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ANO XXXVN.* 1792 0^(g®ífe(0) 9SEMANÁRIO INFANTIL Río de Janeiro, 7 de Fevereiro de 1940 O O Á ¦ mWWmk \$$ Á W ~"^^- Mamãe, «m que dia cái o Carnaval d o ano que vem

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ANO XXXV N.* 1792

0^(g®ífe(0)SEMANÁRIO

INFANTILRío de Janeiro, 7 de Fevereiro de 1940

O O Á ¦ mWWmk \$$ Á W ~"^^-

— Mamãe, «m que dia cái o Carnaval d o ano que vem

Page 2: ANO XXXVN.* 1792 0^(g®ífe(0)memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1940_01792.pdf · para casar-se. A cerimonia do matrimônio co-meça por um palamayo, que consiste no pre-tendente

O TICO-TICO — 2 — 7 — Fevereiro — 1910

PÍLULAS

*( PÍLULAS DE PAPAINA É PODO-PHYLINA)

Empregadas com suecesso nas moléstiasao estômago, fígado ou Intestinos. Essas

pílulas, além de tônicas, são Indicadas nasdyspepsias, dores de cabeça, moléstias dofigado e prisão de ventre. São um pode-roso digestivo e regularizador das funeções

flastro-intestinaes.A' venda em todas as pharmacias. De-

positarios: JOÃO BAPTISTA DA FON-SECA. Rua do Acre. 38. i- Vidro 2$500.Pelo correio 3$000. — Rio de Janeiro.

O T.ICO-TICO publica os retra-tos de todos os seus leitores, gra-tuitamente.

O TICO-TICOPropriedade da S. A O MALHO

EXPEDIENTEASSINATURAS

Brasil 1 ano. . . 25W06 meses. . . 13$000

Estrangeiro . . 1 ano. . . . 75$0006 meses . . 38*000

As assinaturas começam sempre nodia 1 do mês em que forem tomada3 eserão aceitas anual ou semestralmente.TODA A CORRESPONDÊNCIA co-mo toda a remessa de dinheiro, (quepode ser feita por vale postal ou cartacom va!or declarado), deve set dirigidaá S. A. O MALHO. Travessa do Ou-vldor. 34 - Rio. Telefone: 23-4422.

(ouvem saber...Em Etampes, a meia hora de Paris, ha

uma torre inclinada, mais sotida do que a de

Pisa, que ha muito tempo vem ameaçando

ruir. E' um tanto menos antiga do que esta,

pois sua construcção data do século 16 e sa

acha isolada ante o antigo pórtico da igreja

de S. Martin. Seu desvio da vertical é quasi

tão grande quanto o que se verifica na do

Piza, não sendo isso produzido pelo dosnive-

lamento do terreno e sim por uma habilida-

de de equilíbrio conseguida, a titulo da

curiosidade, pelo arquiteto.

Os montanheses da provincia de Albany,

na ilha do Luzon usam fórmulas oompücatas

para casar-se. A cerimonia do matrimônio co-

meça por um palamayo, que consiste no pre-

tendente dirigir-se, com seus pais, à casa da

noiva, que, cercada dc bambus entrelaçados,

apresente apenas livre uma entrada, fechada

por uma cortina da qual pende um "bobolo"

(punhal com cabo de praia). Nessa cortina,

os visitantes têm que pendurar outro punhal

de igual valor e riqueza. Em seguida, a comi-

tiva penetra na residência, onde se faz o pe-

dido, concertando-se, com os pais da noiva,

o "purung" ou seja, o dote que o noivo tem

que pagar. Designa-se o dia do casamento e

o noivo vai em busca de sua futura esposa,

que se acha escondida e, depois de encon-

tral-a, simula um rapto, circumsfancia impros-

cindivel para a realização do consórcio.

ClncuiftcE' A REVISTA QUE MELHOR INFORMA SOBRECINEMA NACIONAL E ESTRANGEIRO, TEATRO

E BROADCASTINGVEJA, A I E 15 DE CADA MÊS, AS MARA-

VILHOSAS EDIÇÕES DE

CINEARTE

Di I iua / senhora o preientc qw**f, a cita mais deseja. U.rrfs • ssionavur» és

A mais completa, a mai. perfeita, a fnáiímoderna revisla de elegâncias que já saediiou no Brasil. Moda 8 Bordado não áapenas um íigurino i porque tem ludoquanto se pôde desejar sobre decoração,assumptos de toilette leminina, aclividadesdomesticas, etc.

Preços das Assignaruras'(Sob I<_'a'_-u)

Anno > • • • _5$oooSeis mezes . . 23$oooNumero avulso i _$ooo

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MODA E BORDADOCAIXA FOSTAI, «10 - R!0

As anomalias • dentárias são quasisempre resultantes do descaso que as

creanças votam aos dentes têmpora-

rios isto é, os dentes "de muda", ou

da primeira dentição.

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oepoaiTO EM 9 FVSULOJ.COU.O-R.RIACHÚELO 86-A

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O TICO-TICO 7 — Fevereiro — 19 iO

AVENTU S'DÉ PERNAMBUCy?

OQMARUJO

y »K\5

No aldeiamento dos indios. Pernambuco se deixava ficar a pensarca dilerença entre aquela existência e a que levam, nas cidades, outrosfilhos do Brasil. Sentia-se bem. no meio daqueles homens simples cujalinguagem nem siquer entendia.

O indio que êle salvara não o largava um só instante. E quandoo rapaz se afastava um pouco da aldeia, logo ficava preocupado

e se punha á procurá-lo pelos arredores, com receio de que lhe

tivesse acontecido algo máu.

O que o moço queria, entretanto, era apenas, nessas ausências,apreciar em toda a sua plenitude e em todo o seu esplendor a selvabrasileira. Para isso se embrenhava pelas matas, procurando surpreen-der as paizagens sob seus variados aspétos.

Seu cavalo era o fiel companheiro dessas excursões. Com êleia até bem longe, chegando a encontrar rebanhos de fazendas decriação, e atingindo pontos longínquos da fronteira do nosso paiscom outras Republicas da América.

(Zontinúa)S_['^[//jyyw~' P^^W

1 v^^xV yv SI

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7 — Fevereiro — 1940

VARIEDADE DE

ASSUNTOS.

COLABORAÇÃO

ESCOLHIDA.

NOVAS -

SECÇÕES.

TRICROMIAS

E DOUBLÉS.

3 — O TICO-TICO

S ^am^^^ m.

síl*!\ Sv^ __P^kí a_£_ 1\\

/õ^tw -° íi lík, ° 4\V\ *>\1 I A)I /— / Ii^XjI/ % V_Yt_u'* \S

A VENDA

EM TODOS OS JORNALEIROS:

O NOVO ííO Malho *f

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<&_&Diretor-Gerente : A. de Souza e Silva

c> c>:Q^og®e©; BB ^®ç>®

Meus netinhos:

0 Brasil tem cumprido, ultimamente, um nobre dever, revê-renciando a memória de seus filhos ilustres nas letras, nas artes,na sã politica, em varias modalidades em que exerceram sua mis-são na vida.

Entre esses vultos venerandos se destaca a figura de DomSilverio Pimenta.

Nasceu êle a 12 de Janeiro de 1840, precisamente ha umséculo, na antiga e tradicional vila de Congonhas do Campo, emMinas Gerais.

Seus estudos primários foram feitos na vila natal.Silverio era um menino de olhar inteligente e vivo, coração

piedoso e com rapidez e facilidade concluiu seus estudos prima-rios e de humanidades, ordenando-se sacerdote com 21 anos deidade, no Seminário de Mariana, tendo cantado sua "missa nova"na famosa Matriz de S. João de Sabará.

Viajando pela Europa, tres anos mais tarde, visitou Sua San-tidade o Papa Pio IX que se admirou da facilidade e eloqüênciacom que o jovem sacerdote brasileiro se exprimia no mais puro eclássico latim. Abençoando-o, com prazer, Sua Santidade o con-vidou para pregar nas igrejas de Roma e não tardou que nas ve-tustas catedrais da Cidade Eterna ressoasse o verbo inflamadopela fé ardente do sacerdote mineiro.

Em 1890 foi sagrado Bispo de Mariana, onde brilhou seuespirito.de latinista, orador, jornalista e poeta.

Quatorze anos depois o Vaticano o elevou, com justiça, aoarcebispado. Nesse alto posto da Igreja o foi buscar a AcademiaBrasileira de Letras em 1929, elegendo-o para substituir AlcindoGuanabara na ilustre companhia dos 40 de Machado de Assis.

Dois anos depois, ou seja em 1931, faleceu o grandeArcebispo, que deixou, da sua trajetória na

terra, um rastro luminoso e brilhanteque ainda hoje ilumina de fulgu-

rações radiosas sua memo-ria inesquecida.

V õ V 6

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O TICO-TICO 7 — Fevereiro — 19.8

UMANOVAHISTORIADA GARO-TINHABABEBUNTING

ADESLUMBRANTE

Continuação

N, ,, - _; . Essa menina reco-ao encomendou, mas lhe mandam. _ua Que vira em , ., .

,,,.,,.,., , . . heu muitos presentesmae pensa que esta lhe taltando tudo. tanta caixa -, rr n -m *,. c assim que se es-

Estou triste, Babe. Nada Não... Escrevi a uma amigaveio para você e para Benjy ®'a' nao se in" de confiança, que comprou e

MINUTOS comóde.. Foi mMd-U-"""**-- ":__~ _—-—-_?. ° sr" Cromwo11 rt^, .v _ffü,

DEPOIS ,. Êr)~7/'\ J»-. "-ndou flN^p^ ^>SWf,

M *w*«í V i$so ^ _¦£_?_.—'—yy^ '

Não quero ser gran-fina, Ba-be... Ahi está porque fugi... ?ue diz, Benjy Não sei...

