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Ano II - Edição 6 | AGOSTO de 2012 Redução de Custos Home Office Trabalho e qualidade de vida caminhando juntos Uma boa estratégia para a empresa competir no mercado Tecnologia As 5 etapas para Pernambuco ser ainda melhor no setor 22 07 10 R$ 8,90 “A estimativa é que o PIB do Estado dobre em dez anos” Este é o momento O governador Eduardo Campos fala, com exclusividade para a CH, sobre a capacitação profissional em Pernambuco, mercado de trabalho e os projetos para manter o crescimento do Estado. capitalhumano006.indd 1 05/09/12 13:19

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1Revista CAPITAL HUMANOagosto 2012

Ano II - Edição 6 | AGOSTO de 2012

Redução de CustosHome OfficeTrabalho e qualidade de vida caminhando juntos

Uma boa estratégia para a empresa competir no mercado

TecnologiaAs 5 etapas para Pernambuco ser ainda melhor no setor2207 10

R$ 8,90

“A estimativa é que o PIBdo Estado dobre em dez anos”

Este é o momentoO governador Eduardo Campos fala, com exclusividade para a CH, sobre a capacitação profissional em Pernambuco, mercado de trabalho e os projetos para manter o crescimento do Estado.

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Diretor Executivo | Eliabe SerafimDiretor Comercial | Wilton Viana Júnior - 9172.5815

Diretora de Expansão | Iara Sales - 81 9251.5621 Diretor de Redação | Adauto Cunha

Jornalistas | Alissa Ferreira - Marcela AlvesEstagiária | Gabriela FariasFoto Capa | Eduardo Braga

Comercial | Wilton Viana e Iara SalesPeriodicidade | TrimestralPublicidade - Projeto Gráfico |Diagramação | Renaldo SegundoOs artigos e anúncios publicados são de inteira e única responsabilidade de seus respectivos autores, não refletindo obrigatoriamente a opinião da revista.

EDITORIAL

Expediente

COMO NÃO PODERIA DEIXAR DE SER, nesse momento de grande crescimento econômico do nosso Estado, o foco da sexta edição da Capital Humano é EDUCAÇÃO. E ninguém melhor para falar sobre esse tema e da repercussão para o nosso estado, do que o Exmo Governador Eduardo Campos, o qual nos honrou com uma entrevista e falou com propriedade do cenário atual da educação em nosso Estado e o que está sendo feito para preparar Pernambuco para os investimentos já instalados e os que ainda estão por vir. Destacamos nesta edição a nova fase do Estado de Pernambuco no tocante à tecnologia da informação, onde já se destaca como maior pólo no Norte e Nordeste. Este tema foi brilhantemente abordado pelo Sérgio Cavalcante, superintendente do CESAR, que colocou de forma clara e didática algumas das dificuldades que o estado ainda enfrenta para captar investimentos e fazer com que ideias saiam do papel tornem-se realidade. Ademais, os temas apresentados nesta edição visam, de alguma forma, levar o leitor a uma reflexão sobre a necessidade de estar bem preparado frente a este novo cenário, que obriga o profissional a falar bem, dominar outros idiomas, possuir vivência com outras culturas e estarem sempre preocupados com a redução dos custos. Por fim, os temas abordam ainda sobre empreendedorismo, migração de carreiras, empresa familiar, mercado imobiliário, entre outros, e completam a edição, recheando de informação o profissional na sua busca constante por conteúdo para “turbinar” a sua carreira.Não dá para não perceber que Pernambuco mudou! E aqueles que não acreditaram e não se prepararam para este momento, estão amargando o desemprego ou subemprego, deixando para profissionais de outros estados e países, bem mais preparados, as melhores vagas. Mas nem tudo está perdido, a quantidade de investimento chegando no Estado é grande e ainda vai durar muito tempo , com tantos cursos técnicos e faculdades se instalando por aqui, que ainda dá tempo para investir na carreira e com isso galgar posições melhores. Acredite, invista no seu crescimento, não espere que ninguém faça isso por você. A locomotiva do crescimento está passando e quem não se preparar ficará sozinho na estação vendo o trem passar. Finalizo com uma bela reflexão de Rubem Alves que, referindo-se a EDUCAÇÃO, cita as escolas que são gaiolas e escolas que são asas: “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob o controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Já as escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”. Fica a dica. Uma boa leitura.

Eliabe SerafimDiretor executivo

[email protected]. REVISTACAPITALHUMANO.com

DE OLHO NA NOVAFASE PERNAMBUCANA

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Home Office

Tecnologia

Migração de Carreira

Empreendedorismo

O modelo empresarial que chegou para ficar

Etapas da inovação em Pernambuco

Planejamento e competência

De executivo a empresário da praia

15

A hora e a vez do mercado imobiliário em Pernambuco. Cresce a demanda de imóveis na região

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Reduzir custos de uma empresa pode ser uma boa estratégia para competir no mercado10

Família empresária: um desafio administrativo20

Entrevista Jane Suassuna24

Liderança Feminina26

Com profissionais capacitados, empresas de segurança apresentam soluções para resguardar o patrimônio dos clientes

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Educação Técnica: o caminho mais curto para o mercado de trabalho05

Intercâmbio: aperfeiçoamento de competências, melhoria de vida07

Após vários adiamentos entra em vigor o novo sistema de registro de horas trabalhadas04

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EDUCAÇÃO E CRESCIMENTO PERNAMBUCANO

SUMÁRIO

Entrevista exclusiva com o governador Eduardo Campos

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4 Revista CAPITAL HUMANO agosto 2012

O REGISTRADOR ELETRÔNICO de Ponto (REP) foi determinado pela portaria nº 1.510, em agosto de 2009, mas só em abril deste ano, após cinco adiamentos, o Ministério do Trabalho confirmou que o novo sistema de registro de ponto eletrônico entrou em vigor. As regras propostas são cabíveis às empresas dos setores de serviços, varejo e indústria. Para micro e pequenas empresas, a nova legislação vem sendo aplicada desde 3 de setembro. As empresas que descumprirem às normas poderão ser multadas pelos fiscais do trabalho.

A portaria 1.510 regulamenta e disciplina a utilização de Hardware e Software na coleta de dados para apontamento das horas trabalhadas. “O Software gera relatórios padronizados e parametrizados pelo MTE facilitando, desta forma, a interpretação por parte dos fiscais. Os equipamentos são homologados por órgãos credenciados pelo MTE e isto trás maior credibilidade e transparência nas relações trabalhistas”, informa o gerente da Techvan, Eduardo Barros.

O principal benefício deste conjunto de medidas é a segurança do correto apontamento das horas trabalhadas.

Para Barros, o trabalhador só tem a ganhar com a nova regulamentação. “Apesar da impressão do ticket ser muito discutida por patrões e ambientalistas, por conta do alto consumo de papel, entendo que de posse destes comprovantes, que obrigatoriamente devem refletir fielmente o que está registrado na memória permanente do equipamento, as divergências de apontamento das horas efetivamente trabalhadas e as reclamações trabalhistas devem

diminuir bastante, disciplinando tanto o empregado quanto o empregador e evitando manipulações de ambas as partes”.

Como citado por Eduardo, as principais reclamações dos empresários em aderir ao novo sistema, um dos motivos para tantos adiamentos da portaria, são o valor do equipamento e a impressão do ticket por conta do custo com papel e isso poderá acarretar na utilização de equipamentos menos eficientes, como o ponto manual e o mecânico, para evitar gastos.

A Techvan, desde 2009, ano em que deveria ter entrado em vigor, teve picos de demanda, mas como a portaria foi prorrogada diversas vezes, trouxe um descrédito muito grande por parte das empresas, fazendo com que deixassem sempre para última hora. “Em abril a portaria entrou em vigor efetivamente, mesmo assim sentimos uma desconfiança muito grande por parte dos clientes a respeito deste assunto. Contudo, passados mais de noventa dias da entrada em vigor e sem aceno por parte do MTE de uma nova prorrogação, a demanda aumentou significativamente nesses últimos meses”, conclui Eduardo.

enfim a obrigatoriedadePONTO ELETRÔNICO:

LEIS E GESTÃO

Por Marcela Alves

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SOBRAM VAGAS no mercado de trabalho, pernambucanos correm contra o tempo para obter as técnicas e competências necessárias para atender aos vários setores carentes de profissionais que saibam pelo menos o básico. O cenário atual é de correria para acompanhar, em curto prazo, o grande crescimento econômico e aquecimento do mercado de trabalho no Estado. O resultado foi a falta de mão de obra local especializada, pessoas qualificadas de outros Estados e estrangeiros conquistando espaços aqui e

os nativos procurando formações técnicas para entrar o mais rápido possível nesta “maré” de contratações, que promete estar em alta por um bom tempo.

A pressa é importante, mas será que a qualidade está acompanhando esta velocidade? “Existem oportunidades sim, mas há uma falha principalmente na formação básica. Muitas vezes a pessoa quer aprender uma profissão, procura um curso técnico mas não sabe efetuar as quatro operações. Temos, por exemplo,

a demanda do mercado

EDUCAÇÃO TÉCNICA É A SAÍDA PARA ATENDER

Por Adauto Cunha

QUALIDADE

Existem oportuni-dades sim, mas há uma falha princi-palmente na for-

mação básica........

Conceição Mesquita

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o caso de pessoas que formam-se na universidade e são comprovadamente analfabetas funcionais”, afirma Conceição Mesquita, diretora do Getec (Centro de Gestão Técnica de Pernambuco).

É preciso ter critério e muito cuidado na qualidade do ensino básico até a formação que antecede a entrada do jovem no mercado de trabalho. Mas, na realidade, ainda vivenciamos uma educação muito distante do ideal, apesar das pequenas melhoras indicadas no Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEPE), revelando que as séries iniciais do ensino fundamental (5° ano) passaram de 4 em 2010 para 4,4 em 2011. Nas séries finais (9° ano) 3,4 no ano retrasado subiu para 3,5 no ano passado. No ensino médio foi de 3 para 3,3. Neste ritmo, vai demorar para alcançarmos os objetivos . A maioria dos alunos do quinto ano no país não sabe ler ou não sabe interpretar o que leem. Apenas 34% dos alunos aprendem corretamente o português. No ensino fundamental este número cai para 26%. Sem contar que alunos ainda enfrentam obstáculos como falta de professores, estrutura, distância e até fome para estudar.

A responsabilidade de consertar este déficit básico está, por enquanto, nas mãos dos profissionais da última cadeia da educação: além das universidades, em curto prazo, a saída acaba sendo a implementação de escolas técnicas públicas e privadas para atender a demanda de pessoas que precisam entrar no mercado de trabalho.

