antes que o dia amanheça - megapro.com.br filefoi só isso! tereza — só isso?! o hugo te odeia,...

Direção de Dramaturgia MEGAPRO

Central MEGAPRO de Produções (CMP) Cap. 6

“Este texto é de propriedade intelectual exclusiva do MEGAPRO e por conter informações confidenciais,

não poderá ser copiado, cedido, vendido ou divulgado de qualquer forma e por qualquer meio, sem o

prévio e expresso consentimento da mesma. No caso de violação do sigilo, a parte infratora estará sujeita às penalidades previstas em lei e/ou contrato.”

Antes Que O Dia

Amanheça

Novela de

JOÃO CARVALHO

Escrita por

João Carvalho

Direção

Lucas Luciano

Weslley Vitoritti

Direção Geral

Lucas Luciano

Direção Artística

Weslley Vitoritti

Personagens deste capítulo

BELIZA

CAIO CAMILA

CECÍLIA CLARA COSME

DAMIÃO

DIANA

GABRIEL HUGO

JACK

JUJU

LEIA LETÍCIA

LUAN

MALU MECA

PÉRSIA

RICARDO

SIMONE TEREZA

ZUCA

Ant. Que O Dia Aman. Capítulo 6 Pag.: 2

CENA 01. APTO DE DADO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE.

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR –

TEREZA COM UM REVÓLVER APONTADO PARA DADO, QUE OLHA PARA ELA

ASSUSTADO.

DADO — Que isso, Tereza?! Tá doida?

TEREZA — Eu pensei que você já tivesse entendido que eu não quero

você perto da minha família, Dado! NÃO QUERO!

DADO — O que eu fiz?!

TEREZA — A Camila me contou tudo... Você se aproveitou da minha filha,

Dado. De uma menina.

DADO — (DEBOCHA) Menina?! Por favor, Tereza... Abaixa essa arma.

Vamos conversar direito, com calma... Abaixa a arma!

TEREZA ENCARA DADO. TEMPO NELA. ABAIXA A ARMA LENTAMENTE.

TEREZA — Eu sou capaz de tudo pelos meus filhos. De tudo!

DADO — Eu não me aproveitei da Camila, caramba! Eu me encantei por

ela e ela também se encantou por mim e rolou. Foi só isso!

TEREZA — Só isso?! O Hugo te odeia, Dado.

DADO — E o que eu posso fazer? É direito dele me odiar, não gostar de

mim. Mas a Camila é maior de idade e ela sabe o que faz da vida

dela. Assim como eu sei também o que faço da minha.

TEREZA — Eu espero, de coração, que você tenha pegado o recado e

deixe a minha filha em paz. A Camila não merece um canalha

feito você! Não merece!

TEREZA ENCARA DADO E SAI DALI. EM DADO, AINDA ASSUSTADO. CORTA PARA/

CENA 02. BALCÃO DE FESTAS. BANHEIRO. INTERIOR. NOITE.

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 33 DO CAPÍTULO 5 – COSME E SABRINA

OLHAM ASSUSTADOS PARA BELIZA E INOCÊNCIO.

COSME — Eu sabia. Sabia que meu irmão não tava maluco. Cês dois têm

um trelelê mesmo. Que vergonha, dona Beliza!

INOCÊNCIO — Olha aqui, moleque. Se tu abre essa boca pra Miranda, eu não

respondo por mim...

BELIZA — Você e teu irmão são dois fofoqueiros. Mexeriqueiros.


SABRINA — Ai que cena horrível. Queria desver.

COSME — Eu vou contar pra dona Miranda. E olha, Inocêncio... Eu tenho

muito respeito por ti, mas se tu quiser cair na porrada a gente

cai. Não tenho problema com isso.

BELIZA — Você conta pra Miranda do que viu, e eu conto pra tua mãe

que você anda se enrabichando com tua prima do banheiro da

minha festa. E falo no microfone, pra todo mundo ouvir. E aí? Tu

quer?

SABRINA E COSME SE ENCARAM PREOCUPADOS. TEMPO NELES.

COSME — Isso é errado...

SABRINA — Ah, para, Cosme! A gente aceita, dona Beliza. A gente não fala

nada do que viu e vocês também não falam nada sobre a gente.

BELIZA — Ótimo. Eu vou sair primeiro, depois vocês saem com

Inocêncio. É melhor pra não levantar suspeitas.

BELIZA SE RETIRA DO BANHEIRO. INOCÊNCIO ENCARA COSME. CLOSES. CORTA

PARA/

CENA 03. CASA DE CLARA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE.

ANA ENTRANDO COM UM TABULEIRO DE BOLO EM MÃOS. DIANA JUNTO DELA.

ANA — Aproveitei e trouxe um bolinho pra vocês comerem.

DIANA — Você é ótima mesmo, Ana. Não precisava!

DIANA PEGA O BOLO DAS MÃOS DE ANA E O COLOCA EM CIMA DO BALCÃO QUE

SEPARA A SALA DA COZINHA. AS DUAS SE SENTAM NO SOFÁ.

DIANA — E então?! Como tão indo as coisas?

ANA — Tão seguindo. Tá meio complicado no escritório com essa

história da morte de Juju, mas as coisas já tão se encaminhando

novamente.

DIANA — Ah, verdade. Eu tava conversando com o Ricardo sobre isso. É

muito triste mesmo.

