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Nova direção Veja a cobertura completa da festa de posse da nova diretoria da AEAARP V V j b l d f d Nova direção TRABALHO O Congresso está votando a lei da terceirização; veja o que pensam as lideranças do setor SAÚDE Começa nesta edição uma série de argos esclarecedores sobre o contrato da AEAARP com a Unimed CREA-SP A unidade de Ribeirão Preto tem um novo gerente que revela seus planos e expectavas painel

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Page 1: Ano XVIII nº 242 maio/ 2015 painel · Blanche Amancio, Maria Inês Cavalcanti, Rubens Biscaro, Danilo Bueno, Luci Silva, Juarez Correia Bastos, Isamara Cavalcanti, Helton Figueiredo

Nova direçãoVeja a cobertura completa da festa de posseda nova diretoria da AEAARPVV j b l d f d

Nova direçãoTRABALHO

O Congresso está votando alei da terceirização; veja o quepensam as lideranças do setor

SAÚDEComeça nesta edição uma série

de aragos esclarecedores sobre ocontrato da AEAARP com a Unimed

CREA-SPA unidade de Ribeirão Preto temum novo gerente que revela seus

planos e expectaavas

painelAno XVIII nº 242 maio/ 2015

A E A A R P

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A TERCEIRIZAÇÃO

O mercado de trabalho nem sempre atende exatamente a todas as normas estabeleci-

das pelas leis. A dinâmica das a~vidades e a realidade de cada setor acabam por ajustar

condutas de acordo com os custos e necessidades, por exemplo. Os profissionais de

engenharia e arquitetura sabem muito bem do que se trata: a terceirização da contra-

tação da mão de obra para a a~vidade fim. Salvo alguns casos específicos, é assim que

o mercado deste setor funciona.

Há no Congresso Nacional uma discussão sobre o tema que tem sido feita equivoca-

damente em razão das paixões polí~cas envolvidas na questão. Ali, o principal debate

não é feito de forma adequada. O que nos interessa de verdade é saber qual é o impacto

concreto no setor produ~vo. Afinal, é com isso que verdadeiramente devemos nos pre-

ocupar. Nosso país tem de vencer gigantescos desafios de produção e tecnológicos para

dar conta de compe~r no mercado internacional em condições mínimas. A legislação

deve criar condições para a~ngir esta finalidade.

Esta edição da revista Painel traz uma reportagem sobre o tema que expõe opiniões

de empresários, sindicalistas e especialistas em legislação. Assim como é feito em re-

lação a outros temas de interesse do setor, na AEAARP este também foi pautado em

reuniões internas e conversas informais. Porém, não há uma posição oficial da en~dade

a respeito do assunto. As posições apresentadas na reportagem desta edição são um

convite à reflexão.

A AEAARP é o instrumento ideal para aprofundarmos estas discussões. Nos úl~mos

anos foram criados mecanismos que proporcionam oportunidade e ambiente para que

elas aconteçam de forma natural e que colaborem para a formação de uma opinião qua-

lificada. É no encontro de ideias e na divergência saudável e democrá~ca das opiniões

que devemos navegar.

Eng. civil Carlos Eduardo AlencastrePresidente

Eng. civil CarlosEduardo Alencastre

Editorial

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Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge1º Vice-presidente

Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho2º Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. agr. Callil João FilhoDiretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civil Hirilandes AlvesDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes AraújoDiretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaArquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona Fernandes SantosEngenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng. civil Wilson Luiz Laguna

Conselheiros TitularesEng. civil Elpidio Faria JuniorEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoEng. mec. Giulio Roberto Azevedo PradoArq. Luiz Eduardo Siena MedeirosEng. agr. Geraldo Geraldi JrEng. civil Edgard CuryArq. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Franco do AmaralArq. e urb. Maria Teresa Pereira LimaEng. agr. Gilberto Marques SoaresEng. civil Ricardo Aparecido DebiagiEng. elet. Hideo Kumasaka

Conselheiros SuplentesEng. civil Fernando Brant da Silva CarvalhoEng. agr. Denizart BolonheziEng. agr. Ronaldo Posella ZaccaroArq. e urb. Celso Oliveira dos SantosArq. e urb. Fernando de Souza FreireEng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo

CONSELHEIROS TITULARES DO CREA-SP INDICADOS PELA AEAARPEng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves

REVISTA PAINELConselho Editorial: - eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres, eng. mec. Giulio RobertoAzevedo Prado, eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto e eng. civil Arlindo Sicchieri [email protected]

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39,cj. 13, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - [email protected]

Editores: Blanche Amancio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679

Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044

Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719Angela Soares - [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também nãoexpressam, necessariamente, a opinião da revista.

Expediente

A S S O C I A Ç Ã ODE ENGENHARIAARQUITETURA EAGRONOMIA DERIBEIRÃO PRETO

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

ÍndiceESPECIAL 05Posse e despedida

ARTIGO 10AGRISHOW 2015: Dualidades

AGRONOMIA 129ª Semana de Meio Ambiente e Agronomia

SAÚDE 18O futuro do contrato da AEAARP com a Unimed

LEGISLAÇÃO 20Projeto de lei da terceirização: o que muda na área tecnológica

CREA-SP 24CREA orienta sobre serviços de desinsetização

FISCALIZAÇÃO 25UGI de Ribeirão Preto tem novo gerente

NOTAS E CURSOS 26

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AEAARP

ESPECIAL

Posse edespedida

A cerimônia e a festa da posse da di-

retoria liderada por Carlos Eduardo Nas-

cimento Alencastre foi concorrida, con-

tando com a presença dos presidentes

do CREA-SP e CONFEA, e elegante. A ce-

rimônia homenageou os ex-presidentes,

com um filme onde todos aparecem e

nos discursos de Carlos e de João Paulo

Figueiredo, que fez um balanço dos dois

mandatos à frente da en�dade. Nas pá-

ginas seguintes a Painel mostra como foi

a festa, em clima de união e confrater-

nização.