Contudo, é preciso reparar alguns problemas básicos de aprendizado dos alunos que conseguem uma vaga nessas escolas. “Preocupa-me de onde estão vindo esses alunos. Será que estão capacitados? Será que há um desvio de função? Às vezes, por uma necessidade financeira, um aluno nosso formado pode estar trabalhando em algum cargo que não seja correspondente ao curso para o qual está se dedicando. Não queremos isso, precisamos direcionar este aluno, caso contrário porque estaríamos formando técnicos? Precisamos não só ensinar técnicas, mas entender este indivíduo, conscientizá-lo para a vida mesmo. O mercado mudou, é preciso o profissional saber expressar-se corretamente, saber ouvir, participar, expor e, até mesmo, liderar”, pontua Paulo Zimmermann,

marketing em processos gerenciais. E completa Aldo Estanislau, doutorando em administração: “é gratificante ver os alunos sendo chamados pelas organizações, os entrevistadores das empresas ficam impressionados com o conhecimento que os mesmos têm. Mas este resultado é derivado de uma visão não só profissional, mas educacional. Como gestores desse processo temos o papel e planejamento desse profissional não só diante das suas ações, mas de suas qualificações apresentadas para a sociedade”.

Apesar do grande esforço das escolas técnicas, este é apenas um paliativo diante da extrema necessidade educacional não só de Pernambuco, mas do Brasil. É preciso um trabalho de longo prazo com foco extremo nesta área. É fato que existem as necessidades imediatas do mercado, mas se não pensar uma educação de forma ampla, com base forte e preparada para qualquer momento que o país atravesse, teremos insucessos no desenvolvimento absolutamente de todas as áreas. Faz um tempo que Nelson Mandela disse que “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Então dá para mudar o Brasil.

Paulo Zimmermann, formação em marketing e processos gerenciais, MBA em negócios portuários e logística

Aldo Estanislau, doutorando em administraçãoConceição Mesquita, pedagoga, psicóloga clínica, MBA em administração escolar e psicopedagogia

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QUALIDADE

EXPERIÊNCIA. SEM DÚVIDAS, tê-la é um dos pontos-chave do sucesso profissional. Seja para o primeiro emprego ou para uma promoção dentro da empresa. A experiência sempre vai contar, e muito. E não há nada melhor que adquiri-la através de uma viagem. Com isso, o intercâmbio é uma das possibilidades mais buscadas pelos profissionais.

Para a gerente da STB Recife e autora do livro e blog Intercâmbio de A a Z, Marina Motta, o mais importante em uma viagem como esta é você sentir-se mais seguro em relação a você mesmo. “Fazer intercâmbio é aprendizado, amadurecimento. A gente sempre volta melhor”.

Muitos acreditam que o intercâmbio só é válido para estudantes ou pessoas no início da carreira, mas de acordo com a jornalista e freelancer na Aliança Comunicação, Gabriella Albuquerque, profissionais especializados e estabilizados no mercado de trabalho não estão livres de surpresas. “Em uma viagem descobre-se e aprende-se muito. O profissional pode encontrar um novo setor que se identifique, novas aptidões. Intercâmbio expande a criatividade e traz até novas informações para o trabalho trivial. Afinal, conhecimento sempre se renova”, conta.

Não é de hoje que, no mundo corporativo, fala-se de globalização e da necessidade dos profissionais terem fluência em inglês para conseguirem as vagas mais disputadas. “Além do inglês fluente, as empresas têm valorizado, cada vez mais, a chamada experiência profissional”, reitera Marina Motta que tem na bagagem 11 viagens internacionais para países como EUA, Inglaterra, Alemanha e França.

O engenheiro de vendas da Tubos Tigre-ADS do Brasil, Gabriel Figueiredo, acredita que o momento certo para viajar é quando você sente-se preparado para enfrentar as dificuldades e agarrar as oportunidades que aparecerão. “Passei 11 meses na Europa e estava com muita disposição para me tornar fluente no inglês e vivenciar novas culturas. Minha mudança comportamental dura até hoje e para mim o grande segredo é conseguir identificar tais mudanças, guardar consigo e aplicá-las pelo resto da vida”.

A supervisora da divisional de fisioterapia da Hebron - Indústria Farmacêutica de Medicamentos, Débora Maísa, viajou para a Califórnia custeada pela empresa e acredita que a oportunidade serviu para ganhar reconhecimento onde

trabalha, além de capacitar-se mais e aprender a trabalhar melhor sob pressão e novos desafios.

Já para a analista de marketing senior da Coca Cola, Karla Carmelita Gouveia, o intercâmbio de dois meses na Irlanda foi essencial para seu autoconhecimento e autoconfiança, tanto na língua inglesa, quanto nas decisões pessoais e profissionais. “Não acredito que um intercâmbio seja determinante na vida profissional de uma pessoa, mas que

Por Alissa Ferreira

Marina Motta, gerente da STB Recife

FERRAMENTASde valorização profissional

como uma das maioresO INTERCÂMBIO

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ajuda o profissional a lidar com situações adversas e desafios, a criar e manter bons relacionamentos e a assumir uma postura de líder em suas atividades”.

Uma pessoa que busque enriquecimento acadêmico e profissional, vivência de uma nova cultura e aprendizado ou aperfeiçoamento de um idioma, deve fazer um planejamento pessoal e financeiro, e buscar programas de intercâmbio realizados por diversas empresas do ramo.

Segundo a gerente da Pontual Cursos no Exterior, Christianne Maroja, esses programas dão todo o apoio necessário ao intercambista, já que oferecem a experiência desejada com diferentes tipos de acomodações, atividades e excursões opcionais que garantem a prática contínua do estudo do idioma, entre outras necessidades.

Experiência. Experiência para “dar e vender” é o que o desafio de uma viagem internacional tem a oferecer. “Com o intercâmbio é possível descobrir que arriscar e buscar novos desafios podem trazer grandes resultados. E quem não quer um profissional assim nos dias de hoje?”, conclui Gabriel Figueiredo.

CANADÁ: É o país que apresenta o melhor custo x benefício. É também conhecido por ter uma excelente qualidade de vida, segurança e elevado índice de qualidade de ensino.

INGLATERRA:É procurado por ser um país bastante tradicional, além de estar localizado na Europa, o que possibilita o viajante de conhecer países próximos.

IRLANDA:A busca por este país vem crescendo, pois ele possui valores atrativos para cursos de longos períodos, facilidade quanto ao visto e a possibilidade de trabalhar legalmente.

ESTADOS UNIDOS:O Brasil é o país da América Latina que mais envia intercambistas para o país. Os EUA destacam-se pela qualidade de suas instituições de ensino e sua indústria de entretenimento. É também um bom destino para cursos de pós-graduação.

OS DESTINOS MAISPROCURADOS

Gabriela Albuquerque, jornalista e freelancer da Aliança Comunicação

Débora Maísa, supervisora da divisional de fisiote-rapia da Hebron

Christianne Maroja, gerente e Aline Costa, coordenadora de intercâmbio da Pontual Cursos

Karla Carmelita Gouveia, analista de marketing senior da Coca-Cola

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PERNAMBUCO SE DESTACA no cenário nacional como um dos maiores centros de desenvolvimento econômico do Brasil. Segundo relatório da agência Condepe/Fidem, as estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) em Pernambuco no primeiro semestre de 2012, em relação ao mesmo trimestre no ano anterior, mostraram um crescimento de 4,6%. E o estado tem crescido acima da média nacional: o PIB brasileiro ficou com 0,8% nos três primeiros meses deste ano. Este crescimento é atribuído às instalações de novas indústrias no estado. Nos últimos quatro anos, a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) atingiu a marca de 397 projetos de indústrias captadas para o território estadual, entre eles o complexo portuário de Suape, onde 120 empresas já estão instaladas, outras 30 em construção, e mais 20 deverão surgir até 2014, o polo farmacoquímico, arco metropolitano, cidades planejadas e arena da Copa.

Com todo esse desenvolvimento, a demanda por imóveis na região também aumentou. Hoje, a capital pernambucana conta com a maior

alta acumulada no preço do metro quadrado nos últimos doze meses do Brasil, segundo dados divulgados pelo FipeZap, indicador do valor do m² produzido em parceria entre a Fipe e o ZAP Imóveis. “Com os investimentos feitos pelo Governo Federal em nosso Estado, várias empresas se instalaram aqui, e isso aumentou muito a procura por imóveis novos e usados, não só comercial como residencial, para compra e locação. Com a ausência de imóveis no mercado, houve uma elevação nos preços”, afirma Ricardo Moutinho, gerente de negócios da Pedra Forte Engenharia.

Para os profissionais do ramo imobiliário a expectativa é que o mercado cresça ainda mais no estado devido também às facilidades na hora de fechar o acordo. “Acho que ele (o mercado imobiliário) continuará em ascensão, pois o poder de compra continua sendo mantido e o apoio dos recursos financeiros oferecidos pelos bancos é bastante atrativo, assim como os planos de incentivos como o “Minha Casa, Minha Vida”. Com a vinda da mão de obra de fora do estado, muitas vezes por tempo indeterminado, as empresas

optam pela locação, justificando um otimismo também no setor de aluguéis”, conclui Moutinho.

BAIRROS PLANEJADOS – Agora imagine morar em um lugar próximo ao seu trabalho e ter à disposição hospitais, shoppings e escolas. Esta é a ideia central de projetos de moradia planejados, que oferece comodidade e qualidade de vida aos moradores. São os chamados bairros planejados. “Essa tendência de mercado vem se confirmando dia-a-dia. Em estados do sudeste isso já acontece e em pouco tempo esta cultura chegará aqui”, aposta Ricardo. E ele está certo. Pernambuco conta hoje com cinco projetos baseados no planejamento de bairros e cidades.

Um desses projetos fica no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife e atenderá cerca de 100 mil pessoas, muitas delas trabalhadores das fábricas implantadas na região. A obra começa em outubro e deve demorar em torno de dez anos para ficar pronta. Segundo o projeto, serão 54 km de vias asfaltadas que servirão de deslocamento para milhares de pessoas que gastam hoje, em média, três horas por dia para ir e voltar de Suape.

novas perspectivas

PROFISSIONAIS DO SETOR IMOBILIÁRIO DE PERNAMBUCO:

Por Marcela Alves

MERCADO

Ricardo Moutinho, gerente de negócios da Pedra Forte Engenharia

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10 Revista CAPITAL HUMANO agosto 2012

ESTAMOS VIVENDO a reinvenção de em-presas globais centenárias e o boom de cres-cimento de novas empresas, convivendo em um mesmo mercado e disputando os mes-mos nichos. Com a introdução e facilidade de acesso a tecnologias, o surgimento e uso comercial da internet, com o aparecimen-to e fortalecimento das redes sociais e a via única do livre mercado, fez-se ver que, como nunca, o mundo se comporta como um só.

Vejamos a crise imobiliária americana que se transformou em uma crise mundial. Ou mesmo a China comunista, sendo a lo-comotiva do capitalismo mundial. Não está sendo mais possível isolar países do mundo. Desta forma, fez-se irreversível olhar mode-los de sucesso pelo mundo e tratá-los como sendo os bons caminhos para o sucesso das nossas empresas.

Qualidade é gerir processos de forma a trazer o cliente final para o nosso lado, con-seguir sua preferência. Este é o verdadeiro critério da qualidade nas empresas. E isso conseguiu mostrar que gerir processos de forma adequada e planejada, pode ser cru-cial para a redução de desperdícios e para a sobrevivência das corporações. “Entendo que falar em qualidade é falar do futuro. É olhar para as próximas gerações, começan-do por hoje. Em um mundo de padroniza-ções, não será mais viável imaginar que as coisas podem continuar a dar certo apenas com o “jeitinho brasileiro” de fazer as coisas”, explica o professor e gerente nacional de vendas da Strattner, Diniz Simões Filho.

