apagão de mão de obra também atinge o canal farma

3
44 | REVISTA ABCFARMA | OUTUBRO / 2011 TEXTO: CELSO ARNALDO ARAUJO FOTOS: DIVULGAÇÃO Gerenciamento V eja o que você pode fazer em sua farmácia para amenizar os efeitos da maior crise de mão de obra qualificada de que se tem notícia no Brasil Esta coluna tem um compromisso com a utilidade e sentido de urgência, no que se refe- re às necessidades do varejo, sempre abordan- do temas relevantes e trazendo contribuições que efetivamente aprimorem o processo de gestão das nossas farmácias. Agora chegou a vez de abordarmos o tema da mão de obra. Me- lhor dizendo, a falta de mão de obra. O assunto é preocupante, principalmente por se tratar de um fenômeno relativamente novo no Brasil. Sempre tivemos abundância de mão de obra, mas, nos últimos tempos, este quadro vem se modificando de maneira dramática. Mesmo as empresas que operavam com um turno- ver (rotatividade de pessoal) muito elevado conseguiam repor os seus funcionários com relativa facilidade. Mas este fato não se re- pete atualmente, para desespero de muitos empresários. APAGÃO DE Também ati Você estava acostu- mado a escolher? Agora, são os funcionários que escolhem! Histo- ricamente, o mercado de trabalho no Brasil sempre comportou um banco de candidatos que, longe de ser ex- periente, pelo menos supria os requi- sitos básicos para a contratação. Se determinada contratação não desse certo, partia-se para outro candidato e assim por diante. Agora isso está cada vez mais difícil – pode ser que simplesmente não exista outro candi- dato. Se você finalmente o encontrar, não se surpreenda se o escolhido disser que fará uma seleção entre sua farmácia e outras que também estão interessadas em seu trabalho. Sim, agora é ele quem escolhe e você pre- cisa saber lidar com estas novas cir- cunstâncias, para não enfrentar um verdadeiro apagão de mão de obra em sua farmácia. Gilson Coelho é consultor corporativo especializado no Canal Farma, com atuação na indústria, distribuição varejo. Mais informações consulte o site www.gilsoncoelho.com.br.

Upload: abcfarma-abcfarma

Post on 29-Mar-2016

244 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Matéria da Revista ABCFARMA: Apagão de mão de obra também atinge o canal farma

TRANSCRIPT

Page 1: Apagão de mão de obra também atinge o canal farma

44 | Revista ABCFARMA | OUtUBRO / 2011

textO: CelsO aRnaldO aRaUjOfOtOs: divUlgaçãO

Gerenciamento

Veja o que você pode fazer em sua farmácia para amenizar os

efeitos da maior crise de mão de obra qualificada de que se tem notícia no Brasil

Esta coluna tem um compromisso com a utilidade e sentido de urgência, no que se refe-re às necessidades do varejo, sempre abordan-do temas relevantes e trazendo contribuições que efetivamente aprimorem o processo de gestão das nossas farmácias. Agora chegou a vez de abordarmos o tema da mão de obra. Me-lhor dizendo, a falta de mão de obra. O assunto é preocupante, principalmente por se tratar de um fenômeno relativamente novo no Brasil. Sempre tivemos abundância de mão de obra, mas, nos últimos tempos, este quadro vem se modificando de maneira dramática. Mesmo as empresas que operavam com um turno-ver (rotatividade de pessoal) muito elevado conseguiam repor os seus funcionários com relativa facilidade. Mas este fato não se re-pete atualmente, para desespero de muitos empresários.

APAGÃO DE MÃO DE OBRATambém atinge o canal farma

Você estava acostu-mado a escolher? Agora, são os funcionários que escolhem! Histo-ricamente, o mercado de trabalho no Brasil sempre comportou um banco de candidatos que, longe de ser ex-periente, pelo menos supria os requi-sitos básicos para a contratação. Se determinada contratação não desse certo, partia-se para outro candidato e assim por diante. Agora isso está cada vez mais difícil – pode ser que simplesmente não exista outro candi-dato. Se você finalmente o encontrar, não se surpreenda se o escolhido disser que fará uma seleção entre sua farmácia e outras que também estão interessadas em seu trabalho. Sim, agora é ele quem escolhe e você pre-cisa saber lidar com estas novas cir-cunstâncias, para não enfrentar um verdadeiro apagão de mão de obra em sua farmácia.

