ano xxvi nº 286 novembro 2015 preÇo avulso 0,50€ · manuel machado maria fernanda e maria...

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EDITORIAL S. MIGUEL DA MAIA 1 ANO XXVI Nº 286 NOVEMBRO 2015 PREÇO AVULSO 0,50€ Por vezes,ouvimos esta expressão: "Estamos noutros tempos. A Igreja é diferente." E cada um dá-lhe o significado que lhe apetece ou o verdadeiro significado que, o Concílio Vaticano II propôs. Agora é diferente porque é de participação. Tempos passados parece que tudo estava estruturado e, em cada dia e ano, fazia-se igual, mantinha-se uma "tradição" que pouco tinha de novidade. Exigia-se mais obediència do que participação. A Igreja passou a ser chamada Povo de Deus, a grande e extradordinária definição do Concílio. Pensar que se é Povo de Deus leva a avançar e a sentir--se responsável em tudo. O cristão não pode ter a veleidade em dizer: "Isso não é comigo, pois tenho mais que fazer" mas dizer: "O que é que posso fazer? Jesus disponha de mim...Eis-me aqui, Senhor" Assim fez S. Paulo depois da sua descoberta de Cristo, que ele perseguia nos seus seguidores. E Jesus aponta o que devemos ser e fazer. O verdadeiro crente procura escutar o Senhor e escutar os que Ele põe à frente da Sua Igreja. Convertidos a Cristo, daremos as mãos na descoberta da Sua vontade e na fidelidade ao que Ele nos pede. Estamos num tempo em que se propagandeia a falta de emprego, o número de desempregados aumenta, ...e se tenta colocar núvens espessas diante dos jovens e adultos... e aparece um grupo que diz resolver todos os problema que nos afetam, como se de novos messisas se tratassem...percebe-se tudo isto, e muito mais, quando parámos para refletir. Na Igreja, na Paróquia, ninguém pode colocar- se à margem e dizer que nunca é chamado ou, para se desculpar por nada fazer afirmar : "São sempre os mesmos que são convidados". Todos somos chamados à conversão ao projecto do Senhor Jesus a que o Papa Francisco traduz "por ir até às periferias anunciar a mensagem recebida" e a sua vivência como Povo de Deus, feliz na Fé. Pelo que fizermos daremos a conhecer a Fé que nos anima. Que este ano pastoral renove a nossa paróquia. Que todos digamos a uma só voz. com a alegria que nos vem da fé: A Alegria do Evangelho é nossa missão - Felizes os misericordiosos." PDJ

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Page 1: ANO XXVI Nº 286 NOVEMBRO 2015 PREÇO AVULSO 0,50€ · Manuel Machado Maria Fernanda e Maria Teresa A maior parte de nós conhece o Padre Dâmaso a partir das reflexões por ele

EDITORIAL

s. miguel da maia ▪ 1

ANO XXVI ▪ Nº 286 ▪ NOVEMBRO 2015 ▪ PREÇO AVULSO 0,50€

Por vezes,ouvimos esta expressão: "Estamos noutros tempos. A Igreja é diferente."

E cada um dá-lhe o significado que lhe apetece ou o verdadeiro significado que, o Concílio Vaticano II propôs. Agora é diferente porque é de participação. Tempos passados parece que tudo estava estruturado e, em cada dia e ano, fazia-se igual, mantinha-se uma "tradição" que pouco tinha de novidade. Exigia-se mais obediència do que participação. A Igreja passou a ser chamada Povo de Deus, a grande e extradordinária definição do Concílio.

Pensar que se é Povo de Deus leva a avançar e a sentir--se responsável em tudo. O cristão não pode ter a veleidade em dizer: "Isso não é comigo, pois tenho mais que fazer" mas dizer: "O que é que posso fazer? Jesus disponha de mim...Eis-me aqui, Senhor" Assim fez S. Paulo depois da sua descoberta de Cristo, que ele perseguia nos seus seguidores. E Jesus aponta o que devemos ser e fazer. O verdadeiro crente procura escutar o Senhor e escutar os que Ele põe à frente da Sua Igreja.

Convertidos a Cristo, daremos as mãos na descoberta da Sua vontade e na fidelidade ao que Ele nos pede.

Estamos num tempo em que se propagandeia a falta de emprego, o número de desempregados aumenta, ...e se tenta colocar núvens espessas diante dos jovens e adultos... e aparece um grupo que diz resolver todos os problema que nos afetam, como se de novos messisas se tratassem...percebe-se tudo isto, e muito mais, quando parámos para refletir.

Na Igreja, na Paróquia, ninguém pode colocar-se à margem e dizer que nunca é chamado ou, para se desculpar por nada fazer afirmar : "São sempre os mesmos que são convidados".

Todos somos chamados à conversão ao projecto do Senhor Jesus a que o Papa Francisco traduz "por ir até às periferias anunciar a mensagem recebida" e a sua vivência como Povo de Deus, feliz na Fé. Pelo que fizermos daremos a conhecer a Fé que nos anima.

Que este ano pastoral renove a nossa paróquia. Que todos digamos a uma só voz. com a alegria que nos vem da fé: A Alegria do Evangelho é nossa missão - Felizes os misericordiosos." PDJ

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2 ▪ s. miguel da maia

CONSULTANDO A HISTÓRIA

UM PLANO PARA TODOSMaria Artur

Procurando dar continuidade ao artigo escrito na edição ante-rior deste Boletim, e consequência aos planos e objetivos traçados para este Ano Pastoral, a Catequese da Maia procurou levar a cabo, duran-te o mês de Outubro, duas ativida-des diferentes, ambas com objetivos

bem específicos. Desta forma, no passado dia 24/Outubro, o tema da Catequese para todos os catequizandos dos 4º a 11º anos foi a Eucaristia. Com um guião para os 4º a 6º anos, e outro para os 7º a 11º anos, com dinâmicas devida-mente adaptadas às faixas etárias envolvidas, assim, em sin-tonia, dedicamos as nossas sessões de Catequese deste dia a procurar aprofundar este tema.Questionamos muitas vezes sobre o porquê de as nossas assembleias nas celebrações da Eucaristia parecerem “envelhecidas”, com falta de crianças, adolescentes e jovens. Urge fazer algo para procurar com-bateresta tendência, que se vem provavelmente acentuando nos últimos anos. Por isso, enquanto catequistas, sentimos essa necessidade. Essa necessidade de, com as nossas limita-ções, e muitas vezes apenas com o testemunho da nossa Fé, lhes transmitirmos a beleza da Festa da Eucaristia. A Festa da Eucaristia, como sabemos, trata-se de uma celebração, de uma Festa, “recheada” de rituais e simbologias, todos eles

com uma razão de ser e de existirem específica. Começar por procurar compreendê-los e aprofundá-los, passo a pas-so, é provavelmente fundamental para este caminho de con-versão. Para que os mesmos possam ser realizados, não por rotina mas por convicção.

Por outro lado, neste mesmo dia, realizou-se um peque-no Encontro Geral de Catequistas, onde dominaram, essen-cialmente, a comunhão e a partilha. De tal forma que, prova-velmente, se tivéssemos oportunidade, ali nos manteríamos "agarrados" por mais um bom período de tempo.Congregar o grupo de Catequistas, proporcionar a criação de laços entre todos, é outro objetivo muito importante para o qual nos queremos empenhar. Sem isso, que exemplo de comunhão transmitimos aos nossos catequizandos? Neste encontro, onde foi possível reunir 37 dos 48 catequistas do nosso Gru-po atual, dedicamo-nos a aprofundar alguns excertos da re-cente entrevista do Papa Francisco à Rádio Renascença, me-diada pela locutora Aura Miguel, tendo sido a primeira vez que um Papa falou em exclusivo a um meio de comunicação social português. De entre as várias ideias partilhadas, numa entrevista muita rica, destacaria os 3 “idiomas” referidos pelo Papa para um Encontro verdadeiro com Jesus:

Pensar o que se sente e o que se faz.Sentir o que se pensa e o que se faz.Fazer o que se sente e o que se pensa.

Sermos coerentes en-tre aquilo que pensamos, sentimos e executamos torna-se portanto fun-damental para um bom testemunho na Missão que desempenhamos. Não só catequistas, mas todos os cristãos. Con-tribuir para um Mundo melhor, mais verdadeiro, mais justo, mais harmo-nioso, depende de todos nós. Mesmo que o nosso empenho não se traduza em mais que uma gota num oceano. Mas o oce-ano será menor se lhe faltar essa gota

João Bessa

Continuamos a leitura das orientações dadas em agosto de 1744 pelos representantes do Balio de Leça, em visitação a esta freguesia de S. Miguel de Barreiros, recomendando desta vez que não se sigam as ordens da diocese do Porto sem an-tes passarem pela Baliagem de Leça (Ordem de Malta):

“E refletindo nós que esta Igreja e freguezia he unida in solidum à Baliagem de Leça e pertença do mesmo couto, e se conserva livre e izenta da jurisdição dos ordinarios por ser nulius diosesis e estar em tudo sogeita a jurisdição da Sagra-da Relligião de Malta e seus Menistros. Em que a concervação desta izenpção pende muito de a observarem e cumprirem os Parochos e subditos da mesma Sagrada Relligião manda-mos ao Reverendo Parocho e mais pessoas ecleziasticas e seculares desta freguezia de qualquer qualidade e condição que sejão não cumprão nem dem a execussão ordens algu-mas nem mandados dos ordinarios nem de outros quaisquer Menistros ecleziasticos sem primeiro serem cumpridas pelo Reverendo Doutor Provisor e Vigario geral deste couto sob pena de excomunhão mayor ipso facto (…)”

1 Elementos da hierarquia diocesana 2 Nullius diocesis-não dependente de nenhuma diocese

CALENDÁRIO DAS FESTAS DA CATEQUESE

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Pró - VOCAÇÃO, por vocação

BOM DIA!Bom dia, mas, a sério, já que os ventos que sopram e o ar que se respira neste momento em

Portugal, fazem-nos recear o pior e o escuro.O Bem Comum constitui a base e o objetivo dos comportamentos dos que mandam – dos que

querem mandar! – na nossa terra. Só a maior, repito a maior parte deles nunca soube o que era isso de Bem Comum. E a prova, está mais que à vista. É ver o que se passa: projetos estruturais das forças em terreno que se esboroam em bonitas intensões quando a areia do Poder começa a perder-se.

Não estamos bem. Não vamos bem. Precisamos de gente nova competente e generosa. Apresentei há dias um rico livro com o título: “Ode ou Requiem?”. É tempo de escorraçar medos e cantar futuro, logo com medos e cantar futuro, logo com melhor presente. Só assim, poderemos fazer de cada dia um

s. miguel da maia ▪ 3

BOM DIA!