Em muitos casos uma redução de custo se faz necessário para aumentar a compe-titividade da organização. Reduzir custos não é reduzir o quadro funcional. Pode-se atacar em diversas frentes: melhoria nos processos organizacionais reduzindo des-perdícios e melhorando a comunicação dentro da empresa.

“Uma das maneiras de contornar essa situação é envolver as pessoas, sendo transparente com relação à situação da empresa, capacitando os funcionários e

conscientizando-os para melhoria de re-sultados”, afirma o engenheiro e diretor da Focus Trigueiro Consultoria & Treina-mento, Fernando Trigueiro.

Para o consultor e analista de orien-tação empresarial do Sebrae, Valdir Ca-valcanti, enxugar custos faz a empresa tornar-se mais competitiva sim, e com isso, muitas estão utilizando-se de uma estratégia específica para reduzir gas-tos sem perder clientes para os concor-rentes. “Grandes empresas oferecem produtos/serviços da mesma vertente, mas com marcas e valores diferentes. A qualidade e o valor do produto sempre estarão diretamente proporcionais ao poder aquisitivo dos clientes”, salienta o mercadólogo.

Fernando Trigueiro acrescenta que uma empresa para ser competitiva tem de escolher a forma de competir. Ou compete por preço (e aí é fundamental ter custos controlados) ou faz algo dife-rente que justifique o cliente a optar por fazer negócios com a empresa.

Outro ponto importante é a relação en-tre empresa e cliente, mas não existe segre-do para que essa relação seja amistosa. Diniz Simões acredita que é preciso investir nos funcionários e colaboradores para qualquer empresa obter o sucesso desejado. “Uma empresa que possui um ótimo produto, mas que tem uma equipe de vendas desmo-tivada ou destreinada, fracassará”.

Valdir Cavalcanti propõe treinamen-tos, capacitações e estender os benefícios às famílias dos funcionários como solu-ção. “Não é só o salário que faz a diferen-ça hoje em dia. Cuidar dos colaboradores é fundamental para garantir o sucesso de uma instituição”, afirma.

Fernando Trigueiro finaliza a ideia: “Como dizia Peter Druker, o bom gestor é aquele que sabe obter resultados através e com as pessoas. É preciso que os nossos ges-tores adotem posturas participativas para melhorar o desempenho organizacional”.

REDUÇÃO DE CUSTOScomo estratégia competitiva

PRODUTIVIDADE

Por Alissa Ferreira

Fernando Trigueiro, engenheiro e diretor da Focus Trigueiro Consultoria & Trainamento

Diniz Simões Filho, professor e gerente nacional de vendas da Strattner

Valdir Cavalcanti, consultor e analista de orientação empresarial do Sebrae

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PRODUTIVIDADE

Por Alissa Ferreira

Fernando Gadelha, key account manager da H B Fuller do Brasil

comprometimento e foco

O MERCADO EMPRESARIAL está so-frendo mudanças significativas, sejam elas nas relações entre concorrentes, se-jam elas nas relações hierárquicas dentro das empresas. Contudo, outras mudan-ças estão ligadas diretamente à estrutura de uma organização.

O padrão todo mundo já conhece: os funcionários vão de casa aos seus escritó-rios, muitos batem ponto e passam gran-de parte do tempo enclausurados em empresariais e instituições a que prestam serviços. Porém, hoje existe outro mode-lo que já vem se tornando bastante co-mum, o home office.

O home office nada mais é que trans-ferir seu escritório para dentro do con-forto da seu lar. Mas engana-se quem acredita que não existem pontos negati-vos de trabalhar em casa. O Key Account

Manager da H B Fuller do Brasil, Fernan-do Gadelha, enumera alguns ônus (mes-mo acreditando em muitos bônus tam-bém) dessa forma de trabalhar. Alguns deles são: solidão, pela falta de contato com colegas de trabalho, autocobrança excessiva, sofrer desconfianças de super-visores e da própria sociedade e falta de uma legislação específica.

Já para o gerente regional Norte e Nordeste da Bella Janela indústria de cor-tinas ltda, Sandro Azevedo, não existem problemas que mereçam registro, desde que o profissional cumpra sua rotina de atividades, mantenha-se produtivo e en-volva a família no projeto profissional.

Mas por que esse modelo de negócio vem ganhando, cada vez mais, força no mercado? De acordo com a gerente re-gional de vendas da Ticket/Edenred, Laís

Guimarães, o home office é um sistema que traz economia tanto para as empre-sas quanto para os funcionários, além de proporcionar mais liberdade, flexibilida-de e autonomia para quem o pratica. “A profissionalização da área de recursos humanos também tem um papel muito forte na implantação desse sistema, afi-nal é preciso ter um cuidado com o pro-fissional para que ele não perca o senso de pertencimento à empresa”.

Podemos citar a melhor qualidade de vida dos trabalhadores e o tempo impro-dutivo que se perde no trânsito como fatores determinantes para o sucesso do home office. O gerente comercial Nordeste da Doremos Alimentos, Bruno Zammataro, conta que não foi simples adaptar-se à novidade. “Nos primeiros seis meses, estranhei bastante a liberda-

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de e flexibilidade. Fiquei meio “perdido” diante deste novo cenário, mas aos pou-cos fui me adaptando, fui criando méto-dos para aumentar minha produtivida-de e hoje em dia, após dois anos, estou super adaptado e apresentando bons resultados a empresa. Não me vejo mais trancado em um escritório”.

Sandro Azevedo acrescenta que tam-bém é preciso saber conciliar o tempo com a família. “Trabalhar em casa não quer dizer estar com a família todo o tempo. Ao mesmo tempo o profissional que trabalha em casa não pode ser tão rígido ao ponto de evitar o contato com seus familiares durante suas atividades em casa. O que deve prevalecer é o bom senso de ambas as partes.”

Laís Guimarães diz ainda que o ne-cessário para não perder a disciplina e o comprometimento profissional é ter pla-nejamento. “O segredo é ter uma agenda de compromissos internos e externos, estar sempre em contato com a equipe, com a empresa e com os clientes. Man-ter-se acessível sempre”.

E Fernando Gadelha vai além. “Para ser bem sucedido no trabalho em home office é necessário que o profissional seja polivalente e transite com facilidade por todos os setores da área administrativa, além de ser capaz em autogestão. Co-nheci alguns excelentes profissionais que se perderam em home office por tenta-rem levar as regras do trabalho tradicio-nal para dentro da sua casa”.

Uma boa dica é tentar seguir os mes-mos horários da empresa. “Muitas vezes coloco calça, sapato e camisa para me sentir “dentro” do trabalho”, conta Bru-no Zammataro.

Home office não tem segredos mes-mo. Com comprometimento e discipli-na todo profissional pode exercê-lo. O essencial é não perder o foco e o profis-sionalismo que deve existir em qualquer ambiente empresarial.

Bruno Zammataro, gerente comercial Nordeste da Doremos Alimentos

Laís Guimarães, gerente regional de vendas da Ticket/Edenred

Sandro Azevedo, gerente regional Norte e Nordeste da Bella Janela indústria de cortinas LTDA.

... o home office é um

sistema que traz economia

tanto para as empresas

quanto para os funcionários,

além de proporcionar

mais liberdade, flexibilidade e

autonomia para quem o pratica.

Laís Guimarães

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EXECUTIVO DE SUCESSO na área de engenharia da indústria brasileira de fe-chaduras e cadeados Pado, carreira es-tável, reconhecimento por ser um líder importante no Nordeste. Carlos Vascon-celos carregava um currículo almejado por qualquer profissional. Só que um convite para trabalhar fora da região mu-daria a sua carreira. “Em 2008 eu fui para a fábrica de Londrina, tudo estava tran-quilo até que aconteceu a crise mundial, o Brasil entrou nessa onda, mesmo sem ter sido diretamente afetado. Aí vários cargos e salários foram ‘degolados’. E foi o que aconteceu comigo, voltei para Recife e aguardei seis meses. Não houve retorno positivo e definitivamente eu estaria de-sempregado”, conta Carlos.

Até para os competentes e experientes executivos, o retorno ao mercado de tra-balho não é fácil. É preciso estar disposto a readaptar-se, reativar network, negociar salário e tantas outras exigências que, muitas vezes, frustram o profissional.

Contudo, o profissional qualificado e criativo tem outras opções. “Eu tinha três projetos e um deles contemplava a praia, porque eu vinha para a areia junto com a minha família e era a maior dificulda-de pedir bebida ou comida, tinha que sair próximo ao meio dia para almoçar

fora e não tinha nenhum atrativo que fizesse com que as pessoas passassem mais tempo curtindo uma paisagem lin-da como esta”, diz Carlos. Ele passou seis meses estudando a orla de Boa Viagem, o fluxo de pessoas, as variações de clima, reuniu todas as variáveis para implemen-tação do projeto e evitou pontos muito explorados por empreendedores, como o Acaiaca. “Eu não queria ser mais um. Sempre pensei em um diferencial, ‘sair do quadrado’ mesmo, quebrar paradigmas, minha vida sempre foi assim. Então eu fiz esse trabalho e descobri o Posto 7, no dia 7, do mês 7, parece que tinha que ser aqui mesmo.Não sou supersticioso, mas aconteceu tudo assim. Peguei o projeto e apresentei para o meu primeiro cliente, a Opanka, achei que tinha tudo a ver com sandálias, e ele comprou a ideia, me aju-dou com o material e eu comecei a fazer o diferencial”, lembra Vasconcelos.

A partir daí Carlos entrou com o pé, aliás, com o Pezão direito, na praia de Boa Viagem e conquistou um público diferenciado, investiu em ombrelones, cadeiras, cooller para servir bebida, es-preguiçadeiras para mulheres, alugou um apartamento próximo para adaptar uma cozinha, implementou sistema de pagamento para cartão de crédito, aten-

dimento diferenciado até com cadeira de banho para clientes com necessidades especiais.

Com isso, a então inaugurada Barraca do Pezão, conquistou intelectuais forma-dores de opinião, empresários, executi-vos que saíam de Boa Viagem, praia que fica na “porta de suas casas”, para curtir seus finais de semana em praias vizinhas. “Desde o primeiro dia o projeto ‘explo-diu’ justamente com este público, iden-tificaram-se porque estavam finalmente confortáveis, perto de casa e das pessoas próximas. A barraca do Pezão oportuni-zou uma mudança de conceito e o pú-blico entendeu”, orgulha-se Pezão. Este empreendimento descentralizou a diver-são na orla de Boa Viagem. Antigamente a praia concentrava-se nas mediações do prédio Acaiaca, que por muitos anos é o ponto de encontro dos praieiros. Car-los Pezão , além de ser referência para as pessoas que querem encontrar-se, ativou uma área considerada morta para diver-são no local.

