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Ao custo de R$ 9 bilhões, nova fábrica da Eldorado estará produzindo no início de 2019 A informação é do diretor Técnico e Industrial da fábrica, Carlos Monteiro que garantiu a partida da planta industrial no primeiro trimestre de 2019. Ele afirmou ainda que apesar da crise, o empreendimento não será alterado e que o grupo J&F tem solidez para garantir o projeto Ricardo Ojeda, com Patrícia Miranda e Daniela Silis Foto registrada no dia 24 de fevereiro de 2016 mostra as máquinas trabalhando na jazida principal localizada na entrada da fábrica. O material retirado do local foi utilizado para a terraplanagem do platô, onde será erguida a nova unidade da Eldorado Brasil (Foto: Ricardo Ojeda)

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Ao custo de R$ 9 bilhões, nova fábrica da Eldorado estará produzindo no início de

2019

A informação é do diretor Técnico e Industrial da fábrica, Carlos Monteiro que

garantiu a partida da planta industrial no primeiro trimestre de 2019. Ele afirmou

ainda que apesar da crise, o empreendimento não será alterado e que o grupo

J&F tem solidez para garantir o projeto

Ricardo Ojeda, com Patrícia Miranda e Daniela Silis

Foto registrada no dia 24 de fevereiro de 2016 mostra as máquinas trabalhando

na jazida principal localizada na entrada da fábrica. O material retirado do local

foi utilizado para a terraplanagem do platô, onde será erguida a nova unidade

da Eldorado Brasil (Foto: Ricardo Ojeda)

Imagem aérea registrada em julho de 2015, um mês após o lançamento da

pedra fundamental do projeto Vanguarda 2.0, dá para perceber a quantidade

de terra extraída quando comparado à foto acima (Foto: Ricardo Ojeda)

O Brasil passa por uma crise econômica sem precedente em sua história. Os

índices de desemprego ultrapassam 9,5 milhões de trabalhadores, - conforme

dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Essa situação

está disseminando em todos os municípios brasileiros, causando um impacto

social jamais visto na história do País.

O cenário desolador afeta o cotidiano da sociedade, que sem uma perspectiva

positiva, retrai o consumo, contribuindo ainda mais para a estagnação da

economia.

A cidade de Três Lagoas também foi castigada pelo calote deixado pelo

Consórcio UFN3, no final de 2014. Foi um dos primeiros municípios brasileiros a

sentir os efeitos da crise. Na ocasião centenas de fornecedores da Petrobras

amargaram um prejuízo de mais de R$ 45 milhões. Alguns meses depois a

cidade foi novamente atingida, desta vez pela crise instalada pelo Governo

Federal.

"Felizmente, agora, o município está sendo recompensado, com expansão da

Fibria, por meio do Projeto Horizonte 2 e da Eldorado, com o Projeto Vanguarda 2.0.

Se somados os dois empreendimentos representam um investimento aproximado

de R$ 18 bilhões nos próximos anos no município"

RECOMPENSA

Foram tempos difíceis, onde os empresários caloteados fecharam rodovias em

protesto contra a empresa. Felizmente, agora, o município está sendo

recompensado, com expansão da Fibria, por meio do Projeto Horizonte 2 e da

Eldorado, com o Projeto Vanguarda 2.0.

Se somados os dois empreendimentos representam um investimento

aproximado de R$ 18 bilhões nos próximos anos no município. No pico das obras

serão gerados milhares de empregos diretos, compostos por trabalhadores

vindos de diversas regiões do País, que deverão chegar à cidade nos próximos

meses.