Carlos Alencastre e João Paulo Figueiredo

Arlindo Sicchieri Filho, Carlos Alencastre Tapyr Sandroni Jorge

João Paulo Figueiredo com os diretores e 1/3 dos conselheiros que encerraram o mandato Carlos Alencastre com os ex-presidentes João Paulo Figueiredo,

José Batista Ferreira, Genésio de Paula e Silva, José Aníbal

Laguna, Helton Figueiredo de Oliveira, Wilson Luiz Laguna,

Luiz Eduardo Siena de Medeiros, Hélcio Elias Filho, José

Antonio Barbosa e Juarez Correia Barros Júnior

Luiz Eduardo Siena de Medeiros, Genésio Abadio de Paula e Silva,

José Aníbal Laguna, João Paulo Figueiredo, Wilson Luiz Laguna,

Helcio Elias Filho, José Batista Ferreira, José Antonio Barbosa,

Helton Figueiredo de Oliveira e Juarez Correia Barros Júnior

Luiz Eduardo Siena de Medeiros, Fernando Brant, Elpídio

Faria Júnior, Dilson Cáceres, Gilberto Marques Soares,

Ronaldo Possela Zaccaro e João Paulo Figueiredo

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Revista Painel

ESPECIAL

Carlos Alencastre e filhos

Victoria e Pedro

Erika Laguna, Diego Laguna e Laguna

João Paulo Figueiredo

Marta Benedini Sechi e Vera Figueiredo

Wilson Luiz Laguna

Wilson Luiz Laguna, Francisco Kurimori, Tapyr Sandroni

Jorge, Pedro Katayama e Isaac Samuel dos Reis

Wilson Luiz Laguna, João Paulo Figueiredo,

Ercília Pamplona e Callil João Filho

João Paulo Figueiredo, Valdir Bergamini,

José Galdino Barbosa, Pedro Katayama,

Carlos Alencastre e Francisco Kurimori

José Eduardo Siena de Medeiros, Arlindo Sicchieri

Filho, Carlos Alencastre, Laudinei Romanini, Tapyr

Sandroni Jorge, Francisco Kurimori e Antonio

Carlos Maçonetto

Carlos Alencastre e

Denize Camara

João Paulo foi homenageado pelos funcionários da AEAARP

João Paulo Figueiredo com seus familiares Abranche Fuad Abdo

Autoridades e associados prestigiaram a cerimônia de posse

O coral Som Geométrico apresentou-se na cerimôniaJosé Tadeu da Silva

Adriana Bighethi

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AEAARP

Alexandre Gomide, Fernanda Bongiovani,

Vera Figueiredo e João Paulo FigueiredoAlexandre Milena Fusco,

Giovanna e Nahara M. Fusco

Angela Soares, Carlos Alencastre e

Alexandre Milena Fusco

Angela Soares, João Paulo Figueiredo e

Alexandre Milena Fusco

Callil João Filho e

João Paulo Figueiredo

Dilson Caceres e José Anibal Laguna

Fernando Piccolo e José Antonio

Lanchoti

Hideo Kumasaka, José Batista Ferreira

e Gabriel Costallat

Hirilandes Alves e Paulo Peixoto

Isaac Samuel dos Reis e

José Batista Ferreira

Hideo Kumasaka, Wilson Laguna, Nelson

Martins da Costa e Francisco Kurimori

Iskander Aude e Blanche Amancio

Jorge Rosa, Callil João Filho, João Paulo Figueiredo,

Francisco Kurimori e Hirilandes Alves

Daniel Antunes, Débora Del Poente e

Daiana Riul

Adriana SilvaJorge Luis Rosa e familiares

Fernando Junqueira, Isaac Samuel dos Reis e

Abranche Fuad Abdo

Antônio Carlos Maçonetto, Fernando Junqueira,

Abranche Fuad Abdo e Edgard Cury

Francisco Kurimori

Milton Vieira Leite e

Armando Costa Ferreia

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Revista Painel

ESPECIAL

Arlindo Sicchieri Filho, Otávio Verri, Maria Rosa Finotti

e Paulo Finotti

Bianca e Domingos Stocco

Celso Oliveira dos Santos e

Luis Antonio Bagatin

Elpídio Faria Júnior e

Maria Tereza Faria

Rodrigo Falcucci, Celso Santos, Graziela Conado,

Cleber Polverel e Miguel Santos Polverel

Ana Cláudia Marincek e Giulio Azevedo Prado

Blanche Amancio, Maria Inês Cavalcanti, Rubens Biscaro, Danilo Bueno,

Luci Silva, Juarez Correia Bastos, Isamara Cavalcanti, Helton Figueiredo

de Oliveira, Antônio Carlos Naccarato,

Helcio Elias Filho, Nilza Figueiredo

Elias, Iskandar Aude e Daniela Antunes

Lourival Falaguasta Junior, Jorge Oliveira, Angela Soares,

Francisco Silva, Marcos Papa e Roberta Ferrarini

Hirilandes Alves, Maria das Graças Oliveira Alves, Julia

Alves, Camila Alves e Marcelo Alves

Arthur e Marcelo Ribeiro, Marcia Marco, Zilda

e Regina Foresti, Marta Vecchi, Nair Garcia,

Kelma Plaster e Maria José Pardo

Roberto Vecchi, José Eduardo Ribeiro e

Arlindo Sicchieri Filho

Antonio Carlos Naccarato ,

Fernando Brant, Carlos Alberto

Gabarra

José Antonio e Sonia Barbosa

A festa aconteceu no salão e ocupou também o espaço do deck Luis Antônio Bagatin e Clara Bagatin Rossi

