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PUB SEXTA-FEIRA 6 DE DEZEMBRO DE 2019 ANO XXVIII Nº: 4332 SÉRIE: III DIRECTOR: RICARDO PINTO MOP 10 EDUARDO MARTINS ENTREVISTA PAULO BRANCO “Provei que não há maldições que fiquem” P.8/10 HOJE HÁ PANORAMA CHUI SAI ON O Chefe de Executivo, que cessa funções a 20 de Dezembro, afirmou, em entrevista à agência estatal chinesa Xinhua, que os seus dez anos de mandato foram marcados pela estabilidade, pelo crescimento económico e pelo reforço da lealdade ao país. P.4 20 ANOS 20 FIGURAS O Benfica de Macau conseguiu, em 2018, uma qualificação histórica para a fase de grupos da Taça da Confederação Asiática. Duarte Alves, director administrativo e financeiro do clube, foi um dos principais obreiros do feito das ‘águias’. P.6/7 HONG KONG A crescente fuga de capitais de Hong Kong, como plano de contingência dos residentes locais face à crise política na região, tem beneficiado o regime dos vistos ‘gold’ em Portugal, revelam profissionais do sector. P.11 Macau ainda sem registo de pontos negros rodoviários Macau continua a não ter dados estatísticos que lhe permitam saber quais são as ruas e freguesias em que ocorrem mais acidentes. Sem estes dados, os serviços estão impossibilitados de conseguir identificar os pontos negros da sinistralidade rodoviária na RAEM. Em Maio, o PONTO FINAL — na sequência de um aparatoso acidente envolvendo um autocarro turístico, e da preocupação manifestada pelos deputados da Assembleia Legislativa — quis saber qual era a informação disponível e de que modo esta contribuía para a prevenção rodoviária. Na altura, a DSAT respondeu que não tinha os dados, mas que já os começara a recolher. Sete meses depois, continua tudo na mesma. P.5

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SEXTA-FEIRA6 DE DEZEMBRO DE 2019ANO XXVIII • Nº: 4332 • SÉRIE: IIIDIRECTOR: RICARDO PINTOMOP 10

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ENTREVISTA PAULO BRANCO

“Provei que não há maldições que fiquem”•P.8/10

HOJE HÁ PANORAMA

CHUI SAI ONO Chefe de Executivo, que cessa

funções a 20 de Dezembro,

afirmou, em entrevista à agência

estatal chinesa Xinhua, que os

seus dez anos de mandato foram

marcados pela estabilidade, pelo

crescimento económico e pelo

reforço da lealdade ao país. •P.4

20 ANOS 20 FIGURASO Benfica de Macau conseguiu, em

2018, uma qualificação histórica

para a fase de grupos da Taça da

Confederação Asiática. Duarte

Alves, director administrativo e

financeiro do clube, foi um dos

principais obreiros do feito das

‘águias’. •P.6/7

HONG KONGA crescente fuga de capitais

de Hong Kong, como plano de

contingência dos residentes locais

face à crise política na região,

tem beneficiado o regime dos

vistos ‘gold’ em Portugal, revelam

profissionais do sector. •P.11

Macau ainda sem registo de pontos negros rodoviários

Macau continua a não ter dados estatísticos que lhe permitam saber quais são as ruas e freguesias em que ocorrem mais acidentes. Sem estes dados, os serviços estão impossibilitados de conseguir identificar os pontos negros da sinistralidade rodoviária na RAEM. Em Maio, o PONTO FINAL — na sequência de um aparatoso acidente envolvendo um autocarro turístico, e da preocupação manifestada pelos deputados da Assembleia Legislativa — quis saber qual era a informação disponível e de que modo esta contribuía para a prevenção rodoviária. Na altura, a DSAT respondeu que não tinha os dados, mas que já os começara a recolher. Sete meses depois, continua tudo na mesma.•P.5

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ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 2019 ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 20192 | | 3OPINIÃO

“O processo de destituição de Donald Trump, o célebre ‘impeachment’, mais um anglica-nismo que o Mundo adoptou, continua.Donald Trump falou com Zelensky acerca da família Biden?Sim, não há dúvidas, o próprio o admite.Chantageou Zelensky? Houve lugar ao tão afamado ‘quid pro quo’? O ‘I give you something if you give me something’?Essa é a grande questão.Uma questão que estou cada vez mais convicto Donald Trump não terá sequer colocado a si próprio.Rei dos cabotinos, profundo ignorante do mais básico ‘rule of law’, Donald Trump exerce o cargo de Presidente dos Estados Unidos como sempre se comportou na sua vida privada e negocial.Quero, posso, mando, faço, contrato, de-mito, tudo com grande panache.Informações acerca da família Biden ain-da que vindas de um líder de outro país e a troco de vantagens para esse país?Lembram-se de Michael Douglas em Wall Street contratar Charlie Sheen para espiar o seu principal adversário?Same same but different.Quid pro quê?”

PEDRO COIMBRA Devaneios a Oriente http://devaneiosaoriente.blogspot.com

“Entra pelos ouvidos. Mas quando não entra por um e sai pelo outro, para onde é que vai a voz de quem fala connosco?A voz de Cary Grant! Quero é falar da voz de Cary Grant. Um dia, a secretária virou-se para ele, telefone na mão, e murmurou: ‘Está aqui o Presidente Ken-nedy a querer falar consigo…’ O actor, que por acaso era inglês e se chamava Archie, foi ao telefone: ‘Sr. Presidente, em que posso ser útil?’ (Toda a gente queria ser útil ao Presidente Kennedy.) John estava na Sala Oval, com o irmão Bobby ao lado, e contou-lhe que am-bos queriam falar com ele. ‘Pois não, e como posso ajudá-los?’, insistiu o actor de Hitchcock. Encabulado, o Presidente balbuciou: ‘Bom, na verdade nós ligá-mos-lhe por uma razão simples. Quería-mos ouvir a sua voz!’ Eram dois miúdos, sentados ao colo duma nação, a quere-rem realizar um sonho: ouvir a voz de Cary Grant.Como o melhor café, a voz dele era uma mistura excepcional de arábica e robus-ta. Um sotaque mais elegante do que petulante, uma pronúncia muito acen-tuada da primeira sílaba de cada pala-vra, a nonchalance de uma hesitação, o timbre de tenor, um pó de ligeira ironia a aromatizar, picante, o fim de frase.A voz de Cary Grant levava os Kenne-dy ao céu. A de Kathleen Turner levou William Hurt para a cama.Vamos admitir que a voz de Grant se ins-tala nas limpas assoalhadas do cérebro a que chamamos lobos temporais. Entra e delicia, primeiro, o córtex auditivo primá-rio dos Kennedy, depois a área auditiva

secundária, a deles ou a da princesa Gra-ce Kelly, em ‘To Catch a Thief’.As frequências baixas da voz de Kathleen Turner não param aí. Décadas antes, já Lauren Bacall ensaiara rouquidão seme-lhante. Para resistir, Bogart, essa antíte-se de Ulisses, fugia-lhe de iate para o alto mar. Em ‘Body Heat’, Hurt não tem fuga: a voz de Turner atravessa-lhe o córtex e vem por ali abaixo, com tal fra-gor muscular que o jovem Hurt rebenta-ria portas e janelas – e rebenta! – para colher a ressonância profunda que ema-na da boca dela.A voz de Grant pára na sala civilizada do cérebro, a de Turner já vimos onde. Outras vozes infectam a alma, como o verme de Blake adoece o botão de rosa.As vozes de certos padres ou mestres são melífluas, carregadas de persuasão e algemas. Dão o ouvinte como certo e enfraquecem-no, cortando-lhe o cabelo como Dalila a Sansão. Chatos como a potassa. Quando ouvirem vozes dessas, lembrem-se do grito do catolícissimo Hi-tchcock.Descendo uma sinuosa colina suíça, ao ver um rapazinho a caminhar ao lado de um padre – a protectora mão deste por cima do jovem ombro, uma neblina de conselhos a esvoaçar já sobre a fresca cabeça –, Hitchcock abriu a janela do carro e gritou: ‘Run for your life, boy!’ Com quem diz: Salva esse coiro, rapaz. Há vozes piores do que grilhetas”.

MANUEL S. FONSECA A Página Negra https://paginanegra.pt

ADMINISTRADOR: Ricardo Pinto DIRECTOR: Ricardo Pinto EDITORES: Pedro André Santos, Sílvia Gonçalves REDACÇÃO: André Vinagre, Eduardo Santiago, João Carlos Malta, Miguel Fan COLABORADORES: Carlos Piteira, Hélder Beja, João Paulo Meneses, Luís Sequeira, Sara Figueiredo Costa, Stacey Qiao Vítor Quintã COLUNISTAS: Agostinho Caetano, Ana Cristina Alves, Ana Paula Dias, Cecilia Ho, Esther Un, Fernando Dias Simões, Filinto Elísio, Frederico Rato, José Drummond, Kam Sut Mei, Manuel Correia da Silva, Márcia Souto, Maria Antónia Espadinha, Maria José de Freitas, Paulo Mendes Ricardo, Pedro Cortés, Rui Flores, Rui Rocha, Tânia Marques PAGINAÇÃO: José Figueiredo, Catarina Lopes Alves DESIGN: Inês Campos Alves FOTOGRAFIA: Eduardo Martins, Agência Lusa PUBLICIDADE: Flavia Chan PROPRIEDADE, ADMINISTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: Praia Grande Edições, Lda IMPRESSÃO: Tipografia Welfare Ltd.

0 Trav. do Bispo, nº 1, 6º andar, Macau % [email protected] ! 2833 9566 / 28338583 < 2833 9563

PONTO DE CITAÇÃO

ESCRITO NA REDE

OPINIÃO

Fôlego de voluntários: Um grupo de performers participa no evento de lançamento do programa global de recrutamento de voluntários para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de Pequim, em 2022. O comité organizador vai recrutar 27.000 voluntários para os Jogos Olímpicos de Inverno e 12.000 voluntários para os Jogos Paralímpicos de Inverno. EPA/WU HONG

“Apesar do Protocolo de Quioto e das 24 Conferências das Partes (Conferences of the Parties – COP) não terem tido resultados palpáveis, tenhamos esperança que as decisões da COP 25 sejam mais bem sucedidas. Algo de positivo está a acontecer: a consciencialização da juventude, motivada por esse grande símbolo que é a ativista Greta Thunberg. E os jovens serão os dirigentes de amanhã…”

OLAVO RASQUINHO

PRESIDENTE DA ASSO-

CIAÇÃO PORTUGUESA

DE METEOROLOGIaHoje Macau

“Obviamente, Trump não quis pressionar demais a China, mostrando que a sua atitude em relação a Hong Kong não é totalmente consistente com a do Congresso. Mas se os EUA ignorarem o aviso da China, e continuarem a interferir e até a aplicarem sanções contra a China usando a legislação, o Governo chinês certamente aumentará as retaliações. As relações China-EUA são então afectadas. Se chegará a tal situação depende dos passos que o Governo Trump tomará em seguida. (...) No entanto, em qualquer caso, o que está em causa em Hong Kong é a soberania, que não deve ser ultrapassada e deve ser protegida a todo o custo.”

ZHANG CHENRONG

INVESTIGADORGlobal Times

“No entanto, Ao Ieong é uma das duas mulheres que estão no novo Governo - a outra é Hoi Lai Fong, nomeada Chefe de Gabinete de Ho — e isso não deve ser tomado como garantido. Normalmente, não acredito que as distinções de género contem muito, apenas são usadas de forma tendenciosa. Competência, inteligência e engenho não pertencem a homens ou mulheres. Mas se existe uma área em que Ao Ieong pode fazer a diferença, é no tema da licença parental e da protecção legal para a amamentação, que está muito atrasado, exactamente porque ela é uma mulher.”

SHEYLA ZANDONAI

CRONISTAMacau Daily Times

“A escola pública, que tem sido o maior elevador social nos últimos 40 anos, tem um papel único no combate às desigualdades sociais. Têm de ser multiplicados e valorizados os projetos nesse sentido e, como prometeu o ministro da Educação no auge da discussão sobre as retenções e o combate ao insucesso escolar, deve ser dada uma atenção redobrada à diversidade das escolas e dos territórios, apoiando mais quem mais precisa. Se algo está a falhar nessa luta ou se são ainda tão fortes os sentimentos de determinismo socioeconómico expressados pelos nossos jovens, é nosso dever, como sociedade, reflectir sobre o caminho por fazer. A pobreza não pode ser um fardo que pesa e dificulta altos voos.”

