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  • 8/3/2019 Apelo aos Portugueses: A Legitimidade das Eleies Legislativas Posta em Perigo, Jos Filipe Seplveda da Fonseca

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    Apelo aos PortuguesesA Legitimidade das Eleies Legislativas Posta em

    Perigo

    Jos Filipe Seplveda da Fonseca

    13 de Fevereiro de 2005

    A falta de um debate srio, elevado e com contedo ideolgico, a respeito dos temas

    verdadeiramente em causa nestas eleies, ameaa a actual disputa eleitoral de

    inautenticidade e de falta de representatividade.

    Aproxima-se a data em que os portugueses sero mais uma vez chamados s urnas a fim

    de escolherem os seus representantes para a Assembleia da Repblica, em eleies

    antecipadas.

    Ao determinar artificialmente a dissoluo da Assembleia com uma maioria parlamentar

    estvel, o Chefe de Estado no conseguiu manter intacta a marca de iseno e de

    independncia partidria a que est obrigado pelo cargo que desempenha. Gerou com isso

    um ambiente de inegvel tenso poltica e de insegurana institucional: Em nenhum regime

    monrquico europeu se assiste a este triste espectculo de o Chefe do Estado interferir nas

    polticas e na durao dos governos eleitos .

    A gravidade da conjuntura em que se desenrola esta eleio e dos temas nela envolvidos

    exige de todos os portugueses uma participao activa nos debates, motivo pelo qual nos

    sentimos animados a fazer este pronunciamento.

    Encruzilhada histrica

    H certas expresses que, em decorrncia do uso abusivo e generalizado, acabam

    geralmente por perder a credibilidade, tornando-se banais. Assim tem acontecido, nas

    semanas mais recentes, com a palavra crise. Dizer que Portugal atravessa uma crisetornou-se uma expresso sria mas vazia de significado.

    No entanto ningum poder neg-lo o nosso Pas encontra-se numa encruzilhada

    histrica, marcada por inmeras incgnitas e por panoramas mal esclarecidos, de debates

    inexpressivos e de ideias indefinidas. Sobretudo, encontra-se imerso num clima psico-social

    morno, em que se vo avolumando as incertezas quanto ao futuro, parecendo, numa

    primeira anlise, que a Nao est a caminhar para uma situao sem aparente soluo

    vista.

    1 Publicado originalmente no stio Web dos Arautos dEl-Rei.2 Cf. Crise Poltica Crise do Regime Republicano, in Dirio Digital, 13 de Janeiro de 2005.

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    Decidir o nosso futuro com os olhos postos no

    mundo

    Torna-se imperioso reconhecer que os dilemas profundos que perpassam a sociedadecontempornea, no se restringem s questes poltico-sociais de mbito meramente

    nacional, mas dizem tambm respeito, em maior ou menor grau, grande maioria das

    naes livres. E, consequentemente, as circunstncias e contextos internacionais

    condicionam, de modo foroso, o nosso cenrio eleitoral, embora muitos dos nossos

    polticos paream omiti-los ou nem sequer prestar-lhes ateno.

    Reagrupamento das esquerdas mundiais em torno

    do ideal de uma sociedade subconsumista e

    miserabilista

    A esquerda internacional, nas suas diversas vertentes, tenta reagrupar-se no movimento

    altermundialista, uma rede anarco-comunista.

    Essa nova esquerda, reunida nos Fruns Sociais Mundiais (e organismos afins), tenta

    explorar e galvanizar certo descontentamento existente relativamente ao processo de

    globalizao, lanando-se assim contra o capitalismo e, mais especificamente, contra o

    modelo rotulado de neoliberal. Contudo, o seu ltimo e verdadeiro alvo a aniquilao da

    propriedade privada e da livre iniciativa.

    Para alcanar esse fim, o neo-socialismo prope a transformao gradual e permanente das

    instituies sociais a partir de uma mudana das mentalidades, operada por uma revoluo

    cultural. Utiliza, como fora dinmica dessa revoluo cultural, minorias at h pouco mal

    vistas em termos sociais, como os homossexuais, as lsbicas, os transexuais, as

    prostitutas, os consumidores de drogas, certo tipo de ecologistas, activistas de minorias

    tnicas e muitos outros que se auto-proclamam de excludos. Existe o srio risco de que

    esta agenda neo-socialista possa vir a tornar-se uma agenda nacional, em funo do

    resultado eleitoral do prximo dia 20.