Laudinei Romanini, Antony Araújo Couto

e Luiz Roberto Sega

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AEAARP

Angela Soares e Ruth Furquim

Darrel Sicchieri, Arlindo Sicchieri, Terezinha Verri

e Otávio Verri

Jorge Rosa e Ruth Paolino

José Batista Ferreira, Arlindo Sicchieri Filho, Antônio

Carlos Maçonetto e Edineia Maçonetto

Laércio Sanches, Simone Sanches, ex-presidente, Solange

Fecuri, Fabiana Guli, Argemeiro Gonçalves, Edinéia Araújo e

Marcos Carrini

Marta Benedini Vecchi e

Callil João Filho

Matheus Araujo, Denize Fernandes Araujo, Ercília

Pamplona, Geraldo Fernandes Santos, Lígia Pamplona

Fernandes e Henrique Moises

Ricardo Debiagi, Orlean de Lima Rodrigues Filho e

Jarson Garcia Arena

Wilson Luiz Laguna e Giulio Prado

Wilson Luiz Laguna, Lali Laguna com a família e

amigos

José Antonio Barbosa, João Paulo Figueiredo,

Lourival Falaguasta Junior, Sonia Barbosa e

Vera Figueiredo

Silvia e Vera Figueiredo

Rodrigo Falcucci, Rodrigo Araujo, Juliana, Mariangela,

Kurimori, Carlos Alencastre, Hideo Kumasaka, Reginaldo,

Jose Luiz, Ana Lucia, Gislaine e Paulo Marcio

Sonia Maria e Antonio Roçafa e Sergio Fujisaca, Angela Soares,

Solange Fecuri, Lia Fijisaca, Deyse Fujisaca e Daniel Fujicasa

Katia e Nelson Conti, Fernando e Monike Matos, Carla Matos,

Wiliam e Izilda Matos e Cleide Maria e Paulo Roberto Rodrigues

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Revista Painel

dualidadesUma vez mais Ribeirão Preto é brindada com a realização de

um dos três maiores eventos do Agronegócio no Planeta

AGRISHOW 2015:ARTIGO

Já em sua abertura os primeiros sinais

da necessária atenção para a leitura da

correlação entre o que se ouve e o fato

em si. Lembro-me de que há 23 anos

~ve a oportunidade de par~cipar, em 14

de setembro de 1993, como ouvinte de

uma reunião na an~ga Fazenda Experi-

mental onde se encontravam os amigos

Eng. Agr. Cris~ano Walter Simon e Eng.

Agr. Guido de Sordi, na ocasião respec-

~vamente Diretor Execu~vo da Associa-

ção Nacional de Defensivos Agrícolas

(Andef) e representando na época a Fa-

zenda Experimental, além do Eng. Agr.

Geraldo Donato, então Diretor Regional

da SAA/CATI e representantes do setor

de máquinas e implementos. Ali esta-

va se formando o “embrião”, ou seja, a

data inicial da implantação da feira em

Ribeirão Preto e do que viria a ser esta

potência, que neste ano completou a

sua 22ª edição. Ao atento observador,

notou-se a ausência de qualquer men-

ção aos pioneiros desta criação.

Num cenário polí~co/econômico con-

trastante testemunhamos o anúncio

o~mista de uma superação da visitação

e fechamento de negócios aos níveis

de 2014 (respec~vamente 160.000 visi-

tantes e R$ 2,7 bilhões). Contrastando

percebe-se um trânsito de pessoas, com-

posto em sua grande maioria de escola-

res, caravanas de pequenos agricultores

conduzidos pela FAESP/SENAR que, em-

bora desempenhando importante tarefa

de produção de alimentos, não pesam

muito na grande engrenagem que leva-

ria às expecta~vas dos realizadores.

Ao final não poderia ser diferente, o

anúncio de uma redução de faturamen-

to de cerca de 30% em relação à edição

anterior da feira, embora creditando pra-

~camente nenhuma redução à visitação.

Diante de um cenário em que setores

que se u~lizam intensivamente de tecno-

logia e máquinas em seus processos de

produção agrícola, como o sucroalcoo-

leiro, sucumbem parcialmente, vi~ma-

dos principalmente pela conjunção de

adversidades do momento econômico

e também da falta de perspec~vas pela

falta de definições quanto à par~cipa-

ção de seus produtos e subprodutos na

matriz energé~ca nacional, no momento

em que arcamos com o custo em nossas

contas de energia elétrica pela u~lização

das termoelétricas, vemos a exportação

para países, como a Guatemala, de tur-

binas de úl~ma geração, produzidas em

Sertãozinho, que se u~lizando de resídu-

os resultantes da exploração da cultura

de banana serão capazes de produzir

unidade energia suficiente para abaste-

cer uma cidade de 150.000 habitantes.

Engenheiro agrônomo,

diretor de Comunicação

da AEAARP

Paulo Peixoto*

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AEAARP

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de acesso

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oferecendo qualidade, agilidadee pleno atendimento.

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Concreto

Tubo Circular

Aqui e ali se pode ouvir que a questão

do câmbio poderá ser a grande alavan-

ca a puxar a mo�vação dos produtores,

uma vez que favorece a exportação das

nossas Commodi�es tornando-as mais

compe��vas no mercado internacional,

ao que responde a grande massa dos

que �veram que vender sua produção

independente deste impacto, para sal-

dar seus compromissos e agora se vê

diante do quadro, preocupar-se com o

aumento de custo da produção que esta

mesma questão cambial pode provocar

nos insumos necessários ao seu proces-

so produ�vo.

Também foram registrados fatos po-

si�vos. Reconhecendo a importância de

diversos segmentos, que contribuem

para o dinamismo e eficiência do setor

agropecuário brasileiro, os realizadores

da Agrishow idealizaram um prêmio

denominado Brasil de Agricultura que

vai reconhecer homenageando setores

como fitotecnia, zootecnia, engenharia

rural, economia rural e sustentabilida-

de. Na avaliação do mérito daqueles

que serão escolhidos para a premiação,

uma comissão de notáveis composta

por: Alysson Paulinelli, Antônio Del-

fim Neyo, Luís Fernando Cirne Lima,

Marcus Vinícius Pra�ni de Moraes, ex-

-presidentes da Embrapa Carlos Magno

Campos da Rocha Eliseu Roberto de

Andrade Alves, ex-diretor do IAC Ondi-

no Cleante Bataglia, ex-diretores da fa-

culdade de agronomia Roque Dechen,

Antônio Nazareno Guimarães Mendes

Paulo, dentre outros.

O prêmio deste ano foi concedido, na

categoria hors concours, ao Eng. Agr.

Alfredo Scheid Lopes, agrônomo pela

Esalq, mestrado e PHD pela Universida-

de Estadual da Carolina do Norte, desde

o ano de 1962 é professor de fer�lida-

de e manejo de solos dos trópicos pela

Esal, ele que certamente foi o pioneiro

na realização de trabalhos de pesquisa

que vieram possibilitar a incorporação

do cerrado no vitorioso processo pro-

du�vo da agropecuária nacional.

Entretanto entre fatos e versões o

que se pode de fato notar é que o avan-

ço da tecnologia não para, assim como

o produtor/empreendedor rural, que

segue em frente consciente de sua res-

ponsabilidade com sua família, seu país

e seu amor à sua a�vidade.

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Revista Painel

AGRONOMIA

Meio Ambientee Agronomia

Crise hídrica, recomposição das áreas de preservação

permanente e fitoterapia foram os destaques da semana

9ª Semana de

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AEAARP

mais a vazão mínima natural da água e

para suprir essa demanda, explica Rui,

é preciso construir mais reservatórios

que armazenam água da chuva para

conseguir conviver com os períodos de

baixa disponibilidade hídrica. “Hoje, as

hidrelétricas têm muita difi culdade para

construir reservatórios, principalmente,

por causa da perda de vegetação”. Os

reservatórios que existem hoje foram

todos construídos na década de 1980,

informou.

