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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA NO TRÓPICO ÚMIDO PPGATU “CULTIVO DO CUBIU (Solanum sessiliflorum Dunal) SOB O EFEITO DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO EM AMBIENTE PROTEGIDO” EDIMILSON BARBOSA LIMA Manaus, Amazonas 2015

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA NO TRÓPICO ÚMIDO

PPGATU

“CULTIVO DO CUBIU (Solanum sessiliflorum Dunal) SOB O EFEITO DE

IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO EM AMBIENTE PROTEGIDO”

EDIMILSON BARBOSA LIMA

Manaus, Amazonas

2015

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EDIMILSON BARBOSA LIMA

“CULTIVO DO CUBIU (Solanum sessiliflorum Dunal) SOB EFEITO DE IRRIGAÇÃO

POR GOTEJAMENTO EM AMBIENTE PROTEGIDO”

Orientador: Dr. Danilo Fernandes da Silva Filho

Coorientador: Dr. César Augusto Ticona Benavente

Dissertação apresentada ao PPGATU como

parte dos requisitos para obtenção do título de

Mestre em Ciências Agrárias: Área de

Concentração em Agricultura no Trópico

Úmido.

Manaus, Amazonas

2015

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Folha de aprovação

A Banca Julgadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado

TITULO: “CULTIVO DO CUBIU (Solanum sessiliflorum Dunal) SOB EFEITO DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO EM AMBIENTE PROTEGIDO”

AUTOR:

EDIMILSON BARBOSA LIMA

__________________________________________

(Presidente)

__________________________________________

(membro)

_______________________________________

(membro)

Manaus, de de 2015

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Lima, Edimilson Barbosa Cultivo do cubiu (solanum sessiliflorum dunal) sob efeito de irrigação por gotejamento em ambiente protegido / Edimilson Barbosa Lima Manaus : [ s.n ], 2015. xii, .....f. : il. Color.

Dissertação (mestrado) --- INPA, Manaus, 2015.

Orientador: Dr. Danilo Fernandes da Silva Filho Coorientador: Dr. César Augusto Ticona

Benavente Área de Concentração : Ciências Biológicas, Agrárias e

Humanas.

1. Cocona –. 2. Solanum sessiliflorum - 3. Cultivo Protegido -. 4. Irrigação Localizada – 5. Gotejamento. I. Titulo.

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Dedicatória

À minha filha, meus netos, irmãos, parentes e amigos, aos meus professores

e a todos que, direta ou indiretamente, participaram desta etapa gratificante de

minha vida, dedico com muito carinho este trabalho.

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, a Deus e aos bons espíritos, por terem guiado meus

passos nessa caminhada árdua, mas gratificante;

Aos meus pais Iracema Moura Lima e Edivaldo Barbosa Lima ( In memorian )

do fundo do meu coração, a quem devo a vida e a orientação espiritual;

À minha filha, Hélida Leitão Lima, meus netos Benito, Aurora e Celeste, pela

fonte de estímulo para conclusão deste trabalho;

À Solange Damasceno e à minha enteada Heloise, com gratidão eterna pela

força e ajuda que me deram nos momentos importantes de minha vida;

Aos meus irmãos, Iracy, Isabel, Israel, Eliane, Elias, Ana Paula e Edilene e

aos meus sobrinhos com muita honra por esse título que estou conquistando;

À inesquecível, Lenita Ribeiro Neto, que na ausência da minha mãe não

deixou que nada me faltasse;

Ao Dr. Danilo Fernandes da Silva Filho, meu orientador e amigo;

Ao Dr. César Ticona Benavente, meu coorientador e amigo;

Aos colegas do PPGATU e da EEH-INPA km 14, pela ajuda e

companheirismo;

A todos os meus professores do PPGATU, pela contribuição que deram ao

meu crescimento pessoal;

Ao INPA, IFAM Campus Zona Leste e a CAPES pela oportunidade de

participar de um curso de pós-graduação e o apoio financeiro que ajudaram a

custear algumas despesas na realização de minha dissertação de mestrado.

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RESUMO

O cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal) é uma planta de origem e domesticação

amazônica, com potencial para o agronegócio. Geralmente é cultivada em campo

aberto na terra firme. No entanto são poucos os estudos fitotécnicos que viabilizem o

aumento da produtividade de frutos. Esta pesquisa teve o objetivo de avaliar o

cultivo de cubiu sob o efeito da irrigação por gotejamento em ambiente protegido nas

condições da cidade de Manaus/AM. O experimento foi conduzido em casa de

vegetação, em Argissolo Vermelho-Amarelo álico, em Manaus. Adotou-se o

Delineamento Experimental Inteiramente Casualizado em esquema fatorial, com três

lâminas de irrigação e 4 variedades de cubiu com 5 repetições. Sendo cada lâmina

aplicada com um tipo de fita gotejadora com emissores distanciados a cada 10, 20 e

40 cm, equivalentes as lâminas de 50, 100 e 150% da evapotranspiração (ETc),

respectivamente. Os seguintes caracteres foram avaliados: número médio de frutos,

diâmetro do fruto, comprimento do fruto, massa média do fruto e relação

comprimento/diâmetro do fruto. As lâminas de água aplicadas não influenciaram

significativamente na produção de frutos. Isto indica que o cubiu pode ser irrigado

com uma lâmina de água de até 50% da evapotranspiração sem prejuízo da

produção de frutos por plantas. Nos componentes de produtividade, houve uma leve

tendência da lâmina equivalente a 150% da ETc influenciar no maior número de

frutos por plantas. Por outro lado, a lâmina equivalente a 100% da ETc,

proporcionou a maior massa média de fruto e promoveu um rendimento de 4

toneladas de frutos por hectare. Finalmente, a forma dos frutos avaliada pela relação

comprimento-diâmetro não foi influenciada pela irrigação controlada, indicando que a

variação pode ser devida ao efeito genético dos acessos estudados.

Palavras-chave: Solanum sessiliflorum, recursos genéticos, suprimento hídrico,

produtividade.

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ABSTRACT

The cocona (Solanum sessiliflorum Dunal) is a source of plant domestication and

Amazon, with the potential for agribusiness. It is usually grown in the open on the

mainland. However there are few studies phytotechnical that enable increased fruit

yield. This research aimed to evaluate the cubiu cultivation under the influence of drip

irrigation in greenhouse conditions in the city of Manaus / AM. The experiment was

conducted in a greenhouse in Acrisol Alic, in Manaus. Adopted the Experimental

Design completely randomized in a factorial design with 3 irrigation levels and 4

varieties of cubiu with 5 repetitions. As each blade applied with a drip tape type with

the emitters 10 cm spaced, 20 cm and 40 cm, corresponding blades 50%, 100% and

150% (ETc), respectively. The following traits were evaluated: average number of

fruits, fruit diameter, fruit length, average fruit weight and length / diameter of the fruit.

The applied water depths did not influence significantly the production of fruit. This

indicates that the cubiu can be irrigated with a water slide 50% evapotranspiration

without prejudice to the production of fruits per plant. The productivity components,

there was a slight tendency of the blade equivalent to 150% of ETc influence the

greatest number of fruits per plant. On the other hand, the blade equivalent to 100%

of Etc gave the highest mean fruit weight and promoted a yield of 4 tons per hectare.

