antibioticoterapia em obstetrÍcia itu egb vaginose bacteriana doenÇa periodontal professora...
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ANTIBIOTICOTERAPIA EM OBSTETRÍCIA
ITU
EGB
VAGINOSE BACTERIANA
DOENÇA PERIODONTAL
Professora Melania AmorimIMIP – UFCG – IPESQ – ISEA
↓
CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS NA GRAVIDEZ (FDA)
A ) ESTUDOS CONTROLADOS MOSTRAM AUSÊNCIA DE RISCO
Estudos bem controlados em gestantes não demonstram riscos fetais no primeiro trimestre e não há evidência de riscos em outros trimestres.
Ex: vitaminas (doses habituais)
B) NENHUMA EVIDÊNCIA DE RISCOS EM HUMANOS
Estudos em animais mostraram risco, mas não foram confirmados em humanos
Não estão disponíveis estudos em humanos, mas estudos em animais não demonstraram riscos
Ex.: antibióticos betalactâmicos, prednisona, anti-histamínicos
C) RISCO NÃO PODE SER EXCLUÍDO
Estudos em animais mostram risco (efeito teratogênico ou embriotóxico), mas não existem estudos controlados em humanos
Não existem estudos controlados em animais e humanos
Só devem ser administradas se os possíveis benefícios justificam os riscos POTENCIAIS
Ex.: fluoroquinolonas, fluconazol, furosemida
CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS NA GRAVIDEZ (FDA)
D) EVIDÊNCIA POSITIVA DE RISCO
Dados de investigação ou depois da liberação no mercado evidenciam riscos fetais. Efeitos teratogênicos em humanos já foram demonstrados.
No entanto, os benefícios em potencial podem superar os riscos (risco de morte ou doença grave), se drogas mais seguras são ineficazes ou não existem.
Não usar se existem outras opções terapêuticas ou se os benefícios não justificam os riscos
Ex.: drogas antiepilépticas, metotrexato, vinblastina, diazepam, tetraciclina
CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS NA GRAVIDEZ (FDA)
X) CONTRA-INDICADOS NA GRAVIDEZ
Dados de investigação ou depois da liberação no mercado evidenciam riscos fetais importantes. Efeitos teratogênicos em humanos já foram demonstrados. O risco é claramente maior que os potenciais benefícios. Drogas contra-indicadas em gestantes ou mulheres que venham a engravidar.
Ex.: isotretinoína
CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS NA GRAVIDEZ (FDA)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
CONCEITOS BÁSICOS
Achado frequente em gestantes (peculiaridades anatômicas e funcionais)
Bacteriúria assintomática
Cistite
Pielonefrite
INCIDÊNCIA: 2-10% das gestações
IMPORTÂNCIA: resultados perinatais adversos
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
DESFECHOS ADVERSOS
Parto prematuro
RUPREMA
Baixo peso ao nascer
Sepse neonatal
Corioamnionite
Sepse materna
Choque sépticoO TRATAMENTO ADEQUADO E OPORTUNO PREVINE ESSES DESFECHOS!
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA> 100.000 UFC/ml
Acomete até 10% das gestantes
Relaxamento do m.liso, estase urinária, dilatação ureteral
Risco de progressão para Pielonefrite: até 40% DEVE SER SISTEMATICAMENTE RASTREADA NA GRAVIDEZ
RASTREAMENTODeve ser feito em todas as gestações
Urocultura entre 12 – 16 semanas (repetir nas gestantes de alto risco)
Rastreamento e tratamento adequado da BA:
↓Pielonefrite ↓ TPP ↓ RUPREMA ↓ Corioamnionite ↓ Infecção Neonatal
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
WHO Trial, 2009
REVISÃO SISTEMÁTICA COCHRANE
Smaill FM, Vazquez JC. Antibiotics for asymptomatic bacteriuria in pregnancy. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011
14 ECR – 1923 mulheres
Redução significativa de bacteriúria e pielonefrite após tratamento
Redução significativa de parto pré-termo e RN de baixo peso
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
Smaill Fiona M, Vazquez Juan C. Antibiotics for asymptomatic bacteriuria in pregnancy. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
Smaill Fiona M, Vazquez Juan C. Antibiotics for asymptomatic bacteriuria in pregnancy. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011
ANTIBIÓTICOS PARA ITU NA GRAVIDEZ
BETALACTÂMICOS (penicilinas, cefalosporinas): classe B (evitar ceftriaxona a termo pelo risco de kernicterus): considerar antibiograma para verificar resistência.
