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SÚMULA N. 159
O benefício acidentário, no caso de contribuinte que perceba remuneração
variável, deve ser calculado com base na média aritmética dos últimos doze
meses de contribuição.
Referências:
Lei n. 6.367/1976, art. 5º, § 4º, I e II.
Lei n. 8.213/1991, art. 30.
Precedentes:
EREsp 50.722-SP (CE, 09.03.1995 – DJ 27.03.1995)
EREsp 53.423-SP (CE, 08.06.1995 – DJ 21.08.1995)
REsp 43.787-SP (5ª T, 29.11.1995 – DJ 05.02.1996)
REsp 60.790-SP (6ª T, 31.10.1995 – DJ 12.02.1996)
REsp 69.177-SP (5ª T, 13.09.1995 – DJ 09.10.1995)
Corte Especial, em 15.05.1996
DJ 27.05.1996, p. 18.030
RECURSO ESPECIAL N. 43.787-SP (94.0003550-0)
Relator: Ministro Cid Flaquer Scartezzini
Recorrente: Instituto Nacional de Seguro Social - INSS
Advogado: João Durce
Recorrido: Luiz Carlos da Silva
Advogado: Edgard da Silva Leme
EMENTA
Previdenciário. Revisão de benefício acidentário. Trabalhador avulso. Remuneração variável. Cálculo.
- Em se tratando de trabalhador avulso e de remuneração variável, o valor do auxílio acidentário deve ser calculado com base na média salarial dos últimos doze meses.
- Precedente.
- Recurso provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso e lhe dar provimento, nos termos do voto do Ministro Relator. Votaram com o Relator os Srs. Ministros Edson Vidigal e José Dantas. Ausente, justifi cadamente, o Ministro Assis Toledo.
Brasília (DF), 29 de novembro de 1995 (data do julgamento).
Ministro Edson Vidigal, Presidente
Ministro Flaquer Scartezzini, Relator
DJ 05.02.1996
RELATÓRIO
O Sr. Ministro Cid Flaquer Scartezzini: A Quarta Câmara do Segundo
Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo, às fl s. 102-104, confi rmou
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
276
sentença de fl s. 61-62, que julgou procedente ação acidentária intentada por
Luiz Carlos da Silva contra o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
objetivando o reconhecimento do direito à percepção do auxílio-doença
acidentário, previsto na Lei n. 6.367/1976, calculado com base no salário de
contribuição do dia do afastamento, ou seja, do acidente, porque trabalhador
com remuneração variável.
Inconformado, o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, interpõe
recurso especial, com espeque no art. 105, III, a, da Constituição Federal,
sob alegação de ofensa aos artigos 5°, § 4°, da Lei n. 6.367/1976. Sustenta
que, tratando-se de trabalhador que percebe remuneração variável, o valor do
benefício deve se basear na média aritmética dos doze maiores salários, dentre
os existentes nos últimos dezoito meses, nos termos da legislação supra-citada
(fl s. 106-107).
Após contra-razões (fl s. 114-122) e admissão do recurso (fl s. 156), subiram
os autos, vindo-me conclusos.
É o relatório.
VOTO
O Sr. Ministro Cid Flaquer Scartezzini (Relator): Sr. Presidente, discute-
se nos presentes autos, o critério a ser aplicado para determinar o valor do
benefício acidentário do trabalhador avulso, com remuneração variável.
O art. 5° da Lei n. 6.367/1976 estabelece, como regra geral, que os
benefícios acidentários ali previstos serão calculados com base no salário de
contribuição vigente no dia do acidente.
Todavia, o § 4°, inciso I e II, do mesmo dispositivo legal, regulamentou
expressamente a situação dos empregados avulsos e de remuneração variável,
estabelecendo critério diferenciado que leva em conta a média aritmética das
contribuições pretéritas.
A eg. Corte Especial, interpretando o dispositivo do § 4° do artigo 5° retro
transcrito, posicionou-se pela média salarial dos últimos doze meses, censurando
a adoção de critério diverso para o cálculo do benefício.
Neste sentido, decidiu:
SÚMULAS - PRECEDENTES
RSSTJ, a. 4, (11): 271-288, agosto 2010 277
Acidente do trabalho. Benefícios. Remuneração variável. Salário de contribuição.
