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Ano XII — Nº 2.425/91 — Brasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006 EDIÇÃO SEMANAL Órgão de divulgação do Senado Federal CIDADANIA PÁGINA 3 Prioridade do governo, LDO ainda depende de acordo Votações devem ser retomadas nesta terça-feira. A Lei de Diretrizes Orçamentárias é o desafio do Congresso. Na pauta do Senado, pode ser concluída votação da PEC que obriga o presidente da República a executar o Orçamento da União Saiba tudo sobre as próximas eleições As dúvidas mais comuns sobre eleições – como datas, boca-de-urna, locais de votação, justificação de ausência, “lei seca” – serão esclarecidas em uma série iniciada nesta edição. O leitor saberá se ainda há tempo para obter o título eleitoral, quem pode votar neste ano, o perfil do eleitorado e os endereços e telefones do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos 27 tribunais regionais eleitorais, responsáveis pela organização das eleições e pela fiscalização das campanhas. PÁGINA 12 Quase 126 milhões de eleitores escolherão este ano o presidente da República, governadores, senadores e deputados e mais... FRASES Página 9 ACONTECEU NO SENADO Página 11 VOZ DO LEITOR Página 9 PERGUNTE AO SENADOR Página 9 AGENDA Página 2 Comisssão tenta mais uma vez votar a Super-Receita Tourinho, relator do projeto PÁGINA 6 Lei Geral de Comunicação definirá futuro da TV digital PÁGINA 8 Zuzu Angel será exibido quarta-feira no Senado PÁGINA 11 Sócio da Planam pode ser ouvido esta semana pela CPI A CPI dos Sanguessugas pode ouvir esta semana o empresário Luiz Antônio Vedoin, um dos proprietários da Planam, empresa acusada de montar esquema de saperfaturamento de ambulâncias com recursos do Orçamento da União. O objetivo é esclarecer pontos do depoimento, prestado à Polícia Federal, em que ele acusa parlamentares de participação no esquema. A data e o local da audiência não foram ainda definidos. Relator da CPI, Amir Lando (E) discute rumos das investigações com Heloísa Helena PÁGINA 5 ANTÔNIO GAUDÉRIO/FOLHA IMAGEM LINDOMAR CRUZ CÉLIO AZEVEDO

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Page 1: ANTÔNIO GAUDÉRIO/FOLHA IMAGEM · do aproveitamento de disciplinas cursadas em nível superior. 11h – CPI DOS SANGUES-SUGAS Reunião administrativa para votação de requerimentos

Ano XII — Nº 2.425/91 — Brasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006 EDIÇÃO SEMANALÓrgão de divulgação do Senado Federal

CIDADANIA

PÁGINA 3

Prioridade do governo, LDO ainda depende de acordo

Votações devem ser retomadas nesta terça-feira. A Lei de Diretrizes Orçamentárias é o desafio do Congresso. Na pauta do Senado, pode ser concluída votação da PEC que obriga o presidente da República a executar o Orçamento da União

Saiba tudo sobre as próximas eleiçõesAs dúvidas mais comuns

sobre eleições – como datas, boca-de-urna, locais de votação, justificação de ausência, “lei seca” – serão esclarecidas em

uma série iniciada nesta edição. O leitor saberá se ainda há tempo para obter o título eleitoral, quem pode votar neste ano, o perfil do eleitorado e os endereços e

telefones do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos 27 tribunais regionais eleitorais, responsáveis pela organização das eleições e pela fiscalização das campanhas.

PÁGINA 12

Quase 126 milhões de eleitores escolherão este ano o presidente da República, governadores, senadores e deputados

e mais...

FRASES Página 9

ACONTECEU NO SENADOPágina 11

VOZ DO LEITORPágina 9

PERGUNTE AO SENADORPágina 9

AGENDAPágina 2

Comisssão tenta mais uma vez votar a Super-Receita

Tourinho, relator do projeto

PÁGINA 6

Lei Geral de Comunicação definirá futuro da TV digital

PÁGINA 8

Zuzu Angel será exibido quarta-feira no Senado

PÁGINA 11

Sócio da Planam pode ser ouvido esta semana pela CPIA CPI dos Sanguessugas pode

ouvir esta semana o empresário Luiz Antônio Vedoin, um dos proprietários da Planam, empresa acusada de montar esquema de saperfaturamento de ambulâncias com recursos do Orçamento da União. O objetivo é esclarecer pontos do depoimento, prestado à Polícia Federal, em que ele acusa parlamentares de participação no esquema. A data e o local da audiência não foram ainda definidos.

Relator da CPI, Amir Lando (E) discute rumos das investigações com Heloísa HelenaPÁGINA 5

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O acesso dos trabalhadores eventuais e autônomos ao Fundo de Garantia do

Tempo de Serviço (FGTS) está previsto em projeto pronto para exame pela Comissão de Assun-tos Sociais (CAS). Assinada pelo senador Luiz Otávio (PMDB-PA), a proposta deve ser analisada no colegiado durante o esforço concentrado de votações no perío-do pré-eleitoral, defi nido para a primeira semana de agosto e para a primeira de setembro.

Ao justifi car o PLS 302/06, o autor argumenta que a simples leitura da Constituição assegura o entendimento de que o fundo de garantia é um direito do tra-balhador no sentido amplo desse conceito. Daí conclui pela neces-sidade de revisão da lei que dis-põe sobre o FGTS (Lei 8.036/90), sob a alegação de que a exclusão dos trabalhadores eventuais e autônomos está em desacordo com o texto constitucional.

Para o relator, iniciativa corrige “injustiça” Em parecer favorável à maté-

ria, na forma de substitutivo, o relator, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), destaca o mérito da iniciativa por buscar corrigir o que considera uma grave dis-torção criada pela lei que criou o fundo de garantia, ao “deixar

injusta e inexpli-cavelmente os trabalhadores au-tônomos e even-tuais à margem do FGTS”.

Azeredo regis-tra que a própria Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) assegura o acesso amplo dos trabalhadores ur-banos e rurais ao fundo de garan-tia, sem nenhuma restrição a catego-rias específi cas. O relator admite que a operacionaliza-ção do acesso ao FGTS para as duas categorias pode envolver difi cul-dades, mas frisa que isso não deve ser pretexto para a inibição de um direito constitucional.

No substitutivo, o relator teve o cuidado de inserir regras para disciplinar a movimentação das contas vinculadas em nome de trabalhadores dos dois grupos, de forma a evitar saques irrisórios do FGTS. Como prevê o texto, esses profi ssionais vão poder sa-car os recursos na aposentadoria ou para fi nanciar a casa própria, entre as hipóteses previstas para todos os trabalhadores. Entre ou-

tras situações, fi cam excluídos os saques na dispensa do emprego sem justa causa.

Azeredo observa que o contí-nuo estreitamento do mercado de trabalho leva cada vez mais profi ssionais a aceitarem tarefas na condição de trabalhadores eventuais e autônomos. As pró-prias empresas, disse, recorrem a essa alternativa como forma de reduzir os altos custos da contra-tação formal. O relator lamentou, no entanto, que essa solução acabe privando os trabalhadores de um direito fundamental.

Brasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006

Autônomos poderão ter acesso ao FGTS

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TERÇA-FEIRA

10h – ASSUNTOS ECONÔ-MICOS

Super-Receita – Votação do PLC 20/06, que cria a Super-Re-ceita, unifi cando as secretarias da Receita Federal e a Previden-ciária, e estabelece novas regras para a administração tributária federal.

11h – EDUCAÇÃO

Piso salarial – Deliberação de projetos, entre eles o que autoriza o Executivo a instituir piso salarial profissional dos educadores públicos conforme a Constituição federal e o que trata do aproveitamento de disciplinas cursadas em nível superior.

11h – CPI DOS SANGUES-SUGAS

Reunião administrativa para votação de requerimentos.

11h30 – MEIO AMBIENTE, DEFESA DO CONSUMIDOR, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE

Água – Entre os projetos para serem votados está o que dispõe sobre a veiculação de advertên-cias sobre consumo e escassez de água.

QUARTA-FEIRA

9h30 – ASSUNTOS SOCIAIS

Aftosa – Em pauta projeto de lei da Câmara que institui penalidade ao produtor que não cumprir as normas de combate à febre aftosa.

9h30 – RELAÇÕES EXTE-RIORES

Embaixado-res – Apreciação de indicações de embaixadores d o B r a s i l para atuar em Cingapu-ra, Noruega e Islândia.

10h – CONS-TITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDA-DANIA

Reeleição – Análise e votação da PEC que acaba com a reelei-ção para os cargos do Executivo: presidente da República, gover-nadores e prefeitos. Também se-rão votadas indicações de nomes para órgãos públicos.

10h – INFRA-ESTRUTURA

Indicações – Análise da indi-cação de nomes para cargos da

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

10h – EDUCAÇÃO

Audiência – Será debatido em audiência pública o PL 7.193/06, que altera a destinação de re-ceitas para o desenvolvimento da indústria cinematográfi ca no Brasil.

11h – AGRICUL-TURA E REFOR-MA AGRÁRIA

Crédito rural – Em debate e deliberação projetos que tratam do cré-

dito rural, pro-grama Fronteira Agrícola Norte e

anistia de dívidas de pequenos produtores.

QUINTA-FEIRA

10h – DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA

Audiência – Em conjunto com as comissões de Educação e de Assuntos Sociais, a CDH realiza audiência pública para debater “ações afi rmativas” relaciona-das ao Estatuto da Igualdade Racial.

SEGUNDA-FEIRA

14h – Sessão não-delibe-rativa

TERÇA-FEIRA

14h – Sessão deliberativa

Esforço concentrado – Com a pauta livre das medidas provisó-rias, os senadores devem anali-sar a agenda mínima acordada para votação antes do período eleitoral.

Estão na pauta os substituti-vos à proposta que obriga a pre-sença do presidente na abertura de todas as sessões legislativas (PEC 64/99) e a que defi ne a competência da União no or-denamento do Sistema Nacional de Meteorologia e Climatologia (PEC 12/03).

Será votada em primeiro turno a PEC 30/02, que dispõe sobre a elegibilidade dos substi-tutos das chefi as do Poder Exe-cutivo nos seis meses anteriores às eleições.

Também será realizada a primeira sessão de discussão, em segundo turno, da PEC 22/00, que torna obrigatória a programação constante da Lei Orçamentária Anual.

QUARTA-FEIRA

14h – Sessão deliberativa

A definição da agenda de-pende do resultado da sessão anterior.

QUINTA-FEIRA

14h – Sessão deliberativa

A definição da agenda de-pende do resultado da sessão anterior.

SEXTA-FEIRA

9h – Sessão não-deliberativa

PlenárioComissões

A Comissão de Direitos Hu-manos e Legislação Participati-va (CDH) deve analisar em sua próxima reunião deliberativa projeto que garante aos ido-sos desconto na aquisição de passagens aéreas. O relator da matéria, senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), apresentou subs-titutivo aos projetos de lei do Senado 287/99 e 569/99, que tramitam em conjunto por tra-tarem do mesmo assunto.

O substitutivo garante aos maiores de 65 anos com renda de até dez salários mínimos desconto de 50% do valor da tari-fa normal para a aquisição de no mínimo duas passagens. Essas condições espe-ciais referem-se a até 5% das passa-gens vendidas em cada vôo. O projeto receberá decisão termi-nativa na CDH.

Com relação ao PLS 287/99, que garante concessão de des-conto de 30% nas passagens aéreas, marítimas e rodoviárias – interestaduais, intermuni-cipais e internacionais – aos maiores de 60 anos, o relator avalia que não é preciso legis-lar sobre o transporte terrestre, uma vez que o Estatuto do Idoso (art. 40) assegura esse direito.

Sobre o transporte intermuni-cipal, cada estado deve legislar

sobre o assunto de acordo com suas peculiaridades, argumenta Cabral. Ainda segundo ele, não é juridicamente possível con-ceder descontos para bilhetes internacionais, pois isso depen-de de Tratado ou Convenção In-ternacional com participação da Iata (International Air Transport Association).

Quanto ao PLS 569/99, que garante concessão de desconto de 50% no valor de passagens aéreas para maiores de 60 anos, a modificação sugerida pelo senador foi a adequação ao

art. 230, § 2º, da Constituição, que determina a gra-tuidade nos trans-portes públicos aos maiores de 65 anos, e não aos maiores de 60.

Outra proposta na pauta da CDH trata dos direitos dos idosos. Também relatada por Sérgio Cabral, o PLS 155/03, da senadora Iris de Araújo (PMDB-GO), altera a Lei 4.380/64 – que trata do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) –, para permitir o fi nanciamento de centros de convivência de idosos e casas-lares com recur-sos do SFH.

A proposta, que também tem tramitação terminativa na CDH, frisa que o Estado deve amparar os idosos, assegurando sua par-ticipação na comunidade.