    Os dilemas europeus que condicionam de modo

    profundo as nossas eleies

    Analisemos agora, num mbito mais restrito, o do Continente Europeu, as circunstncias em

    funo das quais se desenrolam as nossas eleies legislativas.

    O grande dilema que divide hoje os povos europeus o de aderir ou no a uma Constituio

    transnacional, a qual nega frontalmente as origens crists da nossa Civilizao Ocidental e

    que, por outro lado, consagra, em princpios e leis, a faceta libertria do Iluminismo e da

    Revoluo Francesa, ou seja, de um laicismo agressivo, persecutrio dos princpios

    cristos que regiam os nossos povos.

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    Caminhamos para um futuro cheio de incgnitas, conduzidos por euroburocratas queparecem dispostos a consagrar, ao arrepio da vontade e da identidade da maioria dos povoseuropeus, esta grave imposio ideolgica, em virtude da qual o laicismo constituir a nicacategoria cultural e referencial possvel na nova Europa.

    A omisso ao Cristianismo, no Prembulo do Tratado Constitucional, levou S.S. Joo PauloII a afirmar: a crise da memria e heranas crists, acompanhada por uma espcie deagnosticismo prtico e indiferentismo religioso, fazendo com que muitos europeus dem aimpresso de viverem sem substrato espiritual e como herdeiros que delapidaram opatrimnio que lhes foi entregue pela Histria..

    Curiosamente, os nossos homens pblicos parecem esquecer ou silenciar por completo,nos debates eleitorais, estes temas cruciais e nem sequer temos a garantia plena de algumdia sermos ouvidos em referendo a respeito dos mesmos.

    Espanha: o governo socialista leva a cabo uma

    agenda laica radical, agnstica e anti-crist

    Se formos mais minuciosos na nossa anlise, veremos que as actuais eleies portuguesasse inserem tambm, de modo fulcral, noutro contexto importante, ou seja, o contexto ibrico.

    Espanha atravessa actualmente um processo poltico, cada vez mais turbulento, iniciado a11 de Maro de 2004, com o misterioso atentado de Madrid, perpetrado por radicais

    islmicos, ao qual no estiveram alheios como hoje se sabe os seus aliados da ETA.

    Jos Luiz Rodrguez Zapatero, que manteve durante a campanha eleitoral o tominexpressivo dos debates e um perfil moderado, uma vez eleito, passou a revelar averdadeira face radical das actuais correntes da esquerda internacional.

    O seu primeiro acto poltico foi a retirada das tropas espanholas do Iraque. A partir de entoa sua poltica externa tem-se baseado na quebra das relaes euro-atlnticas. Alm disso,no plano interno, o governo socialista de Rodrguez Zapatero, comeou por propor ocasamento homossexual, alargou a legislao do divrcio e do aborto, lanou uma srie

    de ataques aos valores cristos, expulsou o representante das escolas catlicas do maisalto Conselho Escolar do Estado e tem-se mostrado determinado em extinguir os privilgiosde que goza a Igreja, ao mesmo tempo que anuncia a sua inteno de favorecer oficialmenteo Islo.

    Tais factos levaram o Primaz da Espanha a declarar que a Igreja agora enfrenta um governoe uns media dispostos a despeda-la . E levaram o prprio Joo Paulo II a denunciar,ante um grupo de bispos espanhis, que em Espanha se vai difundindo uma mentalidadeinspirada num laicismo que visa restringir a liberdade religiosa, promovendo um desprezo

    3Cf. Agncia Catlica Internacional, 16 de Agosto de 2004.

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    pelo religioso e relegando a F esfera privada .

    Compreende-se, pois, que o reputado The Wall Street Journal, em recente editorial, tenhafeito um alerta aos navegantes. Segundo o texto, as atitudes de Zapatero tm sido aperfeita nota de agradecimento aos terroristas que o empurraram inesperadamente para a

    Moncloa. Somente a sua viso ideolgica pode explicar a afinidade com os ditadores dosltimos basties do socialismo na Amrica Latina. Poderiam ser quatro longos e obscurosanos na Pennsula Ibrica, conclui o editorial do reputado jornal.

    Sim, longos e obscuros anos na Pennsula Ibrica...

    A confuso das ideias, o relativismo ideolgico e a

    irreflexo induzida imperam na cena poltica

    portuguesa hora de atentarmos no panorama poltico nacional. No nosso intuito entrar emdiscusses estreis ou em questes pessoais, nem na anlise dos temas econmicos queparecem encher de forma desmesurada e quase exclusiva o cenrio poltico pr-eleitoral.Embora nos situemos numa posio supra partidria, de modo a podermos abordar comobjectividade o cenrio poltico actual, no nos possvel omitir a referncia especfica apartidos polticos.