Quanto mais qualificado for o profis-sional, maior a probabilidade de ele dar certo ao empreender. Pezão escolheu a economia criativa que, de acordo com o autor inglês, John Howkins, no livro “The Creative Economy”, publicado em 2001,

EMPREENDEDORISMO

Por Adauto Cunha

DE EXECUTIVOa empresário da praia

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Barraca do Pezão

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são atividades nas quais resultam em indi-víduos exercitando a sua imaginação e ex-plorando seu valor econômico. Pode ser definida como processos que envolvam criação, produção e distribuição de pro-dutos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos (sic).

Pesquisa realizada pela NextView, de São Paulo, com mais de 5000 executivos brasileiros, entre 26 e 35 anos com diver-sas especializações, confirma um cenário que vem sendo construído há um bom tempo, independente de escolhas ou demissões, o caminho do empreende-dorismo é algo latente na vontade dos grandes profissionais, pois 46% dos en-trevistados sentem-se pouco realizados, 50% desejam empreender e 64% tiveram mudanças nos seus objetivos de vida e no planejamento de carreira.

Talento, criatividade e visão de mer-cado é importante, mas o que faz o em-preendedor ter segurança administrativa do negócio é buscar estudar, especializar--se, aprofundar conhecimento. “ Fiz um curso de empreendedorismo no SEBRAE. Eu tinha uma ideia do projeto, da parte comercial, social, mas a parte administra-tiva iria pesar um pouco. Aprendi mui-to, inclusive sobre logística. As pessoas quando veem tudo isso aqui arrumado não imagina o que acontece nos basti-dores. Leva aproximadamente três horas para montar, desmontar e organizar uma

estrutura como esta, além de controlar uma cozinha, depósito próximo daqui e planejar compra de materiais. Logística é o segredo”, revela Carlos Pezão.

A Barraca do Pezão em dois anos vi-rou uma marca forte em Pernambuco, atualmente apoia eventos fora da praia, com a extensão de marca Pezão Produ-ções. São festas, baladas, este ano teve o camarote no Galo da Madrugada com recorde de vendas, camarote no Recife Antigo lotado nos cinco dias do evento; Avenida Sertaneja no Avenida Chopp, um after que reúne as melhores bandas sertanejas. O sucesso prematuro e credi-bilidade permitiram que Pezão também criasse uma unidade em Maracaípe. “ Outro sucesso, fica em frente ao mar Co-queiral, o serviço é o mesmo da unidade Boa Viagem, tem inclusive lounge e bala-das de sexta a domingo. Nesta unidade o serviço é mais voltado para o turista. A estrutura é fixa, trabalhei com Contêiner em madeira, uso ombrelones também só que a logística é bem mais fácil, guardo em 20 minutos”, brinca Pezão.

Esta versatilidade de Pezão também contagia os clientes. “Não sei como eles conseguem, mas na barraca de Boa Via-gem os clientes dividem um setor imagi-nário de pagode e MPB ao mesmo tempo. A roda de samba de raiz de um lado e um pequeno lounge com suportes de IPod, IPhone, IPad. Não me pergunte como, mas eles conseguem”, admira-se Pezão.

O apelido, ao contrário do que pode-mos imaginar, não tem nada a ver com Carlos Vasconcelos, foi uma escolha também comercial. “Pezão é interessan-te. Como o primeiro patrocinador foi sandália, dentre muitas opções pensei em pegada, pé, aí veio o Pezão. Foi inte-ressante porque ficou forte. Como sem-pre buscamos explicações, as pessoas quando sabem que sou eu, olham para o meu pé, pensam até em um apelido de infância. O Pezão é de fato um persona-gem, bem descontraído, falador, amigo da garotada; às vezes o pessoal vem na praia porque sabe que quando chegar aqui vai encontrar o Pezão, sentar 20 mi-nutos, bater um papo, descontrair e até desabafar. Acontece muito. Enfim, Pezão é um cara bem diferente do Carlinhos tí-mido aqui”,explica o criador do praieiro mais solicitado de Boa Viagem.

O importante, mesmo que pareça cli-chê, é realmente acreditar no sonho, na certeza do sucesso e seguir os caminhos necessários para realizar. “Tudo é foco, procura. Considero meu empreendi-mento estruturalmente simples, acredito que outras pessoas tenham pensado em projetos semelhantes a este, mas talvez tenha faltado coragem. Dificuldade terá e vai ser uma constante. É importante recicla-se, ouvir os experientes, estar por dentro das novidades, aprender todos os dias. Depois é só prática do negócio e sin-tonia com o público”, finaliza Pezão.

Carlos Vasconcelos, empresário

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O entrevistado desta edição é Eduardo Henrique Accioly Campos, governador do Estado de Pernambuco. Em conversa, Eduardo Campos conta os objetivos do governo para capacitar com qualidade os profissionais pernambucanos, os cuidados com o ensino básico no Estado, as oportunidades geradas, as dificuldades para oferecer uma Educação ideal e sinaliza o que deve ser feito para alcançar os objetivos propostos por esta boa fase de crescimento pernambucano.

ENTREVISTA

Por Adauto Cunha

CH O Profissional pernambucano está preparado para ocupar os cargos advindos do crescimento local, há quatro anos acima da média nacional, ou falta muito?

Eduardo – Este tem sido o principal objeti-vo de nosso governo neste momento. Primeiro, trabalhamos incansavelmente para criar as condições necessárias para atrair empreendi-mentos estruturadores, garantindo para o Es-tado novas cadeias produtivas, como a de pe-tróleo e gás; petroquímica; naval; automotiva e eólica. Feito isso, tratamos da formação profis-sional das pessoas para que as oportunidades geradas pela chegada dessas empresas fiquem, o máximo possível, com os pernambucanos, melhorando a renda e a qualidade de vida da nossa gente.

CH Então os Pernambucanos estão mais capacitados para competir com igualdade de condições com quem vem de fora para con-quistar um emprego aqui?

Eduardo – Não se trata, no entanto, de bar-rar a vinda de pessoas de outros Estados e até de outros países. Trata-se, na verdade, da ne-cessidade de capacitar nosso povo para que ele possa competir com os profissionais que virão de fora. E pelo que temos visto nas pesquisas de emprego do IBGE e pelo Cadastro de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho, estamos alcançando nossos objetivos. Nos últimos cinco anos e meio, conseguimos gerar mais de 500 mil postos formais de trabalho. Ao mesmo tempo, reduzimos a taxa de desemprego da casa de 16% para cerca de 6%, uma das menores do

AGORA É EDUCAÇÃOou parar de crescer

Eduardo Campos, governador do Estado de Pernambuco

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País. O cruzamento desses dados revela que as vagas criadas estão absorvendo mão de obra pernambucana.

CH Com a crise na Europa e conse-quente redução no crescimento econô-mico, seria prudente dizer que este é um “freio” importante para que os profissionais possam aprimorar-se e ganhar fôlego para acompanhar esta evolução?

Eduardo – Não torcemos pela crise. Muito ao contrário, todo o nosso esforço tem sido para fazer da crise uma opor-tunidade, mantendo o planejamento e acelerando os investimentos estruturado-res. Fizemos o dever de casa, cortando a despesa ruim e multiplicando por quatro a capacidade de investimento do estado. Foi esta receita que deu certo em 2009, quando conseguimos fazer a economia pernambucana crescer em um mundo de plena recessão, e é essa receita que vem possibilitando manter uma média de cres-cimento superior à nacional e à da Região Nordeste. Então, para acompanhar esse ritmo temos que, a princípio, trabalhar com os jovens que estão prontos a entrar no mercado de trabalho e os capacitar para as necessidades imediatas das em-presas. Para isso investimos no reforço es-colar, para dar condições a todos de par-ticiparem dos programas de qualificação. Mas, ao mesmo tempo, não descuidamos da educação básica e do ensino médio.

CH As empresas queixam-se da falta de mão de obra capacitada e ao mesmo tempo os estrangeiros estão preocupa-dos até em aprender o nosso idioma. A longo prazo, sem pensamentos barristas, os profissionais pernambucanos serão capazes de suprir as necessidades das empresas em todos os níveis?

Eduardo – Nós não somos uma ilha, isolada do restante do País e do mundo. É natural, que num momento como o vivido hoje por Pernambuco muitos profissionais voltem suas atenções para o mercado que está em ascensão. Foi assim que décadas atrás muitas famílias pernambucanas deixaram o Estado em busca de oportu-nidades melhores em diversos cantos do País, como Rio, São Paulo, Brasília. Hoje, muitos filhos dessas famílias estão fazen-do o caminho de volta, em busca das oportunidades que a terra natal de seus pais tem a oferecer. Estamos, em muitas áreas, numa situação de pleno emprego, onde os profissionais são contratados ain-da nas faculdades ou nas escolas técnicas. Além disso, há áreas novas para a gente,

nas quais não temos tanta tradição. En-tão, evidentemente, não conseguiremos dar conta de tudo, mas nossa meta é dar condições ao nosso povo de disputar es-sas vagas, coisa que eles não tinham há alguns anos. Também não queremos ser os únicos a gerar oportunidades, por isso achamos importante que o Ceará, a Para-íba, a Bahia, Alagoas também se desen-volvam e que o País cresça como um todo. Não podemos repetir o erro histórico de concentrar os investimentos em um único Estado ou região, deixando de lado os ou-tros membros da federação.

CH Um dos gargalos da formação pro-fissional é a educação básica. Muitos for-mandos, prestes a entrar no mercado de trabalho, apresentam déficits de aprendi-zado. A última pesquisa do Idepe mostra que ainda há um longo caminho a percor-rer na educação básica, apesar da melhora no desempenho em matemática e portu-guês e aumento do número de escolas no Estado. O que falta para estes números avançarem com mais rapidez?

Eduardo – Os resultados dos investi-mentos que estamos fazendo agora não são imediatos, mas já começaram a apa-recer. Nos últimos cinco anos e meio, am-pliamos o número de escolas integrais de 13 para 207, que hoje atendem mais de 100 mil estudantes, que passam o dia todo nas escolas. Essas escolas já superaram a meta do Ideb estabelecida para 2021. Também ampliamos o número de escolas técnicas de 5 para 25, atendendo hoje a 15 mil jo-vens. Neste mês de agosto estamos embar-

cando 563 alunos da rede estadual de en-sino médio para cursar um semestre letivo nos Estados Unidos e no Canadá, além de outros 425 que embarcarão em janeiro de 2013. Também estamos distribuindo 156 mil tablets com os alunos do ensino médio da rede estadual. Enfim, é um conjunto de ações que ainda trará muitas alegrias aos pernambucanos. Temos ciência que todos os lugares do mundo deram grande sal-tos de desenvolvimento conseguiram isso depois do investimento sistemático em educação. Foi essa a fórmula com Coréia, Singapura, que por causa do rápido cres-cimento ficaram conhecidos como tigres asiáticos, ao lado de Hong Kong e Taiwan; e está sendo assim com a China.

CH Voltando para a formação profis-sional, além dos incentivos de implemen-tação das escolas técnicas, não seria o caso também haver incentivos da inicia-tiva privada, na qual as empresas acom-panhem a preparação deste profissional desde a formação básica?

