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ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO SOB PASTAGEM DE CAPIM BRAQUIÁRIA. FELIPE PORPHIRIO ORIOLI DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS BRASÍLIA/DF MARÇO/2008 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

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ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO SOB PASTAGEM DE

CAPIM BRAQUIÁRIA.

FELIPE PORPHIRIO ORIOLI

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS

BRASÍLIA/DF MARÇO/2008

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO SOB PASTAGEM DE CAPIM BRAQUIÁRIA.

FELIPE PORPHIRIO ORIOLI

ORIENTADOR: ANTÔNIO XAVIER DE CAMPOS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PUBLICAÇÃO: 295/2008

BRASÍLIA/DF MARÇO/2008

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO SOB PASTAGEM DE CAPIM BRAQUIÁRIA.

FELIPE PORPHIRIO ORIOLI

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA À FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS NA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE PRODUÇÃO VEGETAL.

APROVADA POR:

___________________________________________ ANTÔNIO XAVIER DE CAMPOS, Dr. (Universidade de Brasília) (ORIENTADOR) CPF: 011.630.862-15 E-mail: [email protected]

___________________________________________ JOSÉ MAURO DA SILVA DIOGO, Dr. (Universidade de Brasília) (EXAMINADOR INTERNO) CPF: 331.931.696-68 E-mail: [email protected]

___________________________________________ ALEXANDRE DE OLIVEIRA BARCELOS, Dr. (Embrapa - CPAC) (EXAMINADOR EXTERNO) CPF: 308.455.801-91 E-mail: [email protected]

BRASÍLIA/DF, 26 de MARÇO de 2008.

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FICHA CATALOGRÁFICA

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ORIOLI, F. P. Antecipação da adubação nitrogenada na cultura do milho sob capim Braquiária. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2008, 76 p. Dissertação de Mestrado.

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR: Felipe Porphirio Orioli TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: Antecipação da adubação nitrogenada na cultura do milho sob capim Braquiária. GRAU: Mestre ANO: 2008

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação de mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva-se a outros direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação de mestrado pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

______________________________ Nome: Felipe Porphirio Orioli CPF: 715.524.721-91 Endereço: SHIN QL 05 conjunto 01 Casa 16 CEP – 71505-715 Brasília/DF - Brasil Telefone: 9229-0361 E-mail. [email protected]

Orioli, Felipe Porphirio. Antecipação da adubação nitrogenada na cultura do milho sob capim

Braquiária. / Felipe Porphirio Orioli; orientação de Antônio Xavier de Campos. – Brasília, 2008.

72 p. : il. Dissertação de Mestrado (M) – Universidade de Brasília/Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, 2008.

1. Nitrogênio. 2. Milho. 3. capim Braquiaria. 4. Integração Lavoura

Pecuária 5. Antecipação do nitrogênio. I. Campos, A. X. II. Doutor.

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DEDICO

A Deus, a minha esposa, minha mãe, meu pai

e minhas irmãs pelo apoio e incentivo na

minha realização profissional e acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

A minha família, meus pais e minhas irmãs, pelo incentivo e pelo apoio dado

por todo esse tempo.

A minha esposa Adriana pelo amor, apoio e companheirismo durante todo o

meu trabalho.

A Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – FAV/UnB pela

oportunidades de cursar o mestrado em Ciências Agrárias.

Ao orientador professor Dr. Antônio Xavier de Campos pela constante ajuda e

paciência durante a realização da tese.

Aos funcionários da Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília: Diretor

Robson Figueiredo Cunha e Augusto Álvaro da Costa pela ajuda e boa vontade

prestada.

A colega de laboratório Ligia pelo apoio nas análises químicas.

Aos amigos de pos graduação pelo auxilio na condução do experimento.

A todos os meus amigos que estiveram presentes nessa caminhada.

A Deus pela saúde.

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 12 OBJETIVO ...................................................................................................................... 14 HIPÓTESE ...................................................................................................................... 14 2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 15 2.1 Cerrado ................................................................................................................ 15 2.2 Clima ................................................................................................................... 16 2.3 Solos do Cerrado ................................................................................................. 17 2.4 Manejo Sustentável dos Solos do Cerrado .......................................................... 19 2.5 Integração Lavoura Pecuária ............................................................................... 21 2.6 Nitrogênio............................................................................................................ 25 2.7 Transformação do Nitrogênio no solo ................................................................ 26 2.8 Perdas de N no solo ............................................................................................. 29 2.8.1 Volatilização....................................................................................................... 30 2.8.2 Lixiviação........................................................................................................... 31 2.9 Adubação nitrogenada ......................................................................................... 31 2.10 O Nitrogênio na planta ........................................................................................ 33 2.11 O Nitrogênio na Cultura do Milho ...................................................................... 35 2.12 O capim Baquiaria ............................................................................................... 39 3. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 42 3.1 Caracterização da área experimental ................................................................... 42 3.2 Procedimentos de Campo .................................................................................... 45 3.2.1 Correção e adubação do solo.............................................................................. 45 3.2.2 Adubação corretiva ............................................................................................ 46 3.2.3 Aplicação da Adubação Nitrogenada................................................................. 46 3.2.4 Controle fitossanitário ........................................................................................ 46 3.2.5 Adubação de plantio........................................................................................... 47 3.2.6 Semeadura do milho........................................................................................... 47 3.2.7 Avaliação com o SPAD...................................................................................... 48 3.2.8 Colheita do milho............................................................................................... 49 3.3 Amostragem e analise do tecido vegetal ............................................................. 49 3.4 Métodos químicos para a avaliação de nitrogênio............................................... 50 3.4.1 Curva padrão ...................................................................................................... 50 3.4.2 Digestão do material vegetal .............................................................................. 51 3.5 Delineamento experimental e analise estatística ................................................. 513.6 Atividades desenvolvidas na área experimental .................................................. 53 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 54 4.1 O clima ................................................................................................................ 54 4.2 Massa seca da parte aérea do capim Braquiária .................................................. 56 4.3 Massa seca da parte aérea do milho..................................................................... 58 4.4 Massa seca de grãos de milho.............................................................................. 61 4.5 Concentração de nitrogênio no grão de milho e na folha do Milho .................... 64 4.6 Avaliação do SPAD............................................................................................. 69 5. CONCLUSÃO......................................................................................................... 71 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 72

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela Página

1. Característica física e química do solo. 35 2. Produção de massa seca (em kg ha-1) da parte aérea do 47 capim Braquiária após 45 dias da aplicação das doses de N. 3. Produção de massa seca (em kg ha-1) da parte aérea da planta do 49 milho após 90 dias da semeadura em relação às doses N (em kg ha-1). 4. Produção de massa seca do grão de milho a 13% de umidade, aos 123 dias após a semeadura em relação às doses N (em kg ha-1). 52

5. Concentração de nitrogênio no grão de milho (%) 55 em relação às doses N (em kg ha-1).

6. Concentração de nitrogênio na folha do milho (%) 57 em relação às doses N (em kg ha-1)

7. Leitura do SPAD em relação às doses N (em kg ha-1). 60

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA PÁGINA

1. Atividades desenvolvidas durante o período experimental. 44

2. Pluviosidade (mm de chuva) durante o período do experimento. 45

3. Produção de massa seca (em kg ha-1) da parte aérea do 48 capim Braquiaria após 45 dias da aplicação das doses de N (em kg ha-1).

4. Produção de massa seca da parte aérea da planta do milho 50 após 90 dias da semeadura, na interação dos tratamentos com N antecipado. 5. Produção de massa seca de grão de milho após 123 dias 53 da semeadura, na interação dos tratamentos com N antecipado.

6. Concentração de nitrogênio no grão de milho (%) 56 na interação das doses N (em kg ha-1).

7. Concentração de nitrogênio na folha de milho (%) 58 na interação das doses N (em kg ha-1).

8. Leitura do SPAD em relação às doses N (em kg ha-1). 61

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RESUMO

No sistema de Integração Lavoura Pecuária, o nitrogênio é o nutriente que mais limita o desenvolvimento, produtividade e biomassa da maioria das culturas. Sendo assim, é necessário desenvolver estratégias de manejo que contribuam para aumentar a eficiência de aproveitamento do nitrogênio. O objetivo do trabalho é avaliar, em condições de campo, as produtividades do milho cultivado sob pastagem de capim Braquiária com aplicação em pré-semeadura de níveis de nitrogênio. O trabalho foi desenvolvido na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília, em um Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico, utilizando a pastagem do capim Braquiária como cultura antecessora. Foram realizados a adubação corretiva de 1448 Kg ha-¹de Calcário dolomítico, 120 Kg ha-¹ de P2O5, 100 Kg ha-¹ de K2O. O nitrogênio, na forma de uréia, foi aplicado em sulcos feitos na pastagem com 5 níveis de nitrogênio em pré-semeadura do milho: 0; 30; 60; 90 e 120 Kg ha-1 de N. Após a aplicação dos níveis de N no capim foi feita a dessecação da parte aérea com herbicida de contato na dose de 3 litros por hectare. Na semeadura do milho acrescentou-se mais 30 Kg ha-1 de N perfazendo os níveis: 0, 30, 60, 90, 120, 150 Kg de N ha-1 e a adubação de 120 Kg ha-¹ de P2O5, 100 Kg ha-¹ de K2O e 50 Kg ha-¹ de sulfato de zinco recomendada para o plantio da cultura do milho nos Cerrados. Os atributos analisados foram: massa seca do grão de milho a 13% de umidade; a massa seca da parte aérea do milho aos 90 dias após a semeadura; o teor de nitrogênio na folha do milho, o teor de nitrogênio no grão, o teor de clorofila nas folhas no momento da inflorescência com o auxilio do equipamento SPAD e a massa seca da parte aérea do capim Braquiária aos 45 dias após a aplicação das doses de N em pré-semeadura do milho. Os resultados obtidos tanto do milho como do capim Braquiária foram submetidos a analise de variância, aplicados o teste de significância e curvas de respostas. Na dose de 150 Kg ha-1de N aplicado antecipadamente proporcionou uma produção de 8 ton de massa de grãos a 13% de umidade, 10 t de massa seca da parte aérea, uma concentração de 3,2% de N nas folhas do milho e 0,8% de N no grão do milho. No capim Braquiária observou-se uma produção de 34 ton ha-1 na dose de 120 Kg ha-1de N. Os atributos avaliados mostraram que todos os resultados tiveram respostas lineares e significativas ao aumento das doses de N e observou-se, pelo teor de N nas folhas e na leitura do SPAD, que as planta de milho apresentaram estados normais de nutrição com a adubação antecipada.

Palavra Chave: Nitrogênio; Milho; capim Braquiária; Integração Lavoura Pecuária; Antecipação do nitrogênio.

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ABSTRACT

Regarding the Crop Livestock integration system, nitrogen is the nutrient that most limits the development, productivity and biomass of most crops. Therefore, the development of management strategies which contribute to a higher efficiency of nitrogen are necessary. The objective of this study is to evaluate, under field conditions, within the Crop Livestock integration system, the corn productivity grown under pasture with application in pre-sowing with different levels of nitrogen.The work was developed at the University of Brasilia`s Farm, in a typical Dark Yellow Latosol, using the pasture of Braquiária grass as predecessor culture .A corrective fertilization was made using 1448 kg ha-¹ Limestone, 120 Kg ha-¹ P2O5, 100 kg ha-¹ of K2O and nitrogen was applied in the form of urea in grooves made in the pasture with 5 levels of nitrogen corn`s in pre-sowing: 0, 30, 60, 90 and 120 kg ha-1 of N. After the application of the different levels of N, the drying of the aerial part was made with contact herbicide in the dose of 3 litres per hectare. In the corn sowing were added other 30 kg ha-1 of N, comprising the levels: 0, 30, 60, 90, 120, 150 kg N ha-1 and fertilization of 120 Kg ha-¹ P2O5, 100 kg ha-¹ K2O, and 50 kg ha-¹ zinc sulfate, as recommended for the Cerrado. The attributes analyzed were: net weight of the corn grain under moisture of 13%, the net weight of the aerial part of the corn 90 days after sowing, the amount of nitrogen in the corn leaves, the amount of nitrogen in the grain, the amount of chlorophyll in the leaves at the time of inflorescence, measured with the SPAD equipment and net weight of the aerial part of Braquiaria grass 45 days after the application of the N in corn pre-sowing. The results of both the corn and the Braquiaria grass went through analysis of variance, test of significance and curves of answers. The dose of 150 kg ha-1 N applied beforehand provided a production of 8 tons net weight of grains at 13% moisture, 10 tons of net weight of aerial part, a concentration of 3.2% of N in the leaves of corn and 0.8% of N in corn grain. In braquiaria grass there was a production of 34 kg ha-1 at the dose of 120 kg ha-1 of N. The attributes evaluated showed that all results had significant and linear responses to the increase of N rates, and it was observed, by the content of N in the leaves and readings from SPAD, that the corn presented normal state of nutrition with the early fertilization.