Proposta de Luiz Otávio deve ser analisada na CAS no esforço concentrado pré-eleitoral

Desconto em passagens aéreas para idosos

Limite seria para venda de até 5% das passagens de cada vôo

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denamento do Sistema Nacional de Meteorologia e Climatologia

Será votada em primeiro turno a PEC 30/02, que dispõe sobre a elegibilidade dos substi-tutos das chefi as do Poder Exe-cutivo nos seis meses anteriores

Também será realizada a primeira sessão de discussão, em segundo turno, da PEC 22/00, que torna obrigatória a programação constante da Lei

Embaixado-Apreciação

de indicações de

TURA E REFOR-MA AGR

grama Fronteira

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No último ano em que o Con-gresso promoveu um recesso branco para tentar compatibi-lizar os trabalhos legislativos com a campanha eleitoral, nem todas as votações previstas aconteceram. Em 2004, como agora, os então presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, João Paulo Cunha, marcaram três dias de sessões deliberativas para agosto e ou-tros três para setembro.

Porém, a falta de acordo en-tre as lideranças oposicionistas e do governo e, no caso de setembro, a ausência de quórum impediram a votação no Senado de matérias como a Lei de Biossegurança, o projeto que instituía as parcerias público-privadas e uma medida provisória que isentava de impostos a im-portação de equipamentos para pesquisa científi ca.

O líder do PFL no Sena-do, José Agripino (RN), recorda-se de ter antecipa-do, na ocasião, que a pauta

do esforço concentrado tinha poucas chances de avançar, não por causa das eleições mu-nicipais e sim graças ao próprio governo, que sobrecarregou o Congresso com MPs e não teria articulado sua base para comparecer às votações.

O Congresso, todavia, con-seguiu reunir-se uma vez du-rante o esforço concentrado de setembro de 2004, o sufi ciente para aprovar projeto que con-cedia aos militares da ativa e da reserva reajuste de 10%.

Para garantir as votações nas sessões deliberativas durante os meses de cam-

panha eleitoral, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, acertaram a realização de esforço concentrado dividido em duas etapas, nos meses de agosto e setembro. Ficou defi nido que haverá votações nos dias 1º, 2 e 3 de agosto e 4, 5 e 6 de setembro. O problema maior é na Câmara, onde a pauta segue obstruída por medidas provisórias.

A prioridade para o governo nos três dias de agosto é votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2007, em sessão do Congresso Nacional que deverá ser convocada por Renan. Sem essa votação, o Executivo corre o risco de ser forçado a enviar ao Legislativo sua proposta or-çamentária para o próximo ano sem ter asseguradas as defi nições previstas na LDO.

– Vamos compatibilizar o funcionamento das duas Ca-

sas com as eleições – afi rmou Renan, para quem o principal problema no atraso das votações não está no Congresso, mas no Executivo, que abusa da edição de MPs (a pauta do Plenário do Senado esteve trancada por MPs em cerca de 75% das sessões deliberativas).

Renan reconhece que a proxi-midade das eleições atrapalha a obtenção de quórum, mas ressal-ta que o Senado aprovou maté-rias importantes, como a reforma do Judiciário, o pacote contra a criminalidade e a proposta de emenda constitucional que cria o Fundo de Manutenção e Desen-volvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação (Fundeb).

O senador também destacou que, mesmo diante da crise política vivida pelo país nos três últimos semestres (justamente o período em que assumiu o car-go), o Senado conseguiu cumprir seu papel, com a deliberação de praticamente todas as matérias

passíveis de votação até julho – exceção feita à LDO, por falta de acordo entre as lideranças partidárias.

A oposição, na primeira ten-tativa de votação em Plenário, anunciou que só aceita votar a LDO se for alterada uma re-gra, incluída pelo governo, que permite ao presidente da Repú-blica gastar um doze avos do Orçamento, mais recursos para obras em andamento, caso a lei orçamentária não seja aprovada pelo Congresso Nacional até o dia 31 de dezembro.

A Constituição estabelece que o recesso só pode ser iniciado depois de aprovado o texto da Lei de Diretrizes Orçamentá-rias. Sem a votação, os parla-mentares não interromperam os trabalhos no mês de julho, e o Plenário realizou sessões praticamente todos os dias em que, ofi cialmente, ocorreria o recesso parlamentar.

agendaBrasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006

PLENÁRIO Esforço concentrado no Congresso ocorre na primeira semana de agosto e na primeira de setembro

Se conseguirem superar a barreira das medidas provisórias, os deputados poderão deliberar sobre alguns projetos considerados prioritários, como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (que insti-tui, entre outros procedimentos, o Super Simples) e a PEC do Fundeb, que sofreu alterações ao ser aprovada pelo Senado no início de julho.

Aldo Rebelo ainda não defi niu com os líderes dos partidos as propostas que podem ser votadas no esforço concentrado de agosto. Mesmo sem vota-ções marcadas no Plenário, as comissões podem continuar funcionando.

– Vamos, dentro daquilo que é possível, fazer com que nossas condições para retomada das votações no início de agosto estejam postas

– informou à Agência Câmara o deputado, para quem a difi culdade em avançar nas votações nos últimos meses se deve não à falta de quórum, mas de acordo político.

Entre as propostas que também podem ser apre-ciadas em agosto, Aldo citou o pacote de segurança pública, aprovado no Senado em maio e em aná-lise pelos deputados desde 20 de junho. Um dos projetos está pronto para ser votado no Plenário: o PL 7.225/06, que altera a Lei de Execução Penal para incluir como falta grave do preso a posse de aparelho celular. Aldo Rebelo informou que colo-cará essa matéria em votação tão logo a pauta do Plenário seja liberada das medidas provisórias e de projetos em regime de urgência constitucional.

Parte do acordo de líderes para o esforço concentrado, o Plená-rio pode votar esta se mana, em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição que obri-ga o presidente da República a executar o Orçamento da União votado pelo Congresso.

Com 56 votos a favor e ape-nas 1 contrário, a matéria (PEC 22/00) foi aprovada em pri-meiro turno pelos senadores. Depois de passar pelo Senado, a PEC, que foi apresentada há seis anos e tem como primeiro signatário o senador Antonio

Carlos Magalhães (PFL-BA), será encaminhada à Câmara dos Deputados.

Conforme a proposta, se o presidente da República não executar o Orçamento da União estará cometendo crime de responsabilidade. O presidente, contudo, poderá fazer altera-ções na lei orçamentária, como contingenciamento e cancela-mento de verbas, mas terá de enviar ao Congresso um pedido de alteração com justifi cativas econômicas e fi nanceiras.

Apesar de aprovada em pri-meiro turno, a PEC ainda divide opiniões. A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), quer mudanças na Câmara para que a implantação da medi-da seja gradual e estendida aos governos municipais e estaduais. Para o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), será um avanço nas relações entre Execu-tivo e Legislativo, exigindo maior responsabilidade do Congresso ao aprovar um orçamento que deverá ser cumprido.

LDO é a principal meta para votações em agosto

Na Câmara, MPs difi cultam deliberações

Renan (2º à esq.), ao lado de Aldo Rebelo, fala em compatibilizar trabalho das Casas com eleições

Senado deve examinar PEC do orçamento impositivo

Ideli Salvatti pede mudanças para implantar medida gradualmente

Esforço para compatibilizar votações e eleições

Acúmulo de MPs impediu deliberações, diz Agripino

JAN

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SEW

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RO

Fonte: Secretaria Geral da Mesa do Senado

Principais projetos na ordem do dia do Senado para agostoMATÉRIA TEMA SITUAÇÃO

Substitutivo à PEC 64/99 (Senador Eduardo Suplicy e outros)

Obriga o comparecimento do presidente da República ao Congresso Nacional na abertura de cada sessão legislativa.

Votação em 2º turno

Substitutivo à PEC 12/03 (Senador Osmar Dias e outros)

Defi ne regras para o Sistema Nacional de Meteorologia e Climatologia. Votação em 2º turno

PEC 30/02 (ex-senador Paulo Souto e outros)

Altera as regras da reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República.

Votação em 1º turno

PLS 390/05 (Senador Renan Calheiros e outros) Introduz regras mais rígidas para a prestação de contas eleitorais. Votação em

turno único

PEC 22/00 (Senador Antonio Carlos Magalhães e outros)

Cria o orçamento impositivo. Discussão em 2º turno

PEC 29/03 (Senadora Lúcia Vânia e outros)

Fixa parâmetros para medir os avanços no campo social, como já ocorre com a Ordem Econômica e Financeira, por intermédio da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Discussão em 1º turno

PEC 57/05 (Senador Marco Maciel e outros)

Permite que os vetos presidenciais sejam apreciados separadamente no Senado e na Câmara.

Discussão em 1º turno

Substitutivo ao PLS 141/99 (Senador Pedro Simon)

Dispõe sobre a impenhorabilidade das máquinas, equipamentos e implementos agrícolas.

Discussão em turno suplementar

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4agendaBrasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006

SANGUESSUGAS Controladoria também liga 591 prefeituras ao esquema de compra de ambulâncias superfaturadas

A Controla-doria Geral da União (CGU) encaminhou na última quarta-feira à CPI dos

Sanguessugas detalhes das ações do governo na investigação de fraude na compra superfaturada de ambulâncias por prefeituras. O dinheiro usado, oriundo do Orçamento da União, seria libe-rado por meio de emendas de parlamentares.

O documento da CGU, divul-gado em entrevista coletiva à imprensa, traz uma lista de 33 parlamentares (ativos e inativos) que mais apresentaram emendas liberando dinheiro que teria be-nefi ciado a Planam, empresa que fornecia as ambulâncias. Nessa relação, predominam parlamen-tares da base governista – 13 são de partidos oposicionistas.

A Controladoria também iden-tificou as 591 prefeituras que mais compraram ambulâncias da Planam. Nessa lista, a maioria é de prefeituras comandadas por partidos de oposição. PSDB, PFL e PMDB lideram o ranking, com 128, 107 e 106 municípios, res-pectivamente. O PT aparece em nono lugar, com 19 prefeituras. Os dados da Controladoria Geral da União se referem ao período de 2000 a 2004 e se baseiam na investigação de prefeituras esco-lhidas por sorteio.

De acordo com a CGU, o es-quema de fraudes existia desde 2000, mas foi descoberto só em 2003.

Numa das fiscalizações do uso de recursos federais que o órgão costuma fazer, verifi cou-se em Rondônia a repetição de um sistema que envolvia em-presas ligadas por parentesco em licitações fraudadas. Tais empresas vendiam produtos

superfaturados e diferentes dos especifi cados em edital. O mes-mo procedimento foi identifi cado em outros estados.

O governo escalou, para par-ticipar da apresentação da CGU, Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça; Jorge Hage, subcon-trolador-geral da União; e Paulo Lacerda, diretor-geral da Polícia Federal. Hage, aliás, afi rmou que o objetivo da divulgação da CGU foi defender o governo.

– Por que o governo há de ser posto na condição de réu quando foi o autor da investigação? Va-mos divulgar os dados objetivos escancaradamente – disse.

Por sua vez, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), desqualificou as infor-mações da Controladoria, que as chamou de eleitoreiras. Para ele, os números foram plantados para “tentar fazer confusão e diversionismo”.

CGU revela quem apresentou emendas

A CPI dos Sanguessugas deve decidir nesta terça-feira se indicia ou não outros quatro deputados acusados de apresentar emendas ao Orçamento da União para a compra de ambulâncias superfa-turadas. A informação é do vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

Os deputados João Almeida (PSDB-BA), Aroldo Cedraz (PFL-BA), Arolde de Oliveira (PFL-RJ) e Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG) foram citados pelo ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União (CGU). Para o sub-relator de Sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), essas notifi cações não devem ocorrer.

– Não há motivo para notifi -car esses deputados porque o ministro me garantiu que esse levantamento da CGU é de natu-reza estatística e não investigativa – afi rmou Sampaio, ao esclarecer que os parlamentares foram cita-dos só porque haviam apresenta-

do emendas ao Orçamento para a compra de ambulâncias, sem comprovação de irregularidade.

Se confi rmada a exclusão dos quatro parlamentares, a nova lista de indiciáveis que fora divulgada na terça-feira permanece com 33 nomes. Antes desses 33, a CPI já havia indiciado 57 parlamentares – somando 90.

Além dos 90 parlamentares que estão em atividade, a CPI infor-mou que outros 25 ex-parlamen-tares são suspeitos de participar das fraudes. Com isso, o número de suspeitos pode chegar a 115 pessoas.

Mais um ex-ministro da Saúde no governo Lula apareceu entre os suspeitos de participar do esquema: o deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG). Além dele, o ex-ministro Humberto Costa havia sido citado. A CPI vai investigar Felipe porque ele é deputado. Costa, ex-deputado, não deve ser chamado ainda.

