antropologia filosófica 2- homo somaticus

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FENOMENOLOGIA DO HOMEM- I -

A DIMENSÃO CORPÓREA DO HOMEM

(Homo somaticus) O corpo humano

– A expressão “homo somaticus”, hoje, é um tanto quanto rara; Era, no entanto, comum nos tempos de São Paulo; dois elementos eram distintos no homem: um psíquico, dizendo respeito à alma, e outro somático, referente ao corpo.

– Nos valeremos da expressão (Homo somaticus) para identificar a dimensão corpórea do homem.

– Propriedades do corpo humano:O conhecimento que a ciência tem do corpo humano

é ainda muito limitado e imperfeito: “O volume de nossa ignorância supera o de nossos conhecimentos”.

Todavia, o que já sabemos é mais que suficiente para deixar-nos estupefatos e maravilhados.

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FENOMENOLOGIA DO HOMEMA DIMENSÃO CORPÓREA DO HOMEM

Outro fato surpreendente diz respeito ao desenvolvimento do corpo humano.

Enquanto o animal nasce, geralmente, com o corpo já perfeito, inteiramente pré-fabricado, pelo qual torna-se independente desde os primeiros dias, o homem nasce com um corpo que está ainda em fase de estruturação.

Mas enquanto o corpo do animal não é mais capaz de desenvolver-seulteriormente de modo apreciável, o corpo humano é dotado de um poder de desenvolvimento maravilhoso.

O homem não só é senhor de seu corpo como também graças a ele torna-se senhor do mundo.

O elemento fisiológico que lhe permite atingir e também superar todas as várias especializações dos animais é o cérebro. O cérebro aparece aqui como fator de equilíbrio biológico.

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FENOMENOLOGIA DO HOMEMA DIMENSÃO CORPÓREA DO HOMEM

Outro aspecto que caracteriza o corpo humano e o distingue nitidamentede todos os outros animais é sua posição vertical.

A construção corpórea dá, porém, só a predisposição ao porte ereto:ele não é um fato adquirido desde o nascimento.

A postura vertical e o porte ereto são, portanto, ato livre e conscientedo homem.

Ao contrário da posição horizontal, o porte ereto é sinal de vida, de saúde,de vigília, de força. Por esse motivo a posição vertical assumiu importantesconotações simbólicas. (edifícios: a torre de Babel, a torre Eiffel etc.Os soberanos sobem ao trono. O céu, montes, árvores etc)

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FENOMENOLOGIA DO HOMEMA DIMENSÃO CORPÓREA DO HOMEM

Funções da corporeidade em geral:

A somaticidade é componente fundamental do existir; do viver; do conhecer; do desejar, do fazer, do ter etc. Ou seja, o corpo éelemento essencial do homem. Sem ele:

- não pode alimentar-se- não pode reproduzir-se- não pode aprender- não pode comunicar- não pode divertir-se.

É mediante o corpo que o homem é um ser social. Os fantasmasassustam-nos justamente porque não têm corpo.

É mediante o corpo que o homem é um ser no mundo.

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FENOMENOLOGIA DO HOMEM A DIMENSÃO CORPÓREA DO HOMEM

Entre essas funções, algumas têm grande importância para a compreensãoda natureza específica do ser humano: assim as funções de “mundanização”,de individuação, de autocompreensão, de posse, e outras mais.

Função mundanizanteUma das principais funções da somaticidade é a de “mundanizar”

o homem, isto é, de o fazer um ser-no-mundo. É por obra do corpo queo homem faz parte do mundo; ele se reconhece constituído dos mesmoselementos do mundo, sujeito às mesmas leis, por causa do seu corpo.

Como qualquer corpo, o nosso também se insere em uma situação espacialbem definida e deve ocupar sempre determinada porção do espaço.

Sair do espaço significa abandonar o próprio corpo, desencarnar-se,cessar de existir no mundo.

O meu corpo é aquilo para que e mediante o qual os objetosexistem.

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

Função epistemológica

A contribuição da somaticidade ao conhecimento (função gnosiológica) é muito mais vasta e importante do que se admitia na filosofia clássica.

A autoconsciência se cristaliza sempre na cinestesia: o sentimento fundamental que nós possuímos do nosso ser, o qual se qualificasistematicamente mediante as condições e disposições somáticas:sinto-me bem ou mal, confortável ou não, sereno ou preocupado etc.

Há situações em que apalpo o meu corpo para saber se estou bem.

Alto e baixo, na frente e atrás, direita e esquerda constituem, graças ao corpo, totalidade orgânica. O meu corpo determina o centro do universo...

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

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Gnosiologia

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ExplicaçõesExplicaçõesdos termosdos termos

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Gnoseologia Gnoseologia = Indaga das condições = Indaga das condições do conhecimento pertinente ao do conhecimento pertinente ao sujeito que conhece.sujeito que conhece.

OntologiaOntologia = indaga das condições , = indaga das condições , segundo as quais algo torna-se segundo as quais algo torna-se objetoobjeto do conhecimento. do conhecimento.

Metafísica Metafísica = indagações sobre a = indagações sobre a estrutura e o significado do estrutura e o significado do serser em em si e da vida. si e da vida. Profº.Esp. Mário Correia -

FALS

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ExplicaçõesExplicaçõesdos termosdos termos(resumo)(resumo)

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GnoseologiaGnoseologia = teoria do = teoria do conhecimento. conhecimento.

OntologiaOntologia = refer-se à teoria = refer-se à teoria do do “ser”“ser”..

MetafísicaMetafísica = parte geral. = parte geral.