ANA — Diana, na verdade eu vim até aqui porque queria saber a sua

opinião enquanto mulher.

DIANA — Minha opinião? Sobre o quê?

ANA — Eu tô tendo a impressão que tô sendo traída/


DIANA — (CORTA) QUÊ?

ANA — É, pode parecer estranho, até porque o César me trata muito

bem, não deixa muitos rastos, mas é que eu sou mulher e eu

sei... Na cama, por exemplo... Eu sinto isso!

DIANA — (SE NEGA A ACREDITAR) Não... Será?!

ANA — O César sempre foi muito discreto. Se ele tiver realmente me

traindo, eu nunca vou saber se não procurar fundamento.

DIANA — Você tem certeza, Ana?! Não tô duvidando do que você pensa,

mas às vezes ele pode tá assim pelo trabalho, sei lá...

ANA — O César não queria vir pro Rio. Criticou a decisão do Caio em

fazer faculdade por aqui. Disse que pagaria o preço que fosse

pra que ele fizesse faculdade por São Paulo mesmo, mas do

nada ele mudou de ideia. Alguém fez ele mudar de ideia, Diana.

E é isso que eu preciso descobrir.

DIANA — Olha, pode contar comigo, viu?! O que você precisar, conta

comigo. Eu posso pedir o Ricardo pra ficar de olho aberto e

contar tudo pra mim. Ricardo é de confiança.

ANA — Você faria isso por mim, amiga?

DIANA — Claro que faria. Se você tá desconfiada, vamos correr atrás e

tirar essa história a limpo.

EM DIANA QUE SORRI PARA ANA E PEGA SUA MÃO. NELAS. CORTA PARA/

CENA 04. BALCÃO DE FESTA. INTERIOR. NOITE.

AS PESSOAS SE DIVERTINDO. VEMOS MIRANDA OLHANDO PARA FRENTE, COMO SE

ESTIVESSE PROCURANDO ALGUÉM. OLHA PARA FABINHO.

MIRANDA — Meu filho, tu viu teu pai?

FABINHO — Não, mãe. Mas deve tá na cozinha. Adora roubar uma comida.

MIRANDA — Tá um tempo sumido. Eu fico preocupada com a pressão

baixa dele.

FABINHO — Daqui a pouco ele aparece. Se preocupa não.

MIRANDA SE AFASTA DE FABINHO. NELA PROCURANDO AINDA POR INOCÊNCIO.

CORTA PARA/


CENA 05. CARRO DE GABRIEL. INTERIOR. NOITE.

GABRIEL DIRIGINDO. MALU AO LADO. CLARA ATRÁS.

GABRIEL — Então quer dizer que nós temos uma amiga artista?

CLARA — Ah, para. Longe disso. Eu gosto de pintar. É a minha melhor

forma de expressão.

MALU — Eu quero ver esses quadros um dia, hein...

CLARA — Eu vou dar um de presente pra vocês dois...

GABRIEL — OPA!

MALU — Quero!

CLARA — Bom, gente... Chegamos, né?

GABRIEL PARA O CARRO.

CLARA — Tem certeza que cês não querem entrar?

GABRIEL — Deixa pra uma próxima! Foi muito bom conversar com você,

Clara. Valeu mesmo.

CLARA — Tchau, gente. Obrigada. Beijos!

MALU — Beijos, Clara. A gente se fala!

CLARA SAI DO CARRO. GABRIEL OLHA PARA MALU.

GABRIEL — Vamos?

MALU — Uhum...

GABRIEL ARRANCA E SEGUE. CORTA PARA/

CENA 06. CASA DE CLARA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE.

CLARA ENTRA, VÊ ANA E DIANA CONVERSANDO. ANA SE LEVANTA. CLARA SE

ASSUSTA, MAS A CUMPRIMENTA.

ANA — Oi, meu amor. Como que cê tá?

CLARA — Tô bem e a senhora?!

ANA — Senhora?!

CLARA — (CORRIGE) Você...


ANA — Tô bem também. Vim ter um papinho com tua mãe, mas já tô

indo pra casa. Mas eu não poderia deixar de te agradecer pela

companhia que você tem feito pro Caio. Ele gosta muito de você!

CLARA — Ah, obrigada. Eu também gosto muito dele!

ANA — Será que vamos ter um namorinho aí? (RI) Acho que vamos

ser da mesma família, hein, Diana...

DIANA SORRI, MAS OLHA PARA CLARA INCOMODADA. CLARA FICA SEM GRAÇA.

CLARA — A gente é amigo. Não tem isso!

ANA — Bom, agora eu vou mesmo. Se precisarem de mim, gritem!

DIANA — Tá bom. Obrigada pelo bolo e pela visita, Ana.

ANA — Que isso! Tchau!

CLARA — Tchau!

ANA SE RETIRA DA CASA. DIANA OLHA INCOMODADA PARA CLARA.

CLARA — Ih, mãe! Que foi? Eu, hein...

CLARA SOBE AS ESCADAS. CLOSE EM DIANA. CORTA PARA/

CENA 07. MANSÃO DOS SENRA. SALA DE ESTAR. NOITE. INTERIOR.

HUGO SENTADO NO SOFÁ. TEREZA ENTRA.

HUGO — Onde é que cê tava, Tereza?

TEREZA — Fui jantar com umas amigas. Algum problema?

HUGO — Tem o problema de que você devia ter me avisado.

TEREZA — Eu sou tua mulher, não sou teu cabresto não.