Parlamentares investigados pela comissão podem passar de 90

Serys Slhessarenko (PT-MT) refutou denúncia publicada pela imprensa sobre seu suposto envolvimento com a máfi a das ambulâncias, investigada pela CPI dos Sanguessugas. A senadora lamentou que venha sendo acusada de ter ligações com o grupo, que ela classifi cou de “turma de mafi osos e bandidos”.Serys disse ser favorável às investigações da CPI e ressaltou sua importância para desvendar as denúncias. Lembrou que foi uma das primeiras parlamentares a assinar o requerimento de criação da comissão.Ela negou que tenha sido a autora de duas emendas parlamentares em benefício do município de Pontes Lacerda (MT) – uma delas no valor de R$ 300 mil – para construção de um posto de saúde e de um anel viário.Refutou ainda a acusação de irregularidades na apresentação de emenda parlamentar para asfaltamento de ruas envolvendo uma construtora que seria ligada a seu genro.– Nunca ninguém da minha família interferiu na minha atuação partidária e política.

Magno Malta (PL-ES) enviou nota à imprensa, na terça-feira, em que afi rma jamais ter recebido nenhum carro da família Vedoin, acusada de encabeçar a chamada máfi a das ambulâncias. O empresário Luiz Antônio Vedoin alega ter doado a ele um Fiat/Ducatto, segundo matéria publicada pela imprensa. Na nota, Malta afi rma que o veículo pertencia ao deputado federal Lino Rossi (PP-MT).“A caminhonete Fiat/Ducatto não foi de minha propriedade. Antes sim, utilizei-a por empréstimo. O início desse empréstimo foi possivelmente em setembro de 2003, e a devolução se deu em julho de 2005. O empréstimo foi feito pelo deputado Lino Rossi e jamais por qualquer empresa, muito menos a Planam”, afi rma o senador na nota.O parlamentar esclarece que o veículo foi utilizado para que ele pudesse transportar os integrantes de sua banda gospel pelo interior do Espírito Santo. Acrescentou ainda que jamais imaginou que tivesse procedência duvidosa e que “tem o deputado Lino Rossi como pessoa ilibada, até que se prove o contrário”.

Serys refuta denúnciase reitera apoio à CPI

Malta nega empréstimo de carro pela família Vedoin

O presidente Biscaia (à esquerda, com o sub-relator Sampaio): CPI recebeu dados da CGU referentes ao período de 2000 a 2004

Magno MaltaSerys Slhessarenko

LIN

DO

MAR

CRU

Z

Relação da CGU

Renildo Leal(PTB-PA)25 emendas

João Caldas(PL-AL)23 emendas

Nilton Capixaba(PTB-RO)22 emendas

Cabo Julio(PMDB-MG)21 emendas

Paulo Baltasar(PSB-RJ)20 emendas

Dino Fernández(PPB-RJ)17 emendas

Pastor Amarildo(PSC-TO)17 emendas

Basílio Villani(PSDB-PR)16 emendas

Lino Rossi(PP-MT)16 emendas

José Carlos Martinez(falecido)15 emendas

José Carlos Elias(PTB-ES)13 emendas

Santos Filho(PFL-PR)12 emendas

Luis Eduardo(PPB-RJ)12 emendas

Wagner Salustiano(PPB-SP)12 emendas

Benedito Dias(PP-AP)11 emendas

Fernando Gonçalves(PTB-RJ)11 emendas

Ricarte de Freitas(PTB-MT)11 emendas

Ney Suassuna(PMDB-PB)10 emendas

Ìris Simões(PTB-PR)10 emendas

Almerinda de Carvalho(PMDB-RJ)9 emendas

Reginaldo Germano(PP-BA)9 emendas

Paulo Feijó(PSDB-RJ)9 emendas

Josué Bengtson(PTB-PA)9 emendas

Celcita Pinheiro(PFL-MT)8 emendas

João Almeida(PSDB-BA)8 emendas

João Grandão(PT-MS)8 emendas

Paulo Magalhães(PFL-BA)7 emendas

Caio Riela(PTB-RS)7 emendas

José Carlos Júnior(Não identifi cado)6 emendas

Wanderval Santos(PL-SP)6 emendas

Valdeci Paiva(PSL-RJ)6 emendas

Eduardo Seabra(PTB-AP)6 emendas

Vicente Caropreso(PSDB-SC)6 emendas

Parlamentares que mais apresentaram emendas benefi ciando a Planam

Fonte: CGU

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5Brasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006 agendaSANGUESSUGAS CPI aguarda resposta da Justiça de Mato Grosso para defi nir local da oitiva de Luiz Antônio Vedoin

Agentes da Polícia Federal (PF) apreenderam no Senado documentos relativos a empre-sas que prestam serviço à Casa e são responsáveis pela contra-tação de funcionários terceiriza-dos. De acordo com informações da PF em sua página na internet, a apreensão, que faz parte da Operação Mão-de-Obra, tenta

desbaratar quadrilha especiali-zada em fraudar licitações em órgãos públicos. O grupo seria formado por empresários do ramo de limpeza e de informá-tica e contaria com o apoio de servidores de órgãos públicos que os municiariam com infor-mações privilegiadas ou benefi -ciariam empresas na confecção

de editais de concorrências.Em discurso no Plenário, a

líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), considerou a ope-ração um exemplo de fortaleci-mento das instituições, para ela a principal forma de se comba-ter a corrupção no Brasil. A se-nadora considera que as fraudes estão “entranhadas na máquina

pública” brasileira e permeiam a estrutura da sociedade.

Comentando reportagens so-bre o assunto, Ideli disse que o esquema funcionava em órgãos como o Senado, Agência Bra-sileira de Inteligência (Abin), Ministério da Justiça e Departa-mento de Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia.

A representante de Santa Ca-tarina elogiou as atividades da Polícia Federal nos últimos anos, dizendo que a instituição sofreu “reformulação importante” no governo Luiz Inácio Lula da Silva, mas que a PF vem comba-tendo a corrupção na máquina pública e na sociedade brasilei-ras “há muito tempo”.

PF apura fraudes em licitações e apreende documentos no Senado

A CPI dos San-guessugas pode-rá ouvir nesta semana Luiz An-tônio Trevisan Vedoin, um dos

proprietários da Planam, empre-sa acusada de montar o esquema de superfaturamento na compra de ambulâncias com dinheiro do Orçamento da União. A data da oitiva ainda será defi nida pela comissão.

Vedoin, que estava preso em Cuiabá, foi solto depois de passar nove dias prestando depoimento à Polícia Federal no estado. Ele denunciou o envolvimento de vários parlamentares e outras au-toridades públicas no esquema. A CPI já entrou em contato com a Justiça de Mato Grosso e aguarda resposta sobre a viabilidade de ouvir o empresário em Brasília ou naquele estado.

O objetivo do depoimento de Vedoin, segundo o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), é esclarecer “al-

guns pontos obscu-ros do depoimento prestado à Polícia Federal”.

A CPI tem uma reunião administra-tiva marcada para esta terça-feira, às 11h, quando de-verá fazer balanço dos trabalhos de-senvolvidos desde o dia 22 de junho, data da sua ins-talação, e decidir quais serão seus próximos passos.

Biscaia disse esperar que o relatório da comissão seja apre-sentado até o dia 9 de agosto. A votação deverá ocorrer, segundo ele, até o dia 18.

A comissão deverá encerrar a primeira fase de investigações, sobre os parlamentares envolvi-dos no esquema, com a divulga-ção do relatório em agosto. Mas ainda não foi decidido se ela inicia uma segunda etapa, sobre

a participação do Poder Executivo, assim que termi-nar a primeira fase ou somente depois das eleições de ou-tubro.

Relator da comis-são de inquérito, o senador Amir Lan-do (PMDB-RO) afi r-mou que, no texto que deve apresen-tar em agosto, pre-tende apontar os nomes de todos os parlamentares so-

bre os quais há provas sufi cientes de envolvimento com a máfi a das ambulâncias.

– Vamos apresentar no relató-rio o nome de todos cuja culpa-bilidade já é visível e encaminhar os resultados à Comissão de Ética – afirmou, ao lembrar ainda que a comissão parlamentar de inquérito não tem poderes para condenar, mas apenas investigar e expor os fatos.

Dono da Planam pode depor esta semana

Lando, Biscaia, Gabeira, Heloísa e Delgado discutem novas informações sobre esquema fraudulento

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), apre-sentou na semana passada ao presidente da CPI dos Sangues-sugas, deputado Antonio Carlos Biscaia, requerimento para que envie com urgência à Correge-doria os depoimentos e provas contra os senadores envolvidos nas denúncias sobre a máfi a das ambulâncias.

Tuma disse que, depois de analisar os documentos, pre-tende ouvir os funcionários e parentes acusados de participar do esquema, para em seguida pedir explicações aos parla-mentares.

– A Corregedoria vai abrir in-vestigação contra os parlamen-tares somente após comprovar a participação deles no esque-ma, com base em evidências e provas – informou o senador, que também integra a CPI dos

Sanguessugas.Tuma preferiu não mencionar

os nomes dos senadores. Mas afi rmou que, se houver indício de crime contra eles, enviará imediatamente os processos ao Conselho de Ética da Casa. De acordo com o parlamentar, não há por que segurar os processos até a apresentação de um pri-meiro relatório pela CPI.

O senador disse ainda que poderia haver na comissão de inquérito mais transmissão de informações aos integrantes, que, segundo ele, em muitos casos tomam conhecimento das investigações pela imprensa.

– Se é verdade que há provas contra vários parlamentares, esses nomes deveriam estar sendo enviados aos respectivos conselhos de Ética (do Senado e da Câmara) para adiantar os trabalhos – assinalou.

Corregedoria pede informaçõespara investigar denúncias

Lando: “Nosso relatório terá o nome de todos cuja culpabilidade já é visível”

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Romeu Tuma quer agilizar análise das denúncias contra senadores, mas adianta: investigação dependerá de provas

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comissão.Vedoin, que estava preso em

Cuiabá, foi solto depois de passar nove dias prestando depoimento à Polícia Federal no estado. Ele denunciou o envolvimento de vários parlamentares e outras au-toridades públicas no esquema. A CPI já entrou em contato com a Justiça de Mato Grosso e aguarda resposta sobre a viabilidade de ouvir o empresário em Brasília ou naquele estado.

O objetivo do depoimento de Vedoin, segundo o presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), é esclarecer “al-

o dia 22 de junho, data da sua ins-talação, e decidir quais serão seus próximos passos.

Biscaia disse esperar que o relatório da comissão seja apre-sentado até o dia 9 de agosto. A votação deverá ocorrer, segundo ele, até o dia 18.

A comissão deverá encerrar a primeira fase de investigações, sobre os parlamentares envolvi-dos no esquema, com a divulga-ção do relatório em agosto. Mas ainda não foi decidido se ela inicia uma segunda etapa, sobre

que deve apresen-tar em agosto, pre-tende apontar os nomes de todos os parlamentares so-

bre os quais há provas sufi cientes de envolvimento com a máfi a das ambulâncias.

– Vamos apresentar no relató-rio o nome de todos cuja culpa-bilidade já é visível e encaminhar os resultados à Comissão de Ética – afirmou, ao lembrar ainda que a comissão parlamentar de inquérito não tem poderes para condenar, mas apenas investigar e expor os fatos.

Lando: “Nosso relatório terá o nome de todos cuja culpabilidade já é visível” 1

Luiz Antonio e Darci Vedoin, donos da Planam, ofereciam a prefeituras um pacote pronto para a compra de ambulâncias.

2Aceita a oferta, a empresa articulava com parlamentares a

apresentação de emendas ao Orçamento para destinar recursos àqueles municípios. Mais de cem parlamentares são suspeitos

de receber propina para apresentar as emendas.

3As prefeituras apresentavam ao Ministério da Saúde um projeto para comprar as ambulâncias. O número

de prefeituras envolvidas pode chegar a 591.

4Uma assessora do ministério, Maria da Penha Lino,

ex-funcionária da Planam, facilitava a aprovação dos projetos.

5As prefeituras promoviam licitações viciadas, vencidas pela Planam, que fornecia ambulâncias a preços superfaturados.

A empresa também cobrava propina das prefeituras em troca da aprovação das emendas no Congresso e dos projetos no ministério.

6O butim era dividido entre os integrantes da quadrilha, suspeita

de roubar mais de R$ 100 milhões dos cofres públicos desde 2001.

Modus operandi Como funcionava a máfi a dos sanguessugas, segundo a Polícia Federal

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6agendaBrasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006

COMISSÕES

Primeiro signatário da PEC, Sibá Machado fixou em cinco anos o mandato de presidente, mas o relator Jereissati não acatou

Única oportunidade para deliberação de matérias no mês de agosto, as

comissões permanentes deve-rão aproveitar esta semana de esforço concentrado – de 1º a 3 – para colocar em dia a análise de proposições importantes. Pelo menos nove das dez comissões agendaram na semana passada reunião para esta terça, quarta e quinta-feira. Novas deliberações somente no período de 4 a 6 de setembro.

