plataforma do paicv - legislativas 2016

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Esta é uma Agenda das cabo-verdianas e cabo-verdianos e para as cabo-verdianas e cabo-verdianos. A Agenda foi um exercício colectivo, com a participação e contribuição de um elevado número de cidadãos nacionais, através de uma série de diálogos e conferências organizadas pelo PAICV em todo o país e na diáspora.

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  • NOVOS HORIZONTES

    PAICV

    PLATAFORMA ELEITORAL

    ELEIES LEGISLATIVAS

    2016

  • . NDICE

    02 | CABO VERDE, SEMPRE

  • 1. NA LINHA DE AMILCAR CABRAL UM PARTIDO PATRITICO,

    DE VALORES E PRINCPIOS

    08

    2. O PAICV COMO PROTAGONISTA DA TRANSFORMAO DE CABO VERDE

    RUMO A UM PAS DESENVOLVIDO

    10

    3. VENCER OS DESAFIOS CONTINUAR A TRANSFORMAR

    CABO VERDE

    22

    4. O NOSSO COMPROMISSO COM CABO VERDE E POR

    CABO VERDE, SEMPRE

    24

    4.1. TRANSFORMAR CABO VERDE NUMA TERRA DE PROSPERIDADE,

    PAZ E SEGURANA

    25

    4.2. RESPONDENDO AOS NOVOS DESAFIOS 26

    4.3. UM TEMPO NOVO PARA CONSTRUIR: UMA VISO DE FUTURO

    27

    5. CONSTRUIR NOVOS HORIZONTES

    DE ESPERANAS E CERTEZAS

    28

    5.1. UMA NOVA AGENDA ECONMICA 29

    5.1.1. CONSOLIDAO DOS SECTORES ESTRATGICOS 31

    5.1.1.1. TURISMO: CABO VERDE COMO DESTINO DE REFERNCIA 31

    5.1.1.2. ECONOMIA DO MAR: UM MAR DE OPORTUNIDADES 32

    5.1.1.3. AGRONEGCIO: EMPRESARIALIZAO DO SECTOR 35

    5.1.1.4. ENERGIAS RENOVVEIS: MATERIALIZAR O POTENCIAL DO MERCADO DA CEDEAO

    36

    5.1.1.5. CULTURA: NOSSA IDENTIDADE 36

    5.1.1.6. AERO-NEGCIOS: HUB DO ATLNTICO 37

    5.1.1.7. TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO (TIC): UM POSICIONAMENTO ESTRATGICO

    38

    5.1.1.8. SECTOR FINANCEIRO: IMPULSIONADOR DE DESENVOLVIMENTO

    39

    5.1.2. EDIFICAR UMA ECONOMIA LIDERADA PELO SECTOR PRIVADO

    39

    5.1.2.1. SECTOR PRIVADO COMO MOTOR DE ECONOMIA 40

    5.1.2.2. UMA ECONOMIA IMPULSIONADA PELA PRODUTIVIDADE, EFICINCIA E INOVAO

    41

    CABO VERDE, SEMPRE | 03

  • 5.1.2.3. FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO 42

    5.1.3. MELHORIA DE AMBIENTE DE NEGCIOS E DA REGULAO ECONMICA

    43

    5.1.3.1. PROMOVER UM AMBIENTE FISCAL AMIGO DO CONTRIBUINTE E ORIENTADO

    PARA O DESENVOLVIMENTO

    44

    5.1.3.2. GARANTIR A REGULAO ECONMICA, PARA MAIS COMPETITIVIDADE

    45

    5.2. REFORMA DO ESTADO E BOA GOVERNAO 46

    5.2.1. BOA GOVERNAO: UM ATIVO IMPORTANTE DA NAO 46

    5.2.2. UMA ADMINISTRAO PBLICA MODERNA, EFICIENTE E EFECTIVA

    47

    5.2.3. QUALIFICAR A GOVERNAO TERRITORIAL: REDUZIR O CUSTO DO ESTADO E MELHORAR A SUA EFICINCIA

    48

    5.2.4. GOVERNAO LOCAL: DESCENTRALIZAO E DESCONCENTRAO DOS SERVIOS CENTRAIS

    49

    5.2.5. QUALIFICAR A DEMOCRACIA 49

    5.3. MELHOR JUSTIA, MAIS SEGURANA 50

    5.3.1. JUSTIA CLERE, JUSTA, AO SERVIO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO CIDADO

    51

    5.3.2. SEGURANA: GARANTIA DE LIBERDADE 51

    5.4. DIPLOMACIA ECONMICA E DIVERSIFICAO DAS ANCORAGENS

    52

    5.4.1. UMA DIPLOMACIA ATUANTE, ORIENTADA PARA CAPTAO DE INVESTIMENTOS

    52

    5.4.2. CONSOLIDAO DA PARCERIA ESPECIAL COM A UNIO EUROPEIA E PROMOO DA INTEGRAO REGIONAL E MUNDIAL

    53

    5.4.3. ESTRUTURAO DE NOVAS ANCORAGENS 54

    5.5. JUVENTUDE: A FORA DA NAO 54

    5.5.1. ENSINO E FORMAO: CAPACITAR PARA NOVOS HORIZONTES

    55

    5.5.2. DESPORTO: COMPETIR GLOBAL 58

    04 | CABO VERDE, SEMPRE

  • 5.6. REFORO DA COESO SOCIAL COMO BANDEIRA DE UMA GOVERNAO INCLUSIVA

    60

    5.6.1. MAIS OPORTUNIDADES 60

    5.6.2. POTENCIAR A ECONOMIA SOCIAL - GANHAR NOVOS MUNDOS

    61

    5.6.3. DESENVOLVIMENTO INCLUSIVO 61

    5.6.4. HABITAR COM DIGNIDADE 62

    5.6.5. MULHER CABO-VERDIANA: GUARDI DE SONHOS E DO PORVIR

    63

    5.7. CABO VERDE: NAO GLOBAL 64

    5.8. GARANTIR A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL 64

    5.8.1. PEQUENOS ESTADOS INSULARES VERSUS MUDANAS CLIMTICAS

    65

    5.8.2. ASSEGURAR O ACESSO GUA E AO SANEAMENTO

    65

    5.8.3. PROMOVER O CONSUMO SUSTENTVEL 66

    5.8.4. PLANTAR O FUTURO 66

    5.8.5. ALARGAR AS REAS PROTEGIDAS 67

    5.8.6. ORDENAR O TERRITRIO 67

    6. CABO VERDE NA CONTINUAO DE UM

    PERCURSO GANHADOR

    68

    CABO VERDE, SEMPRE | 05

  • CABO VERDE, SEMPRE | 07

    . Novos Horizontes de Esperanas e de Certezas

    Esta uma Agenda das cabo-verdianas e ca-bo-verdianos e para as cabo-verdianas e ca-bo-verdianos. A Agenda foi um exerccio colec-tivo, com a participao e contribuio de um elevado nmero de cidados nacionais, atravs de uma srie de dilogos e conferncias orga- nizadas pelo PAICV em todo o pas e na dispora. Por isso, posso dizer sem nenhuma dvida, que esta Agenda para as cabo-verdianas e cabo-ver-dianos de todas as geraes, de todas as ilhas, de todas as latitudes pelas quais se espraiam a nossa vasta dispora. A Agenda centra-se numa nica ideia: apre-sentar-vos as nossas propostas de governao para levar Cabo Verde a alcanar novos patam-ares de prosperidade. O caminho ainda longo. Nos ltimos anos, todos ns cabo-verdianos, sob a liderana dos governos do PAICV, demos pas-sos firmes na sua direco e so justamente es-ses passos que nos levam hoje a acreditar que o sonho de um Cabo Verde desenvolvido possvel. A Nao est confiante e acredita que podemos vencer. imagem dos Tubares Azuis, somos um pas vencedor. com solues construdas e estribadas no in-vestimento persistentemente feito pelos gover-nos do PAICV que daremos uma resposta sria, sistemtica e consequente ao desemprego e pobreza e no com solues mgicas. Somos um partido com lastro e com Histria. Por conseguin-te, a agenda que aqui apresentamos situa-se no bojo de um percurso e ela tem embutido o tra-balho de vrias geraes. Este um Tempo Novo, para construir Novos Hori-zontes de Esperanas e de Certezas confiantes na nossa capacidade coletiva de fazer o caminho do crescimento econmico, de mais e melhor empre-go, de mais qualidade de vida, de mais oportuni-dades e igualdade para todos.Esta uma agenda com viso de futuro, uma agenda com ambio, altura dos desgnios da Nao cabo-verdiana. Como sempre, o PAICV tem ambio para Cabo Verde, seja para metas ainda no alcanadas, sejam para aquelas que a dinmi-ca do desenvolvimento colocar s crianas, juventude, s mulheres e aos homens, enquanto dimenses irredutveis do desenvolvimento nos planos econmico, social e poltico.Como sempre, seremos perseverantes em asse-gurar a todos uma vida de prosperidade e plena realizao pessoal, pelo empenho no progresso econmico, e social, tendo como matriz de con-duta poltica uma democracia vibrante espelhada na boa governao.

    Esta uma agenda inclusiva, que no deixa nin-gum para trs. Todas as foras da Nao tero assento na construo de uma sociedade pacfi-ca, justa e inclusiva, sem medo e sem violncia, com parcerias cooperantes em que o djunta mon ser o mote da nossa Nao Global no pas e continuada nas sete partidas do mundo, para a mobilizao de energias, competncias e recur-sos, para a realizao e fortalecimento da nossa tradicional solidariedade e morabeza, com o pen-samento primeiro nas necessidades das camadas mais vulnerveis da populao.Esta Agenda de desenvolvimento consagra um forte sentido de compromisso ao investimento no crescimento econmico sustentvel, na edu-cao, na cincia, na inovao e na cultura, pilares centrais do processo de desenvolvimento, tendo sempre com fim ltimo e principal, a diminuio significativa do desemprego, da pobreza e das desigualdades sociais. A presente Agenda responde a um imperativo de conscincia do PAICV, de sentido do dever de con-tinuar a servir Cabo Verde, para Cabo Verde conti- nuar ganhador, Sempre! Para com todos, de todas as geraes, mulheres e homens, construir o futuro, assente numa economia de elevado valor acres-centado, com elevada qualidade de vida social e ambiental, com discurso e prtica poltica com-patveis, centrados nas pessoas e nas coletividades.O PAICV um Partido com uma longa histria que se confunde com a histria do Cabo Verde contemporneo. Com Amilcar Cabral, o nosso Partido protagonizou a luta para a Independn-cia Nacional; edificou as fundaes do Estado de Cabo Verde; despoletou e impulsionou a abertu-ra ao multipartidarismo e democracia; transfor-mou e modernizou o pas, lanando bases irre-versveis para que Cabo Verde venha a ser um pas desenvolvido. Mais, o PAICV o Partido portador de futuro. Esta uma Agenda para, neste Tempo Novo, construir Novos Horizontes de esperanas e certezas para Cabo Verde se tornar um pas desenvolvido, com emprego, sem pobreza, com melhores condies de vida para as cabo-verdianas e para os cabo- -verdianos. O PAICV , pois, um Partido de ontem, de hoje e de amanh, de CABO VERDE, SEMPRE!

