“centro universitÁro da fundaÇÃo educacional guaxupÉ” · 2012. 6. 19. · 2 quadro de...
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“CENTRO UNIVERSITÁRO DA FUNDAÇÃO
EDUCACIONAL GUAXUPÉ”
Paula Gabriela Pereira
A BIOÉTICA NA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL
Guaxupé 2006
PAULA GABRIELA PEREIRA
A BIOÉTICA NA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé para a obtenção do título de Licenciatura em Biologia . Orientador: Profº Aloísio C. Bozzini
Guaxupé 2006
Dedico este trabalho a todas as pessoas que amo: Primeiramente a minha família, minha mãe Olga, meu pai José e minha irmã Maria Aline. Aos meus grandes amigos que não estão perto de mim, porém nunca me deixaram sozinha: Danielle, Mariana, Karen, Cíntia e Diego, as meninas que aprendi a gostar tanto e em tão pouco tempo Graziele, Thaís , Lucimeire, Fabiana ,e em especial ao bom amigo Alexandre Nicola. A alguém muito especial que vai estar sempre no meu coração: Tiago. Aos meus animais por quem tenho muito que fazer ainda.
Agradeço primeiramente a Deus, por todas as coisas, pelas oportunidades concedidas, por mais uma etapa concluída, pela vida, e principalmente por todas as pessoas que eu amo. Agradeço a minha família pela compreensão, carinho, apoio e dedicação que tem comigo. Agradeço a todos os meus amigos pelo apoio, aos meus colegas de trabalho. Agradeço ao meu namorado pela paciência e compreensão. Em fim, agradeço a todos que de alguma maneira participaram deste trabalho.
“A grandeza de uma nação e seu progresso moral se pode julgar de acordo com a maneira com que tratam seus animais”. Mohandas Ganghi
RESUMO: A Bioética é amplamente citada nos experimentos realizados hoje em dia. Sua necessidade é para o desenvolvimento da tecnologia contemporânea.A Bioética vem provocando conflito entre cientista que utilizam experimentos com animais e a opinião publica.Quando se menciona algum tipo de experimento com animais questões que envolvem a bioética devem ser levantadas.Pois a experimentação animal, ocasiona grandes equívocos, existe uma grande variação dos resultados das pesquisas entre os tipos de animais usados, e isso se repete quando transfere para os seres humanos pois cada espécie tem o seu estilo de vida diferente umas das outras. Os experimentos em animais são considerados uns dos maiores causadores de atraso no avanço científicos. Se os testes fossem feitos com os métodos alternativos seriam mais rápidos e confiáveis.
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SUMÁRIO
QUADROS DE ILUSTRAÇÕES..................................................02 INTRODUÇÃO ............................................................................ 10 DESENVOLVIMENTO............................................................... 12 CAPITULO I ............................................................................... 14 1.1 BIOÉTICA ............................................................................. 14 CAPITULO II .............................................................................. 19 2.1 EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL ....................................... 19 2.2 METODOS ALTERNATIVOS ........................................... 23 CAPITULO III ............................................................................. 26 3.1 A BIOÉTICA NA EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL ..........26
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................... 31
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Quadro de Ilustrações
Figura nº 1: Drize eye test coelhos são usados nos testes para fabricação de cosméticos e produtos de limpezas. São imobilizados por vários dias e os produtos pingados em seus olhos para
Figura nº2: Cachorro submetido a cirurgias. Como não tem artérias entupidas como os homens. Suas artérias são fechadas, cirurgicamente, para simular artérias humanas entupidas.
Figura nº3: Um cão, usado em experiências. O seu corpo foi todo queimado. Não foi especificado o objetivo da experiência.
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Figura nº4: Cão imobilizado, submetido a estudo do aparelho digestivo em um laboratório.
Figura nº 5: Um coelho, usado em experiências. O seu corpo foi parcialmente queimado. Não foi especificado o objetivo da experiência.
Figura nº6: Drize eye test coelhos são usados nos testes para fabricação de cosméticos e produtos de limpezas. São imobilizados por vários dias e os produtos pingados em seus olhos para avaliação das lesões produzidas
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Figura nº7: Drize eye test coelhos são usados nos testes para fabricação de cosméticos e produtos de limpezas. São imobilizados por vários dias e os produtos pingados em seus olhos para avaliação das lesões produzidas
Figura nº8: Experiência para provocar crises convulsivas em gatos, através de eletrodos. Até hoje não se sabe o que fazer com os traçados eletrográficos.
Figura nº 9: Grave deformação provocada durante procedimento experimental.
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Figura nº 10: Aparelho exteretaxico para conter animais durante experiências. São fixados barras de metal nos olhos, orelhas e ossos. Neste caso, os olhos do gato foram arrancados.
Figura nº 11: Outro gato, que teve operação similar a anterior . Alguns desses gatos aleijados, são forçados a andar ou moverem-se numa esteira.
Figura nº12 : Filhote de macaco com os olhos costurados, submetidos a experimentos com privação de luminosidade.
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Figura nº 13: Macaco usado para experiência.
Figura nº14: Macaco com a famosa “cânula de collison”acoplado no crânio aberto. A cânula serve para introduzir medicamentos, agulhas hipodérmicas, eletrodos, substancias as mais diversas. Além de horríveis sofrimentos, o procedimento leva a infecções generalizando e morte do animal.
Figura nº 15: Experiência com eletrodo no crânio.
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Figura nº 16: Animal imobilizado para experiência.
Figura nº18: Animais utilizados para técnica de operação.
Figura nº 17: Trecho de um documentário produzido pelo instituto Nina Rosa.
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Figura nº19: Experiência com roedor.
Figura nº20: Aparelho para conter animais durante experiências. São fixados barras de metal nos olhos, orelhas e ossos. Neste caso, os olhos do gato foram arrancados
Figura nº21: Roedor submetido a teste de cirurgia.
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Figura nº 22: Alguém pode considerar o sofrimento deste animal um “sucesso”para a ciência?
Figura nº 23: Alguém pode considerar o sofrimento destes animais um “sucesso” para a ciência?
Figura nº24: Alguém pode considerar o sofrimento deste animal um “sucesso” para a ciência?
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Introdução: Bioética:
“Ciência indispensável à sobrevivência humana em uma perspectiva holística” (Potter)
A complexidade da bioética é, de fato, tríplice. Em primeiro lugar, está na
encruzilhada entre um grande número de disciplinas. Em segundo lugar, o espaço de
encontro, mais o menos conflitivo, de ideologias, morais, religiões, filosofias. Por fim, ela é
um lugar de importantes embates para uma multidão de grupos de interesses e de poderes
constitutivos da sociedade civil: associação de pacientes, corpo médico, defensores dos
animais, associações paramédicas, grupos ecologistas, agro-business, industrias farmacêuticas
e de tecnologias médicas, bioindustria em geral, graduação em biomédicas . Estas passaram a
seguir as recomendações do chamado princípio dos 3R’s (replacement, reduction e
refinement), conceito esse divulgado por W.M.S. Russel e R.L. Burch no livro “The Principle
of Humane Experimental Technique” (1959), em que se propõe a substituição, a redução e o
refinamento da pesquisa com animais. Esse sistema, ao contrário do que possa parecer à
primeira vista, contém um discurso engajado que, servindo como “escudo protetor”, ajusta-se
como luva aos propósitos dos experimentadores.
