [(4x+16)(2x2+10)]dx+ 53

    [(2x2+10)(4x+16)]dx

    A =142

    3.

    1.1 Observao. Se f e g so funes contnuas em R, para calcular a rea da regio entre

    as curvas y = f(x) e y = g(x) necessitamos apenas conhecer os pontos de interseo entre

    as curvas e o sinal de f(x) g(x). No h necessidade de mais detalhes sobre o grficode f ou de g.

    Exemplo 1.4. Calcular a rea da figura do plano limitada pelas curvas

    y1 = x5 x3 + 2x2 x+ 3 e y2 = x4 + x3 + 2x2 x+ 3.

    Soluo

    Intersees: y1 = y2 x5 x4 2x3 = 0 x3(x2 x 2) = 0 x3(x+ 1)(x 2) = 0 x = 0 ou x = 1 ou x = 2.Sinal de y1 y2 = x3(x+ 1)(x 2) :

    1 0 2 +++ +++

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 5

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.1: rea de regies planaresLogo,

    A =

    01

    (y1y2)dx 20

    (y1y2)dx = 01

    (x5x42x3)dx 20

    (x5x42x3)dx = 11630

    .

    Exemplo 1.5. Calcular a rea da figura do plano limitada pelas curvas y2+y1x = 0e y x = 0.

    SoluoNeste exemplo convm tomar y como varivel

    independente e as funes

    x = f(y) = y2 + y 1 e x = g(y) = yAs intersees da parbola e da reta

    x = y2 + y 1 e x = yso os pontos (1,1) e (1, 1).A =

    11|y (y2 + y 1)|dy =

    11

    (y2 + 1)dy

    A =4

    3.

    x

    y

    1

    1

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 6

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.2: Exerccios1.2 Exerccios

    [1] Determine a rea da regio do plano limitada simultaneamente pelas seguintes curvas:

    (1.1) y = ln x, x = 2 e o eixo Ox (1.2) x = 8 + 2y y2, y = 1, y = 3 e x = 0

    (1.3) xy = 4 e x+ y = 5 (1.4) y = 2x, y = 2x x2, x = 0 e x = 2

    (1.5) y = 2x, y = 1 e y =2

    x(1.6) y = |x2 4| e y = 2

    (1.7) y = x3 3x e y = 2x2 (1.8) y = 9x, y = 9x e y = x

    (1.9) f(x) = x|x| e g(x) = x3 (1.10) x = y2 2 e x = 6 y2

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 7

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidos1.3 Volume de slidos

    Introduo

    Volume de um cilindro reto

    Admitiremos inicialmente a definio de volume para cilindros retos:

    Tomemos um plano e uma regio R deste plano,

    com rea A limitada por uma curva fechada C.

    Consideremos uma reta r perpendicular ao plano

    e tomemos a superfcie cilndrica tal que C seja

    sua diretriz e r uma geratriz (isto , obtida pela

    reunio de todas as retas paralelas a r passando

    por algum ponto de C).Consideremos um plano, , paralelo a . A regio do espao limitada pela superfcie

    cilndrica e pelos dois planos um cilindro de base R e altura h, sendo h a distncia entre

    os dois planos. O volume do cilindro , V = A.h.Dado um slido, tomemos um

    eixo orientado OX e, para todo

    nmero real x, o plano perpen-

    dicular a OX em x (isto pas-

    sando pelo ponto de abscissa x

    do eixo). Suponhamos que:

    Para todo x R, o planoem x intercepta o slido

    se, e somente, se x [a, b].

    Se x [a, b] a interseco uma regio desse plano

    com rea que indicaremos

    por A(x).

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 8

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidosSe a funo A(x), definida em [a, b], contnua ento o volume do slido :

    V =

    ba

    A(x) dx

    Deduo da frmula:

    Tomemos nmeros x0, x1, x2, ..., xn [a, b] tais que a = x0 < x1 < x2 < ... < xn = b enmeros a1, a2, ..., an tais que ai [xi1, xi].O cilindro cuja base a interseco do plano perpendicular ao eixo OX em ai com o

    slido e cuja altura (xi xi1) tem volume igual a A(ai)(xi xi1) e ento

    V = (x1 x0) x1

    A(a1) + (x2 x1) x2

    A(a2) + + (xn xn1) xn

    A(an) =ni=1

    xiA(ai)

    V = limmaxxi0

    ni=1

    xiA(ai) =

    ba

    A(x) dx

    Chamaremos as interseces do slido com os planos perpendiculares ao eixo de

    sees planas do slido transversais ao eixo OX ou de sees planas.

    Exemplo 1.6. Calcular o volume de uma pirmide cuja base um quadrado de lado 2

    e cuja altura 3.

    Soluo

    Tomemos o eixo OY perpendicular ao

    plano da base da pirmide, ortogonal a

    um dos lados da base e sua origem e

    orientao como indicados na figura ao

    lado.

    Para todo y [0, 3] a seo plana transversal a OY um quadrado cujo lado varia com ye que indicaremos por L. Ento a seo plana tem rea A = L2 e o volume da pirmide

    dado por V = 30

    L2 dy.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 9

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidos

    Para relacionarmos L e y, tomemos:

    Um plano perpendicular ao planoda base, paralelo a um dos lados

    dessa base e contendo o eixo.

    A projeo da pirmide nesteplano (veja figura ao lado).

    Usando semelhana de tringulos temos

    3 yL

    =3

    2 L = 6 2y

    3

    Logo,

    V =

    30

    (6 2y3

    )2dy =

    1

    9

    30

    (3624y+4y2) dy = 4

    Vemos aqui uma confirmao da proposio apresentada no Ensino Mdio:

    O volume da pirmide de base A e altura h V =Ah

    3.

    Exemplo 1.7. Calcular o volume de uma esfera de raio igual a 2.

    Soluo

    Podemos escolher um eixo OY qualquer.

    Como indicado na figura ao lado, escolhemos

    um eixo tal que o plano perpendicular a ele

    na origem passa pelo centro da esfera.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 10

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidosPara todo y [2, 2] a seo plana transver-sal a OY um crculo cujo raio varia com y e

    que indicaremos por r. Ento a seo plana

    tem rea A = r2 e o volume da esfera

    dado por

    V =

    22r2 dy

    Ou usando a simetria da esfera

    V = 2

    20

    r2 dy

    Para relacionarmos r e y, tomemos a inter-

    seco da esfera com um plano que contenha

    o eixo e passe pelo seu centro.

    Pelo Teorema de Pitgoras (veja figura ao

    lado),

    r2 + y2 = 22 r =

    4 y2

    Logo,

    V = 2

    20

    (4 y2

    )2dy = 2

    20

    (4y2) dy = 323

    .

    Vemos aqui uma confirmao de outra proposio apresentada no Ensino Mdio:

    O volume da esfera de raio R : V =4R3

    3.

    Exemplo 1.8. Represente graficamente e calcule o volume do slido limitado pelo plano

    z = 1 e a superfcie de equao z = x2 + y2.

    Soluo

    Representao grfica:

    Dado um plano de equao z = c, c constante, (isto perpendicular a OZ), para obtermos

    sua interseco com a superfcie, substitumos z = c na equao z = x2 + y2, obtendo,

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 11

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidosLogo, a interseco

    Se c > 0, um crculo no plano z = c deequao x2+y2 = c. Portanto com raioc.

    Se c = 0, o ponto (0, 0)

    Se c < 0, vazia

    Logo trata-se de uma superfcie de revoluo

    em torno de OZ.

    Para considerar a interseco da superfcie

    com o plano Y OZ, substitumos x = 0 na

    equao z = x2 + y2 obtendo a equao da

    parbola z = y2. Portanto a superfcie ger-

    ada pela rotao desta parbola em torno de

    OZ ( um parabolide de revoluo).

    Na figura ao lado temos um esboo do slido

    limitado pela superfcie e pelo plano z = 1.

    Clculo do volume:

    Para todo z [0, 1] a seo plana transversala OZ um circulo cujo raio

    z. Ento a

    seo plana tem rea A = (z)2 = z e o

    volume do slido dado por

    V =

    10

    z dz =

    2

    [z2]10=

    2.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 12

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidosExemplo 1.9. Represente graficamente e calcule o volume do slido limitado pelo plano

    z = 1 e a superfcie de equao z =x2

    4+y2

    9()

    Soluo

    Representao grfica:

    Como no exemplo anterior, a interseco de um plano de equao z = c, c constante, com

    a superfcie, obtm-se substitumos z = c na equao (*), resultandox2

    4+y2

    9= c

    Logo, a interseco :

    Vazia , se c < 0.

    (0, 0) , se c = 0.

    Uma elipse no plano z = c, de equao x2

    (2c)2

    +y2

    (3c)2

    = 1 e portanto com

    semi-eixos 2c e 3

    c se c > 0.

    Para considerar a interseco da superfcie com o plano Y OZ e com o plano XOZ,

    substitumos x = 0 e y = 0 na equao () obtendo as parbolas z = y2

    9e z =

    x2

    4.

    Trata-se de um parabolide elptico. Ou seja, a representao grfica semelhante

    do parabolide de revoluo - basta substituir os crculos por elipses.

    Clculo do volume:

    Para todo z [0, 1] a seo plana transversal a OZ uma elipse com semi-eixos 2ze 3z. Ento essa seo plana tem rea A = (2

    z)(3

    z) = 6z e o volume do slido

    dado por

    V = 6

    10

    z dz = 3[z2]10= 3.

    Exemplo 1.10. Represente graficamente e calcule o volume do elipside de equao

    x2

    4+y2

    9+ z2 = 1 ().