Imagem aérea registrada no mês de julho de 2015 mostrando o início da

terraplanagem onde seria construído o platô da nova unidade industrial da

Eldorado Brasil (Foto: Ricardo Ojeda)

Compactadores e motoniveladoras

na construção da terraplanagem do platô em foto captada em 14 de julho de

2015 (Foto: Ricardo Ojeda)

Área que foi destinada para a

construção do platô, ainda no inicio da terraplanagem. A foto foi registrada em

julho de 2015 (Foto: Ricardo Ojeda)

Imagem captada no dia 24 de fevereiro de 2016 a terraplanagem do platô

concluída. No total foram decorridos sete meses para a conclusão da obra

(Foto: Patrícia Miranda) ABRINDO AS PORTAS

Para saber como anda o cronograma do Projeto Vanguarda 2.0, na semana

passada a reportagem do Perfil News visitou o canteiro de obras da Eldorado

Brasil. O gerente geral do Projeto, Antonio Di Pasquale, abriu as portas do

complexo, acompanhando a reportagem informando e mostrando os detalhes do

empreendimento.

Em julho do ano passado, a equipe do Perfil News esteve no local e registrou

os primeiros passos da obra e decorridos sete meses já dá para fazer uma

comparação do avanço do cronograma. O local onde está sendo construído o

Projeto Vanguarda 2.0 resultará em uma área total de 520.000 m², dos quais a

terraplanagem do Platô onde será edificada a fábrica já está concluído. A área

onde vai receber as máquinas também já está com estrutura pronta.

O gerente geral do Projeto Vanguarda 2.0, Antonio Di Pasquale acompanhou a

reportagem do Perfil News mostrando todos os detalhes do empreendimento

(Foto: Patrícia Miranda)

Na entrada de acesso ao canteiro de

obras, os colaboradores e visitantes passam pelo setor de identificação, onde

são confeccionados os crachás (Foto: Daniela Silis)

Já preparado para atender a

demanda dos colaboradores, o empreendimento dispõe de dois refeitórios, um

para acomodar 500 trabalhadores e o segundo para atender 5 mil refeições

simultaneamente (Foto: Patrícia Miranda)

O gerente geral do Projeto, Antonio Di Pasquale, mostra a área já com o

servi;co de terraplanagem concluído onde será o parque de maquinários (Foto:

Patrícia Miranda)

SUSTENTABILIDADE E CRONOGRAMA

De acordo com o gerente geral do Projeto, as obras iniciaram em julho do ano

passado, priorizando a preparação do terreno, fazendo a terraplanagem. “Todo

o material (terra) aplicado na construção do platô foi extraído em jazidas próprias,

em área da empresa, de forma sustentável. Não trouxemos um grão de terra de

fora da fábrica e preservamos árvores nativas, priorizando o meio ambiente”.

Pasquale disse ainda que mesmo com a temporada de chuvas, o cronograma

não foi afetado. Obedecemos o calendário climático de forma de não atrapalhar

o andamento das obras. Em julho já iniciam as contratações de mão de obra,

porém o pico do cronograma que vai absorver cerca de 10 mil trabalhadores só

deverá acontecer no primeiro semestre de 2018.

O gerente geral do Projeto, Antonio Di Pasquale recebeu o Perfil News em

julho de 2015 e mostrou o gráfico do cronograma da obra (Foto: Ricardo Ojeda)

Em foto registrada em fevereiro de 2016 percebe-se no gráfico um ligeiro

avanço do cronograma. As reuniões com a equipe que gerencia a obra

Eldorado/Contern são constante (Foto: Patrícia Miranda)

“Todo o material (terra) aplicado na construção do platô foi extraído em jazidas

próprias, em área da empresa, de forma sustentável. Não trouxemos um grão de

terra de fora da fábrica e preservamos árvores nativas, priorizando o meio

ambiente”

— Antonio Di Pasquale - Gerente geral do Projeto Vanguarda 2.0

Enquanto isso, as estruturas para atender o complexo já estão prontas, como o

refeitório com capacidade para mais de 5 mil colaboradores, o posto de

enfermagem, as catracas de acesso à obra, o pátio de estacionamento de

ônibus, entre outros.

CONSTRUTOR DE FÁBRICAS

O responsável pelo Projeto Vanguarda 2.0 é o engenheiro e diretor Técnico e

Industrial da Eldorado Brasil, Carlos Monteiro, que tem um currículo como um

dos maiores profissionais de construção de plantas de celulose da atualidade.