9- Quero ser apenas Peqgy paraua gran-fina .T, ,r -^' r,. todo o mundo,

senhora vae ticar, \**--________--' %« __-**"'

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7 — Fevereiro — 1910 O T I C O - T 1 í

Então, revistou acasa ? Não encon-trou nada, mesmo?

Que diz danota de 50

dollars ?

O DETETIVE

OUVE EBEN

GORUM

Alguém podiamanda-la, parapagar a pensãodas creanças.. _

E' mulfo, p a r íiuma estadia numafazendola, no ín-verno...

E a menina, to-cia nervosa a seguira minha busca ?

A menina não percebeu na-da. Evite afligir sua mulher,mas continue de olho vivo.

Não levo nada ? Descubra alguma coi-sa que levará nota. Tal-vei 100 dollars, para co-meçar.

O DIA SE tllÈ! JÍ^ Só podemos^ lS Íf H' •*" " ™

TU "" bb jíf abrir na lio- I fllf M ma- se aprontando.

GUINTE fl O ^e janta, | Iffl

|^;^

~

GORUM IBENJY VAE FAZER ALGO AO

POVOADO E VOLTA COM OEMBRULHO QUE FALTARA.

TIA JANE ANDAVAATAREFADISSIMA NA CO-SINHA.

DEPOIS BABE FICA DEGUARDA NA PORTA DASALA DE JANTAR.

J?!?|]ILj(àJ^ immmd _^_^ r

AVENTURADE

PEG.GY

Continua

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O TICO-TICO 8 — 7 — Fevereiro — 19.0

y\iç'\Ar cyf CAA^íÀAyJXJ'y~y y l oYyy m

romper do dia Foi até á praia, rnas nada encontrou para a!-moçar. e. como não houvesse sobrado no chão coco algum,não teve remédio senão trepar em uma das palmeiras parjcolher--lhe os frutos Com esforços heróicos conseguiu alcan-

çar d folhagem, e ia começar a. sua colheita, quando, deítan-do as vistas sobre o mar, descobrio um navio que vinha em

procura da ilhota. Foi o seu primeiro impulso soltar grítovjubilosos e fazer sinais pedindo socorro; lembrou-se, porém,que muito bem podiam vir intmigos naquele navio, e resol-veu permanece/ po» enquanto no seu esconderijo, para

espreitar se podia ter confiança nos que vinham se aproximando. Chegado perto da ilha, o navio largou os ferros eum bote, no qual vieram á terra varias pessoas bem vestidas.

Armados de pás e de enxadas, os recém-chegados seacercaram tanto da palmeira, em cuja copa Agib estava es-condido, que este poude ver distintamente tudo quanto fi-zeram. Cavaram por algum tempo, até que apareceu umalçapão, que um deles levantou com grandes esforços, des-cobrindo-se a entrada de um subterrâneo, no qual todos des-apareceram e se demoraram algum tempo, com grande es-

Li!' > i__j !___ na. "'

Y' & .\ "; / v 'WM

li. S^íT^

pi^Y/m$ Afm a.

_

U 1

Pr ;.

panto de Agib que nem sequer havia suspeitado a "exis.

tenoa desta caverna

Ao cabo de um quarto de hora. mais Ou menos, os

desconhecidos saíram, foram ao bote. donde trouxeram

muitas provisões, que levaram ao subterrâneo, retirando-

se depois para o seu navio, e deixando o alçapão aberto,

circumstanca pela qual Agib concluiu que alguns deles

amd<_ voltariam

Em breve vio que não se havia enganado, porque veio

um outro bote com um ancião, que carinhosamente abra-

cava um man.ebo de dezeseis anos derramando lagrima^

copiosas. ,Chegados á p'<na. deixaram a embarcação; e O an-

cíão com o moncebo se dirigiram ao alçapão, pelo qualdesapareceiam Passado algum tempo, o ancião voltou

sòzmho. techou a porta do subterrâneo, e chamou a tn.

pulaçáo do bote. que cobrio a entrada com terra, sem

dela deixa' vestígio.

(CONTINUA)

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7 — Fevereiro — 1940 — 9 — O TICO-TICO

Âs aventuras do Camondongo Mickey(Desenho de Walter Disne-y ©MB. Iwerks. exclusividade para O TICO-TICO em todo o Brasil)'

Ai ! Juvencio ! Que horror I ! Viste. Minnie ? O Juvencio |óqa como o Joe Loiiis ! !

Quer"treinar com o Juvencio ? E você sabe jogar ? I «Pois eu nao sabia que você era boxeador!!

1 1 ri r, f^g0m 1I í rT3 " ¦my~\ \ {'¦ ~&l- È

Ótimo ! Desafia o Juvencio ! Muito bem, sêo Horacio ! !Juvencio, veja que nariz esplendido i

para um direto !(Continua}

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N O VASA V E NTURAS*TIL_IE»

D E

Já disse qu* é perigoso subir naquela ro-cha. Se quer vá sâsinha I

jijp^' jj Tenho t-rd. "^Slil

l_T [vontade de Wi!II \ conhecer ai |l!--H1K Tv—*_ü1' Rooh8-d* II

Deixe-a, Max. Ela á tei- i|||t ^i_____S_____M ^||| Até logo sim ?mosa de verdade Mil f Queira Deus '«ílllÍ-^V___•_ /__& que nada ">»'K^ _w i

D

Vamos continuar o nos- \( Quero ver como acaba a m___.so livro que está ir.to- historia: em casamento ou *E^ressante á bessa .»" em nada, como no nosso a^%)

Ouça... Parece que estou ouvindo gritos de socorro.,será da Corina ? y?ã£f. -km

Na certa, S _,_ _<a 1 ii

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e ^

VEJA NO PRÓXIMO NUMERO NOVA AVENTURA DE TILLIE

.3<I"S

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7 — Fevereiro — 19.0 12 O TICO-TICO

A Estatua da LiberdadeA humanidade em todos os tem-

pos tem demonstrado sua grande-za, erigindo essas obras gigantes-cas. E' a esse desejo que se de-

vem, as esfinges do Egito e, prin-cipalmente, a de Giseh, hoje meio

en.errada na areia; Júpiter Olimpi-co, que o cinzel genial de Fidias fezsurgir de um bloco de mármore deParos e o famoso colosso de Ro-des, efígie gigantesca do sol, acavaleiro do porto de Rodes, ten-do mais de 60 metros de altura, esob o qual em quasi toda a anti-

guidade passaram os navios domar Egeo. Essa estatua, em bronze,

que foi executada sob a direção deCharos de Lindos, levou dez anosa se fazer e custou trezentos talcn-tos era ouro (peso e moeda daantigüidade).

Hoje essas obras são mais raras.Não obstante, excetuando-se a es-tatua da Bavária, erigida na Ale-manha, na segunda metade do Im-

pério — XIX século — e de ai-

gumas outras, ha uma tão celebre

quanto ás da antigüidade: é "a da

Liberdade iluminando o mundo",

feita pelo escultor Bartholdi, quedesde 1886 se ergue á entrada do

porto de Nova York. Foi oferecida

pela Republica Francesa aos Esta-

dos Unidos, em sinal de amizade.

Mede 46 metros de altura e se

acha sobre um pedestal de 25 me-

tros.

A Itália deve erigir dentro em

breve um monumento, cujo aspéto

deve ser tão imponente quanto os

seus precedentes: é a estatua eques-

tre de Vítor Manuel II. Tem tais

dimensões, que foi preciso fun-

di-la em treze pedaços e só o

bigode do rei pesa 200 libras (peso

que tem diversos valores em cada

país); a espada mede 4 metros de

comprimento e pesa 700 libras e o

capacete tem 2 metros e 50 centi-

metros de alto e pesa 400 libras.

O ventre do cavalo é tão am-

pio, que poderia conter de umavez vinte pessoas. Nele já foi fes-

tejada, com o copo na mão, a me-

mória do rei, por vinte convida-

dos.

.CALENDAR1

Por que Fevereiro tem apenas 28 dias ?No calendário Juliano, Fevereiro tinha vinte e nove dias para

os anos comuns, trinta para os anos bissextos e de Janeiro a Dezembro,,a alternativa de 30 ou 31 era observada regularmente.

Tendo, porém, sido o nome do imperador Cesar (Júlio) adotadopara o 7.° mês do ano, quando o imperador Augusto deu seu nome aomês seguinte (Augusto-Agosto) não quis que seu mês tivesse menosdias do que o de Cesar; para dar ao mês de Agosto um trigesimo pri-meiro dia. tomaram-no de Fevereiro, que já era irregular e, para nãohaver tres meses consecutivos de trinta e um dias. Julho, Agosto, Se-tembro, transferiram os trigesimos primeiros dias de Setembro a No-.vembro para Outubro e Dezembro.

b frlCO-TIC'0

Pn___ / ®\W

FEVEREIRO\Ç>.\ S. Inácio|S. | Purificação N. S.|S. | S. Braz

41 D.I Carnaval5Í ÍS.I .Carnaval'èj T.| Carnaval

7 p. pNZAS '

8 |Q.| S. Juvêncio9

10II

1213

S. | S. Cirilor. | Sta. EscolásticaDj N. S. de Lourdé.

S. | S. BenignoT. I Sta. Eulália

14 p: (S.Valentim15 Ç>.\ Sta. Georgina16 S. | S. Samuel17 S. j S. Donato1. Dj S. Simão

19 S. | S. Conrado20 T. | S. Fabiano

21 Q. |S. Severiano22 Q.| S. Abílio23 |S. | S. Pedro Damião24 |S. | S.Sérgio' /:! D!

"S. Justo

2627

29

S. | S. NestorT. | S. Procópio

28 p./jS. Macáriò

9-1 S. Matias

FASES DA LUADIA 7 — Lua Nova.

14 — Quarto crescente" 22 — Lua Cheia" 29 — Quarto Minguante

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Fevereiro — 1940 .- 13 -'- O TICO-TICO

arganaz (rato sivestre) tem\ n_/ tres espécies de ninho, umpara refugio um para cria e outropa.ra passar o inverno.

