antnio alves dos reis neto
DESCRIPTION
Antnio Alves Dos Reis NetoTRANSCRIPT
O NASCIMENTO DO JUDAÍSMO PRIMITIVO: UMA ANÁLISE DOS 14
PRIMEIROS CAPÍTULOS DO LIVRO DE ÊXODO
Antônio Alves dos Reis Neto
Graduando do curso de historia da UECE
RESUMO: este trabalho, inspirado pela revolução histórica dos annales, pretende
mostrar, sob a ótica do estudo das mentalidades, a gênesis do judaísmo antigo,
localizado tempo e espacialmente no Egito antigo aproximadamente 1200 A.c. A
pesquisa foi construída tendo como objetivo principal o judaísmo primitivo e o intuito
foi fazer uma discussão sobre a idéia que um determinado povo, os hebreus, que se
localizava, assim como outros, em toda a região do Crescente Fértil, estabelecerem-se
como monoteístas, e buscarem uma identidade. Discuti, também, questões relacionadas
a preservação da memória, aqui chamada de tradição oral, e como essa preservação das
tradições orais contribuiu para a produção de documentos.
Palavras-chaves: judaísmo, religiões, mentalidades, memória, Egito.
introdução
A presente pesquisa realizou-se dentro do estudo das mentalidades focando encontrar
um ou o elemento que causou a formação de um novo tipo de credo religioso. Buscando
basicamente autores especialistas no tema, fizemos uma analise de como esses autores
enxergaram o monoteísmo antigo e basicamente o hebreu, sua relação com as crenças,
com o espaço em que estava inserido e como um povo que estava materialmente
subordinado, assim como os documentos analisados e em especial a torah1, exposta a
luz de uma analise histórico - critica da produção social de seus escritos, percebe essa
transformação.
Assim, os processos históricos aqui considerados e suas relações com a maneira de
serem percebidos pelos sujeitos históricos envolvidos, são analisados como parte
integrante de todo um processo em construção histórico, sócio e culturalmente
construído e compartilhado com o espaço em que se encontra inserido.
Trabalhamos, assim, com um espaço social diversificado em suas formas de
compreensão e socialização de suas crenças religiosas que de certa forma interagiam em
todas as formas culturais que naquele espaço temporal.
Este espaço, o crescente fértil Crescente Fértil, devido sua riquíssima zona geográfica
produtora e comerciadora de produtos de diversas espécies e gêneros alimentícios, era
composto também por diversas expressões e práticas religiosas que determinavam e
norteavam a vida de seus homens. Práticas religiosas que iam de sistemas complexos de
cultos politeístas até um simples ritual doméstico realizado por famílias em suas casas,
expressões religiosas que se manifestavam na cotidiana de todos os seus habitantes.
Essa área geográfica estendia-se do sul da Suméria até o sul do Egito, passando ao norte
pela Assíria e a oeste por Canaã, compreendendo uma gama muito extensa e profunda
de populações que a todo o momento migravam de uma região a outra, levando e
trazendo seus traços culturais, suas diferentes formas e modos de subjetivação que neles
existiam e ajudavam a criar suas interpretações da realidade.
O presente trabalho tem como problema principal entender, compreender e até justificar
como surgiu entre os antigos hebreus uma nova concepção de religião concebida por
eles e entendida por nos como monoteísmo. Tenta ver como dentro desse meio repleto
de crenças politeístas, que dominavam as significações de mundo desses povos, bem
como a grande influência da magia na vida diária dos sujeitos envolvidos, pode uma
crença monoteísta surgir e se edificar como a única religião de um pequeno grupo
social.
Pretendemos demonstrar como esse processo criativo ou reapropriativo2 de uma
outra/nova religião foi criado pelos hebreus, estando eles cercados e delimitados pelo
politeísmo antigo seja este politeísmo dos sumérios, dos egípcios dos semitas aos quais
eles tinham uma ligação étnica muito próxima e/ou ate descendiam, e como foi esse
processo de desligamento de em parte de suas origens3 para poderem adentrar e
assumirem essa nova idéia de religião. Não esquecendo como a memória religiosa e a
memória coletiva (SMITH, 2006) nesse processo como também e julgamos ser o mais
pertinente neste trabalho, quem, onde e como toda a documentação, mais
necessariamente a bíblia, foi produzida (LE GOFF, 2003; CANDIDO, 2006;
FOUCALT, 2005).