A Semana dos Seminários decorre de 8 a 15 de Novembro, à luz do tema “Olhou-os com Misericórdia”, que devemos entender em sintonia com a dinâmica do Ano da Misericórdia proposto pelo Papa e também com o lema do Plano Diocesano de Pastoral para este ano: “Felizes os misericordiosos”.

Como recordámos no último jornal, o Plano pretende “consciencia-lizar as pessoas, as famílias e as comunidades para o valor da vocação e para a responsabilidade de serem promotoras das diferentes formas de chamamento, nomeadamente as de especial consagração” e recomenda “Valorizar a dimensão vocacional de toda a pastoral, a partir da família como «Igreja doméstica», sujeito ativo e protagonista da evangelização.”

A mensagem do presidente da Comissão Episcopal Vocações e Minis-térios para a Semana recorda que “O sacerdote, homem chamado e esco-lhido de entre os outros homens, é fruto do olhar misericordioso de Jesus, que quer salvar a todos. Não se trata de alguém perfeito, irrepreensível e santo, mas de alguém para quem o Senhor olhou com misericórdia, sem explicação nem motivação compreensíveis”.

Mais adiante, convida os jovens a entrar na contemplação do rosto mi-sericordioso de Deus que “os escolhe e os chama” e a aceitarem “humil-demente a sua condição de pecadores e necessitados” da misericórdia de Deus que vai manifestar-se como “fonte de perdão e de salvação”. “Muitos sentirão o apelo a andar com o Senhor e a aprender d’Ele, conhecerão a vocação a que os chama e terão alegria e coragem para a seguir fielmente”, da mesma forma que aconteceu com os convites de Jesus: “Sem explica-

ções que satisfaçam a sua admiração e sem argumentos que respondam às suas interrogações, mas somente porque se sentiram tocados pelo seu amor misericordioso, deixaram tudo e seguiram-n’O”, como Mateus, “um homem considerado por todos como pecador”.

Combinando esta mensagem com os aspectos do Plano Diocesano atrás referidos, compreendemos então que, em-bora seja Deus a chamar, Ele fá-lo através de nós – pessoas, famílias, comunidade paroquial – pela forma como vivemos, testemunhamos e fazemos presente o rosto misericordioso de Deus. Sermos a voz de Deus, que chama porque ama, é responsabilidade que não podemos recusar ou esquecer e que assumimos sempre que exercemos a missão de ser “a ale-gria do Evangelho” no meio dos irmãos.

Que ninguém, e em especial os nossos jovens, possa dizer como os trabalhadores da vinha “Ninguém nos contratou” ou, o que é o mesmo, ninguém nos “olhou com misericórdia”. Equipa Paroquial Vocacional

“Olhou-os com Misericórdia”

Senhor Jesus,Ao passares junto a nós,

Olhas-nos com misericórdia,Chamas-nos e escolhes-nos.

Concede-nos a graça de, seduzidos, Nos erguermos para Te seguir.

Que o Teu olhar misericordiosoDê, aos sacerdotes, a fidelidade,

Aos seminaristas, amor à vocação,Aos jovens, alegria para o caminho.

Senhor Jesus, Concede a toda a Igreja,

Felizes e santas vocações sacerdotais.Ámen

Movimento Demográfico Mês de OutubroBAPTIZADOS

04 - Bruno sales Teixeira - Guilherme Gomes Simões - Maria Inês Marques da Silva17 - Matilde Mendes Azevedo18 - Beatriz Sofia Cortez Peixoto24 - Tomás Quirós Dias25 - Carolina da Silva Fernades

MATRIMÓNIOS03 - André Augusto Gomes Bento e Mafalda da Silva Ribeiro24 - José Pedro Moreira Dias e Marta Sofia Pereira Queirós António José da Mota Torres Rebocho e Ana Isabel Pereira Martins25 - José António Alves Fernandes e Filipa Andreia Ferreira da Silva31 - Daniel Filipe Alves Martins e Joana Alexandra Nunes Correia

ÓBITOS07 - Joaquina Conceição Teixeira Magalhães (79 anos)25 - Eurico António Teixeira (78 anos)29 - Felisbina da Silva Marques (90 anos)

ORAÇÃO DA SEMANA DOS SEMINáRIOS

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Manuel Machado

Maria Fernanda e Maria Teresa

A maior parte de nós conhece o Padre Dâmaso a partir das reflexões por ele apresentadas na Rádio Renascença, onde colabora desde 1976. Sabemos que ainda mantem no ar dois programas diários onde continua a confessar a sua felicidade, a sua paixão por Jesus e pela sua Igreja. São palavras suas: «Jesus é fantástico, e estou convencido de que Ele gosta de mim!... Eu sou a pessoa mais feliz do mundo!»

Este ano comemora os 60 anos da sua ordenação sacerdotal e vê este livro, que lhe pediram que escrevesse, como uma Ação de Graças. «Sim, tenho feito o possível para crescer na graça de Deus e para corresponder à minha vocação de consagrado aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria e ao sacerdó-cio a que Jesus me chamou», afirma o autor na Introdução da obra.

Filho de pais holandeses mas com ascendência Alemã, foi em Portugal que Pe. Dâmaso realizou o seu sonho de ser missionário. Em 1957 a sua Congregação envia-o para o nosso país para pregar em missões

populares no Patriarcado de Lisboa.Entre 1959 e 1960 prega em Lisboa, acompanhando a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima a todas as paróquias. Nessa altura esteve ligado à JOC e à JUC, orientando várias vezes retiros diocesanos da Ação Católica. Ainda em 1959, é convidado para fazer algumas conferências na cadeia de Tires, iniciativa alargada depois a outros estabelecimentos de reclusão. Foi assim que «mergulhou» na Pastoral Prisional.

Pela sua mão e pela mão do Pe.João Gonçalves, chega ao nosso país em finais de 1960 o Movimento dos Cursilhos de Cristandade, movimento que Pe. Dâmaso afirma ter sido uma experiência fundamental na sua vida. Ao longo do livro, ficamos a saber que apesar das suas várias missões, aquela onde mais se deu - e continua a dar - é sem dúvida a assistência religiosa aos presos, nomeadamente aos jovens do Estabelecimento Prisional do Linhó.

Foi condecorado pelo Presidente da República com o Grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito em 2010 e, hoje, aos 85 anos de idade continua a inspirar todos aqueles com quem se cruza ou que o ouvem na rádio. E testemunhos concretos, assinados, ultimam o conteúdo deste livro, realçando aspetos da personalidade do homem fantástico que foi e continua a ser o Sr Padre Dâmaso!

Ninguém pode ignorar a influência que os Santos tiveram e têm na sociedade onde estamos inseridos e, principalmente, nas gerações ulteriores.

Os Santos são personagens históricas de ontem, de hoje e de sempre. Fazem parte integrante da história da Igreja e não se podem dissociar da História Universal.

Oriundos das mais diversas origens, possuindo os mais variados graus de instrução e cultura, vivendo e agindo em todas as épocas e circunstâncias, tiveram contudo uma ca-racterística fundamental segundo os talentos que a Divina Providência lhes confiou e nas vicissitudes que preencheram a sua vida terrena e souberam, de um modo sublime, imitar Jesus Cristo e orientar-se exemplarmente à luz dos critérios apontados pelo Evangelho.

Temos vindo a celebrar, no dia 1 de Novembro de cada ano, o Dia de todos os San-tos, onde estão incluídos aqueles Santos de que a história não fala, mas que terão sido tanto ou mais Santos que aqueles que constam nos registos da Igreja.

Quem sabe se de entre nós, muitos que viveram ou vivem uma vida anónima, escon-didos das luzes da ribalta, não serão um daqueles eleitos?

Quem de nós não terá sido tocado pelo despertar de comportamentos de gente simples que nos deixaram estupefactos?

Quanta gente tenho encontrado que sofre na doença ou nos maus tratos familiares e aguenta serenamente, sem o mínimo de queixume, para não afligir ou comprometer as pessoas que ama?

Veja-se nos hospitais gente que sofre silenciosamente escondendo o seu sofrimento aos visitantes com cara de bem dispostos, apenas com o único sentimento de que é na dor que estão a atingir a sua santificação, à imagem de Cristo.

Nestes Santos de que vimos escrevendo poderão estar muitos daqueles que a Igreja recorda no Dia dos Fiéis Defuntos, certamente muitos dos que foram utentes do nosso Centro Social que o Senhor chamou à nossa frente e aqui recordo pela ordem de faleci-mento: José Lages, António Soares, Joaquim "Pataco", Ermelinda Freitas, Rita "de Custió", Eulálio Silva, Maria Correia, Augusto Pereira, Lídia Silva, Eduardo Teixeira, Manuel Fernandes, Margarida Rosa, Margarida "Ce-guinha", Abel Rodrigues, Gracinda Borges, Ermelinda Catrina, Alzira "do Moleiro", Laurinda Maciel, Matilde Magalhães, António Rodrigues, Mário José, António Júnior, Alice "Azenha", Vitalina Martins, Maria Roberta, Amélia Freitas, Maria "do Silva", Jacinta Pereira, Maria de Lurdes, Deolinda Guedes, Palmira de Jesus, Maria "do Francisco", Idalina Santos, Albina de Sousa, Júlia Vieira, Deolinda Lagoa, António Ferreira, António Silva, Joaquim Soares, Maria Luísa, Carolina Gomes, Fernando Mota, Maria da Glória, Manuel Braga, Francisco Sequeira, Isaura Cândida, Brilhantina Moutinho, Belosinda Gonçalves, Aurora Pinto, Maria Rosa, Praze-res da Conceição, Luís Paulo, Maria Amélia, Maria do Carmo, Argentina Marques, Maria Cândida, Acidália Dias, Virgínia Augusta, Manuel Lessa, Francisco Torres, José Oliveira, Armindo Sousa, Alípio Silva, Felisbina Sousa, Arminda Mendonça, Emília "Reca", Adelina Silva, Glória "da Cidade Jardim", Laurentino Alves, Jorge Gouveia, José Augusto, Joaquim "Ferrinho", Maria Carolina, Carlinda Rosa, Maria Carmelita, Fernando Pereira, Manuel Mota, e ainda os nossos saudosos amigos e colaboradores, Padre José Pinheiro Duarte, Ilda "do Ourives", Adriano Campos e José Augusto Bragança.

Para todos paz à sua alma e a certeza de que para nós não morreram.

