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APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE PENALIZAÇÃO ADAPTATIVA EM SISTEMAS IMUNOLÓGICOS ARTIFICIAIS PARA A OTIMIZAÇÃO DE PROBLEMAS COM RESTRIÇÕES Rodrigo Ribeiro de Lucena Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Orientadora: Beatriz de Souza Leite Pires de Lima Rio de Janeiro Junho de 2011

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APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE PENALIZAÇÃO ADAPTATIVA EM

SISTEMAS IMUNOLÓGICOS ARTIFICIAIS PARA A OTIMIZAÇÃO DE

PROBLEMAS COM RESTRIÇÕES

Rodrigo Ribeiro de Lucena

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Engenharia

Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio

de Janeiro, como parte dos requisitos necessários

a obtenção do título de Mestre em Engenharia

Civil.

Orientadora: Beatriz de Souza Leite Pires de

Lima

Rio de Janeiro

Junho de 2011

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APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE PENALIZAÇÃO ADAPTATIVA EM

SISTEMAS IMUNOLÓGICOS ARTIFICIAIS PARA A OTIMIZAÇÃO DE

PROBLEMAS COM RESTRIÇÕES

Rodrigo Ribeiro de Lucena

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO

LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA

(COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE

DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.

Examinada por:

________________________________________________

Profª. Beatriz de Souza Leite Pires de Lima, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Breno Pinheiro Jacob, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Carl Horst Albrecht, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Afonso Celso de Castro Lemonge, D.Sc

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

JUNHO DE 2011

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iii

Lucena, Rodrigo Ribeiro de

Aplicação de um Método de Penalização Adaptativa

em Sistemas Imunológicos Artificiais para a Otimização

de Problemas com Restrições / Rodrigo Ribeiro de Lucena

– Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2011.

X, 63 p.: il.; 29,7 cm.

Orientadora: Beatriz de Souza Leite Pires de Lima.

Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de

Engenharia Civil, 2011.

Referencias Bibliográficas: p. 55-59.

1. Otimização. 2. Algoritmos Evolutivos Bio-

Inspirados. 3. Sistemas Imunológicos Artificias. 4.

Tratamento de Restrições. 5. Rota de Dutos Submarinos. I

Lima, Beatriz de Souza Leite Pires. II. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de

Engenharia Civil. III. Título.

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iv

Agradecimentos

À Deus pela sua grandeza e bondade imensuráveis.

Dedico este trabalho à minha família: meus pais Pedro e Thereza, que sempre

incentivaram e investiram na minha educação, tanto moral quanto intelectual. Aos meus

irmãos Alexandre e Fernanda e o meu sobrinho Andrey.

À professora Beatriz S. L. P. de Lima, pela paciência, orientação, amizade e

motivação, fundamentais na realização desta dissertação.

Aos professores Breno Jacob e Carl Horst Albrecht, pelas instruções e ajuda no

desenvolvimento do trabalho.

Aos meus verdadeiros amigos e aos colegas de trabalho do LAMCSO

(Laboratório de Métodos Computacionais em Sistemas Offshore) que foram essenciais

para a realização deste trabalho.

Ao CNPQ pelo fundo de amparo concedido durante todo o desenvolvimento

deste trabalho.

Enfim, agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente na realização

deste trabalho.

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v

Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE PENALIZAÇÃO ADAPTATIVA EM

SISTEMAS IMUNOLÓGICOS ARTIFICIAIS PARA A OTIMIZAÇÃO DE

PROBLEMAS COM RESTRIÇÕES

Rodrigo Ribeiro de Lucena

Junho/2011

Orientadora: Beatriz de Souza Leite Pires de Lima

Programa: Engenharia Civil

A descoberta de novas reservas de petróleo em águas cada vez mais profundas

vem ampliando o desafio dos projetistas e engenheiros devido à necessidade de

estruturas cada vez mais complexas e sujeitas às condições extremamente severas

impostas por este ambiente.

Desta forma, as restrições provenientes do ambiente real precisarão ser

simuladas e tratadas nas ferramentas computacionais responsáveis em otimizar

problemas reais de Engenharia offshore.

Neste trabalho, será verificada a eficácia de um método de penalização

adaptativa, aplicado à meta-heurística Sistemas Imunológicos Artificiais, para otimizar

uma rota de dutos submarinos, sujeita às restrições de um ambiente real.

Esta metodologia foi implementada em uma ferramenta computacional de

síntese e otimização de rota de dutos, desenvolvida por pesquisadores do Laboratório de

Métodos Computacionais e Sistemas Offshore (LAMCSO/COPPE/UFRJ), e se mostrou

bastante eficiente, quando comparada a uma técnica de penalização estática utilizada no

tratamento de restrições.

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vi

Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

APPLICATION OF A METHOD OF ADAPTIVE PENALTY IN ARTIFICIAL

IMMUNOLOGICAL SYSTEMS FOR OPTIMIZATION PROBLEMS WITH

RESTRICTIONS

Rodrigo Ribeiro de Lucena

June/2011

Advisor: Beatriz de Souza Leite Pires de Lima

Department: Civil Engineering

The discovery of new oil reserves in ever deeper waters has increased the

challenge for designers and engineers due to the need for increasingly complex

structures and subjected to extremely harsh conditions imposed by this environment.

In this way, the constraints from the real environment need to be simulated and treated

in computational tools that are responsible to optimize real problems for offshore

engineering.

In this work, will be checked the efficiency of an adaptive penalty method

applied to the meta-heuristic artificial immune systems, to optimize a submarine

pipelines route, subject to restrictions of a real environment.

This methodology was implemented in a computational tool for synthesis and

optimization of pipeline route, developed by researchers at the Laboratory of

Computational Methods and Offshore Systems (LAMCSO / COPPE / UFRJ), and was

very efficient when compared to a static penalty technique used in the treatment of

constraints.

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vii

SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................. IX

ÍNDICE DE TABELAS .................................................................................................. X

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ..............................................................................................1

1.1 Objetivo ...................................................................................................................... 2

1.2 Contribuições .............................................................................................................. 2

1.3 Escopo do Trabalho .................................................................................................... 2

CAPÍTULO 2 - MÉTODOS DE BUSCA E OTIMIZAÇÃO ........................................................4

2.1 Introdução ................................................................................................................... 4

2.2 Métodos de Otimização .............................................................................................. 7

2.2.1 Métodos Exatos ou de Enumeração ................................................................. 7

2.2.2 Métodos de Busca Local .................................................................................. 8

2.2.3 Meta-Heurísticas e Algoritmos Bio-Inspirados ............................................... 8

CAPÍTULO 3 - MÉTODOS DE PENALIZAÇÃO ...................................................................15

3.1 Introdução ................................................................................................................. 15

3.2 Penalização Adaptativa ............................................................................................. 17

3.2.1 APM - Adaptative Penalty Method ................................................................ 17

CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA ........................................................................................20

4.1 Introdução ................................................................................................................. 20

4.2 Algoritmo Clonalg .................................................................................................... 20

4.2.1 Hipermutação Somática ................................................................................ 21

CAPÍTULO 5 - DESCRIÇÃO DO PROBLEMA .....................................................................24

5.1 Rota de Dutos Submarinos ....................................................................................... 24

5.2 Ferramenta Computacional ....................................................................................... 26

5.3 Representação Matemática do Problema .................................................................. 28

5.3.1 Função Objetivo ............................................................................................ 32

5.4 Restrições do Problema ............................................................................................ 33

5.4.1 Cruzamento do duto sobre si mesmo ............................................................. 33

5.4.2 Cruzamento de obstáculo ............................................................................... 34

5.4.3 Comprimento mínimo entre curvas ................................................................ 35

5.4.4 Comprimento mínimo de trecho reto no início e fim da trajetória ................ 36

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viii

5.4.5 Declividade .................................................................................................... 36

5.4.6 Critério de raio mínimo de curvatura ............................................................ 37

5.4.7 Critério de estabilidade ................................................................................. 37

CAPÍTULO 6 - ESTUDOS DE CASO ...................................................................................39

6.1 Funções Matemáticas ................................................................................................ 39

6.1.1 Funções sem Restrição .................................................................................. 39

6.1.2 Funções com Restrições – Grupo G .............................................................. 41

6.2 Otimização Rota de Dutos Submarinos .................................................................... 44

6.2.1 Configuração dos Algoritmos e Modelagem do Problema ............................ 44

6.2.2 Resultados Obtidos ........................................................................................ 46

CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO .............................................................................................53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................55

ANEXO A .......................................................................................................................60

Funções sem Restrições ..................................................................................................... 60

Funções com Restrições .................................................................................................... 60

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ix

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1. Representação do espaço de busca viável em uma função com e sem

restrições. .......................................................................................................................... 6

Figura 2.2. Representação de alguns princípios do Sistema Imunológico. Fonte [10]. . 13

Figura 3.1. Aplicação do APM. Fonte: [31]. .................................................................. 19

Figura 4.1. Esquema de Fluxo do Clonalg com o APM. ................................................ 20

Figura 4.2. Relação entre a afinidade normalizada do anticorpo e sua taxa de mutação

para diferentes valores de ρ. Fonte: [10] Modificada. .................................................... 22

Figura 5.1: Arranjo típico de um duto submarino. Fonte [34] ....................................... 24

Figura 5.2: Uma rota de dutos representada na ferramenta computacional OtimRota. .. 26

Figura 5.3: Configuração das penalidades do projeto. ................................................... 28

Figura 5.4: Representação de curvas na parametrização do duto. Fonte: [24].

Modificada. ..................................................................................................................... 30

Figura 5.5: Exemplos de representação dos pontos base. Fonte: [24]. ........................... 30

Figura 5.6: Coordenadas polares do PI em relação ao seu ponto base. Fonte: [24]. ...... 31

Figura 5.7: Representação dos níveis de obstáculo. ....................................................... 34

Figura 6.1: Representação do problema. ........................................................................ 46

Figura 6.2: Representação das soluções obtidas pelos algoritmos. ................................ 49

Figura 6.3: Representação das melhores soluções obtidas pelos algoritmos. ................ 51

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x

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 6.1. Limites das variáveis e ótimo global conhecido das funções sem restrição 40

Tabela 6.2. Parâmetros de configuração do Clonalg. ..................................................... 40

Tabela 6.3. Resultados das execuções do Clonalg em funções sem restrição ................ 40

Tabela 6.4. Limites das variáveis e ótimo global conhecido das funções G. ................. 41

Tabela 6.5. Resultados das execuções do Clonalg+APM em funções com restrições ... 42

Tabela 6.6. Comparativo dos resultados obtidos com o Clonalg+APM ........................ 43

Tabela 6.7. Parâmetros do Clonalg e do AG usados na otimização de uma rota de Dutos

........................................................................................................................................ 44

Tabela 6.8. Coeficientes de penalidade estática ............................................................. 45

Tabela 6.9. Limite das variáveis representativas de uma rota de dutos.......................... 45

Tabela 6.10. Resultados do Clonalg + APM na Rota de Dutos. .................................... 47

Tabela 6.11. Resultados do Clonalg + Penalização Estática na Rota de Dutos. ............ 47

Tabela 6.12. Resultados do AG + APM na Rota de Dutos. ........................................... 47

Tabela 6.13. Resultados do AG + Penalização Estática na Rota de Dutos. ................... 48

Tabela 6.14. Comparativo dos resultados obtidos na otimização de uma rota de dutos 50

Tabela 6.15. Melhores resultados de cada algoritmo na otimização de uma rota de dutos.

........................................................................................................................................ 50

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1

CCaappííttuulloo 11 -- IInnttrroodduuççããoo

A exploração de petróleo em ambientes offshore tem fomentado uma crescente

demanda pela utilização de dutos submarinos com o objetivo de escoar a matéria-prima

entre poços produtores ou pela interligação destes com o continente.

Este cenário tem mantido a pesquisa offshore nacional bastante aquecida devido

à necessidade de desenvolver tecnologias mais eficientes para tornar a exploração,

nestas regiões de difícil acesso, viável tanto técnica quanto economicamente.

Uma das etapas de um projeto de dutos submarinos é a definição da melhor rota

responsável em interligar dois pontos pré-definidos. O desafio dos engenheiros e

projetistas é encontrar uma rota que seja viável, com o menor comprimento possível,

representando um menor custo com materiais e futuras intervenções.

Pesquisadores do LAMCSO/COPPE/UFRJ estão desenvolvendo uma ferramenta

computacional, baseada em algoritmos evolutivos bio-inspirados, para a síntese e

otimização de rota de dutos. Um dos principais desafios desta ferramenta é conseguir

simular todas as dificuldades impostas pelas restrições físicas e ambientais de um

problema real.

Neste trabalho, serão apresentadas as etapas necessárias para a modelagem

matemática de um determinado problema, um resumo dos principais métodos de

otimização e algumas técnicas disponíveis na literatura para o tratamento de restrições,

com destaque à meta-heurística bio-inspirada Sistemas Imunológicos Artificiais (SIA),

baseada no sistema imunológico humano, e ao método de penalização adaptativa,

conhecido como Adaptative Penalty Method (APM) proposto em LEMONGE et al.