    JANIRA HOPFFER DE ALMADA

  • 08 | CABO VERDE, SEMPRE

    UM PARTIDO PATRITICO, DE VALORES E PRINCPIOS

    1. NA LINHA DE AMLCAR CABRAL

  • CABO VERDE, SEMPRE | 09

    A busca da dignidade de todas e todos foi a motivao chave que moveu Cabral e os Combatentes da Liberdade da Ptria na luta pela independncia nacional. Foi o PAICV que liderou a luta para o surgimento e a construo do Estado de Cabo Verde e iniciou a nossa jornada para o desenvolvimento na-cional. O PAICV tem sabido manter-se fiel a esse desgnio fundador, criando as bases para a edificao de instituies nacionais slidas e credveis e do desenvolvimento inclusivo; fazendo a abertura democrtica; participando ati-vamente na construo e consolidao da democracia e honrando as regras do jogo tanto na oposio como na governao do pas; lanando as bases para a transformao econmica e social do Pas e da melhoria significativa da vida das populaes.Ns, o PAICV, para alm de sermos um Partido com histria, somos um Parti-do da modernidade, reformista, empreendedor, e estaremos sempre compro-metidos com Cabo Verde, com os valores que engendraram a sua formao e so as razes da longevidade e da vitalidade desta poderosa organizao partidria, protagonista ativo dos momentos mais relevantes da vida da nossa Nao. Por isso, Ns, o PAICV, continuaremos a ser um Ator chave da Vitria desta Nao, o Partido que melhor garante a realizao dos sonhos e dos anseios dos cabo-verdianos.Ns, o PAICV, somos uma organizao patritica, progressista, com valores modernos e, sobretudo, justos, que faz poltica com Amor Terra, a pensar em Cabo Verde, sempre, com esperana e ambio, interpretando responsa- velmente os anseios e a vontade inabalvel e secular dos cabo-verdianos e das cabo-verdianas de procurar melhor vida e de perseguir a felicidade.Ns, o PAICV, acreditamos que a poltica exercida com nobreza serve para mudar o que no est bem, o que no est certo ou no justo. A nossa razo de ser a de transformar a vida das pessoas, a vida de todos ns, e torn-la melhor no quadro dos valores de base crist que moldaram a idiossincrasia do povo cabo-verdiano. Estamos conscientes de que ao PAICV, pelas suas particulares responsabili-dades na histria nacional, ser imposta, sempre, uma acrescida capacidade de ajuste contnuo aos nveis de exigncia e de conscincia social e poltica dos cabo-verdianos. Ou seja, a sociedade cabo-verdiana espera sempre mais do PAICV.Por isso, o PAICV acredita que possvel edificar um Cabo Verde cada vez mais moderno, justo, transformado, com prosperidade partilhada por todos, em consonncia com a transformao que estamos a propugnar e a realizar na nossa terra.

  • 10 | CABO VERDE, SEMPRE

    DA TRANSFORMAO DE CABO VERDE RUMO A UM PAS DESENVOLVIDO

    2. O PAICV COMO PROTAGONISTA

  • CABO VERDE, SEMPRE | 11

    Cabo Verde mudou profundamente em 40 anos como Nao livre e independente e sofreu uma grande transformao nestes ltimos 15 anos. Hoje, somos um pas soberano, com instituies funcionais credveis e com bom nvel de infraestru-turao fsica, social e institucional, um pas es-tvel e democrtico, com um claro sentido de desenvolvimento sustentvel, com cidados escolari- zados e confiantes no futuro.Desde 2001, os Governos do PAICV protago-nizaram uma srie de exerccios de pensamento e planeamento estratgicos. O processo culminou em 2003 com o primeiro frum nacional em que foi alcanado um consenso nacional sobre uma estratgia de transformao econmica. A agen-da de transformao abrange a construo de clusters econmicos chave como forma de alargar a base produtiva da economia e uma estratgia global de longo prazo para o desenvolvimento da economia de Cabo Verde capitalizando as vanta-gens comparativas de Cabo Verde: vasto oceano,

    localizao geoestratgica, e um clima tropical. Temos hoje um Cabo Verde com uma democracia em aperfeioamento crescente, uma economia mais competitiva e inclusiva, gerando empregos de qualidade, pois hoje, diversamente de h 15 anos, temos barragens, portos apetrechados, aero- portos internacionais, mais hospitais, mais liceus, mais universidades, rede de fibra ptica e internet, muitos mais jovens capacitados com formao profissional ou ensino superior, temos tambm mais capital social, a nossa cultura muito mais conhecida e respeitada no mundo e a nossa gover- nao amplamente reconhecida.O pas encontrou um rumo. Estes anos de gover-nao do PAICV trouxeram uma nova esperana a Cabo Verde. Mostraram que as cabo-verdianas e os cabo-verdianos so capazes de construir a ptria a que aspiram. H muito caminho pela frente, muitos desafios, mas a Nao est confi-ante e acredita que podemos vencer.

    O PIB triplicou

    A economia cresceu de maneira sustentvel des-de de 2001. Apesar de sua fragilidade e vulnerabi-lidade, a economia testemunhou um grande surto de crescimento j que o PIB nominal quase que triplicou. O PIB subiu de cerca de 563.000.000 US $ em 2001 para 1.871 bilhes US $ em 2014. J o rendimento per capita aumentou de 1.248 US $ para 3.450 US $ neste perodo, ou seja, mais de duas vezes e meio. O rpido crescimento do PIB

    e do rendimento per capita ao longo do pero-do traduz a melhoria significativa das condies de vida dos cabo-verdianos, tal como o provam outros indicadores de desenvolvimento, nomea- damente o indicador do Desenvolvimento Hu-mano tem mantido um crescimento sustentvel, sendo que Cabo Verde um dos raros pases a conseguir atingir as Metas de Desenvolvimento do Milnio (ODM) das Naes Unidas.

    2.000 M

    2001 2003

    Figure 1: GDP (Nominal US$)Data Source: World Bank

    2005 2007 2009 2011

    1.750 M

    1.500 M

    1.250 M

    1.000 M

    750 M

    500 M

    250 M

    0 M

  • 12 | CABO VERDE, SEMPRE

    Cabo Verde testemunhou um aumento sensvel das exportaes resultando numa uma desace- lerao dos dfices comerciais e impulsionada por um crescimento das exportaes de bens sobretudo a partir de 2008. Assim que as ex-

    portaes do pas aumentaram em cinco vezes e meio em 2014 em relao a 2000. O sector das pescas que em 2001 representava apenas 3,1% das exportaes de bens, subiu para cerca de 85% em 2015.

    Exportaes em forte dinmica ascendente

    O aumento de crdito ao Setor Privado

    As microempresas representam 84% das empre-sas. O grupo das pequenas e mdias empresas, visto como o principal motor de crescimento das economias emergentes, representa to-somente

    13% das empresas. Com exceo dos sectores de turismo e pescas, as grandes empresas so, na sua maior parte, de prestao de servios pbli-cos ou semipblicos.

    Ao longo da ltima dcada o acesso ao crdito por parte do sector privado cabo-verdiano tem aumentado. O crdito interno ao sector privado

    aumentou de 35% do PIB em 2005, para cerca de cerca de 62% em 2012.

    6000

    2000 2001 2002 2004 2006 2008 20102003

    Total Exports(Millions of CVE)

    2005 2007 2009 2011

    5000

    4000

    3000

    2000

    1000

    0

    70%

    60%

    2003 2004 2006 2008 2010

    Crdito Domsticoao Sector Privado

    2005 2007 2009 2011 2012

    50%

    40%

    30%

    20%

    10%

    0

  • CABO VERDE, SEMPRE | 13

    As reservas externas quase que quadruplicaram

    Alm disso, a taxa de juros real tambm tem di-minudo nos ltimos anos, apesar da alta vola- tilidade. No obstante o aumento do crdito para o setor privado e o declnio da taxa de juros real, o acesso ao financiamento continua a ser uma questo fundamental para as empresas cabo-ver-dianas e empresrios. Esta questo ser, por isso, uma das principais prioridades do Governo do PAICV. O nosso mercado financeiro no est, ain-da, suficientemente estruturado e preparado para dar resposta s necessidades do sector privado.

    Esta ser, por isso, uma prioridade para o prxi-mo governo eleito do PAICV. A entrada em funcio- namento do Fundo de Garantia bem como outras medidas j tomadas vo no bom sentido. Devemos e vamos transformar este desafio numa oportuni-dade para o setor privado. Vamos abrir os merca-dos financeiros e facilitar a criao das instituies financeiras no-bancrias e estabelecer um quadro institucional e regulamentar para atrair poupana, investidores estrangeiros e facilitar a criao de fundos de investimento em Cabo Verde.

    O crescimento econmico e uma gesto macro- econmica prudente permitiram a Cabo Verde manter os equilbrios fundamentais da economia. Permitiu-se, tambm, o aumento substancial do nvel das reservas externas de cerca de US $ 100

    milhes em 2003, para cerca de US $ 376 milhes, ou seja. Ao todo, as reservas quase que aumentaram quatro vezes em relao a 2000. As Remessas dos emigrantes duplicaram nesse perodo.

    25%

    20%

    2003 2004 2006 2008 2010

    Taxa de Juros realFonte: Dados do Banco Mundial

    2005 2007 2009 2011 2012

    15%

    10%

    5%

    0%

    7.3

    19.1

    12.8

    5.5

    13.5

    6.2

    12.5 12.9

    7.56.3

    450

    200

    2003 2004 2006 2008 2010

    Reservas Totais (inclui Ouro, Dlar)Fonte: Dados do Banco Mundial

    2005 2007 2009 2011 2012

    150

    100

    50

    0

    300

    350

    400

    250

  • 14 | CABO VERDE, SEMPRE

    Mudando a paisagem rural

    Votado ao abandono nos anos noventa, a agri- cultura sofreu uma autntica revoluo. Cabo Verde tem feito progressos significativos no sector agrco-la ao longo da ltima dcada. Esta uma diferena gritante em relao ao que o governo do PAICV herdou em 2001, quando uma dcada de polticas inconsistente do MPD tinha quase arruinado o setor agrcola. Os progressos da ltima dcada tm leva-do a um sector do Agro-negcio emergente, com grande potencial de crescimento. O governo tem feito investimentos substanciais no setor com a con-struo de barragens, o reordenamento das bacias hidrogrficas, o acesso ao microcrdito, e a adoo da tecnologia de irrigao por gota a gota. A mudana fundamental foi a grande mobilizao de gua atravs da construo de barragens. O plano do governo construir 17 barragens, das quais sete foram concludas; duas esto em con-struo, enquanto o financiamento foi mobilizado para iniciar mais cinco novas barragens cujos es-

    tudos j esto prontos, para alm de trs barra-gens subterrneas. A rea irrigada duplicou entre 2003 e 2012, enquanto a rea irrigada por gota a gota aumentou seis vezes. Ao mesmo tempo, os servios de extenso (formao e investigao) que tinham sido praticamente fechados nos anos 90s, foram ampliados. O resultado tem sido uma expanso significativa da produo agrcola e uma reduo das importaes de produtos alimentares (frutas e legumes). A construo de estradas vici-nais e pontes tornou mais fcil para os agricultores a colocao dos seus produtos nos mercados. Estas medidas tm sido muito benficas para as reas rurais e tm contribudo para a reduo da pobreza que estava a 37% quando resgatamos o poder em 2001. Com os progressos j alcanados, a nossa agenda concentrar-se- na mobilizao de mais gua, na criao de um ambiente favorvel ao reforo da capacidade para a transformao, a logstica e a comercializao.