4 ▪ s. miguel da maia

Montado em seu belo cavalo, Capa vermelha, linda espada…Assim seguia Martinho,Leal soldado romano,Serenamente pela estrada.Triste manhã de novembro:O frio gelava os corpos,A chuva neles caía...Um pobre abordou MartinhoE ao ver como ele tremia,A própria capa tirou…Dividindo-a em duas partes,Uma ao pobre entregou.Eo milagre aconteceu:Em vez da chuva e do frioO sol no céu raiou…Martinho sentiuJesusQue em seu coração tocou.E o mês de Todos os SantosCom mais um Santo contou.Entre nós é hábito,Com muita alegria, bom vinho,Novas e doces castanhas, Festejar o S. Martinho.

S. MartinhoCENTRO SOCIAL

LIVRO A LIVRO - Jesus é fantástico

Ana Maria Ramos

Continuam as inscrições para a frequência do Lar de Nazaré:Valências :

Centro de Dia / Apoio DomiciliarPode inscrever-se nos Cartórios Paroquiais.

Tel.: 229 414 272, 229 418 052, 229 448 177 e-mail: [email protected]

DIAS DE TODOS OS SANTOS E DOS FIÉIS DEFUNTOS

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Contactos:917373873 - 229482390 229448287 - 229486634 - 969037943 966427043 - 229416209 - 965450809 962384918 - 938086881 229482390 - 914621341 - 914874641 - 229411492 - 910839619

www.paroquiadamaia.net; - [email protected] - Navegue

Maria Luísa e José Carlos Teixeira; Jorge Lopes; Lídia Mendes; Fernando Jorge; Regina; Júlia Sousa; José Sousa; P. Domingos Jorge

E.P.P.F

Sabe a Equipa de Pastoral Familiar que o âmbito do seun trabalho para a Paróquia e na Paróquia é muito extenso, pois é abrangente de todos os grupos.

Ao longo do ano há momentos celebrativos, que a Equipa assumiu e que são sinais de novidade que se pretende incutir em toda a acção na família e com as famílias da Paróquia. Caminhando faz-se caminho, como escreveu o poeta da galiza.

s. miguel da maia ▪ 5

EqUIPA PAROqUIAL DE PASTORAL FAMILIAR

Pensai bem nisto: a identidade familiar está fundada na pro-messa. Pode dizer-se que a família vive da promessa de amor e de fidelidade que o homem e a mulher se fazem mutuamente. Esta comporta o compromisso de acolher e educar os filhos; mas também se concretiza no cuidar dos pais idosos, em proteger e acudir aos membros mais débeis da família, em ajudar-se recipro-camente para realizar as qualidades e aceitar os limites de cada um. E a promessa conjugal alarga-se para partilhar as alegrias e os sofrimen-tos de todos – pais, mães, filhos – com generosa aber-tura à convivência humana e ao bem comum. Uma família que se fecha em si mesma é como uma contradição, uma mortificação da promessa que a fez nascer e a faz viver. Não esqueçais nunca: a identidade da família é sempre uma promessa que se alarga: alarga--se a toda a família e, mesmo, a toda a humanidade.

Nos nossos dias, a honra da fidelidade à promessa da vida fami-liar está muito debilita-da. […] O amor, como também a amizade, devem a sua força e a sua beleza precisamente a este facto: geram um vínculo sem suprimir a liberdade. O amor é livre, a promessa da família é livre e é belo assim. Sem liberdade não há amizade, sem liberdade não há amor, sem liberdade não há matrimónio.

Portanto, liberdade e fidelidade não se opõem uma à outra, aliás, sustentam-se mutua-mente, quer nas relações interpessoais, quer nas sociais. Com efeito, pensemos nos danos que produzem, na civilização da comunicação global, a inflação de promessas não respei-tadas, nos vários campos, e a indulgência para com a infide-lidade à palavra dada e às obrigações assumidas! […]

A fidelidade às promessas é uma verdadeira obra-prima de humanidade! Se olharmos à sua audaz beleza, sentimo-nos atemo-rizados; mas se desprezarmos a sua corajosa tenaci-dade, estamos perdidos. Nenhuma relação de amor – nenhuma amizade, nenhu-ma forma de bem-querer, nenhuma felicidade do bem comum – atinge a altura do nosso desejo e da nossa esperança, se aí não

A PROMESSA: ALICERCE DA FAMíLIA

habitar este milagre da alma. E digo “milagre”, porque a força e a persuasão da fidelidade, apesar de tudo, não deixam nunca de nos encantar e surpreender. A honra à palavra dada, a fidelidade à pro-messa, não se podem comprar nem vender. Não se podem impor à força, mas tampouco guardar sem sacrifício.

Nenhuma outra escola pode ensinar a verdade do amor, se a família o não fizer. Nenhuma lei pode impor a beleza e a herança deste tesouro da dignidade humana, se o vínculo pessoal entre amor e geração a não escreve na nossa carne.

Irmãos e irmãs, é necessário restituir a honra social à fideli-dade do amor! É necessário retirar da clandestinidade o milagre quotidiano de milhões de homens e mulheres que regeneram o seu próprio alicerce familiar, do qual vive toda a sociedade, sem estar em condições de o garantir de nenhum outro modo. Não é por acaso que este princípio da fidelidade à promessa de amor e da geração está inscrito na criação de Deus como uma bênção perene, à qual o mundo está confiado.

FRANCISCO, Audiência Geral, 21/10/2015

A VOZ DO PAPA FRANCISCO !

O Papa alertou hoje no Vaticano para as consequências da perda do valor da “fidelidade” às promessas, sublinhando a impor-tância da indissolubilidade matrimo-nial, a poucos dias do fim do Sínodo sobre a família.

“Pensemos nos danos que a inflação de promessas por cum-prir, em vários campos, produz na civilização da comunicação glo-bal, bem como a indulgência pela infidelidade à palavra dada e aos compromis-sos assumidos”, advertiu, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.

Francisco defendeu a restituição da “honra social” à “fidelida-de do amor”, valorizando os “milhões” de homens e mulheres que dão vida ao “fundamento familiar”.

“Não é por acaso que este princípio da fidelidade à promessa do amor e da geração está escrito na criação de Deus como uma bênção pere-ne”, acrescentou.

Neste contexto, o Papa disse que a Igreja vê nesta fidelidade para “toda a vida” uma “bênção” com a qual procura aprender, antes de a “ensinar e disciplinar”, tendo como referência a “mise-

PAPA CRITICA «INFLAÇÃO» DE PROMESSAS POR CUMPRIR NAS FAMÍLIAS E NA SOCIEDADE ! ricórdia” divi-na.

“O amor pela família humana, na boa e na má sorte, é sempre uma questão de honra para a Igreja. Que Deus nos permita estar à altura desta promessa”, assinalou.

Um dia antes da memória litúrgica de São João Paulo II (1920-2005), “o Papa da família”, Francisco pediu que o santo polaco interceda pe-lo Sínodo que se conclui este domingo, a fim de que a assembleia “renove em toda a Igreja o sentido do valor inegável do matrimónio indissolúvel e da família saudável, baseada no amor recíproco do ho-mem e da mulher e na graça divina”.

O Papa pediu orações pelos participantes no Sínodo, para que Deus “abençoe o seu trabalho, desenvolvido com fidelidade criativo”.

De improviso, Francisco elogiou os tempos em que bastava um “aperto de mão” para garantir a “fidelidade” às promessas e afirmou que, nas famílias, essa promessa inclui o cuidado com os filhos e com os pais idosos.

Cidade do Vaticano, 21 Out. 2015 (Ecclesia)

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Maria Luisa C. M. Teixeira

A PORTA DA MISERICÓRDIA DO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DO BOM DESPACHO

Na Cidade do Vaticano, a 13 março deste ano, o Papa Francisco anunciou que decidiu proclamar um “jubileu ex-traordinário”, com início a 8 de dezembro, centrado na “misericórdia de Deus”.

O Papa explicou que a iniciativa nasceu da sua intenção de tornar “mais evidente” a missão da Igreja de ser “teste-munha da misericórdia”. E, defendeu que “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus” e que a Igreja “é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém”.

“As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem”, realçou.

O 29.º jubileu na história da Igreja Católica, um Ano Santo extraordinário, vai começar na solenidade da Imaculada Conceição e terminar a 20 de novembro de 2016, domingo de Jesus Cristo Rei do Universo, “rosto vivo da misericórdia do Pai”, explicou o Papa.

“É um caminho que começa com uma conversão espiri-tual e temos de seguir por este caminho”, prosseguiu.

Este é o primeiro jubileu desde o que foi convo-cado pelo João Paulo II no ano 2000, para assinalar o início do terceiro milénio.

No dia em que decorreu o 2.º aniversário da sua eleição pontifícia, Francisco deixou votos de que o próximo jubileu ajude a Igreja a “redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus” junto dos homens e mulheres dos dias de hoje

“Na festa da Imaculada Conceição, terei a alegria de abrir a Porta Santa. Será então uma Porta da Misericór-dia, onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus que consola, perdoa e dá esperança”.

“No domingo seguinte, o Terceiro Domingo de Adven-to, abrir-se-á a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão. E em seguida será aberta a Porta Santa nas outras Basílicas Papais. Estabeleço que no mes-mo domingo, em cada Igreja particular – na Catedral, que é a Igreja-Mãe para todos os fiéis, ou na Concatedral ou então numa Igreja de significado especial – se abra igualmen-te, durante todo o Ano Santo, uma Porta da Misericórdia. Por opção do Ordinário, a mesma poderá ser aberta também nos Santuários, meta de muitos peregrinos que frequentemente, nestes lugares sagrados, se sentem to-cados no coração pela graça e encontram o caminho da conversão. Assim, cada Igreja particular estará diretamente envolvida na vivência deste Ano Santo como um momento extraordinário de graça e renovação espiritual. Portanto o Jubileu será celebrado, quer em Roma quer nas Igrejas par-ticulares, como sinal visível da comunhão da Igreja inteira”.

Diz-nos, ainda, o Papa Francisco que, com estes senti-mentos de gratidão pelo que a Igreja recebeu e de respon-

sabilidade quanto à tarefa que nos espera, atravessaremos a Porta Santa com plena confiança de ser acompanhados pela força do Senhor Ressuscitado, que continua a sustentar a nossa peregrinação. O Espírito Santo, que conduz os passos dos crentes de forma a cooperarem para a obra de salvação realizada por Cristo, seja guia e apoio do povo de Deus a fim de o ajudar a contemplar o rosto da misericórdia. .

Teremos, pois, o privilégio, segundo o desejo do Papa Francisco, de entrar por uma Porta da Misericórdia du-rante o Ano Santo, no nosso Santuário de Nossa Senho-ra do Bom Despacho, animados, antes de tudo, de senti-mentos de gratidão e agradecimento à Santíssima Trindade por nos conceder este tempo extraordinário de graça.