O assunto mais polêmico é o PLC 20/06, que cria a Super-Receita, unificando a Secretaria da Receita Federal e a Secretaria da Receita Previdenciária, e estabelece novas regras para a administração tributária federal. O projeto deverá ir a votação nesta terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Mudanças nos atos e decisões do novo fisco são pontos de divergência entre as categorias

envolvidas e os parlamentares. A questão que gera maior dis-

sidência é a autorização judicial para que o fisco desconsidere a personalidade jurídica quando constatar relações de trabalho que caracterizem vínculos em-pregatícios de pessoa física.

Para o relator do projeto, se-nador Rodolpho Tourinho (PFL-BA), “só quem pode julgar é a Justiça”.

Após pedido coletivo de vistas, o líder do governo, senador Ro-mero Jucá (PMDB-RR), propôs a realização de reunião prévia, antes da votação da matéria, de todos os líderes partidários para que sejam acertados os itens de consenso do projeto e negociados os pontos polêmicos.

Até a semana passada, segun-do o presidente da CAE, senador Luiz Otávio (PMDB-PA), não havia ainda acordo firmado entre os membros da comissão, mas de qualquer forma ele pretende

colocá-la em votação, “porque com certeza haverá quórum”.

Conflito entre Israel e Líbano pode gerar debateO presidente da Comissão de

Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Roberto Satur-nino (PT-RJ), quer aproveitar a semana para debater o conflito entre Israel e Líbano – que atinge brasileiros que vivem em terras libanesas –, e para votar a indi-cação de embaixadores.

Da mesma forma, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), presi-dente da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), irá levar a votação a escolha de nomes para agências reguladoras.

A comissão tem também em mãos a análise do PLS 137/06, que obriga as empresas operado-ras de serviço de telefonia móvel a instalarem bloqueadores de ce-lular nas penitenciárias estaduais e federais.

O fim da reeleição para presi-dente da República, governado-res e prefeitos – proposto pela PEC 41/03 – é o tema de maior interesse na Comissão de Consti-tuição, Justiça e Cidadania.

A PEC, que tem como primeiro signatário o senador Sibá Macha-do (PT-AC), fixa em cinco anos o mandato do presidente da Repú-blica. Mas o relator da iniciativa na CCJ, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), não acatou esse prazo no substitutivo, fazendo valer os quatro anos que estão em vigor. O relator sugere ainda que a supressão da reeleição seja iniciada em 2010.

– A experiência tem demons-trado que, a despeito de toda a legislação construída em prol da isonomia entre os candidatos, as-sim como da efetiva fiscalização e controle pela Justiça eleitoral, os chefes de executivo candida-tos à reeleição levam considerá-vel vantagem diante dos demais – expôs Jereissati.

Outras cinco PECs – que tra-tam de assuntos correlatos – tra-mitam em conjunto com a 41/03, mas o relator sugeriu a rejeição das demais. Entre elas está a PEC 20/04, também assinada por Sibá Machado, que estabelece coin-cidência dos mandatos federais, estaduais e municipais para que as eleições ocorram sempre no mesmo ano.

O instituto da reeleição foi cria-do em 1997 com a aprovação da Emenda Constitucional 16, que alterou o parágrafo 5º do artigo 14 da Carta Magna durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, o primeiro presidente brasileiro reeleito.

Presidente da CCJ, o sena-dor Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) espera votar essa e outras matérias que constam da pauta da comissão na próxima quarta-feira. Favorável ao fim da reeleição, ele reconhece que ainda não foi firmado acordo para a votação da proposta.

Mesmo com a semana volta-da para deliberações, algumas comissões permanentes irão re-alizar audiências públicas. Três colegiados – Assuntos Sociais, Educação, e Direitos Humanos e Legislação Participativa – pro-movem na quinta-feira debate para tratar das questões raciais atinentes às “ações afirmativas” relacionadas ao Estatuto da Igualdade Racial, como a fixação de cotas.

Autor do requerimento de so-licitação da audiência, o senador Paulo Paim (PT-RS) sugeriu que sejam convidados os minis-tros da Secretaria de Relações Institucionais, Tarso Genro; da Educação, Fernando Haddad; e da Secretaria Especial de Políti-cas de Promoção da Igualdade Racial (Sepir), Matilde Ribeiro, além de especialistas.

– Será um belíssimo debate. Sou a favor das cotas raciais, mas também das cotas sociais. Temos que ter espaço para os pobres, sejam brancos, negros ou índios, e para a classe média – afirmou Paim.

Um dia antes, na quarta-feira, a Subcomissão Permanente de Cinema, Teatro, Música e Comu-nicação Social, da Comissão de Educação, promove discussão sobre o Projeto de Lei 7.193/06, de autoria do governo federal,

que altera a destinação de re-ceitas para o desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional.

– Como de praxe, nossos colegiados têm se antecipado propondo discussões sobre as mais diversas iniciativas que tocam a nossa indústria cinema-tográfica, visando aperfeiçoar o texto legal – explicou o senador Roberto Saturnino (PT-RJ), autor do requerimento.

Foram convidados para a audiência, entre outros, o pre-sidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Gustavo Dahl; o diretor-executivo da Globo Fil-mes, Carlos Eduardo Rodrigues, e o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores In-dependentes, Bruno Wainer.

Comissões aproveitam esforço concentrado

Relator da Super-Receita, Rodolpho Tourinho (E) espera por votação, mas Romero Jucá quer acordo

CCJ analisa fim da reeleição e mandato do Executivo

Senadores participarão de duas audiências públicas

Paim quer discutir “ações afirmativas” ligadas ao Estatudo da Igualdade Racial

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Algumas das matérias que poderão ser analisadas durante o esforço concentrado nas comissões

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO - - - - - - - - - - - - - - - 1º/8 - PLS 59/04 – Autoriza o Executivo a institui piso salarial profissional dos educadores públicos conforme Constituição federal.

- PLS 233/04 – Dispõe sobre apro-veitamento de disciplinas cursa-das em nível superior.

- Audiência pública sobre o Projeto de Lei 7193/06, de auto-ria do governo federal, que altera a destinação de receitas para o desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional - 2/8

COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS - - - - - - - - - - - - - - - 1º/8

- PLC 20/06 – Criação da Super-Receita, com unificação da Secretaria da Receita Federal e da Secretaria da Receita Previdenciária.

- PLS 278/04 - isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre os veículos automotores de peso com carga máxima superior a cinco toneladas. COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE, DEFESA DO

CONSUMIDOR, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE - - - - - - - - - - - - - - - 1º/8 - PLS 176/05 – Dispõe sobre a veiculação de advertência sobre consumo e escassez de água.

COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS - - - - - - - - - - - - - - - 2/8 - PLC 76/04 - Institui penalidade ao produtor que não cumprir as normas de combate à febre aftosa.

- PLS 146/06 - Permitir a comer-cialização, por supermercados, de medicamentos cuja venda e dispensação não dependam da apresentação de prescrição.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA - - - - - - - - - - - - - - - - 2/8 - PEC 41/03 – Acaba com o insti-tuto da reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos.

COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRA-ESTRUTURA - - - - - - - - - - - - - - - - 2/8 - Indicações de nomes para agên-cias reguladoras.

COMISSAO DE AGRICULTURA

E REFORMA AGRÁRIA - - - - - - - - - - - - - - - 2/8 - PLS 265/03 - Inclui como bene-ficiários de crédito rural os arren-datários de terras, os parceiros, os consórcios e os condomínios de produtores rurais, bem como os quilombolas.

- PLS 153/02 - Institui o Programa Fronteira Agrícola Norte.

- PLS 200/02 - Dispõe sobre a anistia de parte das dívidas de pequenos produtores rurais, pes-cadores e de suas cooperativas e colônias junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e junto ao Banco do Brasil.

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES - - - - - - - - - - - - - - - 2/8 - Indicação de embaixadores do Brasil para atuar em Singapura, Noruega e Islândia.

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA - - - - - - - - - - - - - - - 3/8 - Audiência pública sobre questões raciais atinentes às “ações afirmativas” relacionadas ao Estatuto da Igualdade Racial. Em conjunto com comissões de Educação e Assuntos Sociais.

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A 27ª reunião da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, realizada no

final de julho em Córdoba, na Argentina, foi relatada em Plená-rio pelo senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS). A Seção-Brasil, pre-sidida por Zambiasi, assumiu a direção temporária da comissão. A luta pela criação do Parlamento do Mercosul até 31 de dezembro, assegurou o senador, será a sua grande missão.

– Retorno ao país e a esta Casa imbuído da missão de instalar o Parlamento do Mercosul dentro do prazo previsto em seu proto-colo – disse.

Para instalar o Parlamento, ex-plicou Zambiasi, é preciso aprovar o protocolo nas Casas legislativas dos países-membros – Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai, sendo este o único que cumpriu a meta até agora. No Brasil, falta ser aprovado pela Co-missão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo Plenário da Câmara, para depois ser remetido ao Sena-do. Zambiasi informou ainda que

a criação do Parlamento recebeu o apoio da União Européia.

O parlamentar destacou outras iniciativas aprovadas na reunião, como a recomendação para que os países-membros coordenem suas ações e seus organismos para o combate ao trabalho in-fantil. Também foi aprovada uma agenda de trabalho para o segun-do semestre, com a realização de dois seminários: sobre integração fronteiriça, em agosto, em Porto Alegre; e sobre assimetrias, em

setembro, em Montevidéu (Uruguai).

No encontro foi divulgado também o Comunicado Con-junto dos Presidentes, com o compromisso de acelerar a aprovação do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), em tra-mitação no Congresso Nacio-nal. A declaração incorporou ainda a proposta argentina de criação do Banco de De-senvolvimento do Mercosul, para financiar projetos de infra-estrutura.

Zambiasi também destacou o trabalho do senador Efraim Morais (PFL-PB), que coordena o Interlegis como 1º secretário do Senado. O parlamentar ressaltou a importância da Comunidade Vir-tual do Legislativo, especialmente após a aprovação do Parlamento do Mercosul, que permitirá a in-tegração “desde a Patagônia até o Caribe, passando pela Venezuela”. Zambiasi também destacou o tra-balho do secretário-geral da Mesa, Raimundo Carreiro.

Brasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006 debatesPLENÁRIO

Ao registrar a realização em Córdoba, Argentina, da primeira reunião de cúpula do Mercosul com a presença do novo país-só-cio, a Venezuela, o senador Ro-berto Saturnino (PT-RJ) rebateu notícias veiculadas na imprensa sobre uma suposta decadência do bloco econômico sul-americano. Para ele, tais notícias são obra dos que querem o fim do Mercosul para que a Alca, bloco patrocina-do pelos Estados Unidos, possa ressurgir como a única forma de viabilizar os países da América do Sul.

– A reunião reafirmou o pro-pósito de integração e desenvol-vimento de projetos importantes

de integração física e nas áreas de transporte e energia, especialmen-te a construção de um gasoduto, que interessa a todos os países do continente – afirmou Saturnino.

A participação, na reunião, de representantes da sociedade civil, foi considerada pelo senador uma amostra de que a população dos países envolvidos está consciente da importância do bloco.

Saturnino analisou ainda a sus-pensão por tempo indeterminado da chamada Rodada de Doha, após o fracasso da tentativa de um acordo entre os países envolvidos com relação a tarifas e subsídios agrícolas. Ele reconheceu que a atitude dos Estados Unidos e dos

países europeus, que inviabiliza-ram o sucesso da negociação, é compreensível, já que estão ape-nas defendendo seus interesses.

– Nós não soubemos defender os nossos. Desde o governo Collor, os governos abriram a nossa eco-nomia de forma indiscriminada e sem compensação. O governo Lula, por ter consciência dessa situação, procura na integração com os países sul-americanos uma forma de defesa econômica mais confiável – disse.

Saturnino também saudou a eleição do senador Sérgio Zambia-si (PTB-RS) como presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul.

O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) sugeriu a re-alização de audiências públicas em várias cidades para que os segmentos da sociedade brasileira possam debater a consolidação do Mercosul e sua importância para a integração continental.

Após participar da reunião da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, em Córdoba, na Argentina, o senador destacou em discurso no Plenário que o mundo está sendo dividido em blocos que representam interesses específicos, e a América Latina não pode ficar à margem desse processo.

– É necessário que de Sul a Norte da América Latina, incluin-do o Caribe, nos constituamos num grande bloco, para que possamos ter mais autoridade, a interlocução com os demais seja travada de igual para igual e os interesses confrontados com igual peso. Assim poderemos, de fato, sonhar com a perspectiva

de introduzirmos na região um desenvolvimento genuíno, que alcance a população de nossos países – disse.

Mesquita Júnior afirmou que o Mercosul deve ser politizado, democratizado e popularizado, e a integração da América Latina é fundamental para a região, es-perando que brevemente outros países se integrem ao grupo, como aconteceu recentemente com a Venezuela, para que ele se torne mais forte.

– Se já houvesse um Mercosul constituído por praticamente to-dos os países latino-americanos tenho a impressão de que os resultados da Rodada de Doha po-deriam ter sido diferentes, já que nossas postulações não seriam apresentadas de forma isolada, mas sim através de um grupo consistente e unido – observou.