    Soluo

    Representao grfica:

    Como no exemplo anterior, a interseco de um plano de equao z = c, c constante, com

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 13

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidosa superfcie, obtm-se substitumos z = c na equao () resultando na equao,

    x2

    4+y2

    9+ c2 = 1

    0 x2

    4+y2

    9= 1 c2

    De acordo com o sinal de 1 c2, temos que a interseco :

    Vazia, se c > 1 ou c < 1.

    (0, 0) , se c = 1 ou c = 1

    Uma elipse no plano z = c, de equaox2(

    21 c2

    )2 + y2(31 c2

    )2 = 1 eportanto com semi-eixos 2

    1 c2 e

    31 c2, se 1 < c < 1

    As sees transversais a OX tambm so elipses, de equaes

    z2(1 c

    2

    4

    )2 + y2(3

    1 c

    2

    4

    )2 = 1,

    obtidas fazendo-se x = c na equao (), para 2 < c < 2. De modo anlogo temos queas sees transversais a OY so elipses.A seguir temos um esboo do slido

    Clculo do volume:

    Para todo z [1, 1] a seo plana transver-sal a OZ uma elipse com semi-eixos

    21 c2 e 31 c2. Ento essa seo plana

    tem rea

    A = (21 z2)(3

    1 z2) = 6(1 z2)

    e o volume do slido dado por

    V = 6

    11

    (1z2) dz = 6[z z

    3

    3

    ]11

    = 8.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 14

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidos

    Exemplo 1.11. Calcule o volume do slido

    que interseco dos cilindros

    x2 + y2 = 1 e x2 + z2 = 1 (figura ao lado)

    Soluo

    Clculo do volume:

    Tomemos o eixo OX e as interseces de cada um dos cilindro com planos perpendiculares

    a esse eixo. Para o cilindro x2 + y2 = 1, fazendo x = c, c constante, na equao desse

    cilindro obtemos

    c2 + y2 = 1 y = 1 c2

    Logo a interseco com o plano

    x = c :

    Vazia, se c > 1 ou c < 1.

    A reta do plano x = c deequao y = 0 , se c = 1ou c = 1

    A regio do plano x = c lim-itada pelas duas retas parale-

    las y = 1 c2 se1 < c 1 ou c < 1.

    A reta do plano x = c de equao z = 0 , se c = 1 ou c = 1

    A regio do plano x = c limitada pelas duas retas paralelas z = 1 c2 se1 < c < 1

    Portanto a interseo dos dois cilindros com o plano x = c vazia se c > 1 ou c < 1e um quadrado (veja figura anterior) de lado L = 2

    1 c2 e o volume do slido

    V =

    11L2 dx =

    11

    (21 x2)2 dx = 4

    11

    (1 x2) dx = 163.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 16

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidosExemplo 1.12. Calcular o volume do slido cuja base um crculo de raio 3 e cujas

    sees transversais a um dimetro da base so quadrados.

    SoluoTomemos um eixo orientado cuja

    origem o centro do crculo e que

    contm o dimetro (figura ao lado).

    A seo transversal em x um

    quadrado de lado L que varia com

    x. Logo, sua rea igual a A = L2,

    o volume do slido

    V =

    33L2 dx = 2

    30

    L2 dx (usando simetria)

    e(L

    2

    )2+ x2 = 32 L2 = 4(9 x2)

    Portanto,

    V = 8

    30

    (9x2) dx = 8[9x x

    3

    3

    ]30

    = 144

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 17

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidosExemplo 1.13. Calcular o volume do slido cuja base uma elipse de semi-eixos iguais

    a 2 e 3 e cujas sees transversais ao eixo maior so tringulos equilteros.

    SoluoTomemos um sistema de eixos

    cartesianos tal que OX coincida

    com o eixo maior (figura ao lado)

    e O coincida com o centro da elipse.

    Nesse sistema de eixos a elipse tem

    equao

    x2

    9+y2

    4= 1

    A seo transversal em x um

    tringulo equiltero de lado L que

    varia com x. Logo, sua rea igual

    a A =

    3L2

    4o volume do slido

    V =

    33

    3L2

    4dx = 2

    30

    3L2

    4dx (usando simetria)

    Como L = 2y ento ( pela equao

    da elipse)

    V =1

    2

    30

    3.4y2 dx = 2

    3

    30

    4.

    (1 x

    2

    9

    )dx =

    = 83

    [x x

    3

    27

    ]30

    = 163.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 18

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidosExemplo 1.14. Calcular uma expresso em integrais que represente o volume do slido

    cuja base a regio do plano limitada pela parbola x = y2 1 e a reta x = y+1 e cujassees transversais a OY so tringulos retngulos, issceles tais que a hipotenusa se

    encontra sobre a base do slido.

    Soluo

    A regio R est representada na

    figura ao lado.

    A seo transversal em y um

    tringulo retngulo issceles de

    hipotenusa b e altura h (relativa

    a hipotenusa), que variam com y.

    Logo, sua rea A =bh

    2=b2

    4

    O volume do slido V = 21

    b2

    4dy

    Como

    b = x1x2 = y+1(y21) = y2+y+2

    Ento

    V =

    21

    (y2 + y + 2)24

    dy =81

    40

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 19

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.3: Volume de slidosExemplo 1.15. Calcular uma expresso em integrais que represente o volume do slido

    cuja base um tringulo retngulo ABC de catetos AB e AC com comprimentos 3 e 4 e

    cujas sees transversais a AC so semi-crculos com dimetros sobre a base do slido.

    SoluoConsiderando o eixo OX como indicado na

    figura ao lado, a seo transversal em x tem

    rea A =r2

    2sendo r o raio do semi-circulo.

    O volume do slido

    V =

    2

    40

    r2 dx

    Usando semelhana de tringulos

    3

    4=

    2r

    4 x 3(4 x)

    8= r

    Logo,

    V =

    2

    40

    9(4 x)264

    dx =3

    2

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 20

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.4: Exerccios1.4 Exerccios

    [1] Utilizando sees planas paralelas, mostre que o volume de uma pirmide quadrangular

    reta, com altura h e base quadrada de lado a, igual aa2h

    3.

    [2] Utilizando integral de sees planas paralelas, mostre que o volume do cone circular

    reto, de altura h e raio da base r, igual ar2h

    3.

    [3] Usando o Clculo Integral, calcule o volume de um tronco de pirmide, de altura h,

    cuja base um quadrado de lado a e cujo topo um quadrado de lado b.

    [4] Calcule o volume de um slido que tem para base um crculo de raio r e cujas sees

    transversais a um dimetro da mesma so tringulos eqilteros, todos situados em um

    mesmo semi-espao em relao ao plano que a contem, e que tm como um dos seus lados

    cordas da circunferncia da base, perpendiculares a esse dimetro.

    [5] Calcule o volume de um slido que tem para base um crculo de raio r e cujas sees

    transversais a um dimetro da mesma so tringulos retngulos issceles, todos situados

    em um mesmo semi-espao em relao ao plano que a contem, e que tm como um dos

    seus catetos cordas da circunferncia da base, perpendiculares a esse dimetro.

    [6] Calcule o volume de um slido que tem para base um crculo de raio r e cujas sees

    transversais a um dimetro da mesma so tringulos retngulos issceles, todos situados

    em um mesmo semi-espao em relao ao plano que a contem, e que tm como hipotenusa

    cordas da circunferncia da base, perpendiculares a esse dimetro.

    [7] Calcule o volume de um slido que tem para base um crculo de raio r e cujas sees

    transversais a um dimetro da mesma so semi-elipses, todas situadas em um mesmo

    semi-espao em relao ao plano que a contem, e que tm o eixo menor como cordas da

    circunferncia da base, perpendiculares a esse dimetro e a medida do eixo maior igual

    ao dobro da medida do eixo menor. (Considere a rea da elipse de semi-eixos maior e

    menor a e b, respectivamente, igual a ab ).

    [8] Calcule o volume de um slido que tem para base um crculo de raio r e cujas sees

    transversais a um dimetro da mesma so semi-elipses, todas contidas em um mesmo

    semi-espao em relao ao plano que a contem, e que tm o eixo menor como cordas

    da circunferncia da base, perpendiculares a esse dimetro e todas elas tm a mesma

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 21

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.4: Exercciosexcentricidade e.

    [9] Calcule o volume de um slido que tem para base uma elipse de semi-eixo maior e

    menor a e b, respectivamente, e cujas sees transversais ao eixo menor so semi-crculos,

    todos situados em um mesmo semi-espao em relao ao plano que a contem, e tendo

    para dimetros cordas da elipse da base, perpendiculares ao eixo menor.

    [10] Calcule o volume de um slido que tem para base uma elipse de semi-eixo maior e

    menor a e b, respectivamente, e cujas sees transversais ao eixo maior so semi-crculos,

    todos situados em um mesmo semi-espao em relao ao plano que a contem, e tendo

    para dimetros cordas da elipse da base, perpendiculares ao eixo maior. (Observe que

    esse volume menor do que o volume do item anterior).

    [11] Calcule o volume do slido de base B = {(x, y) R2; y2 x 33y2} cujas seespor planos perpendiculares ao eixo Ox so quadrados com um lado apoiado em B.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 22

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.5: Slidos de revoluo1.5 Volume de slidos de revoluo

    Quando rotacionamos uma regio do plano xy em torno de uma reta (o eixo) real-

    izando uma volta completa, o lugar geomtrico descrito pelo pontos da regio o que

    chamamos um slido de revoluo.

    Estudamos dois mtodos como calcular volumes de slidos de revoluo:

    Mtodo do disco circular e do anel circular

    Suponhamos que um slido de revoluo obtido rotacionando-se, em torno do eixo

    x, uma regio R delimitada pela curva y = f(x), sendo f uma funo contnua num in-

    tervalo [a, b], f(x) 0, e pelas retas verticais x = a e x = b, como mostra a figura abaixo.

    x

    y

    O

    R

    ba

    y = f(x)

    x x

    y

    O ba

    y = f(x)

    Para cada x [a, b], um plano perpendicular ao eixo x, cortando este no ponto x,determina no slido de revoluo uma seo transversal que um circulo centrado em

    (x, 0) e raio f(x) e portanto cuja area A(x) = [f(x)]2.