HUGO — Bom, agora que você chegou eu vou indo.

TEREZA — Pra onde?

HUGO — Tenho um compromisso com uns clientes agora. Não posso

atrasar de jeito nenhum.

TEREZA — Mas agora?! Cê já viu a hora, Hugo?

HUGO — Eu não tenho culpa se foi essa a melhor hora que o meu

cliente tinha. Eu faço a minha parte, Tereza. Tchau! Tô atrasado!

HUGO SE RETIRA DA CASA. TEREZA DESCONFIADA. CORTA PARA/


CENA 08. RESTAURANTE. INTERIOR. NOITE.

LÍDIA E SAMIRA JANTANDO JUNTAS.

SAMIRA — Eu ainda tô avaliando isso, Lídia...

LÍDIA — É uma oportunidade única, Samira. Acorda! Imagina que baita

propaganda o Alok pode não fazer ficando no nosso hotel.

SAMIRA — E a gente vai forçar isso? Tem que ser natural...

LÍDIA — E por acaso alguma propaganda é natural, Samira? Eu, hein...

Cabeça de microempresária. Pensa grande!

LÍDIA OLHA PARA O LADO E VÊ UM HOMEM ALTO, OLHOS VERDES, CORPO

ATLÉTICO, APROXIMADAMENTE UNS 28 ANOS, SENTADO EM OUTRA MESA,

ENCARANDO-A COM OLHAR SEDUTOR.

LÍDIA — Samira, tem um cara olhando pra cá... Eu acho que ele tá

olhando pra mim.

SAMIRA — Então você que fique por aí flertando com o cara da outra

mesa, porque eu vou pra casa descansar. Paga aí, que eu te

pago em casa.

SAMIRA SE LEVANTA DA MESA E SAI DO RESTAURANTE. O HOMEM SE LEVANTA E

VAI ATÉ A MESA DE LÍDIA.

HOMEM — Oi, tudo bom? É, você vem aqui muito tempo?

LÍDIA — Oi. Já, sim! E você?

HOMEM — Me mudei a pouco!

LÍDIA — Qual é o seu nome?

HOMEM — Renato! E o seu?

LÍDIA — Senta aí, Renato! Minha irmã me deixou sozinha...

RENATO SORRI E SE SENTA AO LADO DE LÍDIA. OS DOIS SE ENCARAM. CORTA

PARA/


GABRIEL ESTACIONA O CARRO EM FRENTE A CASA DE MALU.

GABRIEL — Pronto! Chegamos...


MALU — Ai, foi maravilhoso. Gostei muito do nosso encontro.

GABRIEL — Eu também. (T) AH, tava quase esquecendo.

MALU — Do quê?

GABRIEL ESTICA A MÃO E TIRA UMA ROSA. MALU SORRI.

GABRIEL — Eu sei que é muito pouco, mas é de coração.

MALU PEGA A ROSA.

MALU — Pra você pode ser pouco, mas pra mim é muito. Obrigada!

MALU E GABRIEL SE ENCARAM. VÃO APROXIMANDO OS LÁBIOS LENTAMENTE E SE

BEIJAM. TEMPO NO BEIJO. SE AFASTAM.

MALU — Agora eu preciso ir. Tchau!

GABRIEL — Tchau!

MALU SAI DO CARRO. EM GABRIEL ENCANTADO. CORTA PARA/

CENA 10. CASA DE CLARA. QUARTO DE CLARA. INTERIOR. NOITE.

CLARA DEITADA EM SUA CAMA, COM O CELULAR NO OUVIDO.

CLARA — (Cel.) Foi maravilhoso... E o mais engraçado é que eu nunca

poderia imaginar que um dia ia conseguir encontrar eles de

novo. Foi muita coincidência!

CAIO — (Cel./OFF) E pra completar, a Malu que marcou a sua infância,

é a Malu minha amiga de infância. (RI) Filha da Simone...

CLARA — (Cel.) Caio... Amanhã a gente vai fazer alguma coisa? Juntos?

CAIO — (Cel./OFF) Você quer?

CLARA — (Cel.) Não... Eu não to te pressionando longe disso, é que.../

CAIO — (Cel./OFF) Se você tiver livre e topar...

CLARA — (Cel.) Claro que eu topo, bobo!

CAIO — (Cel./OFF) Então amanhã a gente conversa melhor sobre...

Vou dormir... Beijo.

CLARA — (Cel.) Beijo!

CLARA DESLIGA O CELULAR. CLOSE NELA, SORRINDO. CORTA PARA/


CENA 11. CARRO DE CAIO. INTERIOR. NOITE.

GABRIEL DIRIGINDO. ELE SORRI. FLASHS DO BEIJO QUE ELE DEU EM MALU NO

CARRO. VOLTA À CENA, COM GABRIEL LIGANDO O RÁDIO DO CARRO. COMEÇA A

TOCAR WHAT LOVERS DO – MAROON 5. GABRIEL, ALEGRE, DANÇA E CANTA COM

A MÚSICA.

GABRIEL — (CANTA) Tell me, tell me if you love me ort now…

GABRIEL OLHA PARA FRENTE E VÊ UM CARRO PRETO ELEGANTE PASSANDO POR ALI.

GABRIEL — Peraí, mas esse é o carro do meu pai...