O primeiro cabo submarinotransatlântico foi lançado

ha 120 anos.

A origem do nome Pampas, naArgentina e Rio Grande, é

devido ao nome que os indios da-vam às. planícies.

O planeta Venus é seis vezes

mais brilhante que o pia-neta Júpiter.

O povo que mais bebe leite éo suisso

MA criança recemnascida temmais ossos que um adulto.

Quando nasce tem 270 ossos, masestes depois se juntam e se re-duzem a 206. >'

Ze'

^VOur.NG.R '^sS^feL II

I r^APRECIEM ScVosT^"^\ PE CACHORRO lSÉgÉÉͧa ÍÓ/iio omc « UAKirM.S E AGARPAR-! Hr Jffll-ÍP^ C PULO QÜF °. HOMEfl -7 t «tJMKKMK-£.nt TrírHlíBF***^^ S i/Ar !\a f~i í r- *\r'j*\^*.m I I m^U perna rF^T^r^^nn 1 vae dar! e agoraí.J <<

v—-jjr-— * CJTaT \uauL.uau!... y (M*

1a\L.umL. \ II/rüxa! que \{que será"? ; ÍSusro panado )

tfnhofor

.PaüLõM^ArroNso

/^PA'. VOU PREGAR UM \i Susto danado naquele 1flGARRAFEIRO. VOCÊS QUE-IS^REK VER So'? J

GALERIA DOS HOMENS CELEBRES

Rei de Esparta, a que em 884 deuuma celebre legislação. Em sua hon-ra foram instituídas as- festas cha-madas íicurgicas.

A existência de Licurgo, que devedatar do IX ou X Século, .ainda nãoestá bem autenticada; parece anteslegendária e mística.

O historiador mais antigo, Helia-nides, tratando de Esparta e de suaconstituição, não fala no pretendidolegislador. Que existiu não ha duvi-das, porque seu retrato aí está, masde que foi o sábio reformador dasleis espartanas, não ha certeza abso-luta.

Um outro historiador, Mueler, su-põe qüe Licurgo seja um mito solar;e sua vinda de Creta,e depois a suaviagem e desaparição no oceanolembram -a trajetória alegórica doastro,

LICURGO

Píutarco, escrevendo a biografia dolegislador espartano, diz que hagrande confusão na narrativa dosseus atos e viagens, e que, quanto áépoca de seu manuscrito, não ha ain-da acordo.

Dizem outros que suas leis não sãomais que empréstimos das de Creta.Curtius inclina-se a ver na historiade Licurgo vestígios de uma antigateocracia apolinica de Esparta.

Uma das cousas, meus meninos,que deve ser logo rejeitada é a "in-terdição" da moeda de ouro, paraque "o homem tivesse horror á ri-queza". Sabe-se de fonte limpa queas primeiras moedas de ouro e pratasó começaram a ser cunhadas notempo de Pheidon de Argos, poste-rior ao celebre espartano.

Segundo uma lenda grega, Li-curgo, tutor de Charibares, distin-guíu-se pela sua sabedoria e desin-teresse; fez uma divisão igualitáriadas terras, disciplinou a sociedade

pela educação militar e fez jurar aopovo que suas leis seriam cumpridasaté que o legislador voltasse de umaviagem para a qual se aprestara.Tendo obtido esse juramento, partiuLicurgo, deixando-se morrer longeda pátria. ,

Dentre essas leis rigorosíssimasexistiam algumas excepcionais, — acondenação á morte — que era feitanas prisões por estrangulamento óulançando-se os condenados ao mar,as grandes multas á '"at-venia" ouperda de direitos civícos, que era in-ílingida aos desertores.

Porém o que caracterisa os costu-mes espartanos é o cuidado pela edu-cação física; as crianças disformeseram atiradas abaixo do Taygeto, osmoços entregavam-se aos jog*os elutas, fortaleciam-se pela ginástica,pelos exercícios militares; a obesi-dade era proibida como um vicio.

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O TICO-TICO — n — 7 — Fevereiro — 1910

f% VcMtadc (A delia di Cario)

CARLITOS

e Pedrinho fica- tantes, correndo para um lado eram, aquele dia, como vigias outro, para assustar o cãozinho.

'do guarda-comidas. Mamãe, ao Mas, eis que ouviram os miados

sair, lhes recomendou tomassem do gato, que os vira através doconta dele, não se afastando de vidro de uma porta, e que queriacasa e fazendo com que tudo per- ser libertado, para brincar tam-manecesse em ordem, até que ela bem.regressasse. E em especial lhes re- j Os meninos demoravam a abrircomendou cuidado com Veludo, a porta, porque tinham esquecido

gato guloso. Tinha preparado dô- o logar onde haviam posto a cha-ces, naquele dia, e deixado no ve, e quando, afinal, o fizeram, a

guarda-comidas um resto de frango. vista dos destroços que VeludoOs meninos prometeram fazer fizera no guarda-comidas os as-

que a mamãe lhes dizia. Mas logo sustou.

que ela deu as costas, começaram -- Que vamos, agora, dizer áa sentir grande aborrecimento e mamãe, quando ela voltar 1 -~ disse

pensar no que poderiam fazer, para Carlitos, com medo.

matar o tempo. I -~ Nada... Ela nos castigará e

Já tinham brincado de varias acabou-se 1coisas, desde pela manhã, e não — Sim, mas as recomendaçõessabiam que novo jogo inventar, todas que nos fez ? Que coisa

que novo brinquedo idealizar, para horrível! !agora.

Só se fossemos brincar com

o cãozinho e com Veludo ~- lem-

brou Pedrinho.Não vão querer... — disse

»— Mas este gato do diabo vaime pagar ! — exclamou Pedrinho.Não vai sobrar gato para fazeroutra coisa destas .

E assim dizendo se atirou sobreCarlitos. — Estão sempre de mal! 0 pobre bichano. O animal fugia

Então brincaremos com um por todos os cantos, dando voltae depois com outro...

Bôa idéia ! — exclamou Car-

litos.E assim fizeram. Prenderam o

pobre gato na sala de jantar, justa-mente onde estava o guarda-co-midas, esquecidos do que a ma-

mãe recomendara tanto,, por co-

nhecer a gylodice do Veludo, e fi-

caram a brincar, noutra sala, com

o cãozinho. Brincavam de assai-

\ mil <r*^ Y

-__r'__?y **"* _/ Ji» - 'v>v / PTIa ___ / r

em torno dos moveis que encon-trava, e mais se enfurecia, com isso,o nosso amiguinho.

Carlitos ria e batia palma, ani-mado com o novo brinquedo e es-

quecido do castigo que o esperava.Afina], Veludo, cansado de cor-

rer, trepou, de um pulo, à janela.Pedrinho seguiu-o e deu rama-

nha pancada contra um dos vi-dros, que o quebrou. O gato sal-tou, então, para o quintal e se re-fugiou em uma barrica. O cãozi-nho se pôz a ladrar de modo amea-çador, indicando que já não estavasatisfeito.

Carlitos e Pedrinho desceram

para apreciar a cena. Mas o vidro

quebrado os chamou de novo árealidade, tirando-lhes a vontadede divertir-se.

"Carlitos, quem quebrou ovidro da janela ?" — vai perguntara mamãe, quando chegar. E nós,

que diremos ? Eu não me animo adizer que a culpa foi do gato —acrescentou o menino.

Não sejas tolo ! Diremos queo menino aí do lado atirou umapedra, e assim nos livraremos. Euacho que isso é o melhor — ajun-tou Pedrinho com ar de conselheiro.

'— Não, Pedrinho, isso não!Nós nos portámos mal, devemosreconhecer. E, acima de todas asnossas faltas, ainda mentir á ma-mãe, isso é que não ! Direi toda averdade, a verdade todinha I

—- Ela perdoará ?Claro que perdoará !

'ADAPTAÇÃO DE GALVÃO DE QUEIROZ

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M IN F

_________ ________O O— Para maior interpretação dos meus fracos senti-mentos este vulgar indivíduo nos indicará a entradapara o esconderijo dos irmãos de ferro.

__ ^^r^y? '1V> *%._- ^~ AS^% ' £*- £__í4S' '. i 3

NOVELA DE

fandon WallContinuação n. 136

m

*>.

Espero que volte comtodos os seus ossos.

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— Trate de cscafeder-sclogo que acender a mecha.

— Está escrito: Umsábio tem mais olhosque cem malucos.

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— Bôa peça, meu velho ! Abriste um. porta ba;- L '^.. /¦¦'¦- _ ap^7!{';tante folgada para a gente entrar. 'J- ' t

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A ASTÜCÍA ||.^HOMEMjB

a-TS ll_Vlllm

Ha muito tempo a comadre Raposa na o-

rava- com olhos gulosos, um bonito e jgordo gk, tlp

que o Homem tinha no seu galinheiro.E como era muito sabida, antes de se arn a-

car a ir comer o apetitoso gahnâceo, foi. de Io n-

ge, sondar o terreno certa noite

Reparou, então que; o galinheiro era

defendido por uma alta e forte grade de fer;

arame, e que havia ainda, no chão. uma grarmadilha, espécie de ratoeira que. ao mei

contacto com a sua mola central, se fechava, ap rt>

sionando o incauto que ah puzesse o pé.De madrugada, quando acordava, o H p-

mem ia retirar a armadilha do galinheiro ahrri- de

tque suas aves não fossem vitimas dela.— O Homem ê astucioso, pensava a Râr. »o

sa, e concluía: mas eu vou mostrar que ansou mais sabida do que ele

Pensando assim, foi procurar o Mestre IVi ia

caco. que estava fazendo: ginástica para orgnlcusar um circo eqüestre e - ;-t simiesco.