Eduardo – Claro, temos uma parceria com o Sistema S para formação de mão de obras para os empreendimentos que estão chegando ao Estado. As próprias empresas também participam desse es-forço, como aconteceu com o estaleiro, refinaria, Sadia, Perdigão e agora com a Fiat e seus fornecedores. Só o Prominp, por exemplo, voltado ao setor de petróleo e gás e à indústria naval, qualificou 81,5 mil pessoas em 15 estados do país até o final do ano passado e se prepara agora para iniciar seu sexto ciclo de cursos, ministra-

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dos pelo Sesi. E Pernambuco está entre os contemplados desde o início.

CH Na construção de um cenário po-sitivo, Pernambuco, mantendo um bom ritmo, vai conseguir chegar ao máximo dos seus objetivos na formação destes profissionais em quanto tempo?

Eduardo Há um conjunto muito gran-de de variáveis, que podem adiar ou an-tecipar essas projeções. A princípio, a es-timativa é que o PIB do Estado dobre em dez anos, então temos que acompanhar essa projeção e estar prontos para ela. Por isso estamos intensificando os investi-mentos com recursos do Tesouro. Em cin-co anos, saímos de uma média anual de investimento de R$ 600 milhões para R$ 2,5 bilhões. Para este ano, a meta é am-pliar esse volume de recursos em 20%, al-cançando a marca de R$ 3 bilhões. E esses recursos vão para todas as áreas.

CH O Projeto Novos Talentos em 2012 pretende atuar em 58 municípios do Estado, qualificando 16.500 mil jo-vens, através de cursos técnicos. O obje-tivo está sendo alcançado?

Eduardo – Está tudo andando den-tro do cronograma. Já tivemos a primeira etapa concluída, com um total de mais

de 2.500 alunos formados nos cursos do Sesi e Senac. A segunda turma está em andamento e a terceira com as inscrições abertas. Mas levar esses cursos para 58 municípios não adiantaria se não estivés-semos fazendo um esforço para levar as empresas para o interior do Estado. Não adiantaria capacitar esse pessoal todo se eles não tivessem por quem ser contrata-do e aonde trabalhar. Então esses cursos andam ao lado do nosso programa de desenvolvimento, que tem como uma de suas premissas interiorizar o crescimento econômico. Assim levamos a Sadia para Vitória de Santo Antão, a Perdigão para Bom Conselho, a WHB e a Nissin Ajino-moto para Glória do Goitá, a Fiat e a He-mobrás para Goiana, a Schacman para Caruaru, entre outros empreendimentos.

CH Os profissionais, com criatividade e bom incentivo, também partem para abrir seus próprios negócios. Essa catego-ria também merece muita atenção, consi-derando que é uma fatia interessante des-te bolo econômico. A burocracia ainda é algo que desencoraja o empreendedor?

Eduardo – Esses merecem uma aten-ção ainda mais especial. As micros e pe-quenas empresas representam 98% das

empresas formais existentes e respondem por 2/3 dos postos de trabalho oferecidos pela iniciativa privada. Falamos muito dos grandes investimentos, mas eles geram 52% dos empregos formais. A pequena em-presa do nosso estado gera 48% dos postos de trabalho. Então, é preciso dar atenção especial. Cerca de 35% das empresas de pe-queno porte fecham nos primeiros quatro anos de existência, fruto da burocracia, da elevada carga tributária e das muitas exi-gências para fazer negócios. Depois de ou-vir as lideranças desse setor, apresentamos uma série de medidas para incentivar esse segmento. Primeiro, vamos priorizar esse público nas compras governamentais. Que-remos elevar o volume de negócios de R$ 59 milhões para R$ 400 milhões já no pró-ximo ano. Também reduzimos o prazo de ressarcimento do crédito de ICMS pago em outros estados de quatro para dois anos e ainda enviamos uma proposta de convênio ao Ministério da Fazenda para desonerar as compras de máquinas e equipamentos. Toda crise abre uma janela de oportunida-des para avançarmos em algum aspecto e está mais do que na hora de fazer dessa crise atual a oportunidade de avançar no setor produtivo.

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Por Alissa Ferreira

QUANDO CHEGAa hora de mudar

O MERCADO HOJE encontra-se bastante aquecido, com muitas oportunidades. Mas, para preencher as vagas existentes é preciso ter qualificação. É importante observar as tendências do mercado de trabalho, definir em que área deseja atuar, se conhecer e saber seus pontos fortes e fracos, além de estar disposto a dar o seu melhor.

As empresas querem profissionais que sejam criativos, inovadores e que apresentem comportamento ético. Gostar do que faz ajuda

na hora de manter-se ativo e pode até levar muitos a buscarem novas oportunidades, para consequentemente, obterem uma melhor qualidade de vida. “As pessoas estão prestando mais atenção em si mesmas e procurando uma vida que tenha mais sentido”, define a psicóloga e gerente de capacitação da Empresa Municipal de Informática – EMPREL, Conceição Henriques.

É justamente essa busca que, muitas vezes, justifica as corriqueiras migrações de carreira.

CARREIRA

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Para a psicóloga e coordenadora de desenvolvimento humano e organizacional da ATP Engenharia, Ana Carla Moura, mudar de profissão implica em aprender a caminhar e a lidar com novas situações.

Além de planejamento estratégico, a assessora de RH da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Ana Karla Cantarelli, aponta alguns outros fatores a serem levados em consideração. “Para tomar uma decisão como essa é preciso analisar o mercado, entender o que está se passando ao redor, ter análise crítica do cenário, ouvir opiniões de pessoas confiáveis e, principalmente, ver-se disposto a mergulhar em realidades diferentes”.

Foi o que a consultora de RH, Rafaela Gomes, fez ao optar pela migração. “Passei oito anos da minha vida trabalhando como professora da educação infantil, só que chega um momento na sua carreira que a sua função te restringe demais”, explica.

Insatisfeita com a falta de oportunidade de crescimento na área em que atuava, Rafaela resolveu graduar-se em Recursos Humanos. E deu certo. “Acredito que fiz a escolha certa, além

disso, sei que a docência me deu subsídios para que hoje eu atue bem na nova área que escolhi. Hoje me sinto segura e confiante para executar o trabalho que gosto de verdade”.

O empresário e proprietário do Dicca Cursos, Sílvio Batista, mudou de profissão ao se ver exausto com sua rotina pesada. “Eu interiorizava sinais de televisão e minha rotina era passar 40 dias viajando e dez em casa. Foram 15 anos dessa forma e eu cansei. Por estar sempre viajando, eu não tinha amigos, esqueci da família, esqueci de tudo. Eu não aguentava mais aquela situação”.

Hoje, Sílvio administra o curso para concursos e sente prazer no que faz em seu dia a dia. “Ao entrar no mercado de concursos, me realizei. É muito gratificante ajudar as pessoas a concluir projetos de vida”.

Tornar-se um servidor público através de um concurso é outra forma bastante comum de mudança de carreira. “O emprego público, no Brasil, reflete um mito em torno da segurança para os profissionais, além das jornadas de trabalho reduzidas ou flexíveis, salários atrativos e estabilidade”, acrescenta Ana Carla Moura.

Sílvio Batista expõe um fator que considera um problema na forte procura pelos concursos. “Muitas pessoas querem se tornar servidores públicos por acharem que vão beneficiar-se disso, mas não pensam em servir bem ao município, ao estado e ao país. É preciso estar disposto a servir e dedicar-se às instituições públicas de verdade, caso essa consciência não exista, vamos continuar com graves problemas no setor público”.

Sem dúvidas, competência é essencial em qualquer profissão que escolhermos. Para haver uma mudança de carreira é preciso que haja uma autoavaliação: tenho condições e as aptidões necessárias para assumir tal competência? Esse tipo de questionamento deve ser constante. E as respostas aparecerão a partir de um planejamento.

Preparar-se para as mudanças é o primeiro passo para obter o sucesso pretendido. “É fundamental que o empregado faça o que estiver ao seu alcance para melhorar cada vez mais o seu valor profissional e melhorar sua qualidade de vida em qualquer carreira que escolher”, reitera Conceição Henriques.

Sílvio Batista, empresário e proprietário do Dicca Cursos

Conceição Henriques, psicóloga e gerente de capacitação da Emprel

Rafaela Gomes, consultora de RH

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NEGÓCIOS

O SIMPLES E SIMPÁTICO Núncio Na-trielli, há 18 anos no ramo de Restauran-tes e presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), já tra-balhou em vários empregos considerados comuns para custear os estudos até se formar, tempos depois trabalhou numa empresa em São Paulo e foi convidado para dirigir uma filial desta empresa em Recife. Após três anos a empresa retor-nou, mas Núncio decidiu ficar e arriscar. Aliás, o risco é o principal ingrediente do bom empreendedor. Fundou então o Mi-chelli Restaurante Italiano, no qual ficou durante 14 anos e obteve grandes resul-tados junto com todos que contribuíram para a construção dos resultados.

A partir daí, viria o segundo risco na sua carreira de empreendedor. Surgiu de forma inesperada e bem familiar. “Ale-xandre, meu filho, foi quem começou. Ele saiu do Brasil e foi morar nos Estados Unidos. Sem influência minha formou--se em gastronomia, administração de hotéis e restaurantes na Califórnia. O diploma dele é até assinado por Arnold Schwarzenegger, governador na época”, brinca Núncio. Com um currículo de peso e pronto para exterminar qualquer vaga, Alexandre foi um dos cinco laurea-

dos e com propostas certas de emprego para trabalhar em hotéis internacionais. Ele optou trabalhar em uma cadeia de restaurantes com 200 filiais, o California Pizza Kitchen . “Fiquei feliz. Ele já tinha uma casa boa, um carro bom, fui para a formatura e fiquei lá 20 dias. Fazia tem-po que não ficávamos juntos. Depois ele passou a me ligar quase diariamente, não queria mais ficar por lá. Até que chegou um dia que eu disse: ‘tá bom, você vem que a gente dá um jeito. Arrumo um lu-gar para você trabalhar ou abrimos outro restaurante’, foi o que aconteceu”, conta o objetivo patriarca.

Logo quando chegou ao Brasil, Ale-xandre começou a trabalhar no restau-rante Spettus. Contudo, a veia de empre-endedor pulsou mais forte e Alexandre, após seis meses, pediu demissão e resol-veu acreditar nos seus conhecimentos e tino administrativo. “Surgiu em Igarassu, na BR 101, um restaurante que estava fechado dentro de um posto. Fui lá ver e disse para Alexandre: ‘você quer enca-rar ? A gente começa aqui’. Ele falou que sim e então começamos. Ele escolheu o nome, logomarca com a caricatura do meu rosto e assim começamos o restau-rante Natrielli. Está lá há 5 anos”, comple-

ta Núncio.

Poucos brasileiros se arriscariam sair de Santa Bárbara, EUA, cidade litorânea e perfeita para restaurantes, para esco-lher um posto quase divisa entre Abreu e Lima e Igarassu para investir em um pro-jeto particular. E a assim nascia mais um empreendimento familiar. Os Natrielli evoluíram e há dois anos investiram em uma filial no shopping Costa Dourada, no Cabo de Santo Agostinho. Eles são praticamente “Âncoras” do shopping, abriram um pequeno restaurante na pra-ça de alimentação e, aos poucos, ocupa-ram todas as mesas do local. Em pouco tempo propuseram transformar toda a praça em restaurante. Quem chega ao Shopping enxerga um grande e interes-sante empreendimento. Atualmente em Igarassu estão construindo a maior ver-são dos restaurantes Natrielli.