FOSFOMICINA (B): segura na gravidez
NITROFURANTOÍNA (B): evitar próximo ao termo (anemia hemolítica na mãe e no concepto com deficiência de G-6PD)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
ANTIBIÓTICOS PARA ITU NA GRAVIDEZ
SULFONAMIDAS (B): evitar próximo ao termo (risco de icterícia). Elevado risco de resistência microbiana.
TRIMETOPRIM (C): evitar no 1o.trimestre (antagonista do ácido fólico). A combinação com sulfa tem risco de resistência microbiana.
FLUOROQUINOLONAS (C) e TETRACICLINA (D) são contraindicadas na gravidez
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
ESQUEMAS ANTIBIÓTICOS
Nitrofurantoína – 100mg VO VO 12/12h 5-7 dias
Amoxacilina – 500mg VO 12/12h 3-7 dias
Amoxacilina-clavulanato – 500mg VO 12/12h 3-7 dias
Cefalexina – 500mg VO 12/12h 3-7 dias
Fosfomicina – 3g VO dose única
Nitrofurantoína e fosfomicina ativas contra ESBL
Esquemas curtos (3 dias) são efetivos para erradicar bacteriúria
assintomática na gravidez e minimizam a exposição fetal
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
REVISÃO SISTEMÁTICA DA COCHRANE
Villar J, Widmer M, Lydon-Rochelle M, Gülmezoglu AM, Roganti A. Duration of treatment for asymptomatic bacteriuria during pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
10 ECR = 568 mulheres
Não houve diferença na taxa de cura, recorrência, parto prematuro e pielonefrite (ECR de tamanho insuficiente).
Houve redução dos EC (N, V, D)
There is not enough evidence to evaluate whether single dose or longer duration doses are equivalent in treating asymptomatic bacteriuria in pregnant women. Because singleJ-dose treatment has lower cost and increased compliance, this comparison should be explored in a properly sized, randomized controlled trial. WHO is currently conducting such a trial and the results will be available in 2007.
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
REVISÃO SISTEMÁTICA DA COCHRANE
Não há evidência suficiente para avaliar se dose única ou doses de longa duração são equivalentes para tratar bacteriúria assintomática em gestantes.
Como o tratamento dose única tem menor custo e melhor aderência, esta comparação deve ser explorada em ECR de tamanho adequado.
A incorporação do ECR da OMS a esta RS pode modificar essas conclusões.
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
778 mulheres
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
CONTROLE
Repetir Urocultura com 7 dias e a seguir mensalmente
Retratar considerando o antibiograma nas recidências e recorrências
Terapia supressora (Nitrofurantoína) – 50-100mg/dia em pacientes que persistem com bacteriúria depois de 2 ou mais tratamentos
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
CISTITE
Infecção sintomática que pode ocorrer isolada em ou em associação com Pielonefrite.
Acomete 1 a 2% das mulheres
Geralmente considerada infecção complicada
Diagnóstico: > 10.000 UFC/ml na presença de sintomas
Tratamento segue as mesmas diretrizes da BA
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
CISTITE
Infecção sintomática que pode ocorrer isolada em ou em associação com Pielonefrite.
Acomete 1 a 2% das mulheres
Geralmente considerada infecção complicada
Diagnóstico: > 10.000 UFC/ml na presença de sintomas
Tratamento segue as mesmas diretrizes da BA
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
INFECÇÃO RECORRENTE
Tratamento de supressão: nitrofurantoína (50-100mg dia) ou cefalexina (250mg – 500mg) pós-coital ou ao deitar (até o termo).
Cranberry – recente RS Cochrane (JEPSON & CRAIG, 2011) sugere efeitos benéficos para prevenção de recorrência. O uso do suco por longos períodos pode não ser aceitável por muitas mulheres (dropouts). A dose e o método ideal de administração (suco, tabletes ou cápsulas) ainda não estão claros. Futuros ECR são necessários.
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
REVISÃO SISTEMÁTICA DA COCHRANEVazquez JC, Abalos E. Treatments for symptomatic urinary tract infections during pregnancy. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
10 ECR = 1125 mulheres
Na maioria dos estudos não houve diferença na taxa de cura, infecção recorrente, pielonefrite, parto prematuro, admissão em UTI neonatal, necessidade de mudar o esquema antibiótico e incidência de febre prolongada.