Essa será a quinta fábrica erguida sobre sua responsabilidade. Gaúcho, de fala

mansa, com 64 anos, dos quais 30 dedicados à construção, ele é grande

observador, se atenta aos pequenos detalhes. Foi dele a ideia de deixar uma

jazida de terra em frente à fábrica, que já foi removida para a terraplanagem do

platô principal. Com a retirada do monte, a fábrica ficou mais visível e o terreno

ficará com uma área verde espetacular.

"Obedecemos o calendário climático de forma de não atrapalhar o andamento das

obras. Em julho já iniciam as contratações de mão de obra, porém o pico do

cronograma que vai absorver cerca de 10 mil trabalhadores só deverá acontecer no

primeiro semestre de 2018"

— Antonio Di Pasquale - Gerente geral do Projeto Vanguarda 2.

Cerca de 12 profissionais trabalham como cérebros do projeto na equipe de

Carlos Monteiro, são eles quem estão desenvolvendo o Vanguarda 2.0. São

profissionais que atuam junto com ele há mais de 25 anos e por isso distribui

tarefas, confiando nos resultados.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Pela segunda vez, ele recebeu com exclusividade a reportagem do Perfil

News ressaltando que é o primeiro órgão de comunicação de Mato Grosso do

Sul a ter acesso às informações detalhadas sobre o projeto. A primeira vez foi

em outubro de 2012, clique no link quando a primeira unidade do

empreendimento já estava quase concluída. A segunda vez, com apenas sete

meses de obras.

Sempre com resposta pausada, porém objetiva, ele abriu as portas do

empreendimento, mostrando como serão obedecidas as etapas do complexo.

A primeira unidade – que foi inaugurada em 2012 – foi projetada para produzir 1,5

milhão de toneladas e já a operamos em ritmo de 1,7 milhão de toneladas. Quando

as duas linhas estiverem operando, a capacidade total do complexo chegará a 4

milhões de toneladas de celulose/ano. É um novo desafio, depois do Projeto

Eldorado em que começamos do zero, teve um passo grande que agora já está

mais estruturados para poder vencê-lo”

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

CAPACIDADE PRODUTIVA

Questionado sobre as expectativas e ao mesmo tempo comparativos, o que se

pode esperar da nova unidade, Monteiro foi enfático ao mencionar que a fábrica

irá mais do que dobrar a produção de celulose. “A primeira unidade – que foi

inaugurada em 2012 – foi projetada para produzir 1,5 milhão de toneladas e já a

operamos em ritmo de 1,7 milhão de toneladas. Quando as duas linhas

estiverem operando, a capacidade total do complexo chegará a 4 milhões de

toneladas de celulose/ano. É um novo desafio, depois do Projeto Eldorado em

que começamos do zero, teve um passo grande que agora já está mais

estruturados para poder vencê-lo”.

“Cada projeto é um novo desafio e vamos crescendo mais, enquanto as

dificuldades só aumentam. Temos que buscar novos métodos, novas

oportunidades, pra poder vencer. É evidente que o passado e as experiências te

ajudam, mas se você ficar fazendo a mesma coisa terá os mesmos resultados,

sempre buscamos melhorar, por isso que é um desafio”

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

DESAFIOS

Na relação construção/finalização dentro do tempo hábil, podem haver

percalços. Porém, para quem é conhecido e considerado dentro do mercado

brasileiro e até internacional como um dos maiores construtores de plantas de

celulose no mundo, buscar nas experiências um elo para o sucesso. “Cada

projeto é um novo desafio e vamos crescendo mais, enquanto as dificuldades só

aumentam. Temos que buscar novos métodos, novas oportunidades, pra poder

vencer. É evidente que o passado e as experiências te ajudam, mas se você ficar

fazendo a mesma coisa terá os mesmos resultados, sempre buscamos melhorar,

por isso que é um desafio”.