GABRIEL DESLIGA O SOM. ASSUSTADO, SEM ENTENDER, ACELERA E SEGUE O

CARRO DE HUGO. CORTA PARA/

CENA 12. PALCO. CAMARIM. INTERIOR. NOITE.

SIMONE ENTRA EXAUSTA, SE SENTA EM SUA CADEIRA E COMEÇA A TIRAR OS

BRINCOS. CÉSAR ENTRA.

CÉSAR — Parabéns, Simone. Você deu um show, literalmente...

SIMONE — Obrigada. Mas cadê a Léia?

CÉSAR — Liberei ela. A coitada trabalhou o dia todo, é o primeiro dia

dela... Deixei ela dar uma descansada!

SIMONE SE LEVANTA E VAI INDO EM DIREÇÃO À PORTA.

SIMONE — Então eu vou indo pro carro...

CÉSAR — Peraí... Agora que só tá a gente aqui, não vai me agradecer?!

SIMONE — Agradecer?! Ham?!

CÉSAR — Agradecer por tudo o que tenho feito por você, Simone.

SIMONE VAI ATÉ CÉSAR. OS DOIS SE BEIJAM CALOROSAMENTE. CORTA PARA/

CENA 13. CASA DE MIRANDA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE.

MIRANDA E FABINHO ENTRAM. ELE VAI TIRANDO O TÊNIS.

MIRANDA — Não entendi Inocêncio... Veio antes da gente! Bobão.

FABINHO — Mãe, eu preciso tirar uma opinião com a senhora...

MIRANDA — Fala, meu filho!


FABINHO — Eu tô pensando em largar o meu emprego.

MIRANDA — Ham?! Largar seu emprego? Cê tá doido?

FABINHO — Calma, mãe. É que eu tô querendo arrumar um trampo de

motorista. Eu tenho a carteira todo em dia e a senhora mesmo

diz que eu levo jeito pra coisa. Aquilo lá não vai me dar futuro e

eu já tô cansado.

MIRANDA — Ah, filho... Por mim, ótimo. Super apoio.

FABINHO — Mas agora é saber quem vai querer um motorista, né? Nesse

período de crise...

MIRANDA — Por que você não vai lá na empresa dos Senra? A Tereza foi

muito minha amiga antes de casar. Tenta falar com alguém lá na

empresa, qualquer coisa eu mexo meus pauzinhos e falo com a

Tereza.

FABINHO — Vou fazer isso! Valeu, mãe. Agora vou dormir pra acordar

cedo amanhã e resolver isso tudo.

FABINHO BEIJA A TESTA DE MIRANDA E VAI PARA SEU QUARTO. EM MIRADA, QUE

PEGA O TÊNIS DO FILHO DO CHÃO E APAGA AS LUZES. CORTA PARA/


GABRIEL VAI PARANDO O CARRO LENTAMENTE. VEMOS QUE ELE ESTÁ EM FRENTE A

UM MOTEL. A GARAGEM DO MOTEL SE ABRE. O CARRO DE HUGO ENTRA NELA.

GABRIEL ESPANTADO.

GABRIEL — (COM RAIVA) Desgraçado!

TENSÃO. CLOSE EM GABRIEL COM OS OLHOS ARREGALADOS DE RAIVA.

ABERTURA


CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 14 – GABRIEL DÁ UM SOCO NA POLTRONA

DO LADO DA SUA DO CARRO. NELE, PARADO. TOMA ATITUDE. DESLIGA O CARRO E ABRE A PORTA DELE. GABRIEL SAI DO VEÍCULO. CORTA PARA/

CENA 16. MOTEL. PORTARIA. INTERIOR. NOITE.


UM PORTEIRO RECEBENDO OS CARROS E RECEPCIONISTA NEGRO ENTREGANDO AS

CHAVES E ANOTANDO OS NOMES EM UM COMPUTADOR. GABRIEL ENTRA. O PORTEIRO PÕE A MÃO NA FRENTE PARA PARAR ELE.

PORTEIRO — Seu nome!

GABRIEL — Meu nome?! Ham?!

PORTEIRO — Aqui só entra quem reserva... Por segurança!

GABRIEL — Eu preciso muito de uma informação...

PORTEIRO — Eu não posso deixar você entrar, cara.

GABRIEL TIRA UMA BOA QUANTIDADE DE DINHEIRO DO BOLSO E MOSTRA PARA O PORTEIRO.

GABRIEL — Se vocês me ajudarem, eu ajudo vocês também!

O PORTEIRO OLHA PARA O DINHEIRO ANIMADO. OLHA PARA UM LADO E PARA O OUTRO.

PORTEIRO — O que você quer?

GABRIEL — Eu quero saber sobre um homem que acabou de entrar aqui agora... Hugo Senra!

PORTEIRO — O Dr. Hugo?!

GABRIEL — É... Ele mesmo! Ele frequenta sempre aqui?

PORTEIRO — Dr. Hugo é veterano na casa já tem um tempo. Quando eu entrei aqui, que já deve ter uns dez anos, ele já era figura

carimbada do Motel. (T) A questão toda é que ele é casado! Então ele é super discreto!

GABRIEL — Tão discreto que veio com o próprio carro pra um hotel?!

PORTEIRO — Aí eu não sei.

GABRIEL — E a mulher? Quem é a mulher?

PORTEIRO — Ninguém sabe. A gente desconfia que ela seja uma prostituta.