6 ▪ s. miguel da maia

ORAÇÃO PARA O JUBILEU DA MISERICÓRDIA Papa Francisco

Senhor Jesus Cristo,

Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste,

e nos dissestes que quem Vos vê, o vê a Ele.Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos.

O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro;

a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura;fez Pedro chorar depois da negação,

e assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido.Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo

a palavra que dissestes à mulher samaritana:Se conhecesses o dom de Deus!

Vós sois o rosto visível do Pai invisível,do Deus que manifesta sua omnipotênciasobretudo com o perdão e a misericórdia:

fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós,seu Senhor, ressuscitado e na glória.

Vós quisestes que os Vossos ministrosfossem também eles revestidos de fraqueza

para sentirem justa compaixãopor aqueles que estão na ignorância e no erro:

fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus.

Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unçãopara que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhor

e a Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo, levar a Boa Nova aos pobres,

proclamar a liberdade aos prisioneiros e oprimidose restituir a vista aos cegos.

Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Mi-sericórdia,

a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo,pelos séculos dos séculos. Ámen

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40º ANIVERSáRIO DA ORDENAÇÃO EPISCOPAL DE D. MANUEL MARTINS BISPO EMÉRITO DE SETÚBAL

s. miguel da maia ▪ 7

O bispo emérito de Setúbal D. Manuel Martins presidiu no dia 26, na Igreja de Santa Maria, sé da cidade, a uma missa evocativa do 40.º aniversário da sua ordenação episcopal e tomada de posse.

A eucaristia contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, que, à noite, num jantar celebrativo na tenda panorâmica do San-tuário do Cristo Rei, em Almada, elogiou a “singular cora-gem de D. Manuel Martins” durante o bispado que conduziu na Diocese de Setúbal.

D. Manuel Martins foi o primeiro bispo de Setúbal, com um ministério episcopal que decorreu entre 26 de outubro de 1975 e 23 de abril de 1998, sobre o qual Maria das Dores Mei-ra sublinhou que “a Diocese de Setúbal viria, então, a tornar--se modelar quando se tentava perspetivar a Igreja, quando se recomeçava a ousar esperar dela que fosse a guia e condutora nos caminhos e tempos outros e perante as novas e gritantes necessidades humanas, das famílias e dos indivíduos”.

A missa que assinalou o 40.º aniversário da ordenação episcopal e tomada de posse de D. Manuel Martins foi con-celebrada pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Cle-mente, e por vários bispos, entre os quais os sucessores em Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis e D. José Ornelas, atual bispo da diocese sadina.

Setúbal: Diocese lança livro inédito com homilias de D. Manuel Martins

D. Manuel da Silva Martins Bispo Emérito de SetúbalNascimento: 20/Jan/27, em Leça do Balio, MatosinhosOrdenação Presbiteral: 12/Ago/51, na Igreja Matriz de

Santo TirsoNomeação Episcopal: 16/Jul/75, para 1º Bispo de SetúbalOrdenação Episcopal: 26/Out/75, na Sé de Setúbal (Igre-

ja de Santa Maria da Graça)Resignação: Abril de 1998Curriculum:16/Jul./75: foi nomeado 1º Bispo de SetúbalResignou em 23 de Abril de 1998D. Manuel da Silva Martins nasceu em Leça do Balio,

concelho de Matosinhos, em 20 de Janeiro de 1927. Fez os seus estudos nos Seminários do Porto e na Universida-de Gregoriana, em Roma. Começou a sua actividade como professor de Direito Canónico no Seminário maior do Por-to, de que foi Vice-reitor.

De 1960 a 1969 (durante o exílio de D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto) foi pároco de Cedofeita. Para além de uma actividade pastoral intensa, aí promoveu a constru-ção de nova igreja (completada pelo seu sucessor) e a "Arca de Noé", para fins sociais e culturais. Recuperou ainda para o património paroquial a Creche de Cedofeita.

Em 1969, quando D. António regressou do exílio, foi no-meado Vigário-Geral da diocese. Em 1975, foi nomeado o 1º Bispo da diocese de Setúbal.

Tem sido notável, como reconhecem crentes e não crentes, a sua acção dinâmica em todas as vertentes, mas sobretudo na defesa aberta e persistente dos mais careci-dos, quer em Portugal, quer em África.

Várias autarquias o nomearam "cidadão honorário", condecorando-o com medalhas de mérito e dando o seu nome, em Setúbal, a uma Escola Secundária e ao Pólo-Sul da Universidade Moderna. É Doutor "honoris causa", pela Universidade Lusíada.

Foi Presidente da Comissão Episcopal da Acção Social e Ca-ritativa durante dois mandatos e é o Presidente da Comissão

Episcopal das Migrações e Turismo, também por dois mandatos, cargos que o levaram em missão pastoral a muitos países.

Foi também Presidente da Secção Portuguesa da Pax Christi e é actualmente Presidente da Fundação SPES. Tem prestigiado extraordinariamente a Igreja, como referência atenta e arejada em relação aos problemas deste novo mun-do, intervindo com desassombro em conferências, entrevistas e comentários na Televisão, na Rádio e na Imprensa Escrita.

Foi dispensado da Diocese de Setúbal a seu instante pe-dido, em Abril de 1998. Continuando a percorrer o País em intervenções na área do social.

Todo o episcopado do Bispo de Setúbal tem sido um clamor profético e ousado, quer nas suas homilias e confe-rências, quer pela Radio, Televisão e Imprensa Escrita.

Denunciou intrepidamente a fome, quando o desempre-go angustiou dramaticamente muito povo da sua diocese. Denunciou erros, incoerências, hipocrisias e injustiças. De-nunciou a humilhação desumana de ciganos e migrantes, de pobres e sem abrigo.

Livros:1) História de uma Crise - Grito do Bispo de Setúbal,

por Alcídio Torres2) Um Modo de Estar (Bispo de Setúbal) - Edição da

Caritas Diocesana de Setúbal3) Pregões de Esperança - Edição da Caritas de Setúbal)4) Bispo de Setúbal - Um Homem Plural (Biografia - Edi-

torial Notícias), por António Sousa Duarte5) D. Manuel Martins, um Bispo Resignatário, mas não

resignado - (Edição da Caritas de Setúbal)In: diversos internete

A Paróquia da Maia congratula-se com D. Manuel Martins que vive aqui connosco.

AD MULTOS ANNOS

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A MINHA ExPERIêNCIAEu, Ana Rita, tenho o gosto de ser membro do GAM (Grupo

de Acólitos da Maia).Tudo começou quando a minha avó, um dia, numa conversa, me incentivou a ser acólita. Mas o que seria ser um dos acólitos, aqueles meninos vestidos de branco que via to-das as semanas na Eucaristia? As dúvidas persistiam, mas, mesmo assim, arrisquei perguntar aos meus catequistas o que era neces-sário para poder pertencer a esse grupo. Estes, muito prestáveis, integraram-me, de imediato, na Eucaristia desse mesmo dia.A an-siedade quase me dominava, o que não me impediu de disfrutar devidamente desse momento inesquecível. No final, encontrava--me orgulhosa, alimentada pela alegria de missão cumprida. Tinha

mesmo conseguido ser, pelo menos por um dia, uma acólita!

Mas esta participação não parou por aí! A partir desse dia, comecei a participar todas as semanas na Euca-ristia, até hoje, o que me faz sentir re-confortada por servir o Senhor.Gostei muito e tenho, através deste grupo, melhorado a vários níveis: adquiri novos conhecimento, fortaleci a minha fé,…Esta vivência tem trazido benefícios e aprendizagens que continuarão, espero eu, por muito mais tempo.

Ana Rita

Desta vez, nesta rúbrica, decidimos trazer dois objetos muito ligados e que se com-plementam: a caldeirinha e o aspersório, ambos feitos de metal.A caldeirinha, como sa-bemos, é um recipiente litúrgico em forma de vaso, próprio para guardar a água benta.O aspersório é também conhecido por asperge, aspergil ou mesmo hissope, este último, devido a uma planta com o mesmo nome usada, na Antiguidade, para um fim idêntico. É uma espécie de pequeno bastão com uma esfera numa das extremidades, cujo objetivo é o de aspergir a água benta sobre um povo ou objeto. É importante referir que existem

vários modelos, não obstante a utilidade e o significado, equivalentes. Estes objetos litúrgicos são, principalmente utilizados na Tempo Pascal, até Domingo de Pentecostes.

RÚBRICA “OBJETOS LITÚRGICOS”: CALDEIRINHA E ASPERSÓRIO

GAM - Grupo de Acólitos da MAia

CONFERêNCIA VICENTINA

Ser vicentino é viver o ensinamento de Cristo: "Bem aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos Céus".

Pobres em espírito são aqueles que estão sempre prontos a abrir o seu coração a Deus, prontos a aju-dar os semelhantes e com eles partilhar um pouco daquilo que têm.

Ao dirigir-se aos grupos dedicados a avaliar o sofrimento dos pobres, Frederico Ozanam dizia:"Servi os pobres com respeito e delicadeza, sem os humilhar".Tudo o que fazemos aos nossos irmãos pobres ou doentes, é a Deus que o fazemos.

Ser vicentino é antes de tudo uma graça. É a resposta positiva ao chamamento da consciência iluminada pelo Espírito de Amor.A nossa vocação surge em função da angústia sentida ante o espetáculo de miséria do outro ser humano.É reação

espontânea de simpatia pelos que sofrem.Vivemos num mundo mergulhado numa crise sem precedentes.A Sociedade de S.Vicente de Paulo precisa de jovens, de sangue novo para levar por diante esta rede de caridade.JovensLanço-vos um desafio:Sois jovens dinâmicos, entusiastas e quereis viver um mundo melhor.Juntem-se á Sociedade de S.Vicente de Paulo.Descubram a espiritualidade vicentina, uma espiritualidade de ação vivenciada na caridade e na partilha com os pobres.

Porquê ser vicentino

M.P.

FESTA DE S. DANIEL COMBONIA festa de S. Daniel Comboni, que segundo o calendário

litúrgico se celebra a 10 de outubro, este ano realizou-se na comunidade comboniana da Maia a 12 de outubro, segunda-feira, por razões de conveniência. Deste modo, pudemos contar com a presença de alguns párocos e diáconos permanentes da vigara-ria da Maia e de outras pessoas amigas que assim puderam estar presentes. Participaram também neste encontro o P. José Vieira, provincial de Portugal, o P. José Luis, comboniano mexicano e

provincial de Moçambique, o P. Zoli, missionário comboniano do Congo a traba-lhar em Moçambique, as comunidades combonianas da Maia e de Famalicão, as Irmãs Combonianas do Porto, as Seculares Combonianas, o P. Francisco Machado e sua mãe, os noviços que estão a fazer experiência nas comunidades e alguns familiares e amigos dos combonianos. O P. José Vieira falou da experiência do Capítulo, a assembleia geral dos Missionários Combonianos que se realizou em Roma durante o mês de setembro, e mostrou um diaporama muito interessante sobre as atividades do Capítulo. O P. José Luis, provincial de Moçambique, presidiu à Eucaristia em honra de S. Daniel Comboni. Seguiu-se um almoço de confrater-nização que decorreu num ambiente de muita alegria e de família.