Finally, the shape of fruit evaluated by the length-to-diameter ratio was not influenced

by controlled irrigation, indicating that variation may be due to genetic effects of

accessions.

Keywords: Solanum sessiliflorum, drip irrigation, water supply, cocona.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... 10 LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... 11 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12 2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................ 14

2.1. Cubiu - aspectos botânicos ................................................................................ 14 2.2. Origem e distribuição geográfica ....................................................................... 14 2.3 Exigências ecológicas ............................................................................................ 15 2.3.1. Clima ................................................................................................................. 15 2.3.2. Altitude ................................................................................................... 16 2.3.3. Solo ................................................................................................................... 16 2.4. Aspectos Agronômicos ....................................................................................... 16 2.4.1. Variedades ....................................................................................................... 16 2.4.2 Sistemas de Cultivo ......................................................................................... 17 2.4.2.1 Formação de mudas ........................................................................................ 17 2.4.2.2 Preparo do solo ................................................................................................ 17 2.4.2.3 Plantio consorciado .......................................................................................... 18

3. IMPORTÂNCIA DA IRRIGAÇÃO PARA OS VEGETAIS ................................... 18 3.1. Avaliação dos Sistemas de Irrigação na Agricultura ....................................... 18 3.2. Eficiência e Uniformidade de Irrigação ............................................................. 19 3.3. Irrigação por Gotejamento.................................................................................. 20

4. OBJETIVOS ........................................................................................................... 23 4.1. Geral........................................................................................................................ 23 4.2. Específicos ............................................................................................................. 23

5. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 24 5.1. Localização .......................................................................................................... 24 5.2. Material vegetal ................................................................................................... 24 5.3. Formação das mudas ......................................................................................... 25 5.4. Preparo do solo, calagem e adubação ............................................................. 25 5.5. Instalação do Sistema de Irrigação ................................................................... 29 5.6 Monitoramento do Clima .................................................................................... 34 5.7. Manejo da Irrigação ............................................................................................ 35 5.7.1. Coeficiente de Cultivo – Kc e Evapotranspiração da Cultura Etc ............... 35 5.8. Lâminas Aplicadas .............................................................................................. 36 5.9. Tratos Culturais ................................................................................................... 37 5.10. Colheita ............................................................................................................. 37 5.11. Características avaliadas ................................................................................ 37 5.12. Analises realizadas.......................................................................................... 38

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 39 6.1. Número de Frutos por Planta ............................................................................. 41 6.2. Massa Média de Fruto ........................................................................................ 42 6.3. Comprimento e Diâmetro do Fruto .................................................................... 43

7. CONCLUSÕES ....................................................................................................... 45 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 46

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LISTA DE TABELAS

1 Tabela 1 – Resultados da análise física do solo, da área experimental, em diferentes profundidades. PPG/ATU, Manaus, 2013.....................................

27

2 Tabela 2: Resultados da análise química do solo da área experimental. PPG/ATU, Manaus, 2013...............................................................................

28

3 Tabela 3 – Dados de precipitação, evapotranspiração da cultura, lâminas aplicadas, umidade relativa e temperatura média, aferidas no local do experimento. EEH-INPA km 14, Manaus, 2014.............................................

40

4 Tabela 4 - Teste de comparação médias entre as linhas de gotejamento para diferentes caracteres de cubiu. Considerando as três primeiras colheitas. Manaus 2014..................................................................................

43

5 Tabela 5 - Teste de comparação de médias de quatro acessos de cubiu para diferentes caracteres. Considerando as três primeiras colheitas. Manaus 2014..................................................................................................

44

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LISTA DE FIGURAS

1 Figura 1 – Figura 1A, detalhe de uma Planta adulta de cubiu e Figura 1B,

frutos de cubiu de cubiu em diferentes estádios de maturação.......................

14

2 Figura 2 - Origem de quatro genótipos de cubiu na região do alto rio Negro,

estado do Amazonas. CUB-10. Acariquara, CUB-11. Abianai, CUB-12. Matozinho e CUB-13. Nazaré do Enuixi...........................................................

24

3 Figura 3 : Plantas de cubiu utilizadas no experimento..................................... 25

4 Figura 4 – Preparo do solo com micro trator ( Figura 4A ) e calagem ( Figura 4B ) Lima, (2013)..............................................................................................

25

5 Figura 5 – Dimensionamento do sistema de irrigação na área experimental

e distribuição dos acessos de cubiu. (Lima, 2013)...........................................

33

6 Figura 6 - Teste de vazão e uniformidade. Fonte: Lima, (2013)..................... 32

7 Figura 7 - Detalhe da instalação do filtro de disco de 1”, válvulas drenantes de 16mm nos terminais das linhas laterais e manômetro glicerinado de 0-60 mca. Lima (2013)..............................................................................................

34

8 Figura 8 - Detalhe do termo-higrômetro e do pluviômetro alternativo instalados na EEH INPA km 14. Lima (2013)...................................................

35

9 Figura 9 – Lâminas aplicadas em função da precipitação pluviométrica e da

evapotranspiração. EEH INPA km 14. Lima (2014).........................................

39

10 Figura 10 – Comportamento da umidade relativa média do ar na área do experimento EEH INPA km 14. Lima (2014)....................................................

40

11 Figura 11 – Comportamento da temperatura relativa média do ar na área do

experimento EEH INPA km 14. Lima (2014)....................................................

41

12 Figura 12 – Detalhe do tutoramento, podas de folhas para controlar ácaros. EEH-INPA km 14, Manaus, 2014.....................................................................

37

13 Figura 13 - Efeito das densidades de emissores na irrigação por

gotejamento sobre a massa de fruto e número de frutos.................................

42

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1. INTRODUÇÃO

O cubiu (Solanum sessiliflorum Dunal) é uma hortaliça fruto nativa da

Amazônia ocidental adaptada aos sistemas agrícolas convencionais e pode ser

usado como alimento (in natura, sucos, geléias, sorvetes, compotas, molhos, entre

outros), medicamento (controle do diabetes e colesterol) e cosmético (xampu,

sabonete, loção hidratante, entre outros) (Silva Filho, 2012).

O cultivo de cubiu no Amazonas não é intensivo, resultando em pouca oferta

no mercado de Manaus. Mas existem resultados de pesquisas sobre o seu potencial

agronômico e nutricional (Silva Filho et al. 2012), processamento (Silva Filho et al.

2012; Casseres Gomez 2012; Freitas 2011; Paiva et al. 2009; Gomes et al. 2007)

que mostram processos simples e factíveis no âmbito da agricultura familiar e do

agronegócio do cubiu para a Amazônia. No entanto, ainda não foi avaliada a

possibilidade de produzir cubiu utilizando fertirrigação em casa de vegetação. Este

manejo poderia aumentar a produção em pequenas áreas.

Os genótipos de cubiu cultivados no campo aberto possuem elevado

potencial produtivo. Os genótipos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, podem produzir até 100 toneladas de

frutos por hectare (Silva Filho, 2012). Desde que seja feito o manejo adequado de

adubação e controle de doenças.

Uma forma de aumentar e/ou manter a produtividade por área é utilizando

fertirrigação em casa de vegetação. Esta tecnologia permite aumentar a

produtividade e facilita o manejo. No Amazonas, especialmente nos municípios de

Iranduba e Presidente Figueiredo, produtores organizados em cooperativas

investiram nas tecnologias de cultivo protegido e fertirrigação por gotejamento,

produzindo significativas quantidades de pimentão e alface; abastecendo boa parte

do mercado de Manaus.

