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Advocacia Murillo de Aragão anuncia parceria estratégica com o advogado Eduardo Toledo destinada a atender as necessidades jurídicas nos tribunais superiores em Brasília. A iniciativa reúne a longa experiência de Eduardo Toledo no STF, onde por mais de dez anos foi chefe de gabinete de ministros, e a tradição da Advocacia Murillo de Aragão com serviços prestados a algumas das maiores empresas do país. O objetivo da parceria é atender e apoiar os esforços jurídicos de nossos clientes em Brasília. Tanto como seus representantes diretamente nos tribunais quanto apoiando a atuação de seus advogados e departamentos jurídicos. O atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi o candidato mais votado pelos membros do Ministério Público Federal para permanecer no cargo pelos próximos dois anos. Numa consulta interna realizada na quarta-feira, 4, pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Janot obteve 799 votos. Em segundo lugar ficou o subprocurador Mario Bonsaglia, com 462 votos. Segundo a tradição, o Planalto escolhe o nome mais votado. O mandato de Janot acaba em 17 de setembro. Escolhido por Dilma 24 horas após a divulgação da consulta, para tomar posse o procurador precisará ter o nome aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado e pelo plenário da Casa, por 41 votos em votação secreta. Nos debates dos quais participou, Janot garantiu que vai continuar trabalhando para manter a independência do Ministério Público e intensificará o combate à corrupção. Ele chefia as investigações do escândalo da Petrobras e foi criticado por integrantes do Senado após a deflagração da Operação Politeia, fase da Lava Jato posta em prática no mês passado, que fez buscas e apreensões nas casas dos senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Aos leitores, Dilma reconduz o procurador Janot Nesta Edição SHIS – QL 12 – Conjunto 9 – Casa 18 – Lago Sul – Brasília-DF – CEP: 71630-295 (61) 3248-4968 / Fax: (61) 3367-2305 | [email protected] | www.arkoadvice.com.br ANO XI 476 Brasília-DF, 10 de agosto de 2015 Elaborado por Murillo de Aragão (OAB/DF 5.105) e Daniel Lledó (OAB/DF 14.491) Colaboradores: Rodrigo Suares (OAB/DF 20.653) e Nathalia Pedrosa (OAB/DF 33.717) AGENDA, DECISÕES E INFORMAÇÕES JURÍDICAS CARTA Bezerra (PSB-PE). Rodrigo Janot ingressou no MPF em 1984, atuou como secretário- geral do MPU e foi presidente da ANPR no biênio 1995/1997. Graduou-se em Direito pela UFMG e especializou-se na área de Meio Ambiente e Consumidor na Scuola Superiore di Studi Universitari, em Pisa, na Itália.

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Advocacia Murillo de Aragão anuncia parceria estratégica com o advogado Eduardo Toledo destinada a atender as necessidades jurídicas nos tribunais superiores em Brasília.A iniciativa reúne a longa experiência de Eduardo Toledo no STF, onde por mais de dez anos foi chefe de gabinete de ministros, e a tradição

da Advocacia Murillo de Aragão com serviços prestados a algumas das maiores empresas do país. O objetivo da parceria é atender e apoiar os esforços jurídicos de nossos clientes em Brasília. Tanto como seus representantes diretamente nos tribunais quanto apoiando a atuação de seus advogados e departamentos jurídicos.

O atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi o candidato mais votado pelos membros do Ministério Público Federal para permanecer no cargo pelos próximos dois anos. Numa consulta interna realizada na quarta-feira, 4, pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Janot obteve 799 votos. Em segundo lugar fi cou o subprocurador Mario Bonsaglia, com 462 votos. Segundo a tradição, o Planalto escolhe o nome mais votado. O mandato de Janot acaba em 17 de setembro. Escolhido por Dilma 24 horas após a divulgação da consulta, para tomar posse o procurador precisará ter o nome aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado e pelo plenário da Casa, por 41 votos em votação secreta. Nos debates dos quais participou, Janot garantiu que vai continuar trabalhando para manter a independência do Ministério Público e intensifi cará o combate à corrupção. Ele chefi a as investigações do escândalo da Petrobras e foi criticado por integrantes do Senado após a defl agração da Operação Politeia, fase da Lava Jato posta em prática no mês passado , que fez buscas e apreensões nas casas dos senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando

Aos leitores,

Dilma reconduz o procurador Janot

Nesta Edição

SHIS – QL 12 – Conjunto 9 – Casa 18 – Lago Sul – Brasília-DF – CEP: 71630-295(61) 3248-4968 / Fax: (61) 3367-2305 | [email protected] | www.arkoadvice.com.br