[31].

Antes de verificar a eficácia da metodologia (APM+SIA) na síntese e otimização

de uma rota de dutos, o desempenho do SIA será comparado, utilizando funções de

benchmark, com outros algoritmos de otimização bio-inspirados que já se mostraram

eficazes ao utilizar o APM como técnica de penalização.

Para completar o estudo, o APM será implementado na ferramenta

computacional de síntese e otimização de rota de dutos. O desempenho deste método de

penalização será comparado com os resultados obtidos pelo método de penalização

estática utilizado nesta ferramenta.

Com o uso desta metodologia (SIA+APM), espera-se conseguir melhores

resultados para a determinação da configuração ótima de uma rota de dutos.

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2

1.1 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é implementar, analisar e validar a técnica de

penalização adaptativa, conhecida como APM, aplicada ao algoritmo Clonalg

(CASTRO et al. [9]), que pertence a classe de algoritmos Sistema Imunológico

Artificial, na otimização de uma rota de dutos submarinos sujeita às restrições.

1.2 CONTRIBUIÇÕES

Será verificada a eficácia da metodologia de otimização (Clonalg + APM),

proposta neste trabalho, em funções matemáticas amplamente conhecidas na literatura.

O desempenho do Clonalg (SIA) será confrontado com os resultados obtidos por outros

algoritmos de otimização Bio-Inspirados, como Algoritmos Genéticos (AG) e Enxame

de Partículas (PSO), que já se mostraram eficazes ao utilizar o APM no tratamento de

problemas com restrições.

Na segunda parte do estudo de caso, será abordada a otimização de um problema

real de Engenharia, que consiste na otimização de uma rota submarina de dutos para

transportar hidrocarbonetos entre dois pontos definidos. Além de comparar o

desempenho do Clonalg com o algoritmo bio-inspirado AG, a técnica de penalização

adaptativa (APM) será confrontada com o método de penalidade estática utilizado na

ferramenta atual para o tratamento de restrições.

1.3 ESCOPO DO TRABALHO

O texto desta dissertação está organizado da seguinte forma: no Capítulo 2, será

apresentada uma visão geral dos requisitos necessários para a modelagem de um

problema real e um resumo dos principais métodos de busca e otimização disponíveis

na literatura. O Capítulo 3 apresenta as principais técnicas de penalização a serem

aplicadas aos algoritmos de otimização para a resolução de problemas com restrições.

Será dada uma atenção especial para o método de penalização adaptativa, conhecido

como APM. O Capítulo 4 descreve a metodologia utilizada neste trabalho, que utiliza o

método de penalização APM para auxiliar o algoritmo de otimização Clonalg, baseado

nos Sistemas Imunológico Artificiais, no tratamento de problemas com restrições. O

Capítulo 5 traz um resumo das etapas necessárias em um projeto de dutos submarinos

por meio de uma revisão bibliográfica abordando o desenvolvimento de uma ferramenta

de otimização aplicada à rota de dutos. Em seguida, é exposta em detalhes a modelagem

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3

matemática que esta ferramenta utiliza para representar uma rota de dutos. O Capítulo 6

é dedicado aos estudos de caso realizados para avaliar o desempenho da metodologia

abordada no Capítulo 4. A primeira parte destes estudos visa avaliar o comportamento

do Clonalg em funções matemáticas de benchmark, dando indícios de sua eficiência

para a posterior aplicação na otimização de uma rota de dutos. No Capítulo 7, são

trazidas as conclusões da dissertação, assim como as sugestões para trabalhos futuros.

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4

CCaappííttuulloo 22 -- MMééttooddooss ddee BBuussccaa ee OOttiimmiizzaaççããoo

2.1 INTRODUÇÃO

O conceito de otimização refere-se à tomada de decisões que melhorem certo

processo partindo de uma formulação matemática do problema (BAZARAA et al. [5];

CHURCHMAN et al. [11]).

O primeiro desafio no processo de otimização é a definição de uma modelagem

matemática que possa representar o problema real, ou seja, uma formulação matemática

precisa ser definida, de tal forma, que possa refletir todas as premissas e dificuldades

inerentes ao problema real que se deseja otimizar. A função objetivo, que precisa estar

coerentemente relacionada às variáveis significativas do problema, é responsável por

representar uma medida de qualidade para cada uma das soluções geradas pelo

algoritmo de otimização, de tal forma que a melhor solução para o problema seja

representada por um vetor composto pelos valores das variáveis de projeto que

otimizam esta função objetivo. A busca dos valores ideais para este vetor de variáveis é

tarefa do algoritmo de otimização. A modelagem matemática também precisa refletir

todas as restrições presentes no problema real. As restrições, que precisam estar

relacionadas às variáveis do problema, tem objetivo de evitar que o algoritmo de

otimização considere como melhor resultado soluções que, na prática, são consideradas

inviáveis.

Uma maneira usual para representar matematicamente um determinado

problema é escrevê-lo da seguinte forma:

Otimizar: )(xFobj

Tal que: maxmin axa i para i = 1,...,n

0)( xG j para j = 1,...,p

0)( xH k para k = 1,...,m

(2.1)

onde otimizar refere-se a maximizar ou minimizar, ],...,,[ 21 nxxxx é um vetor

de n dimensões que representa as variáveis do projeto. Cada variável ix possui um

limite inferior mina e superior maxa definido. )(xFobj é chamada de função objetivo, que

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5

relaciona o desempenho do sistema às variáveis do vetor x, )(xG j é a j-ésima restrição

de desigualdade e )(xH k é a k-ésima restrição de igualdade aplicada sobre x.

O conjunto de todas as soluções possíveis para um determinado problema é

chamado de espaço de busca e a região deste espaço delimitada pelas restrições

impostas ao problema é chamado de domínio viável.

Para exemplificar as considerações realizadas sobre a representação do espaço

de busca em um problema de otimização, foi considerada a função descrita abaixo,

presente no artigo de DEB [18].

084,4)5,2(:

0)5,2()05,0(84,4:

)7()11()(min

2

2

2

12

2

2

2

11

2

21

2

2

2

1

xxr

xxr

asujeito

xxxxxf

(2.2)

Trata-se de um problema de minimização de duas dimensões, em que a função

objetivo, que representa a qualidade das soluções, está relacionada a duas variáveis de

valores reais (x1 e x2) com limites entre [0,6]. Todas as combinações de valores para este

par de variáveis representam o espaço de busca do problema. Pode-se verificar que estas

variáveis estão sujeitas a duas inequações não lineares utilizadas para representar as

restrições do problema. O desafio do algoritmo de otimização é encontrar a combinação

de valores ideais para estas duas variáveis, no espaço de busca viável, que minimizem o

valor da função objetivo.

Na figura 2.2 (a), é apresentado o gráfico da função f(x) sem as suas restrições,

em que as tonalidades em azul representam os menores valores para a função. Neste

exemplo, o limite das duas variáveis foi alterado para [-2,4] com o objetivo de facilitar a

visualização da figura. Como não há restrições, neste primeiro caso, todo o espaço de

busca delimitado pelo limite de cada variável é considerado como região viável. O

algoritmo de otimização localizou um ponto no espaço de busca, definido pelas

variáveis x1 e x2, que representa o menor valor possível para a função objetivo f(x). Este

ponto possui os valores (x1, x2; f(x)) = (3, 2; 0) e está representado na figura 2.2 (a) por

um ponto branco.

Ao considerarmos as restrições do problema, a região viável do espaço de busca

passa a ser representada apenas por uma linha clara, conforme demonstrado na figura

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6

2.2 (b). A região escura, que representa o espaço delimitado pelas duas restrições do

problema, é a parte inviável do espaço de busca. Verifica-se que a melhor solução,

encontrada na figura 2.2 (a), está agora localizada em uma região inviável do espaço de

busca e não poderá representar a melhor solução para o problema. O algoritmo de

busca, que agora tem um espaço de busca viável limitado, precisa considerar a presença

destas restrições na busca pela melhor solução. A melhor solução viável encontrada,

neste caso, foi (x1, x2; f(x)) = (2,2468, 2,3795; 13,5908), ou seja, estes são os valores de

x1, x2, presentes na região viável, que produzem o menor valor para f(x). Esta melhor

solução está representada por um ponto branco na figura 2.2 (b).

a) Função sem as suas restrições.

b) Função com as suas restrições.

Figura 2.1. Representação do espaço de busca viável em uma função com e sem restrições.

Portanto, uma seleção equivocada das variáveis de projeto e/ou de suas

restrições, na etapa de modelagem matemática do problema, poderá prejudicar a

resposta obtida. Não se pode deixar de considerar variáveis e restrições que sejam

significativas em um problema real, pois a falta destas restringirá o espaço de busca,

possivelmente excluindo soluções viáveis que, eventualmente, possam ser as ótimas.

Um exemplo de modelagem matemática para representar um projeto real de

Risers Rígidos em Catenária em sistemas offshore, considerando suas variáveis de

projeto e restrições, pode ser verificado no trabalho de VIEIRA [40]. Esta representação

matemática foi aplicada em algoritmos de otimização bio-inspirados que se mostraram

eficientes em encontrar uma configuração de riser que proporcionasse um menor custo

em termos de material e intervenções.

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7

Após a definição do modelo matemático responsável em representar o problema

real, torna-se necessária a escolha de um método de otimização que será o responsável

em localizar, por meio das variáveis de projeto e suas restrições, o melhor valor para a

função objetivo.

2.2 MÉTODOS DE OTIMIZAÇÃO

Nesta seção, serão apresentadas algumas técnicas disponíveis na literatura para

tratar problemas de otimização.

2.2.1 Métodos Exatos ou de Enumeração

Quando um problema de otimização com variáveis discretas é de baixa

complexidade, uma busca exaustiva em todas as soluções possíveis para o problema

pode ser viável, garantindo a localização do valor ótimo global.

Uma alternativa para trabalhar com problemas contínuos utilizando este mesmo

conceito seria discretizar o domínio da função, subdividindo-o em intervalos menores

até que se atinja uma determinada precisão. Embora não seja possível considerar esta

enumeração como sendo um método exato, se os intervalos forem subdivididos em

espaços muito pequenos, no limite, é possível se atingir o ótimo global.

Porém, surgem duas questões fundamentais que precisam ser analisadas: i) se o

tamanho da divisão for muito pequeno, estaremos aumentando excessivamente o espaço

de busca e o custo computacional, levando a uma convergência bem mais lenta, que

pode inviabilizar a solução de um problema complexo com muitas variáveis; ii) se o

tamanho da divisão for muito grande, dependendo da complexidade do problema, as

chances de atingir um ótimo global se tornam muito pequenas.

Nos casos em que a complexidade do problema aumenta este tipo de abordagem

pode se tornar inviável. A complexidade de um problema pode estar relacionada ao

aumento no número de variáveis a serem consideradas na otimização (NP-difícil), a não

linearidade de algumas funções/restrições ou em problemas com mais de um objetivo.

Neste casos, pode-se tornar impossível computacionalmente a obtenção de uma solução

satisfatória utilizando os métodos clássicos de otimização.

Problemas dessa natureza ainda são considerados intratáveis pela literatura, ou

seja, não há uma metodologia comprovadamente eficaz para resolvê-los até a solução

ótima global. Nesse sentido, os ramos da pesquisa operacional e da inteligência artificial

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8

possuem metodologias que procuram tratar esses problemas complexos a partir da

exploração “inteligente” do espaço de busca, procurando soluções, que, quando não

ótimas, ao menos, possuam boa qualidade.

2.2.2 Métodos de Busca Local

Os métodos de busca local são métodos que partem de uma solução inicial,

percorrendo sua vizinhança à procura de melhores soluções. Caso uma solução melhor

seja encontrada, o melhor resultado é atualizado. O mesmo procedimento é repetido

iterativamente na nova solução até que um ótimo local seja identificado. O que difere

uma busca local de outras e determina a sua eficácia é a escolha da vizinhança.

Dentre os algoritmos desta categoria, destaco o método de subida de encostas,

conhecido como Hill Climbing. Neste método o processo de busca é aplicado em um

único ponto, chamado de ponto atual, que representa uma solução candidata do

problema. A cada nova iteração é selecionado um novo ponto na vizinhança do ponto

atual. Se este novo ponto apresentar um valor melhor de função objetivo, este novo

ponto torna-se o ponto atual. O método termina quando nenhuma melhora é alcançada

ou quando um número fixo de iterações é alcançado.

O Método do Recozimento Simulado, conhecido como Simulated Annealing,

que foi descrito por KIRKPATRICK et al. [28], se inspirou no processo de recozimento

de sistemas físicos, que procura imitar a minimização da energia potencial da estrutura

cristalina de um metal, para encontrar uma boa solução para um determinado problema.

Outro exemplo é a busca tabu (GLOVER et al. [21]), na qual, simplesmente, é

feita a busca local no problema, guardando os passos desta busca em uma memória,

denominada de lista tabu. Em determinado ponto, quando não há melhorias, o algoritmo

parte para uma solução diferente das que já constam na memória, possivelmente

direcionando a busca para outros ótimos locais.