Cada dia vem com um visual, com uma peruca diferente. Acho que é pra despistar. Mas olha... Você disse do carro, mas deve ter sido algum descuido do doutor. Ele costume vir num carro

mais velho, de menos valor... Tudo bem pensado!

GABRIEL — Tá bom, cara. Muito obrigado! (ENTREGA O DINHEIRO) Toma... Você me ajudou muito!

PORTEIRO — Não precisa agradecer...


GABRIEL SAINDO. CLOSE EM SEUS OLHOS QUE LACRIMEJAM DE ÓDIO. CORTA

PARA/

CENA 17. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA.

SONOPLASTIA: 4 DA MANHÃ – UM44K.

IMAGENS AÉREAS DO AMANHECER NA CIDADE. TAKES PELOS VÁRIOS PONTOS TURÍSTICOS. TAKE FINAL NA FACHADA DA EMPRESA DE ADVOCACIA DOS SENRA. CORTA PARA/

CENA 18. SENRA ADVOCACIA. RECEPÇÃO. INTERIOR. DIA.

O ELEVADOR ABRE. FABINHO, MUITO BEM VESTIDO, DE TERNO, SAI DELE E VAI EM

DIREÇÃO À RECEPÇÃO COM UMA PASTA EM MÃOS.

FABINHO — Bom dia!

RECEPCIONISTA — Bom dia! Pois não...

FABINHO — Eu gostaria de entregar o meu currículo. Eu deixo com quem?

RECEPCIONISTA — Você diz curricum vitae, né?

FABINHO — Sim, isso!

RECEPCIONISTA — Você deu sorte. A Camila, que é responsável pelas admissões da empresa, hoje tá no escritório dela. Eu vou falar com ela e você entrega pessoalmente.

A RECEPCIONISTA SE LEVANTA. CORTA PARA/

CENA 19. SENRA ADVOCACIA. SALA DE CAMILA. INTERIOR. DIA.

CAMILA MEXENDO EM SEU COMPUTADOR. BATIDAS NA PORTA.

CAMILA — Entra!

A RECEPCIONISTA ENTRA.

RECEPCIONISTA — Camila, tem um rapaz que precisa de um emprego e queria entrar um currículo. Deixo ele entrar?

CAMILA — Pode deixar entrar...

A RECEPCIONISTA SAI. FABINHO ENTRA. CAMILA OLHA PARA ELE E SORRI. ELE SEM GRAÇA.


FABINHO — Oi!

CAMILA SE LAVANTA. OS DOIS SE CUMPRIMENTAM COM UM APERTO DE MÃO.

CAMILA — Tudo bem?! Senta aí... Fica à vontade!

NOS DOIS. CORTA PARA/

CENA 20. CARRO DE GABRIEL. INTERIOR. DIA.

GABRIEL DIRIGE, ENQUANTO FALA NO CELULAR.

GABRIEL — (Cel.) Alô?! Malu?!

MALU — (Cel./OFF) Oi! Tudo bem?

GABRIEL — (Cel.) Malu, eu tô precisando desabafar urgentemente. Cê tá livre?

MALU — (Cel./OFF) Tô. Hoje é meu dia de folga!

GABRIEL — (Cel.) Será que teria como a gente se encontrar?

MALU — (Cel./OFF) Claro! Me espera no restaurante do segundo piso

do Shopping. Eu me arrumo rapidinho e vou te encontrar. Pode ser?

GABRIEL — (Cel.) Pode. Obrigado!

MALU — (Cel/OFF) Não tem do que agradecer. Beijo.

GABRIEL — (Cel.) Beijo. Tchau. Te espero lá!

GABRIEL DESLIGA O CELULAR E CONTINUA A DIRIGIR. CORTA PARA/

CENA 21. SENRA ADVOCACIA. SALA DE CAMILA. INTERIOR. DIA.

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 19 – CAMILA E FABINHO SE ENCARANDO.

CAMILA — Então você tá precisando de um emprego, não é?

FABINHO — É. Na verdade eu trabalho numa lanchonete, mas também faço bico de garçom pra completar a renda. Mas o que eu tava

querendo mesmo é um emprego de motorista, dona Camila/

CAMILA — (CORTA) Dona, não! Por favor... Pode me chamar só de Camila mesmo.

FABINHO — Ah, desculpa. Força do hábito!

CAMILA — Olha...


FABINHO — Fábio, mas o pessoal me chama de Fabinho.

CAMILA — Realmente a gente tá precisando de um motorista, mas é que fica difícil eu te dar o emprego sem nem saber se você leva mesmo jeito pra coisa. (T) Mas peraí... Parece que lembro de você... Da lanchonete mesmo.

FABINHO — Também lembro da senho... (CORRIGE) você por lá.

CAMILA PENSATIVA. EM FABINHO.

CAMILA — Você trouxe sua carteira de motorista?

FABINHO — Uhum!

FABINHO TIRA A CARTEIRA DE MOTORISTA DO BOLSO E ENTREGA PARA CAMILA, QUE OLHA INTERESSADA.

CAMILA — Muito bom. Topa fazer um teste? Assim, sem compromisso... Você vem amanhã e a gente faz um testa, se eu gostar, eu te contrato. Pode ser?

FABINHO — (ANIMADO) Não, claro, Camila. Amanhã mesmo eu tô aqui, de manhã. Muito obrigado mesmo.

CAMILA — Então tá bom. Amanhã espero você!

CLOSES ALTERNADOS. CORTA PARA/

CENA 22. SHOPPING. RESTAURANTE. INTERIOR. DIA.