INÊS CARDOSO

JORNALISTAJornal de Notícias

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OLHAR EM REDOR

A COERÊNCIA que tanto nos falta

É uma constante nas Leituras de preparação para a celebração do Natal, o Nascimento de Jesus

Cristo, a chamada à ‘mudança’ tanto do íntimo do nosso coração como também das atitudes e comportamentos do nosso quotidiano.

O texto neste Domingo de Advento, o Segundo, põe em relevo, entre outros aspectos, a questão da Coerência de Vida: o que é feito exteriormente que corresponda sempre às convicções mais profundas, defendidas ou proclamadas por cada um; ou ainda que tudo quanto sejam valores transcendentais da existência humana, como, por exemplo, a Verdade, a Justiça, a Igualdade, a Solidariedade, a Paz e a Harmonia, o Perdão e a Compaixão, que sejam expressos na nossa conduta quotidiana, em qualquer momento, em todas as situações e diante de toda a pessoa.

Os casos de corrupção, de chantagem, de mentira, de engano e de duplicidade não páram na Sociedade contemporânea, entre os líderes da geo-política mundial. Descobrem-se tantos e inúmeros esquemas torpes e indignos em decisões de Governos. Saltam à vista da comuniddade universal os esquemas desumanizantes e imorais da alta finança e dos grandes grupos económicos. As multinacionais, com a ganância do ‘vil metal’, actuam sem escrúpulos sobre os seus trabalhadores, explorando e abusando do trabalho dos mais pobres, vulneráveis e fracos, principalmente nos países que não têm capacidade de tratar

tecnicamente dos abundantes depósitos de matérias primas.

Torna-se cada vez mais frequente ouvir nos espaçosos e refinados Parlamentos, Senados e Assembleias: ‘Não há vontade política.’ Sim, os políticos parecem viver numa orgia de poder e inebriados de ideias sem sentido da realidade, e revelando-se, dramática e dolorosamente, inapazes de compreender e sentir o que é ‘o bem comum’ e para ele verdadeiramente trabalhar.

****************

Aos fariseus, eles que participavam, duma ou doutra maneira, em reponsabilidades na política, na finança, na cultura, na religião da sociedade judia, João Baptista denuncia e desmascara corajosamente a ambiguidade de comportamento deles, declarando, sem pena nem agravo: «Raça de víboras... Praticai acções que se conformem ao arrependimento que manifestais...» Mais tarde, o próprio Jesus Cristo enfrentará situação semelhante e dirá, com palavras contundentes, talvez duras, mas sem deixar dúvidas: «Hipócritas... Raça de víboras...»

Não estaremos nós, nesta nossa Sociedade actual, com necessidade urgente e vital de vozes, que, à maneira dos profetas, denunciem a situação caótica a que política, sócio-economica e, acima de tudo, moralmente estamos a chegar...!? Que apareçam homens e mulheres capazes de revelar a dramática contradição dos discursos pomposos e muito eruditos dos Chefes das Nações e dos homens

e mulheres de poder, mas que, na prática, nada trazem à solução dos problemas. Confirma-se assim, mais uma vez e apenas, a falta de Coerência no exercício das suas responsabilidades.

Não será, provavelmente por acaso, que em tantos países, pelo mundo fora, os movimentos dos jovens, dos mais fracos e desprotegidos e da classe trabalhadora crescem e desafiam o modo de viver que nos apresentam os responsáveis da governação dos povos neste começo do século e do milénio. Eis a pequena sueca, defendendo a Natureza...! Eis a frágil paquistanesa a lutar pela Dignidade da Mulher!

Mas João Baptista faz-nos ainda reflectir sobre uma segunda dimensão da nossa existência hodierna, quando prestamos atenção ao seu estilo de vida. «João tinha uma veste tecida de pêlos de camelo e uma cintura de cabedal à volta dos rins. O seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre...» diz o Evangelho. Ele, para ser coerente consigo mesmo e para ter maior eficácia na sua Mensagem de ‘conversão e mudança de vida’, assume, ele mesmo, um estilo de vida simples, frugal e algo austero, muito ligado à natureza. Não constitui esta opção de vida de João Baptista, aquele que é apelidado de «a voz que clama no deserto», um convite a toda a Humanidade a enveredar, decididamente, pela via da simplicidade, frugalidade e liberdade interior, em vez de se deixar arrastar pela voragem egoísta e narcisista da ‘sociedade de consumo’ e da ‘sociedade do bem estar, conforto e prazer’?

****************

Governantes há e muita outra gente, nos tempos que correm, que não só são, na vida pessoal, uma autêntica contradição e manifestam uma incoerência escandalosa, quando escutamos aquilo que anunciam e prometem publicamente.

A situação, porém, agrava-se quando aqueles e aquelas, principalmente investidos de autoridade, nos diversos sectores da comunidade humana, não prestam nenhuma atenção à contínua destruição da natureza. Tristemente temos que reconhecer que se encontram ainda muitas pessoas para quem ‘o equilíbrio ecológico’ não passa de palavreado.

Oiçamos o gemido da natureza humana ferida, no profundo do coração!

Escutemos aí a voz suave e penetrante do Espírito de Deus!

LUÍS SEQUEIRASacerdote e antigo Superior

da Companhia de Jesus em Macau.

Escreve neste espaço às sextas-feiras

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ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 2019 ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 20194 | | 5POLÍTICA

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SOCIEDADE

Em entrevista à agência Xinhua, divulgada on-tem, Chui Sai On saudou o Governo Central por ter

“cuidado do bem-estar dos resi-dentes de Macau”, acrescentan-do que foi graças a Pequim que o Governo de Macau conseguiu me-lhorar as condições de vida da po-pulação do território. “Desde que Macau voltou à pátria”, enfatizou Chui, “a Constituição da China e a Lei Básica foram promovidas em toda a sociedade, estabelecendo uma base legal para a região”.“As comunidades leais ao país e a Macau uniram-se ao Governo de Macau no desenvolvimen-to económico e na melhoria dos meios de subsistência”, disse Chui, acrescentando que o sector da educação também não poupou esforços para promover o va-lor central de ser leal ao país e a Macau. Em relação a este último ponto, o ainda Chefe do Executivo lembrou que todas as instituições educacionais de Macau exibem a bandeira nacional, onde a educa-

ção sobre patriotismo é uma prá-tica regular.O Governo de Macau lançou em 2004 um programa “para melho-rar o conhecimento e a paixão dos professores e estudantes de Ma-cau pela pátria”, lê-se na entre-vista. Cerca de 65.000 pessoas já participaram no programa e, des-de 2016, mais de 3.000 estudantes de Macau visitaram o continente chinês para estudos e intercâm-bios culturais, em programas patrocinados pelo Governo do território, enfatizou. “Estas acti-vidades ajudam o povo de Macau a conhecer mais sobre a história da pátria, incentivando assim os compatriotas a nutrir a lealdade ao país e à região”, sublinhou.A agência noticiosa chinesa re-corda ainda o “orgulhoso PIB per capita de mais de 82.000 dólares americanos em 2018 e uma hu-milde taxa de desemprego de 1,8% em Agosto de 2019”. Neste ponto, Chui Sai On afirmou que o desen-volvimento económico e a me-lhoria dos meios de subsistência

foram uma orientação importan-te durante os seus 10 anos à frente do Executivo de Macau.Para o futuro, o Chefe do Executi-vo do território disse que a aposta deve continuar a ser no turismo, na plataforma de cooperação co-mercial entre a China e os países de língua portuguesa, mas tam-bém nos novos projectos de Pe-quim: a Grande Baía e o projecto “Uma Faixa, Uma Rota”.“Os talentos e a educação são cruciais para o futuro”, afirmou Chui, acrescentando que Macau incentiva os jovens a participar no desenvolvimento da Grande Baía, no qual Pequim pretende criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guang-dong, numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,2 mil milhões de euros, semelhante ao PIB da Aus-trália, Indonésia e México, países que integram o G20.Quanto à diversificação da eco-

nomia de Macau, altamente de-pendente da indústria do jogo, o Chefe do Executivo afirmou que o território precisa de formar mais talentos locais, e recrutar de fora, em áreas como a indústria de conferências e exposições, inova-ção cultural, medicina tradicional chinesa, finanças, etc.Desta forma, Chui disse que en-tende os riscos decorrentes da es-magadora dependência da indús-tria do jogo, e acrescentou que se deve continuar o desenvolvimen-to de uma economia mais diver-sificada. “Esse desenvolvimento é o nosso dever, pois atribuímos grande importância às necessida-des básicas das pessoas, incluin-do educação, saúde, previdência social e prevenção e redução de desastres”, afirmou.Depois de ter cumprido dois mandatos, cada um de cinco anos, o actual líder do Executivo será substituído no cargo pelo ex-pre-sidente da Assembleia Legislativa Ho Iat Seng, de 62 anos. Lusa

Em Maio, o PONTO FINAL quis saber quais eram os locais em que se registavam mais acidentes na RAEM, e nem a Polícia de Segurança Pública nem a Direcçãodos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) tinham, na altura, dados estatísticos sobre as ruas ou freguesias em que a sinistralidade era maior. Nessa altura, os serviços responderam que apesar de os números não estarem organizados e estruturados,já tinham começado a recolhê-los. Agora, após nova insistência, na última semana, voltam a chutar o caso para o futuro.

JOÃO CARLOS MALTA

[email protected]

Sete meses depois, Macau continua sem saber quais são os pontos negros rodoviários

Macau continua a não ter dados estatísticos que lhe permitam sa-ber quais são as ruas

e as freguesias em que ocorrem mais acidentes. Sem estes dados, os serviços estão impossibilitados de conseguir identificar os pontos negros da sinistralidade rodoviá-ria na RAEM. Em Maio, o PONTO FINAL — na sequência de um apa-ratoso acidente no meio da cidade envolvendo um autocarro turístico, e da preocupação que o tema ge-rou nos deputados da Assembleia Legislativa — quis saber qual era a informação disponível e como ela contribuía para a prevenção rodo-viária. Na época, a DSAT respondeu que não tinha os dados, mas que já os começara a recolher. Ora, sete meses depois, continua tudo na mesma. Perante as perguntas do PONTO FI-NAL, para perceber se já havia da-dos estruturados sobre este tema, a DSAT, liderada por Lam Hin San, voltou a responder que, “até ao momento, não dispomos de novas informações a acrescentar ao nosso último contacto”. O que se preten-dia saber, mais uma vez, era a lo-calização dos acidentes rodoviários para estabelecer padrões que per-mitissem analisar onde é que seria necessário mudar infra-estruturas, ou condicionar comportamentos, para evitar colisões ou despistes, de modo a prevenir a ocorrência de vítimas. Mesmo estando em causa um nú-

mero reduzido de variáveis (núme-ro, local, gravidade dos ferimentos), mais uma vez a DSAT, apesar de não ter os dados, voltou a garantir “que está a decorrer um trabalho inten-so, por esta Direcção de Serviços e pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, na organização e análise dos dados recolhidos para a criação de uma base de dados que se quer bastante completa e responsável”. Os serviços argumentam que, “uma vez que este trabalho envolve um número volumoso de dados”, re-quer mais tempo para concluir os trabalhos necessários para poder dar as informações ao público. “As-sim, lamentavelmente, de momen-to não nos é possível disponibilizar novas informações. No entanto, garantimos que assim que seja pos-sível, serão divulgadas”, rematam os serviços.