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
REVISÃO SISTEMÁTICA DA COCHRANE
Antibióticos são efetivos para a cura de ITU na gravidez mas há dados insuficientes para recomendar qualquer droga específica para o tratamento de ITU sintomática na gravidez.
Todos os antibióticos utilizados foram muito efetivos para ↓ desfechos desfavoráveis.
Complicações foram raras. ECR pequenos.
ECR posteriores necessários para avaliar os mais promissores antibióticos em termos de classe, época de início, dose, aceitabiliddade, desfechos maternos, neonatais e custos.
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
PIELONEFRITE
Dor em flancos
Náusea/vômitos
Febre (>38o.C)
Sensibilidade do ângulo costovertebral
Associação ou não com achados de cistite
Incidência: 14 por 1.000 partos
Microbiologia: E. coli (70%), Klebsiella, Proteus e gram+ (EGB)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
PIELONEFRITE
Complicações
Anemia (23%)
Bacteremia (17%)
Insuficiência respiratória (7%)
Disfunçáo renal – IRA (2%)
Sepse – Choqe séptico – SDRA (20%)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
PIELONEFRITE
Tratamento
HOSPITALIZAÇÃO E HIDRATAÇÃO
Parenteral: CEFAZOLINA IV ou CEFTRIAXONA IV ou IM (preferida por alguns autores)
AMINOGLICOSIDIOS (C ou D): risco de ototoxicidade com uso prolongado – deve ser evitado.
ESBL – CARBAPENENS
EGB – PENICILINA CRISTALINA
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
PIELONEFRITE
Tratamento
Depois de 48h afebril iniciar AB ORAL e manter por 10-14 diasSem melhora em 48 horas: estudos de imagem (USG de vias urinárias) e repetir urocultura (afastar cálculos e d. preexistentes)
Considerar terapia de supressão (nitrofurantoína ou cefalexina)
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
Em resumo:ITU deve ser rastreada na gravidez com urocultura no início do 2o. trimestre.O tratamento da BA previne parto prematuro, pielonefrite e outros desfechos desfavoráveis.São opções terapêuticas as penicilinas, cefalosporinas, nitrofurantoína e fosfomicina.O tratamento da cistite é semelhante ao da BA.Pielonefrite requer hospitalização e antibioticoterapia intravenosa. Alguns autores preferem cefalosporina de 3a. geração.
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
CONCEITOS BÁSICOS
Diplococo gram +
Anaeróbio facultativo
Ocorre naturalmente no TGI e TGU de gestantes (colonização)
Colonização: transitória, crônica ou intermitente
Incidência: 10-40% gestantes
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
IMPORTÂNCIA
Pode promover infecção neonatal PRECOCE (transmissão perinatal) ou TARDIA
Principal causa de sepse neonatal
Principal causa de morte neonatal por infecção
Principal causa de meningite neonatal
Associação com prematuridade
Elevada morbimortalidade
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
Pneumonia – Sepse – Meningite
COMPLICAÇÕES NEONATAIS
SEPSE NEONATAL
Termo 0.5-1.5 casos por 1000
2001-2500g 3.2-4.8 casos por 1000
1501-2000g6.7-11 casos por 1000
1001-1500g1.7-18.8 casos por 1000
< 1000g7.6-26.2 casos por 1000
INCIDÊNCIA
Termo 0.5-1.5 casos por 1000
2001-2500g 3.2-4.8 casos por 1000
1501-2000g6.7-11 casos por 1000
1001-1500g1.7-18.8 casos por 1000
< 1000g7.6-26.2 casos por 1000
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
INFECÇÃO MATERNA
Infecção urinária (1-2% das gestantes)
Bacteriúria assintomática (7-30% das culturas)
Cistite
Pielonefrite
Aumento do risco de parto prematuro e RUPREMA
Corioamnionite (colonização maciça 2o. trimestre)
Sepse puerperal – Endometrite
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
ITU POR EGB
Tratamento obrigatório de todas as formas (incluindo
bacteriúria assintomática): prevenção das complicações
obstétricas (especialmente PP)
ESQUEMAS (considerar antibiograma)
AMOXACILINA (B) 500mg VO 8/8h 7 dias
CEFALEXINA (B) 500mg VO 8/8h 7 dias
PIELONEFRITE: PENICILINA G CRISTALINA IV 10 DIAS
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
PREVENÇÃO DA SEPSE NEONATAL
A erradicação do EGB não é possível (reservatório gastrointestinal)
Propõe-se o uso de antibióticos INTRAPARTO para clarear brevemente o trato vaginal do EGB durante o parto e, portanto, reduzir o risco de infecção neonatal
Mulheres EGB + (pré-natal ou intraparto)
Fatores de risco
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
Cultura = Padrão-ouro Meio de transporte Meio de cultura
seletivo: Todd-Hewitt
PCR (Bergeron et al 2000)
Sensibilidade comparável à cultura em estudos controlados
Teste rápido
Imunoensaio (O, E) Menor sensibilidade
Bergeron MG, et al. Rapid detection of GBS in pregnant women at delivery. NEJM 2000;343:175.
RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
DURANTE A GRAVIDEZ
Rastreamento: pesquisa de EGB
Urocultura
Cultura vaginal e ano-retal
Tratamento da bacteriúria
INTRAPARTO
Profilaxia antibiótica
Gestantes EGB +
Fatores de risco
Teste rápido para EGB?
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
X
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
FATORES DE RISCO PARA SEPSE NEONATAL POR EGB
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
Permitem classificar como de risco 25-30% das gestantes
RASTREAMENTO PRÉ-NATAL
Urocultura
Realizar de rotina no 2o. trimestre
Bacteriúria por EGB:
Tratamento (antibiograma)
Realizar urocultura de controle
Profilaxia intraparto indicada
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
RASTREAMENTO PRÉ-NATAL
Cultura vaginal e anorretal
Rastreamento universal (exceto pacientes com ITU por EGB e RN anterior afetado)
Entre 35-37 semanas
Cultura positiva para EGB = COLONIZAÇÃO
Tratamento antibiótico NÃO é necessário
Indicação de profilaxia intraparto
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
ALGORITMO PARA RASTREAMENTO UNIVERSAL DE EGB (CDC, 2010)
Fatores de risco:RN anterior afetado por EGBBacteriúria por EGB na gestação atualParto prematuro sem pesquisa EGB
Penicilina Cristalina Intraparto
Swab retal e vaginal para EGB
35 – 37 semanas
Fatores de risco:Febre materna intrapartoBolsa rota > 18 horas
Nenhuma profilaxia necessária
Penicilina Cristalina Intraparto
Penicilina Cristalina Intraparto
Sim
Não
EGBnegativo
Não realizado ou desconhecido
Não
EGBpositiv
o
INDICAÇÕES PARA ANTIBIOTICOPROFILAXIA INTRAPARTO COM BASE NOS RESULTADOS DA CULTURA VAGINAL E RETAL 35-37 SEMANAS (CDC, 2010)
PROFILAXIA INTRAPARTO
PENICILINA CRISTALINA (B)
5 milhões de unidades IV
A seguir:
2,5 – 3 milhões de unidades 4/4 horas até o parto
AMPICILINA (B)
2 g IV (dose inicial) e a seguir 1g IV 4/4 horas
Amplo espectro – maior risco de resistência
microbiana
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
PROFILAXIA INTRAPARTO
PACIENTES ALÉRGICAS
Baixo risco de anafilaxia:
CEFAZOLINA (B) 2g IV, depois 1g IV 8/8 h até o parto
Alto risco para anafilaxia:
EGB sensível a eritromicina ou clindamicina: ERITROMICINA (B) 500mg IV 6/6h ou CLINDAMICINA (B) 900mg IV 8/8h até o parto
EGB resistente: VANCOMICINA (B)1g IV 12/12 h até o parto
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
REVISÃO SISTEMÁTICA DA COCHRANE (2011)
Ohlsson A, Shah Vibhuti S. Intrapartum antibiotics for
known maternal Group B streptococcal colonization. In:
The Cochrane Library, Issue 5, 2011
3 ECR = 852 mulheres (elevado risco de bias)
Redução de infecção precoce por EGB (RR=0,17; IC
95% = 0,04 – 0,74) NNT = 25
Não houve redução da mortalidade por EGB nem da
mortalidade global
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
Ohlsson Arne, Shah Vibhuti S. Intrapartum antibiotics for known maternal Group B streptococcal colonization. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011
OUTRAS OPÇÕES
TESTE RÁPIDO PARA EGB (PCR em tempo real
S=96% E=98%) => PROFILAXIA INTRAPARTO