Rui explica que o sistema produtor hí-

drico das bacias listadas no quadro des-

ta página não trabalha com 75,5 m³/s em

período integral. Esse valor é disponível

em apenas 95% do tempo, que é a ga-

ran~ a estabelecida. O engenheiro alega

que não há disponibilidade hídrica todo

o tempo por mo~ vos econômicos, pelo

fato de o mercado produ~ vo ser sazo-

nal. “Se estocarmos o máximo de água

possível, vamos ter uma ociosidade e

quanto a sociedade está disposta a pa-

gar por esse custo?”, ques~ onou.

No caso de Campinas-SP, que é uma

das regiões mais afetadas pela falta

d´água, a solução apresentada pelo en-

genheiro é a construção de reservató-

rios, que já estão no projeto execu~ vo

com previsão de entrega até 2018. Com

esse novo reservatório, será gerado

mais 6,4 m³/s que irá sanar o problema

de Campinas e mais 20 municípios da

região até meados de 2035.

De acordo com ele, desde 1991 o es-

tado de São Paulo tem uma polí~ ca bem

defi nida de gestão dos recursos hídri-

cos. “Nós temos o Plano Estadual de Ba-

A gestão de recursoshídricos e a crise hídricaRui Brasil Assis,

engenheiro civil e coordenador de

Recursos Hídricos da Secretaria de

Saneamento e Recursos Hídricos do

Estado de São Paulo

O sistema de gerenciamento hídrico

do estado de São Paulo e, principal-

mente, da Região Metropolitana de

São Paulo (RMSP) foi o foco da palestra

ministrada por Rui Brasil Assis, enge-

nheiro civil e coordenador de Recursos

Hídricos da Secretaria de Saneamento

e Recursos Hídricos do Estado de São

Paulo. O Brasil tem 12% da água doce

do planeta. Destes, apenas 1,6% está no

estado de São Paulo, região que abriga

22% da população brasileira. “Parece

que sempre ocupamos o território de

forma proporcionalmente inversa à dis-

ponibilidade de água”, comentou o pa-

lestrante.

A região da bacia hidrográfi ca Alto

Tietê, por exemplo, usa quatro vezes

Rui Assis Brasil Carlos Eduardo Alencastre

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Revista Painel

cia, o sistema de gestão que defi ne qual

a par� cipação do estado, municípios e

usuários, além de um fundo que funcio-

na há 20 anos como suporte fi nanceiro

à polí� ca de recursos hídricos”.

Os planos de recursos hídricos pre-

veem a demanda, escassez, poluição,

confl itos de uso e de interesses, inun-

dações, desperdícios e mananciais des-

protegidos. Quanto à crise hídrica de

2014, Rui conta que o plano não previu

a escassez e que também não havia so-

luções para ela. “A margem de seguran-

ça da previsão de tempo é de aproxima-

damente 10 dias. Depois disso, é uma

tendência ou até mesmo especulação”.

Rui explica que as previsões do tempo

analisam os três meses seguintes e as

previsões feitas no fi nal de 2013 não

detectaram a falta de chuvas no início

de 2014.

As regiões mais afetadas pela crise

hídrica já estão mapeadas e o Depar-

tamento de Águas e Energia Elétrica

(DAEE) restringiu a outorga para a cons-

trução de novos poços artesianos. Na

Bacia do Piracicaba, a Agência Nacional

de Águas (ANA) só autoriza a criação de

poços profundos. Outra solução encon-

trada foi o programa de bônus e ônus,

ou seja, desconto para quem economi-

zasse água e multa para quem gastasse

acima da média estabelecida. Com isso,

apenas 18% da população consumiu

água acima do limite previsto.

“A transferência de água entre os sis-

temas também ajudou dois milhões de

pessoas que residiam na área crí� ca do

Cantareira”, aponta o engenheiro. Tam-

bém houve uma redução da pressão da

água na rede, que segundo Rui foi efi -

caz, pois também diminuiu o volume de

perdas no sistema. Foram economiza-

dos 17,7 m³/s com essas ações. Destes,

7,3 m³/s estão relacionados à redução

de pressão e perdas, 0,6 m³/s à redu-

ção das permissionárias, 6,3 m³/s com

a transferência de água entre os siste-

mas e 3,5 m³/s através do programa de

bônus. “É lógico que isso não se faz da

noite para o dia, fomos aprendendo a

manejar o sistema e buscar soluções”.

O engenheiro acrescenta que a As-

sociação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) trabalha em uma nova norma de

instalações prediais que vai prever o uso

racional da água nas construções. Para

2015, a Secretaria de Saneamento e Re-

cursos Hídricos do Estado de São Paulo

está trabalhando a previsão de chover

20% menos do que em 2014.

“Estamos trabalhando para agregar,

já neste ano, mais 6 m³/s ao sistema

produtor da RMSP. Temos que aumen-

tar a produção e não só a captação”.

As ações emergenciais dependem de

a Companhia de Tecnologia de Sanea-

mento Ambiental (Cetesb) e do DAEE

outorgarem os projetos que já estão

prontos como obras emergenciais. “A

crise hídrica gerou muito aprendizado.

Todos mudaram. E para con� nuar é

preciso trabalhar de forma coopera� va

e esse é o maior desafi o”, fi naliza.

Recomposição de áreas depreservação permanentee reserva legal na ó�cada produção agrícolasustentávelEduardo Gusson,

engenheiro fl orestal

O Brasil tem, hoje, 537 milhões de

hectares de Vegetação Natural (VN), o

que representa 63% do território na-

cional, destes 175 milhões de hectares

são unidades de conservação e terras

Jorge Rosa Neto Eduardo Gusson

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15

AEAARP

indígenas. Segundo o engenheiro fl o-

restal Eduardo Gusson, a cobertura do

solo por VN está mal distribuída. A re-

gião Norte do país tem 80% da área co-

berta por VN, na Nordeste são 58%, na

Centro-oeste 46%, na Sudeste 36% e na

Sul são 33%.

Só de pastagem, o país tem 211 mi-

lhões de hectares, que correspondem

77% da área agrícola do país. Eduardo

explica que a Amazônia, por exemplo,

tem 77% de VN, sobram 23% de terras

não fl orestadas, destes 61% tornaram-

-se áreas de pastagem. A pecuária é

uma das a� vidades que mais está con-

tribuindo com o desmatamento da

Amazônia. “Expulsamos o gado para o

Amazonas. Os criadores estão indo para

lá, porque as terras não têm dono”.