O senador destacou ainda a importância da criação do Parla-mento do Mercosul, que em sua opinião deve surgir com o perfil

enxuto, austero, politizando as questões que dizem respeito aos nossos povos no sentido de envolver as populações nas dis-cussões do Mercosul, através de seus organismos.

– Os trabalhadores precisam ter participação no Mercosul, assim como sindicatos, empresários e outros setores – frisou.

A instalação do Parlamento deverá ocorrer até o final do ano, com o senador Sergio Zambiasi (PTB-RS) na presidência da Co-missão Parlamentar Conjunta do Congresso, observou Mesquita.

Sérgio Zambiasi relata reunião do Mercosul

Zambiasi assumiu a missão de instalar o Parlamento do Mercosul

Saturnino rebate críticas a integração

Mesquita Júnior defende consolidação do bloco

Segundo Mesquita Júnior, toda a América Latina precisa se unir em torno do Mercosul

O Brasil tem condições de se colocar como mediador nos conflitos do Oriente Médio, afirmou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em proposta também sugerida pelo líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).

– Nós vemos no Brasil ju-deus e árabes interagindo, con-vivendo, trabalhando juntos, cooperando em várias áreas, inclusive nas universidades. Nós, brasileiros, temos condi-ções de propor soluções como mediadores para os conflitos do Oriente Médio – disse Suplicy.

Em aparte, Arthur Virgílio observou que as duas culturas vivem uma “querela milenar” no Oriente Médio e que seria preciso voltar àqueles tempos

em que o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, colocou as lideranças de ju-deus e árabes frente à frente para negociarem a paz na região.

– Eu vejo as razões de cada um. Além do lixo do terroris-mo como o grupo Al Quaeda, o Hezbollah atacou Israel depois de esse país demonstrar boa vontade, e agora a resposta está sendo exagerada. Então, esse é papel para a política externa brasileira, se colocar como um país mediador. Sinto a paz mundial ameaçada, tan-to pela questão do Oriente Mé-dio como pela Coréia. A Síria também me preocupa muito. Urge que países comprome-tidos com a paz façam essa mediação – expôs Virgílio.

O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) pediu providências ime-diatas para “acudir os brasileiros que estão fora do país, entregues à própria sorte”. Para o parla-mentar, as autoridades têm sido lenientes no trato de dois grupos específicos que se enquadram nessa situação – os cidadãos brasileiros que estão no Líbano, sob fogo cerrado de Israel, e os que saíram do país pela Varig e, após o cancelamento das linhas internacionais da companhia, não estão conseguindo voltar.

A atual crise no Oriente Médio teve início no dia 12 de julho, quando a milícia islâmica liba-

nesa Hezbollah seqüestrou dois soldados israelenses e matou outros oito, o que desencadeou uma série de ataques entre os dois países. De acordo com o senador Heráclito, cerca de 1.600 brasilei-ros precisam sair do Líbano.

– Há 15 dias, o governo leva esse assunto com a barriga, len-to, alheio ao fato de que aquelas pessoas estão em situação de desespero total – criticou o parla-mentar. Quanto aos passageiros da Varig, Heráclito condenou sobretudo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que, para ele, tem se mostrado “omissa, displicente e conivente”.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lamentou a interrupção das reuniões da chamada Rodada de Doha (capital do Catar), anun-ciada pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Os países “mais importantes do mundo”, segundo o senador, não conse-guiram entendimento para uma reforma no comércio agrícola mundial. Alvaro Dias lembrou que alguns países responsabilizam os Estados Unidos pelo impasse nas negociações, em virtude de os norte-americanos não aceitarem a diminuição de US$ 20 bilhões nos subsídios governamentais para seus produtores agrícolas.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou que apesar dos problemas – que levaram “os mais pessimistas” a falar em fracasso – as negociações da chamada Ro-dada de Doha vão continuar. Ele ressaltou que uma representante do governo dos Estados Unidos terá um encontro com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em breve, para tratar de comércio agrícola.

O senador João Batista Motta (PSDB-ES) enalteceu a capacidade de crescimento de Taiwan e sugeriu que o Brasil incremente relações comerciais com aquele país. Na sua avaliação, se manti-vesse relações diplomáticas com a província – reivindica-da pela República Popular da China –, o Brasil teria maior oportunidade de intensificar o intercâmbio econômico, uma vez que os dois países não são concorrentes no mercado internacional.

João Batista Motta ressal-tou que Taiwan fabrica uma infinidade de produtos sem produzir matéria-prima, que é toda importada. São pro-dutos, conforme frisou, que vão de bugigangas a peças de alta tecnologia, estas últimas fabricadas em parques indus-triais que absorvem os alunos e docentes das universidades e cérebros locais, visando dar maior diversidade à sua exportação.

Suplicy pede que Brasil seja mediador em conflito

Heráclito cobra mais providências do governo

Alvaro Dias lamenta fracasso nas negociações da OMC

Motta elogia modelo econômico de Taiwan

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O decreto pre-sidencial que es-colheu o sistema japonês como base para a TV digital brasilei-

ra e estabelece um período de transição para a implantação do sistema vai ser substituído, em um futuro próximo, por uma lei própria. Ou seja, o debate terá que passar pelo Congresso Nacio-nal, até porque a legislação que regula o setor de radiodifusão continua sendo constituída pelas partes não revogadas do Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei n° 4.117/62), defasado para o atual cenário tecnológico.

Por conta dessa realidade, apontada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, em entrevista à TV Senado, bem como por consultores do Senado e da Câmara, a nova legislação deverá levar em conta a fusão de tecnologias, graças às potenciali-dades da digitalização.

– Tudo vai ser disciplinado pela Lei Geral de Comunicações, que está sendo preparada há quatro ou cinco anos. Ela vai tentar fazer a convergência das mídias no Brasil, juntando radiodifusão e telecomunicação em uma lei de comunicação de massa. Pode até ser uma proposta do Executivo, mas é o Congresso que vai ter que discutir. O decreto estabelece as bases da transição, não é uma coisa defi nitiva. Quem vai fazer o defi nitivo é o Congresso – afi r-mou o ministro em entrevista recente à TV Senado.

Dessa forma, as regras para as diferentes áreas de telecomuni-cações e radiodifusão terão que ser harmonizadas, já que atual-mente há, por exemplo, regras

diferentes para a participação de capital estrangeiro nas diversas leis sobre o assunto (veja qua-dro). Da mesma maneira, terá que ser defi nido quais empresas (telefonia, TV a cabo, TV por sa-télite, radiodifusão etc.) poderão oferecer serviços multimídia ou mesmo veicular conteúdos.

No que diz respeito à TV digital, a legislação terá que trazer defi nições sobre níveis de qualidade, ocupação do espectro eletromagnético pelas emissoras e serviços adicionais a serem

autorizados. Esse marco regu-latório, em resumo, diz estudo da Consultoria da Câmara, trará parâmetros para os investimen-tos que serão feitos por emissoras – e até pelos consumidores – para difusão do novo sistema digital.

A universalização e qualidade de serviços e limites tarifários, comuns na concessão pública no setor de telecomunicações, são outras características que podem fazer parte da regulamentação da radiodifusão, em geral, e da TV digital, especifi camente.

especialBrasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006

TV DIGITAL

TV digital precisará de nova legislação

A oferta de novos serviços, típicos das telecomunicações, pela futura TV digital abre um cenário não previsto pela Constituição

Estudo realizado em 2004 pelo Centro de Pesquisa e Desenvol-vimento em Telecomunicações (CPqD) prevê cenários em que fi ca clara a necessidade crescente de um novo marco regulatório completo para o setor, por conta da evolução e da implantação das novas tecnologias.

Em um primeiro momen-to, chamado de “incremental”, os pesquisadores do CPqD consideram que não há ruptu-ra na atual cadeia do setor, apenas a introdução de uma nova tecnologia, a TV digital. Nesse momento, apenas a alta defi nição e alguma interatividade seriam introduzi-das ao sistema, que continuaria com um canal por faixa de fre-qüência (monoprogramação). Não haveria, portanto, impacto regulatório signifi cativo.

O decreto que escolheu o pa-drão japonês como base para a TV digital no Brasil, apesar de críticas em contrário, pode ser compatível com essa fase. No

decreto, o governo defi niu como será a alocação de freqüências adicionais para as emissoras tradi-cionais explorarem o sinal digital e decidiu prazos e condições para implantação da TV digital.

Mais tarde, em um cenário chamado de “diferenciação”, o estudo prevê ruptura na cadeia de radiodifusão atual, possibi-

litando a multipro-gramação, mas nas mãos da emissora detentora da con-cessão para explo-ração da respectiva faixa do espectro eletromagnético. A emissora teria, en-

tão, fl exibilidade para decidir se utilizaria o potencial de sua faixa para transmitir em alta defi nição (HDTV) ou se dividiria a faixa para outras transmissões na defi -nição atual. Mais interatividade, por meio de um canal de retorno, estaria contemplada nessa fase. A regulamentação acompanharia essas novas características.

Um terceiro momento, de “convergência”, traria uma que-bra mais signifi cativa na forma

como é conhecida a indústria de TV. Mais serviços seriam agre-gados, com oportunidades para outros provedores, envolvendo maior exploração do potencial de interatividade, mobilidade e multiprogramação.

– Nesse caso, os usuários po-derão dispor de serviços que não são oferecidos pela TV analógica, enquanto que os demais agentes serão estimulados a prover essas demandas e a exercitar novas fontes de receita – afi rma estudo de consultores da Câmara.

Segundo o estudo, essa fase deve apresentar maior necessi-dade de regulamentação. Afi nal, dizem os consultores, “será necessário desvincular a con-signação de uma freqüência da concessão para exploração do serviço de radiodifusão de sons e imagens e vincular as outor-gas à capacidade de transporte de sinais digitais”. Isso porque eles prevêem que será preciso estabelecer normas sobre o rela-cionamento entre as operadoras de telecomunicações com as concessionárias de radiodifusão e com os usuários.

Lei vai acompanhar convergência tecnológica

Especialistas dizem que, com interatividade e multiprogramação, novos agentes podem suprir demandas

Na ausência da discussão sobre uma Lei Geral de Comuni-cação de Massa, parlamentares já apresentam projetos de lei para tentar melhorar a regula-ção do setor face à convergência tecnológica. Um dos pontos a ser avaliado é a participação do capital estrangeiro em em-presas de telefonia, TV a cabo e radiodifusão, que hoje têm leis discrepantes (veja quadro).

Esse é o espírito, por exemplo, de um projeto (PL 4.209/04), do deputado Luiz Piauhylino (PTB-PE), e de uma proposta de emenda à Constituição (PEC 55/04), do senador licenciado Magui-to Vilela (PMDB-GO), que limitam a participação do capital estrangeiro a 30% em empre-sas de provimento de acesso à inter-net, produção, programação ou provimento de conteúdo de comunicação social eletrônica, para seguir a mesma restrição já prevista para os serviços de radiodifusão.

Ambos parlamentares iniciam a justifi cação de suas propostas de maneira análoga. “A PEC destina-se a adaptar a Lei Maior às novas realidades tecnológi-cas”, afi rma Maguito. “O projeto tem por objetivo adaptar a legis-lação aos avanços da chamada tecnologia da informação”, diz Piauhylino.

As propostas alteram o cená-rio atual, já que, por exemplo, empresas de telefonia (para as quais não há limite para parti-

cipação de capital estrangeiro) controlam alguns dos principais portais na internet: a Brasil Telecom detém o portal iG e a espanhola Telefônica é dona do portal Terra.

Da mesma forma, pela le-gislação atual, as empresas de TV a cabo são consideradas de telecomunicação, mas nada as impede de produzir conteúdo, mesmo com limite de 49% ao capital estrangeiro.

– Não há restrição à instalação de empresa estrangeira de pro-dução de conteúdo – confi rma parecer do Conselho de Comuni-

cação Social à PEC de Maguito.

Enquanto a pro-posta de Piauhyli-no determina que empresas de pro-vimento de acesso à internet tenham pelo menos 70%

de seu capital em mãos de bra-sileiros (natos ou naturalizados), a PEC de Maguito dá dois anos para que as empresas se adap-tem às novas regras.

– A Constituição refere-se ape-nas à radiodifusão, que, à época, era o único meio relevante de transmissão de conteúdo de comunicação social eletrônica. Devem ser aplicados às novas plataformas tecnológicas os mesmos princípios e regras que valem para a radiodifusão? A resposta, entendemos, deve ser positiva. Restringir o desenvol-vimento de tais atividades às empresas nacionais é um impe-rativo para a defesa da soberania nacional – argumenta Maguito.