ANO XI – Nº 476

Brasília-DF, 10 de agosto de 2015Elaborado por Murillo de Aragão (OAB/DF 5.105) e Daniel Lledó (OAB/DF 14.491)Colaboradores: Rodrigo Suares (OAB/DF 20.653) e Nathalia Pedrosa (OAB/DF 33.717)

AGENDA, DECISÕES E INFORMAÇÕES JURÍDICAS

CARTA

Bezerra (PSB-PE). Rodrigo Janot ingressou no MPF em 1984, atuou como secretário-geral do MPU e foi presidente da ANPR no biênio 1995/1997. Graduou-se em Direito pela UFMG e especializou-se na área de Meio Ambiente e Consumidor na Scuola Superiore di Studi Universitari, em Pisa, na Itália.

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CARTA JurídicaANO XI – Nº 476Brasília-DF, 10 de agosto de 2015

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ICIÁ

RIO Marco Regulatório de TV por assinatura: Dias Toffoli

pede mais tempo para estudar o assuntoSTF

A pedido do ministro Dias Toffoli, o Supremo Tribunal Federal (STF) interrompeu na quarta-feira, 5, o julgamento das ações que questionam a Lei 12.485/2011, que trata da comunicação audiovisual de acesso condicionado (TV por assinatura). Inicialmente, o relator das ações, ministro Luiz Fux, considerou inconstitucional apenas o artigo 25, que veda a oferta de canais que veiculem publicidade comercial direcionada ao público brasileiro contratada por agência de publicidade estrangeira. Para o relator,

o princípio constitucional da igualdade exige que o tratamento diferenciado entre os indivíduos seja acompanhado de causa jurídica sufi ciente para amparar a discriminação. “Se analisarmos o mercado de publicidade do Brasil e do estrangeiro, não vamos encontrar nenhuma base de hipossufi ciência (carência) das agências brasileiras. Não há um fundamento para essa discriminação”, concluiu. Votaram até o momento os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki e Rosa Weber.

STF adia julgamento sobre regulação de TV

O STF suspendeu o julgamento de mais três ações nas quais o Conselho Federal da OAB questiona dispositivos das Constituições do Acre, de Mato Grosso e do Piauí. Esses estados defi nem crimes de responsabilidade e julgamento das acusações populares como requisitos para decretação de impeachment de governador e condicionam à prévia autorização da Assembleia Legislativa local a instauração, perante o STJ, de ação penal em caso de crime comum supostamente

cometido pelo governador. O ministro Celso de Mello fez menção ao julgamento ocorrido em fevereiro, no qual o STF analisou ações semelhantes, envolvendo outros estados. Naquele julgamento, os ministros mantiveram a validade dos artigos que condicionam à autorização prévia do Legislativo local a instauração de ação penal contra os governadores no caso de crimes comuns perante o STJ. Após esse voto, o julgamento foi suspenso em razão do pedido de vista.

Suspenso processo sobre punição de governadores

O STF admitiu um recurso e declarou a inconstitucionalidade do artigo 30, da Lei 7.799/1989, que fi xava a Obrigação do Tesouro Nacional (OTN) como indexador para a correção monetária no Imposto de Renda das pessoas jurídicas. Para o STF, um sistema de correção monetária não pode alcançar fatos geradores ocorridos no mesmo exercício fi scal da lei que o instituiu. O recurso foi interposto por uma empresa contra decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de validar a cobrança da

correção monetária no balanço relativo ao exercício fi scal de 1989. Em maio de 2006, após o voto do relator e dos ministros Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski pelo provimento do recurso, o julgamento foi interrompido. Retomado na última quarta-feira, 5, os demais ministros também acompanharam o voto do relator, segundo o qual a aplicação de sistema de correção monetária de balanço em relação ao próprio ano-base em que foi promulgada a norma afronta o princípio da anterioridade.

STF debate princípio da anterioridade

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O Superior Tribunal de Justiça defi niu limites para a regra prevista no artigo 18 da Lei 6.024/1974, que trata da intervenção e da liquidação extrajudicial de instituições fi nanceiras. De acordo com o dispositivo, devem ser suspensas as ações e execuções propostas contra a instituição antes da decretação da liquidação, e, enquanto durar o procedimento extrajudicial, não poderão ser ajuizadas outras demandas. Contrariando posição adotada pelo Tribunal

de Justiça do Distrito Federal, o STJ afastou a suspensão das ações em primeira instância ajuizadas antes do decreto de liquidação extrajudicial. O recorrente havia alegado que o entendimento do TJDF violou o artigo 18 da lei. Argumentou ainda que a regra não é válida para ação de conhecimento e sustentou que foi decretada a falência da empresa antes mesmo da sentença que extinguiu sua ação. O fato inviabilizou o questionamento do crédito administrativamente.