CLOREXIDINA VAGINAL=> PROFILAXIA
INTRAPARTO (PAÍSES POBRES)
VACINA PARA EGB (estudos)
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
Em resumo:
Sugere-se o rastreamento universal de todas
as gestantes entre 35 – 37 semanas para EGB
Profilaxia intraparto com Penicilina Cristalina
indicada nas gestantes EGB +
Na ausência / desconhecimento de cultura:
profilaxia na presença de fatores de risco
ESTREPTOCOCO DO GRUPO B (EGB)
VAGINOSE BACTERIANA
CONCEITOS BÁSICOS
Infecção do trato genital inferior, caracterizada por mudança da flora vaginal – predominantemente aeróbica (Lactobacilli)– para flora predominantemente anaeróbica (DAVIS et al., 1997)
Microrganismos anaeróbicos e microareofílicos: Gardnerella vaginalis, Mobiluncus, Atopobium, Mycoplasma, Ureaplasma, Prevotella e Bacteroides
VAGINOSE BACTERIANA
CONCEITOS BÁSICOS
Prevalência elevada:
Causa mais frequente de corrimento vaginal: 40-50% dos casos
30% de todas as mulheres (autocoleta)
50% das africanas (Uganda)
12,3% das gestantes assintomáticas (TOLOSA, 2006)
Cerca de 50% das portadoras = assintomáticas
VAGINOSE BACTERIANA
VAGINOSE BACTERIANA
PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICAPrevalência elevada
Complicações obstétricas
Complicações ginecológicas
Aumento do risco de infecção por HIV
Custos elevados para o Sistema de Saúde
VAGINOSE BACTERIANA
COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS
RUPREMA
Parto prematuro: RR= 2,19 (IC 95%= 1,54-3,12)
Corioamnionite
Infecções pós-parto
Complicações Neonatais
VAGINOSE BACTERIANA
SINTOMAS
Queixas clínicas:
Odor vaginal desagradável (piora na menstruação ou depois do coito)
Corrimento vaginal (escasso, branco, branco-acinzentado ou amarelado)
VAGINOSE BACTERIANA
DIAGNÓSTICO
Exame especular – conteúdo vaginal
Medida do pH vaginal e teste das aminas
Bacterioscopia do conteúdo vaginal
Exame a fresco
Gram (critérios de Nugent – escore > 6)
Papanicolaou (restrições S=49% E=93%)
Cultura NÃO tem valor
Outros exames (PCR, testes rápidos)
VAGINOSE BACTERIANA
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS (AMSEL, 1983)
1.Corrimento branco-acinzentado, fluido, reveste as paredes vaginais, microbolhoso
2.pH vaginal > 4,5
3.Teste de Whiff positivo – KOH 10%
4.“Clue-cells”(células-guia) – aderência bacteriana em > 20% das células vaginais
(Sensibilidade = 90% Especificidade = 70%)
VAGINOSE BACTERIANA
VAGINOSE BACTERIANA
Exame a Exame a FrescoFresco
Clue-cells (Gardnerella)
VAGINOSE BACTERIANA
GRAMGRAM
Cocobacilos aderidos às células epiteliais da vagina
VAGINOSE BACTERIANA
TRATAMENTO ANTIMICROBIANO NA GRAVIDEZ
(CDC, 2006)Metronidazol (B) – 250mg VO 8/8 horas ou 500mg VO 12/12h por 7 dias
OU
Clindamicina (B) – 300mg VO 12/12h por 7 dias
AMBAS AS DROGAS PODEM SER USADAS NO 1o. TRIMESTRE
NÃO HÁ ASSOCIAÇÃO ENTRE USO DE METRONIDAZOL NO 1o. TRIMESTRE E MF
VAGINOSE BACTERIANA
VAGINOSE BACTERIANA
Caro-Patón T, Carvajal A, Martin de Diego I, Martin-Arias LH, Alvarez Requejo A, Rodríguez Pinilla E. Is metronidazole teratogenic? A meta-analysis. Br J Clin Pharmacol. 1997 Aug;44(2):179-82.