Hoje em dia, o termo Bioética é muito abordado em amplos setores como:
experimentos com seres humanos e animais, eutanásia, elaboração e experiência de novos
remédios, xenotransplantes (transplante de órgãos em animais de diferentes espécies),
esterilização, reprodução de tecidos e órgãos in vitro, células tronco, etc.
A necessidade da bioética é justamente para esse tipo de reflexão filosófica sobre
problemas morais, sociais e jurídicos propostos pelo desenvolvimento da civilização
tecnológica contemporânea.
Neste trabalho nosso principal objetivo é questionar as questões bioética no que se diz
respeito à experimentos realizados em animais.
A bioética tem provocado dimensões não só entre cientistas dedicados a experiências
com animais, mas também com a opinião pública em geral. Aos cientistas alerta-os para os
limites de sua investigação, a opinião pública para esclarecê-la e aos legisladores para que
façam as leis seguindo princípios éticos aceitáveis. (www.educaterra.terra.com.br)
Podemos considerar um tanto egocêntrico a visão que a maioria das pessoas tem em
relação às praticas experimentais realizadas com animais.
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Quando se menciona qualquer tipo de oposição em relação aos experimentos com os
animais as pessoas perguntam: “Mas onde vamos testar nossos cosméticos, remédios, etc...?”
E reflete-se: qual o nosso direito de retirar a vida de outros seres, que por nossos
valores consideramos inferiores, sem maiores questionamentos, para o “bem” da ciência e
progresso da humanidade.
Questionaremos então qual a verdadeira necessidade dos testes em animais para a
evolução da ciência. Afinal quem é a verdadeira cobaia da história?
A maior parte dos cientistas acredita que a experimentação animal é o melhor método
para se obter conhecimento (principalmente de cunho fisiológico).
Os principais experimentos realizados são os das indústrias químicas com poluentes
químicos e dentre estas podemos citar as indústrias de cosméticos que realizam o Teste de
Irritação Ocular, Teste de Sensibilidade Cutânea e o de Dose Letal 50, com coelhos e outros
animais de pequeno porte e fácil manuseio. A indústria armamentista utiliza animais em
experimentos de guerra e programas espaciais. Outros experimentos também são realizados
como o de comportamento e aprendizado, privação de condições naturais de sobrevivência,
doenças mentais, cirurgias experimentais, experimentos com tabaco, álcool e também são
utilizados em aulas de ciências em diversas instituições de ensino Este trabalho estará
estudando e analisando a relevância científica destes experimentos destacando os maus tratos
que ocorrem quando estamos manipulando vidas.
Sabemos que muitas vezes os seus resultados em animais são extremamente diferentes
quando se transferem aos seres humanos, sem contar que chegam a serem catastróficos como
muitas drogas testadas em laboratórios e ditas “seguras para uso” e quando comercializadas e
utilizadas, causaram mortes, defeitos congênitos e danos irreparáveis.
Como exemplo, pode citar o caso da talidomida que nos anos sessenta demonstrou o
malefício que pode advir da falsa segurança que a experimentação animal atribuiu a uma
substância: dez mil crianças nasceram com deformações congênitas nos membros depois que
suas mães, durante a gravidez, ingeriram tranqüilizantes feitos com este produto, os quais
tinham sido ministrados sem problemas em ratos durante três anos.
Este trabalho também tem como objetivo a exposição de medidas alternativas a serem
usadas, e até mesmo descobertas, que evitem as práticas vivisseccionistas que são tão
difundidas em laboratórios, centro de pesquisas e universidades.
A metodologia empregada nesta pesquisa é o levantamento de dados na internet,
livros, revistas, reportagens de jornais, legislações,trabalhos científicos e etc.
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DESENVOLVIMENTO
Em termos legais, a atividade vivisseccionista esteve durante muito tempo
respaldada unicamente na Lei nº 6.638/79. Com o advento da Lei nº 9.605/98, na qual o
legislador inseriu um dispositivo específico sobre crueldade para com animais, sua prática
passou a ser considerada delituosa caso não adotados os métodos substitutivos existentes. É
que o artigo 32 § 1º do diploma jurídico ambiental incrimina “quem realiza experiência
dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando
existirem recursos alternativos”, cominando aos infratores pena de três meses a um ano de
detenção, além de multa, sem prejuízo da respectiva sanção pecuniária administrativa. A
reprimenda é aumentada em um sexto a um terço “se ocorre a morte do animal”.
Conforme observam Greif & Tréz, “qualificando a vivissecção como mal necessário, o
movimento dos 3R’s não a detém, ao contrário exalta e promove”. Estratégia semelhante
também foi utilizada pelos pesquisadores em relação à Lei nº 6.638/79, que a pretexto de
“estabelecer normas para a prática didático-científica da vivissecção de animais”, não
consegue esconder seus verdadeiros propósitos:
-Art. 1º) “Fica permitida, em todo o território nacional, a vivissecção de animais, nos
termos desta Lei”. Não bastasse isso tudo, o universo científico insiste em legitimar sua cruel
metodologia por intermédio dos protocolos internos e das pretensas Comissões de Ética. A
própria normatização do COBEA - Colégio Brasileiro de Experimentação Animal - parte de
uma premissa tendenciosa, que informa ser imprescindível o uso de animais em pesquisas.
Nessas condições, o controle e a fiscalização da atividade experimental acabam se tornando,
em termos práticos, medidas dissimuladas e inócuas. Limites éticos à experimentação animal,
em meio a tal contexto, simplesmente inexistem.
Sabe-se que tanto no campo didático quanto no científico, inúmeras experiências
dolorosas são exaustivamente repetidas nos animais a fim de demonstrar teses cujos
resultados são notórios. Convém dizer que muitos desses estudos, afora sua inutilidade,
revelam uma extrema indiferença dos vivisseccionistas pelo martírio dos animais utilizados,
os quais, via de regra, acabam sendo, mortos após uma considerável inflição de medo, de dor
e de sofrimento. Também não se pode dizer que a aplicação de sedação ou anestesia nos
animais autoriza o experimento, como se isso afastasse sua natureza dolorosa ou cruel. O
professor David DeGrazia, que leciona filosofia na Universidade George Washington, EUA,
fez interessantes observações a respeito. Segundo ele, mesmo que se diga que não há
sofrimento para um animal devidamente anestesiado que é submetido à experimentação, não
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podemos nos esquecer de que, se no fim ele for sacrificado, houve um enorme dano para esse
ser, uma vez que aquilo que ele tem de mais importante lhe é suprimido: “A morte, assim,
surge como um dano instrumental porque priva a criatura das preciosas oportunidades que a
vida ininterrupta lhe poderia propiciar”.
Os seres que nascem aparentemente perfeitos não possuem garantia alguma de que
terão uma vida normal, pois poderão ser vítimas de anomalias cromossômicas, como
aconteceu com a ovelha Dolly. Até o suposto propósito conservacionista, no caso de animais
ameaçados de extinção, não passa de um pretexto para justificar a clonagem, que fere os
princípios morais e éticos mais elementares. Na maioria das vezes vale dizer que o próprio
homem é o responsável pela extinção das outras espécies. Longe de haver uma preocupação
com o bem- estar animal, a finalidade de clonar animais é sempre a sua exploração.