O diretor Industrial da Eldorado Brasil Carlos Monteiro recebeu pela primeira

vez uma equipe de reportagem do Estado para falar sobre o projeto Vanguarda

2.0 (Foto: Patrícia Miranda)

“Lembrando que naquela época nós competimos com todas as arenas esportivas

por ocasião da Copa do Mundo, que estavam sendo construídas, então o pessoal

podia estar construindo o Mineirão, em Belo Horizonte, ou no Rio de Janeiro, o

Maracanã, porém trazemos para fazer a fábrica em Três Lagoas”

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

De acordo com Monteiro, fatores econômicos podem paralisar uma obra como

essa, na magnitude que ela é composta. Para isso, explica o que pode intervir

neste momento delicado, é a atual conjuntura econômica. “Cada projeto que

fazemos é criado um panorama do mercado, tanto o internacional quanto o

nacional, que vai desde onde colocar o produto, as condições dele, seu custo,

para que seja extremamente competitivo e isso acaba de certa maneira influindo

no projeto, na melhoria de tecnologia, de baixar os custos”.

MÃO DE OBRA

Um fator positivo no momento é a disponibilidade de mão de obra. É melhor do

que quando foi realizado o projeto anterior. “Lembrando que naquela época nós

competimos com todas as arenas esportivas por ocasião da Copa do Mundo,

que estavam sendo construídas, então o pessoal podia estar construindo o

Mineirão, em Belo Horizonte, ou no Rio de Janeiro, o Maracanã, porém trazemos

para fazer a fábrica em Três Lagoas”, afirmou.

Cada projeto que fazemos é criado um panorama do mercado, tanto o internacional

quanto o nacional, que vai desde onde colocar o produto, as condições dele, seu

custo, para que seja extremamente competitivo e isso acaba de certa maneira

influindo no projeto, na melhoria de tecnologia, de baixar os custos”

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

Naquela ocasião, além da dificuldade anunciada outro fator influenciou e muito

no período. “Sofremos bastante com a qualificação de mão de obra. Hoje, com

a crise temos um excesso, uma disponibilidade bem maior, que de certa maneira

favorecem a execução do projeto” esclareceu.

MERCADO EXTERIOR

Segundo Carlos Monteiro, a Eldorado Brasil é uma empresa predominantemente

exportadora e sua produção é inserida em mais de 90% no mercado

internacional. Porém, o mercado tem altas e baixas. Questionado se essa

gangorra pode interferir na execução da obra, ele acredita que não e se diz

confiante. “Evidente que o preço hoje praticado no mercado nacional está abaixo

do que estava antes quando nós startamos essa unidade, mas ainda está em

conformidade com os desafios do projeto”, assegurou.

É perceptível que o valor do dólar oscila na casa dos quatro reais, o que para

uma obra pode haver gastos além do esperado, o que pode torná-la

incompatível, porém mesmo assim, conforme Monteiro, continua viável. “Mesmo

que o preço do dólar tenha caído a conversão do dólar em real acaba

compensando nos valores de venda do nosso produto para o mercado”.

O gerente geral do Projeto, Antonio Di Pasquale, jornalista Ricardo Ojeda e o

diretor Industrial da Eldorado Brasil, Carlos Monteiro durante entrevista

exclusiva (Foto: Patrícia Miranda)

“De certa maneira o Pasquale é o responsável por toda a infraestrutura do projeto, e

é quem eu tenho toda a confiança de tocar esse empreendimento, conforme nós já

fizemos vários. Di Pasquale foi um cara que esteve sempre junto comigo”

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

PARCERIA DE ANOS

Monteiro está no ramo de celulose há mais de 30 anos, e ao longo desse período

tem uma equipe que o acompanha de longa data. Um exemplo é o engenheiro,

Antonio Di Pasquale, gerente geral de Projetos, no qual a parceria já se mantém

há 26 anos. Indagado se os dois seriam um alicerce que conduz a obra. “De

certa maneira o Pasquale é o responsável por toda a infraestrutura do projeto, e

é quem eu tenho toda a confiança de tocar esse empreendimento, conforme nós

já fizemos vários. Di Pasquale foi um cara que esteve sempre junto comigo”.