2.2.3 Meta-Heurísticas e Algoritmos Bio-Inspirados

O prefixo meta vem do grego e significa mudança, além, após. No presente

contexto, é possível denominar meta-heurística como além da heurística, ou seja, uma

heurística que define heurísticas. A ideia principal deste conceito é a criação de

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heurísticas generalizadas que possam resolver diversos tipos de problemas sem a

necessidade de grandes alterações na estrutura básica do algoritmo.

Uma classe da meta-heurística que tem recebido bastante atenção nos últimos

anos é constituída por ferramentas de computação bio-inspiradas ou computação

inspirada na biologia (PANTON [36]). Esta linha de pesquisa emprega metáforas e

modelos de sistemas biológicos no projeto de ferramentas computacionais e tem se

mostrado bastante eficiente na solução de problemas complexos.

2.2.3.1 Algoritmos Genéticos

Desenvolvido por HOLLAND [22], o algoritmo genético (AG) é uma técnica de

busca inspirada na teoria da evolução natural proposta por Charles Darwin, que utiliza

técnicas de mutação, hereditariedade, seleção natural e recombinação (GOLDBERG

[20]).

No princípio da seleção natural, os indivíduos mais aptos ao ambiente em que

vivem possuem uma maior probabilidade de sobreviver e de se reproduzir, fazendo com

que o seu material genético seja repassado para os seus descendentes.

Este algoritmo utiliza uma quantidade pré-estabelecida de indivíduos para

representar uma população. Cada indivíduo desta população possui um material

genético próprio, chamado de cromossomo, que representa as variáveis do problema

que se deseja otimizar, ou seja, cada indivíduo representa uma solução candidata única e

sua aptidão é avaliada utilizando o seu cromossomo (variáveis) para calcular o valor da

função aptidão.

Os indivíduos da população que obtiverem os melhores valores para a função

aptidão possuem uma maior probabilidade de serem selecionados para se submeter a um

processo de reprodução. A reprodução pode ser entendida como uma forma de misturar

o material genético de dois indivíduos, conhecidos como pais, para gerar novos

indivíduos filhos. Estes descendentes, que carregam características de ambos os pais,

são submetidos, em seguida, ao processo de mutação, que confere características

verdadeiramente novas aos filhos. Ao final de cada geração, somente os indivíduos mais

aptos (entre os pais e filhos) serão selecionados para continuar na população da próxima

geração e os demais indivíduos serão descartados.

No processo de evolução deste algoritmo, o melhor indivíduo presente na última

geração representará, por meio de seu cromossomo (variáveis), a melhor solução

encontrada para o problema.

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10

Existem diversos métodos de seleção, formas de codificação para o cromossomo,

tipos de recombinação e mutação disponíveis na literatura. Alguns destes métodos

podem ser encontrados em MICHALEWICZ [35].

Dentre as referências que utilizaram algoritmos genéticos como médodo de

otimização, vale ressaltar o trabalho de LEMONGE [30] que utilizou este método para

otimizar estruturas reticuladas planas e espaciais.

SANTOS [38] propôs um modelo numérico utilizando Algoritmos Genéticos e o

Método dos Elementos de Contorno (MEC) a fim de determinar o dimensionamento

ótimo de um sistema de proteção catódica em estruturas metálicas com diferentes

geometrias, como, por exemplo, uma rota de dutos enterrados em ambientes

submarinos. O modelo obteve uma boa resposta ao determinar o dimensionamento dos

anodos de proteção e a mínima intensidade de corrente a fim de proteger catodicamente

a estrutura metálica na presença de um eletrólito.

2.2.3.2 Enxame de Partículas

Proposta por KENNEDY et al. [27], a otimização por meio de enxame de

partículas (PSO) pertence à categoria de métodos de inteligência de enxames e foi

baseada no comportamento social de grupos de animais, como, por exemplo, um

conjunto de pássaros.

No PSO, cada indivíduo do enxame é chamado de partícula. Cada partícula, que

representa uma solução candidata para o problema, é representada pela sua posição no

espaço de busca (vetor de posição X) e sua velocidade (vetor de velocidade V).

A ideia é que cada partícula “sobrevoe” o espaço de busca (n-dimensional),

atualizando sua velocidade de “voo” e a sua posição a cada geração. O objetivo é

encontrar a melhor posição, ou seja, aquela que represente o melhor valor para a função

objetivo. Após a avaliação de sua aptidão por meio da função objetivo, cada partícula

compara o seu resultado atual com o seu passado, armazenando sua melhor posição já

visitada. A melhor posição global encontrada por qualquer outra partícula do enxame

também é repassada para todas as outras partículas, fazendo com que exista uma

cooperação entre todas as partículas do enxame na busca pela melhor solução.

PINA [37], em sua tese de doutorado, realiza um estudo para determinar a

melhor forma de configuração dos parâmetros de inércia do algoritmo PSO na

otimização de risers rígidos em catenária lazy-wave. Foram realizados experimentos

com o objetivo de comparar o desempenho e a estabilidade do algoritmo utilizando

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diferentes tipos de coeficientes de inércia (fixo, linear e não-linear). Os resultados

indicaram que a melhor customização foi obtida adotando uma variação não-linear no

coeficiente da inércia das partículas.

ALBRECHT [1] utilizou o método de enxame de partículas para encontrar a

melhor configuração de um sistema de ancoragem em plataformas de petróleo offshore,

com a qual foi obtida uma melhora no nível de tração do sistema.

2.2.3.3 Sistema Imunológico Artificial

O sistema imunológico natural é um mecanismo complexo responsável pela

defesa do organismo, em especial dos animais vertebrados. Este sistema apresenta uma

arquitetura de múltiplas camadas, com mecanismos de regulação e defesa espalhados

em vários níveis. Suas células e moléculas mantêm a sobrevivência dos organismos

infectados, reconhecendo uma variedade de células e substâncias infecciosas exteriores

(antígenos), chamadas de moléculas não próprias, distinguindo-as das células nativas

não infecciosas, conhecidas com moléculas próprias (CASTRO [10]).

O sistema imunológico pode produzir uma resposta imediata (característica do

sistema imune inato) à invasão dos antígenos, assim como uma resposta mais lenta e

duradoura (função do sistema imune adaptativo).

Os macrófagos e granulócitos, responsáveis pela resposta imunológica inata,

estão disponíveis no organismo de forma constante, não exigindo uma pré-infecção para

o combate a um determinado invasor. Já o sistema imune adaptativo, representado pelos

linfócitos B e T, tem a capacidade de produzir uma resposta específica para um dado

antígeno. Os linfócitos que atuam na resposta adaptativa são capazes de desenvolver

uma memória imunológica, reconhecendo um mesmo antígeno caso ele seja reincidente.

Deste modo, caso haja o restabelecimento de uma doença, haverá uma resposta mais

rápida do sistema adaptativo.

Os Sistemas Imunológicos Artificiais (SIA) são compostos por metodologias

inteligentes inspiradas no sistema imunológico natural para a solução de problemas do

mundo real (DASGUPTA [17]). Os principais mecanismos herdados dos sistemas

imunológicos reais são:

Memória Imunológica e Maturação de Afinidade: quando o sistema imunológico

adaptativo reconhece um antígeno externo, ele faz uma clonagem das células B que

possuem maior afinidade com este invasor. Algumas células clonadas passam a

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fazer parte da memória do sistema de forma a facilitar combates futuros contra esse

mesmo antígeno ou semelhantes. Outra parte das células clonadas sofrerá um

processo de mutação clonal, conhecido como hipermutação somática, com o

objetivo de melhorar sua afinidade contra o antígeno invasor. Desta forma, caso haja

um segundo ataque, o sistema imunológico já é capaz de produzir uma resposta

mais rápida e precisa, pois ele guarda no organismo células de memória capazes de

gerar anticorpos com alta afinidade àquele antígeno, o que demonstra a capacidade

de aprendizagem dos sistemas imunológicos.

Reconhecimento de Padrões: cada anticorpo é capaz de reconhecer uma

determinada quantidade de antígenos com os quais se associa;

Diversidade Imunológica: por meio da hipermutação somática e da recombinação

genética é garantida a diversidade imunológica;

Princípio da Seleção Clonal: estabelece que apenas uma célula (anticorpo), capaz

de reconhecer um determinado estímulo antigênico, irá se proliferar, sendo

selecionada em detrimento das outras;

Distinção Próprio / Não Próprio: o sistema imunológico é capaz de distinguir

entre células invasoras, chamadas de não próprias, e células do próprio organismo,

conhecidas como próprias, sendo que apenas as primeiras devem ser combatidas. As

células reconhecedoras de antígenos próprios são eliminadas do repertório de

anticorpos antes que sejam capazes de exercer uma resposta. Este processo é

conhecido como seleção negativa;

Teoria da Rede Imunológica: sugere que o sistema imunológico seja composto por

uma rede regulada de células e moléculas que se reconhecem mesmo na ausência de

antígenos.

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13

Figura 2.2. Representação de alguns princípios do Sistema Imunológico. Fonte [10].

Os algoritmos baseados em sistemas imunológicos artificiais têm atraído a

atenção de diferentes comunidades com os interesses mais distintos, tais como:

reconhecimento de padrões, análise de dados, aprendizado de máquinas, detecção de

anomalias e otimização.

A seguir, é apresentada uma revisão bibliográfica demonstrando a aplicação de

alguns algoritmos de otimização baseados nos mecanismos herdados do sistema

imunológico humano.

Em CASTRO [9] et al., o algoritmo Clonalg, que simula o princípio da seleção

clonal, foi utilizado para otimizar três problemas com vários ótimos locais e um ótimo

global. O algoritmo se mostrou eficiente ao localizar todos os ótimos locais e o ótimo

global de todos os problemas.

WU[44] combinou duas técnicas em seu trabalho: a seleção clonal e a teoria da

rede imunológica, sendo a última utilizada para controlar o número de boas soluções. A

seleção clonal é responsável por explorar o espaço de busca à procura de soluções

satisfatórias e tem o objetivo de manter a diversidade na população de anticorpos. Este

algoritmo apresentou um bom desempenho ao otimizar problemas com variáveis

contínuas sujeitos às restrições.

CUTELLO [16] et al. propuseram um novo algoritmo evolutivo, baseado em

sistemas imunológicos artificiais, com dois operadores de mutação: um para busca local

e outro para busca global. Chamado de EALS (the evolutionary algorithm with local

search), este algoritmo se mostrou mais eficiente que o algoritmo de otimização e

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14

reconhecimento de padrões conhecido como opt-IA, que também se baseia em teorias

do sistema imunológico.

No capítulo 4, serão descritas as particularidades do algoritmo de otimização

Clonalg, que será utilizado na otimização de problemas com restrições.

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15

CCaappííttuulloo 33 -- MMééttooddooss ddee PPeennaalliizzaaççããoo

3.1 INTRODUÇÃO

A maioria dos métodos de busca foram desenvolvidos para otimizar problemas

sem restrições, desta forma, torna-se necessário utilizar, junto ao algoritmo escolhido,

algum método de penalização que trate as restrições inerentes ao problema que se deseja

estudar, de tal forma que o melhor resultado obtido pelo algoritmo de otimização

represente a melhor solução viável.

De acordo com LIMA [33], as técnicas para manipulação de restrições podem

ser classificadas como direta (viável ou interior), quando apenas os indivíduos viáveis

pertencentes ao espaço de busca são considerados, ou indireta (exterior), quando

indivíduos viáveis e inviáveis são utilizados durante o processo de localização da

melhor solução. Dentre as técnicas de manipulação de restrições, pode-se citar:

Eliminação de Soluções (Rejeição): soluções que violem alguma restrição do

problema serão simplesmente eliminadas do processo de busca;

Reparo de Soluções: soluções que violem alguma restrição do problema serão

corrigidas por um algoritmo específico, ou seja, um indivíduo viável é gerado a

partir de pequenas modificações em um indivíduo inviável.

Decodificadores: um algoritmo específico fornece instruções para que sejam

construídos apenas indivíduos viáveis.

Técnicas de Penalização: problemas de otimização com restrições podem ser

transformados em problemas sem restrições por meio do uso de funções

penalidades, formando uma única função a ser otimizada, em que são penalizadas as

soluções (indivíduos) que violem alguma restrição.

Em BARBOSA et al. [3], a técnica de penalização foi definida como

multiplicativa ou aditiva. No caso da penalidade multiplicativa, em um problema de

minimização, um fator positivo de penalidade é introduzido com o objetivo de

amplificar o valor de )(xf dos indivíduos inviáveis. Para o caso da penalidade aditiva,

uma função de penalidade )(xb é somada a )(xf nos indivíduos inviáveis. Assim, a

função objetivo pode ser escrita de acordo com a equação (3.1):

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16

)()()( xbxfxFobj (3.1)

Onde )(xf é obtido por meio da avaliação de cada um dos indivíduos de uma

população, )(xb é a função penalidade e )(xFobj é o valor da função objetivo que, neste

exemplo, deseja-se minimizar. Assim, quanto maior for o valor da função penalidade,

)(xb , maior será o valor da função objetivo e o indivíduo poderá ter maior

probabilidade de ser descartado para a próxima geração.