— Mestre Macaco, felicito-o pelas suas lia-bilidades como equilibrista; disse a raposa, liiqm-

geando a vaidade 'do símio e venho convicM-to

para um almoço . .. .¦••;-. .— Muito agradecido: mas eu nâo ti

tempo nem de come.r

t Nâo faça isso. Mestre Macaco: náocrihque ao trabalho suas horas de refeiçõesnha almoçar comigo amanha, que. tenho umlfrango para lhe oferecer .

ala

*<**.

'—' Mas eu nâo como carne, comadre Ra-

posa. sou frugivoro- E" o que

Frugívoro: repetiu o Macaco, o que querdizer quê me alimento de frutas, assim como acomadre ê carnívora, porque come carne e osnossos amigos Boi. Cavalo. Carneiro Bode. etc .são herbívoros, porque seu alimento é a herva...

» ¦¦ —¦ Bem razão temos de o chamar MestreMacaco, porque você sabe coisas...

Mas venha ao almoço, que lhe darei cambem muitas frutas â sobremesa.

Pois irei.—Muito obrigada. Agora queria lhe pedir

um pequeno favor. .Pois peça.

E- ir hoje, ã noite, comigo, ao galinhei-o do Homem, buscar o galo para o almoço

Ese o Homem não dêr ?—• Dará. sim. A noite ele esta dormindo, e

tem tantas aves que um galo de mais ou de me-nos nâo lhe fará diferença alguma. . . Como *

grade do galinheiro e aita. o Compadre Maça-co, com as suas habilidades de equilibrista pen-to. trepa em uma arvore, cuios galhos ficam so-bre o galinheiro e deixa-se cair de Ia sobre o po-teiro, agarra o galo gordo, corce-íhe o pescoçoe o atira por ama da grade para mim que o è$-tou esperando em baixo, luntinho a

grade.Pois esta 'dita: concordou o

Macaco, embora avisando.Nâo va acontecer algum im-

previsto.Nada acontecera; tranqut-

lisou á.Raposa; foi tudo previsto

Então está combinado. - Irei Realmenteá noite estavam a Raposa e o Macaco perto do

galinheiro do Homem. O Macaco subiu á arvore

que lhe ficava ao lado. sombreando-o. e deixou-se cair sobre o poleiro onde estava o galo. Nes-se momento ouvtu-se um uívo de dor

A Raposa havia se encpstado a grade paraapanhar o galo quando lhe fosse atirado peloMacaco, com o pescoço jã torcido para não darò alarma: mas. aconteceu o imprevisto: a gradeestava eletnsada por forte corrente e a Raposaíicou presa ali. contorcendo-se em dores, en-

quanto o Homem ouvmdo-lhe o grito, veio apa-

nha-!a viva. tnetendo-a dentro de reforçada

gaiola de ferro. „ -

O Macaco, deante disso, ©ratou de fugirantes que o Homem o visse e lhe desse um tiro.

pois escava armado de,espingarda.Presa, na sua,pequena iaula a Raposa pen-

sava*.Eu sou muito esperta, porem o- Homem

i i

amda e mais astucioso do que eu. , .Náo contei com a grade efetnsada e cai ao

laço

Foi o imprevisto. .'

EUSTOR,G[0,.WANO ER L EY;

H

pc& mim.

.

M^^ÊÊ ^^M^WmmTmW^-*m

__=M____1

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O TICO-TICO -a8- 7 - Fevereiro - 1940

T E AT R IN H O DIO TICO -TICO ~ -....—

0 ESTUQflNTE PREGUIÇOSOPERSONAGENS

l.° Estudante — em uniforme kaki 10 a 15 anos2." Estudante — em uniforme kaki .9 a 14 anos

O Pai des estudantes — 30 40 anos

I." ATO

(Ao abrir a cortina, vê-se uma pa-quena sala de estudos dos dois mei-nos, tendo I mesa com uma cadeiraem cada lado, e sobre a mesa, livrose pastas escolares. Uma estante de li-vros, I armário e um divan completamo mobiliário).

I.° Estudante — (Sentado em suacadeira e lendo em voz alta) :

Pedro Alvares Cabral descobriuo Brasil no ano de 1500.

(Fecha o livro, marcando a paginacom o dedo, e repete ainda mais altej.

Pedro Alvares Cabral descobriuo Brasil no ano de 1500!

2." Estudante — (pés descalços,blusa aberta, deitado no divan, como

quem procura dormir e não quer serimportunado) : (zangado) :

Pára com essa lenga-lenga : Nun-ca vi ninguém decorar lição desse gei-,to ! Até parece o papagaio do visinho '

2." Estudante — (voltando-se parao irmão, em tom de zombaria) :

Levanta daí, seu preguiçoso !Por que você não faz como eu ? Poristo é que todos os anos eu tenho oprimeiro logar nos exames! Veremosamanhã como você se arranjará.

' 2." Estudante (vagarosa e displicen-Jemente) :

Papai já disse que quando umde nós tira o primeiro logar e o outroo segundo, os prêmios serão iguais...Eu já sei que são vinte mil réis paracada um... Não preciso fazer força. . .

I.° Estudante (lendo, novamente,outro trecho) :

O navegante português ia paraas índias, mas, desvíando-se da rota,para fugir ás correntes marítimas...

2.° Estudante (irritado) :Chega! (grita mais forte). Já

disse que chega !... Não posso maisaturar os seus discursos ! Vou sair. Vouao cinema !

I.* Estudante (espantado):Ao CI-NE-MA?... Com que

idinheiro ? ,..2.* Estudante — Sei onde arran-

jar... Tirarei dez tostões do bolso do

papai. Mas. .. será por empréstimo...até a Mamãe me dar outro. ..

I.° Estudante — Você?... Tir^rdinheiro do bolso do papai ? .. . Masisto será um FURTO. Vou contar aopapai. Será para o seu bem...

2." Estudante — Pucha ! Oue zelo !Até parece que você é meu pai oututor...

I.° Estudante — Sou seu irmão maisvelho e, graças a Deus, tenho maisjuizo. Não sei porque, mas, sinto umgrande prazer em não dar nenhum des-gosto aos meus pais e em não servirde mau exemplo a vocês, que são me-nores. . .

2." Estudante — (sentando-se ábeira do divan, vai calçando os sapa-tos, aboioando a blusa, e levantando-se) :

Pois bem. Dispenso os seus con-selhos. Uma vez que eu não quero es-tudar e você não me deixa dormir,vou dar uma volta...

2." Estudante (levantando-se, dispôs-to e enérgico) :

Você não sai!...2." Estujinte (avançando, resoluto);

Saio... saio e saio !...I.° Estudante (abrindo os braços

em frente á porta) :Não consentirei !...

2." Estudante (encostando-se ao ir-mão para passar) :

— Sai iio, nem que seja a torça !I." Estudante (segurando-o nos bra-

ços e empurrando-o) :Fica aqui... comigo... hoje...

e. .. estuda... para... o exame. ..2." Estudante (condescendente) :

Está bem... Eu nunca tirei di-nheiro do bolso do papai.. . Vou ficarpara estudar, mas... não pense que épor ter medo da sua valentia... F.'porque... eu reconheço que estavaerrado... e tambem, não quero des-gostar meus pais, nos exames de ama-nhã.

I.° Estudante (abraçando-o e levan-do-o para a mesa) j

Você é levado, mas é bom !Vamos estudar juntos, toda a noite, sifôr preciso. Seremos, amanhã, os pri-meiros da nossa turma !

(Abrem cada um o seu livro e lêmjuntos) :

.. .Vieram os seus navios aportarnesta terra, a qual mais tarde recebeuo nome de Brasil.

(Fecha a cortina).

EPÍLOGO

(Abre a cortina)(Os dois estudantes entram alegre-mente, de mãos dadas, tendo na ou-tra mão as suas pastas escolares quo

agitam no ar)I." Estudante — Eu não disse ? Ti-

ramos ou não tiramos o I.° logar ?2.° Estudante — E' verdade ! Pa-

pai vae ficar satisfeitissimo !\.° Estudante — Mamãe tambem...

Ela tem tanta vontade de nos ver"doutores" !2." Estudante — Chi... Está tão

longe |I." Estudante — O tempo passa

depressa !... Ginásio, Faculdade...2." Estudante (continuando) :.. .canudo... e... anel!...O Pai (entrando e dirigindo-se aos

filhos) IEntão , ! Que alegria é esta ?

Como se foram de exames ?Os estudantes (juntos) :

Muito bem, papai. Abrace-nos!Tirámos" os dois primeiros logares nanossa turma !

O pai — Bravos! Agora, como oexame é de fim de ano, e vocês vãopassar para o 3.° ano, o meu prêmio,em vez de vinte, vai ser de cincoentamil reis!

(Tira da carteara 50$ para cadafüho. Abraça-os, abençoa-os e retira-se, depois de entregar as duas cedu-Ias).

2." Estudante — Graças a você, eunão passei pela vergonha de praticartão feia ação... E agora acabo de rc-ceber tanto dinheiro !...

I." Estudante — Vamos pedir àMamãe para depositar em nossas con-tas na Caixa Econômica. Mas... es-queça o que disse. Nada fiz de ma:s.Vamos caminhar sempre juntos comobons irmãos. ..

(Saem, abraçados).