Profº.Esp. Mário Correia - FALS

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Ser, para o idealista, não é outra coisa senão = “ídéia”;

Ser, é “ser” pensado = atitude lógica

Ser, é “ser” percebido = atitude psicológica;

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ONTOGNOSEOLOGIA:

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ONTO

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GNOSE

LOGIA

ser

conhecimento

estudo

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ONTOGNOSEOLOGIA:

Teoria transcendental do conhecimento;

Correlação primordial entre Pensamento e a Realidade;

Correlação entre o sujeito cognocente e algo a conhecer.

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Que é que se conhece?Que é que se conhece?

“Nós conhecemosconhecemos aquilo que elevamos ao

plano do pensamento, de maneira que só há realidade como realidade realidade espiritual”

(Reale, 2010, p.121)

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Que é a realidade?Que é a realidade?

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Que é que realidade?Que é que realidade?

“Situa-se no plano da Metafísica”

“Desdobra-se em Objetos” Objetos”

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Objetos:Objetos:

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

Função econômica ou de posse

O corpo é antes de tudo necessário para possuir a existência.

Com o exercício da função de posse, nós temos a impressão que ocorre uma dilatação do nosso corpo, da nossa dimensão somática. Consideramos as coisas como possíveis prolongamentos do nosso corpo...

A mão é órgão específico da função econômica como também da mundanizante: é com ela que tomamos posse das coisas e também moldamos e transformamos as coisas.

Na mão se atua sobretudo o movimento bivalente do homem para o mundo e do mundo para o homem.

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

Função ascética

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Filósofos, moralistas, escritores de coisas espirituais têm sempre instituídorelação entre perfeição moral e espiritual, de uma parte, e uso do própriocorpo de outra. Mas o fizeram de duas maneiras opostas.

Alguns (Platão, Plotino, Agostinho) pensaram que o corpo, com as suas paixões, os seus instintos, as suas misérias e fraquezas constituía um peso ou um laço para a alma e a impedia de ascender para o mundo do espírito.

Outros (Aristóteles, Tomás), ao contrário, creram que o corpo, enquanto constitutivo essencial do homem, seja diretamente envolvido na sua perfeição: ela depende em grande parte dos hábitos somáticos que uma pessoa consegue atingir.

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

A experiência cotidiana nos diz que o exercício de uma virtude, como a prática de um vício, são em larga medida devidos aos hábitos que conseguimos adquirir com o nosso corpo.

Função ascética

Não há, pois, nenhuma dúvida que corpo tem uma função capital a desenvolver também em relação ao ascetismo e à vida espiritual.

Por exemplo, os vícios do fumo e da bebida dependem essencialmentede hábito somático.

Assim também é a prática da castidade, que para alguns parece tão árdua e mesmo impossível: também essa é uma questão de hábito somático.

Ascetismo: uma filosofia de vida na qual são refreados os prazeres mundanos.

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

Implicações onto-antropológicas

As principais implicações da análise da somaticidade são:

I. A importância capital de que a dimensão somática se reveste para ohomem: a somaticidade é uma componente essencial do ser do homem.Sem a corporeidade o homem não é mais homem, porque não pode maisrealizar muitas atividades que são típicamente suas, como o sentir, o falar,o cantar, o jogar, o trabalhar, etc.

II. Eu supero incessantemente o meu corpo: estou sempre além de mimmesmo e, não obstante a pequenez da minha configuração corpórea,consigo fazer minha a imensidão do universo.

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

Implicações onto-antropológicas

III. Embora essencial ao homem e embora relativo do mistério profundoque o homem traz em si mesmo (o corpo é a manifestação divina desse mistério),o corpo não é o homem. Eis as suas razões principais:

- mesmo perdendo uma parte do meu corpo, sinto-me ainda substancialmente o mesmo;

- o corpo sem vida, ainda que permanecendo por algum temposubstancialmente o mesmo, não é mais homem;

- a autoconsciência distingue nitidamente o nosso ser do nossocorpo (Descartes);

- nas nossas atividades há um aspecto físico e um aspectopsíquico;

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

Implicações onto-antropológicas

IV. A profunda unidade do corpo. A alma move-se “de qualquer modo”com o corpo; isso significa que o eu, como polo idêntico de todos os atos,é onde o corpo é considerado como totalidade.

V. O corpo humano denota melhor que qualquer outra coisa o estado de finitude, Contingência e indigência para que tende o ser humano, não sópela necessidade de ser nutrido, protegido e defendido, mas tambémpela sua própria estrutura.

“Somos bípedes e bímanos por causa de nossa indigência; temosnecessidade de explorar o mundo, conquistá-lo, dominá-lo.VI. Além de ser indício e causa da nossa finitude e indigência, o corpo étambém motivo de ambiguidade e dissimulação. Ele opõe sempre certa resistência ao espírito; não é apenas espírito eExpressão do homem mas também o seu escondimento e impenetrabilidade”.

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

Implicações onto-antropológicas

A somaticidade humana é efetivamente “fenômeno”, ou seja, manifestaçãode alguma coisa que a ultrapassa; é símbolo de uma realidade maisprofunda, que a permeabiliza e transforma totalmente, à qual nós damoso nome de alma.

É dessa realidade íntima e profunda que ela ao mesmo tempo esconde erevela, que a somaticidade manifesta as condições e o estado definitivos.É no corpo que lemos a bondade, a malícia, o prazer, a serenidade, a astúcia,a preguiça, a luxúria, a avareza etc. de um homem.

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Platão

Obra de Platão: Górgias: virtude – o bem moral – o destino da alma do além

Obra de Platão: Górgias: virtude – o bem moral – o destino da alma do além

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICAAntropologia e metafísica

In

O homem, quem é ele?: elementos de antropologia filosófica

Battista Monfin,

11ª ed. – São Paulo: Paulus, 2003

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BONS ESTUDOS!