Segundo COELLO [12], estas técnicas de penalização ainda podem ser

classificadas como:

Penalidades Estáticas;

Penalidades Dinâmicas;

Penalidades Adaptativas.

Nos métodos de penalidades estáticas, os parâmetros de penalidade são pré-

fixados e não sofrem qualquer tipo de mudança durante a evolução do algoritmo. Em

seu trabalho, LE RICHE et al. [29] fixaram dois parâmetros de penalidade, conhecidos

como 1K e 2K , que são utilizados independentemente em duas populações distintas do

AG para otimizar problemas estruturais com restrições. Já HOMAIFAR et al. [23],

utilizaram diferentes coeficientes de penalidade para os diferentes níveis de violação de

cada restrição. Este trabalho também utilizou algoritmos genéticos na otimização de

problemas com restrições.

Nos métodos de penalidades dinâmicas, os valores das penalidades variam de

acordo com o número da geração em que se encontra o processo evolutivo do algoritmo.

JOINES et al. [26] propuseram que os valores dos parâmetros de penalidade deveriam

variar dinamicamente durante o processo de busca do AG para resolver problemas de

otimização com restrições não lineares.

DEB [18] propôs um método de penalização que não necessita de qualquer tipo

de parâmetro de penalidade, pois as soluções nunca serão comparadas utilizando os

valores de sua função objetivo e de suas violações. Neste método, o processo de seleção

dos indivíduos é feito da seguinte forma: entre dois indivíduos viáveis, será escolhido o

que obtiver o melhor valor para a função objetivo; entre um indivíduo viável e outro

inviável, o indivíduo viável será selecionado; entre dois indivíduos inviáveis, será

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selecionado o indivíduo que tiver menos violado as restrições do problema. Os

resultados mostraram que o método foi eficiente, utilizando algoritmos genéticos na

otimização de funções com restrições.

Proposto por BEAN et al. [6], o método de penalidades adaptativas vem se

mostrando imbatível no tratamento de restrições em problemas de otimização. Neste

tipo de estratégia, o fator de penalidade é alterado ao longo do processo de evolução do

algoritmo, de acordo com as gerações ou com o grau de violação das restrições obtidos

na população corrente.

3.2 PENALIZAÇÃO ADAPTATIVA

Por fazer parte da metodologia utilizada neste trabalho, será detalhada, no

próximo item, a técnica de penalização adaptativa, conhecida como APM.

3.2.1 APM - Adaptative Penalty Method

Proposta por BARBOSA et al. [3], esta técnica utiliza as informações da própria

população durante a evolução do algoritmo, tal como a média da função objetivo e o

nível de violação de cada restrição, com o objetivo de definir diferentes valores de

penalidades para cada restrição em cada iteração. A ideia principal é fazer com que os

valores dos coeficientes de penalidades estejam distribuídos, de tal forma, que as

restrições mais difíceis de serem atendidas sejam penalizadas mais fortemente.

Este método de penalização trata as restrições de igualdade e desigualdades, não

demanda o conhecimento explícito das restrições, é livre de parâmetros a serem

definidos pelo usuário e é de fácil implementação computacional.

Apesar de ter sido proposta inicialmente para trabalhar com algoritmos

genéticos, tal estratégia tem demonstrado ser bastante eficiente e robusta utilizando

diferentes algoritmos de otimização.

BARBOSA et al. [4] obtiveram bons resultados ao utilizar o APM com

Algoritmos Genéticos na otimização de problemas com restrições.

SILVA et al. [39] utilizaram este mesmo método de penalização aplicado ao

algoritmo de otimização PSO. Os resultados deste trabalho foram comparados com os

resultados obtidos por BARBOSA et al. [4]. O PSO se mostrou mais eficiente na

otimização de funções de benchmark com restrições ao encontrar melhores resultados

em sete das onze funções estudadas.

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18

Neste método, o valor da função objetivo )(xFobj de cada solução candidata é

obtido por meio da equação (3.2):

m

j

jj

obj contráriocasoxvkxf

factívelforxsexf

xF

1

)()(

)(

)(

(3.2)

2

1

)(

)()(

m

l

l

j

j

xv

xvxfk

(3.3)

Onde )(xf é a média da função objetivo para a população na iteração atual,

jv é a violação da restrição j sobre a população atual e jk o fator de penalização

calculado de forma adaptativa conforme a equação (3.3).

A Figura 3.1 facilita a visualização de como é obtido o valor da função )(xf ,

utilizado na equação (3.2), para cada uma das soluções infactíveis. Pode se verificar que

os pontos (x = 1, 2, 3, 4, 5 ou 6) destacados no gráfico representam soluções infactíveis,

pois estão em uma região inviável do espaço de busca, assim, torna-se necessário

calcular o valor de )(xf para cada um destes pontos de acordo com a equação (3.4).

contráriocasoxf

xfxfsexfxf

)(

)()()()(

(3.4)

Considerando que o exemplo é de minimização, as soluções infactíveis (1 e 2)

possuem sua função original )(xf com valor maior que a média da função objetivo

)(xf de toda a população na iteração considerada, portanto, de acordo com a equação

3.4, o novo valor )(xf para cada uma destas soluções permanecerá inalterado, ou seja,

igual a )(xf . As outras soluções infactíveis (3, 4, 5 e 6) possuem uma função objetivo

original )(xf com valor menor que o valor médio )(xf da população na iteração

considerada, logo, será atribuído o valor )(xf = )(xf para cada uma destas soluções.

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Figura 3.1. Aplicação do APM. Fonte: [31].

A utilização da técnica de penalização adaptativa se baseia no seguinte processo:

computar o valor das violações das restrições jv para a população atual e atualizar o

coeficiente de violação jk a cada geração.

É importante ressaltar que existem outras quatro variantes do APM, cuja

explicação pode ser obtida em BARBOSA et al. [4]. Será utilizado, nos experimentos

realizados neste trabalho, o APM original, que foi explicado acima.

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CCaappííttuulloo 44 -- MMeettooddoollooggiiaa

4.1 INTRODUÇÃO

A metodologia proposta, nesta dissertação, utiliza a técnica de penalização

adaptativa APM aplicada ao algoritmo de otimização Clonalg, que pertence à classe de

algoritmos denominada Sistemas Imunológicos Artificiais, para tratar problemas de

otimização com restrições.

4.2 ALGORITMO CLONALG

Inicialmente proposto para resolver problemas de aprendizado de máquina e de

reconhecimento de padrões, este algoritmo foi adaptado em CASTRO et al. [9] para

resolver problemas de otimização. Dentre as alterações, pode-se citar a retirada das

células de memória, utilizada no algoritmo de reconhecimento de padrões, e a geração

da mesma quantidade de clones por anticorpo, não sendo mais considerada a clonagem

proporcional à afinidade. Segue, abaixo, uma representação do algoritmo Clonalg, na

versão de otimização, utilizando o APM para auxiliá-lo no tratamento de restrições:

Figura 4.1. Esquema de Fluxo do Clonalg com o APM.

Sim

Inicialização (1,2)

Avaliação (3)

Clonagem (4)

Mutação (5)

Avaliação (6)

Seleção (8)

Próxima

Geração? (9)

Parar

Não

APM (7)

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A seguir descrevem-se as etapas do esquema mostrado na figura 4.1:

1. Parâmetros de entrada: são definidos como parâmetros de entrada o tamanho da

população de anticorpos, os parâmetros de mutação, o número de clones que serão

gerados a partir de cada anticorpo e a definição do critério de parada.

2. Inicialização: a população de anticorpos inicial é gerada aleatoriamente, em que

cada parâmetro deve respeitar o limite inferior e superior do espaço de busca de

cada variável.

3. Avaliação: a população de anticorpos é avaliada.

4. Clonagem: é realizada a clonagem de toda a população, gerando a mesma

quantidade de clones por anticorpo. Uma nova população de clones passa a fazer

parte do processo evolutivo do algoritmo.

5. Mutação: é realizada a mutação na nova população de clones com o objetivo de

melhorar a afinidade destas células.

6. Avaliação: a nova população de clones é avaliada por meio da função objetivo.

7. APM: Reavaliação da população de clones e de anticorpos utilizando o método de

penalização adaptativa APM, detalhado no capítulo anterior.

8. Seleção: nesta etapa, serão selecionadas, para compor a população de anticorpos na

próxima geração, as células com os melhores valores de função objetivo. É

importante ressaltar que, neste processo, a seleção é realizada entre o anticorpo

original e o seu grupo de clones.

9. Critério de Parada: repetir os passos 4-8 até que o critério de parada, definido

inicialmente, seja atendido.

4.2.1 Hipermutação Somática

A mutação é a grande responsável por permitir o processo de busca (exploração)

deste algoritmo. Pode-se determinar a quantidade de atributos ou variáveis que deverão

ser modificadas em cada clone.

Na hipermutação somática, a quantidade de mutação que uma célula clone

recebe é regulada pela afinidade desta célula, que no algoritmo representa a qualidade

da solução candidata. As células que possuem os melhores valores de função objetivo

devem ser pouco mutadas (explotação) enquanto aquelas que possuem baixa aptidão

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devem continuar sofrendo mutações a altas taxas (exploração). A hipermutação

somática é realizada de acordo com a equação abaixo:

*).exp(.´ Fmm (4.1)

Onde ρ é o parâmetro que controla a suavidade da exponencial inversa; F * é a

afinidade normalizada entre 0 e 1, que pode ser determinada por MAXFFF * ; β é um

parâmetro que controla a ordem de grandeza da mutação utilizado em cada variável do

problema.

Figura 4.2. Relação entre a afinidade normalizada do anticorpo e sua taxa de mutação

para diferentes valores de ρ. Fonte: [10] Modificada.

Nota-se, pela análise da figura 4.2, que, quanto menor o valor de ρ, menos

sensível a variações será a curva da taxa de mutação e maior será o valor da mutação

nas células com alta afinidade.

Com o objetivo de comprovar a eficácia do método de otimização utilizado nesta

dissertação, destaca-se, a seguir, alguns trabalhos que utilizaram o Clonalg como

ferramenta de otimização.

Em VIEIRA [42], foi realizada uma comparação no desempenho entre os

métodos de otimização bio-inspirados Clonalg (SIA), AG e PSO, aplicados na

otimização de risers rígidos em catenária. Este trabalho utilizou o médoto de

penalização estática para tratar as restrições do problema. O Clonalg apresentou o

melhor resultado para a configuração do riser com um número menor de avaliações da

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23

função objetivo. Neste mesmo trabalho, VIEIRA [42] propôs uma hipermutação

somática adaptativa, onde o termo ρ varia linearmente de acordo com a afinidade da

célula, desta forma, o anticorpo com a menor afinidade receberá o menor valor de ρ,

melhorando a exploração, e aquele com maior afinidade receberá o maior de valor de ρ,

melhorando a explotação. Foram obtidos bons resultados utilizando o valor de ρ

adaptativo na otimização dos risers.

BERNARDINO [8] et al. propuseram um método de otimização por meio da

hibridização de duas técnicas (Clonalg e AG) com o objetivo de otimizar problemas de

Engenharia Mecânica que possuem restrições. Neste método, a população é dividida em

dois grupos. O AG é utilizado para otimizar a população viável e o Clonalg trabalha

para minimizar as restrições dos indivíduos inviáveis. O algoritmo apresentou ótimos

resultados, tanto em problemas com variáveis contínuas como discretas, produzindo

soluções viáveis em todas as rodadas de todos os problemas estudados.

CORTÉZ et al. [14] propuseram um novo operador de mutação para o Clonalg,

visto que o algoritmo padrão não obteve bons resultados na otimização de funções com

restrições. O operador de mutação passa a depender não só da afinidade dos anticorpos,

mas também do range de cada variável no espaço de busca e do tamanho da população

de clones geradas por cada anticorpo, em que os anticorpos com maior afinidade geram

um maior número de clones. Este algoritmo utiliza o método proposto por DEB [18]

para tratar suas restrições. A utilização deste operador de mutação em conjunto com o

método de penalização proporcionou uma melhoria significativa no desempenho do

Clonalg em problemas com restrições.

CUTELLO et al. [15] investigaram a capacidade de exploração do espaço de

busca de quatro operadores de hipermutação diferentes: a estática, a proporcional, a

proporcional inversa e a hipermacromutação. O desempenho destes operadores foi

testado em um problema de predição de estruturas protéicas. A melhor solução, nos

testes executados, foi obtida utilizando o operador hipermacromutação.

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24

CCaappííttuulloo 55 -- DDeessccrriiççããoo ddoo PPrroobblleemmaa

5.1 ROTA DE DUTOS SUBMARINOS

Dutos submarinos são componentes do sistema de exploração de petróleo

responsáveis por transportar hidrocarbonetos entre regiões produtoras ou pela

interligação destas regiões com o continente.