    500.000

    2000 2001 2002 2004 2006 2008 20102003

    Entradas

    2005 2007 2009 2011

    400.000

    300.000

    200.000

    100.000

    450.000

    350.000

    250.000

    150.000

    50.000

    0

    O Turismo tornou-se o principal motor de crescimento o nmero de turistas mais do que triplicou

    O Turismo tornou-se, na ltima dcada, o princi-pal motor do crescimento da economia. De 7% do PIB, em 2001, o turismo cresceu para 22% do PIB em 2014. Entre os clusters da agenda para a trans-formao foi o primeiro a descolar. O turismo tem crescido em mdia dois dgitos por ano ao longo da ltima dcada. Entre 2001 e 2011, o nmero de turistas aumen-tou mais de trs vezes e em 2015 aproximou-se de 600.000. As receitas do turismo tambm tri- plicaram durante o perodo 2003-2012 e a propor- o do turismo no total das exportaes atingiu

    cerca de 61 por cento em 2012. O prximo Governo poder contar com a retoma dos investimentos externos no sector, com contra-tos j assinados e que iro garantir, a partir de 2016, uma importante atividade econmica em grande parte das ilhas. A nossa agenda tem como obje-tivo continuar a fazer crescer o sector do turismo, aumentando o seu valor acrescentado e a sua con-tribuio para a economia. Vamos, portanto, tra-balhar para assegurar a diversificao das fontes do turismo e garantir que as atividades tursticas se alargam a todo o pas.

  • CABO VERDE, SEMPRE | 15

    Economia Martima em take-off

    Um setor de crescimento natural para Cabo Verde a economia martima. O cluster composto por uma srie de atividades da chamada economia azul, incluindo o abastecimento de combustveis (bunckering), a reparao naval e servios, o trans-bordo de contentores, a pesca, a aquacultura, o processamento e exportao de produtos da pes-ca, o registro de navios, a investigao martima, a logstica porturia, o turismo de cruzeiros e os desportos nuticos e aquticos (DNA.CV). Este cluster uma prioridade para Cabo Verde. Cresceu ao longo da dcada. A atividade lder tem sido a pesca, que mais contribui para as ex-portaes de bens. As atividades de aprovisiona-mento de combustvel (bunkering) e de transbor-do tambm tm crescido ao longo do perodo de dez anos (2003-2013). O governo tem trabalhado ativamente para acelerar o crescimento do setor e criou um quadro institucional para a sua gesto

    e promoo. Criou uma estrutura de governana do setor, estabeleceu uma agncia reguladora, a Agncia Martima e Porturia, fez da ENAPOR o proprietrio dos portos (landlord port) e lanou os processos de subconcesso dos principais por-tos, e do estaleiro naval Cabnave a operadores do sector privado que podem trazer know-how, novos mercados e investimentos. Com o mesmo propsito j foi subconcessionada ao setor priva-do a Plataforma de Frio. Enquanto isso, est em desenvolvimento o projeto do terminal de cruzei-ros em Mindelo. O projeto de registro de navios comear em 2016 aps a concluso da fase de planeamento. O desenvolvimento sustentvel do DNA.CV, desportos nuticos e aquticos, marca com patente registada, possibilitar a criao de novas profisses e consequente ao positiva so-bre o emprego.

    25%

    20%

    2000 2013

    rea irrigada(ha)

    2010 2012 2014

    15%

    10%

    5%

    0%

  • 16 | CABO VERDE, SEMPRE

    A eficincia e a qualidade das infraestruturas so ingredientes-chave para o crescimento e a compe- titividade de uma economia. particularmente im-portante para um arquiplago como Cabo Verde. a grande diferena em relao oposio. O gover- no liderado pelo PAICV investiu fortemente nas infraestruturas, enquanto, na dcada de noventa, nada foi feito para a infraestruturao do pas. Na verdade, regredimos em muitos casos, nessa altura, como Nao. Os governos do PAICV tm investido muito ao longo da ltima dcada no desenvolvimento de infraestru-turas nos setores de energia, gua, transporte, tele- comunicaes, sade, saneamento e educao. Esta tem sido uma deciso estratgica por duas razes: primeiro, para aproveitar a oportunidade do baixo custo de financiamentos concessionais aps a

    graduao de Cabo Verde para pas de rendimento mdio; e, segundo, para garantir que construmos as fundaes para a transformao socioeconmica, porque s seremos capazes de competir no mercado global e desenvolver a nossa Nao se construirmos infraestruturas de classe mundial. Ao longo da dca-da foram construdos novas, escolas, novos hospitais e centros de sade, novas estradas, pavimentadas parcelas significativas das redes rodovirias exis- tentes, edificados novos aeroportos internacionais, requalificados os portos, e aumentada a produo de energia e gua. Hoje, Cabo Verde um pas wifi, li-gado por dois cabos submarinos com os outros con-tinentes. Como reconhecido por instituies inter-nacionais, como o Banco Mundial, a infraestruturao produziu mudanas estruturais capazes de impulsio-nar a economia do pas nos prximos tempos.

    Construindo infraestruturas de classe mundial

    Um ambiente de negcios em melhoria

    Na dcada aps a formulao da agenda de trans-formao, a economia de Cabo Verde conheceu um forte crescimento e testemunhou uma descolagem de setores crticos, como o turismo, a construo e a imobiliria. Elemento-chave do sucesso foram as grandes reformas que os governos do PAICV imple-mentaram para melhorar o ambiente empresarial e a promoo do desenvolvimento do sector privado. Reformas polticas especficas e o estabelecimento da Casa do Cidado e programas como a racio- nalizao das estruturas e Mudar para competir fizeram a diferena.Um ganho chave das reformas tem sido a mudana de classificao de Cabo Verde de uma economia considerada principalmente reprimida nos anos 1990 para uma economia que agora considera-do na maior parte livre (ver grfico abaixo: ndice

    de Liberdade Econmica da Heritage Foundation). Entre os 166 pases avaliados no relatrio de 2016, Cabo Verde classificou-se como o 57 e o 3 em frica. Cabo Verde fez progressos por causa da reestruturao do Estado de Direito, que reduziu a corrupo e melhorarou a qualidade do ambiente regulatrio. Estes facilitaram a sua transio para um sistema econmico mais aberto e flexvel. A experiencia na implementao das reformas mostrou que elas devem ser permanentes. Por isso, firme o nosso compromisso de renovar constan-temente a agenda das reformas e a formulao de estratgias para melhorar radicalmente o ambiente de negcios e, ao mesmo tempo, melhorar o seu de-sempenho e a competitividade da nossa economia no mercado global.

    70%

    80%

    60%

    1996 2000 2008 2012

    ndice de Liberdade Econmica1996 - 2016

    2004 2016

    50%

    40%

    30%

    49,7%

    66,5%

  • CABO VERDE, SEMPRE | 17

    Vencendo a luta contra a pobreza e a desigualdade

    Investindo nas pessoas

    A pobreza em Cabo Verde tem sido um problema histrico dadas as fragilidades e vulnerabilidades enfrentadas pela Nao. Sendo, ainda um dos maiores problemas do pas, a pobreza foi reduzi-da, contudo, de 37% em 2000 para 21% em 2010, e prosseguiu a tendncia descendente, no obstante a populao ter aumentado de 83.500 pessoas. Esta grande reduo da pobreza foi conseguida

    num contexto de crescimento da populao e con-seguimos que o impacto da pobreza seja menor, aumentando a capacidade das pessoas, proporcio-nando opes para as reas rurais, onde a pobreza mais provvel. Embora continue a ser um desafio grande, reduzimos a desigualdade, sendo que o ndice de Gini passou de 0,553, em 2001, para 0,476, em 2013.

    Os Governos do PAICV tm feito investimentos substanciais em infraestruturas socioeconmicas bsicas: barragens, construo de escolas, uni-dades de cuidados de sade, e no aumento do

    acesso energia eltrica, abastecimento de gua potvel e saneamento. Estes investimentos expli-cam, em grande medida, a reduo da pobreza em Cabo Verde.

    Cabo Verde tem tido um bom desempenho em comparao com outros pases, de renda com-parvel e mesmo superior, em relao aos indica-dores de desenvolvimento humano. No ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) do PNUD, por exemplo, Cabo Verde com um ndice de 0,568, tem o quinto maior registo da frica Subsaariana em 2011, significativamente acima da mdia regional, que de 0,463. O investimento nas pessoas levou Cabo Verde a ser dos poucos Pases africanos a atingir os Objetivos do Milnio (ODM) e colocou-o entre os melhores classificados entre os Pases Africanos para a boa governao, democracia e principais indicadores de desenvolvimento. As Naes Unidas acabam de aprovar uma nova Agenda ps 2015, os Objetivos de Desenvolvimen-to Sustentvel. Das 169 Metas estabelecidas, 125 j constam do DECRP III, nomeadamente nas reas da infraestruturao, capital humano, governao, sector privado e Nao global. Isso ocorre porque

    a Agenda de Transformao estava frente dos tempos: enquanto a Comunidade Internacional do Desenvolvimento estava focado na gesto da pobreza, o Governo do PAICV mobilizava a Nao para formular uma nova agenda de desenvolvi-mento que seja holstica, integral e com nfase no desenvolvimento social, sustentabilidade ambien-tal e desenvolvimento econmico.

    25%

    30%

    35%

    40%

    20%

    2002 2010

    Percentagem da populaona pobreza

    2007

    15%

    10%

    5%

    0%

    37

    25

    21

  • 18 | CABO VERDE, SEMPRE

    Nos ltimos 40 anos, a percentagem da populao dependente (crianas e velhos) - ndice de De-pendncia - baixou mais de metade. Este dividen-do demogrfico constitui um bnus demogrfico, ou seja, uma janela de oportunidade aberta para um crescimento econmico rpido. Mas, tambm aumenta o principal desafio ao pas - o desem-prego - j que houve um aumento significativo do nmero de jovens (homens e mulheres) em idade de trabalhar, sendo que, entre 2000 e 2015, houve mais 67.000 pessoas no mercado do trabalho e o nmero de agregados familiares mais que duplicou. A taxa de desemprego era de cerca de 20 por cen-to em 2003, quando a agenda de transformao foi lanada. Com o rpido crescimento do turismo, a taxa diminuiu e atingiu o seu menor nvel (10,7 por cento) em 2010 para o perodo 2003-2013. No entanto, com a crise e a reduo do crescimento e a mudana da estrutura etria da populao, a taxa

    de desemprego aumentou de novo para se situar em 15,8%. claro que o desafio do desemprego em Cabo Verde de natureza estrutural. A soluo passa de um lado pela contnua e permanente qualificao das pessoas e, por outro lado, pela modernizao e diversificao econmica. por isso que a nossa agenda est apostada de forma determinada na estruturao de um sistema de ensino e formao de qualidade e inclusivo e em acelerar o processo de transformao como forma de melhorar a nos-sa competitividade, expandir a nossa base produ-tiva e aumentar, substancialmente, o nmero e a qualidade de empregos gerados pela economia. Os alicerces j foram lanados e iremos continuar a construir sobre o que tem sido feito para alcanar a prxima fase de desenvolvimento em Cabo Verde e assegurar o emprego s cabo-verdianas e aos ca-bo-verdianos.