Nem mesmo o bem-estar humano acaba sendo levado em consideração. É
que as indústrias farmacêuticas, aproveitando-se do temor que o homem sente da
doença e da morte, lucra muito com os novos medicamentos e panacéias que
lança anualmente no mercado. Ninguém comenta nada a respeito dos efeitos teratogênicos
(que causam malformações) e iatrogênicos (que podem levar à morte) de muitas drogas que
são vendidas e retiradas furtivamente das prateleiras das farmácias.
Em meio a esse cenário sombrio, os animais tornam-se as principais vítimas da
ganância humana.
Cabe à bioética a relevante missão de sopesar na balança da consciência os dilemas
morais relacionados à vivissecção, sem deixar de ouvir o sufocado lamento dos oprimidos.
Afinal, como dizia o médico antivivisseccionista Stefano Cagno: “É importante entender que
uma ciência que adota o princípio de que “os fins justificam os meios” é uma ciência doente,
para a qual qualquer atrocidade, até contra o homem, poderá ser legitimada”.
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CAPITULO I
1.1 Bioética
No início da década de 70, o oncologista Potter juntou Bio (vida) com Ética, para
alertar os pesquisadores, em particular, os da área biomédica, quanto ao eventual uso
eticamente inadequado dos avanços da biologia molecular, e em conseqüência, da
biotecnologia. (www.comciencia.br/reportagens/genoma/genoma9)
Essa é a certidão de nascimento e o significado inicial da Bioética.
Desde então, tanto se tem falado em Bioética que se corre seriamente o risco de se
estar falando de coisas semelhantes mas não necessariamente iguais. "Bioeticistas",
autoproclamados como tal, apresentam a Bioética como se nunca tivesse existido a palavra (e
o conceito) ética. Parece que a ética nasceu há 30 anos, com a palavra Bioética; nova
panacéia, novo "rótulo moderno" que serve para reivindicar o que quer que seja, para
instrumentalizar ideologia dos mais variados naipes, para "tudo explicar" e tudo justificar ou
impedir; um neologismo com sabor de grande descoberta conceitual. Enfim, um significado
que confere sabedoria e seriedade a quem o emprega?
(www.comciencia.br/reportagens/genoma/genoma9)
Pode à primeira vista parecer estranho que fundador da Sociedade Brasileira de
Bioética faça considerações aparentemente descabidas sobre Bioética.
É exatamente o contrário - é para defender e assegurar o devido lugar de destaque à
Bioética. Ela é tão importante que não se pode correr o risco de torná-la apenas um "rótulo",
nem modernismo ou melhor um "vedetismo" inconseqüente.
Encontramos várias definições para o termo Bioética.
Vejamos algumas:
A Bioética é uma ética aplicada, chamada também de “ética prática”, que visa “dar
conta” dos conflitos e controvérsias morais implicados pelas práticas no âmbito das Ciências
da Vida e da Saúde do ponto de vista de algum sistema de valores . Como tal, ela se distingue
da mera ética teórica, mais preocupada com a forma e a “cogência” (cogency) dos conceitos e
dos argumentos éticos, pois, embora não possa abrir mão das questões propriamente formais
(tradicionalmente estudadas pela metaética), está instada a resolver os conflitos éticos
concretos. Tais conflitos surgem das interações humanas em sociedades a princípio seculares,
isto é, que devem encontrar as soluções a seus conflitos de interesses e de valores sem poder
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recorrer, consensualmente, a princípios de autoridade transcendentes (ou externos à dinâmica
do próprio imaginário social), mas tão somente “imanentes” pela negociação entre agentes
morais que devem, por princípio, ser considerados cognitiva e eticamente competentes. Por
isso, pode-se dizer que a bioética tem uma tríplice função, reconhecida acadêmica e
socialmente: (1) descritiva, consistente em descrever e analisar os conflitos em pauta; (2)
normativa com relação a tais conflitos, no duplo sentido de proscrever os comportamentos
que podem ser considerados reprováveis e de prescrever aqueles considerados corretos; e (3)
protetora no sentido bastante intuitivo de amparar, na medida do possível, todos os envolvidos
em alguma disputa de interesses e valores, priorizando, quando isso for necessário, os mais
“fracos” . Mas a Bioética como forma talvez especial da ética, é antes, um ramo da Filosofia,
podendo ser definida de diversos modos, de acordo com as tradições, os autores, os contextos
e, talvez os próprios objetos em exame. (http/orion.ufrgs.br/icpa/eppg/biorepr.htm).
“União dos valores éticos e os fatos biológicos para a sobrevivência do ecossistema
todo: a biótica tem a tarefa de ensinar como usar o conhecimento em âmbito cientifico
biológico” Sgreccia, (1996)
“Estudo sistemático da conduta humana no âmbito das ciências da vida e da saúde
considerada á luz dos valores e de princípios morais” (Encyclopedia of Bioethics,
1978) “Ciência indispensável à sobrevivência humana em uma perspectiva holística”
(Potter)
“Conjunto de considerações que pressupõe a realidade moral dos médicos e biólogos
em suas pesquisas teóricas e na aplicação delas”. (www.scielo.com.br)
Em termos a bioética é um neologismo derivado das palavras gregas “bios” (vida) e
“ethike”(ética) podendo defini-la como estudo sistemático das dimensões morais incluindo
visão, decisão, conduta e normas morais da ciências da vida e cuidado da saúde.
A Bioética é, na essência e no fundo, a ética nas (e das) ciências da vida, da saúde e do
meio ambiente.
Mas esse conceito não é suficiente para caracterizar a Bioética. Ele implica,
obrigatoriamente em diversos desdobramentos, todos eles imprescindíveis para a
compreensão, para a prática e para a caracterização da Bioética.
Os principais:
A Bioética não é mais apenas a análise e a discussão dos dilemas éticos, (feita por
médicos) relacionados aos avanços da bio medicina. Ela abrange os dilemas de avanços, sim,
e também do "cotidiano" (expressão feliz criada por Berlinguer) das ciências da vida, da
saúde e do meio ambiente.
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A Bioética, enquanto ética, se preocupa com a reflexão crítica sobre valores; um juízo
sobre valores diante dos dilemas. Nesse sentido, o advento da Bioética muito contribuiu para
estabelecer a distinção entre moral e ética. A moral diz respeito a valores consagrados pelos
usos e costumes de uma determinada sociedade. Daí a origem da palavra moral. Valores
morais são, pois, valores eleitos pela sociedade e que cada membro a ela pertencente recebe
(digamos passivamente) e os respeita. Ao passo que a ética é um juízo de valores.É um
processo ativo que vem de "dentro de cada um de nós" para fora, ao contrário de valores
morais que vêm de "fora para dentro" de cada um. A ética exige um juízo, um julgamento, em
suma, uma opção diante dos dilemas. Nesse processo de reflexão crítica, cada um de nós vai
por em jogo seu patrimônio genético, sua racionalidade, suas emoções e, também os valores
morais. (www.comciencia.br/reportagens/genoma/genoma9)
A Bioética é ética; nesse sentido, não se pode dela esperar uma padronização de
valores. Ela exige uma reflexão sobre os mesmos, e como dita, implica opção. Ora, opção
implica liberdade. Não há Bioética sem liberdade. Liberdade para quê? Para se poder fazer
opção, por mais "angustiante" que possa ser.