- Consoante decidiu a Corte Especial, “na remuneração variável, o benefício deve ser calculado com base na média aritmética dos últimos salários de contribuição”.
- EDREsp n. 50.722-1-SP.
- Embargos rejeitados. (EREsp n. 52.722-2-SP, Rel. Min. Américo Luz, DJ de 09.10.1995).
Da mesma forma, vem entendendo esta Turma:
Previdenciário. Benefício acidentário.
- Remuneração variável. Censurabilidade da decisão que dá por base dos proventos outros dados que não a média salarial dos últimos doze meses (Lei n. 6.367/1976, art. 5°, § 4°).
(REsp n. 69.177-SP, Rel. Min. José Dantas, DJ 09.10.1995).
Com estas considerações, dou provimento ao recurso.
É como voto.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL N. 50.722-SP (95.001025-9)
Relator: Ministro Garcia Vieira
Embargante: Ronaldo Olinto Saldanha
Embargado: Instituto Nacional de Seguro Social - INSS
Advogados: Edgard da Silva Leme
Rogério Blanco Peres e outros
EMENTA
Acidente do trabalho. Benefícios. Média salarial.
Na remuneração variável, o benefício deve ser calculado com
base na média aritmética dos últimos salários de contribuição.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
278
Inexiste lei determinando ser o benefício, em se tratando de
remuneração variável, calculado com base no salário de contribuição
do empregado, vigente no dia do acidente.
Embargos rejeitados.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Exmos. Srs. Ministros
da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos
e das notas taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, conhecer dos embargos
de divergência mas os rejeitar, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Votaram com o relator os Exmos. Srs. Ministros Waldemar Zveiter, Fontes de
Alencar, Peçanha Martins, Demócrito Reinaldo, José Dantas, Antônio Torreão
Braz, Bueno de Souza, Américo Luz, Antônio de Pádua Ribeiro, Cid Flaquer
Scartezzini, Jesus Costa Lima, Costa Leite, Nilson Naves e Assis Toledo.
Ausentes, justificadamente, os Exmos. Srs. Ministros Luiz Vicente
Cernicchiaro, Hélio Mosimann, Eduardo Ribeiro e José de Jesus Filho.
Ausente, ocasionalmente, o Exmo. Sr. Ministro Edson Vidigal.
Brasília (DF), 09 de março de 1995 (data do julgamento).
Ministro William Patterson, Presidente
Ministro Garcia Vieira, Relator
DJ 27.03.1995
RELATÓRIO
O Sr. Ministro Garcia Vieira: - Ronaldo Olinto Saldanha (fl s. 118-127)
interpõe embargos de divergência, fundado na Lei n. 8.038/1990, artigo 29,
por divergência do venerando acórdão com julgados da Primeira, Quinta e
Sexta Turmas, aduzindo ser de ação de revisão de benefi cio acidentário de
obreiro com remuneração toda ele variável, o presente caso, cuja sentença,
aplicando o artigo 5º, parágrafo 4º, incisos I e II da Lei n. 6.367/1976, mandou
fosse aplicado no cálculo do valor do benefício, o salário do dia do acidente
ou do afastamento, porque o critério da média aritmética mostrou-se lesivo e
prejudicial ao segurado.
SÚMULAS - PRECEDENTES
RSSTJ, a. 4, (11): 271-288, agosto 2010 279
Os acórdãos estão às fl s. 128-160.
Admitidos os embargos (fl s. 162).
O Instituto Nacional de Seguro Social (fl s. 164-170) lançou impugnação.
É o relatório.
VOTO
O Sr. Ministro Garcia Vieira (Relator): Sr. Presidente: - Entendeu o
venerando acórdão embargado que, em se tratando de remuneração variável,
o benefício acidentário deve ser calculado com a média salarial dos últimos
doze meses (fls. 113-116). Enquanto os paradigmas (fls. 132-146 e 151-
160) decidiram que referido benefício deve ser calculado com base no salário
contribuição da data do acidente.
Comprovada a divergência, conheço dos presentes embargos.