GABRIEL E MALU SENTADOS NA MESA CONVERSANDO.

MALU — Fiquei até preocupada... Tá acontecendo alguma coisa?

GABRIEL — Eu queria te falar que não, mas tá... E eu não o que eu faço.

MALU — Então me fala... Às vezes eu posso te ajudar...

GABRIEL RESPIRA FUNDO. DESVIA O OLHAR DE MALU. TEMPO. OLHA PARA ELA DE NOVO.

GABRIEL — Ontem, depois que eu te deixei em casa, eu vi o meu pai andando no carro dele. Eu achei meio estranho pelo horário, sabe?! Então eu fui seguindo ele, até que eu vi ele entrando...

num Motel!

MALU — (ASSUSTADA) Teu pai?!

GABRIEL — É... Eu fui até a entrada do Motel e soltei um dinheirinho no

Porteiro, que logo me afirmou que o meu pai é antigo na casa.


Que ele tem uma amante que vem sempre disfarçada e que ele

desconfia até que seja uma prostituta.

MALU — Não tô acreditando, Gabriel. Como assim, gente?!

GABRIEL — Na hora eu fiquei com muita raiva. Aí eu fui pra casa, tomei um banho, descansei... Mas agora eu preciso fazer alguma coisa,

Malu. Eu não posso ficar com isso comigo, enquanto o meu pai se diverte, sei lá, com qualquer uma, e a minha mãe em casa igual uma trouxa.

MALU — Cê tem certeza que quer contar pra ela?

GABRIEL — Querer eu não queria, Malu, mas é minha mãe... Eu não posso ficar quieto, eu tenho que contar o que eu sei.

CLOSE EM GABRIEL TENSO. CORTA PARA/

CENA 23. CASA DE CAIO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA.

ANA SENTADA NO SOFÁ COM VÁRIOS PAPÉIS ESPALHADOS. TOCA A CAMPAINHA. ELA SE LEVANTA E VAI ATENDER. ABRE A PORTA. REVELA-SE LÉIA. ANA SE ASSUSTA.

ANA — Léia?!

LÉIA — Oi, Ana. Eu posso conversar com você?

ANA — É alguma coisa grave? Entra!

LÉIA ENTRA. ANA FECHA A PORTA.

ANA — Senta aí... Fica a vontade!

LÉIA SE SENTA NO SOFÁ. ANA TAMBÉM. LÉIA ABAIXA A CABEÇA, SEM GRAÇA, MAS LOGO SE RECOMPÕE E ENCARA ANA.

LÉIA — Eu sei que o que eu vou te falar não é nada fácil e que isso pode trazer consequências graves pra mim também, mas é que eu não posso ficar guardando isso comigo. Eu gosto de você,

Ana. E eu não quero compactuar com o que tão fazendo contigo.

ANA — Tão fazendo comigo?! Que história é essa, Léia? Fala de uma vez...

LÉIA RESPIRA FUNDO.

LÉIA — Seu marido e a Simone têm um caso!

ANA ARREGALA OS OLHOS. CLOSES ALTERNADOS ENTRE LÉIA E ANA.


INTERVALO

CENA 24. CASA DE CAIO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA.

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 23 – ANA SE LEVANTA INCRÉDULA.

ANA — Não. Não pode ser. Cê tem certeza do que tá falando, Léia?

LÉIA — Absoluta! A Simone é minha melhor amiga, eu amo ela. Mas

eu não posso deixar que isso tudo aconteça com você, Ana. É injusto. Se o César e a Simone querem ficar juntos, que fiquem, mas que não incluam ninguém nessa história.

ANA — (COMEÇA A CHORAR) Eu não tô acreditando nisso! Como eu fui tonta, idiota! Eu defendi essa mulher com unhas e dentes e agora eu levo essa facada nas costas!

LÉIA — Me desculpa te contar assim, é que eu/

ANA — (CORTA) Muito obrigada, Léia. Eu não sei como te agradecer! Se você não me contasse eu nunca ia desconfiar, nem nada. Eu confiava na Simone, eu confiava no meu marido.

LÉIA — Não faça nada que você possa se arrepender depois, Ana. Aja com cautela. Vai ser melhor!

ANA — Eu vou guardar isso comigo. E agora quem vai dar o bote

certeiro sou eu!

CLOSE EM ANA, DECIDIDA. CORTA PARA/

CENA 25. CASA DE MIRANDA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA.

FABINHO ENTRA EM CASA RADIANTE.

FABINHO — Mãe, mãe, mãe!

MIRANDA VEM DA COZINHA.

MIRANDA — Que foi, meu filho?!

FABINHO ABRAÇA MIRANDA, FELIZ.

FABINHO — Eu acho que vou conseguir, mãe. A Camila, filha do Dr. Hugo, vai me dar a oportunidade de fazer tipo uma experiência. Se eles gostarem de mim eu começo a trabalha lá.

MIRANDA — Ô, meu filho. Parabéns. Eu falei que cê ia conseguir. Eu disse.


FABINHO — Agora é pedir a minha folga lá do serviço amanhã. Se eles me

contratarem, amanhã mesmo eu vou no Bar e peço minha demissão.

EM FABINHO, ALEGRE. CORTA PARA/

CENA 26. CASA DE MECA E ZUCA. QUARTO DE COSME E DAMIÃO. INTERIOR.DIA.