Projetos buscam alterar limites a capital estrangeiro

Não há restrição para empresa estrangeira produzir conteúdo hoje

A radiodifusão tradicional evoluirá para o transporte de sinais digitais

Área Legislação

Telefonia(fi xa ou móvel) 100%

Lei Geral de Telecomunicações (Lei 9.472/97, regulamentada pelo Decreto 2.617/98)

Radiodifusão 30%Constituição de 1988 (alterada pela Emenda Constitucional 36/02)

TV a cabo 49% Lei da TV a Cabo (Lei 8.977/95)

MMDS (Multichannel Multipoint Distribution Service, como a TVA ou Mais TV)

100% Lei Geral de Telecomunicações

DTH (Direct to Home, como Sky ou DirecTV) 100% Lei Geral de

Telecomunicações

Participação máxima de capital estrangeiro por área de atuação

ELID

A CO

STA/

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Há 57 milhões de televisores no Brasil. Esse total está espalhado por 87,7% das 40,6 milhões de residências brasileiras. Apesar de muitas casas (quase 5 milhões) não terem sequer um aparelho, os lares com TV têm, em média, 1,6 televisor.

Do total de aparelhos, apenas 3,6 milhões de televisões recebem a programação de algum tipo de TV por assina-tura (cabo, MMDS ou satélite). Ou seja, menos de 10% da população tem acesso a esse tipo de serviço. Mais da metade dos lares (57,12%) não recebe qualidade de ima-gem adequada mesmo no sistema analógico.

Fonte: Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Telecomunicações (SET)

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opinião 9

Voz do Leitor

Sugestões, comentários e críticas podem ser enviados por carta (Praça dos Três Poderes, edifício Anexo I, Senado Federal, 20º andar,

CEP 70165-920, Brasília-DF), e-mail ([email protected]) ou telefone (0800 61-2211).

Frases

Brasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006

Foto da Semana

Pergunte ao Senador

DEMOCRACIA

“O Brasil é um estado de-mocrático de direito, mas o povo brasileiro não vive essa democracia na íntegra. De-mocracia não é só votar em candidatos que não têm com-promisso com o povo, esse assunto tem que ser debatido em todos os Poderes. Depu-tados, senadores, vereadores, prefeitos, governadores e presidente têm compromisso com seus partidos – o que deveria ser com o povo. De-mocracia é isso.”José Valeriano, de Belo Horizonte (MG)

ÍNDIOS

“Os índios em nosso país possuem mais direitos que de-veres. As autoridades brasilei-ras não podem sequer entrar em um território demarcado como reserva indígena. Isso é um absurdo, pois é lá que nossos recursos naturais estão totalmente entregues para serem explorados desordena-damente, sem a mínima pre-ocupação ambiental. Vejam a área dos cinta-largas como vem sendo explorada. Isso precisa mudar. Ter apenas um fiscal para cobrir uma região de mais de 750 mil hectares é brincar de fiscalizar.”Franklin Amorim, de Fortaleza (CE)

SEGURO PARA VIAGEM

“Sugiro a criação de um projeto de lei que vise à cria-ção de um seguro obrigatório para o cidadão brasileiro, pago pelo Estado, em viagens pelo exterior, cobrindo casos de acidentes.”Daniel Henrique Miguel, de Poços de Caldas (MG)

DROGAS

“Os políticos estão brincan-do de fazer leis. Como não

prender uma pessoa que é pega com drogas, não impor-ta se em pequena ou grande quantidade? Os políticos são mesmo irresponsáveis, já venderam o país e agora querem entregar o resto para o crime organizado. Veja o caso de São Paulo, prova da falta de governo enfrentada por aquele estado.”Emmanuel Almeida, de Juiz de Fora (MG)

NATALIDADE

“Opino pela criação de uma lei (federal, constitucional ou emenda) que proíba definiti-vamente a procriação de mais de dois filhos por mulheres consideradas e reconhecidas como carentes, visando ao não crescimento de famílias pobres. Enfim, a medida te-ria como objetivo reduzir a desigualdade social sem ferir o direito de poder constituir famílias.”Jânio Rodrigues dos Santos, de Unaí (MG)

CIGARRO

“Sugiro proibir o consumo do fumo dentro das univer-sidades. Na minha opinião, isso acabaria com diversos problemas ligados ao tráfico de drogas.”Américo Zaude, de São Paulo (SP)

DESILUSÃO

“Infelizmente tenho ver-gonha de ser brasileiro. O Brasil está sendo vendido para outras nações e quem manda no nosso país são os estrangeiros. Deixo aqui também minha insatisfação com a política das privati-zações, com os deputados e senadores que recebem o mensalão e o povo que recebe o desemprego.”José Cristo Lins, de Cachoeira dos Índios (PB)

LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

Sérgio Augusto Dibner Maravalhas, de Curitiba (PR)

“Senador Flávio Arns, solicito atenção de vossa exce-lência no que se refere ao excessivo rigor na aplica-ção da legislação de trânsito na cidade de Curitiba, em contraposição à cidade de Agudo do Sul (PR), onde não há nenhum tipo de fiscalização de trânsito: muitos motoristas dirigem sem carteira e conduzem veículos sem placa. Qual a sua opinião sobre esse as-sunto?”

O senador Flávio Arns (PT-PR) responde:

Quero dizer a você, Sérgio, que a legislação sempre deve ser cumprida. No caso de Curitiba, apesar do rigor aparente que você registra, ainda há necessidade de aprimoramentos, em função do trânsito de veículos e da segurança dos pedestres. Por exemplo, enquanto uma cidade como Brasília já incorporou o respeito às faixas de pedestre, em Curitiba e em outros municípios isso ainda não ocorre. Mesmo no que se refere à fiscalização da carteira de motorista, ou de motociclistas, e também das vestimentas adequadas, no caso dos condutores de motos, ainda existem problemas. Há uma série de aspectos no trânsito em Curitiba que, apesar dos avanços já conquistados, precisam ser observados com mais rigor. Em Agudos do Sul, ou em quaisquer outros municípios, se houver dificuldades e desrespeito à lei, os cidadãos devem fazer denúncias ao Ministério Público e também às assembléias legislativas, câmaras de vereadores e autoridades municipais. O grande esforço que todos nós temos que fazer no Brasil é para que a legislação seja cumprida. Cumpra-se a lei, deve ser a advertência, ou então revogue-se a lei.

JUSTIÇA

Idelbrando Marques de Souza, de Umbaúba (SE)

“Senador Almeida Lima, por que motivo a Justiça não obriga a pessoa que perdeu em juízo uma causa a pagá-la em tempo hábil a quem é de direito?”

Almeida Lima (PMDB-SE) responde:

É preciso dizer, meu caro conterrâneo sergipano Idelbrando, que essa obrigatoriedade é legal e a Justiça trabalha nesse sentido. O que nós precisamos entender e compreender é a morosidade da Justiça brasileira. Aquele que é condenado em juízo a pagar uma quantia certa é automaticamente executado a quitá-la em 24 horas, sob pena de ter os seus bens penhorados. Ocorre que a Justiça trabalha com uma enormidade de processos e ela não é hábil suficiente para que esse direito reconhecido seja de fato garantido, e se dê a ele a efetividade necessária. Essa é a questão.

Presidente da CPI dos Sanguessugas, Antonio

Carlos Biscaia (terceiro à direita) divulgou na

terça-feira os nomes de mais 33 parlamentares

denunciados pelo dono da Planam como

envolvidos no esquema das ambulâncias. O relator, Amir Lando

(E), e os integrantes da comissão Fernando

Gabeira e Heloísa Helena participaram do

anúncio dos nomes à imprensa.

“Esse é um esquema de ramificações com tamanha gravidade que nos deixa, além de indignados, estupefatos”

Antonio Carlos Biscaia, deputado e presidente da CPI dos Sanguessugas, ao denunciar a atuação direta de parlamentares com prefeitos.

“Entendo que o mandato pertencerá ao partido e não ao parlamentar. Assim não poderá usá-lo como moeda de troca para receber benesses oficiais”

Alvaro Dias, pedindo urgência para a reforma política.

“A corrupção está entranhada na máquina pública e permeia a estrutura da sociedade”

Ideli Salvatti, que apontou o fortalecimento das instituições como a principal forma de se combater a corrupção no Brasil.

“Não sei tudo o que pesou para que Itamar tomasse a decisão de apoiar Alckmin, mas ele não caberia em palanque de mensaleiros e de sanguessugas, dividindo espaço com pessoas envolvidas recentemente em escândalos que envergonharam o país”

Heráclito Fortes, ao registrar o apoio do ex-presidente Itamar Franco ao candidato do PSDB.

“A única medida que asseguraria a igualdade entre os concorrentes seria vedar a reeleição”

Tasso Jereissati, justificando sua proposta que acaba com a reeleição presidencial, de governadores e de prefeitos a partir de 2010.

“A crise política não derivou para uma crise institucional. Mas é sempre um risco. Não podemos cometer o equívoco de pagar o preço, de colaborar para que isso venha a acontecer”

Renan Calheiros, ao apontar a necessidade de o governo assumir a defesa de uma agenda suprapartidária no Congresso.

“Não posso deixar minha família. O PT tem procedimentos que nenhum outro partido tem. Quero permanecer no partido e ajudá-lo a reparar os erros”

Eduardo Suplicy, ao recusar convite para ingressar no PSOL.

LIN

DO

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10programaçãoBrasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006

A programação da Rádio e da TV Senado está sujeita a alterações em função do trabalho dos senadores no Plenário e nas comissões

Rádio Senado

TV Senado

SEGUNDA-FEIRA

1h – Cidadania 12h – Especiais2h30 – Fala Cidadão3h – Idéias3h30 – Entrevista 14h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Idéias5h30 – Fala Cidadão6h – Cidadania 27h – Especiais7h30 – Entrevista 28h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais/Comissões9h30 – Fala Cidadão10h – Especiais/Comissões12h – Idéias12h30 – Entrevista 313h – Cidadania 313h45 – Jornal do Senado 14h – Plenário (ao vivo)18h30 – Jornal do Senado 19h – Conversa de Músico19h30 – Cidadania 420h30 – Entrevista 421h – Jornal do Senado21h30 – Plenário

(reapresentação)

TERÇA-FEIRA

1h – Cidadania 42h – Especiais2h30 – Jornal do Senado3h – Cores do Brasil3h30 – Entrevista 44h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Cores do Brasil5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania 17h – Especiais7h30 – Entrevista 18h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais/Comissões9h30 – Fala Cidadão10h – Comissões (ao vivo)13h – Cidadania 213h45 – Jornal do Senado 14h – Plenário (ao vivo)18h30 – Jornal do Senado 19h – Cores do Brasil/

Comissões19h30 – Cidadania 3/Comissões20h30 – Entrevista 321h – Jornal do Senado21h30 - Plenário

(reapresentação)

QUARTA-FEIRA

1h – Cidadania 32h – Especiais2h30 – Jornal do Senado3h – Cores do Brasil3h30 – Entrevista 3

4h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Cores do Brasil5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania 47h – Especiais7h30 – Entrevista 48h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais/Comissões9h30 – Fala Cidadão10h – Comissões (ao vivo)13h – Cidadania 113h45 – Jornal do Senado 14h – Plenário (ao vivo)18h30 – Jornal do Senado 19h – Cores do Brasil/

Comissões19h30 – Cidadania 2/Comissões20h30 – Entrevista 221h – Jornal do Senado21h30 – Plenário

(reapresentação)

QUINTA-FEIRA

1h – Cidadania 22h – Especiais2h30 – Jornal do Senado3h – Cores do Brasil3h30 – Entrevista 24h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Cores do Brasil5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania 37h – Especiais7h30 – Entrevista 38h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais/Comissões9h30 – Fala Cidadão10h – Plenário (ao vivo)13h – Cidadania 413h45 – Jornal do Senado 14h – Plenário (ao vivo)18h30 – Jornal do Senado 19h – Cores do Brasil/

Comissões19h30 – Cidadania 1/Comissões20h30 – Entrevista 121h – Jornal do Senado 21h30 – Plenário

(reapresentação)

SEXTA-FEIRA

1h – Cidadania 12h – Especiais2h30 – Jornal do Senado3h – Cores do Brasil3h30 – Entrevista 14h – Jornal do Senado4h30 – Especiais5h – Cores do Brasil5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania 27h – Especiais7h30 – Entrevista 2

8h – Especiais8h30 – Jornal do Senado9h – Plenário (ao vivo)13h – Cidadania 314h15 – Jornal do Senado 14h30 – Plenário/Comissões

(reapresentação)19h30 – Cidadania 420h30 – Entrevista 421h – Jornal do Senado21h30 – Conversa de Músico22h – Debate Brasil/

Espaço Cultural23h30 – Idéias24h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?