A fertirrigação economiza agua, energia e nutrientes, por esta razão vem

sendo adotada pelos produtores de hortaliças. Existem várias técnicas para

implementar a fertiirigação. A mais utilizada é o sistema de irrigação por

getejamento.

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Um dos problemas antes da implementação da fertirrigação é o cálculo da

vazão de agua, de tal forma que não leve ao estresse hídrico por falta ou excesso.

Outras hortaliças já tem este ponto resolvido. Na produção de pimentão vermelho;

se avaliou o efeito da reposição de água no solo em níveis de 50, 75, 100, 125 e

150% da evapotranspiração (ET). (Carvalho, 2011 ).

Carvalho et al. (2011) mostraram que o número de frutos por planta, o peso

médio dos frutos e a produção por planta, foram afetados pelos níveis de reposição

de água no solo. A máxima produtividade foi de 35.300 kg ha-1 com a aplicação de

443,9 mm, e a lâmina ótima econômica estimada em 443,5 mm.. A maior eficiência

no uso da água foi estimada em 74,76 kg ha-1, com a aplicação de uma lâmina de

334,1 mm.

A berinjela (Solanum melongena L.) e o cubiu são espécies relacionadas

filogeneticamente (Bohs, 2004). De forma que os avanços da pesquisa agronômica

em berinjela poderiam ser extrapolados para o cubiu.

Em berinjela cultivada em casa de vegetação, Chartzoulakis e Drosos (1995),

observaram que a lâmina aplicada equivalente a 85% da evapotranspiração (ET)

não afetou negativamente a produção de frutos. Entretanto, as lâminas equivalentes

a 65 e 40% da ET reduziram a produção em 35 e 46% respectivamente.

Apesar de se conhecer coeficiente de cultivo (Kc) da berinjela, este ainda não

foi determinado para o cubiu. Portanto, este trabalho determinou a lâmina de água

que maximiza a produtividade de frutos em casa de vegetação. Esta informação

auxiliará na tomada de decisões para o cultivo de cubiu em ambiente protegido.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Cubiu - aspectos botânicos

O cubiu pertence à família Solanaceae, portanto, parente do tomate,

pimentão, berinjela e jiló. A planta (Figura 1A) é um arbusto herbáceo de 1 a 2 m de

altura. As folhas são grandes, chegando atingir 58 cm. A inflorescência é uma cima

situada nos ramos entre cada grupo de três folhas, contendo entre 5 e 11 flores. A

floração da planta inicia-se de quatro a cinco meses após a germinação. As flores

abrem por volta de 7 horas e começam a fechar às 16 horas. As flores duram

apenas dois dias e, se não houver fertilização, murcham e caem. O fruto é uma

baga, com peso variando na forma e tamanho, pesando de 20 a 490 g (Figura 1B).

As sementes são numerosas, amarelas medindo entre 3,2 a 4 mm de comprimento

(Silva Filho et al. 2012).

Figura 1A, detalhe de uma Planta adulta de cubiu e Figura 1B, frutos de cubiu de

cubiu em diferentes estádios de maturação.

2.2. Origem e distribuição geográfica

S. sessiliflorum var. sessiliflorum, originou-se via seleção indígena em algum

lugar da distribuição de S. georgicum var. goergicum na Amazônia equatoriana,

colombiana ou peruana, no alto Rio Orinoco. Supõe-se que sua distribuição pré-

colombiana se estendeu desde o rio Madre de Dios ao sul do Peru ao médio Rio

Orinoco na Venezuela e Colômbia próximo dos Andes e entrando na planície

amazônica ao longo dos principais rios que drenam os Andes (Silva Filho 2012).

1A 1B

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Agora, o cubiu é mais abundante na Amazônia ocidental, principalmente na

região do Alto Solimões, onde ainda é encontrado em forma espontânea nos

campos e áreas rurais. Depois que os pesquisadores do INPA ampliaram o processo

de socialização dos resultados de suas pesquisas, tornou-se conhecido e cultivado

em todas as regiões brasileiras onde as condições ambientais são favoráveis ao seu

cultivo (Silva Filho 2013).

2.3 Exigências ecológicas

2.3.1. Clima

O clima da Amazônia ocidental é classificado como “A” (Clima tropical

chuvoso) no esquema de Köppen, o qual abrange os tipos climáticos “Am” e “Af”. O

tipo climático “Am” (chuvas do tipo amazônico) apresenta uma estação seca de

pequena duração, geralmente sem influência significativa no comportamento da

vegetação, ocorrendo no sudoeste do Amazonas. A pluviosidade varia entre 2000 e

2750 mm, com um intervalo entre chuvas de um a três meses. Geralmente no

período entre julho e outubro. A temperatura média anual varia entre 27 e 32°C (

Alvares et al.,2013).

O tipo climático “Af” (constantemente úmido) apresenta uma variação mínima anual,

tanto da temperatura como da chuva e se mantém sempre em um nível elevado

ocorrendo no noroeste do Amazonas. Nesta zona climática, a pluviosidade varia

entre 2750 e 3500 mm, sem intervalo regular de chuvas, podendo haver períodos

curtos (menores que um mês) entre as chuvas isoladas. Por ser mais chuvosa, a

temperatura média anual é um pouco menor, variando entre 26 e 30°C ( Alvares et

al.,2013).

A evapotranspiração potencial no Amazonas ocidental é sempre superior a 1400 mm

anual.( Alvares et a.,2013). Nestas condições, as folhas das plantas do cubiu

indicam claramente quando a transpiração excede a absorção de água pelas raízes,

murchando facilmente.

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2.3.2. Altitude

O cubiu pode ser cultivado em altitudes que variam desde o nível do mar até

1500 m, mas a cima de 1500 m a sua produção econômica diminui. (Silva Filho,

2013)

2.3.3. Solo

O cubiu cresce na maioria dos solos da Amazônia, desde os Latossolos e

Argissolos ácidos e de baixa fertilidade, da terra firme com texturas desde arenosa a

argilosa, até os Gleis Húmicos, neutros de alta fertilidade da várzea, com texturas

desde limo-arenosa a limo-argilosa. Entretanto, não cresce bem em solos

encharcados. Como outras hortaliças, o cubiu produz melhor em solos mais ricos em

nutrientes (Silva Filho et al. 2012).

2.4. Aspectos Agronômicos

2.4.1. Variedades

Todos os tipos de cubiu que foram coletados pelas instituições oficiais das

regiões da Amazônia brasileira, peruana e colombiana eram provenientes de

população encontradas nas roças e pomares dos índios e caboclos, e das feiras e

mercados onde eram comercializados por pessoas das mesmas etnias. Os

pesquisadores do INPA denominam essas populações de “etnovariedades”, porque

foram selecionadas e mantidas pelos índios e caboclos durante muitas gerações.

Nas regiões do Alto Solimões e Alto Rio Negro é possível encontrar etnovariedades

(ETNs) desde o estádio silvestre até o mais avançado processo de domesticação,

que é especialmente visível na forma e no tamanho dos frutos (Silva Filho et al.

2012).