Key words: Nitrogen; Corn; Braquiaria grass; Crop Livestock Integration; Anticipation of nitrogen.

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1. INTRODUÇÃO

O Cerrado possui cerca de 136 milhões de hectares aptos à produção de

fibras, alimentos e energia. A região alcançou índices de produtividades que são

compatíveis ou superiores aos demais países com agricultura desenvolvida. Por

outro lado, existem limitações, tais como a baixa fertilidade natural do solo, o

longo período de seca e a falta de tradição para cultivos altamente tecnificados.

Um dos principais problemas da agropecuária sustentável do Cerrado

refere-se ao manejo dos solos, sendo assim, tanto na agricultura como na

pecuária, a degradação do solo é uma das principais causas das perdas de

produtividades e da baixa eficiência dos sistemas produtivos.

Na agricultura, os solos vêm sofrendo um processo acelerado de

degradação, tanto pelo inadequado manejo do solo, devido ao uso excessivo de

máquinas e implementos, como pelos sistemas de cultivos adotados. Métodos

de manejo do solo que priorizem a preservação das características físicas e a

mínima perda de solo devem ser cada vez mais utilizados.

O Plantio Direto (PD) é alternativa muito importante como pratica

conservacionista para a região, proporciona a manutenção da cobertura vegetal,

rotação de culturas, aumento da matéria orgânica, redução da variação de

temperatura no solo, aumento da atividade microbiana.

Em relação à pecuária, estima-se que mais da metade dos pastos estão

com algum grau de degradação, cujo, o sistema ainda utilizado por grande parte

dos produtores é ainda o extensivo. Nesse sistema a forrageira raramente é

adubada, não há um manejo adequado do solo, a pressão de pastejo é

inadequada, conseqüentemente há um aumento na ocorrência de plantas

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daninhas, erosão do solo e baixos índices zootécnicos. Uma opção viável para a

recuperação de pastagens degradadas seria a rotação com culturas anuais.

Na região do Cerrado um fator limitante na implantação de praticas que

proporcionem palhada é o fato de não haver muitas alternativas de plantas de

cobertura que suportem os seis meses de baixa disponibilidade de água que

ocorrem entre abril e setembro.

Uma prática que já vem sendo muito utilizada no Sul do país é a

antecipação da adubação nitrogenada, este manejo vem sendo utilizado com

uma cultura antecessora, como a aveia preta. Esta pratica visa maximizar a

eficiência da adubação nitrogenada, diminuindo as perdas por volatilização,

lixiviação, erosão e contaminação do meio pelos resíduos.

A reserva de N orgânico, que representa cerca de 95% do total de N no

solo, está sujeita a uma série de transformações mediadas por microrganismos,

que irão determinar as relações de equilíbrio entre as formas orgânicas e

inorgânicas. No Cerrado à alternância dos ciclos de seca e chuva, a relação C/N

dos resíduos vegetais e o pH do solo são os fatores que exercem papéis

importantes nas transformações químicas do nitrogênio, afetando os processos

microbiológicos envolvidos na mineralização.

Sendo assim, em sistema envolvendo duas gramíneas, no caso de milho

e capim Braquiária, a alta relação C/N e a exigência de doses significativas de N

influenciam diretamente do Plantio Direto (PD) e na Integração Lavoura Pecuária

(ILP). Os aspectos associados à rotação, principalmente de milho e Braquiária,

em ambos os sistemas e a sucessão de culturas demandam a necessidade de

ajuste e do desenvolvimento de estratégias de manejo do nitrogênio diferentes

daquelas preconizadas para o Plantio Convencional.

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A complexidade da dinâmica do nitrogênio no PD, a importância

econômica do manejo da adubação nitrogenada e os dados de pesquisa com a

antecipação da adubação nitrogenada ainda muito incipiente para as condições

edafoclimáticas dos Cerrados justificam uma discussão mais ampla envolvendo

aspectos relacionados a doses de N e os efeitos na produção e produtividade do

Sistema ILP.

OBJETIVO

O objetivo do trabalho é avaliar, em condições de campo, as

produtividades do milho cultivado sob pastagem de capim Braquiária com

aplicação em pré-semeadura de níveis de nitrogênio.

HIPÓTESE

O nitrogênio aplicado antecipadamente no capim Braquiária, como cultura

antecessora, é disponibilizado no período de maior exigência do nutriente pela

cultura do milho.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Cerrado

A região do Cerrado está localizada nos trópicos, e atualmente tem sido

responsável pela grande produção de fibras, carne e leite no Brasil. Mas por

muitos anos acreditou-se que no Cerrado não seria possível produzir além de

boi extensivamente. Porém, com políticas públicas e a introdução de Centros de

Pesquisas possibilitaram o crescimento e a ocupação deste bioma tão

importante (Aidar et al 2003).

Os solos são predominantemente distróficos em quase 90% da área

ocupado pelo bioma. Possui condições de baixa fertilidade, elevada acidez e

altos teores de saturação de alumínio. O relevo na maior parte é plano e suave

ondulado, com terrenos de boa drenagem (Correia et al., 2004).

A vegetação, em sua maior parte, é semelhante à de savana, com

gramíneas, arbustos e árvores esparsas. As árvores têm caules retorcidos e

raízes longas, que permitem a absorção da água disponível nos solos do

cerrado abaixo de 2 metros de profundidade, mesmo durante a estação seca.

Dependendo do tipo de vegetação e de sua concentração, apresentam

variações denominadas de Cerradão, Campo Limpo e Cerrado, intercalado por

formações de florestas, várzeas, campos rupestres e outros (Adámoli et al.

1986).

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2.2 Clima

Grandes extensões da região do Cerrado enquadram-se na classificação

Aw – tropical estacional quente e úmido, de acordo com a classificação de

Köppen. Segundo Adámoli et al, (1986), o Distrito Federal apresenta um clima

estacional de altitude onde a temperatura media anual é de 20,6ºC, com média

das mínimas de 16,4ºC. A amplitude de variação anual entre a temperatura

média do mês mais quente e a do mês mais frio está em torno de 4,2ºC.

A precipitação média anual varia de 1.200 – 1.800 mm, a duração do

período seco é definida em termos de déficit hídrico, que varia de quatro meses

a seis meses coincidindo com os meses mais frios do ano. As chuvas são

concentradas nos meses de outubro a abril, e a seca nos meses de maio a

setembro, com registro de vários anos com precipitação nula no inverno (Cruz et

al. 1996).

Mesmo o período de maior intensidade pluviométrica é comum os

períodos sem chuva associados à elevada radiação solar e alto potencial de

evapotranspiração, caracterizando os chamados de veranicos, cuja ocorrência

pode comprometer o desenvolvimento das culturas em solos que limitem o

desenvolvimento das raízes mais profundas (Junior et al. 1986).

A evaporação apresenta valores maiores nos meses de agosto a

setembro (188,3 mm e 199,2 mm) e menores em dezembro, fevereiro a abril

(média de 66,6 mm). A umidade relativa do ar é mínima nos meses de agosto a

setembro, podendo chegar a 10%, alcançando valores mais elevados em

dezembro a março (Junior et al. 1986).

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A insolação apresenta valores abaixo de 159 horas nos meses de

novembro a março e valores elevados nos meses de abril a outubro. A duração

da insolação varia de 13,1 horas em dezembro e 11,2 horas em julho. Em

termos de radiação anual, o Cerrado apresenta índices que variam em torno de

475 a 500 cal cm² dia -1 (Campos 2005).

2.3 Solos do Cerrado

As principais unidades de solos predominante no Cerrado são os Latossolos

com 45,7%, 15,2% de Areias Quartzosas, 15,1% de Podzólicos, 9% por

Plintossolo, 2,5% por Hidromórficos, 7,3% Litólicos, 3,1% por Cambissolo, 1,7%

Terra Roxa Estruturada e 0,4% de outras classes (Correia et. al, 2004).

O Latossolo, como se observa é o solo mais predominante na região do

Cerrado. Esta classe de solo pode ser classificada em: Latossolo Roxo,

Latossolo Vermelho Escuro, Latossolo Vermelho Amarelo, Latossolo Amarelo e

Latossolo Variação Una (Correia et. al, 2004).

Os Latossolos são caracterizados por serem solos fortes a

moderadamente drenados, muito profundos, com seqüência de horizontes A, B

e C pouco diferenciados. São solos minerais, não hidromorficos, em avançado

estágio de intemperização, formados por uma mistura em que predominam

óxidos hidratados de ferro e/ou alumínio, ou argilo mineral 1:1 de capacidade de

troca de cátions (CTC) muito baixa (Macêdo et al., 1986).

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Esta classe de solo apresenta teores de silte inferior a 20% e argila

variando entre 15% e 80%. Mais de 95% do latossolos são distróficos e ácidos,

com pH entre 4,0 e 5,5 e teores de fósforo extremamente baixos, quase sempre

inferiores a 2 mg dm-3. Geralmente são solos com grandes problemas de

fertilidade (Correia et. al, 2004).

Os teores de Carbono (C) em Latossolos argilosos variam de 0,5 a 2,4%

nas camadas superficiais, decrescendo até 0,2% nas camadas inferiores. Tais

valores são considerados médios a altos. Em solos de textura média a

porcentagem de C decresce (Sousa, 2004).

Os valores da soma de base (S) são bastante baixos na maioria dos

Latossolos, variando de 0,2 a 3,8 meq/100g nos horizontes superficiais. (Correia

et. al, 2004).

Podem ocorrer teores de saturação de alumínio superiores a 50%,

caracterizando um solo Álico. Estes teores influenciam diretamente no

desenvolvimento das plantas, pois proporcionam efeitos tóxicos de Al (Macêdo

et al., 1986).

A fração argila é composta principalmente de caulinita, gibbsita, materiais

amorfos, óxidos de ferro livre e quartzo (Goedert, 1986). Observa-se uma

tendência no aumento da concentração de gibbsita, correlacionados ao maior

estagio de intemperização dos solos.

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2.4 Manejo Sustentável dos Solos do Cerrado

Os solos possuem algumas características que ajudam na produção, são

elas: boa estrutura, permitindo facilidade de preparo; ausência de impedimento

físico para o desenvolvimento radicular das plantas; relevo plano a suavemente

ondulado, permitindo uma melhor mecanização e cultivo de grandes áreas;

radiação solar uniforme durante o ano todo; jazidas de calcário e de outros

nutrientes em vários pontos da região; pesquisas e técnicas que ajudam no

desenvolvimento da agropecuária (Lopes, 2000).

Contudo, a atividade da agricultura e da pecuária tem proporcionado

impactos no que diz respeito à conservação do solo e da água. O principal

sistema de cultivo adotado pelos produtores é aquele que se utiliza de grades

aradoras e revolvimento do solo por varias vezes, podendo ser chamado de

Sistema Convencional. Este é responsável por diminuição dos teores de C

orgânico do solo, além de influenciar nos aspectos das condições físicas e

químicas do solo (Cardoso, 1998).

Buscando alternativas viáveis para a exploração do Cerrado existem

alguns sistemas que encaixam perfeitamente no novo sistema produtivo: Plantio

Direto (PD), Cultivo mínimo (CM) e a Integração Lavoura Pecuária (ILP).