O seu alto custo de instalação, recuperação e reparo, associado ao alto risco de

danos ambientais, exigem que o dimensionamento destas estruturas seja realizado de

forma segura e coerente com as normas vigentes, visando a um custo reduzido para o

projeto e minimizando possíveis acidentes ambientais.

Figura 5.1: Arranjo típico de um duto submarino. Fonte [34]

Em sua dissertação de mestrado, LIMA [34] apresentou as principais etapas

necessárias para o projeto e análise de dutos submarinos. Estas fases foram detalhadas,

desde a etapa de coleta de informações da região e dos reservatórios, onde os dutos

serão instalados, até a etapa de instalação do duto. Estes tópicos serão comentados, na

mesma ordem, de forma bastante sucinta com o objetivo de contextualizar e dar

embasamento para as próximas seções:

Levantamento dos Parâmetros de Projeto: ao se projetar um duto submarino, é

preciso conhecer as condições sob as quais este será instalado e operado. Fatores

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ambientais da região (lâmina d’água de instalação, perfil de correnteza, perfil de

onda, dados geotécnicos e batimétricos), as características do fluido (fase,

abrasividade, concentração de sólidos, pressão e temperatura) e do reservatório

(capacidade do reservatório e sua formação). Antes de iniciar o projeto da tubulação,

é necessário que estes parâmetros sejam coletados e compreendidos.

Definição das Características do Duto: com base nas informações obtidas na fase

de parâmetros de projeto, são definidos, nesta etapa, o material que será utilizado e

as características geométricas (diâmetro da tubulação e a espessura da parede) a

serem consideradas na fabricação do duto;

Proteção Anticorrosiva: devido às características do meio no qual será instalado, é

necessário que o duto seja protegido contra corrosão de tal forma que possa ser

utilizado durante toda a vida útil do projeto;

Definição da Melhor Rota: a seleção da rota é um processo bastante complexo

governado por diversas variáveis que precisam ser consideradas. Intuitivamente,

quanto menor o comprimento do duto entre os pontos a serem conectados, menor

será o custo do projeto, no entanto, outros fatores devem ser considerados na

determinação da melhor rota, dentre as quais: a profundidade da lamina d´água; a

presença de irregularidades muito acentuadas no solo marinho; a presença de

condições ambientais adversas (alta velocidade de corrente marítima); a presença de

outros campos na mesma região, dentre outras;

Intervenções no Solo: esta etapa é utilizada para proteger o duto e diminuir a

quantidade de vãos livres em uma rota de dutos. Dentre as técnicas de intervenção

de fundo, mais utilizadas, pode-se citar: Escavação mecânica, Jetting e Rock

Dumping;

Análise de Tensões no Duto: consiste em verificar os níveis de tensões aplicados

ao duto frente aos limites admissíveis. Esta análise deve ser considerada nas etapas

de instalação, no teste hidrostático e na operação.

Etapa de Instalação do Duto: uma das etapas mais desafiadoras em um projeto de

dutos é a sua instalação em ambientes offshore. Dentre os métodos de instalação,

pode-se citar: S-Lay, J-Lay e o Reel Lay.

A etapa de definição da melhor rota para um projeto de dutos submarinos é o

objetivo deste trabalho e será tratada nas próximas seções. Tradicionalmente, este

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processo é realizado de forma manual por especialistas experientes neste tipo de projeto,

porém, já existem algumas ferramentas de otimização que simulam as restrições

presentes em um ambiente real, com o objetivo de encontrar rotas viáveis que

minimizem os custos de material e instalação.

5.2 FERRAMENTA COMPUTACIONAL

Serão destacados, nesta seção, três artigos correlacionados, desenvolvidos por

pesquisadores do LAMCSO/COPPE/UFRJ, que retratam a evolução de um modelo

matemático responsável por representar a qualidade de uma rota em um processo de

otimização, considerando os principais parâmetros de projeto resumidos anteriormente.

Este modelo está sendo implementado em uma ferramenta computacional,

chamada de OtimRota, baseada em algoritmos bio-inspirados, aplicada na síntese e

otimização de rota dutos submarinos. O objetivo desta ferramenta é encontrar, entre dois

pontos definidos, uma rota de dutos viável com o menor comprimento possível,

proporcionando um menor custo de construção, instalação e manutenção. A figura 5.2

monstra um exemplo de uma rota de dutos submarinos gerada pelo OtimRota. Pode-se

verificar que o modelo reflete as dificuldades impostas pelo ambiente real através da

batimetria e dos obstáculos presentes no fundo do mar, representados, em três diferentes

níveis, pelas linhas verde, vermelho ou amarelo.

Figura 5.2: Uma rota de dutos representada na ferramenta computacional OtimRota.

FERNANDES et al.[19] propuseram o início da modelagem matemática do

problema e sugeriram a aplicação de um método de otimização, baseado em algoritmos

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27

genéticos (AG), para localizar uma rota ótima, sujeita às características do solo, às

propriedades do duto, à batimetria da região e ao efeito devido sua instalação.

Outro trabalho correlacionado foi apresentado por VIEIRA et al. [43], que

mostrou a parametrização da rota, que será otimizada, considerando novas restrições

referentes à sua geometria, aos obstáculos presentes no fundo do mar e à topografia da

região.

Em sua dissertação de mestrado, BAIOCO [2] adicionou, aos trabalhos

anteriores, aspectos relacionados ao comportamento estrutural do duto, com o objetivo

de verificar rotas que atendam aos critérios de estabilidade devido a cargas hidrostáticas

e ambientais (hidrodinâmicas), com especial atenção à execução do On-Bottom Stability

(OBS). Além dos critérios de estabilidade, foram sugeridas, neste trabalho,

modificações na forma de tratar algumas restrições que precisavam ser mais

penalizadas.

Elaborada na plataforma Visual Basic .NET, o OtimRota utiliza o método de

penalização estática. Neste método de penalização os valores dos coeficientes ki, que

serão utilizados na função objetivo, para cada umas das restrições do problema

permanecem inalterados. Desta forma, torna-se necessário atribuir, em uma janela de

modelagem (figura 5.3 (a)), um peso ki para cada penalidade, que será constante durante

toda a evolução do algoritmo. O valor deste peso é definido com o objetivo de

amplificar algumas funções restrições (penali) em detrimento de outras. A escolha do

valor “ideal” para cada peso foi definido após diversos testes e análises de resultados

com o apoio de especialistas experientes neste tipo de projeto. A forma de representar as

funções penalidades (penal) de cada restrição e a função objetivo do problema serão

apresentadas a seguir.

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a) Utilizando o método estático

b) Utilizando o APM

Figura 5.3: Configuração das penalidades do projeto.

É importante ressaltar que, caso haja a inclusão de uma nova restrição no projeto

ou uma alteração na forma de representar alguma função penalidade ou a alteração no

valor do peso de alguma restrição já existente, provavelmente, estes pesos “ideais” terão

que ser redefinidos.

Nos estudos de caso, será verificada a eficácia do método de penalização

adaptativa (APM) na otimização destas rotas, por meio da implementação deste método

no OtimRota, em que o principal objetivo é fazer com que os valores dos coeficientes de

penalidade ki, de cada restrição, sejam adaptados dinamicamente ao longo da evolução

do algoritmo, sem que seja necessário um especialista para atribuir os pesos “ideais”

para cada tipo de restrição (figura 5.3 (b)).

Na aplicação deste método, foi necessária uma alteração na forma de representar

a função objetivo do problema. Esta mudança será apresentada na próxima seção.

5.3 REPRESENTAÇÃO MATEMÁTICA DO PROBLEMA

Conforme mencionado no capítulo dedicado aos métodos de busca e otimização,

a primeira etapa em um processo de otimização é a representação matemática do

problema. Com o objetivo de contribuir com a evolução da ferramenta OtimRota, será

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utilizada, neste trabalho, a mesma modelagem matemática apresentada em VIEIRA et

al. [43] para representar geometricamente uma rota de dutos.

Cada rota é definida por suas extremidades A e B, e por um conjunto de seções

retas e curvas. As curvas são necessárias para que uma rota possa desviar de algumas

restrições inerentes ao problema.

Na figura 5.4, pode-se verificar um exemplo de representação de uma rota com

duas curvas. Cada curva é representada por um arco circular de raio R e é definida por

um ponto inicial, chamado de PC, e um ponto final, conhecido como PT. Linhas retas

são utilizadas para conectar os pontos PT1 e PC2 das duas curvas consecutivas e os

pontos PC1 e PT2 com as extremidades da rota. Os prolongamentos de tais linhas se

cruzam em um ponto de inflexão, que foi chamado de PI. É importante observar que

cada curva, em uma rota de dutos, é representada por um PI.

Na representação matemática do problema, a posição de cada PI (ou curva) está

associada a um ponto base (p), que pode ser observado na figura 5.5. Estes pontos base

são distribuídos uniformemente em uma linha reta imaginária que interliga as

extremidades A e B. Esta linha imaginária pode ser visualizada na figura 5.4 por meio

de uma reta tracejada de cor roxa.

Restrição

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30

Figura 5.4: Representação de curvas na parametrização do duto. Fonte: [24]. Modificada.

Durante a modelagem do problema, o usuário precisa definir a quantidade de

pontos base que serão utilizados para traçar a rota, assim será definido a quantidade

máxima de curvas que a rota poderá fazer entre os pontos A e B. Portanto, quanto maior

for o número de curvas necessárias para uma determinada configuração de rota, maior

deverá ser a quantidade de pontos base considerados no problema. Intuitivamente, uma

rota com apenas um ponto base só poderá ter uma curva, outra rota configurada com

três pontos base poderá apresentar, no máximo, três curvas. A figura 5.5 mostra um

exemplo de distribuição dos pontos base, na linha imaginária que conecta os pontos A e

B, para uma rota com 1, 2, 3 ou 4 NPI´s.

Figura 5.5: Exemplos de representação dos pontos base. Fonte: [24].

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31

A posição relativa de cada PI a seu respectivo ponto base é definida em termos

de coordenadas polares, de acordo com a figura 5.6. Cada curva (com suas retas),

presente no percurso entre os pontos A e B, será resumida por meio do seu raio de

curvatura R e das coordenadas polares (δ e α) do ponto de inflexão PI ao seu respectivo

ponto base.

A Bp1

δα

PI1

Figura 5.6: Coordenadas polares do PI em relação ao seu ponto base. Fonte: [24].

Desta forma, cada indivíduo ou solução do algoritmo de otimização será

representado por uma quantidade de pontos base definidos pelo usuário e cada PI será

representado pelos seguintes parâmetros:

Chave de Ativação (A);

Afastamento – coordenada radial (δ);

Ângulo – coordenada angular (α);

Raio de Curvatura (R).

Apesar de o usuário definir um número fixo de pontos base para representar uma

rota, os números de PI’s ativos entre os pontos A e B podem variar, ao longo do

processo de otimização, por meio de um artifício de ativação e desativação de PI’s (ou

curvas).

A Chave de Ativação assume essa função a partir de uma representação binária,

na qual o valor 0 indica que o PI está inativo, fazendo com que as informações da curva

sejam ignoradas e o valor 1 indica que a curva está sendo considerada na representação

da rota. Desta forma, uma rota com 4 (quatro) pontos bases poderá ter apenas um PI

ativo para representar a melhor rota.

A codificação de cada indivíduo é representada da seguinte forma:

1 1 1 1 2 2 2 2 n n n nA R A R A R

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Onde 11 1 1A R são os dados do primeiro PI e n é o número de pontos base (NPI)

definido pelo usuário.

É importante ressaltar que cada ponto base adicionado irá acrescentar 4 (quatro)

novas variáveis na representação de uma rota ou solução, aumentando a complexidade

do problema e dificultando o processo de busca realizado pelo algoritmo de otimização.

Por outro lado, uma quantidade pequena de pontos base poderá não ser suficiente para

que uma rota desvie de todos os obstáculos presentes em uma determinada região.

Por este motivo, é de extrema importância um correto dimensionamento da

quantidade de pontos base que irão representar uma determinada rota em um

determinado projeto.

5.3.1 Função Objetivo

Responsável por medir a eficiência de um determinado indivíduo/solução no

processo de busca, a função objetivo deve refletir a qualidade da rota analisada, levando

em consideração aspectos relevantes que dizem respeito às restrições do problema,

como dados geográficos e topográficos relacionados à batimetria de fundo e aos

obstáculos e interferências.

Em BAIOCO [2], a função objetivo foi representada da seguinte forma:

Np

i

iiABRota

ABobj

penalkdistL

distxF

1

. )(.

.100)( (5.1)

Onde Np representa o número de penalidades; ABdist o comprimento da linha

reta imaginária entre os pontos A e B; RotaL o comprimento total da rota que está sendo

analisada; penali representa o valor de cada penalidade i [1;Np]; ki representa uma

constante atribuída, pelo usuário, a cada restrição; e a constante 100 representa um fator

de escala para porcentagem.