VAGINOSE BACTERIANA
REVISÃO SISTEMÁTICA DA COCHRANE (2011)
McDonald HM, Brocklehurst P, Gordon A. Antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
5 ECR = 5888 mulheres
Antibioticoterapia efetiva para erradicação da VB na gravidez: OR=0,17 (0,15 – 0,20)
Tratamento não reduziu o risco de parto prematuro, RUPREMA, infecção pós-parto e sepse neonatal
Parto <37 semanas: todas as mulheres
McDonald HM, Brocklehurst P, Gordon A. Antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
McDonald HM, Brocklehurst P, Gordon A. Antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
RUPREMA: todas as mulheres
McDonald HM, Brocklehurst P, Gordon A. Antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
BPN: todas as mulheres
VAGINOSE BACTERIANA
REVISÃO SISTEMÁTICA DA COCHRANE (2011)
Houve redução do risco de parto prematuro em mulheres tratadas antes de 20 semanas
Em mulheres com parto prematuro anterior, não houve redução do risco de parto prematuro porém observou-se redução do risco de RUPREMA e de baixo peso
Em mulheres com flora anormal o tratamento pode reduzir o risco de parto prematuro antes de 37 semanas
McDonald HM, Brocklehurst P, Gordon A. Antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
Parto prematuro: tratamento < 20 semanas
McDonald HM, Brocklehurst P, Gordon A. Antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
RUPREMA: tratamento < 20 semanas
McDonald HM, Brocklehurst P, Gordon A. Antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
RUPREMA: mulheres com PP anterior
McDonald HM, Brocklehurst P, Gordon A. Antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
BPN: mulheres com PP anterior
McDonald HM, Brocklehurst P, Gordon A. Antibiotics for treating bacterial vaginosis in pregnancy. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011.
Parto prematuro: mulheres com flora intermediária
VAGINOSE BACTERIANA
CONCLUSÃO DOS REVISORES
O tratamento antibiótico pode erradicar a VB na gravidez, porém há pouca evidência de que rastrear e tratar TODAS as mulheres com VB assintomática irá prevenir PP e suas consequências.
O tratamento em mulheres com PP anterior reduz o risco de RUPREMA e BPN
Sugere-se que o tratamento antes de 20 semanas pode reduzir o risco de parto prematuro. Este achado deve ser investigado em futuros ECR.
VAGINOSE BACTERIANA
Em resumo:
As evidências disponíveis não sugerem benefícios com o rastreamento de VB em TODAS as gestantes.
O tratamento das gestantes sintomáticas deve ser realizado. Tanto metronidazol como clindamicina podem ser usados. O esquema ideal permanece incerto.
Parece haver benefícios de rastrear e tratar mulheres assintomáticas que tiveram PP anterior, devendo o tratamento ser realizado ↓20 semanas.
DOENÇA PERIODONTAL
CONCEITOS BÁSICOSDoença periodontal => doença infecto-inflamatória que acomete os tecidos de suporte (gengiva) e sustentação (cimento, ligamento periodontal e alvéolos) dos dentes.
Gengivite (superficial)
Periodontite (comprometimento alveolar)
Causa importante de perda dentária em adultos
15% da população dos EUA
50% dos adultos têm gengivite + de 6 dentes
DOENÇA PERIODONTAL
CONCEITOS BÁSICOS
Etiologia microbiana: mudança da flora dentária
para bactérias anaeróbias
Germes associados: estreptococos, Actnomicetes e
espiroquetas
PLACA BACTERIANA
DOENÇA PERIODONTAL
DOENÇA PERIODONTAL NA GRAVIDEZ
Doença periodontal preexistente: gengivite ou
periodontite
Gengivite da gravidez
Granuloma piogênico associado à gravidez: 0,5% a
5% das gestantes
DOENÇA PERIODONTAL
Gengivas normais Gengivite
DOENÇA PERIODONTAL
Periodontite
DOENÇA PERIODONTAL
Granuloma piogênico em gestante no 4o. mês
DOENÇA PERIODONTAL
CONCEITOS BÁSICOSRiscos obstétricos associados:
Parto prematuro Pré-eclâmpsia Perda gestacional DMG Sepse neonatal por EGB
O tratamento modifica esses riscos?
Como deve ser realizado?