    Atacando a base estrutural do Desemprego

    Um panorama da educao transformado

    Cabo Verde continuou a fazer progressos na edu-cao de sua populao. O setor representa uma fatia importante do oramento nacional. O acesso educao tem aumentado desde o pr-escolar ao ensino universitrio. Tambm tem havido um aumento constante da taxa de alfabetizao de pessoas com mais de 15 anos de idade, que subiu para 85 por cento em 2011. A relao professor-alu-no no ensino bsico continuou a baixar. Alm disso, a participao de professores formados aumentou em cerca de 70 por cento, em 2003, para cerca de 95 por cento, em 2012.Tambm houve mudanas extraordinrias no en-sino profissional e universitrio em Cabo Verde. O pas tem agora mais centros especializados para a formao profissional em sectores-chave da Agen-da de Transformao tais como a hidropnica, a hotelaria e o turismo, as energias renovveis, a con-struo civil, as TICs. Uma revoluo teve lugar no ensino superior: Cabo Verde tem agora cerca de 10 Instituies de Ensino Superior. Como resulta-do disso e de uma aposta forte num programa de bolsas de estudo e outros apoios sociais, mais ca-bo-verdianos esto a fazer agora a sua formao superior em Cabo Verde a tal ponto que o nosso pas hoje pode orgulhar-se de ter a maior taxa bruta de escolarizao do ensino superior da frica Sub-sariana. No nos limitmos a massificar o acesso ao ensino superior. Na verdade, ele foi democratizado. Pessoas de todos os estratos sociais, independen-temente da profisso e do nvel de rendimento dos seus pais, tm tido possibilidade de fazer estudos universitrios. Reduzimos muito a correlao entre

    o nvel de rendimento e o acesso educao em geral e ao ensino superior em particular. Supermos o desafio do acesso e, agora, os nossos esforos esto voltados para as questes de quali-dade e relevncia da nossa educao. A proporo de professores com doutoramento tem aumenta-do significativamente e o governo tem alargado a oportunidade para a formao dos acadmicos e pesquisadores por meio de acordos de parceria para garantir que temos as pessoas com experin-cia na academia e na cultura de pesquisa. Iremos construir uma agenda ambiciosa de formao avanada a nvel de doutoramento e ps-douto-ramento, em regime sanduiche (alternante), en-volvendo em parcerias as nossas instituies com prestigiadas instituies de ensino estrangeiras. Da mesma forma, estabeleceremos programas para treinar acadmicos e pesquisadores, habilitando-os a inserirem em consrcios cientficos e acadmicos e a concorrem aos editais de agncias de financia-mento da cincia e do ensino superior. Capacitare-mos a nova agncia criada para regular o ensino superior, estabelecendo standards de qualidade cada vez mais prximos aos vigentes nos pases avanados e atravs dela garantiremos que a for-mao e o ensino praticados no pas estejam ali- nhados com as necessidades do mercado ou da agenda de desenvolvimento. Estamos apostados em criar uma cultura da avaliao enquanto instru-mento central da cultura de garantia de qualidade.

  • CABO VERDE, SEMPRE | 19

    Uma sociedade com mais sade

    Assegurando Habitao condigna a Todos

    O sector pblico da sade conheceu um desen-volvimento a todos os nveis na ltima dcada, no-meadamente no domnio das infraestruturas, dos recursos humanos, do desenvolvimento instituci- onal e da regionalizao dos servios, do subsistema farmacutico e de tecnologias de sade incluindo a telemedicina, do sistema de informao sanitria, da mobilizao de recursos financeiros e financia-mento do Servio Nacional de Sade e com a in-stalao da telemedicina a nvel nacional. Todas as intervenes nestas reas tiveram um reflexo posi- tivo na organizao para a prestao de cuidados de sade traduzidos na melhoria global dos indica-dores de sade, designadamente no acesso aos cui-dados de sade (incluindo aos medicamentos) pela populao, na diminuio das taxas de mortalidade especfica e geral, na maior diferenciao tcnica e tecnolgica dos cuidados de sade prestados e num maior controlo sobre os riscos sanitrios, par-ticularmente das epidemias. Aumentou-se a capaci-dade de fornecer tratamento diferenciado, tal como a quimioterapia, a dilise e a neurocirurgia e ao mes-mo tempo reforou-se c as respostas dos servios de ateno primria procurando apostar muito mais na promoo de estilos de vida saudvel e na pre-veno da sade individual e das comunidades, im-plicando nisso as populaes e buscando garantir abordagens de sade em todas as polticas pblicas e nas diferentes fases do ciclo da vida.

    Iremos construir sobre estes progressos e esses princpios e a nossa agenda ir garantir a con-solidao da cobertura de sade universal com a aprovao de um pacote de cuidados essenciais de qualidade acessveis a todos! Propugnamos a continuao dos esforos tendentes eficincia e eficcia na gesto dos recursos j postos dis-posio do sector e melhoria contnua da qual-idade, do atendimento e da humanizao dos servios. Defendemos tambm claramente um aumento dos recursos financeiros na base de uma estratgia de financiamento j delineada e a ser implementada no horizonte 2016/2020. Mais recur-sos financeiros e humanos (e respetiva qualificao e diferenciao) so crticos nesta fase de transio epidemiolgica que vivemos, com o aumento da esperana mdia de vida, para consolidarmos de vez os ganhos sobre as doenas transmissveis, melhor combatermos as doenas no transmis- sveis e atingirmos a reduo drstica das evacua- es, a melhoria substantiva dos indicadores glo-bais e a melhoria da satisfao dos nacionais e res-identes e dos turistas que nos visitam! Mais recur-sos podem tambm ser mobilizados at o final da prxima legislatura atravs do desenvolvimento de projetos de parceria pblico- privada nos cuidados de sade para os quais j h manifestaes concre-tas de interesse e o desenvolvimento do turismo de sade.

    A Habitao esteve no topo das prioridades da governao do PAICV. Foi lanado o ambicioso programa CASA PARA TODOS, iniciativa de longe mais importante jamais lanada em Cabo Verde no domnio da Habitao que prev 8.500 novas ca-sas com acesso a infraestruturas e gua, sanea-mento e eletricidade. Encontram-se j construdos

    6.010 fogos, fornecendo habitao condigna a lar-gos milhares de famlias cabo-verdianas. Ainda no quadro do Plano de Habitao, foram reabilitadas mais de 15.000 habitaes, estas ltimas numa es-treita envolvncia de famlias, organizaes gover-namentais e no-governamentais.

    Assegurando a Segurana Social s populaes

    De 2004 a esta parte destaca-se o alargamento da cobertura social e a integrao de um conjunto de cinco grupos socioprofissionais (trabalhadores por conta prpria, trabalhadores por conta de outrem, trabalhadores domsticos, trabalhadores da funo pblica, trabalhadores das autarquias locais) as-segurando uma taxa de cobertura de 38%, ou melhor, cerca de 177.000 beneficirios em mais de 60 mil segurados, sem falar do aumento do nme-ro de beneficirios das prestaes pecunirias,

    cujas penses conheceram aumentos superiores de 50%. Medidas de grande alcance tomadas pela governao do PAICV representam conquistas im-portantes para a segurana dos trabalhadores e para a reduo das desigualdades, destacando-se a penso social aos mais vulnerveis, extensvel dispora, que aumentou em quase 4 vezes e o nmero de beneficirios que duplicou em relao ao ano 2000; a adoo do salrio mnimo nacional e do subsdio de desemprego. Acrescem inmeras

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    De participantes a ganhadores

    J l vai o tempo em que Cabo Verde se limitava a participar nas competies desportivas internac-ionais. Hoje, competimos para ganhar. Somos uma Nao ganhadora. Nos ltimos tempos Cabo Verde conheceu expressivas vitrias em competies in-ternacionais, o que espelha o enorme potencial humano do pas, o elevado empenho dos clubes, federaes, comunidade desportiva e atletas bem como as acertadas e assertivas polticas pblicas. As vitrias dos Tubares Azuis, dos Tubares Mar-telo, dos Tubares Tigre, etc, so orgulho da Nao cabo-verdiana e ilustram sobremaneira os enormes avanos conseguidos pelo desporto nacional nest-es anos de Governao do PAICV.Os programas Atleta 2022, JAD jovem atleta da

    dispora, DNA.CV desportos nuticos e aquti-cos, embaixadores da boa vontade do desporto denotam uma viso de longo prazo transforma-dora do desporto num sector produtor de desen-volvimento social, com novas famlias profissionais e capaz de contribuir positivamente para o PIB. um domnio onde as atenes devem ser re-foradas, para que Cabo Verde se erija num centro de referncia para a emergncia de atletas de alta competio, de formao desportiva e para est-gios. Isto , emblemtico do que aconteceu nos ltimos 15 anos de governos do PAICV. A Nao mudou. Fizemos progressos em todas as reas e no desporto passamos de simples participantes a competidores preparados para ganhar.

    outras intervenes de solidariedade social, como os programas de luta contra a pobreza, as cantinas escolares, o apoio social escolar, as bolsas de estu-do, a proteo a crianas e adolescentes, as Casas de Direito, entre outros.

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  • 22 | CABO VERDE, SEMPRE

    CONTINUAR A TRANSFORMAR CABO VERDE

    3. VENCER OS DESAFIOS

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    Cabo Verde fez progressos significativos desde a Independncia, pelos quais os cabo-verdianos devem ter orgulho como Nao. Ao longo dos ltimos quinze anos, a Nao ergueu-se a nveis bem mais elevados. Sucessos foram regis-tados em todas as frentes. A qualidade de vida melhorou para a maioria dos cabo-verdianos e foram lanadas as fundaes para uma transformao socio-econmica irreversvel. Cabo Verde, o pas que muitos pensavam que no tinha futuro na altura da sua independncia em 1975, foi capaz de aumentar a sua visibilidade e mostrar ao mundo que possvel o desenvolvimento sem recur-sos naturais. A Nao levantou a sua bandeira como um dos poucos pases a graduar-se da lista dos Pases Menos Avanados (PMA) para se tornar um pas de renda mdia. Alm disso, os sucessos dos Tubares Azuis tm projetado Cabo Verde no palco global. Mas o sucesso traz consigo novos desafios e Cabo Verde no foge a regra. Por isso, o PAICV tem a conscincia clara que ainda temos um longo, longo cami-nho a percorrer para realizar a nossa viso de um pas desenvolvido em 2030 e assegurar uma economia transformada com oportunidades para todos. Ainda existem cabo-verdianos vivendo na pobreza e h ainda jovens no desemprego. Muitas das nossas empresas enfrentam desafios, a nossa administrao fiscal continua com muitas ineficincias, a nossa Justia lenta com pouca experin-cia dos conflitos econmicos globais, o acesso ao financiamento para as nossas empresas continua a ser um grande desafio e a nossa economia trava a batalha da competitividade. Tendo em conta as suas condies de partida e a natureza aberta da sua economia, Cabo Verde tem poucas alternativas em termo de estratgia. Te-mos uma economia altamente integrada na economia mundial e grandemente dependente do comrcio mundial e dos fluxos de capitais nomeadamente da economia europeia. Disto resulta uma economia altamente sensvel a choques externos.O que est claro que mais e mais Cabo Verde deve competir nos merca-dos globais. Temos que competir e ns o faremos. Apesar de sermos uma pe-quena nao, temos uma grande ambio alicerada nos resultados atingidos desde a independncia demonstrativos que podemos aumentar a nossa ca-pacidade de competir e na diversificao da nossa base produtiva, que so as duas condies para fazer crescer a nossa economia e impulsionar o desen-volvimento socioeconmico. Procuraremos as vias para melhorar a qualidade e a relevncia do nosso sistema educacional para assegurar a formao das competncias que vamos precisar. Isto importante para podermos assegurar a transio para uma economia baseada na alta produtividade e eficincia e aumentar a capacidade das empresas cabo-verdianas para competir no mer-cado global. Os desafios emergentes colocam com urgncia a questo de acelerar as refor-mas e a implementao da agenda de transformao econmica. Por outro lado Cabo Verde deve preparar-se para a guerra do desenvolvimento imposto pela globalizao das economias. Nesta guerra, Cabo Verde tem de competir contra os melhores do mundo. J no suficiente ser bom. Temos de ser ex-celentes. Iremos por isso, fortalecer as instituies e a Administrao Pblica para a melhoria da ao governativa e da eficincia da Administrao Pblica nomeadamente da Administrao da Justia e para a construo de institui- es de classe mundial que iro facilitar a nossa competitividade no mercado global e melhorar a qualidade dos servios prestados aos nossos cidados.Num mundo cada vez mais globalizado e de aumento das interdependncias, a nossa agenda para o prximo Governo em Cabo Verde deve visar a acelera- o das reformas necessrias para a melhoria da competitividade, do clima de negcios, ao melhor funcionamento do mercado do trabalho e reduo do desemprego. Alem disso, iremos acelerar a diversificao e extenso da base produtiva para reduzir a dependncia externa e assegurar o pleno emprego.