P. Dário Balula Chaves, mccj Missionário Comboniano

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FESTA MISSIONáRIA NA MAIA

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No domingo, dia 11 de outubro, realizou-se a Festa Missionária na casa dos Missionários Combonianos na Maia, como é costume fazer todos os anos em outubro. Desta vez, a festa estava programada para o dia 4 de outubro, mas a data teve de ser alterada à últi-ma hora devido às eleicões que foram marcadas também para esse dia. Talvez também por isso e pelo tempo chuvoso que se previa para o dia 11 de outubro,

alguns pensavam que poucas pessoas viriam participar na festa. Mas pelo con-trário, os amigos e colaboradores dos Missionários Combonianos vieram em grande número de muitas paróquias e localidades da diocese do Porto. Até o tempo se assustou e decidiu colaborar com a nossa festa. De facto, contraria-mente às previsões metereológicas, de-pois de uns chuviscos iniciais, a chuva foi-se embora e esteve um dia bonito e agradável para toda a gente.

A festa decorreu num ambiente de alegria e de família. Da parte da manhã, o P. Alberto Vieira, da comunidade de Famalicão, deu o seu testemunho mis-sionário e falou da situação da Igreja em Moçambique, apresentando imagens das situações em que trabalham os missio-nários e contando histórias da sua expe-riência missionária naquele país. Como o salão, em que o P. Alberto falou, estava à cunha, outras pessoas aproveitaram esse tempo para receber o sacramento da confissão ou para participar na tômbola missionária, comprando alguns bilhetes e recebendo bonitos prémios.

Seguiu-se a Eucaristia ao ar livre, presidida pelo P. Francisco Machado que estava de passagem em Portugal para celebrar 25 anos de sacerdócio e que

LEIGA MISSIONáRIA PARTE PARA A áFRICANo domingo, 25 de outubro, reali-

zou-se uma linda Festa de Envio para a Missão da Maria Augusta Pires, na paróquia de Janeiro de Baixo, conce-lho de Pampilhosa da Serra. A Maria Augusta é membro dos Leigos Mis-sionários Combonianos (LMC) e já trabalhou como leiga voluntária nove anos em Moçambique e três anos na República Central Africana (RCA). Agora, depois de alguns anos em Por-tugal para cuidar da sua mãe e para fazer atividade missionária, parte de novo para a RCA, para continuar o trabalho missionário no campo da educação especialmente entre os pig-meus, uma raça escravizada e muito descriminada pelas outras tribos na quele país. Ela está consciente das dificuldades que vai encontrar, pois a República Central Africana (RCA) é um país muito pobre e que está em guerra civil, com muitas mortes de parte a parte, e com muitos desloca-dos que fogem das zonas de guerra e procuram abrigo noutras paragens. É uma situação verdadeiramente dra-mática que a Maria Augusta encara com muita serenidade. Diz ela: “Não tenho receio porque confio em Deus P. Dário Balula Chaves, mccj Missionário Comboniano

P. Dário Balula Chaves, mccj Missionário Comboniano

e sei que Ele cuida de mim. Se me acontecer alguma coisa, não impor-ta, pois eu estou pronta para dar a minha vida pela Missão ao serviço de Deus e dos mais pobres”.

A Eucaristia do domingo foi uma celebração muito bonita e presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio, em que participaram muitos cristãos vindos também de outras paróquias e alguns membros dos Leigos Missio-nários Combonianos.

Gostei muito de passar uns dias a fazer encontros nas comunidades paroquiais, lares e escolas em várias localidades do concelho, em prepara-ção para a festa de envio para a Mis-são. Fui acolhido com muita amizade pelo P. Orlando Henriques, um jovem sacerdote de 31 anos, e pelo P. João, já perto dos seus 80 anos, mas que continua sempre jovem de espírito. Os dois prestam serviço pastoral às paróquias desta região, percorrendo montes e vales, entre curvas e con-tra-curvas, com um zelo apostólico sem limites.

Pampilhosa da Serra é uma re-gião montanhosa de grande beleza natural, cheia de gente boa e amiga

e com muitos cristãos empenhados que amam a Igreja e as suas tradi-ções cristãs. Só me resta agradecer a todos pela amabilidade com que me receberam e pelo bom exemplo que me deram durante os dias que lá pas-sei. Muito obrigado.

já regressou às missões do Gana para continuar o seu trabalho missionário.

Depois do almoço de farnel par-tilhado por todos, houve uma tarde recreativa que foi animada pelo Diogo Moreira, um jovem cantor de freguesia de Gueifães, e pelo rancho Fontineiros da Maia de Águas Santas. E todos par-ticiparam com muita alegria. Ao fim da tarde recreativa, houve um momento de oração missionária, orientado pelo P. Jorge Domingues, e foram sorteados os prémios finais da tômbola.

Só nos resta agradecer de todo o coração a todos os amigos e colabo-radores missionários que vieram das várias localidades da diocese do Por-to, desafiando a chuva e o mau tempo, para participar na festa missionária. Agradecemos também aos jovens, ao coro e a outros amigos que generosa-mente deram o seu tempo e serviço para prepararem a festa. Vamos conti-nuar a animar com espírito missioná-rio as nossas paróquias e comunida-des ao longo deste ano de atividades pastorais. E pronto, já ficamos todos convidados para a próxima festa mis-sionária que terá lugar aqui na Maia a 15 de maio de 2016.

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Há momentos na vida que nos deixam completamente prostrados, tristes, abatidos, sem sabermos o que fazer à vida. O meu amigo partiu silenciosamente sem se despedir de nós. Quando parte alguém de quem gostamos: um fa-miliar, um amigo, ficamos como que desorientados, tristes e, até, de certo modo, desanimados com a vida.

Há dias descobri, cá em casa, no meio de muitos papéis, um texto de Santo Agostinho sobre a morte. Não sei como esta beleza me veio parar às mãos. Vale a pena partilhar, com os leitores, esta pequena maravilha.

A morte não é nada, apenas passei ao outro mundo. Eu sou eu, tu és tu. O que fomos um para o outro, ainda o somos. Dá-me o nome que sempre me deste. Fala-me como sempre me falaste. Não mudes o tom a um triste ou

solene. Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos. Reza, sorri. Pensa em mim. Reza comigo. Que o meu nome se pronuncie em casa como sempre se pronunciou sem ne-nhum ênfase, sem rosto de sombra.

A vida continua significando o que significou: continua sendo o que era. O cordão de união não se quebrou. Por-que eu estaria fora de teus pensamentos, apenas porque estou fora da tua vida?

Não estou longe, somente estou do outro lado do ca-minho.

Já verás: tudo está bem. Redescobrirás o meu coração e nele redescobrirás a ternura mais pura. Seca tuas lágrimas e se me amas, não chores mais!

Santo Agostinho Mário Oliveira

É com atraso que registo o assunto, até porque o assun-to já foi falado. Mas, é minha opinião que o que é bom é para ser falado vezes sem conta.

Foi em outubro que o GAM, o grupo de acólitos desta paróquia se reuniu para momentos de formação, de conví-vio e de oração. Foram momentos de partilha, de alegria e de aprendizagem também.

Houve momentos vividos em grupo e momentos de partilha com os pais. E isso ajuda a que o grupo cresça en-quanto grupo e também enquanto pertencente a uma co-munidade. Dá sentido de responsabilidade e de realização ao grupo e a cada um. Faz brilhar o que cada um tem de

Conceição Dores de Castro

melhor para dar ao grupo e torna-o mais unido e coeso.Como mãe de acólita não pude estar presente, mas foi

bom descobrir as novidades pelo feedback recebido em casa. Foi bom ver a minha acólita chegar a casa contente e satisfeita com o encontro. Foi bom saber que o grupo cresce ao jeito de Jesus. Que tem vontade de fazer mais e melhor. Que tem vontade de dar mais, de ser pertença des-ta comunidade e servi-la cada vez melhor. Será bom ler, cada mês, o jornal da paróquia e conhecer melhor os objetos litúrgicos na respetiva rúbrica escrita pela mão do grupo.

Vamos apoiar este grupo jovem e com jovens - Força GAM, continua a crescer!

PASSAGEM PARA A OUTRA MARGEM

GAM, GRUPO GRANDE – GRANDE GRUPO!

10 ▪ s. miguel da maia

O SENTIDO DA VIDAGosto de pensar nas realidades que amo, gosto de falar

dos sentidos que o diálogo, a reflexão, o sofrimento e a vida me foram revelando, é por esta razão que falo de Deus, da vida, da humanidade e dos amigos. São fundamentalmente estas as realidades que eu amo. Na humanidade encontrei a imagem de Deus, percebi a distorção dos que beijam ima-gens feitas pelo homem e não estão dispostos a amar, es-timar e possibilitar a única imagem que Deus fez de Si; o homem. Percebi que o amor é criador, por ser criador não se esgota na interpersonalidade amorosa, por ser criador, o amor é sempre gerador de possíveis, o amor é plenitude de vida e comunhão.

O Filho entrega ao Pai a criação possibilitada por este, esta entrega é realizada no Espirito Santo, por esta razão o Espirito Santo é difundido para a humanidade. A criação ajudou-me a compreender a comunhão trinitária de Deus, a comunhão trinitária de Deus ajudou-me a compreender como o amor é criador. No homem percebi a cúpula da vida

e o encontro amoroso do criador com a criação, descobri Deus como relações, percebi ainda que o criador inscreve na obra criada características que são suas, por isso as obras criadas pelos homens se distinguem umas das outras. Tudo está marcado com as relações, no ser humano a vida per-sonaliza-se, por isso somos imagem e semelhança de Deus.

Aprendi que Deus é amor por ser comunhão, não é um sujeito absoluto que se ama narcisistamente, isto fez-me compreender que a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa, aprendi que a calda onde a pessoa emerge são as relações, só o amor gera o definitivo.