Ações anteriores à liquidação

Para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a alegação genérica de que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) se omitiu no dever de fi scalizar os planos de saúde não é sufi ciente para incluí-la como alvo de ação que contesta reajustes supostamente abusivos. A ação visa a anulação de aumento de 63,45% em média, efetuado nos planos a partir da faixa etária de 59 anos, considerado abusivo pelo MPF. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgou que a responsabilidade

coube à ANS porque ela teria falhado na fi scalização. Em recurso ao STJ, a ANS alegou que a decisão do TRF4ª contrariou o artigo 3º da Lei 9.961/2000 e decisão liminar do Supremo Tribunal Federal na ADI 1.931-8. Essas duas decisões estabeleceram que uma agência reguladora não tinha a atribuição de regular e fi scalizar os contratos de plano de saúde celebrados antes da Lei 9.956/1998. Ou seja, para o tribunal federal, a ANS não é a causadora da irregularidade.

ANS é retirada de ação sobre de reajuste

Créditos advocatícios sucumbenciais (devidos por quem perde a ação) formados após pedido de recuperação judicial não se submetem aos efeitos suspensivos previstos no artigo 6º da Lei 11.101/2005. Esse foi o entendimento do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso interposto por uma empresa em recuperação judicial. A empresa pedia a suspensão da execução dos honorários para que o crédito fosse incluído no plano de recuperação. Alegou que, como o crédito

principal do processo está vinculado à recuperação judicial, os honorários sucumbenciais, por serem decorrentes do crédito principal, também deveriam ser habilitados no juízo da recuperação. O relator, ministro Luis Felipe Salomão, rejeitou a argumentação. Segundo ele, não há relação de acessoriedade entre o crédito buscado na execução e os honorários de sucumbência resultantes do processo, que representam um direito autônomo do advogado pelo trabalho prestado.

Recuperação judicial não elimina custas

JUD

ICIÁ

RIO STJ vê ilegitimidade passiva da ANS em

reajustes supostamente abusivosSTJ

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ICIÁ

RIO

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ISLA

TIVO Tribunal isenta empresa de

condenação ao depósito do FGTSTST

O Tribunal Superior do Trabalho isentou uma empresa de transporte da condenação ao depósito do FGTS de um empregado aposentado por invalidez, com base na Lei 8.036/1990, que determina a obrigatoriedade do recolhimento apenas nas situações de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e de licença por acidente de trabalho. A empresa havia sido condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho da

5ª Região (BA) a efetuar o depósito do fundo desde a data em que o empregado foi aposentado por invalidez, até o fi m da suspensão do seu contrato de trabalho. No recurso ao TST, a empresa alegou violação da Lei 8.036/1990, que rege o FGTS. O relator, ministro Fernando Eizo Ono, deu razão à empresa, afi rmando que não existe previsão legal que obrigue o recolhimento do fundo no período de aposentadoria por invalidez.

TST indefere depósitos do FGTS a empregado aposentado por invalidez

Governo tenta o adiamento por temer abalo no fi nanciamento habitacionalCâmara

Após o recesso, a Câmara retomou o debate sobre a remuneração das contas vinculadas do FGTS. Dois projetos vão pautar a discussão dos deputados sobre a forma como é corrigida a poupança que todos os trabalhadores são obrigados a fazer. Pelo projeto original, os depósitos feitos a partir de 2016 seriam corrigidos pelas regras da poupança – hoje 6,17% ao ano mais TR. A correção atual dos saldos do fundo é de TR, mais 3% ao ano. Temendo um

abalo no fi nanciamento habitacional – e no programa Minha Casa, Minha Vida –, que usa recursos do fundo, o governo vem adiando a votação da proposta. Diante da resistência do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), porém, negocia um meio-termo. Ficaria estabelecido que, para evitar maiores impactos no fi nanciamento habitacional, os novos saques por demissão seriam feitos prioritariamente a partir do estoque do fundo feito a partir de 2016.