    Portanto, o volume do slido de revoluo

    V =

    ba

    A(x)dx =

    ba

    [f(x)]2dx.

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno de eixo y, umaregio R delimitada pela curva x = g(y), g contnua em [c, d], g(y) 0, e pelasretas horizontais y = c e y = d, o volume V de S dado por

    V =

    dc

    [g(y)]2dy.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 23

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.5: Slidos de revoluo

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno de eixo x, umaregio delimitada pelas curvas y = f1(x), y = f2(x) e pelas retas verticais x = a e

    x = b, sendo f1(x) f2(x) para a x b, o volume V de S dado por

    V =

    ba

    ([f1(x)]

    2 [f2(x)]2)dx.

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno de eixo y, umaregio delimitada pelas curvas x = g1(y), x = g2(y) e pelas retas horizontais y = c

    e y = d, sendo g1(y) g2(y) para c y d, o volume V de S dado por

    V =

    dc

    ([g1(y)]

    2 [g2(y)]2)dy.

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno da reta x = k,uma regio delimitada pelas curvas x = g1(y), x = g2(y) e pelas retas horizontais

    y = c e y = d, sendo g1(y) g2(y) > k para c y d, o volume V de S dado por

    V =

    dc

    ([g1(y) k]2 [g2(y) k]2

    )dy.

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno da reta y = k, umaregio delimitada pelas curvas y = f1(x), y = f2(x) e pelas retas verticais x = a e

    x = b, sendo f1(x) f2(x) > k para a x b, o volume V de S dado por

    V =

    ba

    ([f1(x) k]2 [f2(x) k]2

    )dx.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 24

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.5: Slidos de revoluoExemplo 1.16. Considere a regio do plano delimitada pelo eixo x, o grfico de y =

    x,

    para 0 x 2, sendo girada primeiro ao redor do eixo x e depois ao redor do eixo y.Calcule o volume dos 2 slidos gerados.

    Soluo

    (a) Rotao em torno do eixo x

    x

    y

    O 2

    y =x

    2

    x x

    y

    O 2

    Para cada x [0, 2], a seo transversal ao eixo Ox um circulo gerado pela rotaodo segmento vertical de comprimento y =

    x. Logo, possui rea A(x) = y2 e o volume

    do slido igual a

    V =

    20

    y2dx =

    20

    xdx = 2.

    (b) Rotao em torno do eixo y

    y

    xx

    y

    O 22

    2

    Para cada y [0,2], a seo transver-sal ao eixo Oy um anel circular de

    raio externo igual 2 e raio interno igual

    x = y2 e portanto tem rea igual

    A(y) = 22x2 = 4y4 = (4y4).Logo o volume do slido igual a

    V =

    20

    (4 y4)dy = 162

    5.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 25

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.5: Slidos de revoluoExemplo 1.17. Determine o volume do slido obtido pelo rotao do parte da regio

    delimitada por y = 3x e y = x/4 na primeira quadrante ao redor do eixo x e depois ao

    redor do eixo y.

    Soluo

    Pontos de Interseo:

    x1/3 =x

    4 x = 0, x = 8 e y = 0, y = 2.

    (a) Rotao em torno do eixo x

    x

    y

    O 8

    y = x4

    y = 3x

    2

    x x

    y

    y1

    y2

    O 8

    Para cada x [0, 8], a seo transversal ao eixo Ox um anel circular de raioexterno y2 = 3

    x e raio interno y1 =

    x

    4e portanto tem rea A(x) = ( 3

    x)2 (x

    4)2 =

    (x2/3 x

    2

    16

    ). Logo o volume do slido igual a

    V =

    80

    (x2/3 x

    2

    16

    )dx =

    128

    15.

    (b) Rotao em torno do eixo y

    y

    x

    y

    O 8x1 x2

    2

    Para cada y [0, 2], a seo transversalao eixo Oy um anel circular de raio

    externo x2 = 4y e raio interno igual

    x1 = y3 e portanto tem rea igual

    A(y) = (4y)2 (y3)2 = (16y2 y6).Logo o volume do slido igual a

    V =

    20

    (16y2 y6)dy = 51221

    .

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 26

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.5: Slidos de revoluoExemplo 1.18. Determine o volume do slido obtido pela rotao da regio delimitada

    pelas curvas y = x2 e y =x, ao redor da reta x = 2.

    Soluo

    Pontos de Interseo:

    x2 =x x = 0, x = 1

    x

    y

    O 1

    y = x2

    y =x

    1

    y

    x

    y

    x1 x2O 15 24

    1

    Para cada y [0, 1], a seo transversal a reta x = 2 um anel circular de raioexterno (x2 + 2) = (

    y + 2) e raio interno (x1 + 2) = (y2 + 2) e portanto tem rea

    A(y) = (y + 2)2 (y2 + 2)2 = (y + 4y1/2 y4 4y2).

    Logo o volume do slido igual a

    V =

    10

    (y + 4y1/2 y4 4y2)dy = 4930

    .

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 27

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.5: Slidos de revoluoMtodo dos invlucros cilndricos

    Usamos este mtodo quando a rotao feito em torno do eixo do varivel dependente

    y, (y = f(x)) e impossvel de escreve x como funo de y.

    Suponhamos que um slido de revoluo obtido rotacionando-se, em torno do eixo

    y, uma regio R delimitada pela curva y = f(x), sendo f uma funo contnua num in-

    tervalo [a, b], f(x) 0, e pelas retas verticais x = a e x = b, como mostra a figura abaixo.

    x

    y

    O

    R

    ba x x+x

    y = f(x)

    x

    y

    b

    Dividimos R em faixas verticais de largura infinitsima x como mostrado na Figura.

    Quando uma faixa vertical girada em torno do eixo y, ela gera uma casca cilndrica de

    espessura x e volume V . Esta casca cilndrica a diferena entre um cilindro exterior

    do raio (x + x) e um cilindro interior do raio x. Ambos os cilindros tm a altura

    infinitamente prximo a f(x). Assim o volume desta casca cilndrica

    V cilindro exterior cilindro interior (x+x)2f(x) x2f(x)=

    (x2 + 2xx+ (x)2 x2

    )f(x)

    = (2xx+ (x)2

    )f(x)

    V 2xf(x)x

    O volume total do slido de revoluo ser, de acordo com o Teorema Fundamental,

    V =

    ba

    2xf(x)dx.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 28

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.5: Slidos de revoluo1.2 Observao. Denotamos

    A(x) = 2xf(x) = 2(raio)(altura)

    Ou seja A(x) representa a rea lateral de um cilindro de raio x e altura f(x).

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno de eixo x, umaregio delimitada pela curva x = g(y), g contnua em [c, d], g(y) 0, e pelas retashorizontais y = c e y = d, o volume V de S dado por

    V =

    dc

    2yg(y)dy.

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno de eixo y uma regiodelimitada pelas curvas y = f1(x), y = f2(x) e pelas retas verticais x = a e x = b,

    sendo f1(x) f2(x) para a x b, o volume V de S dado por

    V =

    ba

    2x(f1(x) f2(x)

    )dx.

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno de eixo x, umaregio delimitada pelas curvas x = g1(y), x = g2(y) e pelas retas horizontais y = c

    e y = d, sendo g1(y) g2(y) para c y d, o volume V de S dado por

    V =

    dc

    2y(g1(y) g2(y)

    )dy.

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno da reta y = k,uma regio delimitada pelas curvas x = g1(y), x = g2(y) e pelas retas horizontais

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 29

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.5: Slidos de revoluoy = c e y = d, sendo g1(y) g2(y) > k para c y d, o volume V de S dado por

    V =

    dc

    2|y k|(g1(y) g2(y)

    )dy.

    Se um slido de revoluo S obtido rotacionando-se em torno da reta x = k, umaregio delimitada pelas curvas y = f1(x), y = f2(x) e pelas retas verticais x = a e

    x = b, sendo f1(x) f2(x) > k para a x b, o volume V de S dado por

    V =

    ba

    2|x k|(f1(x) f2(x)

    )dx.

    Exemplo 1.19. Determine o volume do slido obtido pela rotao da regio limitada

    pela parabola y = 2x2 x3 o eixo x em torno do eixo y.

    Soluo

    f(x)

    x

    y

    O x 2

    A(x) = 2(raio)(altura) = 2x(2x2 x3) = 2(2x3 x4)

    Logo

    V =

    20

    2(2x3 x4) dx = 165

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 30

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.5: Slidos de revoluoExemplo 1.20. Determine o volume do slido obtido pelo rotao do parte da regio

    delimitada por y = 3x e y = x/4 na primeira quadrante ao redor do eixo x.

    Soluo

    x

    y

    O 8

    y = x4

    y = 3x

    2

    x

    y

    y

    O

    2

    A(y) = 2(raio)(altura) = 2y(4y y3) = 2(4y2 y4)

    Logo

    V =

    20

    2(4y2 y4) dy = 12815

    Exemplo 1.21. Determine o volume do slido obtido pela rotao da regio delimitada

    pelas curvas y = x2 e y =x, ao redor da reta x = 2.

    Soluo

    x

    y

    xO 15 24

    A(x) = 2(raio)(altura) = 2(x+ 2)(x x2) = 2(x3/2 x3 + 2x1/2 2x2)

    Logo

    V =

    10

    2(x3/2 x3 + 2x1/2 2x2) dx = 4930

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 31

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.6: Exerccios1.6 Exerccios

    [1] Calcule o volume do slido obtido pela rotao da regio do plano limitada pelo grfico

    da funo f(x) =ex + ex

    2, com x [1, 1], em torno do eixo Ox.