QUARTO DESLEIXADO. DUAS CAMAS DE SOLTEIRO, UMA DO LADO DA OUTRA.

DAMIÃO DEITADA EM UMA DELAS MEXENDO NO CELULAR. COSME ENTRA NO LOCAL E SE SENTA NA OUTRA.

COSME — Damião?!

DAMIÃO — Fala!

COSME — Aquilo que tu falou é verdade...

DAMIÃO — Ham?! O que que eu falei?!

COSME — A dona Beliza tem um caso com o Inocêncio!

DAMIÃO JOGA O CELULAR E OLHA PARA COSME, INTERESSADO.

DAMIÃO — Viu?! Eu disse! Eu disse!

SABRINA ENTRA. ELA SE SENTA AO LADO DE COSME.

SABRINA — Contou pra ele?

COSME — Contei... Agora o que a gente precisa fazer é arrumar um jeito

da Miranda pegar os dois no flagra, no pulo do gato.

DAMIÃO — Mas como?!

COSME — Ainda não sei, mas deve ter algum jeito.

SABRINA — Os detetives de São Longuinho!

EM SABRINA ANIMADA. CORTA PARA/

CENA 27. CASA DE CLARA. QUARTO DE PINTURAS. INTERIOR. DIA.

CLARA PINTANDO. CAIO OBSERVANDO.

CLARA — Vai ficar aí me olhando? Não vai tentar, não?

CAIO — Eu?! Pintar?! Sério?

CLARA — Ah, para que cê não deve ser tão ruim assim também não.


CAIO — Ruim é pouco! Sou péssimo...

CLARA — Então tenta...

CAIO PEGA O PINCEL, PASSA NA TINTA VERMELHA E PINTA O NARIZ DE CLARA. ELE RI.

CLARA — Ah, cara... É sério isso? (RI)

CAIO — Ficou linda assim... Narizinho de palhaço!

CLARA — Cê vai ver quem é palhaço aqui?

CLARA PINTA O NARIZ DE CAIO TAMBÉM. OS DOIS SE BEIJAM. CORTA PARA/

CENA 28. CASA DE CLARA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA.

DIANA E JACKSON CONVERSAM ENQUANTO ASSISTEM TV.

DIANA — Clara tá lá em cima com o Caio...

JACKSON — Até quando, hein, mãe?

DIANA — Até quando o que?

JACKSON — Até quando a Clara vai ficar sustentando essa mentira?

DIANA — Não se mete nisso, Jackson. Pelo amor de Deus. Não quero mais confusão ainda por aqui...

JACKSON — Mãe, é questão de humanidade... O Caio precisa saber!

CAIO E CLARA APARECEM NO FINAL DA ESCADA.

CAIO — O que eu preciso saber?

JACKSON E DIANA ARREGALAM OS OLHOS. CLARA PREOCUPADA. CLOSES ALTERNADOS. CORTA PARA/

CENA 29. APTO DE DADO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA.

CAMILA SENTADA NO SOFÁ AO LADO DE DADO.

CAMILA — Vim na hora do almoço, que fica menos apertado pra mim.

DADO — Sua mãe teve aqui...

CAMILA — Minha mãe?! Fazendo o quê?

DADO — Me pedir pra que eu ficasse longe de você.


CAMILA — Ah, não acredito nisso. Minha mãe fica me controlado. Que

saco!

DADO — Ela se preocupada com você, Camila.

CAMILA — Desse jeito?! Isso já virou doença...

DADO — Eu preciso te contar uma coisa!

CAMILA — Conta!

DADO — Eu e tua mãe fomos namorados na adolescência.

CAMILA — Ham?!

DADO — Ela me largou pra casar com seu pai. A família dela era bem interesseira e queriam que ela se casasse com um homem rico... E então ela teve que me deixar e se casar com o seu pai.

CAMILA — (CHOCADA) Gente... Então minha mãe foi obrigada a casar com o meu pai?

DADO — Uhum. E grávida...

CLOSE EM CAMILA QUE ARREGALA OS OLHOS.

CAMILA — Grávida?!

DADO RESPIRA FUNDO. ENCARA CAMILA.

DADO — Não. Eu não posso te falar isso assim... Não dá...

CAMILA — Agora que você começou, continua!

TEMPO. DADO PASSA A MÃO PELOS CABELOS DE CAMILA.

DADO — O Gabriel é meu filho!

CAMILA ARREGALA OS OLHOS. CLOSE NELA. CORTA PARA/

CENA 30. CASA DE CLARA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA.

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 28 – CAIO E CLARA DESCEM AS ESCADAS. JACKSON E DIANA SEM GRAÇA.

DIANA — O Jackson tava falando que você devia saber sobre a obra que vamos fazer aqui em casa... Isso... Vamos fazer um espaço pras artes da Clara. E você que gosta tanto disso.

CAIO — Nossa! Legal!


CLARA — É... Eu ainda não tinha te falado porque não tinha nada certo,

mas... Mas agora a gente vai fazer, sim!

CAIO — Eu vim aqui só te dar um beijo mesmo, Clara, mas agora eu preciso resolver minha vida. (RI) Tchau, gente. E quando forem fazer o espaço, me convidem que eu ajudo.

JACKSON — Pode deixar, Caio! Valeu, parceiro!

CAIO DÁ UM BEIJO NA TESTA DE CLARA E SAI DALI. CLARA ENCARA JACKSON.

CLARA — Idiota!