Segundo Gassen & Gassen (1996), ressaltam a importância do Plantio

Direto (PD), pois se baseia na manutenção da cobertura vegetal, rotação de

culturas, aumento da matéria orgânica, redução da variação de temperatura no

solo, aumento da atividade microbiana.

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Para se ter eficiência no PD é preciso proporcionar uma boa cobertura do

solo, contudo no Cerrado devido ao longo período seco, as chuvas e as altas

temperaturas promovem uma rápida degradação do material. Contudo, restos

culturais e plantas daninhas mortas quase sempre não são suficientes para

manter uma cobertura ideal (Cardoso, 1996).

Segundo estudo feito por Oliveira et al, (2001), na região central do Brasil

foi possível observar que dentre as culturas utilizadas como cobertura no PD as

que apresentaram maior persistência foram o capim Braquiária, obtida em

consorcio com o milho, seguido de sorgo, capim Braquiária de forma solteira,

plantas daninhas, arroz e soja.

Uma alternativa viável para a sustentabilidade dos solos do Cerrado é a

integração de lavoura com a pecuária, que traz diversos benefícios, dentre eles:

recuperação de pastagens degradadas; a manutenção da produtividade da

forragem, a produção pecuária na entressafra, a quebra do ciclo das doenças e

pragas da agricultura e pecuária, a oferta de palhada para o plantio direto, a

melhoria dos atributos físicos e químicos do solo e o aumento da matéria

orgânica (Vilela et al, 2003).

A integração dos sistemas de produção de grãos e de carne surge como

uma excelente alternativa para reduzir os riscos de degradação. A rotação de

cultura é fundamental para o sucesso da integração da lavoura com a pecuária.

A cultura do milho (Zea mays) e a do capim Braquiária apresenta papel de

destaque neste sistema, pois, produz grande quantidade de matéria seca de alta

relação C/N, aumentando a quantidade de resíduo no solo, assim como, o

tempo de permanência (Lange, 2002).

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Porém, em sistemas envolvendo duas gramíneas de alta relação C/N há

influência direta na taxa de mineralização dos resíduos orgânicos, na

imobilização e na liberação de nitrogênio no solo. A decomposição dos restos

vegetais é inversamente proporcional ao teor de lignina e a relação C/N dos

resíduos, ou seja, quanto maior a relação C/N, mais lenta será a decomposição

dos resíduos depositados na superfície. Assim, resíduos com relação menores

que 25 favorecem a mineralização (Sá, 1996).

2.5 Integração Lavoura Pecuária

A Integração Lavoura Pecuária (ILP) já vem sendo praticada há muitos

anos, contudo com o avanço na pesquisa está sendo possível aprimorar as

metodologias e adequar para a agricultura moderna. (Kluthcouski et al. 2003).

O sistema ILP pode ser feito pelo consórcio, sucessão ou rotação de

culturas anuais com forrageiras. Como benefícios na agricultura o ILP propicia a

quebra de ciclo de pragas, doenças e plantas daninhas, proporciona melhoria

nos atributos físicos, químicos e biológicos dos solos (Kluthcouski et al. 2003).

Na pecuária brasileira predomina a exploração extensiva da atividade,

onde há um decréscimo da produtividade da pastagem ao longo dos anos.

Como resultados têm-se índices zootécnicos cada vez mais baixos e pastos

degradados. Hoje aproximadamente mais da metade dos pastos estão com

algum grau de degradação (Vilela et al, 2003).

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A degradação da pastagem culmina na perda do vigor da forragem, da

produtividade e da capacidade de recuperação natural (Macedo, 2001). A causa

desta degradação é o fato dos produtores não utilizarem ferramentas

importantes para a manutenção das pastagens, como a correção da fertilidade

do solo, implantação correta da pastagem, manejo do solo, sistema de manejo

animal adequado entre outros.

Apesar das espécies forrageiras serem resistentes a seca e solos com

baixa fertilidade a adubação é essencial para seu bom desenvolvimento. O

fósforo é essencial para o desenvolvimento das plantas, assim como para a

saúde animal, nutrição e reprodução. Além do fósforo, o nitrogênio é outro

nutriente de grande importância, pela sua pouca oferta no solo, manejo

inadequado da adubação e alto custo deste nutriente tem sido causa do inicio da

degradação das pastagens (Vilela et al, 2003).

O sistema de Integração Lavoura Pecuária proporciona a manutenção dos

restos culturais na superfície do solo. A eficácia do PD está relacionada, dentre

outros fatores, com a quantidade e qualidade de resíduos produzidos pelas

plantas de cobertura e com a persistência destes sobre o solo (Gonçalves &

Ceretta, 1999).

As pastagens, por outro lado, tem a capacidade de reciclar os nutrientes

nas camadas mais profundas e devido a seu grande volume de biomassa

enriquecem o solo com matéria orgânica (Stone et al. 2003).

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Segundo Kluthcouski (2003), em pesquisa realizada pela Embrapa Arroz

e Feijão, foi possível observar que a produção de biomassa seca total foi maior

quando se utilizou o capim Braquiária após 120 dias depois da dessecação a

produção de biomassa foi de 10,4 toneladas por hectare, superando o consorcio

de milho + capim Braquiária, arroz + capim Braquiária, milho solteiro e arroz

solteiro.

Em estudo realizado por Salton (2005), onde avaliou o estoque de C

orgânico no solo em diferentes áreas com diferentes históricos em Dourados,

Campo Grande e Maracaju. Foram comparados solos com o sistema PD com

lavoura continua, rotação de lavoura com pastagem, pastagem de Braquiária

decumbens e vegetação nativa. Em todos os sistemas os maiores valores foram

para o sistema com pastagens, este próximo aos valores da vegetação nativa,

seguido do sistema lavoura com pastagem e por ultimo o PD com lavoura

continua.

Uma tecnologia de recuperação e renovação de pastagens em consórcio

simultâneo com culturas anuais é chamada de Sistema Barreirão. Este sistema

consiste em consorciar o arroz de terras altas, o milho, o sorgo e o milheto com

pastagem. Foi desenvolvido com base em experiências de produtores que

estabeleceram, mesmo de maneira empírica, grande parte de suas pastagens

nos Cerrados, consorciando-as com o arroz de terras altas. Esta pratica é

utilizado principalmente por pequenos e médios produtores, que têm a atividade

agropecuária para sobrevivência (Kluthcouski et al. 2004).

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Alternativa que já está sendo praticada e difundida para na região do

Cerrado, é o sistema Santa Fé, desenvolvido pela Embrapa, que consiste

basicamente na semeadura simultânea do milho com a espécie escolhida de

gramínea para pastejo, normalmente Braquiária decumbens ou Braquiária

brizantha.

O plantio do capim pode ser feito a lanço antes do plantio do milho, ou

simultaneamente à do milho, geralmente na entre linha, em sistema de plantio

direto. Neste último caso, utiliza-se semeadora múltipla, colocando a semente

em um ou dois sulcos de semeadura, na entrelinha do milho, com

aproximadamente 2 cm de profundidade. Muitas vezes é preciso utilizar

subdoses de herbicidas, aplicados 20 a 30 dias após a emergência do milho,

retardando o desenvolvimento da forrageira e de outras plantas presentes na

área. Após a colheita do milho, aumenta a luminosidade no capim e o resíduo da

adubação do milho serve para o desenvolvimento do pasto, com isso,

proporciona boa cobertura do solo e pastagem para o gado na época da seca,

além de garantir palhada para o cultivo seguinte (Carvalho et al. 2005);

Campos (2005) desenvolveu dentro do sistema ILP o uso milho para a

recuperação de pastagem degrada na região do Cerrado. Nessa linha de

trabalho o revolvimento do solo é mínimo, realizado apenas no sulco de plantio

do milho. O capim Braquiária é recuperado com a corretiva de fósforo, potássio

e nitrogênio aplicado nos sulcos abertos para plantio do milho. A biomassa

aérea do capim Braquiária é então dessecada com herbicida de contato (ex:

Gramoxone ou similar) com permanência da biomassa radicular viva. Sob os

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resíduos dessecados da biomassa aérea e nos sulcos abertos será semeada a

cultura do milho.

O milho para seu desenvolvimento absorverá o nitrogênio mineralizado do

resíduo do capim Braquiária no período de sua maior exigência pelo nutriente.

Este trabalho apresenta as vantagens de: revolvimento mínimo do solo; não

necessidade de aquisição de sementes do capim Braquiária; alta produção de

grãos e biomassa seca de milho e Braquiária; minimização do efeito da

acidificação da aplicação de fertilizantes amoniacais; aumento do resíduo

orgânico na superfície do solo com alta relação C/N que é benéfica para a região

do Cerrado; maior eficiência da adubação nitrogenada pela absorção de

nutrientes pelas raízes da Braquiária; melhoria dos atributos químicos, físicos e

biológicos do solo e após a colheita do milho a parte aérea do capim Braquiária

ressurge vigorosas e bem nutridas.

2.6 Nitrogênio

O N é o nutriente mais exigido pelas culturas, superando em quantidade o

potássio e fósforo, apesar de sua importância o nitrogênio tem recebido atenção

insuficiente (Raij, 1991). Sabe-se, o N tem um dinamismo muito grande no solo,

sofrendo diversas transformações químicas e biológicas. Dado seu baixo efeito

residual e sua grande exigência das culturas, a adubação nitrogenada é feita em

maior quantidade e com mais freqüência que os demais nutrientes (Lange,

2002).

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Existem dois mecanismos que garantem o suprimento de N no solo. O

primeiro é a transformação ocorrida na atmosfera em que transforma o N2 em

óxidos através de descargas elétricas. Esses óxidos são convertidos em ácido

nítrico e penetram no solo pela água da chuva, ficando disponíveis para a planta

na forma de nitratos. A outra forma é a fixação biológica do N presente no ar.

Este processo se dá por meio de microorganismos livres, como fungos,

bactérias e algas, porém com maior destaque para as bactérias Rizobium,

Azobacter e Beijerinkia ( Raij, 1991).

No solo a maior parte no N está na forma orgânica, porém uma pequena

parcela encontra-se na formas de minerais de amônio (NH4 + ), nitrato (NH3

-) e

nitrito (NO2-). O íon amônio, sendo um cátion, permanece na forma trocável

adsorvido pelas cargas negativas do solo, já o nitrato é repelido pelas cargas

negativas do solo e fica disponível na solução do solo, sendo muito móvel e

facilmente lixiviado (Mello et al. 1985).

2.7 Transformação do Nitrogênio no solo

O N é encontrado na forma orgânica, porém para que haja absorção das

plantas é necessária à transformação na forma inorgânica, por meio do processo

da mineralização. O processo de transformação de N orgânico em nitrato é

chamado de mineralização e é composto pelos processos de amonificação e

nitrificação. A imobilização se caracteriza pela utilização do N mineral disponível

durante o processo microbiano, ocorrendo simultaneamente a mineralização

(Mello et al., 1986).

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A amonificação é o processo de conversão de N orgânico em amônio,

sendo o passo limitante da mineralização. É relativamente lento e não requer a

presença de microorganismos específicos para ocorrer, já a nitrificação é

definido como a oxidação a nitrato mediada por microorganismos específicos

que requerem condições idéias para seu desempenho (Suhet et al., 1986).

Nitrificação:

NNHH44++ ++ 22 OO22 →→→→→→→→ NNOO33

-- ++ 22 HH++ ++ HH22OO

O solo necessita de algumas condições para que o processo de

mineralização possa ocorrer com sucesso, dentre elas podem se destacar:

temperatura próxima de 30ºC, umidade do solo (50 a 60% da capacidade de

campo), pH próximo da neutralidade, relação C/N baixa, solos aerados e boa

condição nutritiva (Mello et al., 1985).

Se o material decomposto, fonte de N na forma orgânica, apresentar

excesso de carbono na relação carbono/nitrogênio (C/N), o N mineral disponível

será utilizado para a formação de tecidos microbiano, esse processo chama-se

de imobilização. Este processo só termina quando o valor da relação C/N for

menor que 25 (Sá, 1993). A partir de valores inferiores a este, ocorrera liberação

de NH4 +.