O exercício da Bioética exige pois liberdade e opção. E esse exercício deve ser
realizado sem coação, sem coerção e sem preconceito. A Bioética exige também humildade
para se respeitar a divergência, e grandeza para reformulação, quando ocorre a demonstração
de ter sido equivocada a opção.
Condição sine qua non exigida pela Bioética, enquanto tal, diz respeito à visão
pluralista e interdisciplinar dos dilemas éticos nas ciências da vida, da saúde e do meio
ambiente. Em outras palavras, a análise do dilema pressupõe sempre, em Bioética, não apenas
a participação multi mas interdisciplinar (isto é, incorporação em cada disciplina a visão das
outras).
Um problema de saúde, na prática Bioética, exige que o mesmo não seja avaliado
apenas pelas profissionais de saúde, mas também por diversos outros participantes, inclusive
os próprios pacientes envolvidos.
Compreende-se assim a improcedência da afirmativa de que a Bioética é a nova ética
médica, por exemplo. É ao contrário; a ética médica precisa ser avaliada dentro da Bioética.
Diante do exposto, há de se convir que a Bioética com tais pressupostos e tais
características, oferece excelentes condições para o desenvolvimento da própria cidadania e
da "evolução" de cada um de seus participantes. Um dos grandes méritos da Bioética é o de
levar a ética à sociedade e trazer a sociedade para a ética, criando os fundamentos éticos do
controle social na ciência da vida.
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Apenas para ilustrar, aí está o Projeto Genoma Humano suscitando diversas questões
de natureza ética que não podem ser analisadas apenas por médicos, por biólogos, por
economistas, por políticos, etc. O enfoque há que ser o da Bioética, envolvendo os diversos
segmentos da sociedade.
É digno de destaque o fato de que a Bioética nessa sua trajetória, buscando seu
caminho, foi também abrindo novas vias, novos horizontes, novas perspectivas em diversas
outras disciplinas (principalmente naquelas que atuam na interdisciplinaridade da Bioética). A
própria ética das corporações (idealmente não corporativista) passa a ser reavaliada não só de
"dentro para fora", mas também de fora para dentro. A onda da Bioética vem atingindo
diversos setores relacionados à atividade humana, aí incluída também a esfera cultural.
Uma excelente peça, altamente demonstrativa do que vem a ser Bioética, é a
Resolução 196/96-MS, referente à Pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. A peça é
toda ela de Bioética, desde sua concepção, sua elaboração, suas disposições e suas práticas e,
por isso mesmo se revestem de pioneirismo nesse campo.
Ela tem por objetivo associar a biologia à ética por meio de uma interdisciplinaridade,
onde esperam os médicos, homens de ciência, advogados, juristas religiosos, atuar em comum
para estabelecer um conjunto de normas aceitáveis para todos.
(www.homeopatiaveterinaria.co.br)
Durante décadas as preocupações com a bioética foram se acirrando, ganhando novos
contornos, se complexificando, mas a bioética enquanto ramo do conhecimento humano,
antevê algumas características que possibilita distingui-las de outros ramos do conhecimento.
Primeiramente, ela nasce em ambiente cientifico, com uma necessidade sentida pelos
próprios profissionais da saúde, em seu sentido mais amplo de proteger a vida humana e seu
ambiente (www.experimentaion-animale.org)
Nos últimos anos a medicina biológica e a engenharia genética têm alcançado
extraordinários avanços: a multiplicação bem sucedida de transplantes, experiências com
animais, inseminações artificiais, o nascimento de humanos fora do corpo humano.
Ela tem procurado orientar cientistas, na opinião pública e legisladores em geral. Aos
cientistas alertá-los para os limites das investigações, à opinião publica para esclarecê-la e aos
legisladores para que façam as leis seguindo princípios éticos aceitáveis.
A bioética obteve uma rápida difusão adquirindo significado específico e cientifico de
uma nova dimensão da pesquisa no campo dos estudos acadêmicos, surgindo em meios de
uma década, como disciplina autônoma em uma universidade italiana, além de institutos
dedicados a sua investigação.
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A bioética lida com os mais diversos assuntos como aborto, eutanásia, experimentos
em humanos e animais, e vem da necessidade de resposta a questões relacionadas a estes
assuntos. Talvez o maior mérito da bioética seja a sistematização (ou ao menos tentar) o
tratamento de diversas questões, mas que devem guardar entre si, necessitando princípios e
fins comuns.
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CAPITULO II
2.1 Experimentação Animal
Para o uso de experimentação animal deve-se considerar sua relevância para a saúde
humana e animal e para o avanço do conhecimento científico.
Para uma experiência devem-se selecionar os animais de espécie e quantidade
apropriadas, com boas condições de saúde. Sempre que possível, devem ser utilizados
estatística de pequenos números, experiência com autocontrole, uso mais eficiente de
anestésicos. (www.internichebrasil.org)
Os procedimentos com animais, que possam causar dor ou angústia devem ser
desenvolvidos com sedação, analgesia ou anestesia sempre que possível.
(www.internichebrasil.org)
Nas experiências cirúrgicas agudas o animal deve ser mantido inconsciente durante
toda a sua duração. Devem-se prever cuidados com assepsia e prevenção de infecções quando
houver possibilidade de sobrevida pós-cirúrgica. (www.cobea.org.br/eticahtm#3)
Naquelas experiências que requerem a imobilização física e/ou privação alimentar ou
hídrica, deve-se minimizar o desconforto ou estresse, mantendo as condições gerais de saúde.
(www.cobea.org.br/eticahtm#3)
Ao término da experiência os animais devem ser sacrificados de maneira adequada
para a espécie, idade e número de animais, e de forma rápida, indolor e irreversível.
(www.cobea.org.br/eticahtm#3)
O uso de animais em procedimentos experimentais pressupõe a disponibilidade de
alojamento que proporcione condições de vida adequadas às espécies. O transporte, a
acomodação a alimentação e os cuidados com os animais criados ou usados para fins
biomédicos devem ser realizadas por técnico qualificado sob a supervisão de um veterinário.
(www.cobea.org.br/eticahtm#3)
A experiência deve ser realizada ou supervisionada por pessoas com níveis
apropriados de experiência e treinamento para exercer procedimentos em animais vivos.
Deve-se criar condições para o treinamento de pessoal no local de trabalho, incluindo
aspectos do trato e uso humanitário dos animais de laboratório.
(www.cobea.org.br/eticahtm#3)
As indústrias (cosmética e farmacêutica), os centros de pesquisa e as faculdades da
área de biomédicas são as grandes vilãs que sacramentam o destino dos animais utilizados
pelos cientistas. Vale lembrar que a cada ano centenas de produtos médicos previamente
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testados nos bichos acabam sendo retirados das prateleiras, por absoluta ineficácia ao que se
propõem, substituindo-se por outra grande quantidade de drogas, as quais, depois de se
mostrarem inócuas para os animais, revelam-se tóxicas, ou até mesmo mortais para o homem.