FGTS: deputados debatem mudança de saldo

Ricardo Fenelon e José Ricardo Botelho são os novos diretores da AnacSenado

O Plenário do Senado aprovou na última quinta-feira (6) as indicações de Ricardo Fenelon e José Ricardo Botelho para cargos de diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Fenelon recebeu 61 votos favoráveis e 10 contrários; e Botelho foi confi rmado por 59 votos a 8. A segurança de aeroportos e voos, frente ao crescimento do

número de usuários e do fl uxo de aeronaves, foi um dos principais aspectos tratados pelos indicados nas apresentações iniciais aos senadores, em suas sabatinas na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). Os indicados ressaltaram a importância da atualização do Código Brasileiro de Aeronáutica – ainda em discussão em comissão especial da Casa.

Nomes indicados para a ANAC são aprovados

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JUD

ICIÁ

RIO

O retorno das atividades da Corte Especial no STJ foi marcado por julgamento de tema controverso. No dia 3 de agosto de 2015, o colegiado levou à sessão o Recurso Especial nº 1081149/RS, cuja discussão principal trata da aplicação da taxa SELIC no cômputo de juros moratórios e correção monetária em casos de indenização decorrente de contratos extrajudiciais.

Segundo o ministro Luis Felipe Salomão, relator do recurso mencionado, a defi nição dessa questão é a oportunidade de consolidar entendimentos sobre a incidência da taxa de juros moratórios (artigo 406 do Código Civil) e a delimitação do que seja responsabilidade extracontratual para efeitos de incidência de juros e correção monetária.

A principal controvérsia reside no seguinte ponto: a taxa vigente para o cálculo dos juros moratórios mencionados no art. 406, do Código Civil, deve ser a Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) ou, para o cálculo dos juros moratórios preceituados, a taxa adequada seria de 1% (um por cento) ao mês – sem prejuízo da incidência da correção monetária?

Nesse caso específi co, o direito da autora foi reconhecido. Trata-se de ação de indenização por danos morais, contra empresa de seguros de créditos que negativou o nome da recorrente indevidamente. Como não há no tribunal consenso acerca do percentual que deve ser aplicado para efeito de correção do valor da dívida, a controvérsia foi

levada à Corte Especial. Tal colegiado é responsável por neutralizar divergências que surgem ao longo do tempo em decisões julgadas individualmente pelos 33 ministros do STJ.

Iniciada a sessão, o ministro Luis Felipe Salomão, aprovou parcialmente a tese do recurso. No que diz respeito à correção monetária, o entendeu que há uma incongruência quanto à aplicação da Taxa SELIC às relações puramente privadas, tendo em vista que são distintos os momentos de incidência de juros e correção monetária. Além disso, ressaltou que a SELIC pressupõe a fl uência simultânea desses dois encargos – bis in idem (a mesma taxa cobrada duas vezes). Na sequência, o ministro João Otávio de Noronha pediu vista dos autos, interrompendo, assim, o julgamento. O tema deverá ser amplamente discutido pelos magistrados, mas ainda não há previsão de julgamento defi nitivo.

Incidência da taxa Selic em indenizações

Colegiado escolhe tema controverso para retomar sua pauta de julgamentosCorte Especial

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Ministro Luis Felipe Salomão

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TA “É necessário ter uma cultura constitucional e respeitar a autoridade das leis”Luiz Edson Fachin

Entrevistado pela revista Consultor Jurídico, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin, sustentou a importância de se valorizar o juiz de primeiro grau, que propõe a primeira solução para o caso, para não ordinarizar as côrtes superiores. O mais novo integrante da corte máxima também ponderou sobre a necessidade de se resgatar o respeito à autoridade das leis e de se cumprir a Constituição.

A Constituição deve ser alterada?É necessário cumprir a Constituição atual antes de se pensar em uma nova constituição. Os operadores do Direito ainda são responsáveis por uma cultura constitucional que o Brasil precisa ter. A Constituição, que deve ser respeitada pelo brasileiro, é a sua bíblia por conter preceitos da vida cotidiana e diária, preceitos de liberdade, preceitos de direitos, mas também de deveres. Ou seja, ela tem um valor, como preceito normativo vinculante, que independe das percepções pessoais de um indivíduo. Precisamos sim de algumas mudanças ou transformações substanciais na cultura constitucional e não necessariamente no programa positivado.

As nossas leis não são respeitadas?Não há no sentimento médio da população um senso de obrigatoriedade do comando legislativo. Ao se examinar uma nova lei, ainda se indaga, primeiramente, se ela será para valer. Nota-se que a autoridade da lei é um pouco débil. Cabe ao STF defender a ideia de respeito à autoridade da lei. Como regra, o Estado Democrático de Direito pressupõe, obedecido o devido processo legislativo,

que a lei é produto desse modelo segundo o qual se expressa a vontade da sociedade e da maioria, observando-se os direitos das minorias. Para a preservação das instituições, é preciso resgatar a autoridade da própria lei.