    [2] Calcule o volume do slido obtido pela rotao da regio do plano limitada pelo grfico

    da elipse E : 9x2 + y2 = 9 em torno do:

    (2.1) Eixo maior (2.2) Eixo menor.

    [3] Determine o volume do slido obtido pela rotao da regio compreendida entre o(s)

    grfico(s) de:

    (3.1) y = (x 1)(x 3)2 e o eixo x, ao redor do eixo y

    (3.2) y = 3x, x = 8 e o eixo x, ao redor do eixo x

    (3.3) y = 2x 1 e y = x 1, ao redor da reta x = 6

    (3.4) x = (y 2)2 e y = x, ao redor da reta y = 1

    (3.5) y = sen x, para 0 x , ao redor do eixo x

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 32

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centrides1.7 Momentos estticos e centrides

    No nosso dia-a-dia, nos deparamos com muitas situaes em que precisamos manter

    um sistema de corpos em equilbrio. Para conseguirmos apoiar uma placa plana em

    uma haste fina, de forma que a mesma fique em equilbrio, o ponto de apoio da haste

    deve estar localizado no centro de massa ou centride da placa, considerando-se o campo

    gravitacional uniforme. Ou at mesmo para arrumar a carga de um caminho necessrio

    que a mesma esteja em equilbrio para evitar acidentes por tombamento da carga, ou

    desgastes de pneus e suspenso. Da, temos necessidade de determinar o centro de massa

    ou centride no s de placas planas de formatos variados, como tambm arames, fios, e

    slidos tri-dimensionais. Ao longo desse trabalho vamos mostrar como encontrar centro

    de massa ou centrides como aplicao do clculo integral em vrias situaes.

    Vale ressaltar nesse momento a diferena entre centro de massa e centro de gravidade.

    O centro de massa independe de fatores externo, como por exemplo da acelerao da

    gravidade local. J o centro de gravidade depende do campo gravitacional. Assim, o

    centro de massa e o centro de gravidade s coincidem quando o campo gravitacional for

    uniforme.

    Como podemos encontrar o centro de massa?

    Inicialmente vamos imaginar uma situao bem simples, como por exemplo uma

    gangorra. A gangorra est apoiado num suporte como mostra a figura a seguir.

    b bb

    b b

    p2p1

    b b

    d1b

    d2

    Vamos considerar duas pessoas sentadas nas extremidades com pesos p1 e p2 e dis-

    tncias ao ponto de apoio d1 e d2 respectivamente. Pela lei da Alavanca de Arquimedes

    a gangorra s estar em equilbrio se:

    p1 d1 = p2 d2.

    Agora vamos analisar a situao do ponto de vista uni-dimensional, considerando

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 33

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centridesa origem da reta real como mostra a figura abaixo e denotaremos por xg o centro de

    gravidade da gangorra, ou seja, o ponto de apoio de forma que a gangorra fique em

    equilbrio, considerando as condies anteriores.

    xgbO b

    x1b

    b b

    b

    x2

    p1 p2

    b b

    d1

    b

    d2

    Nesse caso temos que d1 = xg x1 e d2 = x2 xg.Aplicando a lei da Alavanca, temos

    p1 (xg x1) = p2 (x2 xg)p1 xg p1 x1 = p2 x2 p2 xgp1 xg p2 xg = p1 x1 + p2 x2xg (p1 + p2) = p1 x1 + p2 x2

    Da, podemos concluir que

    xg =p1 x1 + p2 x2

    p1 + p2(1.1)

    Desde quando o peso, segundo a lei de Newton a fora exercida sobre o corpo pela

    atrao gravitacional da Terra temos que p1 = m1 g e p2 = m2 g, em que m1 e m2 soas massas das pessoas que esto sentadas na gangorra e g a acelerao da gravidade

    aproximadamente igual 9, 8m/s. Com essas considerao a equao 1.9 dada por

    xg =g m1 x1 + g m2 x2

    g m1 + g m2 =m1 x1 +m2 x2

    m1 +m2. (1.2)

    Como nesse caso o campo gravitacional uniforme, verificamos que o centro de gravi-

    dade (xg) coincide com o centro de massa, que denotaremos por x =m1 x1 +m2 x2

    m1 +m2.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 34

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centridesConseqentemente, podemos definir o momento esttico da massa de uma partcula

    em relao a um ponto.

    1.3 Definio. Momento Esttico

    Definimos o momento esttico da massa m1 em relao a origem, denotado por M1,

    atravs do produto M1 = m1 x1, assim como o momento esttico da massa m2 emrelao a origem, denotado por M2, atravs do produto M2 = m2 x2, em que x1 e x2representam as distncias das massas m1 e m2 em relao a origem ou ponto referencial.

    Assim como definimos o momento esttico em relao a um ponto, podemos tambm

    definir o momento esttico em relao a outros referncias como, por exemplo, uma reta

    ou um plano. O momento tambm pode ser aplicado a outras grandezas alm da massa

    como: momento de fora, momento de comprimento, momento de rea, momento de

    volume etc.

    Agora vamos considerar a situao de termos um sistema de n partculas com massas

    m1,m2, . . . ,mn localizadas nos pontos x1, x2, . . . , xn respectivamente sobre o eixo Ox.

    Nesse caso o centro de massa do sistema dado pela razo entre o somatrio dos momentos

    e a massa total, como mostra a equao abaixo.

    x =

    ni=1

    mi xini=1

    mi

    =M

    m m x = M

    em que m =ni=1

    mi representa a massa total do sistema eM =ni=1

    mi xi o somatriodos momentos estticos de cada partcula em relao a origem.

    Observe que o centro de massa um ponto em que podemos concentrar todas as

    massas do sistema de forma que o somatrio dos momentos em relao ao referencial

    considerado continua o mesmo.

    No caso bi-dimensional, vamos considerar que as partculas esto posicionadas no

    plano cartesiano, como mostrar a figura abaixo.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 35

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centrides

    y

    x

    b

    m3

    b

    m1

    bm2

    x3

    y3

    y1

    x1

    y2

    x2

    b

    O

    Seguindo um raciocnio similar ao caso uni-dimensional, j visto, s que agora tomando

    como referencial os eixos Ox e Oy, temos que o centride, denotado por (x, y), dado por:

    x =Mym

    e y =Mxm

    ,

    em que m =ni=1

    mi representa a massa total do sistema, e

    My =

    ni=1

    mixi e Mx =ni=1

    miyi

    representam os somatrios dos momentos em relao aos eixos Oy e Ox respectiva-

    mente. Observe que o momento de uma partcula em relao ao eixo Ox o produto

    da massa dessa partcula pela distncia da mesma ao eixo Ox, que uma distncia y.

    Similarmente, para o momento em relao ao eixo Oy.

    Assim, o ponto (x, y), que representa o centride, o ponto em que uma nica

    partcula de massa m teria os mesmos momentos do sistema.

    Vamos agora nos deter ao clculo do centro de massa ou centride de placas planas

    finas de material homogneo com densidade uniforme (massa por unidade de rea) e

    rea superficial A. Inicialmente, vamos encontrar centrides de placas com formato de

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 36

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centridesfiguras planas simtricas ou que possuam eixo de simetria. Uma superfcie simtrica

    em relao a um eixo OO, se para cada ponto P da superfcie existe um ponto P, tal

    que o segmento PPalm de ser perpendicular ao eixo OO, dividido ao meio pelo eixo.

    Analogamente, podemos verificar a simetria de uma curva. Nesse caso, ou seja, quando

    uma superfcie ou curva possui um eixo de simetria o centride em ambas situaes esto

    sobre esse eixo de simetria. Caso a superfcie ou curva possua dois eixos de simetria, seu

    centride est na interseo desses dois eixos. Assim, facilmente podemos determinar os

    centrides de superfcies no formato de figuras geomtricas conhecidas como: quadrados,

    retngulos, tringulos equilteros, crculos, elipses etc. Similarmente, podemos identificar

    o centride de curvas na forma de circunferncias, elipses etc. Observe que no caso das

    curvas, nem sempre o centride pertence a mesma. Ver a figura abaixo.

    xg xg xg xg

    b bb b

    Quando temos superfcies compostas de vrias regies sem intersees, o momento

    dessa superfcie o somatrio dos momentos de cada regio que a compe. Sendo a massa

    de cada regio da superfcie composta igual a mi = Ai, i = 1, 2, 3 . . . os momentos em

    relao aos eixos Ox e Oy so respectivamente,

    My =ni=1

    Aixi e Mx =ni=1

    Aiyi.

    Nesse caso xi e yi so as distncias dos centrides de cada regio aos eixo OX e Oy

    respectivamente. Observe a figura abaixo.

    (x1, y1)

    (x2, y2)

    2 8

    6

    2b

    b

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 37

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centridesExemplo 1.22. Vamos encontrar o centride da superfcie composta indicada nessa

    figura.

    Soluo: J sabemos que o centride de cada quadrado coincido com o seu centro.

    Assim, vamos encontrar o somatrio dos momentos, considerando Ai a rea do quadrado

    Qi e yi e xi, suas respectivas distncia ao eixo Ox e Oy, i = 1, 2. Portanto

    Mx = A1 y1 + A2 y2 = [1(2 2) + 3(6 6)] = 112

    e

    My = A1 x1 + A2 x2 = 1(2 2) + 5(6 6) = 184

    A rea total dada por A = 2 2 + 6 6 = 40. Assim,

    x =My A =

    184 40 =

    23

    5u.c e y =

    Mx A =

    112 40 =

    14

    5u.c

    Exemplo 1.23. Achar o centride da seo de um pilar indicado na figura a abaixo.