A segunda boa surpresa, foi a in-tegração da família. “Minha filha, Flávia, trabalha na parte de compras e minha esposa, Vera, começou a criar gosto pelo negócio e cuida da higiene, estrutura dos pratos, saladas, uniformes dos funcio-nários. Enfim, todos gostam e sentem a essência do que é um restaurante”, pon-tua Núncio. Existe uma diferença entre

Paternalista nãoEMPRESA FAMILIAR SIM.

Por Adauto Cunha

Restaurante Natrielli

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“O que é de casa vai a praça”. Um dito popular que ilustra bem o cuidado que uma família empresária deve ter na sua estrutura e postura diante do mercado.

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governança familiar e corporativa. Um processo deve ajudar o outro e seguir bem alinhados. O primeiro objetivo é a harmonia, trabalho bem ajustado, com-prometimento e respeitos individuais. Daí deriva o conforto familiar, segundo objetivo resultante da boa administração e financeiro bem planejado. “ Isso que é importante. Empresa familiar não é sinô-nimo de desorganização. A responsabili-dade dos que são da família precisa ser maior, todos devem ter salários, horários e responsabilidades. Se não fizer assim, se achar que o dinheiro que tá no caixa pode usar para o que quiser, será um fra-casso”, orienta Núncio.

Além disso, os familiares devem ter as competências e habilidades para conduzir suas tarefas diárias. Assumir cargos sem formação e apenas porque é da família, até mesmo em curto prazo o insucesso

pode ser um companheiro desagradável. Dentro da engrenagem familiar deve-se entender que a manutenção do patrimô-nio é um processo dinâmico de gestão e que deve ser revisto constantemente. “ Por exemplo, eu não preciso me preocupar com compras, minha filha Flávia é com-petente e domina o seu setor.Ela tem uma bagagem enorme. Vai entrar como sócia agora no novo restaurante, mas até então a Flávia é apenas funcionária. No caso da minha esposa foi espontâneo, ‘Você quer fazer? Tá certo, vamos ver os seus dias e suas competências’. Ela se entrosou, cuida de toda a parte de higiene, apresentação, montagem, uniforme e detalhes impor-tantes com muita propriedade”, afirma o cuidadoso Núncio.

Um dos pontos fracos de uma em-presa familiar está na responsabilidade

corporativa e até mesmo na prestação de contas. “Nosso financeiro, por exemplo, é conduzido por um profissional que não é da família. No caixa ninguém da família mexe. Eu apenas cobro o movimento e controlamos as notas, apenas isso. Daqui vai para o banco e de lá pagamos as con-tas, salários e investimentos na empresa. Até o que comemos registramos. Não es-capa nem um café. Tem que ser assim”, expõe Núncio. Não é uma questão de desonestidade, mas sim uma caracterís-tica natural de confundir o velho “vou tirar esse dinheiro do caixa pra comprar aquela roupa” , “depois eu faço”, “não falo com ele, então não vou dizer o que deve ser feito”, “aqui eu faço o que quero”. Ex-pressões como estas podem muito bem adequar-se a uma situação caseira, mas infelizmente é comum se repetirem em algumas empresas familiares. Ter critério,

estabelecer responsabilidades, definir metas a longo prazo, elaborar planos de ação, ter discursos simples e objetivos. Estas são características corporativas que devem ser internalizadas entre os mem-bros da família empresária.

É evidente que empresa familiar de sucesso precisa de uma estrutura organi-zada, valores familiares duradouros, um líder forte, exemplar, orientador, confi-gurando-se, portanto, em um sistema de governança corporativa forte para que a empresa atravesse com saúde as gera-ções seguintes. Os altos e baixos, acertos e erros são variações inclusive comuns a qualquer gênero empresarial. O diferen-cial é que a empresa familiar tem história; tanto que parece ter alma. É preciso ape-nas manter o cuidado necessário para não exorcizá-lá.

A responsabilida-de dos que são da família precisa ser maior, todos de-vem ter salários,

horários e respon-sabilidades.

Núncio Natrielli

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ENGENHARIA AVANÇADA, inovação, desenvolvimento de softwares, hardwares; especializações, mestrados, empreendedorismo com foco em tecnologia; feiras, encontros produtivos, entusiasmados e fomentadores de grandes negócios. Tempos atrás os pernambucanos eram apenas expectadores deste cenário, mas agora eles também estão no “palco” e a cada ano torna-se um personagem cada vez mais atuante nacional e internacionalmente. O Estado está avançando no setor, realizando projetos e emplacando negócios de fato transformadores. Contudo, ainda enfrentamos alguns gargalos. FALTA DEEMPREENDEDORES DE RISCO

Que acreditem desde os primeiros passos das ideias. Sergio Cavalcante, superintendente do Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), mostra que esta não é uma questão só de Pernambuco, mas uma cultura brasileira. “Chega a ser imaturo. Alguns investidores, para fechar negócio, querem que a

empresa já tenha faturado, tenha carta de clientes e esteja estabelecida. O risco é calculado demais. Nos Estados Unidos uma idéia insipiente já atrai investidores com valores razoáveis, aqui já querem que você tenha vendido para alguém, que o projeto esteja rodando e o modelo de negócio esteja provado”, afirma Sergio.

O CAPITAL HUMANO É OUTRA PREOCUPAÇÃO CONSTANTE

Os jovens talentos querem respostas imediatas, que a ideia salte do papel e, rapidamente, atinja os objetivos esperados. Pouco risco e muito sucesso. Há um caminho muito maior do que se imagina entre estas etapas. “Precisamos de um Capital Humano empreendedor, o jovem pensa que Bill Gates dormiu pobre, acordou rico e não vê o quanto ele batalhou, quantos finais de semana e feriados perdeu; quantas viagens ele teve que fazer. Se a gente disser para um menino aqui de Recife que ele vai ter que desenvolver aqui e vender em São Paulo, provavelmente ele vai dizer que “não queria muito bem isso”, relata Sergio. Para ganhar dinheiro leva tempo,

é preciso respeitar um processo de amadurecimento que vai desde a ideia do projeto até a introdução no mercado . Os jovens talentos geralmente inspiram-se em cases como o Instagram, que em 18 meses obteve sucesso astronômico,

TECNOLOGIA

em Pernambuco MODE ON

ETAPAS DA INOVAÇÃO

Por Adauto Cunha

Área de desenvolvimento do Cesar

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sendo avaliado em 1 Bilhão de dólares. Mas este é um caso esporádico, geralmente uma boa ideia passa por um processo natural que exige disciplina, base de planejamento e flexibilidade para mudar rápido neste mercado versátil.

INFRAESTRUTURA TAMBÉM ÉUMA BARREIRA

Os custos ainda são muito altos para implementar projetos. E demora muito. Mais de 250 leis municipais dificultam a instalação de antenas e torres, elementos importantes na abrangência e qualidade dos serviços. Resultado: caro para quem investe, caro para quem compra. É preciso uma facilidade de infraestrutura até três vezes maior que a atual.

O PERFECCIONISMO “Os alunos saem da faculdade com

uma visão muito acadêmica e com a bagagem tecnológica tão forte que ele quer mostrar que sabe fazer, então não coloca um produto na rua incompleto, quer corrigir todos os erros e esquecem de trabalhar as versões. Grandes empresas fazem isso, porque as pequenas não podem fazer? Não precisa ser

perfeito”, aconselha o superintendente. Ao invés de tentar encontrar as soluções é mais interessante lançar os “erros” e deixar o mercado dar o feedback com as “soluções”. Esta é uma das vantagens com a forte interação atual entre os usuários e as empresas.

RECRUTAMENTO DEVESER BEM FEITO

Há dificuldades para recrutar talentos, principalmente porque os jovens muitas vezes não têm condições de manter estudos sem trabalhar, quando não conseguem estágios no setor. Buscam, portanto, outros trabalhos que acabam desviando seus objetivos. “É preciso promover iniciativas, aqui no Cesar pegamos muitas pessoas da Escola Cícero Dias com o projeto Oi Futuro, direcionado para alunos que saem do ensino médio. Identificamos os talentos e estes vêm trabalhar aqui. Fazem curso de informática, sistema de informação, engenharia ou ciências da computação. Temos um trabalho de atração de estagiários para que eles trabalhem aqui dentro e possam evoluir na carreira”, conta Sergio. No ano passado,

o Cesar, de 700 candidatos aprovou 19. Uma seleção criteriosa que objetiva qualidade. “Gostaria de fazer o inverso e aprovar muito mais pessoas, mas eu preciso de pessoas altamente qualificadas. Eu creio que as iniciativas vão aumentar este número”, o superintendente investe na esperança.

Mesmo com estes e outros enfrentamentos, Pernambuco já se configura como um pólo provedor de reunião de mentes talentosas, como o Campus Party, que descentraliza as discussões sobre os avanços da tecnologia e aproxima mais os pernambucanos deste movimento. Recife ainda está um pouco isolado destas discussões. O sucesso do Campus foi um marco importante e chancela de vez a nossa ótima fase. As experimentações só evoluem com a troca de ideias. “Nossos ‘meninos’ precisam ver na prática que isso não é um bicho de sete cabeças, são apenas seis”, brinca o espirituoso Sergio. Hoje as pessoas, além do frevo, passam a observar Recife como um pólo tecnológico, de inteligência, inovação. “Se continuarmos evoluindo, nos próximos cinco ou dez anos teremos uma mudança de paradigma aqui”, profetiza Sergio.

Se continuar-mos evoluindo,

nos próximos cinco ou dez anos teremos

uma mudança de paradigma aqui

Sergio Cavalcante

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para um bom banqueteCOORDENADAS

HÁ 15 ANOS no mercado de Buffet com o Buffet Porto Fino, a empresária e banqueteira, Jane Suassuna, carrega na bagagem uma história de sucesso, muito trabalho e, principalmente, muita paixão pelo que faz. Jane que também é proprietária da Cozzi Restaurantes Industriais foi indicada e consagrada como uma das cinco melhores banqueteiras do país pela Prazeres

da Mesa e está orgulhosa disso.

Em conversa com a Revista Capital Humano, Jane Suassuna conta um pouco da trajetória do Porto Fino, explica o que é preciso para montar um bom banquete e como sua filha e sócia, a chef de cozinha, Rafaela Suassuna, também conquistou espaço nesse mercado que cresce cada dia mais.