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Segundo Suhet et al. (1986), pode-se observar que existe uma alta

quantidade de N mineralizado em um solo virgem do Cerrado, podendo atingir

42 kg de N ha-1, 30 dias após as chuvas.

Sendo assim, dependendo do manejo que se adota, isto pode influenciar

a relação C/N, a disponibilidade de N inorgânico para as plantas e a matéria

orgânica no solo. Estes fatores interferem diretamente na produção agrícola.

A manutenção da palha na superfície do solo é de fundamental

importância para a manutenção do sistema plantio direto. Isso reforça a

preocupação de produzir resíduos vegetais que tenham decomposição mais

lenta, o que significaria manter o resíduo protegendo o solo por maior período de

tempo (Ceretta et al. 2001).

Plantas de baixa relação C/N como a soja, feijão, tremoço, nabo

forrageiro apresentam rápida decomposição, isto é positivo se o objetivo for a

disponibilidade de nutrientes para as culturas subseqüentes. Se o objetivo é

manter a cobertura do solo no período seco da região do Cerrado, deve-se optar

por plantas com alta relação C/N, como o milho, trigo, aveia e outras com teores

de lignina altos (Gassen & Gassen, 1996).

Quando se tem matérias com alta relação C/N e ocorre à imobilização do

N, pode-se acelerar a decomposição pela adição de adubos nitrogenados. O N

extra é absorvido pelos microorganismos cuja sua população aumenta

consequentemente mais C e N são assimilados, bem como maior quantidade de

C é oxidada no processo de respiração e liberado como CO2. Quando a relação

C/N diminui ocorre a decomposição do material e o N é liberado com NH3-, que

pode passar para NH4 +, NO2

- e NO3- ( Mello et al. 1985).

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Bertol et al. (2004), realizou um experimento onde avaliou o tempo de

permanência dos restos vegetais do milho como cobertura do solo, sendo

aplicados três tratamentos: o primeiro foi o solo sem resíduo, o segundo com

resíduo de milho e o terceiro com resíduo de milho mais 100 kg de N ha-1. Pode-

se observar que o tratamento com resíduo de milho e o acréscimo de N

apresentou maior velocidade de decomposição (43% maior) quando comparado

com o tratamento com apenas o resíduo.

Como o sistema plantio direto caracteriza-se pela manutenção de

resíduos culturais e sensível diminuição das perdas de solo por erosão, tem-se

observado acréscimos no teor de matéria orgânica no solo (Gonçalves &

Ceretta, 1999). Isso pode promover alterações no manejo da adubação

nitrogenada, embora esta seja influenciada principalmente pela quantidade e

características dos resíduos que antecedem, imediatamente, a cultura de

interesse (Ceretta et al. 2001).

2.8 Perdas de N no solo

A perda do N pode ocorrer por um ou diversos processos: remoção pelas

colheitas; lixiviação; erosão; volatilização (Raji, 1981).

As perdas por erosão podem ser minimizadas com o cultivo do PD, pois

estes protegem a superfície do solo com cobertura morta evitando assim a perda

de solo pelo impacto da chuva e pelo escorrimento superficial (Gassen &

Gassen, 1996).

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2.8.1 Volatilização

Para o manejo adequado da adubação nitrogenado é necessário que

busque tecnologias que minimizem a perda por volatilização. As perdas por

volatilização ocorrem na hidrolise enzimática da uréia no solo, com a produção

de amônia (NH3-), a diminuição do potencial de perdas ocorre quando esse gás

passa para o íon amônio, que depende do pH em torno do grânulo e da umidade

do solo (Da Ros et al. 2005).

Segundo Campos (2005), a maioria das pesquisas onde se estabelece o

balanço total de N demonstra que 20 a 30% do N aplicado não é recuperado,

sendo este perdido por volatilização ou desnitrificação.

As perdas por volatilização da amônia ocorrem porque a uréia, depois

de adicionada ao solo, sofre hidrólise enzimática, produzindo carbonato de

amônio, que por sua vez desdobra-se em gás NH3, CO2 e água. Além disso, um

agravante desse mecanismo de perda é o elevado aumento do pH causado pela

amônia ao redor do local da aplicação, dificultando a transformação para uma

forma mais estável NH 4+, o que facilita a volatilização. Nas aplicações de

nitrogênio incorporado diminui a perda por volatilização, pois, à resistência do

solo ao deslocamento da amônia, já que esta é retida por mecanismos físicos e

químicos associados à capacidade de troca (Purcino et al. 2000).

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2.8.2 Lixiviação

As perdas por lixiviação podem ser mais problemáticas em regiões onde

os índices pluviométricos são maiores, e somadas a isso solos arenosos, baixa

CTC, rasos e mal arejados (Campos, 2005).

Para minimizar a perda de N por lixiviação deve-se manter o solo coberto

ou utilizar o sistema SPD, pois este melhora a qualidades físicas, químicas e

biológicas dos solos.

2.9 Adubação nitrogenada

As práticas inteligentes de aplicação do N consistem em evitar perdas,

promover o máximo retorno de N orgânico, promover a fixação biológica

simbiótica e não simbiótica e adicionar adubos nitrogenados nas doses

econômicas minimizando as perdas. O ideal é que a adubação nitrogenada

mineral deva ser aplicada como suplemento a outras fontes de N natural. É

importante que as aplicações se façam parceladamente, em épocas apropriadas

a cada cultura (Mello et al., 1985).

Em virtude das grandes perdas dos fertilizantes nitrogenados e sua

complexa dinâmica, o aproveitamento do N pelas culturas tem sido

frequentemente baixo. Segundo Suhet (1986), a absorção pelas plantas não

chegam a 50% do total do N adicionado. O mesmo autor ao estudar a

recuperação do N aplicado para milho em varias regiões pode se constatar uma

relação entre o N recuperado e o N aplicado, pois a taxa média de recuperação

das regiões quando aplicado uma dose entre 60 a 120 kg de N ha-1 foi de 56%.

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O manejo das doses em função das épocas da aplicação da adubação

nitrogenada é uma maneira de minimizar as perdas do nutriente e melhorar a

eficiência dos adubos. Porém, a resposta a aplicação está muito ligada a

pluviosidade. Em anos com chuvas bem distribuídas durante o ciclo da cultura, a

adubação nitrogenada feita na semeadura do milho é tão eficiente quanto a

aplicação parcelada do adubo. Sendo assim, o clima influência diretamente a

eficiência da adubação principalmente das gramíneas (Campos, 2005).

Em sistemas de Plantio Direto envolvendo a cultura do milho existe uma

maior preocupação com a adubação nitrogenada, pois, a cultura responde

diretamente as doses de N, e a relação C/N da cobertura do solo pode

influenciar a disponibilidade do nutriente para a cultura, ocorrendo o processo de

imobilização pela biomassa microbiana do solo. Como forma de contornar a

perda de N no PD envolvendo o milho existe diversos estudos envolvendo o

tema (Sá, 1999).

Sendo assim, no PD envolvendo o milho o manejo da adubação deve ser

feito de forma a minimizar as perdas, uma alternativa é o estudo da época de

aplicação do N, o parcelamento ou não da adubação. Segundo Sá (1996), as

culturas antecessoras a do milho exercem grande influencia na quantidade de N

a ser aplicado.

Um exemplo de estudo com esse objetivo foi feito por Sá (1996),

envolvendo a rotação aveia-preta antecedendo o milho em três locais no

Paraná, utilizando doses de 0, 30 e 60 kg ha-1 a de N. O tratamento com a

aplicação de todo o N até a semeadura (90 kg ha-1 no manejo mecânico da

aveia-preta + 30 kg ha-1 na semeadura do milho) promoveu resultado

estatisticamente semelhante ao tratamento com parcelamento (30 kg ha-1 na

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semeadura + 90 kg ha-1 em cobertura), indicando um fluxo de N mais estável no

solo e com picos de imobilização mais baixos.

Uma série de experimentos usando a metodologia da diluição isotópica de

N15, a partir da década de 1980, no Brasil, permitiu um melhor entendimento da

dinâmica do nitrogênio em solos tropicais e o destino de N-fertilizante aplicado

às culturas (Lopes, 2000).

2.10 O Nitrogênio na planta

Na planta o nitrogênio é constituinte de vários compostos, tais como os

aminoácidos, conseqüentemente, as proteínas, além da clorofila e de enzimas.

Os sintomas de deficiência desse nutriente surgem nas folhas mais velhas, que

se tornam cloróticas, permanecendo as mais novas normais, diante da grande

translocação que ele apresenta na planta (Junior, 2006).

Esse nutriente favorece o desenvolvimento foliar, com conseqüente

aumento da capacidade de realizar fotossíntese, tornando a planta capaz de

aumentar a produtividade.

Entretanto, o uso inadequado desse nutriente, principalmente em

excesso, poderá ser mais nocivo do que a sua carência. A aplicação excessiva

de N proporciona um crescimento exagerado do caule e folhas, podendo

contribuir para o acamamento da planta, especialmente em culturas de

crescimento determinado. O excesso de N também contribui para tornar a planta

menos resistente a falta de água, mais susceptível ao ataque de doenças, além

de contribuir para o aparecimento de doenças fisiológicas, tais como podridão-

apical, frutos ocos e frutos com ombro-verde. O excesso provoca também uma

maturação mais tardia dos frutos (Junior, 2006).

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Os sintomas de deficiência de N são caracterizados por um pequeno

desenvolvimento da planta, folhagem verde-pálido ou amarelada em estádio

avançado da deficiência, afinamento das folhas novas e, em fase aguda,

paralisação do desenvolvimento das raízes (Coelho & França, 1995) .

A absorção se refere à passagem do N do solo para o interior das células

das raízes e a utilização se refere à capacidade da planta em transformar o N

absorvido em grãos. Como o nitrogênio é componente essencial dos

aminoácidos que formam as proteínas, um processo de seleção de genótipos

eficientes na utilização de nitrogênio pode levar à seleção de cultivares com

menor teor de proteína no grão. Isto enfatiza a importância de monitorar-se não

só a absorção, mas também a conversão deste nitrogênio em proteína (Purcino

et al. 2000).

A entrada do N para o interior das células acontece contra um gradiente

de concentração ativa. A concentração de N no interior da célula é maior que a

concentração no solo. Esta energia gasta pela planta é derivada do processo

respiratório que, por sua vez, consome parte dos fotoassimilados acumulados

durante a fotossíntese (Purcino et al. 2000).

A absorção de NO3- é controlada via um sistema eletrogênico co-

transportador de prótons. Na presença de NO3-, a membrana plasmática é

despolarizada e uma bomba H+-ATPase bombeia prótons para fora da célula

criando gradientes de pH e gradiente elétrico. Uma vez no interior das células o

NO3- pode seguir quatro rotas distintas: nas raízes, é reduzido primeiramente a

NO2- , a seguir a NH4+ , sendo finalmente assimilado na forma de aminoácidos,

contribuindo para o crescimento das raízes; o NO3- absorvido nas raízes é

transportado para a parte aérea onde é reduzido a NH4- e assimilado como

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aminoácidos, promovendo o crescimento geral da planta; uma quantidade

significativa de NO3- pode ser armazenada como reserva nos vacúolos; uma

pequena parte do NO3- absorvido pode ser excretado de volta ao solo (Purcino

et al. 2000).

2.11 O Nitrogênio na Cultura do Milho

O Brasil está entre os maiores produtores de milho do mundo, perdendo

apenas para os Estados Unidos e a China (Couto et al. 2003). A produtividade

média brasileira era de 1.773 kg por hectare em 1984 e passou para

aproximadamente para 3.000 kg por hectare em 2003. No Centro – Oeste a

media é de 4.500 kg por hectares em regiões como Mato Grosso do Sul e Goiás.

A variação das produtividades media da cultura são muito grande podendo

variar 2 a 3 toneladas por hectare e de 10 a 45 toneladas de matéria verde por

hectare (Coelho & França, 1995).