Gilson Coelho é consultor corporativo especializado no Canal Farma, com atuação na indústria, distribuição varejo. Mais informações consulte o site www.gilsoncoelho.com.br.

Page 2: Apagão de mão de obra também atinge o canal farma

Revista ABCFARMA | OUtUBRO/2011 | 45

APAGÃO DE MÃO DE OBRATambém atinge o canal farma

Primeira Parte

Observe o seu comportamento. Você não está contribuindo para o caos? Muitos proprietários ou gerentes de farmácias demons-tram pouca ou nenhuma paciência com os funcio-nários. Tem de trocar! Vamos trocar! Ponho na rua! Essas pessoas precisam ser alertadas para o fato de que, nestes tempos de economia aquecida, a troca nem sempre será possível, por falta de repo-sição. Não aprova o comportamento do funcioná-rio? Não gosta de seu desempenho no trabalho? Antes de apontar o dedo para o funcionário que pretende demitir, observe que três dos seus de-dos estão apontados para você. Sim, você pode ter uma boa parcela de culpa sobre o desempenho inadequado.

Page 3: Apagão de mão de obra também atinge o canal farma

48 | Revista ABCFARMA | OUtUBRO/2011

Contrate postura e desenvolva as habilidades. Vamos combinar que di-ficilmente você irá conseguir gente preparada neste mercado. Se o funcionário preparado está cada vez mais difícil de ser encontrado, a nossa recomendação é para que você contrate postura e desenvolva as habilidades. Contratar postura significa verificar se ele tem disposição para aprender, para lidar com gente, se tem ca-pacidade de trabalhar em equipe. Lembre-se que você não o está contratando em função da sua experiência. A possível contratação não é pelo quanto ele pode contribuir imediatamen-te, como uma pessoa que já tem experiência. Você está sim identificando um potencial. Es-tará apostando no vir a ser! Após sentir firme-za no candidato, depois da contratação, é hora de o proprietário da farmácia entrar em ação liderando o processo de treinamento que leve em consideração os requisitos que menciona-mos anteriormente, a começar por dar a ele um significado mais nobre sobre o trabalho. So-bretudo, treine seu funcionário de acordo com um método de atendimento. Sem um padrão, cada funcionário acaba fazendo do seu jeito, de acordo com a sua cabeça. E cada cabeça é uma sentença. Procure conhecê-lo como pes-soa, identifique seus sonhos, as motivações que ele tem na vida. Procure informações sobre o método de atendimento consultando www.gilsoncoelho.com.be, seção de downloads, cli-cando no título: Os sete passos da venda. n

Não perca na próxima edição a segunda parte desta matéria:Prepare-se para compreender e trabalhar com a Geração Y. Dela sairão seus próximos colaboradores

Pense no funcionário em questão desde o momento em que foi contratado. Você o treinou adequadamente? Passou a ele um sig-nificado mais nobre sobre o trabalho? Você instituiu um método de atendimento na sua farmácia ou cada funcionário faz do seu jeito? Durante o processo de aprendizado, fez forneceu-lhe feedback, reforçando posturas positivas e alertando para comportamentos inadequados? Demonstrou interesse por ele? Você o conhecia como pessoa? Quais eram os sonhos des-te funcionário? Que motivações ele tinha na vida? Se você não tem respostas positivas para a maioria destas perguntas, afirmo que terá muitas dificuldades para lidar com a escassez de mão de obra que se ve-rifica no Brasil. E não fique chateado consigo mesmo ou com quem escreve esta coluna. Pense que você está diante de uma grande oportunidade! Pense que poderá rever seus conceitos e melhorar o processo de admissão e retenção de talentos na sua farmácia. E lembre-se que você não tem muito tempo. Precisará ser muito prático e objetivo, aumentando já o índice de acertos nos futuros processos de contratação.

Não confunda conhecimento com habilidade. Uma pessoa pode conhecer rapida-mente determinado conteúdo, mas passará um bom tempo para conseguir habilidade na execução daquele tema. A habilidade só vem com a prática e esta é fun-ção da repetição, quantas vezes forem necessárias. O desempenho máximo do funcionário só virá me-diante a repetição sistemática do trabalho, monitora-mento e feedback constante. Não esqueça que você está contribuindo para a formação deste que poderá ser um profissional de destaque. O êxito nesta em-preitada é tanto responsabilidade dele (o aprendiz) quanto sua.