A questão é controvertida, mas a meu ver, parece-me estar com a razão
o venerando acórdão embargado, proferido pela egrégia Quinta Turma, no
Recurso Especial n. 50.722-7-SP, Relator o eminente Ministro José Dantas.
Este entendimento encontra sólido apoio no parágrafo 4º, do artigo 5º da Lei n.
6.367, de 19 de outubro de 1976 e artigo 30 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de
1991. Determina o primeiro (parágrafo 4º, do artigo 5º da Lei n. 6.367/1976)
que:
No caso de empregado de remuneração variável e de trabalhador avulso, o valor dos benefícios de que trata este artigo, respeitado o percentual previsto no seu item I, será calculado com base na média aritmética:
I - dos 12 (doze) maiores salários de contribuição apurados em período não superior a 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores ao acidente, se o segurado contar, nele, mais de 12 (doze) contribuições;
II - dos salários-de-contribuição compreendidos nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do acidente ou no período de que trata o item I, conforme for mais vantajoso, se o segurado contar 12 (doze), ou menos contribuições nesse período.
No mesmo sentido, o disposto no artigo 30 da Lei n. 8.213/1991.
Ambos estes dispositivos legais determinam, expressa e claramente que,
em se tratando de remuneração variável, o benefício deve ser calculado com
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
280
base na média aritmética dos últimos salários de contribuição e não pelo valor
do salário do dia do acidente. Mesmo imbuído das melhores intenções, não
pode o julgador decidir frontalmente contra a lei, principalmente como no
caso vertente, onde estamos diante de norma clara que não necessita sequer de
interpretação. Não existe lei nenhuma que determine seja o benefício, em se
tratando de remuneração variável, calculado com base no salário de contribuição
do empregado, vigente no dia do acidente. Neste sentido os Recursos Especiais
n. 5.709-SP, DJ de 20.05.1991, Primeira Turma, Relator o eminente Ministro
Pedro Acioli (docs. de fl s. 171-176) e n. 7.349-SP, DJ de 06.05.1991, do qual fui
relator (docs. de fl s. 177-181).
Rejeito os embargos.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL N. 53.423-SP (95.0001028-3)
Relator: Ministro Hélio Mosimann
Embargante: José Antonio de Moraes
Advogado: Edgard da Silva Leme e outro
Embargado: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
Advogado: Maria Teresa Ferreira Cahali e outros
EMENTA
Embargos de divergência. Acidente do trabalho. Remuneração variável. Cálculo do benefício. Média aritmética dos salários.
Percebendo o acidentado remuneração variável, o cálculo do benefício deve tomar por base a média aritmética dos últimos salários de contribuição e não o salário do dia do acidente.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Corte
Especial do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas
SÚMULAS - PRECEDENTES
RSSTJ, a. 4, (11): 271-288, agosto 2010 281
taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, conhecer dos embargos de divergência
e os rejeitar, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros
Peçanha Martins, Demócrito Reinaldo, José Dantas, Antonio Torreão Braz,
Bueno de Souza, Américo Luz, Antônio de Pádua Ribeiro, Jesus Costa Lima,
Costa Leite, Nilson Naves, Eduardo Ribeiro, Assis Toledo, Garcia Vieira,
Waldemar Zveiter e Fontes de Alencar votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausentes, justifi cadamente, os Srs. Ministros Cid Flaquer Scartezzini, José
de Jesus Filho e Luiz Vicente Cernicchiaro. Ausente, ocasionalmente, o Sr.
Ministro Edson Vidigal.
Brasília (DF), 08 de junho de 1995 (data do julgamento).
Ministro William Patterson, Presidente
Ministro Hélio Mosimann, Relator
DJ 21.08.1995
RELATÓRIO
O Sr. Ministro Hélio Mosimann: Para dar provimento ao Recurso Especial
n. 53.423, de São Paulo, interposto pelo Instituto Nacional de Seguro Social -
(INSS), decidiu a Egrégia Quinta Turma deste Superior Tribunal consoante a
seguinte ementa:
Previdenciário. Benefício acidentário. Remuneração variável. Censurabilidade da decisão que dá por base dos provemos outros dados que não a média salarial dos últimos doze meses (Lei n. 6.367/1976, art. 5º, § 4º) - Relator Ministro José Dantas, fl s. 136.