    H anos que, em decorrncia de situaes econmicas, polticas e culturais concretas,

    Portugal vem imergindo num ambiente de distenso prspera, despreocupada e optimista.

    Cultiva-se neste Pas a imagem de homens pblicos risonhos, pouco voltados para asgrandes reflexes, que parecem trazer consigo solues polticas felizes e de... consenso!

    O consenso, nunca definido, tornou-se quase um dogma na nossa vida pblica, assimcomo a igualmente indefinida estabilidade. Consenso e estabilidade custa dosquais se tem sacrificado o debate das ideias e das ideologias. O confronto e a polmicaso-nos apresentados como espantalhos malfazejos.

    Com a falta de um sadio debate de ideologias e de ideias, no se afirma claramente o que sepensa. Mais ainda, usa-se como arma poltica a estratgia de ocultar para no assustare anossa vida pblica afunda-se, dia aps dia, na confuso, no desinteresse, no desnimo, natrivialidade, na vulgaridade e na falta de autenticidade.

    A confuso das ideias, o relativismo ideolgico, a irreflexo induzida, o consequente debilitardo senso crtico, o caos tranquilo que se vai instalando na vida poltica, fazem com que osmovimentos do eleitorado sejam cada vez mais complexos, fluidos e mutveis.

    A desiluso crescente do eleitorado reflecte-se, entre outras coisas, no considervel

    4 Cf. Gobierno convoca nuncio para expresar extraeza por crt icas del Papa, EFE, 26/1/2005

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    contingente dos abstencionistas. Contingente este que deveria suscitar interrogaes aospolticos: sero comodistas todos os que se abstm? Sero alheios vida pblica e ao bemcomum, desinteressados dos destinos do seu Pas?Ou, pelo contrrio, haver muitaspessoas que no encontram nos polticos e na poltica a sua autntica representao e, porconseguinte, se ausentam do debate poltico?

    Tem-se a impresso de que o Portugal oficial desconhece e se distancia cada vez maisdo Portugal autntico e profundo, o qual vive longe dos holofotes da propaganda e dosmedia.

    Vasta operao meditica para impor ao Pas uma

    maioria socialista

    neste cenrio de relativismo ideolgico que se realizam as actuais eleies. Numa

    enigmtica conjugao de foras polticas, de homens pblicos de correntes diversas, deempresrios, de vastos sectores dos media, inculca-se no Povo portugus a ideia de que asoluo para garantir a to decantada estabilidade, para evitar o agravamento de umacrise est numa maioria absoluta do Partido Socialista, para a qual no existe qualqueralternativa. Derrubada a actual coligao PSD/CDS-PP tudo se resolveria como num passede mgica!

    , pois, em ambiente de apatia quase geral e longe dos verdadeiros e reais interesses daNao, que se desenrola o debate eleitoral, resumindo-se a uma discusso vazia decontedos e com as atenes a concentrarem-se em pequenos ataques pessoais e

    questinculas polticas, nas fisionomias mais ou menos simpticas, retocadas pelomarketing poltico.

    Foi o que levou Jos Manuel Fernandes a perguntar h poucos dias, no editorial do jornalPblico: Ser que em Portugal no existem divergncias polticas, apenas pessoais? Outcnicas? Ser que nestas eleies se est de acordo quanto ao essencial, divergindo-senos detalhes e nos protagonistas? .

    Falseamento da prpria democracia representativa

    A caa ao voto sobretudo do chamado eleitorado do centro tornou-se um fim em simesmo e, para no assustar, deixam-se por clarificar as ideias e as posturas, o que, desi, leva a um falseamento da prpria democracia representativa, podendo acarretar gravesconsequncias para o sistema poltico vigente. O eleitorado impelido a votar em funo deconvenincias imediatas, de clculos eleitoralistas manipulados, e no de acordo com assuas convices. Uma vez chegados ao poder, polticos e partidos implementam umaagenda que s eles verdadeiramente conhecem.

    Deste modo, a democracia dos consensos vai-se tornando cada vez mais inautntica,identificando-se com a democracia da no-discusso, da no-reflexo, da inrcia e da

    5 Procuram-se Diferenas, Pblico, 8 de Fevereiro de2005.

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    apatia.