Isso se deve ao fato de que homens e animais reagem de forma diversa às substâncias: a
aspirina, que nos serve como analgésico, é capaz de matar gatos; a beladona, inofensiva para
coelhos e cabras, torna-se fatal ao homem; a morfina, que nos acalma, causa excitação doentia
em cães e gatos; a salsa mata o papagaio e as amêndoas são tóxicas para os cães, servindo
ambas, porém, à alimentação humana. Tais exemplos servem para comprovar que homens e
animais, apesar das semelhanças morfológicas, possuem uma realidade orgânica bem diversa.
(http://www.org.falabicho.br/artigos.htm)
Nossa triste fauna de laboratório ; ratos (utilizados geralmente para se investigar o
sistema imunológico), coelhos (submetidos a testes cutâneos e oculares, além de outros
atrozes procedimentos), gatos (que servem, sobretudo às experiências cerebrais), cães
(normalmente destinados ao treinamento de cirurgias), rãs (usadas para testes de reação
muscular e, principalmente, na observação didática escolar), macacos (para análises
comportamentais, dentre outras coisas), porcos (cuja pele freqüentemente serve de modelo
para o estudo da cicatrização), cavalos (muito utilizados no campo da sorologia), pombos e
peixes (que se destinam, em regra, aos estudos toxicológicos); transforma-se em simples
cobaia nas mãos do pesquisador, servindo como modelo experimental do homem. Não há
como assegurar, porém, que substâncias testadas em animais garantem o mesmo efeito em
seres humanos. Às vezes a reação é imprevisível ou, em certos casos, completamente oposta.
A tragédia da talidomida, nos anos 60, demonstrou o malefício que pode advir da falsa
segurança que a experimentação animal atribui a uma substância: 10.000 crianças nasceram
com deformações congênitas nos membros, depois que suas mães - durante a gravidez -
ingeriram tranqüilizantes feitos com esse produto, os quais tinham sido ministrados, sem
problemas, em ratos durante três anos. Sabe-se hoje, também, que um terço dos doentes
renais, que necessitam de diálise, destruíram sua função hepática tomando analgésicos tidos
como seguros porque testados em animais. Os CFC (clorofluorcarbonetos), que foram
considerados confiáveis após terem sido testados em animais, causaram o perigoso buraco na
camada de ozônio sobre a Antártida. Além de não ser um método eficaz, a experimentação
animal ainda provoca angústia e dor incomensuráveis aos animais utilizados. Dentre os testes
cruentos largamente realizados, merecem lembrança o DL 50 (conhecido como “dose letal
50%”, consiste na inoculação forçada de determinada substância no organismo do animal com
o propósito de avaliar seus níveis de toxicidade, podendo o produto ser liberado ao mercado
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consumidor caso metade dos animais sobreviva ao efeito da droga), o Draize Eye Test
(experiência de irritação ocular que visa a testar fórmulas de xampus, cosméticos ou produtos
de limpeza nos olhos de coelhos presos a aparelhos de contenção), além de outros
procedimentos experimentais igualmente hostis. (http://www.org.falabicho.br/artigos.htm)
Mesmo sob efeito de anestesia, os animais usados como cobaias sofrem muito na mesa
do pesquisador. O período pós-operatório, em que o animal padece da dor da experiência,
nem sempre é levado em consideração. Isso para não falar das etapas que antecedem o teste,
em que os animais também sofrem por causa das condições em que são mantidos.
Trancafiados em gaiolas, em condições estranhas à espécie, amedrontados e privados de
qualquer contato social, em espaços exíguos e às vezes insalubres, acabam se tornando meros
instrumentos para o estudo das doenças físicas e mentais do homem.
Basta a simples observação do comportamento animal, independentemente dos
aspectos anatômicos e neurofisiológicos peculiares a cada espécie, para concluir que o
mecanismo da dor, ao contrário da perniciosa tese cartesiana do século XVII, é o mesmo em
todos os mamíferos. Idéias equivocadas relacionando as ações dos animais unicamente aos
instintos ou preceitos jurídicos que lhes privaram da individualidade, entretanto, levaram à
formação de uma mentalidade que insiste em proclamar a hegemonia humana sobre todas as
criaturas. Para superar essa visão predominantemente antropocêntrica é preciso transpor a
barreira conceitual que, segundo o professor de filosofia Bernard E. Rollin, da Universidade
do Colorado, EUA, dificulta o reconhecimento moral em favor dos animais: “É evidente que
esta barreira surge do fato de que a sociedade parece estar relutante em abandonar os
benefícios que emergem das principais áreas de uso animal. Limitamos nossa preocupação
moral à ‘dor controlável’, em vez de considerar ‘inaceitável’ o uso que ocasiona dor em
termos filosóficos, a chave para ampliar a aplicação da ética aos animais ou seres humanos
privados de direitos é demonstrar que, acima de tudo, não existem diferenças moralmente
relevantes entre aqueles a quem o mecanismo ético está sendo totalmente aplicado e aqueles
que foram excluídos de sua jurisdição”.
Podem-se encontrar na literatura médica, pelo curso da história, exemplos terríveis do
que já ocorreu e do que ainda ocorre, pelo mundo, no campo da experimentação animal.
Cenas chocantes de animais mutilados, escalpelados, destroçados, queimados, perfurados,
costurados, inchados, drogados, ligados a eletrodos, submetidos a testes toxicológicos e
psicológicos, dentre outras tantas registradas em dolorosas descrições doutrinárias e em
imagens fotográficas, ferem nossos olhos e desafiam nossa consciência.
22
O Ministério Público, órgão incumbido da tutela jurídica da fauna e fiscal da lei,
inclusive, não se deve omitir diante dessa cruel realidade. Atuando na condição de substituto
processual dos animais (artigo 2º, § 3º do Decreto nº 24.645/34) e curador do ambiente (artigo
129, inciso III, da Constituição Federal), o promotor de justiça pode agir preventivamente,
recomendando às escolas e aos institutos de pesquisa - de modo oficioso - a necessidade da
substituição do uso animal. Pode, também, propor a celebração de Termo de Compromisso e
Ajustamento de Conduta, com base no princípio da precaução. Se nada disso surtir efeito,
poderá o Parquet valer-se do poderoso instrumento da ação civil pública, a fim de compelir o
pesquisador e/ou a instituição requerida ao efetivo cumprimento da lei.
23
2.2 Métodos Alternativos.
Verifica-se que a norma jurídica ambiental do artigo 32 § 1º da Lei nº 9.605/98
reconhece a crueldade implícita na atividade experimental sobre animais, tanto que se
adiantou em indicar outros caminhos para impedir a infecção de sofrimentos. Se hoje a
realização de experimentos está condicionada à ausência de métodos alternativos, isso
significa - na lúcida visão dos biólogos Sérgio Greif e Thales Tréz “A verdadeira face da
experimentação animal” - que, ao menos no plano teórico, a atividade vivisseccionista
contraria a lei. Afinal, técnicas alternativas ao uso do animal em laboratórios já existem
dentro e fora do país. (http://wwwfalabicho.org.br/artigos.htm)
A busca de um ideal aparentemente utópico de abolir toda e qualquer forma de
experimentação animal, tanto na indústria como nas escolas, não permite o comodismo nem o
preconceito. Imprescindível que o cientista saia da inércia acadêmica para trazer às
universidades e aos centros de pesquisa alguns dos métodos alternativos já disponíveis e que
poderiam perfeitamente ser dotados no Brasil, dispensando o uso de animais.