  • 24 | CABO VERDE, SEMPRE

    COM CABO VERDE E POR CABO VERDE, SEMPRE

    4. O NOSSO COMPROMISSO

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    Frente aos desafios emergentes, frutos das mu-danas do nosso cenrio externo e dos progres-sos realizados, o PAICV assume o compromisso de continuar a Transformar CABO VERDE numa Ter-ra de Prosperidade, Felicidade, Paz e Segurana.PAICV assegura aos cabo-verdianos, se nos for dado a oportunidade de sermos de novo Gover-

    no, de continuar a trabalhar com determinao, implementar polticas pblicas que assegurem um desenvolvimento mais inclusivo e mobilizar todas as competncias existentes para fazer de Cabo Verde, uma terra de prosperidade, felicidade, paz e segurana. Para o efeito governaremos na base dos princpios seguintes:

    4.1. Transformar Cabo Verde numa Terra de Prosperidade, Paz e Segurana

    Iremos criar um ambiente que permite estimular os valores essenciais para a vida comum: a tolerncia, a solidariedade, a criatividade, o gosto pelo trabalho, a procura constante do consenso para reduzir o nvel de conflitualidade dentro da sociedade;

    Iremos continuar a implementar um projeto de sociedade onde as pessoas estaro no centro das atenes, onde a realizao do bem-comum seja a razo de ser da Poltica e da existncia do Estado e onde a coeso social seja um imperativo do processo transformacional de Cabo Verde;

    Iremos garantir, em parceria com todos os atores da sociedade, que os ganhos sociais acumulados ao longo destes ltimos anos sejam consolidados e os direitos sociais assegurados;

    Iremos fomentar a participao cidad, a tolerncia, o direito manifestao livre, respeitadora e respeitada da diferena;

    Iremos fortificar o direito equidade da educao e formao inclusivas de qualidade com aprendizagem ao longo da vida encarando a educao como um bem comum mundial que tem como foco principal o desenvolvimento sustentvel ancorado na perspetiva neo-humanista.

    Iremos fortalecer o capital social construindo e reforando relaes com os cidados, as empresas, as outras foras polticas, as organizaes, e as agremiaes para juntos, edificarmos uma sociedade que oferea aos cabo--verdianos um nvel crescente de bem-estar, assente num sentido mais apurado do bem comum e da responsabilidade coletiva;

    Iremos dar uma ateno especial preservao e consolidao da incluso e da coeso social porque a coeso social reconhecida cada vez mais como uma condio essencial da eficincia econmica e de um crescimento sustentado no longo prazo. Para tal, velaremos para que o Estado de Cabo Verde seja um Estado promotor e provedor da equidade, da justia social, da valorizao do mrito individual e coletivo e para uma justa arbitragem entre o objetivo da eficincia econmica, as despesas sociais e as despesas do aparelho do Estado no seu todo.

    Assim, iremos facilitar a construo de coligaes de mudana e progresso social para garantir o sucesso de reformas e mudanas fundamentais e estruturantes, incluindo neste processo, asso-ciaes ou qualquer entidade da sociedade civil e os partidos polticos, aceitando conscientemente a sua disciplina e modos de funcionamento mas mantendo-nos sempre como mulheres e homens livres que pensam pela sua prpria cabea, como preconizou Amlcar Cabral.

    O reforo das alianas com a sociedade funda-mental j que os resultados de uma governao dependem, em grande medida, do grau de sinto-nia que existir entre os governantes e os diferentes sectores da sociedade. Sabendo que a sociedade cabo-verdiana vem-se complexificando e diferen-ciando, tornando muito mais complexa a gesto dos mltiplos interesses em presena, a gover-nao ter de ser cada vez mais capaz de com-preender e responder pluralidade das demandas que lhe so colocadas.

  • 26 | CABO VERDE, SEMPRE

    Havendo delineado nos captulos anteriores, os princpios orientadores para o governo do PAICV, o nosso compromisso com a Nao o de colocar todas as nossas energias para atingir as seguintes metas no fim da legislatura:

    4.2. Respondendo aos novos desafios

    1. Criar 15.000 a 25.000 empregos em mdia por ano;2. Aumentar o Salrio Mnimo Nacional para 15 mil escudos;3. Reduzir o IRPC de 25% para 20%, para os contribuintes de regime de

    contabilidade organizada;4. Reduo do IVA para 10% para os sectores do Turismo, do Agro-Negcios e

    das Pescas;5. Iseno do pagamento do IUP para os grandes empreendimentos,

    nomeadamente na rea turstica;6. Iseno do pagamento do IUP na aquisio da primeira habitao;7. Iseno do pagamento de taxas alfandegrias e de importao para txis e

    viaturas de transporte pblico;8. Reduo do pagamento de taxas alfandegrias e de importao na aquisio

    da primeira viatura para as famlias; 9. Duplicar o nmero de turistas de 600.000, hoje, para 1,2 milhes em 2021;10. Aumentar a produo agrcola em 50 por cento na prxima legislatura;11. Aumentar as exportaes em 50 por cento;12. Acelerar a penetrao das energias renovveis para atingir a meta dos 50%

    no fim da IX Legislatura e 100% no horizonte 2030;13. Criar as condies para a criao de uma mdia de 500 empresas por ano;14. Aumentar em 50% a Penso Social para as pessoas mais vulnerveis;15. Reabilitar cerca de 15.000 habitaes;16. Colocar Cabo Verde na lista dos 50 pases com melhor ndice do Doing

    Business no mundo e na lista dos Top 3 em frica;17. Implementar um programa para treinar 100 PhDs cabo-verdianos ao longo

    da prxima dcada nomeadamente nas reas conexas com a Agenda de Desenvolvimento;

    18. Concluir o processo de privatizao ou de sub-concesso das maiores empresas de capitais pblicos;

    19. Implementar o acordo de modernizao do Mercado de Trabalho entre os parceiros sociais.

    O nosso compromisso com Cabo Verde o de im-plementar polticas pblicas durante a IX Legisla- tura que permitiro:

    1. Transformar o sistema financeiro num instrumento poderoso de financiamento do desenvolvimento e do setor privado

    2. Desenvolver alianas internacionais estratgicas, consolidar o sistema de atrao dos investimentos externos para apoiar a estratgia de desenvolvimento

    3. Melhorar substancialmente a qualidade do sistema educativo e de formao4. Estimular polticas de distribuio de renda e reformas tributrias5. Melhorar notavelmente o desempenho da Administrao Pblica e os

    servios prestados s populaes

  • CABO VERDE, SEMPRE | 27

    4.3. Um Tempo Novo para Construir: Uma Viso de Futuro

    6. Mobilizar amplas competncias da sociedade para a construo de novas e necessrias dinmicas polticas, econmicas e sociais em Cabo Verde para ganhar os desafios do futuro

    7. Alargar e melhorar o acesso aos servios de sade, aos servios de diagnstico e de tratamento, formao de especialistas em reas crticas e ao reforo dos servios de sade pblica.

    8. Aprofundar o programa Casa para Todos, desenvolvendo e priorizando a vertente de Reabilitao de Habitaes.

    O desenvolvimento uma cadeia de desenvolvi-mentos que, em cada momento, formula socie-dade e suas organizaes, bem como aos poderes pblicos, novas e crescentes colocaes, solicita- es e desafios, sempre mais complexos pela sua natureza, mas, tambm, em funo das profundas transformaes que, a nvel global, nos apresentam a rpida evoluo das novas tecnologias de in-formao e comunicao, impondo inesperados novos comportamentos, fenmenos e exigncias.Frente aos desafios emergentes, frutos das mu-danas do nosso cenrio externo e dos progres-sos realizados, o PAICV assume o compromisso de implementar uma AGENDA DE DESENVOLVI-MENTO, para que CABO VERDE seja uma Terra de Prosperidade, COM MAIS CRESCIMENTO, MAIS EMPREGO, MAIS COESO SOCIAL, MELHOR HABITAO E MAIS SEGURANA.

    A nossa Governao ser de Compromissos, de Valores e de Princpios.E, com a responsabilidade e a solidariedade social e patritica de todos, construiremos uma econo-mia robusta, que d uma resposta mais efectiva ao desemprego e pobreza, contribua para reabilitar e fortalecer o capital social e projete o nosso pas para novos e melhores ndices de desenvolvimento humano.Por isso, e neste mundo de incertezas, mas de esperanas, construiremos modelos de desenvol- vimento econmico que potenciem os nossos atri- butos competitivos e as nossas vantagens compa- rativas, na perspectiva de criar riqueza nacional e promover a boa redistribuio dos recursos gera-dos em termos de emprego, salrios justos, bom sistema de ensino, bom servio de sade, acesso a habitao condigna, energia e gua, ao lazer da cultura e a um bom meio ambiente.Para tanto, o calendrio futuro que propomos de, juntos, construirmos NOVOS HORIZONTES DE ESPERANAS E DE CERTEZAS, de slidas pontes entre o universo da poltica e as diferentes formas de organizao da sociedade e dos cidados, em que todos absolutamente todos so parte acti-va, com voz e vez.

  • 28 | CABO VERDE, SEMPRE

    NOVOS HORIZONTES DE ESPERANAS E DE CERTEZAS

    5. CONSTRUIR

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    Os desafios advenientes do processo de globalizao, incitam-nos a mobilizar todas as foras vivas da Nao, os agentes econmicos, as associaes profis-sionais, as organizaes da sociedade civil, o setor pblico, enfim, os setores dinmicos da sociedade, para juntos, construirmos uma Agenda Nacional para o Desenvolvimento, assente numa Nova Agenda Econmica. O PAICV um Partido com uma longa histria que se confunde com a histria do Cabo Verde contemporneo. Com Amilcar Cabral, o nosso Partido prota- gonizou a luta para a Independncia Nacional, para a recuperao da dignidade das cabo-verdianas e dos cabo-verdianos; o PAICV edificou, a partir de 5 de Julho de 1975, as bases do Estado de Cabo Verde que vieram a revelar-se sli-das e credveis e conquistou o reconhecimento internacional; o PAICV despole-tou e impulsionou a abertura ao multipartidarismo, reforando a construo da democracia; o PAICV, nestes ltimos quinze anos, transformou e modernizou o pas, lanando bases irreversveis para que Cabo Verde venha a ser um pas desenvolvido. Da que esta Plataforma Eleitoral se posicione como uma agenda de ideias substantivas para a construo de compromissos renovados, orientada para a materializao de um sonho acalentado h vrias geraes: Um Cabo Verde desenvolvido.Esta plataforma o resultado de um amplo debate com a sociedade e enforma uma viso clara e consensual, partilhada, alargada e assumida por uma grande maioria da sociedade cabo-verdiana: Trata-se de construir uma nao inclusi-va, justa e prspera, com oportunidades para todos e um pas desenvolvido no horizonte 2030.Para o efeito, mobilizaremos as amplas competncias da sociedade para a construo de novas e necessrias dinmicas polticas, econmicas e sociais em Cabo Verde, que nos situe, com solidez, nas novas dinmicas mundiais, e, com um novo ritmo e um novo ritual, sejamos capazes de enfrentar e ganhar os dilemas que necessariamente tm de ser enfrentados e vencidos, para que seja possvel satisfazer, no Horizonte de 2030, a nossa ambio de transformar Cabo Verde num pas desenvolvido.