UMA HISTÓRIA DE PASSAGEM

DE RESPONSABILIDADES

Em Maio deste ano, perante suces-sivas insistências ao longo de duas semanas na busca de respostas, a DSAT acabou por responder que já tinha começado a criar uma base de dados para os acidentes rodo-viários, no entanto, a mesma ne-cessitava de alguns meses para ser concluída. “Quando esta se encon-trar concluída, os dados poderão ser registados de forma eficiente e sis-temática”, prometiam há mais de seis meses. A dúvida que persiste agora, tal como já existia à época,

é a de que não existindo esta infor-mação, então como se prioriza e se torna mais efectivo o combate à si-nistralidade nas estradas.Há meio ano, as questões levanta-das por este jornal levaram o CPSP e a DSAT a chutarem responsabi-lidade de um para o outro. Primei-ro, o CPSP disse não ter os dados, e remeteu para a DSAT. A direcção dos serviços, depois de contactada, voltou a baixar o caso à força poli-cial, com o argumento de que era a Polícia a “responsável por fazer cumprir a lei do trânsito”.O PONTO FINAL voltou a contactar o CPSP que, à mesma pergunta, re-torquiu: “A DSAT declarou à PSP que a direcção não tem estes números, e pergunta se a PSP tem… pelos vis-tos não temos e não existem”. Só mais tarde, e perante a insistência nas questões, é que o serviço lidera-do por Lam Hin San informou que já estava a tratar da base de dados.Os últimos dados estatísticos exis-tentes dos acidentes de viação em Macau, referentes ao final de Outu-bro, e compilados pelo CPSP, revelam a ocorrência de oito vítimas mortais (três condutores e cinco peões), me-nos um morto do que em igual perío-do do ano anterior. No entanto, em sentido inverso, segue o número de feridos graves — com necessidade de internamento hospitalar — que aumentou 17,2% até Outubro, para um total de 95. Os feridos ligeiros são quase os mesmos do que em igual período do ano anterior, registando 3.714 casos, mais 1,7%.

PROVA DE CONDUTOR DE TÁXI EM FORMATO DIGITAL A PARTIR DE JANEIRO

A partir do próximo ano, a prova

de condutor de táxi passará a

ser realizada em formato digital,

segundo a Direcção dos Serviços

para os Assuntos de Tráfego

(DSAT). Por motivos de optimizar a

concretização das provas e promover

a redução do uso de papel, a

DSAT anuncia que, a partir de

2020, os exames para a obtenção

do cartão de condutor de táxi

serão implementados em formato

electrónico. Os resultados serão logo

disponibilizados após concluído o

exame. Os aprovados poderão pedir

às autoridades, no dia seguinte à

realização da prova, a emissão do

cartão de condutor de táxi, com

uma validade de cinco anos e um

custo total de 880 patacas. A DSAT

acrescenta que os candidatos que se

tenham inscrito desde ontem serão

os primeiros participantes na prova

digital, que terá lugar no dia 15 de

Janeiro de 2020. O local do exame

será na Avenida da Praia Grande,

Edifício China Plaza, 3º andar. Com

o objectivo de facilitar a aplicação

do novo formato, já se encontra

disponível na página oficial da DSAT

(www.dsat.gov.mo) um acesso

ao teste de modelo, destinado ao

exame de condutor de táxi, refere

ainda o organismo. M.F.

AMCM E BANCO POPULAR DA CHINA ASSINAM ACORDO ‘SWAP’ DE MOEDA CHINESA

O Banco Popular da China e a

Autoridade Monetária de Macau

(AMCM) assinaram ontem um acordo

de ‘swap’ para evitar possíveis faltas

de liquidez de moeda chinesa em

Macau. “Apoiar o desenvolvimento

económico e financeiro e consagrar

os suportes dispensados pelo Estado

em relação ao desenvolvimento em

Macau das operações em renmimbis

e à construção da ‘Plataforma de

Prestação de Serviços Financeiros

entre a China e os países de língua

portuguesa’”, é o objectivo deste

acordo assinado em Pequim, depois

da aprovação do Conselho de Estado,

apontou a AMCM em comunicado.

O acordo assinado pelo Governador

do Banco Popular da China, Yigang,

e pelo Presidente do Conselho de

Administração da AMCM, Chan

Sau San, tem a duração de três

anos, “renovável e actualizável

mediante o consentimento mútuo”,

lê-se no comunicado. Ao abrigo das

disposições neste Acordo, o limite

máximo acumulado das transacções

de “Swaps” ascenderá a 30 mil

milhões de Renminbis [RMB] ou a

35 mil milhões de patacas, sendo

que este mecanismo será accionado

pela AMCM apenas nas situações em

que se verifique falta de liquidez em

RMB no mercado financeiro, pelo

que este mecanismo de ‘Swap’ tem

natureza meramente preventiva.

Novo Macau quer mais transparência no novo regime de renovação urbana

PETIÇÃO

A Associação Novo Macau

(ANM) entregou ontem na sede

do Governo uma petição que

pede a “protecção do direito

à propriedade” nas zonas

antigas da cidade, no âmbito do

regime de renovação urbana.

Na petição, a associação pró-

democracia faz três exigências

ao Governo: Que os proprietários

possam consultar informação

clara; que haja a possibilidade

de haver rescisões dos contratos

e que o Governo valorize as

habitações através de um

“sistema justo e científico”.

No documento, a Novo Macau

frisa que “a renovação urbana

não é um projecto imobiliário

e que deve ter como essencial

o melhoramento da qualidade

de vida dos cidadãos e o

desenvolvimento contínuo da

cidade”. A associação, cujo vice-

presidente é o deputado Sulu

Sou, diz que, caso não haja no

regime medidas que “protejam

os proprietários”, “irá surgir

uma sequência de problemas”,

como “a expropriação forçada

e até reacções violentas dos

proprietários, consequências da

instabilidade social que estariam

contra os objectivos pretendidos

da renovação urbana”.

Para que tal não aconteça, a

Novo Macau sugere que sejam

fornecidas aos proprietários

“informações sobre o património

líquido da sua propriedade e

o método de cálculo”; que o

Governo procure “maximizar

a transparência do regime de

renovação urbana e o direito à

consulta de informação pública”,

dando acesso ao valor das

propriedades das zonas antigas

antes e depois da renovação; e

que seja criada na internet uma

página, “para que as informações

estejam mais transparentes ao

público”.

O regime jurídico da renovação

urbana está em consulta pública

até segunda-feira e prevê que as

edificações mais antigas sejam

alvo de renovação. A proposta

determina que, para iniciar

um processo de reabilitação,

há dois critérios: o prédio ter

sido confirmado pelos serviços

competentes como estando

em ruína e ser um perigo

para a segurança pública, ou

simplesmente ter mais de três

décadas de construção. Esta

renovação será responsabilidade

tripartida da Macau Renovação

Urbana SA, dos proprietários e

das entidades privadas.

A.V. com M.F.

Chui Sai On: Mandato marcado pela estabilidade, crescimento económico e lealdade ao país

O Chefe de Executivo de Macau, que cessa funções a 20 de Dezembro, afirmou, em entrevista à agência estatal chinesa Xinhua, que os seus dez anos de mandato foram marcados pela estabilidade, pelo crescimento económico e pelo reforço da lealdade ao país.

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MARTIN

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veio a acontecer”, lamentou Duarte Alves.Impossibilitado de competir na AFC no ano seguinte, o Benfica apostou numa políti-ca mais focada na formação, perdendo também algumas das suas principais refe-rências na equipa. Na últi-ma temporada, e após cinco campeonatos conquistados, as ‘águias’ terminaram na terceira posição a 12 pon-tos do Chao Pak Kei, actual campeão da Liga de Elite. Na Bolinha, campeonato de fu-tebol de sete, o Benfica fez uma boa prestação, perden-do apenas na final, frente ao Sporting de Macau.

VINTE ANOS MARCADOS PELO

DESENVOLVIMENTO DO JOGO

No ano da transição, Duar-te Alves era um adolescente, com 16 anos, tendo vivido aqueles momentos com “uma perspectiva muito diferente”, recorda. “Na altura era muito imprevisível o que seria Ma-cau depois de 1999, mas lá em casa houve uma confiança de que tudo iria correr bem, e cá ficámos”, disse.Vinte anos depois, Macau “é uma cidade muito diferente”, fruto de um desenvolvimen-to acelerado ao longo desse período. “A abertura do jogo foi o que mais marcou Macau nestes 20 anos, o que abriu as portas para um grande desen-volvimento, algo que antes da transição não se fazia. Com o desenvolvimento do jogo houve uma maior diversifi-cação nesse sentido de oferta, desde espaços comerciais até espectáculos, restaurantes, tudo cresceu com a abertura das licenças de jogo”, subli-nhou Duarte Alves. No entanto, o crescimento económico trouxe também algumas implicações menos desejadas para a população devido ao disparar do núme-ro de turistas. “Antigamente ainda se ia ao Largo do Sena-

do ou à zona das Ruínas de São Paulo dar um passeio, hoje em dia é impensável”, frisou.Sobre o futuro da RAEM, Duarte Alves mostra-se ex-pectante, sobretudo sobre a forma como Macau de-verá manter as suas raízes e tradições. “Em Macau há um grande sentido de per-tença à Mãe Pátria, de que-rer integrar-se com o resto da China continental, e às vezes receio que se esteja a perder essa identidade de Macau e sejamos só mais uma cidade chinesa, o que acredito que não seja o que o Governo Central espera que Macau seja”, acrescentou.

MACAU, UM REGRESSO

A CASA

Duarte Alves nasceu em Macau, terra onde estu-dou até ter completado 15 anos de idade. Após o 10º ano, decidiu prosseguir os estudos em Inglaterra, em Bath. “Sempre tive o so-nho de estudar engenha-ria mecânica e especiali-zar-me mais no sector do desporto motorizado, e não há melhor indústria do que a inglesa. Decidi acabar o curso em Inglaterra, para me preparar, e depois tirar o curso superior de enge-nharia mecânica com es-pecialização em engenha-

ria automóvel”, explicou.Depois de completar o mes-trado e trabalhar em Ingla-terra durante três anos, de-cidiu regressar a Macau em finais de 2008, após quase uma década de ausência. “Mesmo estando fora nun-ca me senti em casa, para mim Macau sempre foi a minha casa, e sempre senti que um dia iria regressar”, disse Duarte Alves. Enquanto não surgiam oportunidades que lhe en-chessem as medidas para prosseguir a carreira pro-fissional, decidiu ir estudar mandarim para Pequim, onde ficou por meio ano. “Foi pouco, mas para quem

fala já cantonense, apren-der mandarim é bastante fácil, ainda por cima es-tando na capital do país ro-deado de pessoas que falam a língua, foi um ambien-te fantástico e consegui aprender o básico. Depois voltei para Macau e come-cei vários projectos, um de-les foi o Benfica de Macau”, recordou.Membro do Conselho do Desporto há vários anos, Duarte Alves procura tam-bém manter-se ligado à cultura e costumes ma-caenses, tendo integrado a comissão instaladora da Associação dos Jovens Ma-caenses, juntamente com

Jorge Valente e Ricardo Silva. Para além disso, é também vice-presidente da Federação da Juventude de Macau e dos Jovens Empre-sários de Macau. “Há asso-ciações macaenses, mas no geral são de uma geração mais sénior e não repre-sentam o que nós achamos que poderia ser feito, até para dar mais experiência aos jovens macaenses”, explicou Duarte Alves, sa-lientando a importância de os jovens integrarem este tipo de associações para futuramente poderem “re-presentar qualquer assunto relativo à sociedade ma-caense”.

20 ANOS, 20 FIGURAS20 ANOS, 20 FIGURAS

20

FIGURAS

20 ANOS

Duarte Alves, o homem do leme na qualificação histórica do Benfica na AFC

O Benfica de Macau conseguiu, em 2018,

uma qualificação histórica para a fase de grupos da Taça da

Confederação Asiática. Duarte Alves, director

administrativo e financeiro do clube,

foi um dos principais obreiros pelo feito das ‘águias’ do território,

algo que até então nunca tinha sido

alcançado por uma equipa de futebol de

Macau.

PEDRO ANDRÉ SANTOS [email protected]

Em 2012, o Benfi-ca de Macau su-biu à Liga de Elite, principal escalão

do futebol do território, num percurso que partiu da quarta divisão nas tempo-radas transactas e terminou na fase de grupos da Taça da Confederação Asiática (AFC), em 2018. “Fomos sempre aprendendo, fomos subindo de divisão todos os anos, mas todos os anos tentámos aprender e fazer melhor, obviamente sem-pre com alguns obstáculos, que fomos aprendendo a contornar”, disse Duarte Alves ao PONTO FINAL.O director administrativo e financeiro do Benfica de Macau foi um dos principais responsáveis pela ascensão do clube nas últimas épo-cas, juntamente com o pai, o presidente Leonel Alves.