    50

    30 500

    30(x1, y1)

    (x2, y2)

    x

    y

    b

    b

    b

    Soluo: Sabemos que quando a figura possui eixo de simetria, o centride est

    sobre esse eixo de simetria. Observe que o eixo de simetria do pilar a primeira bissetriz.

    Portanto, nesse caso, em particular, x = y =MxA

    , em queMx o somatrio dos momentos

    e A a rea total da superfcie. Assim,

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 38

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centrides

    Mx = y1A1 + y2A2 = (25 30 50 + 15 20 30) = 46.500cm3

    A = 30 50 + 20 30 = 1500 + 600 = 2100cm2

    Conseqentemente,

    x = y = 46.500 2.100

    = 22cm

    E se quisermos encontrar o centride de um tringulo qualquer que no seja equi-

    ltero? Nesse caso, se a placa homognea e de espessura constante, o baricentro coincide

    com o centride de sua superfcie (veja figura abaixo).

    x1 x2 x3

    y1

    y2

    y3

    G(xg, yg)

    x

    y

    b

    A

    b

    B

    b Cb

    Assim, dadas as coordenadas dos vrtices do tringulo podemos determinar o seu

    baricentro, denotado por (xg, yg) de forma prtica por:

    xg =x1 + x2 + x3

    3yg =

    y1 + y2 + y33

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 39

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centridesExemplo 1.24. Encontre o centride da superfcie composta indicada na figura abaixo.

    30

    30

    40

    40 x

    y

    O

    Soluo: Observe que nessa figura temos a primeira bissetriz como eixo de simetria,

    assim x = y. Basta, ento, encontrarmos y =MxA

    . Observe, tambm, que o somatrio

    dos momentos Mx o momento do quadrado, M1x subtrado do momento do tringulo,

    M2x e a rea total, A, a rea, A1 do quadrado menos a rea, A2 do tringulo. Portanto

    A = A1 + A2 = 40 40 30 302

    = 1.150cm2

    Mx = M1x M2x = A1 y1 A2 y2 =

    (40 40 20 30 30

    2 13 30

    )=

    27.500 cm3.

    Conseqentemente,

    y = x = MxA

    =27.500

    1.150= 23, 9cm

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 40

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centridesExemplo 1.25. Na figura abaixo qual deve ser o valor de x para que a ordenada do

    centride seja igual a 2?

    x

    3

    2

    8

    x

    y

    bb

    b b

    b

    G1

    b G2

    Soluo: Sabemos que a ordenada do centride dada por y =MxA

    , em que Mx

    denota o momento esttico em relao a x e A a rea total. Vamos denotar por M1x o

    momento do retngulo em relao ao eixo x e porM2x o momento do tringulo em relao

    ao eixo x, assim como, A1 e A2 as reas do retngulo e do tringulo respectivamente.

    Assim,

    A1 = 2x e A2 =(x 3) 6

    2.

    Enquanto que

    Y1 = 1 e Y2 =1

    3 6 + 2 = 4.

    Agora vamos encontrar o momento em relao a x e a rea total.

    Mx = A1 y1 + A2 y2 = 2x 1 + (x 3)2

    6 4 = 2x+ 12x 36 = 14x 36.

    A = 2x+(x 3) 6

    2= 2x+ 3x 9 = 5x 9.

    y =MxA

    =14x 365x 9 = 2. (1.3)

    Resolvendo a equao 1.9, temos

    14x 36 = 10x 18 4x = 18 x = 4, 5.

    Como faremos para encontrar centrides de regies planas que no so formadas por

    figuras geomtricas, as quais j conhecemos o centride, como mostramos anteriormente?

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 41

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centridesComo por exemplo, o centride de uma regio limitada por uma funo qualquer? Para

    tanto vamos mostrar como obter uma expresso em integral que calcula centrides desse

    tipo de regio.

    Seja R uma regio limitada pelas retas x = a, y = b, o eixo x e a funo contnua

    f(x) em [a, b].

    Vamos dividir o intervalo [a, b], em sub-intervalos pequenos, tomando-se uma partio

    a = x0 < x1 < x2 < . . . < x(n1) < xn = b.

    a b

    xi

    x

    Ri

    Ci

    x

    y

    f

    b

    b b

    b

    b

    b

    b

    b

    b

    Seja x = xi1 xi e vamos tomar xi [xi1, xi], tal que

    xi =xi1 + xi

    2, i = 1, 2, . . . ,n.

    Assim, podemos dizer que a regio aproximadamente a unio dos retngulos de base

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 42

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centrides

    xi e altura f(xi). Vamos denotar por Ci =(xi,

    f(xi)

    2

    )o centride de cada retngulo

    Ri, e por Ai = f(xi) x a rea de cada retngulo Ri. Portanto, a massa dada porm = Ai.

    O momento de cada retngulo Ri em relao ao eixo y dado por

    My(Ri) = [ f(xi) x] massa

    xidistancia deRi ao eixo y

    = xi f(xi) x

    Para encontrar o momento da regio R em relao ao eixo y, vamos fazer o mximo

    dos xi tender a zero. Conseqentemente temos

    My = limn

    ni=1

    xi f(xi) x =ni=1

    limn

    xi f(xi) x := ba

    x f(x)dx.

    Da, x =Mym

    =

    ba

    x f(x)dx A =

    1

    A

    ba

    x f(x)dx.Similarmente,

    Mx(Ri) = [ f(xi) x] f(xi)2

    = 12 [f(xi)]2 x

    Mx = limn

    ni=1

    12 [f(xi)]2 x =

    ni=1

    limn

    12 [f(xi)]2 x :=

    ba

    1

    2[f(x)]2dx.

    Conseqentemente,

    y =Mxm

    =

    ba

    1

    2[f(x)]2dx

    A =1

    2A

    ba

    1

    2[f(x)]2dx.

    A mesma linha de raciocnio pode ser usada para determinarmos o centride no caso

    da regio R ser limitada pelas retas y = c e y = d e o eixo y e a funo contnua x = f(y)

    em [c,d], como mostra a figura abaixo.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 43

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centridesIncluir figura 11 Ver com Joseph

    Nesse caso, encontramos

    y =1

    A

    ba

    y f(y)dy e x = 12A

    ba

    [f(y)]2dy.

    Exemplo 1.26. Encontrar o centride de1

    4da circunferncia de raio r.

    r

    r x

    y

    Soluo: a equao x2+y2 = r2 representa uma circunferncia de raio r. No primeiro

    quadrante a quarta parte da circunferncia o grfico da funo f(x) =r2 x2 e sua

    rea A =r2

    4. Assim, vamos usar os resultados obtidos anteriormente,

    x =1

    A

    ba

    x f(x)dx e y = 12A

    ba

    [f(y)]2dy.

    Assim,

    x =4

    r2

    r0

    xr2 x2dx (1.4)

    Vamos resolver a integral da equao 1.10 por substituio de varivel, fazendo t =

    r2 x2 dt = 2xdx. Para x = 0 t = r2 e x = r t = 0.Portanto,

    x =4

    r2

    r0

    xr2 x2dx = 4

    r2

    0r2

    t

    2dt =2

    r2

    r20

    tdt

    =2

    r2 t

    3/2

    3/2

    r2

    0

    =2

    r2

    (r2)3 2

    3=

    4

    3r2 r3 = 4r

    3.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 44

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.7: Momentos e centridesCalculando y, temos

    y =1

    A

    ba

    [f(x)]2

    2dx =

    4

    r2

    r0

    (r2 x2

    2dx

    )=

    2

    r2

    [r2x x

    3

    3

    ] r

    0

    =2

    r2

    [r3 r

    3

    3

    ]=

    2

    r2

    (2r3

    3

    )=

    4r

    3.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 45

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.8: 2o Teorema de Pappus1.8 Segundo Teorema de Pappus-Guldin

    Agora que voc sabe encontrar centrides de regies planas, j est apto a entender

    o teorema de Pappus-Guldin, que propicia o clculo do volume do slido gerado pela

    rotao de uma regio plana em torno de um eixo de rotao.

    1.4 Teorema. Se uma regio plana gira em torno de uma reta de seu plano que no a

    intercepta, o volume gerado igual ao produto da rea da regio plana pelo comprimento

    da circunferncia percorrida pelo seu centride.

    Prova. Vamos considerar o eixo x como eixo de rotao e y a ordenada do centride

    da regio plana e vamos tomar um elemento de rea dA = t dy, como mostra a figuraabaixo.

    S

    x

    y

    gft

    b

    G

    b

    b

    dy

    b

    ba

    bbb

    Assim, queremos mostrar que o volume do slido gerado V o produto da rea da

    regio plana pelo comprimento da circunferncia percorrida pelo eu centride, ou seja

    V = Area

    2ycircunferncia

    .

    Utilizando o mtodo da casca cilndrica, observe que o volume gerado pela rotao

    da regio S em torno do eixo x dado pela expresso

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 46

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.8: 2o Teorema de Pappus

    V = 2

    ba

    y tdy. (1.5)

    Por outro lado, a ordenada do centride dada por

    y =

    ba

    ydA

    ba

    dA

    =

    ba

    ydA

    A ba

    ydA = yA. (1.6)

    Como dA = t dy e com os resultados obtidos na equao 1.6, da equao 1.5 temos

    V = 2

    ba

    y tdy = 2 ba

    ydA = 2yA

    Assim, fica demonstrado Segundo Teorema de Pappus-Guldin. 2

    1.5 Observao. Generalizando, o segundo teorema de Pappus-Goldin nos diz que o vol-

    ume do slido gerado pela rotao de uma regio plana em torno de um eixo dado por

    V = 2d A, em que d a distncia do centride da regio ao eixo de rotao e A area da regio.