Das ETNs e outras populações que fazem parte da coleção de cubiu mantida

pelo INPA, foram criadas novas cultivares cujo material genético tem potencial para

atender as exigências da agroindústria que desejar utilizar essa espécie para as

várias finalidades que a matéria prima é indicada. Dessa forma, ao longo de três

décadas, os materiais melhorados pelos pesquisadores do INPA têm sido

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distribuídos a todos os agricultores familiares brasileiros que manifestam o interesse

pelo cultivo do cubiu. Atualmente, alguns agricultores familiares assentados em

áreas rurais da área metropolitana de Manaus, estão produzindo sementes para

comercialização (Silva Filho et al.2012).

2.4.2 Sistemas de Cultivo 2.4.2.1 Formação de mudas

O cubiu se propaga melhor por sementes. O processo, desde a semeadura até

o plantio definitivo é feito do mesmo modo como se cultiva o tomate e pimentão, com

a vantagem que pode ser feita em qualquer época do ano, usando mudas no plantio

em campo aberto. As mudas podem ser formadas em canteiros, caixotes, copos

plásticos, bandejas de isopor preenchidas com substratos comerciais ou composto

orgânico peneirado e previamente esterilizado.

2.4.2.2 Preparo do solo

O preparo do solo pode ser manual ou mecanizado. No caso dos solos franco

arenosos, podem ser preparados manualmente, porque a sua textura facilita o

manejo. A mecanização é recomendada para os solos de textura argilosa. O

espaçamento entre plantas de cubiu pode variar de acordo com o genótipo utilizado.

Geralmente existem ETNs que crescem pouco e podem ser cultivadas em qualquer

tipo de solo com espaçamento de 1,00 x 1,00 m. O adensamento dificulta a colheita

e os tratos culturais, uma vez que, devido ao tamanho das folhas e ao oxalato de

cálcio presente na superfície destas, que em contato com a pela causa irritações e

coceiras. O espaçamento ideal é de 2,00 x 1,50m. Tal espaçamento facilita os tratos

culturais e reduz a incidência e ácaros e doenças fúngicas. (Silva Filho et al. 2012).

Para o plantio, as covas devem ser abertas com 0,20 m altura, por 0,20 m de

largura e 0,20 m de profundidade. Nos casos em que o solo seja propenso a

encharcamento, recomenda-se abri-las sobre leiras de 0,20 m de altura, tendo em

vista que a planta do cubiu não suporta solos com excesso de umidade.

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18

2.4.2.3 Plantio consorciado

Em sistemas agroflorestais o cubiu pode ser um importante componente na

associação com plantas anuais e perenes, um espaçamento de 3 x 3 m (1.111

plantas por hectare) é recomendado. Na estação Experimental de Hortaliças do

INPA, em Manaus, se tem cultivado o cubiu consorciado com maxixe e feijão de

praia. Esta prática tem a vantagem muito importante: evita a exposição do solo ao

sol, chuva e vento. Depois que a planta cobre o solo com suas ramas e quando as

plantas de cubiu começam a produzir sombra no solo, é época de colher os frutos do

maxixe e as vagens do feijão (Silva Filho et al. 2012).

3. IMPORTÂNCIA DA IRRIGAÇÃO PARA OS VEGETAIS

A irrigação é entendida não somente como uma ação segura contra secas ou

veranicos. Quando bem utilizada, é um instrumento muito eficaz no aumento da

rentabilidade agrícola, permitindo a racionalização de insumos através da

fertirrigação. Para que a irrigação seja eficiente, é imperativo que os sistemas

apresentem alta uniformidade de aplicação da água. Uma vez instalado um projeto

de irrigação, é necessário verificar se as condições previstas inicialmente se

confirmam em campo. Para tanto, deve-se avaliar as condições de pressão, vazão e

lâminas d’água aplicadas (Hernandez, 2004).

3.1. Avaliação dos Sistemas de Irrigação na Agricultura

A avaliação de sistemas de irrigação é um tema que os agricultores pouco

têm dado importância. Mesmo contando com a tecnologia, muitos não a utilizam de

forma adequada, por falta de orientação e conhecimento. Em função das

irregularidades da distribuição de água por irrigação localizada, este trabalho tem

por objetivo revisar a metodologia de avaliação desses sistemas e apresentar alguns

resultados que motivem os agricultores a praticar corretamente a irrigação no cultivo

de plantas (Silva e Silva 2005).

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3.2. Eficiência e Uniformidade de Irrigação

O termo eficiência representa um balanço entre os volumes de água

envolvidos no processo de irrigação. Esses volumes referem-se à quantidade de

água captada na fonte, fornecida às parcelas, volume necessário às plantas,

armazenado no solo à profundidade efetiva do sistema radicular das culturas e

volume perdido por deriva, escoamento superficial ou run-off, evaporação e

percolação (Bernardo 1995).

São vários os fatores que interferem na distribuição de água às plantas. Do

volume que é retirado da fonte (represa, poço artesiano, rio ou reservatório), uma

parcela é perdida no sistema de condução, através de vazamentos em tubulações,

conexões e registros. Durante o funcionamento dos sistemas, dependendo das

condições atmosféricas, como ventos, altas temperaturas e baixa umidade relativa

do ar, um alto percentual de água é evaporado. Assim, haverá uma redução

significativa entre o volume inicial e o volume final, aplicado ao solo (Silva e Silva

2005).

Da quantidade de água aplicada ao solo, apenas uma pequena quantidade é

absorvida e aproveitada pelas plantas, pois normalmente ocorrem perdas por

percolação profunda, evaporação e escoamento superficial, dependendo do manejo

adotado e da uniformidade dos sistemas (Silva e Silva 2005).

A uniformidade está associada à variabilidade da lâmina de irrigação ao

longo da área molhada, a uniformidade pode ser expressa por índices ou

coeficientes, sendo o mais utilizado o Coeficiente de Uniformidade de Christiansen

(CUC). São também utilizados em menor escala o Coeficiente de Uniformidade de

Distribuição (CUD) e o Coeficiente Estatístico de Uniformidade (CUE) (Bernardo

1995).

Quando estes coeficientes são maiores ou iguais a certo valor arbitrário, a

uniformidade de distribuição é considerada aceitável. Estima-se que em sistemas

por gotejamento, o ideal é que a uniformidade atinja um valor de CUC superior a

90% e CUD entre 85 e 90%. Em geral, as desuniformidades dos gotejadores e

microaspersores ocorrem, principalmente, pela falta de manutenção. Assim,

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enquanto uma fração de área é irrigada em excesso, em outra ocorre o déficit de

água, não atendendo as necessidades hídricas das plantas (Silva e Silva 2005).

3.3. Irrigação por Gotejamento

A irrigação de culturas agrícolas por gotejamento é uma tecnologia que usa

menos água e também menos fertilizantes – do que o sistema convencional. Ao

contrário desta última, que molha toda a planta e seu entorno, a irrigação por

gotejamento coloca a água diretamente na região da raiz das plantas utilizando um

sistema de tubos, válvulas e gotejadoras. Desta forma, não há desperdício de água,

já que as plantas recebem apenas o necessário para que se desenvolvam. No

relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, em um

mundo onde cerca de 70% da água é consumida na agricultura e mais de 700

milhões de pessoas têm acesso restrito a esse recurso natural, todo o uso

inteligente é bem-vindo e mais do que necessário (Sampaio et al. 2001).