    Perante uma tal situao e uma vez realizadas as eleies legislativas, considerando a

    hiptese de o Partido Socialista vir a obter no Parlamento uma maioria absoluta ou uma

    maioria com partidos da esquerda radical, legtimo questionarmo-nos se o eleitorado PS

    iria conhecer os verdadeiros fundamentos ideolgicos que os seus lderes tentam agora

    ocultar da opinio pblica e do eleitorado.

    Os valores morais e religiosos, no centro do debate

    eleitoral

    Temos a convico de que as grandes opes em Portugal, neste pleito eleitoral imagem

    de muitos outros pases passam hoje por uma agenda cultural, incluindo-se a com

    destaque os fundamentos morais e religiosos da nossa sociedade. E esse, precisamente,

    o debate que est a ser silenciado!

    Apontou com grande clareza o Prof. Joo Csar das Neves, em artigo para o Dirio de

    Notcias: As questes fracturantes existem. As recentes eleies americanas mostraram

    bem o que outros pases tambm confirmam: as guerras culturais so a grande batalha do

    nosso tempo. (...) A verdadeira luta doutrinal trava-se na definio da famlia e do direito

    vida. (...) . Com efeito, a vitria esmagadora do Partido Republicano, assente na defesa

    dos valores morais tradicionais, desmentiu de forma clara e notria as perspectivas de

    muitos analistas, observadores, institutos de sondagens e de grande parte dos media a nvel

    mundial.

    Impor sorrateiramente sociedade portuguesa a

    liberalizao de certas leis e a libertinagem dos

    costumes

    Temos por certo que a imensa e desconcertante articulao que visa impor-nos uma maioria

    absoluta do PS ou uma maioria de esquerda contm um objectivo certeiro e no

    declarado: desencadear sobre a sociedade portuguesa uma aco revolucionria, branda

    nas aparncias mas radical nas metas, para acostum-la gradualmente a conviver com

    situaes de amoralidade e degradao dos costumes at h poucos anos energicamente

    repudiadas por largos sectores da populao.

    Pretende-se impor ao povo portugus, de modo sorrateiro, reformas institucionais que

    acelerem uma mudana de mentalidades, escondendo cautelosamente o radicalismo

    ideolgico que as inspira. Com hbeis mtodos de propaganda, pretende-se estimular e

    exacerbar um clima de hostilidade em relao moral catlica tradicional, uma amnsia a

    respeito dos princpios morais, uma presso social a favor da libertinagem dos costumes e

    da liberalizao de certas leis, com consequncias imprevisveis.

    Alis, j comeam a fazer ouvir-se as vozes rancorosas do laicismo que tentam negar

    6 A clivagem escondida das eleies, Dirio de Notcias, 7 de Fevereiro de 2005.

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    Igreja Catlica o direito de intervir na vida poltica do Pas, e de relembrar publicamente a

    sua doutrina divina e perene.

    Em nossa opinio, pretende-se igualmente fazer acertar o passo do processo poltico

    portugus com o processo revolucionrio que o governo socialista de Rodrguez Zapatero

    est a conduzir na vizinha Espanha.

    Assim, temos por certo que qualquer maioria de esquerda que viesse a resultar das

    prximas eleies legislativas, introduziria no Pas a agenda do neo-socialismo, a qual

    contaria entre outras coisas com:

    um esforo no sentido de fazer aprovar a Constituio Europeia;

    a aprovao do casamento homossexual e a regulamentao das unies de facto

    ;

    a adopo de crianas por casais homossexuais

    a liberalizao do aborto;

    a imposio da educao sexual nas escolas em todos os nveis;

    a despenalizao das drogas;

    a regulamentao da prostituio;

    o intervencionismo do Estado na economia e na educao.

    Apelo aos portugueses

    Diante destas consideraes lanamos um apelo, como catlicos e como monrquicos, a

    todos os portugueses no sentido de elucidarem os seus crculos familiares e de levarem s

    suas relaes sociais e profissionais um esclarecimento sobre o que verdadeiramente est

    em causa nas eleies do prximo dia 20 de Fevereiro: a defesa de valores civilizacionais

    que fazem parte do patrimnio histrico e cultural portugus, europeu, ocidental e cristo, e

    que devem ser defendidos e preservados atravs dos rgos de soberania. No cremos

    que seja legtimo e patritico dar o voto a partidos cujos programas eleitorais preconizam a

    aprovao de leis que atentem contra a essncia da ordem moral e da Famlia, como clula

    base da sociedade.

    Jos Filipe Seplveda da Fonseca

    Arautos dEl-Rei,

    Coimbra 13 de Fevereiro de 2005

    7 Cf. Manifesto Eleitoral da JS.

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