SÁBADO

1h – Cidadania2h – Idéias2h30 – Jornal do Senado3h – Especiais3h30 – Entrevista4h – Fala Cidadão4h30 – De Coração5h – Especiais5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania7h – Idéias7h30 – Entrevista8h – De Coração8h30 – Jornal do Senado9h – Especiais9h30 – Leituras10h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?11h – Idéias11h30 – Especiais12h – Jornal do Senado 12h30 – Entrevista13h – Fala Cidadão13h30 – Cidadania14h30 – Conversa de Músico15h – Espaço Cultural16h – Debate Brasil/Especiais17h – Entrevista17h30 – Idéias18h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?19h – Cidadania20h – Leituras20h30 – Fala Cidadão21h – Jornal do Senado21h30 – Espaço Cultural23h – Idéias23h30 – De Coração24h – Espaço Cultural/

Entrevista

DOMINGO

1h – Cidadania2h – Fala Cidadão2h30 – Jornal do Senado3h – Especiais3h30 – Entrevista4h – Idéias4h30 – De Coração

5h – Especiais5h30 – Jornal do Senado6h – Cidadania7h – Fala Cidadão7h30 – Entrevista8h – Jornal do Senado8h30 – De Coração9h – Especiais9h30 – Idéias10h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?11h – Fala Cidadão11h30 – Especiais12h – Jornal do Senado12h30 – Entrevista13h – Idéias13h30 – Cidadania14h30 – Espaço Cultural16h – Debate Brasil/Especiais17h – Fala Cidadão17h30 – Entrevista18h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?19h – Cidadania20h – Conversa de Músico20h30 – Leituras21h – Idéias21h30 – Espaço Cultural23h – Fala Cidadão23h30 – De Coração24h – Quem Tem Medo da

Música Clássica?

TV A CABO

NET, Canbras TVA, Canbras e Video Cabo

TV POR ASSINATURA

Sky, Directv e Tecsat

ANTENA PARABÓLICA

Sistema analógico:

Satélite - B1

Transponder - 11 A2 Polariza-ção: Horizontal

Freqüência - 4.130 MHz

Sistema digital:

Satélite - B1

Transponder - 1 BE (Banda Estendida), Polarização: Ver-tical

Freqüência - 3.644,4 MHz

Freqüência (Banda - L) - 1.505,75 MHz

Antena - 3,6 m

PID - Vídeo: 1110 / Áudio: 1211 / PCR: 1110

Receptor de Vídeo/Áudio Digi-tal NTSC MPEG-2 DVB

Symbol Rate - 3,2143Ms/s

FEC - ¾

UHF

Canal 51, no Distrito Federal

Como sintonizar

FM

Freqüência de 91,7MHz, em Brasília e regiões vizinhas

ONDAS CURTAS

Freqüência de 5990 KHz, na faixa de 49 metros, nas regiões Norte e Nordeste

INTERNET

No endereço www.senado.gov.br/radio, por meio do Real Player ou Windows Media Player

ANTENA PARABÓLICA

Aponte a antena para o sa-télite Brasilsat B1 e ajuste o receptor na freqüência 4.130 MHz; polarização: horizontal; e transponder – 11 A2

Como sintonizar

TODOS OS DIAS

6h - Matinas7h55 - Cidadania Dia-a-dia21h50 - Cidadania Dia-a-dia

(reprise)

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA

7h - Crônicas Musicais7h10 - Música e Informação8h - Senado Notícias8h30 - Plenário em Destaque19h - Voz do Brasil19h30 - Jornal do Senado20h - Música e Informação21h - Crônicas Musicais (reprise)21h10 - Música e Informação22h - Senado Notícias24h - Música e Informação

DE SEGUNDA A QUINTA-FEIRA

14h - Plenário (ao vivo)

DE TERÇA A SEXTA-FEIRA

9h - Senado Repórter10h - Comissões (ao vivo)13h40 - Senado Notícias

SÁBADO E DOMINGO

7h - Música e Informação9h30 - Música e Informação21h - 180 Anos do Senado22h - Música e Informação

SEGUNDA-FEIRA

9h - Senado Resumo10h - Senado Notícias (reprise)11h - Senado Resumo (reprise)12h - Conexão Senado13h40 - Senado Notícias23h - Brasil Regional (reprise)

TERÇA-FEIRA

23h - Jazz & Tal (reprise)

QUARTA-FEIRA

23h - Música do Brasil (reprise)

QUINTA-FEIRA

23h - Escala Brasileira (reprise)

SEXTA-FEIRA

9h - Plenário (ao vivo)12h - Música e Informação13h40 - Senado Notícias14h - Música e Informação18h - Senado Resumo20h - Reportagem Especial23h - Improviso Jazz (reprise)

SÁBADO

8h - Encontros com a Música Brasileira

9h - Prosa e Verso10h - Especial (reprise)11h - Música Erudita12h - Senado Resumo (reprise)13h40 - Música e Informação15h - Autores e Livros16h - Música do Brasil17h - Música e Informação18h - Improviso Jazz19h - Senado Resumo (reprise)20h - Escala Brasileira

DOMINGO

8h - Brasil Regional9h - Autores e Livros (reprise)11h - Música do Brasil15h - Música Erudita (reprise)16h - Prosa e Verso17h - Reportagem Especial

(reprise)18h - Encontros com a Música

Brasileira (reprise)20h - Jazz & Tal

O Conexão Senado desta segunda-feira, às 12h, na Rádio Senado, levará

ao ar debate sobre a Lei de Dire-trizes Orçamentárias (LDO), um dos principais temas do período de esforço concentrado, que inclui uma agenda de votações durante o período eleitoral. A LDO traz as regras para elaborar o Orçamento de 2007. Os parla-mentares já aprovaram algumas mudanças que podem dar mais transparência ao repasse de recursos orçamentários. Além disso, a LDO deve tornar obriga-tória a compensação financeira a estados exportadores que deixam de arrecadar impostos com a exportação.

Luiz Carlos da Vila no Escala BrasileiraJá no Escala Brasileira, que

vai ao ar às 23h de quinta-feira, dia 3 de agosto, o destaque será

o sambista carioca Luiz Carlos da Vila. Nascido no bairro de Ramos, morou na Vila da Penha, de onde tirou o sobrenome artís-tico, além de ser freqüentador de Vila Isabel. Estudou acordeão e violão, e na década de 70 ia aos ensaios do bloco Cacique de Ra-

mos, onde tocava e apresentava seus sambas.

Luiz Carlos da Vila é um dos compositores do samba-enredo Kizomba – A festa da raça, que deu à escola de samba Unidos de Vila Isabel, em 1988, seu pri-meiro campeonato no carnaval.

Considerado um dos sambistas mais so-fisticados em ativi-dade, teve um CD produzido por Mar-tinho da Vila e lan-çou em 1997 Uma festa no samba . Suas músicas mais conhecidas são O sonho não acabou, em homenagem a Candeia, Nas veias do Brasil, Herança e Além da razão. Sua admiração por Candeia rendeu em 1998 o disco A Luz

do Vencedor, dedicado exclusi-vamente à obra do compositor. O programa mostrará várias composições, entre elas Kizomba – A festa da raça, Por um dia de graça, O show tem que continuar, Rara, Nas veias do Brasil e Dizer não pro adeus.

Conexão Senado debate LDO

Destaque no Escala Brasileira, o sambista Luiz Carlos da Vila teve um CD produzido por Martinho da Vila (D). O programa vai ao ar nesta quinta-feira

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Desde o início da questionável campa-nha promovida pelo jornal O Globo até o fim da demolição do Palácio Monroe, antiga sede do Senado Federal, foram realizados debates exaustivos a favor e contra a preservação do edifício.

O prédio foi inaugurado em 1906, ocasião em que o Barão do Rio Branco o batizou em homenagem ao presidente nor-te-americano James Monroe, que defendia a não-intervenção na América. Tornou-se a segunda sede do Senado em 1925. Com a transferência da capital federal para Brasília, vê-se alvo de críticas, em favor de uma “modernização” do centro do Rio de Janeiro.

A pesada campanha pela demolição do palácio, iniciada em julho de 1974, sugeria a construção de uma ampla praça, sob a

qual se construiria a Estação Cinelândia do Metrô.

“Um verdadeiro atentado – já não digo contra a cidade do Rio de Janeiro, mas con-tra o patrimônio histórico do país”, denun-ciava da tribuna o então senador Danton Jobim (MDB-RJ), em agosto de 1975. Era uma das últimas tentativas pela preserva-ção do palácio. Em outubro, o presidente Ernesto Geisel autorizava o Patrimônio da União a providenciar a demolição.

Em 2006, o Palácio Monroe completaria cem anos de construção. Dele sobraram vitrais, soalhos em madeira de lei e está-tuas que foram vendidos a particulares pela empresa responsável pela demolição. Atualmente, alguns móveis e objetos do palácio integram o acervo histórico do Senado.

Brasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006

Polêmica marca a demolição da antiga sede do Senado

especial

Aconteceu no Senado

MESA DO SENADO FEDERALPresidente: Renan Calheiros 1º Vice-Presidente: Tião Viana2º Vice-Presidente: Antero Paes de Barros1º Secretário: Efraim Morais2º Secretário: João Alberto Souza3º Secretário: Paulo Octávio4º Secretário: Eduardo Siqueira CamposSuplentes de Secretário: Serys Slhessarenko, Papaléo Paes, Alvaro Dias e Aelton Freitas

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro Silva

Diretor da Secretaria Especial de Comunicação Social: Armando S. RollembergDiretor de Jornalismo da Secretaria Especial de Comunicação Social: Helival Rios

Diretor do Jornal do Senado: Eduardo Leão (61) 3311-3333

Editor-chefe: Valter Gonçalves JúniorEdição: Djalba Lima, Edson de Almeida, Flávio Faria, Iara Altafin, Janaína Araújo, José do Carmo Andrade, Juliana Steck e Suely Bastos.Reportagem: Alexandre Guimarães, Cíntia Sasse, João Carlos Teixeira, Mikhail Lopes, Paula Pimenta, Sylvio Guedes e Thâmara Brasil.

Diagramação: Ana Rita Grilo, Iracema F. da Silva, Henrique Eduardo, Osmar Miranda e Sergio Luiz Gomes da Silva Revisão: Eny Junia Carvalho, Lindolfo do Amaral Almeida, Miquéas D. de Morais e Rita AvellinoTratamento de Imagem: Edmilson Figueiredo e Humberto Sousa LimaArte: Bruno Bazílio e Cirilo QuartimArquivo Fotográfico: Elida Costa (61) 3311-3332Circulação e Atendimento ao leitor: Shirley Velloso Alves (61) 3311-3333

Agência Senado Diretora: Valéria Ribeiro (61) 3311-3327 Chefia de reportagem: Denise Costa,

Davi Emerich e Moisés de Oliveira (61) 3311-1670Edição: Rafael Faria e Rita Nardelli(61) 3311-1151

www.senado.gov.br E-mail: [email protected] Tel.: 0800 61-2211 – Fax: (61) 3311-3137Endereço: Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo I do Senado Federal, 20º andar - Brasília/DF – CEP 70165-920

O noticiário do Jornal do Senado é elaborado em conjunto com a equipe de jornalistas da Agência Senado e poderá ser reproduzido mediante citação da fonte.

Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações

Palácio Monroe, inaugurado em 1906 no centro do Rio, foi demolido em 1976

INSTITUCIONAL

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RESENHA

As resenhas e as imagens de obras raras, veiculadas quinzenalmente neste espaço, foram produzidas pela Biblioteca do Senado. Mais informações podem ser obtidas no site www.senado.gov.br/sf/biblioteca, pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (61) 3311-3943.

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BARLÉU, Gaspar. História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no

Brasil e noutras partes sob o governo do ilustríssimo João Mauricio, conde de Nassau

etc., ora governador de Wesel, tenente-general de cavalaria das Províncias-unidas sob

o príncipe de Orange Gaspar Barléu. Tradução e anotações de Cláudio Brandão. Rio de

Janeiro: Ministério da Educação, 1940. 424 p., il., mapas.

A história comovente de luta da estilista Zuzu Angel para encontrar seu

filho, morto durante a ditadura militar no Brasil, será apresenta-da nesta quarta-feira, às 19h30, no Auditório Petrônio Portella do Senado em uma avant-première do filme que leva seu nome.

Dirigido por Sérgio Rezende e produzido por Joaquim Vaz de Carvalho, o filme terá no papel dos protagonistas Patrícia Pillar, como Zuzu, e Daniel Oliveira, que interpreta seu filho Stuart Angel, militante estudantil preso em maio de 1971.

Preso político, Alex Polari de Alverga descreveu a Zuzu, ainda na prisão, as torturas sofridas por seu filho momentos antes da morte. Ele teria presenciado Stu-art ser arrastado por um jipe no pátio da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, com o rosto próximo ao cano de descarga do veículo.

Momentos mais tarde, ele teria ouvido Stuart gritar, em uma cela

ao lado, que iria morrer, que pre-cisava de água. Logo depois, seu corpo foi retirado da cela.

Zuzu denunciou no Brasil e no exterior as torturas sofridas pelo filho, sua morte e ocultação do cadáver. A estilista morreu em abril de 1976, em um acidente no Rio de Janeiro, somente conside-rado um assassinato em 1990.

Ela mesma previu sua morte: “Se eu aparecer morta, por aci-

dente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho”.