“O objectivo era formar uma equipa de futebol para che-gar à primeira divisão, e, um dia, competir na Ásia. Uma ideia que surgiu há 10 anos e que, nove anos depois, veio a concretizar-se”, disse Duar-te Alves, recordando a pres-tação das ‘águias’ na AFC. Em seis partidas disputadas na fase de grupos, o Benfi-ca de Macau somou quatro vitórias, perdendo apenas frente ao 25 de Abril, equi-pa da Coreia do Norte que só caiu na meia-final da com-petição. Um feito histórico para um clube de futebol de Macau e logo com uma prestação de realce, espe-cialmente tendo em conta que se tratava de uma es-treia e frente a equipas bem mais cotadas. “Foi algo que fiz com muito orgulho [tra-zer jogos da AFC a Macau]”, acrescentou.

Em destaque, Duarte Alves recorda dois momentos: a vitória no jogo de estreia, frente ao Hang Yuen, de Taiwan, na qual a formação da RAEM chegou ao interva-lo a perder por 2-0. Porém, nos segundos 45 minutos, as ‘águias’ alcançaram a cambalhota no marcador, vencendo por 3-2 numa partida que levou cerca de três mil adeptos ao Estádio da Taipa, uma assistência sem paralelo em partidas com equipas locais. Apenas uma semana depois surgiu o novo ponto alto da pres-tação do clube, derrotando o Hwaebul em Pyongyang, na Coreia do Norte, novamente por 3-2. Apesar da estreia, o Benfica de Macau mostrou que não ia passear à competição, re-gistando apenas duas der-rotas frente ao 25 de Abril,

equipa campeã da Coreia do Norte, terminando no segundo lugar do grupo. A prestação foi importan-te para mostrar ao futebol asiático que Macau, apesar das condições proporciona-das às equipas locais, tinha condições para se bater com outros clubes da região. Po-rém, o projecto do Benfica para as competições inter-nacionais acabou por não ter continuidade na tempo-rada seguinte. “Depois da prestação que tivemos estava a contar que tivéssemos mais apoio das entidades, do Instituto do Desporto, da Associação de Futebol de Macau, tendo em conta que dizem sempre que temos de desenvolver todas as modalidades para melhor representação de Macau. Contava que houvesse mais apoio dessa parte, o que não

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ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 2019 ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 20198 | | 9

Paulo Branco acompanhou a evolução da indústria ci-nematográfica das últimas décadas e produziu cente-

nas de filmes de alguns dos maiores realizadores do cinema mundial. A viver entre Portugal e França desde o início da década de 70, o produtor português assume que a maneira de os filmes serem vistos pelo pú-blico mudou muito, na sequência do fecho de salas de cinema e do surgimento das novas plataformas. Cúmplice da genialidade de Manoel de Oliveira, Paulo Branco produziu mais de 20 filmes do grande mestre do cinema português. Preocupado com o final de alguns dos circui-tos independentes de distribuição

“[Venho] tentar perceber se Macau pode ser a grande plataforma da chegada de filmes em língua portuguesa a outros territórios”

De passagem por Macau para a estreia asiática do filme “A

Herdade”, Paulo Branco é um dos convidados especiais do Festival

Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios de

Macau (IFFAM). Com mais de 300 filmes e uma carreira de 40

anos, o produtor português já trabalhou com alguns dos maiores

realizadores do cinema internacional, como Manoel de Oliveira,

João César Monteiro, Wim Wenders ou David Cronenberg.

TEXTO: EDUARDO SANTIAGO

FOTOGRAFIA: EDUARDO MARTINS

do cinema mundial, Paulo Branco continua à procura de boas histó-rias que dêem em filmes, como foi o caso de “A Herdade”. Uma ideia que lhe surgiu há 10 anos e que se ma-terializou este ano. Para o produtor, faltava fazer em Portugal um filme épico sobre o outro lado da Revolu-ção de Abril. Assumindo que cada filme é uma aventura, Paulo Branco quer analisar a viabilidade de Ma-cau ser, no futuro, uma platafor-ma de entrada do cinema de língua portuguesa no mercado asiático. O produtor marca presença hoje, às 20 horas, no Centro Cultural de Macau, na projecção do filme “A Herdade”, enquadrada nas Apresentações Es-peciais do IFFAM.

Depois de se estrear no Festival de Veneza e de passar pelo Festival de Cinema de Toronto, “A Herdade” é o candidato de Portugal ao Ós-car de Melhor Filme Estrangeiro e tem estreia marcada em Macau para o dia 6 de Dezembro, inseri-do na secção Apresentações Espe-ciais do Festival Internacional de Cinema de Macau. Com cerca de 300 filmes produzidos ao longo de uma carreira de 40 anos, em que contexto é que surgiu a ideia para este filme?Penso que no cinema português faltavam filmes com uma dimensão ficcional que tratassem períodos da história marcantes. Creio que o que se passou durante a transição do

salazarismo, através da Revolução [de Abril], para os tempos moder-nos ainda não tinha tido um filme que retratasse, pelo menos, em que ângulo fosse, essa evolução do país. Baseado em algumas experiên-cias pessoais que vivi, já há cerca de 10 anos que tinha esta ideia de tentar, a partir de um filme, que se retratasse sobretudo o que nós podíamos chamar os perdedores da revolução, e que no fundo aca-bavam por não ser, como sabe, os verdadeiros perdedores, porque depois as coisas deram a volta. [Neste filme] temos uma família que nunca na sua vida pensaria que a sua posição fosse posta em causa, que a sua herdade fosse posta em

causa, assim como a própria coesão familiar, e que realmente esta pas-sagem de uma época, quase se pode chamar feudal, através de uma re-volução, para uma época depois de democracia europeia, e todas as se-quelas que isso deixou, penso que era matéria ficcional mais do que suficiente para se fazer um grande épico.

A ideia surgiu-lhe então há mais de 10 anos neste contexto de pré--revolução, durante a década de 60, sobre os grandes latifundiá-rios do Alentejo. Uma vez que foi viver para França no início da década de 70, as suas memórias também têm alguma ligação emo-

transformar e dar um ritmo à nar-ração que pudesse estar à altura da-quilo que nós pretendíamos.

O trabalho de Perpignani no do-cumentário “Torre Bela”, de Thomas Harlan (1977), sobre a ocupação de uma propriedade do Ribatejo, assim como o seu co-nhecimento sobre os tempos da reforma agrária em Portugal, no chamado Verão quente da revolu-ção, pesou nesta escolha?Conheço o Perpignani desde a al-tura do “Torre Bela”, dos anos 70, foi o Thomas Harlan que mo apre-sentou, e depois trabalhei com ele na “Estrangeira” do João Mário Grilo. É preciso não esquecer que, quando o João Mário Grilo fez esse filme, tinha 22 anos e conseguimos pô-lo em competição em Veneza. Ficámos sempre amigos. De vez em quando ajudava-me em alguns filmes, que eu achava que não es-tavam correctos, e tive a ideia de o desafiar, até como uma espécie de provocação, se ele não queria mon-tar o contracampo do “Torre Bela”. O desafio foi fascinante e quando viu o material e isso tudo, disse--me: “Paulo, acho que temos um filme nas mãos”. Porque quando rodamos, logicamente que não te-mos muito a noção se conseguimos ou não tudo o que pretendíamos. E ele realmente deu essa coesão absolutamente necessária que faz deste filme o que ele é neste mo-mento

O filme necessitava de uma mon-tagem que fosse para além da téc-nica, uma vez que não tem banda sonora, para acentuar os momen-tos mais dramáticos? A banda sonora impôs-se por ela própria, os ventos, os silêncios, as coisas todas, isso tudo impôs que realmente a música estaria a mais. A música está onde deve ser neces-sária, que é no princípio e no fim, e o filme respira por ele próprio. Não necessita de acentuar o lado melo-dramático que já está aí todo, nem o lado emocional, porque está aí todo. Não há nenhuma cena, penso eu, que não tenha emoção. Tudo o que é ilustrativo não está, tirámos. Portanto, é um filme que, até ago-ra, pelo que temos visto, prende o espectador da primeira à última imagem. Teve duas produções no último Festival de Veneza, “A Herdade”, em competição, e “Francisca”, de Manoel Oliveira, exibido como um clássico restaurado, numa secção especial. São dois filmes que mar-caram duas eras distintas na sua carreira de produtor?Para mim foi marcante este Festi-val de Veneza por isso mesmo. Ter um filme que produzi há quase 40

anos, 38 anos para ser exacto, e que ainda existe e é considerado um dos clássicos do cinema mundial. Estar ligado a esse personagem enorme que é o Manoel de Oliveira, para mim é gratificante, como deve calcular. E, ao mesmo tempo, ain-da estar em actividade. Ainda ter a mão, perceber que ainda posso estar associado a projectos que tra-zem agora qualquer coisa também de novo.

O filme “Francisca” foi muito marcante porque foi a primeira vez que trabalhou com o Manoel de Oliveira como produtor, e foi um início de um ciclo muito pro-dutivo para os dois, tanto para Paulo Branco como para Manoel de Oliveira. Foi um filme que marcou o início da construção de uma relação. Como foi essa cons-trução?Esta relação começou quando es-treei o “Amor de Perdição” em França, que mudou a visão que ha-via em Portugal do Manoel de Oli-veira, nessa altura considerado já um reformado, entre aspas, que já tinha tido as suas oportunidades, e já estavam quase a tentar pô-lo na prateleira. E, realmente, o êxi-to crítico que o filme teve em Paris, quando ele se estreou, abriu-lhe portas. Quando decidi ser produtor, ele veio ter comigo e perguntou-me se eu queria produzir o filme que ele estava a preparar, que não era o “Francisca”, ia ser outro, mas de-pois acabou por ser o “Francisca”, e a partir daí houve uma relação de confiança enorme que se manteve durante quase trinta anos, ou mais. Produzimos acho que 22 obras jun-tos e foi um percurso, como se diz, para mim fulcral, e para ele tam-bém foi extremamente importante, porque quando, quase aos 80 anos, se recomeça uma carreira e se con-segue realizar o número de obras que ele realizou depois, é realmen-te um caso único na cinematografia mundial.

Apesar de ter aberto um novo ca-minho para a internacionalização do cinema português, sente que também ajudou Manoel de Olivei-ra a ter um justo reconhecimento em Portugal?Claro, e é preciso não esquecer que se produzimos tantas obras juntos é porque cada uma das obras afir-mava o génio do Manoel de Olivei-ra. Nós sabíamos que rapidamente se classifica os realizadores e, por-tanto, o Manoel sabia que, em cada filme que fazia, arriscava continuar ou não a sua carreira, e a cada um dos filmes ele renovava-se, abrin-do as portas para continuar. E aí estava eu a ajudá-lo, para que os filmes tivessem uma dimensão e uma visibilidade internacional im-

portante, e nacional, de maneira que fosse inquestionável que ele continuasse a trabalhar.

Quando é que sentiu que o ciclo criativo com Manoel de Oliveira tinha chegado ao fim?A certa altura eu já não trazia ao Oliveira o que ele talvez preten-desse. Ele também, com a idade, começou a isolar-se daqueles que o tinham ajudado durante estes anos todos, e a certa altura disse--lhe que o lado produtivo da nos-sa relação podia-se transformar em algo mais negativo, e pronto. Quando fiz o “Quinto Império”, eu já tinha avisado antes que de-pois ele devia procurar outra via, porque comigo, acho que já tínha-mos fechado o ciclo, e foi o que aconteceu. Eu penso que isso até lhe deu uma nova energia para depois fazer mais dois ou três fil-mes. Como produtor, nós também temos de ter essa noção, quando a certa altura deixamos, não é de estar a mais, mas já não trazemos aquelas mais-valias que podía-mos trazer aos projectos quando nos ocupamos deles.