As fontes
Para a composição deste trabalho foram utilizadas duas fontes que por convenção
chama-se de primárias devido ao processo escrito ligado há seu tempo e a aproximidade
de suas referências, são elas a bíblia, a Estela de Menepta. Com o devido cuidado será
feito uma apreciação de cada uma delas e de como serão utilizadas nesse trabalho para
a exposição e comprovação do objeto de estudo.
Durante a pesquisa bibliográfica percebemos que os autores citavam com unanimidade
que na torah não existia uma conexão lógica em momentos de sua narrativa e que em
uma analise filológica maior empreendida esse fato foi verificado. Partindo desse ponto
verificou-se que a torah era composta por quatro outros documentos que foram
produzidos em tempos e espaços diversos e que a sua exposição revelaria mais sobre a
historia do povo hebreu.
Essas fontes ou “primeiras unidades literárias” após longos estudos literários e
filológicos feitos pelas escolas alemã como os estudos de J.Welhausem, ou a francesa
como os estudos de R. De Vaux, foram divididas nos chamados documentos Javista (
documento J ), Eloista ( documento E ), Deuteronomista ( documento D ) e Sacerdotal
( documento P de Priesterkodex em alemão livro dos sacerdotes ) sendo escritos nos
consecutivos períodos históricos de Israel (SILVA, 2006, p.285), dentro de seus
respectivos reinos, tribos, clãs nas zonas norte e sul do território de Canaã .
Desta maneira J foi escrito por volta do séc. IX AC. No reino do sul, Judá, quando este
estado era militarizado e tinha como modelo de governo a monarquia. Neste período a
nação vivia uma fase de prosperidade, tranqüilidade e paz e as tão grandes guerras que
aconteciam entre os povos que habitavam aquela região, haviam cessado. Devido a
isso, por falta de problemas internos ou externos, foi possível pensar a produção de uma
literatura, de uma genealogia, de uma história.
Outro documento é o Eloista, fonte E, também caracterizado por estes estudiosos pela
forma que Deus é chamado, ELOHIM (deus em hebraico) sem qualquer outro tipo de
substantivo próprio para lhe definir. Foi escrito no reino do norte, Israel, por volta do
séc. VIII AC. Período em que este reino estava passando por questões político-sociais
bastante delicadas, um confronto direto entre reis e profetas (WILSON, 2006), e é
atestado em uma passagem da torah4:
O documento deuteronomista, fonte D, foi “achado” no templo de Jerusalém na época
que Josias era rei de Judá, reino do sul, o encontro deste documento aconteceu no
mesmo período que este rei propôs realizar uma reforma religiosa em seu reino devido
as misturas étnico-culturais que tinham acontecido no reino do norte, Israel.
Por fim o documento sacerdotal P foi redigido no período do cativeiro da Babilônia
pelo grupo dos sacerdotes que estavam agrupados ao povo e que talvez se sentisse na
necessidade de preservar o que tinha restado do povo dentro da religião de Iahweh,
foram responsáveis por resgatarem e manterem as tradições em um meio religioso
bastante diverso misturado que era a Babilônia neste período, o centro político-
econômico do mundo oriental antigo. Não só resgataram como preservaram e/ou até
aperfeiçoaram essas tradições para que o que tinha restado do povo judeu, que ainda
não tinha aderido às diversas manifestações culturais que transbordavam pela
Babilônia, continuassem a adorar o Deus Iahweh.