    Exemplo 1.27. Determinar o volume de um toro gerado pela rotao de um crculo de

    raio R em torno de um eixo de seu plano distncia K > R do seu centro ( ver figura

    abaixo).

    b

    G

    K

    R

    Soluo Pelo segundo teorema de Pappus-Goldin, o volume dado por

    V = A 2K = R2 2K = 22KR2.

    Assim, o volume do toro gerado V = 22KR2.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 47

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.8: 2o Teorema de Pappus1.6 Observao. Nesse caso o centride coincidiu com o centro do crculo cuja ordenada

    K. Ou seja, y = K. Caso a rea no seja um crculo temos que encontrar o centride.

    Exemplo 1.28. Encontrar o volume gerado pela rotao do tringulo de vrtices (1, 1),

    (3, 1) e (2, 7) em torno da reta y = 2x, como mostra a figura abaixo.

    (2, 7)

    (1, 1) (3, 1)b b

    b

    f

    b

    G

    b

    d

    Soluo Sabemos, pelo segundo teorema de Pappus-Guldin, que o volume do slido

    gerado dado por V = 2d A, em que, nesse caso, d a distncia do centride dotringulo reta y = 2x e A a rea do tringulo. Portanto, inicialmente, vamosencontrar o centride do tringulo. Como visto anteriormente, temos

    xg =1 + 3 + 2

    3= 2 yg =

    1 + 1 + 7

    3= 3.

    Portanto o centride do tringulo,G, dado por G = (2, 3).

    Agora, precisamos da distncia entre o ponto G e a reta y = 2x, e para tanto,vamos nos lembrar como encontrar distncia entre ponto e reta.

    Dada uma reta ax + by + c = 0, a distncia entre a reta e o ponto P (x0, y0) dada

    por

    d =ax0 + by0 + c

    a2 + b2.

    Assim, a distncia, d, entre a reta 2x+ y = 0 e o ponto G(2, 3) dada por

    d =2 (2 + 1) (3 + 0)

    22 + 12=

    75

    5.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 48

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.8: 2o Teorema de PappusClaramente a rea, A, do tringulo A = 6, portanto o volume do slido gerado

    V = 2d A = 2 75

    5 6 = 84

    5

    5.

    Exemplo 1.29. Usando o segundo teorema de Pappus-Guldin, determine a ordenada

    do centride de semi-crculo de raio R.

    b

    G

    Soluo Vamos denotar por A a rea do semi-crculo de raio R, e por y a ordenada

    do seu centride. Pelo segundo teorema de Pappus-Guldin, temos

    V = A 2y = R2

    2 2y = 2R2y (1.7)

    Por outro lado, o volume da esfera dado por

    V =4

    3R3 (1.8)

    Igualando as equaes 1.7 e 1.8 temos

    2R2y =4

    3R3 y = 4R

    3.

    Portanto, a ordenada do centride do semi-crculo de raio R y =4R

    3e observe que

    a sua abscissa, x nula, pois est sobre o eixo y, que o eixo de simetria.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 49

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.9: Exerccios1.9 Exerccios

    [1] Determine a posio do centride das seguintes figuras e o volume do slidos gerados

    pela rotao das mesmas em torno da reta indicada abaixo de cada figura:

    (1.1)

    x

    y

    3 3

    0 2

    8

    2

    6

    reta: y = 10

    (1.2)

    x

    y

    6

    0 2 8

    2

    reta: x y + 4 = 0

    (1.3)

    x

    y

    810 0 8 10

    27

    reta: y 7 = 0

    3 x

    2

    1

    y (1.4)

    21

    reta: x 4 = 0

    [2] Determine as coordenadas do centro de gravidade da regio plana especificada:

    (2.1) Regio no primeiro quadrante, delimitada pela elipsex2

    a2+y2

    b2= 1, (x 0, y 0)

    (2.2) rea delimitada pela curva y = 4 x2

    4e o eixo x

    (2.3) rea delimitada pela parbola y2 = ax e pela reta x = a.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 50

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.9: Exerccios[3] Seja R a regio do plano limitado pelas curvas y = x2 e y = x2 + 2.

    (3.1) Esboce R e calcule a sua rea.

    (3.2) Calcule o centride de R.

    (3.3) A regio R girado em torno da reta x = 2 formando um slido D. Calcule o

    volume de D, usando o teorema de Pappus-Guldin.

    [4] Seja R a regio do plano limitado pelas curvas y = x2 3x+ 6 e x+ y 3 = 0.

    (4.1) Esboce R e calcule a sua rea.

    (4.2) Calcule o centride de R.

    (4.3) A regio R girado em torno da reta x+y3 = 0 formando um slido D. Calculeo volume de D, usando o teorema de Pappus-Guldin.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 51

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.10: Comprimento de arco1.10 Comprimento de Arco de uma Curva

    Em muitas situaes vamos precisar do comprimento da trajetria percorrida por

    uma partcula, como por exemplo o comprimento de uma rodovia, constituda de muitas

    curvas sinuosas. Nesses casos, se faz necessrio o clculo do comprimento do arco de

    uma dada curva. O nosso objetivo agora poder expressar esse comprimento atravs de

    uma integral definida. Para tanto, vamos considerar uma funo contnua f com primeira

    derivada tambm contnua, definida num intervalo fechado [a, b]. Nessas condies, vamos

    considerar que o grfico dessa funo uma curva lisa e sem repeties de trechos como

    mostrar a figura a seguir.

    P0 = a

    Pn = b

    x

    y

    f

    b

    Vamos dividir o intervalo [a, b], em sub-intervalos pequenos, tomando-se uma partio

    a = x0 < x1 < x2 < . . . < x(n1) < xn = b

    Observe que ao fazermos isso estamos dividindo a curva nos pontos

    P0,P1,P2, . . . ,Pn,

    tais que P0(a, y0) e Pn(b, yn), como mostra a figura seguinte.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 52

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.10: Comprimento de arco

    Pi1

    Pi

    Pn1

    P0 = a

    Pn = b

    xi

    xixi1

    P1

    yi

    x

    y

    f

    Assim, fazendo um clculo grosseiro podemos dizer que o comprimento da curva,

    denotado por L, aproximadamente igual a soma dos comprimentos dos segmentos Pi1Pi

    com i = 1, 2, . . . ,n. Ou seja,

    L =ni=1

    P(i1)Pi = P0P1 + P1P2 + . . .+ P(n1)Pn

    Considerando xi = xix(i1) e yi = yi y(i1), vamos denotar por li o compri-mento de cada segmento P(i1)Pi, em que i = 1, 2, . . . ,n, isto , li = P(i1)Pi.

    Pi1

    Pi

    Pn1

    P0 = a

    Pn = b

    xi

    xixi1

    P1

    yi

    x

    y

    f

    Na figura anterior, observe o tringulo retngulo, e por Pitgoras temos:

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 53

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.10: Comprimento de arco

    li =

    (xi)2 + (yi)2 =

    (xi)

    2

    (xi)2((xi)

    2 + (yi)2)=

    1 +

    (yixi

    )2|xi|.

    Observe que xi um valor positivo, devido a forma que tomamos a partio. Con-

    seqentemente, o comprimento total da curva(L) aproximadamente igual

    L =ni=1

    li =ni=1

    1 +

    (yixi

    )2xi.

    Fazendo o mximo dos xi tender a zero, diminumos o erro nos clculos e refinamos

    a partio, pois n. Assim, passando o limite, temos

    limn

    L = limn

    ni=1

    1 +

    (yixi

    )2xi =

    ni=1

    limn

    1 +

    (yixi

    )2xi.

    Agora, como f derivvel e contnua em [a, b], o Teorema do Valor Mdio garante

    que existe ci [xi1, xi] tal que yi = f (ci)xi.Dessa forma podemos definir o comprimento da curva como

    L =ni=1

    limn

    1 +

    (yixi

    )2xi :=

    ba

    1 + [f (x)]2dx.

    Portanto conclumos que se f = f(x) uma funo contnua e derivvel para todo

    x pertencente ao intervalo fechado [a, b] o comprimento da curva lisa do grfico de f

    dado por

    L =

    ba

    1 + [f (x)]2dx.

    Analogamente, se g = g(y) uma funo contnua e derivvel em [c, d], temos

    L =

    dc

    1 + [g(y)]2dy.

    Agora usando o resultado obtido podemos resolver os seguintes exemplos:

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 54

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.10: Comprimento de arcoExemplo 1.30. Calcule o comprimento de arco da curva de equao

    y =ex + ex

    2para x [1, 1].

    Soluo: A derivada da funo y = f(x) f (x) =ex ex

    2, assim

    L =

    11

    1 +

    (ex ex

    2

    )2dx =

    11

    1 +

    (ex)2 2exex + (ex)24

    dx

    =

    11

    4 + (ex)2 2 + (ex)2

    4dx =

    11

    (ex)2 + 2 + (ex)2

    4dx

    =

    11

    (ex + ex)2

    4dx =

    11

    ex + ex4 dx

    Como ex + ex > 0 para todo x,

    L =1

    2

    11

    (ex + ex

    )dx =

    1

    2

    [ex ex]11 = 12

    (2e 2 1

    e

    )= e 1

    eu.c.

    Uma curiosidade que as funes y(x) =ex + ex

    2e y(x) =

    ex ex2

    , so o

    cosseno hiperblico e o seno hiperblico, respectivamente. O grfico da funo cosseno

    hiperblico (ver figura abaixo) uma "catenria" e tem a forma de um fio flexvel preso

    pelas pontas e deixado sob ao da gravidade.

    f

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 55

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.10: Comprimento de arco

    Exemplo 1.31. Calcule o comprimento do arco da parbola y =x2

    2para x [0, 1].