A promoção internacional de um filme está mais complicada nos tempos actuais?Antigamente, houve filmes nossos, do Manoel de Oliveira, por exemplo, que estrearam em mais de trinta países. Agora já é mais difícil estar nesses patamares, porque há mui-tos países que praticamente já não têm distribuição independente. Com o aparecimento das novas plataformas, essas coisas todas mudam, não sei se são mais difíceis nem mais fáceis, é diferente neste momento chamar a atenção sobre um filme. E realmente, por exem-plo, com “A Herdade” tivemos essa vantagem de estar num Festival de Veneza, que é muito diferente do que era antigamente, porque basta ver que este ano, tirando o nosso, não vi nenhum filme que não tives-se uma grande estrela internacio-nal como actor. E ter um filme sem vedetas conhecidas em competi-ção, chamou logo a atenção: o que é que este filme está aqui a fazer? Também está numa das secções principais do Festival de Toronto, e, portanto, o êxito em Portugal também. Tudo isso permitiu que “A Herdade”, neste momento, seja um filme de que toda a gente já ouviu falar. Alguns viram, outros ain-da não viram, e que também está a abrir as portas para conquistar todos os mercados internacionais. Daí a importância que eu dou à passagem no Festival de Macau e a deslocar-me, porque entretanto o Tiago Guedes vai estar em Havana e em Washington, portanto dividi-mo-nos.

cional à produção deste filme?Sim, fui testemunha directa e in-directa de todo esse mundo. Tinha contactos muito directos com eles, sem fazer parte dessas famílias. Isso mesmo dava-me um poder de observação diferente de qual-quer outro. Eu saí de Portugal em 1971, mas vi também alguns desses casos muito particulares que atra-vessaram a revolução e a evolução dessas famílias, desses latifúndios, sabendo que isto não é, de manei-ra nenhuma, o exemplo do que se passou em Portugal, é um caso muito particular. São casos muito particulares e, como em qualquer tipo de filme, é completamente ficcionado. Sobretudo quis que o

filme tivesse uma dimensão me-lodramática, um pouco na veia dos grandes filmes clássicos de melo-dramas americanos.

Depois dos filmes “Coisa Ruim” (2006) e de “Entre os Dedos” (2008), escolheu Tiago Guedes para realizar “A Herdade”. Quan-do lhe apresentou este projecto já tinha uma ideia clara do que pretendia. Porquê a escolha deste realizador?A escrita do argumento foi feita sem saber ainda qual seria o rea-lizador e o que poderia fazer. Eu, na minha cabeça, sempre pensei no Tiago [Guedes], mas a concre-tização dele como realizador apa-receu quando já se tinha traba-lhado durante alguns anos sobre o argumento. Quando o convidei, [o guião] ainda não estava exacta-mente como gostaria, e a entrada do Tiago acabou por dar uma nova visão e uma nova dimensão ao fil-me. Era alguém a quem eu queria dar a oportunidade de fazer um filme com esta dimensão, porque quando fiz o “Coisa Ruim” e o “En-tre os Dedos” percebi que ele tinha uma enorme capacidade, por um lado, de direcção de actores, que era muito importante aqui, e, por outro, era alguém que, se tivesse um guião à altura, poderia fazer um grande filme. E foi exactamente o que aconteceu, penso que ele fez um trabalho absolutamente ex-traordinário e o filme reflecte isso

Tiago Guedes acabou por ser um dos autores do guião juntamente com Rui Cardoso Martins. Que in-dicações é que lhe deu, ou se lhe deu alguma sugestão para a gé-nese desta narrativa, destas per-sonagens, deste cenário, deste contexto?O cenário fui eu que lhe propus, o sítio onde está filmado era uma herdade que eu conheci muito bem, de uma enorme amizade de há muitos anos com o proprietário. E o argumento foi discutido. Todos os dias falávamos e todos os dias ele trazia novas ideias, novos ele-mentos e definimos conjuntamen-te algumas ideias que também que lhe sugeri. Foi um trabalho com um realizador absolutamente fan-tástico. Filmámos em nove sema-nas e não houve nenhum percalço pelo contrário, acho que tínhamos exactamente a visão, a mesma vi-são do que queríamos que o filme fosse. E depois a escolha do [Ro-berto] Perpignani como montador, que também se tornou essencial. Era alguém que conheço há muitos anos, há 40 anos, que tinha mon-tado grandes filmes italianos, e sabia que seria realmente o mon-tador ideal para dar o toque final, mais do que isso, para realmente

ENTREVISTA ENTREVISTA

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ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 2019 ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 201910 | | 11HONG KONGENTREVISTA

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Vistos ‘gold’ de Portugal são plano de contingência face a crise política em Hong Kong

A crescente fuga de capitais

de Hong Kong, como plano

de contingência dos residentes

locais face à crise política na região,

tem beneficiado o regime dos

vistos ‘gold’ em Portugal, revelam

profissionais do sector.

“Os clientes oriundos de Hong Kong deixa-ram de ser excepção e passaram a ser a

regra no nosso escritório”, conta à agência Lusa um ad-

vogado da sociedade Caiado Guerreiro, Rosendo Gui-marães da Costa, radicado há cinco anos em Pequim. “Antes, os clientes de Hong Kong correspondiam a me-

nos de 5% do total da procura na China, mas desde há três meses passaram a constituir cerca de 80%”, detalha.O advogado nota que a “con-corrência também tem tido

bastantes clientes de Hong Kong” e que recentemente se passaram a realizar mais eventos no território para atracção de investimento, não só para Portugal, mas

mento líquido: uma forma de transferir dinheiro para Portugal que permite man-ter a liquidez”, explica.O advogado nota ainda que os clientes da RAEHK recorrem sempre ao reagrupamento familiar, ao contrário de al-guns dos clientes da China continental. A lei permite o reagrupamento familiar para os titulares de visto ‘gold’ a descendentes e ascendentes, desde que sejam seus depen-dentes. “Demonstra que eles têm interesse em ter um pé na Europa”, aponta.A procura surge numa altu-ra em que milhares de re-sidentes de Hong Kong es-tão a abrir contas bancárias em Singapura e em outros centros financeiros, como plano de contingência, face a um período prolongado de agitação no território. A região é há seis meses pal-co de manifestações, cada vez mais violentas, na mais grave crise política desde a transferência de soberania do Reino Unido para a Chi-na, em 1997, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permiti-ria extraditar suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.A proposta foi, entretanto, retirada, mas as manifes-tações generalizaram-se e reivindicam agora medidas para a implementação do su-frágio universal no território, a demissão da actual Chefe do Governo, uma investiga-ção independente à violência policial e a libertação dos de-tidos ao longo dos protestos.Face ao agravar da crise no território, a Assembleia Nacional Popular - o órgão máximo legislativo da Chi-na, onde mais de 70% dos deputados são membros do Partido Comunista Chinês, partido único do poder no país - revelou que vai esta-belecer e fortalecer o siste-ma legal e um mecanismo de execução para salvaguar-dar a segurança nacional em Hong Kong.No mês passado, o Governo Central alertou também que usaria a sua autoridade para invalidar a decisão de um tribunal de Hong Kong, que anulou a proibição do uso de máscaras faciais que per-mitem aos manifestantes proteger as suas identidades da polícia, numa tomada de posição inédita de Pequim que poderia abalar a inde-pendência do judiciário lo-cal. Lusa

“A Herdade” vai estrear-se em Macau esta sexta-fei-ra. Vai estar no território para a sua apresentação. Já esteve em Macau, que me-mórias tem da região?Só isso já seria outra conver-sa (risos).

Mas perguntava-lhe então qual o potencial desta ain-da imberbe indústria cine-matográfica de Macau. Vê algum potencial?Eu vou um bocado também para tentar perceber o que se passa realmente em Ma-cau, agora. Vou para estar, exactamente para testemu-nhar realmente a evolução que houve ou não em Macau, e é isso que também me faz fazer esta viagem.

Qual a importância que Macau poderá ter para a difusão de filmes de lín-gua portuguesa no mercado asiático? Acha que há aqui um mercado a explorar?Não sei. Mas é isso que eu vou tentar perceber. É isso mesmo, é tentar perceber se Macau pode ser, ou não, a grande plataforma da chega-da de filmes em língua por-tuguesa a outros territórios.

Há algum realizador de Ma-cau que lhe desperte inte-resse em produzir?Também é isso que eu vou tentar perceber. Vão ser três dias em cheio por isso mes-mo. Porque “A Herdade” já a vi, como deve calcular (ri-sos). Vou mais para isso do que para outra coisa.

E o Ivo M. Ferreira, que produziu em 2002?O Ivo fez o primeiro filme, “Em Volta”, comigo, e sou amigo dele há muitos anos. Agora já não é bem um ci-neasta macaense, agora já é mais um cineasta português. Já foi um cineasta macaense, agora não sei, depende da evolução dos projectos dele.

Há muito que se fala de uma maldição no cinema para se produzir um filme sobre D. Quixote de La Mancha. Or-son Wells tentou durante décadas, mas não conse-guiu terminá-lo em vida. Sentiu que essa maldição se confirmou consigo no “O Homem que Matou Dom Quixote”?Mas o filme existe. A mal-dição era que o filme nunca seria feito, e provou-se que

o filme poderia ser feito e foi feito, e eu penso que há muita coisa... E se o filme existe é porque realmente houve a minha intervenção. Depois o resto contarei um dia destes, mas deixo es-

tar por agora, porque está tudo em tribunais. Quando isto estiver tudo definido eu depois contarei exactamen-te como foi. Eu pelo menos provei que não há maldições que fiquem (risos).

Mas houve muitas histórias sobre problemas nas filma-gens, desde aviões a passar, a cheias. Parecia que havia sempre algum problema a impedir a concretização do filme...

O filme existe. Graças a mim, o filme existe e talvez exista contra mim (risos). Eu fiz com que o filme exis-tisse, mas isso só prova que, de uma certa maneira, eu fui essencial nesse projecto.

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Fundo de Desenvolvimento Industrial e de ComercializaçãoNotificação

N.º 23/FDIC/2019Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento

Administrativo, o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FDIC) vem, por este meio, proceder à notificação edital do empresário beneficiário do “Plano de Garantia de Créditos a Pequenas e Médias Empresas” (processo n.º 1006185), Hong Sang Limitada e dos seus avalistas, Chan Iat U, Ng Chi Ho e Ng Wai Kam. Relativamente à falta de pagamento do empréstimo pedido pela empresa ao Banco da China, Limitada, Sucursal de Macau, o FDIC já cumpriu, em 10 de Junho de 2019, as obrigações da garantia do crédito no montante de 1.378.179,48 patacas, neste sentido, o FDIC fica sub-rogado nos direitos do Banco da China, Limitada, Sucursal de Macau em relação ao crédito no montante de 1.378.179,48 patacas.

Segundo o despacho datado de 12 de Julho de 2019, do Conselho Administrativo do FDIC, é interpelada a Hong Sang Limitada para cumprir a obrigação no montante de 1.378.179,48 patacas, devendo a mesma liquidar integralmente a dívida, junto da Divisão de Apoio às Actividades Industriais e Comerciais da Direcção dos Serviços de Economia, situada no 3.º andar do Edifício do Banco Luso Internacional, na Rua Dr. Pedro José Lobo, n.ºs 1-3, no prazo de 3 meses, contados a partir da data da publicação da presente notificação. Caso a empresa ou os avalistas do empréstimo não procedam à restituição do respec-tivo montante no prazo fixado, o FDIC irá remeter o caso à Direcção dos Serviços de Finanças, para efeitos de processo de execução fiscal.

Vogal do Conselho Administrativo do FDICYau Yun Wah

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N.º 24/FDIC/2019Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento

Administrat ivo, o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FDIC) vem, por este meio, proceder à notificação edital do empresário beneficiário do “Plano de Garantia de Créditos a Pequenas e Médias Empresas” (processo n.º 1005731), Hong Sang Limitada e dos seus avalistas, Chan Iat U e Ng Wai Kam. Relativamente à falta de pagamento do empréstimo pedido pela empresa ao Banco OCBC Weng Hang, S.A., o FDIC já cumpriu, em 26 de Julho de 2019, as obrigações da garantia do crédito no montante de 960.591 patacas, neste sentido, o FDIC fica sub-rogado nos direitos do Banco OCBC Weng Hang, S.A. em relação ao crédito no montante de 960.591 patacas.