A produtividade da cultura do milho está relacionada principalmente a dois

conjuntos de fatores: os ambientais e os genéticos (Resende et al. 2003). Para

uma resposta positiva da cultura é preciso estabelecer as dosagens ideais de

nutrientes exigidos pela cultura.

A temperatura ideal para o desenvolvimento do milho, da emergência a

floração, varia de 23ºC a 30ºC. Do espigamento à colheita, não há muito efeito

da temperatura, porém se houver uma queda muito acentuada pode retardar a

maturação da planta. O milho é uma planta de dia curto, porém algumas

cultivares podem não sofrer efeito do fotoperíodo (Filho et al., 2003).

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36

Foi observado por Filho et al. 2003, que para a cultura uma redução de 30

a 40% da luminosidade pode afetar diretamente no ciclo e queda da produção.

No inicio do desenvolvimento a cultura necessita de pouco mais de 2,5 mm dia,

quando a planta atinge 100% de ocupação do solo o consumo pode chegar a 10

mm dia. Na fase de emergência, florescimento e formação de grãos se

concentram as maiores exigências da cultura em água.

No início do ciclo, a planta precisa de pequenas quantidades de N, nesse

estágio é definida os tamanhos finais das folhas, espigas e outras partes da

planta. Dessa forma, a deficiência de N neste período pode reduzir o rendimento

de grãos da cultura (Wolschick et al. 2003).

A quantidade de N necessária pode depender de vários fatores, com

diferentes sistemas de manejo, solos com diferenças na capacidade de

suprimento de N, devido a textura, umidade e teor de matéria orgânica,

incertezas climáticas (Resende, 2003).

A época de aplicação de N pode variar sendo comum a aplicação, na

semeadura, de parte do N recomendado, e o restante em cobertura, quando as

plantas apresentam de 4 a 8 folhas. Recomenda-se aplicar de 20 a 30kg ha-1 de

N na semeadura, para cultivo sobre resíduos de gramíneas. O restante da dose

é aplicada em cobertura, dependendo da expectativa de rendimento e do teor de

matéria orgânica do solo (Pöttker & Wiethölter, 2004).

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Segundo Favarin & Fancelli (1992), o comportamento do nitrogênio em

sistemas de Plantio Direto pode ser influenciado diretamente por fatores

relacionados à sua eficiência, tais como: a imobilização biológica, volatilização,

lixiviação e mineralização. Conseqüentemente, em sistema com a Integração

Lavoura Pecuária envolvendo duas gramíneas o N pode ser mais exigidos e

técnicas de manejo devem ser estudada.

Geralmente, as plantas de milho cultivadas em sucessão a gramíneas

absorvem menos N em relação às que se desenvolvem em sucessão a

leguminosas, refletindo-se em menor rendimento de grãos. Isso pode ser

atribuído, principalmente, à alta relação C/N dos restos culturais das gramíneas.

Nestas condições, os microrganismos que os decompõem, utiliza grande parte

do N mineral presente no sistema, diminuindo a sua disponibilidade para a

cultura (Argenta & Silva, 1999).

Segundo (Pöttker & Wiethölter, 2004), o nitrogênio aplicado, antes ou no

momento da semeadura tem como principal objetivo aumentar a disponibilidade

de N nos estádios iniciais da cultura e, consequentemente, reduzir o efeito da

imobilização de N pelos microrganismos do solo ao decomporem resíduos

culturais de alta relação C/N.

La Cabezas et al. (2005), verificou que na adubação em pré-semeadura

do milho, no sulco de adubação, parte do N aplicado foi imobilizada,

proporcionando maior rapidez na ciclagem do N imobilizado-mineralizado e

conseqüente maior assimilação pelo milho.

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Segundo Campos (2005), quando se faz a adubação nitrogenada de

uma só vez com doses elevadas pode provocar a acidificação do meio,

conseqüentemente afetar a biomassa microbiana e o processo de nitrificação. O

mesmo autor verificou que o nitrogênio acumulado na parte área do milho, para

tratamento com 0, 60 e 120 kg de N por hectare em pré-semeadura, foi de

aproximadamente 78, 101 e 105 kg ha-1.

Silva et al. (2005), relaciona os casos de baixa resposta em

produtividade de grãos para a aplicação do N em pré-semeadura do milho para

a maior parte da região de cerrado, em virtude de ser comum a ocorrência de

chuvas de alta intensidade nessa região, podendo favorecer a perda do N por

lixiviação e por volatilização. A ocorrência de estiagens na região também

prejudica a eficiência da adubação nitrogenada. A aplicação de N na época de

pré-semeadura, o rendimento de grãos de milho pode ser menor em relação ao

obtido com a aplicação na época convencional, principalmente sob alta

disponibilidade hídrica e com elevada dose de adubação nitrogenada (Bortolini

et al., 2001).

Recentemente, Gomes et al. (2007), objetivando avaliar o efeito da

melhor dose e época de aplicação de N no milho em sistema plantio direto,

avaliou seis épocas de aplicação de N (antecipada; semeadura; 30 dias em

cobertura; semeadura mais 30 dias em cobertura; semeadura mais 30 e 45 dias

em cobertura; e antecipada mais semeadura mais 30 dias em cobertura) e

quatro doses de N (25, 50, 100 e 150 kg ha-1), acrescido da testemunha sem a

aplicação de N. As aplicações de N em cobertura (30 dias) e parcelada

(antecipada mais semeadura mais 30 dias em cobertura) proporcionaram

maiores pesos de grãos por espiga e de mil grãos.

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Uma das dificuldades para a recomendação nitrogenada para a cultura

do milho é a falta de um método que determine o índice de fertilidade para esse

nutriente, considerando o N inorgânico disponível mineralizado durante o ciclo

da cultura. Hoje se sabe que existem diferenças significativas quanto ao

fornecimento de N entre as diferentes coberturas e intervalos entre a época de

manejo dessas coberturas e o plantio de milho (Argenta, 2002).

O parcelamento e a época de aplicação do N na cultura do milho

dependem de inúmeros fatores, como a dose total a ser aplicada, a cultura

anterior, a textura do solo, tamanho da área, estrutura da propriedade e de

aspectos práticos do dia-a-dia da propriedade, como a própria parte operacional

de se encontrar um determinado fertilizante e até mesmo observar se é possível

distribuir através de equipamentos já disponíveis um fertilizante com elevada

concentração de N (França et al. 2003).

2.12 O capim Baquiaria

A pecuária é uma das maiores atividades econômicas do país, sendo a

maioria do rebanho criado em condição de pastejo, numa atividade extensiva

(Moreira & Braz, 2006). Graças a disponibilidade de espécies forrageiras

produtivas e adaptadas as condições edafoclimáticas da região do Cerrado,

como o capim Braquiária, a pecuária brasileira ocupa um papel de destaque.

Esse fato justifica a grande ocupação das áreas com o capim deste gênero (Da

Silva, 2006).

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Contudo, o que se nota é um crescimento muito abaixo do esperado

para a pecuária (Nascimento Jr et al., 2004). A explicação para o fato reside no

argumento de que a informação e o conhecimento disponíveis para o uso e

manejo dessas plantas não estão sendo utilizados de maneira adequada (Da

Silva, 2006). As plantas do gênero Braquiária são caracterizadas pela sua

grande flexibilidade de uso e manejo, sendo tolerantes a uma série de limitações

e condições restritivas de utilização para um grande número de espécies

forrageiras. Dentre as Braquiária, a Bracharia brizantha cv Marandu (capim-

Marandu) (Da Silva, 2006).

Segundo ZIMMER et al., (1994), estima-se que a área plantada com

pastagens cultivadas nos cerrados mais de 50% estão sendo cultivados com a

Braquiária decumbens. Outras espécies de grande importância são: Braquiária

brizantha, Andropogon gayanus e Panicum maximum.

Manejo inadequado e deficiências nutricionais do solo têm concorrido

para reduzir a produtividade das pastagens do capim Braquiária, resultando no

aparecimento de áreas descobertas, por gramíneas de baixo valor nutritivo,

degradação das pastagens e perdas do solo por erosão (Nascimento Jr et al.,

2004). Com o tempo, diminui o teor de matéria orgânica do solo e aparece

deficiência de nitrogênio, sobretudo quando o manejo da pastagem não favorece

a reciclagem de nutrientes, com isto torna-se necessária a fertilização periódica

(Nascimento Jr et al., 2004).

COSTA (1995) observou incremento na produção da matéria seca

principalmente em forrageiras com alto potencial de produção, em decorrência

da aplicação de nitrogênio. CANTARUTTI (1996) propôs a utilização do

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consórcio gramínea-leguminosa, para favorecer as taxas de reciclagem do

nitrogênio e incrementá-lo via fixação biológica.

O aumento da produtividade alcançado pela leguminosa passa pela

capacidade de fixação simbiótica de nitrogênio e sua reciclagem, bem como, na

melhoria da dieta animal (BARCELOS e VILELA, 1994). De acordo com os

autores, a capacidade de fornecimento de nitrogênio promovido pelas

leguminosas, varia de 40 a 290 kg ha-1 ano, sendo que na sua grande maioria

situa-se entre 70 a 140 kg/ha.ano, dos quais somente cerca de 15 a 20% são de

fato transferidos para as gramíneas associadas.

O uso de fertilizantes e corretivos tem efeito direto e benéfico na

produção de matéria seca (MS) e na qualidade da forragem e,

consequentemente na produção animal, sendo que o emprego de fertilizantes e

corretivos aumenta a disponibilidade de nutrientes para reciclagem no sistema.

As partes da planta não consumidas pelos animais, como as raízes, têm seu

desenvolvimento estimulado devido a adição de nutrientes, e poderão contribuir

para a reciclagem de nutrientes como resíduos vegetais. As fontes externas ao

sistema podem adicionar nutrientes ao mesmo, e as internas servem para

realimentar importantes pontos do sistema (Nascimento Jr. 2004).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área experimental

A pesquisa foi desenvolvida em campo, na Fazenda Água Limpa (FAL) da

Universidade de Brasília (UnB), localizada no Distrito Federal no Núcleo Rural

Vargem Bonita, na unidade administrativa Núcleo Bandeirante, situada à latitude

15º 56’ S longitude de 47º 56’ W, altitude 1080 metro do nível do mar. A área

estudada possui uma pastagem de capim do tipo Braquiária implantada há 30

anos e em estagio de degradação. Este pasto era de uso exclusivo para

alimentação de bovinos de corte e leite.

O clima da região, segundo Koppen, é do AW. Precipitação média anual

de 1600 mm, com chuvas concentradas nos meses de outubro a abril e secas

nos meses de maio a setembro.

O período da pesquisa compreendeu de maio de 2006 a abril de 2007,

foram registrados os dados climáticos da região neste ano período e estão na

descritos no Quadro 1.

Quadro 1. Dados climáticos do período experimental

MêsTemperatura Média (ºC)

Umidade Relativa

Média (%)

Precipitação de Chuvas (mm/mes)

Evaporação média

(mm/dia)

Radiação Global

(MJ/m2)

Horas de Insolação

(horas)abril 24,01 69,84 141,67 3,49 17,43 6,68maio 22,68 63,18 29,44 4,21 17,72 8,36junho 21,78 55,57 7,9 4,94 18,53 9,3julho 22,39 53,61 5,53 4,95 17,66 8,55

agosto 24,36 50,26 19,95 5,7 20,17 9,08setembro 24,56 54,55 61,36 5,97 18,3 6,24outubro 23,15 77,77 146,96 3,63 14,23 3,45

novembro 23,59 73,66 228,5 3,58 17,35 4,94dezembro 23,65 75,89 253,16 2,68 16,57 3,48

janeiro 23,13 71,6 219,77 4,74 19,09 5,28fevereiro 23,19 70,9 200,95 4,89 19,48 5,81

março 23,24 71,64 216,03 4,66 18,52 5,77abril 23,98 68,09 150,72 5,72 18,78 7,14

2006

2007

Fonte: Dados Meteorológicos da Estação Agroclimática da Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília (FAL-UnB)– Embrapa. Brasília-DF

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O solo da unidade experimental é classificado com as analises químicas e

físicas deste solo estão na Tabela 1.