"A Eldorado hoje é uma realidade no mercado, e os resultados que ela apresentou

em três anos são impressionantes, período em que já começou a dar lucro. Nós

saímos de uma relação dívida x EBTIDA de 14 pra 3,7 anos, e este é um resultado

fantástico para uma companhia tão nova e com investimento tão agressivo. Isso aí

é realmente um case de nível mundial e, além disso, o grupo a qual ela pertence é

um grupo que está crescendo todo dia”

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

Em um momento descontraído, Di Pasquale comenta que para ele o desafio é o

que motiva. “No momento profissional em que nós estamos o que nos motiva é

isso. É a paixão por construir, por desenvolver novas plantas. Para tudo isso,

então eu falo com entusiasmo, assim como Carlos e o nosso grupo todo fala,

porque é algo que nos atrai fazer. É prazeroso”!

AVENTURA FINANCEIRA

Questionado sobre a desconfiança quando foi lançado a pedra fundamental da

primeira unidade do empreendimento, os comentários eram que o projeto era

como uma aventura financeira. Atualmente a desconfiança persiste, alguns

empresários trazem à tona o questionamento, colocando em dúvida a

construção dessa nova unidade. Carlos Monteiro respondeu que "a Eldorado

hoje é uma realidade no mercado, e os resultados que ela apresentou em três

anos são impressionantes, período em que já começou a dar lucro. Nós saímos

de uma relação dívida x EBTIDA de 14 pra 3,7 anos, e este é um resultado

fantástico para uma companhia tão nova e com investimento tão agressivo. Isso

aí é realmente um case de nível mundial e, além disso, o grupo a qual ela

pertence é um grupo que está crescendo todo dia”, certificou.

A solenidade de lançamento da pedra fundamental da primeira unidade da

Eldorado Brasil, aconteceu no dia 15 de junho de 2010 e contou com a

presença de várias autoridades (Foto: Ricardo Ojeda/Arquivo)

“No momento profissional em que nós estamos o que nos motiva é isso. É a paixão

por construir, por desenvolver novas plantas. Para tudo isso, então eu falo com

entusiasmo, assim como Carlos e o nosso grupo todo fala, porque é algo que nos

atrai fazer. É prazeroso”!

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

“A Eldorado faz parte do grupo J&F que teve faturamento acima de 260 bilhões

de reais em 2015, com investimentos em diversas unidades em vários países.

Hoje é o maior grupo privado do país, passou inclusive a Vale, porém está

abaixo da Petrobras, que é uma estatal”.

IMPACTOS DA OBRA

Somente em Três Lagoas, duas unidades em expansão de celulose, Fibria e a

Eldorado, que deverão investir nos próximos anos, algo em torno R$ 18

bilhões. Somando inclusive com a Cargill, pode até aumentar, caso dê certo a

continuidade da UFN 3, da Petrobras. O município é destaque no Brasil,

principalmente em época de crise, é considerado “a bola da vez”.

"A Eldorado faz parte do grupo J&F que teve faturamento acima de 260 bilhões de

reais em 2015, com investimentos em diversas unidades em vários países. Hoje é o

maior grupo privado do país, passou inclusive a Vale, porém está abaixo da

Petrobras, que é uma estatal”

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

Imagem aérea registrada em 2012 mostra o avanço da construção da maior

fábrica de celulose em linha única do mundo (Foto: Ricardo Ojeda/Arquivo)

Monteiro é da opinião de que há uma preocupação em relação ao impacto que

pode ocorrer durante a construção simultâneas dessas duas fábricas, na

economia do município. “Temos duas preocupações aí. A primeira que, no ramo

do papel e celulose, você tem dois grandes fornecedores de tecnologia no

mundo, que é a Valmet e a Andritz, então dois projetos simultaneamente, seja

no mesmo município ou no país, elas não teriam condições de concorrerem com

dois projetos ao mesmo tempo. E em segundo, na própria cidade terá um pico

de trabalhadores também pode ter um problema social. A cidade pode ficar

impactada com esse fluxo de pessoas”.