ENTREVISTA

Por Alissa FerreiraBuffet Porto Fino Piedade

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Revista Capital Humano - Como é a sua profissão?Jane Suassuna - Trabalho, trabalho e trabalho! Visto que quando todo mundo trabalha, nós trabalhamos, quando todo mundo se diverte, nos fins de semana, nós trabalhamos, quando todo mundo se di-verte no carnaval, nós trabalhamos, assim como no Natal, no Réveillon, entre tantas outras situações. Assim, minha visão de escolha profissional é definida por paixão ao que fazemos, visto que se a gente não amasse, não aguentaríamos o ritmo frené-tico de nosso tipo de serviço.RCH - Como foi ser indicada a melhor banqueteira do país?JS - Fui indicada pelos formadores de opi-nião, pela Prazeres da Mesa. “Quem você acha que pode ser uma das melhores ban-queteiras do país?” Foi uma votação públi-ca. Não sei quem votou em mim, mas fico feliz pelo reconhecimento e bastante agra-decida, afinal ficar entre as cinco melhores do Brasil já é um grande prêmio.RCH - Quais são as coordenadas para fazer um bom banquete?JS - Um cardápio harmonizado, uma boa bebida bem gelada, um garçom eficien-te, música adequada. É preciso uma boa equipe de trabalho, produtos bem selecio-nados, além de uma apresentação impe-cável. Todos os detalhes são planejados antecipadamente para fazerem a diferen-ça. Enfim, é um conjunto de serviços.RCH - E o que não pode faltar em um banquete?

JS - A meu ver, num bom banquete não podem faltar harmonia e bom serviço no geral. Está tudo englobado.RCH - Como é a relação cliente versus Buffet?JS - A gente sugere, dá ideias de como pode ficar ainda melhor o evento dele. Ouvimos o cliente, pensamos no evento como um todo. Fazemos as sugestões, mas a palavra final fica com o cliente.RCH - Como o Buffet Porto Fino surgiu e ganhou força no mercado?JS - A história do Buffet Porto Fino come-çou quando mudei de profissão, saindo das agências bancárias do Bandepe. Re-solvi fazer cestas de café da manhã por encomenda, mas o mercado ficou concor-rido e quis ampliar meu conhecimento no setor de gastronomia. Fui fazer um curso de planejamento, organização e deco-ração de buffets no Senac, pensando já em montar um Buffet. Logo de início, fui contratada para organizar três festas no mesmo dia e na mesma hora, sem que ti-vesse pelo menos os utensílios, mas graças a Deus deu tudo certo e hoje, com quali-

dade, fartura, preço, atendimento diferen-ciado, entre outras coisas, o Porto Fino é o sucesso que é.RCH - Sua filha seguiu os mesmos pas-sos que você...JS - Tenho como sócia minha filha, a chef de cozinha, Rafaela Suassuna, que apesar de ter apenas 27 anos já con-quistou seu lugar como uma das profis-sionais mais bem requisitadas do setor em Pernambuco. Ela tem em seu currí-culo eventos internacionais realizados em Frankfurt, Los Angeles, Argentina e Madri. Rafaela estudou gastronomia na Escola Centro Europeu para formação de Chef de Cozinha em Curitiba. Esta-giou durante seis meses no Buffet Casa Fasano e no Grupo Leopolldo, em São Paulo, dois grandes nomes na categoria de buffet do país.RCH - Para finalizar, o que significa gastronomia para você?JS - Gastronomia, para mim, vai muito mais além da comida. É paixão, trabalho, dedicação, escolha, o meu dia a dia, é pes-quisa e vivência. Minha vida.

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Mário AlmeidaPalestrante Profissional pelo Instituto Gente/Roberto Shinyashiki/SP e Criador do Projeto: Liderança Feminina – As Donas do FuturoFormação Internacional em Couching e Mentoring - Instituto Holos/SCMBA Executivo em Gestão de Empresarial CBS - CEDEPE Business School/PE (Grupo Laureate)Pós-graduação em Gestão da Qualidade e Produtividade - POLI/UPEGraduado em Letras – FUNESO/PEDiretor e Consultor Organizacional - MA&S Desenvolvimento GerencialProfessor de Planejamento e Gestão – KM Consultores Associados20 anos de vivência em T&D, sendo mais de 10 anos em Desenvolvimento de Lideranças

Facebook:MarioCorreiaAlmeida Grupo Facebook:Liderança Feminina - As Donas do FuturoLinkedin: Mario AlmeidaGrupo Linkedin:Liderança Feminina - As Donas do Futuro

Em outro artigo recente, publicado na página eletrônica desta revista, escrevi que os desa-fios históricos enfrentados pelas mulheres ajudaram a desenvolver as suas competên-cias de liderança, hoje tão disputadas por or-

ganizações, partidos políticos e demais entidades sociais. Que o crescente destaque das mulheres advém da capacidade que elas desenvolveram de dominar a essência das relações humanas nos am-bientes pessoais e profissionais. E que, para tanto, a história as ensinou a entender profundamente de GENTE. Fato. Entretanto, a que custo? Como manter essa evolução – e eu disse evolução e não revolução -, com a mesma chama vibrante e acesa? Como continuar se desvencilhando dos históricos modelos mentais ultrapassados para manter cres-cente tal evolução?

Das privações da liberdade, ou das imposições de padrões de comportamento social que ensina-ram as mulheres ao longo da história a “brinca-rem de casinha” e, assim, desenvolverem melhor as competências necessárias ao estabelecimento de relações humanas mais afetivas, verdadeiras e efetivas; ao mesmo tempo lançando os homens à caça e, desta forma, tornando-os mais hábeis e capazes de enfrentar batalhas ferozes no mercado de trabalho, por exemplo, até os dias de hoje, nos faz pensar sobre o que devemos esperar daqui em diante. Obviamente, respeitando a complexidade do tema, que já preenche livros inteiros e continu-ará a inspirar antigos e novos pesquisadores, espe-cialistas, escritores, etc., quero lançar aqui algumas provocações para reflexão:

Será que ao prepararmos os filhos homens para a caça e as duras batalhas, não acabamos nos esquecendo de ajudá-los a desenvolver compe-tências para estabelecer relações mais fortemen-te alicerçadas, que não apenas aquelas baseadas em números? Claro, o modelo econômico que prevaleceu no mundo foi o capitalismo e este é totalmente baseado em números. Entretanto, deixando esta discussão ainda mais complexa para outra linha de especialistas, sugiro anali-sarmos um pouco os efeitos dessa formação, um

tanto quanto incompleta, sob um ponto de vista mais amplo... Será que ao formarmos caçadores raivosos e competitivos, não ajudamos a formar padrões mentais que constroem uma sociedade cada vez menos humanizada?

E em que momento as mulheres entram nes-sa discussão, já que se trata de um artigo sobre Liderança Feminina? Mais uma vez, permitam--me provocar, estimados leitores: Será que, ao não expormos as filhas às duras batalhas e a uma sociedade voraz e desumanizada, não acabamos por preservar nelas um pouco melhor a essência de todos os seres humanos? Será que, por estes mesmos motivos, à medida que a sociedade fica mais fria, fundamentada em relações mecâni-cas e desumanizadas, as mulheres não ganham força, notoriedade, espaço, e respeito em todos os ambientes sociais? Arrisco afirmar, pelo que tenho observado e pesquisado, que a resposta a esta última provocação é um sonoro, SIM, as mu-lheres estão ganhando notoriedade, entre tantos outros motivos, porque desenvolveram conheci-mentos, habilidades e atitudes de seres humanos mais preparados para a coletividade. E assim, em uma sociedade de 7 bilhões de pessoas, em rit-mo frenético de crescecimento, montada sob as bases de tecnologias cada vez mais poderosas, acabaremos por desenvolver profunda carência de convivência humana. E é aí que as mulheres se destacam mais e mais. Desenvolveram suas com-petências para entender de GENTE, em toda sua complexidade e magnitude. Aprenderam a lidar com GENTE, gostando de lidar com GENTE. Em outros artigos, falaremos dos desafios que elas encontram e encontrarão ainda mais em fun-ção da expressão que ganham e dos chamados que esta sociedade carente de PESSOAS tende a fazer em tons ainda mais altos e intensos. Li-deranças do Futuro, o planeta esteve carente da presença efetiva, responsável e essencialmente humana que vocês desenvolveram e sabem apli-car tão bem. Por tudo isso, meu profundo respei-to e carinho. Lideranças Femininas, sejam muito bem vindas aos seus tronos!

AS DONASdo FUTURO

LIDERANÇA FEMININA

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SEGURANÇA

SEGURANÇA PATRIMONIAL:

uma profissão que requer profissionais bem preparados

NO ÚLTIMO MÊS de julho, o secretário de Defesa Social do estado de Pernambuco, Wilson Damázio, divulgou o índice de criminalidade no estado, o melhor desde 1995. O resultado foi atribuído à ação do Governo denominada Pacto pela Vida. Apesar dos esforços no cumprimento das metas, a sensação de insegurança toma conta da população. Nos últimos anos, muitas empresas vêm buscando serviços para soluções em segurança revela João Batista, gerente de Recursos Humanos do Grupo SEG. “Indústrias, empresas de construção civil, comércio e serviços têm procurado bastante nossos serviços. O papel do nosso segmento é apresentar soluções para que o cliente possa ter seu patrimônio resguardado, podendo focar suas energias em seu negócio”.

Deixar o patrimônio nas mãos de outras pessoas não é tarefa fácil, mas os empresários podem ficar despreocupados. As empresas que fornecem os serviços de segurança são devidamente habilitadas pela Polícia Federal e os profissionais são altamente capacitados. “Em nossa organização promovemos treinamentos de integração interna, integração com clientes, treinamentos de educação continuada e cursos de

reciclagens dos profissionais, que, obrigatoriamente, devem ter o curso de vigilante”, explica Batista.

A profissão de vigilante é disciplinada pela Lei nº 7.102/1983, que, em seu artigo 16, estabelece os requisitos para o exercício dessa atividade. São seus termos: ser brasileiro; ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos; ter instrução correspondente à quarta série do primeiro grau; ter sido aprovado, em curso de formação de vigilante, realizado em estabelecimento com funcionamento autorizado nos termos da lei, além de outros requisitos.

O curso de vigilante tem duração de dois anos, em torno de 160 horas/aula, e para dar continuidade à profissão é necessário fazer cursos de reciclagem bianuais de 30 horas. São vistos no curso, assuntos referentes à noções de segurança privada, direitos humanos, relações humanas, defesa pessoal, prevenção e combate a incêndios, primeiros socorros, entre outros. Se ele estiver empregado, o custo do curso é absorvido pela empresa.

Com o avanço das tecnologias, muitos aparelhos foram utilizados a favor da prevenção dos patrimônios, como por exemplo, cercas elétricas, circuitos fechados

de televisão (CFTV), detectores de metais, rádios transmissores, controles de entra com biometria e etc. Esses instrumentos garantem mais segurança tanto aos estabelecimentos quanto aos vigilantes.

Para Carlos André Menezes, gerente de Operações de Segurança Patrimonial, do Grupo Preserve/Liserve, para trabalhar na área, além das atribuições citadas, o profissional deve ainda ter outras qualidades. “Ser preventivo, proativo, ter dinamismo e estar sempre alerta são características que buscamos nos perfis dos vigilantes. Além, lógico, de ter em mente que sua missão ali é proteger o patrimônio e as pessoas”, finaliza o gerente.