Além da economia proporcionada pelo uso controlado, a irrigação por

gotejamento também promove outros benefícios, a exemplo do aumento de

produção agrícola. Implantado em um projeto da Organização das Nações Unidas

para Alimentação e Agricultura, em Cabo Verde, o sistema de irrigação por

gotejamento multiplicou por cerca de três vezes a produção de horticultura da ilha

em um período de oito anos. Atualmente, há diferentes sistemas, todos com o

mesmo princípio, mas cada um com especificidades que levam em conta as

características do terreno em que ele será utilizado: topografia, solo, água, culturas e

condições climáticas (Solomon 2002).

Em sistemas de irrigação por gotejamento, quanto maior o número de

gotejadores avaliados, mais precisos são os valores dos coeficientes de

uniformidade, demonstrando que o método de Deniculi et al. (1980), apesar de ser

um pouco mais trabalhoso, é mais apropriado que o de Keller e Bliesner (1997).

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Apesar do lançamento dos emissores autocompensantes no mercado, a

avaliação dos sistemas de irrigação continua sendo um dos pontos de partida para o

sucesso das lavouras. Portanto, sistemas bem dimensionados e uniformes na

distribuição de água são fundamentais para a técnica da quimigação, resultando em

aumento de produtividade (Bernardo 2008).

Os resultados de eficiência de aplicação encontrados para as culturas de

tomate e pimentão estão abaixo do mínimo aceitável (80,0%) recomendado por

Barros et al., (2008), podendo isto ser atribuído às variações de pressão e vazão

observada nas linhas laterais. Esta eficiência se aproximou a de SILVA (2010), que

avaliou sistema de irrigação de gotejamento no semiárido de Pernambuco com

eficiência de aplicação média de 83,73 %.

Marouelli e Silva (2006) avaliaram a irrigação por gotejamento do tomateiro

industrial durante o estádio de frutificação, na região de Cerrado, a concentração de

frutos maduros na colheita aumentou, enquanto a produção de biomassa e o

número de frutos por planta foram reduzidos linearmente com os turnos de rega ao

quais as plantas foram submetidas.

A produtividade e a massa média de frutos comercializáveis apresentaram

resposta quadrática aos tratamentos, tendo sido maximizados para um turno de rega

de 0,8 dia. Marouelli e Silva (2006) verificaram que a Irrigação por gotejamento do

tomateiro industrial durante o estádio de frutificação, na região de Cerrado promoveu

a qualidade dos frutos para fins comerciais.

Estudos sobre a Incidência de murcha-bacteriana realizado em tomate para

processamento industrial sob irrigação por gotejamento e aspersão por Marouelli et

al (2005) constaram que a irrigação por gotejamento não favoreceu

significativamente a ocorrência da doença. Por outro lado, aos 65 dias após o

transplante de mudas, 42,5% de plantas apresentavam casos ocorridos com o uso

de irrigação por aspersão.

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A viabilidade técnica e econômica da agricultura familiar irrigada no município

de Sumé, PB, foi determinada para as culturas de pimentão e tomate rasteiro, em

uma área irrigada de aproximadamente 2 hectares, irrigadas por gotejamento

(Dantas Neto et al. (2013). Estes pesquisadores concluíram que é economicamente

viável o cultivo irrigado de tomate e pimentão Irrigado e, Sumé, desde que o preço

do produto esteja em um patamar satisfatório. Portanto, a avaliação econômica é

importante antes de iniciar o cultivo das duas espécies.

No semiárido, município de Mossoró-RN onde ocorre limitações para o cultivo

da berinjela devido a umidade inadequada no solo, durante todo o ciclo da planta, foi

observado m aumento no rendimento da espécie, quando a umidade do solo foi

mantida em nível próximo a capacidade de campo (Linhares et al., 2012).

Biscaro et al. (2008) avaliaram a resposta da cultura do jiló (Solanum gilo

Raddi) submetida a diferentes doses de superfosfato simples (0, 1.000, 2.000, 3.000

kg ha-1) por fertirrigação. Os pesquisadores constataram que a adubação fosfatada

no plantio ocasionou um aumento nas seguintes características estudadas: total de

frutos por planta, peso comercial dos frutos por planta, peso não comercial dos

frutos por planta e produtividade de frutos por hectare. A dose de fósforo que

proporcionou maior eficiência para n produtividade nas condições de Cassilândia-

MS, foi de 1.590 kg ha-1 de superfosfato simples, que é o equivalente a 286,2 kg de

P2O5 .

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4. OBJETIVOS

4.1. Geral

Avaliar a produção de acessos de cubiu sob o efeito de irrigação por

gotejamento em ambiente protegido nas condições do município de Manaus;

4.2. Específicos

Avaliar o rendimento de acessos de cubiu sob o efeito de irrigação por

gotejamento em diferentes lâminas aplicadas;

Estimar a eficiência do uso da água em função da umidade e temperatura

em ambiente protegido de Manaus.

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5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1. Localização

O experimento foi conduzido em casa de vegetação sustentada com estrutura

de alumínio e madeira, com pé direito de 2,20 m de altura, 6,00 m de largura e 21 m

de comprimento, coberta com plástico translúcido de 150 micras, na Estação

Experimental de Hortaliças Alejo von der Pahlen-EEH, do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia-INPA, situada nas coordenadas 2°59'45,8"S 60°01'23,2"W,

no Km 14 da Rodovia AM 010 em Manaus. O solo dessa área é do tipo Argissolo

Vermelho-Amarelo álico, textura arenosa. O clima local é caracterizado como “Afi” no

esquema de Köppen, registrando 2.450 mm de chuva, com uma estação seca no

período de julho a setembro (Alvares et al.,2013).

5.2. Material vegetal

Foram utilizados quatro acessos de cubiu, da coleção mantida pelo INPA em

Manaus/AM, procedentes de comunidades rurais do município de Santa Isabel do

Rio Negro (Figura 2).

Figura 2 - Origem de quatro genótipos de cubiu na região do alto rio Negro, estado do Amazonas. CUB-10. Acariquara, CUB-11. Abianai, CUB-12. Matozinho e CUB-13. Nazaré do Enuixi.

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5.3. Formação das mudas

A semeadura foi feita em bandejas de isopor de 128 células. Trinta dias após a

semeadura, realizou-se a repicagem das plântulas para copos de 250 ml ( Figura 3 ).

Figura 3 : Plantas de cubiu utilizadas no experimento.

5.4. Preparo do solo, calagem e adubação

Foram feitas coletas de amostras do solo de acordo com as recomendações

técnicas para análises física e química nas profundidades de 0 a 20 cm, 20 a 40 cm

e de 40 a 60 cm e enviadas ao Laboratório de Solos e Nutrição de Plantas do INPA.

Após o resultado das análises, o solo foi revolvido com um micro trator de

enxadas rotativas para efetivação da calagem e adubação ( Figura 4).

Figura 4 – Preparo do solo com micro trator ( Figura 4A ) e calagem ( Figura 4B ) Lima, (2013).

4A 4B

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Para o cálculo da adubação e calagem adotou-se a recomendação do IPA

(2008) para a cultura da Beringela (Solanum melongena L.) tomando por base a

análise física e química do solo, cujos resultados estão apresentados nas Tabelas 1

e 2.