    A complexidade e os desafios dos novos tempos exigem capacidade coletiva de anlise, previso e adoo antecipada de estratgias, enquan-to caminho, que assegurem um Estado social, econmico, cultural e politicamente slido, capaz de enfrentar e gerir as constantes transformaes a que a globalizao nos impe permanentemente. Considerando o caminho percorrido por Cabo verde no seu processo de desenvolvimento, onde a 1 Fase 1975 a 1990: caracteriza-se pela Estru-turao, Construo e Desenvolvimento do Esta-do; a 2 Fase 1991 a 2000: Privatizaes e Libera- lizao da Economia, e a 3 Fase 2001 a esta parte: Transformao do Pas, criando bases slidas para o Desenvolvimento e face ao novo quadro de desenvolvimento e as suas demandas, imperativo refletir profundamente sobre a melhor adequao dos instrumentos econmicos e financeiros aos desafios atuais e futuros do Pas.Assim, entendemos que a 4 Fase, de DESEN-VOLVIMENTO ACELERADO DO PAS, a iniciar em 2016, deve assentar na consolidao e mudana,

    perspectivando a sedimentao, estabilizao e, fundamentalmente, um perodo de CRESCIMEN-TO ECONMICO ROBUSTO E SUSTENTVEL, orientada para uma forte promoo do emprego e gerao de rendimentos para as FAMLIAS e em-presas.A governao do PAICV tem condies para criar, em mdia, entre 15.000 a 25.000 postos de tra-balho por ano na prxima legislatura. Tal projeo estriba-se nas perspetivas criadas, entre outras, nas alteraes estruturais produzidas pela infraestru-turao fsica e institucional; na forte expanso do turismo com grandes empreendimentos em curso e assegurados; na dinmica fortemente crescente das pescas; no eclodir do agro-negcio e a entrada em funcionamento das novas barragens; na reto-ma j encetada do Investimento Direto Estrangeiro, bem como na evoluo das energias e das TIC.Propomos uma Nova Agenda Econmica, alicer- ada no firme compromisso com Cabo Verde e sempre com os Cabo-Verdianos, fundada num dilogo permanente com todos os atores econ-

    5.1. Uma nova Agenda Econmica

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    micos, polticos, religiosos e da sociedade civil, visando construir os grandes consensos nacio-nais para acelerar o processo de transformao de Cabo Verde numa plataforma internacional de servios de alto valor agregado.

    Desde logo, a nova agenda econmica estrutura-se a partir dos seguintes eixos fundamentais:

    Consolidao de Sectores Estratgicos Edificao de uma economia liderada pelo sector privado Melhoria do ambiente de negcios e da regulao econmica

    A implementao da nova agenda econmica, de entre outros ganhos imediatos, vai potenciar os seguintes resultados:

    A capitalizao das vantagens comparativas e naturais de Cabo Verde (Mar, localizao geoestratgica, cultura, paz social, estabilidade poltica e financeira, segurana jurdica dos investimentos, etc.);

    Promoo de uma economia moderna, de alto rendimento e baseada na prestao de servios de qualidade, aliada a um tecido produtivo e empresarial forte e gerador de emprego;

    Qualificao e especializao estratgica do capital humano, fundamental para viabilizarem o desiderato de transformar Cabo Verde num centro de excelncia de prestao de servios de alto valor acrescentado na nossa sub-regio;

    Consolidao de setores estratgicos, nomeadamente o turismo, o agro-negcio e as pescas, pela gerao de emprego e potencial de complementaridade;

    Reforma do setor empresarial pblico e o fortalecimento e densificao do setor privado, atravs de uma melhor combinao das polticas fiscais com as do capital humano;

    Promoo de consensos nacionais sobre as prioridades de desenvolvimento a longo prazo;

    Preservao e consolidao da estabilidade macroeconmica, poltica e social;

    Promoo do desenvolvimento equilibrado das ilhas, atravs da definio de Estatuto para territrios de baixa densidade populacional, adotando estratgias adequadas aos seus desafios, numa lgica de desenvolvimento sustentado e reforo da coeso territorial.

    Continuao da aposta em servios e infraestruturas de qualidade para o reforo da competitividade;

    Promoo, cada vez mais, de um ambiente de negcios favorvel e potenciador do desenvolvimento do tecido empresarial;

    Criao do Estatuto do Investidor Emigrante que promova a transferncia do conhecimento e a rentabilizao das remessas;

    O pas encontrou um rumo. Estes anos de governao do PAICV trouxeram uma nova esperana a Cabo Verde. Mostraram que as cabo-verdianas e os cabo-verdianos so capazes de

    construir a ptria a que aspiram. H muito caminho pela frente, muitos desafios, mas a Nao est confiante e acredita que podemos vencer.

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    Cabo Verde dever posicionar-se como uma plata-forma de prestao de servios para o mundo, em geral, e no Atlntico, em especial. Os nossos recur-sos naturais, alm dos nossos recursos humanos, so a nossa localizao estratgica, o mar, o sol e o vento.Trabalharemos para consolidar a base produtiva do pas, reforando o papel de Cabo Verde como uma plataforma/Hub internacional de prestao de servios de alto valor acrescentado, nomea- damente na consolidao dos setores estratgi-cos para a Agenda de Desenvolvimento e tirando proveito do forte potencial criativo do povo ca-bo-verdiano e dos investimentos j realizados em infraestruturas e no mundo rural.Iremos transformar estes recursos em vantagem competitiva para a nossa Nao. Especificamente pretendemos construir uma base produtiva alar-gada e uma economia competitiva, atravs do desenvolvimento dos setores econmicos que es-

    to numa fase mais avanada de organizao: o Turismo, a Economia Martima, o Agronegcio, as Economias Criativas e as TIC. Estes setores consti-tuiro a nossa principal prioridade a curto e mdio prazo. Iremos trabalhar, em paralelo, na consoli-dao e desenvolvimento de trs outros Setores: os Servios Financeiros, as Energias Renovveis e o Aeronegcio.Uma ateno especial ser dada consolidao da Governao dos Setores com quadros institucio- nais slidos. A estrutura de governao deve incluir tanto o setor pblico como o privado e deve facili-tar a eficincia, a eficcia e a rapidez, e, ao mesmo tempo, criar e implementar programas slidos que sejam capazes de apoiar o desenvolvimento e o crescimento do Setor. Alm disso, essas estruturas devem ter a capacidade de coordenar o Setor, pro-mover a ao coletiva e ter autoridade para reunir os setores pblico e privado para impulsionar o res- pectivo desenvolvimento.

    5.1.1. Consolidao dos Sectores Estratgicos

    5.1.1.1. Turismo: Cabo Verde como destino de referncia

    Consolidar o setor do turismo, com nfase em no-vos produtos de alto valor, diversificando as nossas ofertas; dinamizar a economia do turismo em to-das as nossas ilhas, promover destinos internos e diversificar as nossas fontes de turistas para garan-tir mais resilincia ao setor ser o nosso propsito. Criar facilidades para mobilizar mais investimen-tos externos, acelerar a implementao dos inves-timentos externos que j foram assinados ou que esto numa fase avanada de negociao sero as nossas prioridades no setor para podermos dar um impulso imediato ao crescimento econmico e criao de mais empregos. Vamos trabalhar para melhorar a governao e a gesto do Setor, colocando nfase no marketing e na promoo, expandindo a formao e, ao mes-mo tempo, construindo a conscincia pblica para qualificar os diferentes destinos nacionais.Na linha da estratgia de um pas, dez destinos trabalharemos o desenvolvimento do turismo na ptica da diversificao da oferta turstica, por forma a potenciar as vantagens comparativas de cada uma das ilhas e/ou Regies enquanto desti-no turstico de referncia, envolvendo, para tal, os stakeholders a nvel local e/ou regional.Assim, o quadro institucional do turismo ser rea-nalisado para ver a pertinncia do reagrupamento de diversas instituies existentes, ajustando as es-truturas e instituies de modo a termos uma insti-

    tuio forte e capaz para assumir a gesto do setor, realizar a promoo, atrair e apoiar os investidores, facilitar as ligaes entre o Turismo e os outros setores da economia, permitir uma maior partici-pao nacional e servir como um catalisador para atrair capital para desenvolver as Zonas de Desen-volvimento Turstico Integrado (ZDTI), atravs de parcerias pblico-privadas.A nossa meta atingir 1 milho e 200 mil turistas no fim da legislatura. Os empreendimentos em curso e em carteira j assegurados, num valor de mais de 400 milhes de euros garantem desde j o cum-primento da meta, entre os quais: o Hotel Hilton do Sal, o Hotel Hilton da Praia, o Lanas Beach, o Hotel do Ilhu de Santa Maria na Praia, o Hotel da Que-bra Canela, o Grupo Louvre e Joo dEvora, o Hotel da Lusofonia, o White Sands, o Lacaco Barcel, o Decameron, a extenso do RIU Touareg. Com estes investimentos, projeta-se criar cerca de 15.000 no-vos empregos no turismo at 2021.As iniciativas em curso, tal como a constituio do Fundo Afroverde, vo permitir cumprir o objectivo fixado pelo PAICV para a legislatura de estender o turismo a todas as ilhas do pas. Iremos introdu- zir um programa de promoo e apoio do turismo de natureza e rural, incluindo a transformao de prdios rsticos de particulares para construo de pousadas ou estncias tursticas. O turismo familiar ser estimulado atravs de linhas de microcrdito.

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    A economia martima encerra um potencial enorme tendo em conta a vastido do nosso mar, propiciando as condies para que nos tornemos no Horizonte de 2030, uma das maiores potncias econmicas martimas do Atlntico Sul. nosso firme propsito reforar a capacidade in-stitucional do setor, realizar as reformas para ga-rantir um setor mais atrativo para os investidores, desenvolver mais acordos de parceria com o setor privado, e facilitar o desenvolvimento de capaci-dades para os operadores do setor. A economia do mar composta por diferentes setores interdependentes, que se baseiam em competncias comuns e infraestruturas partilhadas e dependem de uma utilizao sustentvel do mar por parte de todos. nossa ambio transformar So Vicente num centro de referncia na prestao de servios de apoio ao comrcio internacional e s frotas marti-

    mas que navegam pelas nossas guas e pelo Atlntico.Nesta sede, assume particular relevncia o pro-cessamento e exportao de pescado, porto de bunckering, bem como o registo, a reparao e manuteno de navios, e a acelerao do processo, em curso, de criao de um sistema de transporte martimo mais seguro, previsvel, eficiente, e menos oneroso, que catapultar Cabo Verde para um outro patamar de aproveitamento do potencial de neg- cios deste importante setor de desenvolvimento. Continuaremos a construir e a modernizar as in-fraestruturas de pescas, consolidando o Porto de Pescas do Sul (Porto da Praia), o Porto de Pescas do Norte (Porto Grande) e o Porto de Pescas do Centro actualmente na fase final de modernizao (Porto de Palmeiras), criando assim um tridente de apoio aos armadores de pesca.