Como valorizar a decisão de primeira instância se ela não for a aplicação da jurisprudência dos tribunais superiores?A exemplo da área tributária, não é difícil identifi car onde estão as matérias de maior taxa de recorribilidade. E, no conjunto dessas matérias, ainda que o tema não esteja sumulado e não haja repercussão geral, se o juiz de primeiro grau entender que, num dado caso, sobre uma determinada atividade produtiva não incide tributo e, anos depois, uma côrte superior disser o contrário, as consequências são desastrosas para aquela atividade. Portanto, valorizar a decisão de primeiro grau signifi ca destacar essa primeira defi nição que está sendo tomada.

O papel do juiz deve ser valorizado

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A prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, poderoso personagem implicado na Operação Lava Jato, remete aos acontecimentos que o levaram à Papuda de cérebro do mensalão e agora qualifi cado de “profi ssional do crime”.

“Chegamos a um dos líderes principais, que instituiu o esquema, permitiu que ele existisse e se benefi ciou dele”, disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos responsáveis pelas investigações.

Segundo ele, o esquema de corrupção na Petrobras reproduziu as características do mensalão, uma vez que parte do dinheiro abasteceu políticos do PT e de outros partidos governistas.

Na origem, tratava-se de comprar apoio político para o novo governo que assumia com muitos planos de mudanças, mas sem base parlamentar para pôr em prática seu ambicioso programa de governo.

Segundo os procuradores, o ex-ministro Dirceu recebeu propina de fornecedores da Petrobras. Alguns pagamentos foram feitos depois de sua condenação pelo STF e quando estava preso. Episódio de audácia invulgar, demonstração de que o conluio agente público-agente privado-político com mandato reproduzia-se como vírus oportunista numa sociedade tolerante com a corrupção, como a nossa.

Num longo e bem justifi cado decreto de prisão, o juiz de primeira instância, Sérgio Moro, considerou a reincidência

de Dirceu nas circunstâncias conhecidas sinal de desrespeito à Justiça.

“As provas são no sentido de que (Dirceu) estava envolvido no esquema criminoso que vitimou a Petrobrás enquanto já respondia, como acusado, a Ação Penal 470, e que persistiu recebendo vantagem indevida durante todo a tramitação da ação penal”, escreveu ele.

Mas não são apenas as características semelhantes dos escândalos e a repetição de um personagem de destaque que une o mensalão ao petrolão.

Um aspecto central reside no fato de que o mensalão se caracterizou pela impossibilidade de agentes públicos protegerem os agentes privados envolvidos. Marcos Valério e outros do universo privado estão presos até hoje, com pesadas penas de 40 anos, enquanto nenhum dos políticos envolvidos se encontra em regime fechado.

O exemplo posto pelo mensalão foi o propulsor das delações dos agentes privados arrolados no petrolão. Em ambos os casos, sem as delações dos privados, os agentes públicos com papel relevante no escândalo, não seriam investigados de forma tão contundente como aconteceu com Operação Lava Jato. Falta conhecer agora o capítulo relativo aos políticos.

Encontro de águas turvas

Mensalão foi propulsor de delações dos agentes privados envolvidos no petrolãoMurillo de Aragão

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PERF

IL Procurador, Cardozo entrou na vida pública como assessor de Luiza ErundinaJosé Eduardo Cardozo

No dia 1º de janeiro de 2015 fez quatro anos que José Eduardo Cardozo foi nomeado para comandar a pasta da Justiça no governo de Dilma Rousseff. Em tempos de grandes escândalos envolvendo o governo do PT e seus aliados, é surpreendente que o ministro não tenha sido substituído, especialmente porque sua atuação divide opiniões no meio político.

Há quem o considere omisso por não intervir na Polícia Federal e orientar a iniciativa responsável pela maior crise da história do Partido dos Trabalhadores – a Operação Lava-Jato. Seus críticos estão no próprio partido, entre eles, o ex-presidente Lula, que exige do ministro “pulso fi rme” e maior controle sobre as investigações da PF. “Lula já pediu a cabeça de Cardozo mais de uma vez. Acredito que Dilma só o mantém lá porque quer provocar o ex-presidente”, revela um petista da velha guarda.