A segunda fonte que este trabalho utiliza é a Estela de Menepta um pequeno texto
gravado em uma pedra com escrita hieroglífica, contendo 28 linhas, utilizada pelos
egípcios por volta do se. XII a.C. que contem uma exposição de vitórias dos exércitos
egípcios e a exaltação da pessoa do faraó menepta. Mostra que a vastidão egípcia se
estendia ao leste indo até próximo a região da Transjordânia, perto da antiga Babilônia,
e que os egípcios combatiam e dominavam outros povos que por lá habitavam. Mostra
o Egito soberano nesta região e que suas forças militares é quem realmente dominavam
a região (V.V.A.A., 1985, p.38). O curioso desta pequena inscrição é a menção a uma
nação de nome Israel que figura entre os povos derrotados pelos exércitos egípcios
desta empreitada e é a única referência extra-bíblica ao povo de Israel.
Seguindo essas fontes ditas primarias construiremos nossa exposição.
A experiência egípcia
Os hebreus ou pelo menos os seus antepassados ou o povo que deu origem a eles, estava
localizado espaço-temporalmente no Egito e foi lá que se desenrolaram os
acontecimentos que contribuíram para a formação do monoteísmo judeu.
A torah nos informa que os hebreus eram cativos na terra do Egito, pois se levantou um
faraó que a eles não conhecia e daí então começou a sua exploração. Esses hebreus para
sua sobrevivência tornaram-se escravos no Egito e lá passaram a sofrer toda a
exploração que era pertinente a atividade escrava.
“... portanto impuseram a Israel inspetores de obras para tornar-lhe dura a
vida com os trabalhos que exigiam (...) os egípcios obrigavam os Israelitas
ao trabalho, e tornavam-lhes amarga a vida com duros trabalhos...” (EX :
1,11-13. )
A passagem mostra que os hebreus ou o povo que permaneceu no Egito que ainda não
se definia culturalmente como um sistema social, passaram a ser perseguido pelos
egípcios. Essas perseguições com o tempo foram estendendo-se ao tempo de serviço
que algumas atividades requeriam, até os tipos de trabalho que eram realizados,
trabalho braçal forçado e trabalho escravo: “... a preparação da argila, a fabricação de
tijolos, vários trabalhos no campo e toda espécie de trabalhos aos quais os obrigavam.”
(Ex: 1,14). Nas sociedades antigas a fabricação de tijolos era um tipo de trabalho
escravo, assim como, o trabalho nas minas de minérios e nas construções de grandes
monumentos como palácios, pirâmides, templos, estradas, canais etc. enfatizamos que
essas atividades de produção de bens que os hebreus realizaram no Egito antes de sua
partida de lá, eles não estavam acostumados, pois o que sabemos de sua história, nunca
tinham exercido, pelo menos em um longo período de tempo, a escravidão5.
Afirmamos nosso primeiro ponto e principal para afirmar a nossa linha de pensamento.
Um povo que se conscientizou de sua situação de escravo em uma terra que antes
morava e passou ser um lugar de estranhamento. E a parti daí buscou a sua auto-
afirmação como “povo” deferente do que já habitava no Egito, buscou uma identidade
própria.
A parti desse perspectiva e em um segundo momento afirmamos que esse povo que
passou a se identificar como sendo de mesmos laços de parentescos buscou tanto uma
maneira de se retirar desse ambiente que não mais lhe pertencia como também buscou
uma nova forma de religiosidade aqui identificada por nos como monoteísmo. Por
conseguinte buscou uma nova divindade para colocar-lhes todos os seus destinos assim
como sua expectativas e esperanças em suas mãos6.
Acreditamos que esse monoteísmo assim como essa divindade não foi escolhido
aleatoriamente mais foi buscada em sua historia ou em fragmentos dela que estavam
guardados na tradição oral. Devido as tradições e a cultura “comum” a uma etnia semita
acreditamos eu esse deus foi o mesmo deus que outrora estava relacionado a um deus
cósmico “da montanha” adorado a muito pelos Cananeus que como Fohrer acredita tem
laços estreitos com os hebreus, pois para ele as etnias estão ligadas.