Por Marcela Alves

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PROSA MODERNA

AO LONGO DOS ÚLTIMOS ANOS pu-demos acompanhar uma revolução si-lenciosa para a tomada do poder. Esta revolução estava acontecendo bem de-baixo dos nossos olhos, mesmo assim muitos de nós não tivemos a capacidade de vê-la surgir. Esta revolução instalou-se em todos os níveis de nossas vidas, mu-dou o conceito de intimidade, afetou de forma poderosa os nossos relacionamen-tos, fez surgir um novo sentido para a pa-lavra comunidade, alterou para sempre as relações de poder.

Esta revolução foi tão forte e pode-rosa que mexeu, inclusive, com a for-ma como encaramos o papel do líder e mudou, de quebra, a lógica do mer-

cado, tirando o poder das empresas e colocando nas mãos dos consumido-res. Esta revolução deu voz a toda uma nova economia baseada na criatividade, originalidade, criação de conteúdo e na experimentação. Foi capaz de fazer em poucos anos o que as poderosas emis-soras de TV não conseguiram fazer em toda a sua história. Esta revolução silen-ciosa fez com que os políticos corruptos tivessem suas ações julgadas no mais duro dos tribunais e, por fim, colocou o poder nas mãos do povo.

Estou falando das mídias sociais, um território livre para expressão de ide-ais, conceitos, crenças e atitudes como nunca antes existiu. Através das mídias sociais os consumidores podem levan-tar ou derrubar uma marca, através das mídias sociais os políticos são julgados diretamente pelo povo como aconteci-da na Grécia Antiga. Através das mídias sociais expomos a nossa intimidade para pessoas que nem conhecemos e através das mídias sociais a economia criativa ganhou voz.

Esta força inverteu, inclusive, as rela-ções de poder e o próprio conceito da palavra liderança. No início da economia industrial, os líderes tinham subordina-dos, indicando que as pessoas tinham que trabalhar de forma submissa às von-tades do líder. Com o tempo, o conceito de liderança foi evoluindo e passamos a ter em nossas equipes colaboradores, mostrando que o poder está dividido e que as ideias do líder nem sempre ti-

nham que prevalecer. Hoje os líderes em todos os níveis precisam trabalhar duro para conquistar seguidores, um esforço para mostrar que o poder mudou com-pletamente de mãos.

Com o fortalecimento das mídias so-ciais, um conceito antigo ganhou força. O marketing boca a boca cresceu em im-portância e passou a ser um componente determinante na estratégia de mercado das empresas. A ideia de “viralizar” um conceito, uma ideia ou uma marca virou obsessão na cabeça dos “marketeiros de plantão” em uma tentativa frustrada de controlar o incontrolável. Nessa tentati-va de controlar o que as pessoas falam sobre a sua marca e sobre sua empresa na internet só existe uma saída: ser trans-parente em todas as suas ações e tratar o consumidor de forma direta e verdadei-ra, sem manipulações.

Se você deseja ver seu nome comen-tado nas mídias sociais comece a atuar de forma adequada, aprenda a evangeli-zar seguidores atuando de forma missio-nária, propagando a visão de mundo que a empresa deseja ver realizada na vida das pessoas. É agindo com transparência e com foco no bem estar da comunidade que podemos converter as almas per-didas dos clientes que andam vagando pelo mercado.

Por Jorge Menezes

O autor é professor especialista em desenvolvimento de competências para liderança e diretor executivo da Radar Executivo Business School

O PODER MUDOU DE MÃOSFo

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A PALAVRA é o principal instrumento de convencimento, motivação, influência e liderança. É a melhor forma de mostrar sua competência. Uma boa comunicação destaca você diante dos demais. Quem fala bem faz propaganda de si próprio com sutileza. Aparece! “Vende” profissionalismo. Parece que é bom! Parece que tem capacidade de liderar, de ser versátil, de agregar em torno de si, de resolver problemas, entre outras habilidades que as pessoas e as empresas valorizam. Pode não ser nada disso, mas “parece” que é! Não vamos pensar, então, que só precisa falar bem quem um dia vai fazer um discurso ou agradecer alguma coisa. Falar diante dos outros é algo

que temos que fazer na nossa vida profissional e social, independente da profissão que escolhemos.

Você está preparado para falar em público? Responda para si as perguntas abaixo:

1. Quantas vezes você ficou quie-to numa reunião, com medo de dar sua opinião, sendo surpre-endido por alguém que, usando da palavra, expressou tudo que você queria dizer (como se ti-vesse lido seus pensamentos).

2. Quantos convites você já recu-sou para falar em reuniões que seriam importantes para você, sua carreira ou para seu negó-cio?

3. De que adianta ser bom em algo, fazer um ótimo trabalho, se quando os resultados são apresentados, outros falam e você fica na obscuridade?

4. Quantas vezes você deixou de brilhar e perdeu espaço para concorrentes menos profissio-nais, com produtos piores ou com menor competência que você, mas que falavam muito bem?

Falar bem é conseqüência da apli-cação de técnicas bem treinadas ou da emoção repassada ao público. Apesar de todos nós falarmos desde crianças, não sabemos o que devemos fazer ou o que está ocorrendo enquanto falamos. Tantas são as “sensações” e descon-fortos advindos do “medo de falar em

público”, que o tornam o medo mais comum a todas as pessoas no mundo! Portanto se você não se sente bem ao falar em público, fique tranquilo: você é normal! Mas não se acomode! O mun-do premia os vencedores, e falar bem faz com que você seja mais lembrado, fique na mente dos outros, facilitando convites para maiores responsabilida-des e ascensão social e financeira bem mais rápida.

Um bom curso de oratória permite que qualquer pessoa que queira, inde-pendente das dificuldades que sinta, possa tornar-se uma comunicadora muito eficaz. Isso ocorre pelo conhe-cimento e domínio das principais di-retrizes que levam a uma boa comu-nicação. Aprendemos o que devemos fazer e o que distrai ou ressalta nosso nervosismo aos outros. Com o conhe-cimento e domínio do que se deve fazer, todos podemos falar bem, inde-pendente de nos sentirmos confortá-veis ou não. Isso pode ser facilmente conquistado em poucos dias, uma mé-dia de 15 horas bastam! Fundamental é o auxílio de um bom profissional, um processo prático, turmas peque-nas e vários exercícios feitos individu-almente. Sendo assim, o que você está esperando para transformar sua vida? Prepare-se! O medo é vencido pela determinação e pelo treinamento! De-senvolva essa habilidade e prepare-se para novos horizontes de muito cres-cimento! Você também pode!

BOA COMUNICAÇÃO ÉAQUELA QUE TRAZ RESULTADOS

O autor é diretor do IAP (Instituto de Aperfeiçoamento Pessoal)

Por Abelardo Borba

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ESTAMOS VIVENDO o crescimento da economia pernambucana. Diversos canteiros de obras, entre os maiores: Estaleiro Atlântico Sul, Refinaria Abreu e Lima, Ferrovia Transnordestina, transposição das águas do Rio São Francisco e Arena Pernambuco, que receberá as partidas da copa em 2014, estão mudando a cara do Estado e requisitando profissionais capacitados, bem como investimento em treinamento e capacitação, nos mais diversos níveis profissionais.

O primeiro e moderno superpetroleiro, o Suezmax João Candido, com capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo, já foi lançado ao mar. Empresas do porte da Sadia, Fiat, Kraft, entre outras, escolheram Pernambuco para instalarem as suas unidades.

Mas todo esse brilho corre o risco de um apagão por falta de profissionais habilitados no Estado. O estaleiro, às pressas, foi buscar trabalhadores no Japão, pressionado pelo prazo na entrega do seu primeiro navio. O Estado transformou, de forma emergencial, antigos cortadores de cana em operários especializados.

A coisa é preocupante. Não existia, por entre os estudantes, a cultura da procura por cursos técnicos, o Estado não os estimularam para isso ao longo dos últimos anos, agora é que estão sendo estimulados.

A prova disso era as condições deficitárias vividas pelas escolas técnicas estaduais, e o número pequeno delas, ficando, historicamente, a responsabilidade para a formação de profissionais de nível técnico, bem como os maiores investimentos, para o setor privado, através do Sistema S (SENAI, SESI e SENAC). A grande e honrosa exceção era o CEFET, agora amplamente disseminado pelo o interior do Estado.

Contudo, nem tudo está perdido. Apesar do atraso, ainda é tempo de investir na capacitação profissional. Empresas e Governo já estão fazendo as suas partes. Não podemos desperdiçar este momento ímpar na economia do nosso Estado, cedendo vagas para profissionais de outros estados, muito menos de outros países, também ceder o “filé” das vagas para esses “estrangeiros”, ficando apenas com o “osso”, por falta de preparo. É chegada a hora de todos, dos diversos setores e níveis hierárquicos, estarem, ou voltarem, para as carteiras escolares. Esse momento de Pernambuco deve ser melhor aproveitado pelos pernambucanos, e isto não é nenhum discurso xenofóbico. É lógico que, se não formos capazes, as empresas têm de buscar profissionais fora mesmo. Isso é apenas um alerta para que melhor aproveitemos, na condição de nativos, toda potencialidade deste momento econômico que o nosso Estado está nos proporcionando.

Por Wilton Viana Jr.

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Page 31: “A estimativa é que o PIB do Estado dobre em dez anos” 22 ... · de 4 em 2010 para 4,4 em 2011. Nas séries finais (9° ano) 3,4 no ano retrasado subiu para 3,5 no ano passado

Por Hilda Teles

A mudança é algo permanente no desenvolvimento das civilizações. Mas o que tem pontuado as últimas duas décadas, e com ainda mais veemência os dez últimos anos, é a VELOCIDADE das mudanças.

A maioria das grandes empresas de outrora já não existe mais. O emprego convencional sucumbe e o empreendedorismo pede passagem. Equipamentos eletroeletrônicos integram nosso cotidiano e sofrem de obsolescência crescente. Tornamo-nos quase que escravos cibernéticos, amplamente conectados, cultivando milhares de relações com pessoas que nunca vimos e que talvez jamais venhamos a conhecer presencialmente.

Produtos nascem e morrem. A sociedade de serviços ganha notoriedade e o consumidor assume papel de rei infiel. Produtos, serviços e pessoas ficam comoditizados, todos muito parecidos,

diferenciando-se por aspectos pouco ou nada tangíveis – qualidade em lugar da quantidade; atenção em lugar da frivolidade.

Em um mundo sem fronteiras e marcado pela comunicação instantânea, a INOVAÇÃO pontifica. Contudo, ela só pode ser desenvolvida e difundida por PESSOAS. Gente capaz de converter informação em conhecimento, compartilhando os resultados. Gente disposta a criar o “novo”, mas com foco em pragmatismo e utilidade. Gente como você, interessada em debater temas como estes, para construir e crescer.

Neste 15º CRIARH, cada participante tem a grande oportunidade de ser o catalisador e criador co-responsável, ao desenhar e propor soluções criativo-inovadoras, compartilhando e debatendo para o crescimento de colaboradores, de lideres e das organizações. Esperamos vocês!

A ERA DA INOVAÇÃO COMPARTILHA CONHECIMENTO

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32 Revista CAPITAL HUMANO agosto 2012

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