Compreendi então que os anos da nossa vida se desti-nam a construir uma pessoa que será para sempre, a vida vale na medida em que se vai gastando de modo amoro-so. A humanidade precisa de defensores de Deus e da sua imagem, amar a Deus é também amar a humanidade. Eis o sentido máximo da vida. José Carlos Noval

Ao longo de 26 anos serviu a Igreja da Maia. Foi Sacristão, secretário, alma do Centro Social, Vicentino de alma e coração, Ministro Extraordinário da Comunhão., colaborador do S. Miguel...

SERVIU a sua e nossa comunidade. É bem conhecido de todos. Como Padre e Pároco presto-lhe homenagem. Ele merece. Teve

que de deixar os seus trabalhos, mercê da falta de saúde da sua esposa, D. Glória.

Creio que, após algum temo ocupado na recu-peração da saúde da sua esposa, voltarão a integrar plenamente a comunidade como cristãos empe-nhados no trabalho pastoral.

Aguardamos boas novas. Aceite a gratidão de todos os que nesta Paróquia vivem a começar pelo Pároco.

MANUEL MACHADO

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AS CRISES ALIMENTARES E O ALARMISMO

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A Organização Mundial de Saú-de (OMS) publicou recentemente um relatório que incluía as carnes proces-sadas, tais como o bacon, as salsichas, os enchidos e o presunto, na lista dos produtos cancerígenos. A tónica geral não destoava muito daquilo que é nos-sa percepção comum quando aos ris-cos para a saúde que certos alimentos têm mais do que outros. E alertava, es-pecialmente, para a moderação no seu consumo.

Ora, daí a os jornais e os noticiá-rios ficarem inundados de notícias que punham no mesmo saco os enchidos e outras carnes transformadas e as car-nes vermelhas naturais, foi um ápice. Assim como o sensacionalismo dispa-ratado decolocar os riscos do consu-mo destes produtos ao nível dos riscos inerentes ao consumo do tabaco.

Alarmados com tais notícias, os consumidores retraem-se, muitos fi-cam mesmo em pânico, e o consumo ressente-se fortemente, pelo menos durante algum tempo, com os ineren-

tes impactos negativos na economia.Sabemos que vivemos numa socie-

dade dominada pela tecnologia. Essa tecnologia faz parte inerente da vida das sociedades actuais, tornando mais confortável as nossas vidas. Mas todos sabemos, naturalmente, que a sofistica-ção tecnológica é inseparável do risco. Vários exemplos: a poluição causada pelas emissões de gases com efeito es-tufa dos carros ou dos aviões ; certas tecnologias de conservação dos ali-mentos; efeitos secundários de certos medicamentos; os pesticidas utilizados para controlar as inúmeras pragas que hoje em dia ameaçam as produções agrícolas; os riscos da produção de certas formas de energia, como a ener-gia nuclear; etc.

A lista poderia continuar com de-zenas ou mesmo centenas de exem-plos. O que importa é que estejamos todos conscientes desses riscos. E, sobretudo, do bom uso a dar a esses produtos ou a essas tecnologias.

Ora, o que acontece, é que a nossa imprensa não é capaz de dar uma no-tícia desta natureza sem ser de forma sensacionalista, ameaçadora, catastró-fica mesmo. Quem não se lembra da famosa doença das vacas loucas de há 15 ou 20 anos atrás? Correrem rios de tintas, lincharam-se políticos e di-rigentes na praça pública, anunciou-se

a contaminação e morte de centenas ou milhares de pessoas por transmis-são da doença aos humanos… E afinal o que aconteceu? Aconteceu o que os cientistas e as pessoas informadas já sa-biam. Que a possibilidade dessa trans-missão existe, já era, aliás, conhecida há décadas, mas ocorre muito raramente. E que dizer dos nitrofuranos, ou das gripes aviárias que volta e meia apare-cem na imprensa como sendo capazes de dizimar uns milhões de nós?

Como não vivemos em tempos de censura prévia, temos a obrigação de exigir dos nossos profissionais da infor-mação competência e rigor. Compreen-de-se que quanto mais sensacionalismo houver, mais jornais e noticiários esses órgãos de comunicação social vendem! Mas esta não é uma postura séria na nobilíssima missão de informar. De contrária, as entidades públicas regula-doras devem estar atentas para inter-vir em casos que sejam manifestamente desproporcionados, criando angústia e sofrimento em muitos cidadãos.

Arlindo Cunha

NOTICIAS DOS ESCUTEIROSAo iniciar mais um ano Escutista, quatro dos nossos Caminheiros fizeram a sua Partida, isto é,

chegados ao final do seu percurso pessoal como Caminheiros, deixam o Clã onde permaneceram sob a divisa “SERVIR”, dos 18 aos 22 anos de idade. A Rita, o Ari, o Ricardo e o Cajó foram mere-cedores da Cerimónia da Partida, presidida pelo nosso Assistente, Sr. Padre Domingos, e na qual reconheceram ter os Valores, os conhecimentos e aptidões para serem mais activos na sociedade e capazes de contribuir para um mundo melhor a mais justo. Continuarão no Agrupamento, agora com outras responsabilidades, integrando as Equipas de Animação e dando aos mais novos o que eles próprios aqui receberam. Serão um dia Dirigentes do CNE, ao aceitarem o desafio de serem educadores de crianças e jovens. E assim se vai passando de “mão em mão” este testemunho e

sentido do Escutismo. Oração do “Caminheiro que parte”Senhor, ajudai-me a ser:Bastante homem, para saber temer;Bastante corajoso, para vencer;Bastante sincero, para a Deus conhecer;Bastante humilde, para en Deus acreditar;Bastante rico, para sempre dar;Bastante pobre e bom, para sempre pedir;Bastante enérgico, para sempre exigir;Bastante generoso, para sempre perdoar;Bastante forte, para sempre ajudar;Bastante recto, para sempre guiar;Bastante humano, para sempre amar;Bastante Escuteiro e cristão, para saber viver e saber morrer.Ámen.

Por uma Juventude Melhor - Palmira Santos

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O APELO A UMA ESPIRITUALIDADE ECOLÓGICA EM “LAUDATE SI”

12 ▪ s. miguel da maia

Prosseguindo uma análise atenta da mais recente encí-clica do Papa Francisco, e depois de na edição anterior do S. Miguel, ter afastado as tentativas de amarrar o seu lúcido entendimento apostólico, a posições políticas de organiza-ções ambientalistas marcadas por um certo extremismo. Tentativas que como bem compreendemos, são iniciativas-mal-intencionadas, para tentar desacreditar a palavra do Santo Padre e descredibilizar a sua intervenção pública.

Nós, católicos, temos a obrigação moral de aportar a mensagem que o Papa afirmou, com um esclarecido desas-sombro, diante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que na sua essência, teve por base precisamente a encíclica “Lau-date Si”.

A compreensão sensível da sua mensagem está ao al-cance de todos, pois como é seu apanágio, o Papa Francisco, escolhe sempre as palavras mais simples e o modo mais próximo de as exprimir.

Inspiradono modelo de S. Francisco de Assis, o Papa pro-põe que aprendamos com ele – “…como são inseparáveis a preocupação pela natureza, a justiça para com os pobres, o empenhamento na sociedade e a paz interior”.

Chamando-nos à razão, para nos ajudar a olhar o Plane-ta como a nossa Casa Comum, chama-nos também à aten-ção, para uma preocupante realidade, referindo-se a uma casa poluída.

Enfrentando corajosamente o problema, e digo corajo-samente porque tem-no feito em grandes fóruns interna-cionais, mesmo diante interesses poderosos que não olham a meios para alcançar os seus fins, o Papa, com a autorida-de que lhe assiste, não só por ser o Sumo Pontífice, mas também por estar suportado por uma verdade com funda-mentos que advêm da realidade que está diante os nossos olhos, e igualmente pelas conclusões de inúmeros estudos científicos, vai, sem rodeios, directo ao gravíssimo problema dos - “…poluentes atmosféricos que provocam milhões de mortes prematuras, em particular entre os mais pobres; e também a poluição causada pelos fumos da indústria, pe-las descargas, pelos pesticidas, pelos resíduos. A terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num imenso de-pósito de lixo…”.

Deitando mão de um consistente consenso científico, o Santo Padre explica: - “…que estamos perante um pre-

ocupante aquecimento do sistema climático, devido, na sua maioria, à grande concentração de gases com efeito de es-tufa. A humanidade deve tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater este aquecimento…”.

A este respeito acrescenta ainda o preocupante – “…desgelo das calotes polares e dos glaciares, a par da per-da das florestas tropicais. Os impactos mais sérios recairão, nas próximas décadas, sobre os países em vias de desen-volvimento. Por isso tornou-se urgente e imperioso o de-senvolvimento de políticas capazes de fazer com que, nos próximos anos, a emissão de Co2 e outros gases altamente poluentes se reduza drasticamente…”.

Depois deste significativo, mas também muito simbólico alerta do Papa francisco, é importante meditarmos na res-ponsabilidade que cabe a cada um de nós, no que respeita à alteração do nosso modo de vida, e a uma adopção de hábi-tos, atitudes e comportamentos coerentes e consequentes com este verdadeiro apelo a uma espiritualidade ecológica, no que isso implica de consciência da Casa Comum que é o nosso Planeta.

Se é certo que a missão dos líderes das nações e das instituições internacionais é porventura a mais determinan-te, para que se operem as mudanças imprescindíveis, não é menos certo que a missão de cada um de nós, na família, no local de trabalho, e na nossa comunidade, também assume um papel essencial na difusão dos valores a que alude o San-to Padre na sua carta “Laudate Si”. Victor Dias

A IGREJA PERANTE A CREMAÇÃO Cada vez é maior o número dos portugueses que op-

-tam pela cremação do próprio cadáver e que decidem a cremação do cadáver dos seus entes-queridos. Será esta preferência compatível com a fé e a doutrina católica?

A resposta é breve e clara: 1. A Igreja não proíbe que os seus fiéis escolham a inci-

neração do corpo dos defuntos a não ser que essa opção se faça por motivos contrários à fé cristã.

2. A Igreja prefere e recomenda a prática tradicional da sepultura dos cadáveres dos defuntos.

O Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia explica esta preferência:

«Afastando-se do sentido da mumificação, do embal-sa-mamento ou, mesmo, da cremação – nas quais se oculta, por vezes, a conceção de que a morte marca a destruição total do homem –, a piedade cristã assumiu a inumação como modelo de sepultura para o fiel. De facto, por um lado, re-corda a terra de onde o homem foi tirado (cf. Gn 2, 6) e à

qual re-torna (cf. Gn 3, 19; Sir 17, 1); por outro lado, evoca a sepultura de Jesus, grão de trigo que, lançado à terra, pro-duziu muito fruto (cf. Jo 12, 24)» (n. 254).