Se desconsiderarmos todas as restrições do problema, a função objetivo ficará

resumida pela equação 5.2, que, devido à normalização, poderá assumir valores entre 0

e 100:

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Rota

ABobj

L

distxF .100)( (5.2)

Assim, o valor de )(xFobj que representa a melhor rota possível será igual a 100 e

qualquer outra rota possuirá valor de )(xFobj entre (0 e 100]. Intuitivamente, pode-se

afirmar que o problema é de MAXIMIZAÇÃO e a rota ideal, que não possui restrições,

será uma reta ligando o ponto inicial A ao ponto final B com todos os PI´s desativados.

Para aplicar o método de penalização adaptativa, torna-se necessário desvincular

da função objetivo a função penalidade relativa a cada restrição. A função objetivo

proposta neste trabalho passa a ser representada unicamente pelo comprimento total da

rota que está sendo analisada.

Rotaobj LxfxF )()( (5.3)

Como a melhor rota é a que possui o menor comprimento, este problema passará

a ser de MINIMIZAÇÃO, com um intervalo entre [ ABdist ,∞) definido para o valor da

função objetivo e as funções penalidade, relativas a cada restrição, serão tratadas

dinamicamente pelo APM, de acordo com a equação 3.2.

5.4 RESTRIÇÕES DO PROBLEMA

Além de possuir o menor comprimento possível, a melhor rota deve respeitar

uma série de limitações inerentes à complexidade do problema. Estas limitações, que

procuram simular as dificuldades de um projeto real, são expressas por meio de funções

penalidades definidas para cada uma das restrições presentes na modelagem do

problema.

5.4.1 Cruzamento do duto sobre si mesmo

Esta restrição é responsável em penalizar as soluções/rotas que possuam

autocruzamento. Um algoritmo, que verifica o cruzamento de segmentos de retas,

analisa cada segmento do duto contra todos os demais para verificar se existe algum

cruzamento ao longo da rota.

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34

O valor desta penalidade é diretamente proporcional ao número de interseções,

ou seja, um duto com menos cruzamentos será menos penalizado do que um com mais

cruzamentos.

A função penalidade para representar o cruzamento sobre si mesmo é

representada pela seguinte expressão:

1)( nInterExppenalCruzamento (5.3)

Onde nInter representa o número de interseções sobre si mesmo.

5.4.2 Cruzamento de obstáculo

Com o objetivo de evitar a passagem de rotas em áreas críticas (equipamentos de

fundo, flowlines, corais, entre outros), surge a necessidade de penalizar a solução/rota

que sobrepõe essas demarcações.

Para diferenciar as áreas em que a passagem do duto é tolerável de outras em

que a superposição precisa ser evitada, atribuem-se graus de importância, com pesos

diferentes, para cada tipo de obstáculo:

Nível 0 (cor verde): admite, com certa tolerância, haver sobreposição entre duto e

obstáculo.

Nível 1 (cor amarela): a superposição entre duto e obstáculo é condicionada;

Nível 2 (cor vermelha): não é admitida superposição;

Figura 5.7: Representação dos níveis de obstáculo.

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35

Desta maneira, na geração da rota, a superposição do duto com obstáculos é

identificada realizando verificações de cruzamento entre os segmentos do duto contra

todos os segmentos que definem os obstáculos, sendo contabilizada a quantidade de

cruzamentos para cada nível de obstáculo.

A função penalidade para representar o cruzamento de obstáculos é representada

abaixo:

1)(1

nInter

i

Cruzamento impExppenal

(5.4)

Onde nInter representa o número de interseções com obstáculos; imp é o valor da

importância do obstáculo ( 0 1 20.2; 0.5; 1.0nivel nivel nivelimp imp imp ).

5.4.3 Comprimento mínimo entre curvas

Para atender os requerimentos necessários na operação de lançamento de dutos,

foi definida uma restrição que penaliza uma solução/rota quando a distância mínima

entre duas curvas é desrespeitada, ou seja, quanto menor for a distância entre duas

curvas, mais penalizada será a solução, em contrapartida, quando este valor superar o

comprimento mínimo estabelecido, a solução analisada não sofrerá penalizações.

minmin

minCompMinEntreCurvas

min0

medidomedido

medido

L Lse L L

Lpenal

se L L

(5.5)

Onde minL é o comprimento mínimo estabelecido; medidoL é o comprimento medido

de uma determinada solução.

No experimento numérico será utilizado o valor de 500 metros para o

comprimento mínimo entre duas curvas ( minL ).

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36

5.4.4 Comprimento mínimo de trecho reto no início e fim da trajetória

Assim como o requerimento do comprimento mínimo entre curvas, há uma

exigência de lançamento que solicita que, tanto o trecho inicial quanto o trecho final de

uma rota, seja linear.

Desta forma, se o comprimento do trecho reto for inferior ao valor mínimo

estabelecido, a solução será penalizada de acordo com a função abaixo:

minmin

minCompInicFinal

min0

medidomedido

medido

L Lse L L

Lpenal

se L L

(5.6)

Onde minL é o comprimento mínimo estabelecido; medidoL é o comprimento medido

de uma determinada solução.

No experimento numérico será utilizado o valor de 500 metros para o

comprimento mínimo do trecho reto no início e no fim da rota ( minL ).

5.4.5 Declividade

Esta penalidade leva em consideração a topografia do terreno sobre o qual a rota

está sendo definida, ou seja, caso a declividade do duto ultrapasse o limite estabelecido,

a solução será penalizada.

Assim, para a penalidade em termos da declividade longitudinal do terreno, foi

estipulada a expressão a seguir, na qual, caso a declividade do duto ultrapasse o limite

estabelecido, a solução é penalizada segundo a média das violações.

1

exp( )nNosPenal

i

iDeclivLong i

Decliv LimDecliv

penal se Decliv LimDeclivnNosTotal

(5.7)

Onde nNosPenal é o número de nós que sofreram penalizações; nNosTotal é o

número total de nós da malha que define a rota analisada; Declivi é a declividade

calculada para o nó i; e LimDecliv é a declividade máxima estipulada.

No experimento numérico será utilizado o valor de 3o para o limite de declividade

máxima (LimDecliv).

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37

5.4.6 Critério de raio mínimo de curvatura

Para evitar que o duto saia da rota planejada no momento de sua instalação,

deve-se evitar o posicionamento do duto com uma curva excessivamente fechada para

que ele não escorregue lateralmente. Desta forma, limita-se este raio de curvatura de tal

forma que o seu valor seja muito superior ao limite estrutural do duto.

Esse critério é dependente de propriedades do solo, como o coeficiente de atrito,

e de propriedades do duto, como o peso submerso, e se relaciona com estas variáveis

utilizando a expressão abaixo.

minresidual

s

TR

w

(5.8)

min

min

1 min

min0

nNosPenali

i

iRaioMin

i

R Rse R R

penal R

se R R

(5.9)

Onde minR é o raio mínimo de curvatura requerido; iR é o raio calculado do nó i;

residualT é a tração residual devido à operação de lançamento; é o coeficiente de atrito

do solo; sw é o peso submerso do duto.

No experimento numérico será utilizado o valor de 500 KN para a tração residual

( residualT ) e 0,4 para o coeficiente de atrito ( ), relativo ao solo de argila.

5.4.7 Critério de estabilidade

A estabilidade lateral do duto pode ser analisada por meio do critério de

estabilidade absoluta, que não permite deslocamentos, ou pelo critério generalizado, que

permite deslocamentos predefinidos. O critério de estabilidade absoluta fornece como

resultado um fator de segurança associado à estabilidade, enquanto o critério

generalizado estabelece o peso requerido para o deslocamento máximo permitido. Além

disso, há a consideração da declividade transversal na formulação de estabilidade que

permite que rotas próximas de taludes sejam mais penalizadas.

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38

Desta forma, a formulação da penalidade é descrita em termos de sua

estabilidade vertical e lateral. Vale destacar que uma determinada solução/rota só viola

a restrição quando o fator de segurança for menor que um limite pré-estabelecido.

nNosTotal

ySF

penal

nNospenal

i

i

ZSC

EstabVert

1

_

Se i

ZSCy _ < SF (5.10)

nNosTotal

ySF

penal

nNospenal

i

i

YSC

alEstabLater

1

_

Se i

ySCy _ < SF (5.11)

Onde SF é o fator de segurança limite; i

ZSCy _ é o fator de segurança vertical

associado ao nó i; i

ySCy _ é o fator de segurança lateral associado ao nó i.

No experimento numérico será utilizado o critério de estabilidade absoluto com o

valor do fator de segurança limite (SF) igual a 1,1.

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39

CCaappííttuulloo 66 -- EEssttuuddooss ddee CCaassoo

Para atingir os objetivos estipulados no Capítulo 1, os estudos de caso serão

divididos em duas partes. A primeira parte contém testes que tratam da otimização de

funções matemáticas, com e sem restrições, bastante conhecidas na literatura. O

objetivo deste primeiro experimento é avaliar o comportamento da metodologia adotada

neste trabalho, dando uma indicativa de sua eficiência para a posterior aplicação em um

caso real de Engenharia. Desta forma, o desempenho do Clonalg junto ao APM será

comparado com os resultados obtidos por outros algoritmos de otimização Bio-

Inspirados (AG e PSO) que utilizaram esta mesma técnica de penalização nestas

mesmas funções estudadas.

Na segunda parte deste estudo, será abordada a otimização de um problema real

de Engenharia, detalhado no Capítulo 5, que consiste na otimização de uma rota de

dutos submarinos para transportar hidrocarbonetos entre dois pontos pré-definidos.

Além de comparar o desempenho do Clonalg com outro algoritmo de otimização (AG),

a técnica de penalização adaptativa (APM) será confrontada com o método de

penalidade estática utilizado atualmente no OtimRota.

Em todos os experimentos realizados neste capítulo, as soluções iniciais,

utilizadas pelos algoritmos de otimização, foram geradas aleatoriamente respeitando os

limites de cada variável. Foi utilizada a codificação real para representar as variáveis do

problema.

6.1 FUNÇÕES MATEMÁTICAS

6.1.1 Funções sem Restrição

Os testes em funções matemáticas sem restrições foram empregados com o

objetivo de avaliar o comportamento do algoritmo de otimização Clonalg, descrito no

Capítulo 4. Como estas funções não possuem restrições em seu espaço de busca, não

será necessária a utilização do APM nestes testes.

Neste experimento, foram escolhidas as funções de minimização disponíveis em

MICHALEWICZ [35]. Estas funções estão descritas no Anexo A. Os valores ótimos

conhecidos e os limites de suas variáveis estão disponíveis na Tabela 6.1.

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40

Tabela 6.1. Limites das variáveis e ótimo global conhecido das funções sem restrição

Função Valor Ótimo Limites Variáveis

F1 38,8275 8,51,41,120,3 21 Xx

F2 0000,0 51 1 x

F3 0000,961 310 1 x

F4 0.8794- 22 1 x

F5 8500,2 - 21 1 x

Os valores dos parâmetros utilizados na configuração do Clonalg estão descritos

na tabela abaixo.

Tabela 6.2. Parâmetros de configuração do Clonalg.

Parâmetros Valor

Número de Anticorpos 15

Número de Clones por Anticorpo 8

Hipermutação Somática 2 parâmetros

Rho (ρ) 14

Quantidade de Gerações 5000

Foram realizadas 30 execuções independentes para cada uma das funções com o

objetivo de avaliar o desempenho do algoritmo. A Tabela 6.3 expõe o melhor valor

encontrado, a média e o desvio padrão obtido nestas execuções. Destacam-se, em

negrito, os valores obtidos pelo algortimo de otimização, que convergiram para o ótimo

conhecido.

Tabela 6.3. Resultados das execuções do Clonalg em funções sem restrição

Função

Valor

Ótimo

Conhecido

Melhor

Valor Média

Desvio

Padrão

F1 38,8275 38,8275 38,9121 0,0499

F2 0000,0 0,0000 0,0001 0,0008

F3 0000,961 -961,0000 -961,0000 0,0000

F4 0.8794- -0,8794 -0,8800 0,0010

F5 8500,2 2,8500 2,8572 0,0229

O algoritmo se mostrou bastante eficiente na localização do valor ótimo em

todas as funções avaliadas, com um pequeno número de avaliações da função objetivo.

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41

6.1.2 Funções com Restrições – Grupo G

Esta seção do trabalho tem o objetivo de validar e comparar o desempenho do

algoritmo Clonalg junto ao método de penalização adaptativa, APM, na otimização de

funções com restrições.

Foram escolhidas as 10 primeiras funções do grupo G, do inglês G-Suite,

disponível no Anexo A. Adotou-se este grupo de funções para possibilitar a comparação

com outros métodos de otimização que já apresentaram resultados eficientes utilizando

o APM no tratamento das restrições destas mesmas funções. Os limites de cada variável

e o valor ótimo conhecido de cada uma destas funções estão descritos na Tabela 6.4.

Todas estas funções são de minimização.

Tabela 6.4. Limites das variáveis e ótimo global conhecido das funções G.