Segundo o despacho datado de 2 de Agosto de 2019, do Conselho Administrativo do FDIC, é interpelada a Hong Sang Limitada para cumprir a obrigação no montante de 960.591 patacas, devendo a mesma liquidar integralmente a dívida, junto da Divisão de Apoio às Actividades Industriais e Comerciais da Direcção dos Serviços de Economia, situada no 3.º andar do Edifício do Banco Luso Internacional, na Rua Dr. Pedro José Lobo, n.ºs 1-3, no prazo de 3 meses, contados a partir da data da publicação da presente notificação. Caso a empresa ou os avalistas do empréstimo não procedam à restituição do respectivo montante no prazo fixado, o FDIC irá remeter o caso à Direcção dos Serviços de Finanças, para efeitos de processo de execução fiscal.

Vogal do Conselho Administrativo do FDICYau Yun Wah

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também para Malta, Grécia, Espanha ou Chipre, outros países europeus que man-têm regimes semelhantes.A imprensa de Hong Kong tem também noticiado o fe-nómeno: em Agosto passa-do, agências de imobiliário de luxo citadas pelo jornal South China Morning Post (SCMP) revelaram crescen-tes pedidos de informação sobre a compra de proprie-dades em Portugal. “Temos notado mais pedidos de in-formação sobre proprieda-des em Portugal por parte de compradores de Hong Kong, nos últimos meses. Muitos vêem a residência portugue-sa como uma opção alterna-tiva na Europa”, disse então a directora de operações da List Sotheby’s, Binoche Chan, citada pelo jornal.Rosendo Guimarães da Costa nota, porém, que no caso da Caiado Guerreiro, a maioria dos processos de pedido de vistos ‘gold’ ini-ciados por clientes de Hong Kong são feitos por via de transferência de capital, em contraste com os clien-tes do continente, que in-vestem sobretudo em imó-veis. “[Os clientes de Hong Kong] investem sobretudo em fundos de investimen-to, porque é um investi-

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ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 2019 ponto final • SEX 6 DE DEZEMBRO DE 201912 | | 13DESPORTO

GC

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CHINA

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WALL STREET FECHA NO VERDE NA EXPECTATIVA DE ACORDO ENTRE EUA E CHINA

A bolsa nova-iorquina encerrou ontem

em alta, depois de informações de que

os Estados Unidos da América (EUA) e

a China podem alcançar em breve um

entendimento para a primeira fase do

acordo comercial entre os dois países.

Os resultados definitivos da sessão

indicam que o índice selectivo Dow

Jones Industrial Average subiu 0,53%,

ou 146,97 pontos, para os 27.649,78

pontos. O tecnológico Nasdaq subiu

0,54%, ou 46,03 pontos, para

8.566,67, enquanto o alargado S&P500

também subiu 0,63%, ou 19,56 pontos,

para 3.112,76. Segundo a agência

Bloomberg, citando fontes próximas às

negociações, as duas principais potências

mundiais estão a aproximar-se de um

texto que pode surgir antes da nova

vaga de sobretaxas alfandegárias dos

EUA, prevista para 15 de Dezembro.

Huawei recorre de decisão norte-americana de banir compras à empresa mediante subsídios

A equipa ju-rídica da Huawei con-siderou, em conferência

de imprensa, na seda da empresa, em Shenzhen, Sul da China, que a deci-são da Comissão Federal de Comunicações dos EUA é “ilegal”, viola os direitos da Huawei de se defen-der e que tem como base conclusões “arbitrárias”. No mês passado, a Comis-são excluiu a Huawei de um programa federal de subsídios, alegando que a empresa representa uma ameaça à segurança na-cional dos EUA.Segundo a Huawei, a de-cisão afectará as operado-ras de telecomunicações dos EUA - especialmente nas áreas rurais -, impli-cando que paguem mais para obter equipamento. “A decisão é baseada em falsas acusações e insi-nuações, não confiáveis e

inadmissíveis e, para além disso, não há evidências”, apontou Glen Nager, ad-vogado norte-americano que representa o grupo chinês. Nager acrescentou que a Comissão Federal de Comunicações “não tem autoridade nem critérios” para tomar aquela decisão.Song Liuping, chefe do departamento jurídico da empresa, considerou a medida “inconstitucio-nal” e o resultado de “pre-conceitos”. “Banir uma empresa simplesmente porque é chinesa não faz sentido. Eles devem en-tender que outras empre-sas, como a Eriksson e a Nokia, também fabricam equipamento na China”, afirmou. “Os equipamen-tos fabricados na China, por qualquer fornecedor, acarretariam os mesmos riscos”, notou.Song observou que os po-líticos norte-americanos não podem ignorar que a

empresa chinesa tem uma forte presença como forne-cedora de equipamentos de telecomunicações em áreas rurais e remotas do país, em estados como Kentucky ou Montana. “As operado-ras nessas áreas escolhem a Huawei porque respeitam a qualidade e a integridade dos seus equipamentos”, disse.Os produtos da Huawei, substancialmente mais baratos que os da con-corrência, permitiram a implantação de redes sem fio em grandes áreas pou-co povoadas do país, onde aquelas infra-estruturas seriam de outra forma praticamente inviáveis do ponto de vista financeiro. Karl Song considerou que a medida ameaça a conec-tividade naquelas áreas, onde outras empresas não querem fazer negócio. “Isso pode custar cente-nas de milhões de dólares e levar algumas opera-

doras locais à falência”, realçou.A Huawei, a primeira marca chinesa global, está a lutar para preservar o seu negócio após, em Maio passado, o Governo nor-te-americano ter emiti-do uma ordem executiva que exige às empresas do país que obtenham licen-ça para vender tecnologia crítica à empresa. A de-cisão implica que os seus telemóveis passarão a ser vendidos sem serviços da norte-americana Google, por exemplo.Washington, que acusa a Huawei de cooperar com o Governo chinês e os seus serviços de inteligência e de representar um risco para a segurança nacio-nal dos EUA, tem ainda pressionado vários países, incluindo Portugal, a ex-cluírem a Huawei na cons-trução de infra-estrutu-ras para redes móveis de quinta geração (5G). Lusa

Centro de Formação e Estágio de Atletas abre portas com mais de 20 mil m2

China reitera suspensão de taxas alfandegárias como condição para acordo comercial

BRAÇO DE FERRO

O Governo chinês reiterou ontem

a suspensão de taxas alfandegárias

adicionais sobre importações

chinesas como condição para

um acordo comercial com os

Estados Unidos, que têm planeado

novo aumento, a partir de 15 de

Dezembro. Pequim e Washington

estão a negociar detalhes sobre

um acordo preliminar, anunciado

pelo Presidente norte-americano,

Donald Trump, em Outubro

passado. Pequim disse, no mês

passado, que os EUA concordaram

em reverter algumas das taxas,

mas Trump descartou essa

hipótese.

“A China acredita que, se as

duas partes chegarem a um

acordo de ‘Fase 1’, as taxas

devem ser reduzidas”, assinalou

o porta-voz do Ministério do

Comércio, Gao Feng. Gao disse

que os negociadores estão em

“comunicação próxima”, mas não

avançou mais detalhes.

Os governos dos dois países

impuseram já taxas alfandegárias

sobre o equivalente a centenas

de milhares de milhões de euros

de bens importados um do

outro, numa guerra comercial

que começou no Verão do

ano passado, e que ameaça a

economia mundial.

Caso um acordo não seja

alcançado até meados de

Dezembro, Washington estipulou

uma nova ronda de taxas

alfandegárias adicionais, de 15%,

sobre 156 mil milhões de dólares

americanos de bens importados

da China. O aumento das taxas

vai reflectir-se em vários bens de

consumo, incluindo telemóveis,

portáteis ou utensílios domésticos,

nas vésperas do Natal, ameaçando

também os retalhistas norte-

americanos.

Esta semana, Trump admitiu

a hipótese de as negociações

se prolongarem para além das

eleições nos Estados Unidos, que

se realizam no final do próximo

ano. Em causa estão os planos de

Pequim para o sector tecnológico,

que visam transformar as firmas

estatais do país em importantes

actores globais em sectores de alto

valor agregado, como inteligência

artificial, energia renovável,

robótica e carros eléctricos.

Os EUA consideraram que aqueles

planos, impulsionados pelo Estado

chinês, violam os compromissos

da China em abrir o seu mercado,

nomeadamente ao forçar empresas

estrangeiras a transferirem

tecnologia e ao atribuir subsídios às

empresas domésticas, enquanto as

protege da competição externa.

A Huawei apelou ontem num tribunal dos Estados Unidos da decisão do regulador de comunicações dos Estados Unidos de proibir as operadoras do país de recorrerem a subsídios públicos para comprarem equipamentos ao grupo chinês.

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INSTITUTO DE ACÇÃO SOCIALAVISO

Cumprimento da obrigatoriedade da declaração de alterações por parte dos

beneficiários do Subsídio para IdososDe acordo com o “Regime do Subsídio para Idosos” da RAEM:1. Em caso de alteração de residência, o beneficiário

deve comunicar o facto ao IAS.2. Se o beneficiário residir fora da RAEM, deve fazer

anualmente a prova de vida com vista à manutenção do direito ao subsídio para idosos.

3. Em caso de morte do beneficiário, o cônjuge, os parentes ou o unido de facto do beneficiário, as pessoas nomeadas para receber o subsídio ou a instituição que o tenha tido a seu cargo, devem comunicar o facto ao IAS com a brevidade possível.* A falta de comunicação do falecimento do

beneficiário que implique o pagamento indevido do subsídio importa a reposição das quantias indevidamente recebidas.

O I A S p r o c e d e , p e r i o d i c a m e n t e , a o t r a b a l h o d e “Verificação dos Beneficiários do Subsídio para Idosos”. Nesta conformidade, para que não influencie a atribuição do Subsídio para Idosos, as pessoas seleccionadas para a referida verificação devem contactar com o IAS com o mais rápido possível.

Linha aberta do subsídio para idosos: 2836 616623 de Outubro de 2019

As provas de triatlo - masculina e

feminina e de estafetas mistas -

dos Jogos Olímpicos Tóquio2020

vão ser antecipadas em uma hora,

para minimizar o efeito do calor,

anunciou ontem a organização.

As competições individuais

masculina e feminina, que se

disputam em 27 e 28 de Julho,

no Parque de Odaiba, na Baía de

Tóquio, foram antecipadas para

as 06h30, enquanto as estafetas

mistas decorrem em 1 de Agosto,

às 07h30. O Comité Olímpico

Internacional (COI) alterou

também a hora do concurso

completo equestre, antecipando o

início para as 07h30. Na quarta-

feira, o organismo olímpico

confirmou que as maratonas

masculina e a feminina irão

decorrer na cidade de Saporo, no

Norte do Japão, nos dois últimos

dias do evento. A reunião do

Comité Executivo do COI certificou

que a maratona masculina será

realizada em 8 de Agosto e a

feminina no dia seguinte (9), com

ambas as provas a terem início

no parque Odori de Saporo, às

07h00. O organismo justificou

a transferência das maratonas

de Tóquio para Saporo, a 800

quilómetros de distância, com o

calor excessivo que é esperado

nessa altura na capital japonesa

e o impacto que terá na saúde

dos atletas. Os Jogos Olímpicos

Tóquio2020 vão realizar-se de 24

de Julho a 9 de Agosto de 2020.

VELEJADORES PORTUGUESES AFASTADOS DA LUTA PELAS MEDALHAS NOS MUNDIAIS DE 49ER

A dupla de velejadores

Jorge Lima/José

Costa qualificou-se

ontem para a frota de

prata do Mundial de

49er, classe na qual

Portugal já garantiu o

apuramento olímpico,

ficando afastada da

luta pelas medalhas.

Ontem, os velejadores

portugueses

terminaram as regatas

nas 22.ª, 13.ª e 11ª

posições, subindo do

59.º para o 56.º posto

da classificação geral,

que é liderada pelos

alemães Erik Heil e

Thomas Ploessel.

Após nove regatas,

as 88 tripulações

serão divididas em

três frotas – ouro,

prata e bronze –

de acordo com a

classificação, devendo

as participantes da

‘medal race’ ser

apurados apenas

na frota de ouro.