A. C. DE OLIVEIRA MAFRA

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7 __ Fevereiro — 1940 — 19 — O TICO-TICO

- __ <-_ 711 _ SCU-O esm ftlMDô I QOt £ 1 t>SO, M_U FILHO ^i,—___~~ v^-^jASAZIJUvA-tt E«- S\)\ X\ 7^7 u_ TO-HOQUC IM- ESTAS COn TRIO"»,-; /JC-S-C" __f 1 FICA SOCE_b_CO

\ C

J \ ° ) V m^/T^^v JÍ M Isu-rEBRe //S^ / V_-__S-/T (

TOM-Kí GUF. NAO fcEcJA NADA I MAMAC SAIU -CHtGCU A HO__ 1 ÊVaGUASI O-E NAO CHEGO 11 VAHOS VEOpUE TE tiestai- ccianc^ &ac uh ^C^> oe ir-£*aBoef_v; E ESns ET_vb goe| /$F^\

'. ^íVll Es5ECttQSWO- f~~^f^' /,\ \ £>GEl£_>_ PENAM <_ r""^-^ /.fll ftXt£\ MENINO,devia» N-cea /^/\! _Xqi .* r~ ^mteseV, ^ SM' WJ^uic^_ci?^:ipa- ^

,|\ /Hhr^v ^MiRiBAWOfeg' «l ^71/ ^gC-^nPurgam-

Tb V/^^\\\Wi —1 fe]ESTAttCr- CHEüADOy^. I PAEECE I UPA .m£>«ÁE cl_»' ESTA' ai' l 1 I nao ren tcece. ¦ i>g") I]~ ] UPAl QuE8B£i o vidcoDOUToro J Ã%^\ Gu^ vi un vamos nos escatedei^ ,-' ^£**-° De/6-7_.fl) "71^ <sei.ei_i ' a cana"^ ^-v WC5X-r^N^"A l<r_r NggvO*= -^rYyC j*^ >-íT57,FlCOuTOT>A5U_A

—=

VOCÊSABERÁ

ISTO?

AS PERGUNTAS

DE HOJE

SÃO

AS SEGUINTES:

kROSSEGUIMOS com a l) QueéSimoun?

publicação de perguntas

para serem respondidas por

vocês a vocês mesmos.

Ninguém deve mandar solu-

ção. Cada um dos leitores deve

procurar achar a resposta e

2) Quem é o autor do livro "Imita-

ção de Cristo"?

3) Porque é que a água do mar é

salgada?

4) Qual foi o primeiro homem que

observou os efeitos de eletri-

cidade?

conferi-la com a que publica- 5) Por que razão 0 fum0 £ cha-

remos no próximo numero. mado "tabaco"?

RESPOSTAS.

DAS

PERGUNTAS

ANTERIORES:

1) As plantas são o café e o fumo,

principais predutos do país naépoca em que o escudo foi

criado.

2) Fernão de Magalhães.

3) A rã tem pequenos dentes;' o

sapo não tem dentes e tem a

pele seca.4) Pertence ao Egito, mas é uma

¦ Companhia internacional que o

administra.

5) Foi com o posto de tenente e

voltou com o de tenente-coro-

nel.

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O TICO-TICO — 20 — 7 — Fevereiro -—19'')

lOÂVeTINHAdo SABERQUANTO MAIORES FOREM SEUS CONHECIMENTOS MAIS CAPAZ SER* VOCÊ DE VENCER

Na África Central, os pêlos negrose compridos de extremidade da cau-da dos elephantes eram ha poucoitempo de enorme valor monetário,.valor que só começou a decrescerquando apareceram nas selvas bra-vias daquella região os caçadores eu-ropeus e americanos com suas pode-rosas armas de fogo, matando ele-fantes em massa.

U

Em 16 de dezembro de 1815, D.João VI. elevou o Brasil á cathego-ria de Reino, deixando portanto, deser- colônia.

Çambridge, cidade ingfeza, pos-sue a mais famosa Universidade com40. colégios; a sua tradição é res*peitada, onde passaram vultos co-mo Lord Byron, Edmundo Spencer eoutros de grande nomeada.

A primeira locomotiva que trafe-gou nos Estados Unidos da Americado, Norte, foi batida com o no-me de "Prinner" no anno de 1851,marcando o inicio de uma grandeera na via férrea daquele povo.

Sarah Bernhardt, nasceu em Pa-ris no ano de 1845 e morreu em1923.

Foi a mais notável figura do thea-tro francez.

Um homem de espirito, mas im-prudente, fez a Voltaire uma visita,no decurso da qual, por mera poli-dez, o filosofo convidou-o a passaralguns dias ali. O homem não dei-xou cair no chão o convite e, emlugar de alguns dias, passou algunsmezes em. Ferney. Quando ele, er.-fim, partiu, Voltaire observou : "A

diferença que fia entre este senhore d. Quixote é que d. Quixote to-mava os albergue por castelos eeste toma os castelos por alber-gues".

Em Roma, durante muito tempo, ocobre foi usado como principal meteina cunhagem de moedas, até se tor-nar, tão abundante que somente umboi tinha a força suficiente para con*duzir uma bolsa com dinheiro bastan-te para as compras usuais de uma fa-milia inteira. O cobre é, aliás, o meta!até ho[e mais empregado em todo omundo na fabricação de moedas. NaÁfrica Central, os nativos do Con-qo derramam o cobre derretido emformas que representam grandes cru-zes, e com um desses "specimens" de"mazuma"

podem comprar uma mu-lher entre as maiores belezas de eba-no da região, . .

A

-jfM.«b-t-o. .*ai^iir*«§5©'!sJ.

Ninguém conhece a origem dos bombardeios aéreos e quasi todo o

mundo acredita que datem dá grande guerra. Puro engano. Sua origem

é diversa.

Em 1913, quando áa luta entre espanhóis e mouros, o avião foi era-

pregado pela primeira vez, como elemento de reconhecimento. Eram, aliás,

dois ou tres aparelhos e bastanta precários. Um dia, um dos pilotos teve a•déa de que lá em cima poderiam ser atiradas granadas sobre o adver

sario. O alto comando aceitou a sugestão, que não foi das mais brilhantes

porque as granadas eram pequenas e nunca acertavam no alvo.

No momento em que todos descriam do poder dessa nova arma, uí. .almirante norte-americano foi um dos únicos a prever que com o progressda aviação, os bombardeios aéreos teriam importância enorme no desen

volvimento das guerras futuras. E si tinha razão, aí estão os fatos a com

provar essa previsão.

Junho — o seu nome vem de Juno,rainha dos deuses, irmã e mulher .de.Júpiter.

Juno era a deusa do casamento edas esposas virtuosas. /.

Em 5 de Abril de 1827, circulou'òprimeiro Ônibus, construido pelos in-gleses, cujo trajecto foi feito entreLondres e Bath.

Data de 12 de Fevereiro de 1397,o conforto religioso, dado aos conde-nados à pena capital, antes da exe-cução, conforme ordenação de Car*los VI, rei da França.

O verdadeiro nome do inventor d»imprensa: Hans Gensfleich Guftem-berg.

Na Grécia antiga, a coruja era osimbolo do saber.

Em todo o universo os maiores lu-neis, atingem ao numero de 26, osquais servem às mais importantes viasférreas.

<~> duelo- teve sua origem na A'e-manha, mais ou menos a 1.800 ancs.

Os arautos apareceram na idademédia; os homens incumbidos destamissão, percorriam as ruas, procí<vmando os editos do rei e gosaVamdegrande prestigio.

No reinado de Luiz XIII, na França,o fumo foi considerado, — droga —e só as farmácias podiam vendê-lo. Oiinfratores eram punidos severamente.

Os primeiros almanaques foramfeitos de pedra e serviam de orna-mento na fechada dos templos, paralembrar aos fieis os seus deveres du-,rante o ano.

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7 — Fevereiro — lífíO — 21

co<NcuitJO"GitÂit-*#

r) UBLI.CAMOS hoje o 23.° re-trato destinado a ser colado

no Mapa do Concurso "Grandes

Vultos do Brasil", que tanto êxitoestá obtendo. Sigam as instruçõesque temos divulgado anteriormentee vão assim preenchendo os cia-ros do Mapa, que será depois tro-cado pelo cupão numerado. Cadaretrato só deve aparecer UMAvez no Mapa, no lugar que lheestá reservado, e é condição exigidaque cada um seja colado NOSEU LUGAR EXATAMENTE.

7i INDA temos, para atender a** pedidos dos nossos leitores,exemplares das edições que trou-xeram os retratos que figuram nalista á direita.

NAO NOS E* POSSÍVEL REPE-

TIR A PUBLICAÇÃO DE RE-

TRATOS, MAS TEMOS EXEM-

PLARES ATRAZADOS PARA

ATENDER A PEDIDOS

QUALQUER criança pode to-

mar parte no Concurso"Grandes Vultos do Brasil". Oconcorrente pode apresentar tan-tos Mapas quantos desejar, e emtroca de cada Mapa apresentadoreceberá um cupão numerado comcujo numero tomará parte no sor-teio final.

I JOSÍ DE ALENCAR

RECORTE E COLE ESTE RE|TRATO NO LUGAR QUE LHESCOMPETE NO MAPA" QUE?!ACOMPANHOU A EDIÇÃO DE.

6 DE SETEMBRO

/'""lUARDEM cuidadosamente osV-* Mapas, colando nos lugaresrespectivos os retratos que esta-mos publicando.

E só colem — isto é importan-te — os retratos quando tiverem

0 TICO-TICO

OFICIALISADO PELOS DE.PARTAMENTOS

" DE EDU.

CAÇÃO DO DISTRITO FE-DERAL E DOS ESTADOS

absoluta certeza de qual é o lu-

gar que lhe compete. Havendodúvida, é melhor esperar, até queesta seja dissipada.

FORAM os seguintes os retra»

tos já publicados: Em 6-9:José Bonifácio; em 13-9: FlorianoPeixoto; em 20-9: Bento Gonçal-ves; em 27-9: D. Pedro II; em4-10: Rio Branco; em 11-10: San-tos Dumont; em 18-10: Caxias;em 25-10: Machado de Assis; em1-11: Carlos Gomes; em 8-11:Tiradentes; em 15-11: Deodoro;em 22-11: Bilac; em 29-11: Ben-jamin Constant; em 6-12: CastroAlves; em 13-12: Patrocínio; em20-12: Oswaldo Cruz; em 27-12:Osório; em 3-1.°: Tamandaré; em10-1.°: Rui Barbosa; em 17-1.°:Quintino Bocaiúva; em 24-1.°: Eu-clides da Cunha; em 31-1.°: Bar-roso.