A idéia do monoteísmo
O monoteísmo que acreditamos ser uma criação dos hebreus teve antes deles um tipo de
manifestação religiosa no Egito antigo mais precisamente no médio reino com
Amenófis IV, também conhecido como Akhenaton. Esse faraó buscou uma outra
divindade para ser adorada como deus principal substituindo o antigo culto a Amon,
fato esse causou uma forte resistência pelo clero, principalmente o tebano, e que quando
a morte deste faraó logo retomou o antigo culto como o principal no Egito.
Também vale ressaltar a importância da figura histórica de Moises no desenrolar desses
acontecimentos. Conceituamos Moises como “figura histórica”, pois na arqueologia
assim como nos textos antigos não foi encontrado nenhuma prova de sua existência
mais acreditamos em um líder que contribuiu para o desenrolar de todos os fatos.
Observando o principio bíblico de unidade literária exposto por Folkeman no guia
literário da bíblia os fatos históricos desconexos, pelo menos nas primeiras redações,
teriam de consistir em uma unidade temporal que ligasse o começo deste povo exposto
como descendentes de Abraão até a realização final dos fatos com a chegada na
esperada “terra prometida”. Incluímos a “figura de Moises” como indivíduo que
proporcionou essa ligação e que trouxe unidade ao povo.
A história dos hebreus a partir daquele momento tinha que ser gerada segundo seus
próprios critérios, definindo-se seus traços culturais que foram buscados nos
antepassados. Colocamos Moises partindo desse ponto, buscando um deus antigo, já
adorado pelos seus antepassados (BRIGHT, 2003), cabendo somente a partir daquele
momento dá-lhe uma nova forma, com novas características e com, agora, um nome.
Esse Deus foi buscado nos antepassados, era o Deus dos pais: “... eu sou o Deus de teus
pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó...” (Ex: 3,6)
Assim o deus escolhido era o deus que seus antepassados já conheciam e adoravam,
mais conheciam e adoravam de outra forma, com outros nomes: “... no período antigo
de Israel cada clã (e provavelmente cada tribo) cultuava o seu deus particular. Esse é o
mais antigo estagio que se pode discernir...” (FOHRER, 2006, p.46). Fohrer também
argumenta que as misturas raciais e culturais realizadas pelos hebreus já nas terras de
Canaã com os cananeus podem ter servido de substrato para a definição e escolha do
seu deus, simbolizados esses antigos hebreus com os patriarcas do livro de gêneses “...
os patriarcas são, antes de tudo, recipientes da revelação e fundadores do culto do
antigo período nômade de Israel...” (FOHRER, 2006, p.47)
Outra forma que podemos ter para a identificação da divindade de YHWH para com os
hebreus são nas passagens do êxodo em que a figura de Moises apresenta aos anciãos e
posteriormente ao povo esse deus. A narrativa é montada de uma maneira que se
suponham os seus leitores que esse deus sempre esteve presente com eles e que agora
poderia revelar seu nome7, fazer uma nova aliança e dar garantias ao povo de uma
posteridade. Agora, com esse deus, o povo teria uma terra fértil para dela tirar seu
sustento, um local para se perpetuarem, um local para se instalarem e nunca mais
necessitar de ajuda de outro povo, como antes, porque agora seu deus não mais ia
abandonar-los, “...uma terra boa e vasta, terra que emana leite e mel...” EX : 3,8 ), os
Hebreus por fim tornar-se-iam sedentários, vontade essa que tinham a muito tempo,
desde o período dos antepassados que vagueavam pelas terras do crescente fértil a
procura de um local para fixarem-se.
Considerações finais
O presente trabalho concentrou-se em torno da idéia do surgimento de uma nova
concepção religiosa, idéia essa que se desenvolvia dentro de uma mentalidade coletiva,
uns incumbidos de elaborar toda essa nova estrutura, outros responsáveis por tornar
essa estrutura real. Esses atores , agia para que todo esse conjunto de ações se tornasse
verdadeiros, dentro de suas próprias categorias de pensamento e de compreensão de
mundo.
Estando ligado diretamente as ações e comportamentos humanos, as mentalidades
revelam o que esses homens mais esperavam de suas vidas e o que queriam dela. Assim
os hebreus se tornaram homens participativos de uma sua sociedade que não era sua, se
tomarmos como pressuposto que o Egito era dos egípcios, e a transformaram em seu
ambiente de ações coletivas reveladores de todos os seus anseios.