Por conta disso, “nós da Eldorado temos muita preocupação com isso, posso te

garantir. Nós prosseguiremos com os alojamentos de qualidade, instalando o

pessoal e cuidando, tanto aqui, quanto em Selvíria. Para ter uma ideia em 2018,

quando acontece o pico do projeto vamos ter cerca de 10 mil trabalhadores no

canteiro”.

"Vamos fazer toda a infraestrutura. A partir daí vamos colocar a compra dos

principais pacotes de tecnologia. Iremos liberar a parte de engenharia de

detalhamento desses pacotes. Com toda a engenharia pronta, vamos ao mercado

detalhar com as montadoras e as construtoras. Liberaremos para fazer a

manufatura e a fabricação dos equipamentos. Então o cronograma está previsto em

um total de 36 meses. A nossa expectativa para esse novo projeto, que é maior,

fique em torno de 27 meses para ser concluído”

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

PICO DA OBRA E CONTRATAÇÕES

O diretor Industrial destacou ainda que no Projeto Vanguarda 2.0 adotará uma

estratégia diferente do que vem sido utilizada nos demais. “Vamos fazer toda a

infraestrutura. A partir daí vamos colocar a compra dos principais pacotes de

tecnologia. Iremos liberar a parte de engenharia de detalhamento desses

pacotes. Vamos liberar de quatro a seis meses depois. Com toda a engenharia

pronta. Nós vamos ao mercado detalhar com as montadoras e as construtoras.

Liberaremos para fazer a manufatura, começar a fabricação dos equipamentos.

Então o cronograma está previsto em um total de 36 meses. A nossa expectativa

para esse novo projeto, que é maior, fique em torno de 27 meses para ser

concluído”. .

Imagem registrada oito meses após o lançamento da pedra fundamental da

primeira unidade da Eldorado mostra a mobilização dos trabalhadores (Foto:

Ricardo Ojeda/Arquivo) EM PLENA PRODUÇÃO

Com o tempo estimado de 27 meses (2 anos e três meses) para a construção

do projeto, a nova unidade já possui um período de início de produção. A

previsão é que seja no primeiro trimestre de 2019.

Sobre o ápice do projeto, Monteiro não causa alarde e sim tranquiliza. “Não

vamos ter dois picos como o pessoal está preocupado.”, comunicou.

“A parte de estrutura e terraplanagem representa pouco, perto do tamanho do

investimento, tanto em termos de custo, quanto também de curva de

empreendimento, mas nós devemos estar em torno de 5% ou 6%. Se for falar só

dessa fase (terraplanagem e infraestrutura), sem contar o complexo como um todo,

nós devemos estar em 75%”

— Carlos Monteiro - Diretor Técnico e Industrial da Eldorado Brasil,

Quando a questão é de qual é a porcentagem da obra até o momento, Carlos

fala em resultados animadores, apesar do pouco período de construção. “A parte

de estrutura e terraplanagem representa pouco, perto do tamanho do

investimento, tanto em termos de custo, quanto também de curva de

empreendimento, mas nós devemos estar em torno de 5% ou 6%. Se for falar

só dessa fase (terraplanagem e infraestrutura), sem contar o complexo como um

todo, nós devemos estar em 75%”.

Durante a terraplanagem foi necessário que houvesse a remoção de grande

quantidade de terra, para que se tornasse plano. Para tal, foi comparado à

remoção de uma montanha, porém tudo foi aproveitada da jazida, como conta

Monteiro. “Toda essa nossa terraplanagem não teve um grão de areia que entrou

na fábrica. É toda interna. Em termos de sustentabilidade é 100%. Não tivemos

nenhuma mina externa, não derrubamos nenhuma mata. O que nós fizemos foi

tirar de um lugar e levar para outro. Pretendemos fazer um bosque e uma trilha

onde antes estava o morro, o projeto é bem legal”, diz entusiasmado e orgulho

do trabalho realizado.