    Soluo

    Como f(x) =x2

    2e f (x) = x o comprimento do arco da parbola dado por

    L =

    10

    1 + [f (x)]2dx igual a L =

    10

    1 + x2dx.Usando substituio trigonomtrica,

    fazendo y = tg(t) e observando o tringulo abaixo, temos

    1

    x

    1 + x2

    t

    b

    b

    b

    b

    b

    b

    cos(t) =1

    1 + x21 + x2 =

    1

    cos(t)= sec(t)

    sen(t) =x

    1 + x2

    tg(t) =x

    1 dx = sec2(t)dt

    x = 0 t = arctg(0) = 0 e y = 1 t = arctg(1) =

    4.

    Logo, o comprimento de arco da parbola

    L =

    10

    (1 + x2)dx =

    4

    0

    1 + tg2(t) sec2(t)dt

    =

    4

    0

    sec3(t)dt=sec(t) tg(t) + ln |sec(t) + tg(t)|

    2

    4

    0

    =

    sec(4

    ) tg

    (4

    )+ ln

    sec(4)+ tg (4) sec(0) tg(0) + ln |sec(0) + tg(0)|

    2

    =

    22 (1) + ln

    22 + 1

    2=

    2 + ln

    2 + 12

    u.c.

    Agora, vamos mostrar como obtivemos o resultado da integral da funo

    sec3(t),

    sinalizada anteriormente.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 56

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.10: Comprimento de arco

    sec3(t)dt =

    sec2(t)sec(t)dt

    Vamos resolver a integral pelo mtodo de integrao por partes, fazendo

    u = sec(t) du = sec(t)tg(t)dt e dv = sec2(t)dt v = tg(t).

    Aplicando o mtodo de integrao por parte, em que

    udv = uv

    vdu, temos

    sec3(t)dt = sec(t) tg(t)

    tg2(t)sec(t)dt

    = sec(t) tg(t) (

    sec2(t) 1) sec(t)dt= sec(t) tg(t)

    sec3(t)dt+

    sec(t)dt

    Observe que do outro lado da ltima igualdade encontramos novamente a integralsec3(t)dt. Resolvendo a igualdade e usando o resultado

    sec(t)dt = ln |sec(t) + tg(t)|+ C,

    C uma constante, temos

    2

    sec3(t)dt = sec(t) tg(t) + ln |sec(t) + tg(t)|+ C

    Da,

    sec3(t)dt =

    sec(t) tg(t) + ln |sec(t) + tg(t)|2

    + C

    =

    1 + x2 x+ ln 1 + x2 + x

    2+ C

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 57

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.10: Comprimento de arcoExemplo 1.32. Calcule o comprimento do arco da curva

    y = ln(x), em que3 x

    (8).

    Soluo: A derivada da funo y = ln(x) igualdy

    dx=

    1

    x, assim o comprimento do

    arco dado por

    L =

    83

    1 +

    (1

    x

    )2dx =

    83

    1 +

    1

    x2dx

    =

    83

    x2 + 1

    x2dx =

    83

    x2 + 1

    |x| dx

    A ltima integral deve ser resolvida pelo mtodo de substituio trigonomtrica.

    Fazendo x = tg(t) e observando o tringulo abaixo temos

    1

    x

    1 + x2

    t

    b

    b

    b

    b

    b

    b

    cos(t) =1

    1 + x21 + x2 =

    1

    cos(t)= sec(t)

    sen(t) =x

    1 + x2

    tg(t) =x

    1 dx = sec2(t)dt

    Muitas vezes, principalmente quando vamos fazer muitas substituies de variveis,

    trocar os limites da integral definida fica complicado, assim podemos colocar o resultado

    final em funo de x e utilizar os limites dados no incio. Considerando que3 x 8,

    e fazendo a substituio de varivel para t, temos

    x2 + 1

    x=

    tg2(t) + 1

    tg(t)sec2(t)dt =

    sec(t) sec2(t)

    tg(t)dt

    =

    sec3(t)

    tg(t)dt =

    1

    cos3(t) cos(t)sen(t)

    dt =

    1

    cos2(t) sen(t)dt

    =

    1

    cos2(t) sen(t) sen(t)

    sen(t)dt =

    sen(t)

    cos2(t) sen2(t)dt

    =

    sen(t)

    cos2(t) (1 cos2(t))dt

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 58

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.10: Comprimento de arcoAgora vamos fazer uma substituio de variveis, fazendo

    u = cos(t) du = sen(t)dt

    Dando continuidade,

    sen(t)

    cos2(t) (1 cos2(t))dt = 1

    u2(1 u2)du = 1

    u2(1 u)(1 + u)du

    =

    (A

    u+

    B

    u2+

    C

    1 u +D

    1 + u

    )du

    No mtodo de decomposio em fraes parciais, temos que encontrar as constantes

    A,B,C eD. Para tanto, vamos encontrar o m.m.c. da equao seguinte:

    1u2(1 u)(1 + u) =

    A

    u+

    B

    u2+

    C

    1 u +D

    1 + u

    1 = Au(1 u2) +B(1 u2) + Cu2(1 + u) +Du2(1 u)

    Poderamos resolver por igualdade de polinmios, mas um mtodo fcil associarmos

    valores a u, assim

    u = 0 B = 1

    u = 1 C = 12

    u = 1 D = 12

    u = 2 1 = 6A 3B + 12C 4D A = 0Portanto, temos

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 59

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.10: Comprimento de arco

    (A

    u+

    B

    u2+

    C

    1 u +D

    1 + u

    )du =

    (0

    u 1u2 1

    2(1 u) 1

    2(1 + u)

    )du

    =1

    u+

    1

    2ln|u 1| 1

    2ln|1 + u|+ C = 1

    cos(t)+

    1

    2ln|cos(t) 1| 1

    2ln|1 + cos(t)|+ C

    Usando a relao obtida anteriormente em que cos(t) =1

    1 + x2, podemos obter o

    resultado em funo da varivel x, e enfim aplicar os limites de integrao.

    x2 + 1

    x=

    11

    1 + x2

    +1

    2ln

    11 + x2 1 12 ln

    1 + 11 + x28

    3

    =1 + x2 +

    1

    2ln

    11 + x2 1 12 ln

    1 + 11 + x28

    3

    =

    1 + (8)2 +

    1

    2ln

    11 + (8)2 1 12 ln

    11 + (8)2

    1 + (3)

    2 12ln

    1

    1 + (3)

    2 1

    +1

    2ln

    1 + 1(3)2

    = 3 +1

    2ln

    13 1 12 ln

    1 + 13 2 12 ln

    12 1+ 12 ln

    1 + 12

    = 3 +1

    2ln

    23 12 ln

    43 2 12 ln

    12+ 12 ln

    32

    = 1 +1

    2ln

    3

    2u.c.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 60

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.11: Exerccios1.11 Exerccios

    [1] Determinar o comprimento das curvas dadas em coordenadas retangulares:

    (1.1) y = ln(1 x2) de x = 14a x =

    3

    4. (1.2) y =

    1

    4x4 +

    1

    8x2de x = 1 a x = 2.

    (1.3) y = 1 ln( sen x) de x = 6a x =

    4. (1.4) (y 1)2 = (x+ 1)3 de x = 0 a x = 1.

    (1.5) y =1

    2

    (ex + ex

    )de x = 0 a x = 1. (1.6) x =

    1

    3y3 +

    1

    4yde y = 1 a y = 3.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 61

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.12: rea de superfcies

    1.12 rea de superfcies de revoluo

    Vamos supor que temos uma curva y = f(x) definida num intervalo [a, b], em que f

    uma funo positiva e possui derivadas contnuas, ver a figura abaixo. Ao rotacionarmos

    essa curva em torno do eixo OX um slido gerado. Queremos encontrar uma integral

    que represente a rea da superfcie desse slido. Para tanto, inicialmente devemos fazer

    um clculo aproximado. Uma idia dividirmos esse slido em pedaos e aproximar cada

    pedao de um tronco de cone. Ao somar a rea de superfcie de cada tronco de cone

    obtemos um clculo aproximado e ao tomarmos o limite o clculo obtido a rea exata

    da superfcie do slido de revoluo.

    y = f(x)y

    x

    r1

    r2

    l1

    l

    b

    b

    Inicialmente vamos deduzir uma frmula para encontrar a rea de superfcie do tronco

    de um cone.

    Observe o cone planificado ao lado. Atravs da regra de trs abaixo deduzimos a rea

    do setor circular, que representa a rea lateral do cone de geratriz (l1 + l). O comprimento

    da circunferncia de raio (l1 + l) est para a rea do crculo com mesmo raio, assim como

    o comprimento do setor circular de ngulo est para a sua rea.

    2 (li + l) (l1 + l)2

    2r2 AM

    AM =2r2 (l1 + l)2

    2 (l1 + l)= l1r2. 2r2

    (l1 + l)

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 62

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.12: rea de superfciesSimilarmente, obtermos que a rea lateral do cone menor dada por: Am = r1l1.

    A rea da superfcie de um tronco de cone dada pela rea da superfcie do cone

    maior menos a do cone menor. Portanto

    A = Am Am = r2(l1 + l) r1l1 = [(r2 r1)l1 + r2l]. (1.9)

    Agora, por semelhana de tringulos temos

    l1r1

    =l1 + l

    r2 r2l1 = r1l1 + r1l (r2 r1)l1 = r1l

    Substituindo o resultado obtido na equao 1.9 temos

    A = (r1l + r2l) = 2rl (1.10)

    em que r =1

    2(r1 + r2) o raio mdio da faixa.

    Agora vamos deduzir a integral que representa a rea da superfcie do slido de

    revoluo.