TRATE DE COMPLETAR OSEU MAPA. SE LHE FALTAALGUM RETRATO, O MAISBREVE POSSÍVEL

COMO VOCÊS DEVERÃO PROCEDERCOM OS SEUS MAPAS:

PASTANDO quasi a terminar a publicação dos retratos que serão colados nos Mapas, queremos desde já fazerconhecida a maneira pela qual os nossos leitores deverão proceder com estes, para se habilitarem ao

sorteio ¦•

2V QUELES que residirem nesta Capital ou nas suas proximidades, deverão TROCAR DIRETAMENTE os seus*T* Mapas pelos cupões numerados em nosso escritório à Travessa do Ouvidor n.° 34.S~\ S que residirem fora desta Capital, devem fazer as trocas pelos cupões que se acham em poder dos nossos^^^ agentes e vendedores locais.

O ÓMENTE os que residirem em localidades onde não haja agentes ou vendedores das publicações da S. A.O MALHO é que deverão remeter por Correio os seus Mapas, para que lhes enviemos em troca os seus

cupões para o sorteio.

D E qualquer maneira, porém, as trocas só poderão ser feitas a{é o dia 31 de Março.

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O TICO-TICO — 22 7 — Fevereiro — 1940

| CONCURSO PERMANENTE DE DESENHOS |

V_JIL1?@S ifllSIf® ÜUC©..RETRATADOS PELOS NOSSOS LEITORES

fZZrrlÊ Ktfm llr__§_

RETRATO PREMIADO

llkias Gomes Ferreira

de autoria de

PROCEDEMOS ao julgamento dos

retratos de vultos históricos na-

cionais, que foram publicados

no mês de Janeiro e, de acordo com

o veredito da Comissão, o prêmio foi

conferido ao autor do retrato do Ma-

rechal Floriano Peixoto, que vai aqui

reproduzido : llkias Somes Ferreira, de

15 anos de idade, residente á Praça

Baptista n." 440 em Além Paraíba, no

Estado de Minas Gerais.

O prêmio, este mês, será outra ca-

neta-tinteiro com pena de ouro, lem-

branca de O TICO-TICO, e será en-

viado por via postal ao jovem dese-

nhista.

p\ ESOLVEU ainda a Comissão con-**¦ ceder menções-honrosas aos re-

tratos . que aparecem nesta mesma

página, de autoria de Celso O. San-

tos, Fernando L Moreira e Adonis

Farina, a quem felicitamos pelos bons

trabalhos com que concorreram.

! Já na próxima edição iniciaremos a

publicação daqueles que, aparecendo

em Fevereiro, serão julgados no mês d_i

Março.

O CONCURSOCONTINUA

Á vista da enorme quantidade de

trabalhos que nos têm sido envia-

dos de todas as partes do paiz, so-

mos forçados a alterar um pouco a

orientaçã deste certamen. Até ago-a»

ra estava estabelecido que daria-

mos publicação a todos os retra-

tos que nos fossem enviados, mas

temos que nos limitar a publicar

sómonte aqueles que forem sele-

cionados, ao chegarem. Dentre to-

dos os recebidos escolheremos os

melhores e dentre estes é que,

após a publicação, serão escolhi-

dos os premiados.!

ESCREVAM SEMPRE NAS COS-

TAS DOS DESENHOS OS SEUS

NOMES, IDADE E ENDEREÇOS

COMPLETOS

MENÇÕES HONROSAS_^

D "^y* fíi

Celsa O. 5-ntoi

(13 -no.)

Fernando A. Moreira

(14 anos>

Adonis "Farina

(15 anos)

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MEU JORNALANO VI Diretor: — CHIÇUINHO N. 3

UMA HISTORIA

Uma bela manhã, de sol, às 8

horas Lúcia foi fazer compras parasua mãe; pôs o dinheiro no bolso í

saiu. Passado alguns -rfiinutos ficou

distraída no caminho, e quando se

lembrou do que tinha a fazer, saiu

correndo e levou um grande tombo

e assim perdendo o dinheiro que sua

mãe lhe dera.

Passando por ali um rapaz de bom

coração, vendo Lúcia banhada delagrimas, ficou com muita pena dela.Meteu a mão no bolso, tirou a maior

quantia que tinha e deu-a. Lúcia

saiu muito contente e foi fazer o quesua mãe lhe mandou. E, assim che-

gou à casa contou a mãe o que haviaacontecido: Â mãe de Lúcia vendo o

que havia acontecido com a sua que-rida filha mandou chamar o rapaz elhe deu um emprego na alfaiataria

de um amigo. E, Lúcia ficou muitoagradecida e o rapaz ainda mais.

IMARA MORENO — (8 anos)

O MENTIROSOManduca ora um menino muno

mentiroso. Uma vez, indo tomarbanho no lago, lembrou-se de

gritar: socorro! socorro! O tioLucas, que estava, próximo, ou-vindo os grilos, atirou-se á agua

afim de salvar o garoto. QuandoManduca viu o tio Lucas atirar-se

á agua e chegar perto, soltou uma

gargalhada.

No segundo dia repetiu-se a

mesma coisa c e tio Lucas ali-

rou-sc novamente á agua lem-

brando-se de (pie podia ser ver-

dade. No terceiro dia, porém, foi

diferente, porque o lio _.ucas não

se atirou nagua e dessa vez eraverdade e Manduca morreu afo-

gado.

LUIZ CARLOS CALMONNAVARIU) TEIXEIRA

(8 anos)

A FACA E O REVÓLVERPobre revolver que és! Todos

te odeiam! És o causador de mi-

lhares de mortes que se verifi-

cam no mundo e ninguém te es-

tima. Quando entras em ação

fazes desgraças, todos sentem

pavor de ti...Sim? Mas não pense que é

você estimada, se eu faço mortes,

você tambem não deixa de fazer.

Você é usada pelos criminosos

para fazerem vitimas. Você tam-

bem faz milhares de mortes c não

é melhor do que eu.liem, nisso somos iguais,

mas eu sou mais útil que você.

Muita gente me usa, sirvo paramuita coisa quando sou usada

por boas mãos e já salvei muita

gente meu caro revolver...Si é útil, eu tambem não dei-

xo de ser. Como você, si já matei

muita gente, tambem já salvei.

Como você, quando sou usado

por boas mãos, sirvo para muita

coisa.

A faca compreendendo que éra

verdade calou-se, o que fez aeoni-

panhada pelo rcvolv_r.

JACOR SINGEU — (13 anos.

O PASTOR

Benito era um indio mexicano quetinha nascido na miséria resolveu cu-

tão ser pastor das ovelhas de seu tio

Um dia por descuido foi brincar com

seus companheiros deixando soltas as

ovelhas estas estragaram a plantaçãodo seu visinho causando prejuízo.

O seu tio furioso com o descuido

de Benito fez com que ele fugisse parauma cidade vizinha que se chamava

Ooxaca onde foi morar com uma irmã

que se chamava Joscfa, onde começou

a instruir-se.

Tempos depois cm vez de um sim-

pies pastor ali estava um ativo guer-reiro que livrou sua pátria dos do-

minios do Imperador da França Na-

polcão III que quiz fazer do MéxicoColônia, depois deste ser um país in-

dependente Benito não deixou e deu

animo aos setts compatriotas c consc-

guiu expulsar o invasor dc sua pátria.Benito passou a ser o grande Jita

res o libertador do México.

EDUARDO VIEIRA DE CASTRO(11 anos)

___ __^^ —_- í'~~_r_7/^í*S^

/_-*^>** i_______________L

IW I I

COW - BOYDEZENHO DE

ELIO ARAUJO FAROII ANOS

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24 — 7 — Fevereiro — 1940

As proezas de Gaio Felix(Desenho de Pai Sullivan — Exclusividade d'ü TICO-TICO para o Brasil)

Descobri uns óculos mágicos : com eles a qente lé ospensamentos dos outros ! ! O Felix está pensando em tomar leite

O raio do patrão adivinhou que eu queria leite ! ! Vou guardar a formula dos óculos dentro deste cofre!

• B ^\~~~~~~i—¦— il^^^^»*—'vví^ví i c fcS —'^^^iTC^^^^-^v^y^^A' yy \ i

Mas que ladrão sem vergonha ! ! Vou impedir o roubo 1 De qualquer geito ! !

Aqui dentro deve haver coisa de muita importância!!Mãos ao alto, camarada ! Em nome da lei I !

(Continua)

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7 — Fevereiro — 1910 O I I < ü

I BOTAIEMBOABAEMBiRAEMBROMAÇÃOEMPIPOCAREMBEIÇAR

^^'^^^'••v^NN^NXfcs!^^ 4_H-£b í*7 í "^ "tmWLwf

.«»yj—X \yyB, sk\\.

ySmm\'J^^aamÊft\m^ mmmmXrfmT

EUCLIDESDA CUNHA

EVARISTODA VEIGA

EMAouEMÚ

EPITACIO PESSOA

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O TICO-TICO Fevereiro — J9Í0

Alfabeto (lastrado d' 0 Tico-TicoEUCUDES DA

CUNHA

Euelides Pimentel da Cunha

nasceu em Cantagalo a 20

de Janeiro ds 1868 e fale-

ceu assassinado em Santa

Cruz, a 15 de Agosto de 1909.

Engenheiro civil, professor de

lógica, dedicou-se à carreira

literária, tendo deixado mui-

tas obras importantes, entre

as quais avulta "Os sertões".

Possuindo uma cultura tecni-

ca notável, Euelides da Cu-nha foi tambem um grande

artista manejando a lingua

portuguesa com uma riqueza

surpreendente sem que o

amor à pureza vernacuiar

perturbasse a beleza literária.

EVARISTO

DA

VEIGA

Evaristo Ferreira da Veiga

nasceu no Rio a 8 de Outu-

bro de 1799 e faleceu a 12

de Maio de 1837. Iniciou a

vida como caixeiro de livra-

ria, dedicando-se mais tarde

ao jornalismo: Foi deputado

e politico de grande fama

além de literato apreciável.