Inconformado com a decisão, o acidentado opôs os presentes Embargos de
Divergência, trazendo manifestações de outras Turmas desta Corte.
Entre os acórdãos trazidos como paradigma destaca-se o prolatado no
Recurso Especial n. 5.838-SP, da Colenda Primeira Turma, relatado pelo
saudoso Ministro Armando Rollemberg, como retrata a ementa abaixo:
Previdência. Benefício acidentário. Liquidação de sentença. Salário de contribuição. Empregado com remuneração variável.
Não há como deixar de reconhecer o acerto da sentença, mantida pela 2ª instância, que, dando exata aplicação ao art. 5º da Lei de Introdução ao Código
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
282
Civil, considerando o regime infl acionário vigente no período a que se referia a ação, ao calcular o benefício teve em conta a remuneração realmente percebida pelo segurado na data do acidente.
Recurso desprovido (fl s. 150).
Concluindo estar confi gurada, em princípio, a divergência autorizadora
dos embargos, foram estes admitidos, na forma regimental.
O Instituto embargado ofereceu impugnação (fl s. 183).
É o relatório.
VOTO
O Sr. Ministro Hélio Mosimann (Relator): Acha-se perfeitamente
demonstrada a divergência, possibilitando o conhecimento dos embargos.
A controvérsia está em definir se, no cálculo do benefício de ordem
acidentária a ser pago a trabalhador que percebe remuneração variável, deve ser
considerada a média aritmética dos salários de contribuição - como entendeu o
acórdão embargado - ou se a base de cálculo do benefício deve ser o salário de
contribuição da data do acidente, mais vantajosa ao obreiro, como concluíram as
decisões trazidas a confronto.
Na verdade, vinha este Tribunal, por suas diversas Turmas, adotando
soluções diferentes.
Na impugnação a estes embargos, entretanto, trouxe o Instituto segurador,
acórdão recente desta Corte Especial, pacifi cando a questão, em decisão tomada
por unanimidade. Decidiu-se nos Embargos de Divergência no Recurso
Especial n. 50.722, de São Paulo, em sessão de 9 de março último, tendo como
relator o eminente Ministro Garcia Vieira, consoante a ementa abaixo transcrita
(fl s. 190):
Acidente do trabalho. Benefícios. Média salarial.
Na remuneração variável, o benefício deve ser calculado com base na média aritmética dos últimos salários de contribuição.
Inexiste lei determinando ser o benefício, em se tratando de remuneração variável, calculado com base no salário de contribuição do empregado, vigente no dia do acidente.
SÚMULAS - PRECEDENTES
RSSTJ, a. 4, (11): 271-288, agosto 2010 283
Embargos rejeitados.
Do voto condutor, destaco a fundamentação:
(...) parece-me estar com a razão o venerando acórdão embargado, proferido pela egrégia Quinta Turma, no Recurso Especial n. 50.722-SP, Relator o Eminente Ministro José Dantas. Este entendimento encontra sólido apoio no parágrafo 4º, do artigo 5º da Lei n. 6.367, de 1º de outubro de 1976 e artigo 30 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Determina o primeiro (parágrafo 4º, do artigo 5º, da Lei n. 6.367/1976) que:
No caso de empregado de remuneração variável e de trabalhador avulso, o valor dos benefícios de que trata este artigo, respeitado o percentual previsto no seu item I, será calculado com base na média aritmética:
I - dos 12 (doze) maiores salários-de-contribuição apurados em período não superior a 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores ao acidente, se o segurado contar, nele, mais de 12 (doze) contribuições;
II - dos salários-de-contribuição compreendidos nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do acidente ou no período de que trata o item I, conforme for mais vantajoso, se o segurado contar 12 (doze), ou menos contribuições nesse período.
No mesmo sentido, o disposto no artigo 30 da Lei n. 8.213/1991.