    Vamos dividir o intervalo [a, b], em sub-intervalos pequenos, tomando-se uma partio

    a = x0 < x1 < x2 < . . . < x(n1) < xn = b, cujos intervalos so iguais.

    y

    x

    P0 PnP1

    Pi1Pi

    Pn1b

    b

    b

    b

    b

    b

    b

    ab

    b

    Observe que ao fazermos isso estamos dividindo a curva nos pontos P0,P1,P2, . . . ,Pn,

    tais que P0(a, y0) e Pn(b, yn), como mostra a figura anterior. Podemos aproximar o trecho

    da curva entre xi e xi1, por um segmento de reta que liga Pi1(xi1, yi1) a Pi(xi, yi). Ao

    girar o segmento de reta Pi1Pi em torno do eixo OX, obtermos um tronco de pirmide,

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 63

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.12: rea de superfcies

    cuja geratriz l = |Pi1Pi| e raio mdio igual a r = 12(yi1 + yi). Consequentemente, a

    rea da superfcie do tronco desse cone dada por

    2yi1 + yi

    2|Pi1Pi|.

    Como f contnua, quando x = xixi1 suficientemente pequeno e considerandoi pertencente ao intervalo [xi1, xi], podemos obter uma melhor aproximao, pois yi =

    f(xi) = f(i), assim como tambm yi1 = f(xi1) = f(i). Ainda com intuito demelhorar a aproximao, podemos tomar o comprimento do segmento |Pi1Pi| como ocomprimento do arco que liga Pi1 a Pi, ou seja, em vez de |Pi1Pi| podemos escrever

    1 + [f(i)]2x

    2yi1 + yi

    2|Pi1Pi| = 2f(i)

    1 + [f (i)]2x.

    Consequentemente, a rea total da superfcie do slido aproximadamente

    ni=1

    2f(i)

    1 + [f (i)]2x.

    Agora refinando a partio, fazendo n e passando o limite,

    n

    limi=1

    ni=1

    2f(i)

    1 + [f (i)]2x :=

    ba

    2f(x)

    1 + [f (x)]2dx.

    Logo, para uma funo f positiva e com derivada contnua encontramos que a rea

    de superfcie do slido gerado pela rotao da curva y = f(x) em torno do eixo OX

    dada por

    A =

    ba

    2f(x)

    1 + [f (x)]2dx.

    Observe que o termo 2f(x) representa o comprimento da circunferncia descrita

    por um ponto (x, y) pertencente a curva ao ser girado em trono do eixo OX e o termo

    ds =

    1 + [f (x)]2dx representa o comprimento da curva.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 64

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.12: rea de superfciesSimilarmente, se temos uma curva dada pela funo x = g(y), y[c, d], ento a rea

    da superfcie do slido gerado pela rotao da curva a em trono do eixo y dada por

    A =

    dc

    2g(y)

    1 + [g(y)]2dy.

    Exemplo 1.33. Calcule a rea da superfcie obtida pela rotao da curva y = x3 ao

    redor do eixo OX, em que x varia entre 0 e 2.

    f(x) = x3

    2 x

    y

    Soluo: Nesse caso, vamos usar a frmula A = ba

    2f(x)

    1 + [f (x)]2dx, pois o

    raio da circunferncia descrita por um ponto pertencente a curva y = x3, quando essa gira

    em torno do eixo OX y = f(x).Vamos encontrar a rea da superfcie do slido obtido

    pela rotao da curva y = x3, 0 x 2 ao redor do eixo OX. Para tanto devemosresolver a integral abaixo.

    A =

    20

    2x3

    1 + [3x2]2dx =

    20

    2x31 + 9x4dx

    Vamos utilizar o mtodo de substituio de variveis. Fazendo t = 1 + 9x4, temos

    que dt = 36x3dx e para x = 0 t = 1 e x = 2 t = 144. Substituindo temos

    A =

    20

    2x31 + 9x4dx =

    18

    1441

    tdt

    =

    18

    t3/2

    3/2

    144

    1

    =

    27

    (145

    145 1

    )u.a.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 65

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.12: rea de superfciesExemplo 1.34. Calcule a rea da superfcie obtida pela rotao da curva y = x1/3 ao

    redor do eixo OY , em que y varia entre 1 e 2.

    1

    2

    3

    4

    1 2 3 4 5 6 7 812345678

    Soluo: Observe que nesse caso a curva est em funo da varivel x e rota-

    cionada em torno do eixo y. Assim, o raio da circunferncia ao rotacionarmos um ponto

    pertencente a curva em torno do eixo y dado por um valor x = y3. Ento vamos usar

    a frmula

    A =

    dc

    2x

    1 +

    [dx

    dy

    ]2dy com c y d.

    Assim, temos que resolver a integral

    A =

    21

    2y3

    1 + [3y2]2 =

    21

    2y3

    1 + 9y4dy.

    Vamos utilizar o mtodo de substituio de variveis. Fazendo t = 1 + 9y4, temos

    que dt = 36y3dy e para y = 1 t = 10 e y = 2 t = 145. Substituindo temosLogo,

    A =

    21

    2y3

    1 + [3y2]2dy =2

    36

    14510

    tdt

    =

    27

    t3/2

    3/2

    145

    10

    =2

    81

    (145

    145 10

    10)u.a.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 66

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.12: rea de superfciesExemplo 1.35. Calcule a rea da superfcie obtida pela rotao da curva y = 1 x2

    ao redor do eixo OY , em que x varia entre 0 e 1.

    x

    y

    y = 1 x2

    Soluo: Observe que nesse caso a curva est em funo da varivel x e rota-

    cionada em torno do eixo y. Assim, o raio da circunferncia ao rotacionarmos um ponto

    pertencente a curva em torno do eixo y dado por um valor x. Dessa forma podemos

    integrar em relao a x. Ento vamos usar a frmula

    A =

    ba

    2x

    1 +

    [dy

    dx

    ]2dx com a x b.

    Assim, temos que resolver a integral

    A =

    10

    2x

    1 + [2x]2dx = 10

    2x1 + 4x2dx.

    Vamos utilizar o mtodo de substituio de variveis. Fazendo t = 1 + 4x2, temos

    que dt = 8xdx e para x = 0 t = 1 e x = 1 t = 5. Substituindo temosLogo,

    A =

    10

    2x1 + 4x2dx =

    2

    8

    51

    tdt

    =

    4

    t3/2

    3/2

    5

    1

    =

    6

    (55 1

    )u.a.

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 67

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.13: Exerccios1.13 Exerccios

    Calcular a rea da superfcie gerada pela rotao do arco de curva dado, em torno

    do eixo indicado:1) y2 = 4ax, 0 x 3a; eixo dos x 2) y = 2x, 0 x 2; eixo dos x

    3) y = 2x, 0 x 2; eixo dos y 4) y = sen x, 0 x ; eixo dos x

    5) x =y, 1 y 4; eixo dos y 6) y = 16 x2, 3 x 3; eixo dos x

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 68

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.15: Respostas1.14 Respostas dos Exerccios Propostos

    rea de Regies Planares (pgina 06)

    [1]

    (1.1) [2 ln 2 1]u.a (1.2) 463u.a (1.3)

    [152 8 ln 2

    ]u.a

    (1.4)[

    3ln 2 4

    3

    ]u.a (1.5)

    [34

    + 2 ln 2]u.a (1.6)

    [162 + 246 643

    ]u.a

    (1.7) 716u.a (1.8) 18 ln 3 u.a (1.9)

    1

    6u.a

    (1.10)64

    3u.a

    Volume de Slidos (pgina 21)[3] V =

    h

    3(a2 + ab+ b2) u.v [4] V =

    43r3

    3u.v [5] V =

    8r3

    3u.v

    [6] V =4r3

    3u.v [7] V =

    4r3

    3u.v [8] V =

    2r3

    31 e2 u.v

    [9] V =2a2b

    3u.v [10] V =

    2ab2

    3u.v [11] V = 6 u.v

    Volume de slidos de revoluo (pgina 32)

    [1] V =(e4 + 4e2 1)

    4e2u.v

    [2]{

    (2.1) V = 4 u.v (2.2) V = 12 u.v

    [3]

    (3.1) V =

    24

    5u.v (3.2) V =

    96

    5u.v (3.3) V =

    272

    15u.v

    (3.4) V =27

    2u.v (3.5) V =

    2

    2u.v

    Centrides e 2o Teorema de Pappus (pgina 50)

    [1]

    (1.1)

    (4,

    37

    7

    ); V = 264u.v (1.2)

    (23

    5,14

    5

    ); V = 232

    2u.v

    (1.3)

    (0,

    23

    15

    ); V = 80u.v (1.4)

    (44

    28 ,76

    84 3); V = 2(17 )u.v

    Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 69

  • Cap.1: Aplicaes da Integral Simples Sec.15: Respostas

    [2]{

    (2.1)(4a3

    ,4b

    3

    )(2.2)

    (0,

    8

    5

    )(2.3)

    (3a5, 0)

    [3]{

    (3.1) A =8

    3u.a (3.2) (x, y) = (0, 1) (3.3) V =

    32

    3u.v

    [4]{

    (4.1) A =32

    3u.a (4.2) (x, y) =

    ( 1, 25

    8

    )(4.3) V =

    2562

    15u.v

    Comprimento de arco de uma curva (pgina 61)

    [1]

    (1.1) ln

    (215

    ) 1

    2u.c (1.2)

    123

    32u.c (1.3) ln

    2 123

    u.c(1.4)

    1

    27(2222 13

    13) u.c (1.5)

    1

    2e(e2 1) u.c (1.6) 53

    6u.c

    rea de uma superfcie de revoluo (pgina 68)1)

    56

    3a2 2) 8

    5 3) 4

    5

    4) 4[2 + ln(

    2 + 1)] 5)

    6(1717 5

    5) 6) 48

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