Escreveu poesias, hinos, in-icluslve o da Independência, e

imultas outras obras de valor.

Eis»

EPITACIOPESSOA

Ilustre jurisconsuito brasi-

leiro, de alta cultura e discerni-mento, representou oom brilho

o Brasil na conferência da

Paz reunida em Versailles

(França) durante a Grande

Guerra — Eleito Presidente

do Brasil no 8.° quadrienio

em substituição a Rodrigues

Alves, recem-falecido, o Dr.

Epitacio Pessoa orientou os

destinos do Brasil até 1922

quando foi substituído pelo'

Dr. Artur Bernardes.

EMBOABAS

Nome pejorativo dado pelosbrasileiros de S. Paulo aos

portugueses por ocasião das

guerras civis de 1706 a1714 em Minas Gerais e Per-nambuco, conhecidas como

guerras aos emboabas e mas-

cates. A guerra dos emboa-

bas teve inicio em 1706 em

Minas Gerais, motivada pelasdescobertas de minas deouro, então realisadas pelospaulistas, sendo governadorgeral do Brasil D. Luiz César

de Menezes. Os portugueses,

ambiciosos por essas desço-

bertas, acorriam sempre aos

logares explorados pelos pau-listas que ironicamente os ape-

lidavam "emboabas", que querdizer pernicalçados, do no;ned'uma ave indigena que temas pernas e os pés cobertosde penas até as unhas. IsLoporque os portugueses nãoabandonavam as meias nemcs sapatos.

EMA ou EMÜ

(Rhea americana) — gran-ie ave corredora — a maiorda America é o avestruz sul-americano. Domestica-se fa-cilmente não sendo aprovei-tada no Brasil como monta-ria como acontece com S3Uparente africano — o aves-truz,

EMBUIA

Arbusto muito comum econhecido pela propriedadeda casca que serve d3 fio oucorda, sendo de uma resis-tencia notável; mereceu porisso — o nome de "prego cioBrasil".

EMBROMAÇÃO

Protelação, demora, ca-coada. Do castelhano embro-mar — caçoar, iludir.

EMPIPOCAR

—» Cobrir-se de bolhas,(Brasileirismo).

EMBEIÇAR

— (Uma cerca) uni-la a ou-tra (Brasileirismo).

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7 — Fevereiro — 1940 — 27—- O T I C O - T I C O

Zoologia Recreativa • CZZ)mente o da cauda, é abundante e ma-

cio, servindo para peliças e para pin-

ceis finos.

I Costuma viver nos pinheiros, sendo

agilissima escaladora de arvores. Pos-

%

Á

PAGUMA DE NEPAL

Este curioso animal que vive na Chi-

na e nas índias tem diversos nomes,

sendo chamado glutão mascarado, ra-

posa chinesa, mas que a ciência classi-

fica de Paguma Larvata, pertence à sue dentes e garras aguçadas, é o ter-

familia das doninhas mas tem parti- ror dos ninhos, que despoja de ovos,

cularidades que o isolam das outras de filhotes e ataca pássaros de qual-

espécies. A cabeça da paguma traz quer tamanho, assim como, se conse-

uma mancha que vai até à ponta do gue invadir um galinheiro, não deixo

focinho, parecida com uma mascara, nada aproveitável. E', nesse mister,

e outra no pescoço, de côr cinzenta. pior que raposa.

Ha diversas espécies

de pagumas, como a da

China, a de Sumatra, a

de Nepal e a de Mala-

ca. Tem uma eleganoa

especial na maneira de

andar e salta de um ga-

lho a outro das arvores,

diretamente sobre a

presa.

Outra qualidade é a"nandina", com corpo de

gato, mas focinho alcn-

gado, bastante parecida com o gafoalmiscarado. Sua espécie está entre os

Ichneumon e os Paradoxures.

MARTA

Eis um gracioso animal, notável pe-lo seu corpo flexivel e alongado e ain-

da mais pela preciosidade da sua peie,

tão usada pelas damas elegantes. !

A marta, especialmente a zibelinha

é comum na Inglaterra, mas é tão

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WtitTig.

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mm*y-F U R H 0

FURÃO

O Furão é um animalsinho de cor-

po alongado, cabeça chata, cauda curta

e muito flexivel, ao ponto de pastor

por buracos, parecendo incrivel que o

consiga. Seu habitat é a África, e po-

de ser domesticado. Os caçadores ser-

vem-se deste animalsinho para caçar

ratos e coelhos. Mas não se pode mi*-i-

to confiar nele, porque, quando desço-

bre a caça, mata-a e chupa-lhe o sam-

procurada que muito não demorará g^. O caçador ccütJtnjt pór-lhe foci-

que se torne rara. Seu pêlo, especial- nheira.

O furão é muito curioso e não re*

ceia penetrar numa toca. Se fôr ataca-

do por um animal maior numa dessas

proezas, ele revolve-se com espantosa

rapidez e consegue livrar-se das garras

do inimigo, não sem antes meter cs

dentes afiados como navalhas. E' mui-

to sensível ao frio. No inverno, se não

fôr cuidadosamente acautelado num

ambiente temperado, morre. j

O maior divertimento dos caçar.

dores que domesticam o furão, é o de

assistir á luta que esse animalzinho.

trava com cobras e cem

os cães. Se consegue S9

meter num buraco, não

ha bicho que o desente-

que, nem que se aproxi-

me, sem receber certei-

ra dentada E' tão rápido

nos movimentos que po-

de apanhar dois ratos ou

coelhos ao mesmo tem-

po, e sempre que tem de

lutar com uma cobra se-

gura-a com a cabeça no

chão e com os dentes parte-lhe ime-

diatamente a espinha. Morde até o

seu dono, se este lhe der muita con-

fiança.

! Ha outra espécie de furão, de pê'o

cinzento, o qual não se dá bem quan-

do capturado e não presta serviço ai-

gum ao caçador, por ser muito agres-

sivo e só se alimenta quando é ele pro-

prio que apanhou a presa. Em capli-

veiro torna-se tão raivoso, que o dono

prefere dar-lhe liberdade a man-

te-lo

M N K

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O TICO-TICO — 28 —

AVENTURAS DE TINOCO, CAÇADOR DE FERAS

7 — Fevereiro — 1940

(Desenhos de Théo)

__

Tinoco vem observando cuidadosamente o .. .éa allialidade, nas suas originalíssimas ...uma preciosissima arma, aplicável à caça,desenrolar da guerra e aplicando, astuciosa- caçadas. A "camuflagem"

pareceu e logo tratou de '"camuflar" os fir-monte, todos os "trues"

guerreiros... Tinoco... redores.

* Á® Ps* \ .$_ ^\

rtto®^.^C5»_ S -/. VfTr____lllITlfí_13* ___P\T^J__ /rrmTTlT r^^i______g_TO_!l^^

Desenhou grotas, buracos, cevas e covis ...espantando a bicharada. Foi um Deus ...rochas, julgando que faziam na boca dos

por toda a redondeza e depois bateu a nos acuda ! Os bichos em disparada seus buracos e não havia mãos a medir na ca-mataria... arrumaram as cabeças nas... cada. Foi um sucesso a "camuflagem".

OÔ<XX>0<_><X><X>00<>000<_>0<X>0<X_^

à PftRTE DO POBRE,No meio de uma imensa fio-

resta sombria e impressionadoraerguia-se uma grande cabana demadeira coberta de sapé e peda-ços de zinco. Morava ali o car-voeiro Pedro; era um homem tra-balhador e digno. Èle próprio cor-tava a lenha, fazia o carvão, qutdepois ia vender aos seus numero-sos freguezes.

Pof única fortuna, Pedro possuúapenas os seus dois braços robus-tos, sua cabana e uma carroci-nha puxada por um burro, naqual transportava os sacos decarvão. Mas, si não era rico,ia vivendo e possuía a maiorfelicidade deste mundo — aalegria natural inalterável,

i Pof qualquer coisa seus la-bios se entreabriam num largoriso, mostrando uma dupla fi-leira de dentes brancos e per-lícitos, que ainda pareciam maisbrancos no seu rosto negro decarvão.

¦ Vendo-o sempre a rir, sua

mulher e seu filho o imitavam. Erauma ditosa familia.

Em toda aquela região Pedroera conhecido como um bom com-panheiro jovial e franco. Por issotodos compravam a êle, e quandoo viam, tratavam-no bem.

Vendido o seu carvão, Pedrofazia as compras necessárias á suaexistência e voltava cantando paraa sua cabana na floresta.

Uma noite, tendo-se demorado

(SámmP r

um pouco mais, Pedro voltava tre-mendo de frio, mas animava-o aidéia de que naquele dia Emilia,sua filha mais velha, completavamais um ano.

Chegando perto, o carvoeiro cha-mou por sua mulher:

— Oh, Marieta! Vem me aju-dar a descançar o cesto, que estápesado.

A mulher veiu logo e êle disse-lhe ainda: — Cuidado. Não dei-

xes as crianças mexer no cesto.A recomendação era razoa-

vel, porque nesse dia êle trou-xera uma porção de coisasboas para o jantar.

— Vamos ter um banquete— dizia Pedro — vais ver quebeleza.

E ria-se como de costume.As crianças, que já o rodea-vam, riam também, pulando decontentfcs. Eram quatro crian-ças, a mais velha tinha apenasdez anos — e todas gordas esadias,

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Fevereiro 1940 29 O TICO-TICO

Vamos, mulher! — disse Pe-dro — põe já a mesa.

Daí a pouco a sopa fumegavaem uma grande terrina no meio damesa muito limpa. Em outra mesa,ao lado, já estava preparada asobremesa — um grande bolo quePedro trouxera por ser dia de fes-ta. Pedro, aproximando-se, excla-mou:

Olá, Marieta ! Que é isso lTu dividiste o bolo em sete peda-ços. Para que ? Nós somos seisapenas e não me consta que es-peres alguma visita. Será o sétimopedaço para o burro ? Teria graça !