As características químicas e físicas do solo da unidade experimental

estão descritos na Tabela 1. A saturação de base neste solo é inferior a 50%, o

que caracteriza solos distroficos. Estes teores influenciam diretamente no

desenvolvimento das plantas, pois proporcionam efeitos tóxicos de Al (Macedo

et al., 1986).

O solo em estudo possui um pH de 6,0 e um teor de matéria orgânica

média para as características de um solo do Cerrado. O solo da unidade

experimental é classificado com LATOSSOLO VERMELHO AMARELO

Distrófico típico (Embrapa, 1999). Possui baixa fertilidade química, destaque

para os níveis de fósforo, potássio, magnésio e a provável acidez por H+, pois,

como se pode observar a toxidez de alumínio é muito baixo, porém o H+Al

apresentam valores significativos.

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Tabela 1. Característica física e química do solo.

0-20 20-40

pH H2O 6 5,8

P (Melisch 1) (mg dm-3) 1,5 1

Ca (cmolc dm-3) 2,1 1,7

Mg (cmolc dm-3) 0,6 0,5

K (cmolc dm-3) 0,1 0,06

Al (cmolc dm-3) 0,1 0,1

H+Al (cmolc dm-3) 4,3 4,6

Matéria Orgânica (g dm-3) 33,2 29,1

CTC (cmolc dm-3) 7,1 6,9

Saturação por base (%) 40 33

Argila (kg-1) 55 65

Areia (kg-1) 25 25

Silte (kg-1) 20 10

Profundidade (cm)Característica

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3.2 Procedimentos de Campo

Em agosto de 2006 foram retirados todos os restos de fezes animais e

detritos deixando apenas a pastagem. Não foi preciso realizar a roçagem

mecânica do pasto, pois a pastagem encontrava-se em processo de

superpastejo e degradado.

Em setembro de 2006 foi feita à delimitação da área experimental assim

como a marcação dos blocos, neste mesmo mês foi feito a calagem com o

calcário dolomítico filler e foram abertos os sulcos com o implemento arado do

tipo bico de pato acoplado ao trator, estes sulcos foram feitos com o

espaçamento de 0,80 metros entres linhas.

A área total do experimento é de 951,2 m² (41m x 23,2m), foi dividida em

20 parcelas de 33,6 m² (4,8m x 7m) cada uma. Utilizaram-se bordaduras duplas

interna e externamente.

3.2.1 Correção e adubação do solo

Foi aplicado calcário Filler dolomítico com PRNT de 98% a lanço, no

capim Braquiária, na dosagem de 1.448 kg por hectare para elevar a saturação

por bases em torno de 60%, recomendado para a cultura do milho. O calcário foi

aplicado a lanço manualmente no dia 11/09/2006.

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3.2.2 Adubação corretiva

Em toda a área experimental foi realizada a adubação corretiva com

fósforo e potássio. Os fertilizantes foram aplicados a lanço manualmente sobre a

pastagem nas doses de 100 Kg ha-1 de K2O e 120 Kg ha-1 de P2O5 nas fontes de

cloreto de potássio e superfosfato simples, respectivamente. Esses fertilizantes

foram aplicados após a calagem. A adubação foi feita em 22/09/2006.

3.2.3 Aplicação da Adubação Nitrogenada

Foi realizada a adubação nitrogenada antecipada com uréia (45% de N)

nos níveis de 0, 30, 60, 90 e 120 Kg ha-1 de N distribuída manualmente nos

sulcos abertos no capim Braquiária. Essas parcelas foram sorteadas ao acaso

na área experimental e receberam a adubação com uréia no dia 04/10/2006.

3.2.4 Controle fitossanitário

A parte aérea do capim Braquiária foi dessecada 45 dias após a aplicação

dos níveis de N nos sulcos abertos no capim. Utilizou-se um herbicida seletivo

de contato na dose de 3 litros por hectare. Essa aplicação foi realizada com um

pulverizador costal. O herbicida de contato foi utilizado a fim de dessecar apenas

a parte aérea da pastagem, procurando minimizar o dano na biomassa radicular.

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3.2.5 Adubação de plantio

Após a dessecação da parte aérea do capim Braquiária procedeu-se a

adubação de plantio recomendada para a cultura do milho de acordo com a

Embrapa Cerrado (2004). No momento da semeadura do milho aplicou-se 30

Kg ha-1 de N na fonte de uréia, 120 Kg ha-¹ de P2O5 na fonte de superfosfato

simples, 100 Kg ha-¹ de K2O na fonte de cloreto de potássio e 50 Kg ha-1 de

sulfato de zinco. Essa adubação foi feita no sulco de plantio a 5 cm abaixo da

semente do milho.

Portanto, após a aplicação dos níveis de N em pré-semeadura (0, 30, 60,

90 e 120 Kg ha-1 ) somado com a adubação de N (30 Kg ha-1 ) feita no momento

do plantio da cultura do milho, obteve-se 6 níveis de N aplicados na cultura

do milho: 0, 30, 60, 90, 120, 150 Kg de N ha-1. Para a análise experimental foi

necessário separar os tratamentos com zero duplicado, ou seja, 0 Kg de N ha-1

aplicados antecipadamente no capim Braquiária e 0 Kg de N ha-1 no momento

do plantio.

3.2.6 Semeadura do milho

A semeadura do milho foi realizada no dia 23/11/2006, em sulcos

previamente abertos, utilizando sementes de milho hibrido duplo (BR 206),

rústico, tolerância a toxidez de alumínio e resistência à seca, com folhas eretas e

alta resistência ao quebramento do colmo. O milho BR 206 possui excelente

empalhamento de espigas, com grãos sedimentados, de coloração laranja-

avermelhada e de altíssima densidade, isto é, alto peso específico.

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A semeadura foi manual (matraca), em sulcos com espaçamento de 0,80

metros e com distribuição de 5 sementes por metro linear. A população de

plantas foi de 62.500 plantas de milho por hectare.

Foi realizada uma aplicação manual com pulverizador costal do inseticida

Tracer na dosagem de 2,0 litro por hectare para o controle da lagarta do

cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) .

3.2.7 Avaliação com o SPAD

O Minolta SPAD-502®, denominado clorofilômetro, permiti a obtenção de

valores indiretos do teor de clorofila presente na folha de modo não destrutivo,

rápido e simples. Esse equipamento possui diodos que emitem luz a 650 nm

(vermelho) e a 940 (infravermelho). A luz em 650 nm situa-se próxima dos dois

comprimentos primários de onda associados à atividade da clorofila (645 e 663

nm). O comprimento de onda de 940 nm serve como referência interna para

compensar as diferenças na espessura ou no conteúdo de água da folha ou

devidas a outros fatores (WASKOM et al., 1996). A luz que passa através da

amostra da folha atinge um receptor (fotodiodo de silicone) que converte a luz

transmitida em sinais elétricos analógicos. Esses sinais são convertidos em

sinais digitais por meio do conversor A/D (MINOLTA, 1989) e são usados por um

microprocessador para calcular os valores SPAD (“Soil Plant Analysis

Development”), que são mostrados num visor. Os valores obtidos são

proporcionais ao teor de clorofila presente na folha (Rambo et al. 2004).

Para a leitura na área experimental através do SPAD a medida foi tomada na

época da inflorescência do milho e foram avaliadas 10 folhas por parcela.

Tomou-se como base a folha localizada abaixo e oposta da 1ª ou 2ª espiga.

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3.2.8 Colheita do milho

A colheita do milho foi realizada em 02/04/2007, aproximadamente 123

dias após a semeadura, quando os grãos apresentavam 22% de umidade.

Foram colhidas as espigas de milho em todos os tratamentos em uma área útil

de 7,2 m² (3,0 m X 2,4 m) escolhidas aleatoriamente nas subparcelas. As

espigas foram debulhadas e grãos amostrados e secos em estufas a 55ºC até

peso constante para determinação da umidade e do teor de nitrogênio total, a

massa seca dos grãos de milho em Kg por hectare foi ajustado para 13% de

umidade.

3.3 Amostragem e analise do tecido vegetal

As amostras de tecido vegetal, colhidas na parte aérea do milho e do

capim Braquiária foram secas em estufa ventilada a uma temperatura 55ºC até

massa constante, para determinação de umidade; em seguida moídas em

moinhos do tipo Wiley e armazenadas em sacos plásticos, identificados e

vedados para analise em laboratório. Alguns detalhes dos procedimentos e

época de colheita estão descritos a seguir:

1) amostras do tecido vegetal da parte aérea do capim Braquiária colhidas a

partir do nível do solo nas quatro repetições de todos os tratamentos. Essa

amostragem foi realizada antes do dessecamento da parte aérea do capim

Braquiária, amostrando-se aleatoriamente em unidades amostrais de 0,50 m x

0,50 m.

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2) as amostras da parte aérea do milho foram coletadas a partir do nível do solo

em todos os tratamentos, quando o milho estava no “ponto de pamonha”,

correspondendo a 90 dias após o plantio para determinar a massa seca da parte

aérea da planta do milho.

3) as amostras das folhas do milho para a analise dos teores de N foram

coletadas quando o milho estava no estádio de inflorescência masculina e

feminina, correspondendo a 60 dias após o plantio coletadas, a concentração de

N nos grãos e a massa seca de grão foram realizadas na época da colheita. As

amostras foram analisadas no Laboratório de Química do Solo da Universidade

de Brasília.

3.4 Métodos químicos para a avaliação de nitrogênio

Metodologia descrita segundo Oliveira (1986).

3.4.1 Curva padrão

Os cálculos para a avaliação do nitrogênio na planta de milho foram

realizados a partir da curva padrão, obtida com adição de 5 mL de solução

padrão de nitrogênio ((NH4)2SO4)) 0 – 10 – 20 – 30 - 40 - 50 µg N mL-1, para

balões de 50 ml, adicionando uma gota de azul de bromotimol 0,05%. Através

de uma Bureta, adicionar Na2SiO3 10% gota a gota, com agitação moderada do

balão até a viragem para azul claro. Adicionar 2,0 ml do reagente de Nessler,

agitar, completar o volume com água destilada, e tapar. Após 15 minutos, fazer

a leitura em espectrofotômetro 440 nm (Oliveira, 1986). Calcular a equação da

regressão linear.

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3.4.2 Digestão do material vegetal

Segundo metodologia descrita por Oliveira (1986), deve-se pesar 0,1 g de

material vegetal, transferir para tubo de digestão (200mm x 25mm), seguido da

adição de 2 mL de ácido sulfúrico concentrado, e repouso por 15 minutos.

Transferir o tubo para o bloco digestor ainda frio, e elevou-se a temperatura até

aproximadamente 300ºC. Após a visualização de um liquido escuro, retirou-se o

tubo do bloco digestor, deixando-o esfriar, e adicionou-se 0,5 mL de H2O 30%

(100 volume). Foi então, levado novamente para o bloco, permanecendo

aquecido até o extrator ficar incolor, passando em seguida para uma coloração

amarela. Retirar os tubos do bloco digestor, deixando-o esfriar, e em seguida,

adicionou-se 5 gotas de H2O. Colocou-se o tubo mais uma vez no bloco, com a

temperatura ajustada para 260-280ºC, deixando digerir até a coloração clara

definitiva. Transferiu-se o conteúdo para um balão de 100 mL e completou o

volume com água destilada. A destilação e analise do nitrogênio foram feitas

como indicado na curva padrão.

3.5 Delineamento experimental e analise estatística

O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com 5

tratamentos e 4 repetições para os níveis de N aplicados antecipadamente no

capim Braquiária (0, 30, 60, 90 e 120 kg de N por hectare) e 6 tratamentos de

nitrogênio com 4 repetições para a cultura do milho (0, 30, 60, 90,120 e 150 kg

de N por hectare).

Page 52: ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO ... · 3 litros por hectare. Na semeadura do milho acrescentou-se mais 30 Kg ha-1 de N perfazendo os níveis: 0, 30, 60,

52

Os tratamentos com níveis de N foram distribuídos por sorteio dentro dos

quatros blocos casualizados. Os dados foram submetidos à análise de variância

e realizados os testes estatísticos de comparação das medias e de regressão

utilizando o software SAS (SAS institute, 1990).