DOENÇA PERIODONTAL
TRATAMENTO
Mecânico
Remoção da placa bacteriana (raspagem
subgengival)
Cirurgia
Antibioticoterapia (adjuvante)
Antissépticos tópicos (adjuvantes)
DOENÇA PERIODONTAL
ANTIMICROBIANOS NA DOENÇA PERIODONTALAntibióticos/Classe Agente Efeito Espectro LimitaçãoBetalactâmicos Amoxicillina Bactericida Gram + e Gram − Penicilinase
HipersensibilidadeB Augmentina Bactericida Menor espectro Mais cara que
amoxacilinaTetraciclinas Tetraciclina Bacteriostático Gram + > Gram − Resistência
bacterianaD Minocicline Bacteriostático Gram + > Gram −
Doxiciclina Bacteriostático Gram + > Gram −Quinolonas
CCiprofloxacina Bactericida Gram − Náuseas,
desconforto GIMacrolídeos
BAzithromycin Bacteriostático
ORBactericida
Largo espectro
LincomicinasB
Clindamicina Bactericida Anaeróbios
NitroimidazólicosB
Metronidazol Bactericida para Gram −
Gram −; esp. P. gingivalis e P. intermedia
Não atua contra Actinomycete
ANTIMICROBIANOS NA DOENÇA PERIODONTAL
Agente FDA Regime Dosagem/Duração
Amoxicillina B 500 mg 3x/dia por 8 dias
Azitromicina B 500 mg 1x/dia por 4–7 dias
Ciprofloxacina C 500 mg 2x/dia por 8 dias
Clindamicina B 300 mg 3x/dia por 10 dias
Doxiciclina ou Minociclina
D 100–200 mg 1x/dia por 21 dias
Metronidazol B 500 mg 3x/dia por 8 dias
Terapia combinada
Metronidazol + Amoxacilina
B 250 mg de cada 3x/dia por 8 dias
Metronidazol + Ciprofloxacina
C 500 mg de cada 2x/dia por 8 dias
DOENÇA PERIODONTAL
ANTISSÉPTICOS TÓPICOS
1a. geração – Listerine, Cepacol: curto efeito
2a. geração – Clorexedina (aprovada pela ADA) – efeito persiste depois da expectoração – inibe a formação da placa bacteriana e o desenvolvimento de gengivite crônica – efetivo contra Gram+ e fungos
Efeitos potencialmente deletérios em longo prazo
DOENÇA PERIODONTAL
CLOREXEDINA
Indicação em curto prazo
Indicação intermitente (alternando a cada 1-2 meses)
Indicações em longo prazo (> 3 meses a indefinidamente)
Gengivite Gengivite Pacientes com ↓ resistência à placa bacteriana: aids, leucemia, d.renal, transplante de medula, agranulocitose, trombocitopenia
Seguindo cirurgia periodontal e oral
Manutenção periódica Pacientes com limitação física: artrite reumatóide, esclerodermia, distúrbios musculares e/ou motores
Tratamento da candidíase Reconstrução prostética ampliada
DOENÇA PERIODONTAL
TRATAMENTO ANTES vs. DURANTE A GRAVIDEZ
ECR não demonstram redução do risco de parto prematuro e BPN com o tratamento da doença periodontal durante a gravidez.
O tratamento durante a gravidez é seguro, porém pode ser tarde demais para reduzir a resposta inflamatória relacionada aos desfechos gestacionais adversos.
TRATAMENTO DE DOENÇA PERIODONTAL E GRAVIDEZ
TRATAMENTO DE DOENÇA PERIODONTAL E GRAVIDEZ
DOENÇA PERIODONTAL
COCHRANE REVIEW (PROTOCOL)
Crowther Caroline A, Thomas Natalie, Middleton Philippa, Chua Mei-Chien, Esposito Marco. Treating periodontal disease for preventing preterm birth in pregnant women (Protocol for a Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011
Proposta de incluir ECR comparando tratamento vs. não-tratamento ou tratamentos alternativos para doença periodontal na gravidez.
DOENÇA PERIODONTAL
Em resumo:
Apesar de a doença periodontal estar associada a riscos gestacionais, as evidências não sugerem redução desses riscos com uma política de rastreamento e tratamento em TODAS as gestantes.
O tratamento, no entanto, é seguro e deve ser realizado quando houver indicação clínica. Se houver indicação de antibioticoterapia, preferir as drogas classe B (FDA).
DOENÇA PERIODONTAL
“ANTIBIOTICS ARE NOT HOLY WATER!”*(GJ EBRAHIM, 1993)
Mas…*“Os antibióticos não são água benta”
ANTIBIÓTICOS PODEM SALVAR VIDAS!!!