Há que se relacionar , a título exemplificativo, alguns dos mais conhecidos
RECURSOS ALTERNATIVOS que se ajustam ao propósito do legislador ambiental, a saber:
• Sistemas biológicos ‘in vitro’ (cultura de células, de tecidos e de órgãos passíveis de
utilização em genética, microbiologia, bioquímica, imunologia, farmacologia, radiação,
toxicologia, produção de vacinas, pesquisas sobre vírus e sobre câncer);
• Cromatografia e espectrometria de massa (técnica que permite a identificação de
compostos químicos e sua possível atuação no organismo, de modo não evasivo);
• Farmacologia e mecânica quânticas (avalia o metabolismo das drogas
no corpo);
• Estudos epidemiológicos (permitem desenvolver a medicina preventiva com base em
dados comparativos e na própria observação do processo das doenças);
• Estudos clínicos (análise estatística da incidência de moléstias em populações diversas);
• Necropsias e biópsias (métodos que permitem mostrar a ação das doenças no organismo
humano);
• Simulações computadorizadas (sistemas virtuais que podem ser usados no ensino das
ciências biomédicas, substituindo o animal);
• Modelos matemáticos (traduzem analiticamente os processos que ocorrem nos
organismos vivos);
24
• Culturas de bactérias e protozoários (alternativas para testes cancerígenos e preparo de
antibióticos);
• Uso da placenta e do cordão umbilical (para treinamento de técnica cirúrgica e testes
toxicológicos);
• Membrana corialantóide (teste CAME, que utiliza a membrana dos ovos de galinha para
avaliar a toxicidade de determinada substância); etc.
Inúmeros países considerados de primeiro mundo já aboliram o uso de animais em
pesquisas didático-científicas, principalmente nas escolas, como se pode constatar das nações
que integram a Comunidade Européia, o Canadá e a Austrália. Nos EUA, a propósito, mais de
70% das faculdades de Medicina não utilizam animais vivos, enquanto que na Alemanha esse
índice é bem maior. (http://wwwfalabicho.org.br/artigos.htm)
Várias diretrizes da União Européia foram firmadas com o propósito de abolir os
testes com animais, dentre eles o terrível DL 50. Assim, em oposição à doutrina científica
oficial que fez da fisiologia um dos intocáveis mitos da ciência médica e influenciou seguidas
gerações de pesquisadores, a corrente antivivissecionista vem ganhando força. Há que se
registrar, ao longo dos tempos, vozes ilustres que se levantaram contra o massacre de animais
na medicina, dentre elas as de Voltaire, Gandhi, Donald Griffin, Charles Bell, Alfred Russel
Wallace, Pietro Croce, Hans Ruesch, Milly Shär-Manzoli, Carlos Brandt, George Bernard
Shaw, Jane Goodall, Thomas Regan, Henry Spira, Mark Twain, Victor Hugo, Leon Tolstói e
Richard Wagner. (http://wwwfalabicho.org.br/artigos.htm)
Apenas nos últimos anos, no Brasil, várias escolas superiores vêm se empenhando na
busca de alternativas à experimentação animal, como a Universidade de São Paulo (a
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia adota o método de Laskowski, que consiste
no treinamento de técnica cirúrgica em animais que tiveram morte natural), a Universidade
Federal do Estado de São Paulo (que usa um rato de PVC nas aulas de microcirurgia), a
Universidade de Brasília (onde o programa de farmacologia básica do sistema nervoso
autônomo é feito por simulação computadorizada), afora aquelas cujo departamento de
patologia realiza pesquisas apenas com o cultivo de células vivas. Culturas de tecidos,
provenientes de biópsias, cordões umbilicais ou placentas descartadas, dispensam o uso de
animais. Vacinas também podem ser fabricadas a partir da cultura de células do próprio
homem, sem a necessidade das técnicas invasivas experimentais em cavalos, envolvendo a
sorologia. Isso sem esquecer dos modernos processos de análise genômica e sistemas
biológicos in vitro, que, se realizados com ética, tornam absolutamente desnecessárias antigas
25
metodologias relacionadas à vivissecção, em face das alternativas hoje existentes para a
obtenção do conhecimento científico.
Para amenizar o impacto negativo da experimentação animal, diversos setores de
pesquisa - incluídos os cursos de graduação – passaram a seguir as recomendações do
chamado principio dos 3R’s (replacent, reduction e refinement), conceito esse divulgado por
W.M.S. Russel e R.L Burch no livro “The Principle of Humane Experimental Technique”
(1959), em que se propõe a substituição, a redução e o refinamento da pesquisa com animais.
Esse sistema, ao contrario do que possa parecer à primeira vista, contém um discurso
engajado que, servindo como “escudo protetor”, ajusta-se como luva aos propósitos dos
experimentadores.
26
Capitulo III
3.1 A Bioética na Experimentação Animal
O filósofo Inglês Jermy Benthan, em 1789, no cap. XVII de seu livro “Introduction to
the principles of morals and legislation”, retomando idéias já existentes na antiga Grecia,
lançou a base para a posição atualmente utilizada para a proteção dos animais. Benthan
escreveu: A questão não é, podem raciocinar,ou podem falar, mas podem eles sofrer?
Charles Darwin, em 1859, estabeleceu os pressupostos do vínculo existente entre as
diferentes espécies animais num único processo evolutivo. Desta forma, a teoria de Darwin
possibilitou a extrapolação dos obtidos em pesquisa com modelos para seres humanos.
Pitágoras (582-500aC) pensava que para com todas as criaturas não-humanas era um
dever. O uso de modelos animais em pesquisas vem sendo feito desde a antiguidade. Neste
período, Hipócrates já relacionava o aspecto de órgão humano doentes com o de animais, com
finalidade didática. Os realizavam vivissecções animais com o de animais, com finalidade de
clareza didática. Os anatomistas, Herophilus de observar estruras e formula hipóteses sobre o
funcionamento associadas ás mesmo. Posteriormente, Galeno em Roma, foi talvez o primeiro
a realizar vivissecção com objetivos experimentais, ou seja, de testar variáveis de alterações
provocadas nos animais.
No século 17, o filosofo René Descartes (1596-1650dC) acredita que os processos de
pensamento e sensibilidade faziam parte da alma. Com na sua concepção os animais não
tinham alma, não havia sequer possibilidade de sentirem dor.
A primeira pesquisa cientifica que utilizou animais sistematicamente, talvez tenha sido
a realizada por Willian Harvey, publicada em 1638, sob o título “Exercitatio anatômica de
motucordis et sanguinis in animalibus”.Neste livro o autor apresentou os resultados obtidos
em estudos experimentais sobre a fisiologia da circulação realizada em mais de 80 diferentes
espécies de animais.
A experimentação animal, definida como toda e qualquer prática que utiliza animais
para fins didáticos ou de pesquisa, decorre de um erro metodológico que a considera o único
meio para se obter conhecimento científico. Abrange a vivissecção, que é um procedimento
cirúrgico realizado em animal vivo. No Brasil, a exemplo do que ocorre em quase todo o
mundo, diariamente milhares de animais perdem a vida em experimentos cruéis, submetidos a
testes cirúrgicos, toxicológicos, comportamentais, neurológicos, oculares, cutâneos, sem que
27
haja limites éticos, ou mesmo de relevância científica em tais atividades. Macabros registros
de experiências com animais praticadas nos centros de pesquisa, nos laboratórios, nas salas de
aula, nas fazendas industriais ou, por vezes, na clandestinidade, revelam os ilimitados graus
da estupidez humana. Sob a justificativa de buscar o progresso da ciência, o pesquisador
prende, fere, quebra, escalpela, penetra, queima, secciona, mutila e mata. Em suas mãos o
animal vítima torna-se apenas a coisa, a matéria orgânica, enfim, a máquina-viva. .