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53

3.6 Atividades desenvolvidas na área experimental

As principais atividades desenvolvidas na área experimental foram

registradas e são expostas por meio de fotos em seqüência cronológica com sua

respectiva legenda (Figura 1 ).

Figura 1. Atividades desenvolvidas durante o período experimental.

A) Calagem; B) Abertura dos sulcos; C) Aplicação do N em pré-semeadura;

D)Aplicação do herbicida; E) Parte aérea do capim dessecado; F) Aplicação da

adubação de plantio; G) Visualização da deficiência dos tratamentos; H) Vista

geral; I) Cultura do milho pronta para colheita.

A B

C

D E F

G H I

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54

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 O clima

O desenvolvimento da planta do milho é afetado pela água, temperatura e

radiação solar ou luminosa. Por isso, a época de semeadura ideal esta

relacionado com os fatores citados, cujos valores extremos são variáveis em

cada região (Filho et al., 2003).

Na Figura 2 estão representados os dados pluviométricos no período

experimental.

Florescimento

Emergência

Colheita do milho

Plantio do Milho

Aplicação do N no Capim

AdubaçãoCorretiva

0

50

100

150

200

250

300

setembro(2006)

outubro(2006)

novembro(2006)

dezembro(2006)

janeiro(2007)

fevereiro(2007)

março(2007)

abril(2007)

Plu

vio

sid

ade

(mm

de

chu

va)

Figura 2. Pluviosidade (mm de chuva) durante o período do experimento.

Page 55: ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO ... · 3 litros por hectare. Na semeadura do milho acrescentou-se mais 30 Kg ha-1 de N perfazendo os níveis: 0, 30, 60,

55

De acordo com os dados pluviométricos coletados no período do

experimento observa-se que não a ocorrência de veranicos (Figura 1), assim,

não influenciando nos estágios de desenvolvimento da cultura. Segundo,

Magalhães et al. (1993), a planta do milho é uma cultura que exige precipitações

que varia de 250 mm até 5000 mm anuais. O período de déficit hídrico durante o

florescimento da cultura do milho pode promover uma perda de 40 a 50% da

produção, sendo que em outros estagio da planta a perda pode ser de 25 a 32%

(Fancelli et al., 1987). Fato similar foi observado por Machado et al., 1992, onde

a ocorrência de deficiência hídrica durante a estação de crescimento das plantas

é um dos fatores ambientais que mais afetam a estabilidade da produção de

grãos.

Levando em conta as necessidades climáticas da cultura do milho e as

características da região do Cerrado, é necessária a utilização de manejos que

visem minimizar os riscos dos veranicos. O mais recomendado para região são

as praticas de cultivo que visem a manutenção dos restos vegetais na superfície

do solo. Esta cobertura tem a capacidade de melhorar os atributos físicos,

químicos e biológicos, alem de aumentar a retenção da umidade no solo,

diminuir a flutuação da temperatura do solo e evitar erosões no período chuvoso.

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56

4.2 Massa seca da parte aérea do capim Braquiária

As médias da massa seca da parte aérea do capim Braquiária, após 45

dias da aplicação da doses de N, estão demonstradas na Tabela 2.

O nitrogênio interfere positivamente na produção da biomassa do capim

Braquiária, segundo Kluthcouski (2003), o capim Braquiária após 120 dias

produziu 10,4 toneladas por hectare de biomassa, proporcionando uma boa

cobertura vegetal para sistemas conservacionistas.

Tabela 2. Produção de massa seca (em kg ha-1) da parte aérea do capim

Braquiária após 45 dias da aplicação das doses de N (em kg ha-1). Médias com

mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Ducan a 5% de probabilidade.

Doses de N

Kg ha-1

120

60

90

30

0

Médias

Massa Seca da Parte aérea da Brachiaria Kg ha-1

34050 a

23750 b

21450 b

20475 b

7325 c

A diferença entre a produção de massa seca no tratamento com 0 kg ha-1 de

N e a obtida com a maior dose de N 120 kg ha-1 foi de 464,8%. Sendo assim, a

produção de massa seca de capim Braquiária nas condições dos solos do

Cerrado está condicionada ao aporte de nitrogênio.

Observa-se, maior produção de massa seca do capim Braquiária para as

doses mais elevadas de N, sendo que a produção com a dose de 120 kg ha-1 foi

maior, com uma produção média de 34050 kg ha-1 de massa seca da parte

Page 57: ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO ... · 3 litros por hectare. Na semeadura do milho acrescentou-se mais 30 Kg ha-1 de N perfazendo os níveis: 0, 30, 60,

57

aérea do capim Braquiária, as doses 90, 60 e 30 kg ha-1,, cujos os valores foram

23, 21, 20 toneladas por hectare, mas não diferiram estatisticamente entre si

(Tabela 2). O tratamento no nível 0 kg ha-1 foi o que apresentou produção

significativamente menor das demais doses, ocasionado uma produção inferior

de a 7,3 toneladas por hectares. Resultados semelhantes forma encontrados por

Campos (2005) utilizando o capim Braquiária como cultura antecessora ao

milho.

y = 0,1814x + 10,525R2 = 0,8126

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 30 60 90 120

Doses de N Kg ha-1

Mas

sa S

eca

da

Par

te a

érea

da

Bra

chia

ria

Kg

ha-1

Figura 3. Produção de massa seca (em kg ha-1) da parte aérea do capim

Braquiária após 45 dias da aplicação das doses de N em relação às doses N

(em kg ha-1).

Na Figura 3 está representada a produção de massa seca (kg ha-1) da parte

aérea do capim Braquiária em função da aplicação da doses N (kg ha-1).

Observa-se que houve uma regressão linear com coeficiente de determinação

81%, indicando que, como se esperava, o capim Braquiária respondeu

linearmente ao aumento das doses de N.

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58

COSTA (1995) observou incremento na produção da matéria seca

principalmente em forrageiras com alto potencial de produção, em decorrência

da aplicação de nitrogênio.

A produção de biomassa do capim Braquiária proporciona um aumento

dos teores Carbono orgânico no solo. Salton (2005) avaliou o estoque de C

orgânico no solo em diferentes áreas com diferentes históricos em Mato Grosso

do Sul e em todos os sistemas os maiores valores do estoque de C foram

encontraram no sistema com pastagens, este próximo aos valores da vegetação

nativa.

O incremento significativo na produção de biomassa seca da parte aérea

de forrageiras tropical pelo fornecimento de N é amplamente relatado na

literatura (Cecato et al. 2000; Campos 2005; Jakelaitis et al. 2005).

4.3 Massa seca da parte aérea do milho

As médias da produção de massa seca do milho, aos 90 dias após a

semeadura, estão demonstradas na Tabela 3.

Tabela 3. Produção de massa seca (em kg ha-1) da parte aérea da planta do

milho após 90 dias da semeadura em relação às doses N (em kg ha-1). Médias

com mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Ducan a 5% de

probabilidade.

Doses de N

Kg ha-1

150

120

90

60

30

0

Médias

Massa Seca da Parte aérea do milho Kg ha-1

5518,0 c

2536,1 d

10061,1 a

8011,2 b

7884,1 b

6120,3 c

Page 59: ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO ... · 3 litros por hectare. Na semeadura do milho acrescentou-se mais 30 Kg ha-1 de N perfazendo os níveis: 0, 30, 60,

59

A diferença entre a produção de massa seca no tratamento com 0 kg ha-1 de

N e a obtida com a maior dose de N 150 kg ha-1 foi de 396,8%.

Consequentemente, para a produção de uma quantidade suficiente de massa

seca de milho nas condições dos solos do Cerrado está condicionada ao aporte

de nitrogênio.

Observa-se, maior produção de massa seca da parte aérea do milho nas

doses mais elevadas de N, sendo que a produção com a dose de 150 kg ha-1 foi

maior, com uma produção média de 10061,7 kg ha-1 de massa seca da parte

aérea, as doses 120 e 90, cujos valores foram 8011,2 e 7884,1 Kg por hectare,

mas não diferiram estatisticamente entre si (Tabela 2). As dose de 60 a 150 kg

ha-1 foram capazes de proporcionar resíduos acima daqueles recomendados

para a cobertura do solo para o plantio direto, que são de 6.000 kg ha-1

(Campos, 2005).

y = 44,637x + 3340,7R2 = 0,9371

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

0 30 60 90 120 150

Doses de N Kg ha-1

Mat

éria

Sec

a d

a P

arte

aér

ea d

o m

ilho

K

g h

a-1

Figura 4. Produção de massa seca da parte aérea da planta do milho após

90 dias da semeadura, em resposta aos tratamentos com N antecipado.

Page 60: ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO ... · 3 litros por hectare. Na semeadura do milho acrescentou-se mais 30 Kg ha-1 de N perfazendo os níveis: 0, 30, 60,

60

Na Figura 4 está representado a produção de massa seca da parte aérea

do milho após 90 dias da semeadura na interação com os tratamentos com N

antecipado. Observa-se que as medias apresentaram valores significativos e

são representados por uma regressão linear com coeficiente de determinação

de 93%, indicando que houve uma resposta linear ao aumento das doses de N.

A reposta linear da cultura do milho ao aumento de doses de N está

relacionada a diversos fatores, principalmente aos ambientais e os genéticos

(Resende et al. 2003; Da Ros et al. 2003). O teor de meteria orgânica do solo

pode influenciar na liberação do N orgânico, assim como o aporte de resíduos

vegetais com alta relação C/N promove um aumento da matéria orgânica

(Gassen & Gassen, 1996; Ceretta et al. 2001 ; Gonçalves & Ceretta, 1999),

porém , segundo (Pöttker & Wiethölter, 2004), o nitrogênio aplicado, antes ou no

momento da semeadura tem como principal objetivo aumentar a disponibilidade

de N nos estádios iniciais da cultura e, consequentemente, reduzir o efeito da

imobilização de N pelos microrganismos do solo ao decomporem resíduos

culturais de alta relação C/N.

Provavelmente a aplicação do N antecipadamente permitiu a cultura

antecessora do milho, o capim Braquiária, assimilar o N aplicado, diminuindo a

perda por lixiviação e por volatilização, além de fornecer excelente aporte de

resíduo que contribuiu para o aumento da matéria orgânica. Segundo Coelho et

al. (2002), em média 85% do N-fertilizante aplicado são recuperados no sistema

solo-planta.

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61

4.4 Massa seca de grãos de milho

As médias da produção de massa seca do grão de milho a 13% de

umidade, aos 123 dias após a semeadura, estão demonstradas na Tabela 4.

Tabela 4. Produção de massa seca do grão de milho a 13% de umidade, aos

123 dias após a semeadura em relação às doses N (em kg ha-1). Médias com

mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Ducan a 5% de probabilidade.

Doses de N

Kg ha-1

150

120

90

60

30

0

4200 b

2512 c

8040,8 a

6929,8 a

6934,5 a

5200,3 b

Médias

Massa seca do grão de milho Kg ha-1

A diferença entre a produção de massa seca no tratamento com 0 kg ha-1 de

N e a obtida com a maior dose de N 150 kg ha-1 foi de 320%.

As doses de 150 kg ha-1,120 e 90 kg ha-1 apresentaram uma produção média

de 8,04, 6,92 e 6,93 toneladas por hectare de massa seca de grãos de milho a

13% de umidade, respectivamente, estas medias não diferiram estatisticamente

entre si. Nas doses 60 e 30 kg ha-1, suas medias não diferiram estatisticamente

entre si, alcançando uma produção de 5,2 e 4,2 toneladas por hectare de massa

seca de grãos respectivamente. Pode-se observar que a produtividade

alcançada está acima da media nacional, ou seja, em condições edafoclimaticas

ideais o manejo da adubação nitrogenada antecipadamente pode proporcionar

bons resultados de produtividade.