Em resumo, são dois os motivos principais da preferên-cia da Igreja pela inumação:

a) O exemplo de Cristo, que foi sepultado, e que inter-pretou o sentido da sua própria morte com a metáfora do grão de trigo lançado à terra; lê-se no Ritual das Exéquias: “o costume tradicional de sepultar os corpos dos cristãos imita melhor a sepultura do Senhor” (n. 149).

b) O apreço pelo corpo humano dos fiéis: santificado pela água do Batismo, ungido com o óleo santo, alimentado com o Sacramento do Corpo e Sangue do Senhor. Por isso, na Liturgia da Igreja presta-se homenagem ao corpo huma-no, mesmo já cadáver. Pense--se, por exemplo, nos ritos de aspersão e de incensação com que se honra o corpo do defunto que foi templo do Espírito Santo (cf. 1 Cor 3, 16-17; 6, 16). In Paróquia Viva Ermezinde

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s. miguel da maia ▪ 13

40º ANIVERSáRIO DA COOPERATIVA AGRíCOLA DA MAIA

SíNODO SOBRE A FAMíLIA: CAMINHAR JUNTOS PARA DISCERNIR

A Cooperativa Agrícola da Maia celebrou, no pas-sado dia 25 os quarenta anos de vida. Porque os que a ela presidem e dela são membros, quiseram celebrar, na Paróquia da Maia, a Eucaristia de acção de graças às 11h00 e na Igreja de Nossa Senhora da Maia. Bo-nitos arranjos florais emolduraram a Igreja. À entrada da Igreja os arranjos, com frutos agrícolas, faziam a todos olhar para os campos que os produziram. Houve solenidade e gratidão, pois tudo vem Deus. O lavrador cuida os campos, semeia, mas não faz germinar, quer durma quer esteja desperto.

O Ofertório foi de muito significado. Os produtos

das terras da Maia, os utensílios agrícolas (em minia-tura) e um pequeno porquinho de raça bísara, foram levados ao altar. Os lavradores foram generosos.

Após a Eucaristia o grupo encaminhou-se para Gemunde para o Almoço. Lá foi homenageado o sr. José Torres que ao longo de todos os anos tem sido a verdadeira alavanca de tudo quanto à Cooperativa diz respeito. A Direção da Cooperativa soube fazer esta justa homenagem e a dos sócios fundadores.

O S. Miguel da Maia louva a Cooperativa, na pessoa do seu Director Américo Soares.

O Sínodo dos Bispos concluiu no passado fim-de-semana, nos dias 24 e 25 de outubro, os seus trabalhos sobre “a vocação e a missão da Família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Recor-damos neste “Sal da Terra, Luz do Mundo” o essencial da informa-ção produzida e publicada nesses dias.

Esta foi a última semana do Sínodo sobre a Família. Os der-radeiros momentos desta importante reunião dos bispos foram vividos no Vaticano em busca de caminhos pastorais para afirmar a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contempo-râneo....

Relatório Final: consenso e discernimento espiritualLuz na escuridão do mundo – é assim que o Relatório Final

do Sínodo define a família, num texto que se apresenta com uma atitude positiva e acolhedora, onde é reafirmada a doutrina da in-dissolubilidade matrimonial. Contudo, para as situações de maior complexidade familiar é recomendado o discernimentos dos Pas-tores e uma análise em que a ‘misericórdia’ não seja negada a ninguém.

Valorização da mulher, acolhimento de pessoas homossexuais, tutela das crianças, defesa da vida, idosos, pessoas com necessida-de especiais, preparação para o matrimónio e acompanhamento dos casais e famílias são alguns dos temas abordados pelo Relató-rio Final do Sínodo dos Bispos sobre a Família.

....O caminho a percorrer com o Povo de Deus no âmbito da

família tem agora um impulso maior para a procura de caminhos de reconciliação, exame de consciência e, como nos propõe a lin-guagem sinodal: caminhos de “discernimento espiritual”.

Em declarações à Agência Ecclesia o Cardeal Raymundo Da-masceno de Assis, arcebispo da Aparecida no Brasil e presidente--delegado deste Sínodo sobre a Família, falou sobre a importância do “discernimento espiritual” afirmando mesmo que esse “cami-

nho de discernimento” proposto aos divorciados recasados po-derá levar, em casos pontuais, à admissão dos mesmos à Confissão e à Comunhão.

Mensagem do Papa: para continuar a “caminhar juntos”Entretanto, importante momento deste final de Sínodo foi a

intervenção do Papa Francisco com uma mensagem em que real-çou a importância de defender o homem e não as ideias, defender o espírito e não a letra da doutrina....Muitas as respostas encon-tradas pelo Santo Padre para completar o significado do Sínodo: a importância do matrimónio, escutar as vozes das famílias e dos pastores, olhar e ler a realidade, testemunhar o Evangelho como fonte viva de novidade eterna, afirmar a Igreja como sendo dos pobres e dos pecadores e abrir horizontes para difundir a liber-dade dos Filhos de Deus.

Em particular, o Papa Francisco considerou que a experiência do Sínodo fez compreender melhor que defender a doutrina é defender o seu espírito e o homem em vez de ideias:

“A experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor tam-bém que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão.”

Francisco recordou Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI e no final do seu intenso discurso afirmou que “para a Igreja, encerrar o Sínodo significa voltar realmente a «caminhar juntos» para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia Deus!”

Caminhar juntos para discernir é a fase seguinte de um pro-cesso pós-sinodal que procura lançar uma nova abordagem pas-toral para as famílias,

In Eclesia -Sal da Terra, Luz do Mundo na Rádio Vaticano em língua portuguesa

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Paula Isabel

Ao celebrarmos o Dia de Todos os Santos, penso que a mensagem da Igreja não poderia ser outra que não o convite à santidade. Cada um de nós é convidado a ser santo. A viver a vida com amor, usando-a como um bem que contagia os que nos rodeiam e dissemina amor, alegria, confiança, sem esquecer que os limites impostos pela humanidade de cada um, torna-nos permeável ao medo, à preguiça, ao egoísmo e à indiferença. Saber contornar ou ultrapassar esses limites é, com toda a certeza, uma ação manifestamente corajosa.

Dado que a Igreja tem um acervo enorme de santos, assim considerados por tão diferentes e variados motivos, decidi ler um pouquinho mais sobre isso e procurar um santo venerado, em novembro, mas, menos “conhecido”.

Os primeiros santos cristãos foram aqueles que diretamente estiveram envolvidos com a vida e ministério de Cristo, como os elementos da Sua família e os primeiros discípulos.

Com a disseminação do cristianismo e a consequente perseguição imperial, muitos dos santos são-no em resultado do seu martírio.

A declaração do cristianismo a religião oficial do Império romano trouxe uma nova categoria e o destaque vai para aqueles que tiveram um papel relevante no desenvolvimento, expansão e consolidação da Igreja. Assim, muitos destes santos são teólogos, bispos ou arcebispos.

Henrique António Carvalho

O CAMINhO E O DESTINOA SANTIDADE

14 ▪ s. miguel da maia

O PAPA DA ESPERANÇA

Quantas vezes a nossa vida Tem passagens por portas estreitasSerá porque assim tinha de serOu por fazermos coisas mal feitas?-É porque só se faz o caminho De acordo com nosso destino!

Mas a vida é feita de projetosE programas a longa distânciaFazemos planos para a vidaDesde os tempos da nossa infância.-Mas atenção. Só se faz o caminhoDe acordo com o nosso destino!

Faço um plano para o meu diaDepois sinto quanto é alteradoHá sempre interferências externasQue alteram o que está programado.-E aí sinto que o meu caminho……Foi de acordo com o meu destino!

Nunca esperamos coisas másE às vezes surge uma quedaNão programamos o piorE somos envolvidos numa perda-De íntimos, cujos o seu caminhoChegou ao fim do seu destino!

Ninguém espera um sofrimentoE de repente, surge uma dorQuantas vezes por um mal físicoÓ! Quantas vezes por amor!-Escolhos que estão no caminhoAtravessados no nosso destino!

Nascemos, sem saber se a vidaVai ser curta. Ou prolongadaCrescemos, esperando tudoAo partirmos… Levamos nada.-Feliz de quem fez seu caminhoEm direção a um bom destino!

Estamos no mês da saudadePor aqueles que já partiramDestinos que todos tiveramCaminhos que todos seguiram-A paz esteja nos seus destinosE a Luz nos nossos caminhos

S. Martinho pegou na capaE deu metade a um pedinteFicaram os dois protegidosNa caminhada seguinte!?-Do belo gesto de S. MartinhoSer Santo foi seu destino!

(Memória.)Numa celebração de beleza eloquenteNo passado domingo homenageamosOs agricultores e a cooperativa da MaiaPela comemoração dos quarenta anos.

(Homenagem.) Parabéns Senhor D. Manuel MartinsHomenageado há dias em SetúbalPrimeiro prelado daquela dioceseE reconhecido em todo o Portugal.

Maria Lúcia

O Papa Francisco quer visitar a República Centro-Africana nos dias vinte e nove e trinta deste mês de novembro. Esta notícia é aguardada por este país como um sinal de es-perança. Tal como o Papa Francis-co quer que aconteça quando “dá prioridade às periferias da existên-cia” como destino das suas viagens apostólicas.

Este país encontra-se no meio de vários conflitos. Em duas sema-nas, quarenta mil pessoas foram obrigadas a sair das suas próprias casas e procurar refúgio em igrejas, conventos e campos de desalojados.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre,- cuja missão é “procurar que a Igreja em geral esteja informada sobre a Igreja perseguida e que esta última tenha con-dições para realizar a sua missão de evangelização e esforça-se por responder aos apelos numerosos e urgentes que lhe chegam a todo o momento” e de todo o mundo onde houver cristãos perseguidos e em sofrimento, - já comu-nicou que vários centros de ajuda humanitária sofrem saques, o que agrava a crise que se vive. É com expectativa que todos aguardamos esta viagem.

Assim, o Papa Francisco é um sinal de esperança no mundo, para crentes e não crentes.

O S. Miguel da Maia saúda o senhor Bispo D. João Lavrador que, tendo sido Bispo Auxiliar do Porto, foi nomeado Bispo Coadjutor de Angra do heroís-mo, Açores. Que Nossa Senho-ra do Bom Despacho e da Maia o abençoem na sua bela, extra-ordinária e exigente Missão.

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OFERTAS - ESTÁTUA DE SÃO JOÃO PAULO II

Rita + António Santos (Bodas de Prata) .................................. 30,00

A Transportar ..............................................................20.310,00

s. miguel da maia ▪ 15

Quem desejar fazer a sua dádiva (oferta) para o LAR DE NAZARÉ, por transferência bancária, pode fazê-lo usando o Balcão da Caixa do Crédito Agrícola (Maia), NIB 0045 1441 40240799373 19 ou entregar nos Car-tórios Paroquiais. A Obra é nossa .