(http://wwwfalabicho.org.br/artigos.htm)
A primeira lei a regulamentar o uso de animais em pesquisa foi proposta no reino
Unido, em 1876. Durante muitos anos as pesquisas que se utilizaram modelos animais não
foram fortemente questionadas devido ao seu alto impacto social, tais como as que
possibilitaram desenvolvimento das vacinas para raiva, tétano e difteria. Por outro lado, neste
mesmo período surgiram inúmeras sociedades de proteção aos animais.
No Brasil, a lei 6.638, de 08 de maio de 1979, estabeleceu as normas para a prática
didática cientifica da vivissecção de animais. Estas normas, que nunca foram regularizadas,
estipulam que somente estabelecimentos de terceiro grau podem realizar atividades didáticas
com animais. Esta lei estabelece que as pesquisas devem ser realizadas sempre dentro do
critério de não causar sofrimento nos animais envolvidos.
As restrições à atividade experimental não se limitam aos animais oriundos dos
biotérios, mas também àqueles apanhados pelos Centros de Controle de Zoonoses, mediante
captura nas ruas, situação essa que lhes acarreta ainda mais padecimento. Não bastasse a
insensatez daqueles que acreditam na vivissecção como único método científico confiável,
determinadas faculdades e/ou cursos da área de biomédicas apóiam a utilização de animais
errantes em seus procedimentos experimentais, gerando com isso o círculo vicioso do sofrer.
O caminho para o abolicionismo das cobaias de laboratório, entretanto, já foi indicado
pelo artigo 32 § 1º da Lei nº 9.605/98: adoção de métodos alternativos à experimentação
animal. Este dispositivo ajusta-se perfeitamente ao mandamento supremo expresso no artigo
225, § 1º, inciso VII, da Constituição Federal, em que o legislador houve por bem vedar as
práticas que submetam animais a agressões e maus tratos: “Incumbe ao Poder Público
proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais à crueldade”.
Aos olhos do pesquisador, na realidade os animais são criaturas eticamente neutras,
coisas, produtos, matrizes ou peças de reposição, tratados como meros objetos descartáveis.
Existe um profundo silêncio sobre esse assunto, no qual a vivissecção funciona como
instrumento de reiteração de uma ordem cultural.
28
Em meio a um contexto impositivo, não há espaço para idéias novas, tampouco para
assumir atitudes mais compassivas perante os animais cobaias. Uma vez instaurado o conflito,
surge o Ministério Público como órgão de defesa e de transformação da sociedade, cabendo-
lhe agir em socorro também das criaturas sencientes injustamente oprimidas pelo homem.
Foi a partir do racionalismo de René Descartes (1596-1650) que o uso de animais para
fins experimentais tornou-se método padrão na medicina. Tal filósofo justificava a exploração
sistemática dos animais, equiparando-os a autômatos ou a máquinas destituídas de
sentimentos, incapazes de experimentar sensações de dor e de prazer. Ficaram famosas, aliás,
as vivissecções realizadas por seus seguidores na Escola de Port-Royal, durante as quais os
ganidos dos cães seccionados vivos acabaram sendo interpretados como o simples ranger de
uma máquina. Era o auge da teoria do animal- machine. (www.pear.org.br)
Em meados do século XIX o fisiologista francês Claude Bernard (1813- 1878) lançou
as bases da moderna experimentação animal com a obra “Introdução à medicina
experimental”, considerada por muitos como a “bíblia dos vivissectores”. Assim, a atividade
experimental em animais ganhou novo impulso, sem qualquer preocupação ética por parte dos
cientistas. Cães, gatos, macacos, ratos, coelhos, dentre outras tantas espécies transformadas
em meras “cobaias” em experiências, passaram a sofrer refinada tortura nas mesas cirúrgicas,
sob a justificativa de seu ‘sacrifício’ reverter em prol da ciência. Herdeiros de Descartes e de
Claude Bernard, os pesquisadores contemporâneos ainda estão imersos - em sua maioria - no
antigo paradigma reafirmador das ideologias cientificista e tecnicista. Embora significativa
parcela deles demonstre certo desconforto em admitir seu envolvimento com o método
científico-experimental invasivo, justificam-no alegando que a vivissecção é um mal
necessário. Reconhecem, pois, que sua prática constitui um mal. Resta saber se ela é mesmo
necessária. (www.pear.org.br)
Vozes do Silêncio - Cultura Científica: “Ideologia e alienação no discurso sobre
vivissecção”, teve o mérito de questionar a postura científica dominante, na qual o
capitalismo, o cientificismo e o tecnicismo constituem o tripé ideológico que sustenta as bases
do sistema social vigente. Diante dos interesses políticos e econômicos preponderantes, a
ética é praticamente ignorada. Algumas observações do professor Regis, nesse pioneiro
estudo crítico sobre a experimentação animal, merecem ser transcritas.
“A indústria farmacêutica, um bom exemplo de ciência dentro da indústria, a
serviço do capitalismo, seria, novamente, um bom exemplo do que os pensadores de Frankfurt
chamaram de comércio fraudulento imposto pela indústria cultural. Esta indústria, a mais rica
do mundo, promete o que não pode cumprir na medida em que quer garantir a manutenção da
29
saúde com uma ênfase clara no remediar, pela fabricação de remédios em larga escala, em
detrimento da prevenção”. (http://www.falabicho.org.br/artigos.htm)
“O aspecto mais fundamental na colocação da vivissecção como necessidade talvez
diga respeito à imersão dos sujeitos em um paradigma particular e específico (no caso,
referente à forma de acesso ao conhecimento biológico ou médico). Ou seja, além de
considerarem a ciência como forma por excelência de adquirir conhecimento sobre o mundo,
adota-se uma maneira particular de resolver problemas específicos a uma determinada área do
conhecimento como sendo única, caracterizando a imersão em um paradigma, o qual, estando
acima de qualquer suspeita, não é questionado” . (http://www.falabicho.org.br/artigos.htm)
“Vivemos um momento histórico em que a emergente consciência ecológica deste fim
de século nos fornece algumas possibilidades de reflexão sobre a forma com a qual o homem
sempre se relacionou com a natureza, baseando-se em uma Ética do Homem, antiecológica e
com viés antidemocrático justamente por centralizar as decisões e interesses na causa humana,
não vendo esta como apenas uma, embora importante, entre muitas outras pertencentes à
complexa teia de inter-relações que estamos aprendendo a respeitar”.
“Estamos diante da necessidade de rever esta Ética do Homem e de refletir sobre uma
bioética que seja extensão da consciência ecológica, a qual seria também por ela determinada.