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62

Jakelaitis et al. 2005, encontrou aumento da produção do grão de milho

até uma dose de 240 Kg ha-1 , Sousa & Lobato (2002), afirmam que a resposta

do milho chegam a doses de até 200 Kg ha-1 ou mais e com doses de 100 Kg

ha-1 é possível produzir 8 t de grãos de milho. Segundo Campos (2005), quando

se faz a adubação nitrogenada com doses elevadas pode provocar a

acidificação do meio, conseqüentemente afetar a biomassa microbiana e o

processo de nitrificação.

y = 35,779x + 2952,8R2 = 0,9531

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 30 60 90 120 150

Doses de N Kg ha-1

Mas

sa s

eca

do

grã

o d

e m

ilho

(K

g h

a-1)

Figura 5. Produção de massa seca de grão de milho após 123 dias da

semeadura, na interação dos tratamentos com N antecipado.

Na Figura 5 está representada a produção de massa seca de grão de

milho após 123 dias da semeadura em relação com N antecipado. Houve uma

regressão linear com coeficiente de determinação 95%. Existe um

comportamento similar com a massa seca da parte aérea do milho.

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63

Vários autores encontraram a mesma tendência linear para o aumento da

adubação em relação ao aumento da matéria seca da parte aérea do milho

(Araújo et al. 2004; Melgar et al. 1991; Jakelaitis et al. 2005), já outros autores

encontraram um ajuste quadrático para a resposta do milho com o aumento da

adubação nitrogenada (Campos, 2005; Serra, 2006; Ferreira, 1997).

Respostas lineares das plantas de milho à aplicação de N são atribuídas,

entre outros fatores, ao uso de genótipos melhorados que possuem alta

eficiência de uso desse nutriente (Jakelaitis et al. 2005), alem dos processos

microbianos de imobilização e mineralização, que são influenciados por vários

fatores ambientais, como temperatura do solo, regime hídrico, pH e teor de

nitrogênio no solo (Argenta & Silva, 1999). Assim, o solo da unidade

experimenta possui um pH de 6,0 o que favorece o desenvolvimento dos

microorganismos (Ferreira, 1997).

As altas produtividades encontradas nas maiores doses de N aplicadas

antecipadamente, deve-se ao fato do nitrogênio mineral ser armazenado no

tecido vegetal da cultura antecessora, no caso o capim Braquiária, permitindo, a

partir da mineralização da sua fitomassa, maior rapidez na ciclagem do N

imobilizado-mineralizado e conseqüente maior assimilação pelo milho cultivado

em sucessão (Argenta & Silva, 1999; SÁ, 1996; La Cabezas et al. 2005).

SÁ (1996), ao avaliar a combinação da aplicação de N na aveia e no

milho em sucessão, verificou que o tratamento com a aplicação de todo o N até

a semeadura (90 kg ha-1 no manejo mecânico da aveia-preta + 30 kg ha-1 na

semeadura do milho) promoveu resultado estatisticamente semelhante ao

tratamento com parcelamento (30 kg ha-1 na semeadura + 90 kg ha-1 em

cobertura).

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64

4.5 Concentração de nitrogênio no grão de milho e na folha do

Milho

As médias de concentração de nitrogênio no grão de milho (%) estão

demonstradas na Tabela 5.

Tabela 5. Concentração de nitrogênio no grão de milho (%) em relação às

doses N (em kg ha-1). Médias com mesma letra não diferem entre si, pelo teste

de Ducan a 5% de probabilidade.

Doses de N

Kg ha-1

150

90

120

60

30

0

Médias

Concentração de nitrogênio no grão de milho (%)

0,8513 a

0,7235 ab

0,66777 bc

0,59809 bc

0,59187 bc

0,55618 c

A dose de 150 kg ha-1 e 90 kg ha-1 apresentaram uma média de

concentração de nitrogênio no grão de milho (%) de 0,85 e 0,72%,

respectivamente, estas medias não diferiram estatisticamente entre si. Nas

doses 90, 120, 60 e 30 kg ha-1, suas medias não diferiram estatisticamente entre

si, alcançando uma concentração de 0,72, 0,66, 0,59 e 0,59% de N no grão de

milho respectivamente.

O tratamento no nível 0 kg ha-1 foi o que apresentou menor concentração de

nitrogênio no grão de milho, contudo não diferiu estatisticamente das doses 120,

60 e 30 kg ha-1.

Page 65: ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO ... · 3 litros por hectare. Na semeadura do milho acrescentou-se mais 30 Kg ha-1 de N perfazendo os níveis: 0, 30, 60,

65

O nitrogênio acumulado no grão de milho foi 13,97; 24,86; 31,10; 46,31;

50,14 e 68,45 kg ha-1 para os tratamentos com 0; 30; 60; 90; 120; 150 kg ha-1 de

N na pré-semeadura, respectivamente.

y = 0,0017x + 0,5351

R2 = 0,788

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

0 30 60 90 120 150

Doses de N Kg ha-1

Co

nce

ntr

ação

de

nit

rog

ênio

no

g

rão

de

mil

ho

(%

)

Figura 6. Concentração de nitrogênio no grão de milho (%) na interação das

doses N (em kg ha-1).

Na Figura 6 está representada a concentração de nitrogênio no grão de

milho (%) em relação às doses N (em kg ha-1). As medias foram significativas e

são representadas por uma regressão linear com coeficiente de determinação

78%. As concentrações de N (%) aumentaram linearmente em função das doses

de N em pré-semeadura.

Campos (2005) em condições muito semelhante encontrou mesma

tendência linear para a concentração de N nos grãos de milho, alem de valores

máximos de 12,8 g kg-1. Segundo Raij (1991), os teores mínimos de N no grão

são de 3,0 dag kg-1. A planta de milho responde à aplicação da adubação

nitrogenada com incremento em várias características que influenciam a

produção final (Da Ros et al., 2003).

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66

As médias das concentrações de nitrogênio na folha do milho (%) estão

demonstradas na Tabela 6.

Tabela 6. Concentração de nitrogênio na folha do milho (%) em relação às

doses N (em kg ha-1).

Doses de N

Kg ha-1

150

90

120

60

30

0 1,7029 d

Concentração de nitrogênio na folha do milho (%)

3,2019 a

2,5426 b

2,2935 bc

Médias

1,8673 cd

1,7553 d

Observa-se, maior concentração de nitrogênio na folha do milho nas doses

mais elevadas de N, sendo que a concentração com a dose de 150 kg ha-1 foi

maior, com média de 3,2% de N na folha, as doses 120 e 90, cujos valores

foram 2,54 e 2,29% de N na folha, mas não diferiram estatisticamente entre si

(Tabela 2). Nas doses 60, 30 e 0 kg ha-1, houve uma concentração de 1,8, 1,75,

1,7% de N, estas não diferiram estatisticamente entre si.

O tratamento no nível 30 e 0 kg ha-1 foram os que apresentaram menores

concentrações de N nas folhas do milho. As folhas são os órgãos da planta que

melhor refletem o estado nutricional da planta, respondendo mais rapidamente

às variações no suprimento de nutrientes do solo e dos fertilizantes (Rambo,

2004). Assim, a diagnose foliar consiste na análise do solo, usando a planta

como solução extratora (MALAVOLTA et al., 1997; Rambo et al. 2004).

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67

O nitrogênio acumulado na folha do milho foi de aproximadamente 45; 94;

114; 200; 183 e 322 kg ha-1 para os tratamentos com 0; 30; 60; 90; 120; 150 kg

ha-1 de N na pré-semeadura, respectivamente.

y = 0,0093x + 1,5283

R2 = 0,8137

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0 30 60 90 120 150

Doses de N Kg ha-1

Co

nce

ntr

ação

de

nit

rog

ênio

na

par

te a

érea

do

mil

ho

(%

)

Figura 7. Concentração de nitrogênio na folha de milho (%) na interação das

doses N (em kg ha-1).

Na Figura 7 está representada a concentração de nitrogênio na folha do

milho (%) em relação às doses N (em kg ha-1). As medias foram significativas e

são representadas por uma regressão linear com coeficiente de determinação

81%.

A concentração de N foliar nos tratamentos foram baixos para as doses

menores de 60 kg ha-1 de N aplicadas em pré-semeadura, se comparados com

os valores estabelecidos para a cultura do milho na época de emissão do

estigma que são de 2,75 a 3,25% (Malavolta et al. 1997; BÜLL et al. 1993)

Segundo Bull et al. 1993, as variações encontradas para os teores de N em

tecido foliar de plantas de milho podem ser atribuídas às diferenças de material

genético, de fertilidade de solo e, principalmente às mudanças nas condições

climáticas.

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68

Stanford (1973) analisou nos Estados Unidos sobre a relação da massa seca

total e a quantidade de N absorvida pelo milho, tendo observado que o

rendimento máximo estava associado a 1,2 % de N na massa seca total.

Casagrande & Filho (2002), estudando doses de N no milho concluíram

que os teores de N não são influenciados pela época de aplicação (todo N na

semeadura ou todo na cobertura) e os teores de N aumentaram com o aumento

da dose.

A concentração de N na folha da planta de milho correlaciona-se

significativamente com a produção de quantidade de massa seca produzida e a

massa seca de grão a 13% de umidade. Portanto, uma planta bem nutrida tem a

capacidade de produzir mais fotoassimilados e, conseqüentemente, maior

acúmulo de biomassa seca e maior rendimento de grãos (Jakelaitis et al. 2005).

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69

4.6 Avaliação do SPAD

As médias da leitura pelo SPAD na época de inflorescência do milho

estão demonstradas na Tabela 7.

Tabela 7. Leitura do SPAD em relação às doses N (em kg ha-1).

Doses de N

Kg ha-1

150

120

90

60

30

0

Médias

Leitura SPAD

54,2

47,3

45,1

27,0

37,0

32,7

Segundo Zotarelli et al. (2003) e Argenta et al. (2002), o método de

leitura pelo SPAD na cultura do milho produz resultados coerentes com o estado

nutricional da planta.

A dose de 150 kg ha-1 apresentou maior média da leitura do SPAD 54,2,

seguido das média 47,3; 45,1; 37,0; 32,7 e 27,0 nas doses de 120, 90, 60, 30 e

0 kg ha-1 , respectivamente. Alguns estudos têm determinado valores críticos

para a cultura do milho durante os seus estágios (Rambo et al. 2004). Argenta

(2001) obteve os valores de 45,4 e 52,1 SPAD para os estádios de três a quatro

folhas e seis a sete folhas, respectivamente. No estádio de 10 a 11 folhas, os

valores críticos disponíveis na literatura para a cultura do milho variam de 48,6 a

55,3 SPAD. Já na fase de florescimento, obteve a leitura de 58,0 no estádio de

espigamento (Argenta 2001). Sendo assim, as doses de 150 e 120 kg ha-1 de N

em pré-semeadura apresentaram valores na leitura do SPAD que comprovam o

bom estado nutricional das plantas de milho.

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y = 0,179x + 27,175

R2 = 0,9883

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

0 30 60 90 120 150

Doses de N Kg ha-1

Lei

tura

SP

AD

Figura 8. Leitura do SPAD em relação às doses N (em kg ha-1).

Na Figura 8 está representada os valores da leitura do SPAD em relação

às doses N (em kg ha-1). As medias são representadas por uma regressão linear

com coeficiente de determinação 98%.

Os valores da leitura aumentaram de acordo com o aumento da dose de

N em pré-semeadura. Assim, no presente trabalho tanto as concentrações de N

na folha do milho (%) juntamente com a leitura SPAD, foram utilizados como

parâmetros indicativos do estado nutricional das plantas de milho. Pois, diversos

autores indicam estes métodos como eficientes na identificação das plantas

deficientes (Rambo et al. 2004; Argenta, 2001; Zotarelli et al. 2003). Sendo

assim, as doses de 150 e 120 kg ha-1 de N em pré-semeadura apresentaram

valores na leitura do SPAD que comprovam o bom estado nutricional das

plantas de milho.

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71

5. CONCLUSÃO

A cultura do milho responde as doses crescentes de nitrogênio aplicado

antecipadamente no capim Braquiária, proporcionando aumento da

produtividade de biomassa seca do grão e da parte aérea alem do aumento dos

teores de N no grão e na folha.

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