    5.1.1.2. Economia Martima: Um mar de oportunidades

    Pretendemos um crescimento econmico assente nas potencialidades da economia martima!

    O rpido desenvolvimento tecnolgico, que permite realizar operaes no alto mar a profundidades cada vez maiores;

    A conscincia da exiguidade e das limitaes do solo enquanto recurso potenciador do desenvolvimento;

    A necessidade de reduzir as emisses de gases com efeito de estufa, atravs da possibilidade de implantao de instalaes de produo de energia renovvel ao largo.

    Para a estruturao das componetes da Economia Martima promoveremos:

    O ordenamento do espao martimo e a gesto integrada das zonas costeiras;

    A criao de condies de segurana jurdica para os investidores; O reforo da pesquisa e do conhecimento do meio marinho; A simplificao dos procedimentos administrativos para o transporte

    martimo; A promoo da vigilncia martima integrada, de modo a termos o panorama

    global do mar;

    Se contabilizarmos todas as atividades econmi-cas que dependem do mar, o potencial da econo-mia martima de Cabo Verde poder representar milhares de empregos e milhes de Escudos ca-bo-verdianos de rendimento por ano, na medida em que boa parte do comrcio interno e externo do pas efetuado por via martima.

    O mar e as costas constituem uma plataforma fun-damental para a economia e o desenvolvimento de negcios. Os portos e as comunidades costeiras, dados a sua configurao geogrfica aberta ao mundo, so centros potenciadores de novas ideias e de inovao.Nos tempos que correm, trs elementos ajudam a enformar a economia do mar:

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    Promoveremos a modernizao contnua do setor das pescas!

    Desenvolvimento da pesca semi-industrial e industrial adotando um programa de requalificao/substituio da frota nacional de pesca semi-industrial e industrial, que favorea o aumento e diversificao da captura, bem como o escoamento regular de produtos provenientes desse subsetor.

    A aquacultura como alternativa pesca extrativa, adotando planos e estratgias conducentes ao desenvolvimento da aquacultura, incentivos instalao de quintas de aquacultura, bem como assegurando expertise e o know-how necessrio;

    A Transformao/agregao de valor e incremento da captura na pesca artesanal devendo-se criar condies para o surgimento de novas indstrias de processamento de pescado, bem como o seu desenvolvimento e internacionalizao, para alm de aes conducentes materializao de unidades de agregao de valor no subsetor da pesca artesanal, como forma de incrementar rendimento e, indirectamente, melhorar as condies de vida dos intervenientes ligados a esse subdomnio.

    A Segurana e qualidade dos produtos das pescas pelo reforo das entidades com competncia na avaliao da conformidade do pescado, pugnando-se pelas aes conducentes ao incremento contnuo da qualidade dos produtos das pescas, por via da inspeo sanitria e da certificao dedicada.

    As Infraestruturas de apoio s pescas com ateno especial ao mapeamento das necessidades nessa rea, promovendo a sua materializao/requalificao, bem como ao seu apetrechamento com equipamentos e acessrios necessrios atividade. Considerando o desiderato de transformar Cabo Verde num hub das pescas sero (re) centradas as atividades numa lgica de prestao de servios de alto standing para a frota pesqueira nacional e estrangeira.

    A Investigao como fator de sustentabilidade e de desenvolvimento e fiscalizao da atividade pesqueira pelo que ser promovida a capacitao institucional integrada das entidades ligadas investigao pesqueira, como suporte implementao de polticas no que respeita captura e identificao de reas prioritrias de apoio ao desenvolvimento. Por outro lado, sero reforadas as atividades das instituies ligadas fiscalizao da Zona Econmica Exclusiva de Cabo Verde, assente numa lgica de complementaridade com as autoridades dos pases vizinhos e com os pases com os quais existem acordos de parceria no domnio da vigilncia martima de Cabo Verde.

    O Financiamento ao setor das pescas no mbito de novas fontes e mecanismos de financiamento, em que o setor das pescas ter tratamento adequado especificidade da sua sazonalidade.

    A Formao/Capacitao merecer a maior ateno, para que o setor esteja altura dos desafios, tanto os especficos do setor, como as exigncias decorrentes de novos acordos internacionais.

    O potencial do setor para o crescimento do PIB por demais conhecido, bem como o seu contribu-to para o desenvolvimento socioeconmico, para o equilbrio da balana de pagamentos, para a garan-tia da segurana e soberania alimentar, na gerao de postos de trabalho, na reduo da pobreza e no incremento do volume das exportaes do pas. Potenciaremos os investimentos j realizados no

    setor das Pescas como a plataforma de frio e por-tos, com a subconcesso da gesto dos portos e dos estaleiros navais de Cabnave a consrcios do setor privado por forma a incrementar a dinmica deste importante eixo do desenvolvimento., igualmente nosso propsito promover o desen-volvimento integrado do setor, assente nos seguin-tes eixos estratgicos:

    A dinamizao da aquacultura e da piscicultura; A promoo do turismo nutico; A prospeco mineira dos fundos marinhos.

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    O actual sistema de transporte Inter-ilhas, no obstante os esforos de organizao e de investimentos efeuados, quer por privados, quer pelo Estado, comporta, ainda, importantes desafios. Assim, o Governo do PAICV trabalhar:

    Na modernizao, clarificao e reforo do quadro regulatrio e na organizao de uma proposta arrojada de servio pblico/privado de transporte Inter-Ilhas que potencie o comrcio e as mais-valias das diferentes ilhas;

    Na estruturao de um sistema de transportes Inter-ilhas baseado nos princpios de segurana, regularidade e previsibilidade, com custos reduzidos e que garanta a confiana dos utentes e dos operadores econmicos;

    Na mobilizao de parcerias necessrias para atrair o investimento privado para o setor;

    Em solues de financiamento aos operadores para modernizar as frotas de transportes Inter-ilhas;

    Na acelerao da reforma do setor, garantindo, atravs de contratos de concesso, a operao das diversas linhas nacionais e com o exterior;

    Na definio de mecanismos de subsidiao da prestao do servio pblico obrigatrio nas linhas deficitrias, viabilizando os investimentos necessrios para assegurar, com regularidade, a circulao de pessoas e bens entre as ilhas.

    Cabo Verde deve posicionar-se como a principal plataforma logstica do Atlntico Sul. As carac-tersticas fsicas territoriais do pas, nomeadamente a profundidade superior a 30m em algumas ilhas, aliada nossa localizao geoestratgica con-stituem condies propcias para alavancar uma ambiciosa projeco do desenvolvimento de Cabo Verde que nos posicionar como um HUB de Transhipment da circulao martima no Atlntico Sul.A receo e redistribuio de toda a carga proveniente do ndico e da Amrica do Sul (no seu

    caminho para a Europa), poder representar um mecanismo de receo e fracionamento da carga de grandes navios, com impacto na reduo dos custos de transporte intercontinental. Por outro Lado, o Pas, pela sua estabilidade polti-ca, tem um enorme potencial para se erigir como uma base logstica de agregao de valor para a in-dstria, criando condies de atrao e instalao de indstrias, com vista reexportao para o mer-cado africano, nomeadamente da nossa sub-regio.Assim, o Governo do PAICV promover:

    Apostaremos no Transporte Inter-Ilhas como fator de Mobilidade e Integrao!

    Implementando uma Plataforma Logstica do Atlntico!

    A implementao do projecto PORTO de GUAS PROFUNDAS bem como a criao de incentivos de competitividade, com vista a atrair, para Cabo Verde, a cadeia de valor do negcio de Transhipment e Bunkering;

    A anlise do mercado e das rotas martimas no Atlntico Sul; A criao de condies de atratividade para a instalao de empresas e

    indstrias estrangeiras para a agregao de valor no territrio nacional, visando a reexportao;

    A criao de condies para a realizao de parcerias e negcios entre empresas nacionais e estrangeiras para o aproveitamento de acordos e facilidades de que o pas beneficia (nomeadamente a facilidade de acesso ao Mercado da CEDEAO, o AGOA (EUA e Canad) e SPG+ da Unio Europeia).

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    Promover e apoiar na organizao da produo agropecuria e desenvolvimento da cadeia valores, melhorias em infraestruturas de apoio comercializao, e sistema de qualidade para os produtos hortofrutcolas, com incentivos ao setor privado para o aumento da sua participao em toda a cadeia do agronegcio.

    Promover e apoiar na organizao dos produtores, adotando estratgias para promover o associativismo e o cooperativismo, como instrumentos de agregao de valor, de gesto e de criao de uma economia de escala na agricultura.

    Melhorar o acesso ao financiamento no setor, com uma poltica de crdito e micro seguros que respondam s necessidades do setor agrcola e assegurar um ambiente facilitador do investimento do setor privado visando a dinamizao e empresarializao do setor e a sua integrao na cadeia de valores do turismo, o aumento contnuo da produo interna e a reduo da importao de produtos agrcolas.

    Aumentar grandemente o fornecimento do mercado turstico de produtos agrcolas nacionais;

    Reforar as capacidades institucionais e organizacionais, que devero traduzir-se particularmente numa aposta na qualificao e capacitao profissionais, na colocao da cincia, da tecnologia e da inovao ao servio dos agricultores.

    Continuar a apostar na empresarializao do setor e transformar os agricultores em verdadeiros empresrios; fazer da agricultura uma plataforma de criao de emprego para os jovens, atravs de reforos das competncias tcnicas e de empreendedorismo.

    Apostar na criao de centros ps-colheita e centros de transformao agroalimentar, visando a agregao de valor aos produtos nacionais e o aumento de rendimentos para os agentes do setor.

    Dar maior segurana aos direitos fundirios para proteger os agricultores, resolver os conflitos e fomentar o investimento.

    Com os investimentos realizados no mundo rural, a Agricultura e a Pecuria tornaram-se atrativas e viradas para o mercado com impactos visveis na economia, no emprego e no rendimento das famlias rurais que materializam, assim, a nossa viso para o setor, que se consubstancia numa ag-ricultura moderna, sustentvel e competitiva, capaz de satisfazer as demandas dos mercados nacional, turstico e da dispora e responder de forma sat-isfatria e sustentvel aos desafios da segurana alimentar e nutricional e da reduo da pobreza. As estratgias continuaro a incidir sobre a max-imizao dos investimentos realizados na in-fraestruturao hidrulica rural, com uma gesto e aproveitamento hidroagrcola de forma sustentv-el, com a incorporao de 100% de energias reno-vveis nos sistemas de bombagem, assegurando o aumento da produo e produtividade em cerca de 50%, com base nos processos de modernizao, utilizao intensiva de tecnologias mais avanadas de produo e na expanso da irrigao atingin-do 15% da rea cultivvel, e exploraes pecurias

    mais modernas, melhoramento de raas animais e desenvolvimento da pecuria semi-industrial. Com o aumento substancial da produo agrcola e pecuria e da sua disponibilidade ao longo do ano, iremos reduzir substancialmente as importaes, nomeadamente em 40% nos produtos hortcolas.Para alm de continuar a apostar na mobilizao de mais gua, com a construo de mais infraestru-turas hidrulicas e o ordenamento de mais bacias hidrogrficas, as estratgias continuaro a incidir sobre a maximizao dos investimentos realiza-dos na infraestruturao hidrulica rural, com uma gesto e aproveitamento hidroagrcola de forma sustentvel, maior incorporao das energias reno-vveis nos sistemas de bombagem, assegurando o aumento da produo e produtividade, com base nos processos de modernizao, utilizao intensi-va de tecnologias mais avanadas de produo e na expanso da irrigao, e exploraes pecurias mais modernas.Valorizaremos a produo agrcola, apostando fortemente em:

    5.1.1.3. Agro-Negcios: Empresarializao do sector

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    Modernizar a agricultura e desenvolver o agrone-gcio requer que tenhamos igualmente uma viso holstica do desenvolvimento rural, ligado s outras dimenses do desenvolvimento socioeconmico, tais como: mais e melhor educao/formao profissional; mais e melhor acesso sade, gua,

    energia, ao saneamento; maior desenvolvimento dos transportes, estradas de penetrao, comuni-caes, e internet.Com a nossa viso e estratgias para a agricultura, e os investimentos em curso e assegurados estare-mos a realizar as metas principais para a legislatura:

    Aumentar a rea irrigada de modo a aumentar a produtividade agrcola em 50%

    Mobilizar mais 62 milhes de metros cbicos de gua para rega, incluindo 8 novas barragens

    Realizar 100% de energias renovveis na bombagem de gua Reduzir a importao de hortcolas em 40% Fornecer 70% do mercado turstico com produtos nacionais.