O país tem 180 milhões de cabeças

de gado, com abate anual de 22%, sen-

do 1,14 cabeça por hectare, que u� -

liza uma área total de 158 milhões de

hectares. Estudos sugerem que o país

poderia ter 133 milhões de cabeças de

gado, com abate anual de 30% e dispo-

sição de 1,5 cabeça por hectare, o que

diminuiria para 89 milhões de hectares

a área de pastagem. A diferença entre

as duas áreas – 69 milhões de hectares

– é maior que a área ocupada por todas

as outras culturas agrícolas do país: 57

milhões de hectares. “Com essa mudan-

ça nós aumentaríamos a produ� vidade,

manteriamos as 40 milhões de cabeças

de produção anual e reduziriamos dras-

� camente as áreas de pasto”.

Com a Lei n 4.771/1965, que ins� -

tuía o an� go Código Florestal, � nha-se

no país um défi cit de 44 milhões de

hectares de VN nas Áreas de Preserva-

ção Permanentes (APP). Com o novo

Código Florestal, regulamentado pela

Lei 12.651/2012, “ainda não sabemos

qual é esse défi cit”, afi rma Eduardo. Se-

gundo ele, o Cadastro Ambiental Rural

(CAR) é a ferramenta para ampliar o co-

nhecimento desse défi cit.

Eduardo enfatiza que não adianta

impor leis, o governo também tem de

criar políticas públicas para que essas

normas sejam cumpridas, além de

dar incentivos econômicos e fomen-

tar a pesquisa. “Aquele que degrada

paga e aquele que não degrada é be-

neficiado”.

É possível con� nuar com as a� vida-

des agrícolas nas APPs desde que faça

uso de boas prá� cas agronômicas para

cuidar da terra, explica Eduardo. “As re-

servas legais não devem fi car intocadas,

elas podem prover recursos econômi-

cos, junto com todos os benex cios am-

bientais que a fl oresta promove”.

A estrutura fundiária do Brasil é mal

distribuída, na opinião do engenheiro,

pois 88% das propriedades ocupam 31%

das terras e apenas 12% das proprieda-

des ocupam 69% de terras. Eduardo ex-

plica que com o novo Código Florestal

os pequenos proprietários rurais não

têm mais obrigação de recompor suas

reservas legais.

Existe uma unidade de medida agrá-

ria em hectares, fi xada para cada muni-

cípio pelo Ins� tuto Nacional de Coloni-

zação e Reforma Agrária (INCRA), que

considera o conjunto de fatores como

a produção, rendimentos fi nanceiros,

estrutura fundiária regional e valor da

terra, que se chama Módulo Fiscal. Essa

unidade de medida avalia as faixas mí-

nimas obrigatórias de recomposição de

APP hídricas naturais. “Os valores que

es� pularam são uma piada e isso fi cou

muito ruim para todos nós, porque sen-

� mos falta de fl orestas, de água, além

do clima diferenciado na região”.

Existem várias formas de se recom-

por uma APP: condução de regenera-

ção natural de espécies na� vas, plan� o

de espécies na� vas, plan� o de na� vas

conjugado com a regeneração natural

dessas espécies e plan� o intercalado

de espécies lenhosas, perenes ou de

ciclo longo com as na� vas em até 50%

da área. Já a recomposição de reservas

legais se dá com o plan� o que combina

espécies exó� cas com na� vas da região,

sendo que as exó� cas não poderão ex-

ceder 50% da área total. E nesse caso,

os proprietários tem o direito à explo-

ração econômica, desde que o manejo

aconteça de forma sustentável.

Ele contou que o primeiro trabalho

de recomposição de fl oresta no Brasil

aconteceu na Floresta da Tijuca, no Rio

de Janeiro-RJ. O local estava como um

campo pelado, aí começou a recompo-

sição para o solo voltar a reter água. De

1990 a 2000 surgiram muitos estudos

que revelaram técnicas para a recom-

posição fl orestal.

Quando se desmata uma fl oresta,

mais cedo ou mais tarde ela irá crescer

de novo, esclarece o engenheiro. Po-

rém, são necessários mais de 100 anos

Page 16: Ano XVIII nº 242 maio/ 2015 painel · Blanche Amancio, Maria Inês Cavalcanti, Rubens Biscaro, Danilo Bueno, Luci Silva, Juarez Correia Bastos, Isamara Cavalcanti, Helton Figueiredo

16

Revista Painel

para que volte ao normal. “Tem como

acelerar este processo. Se plantar um

Jatobá sozinho, por exemplo, ele cresce

ramifi cado e esbugalhado, mas se colo-

car uma Canafi stula, ele crescerá mais

alto e vai encorpar mais”.

A Resolução SMA 8, de 31 de janeiro

de 2008, orienta para o refl orestamen-

to heterogêneo de áreas degradadas e

como combinar as espécies no proces-

so de recuperação.

“Quando se pensa em fl oresta, só

pensamos em árvores. Precisamos re-

ver isso”, enfa~ za Eduardo. Na Mata

Atlân~ ca, por exemplo, apenas 35% das

espécies são arbóreas, o restante está

dividido entre lianas e epífi tas (42%) e

arbustos e ervas (23%). Devido à sele-

ção natural, as árvores também ~ veram

que criar estratégias para não se torna-

rem presas. Desta forma, passaram a

sinte~ zar compostos secundários – que

hoje são usados como fármacos e fi to-

terápicos – ou tornaram-se raras. “Se

é rara, seu inimigo natural não conse-

guirá acha-la. Por isso que não pode-

mos plantar árvores raras em grandes

quan~ dades”. O engenheiro explica que

quanto mais rara for a árvore maior a

possibilidade da coexistência de espé-

cies em determinada área e esse é o

mo~ vo da ampla biodiversidade das fl o-

restas brasileiras.

O estado de São Paulo tem 4,43 mi-

lhões de hectares de vegetação na~ va

– que correspondem a 17,5% do ter-

ritório –, destes 960 mil hectares são

unidades de conservação e os outros

3,47 milhões de hectares estão em pro-

priedades par~ culares. E este estado

também é responsável pelo consumo

de 25% da madeira da Amazônia Legal.

Veja na tabela, que só no ano de 2012,

São Paulo consumiu 1.268.383 m³ do

produto.