Valor Ótimo Limites Variáveis

G1 -15,0000 )12,11,10(1000)13,9,...,1(10 ixix ii G2 -0,8036 )20,...,1(100 ixi

G3 -1,0005 )10,...,1(10 ixi

G4 -30665,5386 )5,4,3(4527453310278 21 ixxx i

G5 5126,4967 )4,3(55,055,0)2,1(12000 ixix ii

G6 -6961,8138 100010013 21 xx

G7 24,3062 )10,...,1(1010 ixi

G8 -0,0958 )2,1(100 ixi

G9 680,6300 )7,...,1(1010 ixi

G10 7049,2480 )8,...,4(100010

)3,2(10000100010000100 21

ix

ixx

i

Após diversas tentativas na busca da melhor configuração para a metodologia

(Clonalg+APM) na otimização de funções com restrições, optou-se em utilizar os

mesmos parâmetros de configuração do algoritmo Clonalg definidos na otimização das

funções sem restrições. Estas configurações já foram apresentadas anteriormente e estão

disponíveis na Tabela 6.2.

Nestes testes, foram realizadas 20 execuções independentes, para cada uma das

funções, com o objetivo de avaliar o desempenho do algoritmo Clonalg utilizando o

APM. Os resultados do melhor e do pior valor, da média, do desvio padrão e do número

de indivíduos viáveis obtidos nestas execuções estão expostos na Tabela 6.5. O melhor

valor e a quandidade de indivíduos viáveis apresentados na tabela foram obtidos na

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melhor execução de cada uma das funções analisadas. Destacam-se, em negrito, os

valores que convergiram para o valor ótimo conhecido.

Tabela 6.5. Resultados das execuções do Clonalg+APM em funções com restrições

Valor

Ótimo

Conhecido

Melhor Pior Média Desvio

Padrão

Indivíduos

Viáveis

G1 -15,0000 -15,0000 -12,8915 -14,8876 0,4353 15

G2 -0,8036 -0,8036 -0,7574 -0,7838 0,0119 15

G3 -1,0005 -0,9994 -0,9984 -0,9991 0,0002 15

G4 -30665,5386 -30665,5195 -30664,5957 -30665,1928 0,2631 15

G5 * 5126,4967 5127,3460 5228,3830 5160,3768 31,7304 1

G6 -6961,8138 -6961,5762 -6954,8096 -6958,9779 1,9067 12

G7 24,3062 24,3502 24,5620 24,4482 0,0522 12

G8 -0,0958 -0,0958 1,1977 -0,0386 0,2356 15

G9 680,6300 680,6685 680,9141 680,7566 0,0573 15

G10 7049,2480 - - - - 0

Pode-se verificar, na Tabela 6.5, que o algoritmo apresentou resultados

competitivos para a maioria das funções estudadas, apesar de ter sido verificada a

convergência para o valor ótimo somente em 3 (três) funções (G1, G2 e G8).

O asterisco (*) presente na função G5 indica que o algoritmo conseguiu

convergir para uma região viável do espaço de busca em apenas 67% das execuções,

desta forma, só foram consideradas estas execuções para calcular as informações

estatísticas desta função. Na função G10, não houve convergência para uma região

viável em nenhuma das execuções realizadas.

Com o objetivo de validar o desempenho da metodologia adotada

(Clonalg+APM) em funções com restrições, apresenta-se, na Tabela 6.6, um

comparativo dos resultados obtidos neste trabalho com outros métodos de otimização

bio-inpirados que utilizaram esta mesma técnica de penalização no tratamento das

mesmas funções, são eles:

. AG+APM em BARBOSA et al. [4] , cujos resultados foram obtidos com uma

população de 70 indivíduos através de 20 execuções independentes com 5000 gerações

cada uma.

. PSO +APM em SILVA et al. [39], cujos resultados foram obtidos com uma

população de 70 partículas através de 20 execuções independentes com 5000 gerações

cada uma.

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43

Destacam-se, em negrito, os valores que convergem para o mínimo conhecido.

Tabela 6.6. Comparativo dos resultados obtidos com o Clonalg+APM

Função (Valor Ótimo) Clonalg+APM

PSO+APM

SILVA et al.

[39]

AG+APM

BARBOSA et al.

[4]

G1 -15,0000 -15,0000 -15,0000 −15,0000

G2 -0,8036 -0,8036 -0,8036 -0,7780

G3 -1,0005 -0,9994 -1,0005 0,9997

G4 -30665,5386 -30665,5195 -30665,5386 −30665,5100

G5 5126,4967 5127,3640 5140,7590 5126,5710

G6 -6961,8138 -6961,5762 -6961,8138 −6961,7960

G7 24,3062 24,3502 24,3315 24,8613

G8 -0,0958 -0,0958 -0,0958 -0,0958

G9 680,6300 680,6685 680,6317 680,7222

G10 7049,2480 - - 7080,3280

Verifica-se, na Tabela 6.6, que o Clonalg+APM conseguiu melhores resultados

que o AG+APM em 4 (quatro) das funções estudadas (G2, G4, G7 e G9). Nas funções

G1 e G8, todos os algoritmos conseguiram convergir para o ótimo conhecido e, na

função G10, assim com o PSO+APM, o Clonalg+APM também não foi capaz de

encontrar soluções viáveis. Pode-se verificar que o PSO apresentou melhores resultados

ao utilizar o APM para tratar as restrições das funções estudadas.

Estes resultados demonstram que o APM, que foi inicialmente desenvolvido

para auxiliar o AG no tratamento de restrições, pode ser aplicado com eficácia em

outros métodos de otimização bio-inspirados.

Os resultados obtidos nesta seção foram considerados satisfatórios para que a

metodologia proposta neste trabalho (Clonalg+APM) possa ser aplicada na otimização

de uma rota de duto; experimento que será tratado na próximo seção.

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44

6.2 OTIMIZAÇÃO ROTA DE DUTOS SUBMARINOS

Esta seção será dedicada ao estudo da otimização de uma rota de dutos

submarinos.

Após validar o desempenho do Clonalg utilizando o método de penalização

adaptativa APM no tratamento das restrições presentes nas funções de benchmark, sua

eficiência será verificada na ferramenta de síntese e otimização de dutos submarinos,

conhecida como OtimRota. Esta ferramenta foi descrita no Capítulo 5.

Além de comparar a eficácia do APM aplicado em dois algoritmos diferentes de

otimização (Clonalg e AG), o desempenho desta técnica de penalização será comparado

com o método de penalização estática utilizado atualmente nesta ferramenta

computacional..

6.2.1 Configuração dos Algoritmos e Modelagem do Problema

A Tabela 6.7 apresenta os valores dos principais parâmetros definidos na

configuração dos algoritmos de otimização utilizados nesta seção.

Tabela 6.7. Parâmetros do Clonalg e do AG usados na otimização de uma rota de Dutos

Clonalg (SIA)

Parâmetro Valor

Número de Anticorpos 5

Número de Clones por Anticorpo 5

Hipermutação Somática 2 parâmetros

Rho (ρ) 14

Quantidade Gerações 500

Algoritmo Genético

Parâmetro Valor

Tamanho da População 50

Taxa de Crossover 0,6

Mutação não uniforme (b) 5

Elitismo 1

Quan dade Geraç es 500

A tabela abaixo apresenta os valores dos coeficientes de penalização que serão

utilizados para multiplicar cada uma das funções penalidades nos testes em que será

utilizado o método de penalização estática. É ainda oportuno lembrar que os pesos

destes coeficientes foram definidos como “ideais” utilizando algoritmos genéticos, após

diversos testes e análises com o apoio de especialistas experientes neste tipo de projeto.

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45

Tabela 6.8. Coeficientes de penalidade estática

Penalidades

Peso (ki)

Penalização

Estática

Cruzamento do duto sobre si mesmo 10

Restrição de obstáculo 5

Comprimento mínimo entre curvas 1

Declividade longitudinal máxima 2

Comprimento reto mínimo de saída 1

Comprimento reto mínimo de chegada 1

Raio mínimo 1

Estabilidade 1

Neste experimento, foi definido um número máximo de 4 (quatro) PI´s para

traçar a rota, desta forma, a codificação de cada indivíduo/solução será representada da

seguinte maneira:

4444333322221111 ||| RARARARA

Os limites de cada uma destas variáveis estão descritos na tabela abaixo. Todas

as combinações possíveis destas variáveis definem o espaço de busca do problema que

está sujeito às restrições apresentadas no Capítulo 5.

Tabela 6.9. Limite das variáveis representativas de uma rota de dutos

Variáveis Limites

Ativação [0 , 1]

Ângulo

[0 , 360]

Afastamento [0, 6237]

Raio [500 , 5000]

O valor do fator de ativação, que define a probabilidade de ativação de cada PI

(ou curva), foi definido como 0,75 (75%) para os dois algoritmos. Desta forma, o PI

será considerado no traçado da rota quando o valor da variável A (ativação) for maior

ou igual a 0,25.

A figura 6.1 representa o problema que será otimizado. A distância mínima entre

os dois pontos (A e B), que se deseja interligar, é de 12.473,99 metros e é representada

pela linha reta, de cor roxa, pontilhada, que contem os 4 (quatro) pontos base.

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46

Figura 6.1: Representação do problema.

6.2.2 Resultados Obtidos

Neste experimento, foram avaliados, por meio de 30 (trinta) execuções

independentes, os desempenhos de dois algoritmos de otimização (Clonalg e AG)

utilizando duas formas diferentes (APM e Método Estático) para tratar as restrições

inerentes ao problema. Assim, para facilitar a comparação de desempenho, os

algoritmos serão identificados, neste trabalho, da seguinte forma:

Clonalg (SIA) + APM;

Clonalg (SIA) + Penalização Estática;

AG + APM;

AG + Penalização Estática.

Os testes foram executados em um computador com as seguintes configurações:

Intel Core 2 Duo P8600 @ 2.40Ghz com 3 GB de memória RAM. O tempo de

processamento das 30 (trinta) execuções para cada um dos algoritmos analisados foi:

Clonalg (SIA) + APM: 29 minutos; Clonalg (SIA) + Penalização Estática: 20 minutos;

AG + APM: 41 minutos; AG + Penalização Estática: 41 minutos.

As tabelas (6.10 - 6.13) a seguir apresentam o desempenho de cada um dos

algoritmos analisados na otimização da rota de dutos. Os resultados do melhor e do pior

valor, da média e do desvio padrão obtidos nestas execuções estão expostos nestas

tabelas. Além do comprimento da rota, são apresentadas as informações estatísticas das

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duas únicas penalidades (obstáculo e declividade) que ficaram ativas no final de cada

execução. Os melhores valores obtidos, para estas três variáveis, em todas as execuções,

estão destacados em negrito nas tabelas a seguir.

Os valores de saída referentes às penalidades, obtidos no OtimRota, nas rodadas

que utilizaram o método de penalização estática, estavam multiplicados pelos valores de

seus respectivos coeficientes de penalidade (ki), descritos na Tabela 6.8. Esses valores

de saída foram divididos por estes mesmos coeficientes para que seus resultados

pudessem ser comparados com os resultados obtidos utilizando o APM. É importante

ressaltar que as Tabelas 6.11 e 6.13 já apresentam os valores das penalidades com estas

alterações.

Tabela 6.10. Resultados do Clonalg + APM na Rota de Dutos.

Clonalg + APM

Dados de Saída Melhor Pior Média Desvio

Padrão

Comprimento (m) 12953,2890 13417,3280 13169,9520 98,2682

Penalidade Obstáculo 0,8220 8,0250 1,3425 1,5019

Penalidade Declividade 0,2750 0,6880 0,4627 0,1051

Outras Penalidades 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

Tabela 6.11. Resultados do Clonalg + Penalização Estática na Rota de Dutos.

Clonalg + Penalização Estática

Dados de Saída Melhor Pior Média Desvio

Padrão

Comprimento (m) 13150,9800 16837,4530 13747,5223 759,2545

Penalidade Obstáculo 0,8222 8,0978 1,9281 2,0860

Penalidade Declividade 0,2340 1,1680 0,6021 0,2143

Outras Penalidades 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

Tabela 6.12. Resultados do AG + APM na Rota de Dutos.

AG + APM

Dados de Saída Melhor Pior Média Desvio

Padrão

Comprimento (m) 12965,1760 13912,7080 13277,5516 204,5328

Penalidade Obstáculo 0,8220 1,7180 0,9017 0,2228

Penalidade Declividade 0,2440 0,6770 0,4626 0,1062

Outras Penalidades 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

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Tabela 6.13. Resultados do AG + Penalização Estática na Rota de Dutos.

AG + Penalização Estátiva

Dados de Saída Melhor Pior Média Desvio

Padrão

Comprimento (m) 13224,1700 13984,3420 13434,1060 229,1197

Penalidade Obstáculo 0,8222 1,7182 0,9424 0,3095

Penalidade Declividade 0,2950 0,7500 0,4790 0,0722

Outras Penalidades 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

Uma análise nos dados estatísticos, apresentados nas tabelas acima, demonstra

que, além de apresentar rotas mais curtas, o APM conseguiu obter resultados mais

robustos, que o método de penalização estática, ao apresentar valores menores de média

e desvio padrão para o comprimento da rota e para as violações de declividade e de

obstáculo. O destaque, neste experimento, ficou por conta do menor valor médio, obtido

pelo Clonalg+APM, para o comprimento das rotas e os menores valores médios, obtidos

pelo AG+APM, para os valores das duas violações.