No Mundial estão

ainda em jogo quatro

vagas em 49er para

os Jogos Olímpicos,

mas Portugal tem

já assegurado um

lugar na classe em

Tóquio2020 e este

Mundial servirá,

sobretudo, de treino

para a dupla lusa.

Nas restantes classes

olímpicas da vela –

laser, radial, 470 e

RS:X – Portugal vai

tentar o apuramento

para Tóquio2020 nos

Europeus, que se

disputam em Abril,

na cidade italiana de

Génova.

TÓQUIO2020: ORGANIZAÇÃO ANTECIPA INÍCIO DAS PROVAS DE TRIATLO DEVIDO AO CALOR

O Governo inau-gurou ontem o Centro de For-mação e Estágio de Atletas com

uma área superior a 20 mil metros quadrados e consi-derado pelo Executivo como “um marco importante na história do desporto de Ma-cau”. “A entrada em funcio-namento do Centro é abso-lutamente um marco impor-tante na história do desporto de Macau, proporciona plata-forma, espaços desportivos de excelência e atmosfera de for-mação de qualidade aos atle-tas, treinadores e equipas téc-nicas”, enfatizou o presidente do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, no seu discurso proferido na cerimónia, citado num comunicado.De acordo com a mesma nota, este novo centro de formação, situado no Cotai, “é composto por dois pavilhões multifun-cionais, cinco pavilhões de treino, uma piscina coberta 25m e um centro de treino com pesos”, que pode, desta forma, “acolher simultanea-mente várias modalidades desportivas para a realização de treinos”.O Centro de Formação e Está-gio de Atletas de 20 mil me-tros quadrados, que, de acordo com os órgãos de comunica-ção sociais locais custou cerca de 170 milhões de euros, “dis-põe ainda de um dormitório de nove andares com capaci-dade para acolher mais de 300 pessoas e de outras instala-ções de apoio, nomeadamente auditório, restaurante, sala de actividades, sala de muscula-ção e salas de reuniões multi-funcionais e gabinetes”.O Governo acredita que este novo centro vai “incentivar a concentração das equipas de diferentes modalidades des-portivas nos treinos, desem-penhar um importante papel na melhoria do nível técnico dos atletas e prestar apoio completo e especializado ao sistema de formação de atle-tas”. A cerimónia de inau-guração contou ainda com a presença do Chefe do Execu-tivo, Chui Sai On, do secretá-rio para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, e do se-cretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo Arrais do Rosário.

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WWW.MAR IAHE LENA.P T

ÓCIOÓCIO

LEITURAS

programaçãocinema

UA GALAXY CINEMAS

Last ChristmasUm filme de Paul Feig11h30, 12h00, 13h30, 14h10, 16h45, 17h35, 19h00, 19h35, 20h25, 21h15, 23h30, 00h30

Better DaysUm filme de Derek Kwok-cheung Tsang10h10, 15h05, 21h35. 00h10

DetentionUm filme de John Hsu13h35, 17h25, 22h10, 00h20

The AeronautsUm filme de Tom Harper10h20, 12h15, 15h20, 19h10, 19h20, 21h20, 21h30, 23h20

HustlersUm filme de Lorene Scafaria12h20, 17h00, 22h25

Knives OutUm filme de Rian Johnson12h40, 14h00, 19h20

The Wolf’s CallUm filme de Antonin Baudry16h40, 23h45

Frozen IIUm filme de Chris Buck, Jennifer Lee10h25, 11h35, 14h25, 15h30, 16h25, 17h30, 18h25, 19h30, 21h30

21 BridgesUm filme de Brian Kirk12h25, 14h30, 17h20, 20h15, 22h00

Ford Vs FerrariUm filme de James Mangold12h30, 14h20

MidwayUm filme de Roland Emmerich17h30, 22h20

TORRE DE MACAU

Frozen IIUm filme de Chris Buck, Jennifer Lee14h30, 16h30, 19h30, 21h30

CINETEATRO

Frozen IIUm filme de Chris Buck, Jennifer Lee17h00, 19h15

Last ChristmasUm filme de Paul Feig14h30, 16h30, 19h30, 21h30

21 BridgesUm filme de Brian Kirk21h30

Marriage Hunting BeautyUm filme de Akiko Ohku14h30, 16h30, 19h30

Knives OutUm filme de Rian Johnson14h30, 21h15

UA GALAXY CINEMAS MidwayUm filme de Roland Emmerich

Canal Macau

13:00 TDM News (Repetição)13:30 Telejornal RTPi (Diferido)15:00 Água de Mar15:30 Bing15:45 Os Ursos Boonie na Neve16:00 Caminhos de Irmandade16:30 Quem Quer Ser Milionário17:30 LiteraturAqui18:00 Império (Repetição)18:55 Semana Internacional

(Repetição)19:30 Ouro Verde Sr.120:30 Telejornal21:10 Macau 20 Anos21:25 TDM Talk Show21:55 Livros com João Guedes22:00 Viagens Gastronómicas22:25 Império23:15 TDM News23:50 Cá Por Casa Sr.201:20 Telejornal (Repetição)02:05 RTPi Directo

TDM Canal Desporto

06:59 Open07:00 Sport News07:15 Blancpain GT World

Challenge Asia 2019 Highlights: Sepang, Malaysia

08:00 Tai Chi & Regimen08:30 BWF World

Championships 2019: Women’s Double - Quarter Finals

10:00 Sports Weekly Highlight10:10 European Qualifiers to

UEFA EURO 2020™: Kazakhstan vs Belgium (Repeat)

12:00 Golfing World - Weekly Golf Magizing Show

12:50 Macau Sports 201913:30 2019 Men’s FIH Pro

League: Belgium vs Netherlands - Semi Final 2

15:00 Sports Weekly Highlight15:10 AFC Champions League

2019: Urawa Reds vs Shanghai SIPG - Quarter Final - 2nd Leg (Repetição)

16:55 ATTU Asian Table Tennis Championships 2019 (versão editada): WT Champions Division - Semi - Finals

21:00 Sport News21:10 UEFA Champions League

2019/2020: Atletico Madrid vs Bayer Leverkusen (Repetição)

23:00 Sport News23:10 UEFA Champions League

2019/2020: Manchester City vs Atalanta

01:00 Close

TDM Entretenimento

06:29 Open06:30 The Glory Of Tong Dynasty

209:00 TDM Focus09:05 Our People, Our Life09:30 The Lady in Dignity10:30 Sing For Your Dream12:00 Singing China12:30 Repeat of Good Morning

Macau13:00 Master of Regimen13:30 Ancient Villages in Zhejiang14:00 Band of Sister15:00 Singing China15:30 The Variety Gala17:00 Family Affairs17:30 Telekids18:00 Love Returns19:00 Repeat of Good Morning

Macau19:30 Singing China20:00 Music Bank21:30 Must Try Asia22:00 Sing For Your Dream23:20 Made in Macau23:30 The Lady in Dignity00:30 Come And Hug Me01:05 Close

AGENDA CULTURAL

>CONCERTO

O FASCÍNIO DOS SOPROS E DAS CORDASTeatro D. Pedro V14 MARÇO 2020

O maestro residente da Orquestra Chinesa de Pequim, Zhang Ming, é convidado a subir ao palco para apresentar um concerto juntamente com os intérpretes de ‘dizi’ Qian Qing e Lin Chia-Ho, a intérprete de pipa Deng Le e a intérprete de ‘zhongruan’ Lin Jie da Orquestra Chinesa de Macau. O programa abrange uma série de clássicos contemporâneos, aponta a organização.

>EXPOSIÇÃO

YOUR HAND IN MINEGaleria At Light10 DE NOVEMBRO A 7 DE DEZEMBRO

A exposição “Your Hand in Mine”, de Tetsuya Noda, apresenta uma série de trabalhos do artista japonês, produzidos nos últimos 50 anos, inseridos no seu conceito pessoal de autobiografia visual por meio de diários. Através do recurso à câmara fotográfica, que usa como uma espécie de rascunho, Tetsuya Noda combina blocos de madeira coloridos com fotografias impressas em seda, que depois imprime em instantâneos do seu quotidiano.

José Saramago, João Vilhena“LANZAROTE - A JANELA DE SARAMAGO”Porto Editora Livro concebido pelo fotógrafo João Francisco Vilhena, com textos dos “Cadernos de Lanzarote”, de José Sa-ramago, a partir do seu encontro com o escritor na ilha onde José Saramago fincará as raízes que darão lugar à segunda parte da sua vida literária, numa profunda liga-ção com a natureza, qual regresso às origens, narradas n’As Pequenas Memórias e face à aproximação da velhice e da morte. Um livro belíssimo sobre o sentido da vida e da escrita, uma homenagem a Saramago no momento em que se comemoram os quinze anos da atribuição do Prémio Nobel.

Nuno Júdice“O CAFÉ De LENINE”Dom Quixote Neste “O Café de Lenine” tudo é possível: uma solução ecológica para evitar o fim da imprensa em papel, a reabilitação das baratas a par-tir de um almoço com Arrabal, a descida ao último círculo do Inferno numa mina de cobre do Chile, onde Lúcifer espera por um subsídio de reintegração social, uma noite com Emma Bovary num quarto do Luxemburgo, Rousseau apontado como exemplo numa conversa entre Guerra Junqueiro e Lenine num café de Berna, a procura infrutífera de combates no campo de Waterloo atrás de Fabrice del Dongo, fugido da Cartuxa de Parma de Stendhal. Uma obra fora do comum que, atraves-sando várias épocas, rouba personagens a grandes clássicos da literatu-ra, e combina ficção, crónica, memórias e reflexão.

CARNEIROCarta do Dia: 8 de Ouros, que significa Esforço Pes-soal.Amor: É provável que se desentenda com alguém especial. Assuma as suas culpas. Não queira ficar sozinha.Saúde: Se anda com difi-culdade em dormir, evite ingerir cafeína após as 18 horas.Dinheiro: Se deseja melho-rar a sua situação financei-ra, comece já a procurar um novo trabalho ou negócio. Números da Sorte: 2, 9, 13, 27, 33, 42

TOUROCarta do Dia: Cavaleiro de Espadas, que significa Guer-reiro, Cuidado.Amor: Possíveis aconteci-mentos inesperados. Fique atenta e proteja-se. Saúde: Pode sentir-se mais fraca. Coma de duas em duas horas.Dinheiro: Fase propensa a energias negativas. Evite gastar muito dinheiro.Números da Sorte: 5, 11, 16, 35, 38, 49

GÉMEOSCarta do Dia: Rei de Copas, que significa Poder de Con-cretização, Respeito.Amor: Dê mais atenção ao seu par. Pode precisar de carinho extra.Saúde: Poderá sofrer de dores de cabeça. Tome chá de camomila.Dinheiro: Momento tran-quilo. Conseguirá trabalhar mais e melhor.Números da Sorte: 9, 17, 35, 39, 41, 43

CARANGUEJOCarta do Dia: O Julgamen-to, que significa Novo Ciclo de Vida. Amor: Controle o humor, caso contrário poderá ter conflitos com o seu par. Saúde: As gargalhadas des-pertam as células de defesa do organismo. Ria muito e seja saudável.Dinheiro: Cuidado com negócios arriscados. Evite perder tudo.Números da Sorte: 3, 12, 19, 24, 38, 42

LEÃOCarta do Dia: Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas. Amor: Dê atenção aos seus amigos mais próximos. Por-que não prepara um jantar?Saúde: Cuidado com a linha. Faça mais exercício físico.Dinheiro: Para que o seu sucesso não passe de uma ilusão desempenhe as tare-fas com dedicação.Horóscopo Diário Ligue já! 760 10 77 35

VIRGEM Carta do Dia: O Louco, que significa Excentricidade. Amor: Poderá ter novidades no amor. Sentirá o coração bater de novo.Saúde: Para reduzir o risco de diabetes coma nozes.Dinheiro: A sua capacidade de negociação vai estar em alta. Em breve alcançará o sucesso que deseja.Números da Sorte: 2, 15, 18, 26, 28, 43