Ambos estes dispositivos legais determinam, expressa e claramente que, em se tratando de remuneração variável o benefício deve ser calculado com base na média aritmética dos últimos salários de contribuição e não pelo valor do salário do dia do acidente. Mesmo imbuído das melhores intenções, não pode o julgador decidir frontalmente contra a lei, principalmente como no caso vertente, onde estamos diante de norma clara que não necessita sequer de interpretação. Não existe lei nenhuma que determine seja o benefício, em se tratando de remuneração variável, calculado com base no salário de contribuição do empregado, vigente no dia do acidente. Neste sentido os Recursos Especiais n. 5.709-SP, DJ de 20.05.1991, Primeira Turma, relator o eminente Ministro Pedro Acioli (docs. de fl s. 171-176) e n. 7.349-SP, DJ de 06.05.1991, do qual fui relator (docs. de fl s. 177-181).
Na linha do procedente, rejeito também aqui os embargos.
É como voto.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
284
RECURSO ESPECIAL N. 60.790-SP (95.0007094-4)
Relator: Ministro William Patterson
Recorrente: Alcides Castro Filho
Advogados: Edgard da Silva Leme e outro
Recorrido: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
Advogados: Rita de Cássia Amaral de Paula e outros
EMENTA
Acidente de trabalho. Trabalhador avulso. Cálculo do benefício.
Lei n. 6.367/1976.
- A orientação fi rmada pela Corte Especial é no sentido de que
“na remuneração variável, o benefício deve ser calculado com base na
média aritmética dos últimos salários de contribuição”.
- EDREsp n. 52.722-2-SP e n. 50.722-1-SP.
- Recurso não conhecido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas
taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, não conhecer do recurso especial, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator. Votaram os Srs. Ministros Anselmo
Santiago, Vicente Leal e Adhemar Maciel. Ausente, por motivo justifi cado, o Sr.
Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro.
Brasília (DF), 31 de outubro de 1995 (data do julgamento).
Ministro Adhemar Maciel, Presidente
Ministro Willian Patterson, Relator
DJ 12.02.1996
SÚMULAS - PRECEDENTES
RSSTJ, a. 4, (11): 271-288, agosto 2010 285
RELATÓRIO
O Sr. Ministro William Patterson: Em ação de revisão de benefício
previdenciário decorrente de acidente de trabalho, insurge-se o autor contra
acórdão do Segundo Tribunal de Alçada Cível de São Paulo, que julgou
improcedente a demanda, sem encargos sucumbenciais, entendendo ser ilegal o
recálculo pretendido pelo autor.
O recurso fundamenta-se nas alíneas a do permissivo constitucional, sob o argumento de que o v. acórdão negou vigência ao art. 5º, § 4º, da Lei n. 6.367/1976, pois, em se tratando de trabalhador avulso, o cálculo do benefício deveria ser feito com base na remuneração do dia do afastamento.
Admitido o recurso na origem, foi determinada a subida dos autos. Nesta instância, dispensei o parecer ministerial considerando o assunto já conhecido nesta Corte.
É o relatório.
VOTO
O Sr. Ministro William Patterson (Relator): Inicialmente, registro que a
matéria objeto do presente recurso especial já foi dirimida pela Corte Especial
nos Embargos de Divergência em Recurso Especial n. 52.722-2-SP, DJ de
09.10.1995, a teor do que consigna a ementa:
Acidente do trabalho. Benefícios. Remuneração variável. Salário de contribuição.
Consoante decidiu a Corte Especial, “na remuneração variável, o benefício deve ser calculado com base na média aritmética dos últimos salários de contribuição”.
- EDREsp n. 50.722-l-SP.
- Embargos rejeitados.
Desta forma, não merece prosperar o recurso formulado pelo autor da
demanda, uma vez adotada orientação jurisprudencial contrária à sua pretensão.
O entendimento deste Tribunal é no sentido de que o cálculo do benefício
previdenciário, em se tratando de trabalhador que perceba remuneração variável,
deve ser feito com base na média aritmética dos doze últimos salários de
contribuição.
Pelo exposto, não conheço do recurso.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
286
RECURSO ESPECIAL N. 69.177-SP (95.0033068-7)
Relator: Ministro José Dantas
Recorrente: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS
Advogados: Antonio Marcos Guerreiro Salmeirão e outros
Recorrido: Joaquim Machado Pereira
Advogado: Edgard da Silva Leme
EMENTA
Previdenciário. Benefício acidentário.