Eq. (1)

Onde:

NC = Necessidade de calcário = Calagem ( t ha-1).

f = 1,5; 2,0 e 2,5 para solos com teores de argila < 15, 15 a 35 e > 35%,

respectivamente;

f x Al ou f x [ 2 – (Ca + Mg) ]

Aplicar 3 litros de esterco de curral bem curtido por cova ( recomendado )

Doses de N, P2O5 e K2O ( recomendado )

Com base nas análises física e química do solo (Tabelas 1 e 2) Foram

aplicados 60,48 kg de calcário na área do experimento ( 126,00 m² ), 3,78 kg de

Super Simples com 20% de P2O5 e 0,63 kg de Cloreto de Potássio com 60% de K2O

por ocasião do plantio e em cobertura. As doses de potássio, em cobertura, foram

fracionadas e aplicadas aos 20 e 40 dias após o transplantio. Foram aplicados 3

litros de esterco de curral, por cova, na fundação.

NC = f x Al ou f x [ 2 – (Ca + Mg) ]

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Tabela 1 – Resultados da análise física do solo, da área experimental, em diferentes profundidades. PPG/ATU, Manaus, 2013.

Nº IDENTIFICAÇÃO Granulometria

Prot. Nº Prof.: Descrição Argila% SILTE

% Areia%

33 1 0-20cm

Estação INPA, Km

14 14,25 1,65 84,10

34 2

20-

40cm

Estação INPA, Km

14 18,10 2,44 79,46

35 3

40-

60cm

Estação INPA, Km

14 21,85 2,90 75,25

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Tabela 2: Resultados da análise química do solo da área experimental. PPG/ATU, Manaus, 2013.

Nº IDENTIFICAÇÃO PH C M.O. P K Na Ca Mg Al H+Al Fe Zn Mn Prot. Nº Prof.: Descrição H2O KCl g/kg mg/kg cmoc/kg

33 1 0-20cm Estação INPA, Km 14 5,2 - 37,4 83,9 - 0,7 0,3 0,1 3,2 170,0 1,5 1,7

34 2 20-40cm

Estação INPA, Km 14 4,7 - 29,9 72,4 - 0,3 0,1 0,3 3,5 195,0 0,2 1,1

35 3 40-60cm

Estação INPA, Km 14 4,6 - 8,1 54,4 - 0,2 0,1 0,6 3,2 157,0 0,0 1,0

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5.5. Instalação do Sistema de Irrigação

O sistema de irrigação está apresentado na ( Figura 5 ), com dimensionamento

baseado nas normas técnicas estabelecidas pela ABNT. Foram dimensionadas três

linhas laterais de polietileno de baixa densidade com 21 metros de comprimento

cada uma e diâmetros de 16 mm, sendo uma com Q = 308,70 L h-1 e q = 1,47 L h-1

e espaçamento entre emissores a cada 10 cm; uma linha lateral com Q = 220,50 L h-

1 e q = 2,10 l/h e espaçamento entre emissores a cada 20 cm e uma linha lateral

com Q= 120,22 L h-1 e espaçamento entre emissores a cada 40 cm. Os tempos de

irrigação foram iguais. Entretanto, as vazões e as lâminas foram diferentes. Nas

bordaduras, foram utilizadas as fitas gotejadoras com diâmetros de 16mm e

emissores espaçados a cada 20 cm e q = 2,10 L h-1

Fórmulas utilizadas para cálculo do diâmetro da linha lateral:

Onde:

J = perda de carga unitária (m m-1)

Q = vazão da lateral (m3 s-1)

C = coeficiente de rugosidade do material

D = diâmetro interno do tubo (m)

Perda de carga na linha lateral (Hazen-Williams)

Hf = mca

Onde:

Hf = perda de carga na linha lateral (mca)

J = perda de carga unitária (m m-1)

L = comprimento da linha lateral (m)

C = coeficiente de rugosidade do material

Cg = coeficiente de Hazen-Williams para

linha com gotejador (varia de 80 a 140)

85,1

63,2)(**2785,0

DCQJ

852,1

***

CgCFLJHf

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A linha de derivação, com 6 metros de comprimento e cinco conectores

iniciais (múltiplas saídas) com registros de 16 mm, foi dimensionada com diâmetro

de 50 mm objetivando atender a vazão requerida ( m³ s-1) e reduzir a perda de carga

(mca ).

Fórmulas utilizadas para cálculo do diâmetro da linha de derivação:

Critério: Perda de carga máxima admissível

Onde:

Hf (max) = perda de carga máxima admissível (mca)

PS = pressão de serviço (mca).

Perda de carga unitária

Estimativa do diâmetro pelo critério da velocidade econômica.

Onde:

d = diâmetro interno do tubo (mm)

Q = vazão da linha de derivação (m3 h-1)

V = velocidade de fluxo = 1,5 m s-1

Para o diâmetro de 50 mm

Onde:

J = Perda de carga unitária (m m-1)

Q = Vazão da linha de derivação (m3 s-1)

C = Coeficiente de rugosidade do material

D = Diâmetro interno do tubo (m)

85,1

63,2)(**2785,0

DCQJ

Qd *4,15

mcaHf 210*2,0(max)

PSHf *%20(max)

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Perda de carga na linha de derivação

Onde:

Hf = Perda de carga na linha de derivação (mca)

J = Perda de carga unitária (m m-1)

L = Comprimento da linha de derivação (m)

F = Fator de múltiplas saídas (tabelado)

C = Coeficiente de rugosidade do material

Cg = Coeficiente de Hazen-Williams para linha

com gotejador (varia de 80 a 140)

A linha principal, com 110 metros de comprimento, foi dimensionada com

diâmetro de 50 mm, objetivando atender a vazão requerida ( m³ h-1) e reduzir a

perda de carga ( mca ).

Fórmula utilizada para cálculo do diâmetro da linha principal:

Estimativa do diâmetro pelo critério da velocidade econômica.

Onde:

d = Diâmetro interno do tubo (mm)

Q = Vazão da linha Principal (m3 h-1 )

V = Velocidade de fluxo = 1,5 m s-1

852,1

***

CgCFLJHf

Qd *4,15

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As fitas gotejadoras foram instaladas ao longo dos blocos e seguidamente

foram realizados os testes de vazão, distribuição e uniformidade de Christiansen. (

Figura 6 ) Para a coleta de dados no campo e seu processamento, a metodologia

utilizada foi a proposta por Deniculi (1980).

Figura 6 - Teste de vazão e uniformidade. Fonte: Lima, (2013)

É comum expressar a uniformidade de distribuição de água em uma área por

um coeficiente de uniformidade. Quando este coeficiente é maior ou igual a um valor

arbitrário, a uniformidade de distribuição é considerada aceitável. As medidas de

uniformidade expressam a variabilidade da lâmina de irrigação aplicada na

superfície do solo. Uma forma usual de obtê-las é por medidas de dispersão,

expressando-as de forma adimensional, pela comparação com o valor médio.

O coeficiente mais conhecido e largamente utilizado é o de Christiansen

(1942), que adotou o desvio médio como medida de dispersão, sendo seu cálculo

obtido pela equação:

CUC = 100 ( 1-∑|qi – qm|/n x qm )

Eq. (2)

Onde:

qi = vazão de cada gotejador em L/h

qm = vazão média dos gotejadores em L/h

n = número de gotejadores

6B 6A

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33

Figura 5 – Dimensionamento do sistema de irrigação na área experimental e distribuição dos acessos de cubiu. (Lima, 2013)

.