Neste sentido, estaríamos diante de uma crise de poder, uma crise política do homem perante
a natureza”. (http://www.falabicho.org.br/artigos.htm)
“Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada
em lei”. (http://www.falabicho.org.br/artigos.htm)
É preciso, todavia, romper o silêncio que impera no campo da experimentação animal,
enfrentando os tabus existentes, desmistificando crenças, questionando verdades
preconcebidas, ampliando nossa perspectiva ética e projetando a noção do justo para além da
espécie dominante, tudo isso para, enfim, ouvir a voz daqueles que não podem falar. Como
bem escreveu o professor Thales Tréz, no prefácio ao livro “Alternativas ao uso de animais
vivos na educação”, de autoria do biólogo Sérgio Greif, a vivissecção também faz com que os
próprios alunos se tornem vítimas indiretas de seu equivocado método de pesquisa:
(http://www.falabicho.org.br/artigos.htm)
“O uso de animais expõe o estudante muitas vezes a contradições, como o de
matar para salvar, ou desrespeitar para respeitar”. Segundo ele, a prática do
uso de animais seja em que área for, é insustentável do ponto de vista econômico, ecológico,
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ético, pedagógico e principalmente, incompatível com uma postura de respeito e cuidado para
com a vida.
Tudo leva a crer que a plena abolição da metodologia científica oficial, tão
cruel quanto injusta, seja apenas uma questão de tempo.
31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como já comprovado pela medicina, a maioria das doenças que nos acomete é
conseqüência de hábitos desvirtuados e do modo pouco sadio de viver. Disfunções cardíacas e
câncer, principais causas de mortalidade humana no mundo decorrem quase sempre da
ingestão de substâncias tóxicas no organismo, da má alimentação, do sedentarismo e do
estresse generalizado. Algo que poderia ser evitado se as pessoas seguissem à risca um antigo
e sábio ditado, que diz: melhor prevenir do que remediar. Não há sentido, portanto, em utilizar
animais para o estudo das moléstias humanas, haja vista as peculiaridades anatômicas,
fisiológicas e metabólicas de cada espécie. Trata-se de um grave erro acreditar que uma
descoberta biomédica somente possa ser creditada pela medicina oficial depois de o
experimento também ter tido resultado positivo sobre os animais. No momento em que se
discute como substituir a experimentação animal, seria um retrocesso incentivar atividades
que submetem animais a procedimentos hostis. A própria clonagem, como se sabe, é uma
prática repleta de falhas e riscos, capaz de produzir aberrações e submeter as cobaias a atos
cruéis. Isso sem falar nas conseqüências biológicas que costumam atingir um organismo
geneticamente modificado: envelhecimento precoce, disfunções cardíacas e imunológicas,
alto índice de abortos, disseminação de doenças, entre outras.
Longe de pretender cercear o progresso da ciência, mas permitir que a pesquisa
médica seja permeada pela moral e pela ética, é de rigor uma urgente mobilização social para
cessar o massacre tão cruel quanto inútil, que recai sobre os animais de laboratório. O tema
assume maior relevância em função do incontrolado avanço da biotecnologia e da engenharia
genética, em que as experiências tornam-se cada vez mais freqüentes e sofisticadas. Insistir na
experimentação animal é perseverar em um erro metodológico, cujo maior prejudicado será
sempre o homem.
É importante a criação da cadeia de Bioética nas Faculdades e a preparação
conveniente dos respectivos professores e alunos, destacando diálogo interdisciplinar que
devera ter como protagonistas: Médicos, Especialistas em ética e Bioética, Advogados,
Políticos, Sociólogos, Biólogo, outros profissionais, grupo de defesa dos direito dos animais e
representante das diversas religiões.
Daí porque a instituição científica e/ou universitária responsável pela experimentação
acaba se valendo do princípio da autoridade para impor sua metodologia. Isso faz com que as
32
pessoas nela inserida, sejam funcionários, sejam estudantes, não ousem questionar o sistema
ali adotado, até mesmo por temor reverencial.
Dever-se-ia, nesses casos, facultar a elas a opção pela escusa de consciência, caso não
queiram participar de atividades vivisseccionistas, porque ninguém pode ser obrigado a fazer
aquilo que desrespeite seus princípios morais. O fundamento jurídico para o reconhecimento
deste direito, aliás, encontra-se na própria Constituição Federal, cujo artigo 5º, inciso VIII, é
expresso.
Em pleno século XXI, como ainda cientistas, médicos e a maioria da população
acreditam que se pode confiar nas pesquisas feitas com animais, sendo visíveis as enormes
diferenças fisiológicas entre animais como rato, cachorro, coelhos, cavalos e nós seres
humanos.
Sabendo que os estudos epidemiológicos, clínicos, autópsias, cirurgias supervisionadas
por pessoas experientes, simulações por programas de computares e a própria educação
preventiva contra as doenças, são os melhores caminhos a seguir, e mesmo assim são poucos
utilizados.Pois os custos destes meios são altos. .Mas poderiam gastar menos se não fosse
feita tanta pesquisa inútil em animais de laboratórios.
Se algum produto ou cirurgias é feito para ser usado em nós, teremos que ser as próprias
cobaias, para ter certezas dos resultados. Testes e mais testes são feitos em animais como
seguros; depois mais testes feitos e colocam em dúvida os resultados em seres humanos.Isso
levando ao desperdício de tempo, dinheiro, vida animal e humana. Mesmo na maioria das
vezes conseguindo provarem falhas nas pesquisas feitas em animais, é cada vez maior o
numero de pesquisas em animais, por que se continuam fazendo tantos testes?
Porque já imaginou o prejuízo que terão os criadores de animais para laboratório
produtores de ração, pesquisadores sem fama ou premiações importantes e o sistema todo?
Torçamos para que em pouco tempo poderemos pensar nas na chacina feita em
experiências com animais, como a mesma feita na escravidão e nos campos de concentrações
nazistas.
Pois em tempo algum da humanidade nos beneficiamos com o sofrimento próximo ou
com aqueles que têm meras semelhanças, os animais e nós.
33
Referências Bibliográficas
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SINGER, Peter. “Libertação Animal”. Via Optima Oficina Editorial, Portugal, 2000.
LEVAI, Tâmara Bauab. “Vitimas da ciência – Limites éticos da experimentação animal”. Editora Mantiqueira, 2001.
LIMA, João E. Regis. “Vozes do Silencio – Cultura Cienctífica : Ideologia e alienação no Discurso sobre vivissecção”. Tese de Mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 1995.
Schramm, F.R. 2002. Bioética para quê? Revista Camiliana da Saúde, ano 1, vol. 1, n. 2 –jul/dez de 2002 – ISSN 1677-9029, pp. 14-21.
Coldim JR. Raymundo MM. Pesquisa em Saúde e os Direitos dos Animais. 2º ed Porto Alegre: HCPA. 1997
Greif, Sérgio;Tréz, Thales. “A verdadeira Face da Experimentação Animal”.Rio de Janeiro, Sociedade Educacional “Fala Bicho”, Setembro de 2000
Levai, Laerte Fernando. “Experimentação Animal: O Paradigma da Crueldade”. Promotoria de Justiça de São José dos Campos, 2005.
34
Lei nº 9.605 (1998). Dispõe sobre as sanções penais e administrativas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providencias, Capitulo V. Dos Crimes Contra o Meio Ambiente, Seção 1,Art.32,1º e 2º. Publicado no Diário Oficial da União de 13.021980, Seção I, 1 pagina, Brasília. http.//www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L9605.htm