O filme será transmitido no mesmo dia em que a Subco-missão Permanente de Cinema, Teatro, Música e Comunicação Social promove audiência sobre o Projeto 7.193/06, de autoria do Executivo, que altera a destina-ção de receitas para a indústria cinematográfica nacional.

Filme sobre Zuzu Angelserá exibido na quarta

Patrícia Pillar encarna a luta da estilista em busca de seu filho, militante estudantil preso, torturado e morto pela ditadura militar

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou relató-rio de estudo feito pela União Internacional de Telecomu-nicações informando que o Brasil está entre os sete países que mais evoluíram no mundo em termos de acesso às novas

tecnologias desde 2001. No âmbito do Legislativo, o Senado tem contribuído para melhorar esses números por meio do In-terlegis, que já promoveu, nos últimos cinco anos, a inclusão de cerca de 90% das mais de 5.500 câmaras legislativas.

Criado em 1997 em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Interlegis possibilita o uso gra-tuito de softwares de plataforma livre de apoio ao processo legis-lativo, cursos a distância, entre outros produtos e serviços.

Gaspar Barléu, escritor, poeta e historiador belga, começou a vida como pregador calvinista. Devido às lutas religiosas, exi-lou-se em 1619, sendo contrata-do pelo conde João Maurício de Nassau para escrever sobre sua administração no Brasil, onde Barléu nunca esteve.

Esse livro é a principal fonte histórica sobre os oito anos de colonização holandesa, perío-do conhecido pelo progresso econômico e cultural, além da tolerância religiosa, cujos refle-xos estão presentes até os dias de hoje em parte do Nordeste

brasileiro, visivelmente no es-tado de Pernambuco.

A edição possui uma impres-são cuidadosa e muito bem ilus-trada. Publicada em Amsterdã em 1647, foi traduzida para o português por Cláudio Brandão apenas em 1940, quando foi editada no Brasil pelo Ministério da Educação. O então ministro, Gustavo Capanema, a encomen-dou como parte das comemora-ções do terceiro centenário da ocupação holandesa.

A primeira edição teve 500 exemplares em papel vergê e 20 em papel ingres. Somente mais

uma edição foi impressa nes-se formato.

O título O Brasil holan-dês sob o con-de João Mauri-cio de Nassau é o mesmo da atual reedição, lançada em 2005. A obra é o volume 43 das Edições do Senado Fe-deral.

História dos oito anos da ocupação holandesa

Interlegis amplia a modernização do Legislativo

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Page 12: ANTÔNIO GAUDÉRIO/FOLHA IMAGEM · do aproveitamento de disciplinas cursadas em nível superior. 11h – CPI DOS SANGUES-SUGAS Reunião administrativa para votação de requerimentos

TSE - Tribunal Superior EleitoralTelefone: (61) 3316-3000FAX: (61) 3322-0603 / 0641 / 0642Endereço: Praça dos Tribunais Supe-riores - Bloco C, BrasíliaCEP: 70.096-900 Internet: www.tse.gov.br

TRE do ACRETelefone: (68) 3212-4400FAX: (68) 3226-4925Endereço: Centro Administrativo do Governo Estadual BR-364, Distrito Industrial, Rio BrancoCEP: 69.914-220Internet: www.tre-ac.gov.br

TRE de ALAGOASTelefones: (82) 3336-3230/ 2122-7700FAX: (82) 2122-7771Endereço: Praça Visconde de Sinimbu, S/Nº - Centro, MaceióCEP: 57.020-720Internet: www.tre-al.gov.br

TRE do AMAPÁTelefones: (96) 3214-1722/ 3214-1723Fax: (96) 3214-1715Endereço: Av. Mendonça Júnior 1502 – Centro, MacapáCEP: 68.900-020Internet: www.tre-ap.gov.br

TRE do AMAZONASTelefones: (92) 3611-2090/ 3611-3638FAX: (92) 3611-2090Endereço: Av. André Araújo s/n – Alei-xo, ManausCEP: 69.060-000Internet: www.tre-am.gov.br

TRE da BAHIAPABX: (71) 3373-7000FAX: (71) 3373-7220Endereço: Av. 1ª do CAB, 150, Salvador

CEP: 41.745-901Internet: www.tre-ba.gov.br

TRE do CEARÁTelefones: (85) 4012-3500FAX: (85) 3252-1375Endereço: Rua Jaime Benévolo, 21 – Centro, FortalezaCEP: 60.050-080Internet: www.tre-ce.gov.br

TRE do DISTRITO FEDERALTelefone: (61) 3441-1000FAX: (61) 3441-1022/ 3441-1027Endereço: Praça Municipal de Brasília - Quadra 02, lote 06 - Ed. Sede do TRE/DF, BrasíliaCEP: 70.094-901Internet: www.tre-df.gov.br

TRE do ESPÍRITO SANTOTelefone: (27) 2121-8500FAX: (27) 2121-8514Endereço: Rua João Batista Parra, 575, Praia do Suá, VitóriaCEP: 29.052-120Internet: www.tre-es.gov.br

TRE de GOIÁSTelefone: (62) 3521-2114FAX: (62) 3521-2178Endereço: Praça Cívica, nº 300 - Setor Central, GoiâniaCEP: 74.003-010Internet: www.tre-go.gov.br

TRE do MARANHÃOTelefone: (98) 2107-8888FAX: (98) 2107-8740/ 2107-8801Endereço: Av. Senador Vitorino Freire, s/nº - Areinha, São LuísCEP: 65.010-650Internet: www.tre-ma.gov.br

TRE de MATO GROSSOTelefone: (65) 3648-8000FAX: (65) 3648-8053Endereço: Av. Historiador Rubens de Mendonça, nº 4750 - Bosque da

Saúde, CuiabáCEP: 78.050-000Internet: www.tre-mt.gov.br

TRE de MATO GROSSO DO SULTelefones: (67) 3326-4141/ 3326-4166FAX: (67) 3326-4002Endereço: Rua Desembargador Leão Neto do Carmo, nº 23 - Parque dos Poderes, Campo GrandeCEP: 79.037-100Internet: www.tre-ms.gov.br

TRE de MINAS GERAISTelefones: (31) 3298-1100/ 3355-1978FAX: (31) 3298-1147Endereço: Av. Prudente de Morais, nº 100 - Cidade Jardim, Belo Horizonte CEP: 30.380-000Internet: www.tre-mg.gov.br

TRE do PARÁTelefones: (91) 3213-4500/ 3241-0793FAX: (91) 3223-1868Endereço: Rua João Diogo, 288 – Cam-pina, BelémCEP: 66.015-902Internet: www.tre-pa.gov.br

TRE da PARAÍBATelefones: (83) 3214-1200/ 3214-1238 FAX: (83) 3214-1241Endereço: Rua Princesa Isabel, nº 201 – Centro, João Pessoa CEP: 58.013-250Internet: www.tre-pb.gov.br

TRE do PARANÁTelefone: (41) 3330-8500 / 3333-9753FAX: (41) 3333-7746Endereço: Rua João Parolin, nº 224 - Prado Velho, CuritibaCEP: 80.220-902Internet: www.tre-pr.gov.br

TRE de PERNAMBUCOTelefones: (81) 3423-3377/ 3423-7281FAX: (81) 3423-6867Endereço: Av. Rui Barbosa Nº 320 – Graças, RecifeCEP: 52.011-040Internet: www.tre-pe.gov.brTRE do PIAUÍTelefone: (86) 2107-9700FAX: (86) 2107-9823Endereço: Praça Desembargador Edgar Nogueira s/nº - Centro Cívico – Cabral, TeresinaCEP: 64.000-830Internet: www.tre-pi.gov.br

TRE do RIO DE JANEIROTelefones: (21) 3861-3141/ 3861-3142FAX: (21) 3861-3029Endereço: Avenida Presidente Wilson, 194/198 – Castelo, Rio de JaneiroCEP: 20.030-021Internet: www.tre-rj.gov.br

TRE do RIO GRANDE DO NORTETelefones: (84) 4606-5600/ 4606-5612FAX: (84) 4006-5611Endereço: Praça André de Albuquer-que, 534 - Centro, NatalCEP: 59.025-580Internet: www.tre-rn.gov.br

TRE do RIO GRANDE DO SULTelefone: (51) 3216-9444FAX: (51) 3216-9508Endereço: Rua Duque de Caxias nº 350 – Centro, Porto AlegreCEP: 90.010-280Internet: www.tre-rs.gov.br

TRE de RONDÔNIATelefones: (69) 3211-2000/ 3211-2101FAX: (69) 3211-2140Endereço: Av. Presidente Dutra, 1889 – Areal, Porto Velho

CEP: 78.916-100Internet: www.tre-ro.gov.br

TRE de RORAIMATelefones: (95) 2121-7000/ 2121-7016FAX: (95) 2121-7007Endereço: Av. Juscelino Kubitschek 589 - São Pedro, Boa VistaCEP: 69.306-685Internet: www.tre-rr.gov.br

TRE de SANTA CATARINATelefones: (48) 3251-3700/ 3251-3707FAX: (48) 3251-3788Endereço: Rua Esteves Jr., 68 – Centro, FlorianópolisCEP: 88.015-530Internet: www.tre-sc.gov.br

TRE de SÃO PAULOTelefones: (11) 6858-2000/ 6858-2052FAX: (11) 6858-2492Endereço: Rua Francisca Miquelina, 123 - Bela Vista, São PauloCEP: 01.316-900Internet: www.tre-sp.gov.br

TRE de SERGIPETelefones: (79) 3216-8600/ 3216-8676FAX: (79) 3216-8661Endereço: Centro Adm. Governador Augusto Franco - CENAF Variante 2 - Lote 07 – América, AracajuCEP: 49.080-000Internet: www.tre-se.gov.br

TRE do TOCANTINSTelefones: (63) 3218-6401/ 3218-6412FAX: (63) 3218-6415Endereço: Av. Teotônio Segurado - Conj. 1 - Lotes 1 e 2 - Cx. Postal 181 - Plano Diretor Norte, PalmasCEP: 77.006-214Internet: www.tre-to.gov.br

Ano IV Nº 133 Jornal do Senado – Brasília, 31 de julho a 6 de agosto de 2006

Tire suas dúvidas sobre as eleições

Quem deve votar nas próximas eleições?

Existem propostas em discus-são no Congresso que tornam o voto facultativo (opcional), mas, por enquanto, o voto é obrigatório para os eleitores bra-sileiros, natos ou naturalizados, entre 18 e 70 anos. Quem não vota pode sofrer sanções.

Somente os maiores de 16 anos e menores de 18 anos, os maiores de 70 anos e os analfa-betos têm direito a votar, sem ser obrigados.

Ainda dá tempo para tirar ou transferir o título de eleitor?

Não. O último dia para o elei-tor requerer alistamento eleito-ral, transferência de domicílio ou revisão de dados foi 3 de maio de 2006. Agora, só no ano que vem. Por conta desse prazo, só está obrigado a votar quem completou 18 anos até o dia 3 de maio passado. Para quem faz aniversário depois dessa data, o voto é facultativo e, portanto, se não votar, não deve nada à Justiça Eleitoral.

Quem não votou nas últimas eleições pode votar este ano?

Pode e deve. O título de elei-tor só é cancelado se a pessoa deixar de votar em três eleições consecutivas. Dessa forma, quem não votar no primeiro turno pode votar no segundo.

Até mesmo quem perdeu o título de eleitor pode votar. Pra isso, é preciso saber, na sua zona eleitoral, onde está a urna que deve receber seu voto e apresentar um documento de identidade com foto.

Segundo o TSE, para as eleições de outubro, 125.913.479 eleitores espalhados pelos 5.658 mu-nicípios do país estão aptos a votar em outubro em 91.244 locais de votação. O estado com o maior número de eleitores é São Paulo, com mais de 28 milhões com o título de eleitor expedido. Roraima

tem o menor número: 233,6 mil.A cidade com o menor número de eleitores é Borá

(SP), com 834, e, com o maior, São Paulo, com quase 8 milhões. Outros 86.360 brasileiros se inscreveram para votar em 93 países. Mais de um terço desses (32.017) estão nos Estados Unidos.

Raio-X do eleitorado em 2006

Quase 126 milhões de brasileiros estão aptos a comparecer a mais de 91 mil locais de votação nas eleições de outubro próximo

O Tribunal Superior Eleitoral e os 27 tribunais regionais eleitorais

A partir desta edição, o Jornal do Senado vai esclarecer dúvidas comuns com relação às eleições. Vamos informar sobre o que fazer para justifi car a ausência na votação, as principais datas do calendário eleitoral deste

ano, boca-de-urna, como funcionam as eleições para deputado federal, estadual e distrital, “lei seca” no dia da eleição e outros temas. Portanto, fi que de olho.Nesta edição, há informações sobre quem deve votar e ainda dados de contato sobre os 27 tribunais regionais eleitorais (TREs) em cada estado brasileiro e no Distrito Federal. Em caso de dúvida, é a eles que o eleitor tem de recorrer.

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