CLARA SOBE AS ESCADAS RAPIDAMENTE. DIANA E JACKSON SE ENCARAM CONSTRANGIDOS. CORTA PARA/

CENA 31. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE.

TOMADA RÁPIDA. CORTA PARA/

CENA 32. MANSÃO DOS SENRA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE.

TEREZA E HUGO VENDO FOTOS ANTIGAS NO SOFÁ.

TEREZA — Essa aqui foi naquela viagem que a gente fez pra Porto de

Galinhas. Que praia linda!

HUGO — Também adoro lá.

GABRIEL ENTRA RAPIDAMENTE. HUGO E TEREZA OLHAM PARA ELE.

HUGO — Oi, Gabriel. Tô vendo umas fotos aqui com a sua mãe.

TEREZA — Senta aí, filho. Vê as fotos com a gente.

GABRIEL — (SÉRIO) Não, mãe! O que eu tenho pra falar é bem rápido.

Garanto que nem vai tomar muito do tempo de vocês!

TEREZA — Então fala! Tá sério. Tá acontecendo alguma coisa grave, né?

GABRIEL — Tá, sim! E envolve o meu pai!

HUGO — EU?!

GABRIEL RESPIRA FUNDO. ENCARA TEREZA. TEMPO.

GABRIEL — (P/ TEREZA) O meu pai tá te traindo com uma prostituta!

TENSÃO. HUGO ARREGALA OS OLHOS. TEREZA OLHA PARA HUGO. CLOSES ALTERNADOS. CORTA PARA/



SIMONE CANTANDO NO PALCO. CÉSAR E LÉIA NO CAMARAM, ARRUMANDO AS COISAS. ANA APARECE ALI.

CÉSAR — Oi, amor! Veio/

ANA CORTA A FALA DE CÉSAR COM UM TAPA NA CARA.

CÉSAR — Que isso?

CÉSAR COM A MÃO NO ROSTO.

ANA — Você pensou que fosse me enganar por quanto tempo, César? Achou que eu não fosse nunca descobrir o canalha que você é?!

CÉSAR — O que que tá acontecendo, Ana? Fala!

ANA — Eu descobri tudo! Eu descobri que você tem um caso com a Simone. Esse tempo todo me enganando, me fazendo de otária! Agora quem vai acabar com a tua vida e tirar tudo o que você

tem sou eu!

LÉIA OLHANDO ASSUSTADA. CÉSAR ENCARANDO ANA. CORTA PARA/

CENA 34. CARRO DE MARCELA. INTERIOR. NOITE.

CAMILA DIRIGE CHORANDO. AS FALAS DE DADO REVELANDO QUE É PAI DE GABRIEL ECOAM EM SUA CABEÇA. ELA SEGUE NERVOSA. VEMOS SEUS PÉS PISANDO COM

FORÇA NO ACELERADOR. TEMPO. ELA PASSA A MÃO NO ROSTO E LIMPA AS LÁGRIMAS. BARULHO DE BATIDA. O CARRO SACODE. VEMOS SANGUE ESCORRENDO NO VIDRO DA FRENTE DO CARRO. CAMILA ARREGALA OS OLHOS. CLOSE NELA.

CORTA PARA/


CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA 33 – ANA E CÉSAR SE ENCARANDO.

CÉSAR — Quem colocou isso na sua cabeça?!

ANA — Não importa! O que importa é que eu sei de tudo agora...

SIMONE FINALIZA O SHOW E ENTRA. ANA VOA EM CIMA DELA, MAS LÉIA E CÉSAR SEGURAM ELA.

SIMONE — Que isso, gente? O que tá acontecendo?


ANA — Sua desgraçada! Você tava com meu marido esse tempo todo!

Vagabunda!

SIMONE OLHA PARA ANA ASSUSTADA. ENTRAM DOIS POLICIAIS. ELES MOSTRAM SEUS DISTINTIVOS. LÉIA ABRAÇA ANA, QUE CHORA.

CÉSAR — Quem deu autorização pra vocês entrarem aqui?

POLICIAL# — Nós temos um mandado de prisão pra senhora Simone Ribeiro Esteves...

SIMONE — Sou eu! Mas mandado de prisão? Pelo quê?

POLICIAL# — A senhora está sendo acusada de ser mandante da morte de seu ex-assessor, Juliano Martins. (P/ OUTRO POLICIAL) Algema ela, por favor.

SIMONE — (DESESPERADA) Não! Tem coisa errada nisso! Eu não matei o Juju! Eu não fiz nada disso, policial!

O OUTRO POLICIAL ALGEMA SIMONE. TODOS TENSOS. CLOSES ALTERNADOS. CLOSE

FINAL EM SIMONE ASSUSTADA.

EFEITO FINAL: CONGELA EM SIMONE ASSUSTADA E ALGEMADA. FLASHES LARANJA E AMARELO ENFESTAM A TELA.

Escrita por

JOÃO CARVALHO

direção de

WESLLEY VITORITTI LUCAS LUCIANO

participações especiais

JANDIRA MULHER GARÇOM

ENFERMEIRO

Esta obra é de propriedade da MEGAPRO e de seu autor. © 2018

SOBE OS CRÉDITOS AO SOM DE METAMORFOSE AMBULANTE – RAUL SEIXAS.

antes que o dia amanheça - megapro.com.br filefoi só isso! tereza — só isso?! o hugo te odeia,...

Documents