Através da sua memória, das lembranças de seu mais longínquo passado, de suas
origens, buscaram essa estruturação, partindo da idéia que um Deus, que um dia esteve
com seus antepassados, pudesse ajudá-los a saírem da situação em que se encontravam,
pois esse deus, que de certa forma era o mesmo Deus dos seus pais, apenas sem ter
revelado o seu “verdadeiro nome”, tinha realizado com seus antepassados uma
promessa que ainda não havia sido cumprida mais que como uma dívida a ser
cumprida, os hebreus retornaram a esse Deus seguro de que ele seria o seu libertador e
cumpriria a sua promessa, agora aos descendentes dos patriarcas.
Nosso intuito foi mostrar também que a presença de idéias arcaicas, antigas se mostraria
presentes quando seus portadores as necessitavam, idéias ou formas de pensamento que
sempre estiveram presentes na vida de um povo e faziam parte de seu aparato mental,
podiam estar escondidas, guardadas em suas memórias mais estavam de certa forma
sempre presentes quando uma força não material os pressionasse, e mais ainda que
pudessem se utilizar dessas lembranças para dar continuidade em suas vidas. Essas
idéias estavam presentes, pois fazem parte do conjunto de transformações ditas lentas
que acontecem dentro do pensamento humano e por isso não desaparecem rapidamente
de suas lembranças, são transformações lentas que ficam guardadas por muito tempo
nas lembranças.
Bibliografia
Bíblia de Jerusalém. São Paulo. Paulos Editora, 2002.
BRIEND, J. Uma leitura do Pentateuco. 3° ed. São Paulo. Paulus Editora. 1985. BRIGHT, John. História de Israel. 7° ed. São Paulo. Paulus Editora, 2003. CANDIDO, Fernando. A abordagem historiográfica das narrativas patriarcais bíblicas. Clássica 19 (2), 2006. FOHRER, George. Historia da religião de Israel. São Paulo; paulos editora, 2006.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 7°ed. Rio de janeiro; forense universitário, 2005.
KERMODE, Frank, ALTER, Robert Edmond. Guia literário da bíblia. São Paulo; UNESP, 1998. LE GOFF, Jacques. historia e memória. 5°ed. São Paulo; editora UNICAMP, 2003.
V.V.A.A. Israel e Judá. Textos do antigo Oriente médio. 2° ed. São Paulo; Paulos Editora, 1985.
WILSON, Robert. Profecia e sociedade no antigo Israel. 2°. São Paulo; Paulos Editora,
2006.
notas
1Definimos aqui, para melhor localização dos leitores, a bíblia como exclusivamente sendo a torah hebraica compôs tas pelos cinco primeiros livros da bíblia e com mais ênfase ainda no segundo livro o Êxodo. 2 Será tratado a influencia do monoteísmo egípcio que ocorrera no reinado de akhenaton. 3 Embora tendo-se fixado um novo complexo cultural os hebreus estavam repletos de caracteres nômades e politeístas como será mostrado adiante. 4 Um estudo que trata deste problema entre os conflitos proféticos e um artigo de Fernando Candido: “assim diz iahweh sobre os profetas...”: anotações sobre conflitos proféticos em Miquéias 2,6-11 e 3,5-8. 5 Lembremos as manifestações da memória contidas no livro de gênesis sobre o passado dos hebreus, ou eram semi-nômades do deserto ou traficavam outro tipo de atividade de subsistência. Fica mais próximo associa-los aos nômades, como supõe as historias de Abraão e Jacó. 6 Sabemos pelos documentos que a vida diária de todos os habitantes do crescente fértil era determinada pelos ritos diários aonde através do culto as divindades se manifestavam a eles e os sacerdotes interpretavam os sinais dizendo o que se podiam ou não fazer 7 Entre os antigos, principalmente os egípcios, o nome simbolizava tudo que um ser era e tudo o que poderia fazer, era tido como um elemento mágico e devia ser guardado e preservado.