A conclusão de Eduardo é que nos úl-

~ mos anos avançou-se na prá~ ca e no

conhecimento sobre recomposição fl o-

restal. Porém, ainda existem desafi os a

serem superados: redução do custo de

implantação e manutenção de fl orestas,

restauração com retorno econômico

para o proprietário de reservas legais,

introdução de espécies não-arbóreas

no sistema (leguminosas, ervas etc.) e

incen~ vos do governo, como a redução

de impostos para quem se propõe a res-

taurar uma área.

Fitoterapia como terapiacomplementarAdemar Menezes Júnior,

engenheiro agrônomo

Ademar Menezes iniciou a palestra

falando sobre o sen~ do da palavra fe-

licidade, que, em sua concepção, tem

relação direta com a ausência de doen-

ças. Ele defende que uma pessoa só é

realmente feliz se es~ ver com a saúde

em dia. Doença seria uma situação de

desequilíbrio e isso pode ser corrigido

através dos alimentos.

Ademar também é terapeuta e co-

mentou sobre a evolução do conceito de

sustentabilidade. “Sempre notei, desde

a época da faculdade, meus professores

durante as aulas explicando e percebia

que aquela forma de agricultura não era

sustentável. An~ gamente não usáva-

mos o termo sustentabilidade, hoje em

Ademar Menezes Júnior

Page 17: Ano XVIII nº 242 maio/ 2015 painel · Blanche Amancio, Maria Inês Cavalcanti, Rubens Biscaro, Danilo Bueno, Luci Silva, Juarez Correia Bastos, Isamara Cavalcanti, Helton Figueiredo

17

AEAARP

dia já foi popularizado, mesmo que não

seja visto em muitas a~ tudes”.

Ele saiu em busca de formas e técni-

cas de cul~ vo para desenvolver e im-

plantar a~ tudes sustentáveis na agri-

cultura, o que considera ter sido um

grande desafi o e um árduo trabalho.

Durante a palestra, o terapeuta res-

saltou que em termos de cul~ vo é tec-

nicamente impossível sustentar sete

bilhões de pessoas no mundo com

base apenas na agricultura orgânica.

Porém, se o modelo de agricultura

atual não for modifi cado os recursos

naturais estarão esgotados dentro de

algum tempo.

“Não sei dizer onde vamos parar com

todas essas reações climá~ cas, conse-

quência da nossa intervenção no cam-

po, nas indústrias e cidades. Temos um

alto custo com venenos e adubos, sem

falar dos problemas com energia e falta

de água, consequência do desequilí-

brio”, disse o palestrante.

Menezes falou sobre seu sí~ o de 10

hectares que fi ca entre dois canaviais,

onde cul~ va espécies de plantas medi-

cinais, todas com métodos orgânicos, e

deu dicas sobre cuidados com a terra e

a importância dos estudos de plan~ o.

“Temos que plantar árvores e recu-

perar as nossas fl orestas. Em relação à

agricultura, temos técnicas e condições

para melhorar todo esse sistema, por

que não melhoramos? Talvez seja a falta

de vontade de querer estar e morar em

um lugar melhor”, ressalta o agrônomo.

Ele destaca o uso excessivo de agro-

tóxicos nos alimentos, algo que têm

infl uência direta nos princípios a~ vos

da planta, causando perda de sabor e

propriedades.

A fi toterapia, ciência que oferece tra-

tamento das doenças através de plantas

medicinais, é socialmente importante e

seu incen~ vo pode trazer es} mulo aos

agricultores da região, o cinturão verde,

pois muitos produtos que conhecemos

vêm de outros países. De acordo com

Ademar, se houvesse incen~ vo do go-

verno para os pequenos produtores não

haveria necessidade de importar.

“O mercado fi toterápico é gigantesco

e promissor, a u~ lização das plantas vai

de corantes para alimentos até rações de

animais. Porém precisamos de fi nancia-

mento e incen~ vo, sem falar na burocra-

cia, são muitas exigências para realização

de trabalhos simples”, fi naliza.

Page 18: Ano XVIII nº 242 maio/ 2015 painel · Blanche Amancio, Maria Inês Cavalcanti, Rubens Biscaro, Danilo Bueno, Luci Silva, Juarez Correia Bastos, Isamara Cavalcanti, Helton Figueiredo

18

Revista Painel

SAÚDE

Os contratos para prestação de servi-

ços médicos celebrados entre operado-

ras de planos de saúde, empresas e as-

sociações de classe, sofreram mudanças

significa�vas em um passado próximo.

Os planos individuais são sempre atu-

alizados conforme regulamentação da

Agência Nacional de Saúde Suplementar

(ANS), através de índice fornecido anual-

mente pela própria Agência. Já os planos

cole�vos são reajustados com base em

negociações entre as partes e amparados

pelo Código de Defesa do Consumidor.

Se antes as referências que determi-

navam os preços e as atualizações anu-

ais eram representadas por índices for-

necidos pelo governo (habitualmente o

Fipe-saúde), estabelecidos na contrata-

ção, a abordagem atual das operadoras,

trouxe sem dúvida, uma preocupação

aos contratantes.

Além do reajuste com base no índice

fixo, chamado de reajuste financeiro, foi

introduzida uma nova referência, cha-

mada de reajuste técnico, que se soma

ao primeiro para formar o índice real a

ser u�lizado na atualização do contrato.

O reajuste técnico é ob�do com o cál-

culo da sinistralidade média do ano, que

é determinado pelo quociente entre cus-

to das despesas médicas e as receitas.

Para tornar mais claro, vejamos:

IR = Fipe-saúde + sinistralidade média

anual.

Com isso os riscos da operadora ficam

eliminados, já que são repassados aos

contratantes os custos de u�lização dos

serviços.

AEAARP com a UnimedO futuro do contrato da

Há 12 anos, a gestão do contrato en-

tre a AEAARP e a Unimed tem sido feita

de forma rigorosamente profissional,

inclusive com a auditoria de todos os

custos da assistência médica prestada.

Anteriormente, era somente uma fer-

ramenta de gestão e com as novas exi-

gências contratuais a auditoria se torna

obrigatória para fiscalizar as despesas

apresentadas pela operadora que vão,

na data base do contrato, par�cipar do

índice de reajuste.

A grande preocupação do grupo que

faz a gestão do contrato é que, no prazo

médio, os reajustes, por conta da u�li-

zação excessiva, a�njam níveis alarman-

tes e tornem inviáveis as contribuições

mensais pagas pelos usuários.

O aumento médio nos úl�mos cinco

Page 19: Ano XVIII nº 242 maio/ 2015 painel · Blanche Amancio, Maria Inês Cavalcanti, Rubens Biscaro, Danilo Bueno, Luci Silva, Juarez Correia Bastos, Isamara Cavalcanti, Helton Figueiredo

anos foi de 16,47%, acima dos índices

habituais u�lizados para atualização dos

contratos, conforme tabela desta página.