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Em sistemas de irrigação por gotejamento, quanto maior o número de

gotejadores avaliados, mais precisos são os valores dos coeficientes de

uniformidade, demonstrando que o método de Deniculi et al. (1980), apesar de ser

um pouco mais trabalhoso, é mais apropriado que o de Keller e Bliesner (1997).

Para evitar entupimentos das fitas gotejadoras foi instalado um filtro de disco (

Figura 7A ) e válvulas drenantes no terminal de cada linha lateral ( Figura 7B ) e

para medir a pressão do sistema foi instalado um manômetro glicerinado ( Figura 7C

) calibrado em em 10 mca, de acordo com a recomendação do fabricante das fitas

gotejadoras e as normas técnicas da ABNT.

Figura 7 - Detalhe da instalação do filtro de disco de 1”, válvulas drenantes de 16mm nos terminais das linhas laterais e manômetro glicerinado de 0-60 mca. Lima (2013)

5.6 Monitoramento do Clima

O monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar foi realizado

através de um termo-higrômetro digital da marca Incoterm ( Figura 8A ). Este

aparelho registrava as temperaturas ( mínimas e máximas ) e umidades relativas (

mínimas e máximas ) das partes interna e externa da casa de vegetação. As leituras

7D 7C

7B 7A

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tanto da temperatura e umidade relativa do ar quanto da precipitação pluviométrica (

Figura 8B ), foram feitas diariamente às 07h00 da manhã, na área do experimento.

Os dados de precipitação, temperatura e umidade relativa do ar foram

comparados com os utilizados pelo INMET para as condições do Município de

Manaus.

Figura 8 - Detalhe do termo-higrômetro e do pluviômetro alternativo instalados na EEH INPA km 14. Lima (2013)

5.7. Manejo da Irrigação

5.7.1. Coeficiente de Cultivo – Kc e Evapotranspiração da Cultura Etc

Para estimar a lâminas de irrigação aplicadas foram utilizados os valores de

ETc da área do experimento e utilizado a equação de Ivanov (Jensen, 1973),

considerando o coeficiente de cultivo adaptado de Marouelli et al. (1996) e Simonne

et al (2006 ), ou seja:

Etc = 0,006 x ( 25 + Tm )² x ( 1-URm/100) x Kc

Eq. (3)

sendo:

Etc = evapotranspiração da cultura ( mm dia-1);

Tm = temperatura média do ar ( °C );

URm = umidade relativa média do ar ( % );

8B 8A

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Kc = coeficiente de cultivo ( adimensional ), variando de acordo com a fase de

desenvolvimento da planta (F1, F2, F3 e F4)

A equação de Ivanov foi utilizada por requerer apenas dados de temperatura

e umidade relativa do ar, os quais foram obtidos no local do experimento e são de

fácil obtenção, nas diversas regiões do território brasileiro, e altamente

correlacionados com a evapotranspiração ( Marouelli et al. 2008 ).

5.8. Lâminas Aplicadas As lâminas de irrigação aplicadas foram determinadas de acordo com a

capacidade de retenção de água no solo e teve como parâmetro (f) Fator de

Disponibilidade de Água da Cultura, os mesmos adotados na cultura da berinjela e o

Kc (coeficiente de cultivo) foi adotado nas quatro fases de desenvolvimento da

cultura (F1, F2, F3 e F4).

A partir desses cálculos foi determinada a equivalência da evapotranspiração para

cada tipo de fita gotejadora. Sendo:

Lâmina 1, fita gotejadora com emissores espaçados a cada 10 cm, igual a 150% da

ETc aferida.

Lâmina 2, fita gotejadora com emissores espaçados a cada 20 cm, igual a 100% da

ETc aferida.

Lâmina 3, fita gotejadora com emissores espaçados a cada 40 cm, igual a 50% da

ETc aferida.

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5.9. Tratos Culturais

Os tratos culturais foram capinas, com uso de enxada manual, tutoramento

das ramificações laterais das plantas , controle fitossanitário e retirada de folhas com

sintomas de ataques de pragas e doenças ( Figura 9 ).

Figura 12 – Detalhe do tutoramento, podas de folhas para controlar ácaros. EEH-INPA km 14, Manaus, 2014.

5.10. Colheita Os frutos foram colhidos quando apresentaram coloração amarela que indica

a maturidade fisiologica Nesse ponto de maturação as sementes estão

fisiologicamente maduras e com percentual de 100% de vigor de germinação (Silva

Filho, 1994).

5.11. Características avaliadas

Foram avaliadas as seguintes características da planta e dos frutos: altura da planta,

diâmetro do fruto, comprimento do fruto, massa média do fruto, e relação

comprimento/diâmetro do fruto.

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5.12. Analises realizadas

Através da análise da variância univariada verificou-se, se existiu diferença de

pelo menos uma média entre os genótipos e entre as fitas gotejadoras. Em seguida

pelo teste de comparação múltipla de médias de Duncan (p<0,05) determinou-se se

existiu diferencia estatística entre as médias. O procedimento GLM do software SAS

(Statistical Analysis System) auxiliou nestas análises.

Para ver a relação entre o número de frutos e a massa média de frutos foi

realizado o ajuste pelo método quadrático.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A lâmina de água e o genótipo não influenciaram significativamente na

produtividade de frutos (Tabelas 4 e 5). Isto indica que o cubiu pode ser irrigado com

volume de agua inferior a 50% da evapotranspiração sem prejuízo da produção de

frutos.

A figura 9 apresenta resultados das lâminas aplicadas e o comportamento

destas em função da precipitação pluviométrica e da evapotranspiração (Tabela 3).

Observou-se que durante os meses de outubro/2013 a junho/2014, a lâminas 1, 2 e

3, com 6,88 mm, 4,59 mm e 2,29 mm, respectivamente, foram inferiores a

precipitação pluviométrica registrada. Entretanto, nos meses de setembro e

outubro/2013, a precipitação pluviométrica foi inferior às lâminas aplicadas e a

evapotranspiração, demostrando um déficit hídrico, muito comum esta época do

ano, o que justifica o fornecimento de água às plantas através de irrigação.

Figura 9 – Lâminas aplicadas em função da precipitação pluviométrica e da evapotranspiração. EEH INPA km 14. Lima (2014)

As figuras 10 e 11 apresentam o comportamento da umidade relativa média do

ar e da temperatura, respectivamente, durante os meses de setembro/2013 a

junho/2014, demonstrando que as mesmas se mantiveram estáveis ao longo do

período. Com umidade relativa média em torno dos 55% e temperatura média em

torno dos 31 ºC. Estas condições foram notadas, devido ao fato de o ambiente ser

protegido, o que não se obtém em condições normais para o município de Manaus,

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Tabela 3 – Dados de precipitação, evapotranspiração da cultura, lâminas aplicadas, umidade relativa e temperatura média, aferidas no local do experimento. EEH-INPA km 14, Manaus, 2014.

Prec.Med. ETc Med. L1 Med. L2 Med. L3 Med. UR Med.