    5.1.1.4. Energias Renovveis: Materializar o potencial do mercado da CEDEAO

    5.1.1.5. Cultura: Nossa Identidade

    Fizemos um grande progresso no setor da ener-gia. Hoje, o acesso eletricidade quase universal, levando-a a todos os cantos do pas, melhorando grandemente as condies de vida das famlias, sendo que 30% proveniente de fontes renovveis. Queremos construir uma economia verde, re-duzir o custo da energia, e aumentar a qualidade dos servios. Mais energia e a baixo custo tornar mais atrativas as condies para a instalao das indstrias, contribuindo, assim, para a gerao de mais emprego e mais rendimentos.A nossa meta realizar 100% de penetrao de energias renovveis no horizonte de 2030. Para o efeito, realizaremos investimentos que permitam incrementar gradualmente o grau de penetrao de energia renovvel e diminuir a importao de

    combustvel fssil; iremos incentivar, fortemente, a micro-gerao, de modo a incrementar a autono-mizao do consumo em edifcios, residncias, ilu-minao pblica em localidades remotas, e conti- nuaremos a apostar em parcerias pblico-privadas para aumentar os parques de produo de ener-gias limpas.A instalao do CERMI e da ECREE em Cabo Verde uma grande oportunidade para Cabo Verde. Aproveitaremos o potencial destes centros para atrair empresas de produo de componentes para os sistemas de produo de energias renovveis, empresas de formao e criao de capacidades para o setor, explorando, a partir de Cabo Verde, o grande mercado da CEDEAO, com mais de 300 milhes de potenciais consumidores.

    A nossa cultura o maior elo de ligao e de definio da nossa cabo-verdianidade, em qualquer parte do mundo, assumindo-se como a nossa ver-dadeira identidade.Os nossos produtos culturais tm sido os nossos maiores embaixadores no mundo. As economias criativas vm crescendo no mundo de forma substancial, nas ltimas dcadas, demons- trando a sua capacidade de resistir s crises eco- nmicas e de estimular uma cultura empreendedo-ra na juventude. Ao mesmo tempo, as economias criativas possuem grande apetncia para a criao de empregos e de incluso social, em funo dos amplos complexos produtivos dos setores criativos. Trata-se de um modelo de desenvolvimento inclusi-vo e comprometido com a inovao.Cabo Verde portador de grande potencial cultu-

    ral material e imaterial de contedo criativo e valor econmico, abrangendo todos os setores que en-volvem a criao (artstica ou intelectual), assim como os produtos e servios ligados fruio e difuso (museus, turismo cultural, patrimnio histrico, salas de espectculo, produo de con-tedos informticos, etc.). A economia criativa ser um fator crtico para acrescentar valor ao nosso turismo. Como tal, iremos facilitar as ligaes en-tre a cultura e o turismo, atravs de uma melhor coordenao e planeamento institucional, alm de promover o turismo de eventos em torno dos nos-sos inmeros festivais culturais e religiosos. Teremos de assegurar que, atravs da criao de um quadro robusto de direitos de propriedade in-telectual e proteo, os nossos artistas e os nossos criadores vivem do seu trabalho.

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    5.1.1.6. Aero-Negcios: Hub do Atlntico

    Investir em infraestruturas artsticas, inovar os circu-itos, para estimular a criao e difuso, a circulao e distribuio, e o consumo e a fruio do produto da nossa cultura dever ser uma aposta prioritria!Qualificar os produtos artesanais e apoiar a organi- zao dos produtores, de modo a potenciar a op-

    timizao do aproveitamento das oportunidades do setor, atravs da promoo de uma rede de ex-posio e difuso de produtos culturais, para facili-tar a comercializao, ser um firme propsito para potenciar o setor.

    Desde os primrdios da indstria aeronutica, Cabo Verde esteve sempre nas rotas dos voos in-tercontinentais e voos de longo curso, devendo-se isso ao facto de sermos o nico pas localizado a menos de 4 horas das Amricas e da Europa e a menos de 1 hora do Continente Africano.O nosso pas comporta, actualmente, 7 aeropor-tos, sendo 4 internacionais, sendo que o Aeropor-to Amlcar Cabral detm uma das maiores pistas do nosso continente, muito utilizada pelos maiores avies comerciais do mundo (cargo e voos experi-mentais da NASA).A paixo dos cabo-verdianos pela aviao propor-cionou ao pas uma carteira de pilotos experientes,

    sendo referenciados pelos seus pares como dos melhores da sua regio, juntamente com a equi-pa de tcnicos de manuteno e pessoal de terra muito experientes, competentes e hbeis. Tudo isso, adicionando o fato de que, a nvel de Avi-ation Safety, o nosso pas um dos poucos pases regio que detm a Categoria 1 (atribudo pela Or-ganizao Internacional da Aviao Civil-ICAO), Cabo Verde tem todas as condies para se posi-cionar como uma grande plataforma aeronutica, tornando-se, assim, um potencial lder desta in-dstria na sua regio.

    Assim, propomos:

    A criao do Centro de Apoio s Companhias Areas, em escala para voos intercontinentais (transfer de passageiros e cargas entre a frica/ a Amrica do Sul/ a Europa;)

    A mobilizao de parcerias para a criao do Centro de Manuteno Aeronutica;

    A mobilizao de parcerias para a criao da Escola Africana de Aviao; O estabelecimento, em Cabo Verde, de uma plataforma logstica e de

    reexportao de produtos aerotransportados (produtos perecveis); A mobilizao de indstrias de componentes aeronuticas para a instalao

    em Cabo Verde: O aprofundamento da reflexo sobre o processo atual de subconcesso da

    gesto dos nossos aeroportos, com a possibilidade da sua abertura ao setor privado, como forma de atrair capitais e mercados na criao de um Hub de transporte areo interatlntico;

    O fomento, a dinamizao e a ampliao da zona duty-free de modo a atrair e rentabilizar os voos internacionais de escalas;

    A promoo de parcerias pblico-privadas para a explorao de oportunidades de ligao inter-ilhas (com txis areos), promovendo a mobilidade de nacionais e turistas e dinamizando o turismo interno;

    O reforo da capacidade institucional para a governana e gesto do setor.

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    As TICs constituem, hoje, um novo conceito de posi-cionamento estratgico para a competitividade das Naes. Um pas com uma base tecnolgica evolu-da e recursos humanos capacitados em TICs aporta uma vantagem comparativa e um elemento diferen-ciador, que se erige como fator de atratividade de im-portantes investimentos, nos mais variados domnios.Cabo Verde deu passos significativos na criao de um ambiente favorvel ao desenvolvimento das TICs, ao ponto de se ter transformado numa refern-cia regional e case study em vrios centros mundiais.Com a implementao do NOSI e a adoo do Pro-grama Estratgico para a Sociedade de Informao e do Plano de Aco para a Governao Electrni-ca, o Pas capacitou-se ao ponto de, nos ltimos anos, ter iniciado, negociado e implementado pro-jectos na rea das TICs de mbito internacional, exportando servios e Know How que, conjugados com a recente construo do Centro de Dados do Estado, se estruturam como os alicerces para a in-stalao do Parque Tecnolgico e a densificao

    de um verdadeiro Setor das TICs. Cabo Verde Top 10 dos melhores inovadores africanos e integra a lista dos pases mais dinmi-cos do mundo na promoo das TICs, ao ponto de, nos ltimos anos, ter recebido o Prmio Africano de Inovao para o Setor Pblico com o projecto SIGOF (sistema integrado de gesto oramental e financeira, desenvolvido pelo NOSi) que veio re-forar a transparncia, a eficincia e a eficcia na gesto da coisa pblica. A nossa ambio fazer de Cabo Verde um iEsta-do (Integrated State) inovador nas diferentes re-as de atuao, nomeadamente no iGov, na socie-dade e na educao, na sade, nos negcios, nas relaes entre cidados, Estado e empresas, na cultura, na poltica e nos servios e posicionar-se no 2 lugar em frica no ndice de Desenvolvimen-to Tecnolgico, reduzir o fosso digital, proporcionar banda larga para todos e atingir a meta de 70% de taxa de penetrao da internet.Para tal, promoveremos:

    Novas formas de financiamento ao investimento no setor e criao de condies de atratividade;

    Um forte investimento no fomento do empreendedorismo tecnolgico, no desenvolvimento de capacidades, na promoo de uma sociedade de conhecimento e na incluso digital;

    O reforo do quadro regulatrio, na perspectiva de garantir mais igualdade de oportunidades e uma s concorrncia entre as empresas do setor;

    A dinamizao do Cluster TIC, atravs da conjugao de aes e esforos de integrao de toda a cadeia de valor, bem como da promoo e internacionalizao dos produtos e servios TIC made in Cabo Verde;

    Baixar em 35% o preo dos servios de telecomunicaes e internet O desenvolvimento de um Plano Nacional para Cincia, Inovao, Tecnologia

    e Empreendedorismo, envolvendo o Estado, as Universidades, os Centros de Investigao, o Setor Privado, que posicione Cabo Verde nas redes internacionais de investigao, Inovao e Liderana na nossa sub-regio;

    A promoo da utilizao de software open source na administrao pblica e nas escolas;

    A dinamizao da Instalao do Parque Tecnolgico e a criao de incentivos fiscais para atrao de grandes empresas de base tecnolgica;

    A rentabilizao do Data Center do Estado orientando-o para um modelo de gesto empresarial de excelncia, criando condies especiais de acesso para as empresas pblicas e privadas aos seus servios e facilidades complementares, fomentando, assim, um ecossistema orientado para o desenvolvimento de negcios e a consolidao da estratgia nacional de desenvolvimento do setor TIC.

    A implementao de programas de capacitao, formao e reconverso de quadros em novas tecnologias, beneficiando quadros jovens em situao de emprego precrio ou em situao de desemprego, e potenciando novas oportunidades de negcios e empregabilidade.

    5.1.1.7. Tecnologias de Informao e Comunicao: Um Posicionamento Estratgico

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    5.1.1.8. Setor Financeiro: Impulsionador de Desenvolvimento

    5.1.2. Edificar uma Economia Liderada pelo Setor Privado

    O setor financeiro desempenha um papel crucial no nosso processo de desenvolvimento.Vamos continuar a garantir a estabilidade finan-ceira por meio de polticas monetrias prudentes, fortalecer as nossas instituies financeiras, alargar, aprofundar e expandir o setor financeiro de modo a garantir um sistema forte, moderno e que suscite cada vez mais confiana dos investidores e de out-ras praas financeiras., igualmente, nossa pretenso, reforar e incenti-var a Bolsa de Valores visando a atrao de empre-sas, para criar produtos ino