- Remuneração variável. Censurabilidade da decisão que dá por
base dos proventos outros dados que não a média salarial dos últimos
doze meses (Lei n. 6.367/1976, art. 5°, § 4°).
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos
e das notas taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso e
lhe dar provimento, nos termos do voto do Ministro Relator. Votaram com o
Relator os Ministros Jesus Costa Lima, Edson Vidigal e Assis Toledo. Ausente,
ocasionalmente, o Ministro Cid Flaquer Scartezzini.
Brasília (DF), 13 de setembro de 1995 (data do julgamento).
Ministro Assis Toledo, Presidente
Ministro José Dantas, Relator
DJ 09.10.1995
RELATÓRIO
O Sr. Ministro José Dantas: O recurso especial foi admitido pelo Presidente
em exercício do 2° TAC-SP, Juiz Horácio Cintra, nos seguintes termos que se
bastam ao conhecimento da questão:
SÚMULAS - PRECEDENTES
RSSTJ, a. 4, (11): 271-288, agosto 2010 287
Trata-se de recurso especial, fundamentado no artigo 105, III, a, da Constituição Federal, sob a alegação de ofensa aos artigos 31, da Lei n. 8.213/1991, 6°, da Lei de Introdução ao Código Civil, 460, do Código de Processo Civil e 5°, § 4°, da Lei n. 6.367/1976, porque aplicada retroativamente a Lei Acidentária nova para situação jurídica já consumada segundo a norma vigente ao tempo em que se efetuou. Aduz mais, que houve julgamento extra petita porque condenada a Autarquia em objeto diverso do pedido do autor. Finalmente, sustenta que a lei não prevê a correção dos salários de contribuição de obreiros que percebem remuneração variável.
Não vislumbro a contrariedade apontada ao artigo 460 do Código de Processo Civil, visto que efetivamente não houve condenação em objeto diverso do que a autarquia foi demandada - revisão de prestação de benefício. - fl s. 129.
Relatei.
VOTO
O Sr. Ministro José Dantas (Relator): Senhor Presidente, preliminarmente
cumpre acolher a objeção da decisão que admitiu o recurso, tocante ao
julgamento extra petita, pelo que desserve ao caso a negativa de vigência do art.
460, do CPC.
No mérito, convenha-se em que, em se tratando de ação revisional proposta
em 1º.07.1991 para corrigir o valor do auxílio-doença percebido no período de
25.05.1977 a 19.08.1977, em decorrência de infortúnio ocorrido em 24.05.1977,
a norma do tempo é a Lei n. 6.367/1976, consoante reiterados julgados deste
Eg. Tribunal, e.g. REsp n. 52.722, de minha relatoria (lê-se xerocópia junta).
Pelo exposto, conheço do recurso e lhe dou provimento para restabelecer a
sentença de primeiro grau.
ANEXO
RECURSO ESPECIAL N. 52.722-8-SP
VOTO
O Sr. Ministro José Dantas (Relator): Senhor Presidente, consultados os
precedentes deste Superior Tribunal de Justiça sobre a matéria, concorde-se
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
288
com o desacerto do v. acórdão atacado, conforme a colação dos mais recentes
precedentes deste Tribunal pelo parecer, verbis:
2. Alega o recorrente ter o acórdão violado o art. 5°, parágrafo 4° da Lei n. 6.367/1976, posto que o mesmo se refere a apuração da média aritmética dos doze maiores salários de contribuição.
3. A matéria já está pacifi cada nesta Corte no sentido de que:
Previdenciário. Benefícios.
I - A apuração do valor do benefício concedido a acidentado, deve ter como componente a parte fixa da remuneração, acrescida da variável, alcançando-se a média salarial percebida pelo segurado nos últimos doze meses.
II - Improvimento do recurso. (REsp n. 5.709-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Pedro Acioli, publ. DJ 20.05.1991, p. 6.508).
4. No mesmo sentido: REsp n. 7.349-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Garcia Vieira, publ. DJ 06.05.1991, p. 5.645. - fl s. 124-125.
Pelo exposto, conheço do recurso e lhe dou provimento.