E Pedro riu-se com uma garga-lhada tão sonora que o burro aouviu lá da cachoeira e respondeuzurrando como se compreendesseque estavam falando nele.

Mas, Marieta respondeu assim:Meu caro Pedro ! Noz dias

de alegria deve se pensar nos po-bres. Eu reservo o sétimo pedaçopara algum pobre queapareça por ai.

Fizeste bem —respondeu Pedro. Foiuma boa lembrançaque tiveste; mas hoje.com um frio destes,não creio que apareçapessoa alguma.

Sentaram-se á mesae começaram a jantar.

De repente Marietafez um sinal para queinterrompessem o ba-rulho dos talheres edisse:

.— Esperem. Pare-ceu-me ouvir andar láfora.

Não é possível. Já é tão tar-de, quem pôde lá...

Mas o carvoeiro não poude ter-minar a frase. Ouviu bater á por-ta. Uma das crianças foi abrire viü diante de si um velho muitoalto envolvido em um grande manto.

Parecia um pobre. Mandaram-noentrar; o velho colocou a um can-to um saco, que parecia muito pe-sado, e tirou o chapéu. Então ascrianças, reconhecendo-o logo, ape-sar das longas barbas, começarama gritar:

E' o tio Miguel! E' o tioMiguel!

E' êle mesmo! — exclamouPedro muito satisfeito. E aceres-centou — Pois chegou em boaocasião. Estamos festejando o ani-versario da Emilia. O senhor vaijantar comnosco.

O velho não queria, mas todos

insistiram e êle sentou-se á mesa.Então Pedro começou a perguntar-lhe o que tinha feito em tantosanos, desde que partira para a Eu-ropa. O velho então contou quefora para a Alemanha dirigir umafabrica e acabara por ser pro-prietario de importante usina me-talurgica. Mas depois fora infelize um incêndio destruirá todos csseus haveres.

Ficou pobre ? — perguntaramtodos.

Absolutamente pobre — res-pondeu o velho.

Nesse momento Marieta estavaservindo a sobremesa e quando elapoz um pedaço do bolo no pratode tio Miguel, uma criança disse-lhe:

—- Mamai, olhe que essa é aparte do pobre.

Pois então está muito bempara mim — disse o velho.

Ora, não diga isso, meu tio.

NA ESTRATOSFERA

•í*

Í_L , 43 Q°O AVIADOR : — Papagaio! Agora nem sei

qual desses astros é a Terra / /

O senhor não é tão pobre assim.Sempre tem uma casa, esta queaqui está, onde o senhor sempreterá o melhor lugar. Ficará aquivivendo conosco, e olhe que aindanos será de grande utilidade.Assim Marieta não ficará sozinhao dia inteiro.

Êle dizia isso para que o tio nãose envergonhasse de ficar morandoali.

Ora qual ! — murmurou Mi-guel — eu só posso servir para in-comodar. Um velho como eu !...

Não fale assim — respondeuMarieta, exatamente porque o se-nhor é idoso nós temos obrigaçãode o acolher e respeitar. O senhoraqui até ha de remoçar, as criança*,hão de distraí-lo para que esqueçaos seus desgostos. •

O tio não respondeu, mas, par-

tirido um pedaço de bolo, disse derepente:

Ora esta ! Isto parece umbolo de Reis, tem uma amêndoadentro. Eu pelo menos achei uma.Ninguém mais achou ?

Não; ninguém ~ responderamtodos.

Então é o que eu digo —parece um bolo de Reis. E nessecaso o rei sou eu.

Viva o rei — gritou Pedrorindo com a costumada alegria.E as crianças, já se sabe, auxilia-ram-no com jovial alarido. O tioMiguel então, levantando-se, foiapanhar o saco que colocara a umcanto e, abrindo-o, disse:

Muito bem, já que sou o rei,vou, como é costume, daí um pre-sente a cada um dos que estão namesa. Aqui está para Marieta umestojo de costura. E' de ouro enão lhe falta coisa alguma.

As outras crianças se aproxima-ram curiosas.

— Não tenham ciu-mes — disse o tio Mi-guel. Ha aqui coisaspara todos.

Tirou dois relógiospara cada um dos me-ninos e um par debrincos para cadauma das meninas, èoutro relógio esplen-dido para Pedro.

Estavam todos ad-miradissimos. Entre-tanto, ainda não ti-nham visto tudo. Ovelho tirou ainda dosaco um bloco de me-tal e, colocando-o so-

bre a mesa, disse:Isto é uma barra de ouro e,

para terminar, aqui está um maçode notas do Tesouro —¦ são cin-coenta contos de réis.

Oh ! — então o que o senhorme contou era brincadeira ! ¦— mur-murou Pedro.

Não foi brincadeira. Foi umaexperiência. Ha por aí tantos in-gratos, que eu quiz ver, meu sobrí-nho, como é que você me receberiapensando que cu estivesse pobre.Mas, ao contrario disso, eu volteida Alemanha muito rico. E assimcomo vocês me queriam recebecpobre, agora sou eu que quero vi-ver com vocês, que são a minhafamilia.

Desla vez o alegre carvoeiro nãoria, tal a sua emoção, enquanto ovelho abraçava as quatro criançasjuntas.

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O TICO-TICO 30- 7 — Fevereiro — 1940

HOfSQjrm ___Je_V™Vn___ \

çJÊ fllLlJCONCUR/OX

CONCURSON. 60

•Kã—^m^aãmM^Àl^-^i* Hf^

ResuMado do sorteiodo concurso n. 54

ENVIARAM SOLUÇÕES CERTAS585 SOLUCIONISTAS

Foram premiados com um lindolivro de histórias infantis os se-guintes concurrentes:

Aristides de Araujo Silva Fi-lho — residente á Avenida Braz

Bernardino n. 170, Juiz de Fora —Minas Gerais.

1 Juracy Ribeiro — residente áEstrada do Quitungo n. 1.600,Irajá, nesta capital.

Amaury Novo Gozzi -— residen-te á rua do Carmo n. 49, São Pau-Io — Capital.

Joaquim Vasconcelos — residen-te á rua dos Tintureiros n. 2, Ban-gú, nesta capital.

I Harvey Pinto de Morais — re-sidente á Avenida Brasil n. 1.365,Passo Fundo — Rio Grande doSul.

HORIZONTAIS

— Mortadela— Continente.— Zombar.— Parenta.

11.— Andar no ar.13 .— Nome de mulher.15 — Rio da Europa.16 — Pedra sagrada.18 — De borracha.20 — Estuda ás avessas.21 - Uma.

VERTICAIS

— Gelado.— Plantação de laranjas.—' Artigo.— O gato...— Caminha ao contrario.— Ivo Orestes.

10 — Flor ás avessas.14 — Da mulher e tempo de

verbo.15 A — Pronome.17 — Arlindo Oto.19 — Pronome.

«VALE Ifcè^T W- <r\C\ Í

SO__-U<=J7KO IDOCONCURSO JM. 54

NHÔ CHICO levou primeiro a galinha, deixando,sem perigo, a raposa e o saco de milho. Largou a avee voltou. Conduziu o milho para lá e trouxe a galinha no-vãmente. Largou-a, levou a raposa, deixou esta com omilho e veio buscar outra vez a "penosa", resolvendodessa forma o seu problema.

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7 _ Fevereiro — 1910 ¦— 31 r-" 0 TICO-TICO

<T_Bl jj" .f . àf ^*r ___& K\JLm MfaL\ "' —^/

# EJJ3f» wM;:;;:Jl!^7|

__\ Wf /Í/C^Sst^W *lslli!!o'•¦••¦"¦"--¦-s"asr-W|KSran-iH-l-.- fl__\\í ///_K_X^ BiOLIOTHECA DE "ARTE OE BORDAR" 7!

______\ t-llrWx&T^ iC- Postai, 80O Rio de Janeiro 3

U?7 yiMãff —¦j"r-"**--"*-*"--**—"-"nr:-^^J^^Jt^»^: O LAR, ;]í-^^fcf^á i A MULHER j [jÍ&S_-3â^r-l. ¦ E A CREANÇA : .1SIIÍP i

z*^ * |\\\_/*'"^ ,-v * /^s. ¦

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Page 31: ANO XXXVN.* 1792 0^(g®ífe(0)memoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1940_01792.pdf · para casar-se. A cerimonia do matrimônio co-meça por um palamayo, que consiste no pre-tendente

Ctveniurctê do ^falautnfo"' '"" ,—' !¦¦¦¦¦— 'I '¦ -¦¦¦¦¦¦ '¦'¦ ¦¦ ¦¦ Hl.-lll I I .1 .1 I. ¦¦¦¦. -... l.l..,,—,

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— Apezar daquele fracasso. Chiqui-nho convenceu Benjamim — de que de-via sair á rua fantasiado, levando o Ja-gunço.

— Arrumou os dois da melhor ma-neira' que poude e deu uma porção deconselhos paternais.

— Quando eles saíram, nossoficou olhando, de longe, gosandotemão o sucesso que iam fazer..

amigode an-

crADú ao *s?' ^K WTi AA~x c^ijrA ^M&/iAA^ ^

— Aconteceu que os dois foliões loyo — Nesse momento, vinha vindo um Jagunço sentiu o cheiro daquele ifiimi-rderam o prego e ficaram a descansai. no folião de verdade, trazendo ao colo o seu go e logo deu o alarme, esquecido demeio da rua. cachorrinho de estimação. que não era cachorro naquele instante.'

Formou-se. enião. um sururú medonhc. pois o cãosinho reagiu á alturade sua raça e dc sua.s tradições de valentia. Dentro em pouco ninguém se entcn-dia mais Eram ladridoj gritos, barulhada infernal I

E eis aqui como regressaram á casa Ios dois "foliões", machucados, feridos e <todos sujos ! Que Carnaval ! !,'