A figura 6.2 representa um comparativo das trinta rotas/soluções obtidas por cada

um dos algoritmos analisados. Vale lembrar que as informações expostas nas tabelas

6.10 - 6.13 foram obtidas destas soluções.

a) AG + APM b) Clonalg + APM

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c) AG + Penalização Estática d) Clonalg + Penalização Estática

Figura 6.2: Representação das soluções obtidas pelos algoritmos.

Apesar do menor comprimento de uma rota representar um menor custo de

projeto, os valores das penalidades obtidas nestas execuções devem ser considerados na

determinação da melhor solução. Com o intuito de comparar o desempenho entre os

dois métodos de penalização (APM e Estático), que possuem funções objetivos

distintas, discutidas no item 5.3.1, foi sugerida uma função, chamada de função objetivo

de comparação, que utiliza as informações das tabelas 6.10 – 6.13 para comparar o

desempenho dos resultados obtidos pelos quatro algoritmos analisados. Esta função, que

é de minimização, foi descrita conforme a equação abaixo:

spenalidadeoCompriment

xF1000

)( (6.1)

O fator 1000 foi colocado com o intuito de aproximar a ordem de grandeza entre

os valores relativos ao comprimento da rota e os valores das violações. Intuitivamente,

quanto menor for o valor deste fator, maior será o peso do valor do comprimento na

determinação da melhor solução/rota.

Os resultados do melhor e do pior valor, da média e do desvio padrão

encontradas nas 30 execuções realizadas em cada algoritmo, utilizando a função

comparação acima, estão expostos na Tabela 6.14.

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Tabela 6.14. Comparativo dos resultados obtidos na otimização de uma rota de dutos

Algoritmo Método de

Penalização Melhor Pior Média

Desvio

Padrão

Clonalg APM 14,2829 21,3203 14,9752 1,4532

Estática 14,6252 23,9605 16,2777 2,4576

AG APM 14,3212 15,9827 14,6418 0,3561

Estática 14,5224 16,1825 14,8556 0,5276

O destaque neste comparativo ficou com o Clonalg+APM ao apresentar a

melhor solução/rota. O AG+APM obteve, nas 30 (trinta) execuções, um resultado mais

robusto ao apresentar os melhores valores de média e desvio padrão.

Os valores apresentados na Tabela 6.15 expõem as informações da melhor rota,

gerada por cada um dos algoritmos, utilizando a função objetivo de comparação descrita

na equação 6.1.

Tabela 6.15. Melhores resultados de cada algoritmo na otimização de uma rota de dutos.

Algoritmo Método de

Penalização Aptidão Comprimento

Penalidade

Obstáculo

Penalidade

Declividade

Clonalg APM 14,2829 13101,9110 0,8220 0,3590

Estática 14,6252 13430,4490 0,8928 0,3020

AG APM 14,3212 12965,1760 0,8850 0,4710

Estática 14,5224 13224,1700 0,8222 0,4760

Vale ressaltar que, se tivéssemos utilizado o fator 100 na função 6.1 para a

comparação dos algoritmos, haveria uma inversão de resultados, onde a melhor solução

passaria a ser representada pelo AG+APM, pois seria dada maior ênfase ao valor do

comprimento da rota em detrimento aos valores das penalizações e o Clonalg+APM,

que possui a menor média para o comprimento das rotas, passaria a ser o algoritmo mais

robusto ao apresentar os melhores valores de média e desvio padrão.

A figura 6.3 apresenta as melhores rotas obtidas pelos quatro algoritmos

analisados. Estas rotas representam as soluções presentes na Tabela 6.15.

Verifica-se, na figura 6.3(a), que a rota mais curta, obtida pelo AG+APM, possui

os quatro (todos) PI´s ativos.

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a) AG + APM b) Clonalg + APM

c) AG + Penalização Estática d) Clonalg + Penalização Estática

Figura 6.3: Representação das melhores soluções obtidas pelos algoritmos.

Durante os testes, ficou evidente que o APM demorou mais para convergir para

uma região satisfatória do problema (linha cinza nas figuras acima), visto que, no

método de penalização estática, os pesos “ideais’ para esta configuração já estão

ajustados, facilitando a convergência do algoritmo. Porém, apesar de encontrar rotas

satisfatórias mais rápidas, o método de penalização estática não conseguiu gerar rotas

tão curtas quanto às obtidas utilizando o APM, lembrando que uma pequena redução no

comprimento de uma rota de dutos pode representar uma economia de custo

significativa em um projeto de Engenharia offshore.

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52

Cabe destacar que todas as soluções geradas pelo algoritmo de otimização, neste

problema, são representadas por indivíduos inviáveis, pelo fato destes indivíduos

violarem, ao menos, uma restrição durante toda a evolução do algoritmo. Desta forma, a

média da função objetivo da população, que o APM utiliza para recalcular o valor da

função objetivo de todas as soluções inviáveis, deverá convergir junto com a melhor

solução. Caso alguns indivíduos fiquem “presos” em rotas consideradas ruins, a

convergência na média da função objetivo de toda a população não acontecerá e os

melhores indivíduos terão o valor de sua função objetivo reajustado para o valor de uma

média que não converge, prejudicando o desempenho do algoritmo.

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53

CCaappííttuulloo 77 -- CCoonncclluussããoo

Essa dissertação inicia contextualizando a exploração do petróleo em águas cada

vez mais profundas, evidenciando a importância do desenvolvimento de novas

ferramentas computacionais de otimização que precisam simular e ser capazes de tratar

as restrições de um problema real de Engenharia offshore.

Em seguida foram descritos alguns métodos de busca e otimização, com

destaque para as meta-heurísticas bio-inspiradas, que se mostraram bem fundamentadas

por meio de citações de alguns trabalhos que utilizaram estas técnicas na otimização de

problemas em diversas áreas do conhecimento.

No capítulo seguinte, foram apresentados alguns métodos de penalização,

disponíveis na literatura, que são utilizados para auxiliar os algoritmos de otimização no

tratamento de problemas que possuem restrições. Com destaque as técnicas adaptativas

que se baseiam na alteração dos valores dos fatores de ponderação das penalidades ao

longo do processo de otimização.

A metodologia proposta nesta dissertação utiliza o método de penalização

adaptativa, conhecido como APM, para auxiliar o algoritmo de otimização Clonalg, que

se baseia na meta-heurística Sistemas Imunológicos Artificiais, na busca de soluções

otimizadas em uma rota de dutos submarinos.

Com o objetivo de contextualizar e dar embasamento a este trabalho, foi

apresentado um resumo com as principais etapas de um projeto de rota de dutos e sua

aplicação em uma ferramenta computacional, conhecida como OtimRota. Uma

mudança proposta, por este trabalho, foi a simplificação da função objetivo que passou

a ser de minimização, sendo dependente apenas do comprimento da rota. Esta

formulação se mostra mais coerente com o resultado que se deseja obter na otimização

deste problema.

O estudo de caso é realizado, inicialmente, em funções matemáticas e, por fim,

com uma aplicação prática na otimização de rotas de dutos submarinos. Para as funções

matemáticas sem restrições, o Clonalg conseguiu convergir para o ótimo conhecido em

todas as funções, com um pequeno número de avaliações da função objetivo. Em

seguida, foram estudadas as funções matemáticas com restrições. Neste experimento,

foram comparadas três metodologias diferentes de otimização bio-inspiradas (Clonalg,

AG, e PSO) utilizando o APM para tratar as restrições. Os resultados mostram que a

metodologia proposta neste trabalho se mostrou mais eficiente que o AG em quatro

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funções e conseguiu convergir para o ótimo local em três das dez funções analisadas. O

destaque, neste experimento, ficou por conta do PSO, que apresentou os melhores

resultados.

Por fim, foram realizados os testes na otimização de uma rota de dutos. Além de

comparar o desempenho do Clonalg com o AG, a eficácia da técnica de penalização

adaptativa APM foi confrontada com um método de penalização estática, onde os

coeficientes de penalizações se mantem constantes durante a evolução do algoritmo.

Esse método estático é utilizado atualmente no OtimRota para o tratamento de

restrições.

Apesar do Clonalg+APM encontrar a melhor rota, o AG+APM se mostrou mais

eficiente e robusto ao proporcionar as melhores soluções nos testes executados, com a

melhor média e pouca variabilidade de boas rotas. Assim, além de mostrar a capacidade

de se adaptar a diferentes metodologias de otimização, observa-se que os resultados

utilizando o APM se mostraram mais eficientes que os obtidos utilizando a penalização

estática.

Com base nestes resultados, pode-se afirmar que o APM é capaz de auxiliar os

métodos de otimização em problemas reais de projetos de dutos, refinando a análise no

que tange a evitar obstáculos, procurando menores declives e encontrando rotas com

menor comprimento. Desta forma, a metodologia empregada neste trabalho apresentou

resultados coerentes, satisfatórios e com um reduzido tempo computacional.

Como sugestões para trabalhos futuros, além de estudar e desenvolver novas

técnicas para o tratamento de restrições, será verificada a possibilidade de combinação

de diferentes métodos de otimização, utilizando o que há de melhor em cada um deles,

com destaque ao trabalho de BERNARDINO [8], que utiliza o Clonalg para guiar o AG

no tratamento de restrições em problemas de otimização. Estudo de métodos de

otimização em análises dinâmicas e alterações na forma de mutação do SIA, para

melhorar sua competitividade em problemas de otimização com restrições, também

serão considerados em trabalhos posteriores.

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60

AANNEEXXOO AA

FUNÇÕES SEM RESTRIÇÕES

)20()4(5,21)(min1 2211 xsenxxsenxxfF

44)(min2 1

2

1 xxxfF

2

1)(min3 xxfF

44)(min4 1

2

1

3

1 xxxxfF

1)10()(min5 11 xsenxxfF

FUNÇÕES COM RESTRIÇÕES

A descrição destas funções estão disponíveis em LIANG et al[32].

02:

02:

02:

08:

08:

08:

01022:

01022:

01022:

55)(min1

12989

11768

10547

1236

1125

1014

1211323

1210312

1110211

13

5

4

1

24

1

xxxr

xxxr

xxxr

xxr

xxr

xxr

xxxxr

xxxxr

xxxxr

asujeito

xxxxfGi

i

ii

i i

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61

020*5.7:

075.0:

)(cos2)(cos

)(min2

20

1

2

20

1

1

20

1

2

20

1

220

1

4

i

i

i

i

i

i

i

ii

i

xr

xr

asujeito

ix

xx

xfG

01:

)10()(min3

10

1

2

1

10

1

10

i

i

i

i

xr

asujeito

xxfG

0200019085,0

0012547,00047026,0300961,9:

0250019085,0

0012547,00047026,0300961,9:

0900,0021813x

0,00299550,007131780,51249:

01100,0021813x

0,00299550,007131780,51249:

00,0022053

0,00062620,0056858 85,334407:

092 0,0022053

0,00062620,005685885,334407:

141,40792293239,378356891,03578547,5)(min4

43

31536

43

31535

3

2

21524

3

2

21523

53

41522

53

41521

151

2

3

xx

xxxxr

xx

xxxxr

xxxxr

xxxxr

xx

xxxxr

xx

xxxxr

asujeito

xxxxxfG

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62

08,1294)25,0(1000)25,0(1000:

08,894)25,0(1000)25,0(1000:

08,894)25,0(1000)25,0(1000:

055,0:

055,0:

.3/000002,02000001,03)(min5

3445

24334

1433

432

341

3

22

3

11

xxsenxsenr

xxxsenxsenr

xxsenxsenr

xxr

xxr

asujeito

xxxxxfG

081.8256::

010055:

)20()10()(min6

2

2

2

122

2

2

2

11

3

2

3

1

xxrr

xxr

asujeito

xxxfG

081.8256:

010055:

)20()10()(min7

2

2

2

12

2

2

2

11

3

2

3

1

xxr

xxr

asujeito

xxxfG

0)4(1:

01:

)(

)2()2()(min8

2

212

2

2

11

21

3

1

21

3

xxr

xxr

asujeito

xxx

xsenxsenxfG

0115234:

08623196:

01037282:

05432127:

8104710

)11(3)12(5)10()(min9

76

2

321

2

2

2

14

7

2

6

2

213

54

2

3212

5

2

43

4

2

2

11

7676

7

4

2

6

6

5

2

4

4

3

2

2

2

1

xxxxxxxr

xxxxr

xxxxxr

xxxxxr

asujeito

xxxxxxx

xxxxxfG

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63

025001250000:

012501250:

0333,8333310033252,833:

0)(01,01:

0)(0025,01:

0)(0025,01:

)(min10

553836

4425725

14614

583

4752

641

321

xxxxxr

xxxxxxr

xxxxr

xxr

xxxr

xxr

asujeito

xxxxfG