BALANÇA Carta do Dia: 3 de Copas, que significa Conclusão.Amor: Trate a pessoa ama-da com carinho. Seja mais atenciosa.Saúde: Pode andar mais agitada. Faça uma massa-gem relaxante. Dinheiro: Trace planos objectivos para a carreira. Alcance um futu-ro seguro.Números da Sorte: 1, 9, 13, 24, 35, 46

ESCORPIÃOCarta do Dia: A Morte, que significa Renovação. Amor: Tendência para pro-blemas com a pessoa ama-da. Seja mais paciente.Saúde: Sentirá mais dificul-dade em acordar. Fruto do cansaço. Procure deitar-se cedo.Dinheiro: Concentre-se no trabalho. Evite cometer erros por falta de atenção.Números da Sorte: 5, 12, 19, 32, 36, 41

SAGITÁRIOCarta do Dia: O Imperador, que significa Concretização. Amor: A sua relação está protegida. Viverá momentos de pura felicidade. Saúde: Cuidado com os excessos alimentares. Não sobrecarregue o fígado.Dinheiro: Possível convite de trabalho. Decida com o coração. Números da Sorte: 10, 13, 21, 25, 37, 42

CAPRICÓRNIOCarta do Dia: 4 de Copas, que significa Desgosto.Amor: Confie mais na intui-ção. Não acredite em tudo o que lhe dizem.Saúde: Tendência para tonturas. Cuidado para não sofrer uma queda. Caminhe com cuidado.Dinheiro: Um amigo pode trazer-lhe uma oportunida-de inesperada. Aproveite.Horóscopo Diário Ligue já! 760 10 77 40

AQUÁRIOCarta do Dia: 7 de Espadas, que significa Novos Planos, Interferências. Amor: Pense no percurso afetivo que tem vindo a fazer e lute pela sua feli-cidade.Saúde: Período estável na saúde. Não se preocupe em demasia.Dinheiro: É provável que venha a obter benefícios financeiros. Lembre-se de dar valor às coisas realmente importan-tes na sua Números da Sor-te: 2, 5, 14, 18, 23, 36

PEIXESCarta do Dia: 6 de Paus, que significa Ganho.Amor: Seja mais tolerante e compreensiva com o seu par. Evite um desgosto de amor. Saúde: Pode sentir-se mais deprimida. Torne os dias mais alegres ouvindo mú-sica.Dinheiro: Boa altura para repensar a sua vida finan-ceira. Se anda a gastar demais feche os cordões à bolsa. Números da Sorte: 10, 13, 17, 29, 31, 37

>EXPOSIÇÃO

RED DECEMBERGaleria Tap SeacATÉ 13 DE FEVEREIRO

A exposição apresenta a mais recente obra em grande escala do artista Carlos Marreiros, bem como uma série de pinturas dos seus cadernos de esboços. Segundo o Instituto Cultural, Red December retrata figuras históricas chinesas e ocidentais de diferentes épocas e a forma como se reúnem e se

envolvem “numa aprazível conversa”. A obra expressa a visão utópica do artista, onde diferentes culturas coexistem harmoniosamente no seio de uma sociedade inclusiva, acrescenta o Instituto Cultural. Por sua vez, as pinturas dos seus cadernos de esboços “espelham o processo criativo e reflectivo diário do artista ao longo dos anos, permitindo ao público conhecer de perto as suas fontes de inspiração e percorrer o seu mundo criativo” onde se fundem elementos das culturas chinesa e ocidental.

>FEIRA

FEIRA DE NATALGrand Coloane Resort

Até domingo

Cerca de 30 expositores vão marcar presença

no Grand Coloane Resort para uma Feira de Natal num evento

organizado em conjunto com o International

Ladies Club de Macau. No local será possível participar em

workshops e jogos temáticos, havendo

ainda música ao vivo e comida.

>EXPOSIÇÃO

4 STEPS INTO THE CLOUDSCreative MacauAté 25 de Janeiro

As nuvens murmuram e a imaginação dança. Este é o mote para a instalação de Mónica Coteriano, que recorre a imagens, captadas em ‘hyper-timelapse’, e a dispositivos sonoros, espalhados pelo espaço, para criar a sensação de um passeio nas nuvens, enquanto vários convidados murmuram histórias e poemas da artista radicada em Macau.

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Nenhuma mudança de contexto pode questionaro quadro jurídico de Macau, diz Marcelo Rebelo de Sousa

Trump diz que vai ganhar o combate contra o inquérito de destituição

CONGRESSO

O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse ontem que não receia o anúncio de que os Democratas vão redigir os artigos para a sua destituição, no Congresso, porque “os Republicanos nunca estiveram

tão unidos”. “Vamos ganhar!”, escreveu Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter, invocando o espírito de união dos Republicanos, minutos depois de a líder da Câmara dos Representantes ter anunciado que iria pedir aos parlamentares para redigirem os artigos de destituição que deverão ser votados no Congresso ainda antes do final do ano.“Eles já tinham desistido da ‘coisa’ ridícula do Mueller, por isso agora agarram-se a dois totalmente apropriados (perfeitos) telefonemas com o Presidente ucraniano”, escreveu Trump, referindo-se à investigação do procurador-especial Robert Mueller (sobre a interferência russa nas eleições de 2016) e aos

telefonemas realizados em Julho com o homólogo da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.Nesses telefonemas, Trump pediu a Zelenskiy para investigar a actividade do filho de Joe Biden junto de uma empresa ucraniana suspeita de corrupção, ameaçando reter ajuda financeira se o Governo ucraniano não colaborasse, o que os Democratas consideram ser um “abuso de poder” para “benefícios pessoais”.Trump considera que o inquérito para destituição - que se iniciou em Outubro e que está agora no Comité Judiciário depois de ter passado pelo Comité de Investigação – não passa de uma “caça às bruxas”, destinado a fragilizar a sua

recandidatura presidencial de 2020. Pelosi, que invocou por várias vezes os pais fundadores dos Estados Unidos, disse ontem que a acção do Presidente Trump “violou seriamente a Constituição”, acrescentando que toma a decisão com “tristeza e humildade”.Em resposta, Trump escreveu no Twitter que “não era isso o que os Fundadores tinham em mente”, referindo-se aos argumentos invocados pela líder da Câmara de Representantes, acrescentando que “a boa notícia é que os Republicanos nunca estiveram tão unidos”. Mas a união dos Republicanos não deverá ser suficiente para travar as intenções Democratas na Câmara dos

Representantes.Uma vez redigidas as acusações, com aprovação prévia dos comités parlamentares, os artigos serão submetidos a votação no plenário da Câmara dos Representantes, esperando-se que a maioria Democrata (235 contra 199 Republicanos) permita a sua aprovação. De seguida, as acusações serão conduzidas para o Senado, que se constitui como uma espécie de tribunal, onde será precisa uma maioria de 2/3 para a demissão de Trump do cargo de Presidente. O cenário da remoção de Trump é pouco provável, tendo em conta a maioria Republicana na câmara alta do Congresso (53 senadores contra 47 do lado Democrata).

O Presidente da República por-tuguesa afir-mou ontem

que “nenhuma mudança de contexto mundial, regio-

nal ou outra” pode colocar em causa o quadro jurídico de Macau e que a solução de 1999 deve ser respeitada “em todas as circunstân-cias”. Marcelo Rebelo de

por subscrever declarações dos seus antecessores Jor-ge Sampaio e Aníbal Cava-co Silva sobre esta matéria, defendendo que os prin-cípios e regras acordados são para cumprir e “não supõem nem dúvidas, nem desvios, nem esquecimen-tos”, e dando destaque à língua portuguesa.“Sem a componente eco-nómica, social e cultural, abrangendo com natural destaque o sublinhado da língua portuguesa, o Direito correrá o risco de ficar letra morta, forma sem conteú-do, reminiscência mais fa-cilmente apagável do pas-sado, sem perspectivas de presente e de futuro”, sus-tentou.Depois, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “Portu-gal continua a pensar que o quadro jurídico de Macau e o seu desenvolvimento harmonioso, sempre conci-tando o contributo conjunto dos dois Estados, mantêm virtualidades que nenhuma mudança de contexto mun-dial, regional ou outra pode questionar”.

“Dito de forma ainda mais clara: para Portugal, Macau é uma realidade específica, fruto de um processo histó-rico único e irrepetível, e a solução a que se chegou em 1999 é por isso mesmo úni-ca e irrepetível, e como tal deve ser respeitada e valo-rizada em todas as circuns-tâncias”, acrescentou.Perante o embaixador da República Popular da China em Lisboa, Cai Run, o Che-fe de Estado assegurou que “Portugal não muda ao sa-bor de conjunturas, naquilo que entende, como é o caso de Macau, ter sido e ser um exemplo singular, que as-sim tem de ser acolhido, cultivado e afirmado”.“Em suma, tal como os pre-sidentes Jorge Sampaio e Aníbal Cavaco Silva, o ac-tual Presidente da Repú-blica Portuguesa reafirma a posição de Portugal sobre Macau, no quadro das rela-ções seculares e presentes, seguro de que todos a com-preenderão e respeitarão. A palavra foi por nós dada em 1999. Continua a ser cum-prida em 2019”, concluiu.

As autoridades dos Camarões anunciaram ontem um ataque a 21 civis na cidade de Mbreche, no Norte dos Camarões, pelo grupo terrorista Boko Haram, dos quais quatro escaparam, e 17 estão ainda sequestrados. “O grupo Boko Haram atacou por volta das 23h00

a cidade de Mbreche, localizada a cerca de 30 quilómetros da fronteira com a Nigéria, sequestraram 21 pessoas, mas quatro conseguiram escapar, e as restantes 17 continuam raptadas”, disse uma autoridade administrativa da região à agência de notícias francesa France-

Presse. A mesma fonte acrescentou que “o exército lançou uma operação de resgate, [e] das quatro que escaparam, uma disse que reconheceu que alguns dos raptores são habitantes da cidade que foram recrutados pelo Boko Haram”. Desde 2014, as autoridades

dos Camarões contabilizaram cerca de 13 mil ataques no seu território, que resultaram em “milhares de mortos” e obrigou mais de 250 mil camaroneses a abandonar as suas casas e levou a uma migração de 60 mil refugiados nigerianos para os Camarões.

Boko Haram sequestrou 21 pessoas no Norte dos Camarões

Sousa falava numa sessão comemorativa do 20.º ani-versário da transferência da administração de Macau de Portugal para a China, pro-movida pela Fundação Jorge Álvares, na Fundação Ca-louste Gulbenkian, em Lis-boa, em que esteve presente o antigo Chefe de Estado português António Ramalho Eanes.Num discurso de cerca de sete minutos, o Presiden-te da República começou

PELO MENOS 13 MORTOS NAS FILIPINAS DEVIDO À PASSAGEM DO TUFÃO KAMMURI

Pelo menos 13 pessoas morreram esta semana nas Filipinas na sequência da passagem do tufão Kammuri, segundo um novo balanço divulgado hoje pelas autoridades. O anterior balanço apontava para 11 mortos. O tufão danificou 135 escolas e destruiu quase 1.200 casas. As Filipinas são afetadas anualmente, em média, por 20 tempestades e tufões que matam centenas de pessoas e contribuem para a pobreza das populações expostas. O tufão mais devastador registado no país, o Haiyan, resultou em mais de 7.300 mortos e desaparecidos em 2013.

GUERRA COMERCIAL PREJUDICA MACAU MAIS DO QUE INSTABILIDADE EM HONG KONG

O presidente executivo da Melco Resorts considerou ontem que a guerra comercial entre os Estados Unidos da América (EUA) e a China está a prejudicar mais Macau do que a instabilidade que se vive actualmente em Hong Kong. Em entrevista à estação televisiva da Bloomberg, Lawrence Ho mostrou-se optimista com o futuro do sector do jogo em Macau devido à integração da região na Grande Baía e salientou que os projectos de melhoramentos e de novas infra-estruturas estão já a dar frutos. A aposta da Melco para Macau centra-se no crescimento orgânico e não nas fusões e aquisições, e conta com o crescimento da classe média chinesa, desvalorizando os jogadores de grandes apostas, conhecidos como jogadores VIP. No Japão, Yokohama será o único destino para o desenvolvimento de um resort, que custará pelo menos 10 mil milhões de dólares americanos.