Cardozo chegou ao Ministério na cota pessoal da presidente. São muito amigos, dividem os mesmos médicos e fi zeram

juntos a famosa dieta elaborada pelo argentino Maximo Ravenna. Segundo líderes petistas, a personalidade conciliadora do ministro contribui para que ele seja hoje um dos principais interlocutores da Chefe do Executivo.

“Ele só consegue se dar bem com a presidente há tanto tempo porque difi cilmente entra em algum tipo de embate ou discussão”, alfi neta um amigo partidário. Aproximaram-se quando Dilma ainda era Chefe da Casa Civil e ele deputado Federal. Mais tarde, coordenou a campanha da Presidente, eleita em 2010.

Festejado como jurista competente e por sua capacidade de fazer relacionamentos, inclusive, com políticos de partidos oposicionistas, como os tucanos José Serra e Aloysio Nunes, Eduardo Cardozo ganhou, entre os petistas, o apelido de “pelicano”.

Nascido no bairro paulistano do Brooklin, Cardozo, 56 anos, deu seu primeiro passo na política em 1978, no movimento estudantil da PUC-SP. Em 1981, passou no concurso para procurador municipal da capital paulista e construiu uma trajetória elegendo-se vereador e deputado federal. Começou na vida pública como assessor jurídico da vereadora Irede Cardoso e, mais tarde, de Luiza Erundina.

Com fama de sedutor, o ministro é solteiro convicto, e tem entre suas conquistas a deputada federal Manuela D’Ávila, do PCdoB, do Rio Grande do Sul.

O segredo da permanência de Cardozo na Justiça

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Judiciário

AGOSTO

12QUARTA

Supremo Tribunal Federal julga a constitucionalidade da contratação de serviço de advocacia com dispensa de licitação. Potencial violação da Lei das Licitações (Lei 8.666/93) e a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92). RE 656558 - Repercussão Geral.

O Supremo Tribunal Federal decide sobre a constitucionalidade do regime inédito de substituição tributária ‘lateral’, não previsto em lei, no qual o estado de São Paulo disponibiliza ao agente de distribuição o preço praticado pelos agentes vendedores de energia elétrica no Ambiente de Contratação Livre. ADI - 4281 - Energia Elétrica.

AGOSTO

26QUARTA

Tribunal de Contas da União pode analisar contas do governo da presidente Dilma Rousseff de 2014.

Executivo

AGOSTO

13QUINTA

Banco Central pode divulgar IBC-Br (prévia do PIB) de junho.

AGOSTO

20QUINTA

O IBGE divulga desemprego de julho.

AGOSTO

28SEXTA

O IBGE divulga o resultado do PIB referente ao 2º trimestre de 2015.

Agenda da semana

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CARTA JurídicaANO XI – Nº 476Brasília-DF, 10 de agosto de 2015

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AÇÃO TEMA PARTES SITUAÇÃO IMPACTO

AD

I 49

17

Redistribuição dos royalties do petróleo (Lei 12.734/2012)

Governo do Rio contra a Presidência da República

Liminar suspendeu a redistribuição dos royalties, segundo lei de 2013, que estabelece pagamento de compensação

Desconhecido

AD

I 2.

316

Tentativa de derrubar a instituição da capitalização de juros sobre juros

Partido Liberal contra Presidência da República

Com quatro votos contrários à União e dois a favor, foi substituído o relator, atualmente Celso de Mello

Desconhecido

RE 3

8196

4

Cofi ns – isenção para prestadores de serviço (caso das sociedadescivis de prestação de serviços profi ssionais)

Savoi e Cabral Advogados Associados S/C contra União

Vitória da União por maioria. Embargos de declaração aguardam julgamento

O IBPT estimou em 2007 R$ 4,5 bilhões

RESP

1.5

00.4

73/M

T

Exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS e COFINS

Fazenda Pública contra Empresa Brasil Central Energia S/A

Preliminar indeferida por maioria. No mérito, negativa de recurso de três ministros. Pedido de vistas de Benedito Gonçalves. Cinco ministros aguardam hora de votar

Receita calcula em R$ 250 bilhões. Prejuízo de R$ 27 bilhões somente em 2015, caso o recurso seja desprovido

RE 1

83.1

80/D

F e

outr

os

Condenação da União a pagar indenização por defasagem em tarifas cobradas de 1985 a 1992

Diversas companhias aéreas

STJ e STF já votaram contra a União, reconhecendo o direito das empresas aéreas

Quando executadas, podem gerar passivo de bilhões de reais

DES

TAQ

UES Processos