É por essa razão que análises estão

sendo feitas para monitorar esses da-

dos, além do fato de a idade média do

grupo ser elevada com tendência óbvia

a aumentar e, com isso, a necessidade

de uso ser maior.

O procedimento inicial nesse moni-

toramento foi avaliar onde a u�lização,

por parte dos usuários, poderia dimi-

nuir e óbvio, se e como poderia. Os pro-

cedimentos essenciais como os emer-

genciais, cirúrgicos, tanto ambulatoriais

como hospitalares, internações clínicas

e os de ro�na preven�va são essenciais

e de u�lização prioritária.

Em recente estudo, iden�ficamos

que no ano de 2014, de toda despesa

com assistência médica cobrada pela

operadora, aproximadamente 50% es-

tavam relacionadas a consultas médicas

e exames subsidiários por elas gerados.

Estão incluídos aí, consultas de ro�na,

de urgência, exames laboratoriais e de

imagem rela�vos a esses atendimentos.

Inicialmente, a proposta foi de orien-

tar os usuários nas u�lizações de ro�-

na e para isso, estaremos mostrando

os protocolos das várias especialidades

médicas, de acordo com as suas socie-

dades. Assim, forneceremos as ro�nas

de avaliações periódicas das Sociedades

Brasileira de Cardiologia, de Urologia, de

Ginecologia e outras que forem neces-

sárias para que nossos usuários estejam

informados de toda a ro�na u�lizada.

Desde já queremos alertar para algu-

mas situações comuns que poderiam

ser evitadas:

1- Consultas a vários profissionais da

mesma especialidade no mesmo mês.

2- Consultas que geram, muitas vezes,

35 exames laboratoriais.

3- Consultas em grande número no

mesmo mês, às vezes seis.

4- Consultas que geram vários exames

de imagem, incompa�veis com as

queixas apresentadas.

5- Ro�na preven�va realizada em nú-

mero excessivo no ano, contrariando

os protocolos das várias especialida-

des médicas.

Não se trata, evidentemente, de qual-

quer controle de u�lização de procedi-

mentos necessários e sim orientação da

u�lização embasada em dados técnicos.

Lembramos que no passado, com um

trabalho semelhante, conseguimos dimi-

nuir o número de consultas em aproxima-

damente 10% e para isso nos disponibili-

zamos em todo processo de orientação.

Contamos com a colaboração efe�va

de todos os usuários.

José Eduardo More[ - CRM 35.797

Auditoria Médica Contamos com suacolaboração!

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diretamente para a sua entidade

ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃO DE CONTRATOS

Ano Plano ANS Fipe Saúde IGPM INPC IPCA

2010 30,00 6,73 5,85 11,32 6,46 5,90

2011 7,30 7,69 7,29 3,47 4,14 4,12

2012 13,05 7,93 5,93 7,81 6,19 5,83

2013 17,00 9,04 6,95 5,27 5,58 5,84

2014 15,00 7,93 7,21 7,98 5,82 6,28

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Revista Painel

o que muda naárea tecnológica

Veja a opinião de profissionais da engenharia e da

construção civil sobre o polêmico Projeto de Lei 4330/2004

Projeto de lei da terceirização:LEGISLAÇÃO

OBRAS

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21

AEAARP

gresso Nacional, ins~tui a terceirização

como modelo de contratação de mão

de obra também para a~vidade-fim.

Na construção civil, entretanto, o

modelo de gestão da mão de obra ad-

mite a terceirização há pelo menos 30

anos, segundo o engenheiro civil Hélcio

Elias Filho, consultor na área de gestão

e planejamento de obras. Para ele, o PL

4.330 é uma forma de incrementar a

produ~vidade no país. “O Brasil carece

de produ~vidade, os nossos profissio-

nais não produzem tanto. Nos úl~mos

10 anos o salário subiu 147% e a produ-

~vidade apenas 1%”.

O engenheiro cita como exemplo um

operário especializado em assentar

Es~ma-se que a terceirização seja a

realidade de 15 milhões de trabalhado-

res no Brasil. Segundo pesquisa do Ins~-

tuto GPP, encomendada pela Federação

e pelo Centro das Indústrias do Estado

de São Paulo (Fiesp e Ciesp), este mode-

lo de contratação é aprovado por 83,8%

dos trabalhadores e por 92,1% das in-

dústrias do estado de São Paulo. O le-

vantamento foi realizado entre os dias

1 e 3 de abril deste ano com 800 traba-

lhadores e 235 indústrias de diferentes

portes e segmentos.

Por falta de lei própria, o Tribunal Su-

perior do Trabalho, através da Súmula

331, autoriza apenas a terceirização das

a~vidades-meio como, por exemplo,

serviços de portaria, de limpeza e de

segurança, explica o advogado Sérgio

Dias, presidente da Associação dos Ad-

vogados de Ribeirão Preto (AARP). “Um

banco não poderia terceirizar os servi-

ços de caixa, pois essa função está liga-

da a a~vidade-fim do banco”. O Projeto

de Lei 4330/2004, que tramita no Con-

A pesquisa completa da

Fiesp/Ciesp está disponível

no site da AEAARP

www.aeaarp.org.br

o civil, ent

rp.org

azulejos. Ele acredita que se a contra-

tação for em regime de terceirização o

assentador produzirá mais do que um

funcionário contratado. Desta forma ele

poderá conquistar mais serviços com

consequente impacto em sua renda

mensal. “Por não ser cele~sta, ele terá

que ter cuidado para guardar o dinheiro

extra como se fosse suas férias ou 13º

salário. Mas eu não tenho dúvida de

que ele estará ganhando muito mais”.

“Se regulamentarmos e fiscalizarmos

corretamente, estaremos contribuindo

para resguardar os direitos dos traba-

lhadores terceirizados”, declara Fernan-

do Junqueira, diretor da Regional de Ri-

beirão Preto do Sinduscon.

Ele corrobora a experiência relatada

por Hélcio e explica que as construtoras

funcionam como montadoras, com vá-

rias subcontratadas especializadas que

executam determinada fase da obra.

“Isso traz agilidade e eficiência tanto

para as contratantes como para as ter-

ceirizadas”, assegura o diretor do Sin-

duscon.