Após a transferência indique-nos o NIC para lhe passarmos o Recibo para apresentar na Decl. do IRS.

IGREJAS DE Nª Sª DO BOM DESPACHO E DE Nª Sª DA MAIA

E OBRAS PAROQUIAISEm Outubro recebeu-se

CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL da MAIA - LAR DE NAZARÉ

OFERTAS - SETEMBROTransporte.............................................................420.225,49

Setembro -3º Domingo 560,94; Ofertório para as Missões 709,73; Vários 557,81; Sagrada Família (Cartório) 42,46; Cofre Santuário: S. Gonçalo e S. Francisco 0,20; Anjo da Guarda 6,90;S. Miguel e S. João 6,20; SS. Sacramento 21,20;Obras 0,10; S.José e MeninoJesus de Praga 0,10; S.Lourençoe S.Sebastião 1,00; S. Roque,5,00; SagradoCoração de Jesus 6,90;NªSª do Bom Despacho (Sacristia)72,10; Santuário53,80; Santa Teresinha e Santa Bárbara 3,60; Acção Social-0,50;Santo António24,60;Almas;13,80;Nossa Senhora de Fátima- 22,70; NªSenhora da Assunção17,10 Cofre da Capela dos Passos: Senhor dos Passos 15,80; Senhor dos Amarrados 16,80; Nossa Senhora das Dores 5,10; Santa Eufémia e S. Frutuoso 3,90;Acção Social 2,80; Obras 1,90;

3517 - Por Maria Joaquiina Barros................................................15,003518 - Elisa Azevedo........................................................................10,003519 - Maria Rosa Soares...............................................................10,003520 - Manuel Vale.............................................................................10,003521 - Guido Ferreira da Silva...................................................... 10,003522- Por Maria Joaquina Barros..................................................10,00 A Transportar .............................................................65,00

O LAR DE NAZARÉ

Tendo em conta a devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho e a Nossa Senhora da Maia, fizemos várias peças que poderá adquirir nos cartórios das duas Igrejas:

PINS: Nossa Senhora do Bom Despacho; Nos sa senhora da Maia; S. Miguel Arcanjo.MEDALhAS : pequenas e com guarnição: NªSª do Bom Despacho Nª Senhora da Maia; S. Miguel (algumas duas faces);PORTA-ChAVES: Nª Sª do Bom Despacho; NºSª da Maia; S. Miguel (2 faces)TERÇOS: várias cores ; com a imagem de NªSª do Bom Despacho e da Maia e a Cruz da Igreja de Nossa Senhora da Maia.CATECISMO DA DOUTRINA CRISTÃBÍBLIA SAGRADAMedalhões alusivos à Dedicação; Coroação de NªSª como Padroeira do Concelho da Maia e Decreto da Declaração de Santuário Mariano, plo Senhor D. Armindo e pela Igreja.

ESTES ARTIGOS RELIGIOSOS ESTÃO Á VENDA NOS CARTÓRIOS DAS NOSSAS IGREJAS.

ARTIGOS RELIGIOSOS DAS NOSSAS IGREJAS

Côngrua ParoquialDesigna-se côngrua paroquial a tradição cristã paroquial e dever moral e religioso do crente contribuir financeiramente para a honesta e digna sustentação do seu pároco. O Pároco não tem ordenado. há na Maia quem nunca cumpriu este dever. Pode entregá-la nos Cartórios Paroquiais ou entregar ao Pároco. Tudo fica registado na ficha pessoal (família).

A bela construção que a Paróquia construiu para ser espaço de todas as actividades Paroquiais vai sen-do espaço de muitas realizações.: catequese, formação, encontros de jovens e adultos, comissão de festas, reu-niões vicariais de leigos e Padres... Sabemos que os espaços ainda vão ser poucos paran o muito que se sonha e se quer. No Lar há também espaço para ser Centro de Dia dos "reformados"; O nome de Lar de Nazaré é um desejo, que em todos está presente, de ser um pequeno espaço onde se espelha o que apre-demos da Sagrada Família de Nazaré.

Os responsáveis da Direcção do Lar estão a fazer todos os esforços para que as portas e as janelas do Lar, propriedade da Paróquia da Maia, se abram de par

em par. Já muito se andou. Embreve dar-se-ão notícias de muito agrado de todos e para todos.

Um dia, a respeito duma obra para os outros, ouvi um dos responsáveis diqer que a comparava como uma bar-ragem que iria permitir o funcionamento de turbinas que iriam produzir a energia que a todas as casas iria chegar.

Ao olhar para o Lar, vem-me muitas vezes ao pensa-mento o que li, e leio, no livro "O Principezinho": "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos".

Quem nada fez ou até tentou fazer com nada se fizesse, não pode sentir este olhar novo que o coração ,onde está Deus, faz ver.

Como é que se conseguiu erguer este epaço que mar-ca a cidade onde estamos, pois é uma obra emblemática que não se consegue explicar e sentir só vendo-a por fora.

Foram muitos os que acompanharam desde o sonho , até á relaidade bem visível. É uma lição viva que os pais dão aos filhos dizendo: "Ajudei", colaborei, incentivei".

A quem a quiser ver, por dentro, pode "bater á porta" e ficará entusiasmado.

É um legado que também vai ficar para os vindou-ros como fruto do trabalho de muitos. É fruto que dirá muito da fé que nos uniu ao Senhor Jesus e a Nossa Senhora da maia e do Bom Despacho.

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Luís Fardilha

Pela Cidade...A situação política que vive-

mos por estes dias é singular: estamos num parêntesis, um momento de suspensão entre uma realidade apenas virtual e outra que ainda não é, e que em boa verdade ninguém sabe como vai ser. Navegamos em piloto automático, esperando que não surjam imprevistos no percurso a exigirem decisões prontas e determinadas. A vida política vai seguindo o seu curso, aparentemente alheia a

necessidades e urgências imediatas, como se não houvesse ontem nem amanhã, apenas este hoje longamente arras-tado e sem limite. Começa a instaurar-se a sensação de que estamos a viver um tempo fora do tempo, alienado e vagamente ameaçador.

Neste intervalo entre dois tempos, talvez seja adequado pensarmos um pouco sobre o lugar a que chegámos depois dos últimos quatro anos, tão atribulados e condicionados por circunstâncias que, pelo menos em parte, nos foram impostas do exterior. Ninguém ignora que a situação financeira do país teve um fortíssimo impacto no modo como os diferentes sectores da nossa sociedade foram geridos. O caso da Educação e Ciência é disso um exemplo flagrante. Só nos dois últimos anos (2014 e 2015), o orça-mento do Ministério respectivo acumulou uma redução do orçamento disponível superior a mil milhões de euros: ultrapassou os 300 milhões em 2014 e ficou acima dos 700 milhões em 2015.

Por outro lado, a constante baixa da natalidade registada ao longo dos últimos cinquenta anos (em 1960 nasciam 24,1 crianças por cada 1000 habitantes, enquanto em 2014 nasceram apenas 7,9 crianças por mil habitantes) confrontou o país com a necessidade de ajustar a rede nacional de ensino a esta forte diminuição da população em idade escolar. Há menos crianças, e esta situação não vai inverter-se nos tempos mais próximos. O processo de encerramento de escolas do 1º ciclo do ensino básico atingiu todos os municípios e tornou-se a face mais visível de uma reordenação da rede escolar que passou ainda pela concentração dos estabelecimentos de ensino em agrupamentos e outras medidas de gestão que fizeram sentir o seu impacto mais forte ao nível local.

Embora com uma visibilidade menor, o ensino superior também foi atingido pelas novas realidades apontadas nos parágrafos anteriores. Entre 2005 e 2013 as universidades públicas viram as transferências do Orçamento do Estado

diminuídas em 200 milhões de euros, enquanto o número de estudantes matriculados neste nível de ensino passou de 400831 no ano de 2003, para 349658 em 2015, ou seja, verificou-se uma redução superior a 50000 alunos, a qual irá previsivelmente aumentar nos próximos anos.

Aqui chegados, podemos perguntar-nos como foi pos-sível que até hoje ainda não tivesse havido uma tentativa de acordo entre as diversas forças políticas e sociais para preparar uma reforma do nosso sistema de ensino que atingisse todos os níveis e sub-sectores. Parece incom-preensível que os responsáveis políticos e as restantes forças sociais com intervenção neste domínio se tenham ocupado na última década com pequenas lutas de interes-ses particulares, partidários ou sindicais, ignorando que a fase de expansão que caracterizou o sector do ensino em Portugal a partir da década de 70 do século passado já lá vai e é indispensável repensar as estratégias que foram estabelecidas nessas circunstâncias.

Em vez de fazerem do sector educativo um campo privilegiado da luta partidária e sindical, seria de esperar que se criassem consensos e estabelecessem princípios orientadores para as próximas décadas, tendo em conta a realidade actual da sociedade portuguesa. Deixando de tomar as medidas avulsas com que se tem vindo a tentar responder a cada dificuldade que surge, acrescentando remendos novos num tecido que já tinha sido muito re-mendado pelos governos precedentes, seria de esperar que se pusesse em marcha uma iniciativa conjunta para repensar na sua globalidade o ensino em Portugal, desde o pré-escolar ao superior, com a elaboração de uma nova Lei de Bases ou um instrumento orientador equivalente, a vigorar sem alterações nos próximos 20 ou 30 anos, independentemente da cor partidária que venha a ter o ministro do sector.

Esta tem de ser a hora – e já é tarde – para fazer um balanço de tudo o que aconteceu ao longo dos últimos 40 anos no ensino em Portugal, com o muito de bom que foi conseguido, mas também com as experiências fracas-sadas ou as soluções ultrapassadas que foram entretanto ensaiadas. Com base nessa experiência, tendo em conta a realidade actual e a que é previsível para as próximas décadas, o país tem de se pôr de acordo para instaurar um sistema de ensino que possa pagar e que se ajuste à nova realidade demográfica, mas que esteja também em condições de responder positivamente aos desafios que a nossa sociedade vai enfrentar no futuro próximo.

Será possível consegui-lo, mesmo na situação de bi--polarização política radicalizada que se vive? É uma missão que, infelizmente para todos, se augura quase impossível…

ÉPOCA DE BALANÇO

16 ▪ s. miguel da maia

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s. miguel da maia ▪ boletim de informação paroquial publicação mensal ▪ propriedade da fábrica da igreja paroquial da maia

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NoVembro 2015

aNo xxViNº 286

correspoNdeNtes

Vários (eventuais)

composição

José Tomé