Temp. Med.

mm/dia mm/dia mm/dia mm/dia mm/dia %/dia °C/dia

set/13 0,89 4,04 6,07 4,04 2,02 77 35,8 out/13 4,51 7,66 11,49 7,66 3,83 52 32,8 nov/13 12,00 5,75 8,63 5,75 2,88 51 31,3 dez/13 4,22 6,48 9,72 6,48 3,24 46 31,9 jan/14 7,60 5,99 7,29 5,99 3,00 46 31,4 fev/14 9,10 4,86 7,29 4,86 2,43 51 30,2 mar/14 13,95 4,59 6,88 4,59 2,29 57 29,9 abr/14 10,86 5,60 8,39 5,60 2,80 51 31,4 mai/14 8,06 5,70 8,55 5,70 2,85 49 31,6 jun/14 8,34 6,11 9,16 6,11 3,05 48 32,3

notadamente nos meses de setembro e outubro, quando as temperaturas costumam

passar dos 35 °C e a umidade relativa ficar abaixo dos 50%, caracterizando o

período de déficit hídrico.

Figura 10 – Comportamento da umidade relativa média do ar na área do experimento EEH INPA km 14. Lima (2014)

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Figura 11 – Comportamento da temperatura relativa média do ar na área do experimento EEH INPA km 14. Lima (2014)

A produtividade média do cubiu foi de 500 g planta-1, equivalendo a 4 toneladas hec-

1 (Tabelas 4 e 5). Este valor está abaixo do relatado por Silva Filho (1998), quando

informou produtividade por planta entre 2 e 4 kg. Esta diferença pode atribuir-se ao

fato de que os resultados deste experimento considerou apenas dados das três

primeiras colheitas, que corresponde a produtividade do primeiro mês de colheita.

Sendo que a produção principal acontece durante os três primeiros meses, após

seis meses do plantio. Portanto esta produtividade estaria dentro do esperado para

esta cultura.

6.1. Número de Frutos por Planta

A lâmina aplicada e o genótipo não influenciaram significativamente no

número de frutos por planta. No entanto, houve uma leve tendência de q = 1,47 L h-1

influenciar no maior número de frutos ( Tabela 4 ). Isto significaria que esta vazão

não seria excessiva. Em condições normais de cultivo do cubiu, esta característica

poderia variar de 4 a 89 frutos planta-1 (Silva Filho et al. 2005). Por outro lado, é

sabido que este caráter é influenciado pelo tamanho do fruto. Quando os frutos são

grandes o número de frutos por planta tende a diminuir, como no caso da “cocona

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gigante” (GARCÍA et al., 2001). Os resultados mostram também este

comportamento. CUB-12 mostrou os maiores frutos (182,4 g) e o menor número de

frutos planta-1 (2,6 g). CUB-10 foi a que apresentou os frutos mais pequenos (140 g),

com o maior número de frutos planta-1 (3,8).

6.2. Massa Média de Fruto

Foi observada a maior massa média de fruto (201 g) sob o efeito da irrigação

com fita gotejadora com q = 2,10 L h-1, o que equivale a densidade de emissores a

cada 20 cm. Esta vazão provocou o aumento de 40% da massa de frutos em relação

à massa produzida pelos emissores de 10 ou 40 cm. O enchimento do fruto parece

ser afetado negativamente pelo excesso de agua e relativo ao estresse hídrico. Este

comportamento se ajusta a uma curva quadrática (Figura 13). Sendo o vértice da

curva o ponto ótimo de volume de agua que conduziria a maior produtividade de

frutos (Marouelli; Silva, 2006). Sendo o vértice (v) da equação da parábola estimado

por: v= -b/(2a). Portanto este ponto seria a vazão de 2,10 L h-1. Reduzindo a vazão,

poder-se-ia maximizar a massa dos frutos.

A massa dos frutos pode apresentar variação de 18,5 a 390 g (Silva Filho,

2012). Sendo assim, a massa dos genótipos avaliados pode ser considerada de

média a elevada.

MF(x) = -17.38x2 + 194.12x - 337.96

NF(x) = 0.263x2 - 2.66x + 9.43

0

1

2

3

4

5

120

140

160

180

200

220

3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5 7 7.5 8

Núm

ero

de fr

utos

Mas

sa d

e fr

uto

(g)

Vazão de Emissores (L/h)

Massa de Fruto Número de frutos/planta

Figura 13 - Efeito das densidades de emissores na irrigação por gotejamento sobre a massa de fruto e número de frutos.

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6.3. Comprimento e Diâmetro do Fruto

Observou-se que a irrigação com vazão de q = 2,10 L h-1 (densidade de 20

cm), favoreceu o comprimento de frutos, aumentando em 18% o crescimento

longitudinal dos frutos. No entanto, não se observa variação significativa do efeito da

irrigação no diâmetro dos frutos nos acessos CUB-11 e CUB-12, possivelmente pela

forma alongada dos frutos.

A forma dos frutos em função da relação comprimento-diâmetro não foi

influenciada pelas lâminas aplicadas, indicando que a variação pode ter efeito

genético expressivo. O fato pode ser explicado pelos elevados valores das

herdabilidades em sentido amplo do diâmetro e comprimento dos frutos de 0,86 e

0,78, respectivamente, citados por Silva Filho (1998). Outrossim, porque a forma e

tamanho do fruto são fortemente influenciados pela herança materna (Salick, 1992).

Por esta razão a forma dos frutos é constante, independente das condições

ambientais como várzea e terra firme da Amazônia (Garcia et al., 2001).

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Os genótipos CUB-11 e CUB-12 são de forma mais alongado, o CUB-10

redonda e CUB-13 achatado.

Tabela 4 - Valores médios entre as linhas de gotejamento para diferentes caracteres de cubiu, durante três colheitas. INPA. Manaus, AM, 2014.

Emissores Produção

(t.ha-1)

Número de frutos

por planta

Massa Média de fruto (g)

Comprimento de Fruto [C]

(cm)

Diâmetro de fruto [D] (cm) C/D

10 cm 4,6 a 3,9 a 140,5 b 71,1 ab 66,5 a 0,95 a

20 cm 4,3 a 2,7 a 201,2 a 82,4 a 69,0 a 0,84 a

40 cm 3,8 a 3,1 a 142,4 b 68,3 b 66,0 a 0,99 a

Tabela 5 - Valores médios de quatro acessos de cubiu para diferentes caracteres, nas três primeiras colheitas. INPA, Manaus, AM. 2014

Genótipo Produção

(t.ha-1)

Número de frutos

por planta

Massa Média de fruto (g)

Comprimento de Fruto-

[C] (mm)

Diâmetro de fruto [D] (mm) C/D

CUB-10 3,8 a 3,0 a 157,7 ab 71,3 ab 67,9 a 1,04 ab

CUB-11 4,8 a 3,7 a 164,8 ab 79,5 a 64,3 a 1,23 a

CUB-12 3,7 a 2,6 a 182,4 a 83,1 a 67,3 a 1,23 a

CUB-13 4,7 a 3,8 a 140,6 b 62,0 b 69,2 a 0,90 b

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7. CONCLUSÕES

Os volumes de água com emissores a cada 10, 20 e 40 cm nas fitas de

gotejamento não causaram efeito significativo nas características produtividade,

número de frutos por planta, diâmetro, relação comprimento/diâmetro nos quatro

acessos de cubiu estudados;

A lâmina aplicada com q = 2,10 L h-1 ( fita gotejadora com emissores a cada

20 cm), incrementa a massa média e comprimento longitudinal dos frutos de cubiu.

A lâmina aplicada com q = 2,10 L h-1 ( fita gotejadora com emissores a cada

20 cm) parece ser a mais adequada para o cultivo do cubiu, nas condições de casa

de vegetação no município de Manaus.

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