Há um ponto, entretanto, com o qual

o Sinduscon tem discordância. “Não é

justo que a contratante seja demandada

judicialmente antes da contratada, se a

fiscalização da primeira ~ver sido efetu-

ada corretamente”, afirma Fernando ao

referir-se à obrigatoriedade da empresa

contratante ser solidária às dividas de

encargos trabalhistas caso a empresa

terceirizada não os cumpra.

Sérgio esclarece que o PL 4.330 tem

por obje~vo assegurar direitos aos ter-

ceirizados, que também terão os mes-

mos benetcios do trabalhador vincula-

do diretamente à empresa como, por

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Revista Painel

Pontos de vista

▪ O secretário-geral da Força

Sindical, João Carlos Gon-

çalves, acredita que o de-

bate sobre terceirizar ou

não está superado e o que

o projeto de lei incorpora

conquistas ob�das pelas

diversas categorias em suas

lutas.

▪ A Central Única dos Traba-

lhadores (CUT) diz que o PL

4.330 vai acabar com a Con-

solidação das Leis do Traba-

lho (CLT) e que os trabalha-

dores serão demi�dos em

massa para serem subs�tuí-

dos por terceirizados. A CUT

também defende que esse

projeto irá diminuir os direi-

tos trabalhistas, o salário e

aumentar a carga horária.

▪ O vice-presidente da União

Geral dos Trabalhadores

(UGT), Lourenço Prado, afir-

ma que a Central é favorável

a regulamentação da tercei-

rização, mas é totalmente

contra a terceirização da

a�vidade-fim e que a lei irá

prejudicar 30 milhões de

profissionais.

exemplo, acesso ao restaurante, atendi-

mento ambulatorial e quaisquer outros

que sejam oferecidos, diz o advogado.

“O projeto de lei vem regulamentar

os direitos dos terceirizados, desbu-

rocra�zando o processo. Porém, traz

inovações que devem ser discu�das nas

categorias sindicais para impedir que o

trabalhador seja prejudicado, pois um

trabalhador da indústria hoje pode ser

um terceirizado amanhã”, alerta Sérgio.

O engenheiro Nelson Mar�ns da Cos-

ta, presidente da Regional Alta Mogiana

do Sindicato dos Engenheiros do Estado

de São Paulo (SEESP), preocupa-se com

a precarização das relações do trabalho

no país e o enfraquecimento do movi-

mento sindical. O SEESP e a Federação

Nacional dos Engenheiros (FNE) já se

posicionaram contrariamente à aprova-

ção do Projeto de Lei e suas lideranças

avaliam que a adoção deste modelo

fará aumentar a jornada de trabalho e

a rota�vidade da mão de obra, além da

redução de salários.

De acordo com os números apresen-

tados por Nelson, o rendimento mensal

dos trabalhadores terceirizados é 36%

inferior em relação àqueles que de-

sempenham a mesma função em outro

regime de contratação. Ele diz também

que os riscos de acidentes são maiores.

“Esse projeto representa retrocesso,

um passo rumo à reforma trabalhista

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23

AEAARP

aumenaumento da produ~ vidade▪

agilidade e efi ciência nos serviços prestados

▪ estabilização e regulamentação dos

direitos de trabalhadores e empresas

abalhadoresvulnerabilidade dos trabalhadores▪

contratante solidária às dívidas de encargos trabalhistas

▪ aumento indiscriminado da

mão de obra terceirizada

VISÃO JURÍDICA

auaumemementnt alhahadododododododododorerererererereressssssss

que o movimento sindical e as forças

progressistas conseguiram evitar nos

anos 1990”, comenta.

“O temor é o de perder os direitos

conquistados até agora”, explica o advo-

gado Sérgio. Segundo ele, a lei provoca-

rá mudanças no direito sindical e na le-

gislação previdenciária e social. Depois

disso, ele acredita que haverá uma es-

tabilização que atenderá os direitos dos

trabalhadores e empregadores. Mas,

antes de tudo, a lei precisa ser votada

no Senado Federal e, depois, ser sancio-

nada pela Presidência da República. Até

lá, muito debate ainda está por vir.

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24

Revista Painel

CREA-SPserviços de desinsetização

CREA orienta sobre

Os termos desinse�zação e desra�-

zação são denominações u�lizadas por

empresas prestadoras de serviços que

se propõem a controlar a população de

pequenos animais invasores, também

conhecidos como pragas urbanas. Tal

a�vidade, assim, como ocorre nos ser-

viços de execução de obras, serviços e

projetos da área da engenharia civil, en-

genharia mecânica, engenharia elétrica,

dentre outros, são a�vidades técnicas

priva�vas de profissionais legalmente

habilitados registrados no CREA-SP,

conforme dispõe o art. 2 da Decisão

Norma�va 067 de 16 de junho de 2000

do CONFEA, que dispõe sobre o regis-

tro e a Anotação de Responsabilidade

Técnica das empresas e profissionais

prestadores de serviços desinse�zação,

desra�zação e similares:

Art. 2º Todo serviço de desinsefzação,

desrafzação ou similar somente será

executado sob a responsabilidade téc-

nica de profissional legalmente habili-

tado e registrado no CREA, de acordo

com as afvidades discriminadas na

Resolução nº 218, de 29 de junho de

1973, do CONFEA.

§ 1º Consideram-se habilitados a

exercer as afvidades a seguir rela-

cionadas, os seguintes profissionais:

I – formulação de produtos domissa-

nitários: engenheiro agrônomo, enge-

nheiro florestal, engenheiro químico e

engenheiro sanitarista; e

II – supervisão ao manuseio e à apli-

cação de produtos domissanitários:

engenheiro agrônomo, engenheiro

florestal, engenheiro químico, enge-

nheiro sanitarista, tecnólogos e os

técnicos destas áreas de habilitação.

Nesta Decisão Norma�va, o Conselho

estabelece a necessidade da existência

do profissional legalmente habilitado

para a a�vidade, bem como a obriga-

toriedade da regularidade da empresa

(pessoa jurídica) contratada (ver tam-

bém Art. 59 da Lei 5194/66):

Art. 1º Toda pessoa jurídica que

executa serviços de desinsefzação,

desrafzação e similares, só poderá

iniciar suas afvidades depois de pro-

mover o competente registro no CREA,

bem como o dos profissionais de seu

quadro técnico.

CREA-SP

Vale ressaltar que, em se tratando de a�-

vidadetécnicapriva�vadosprofissionaisdo

sistema CONFEA/CREA, a mesma também

está sujeita ao registro da ART (Anotação

de Responsabilidade Técnica), conforme o

disposto na Lei nº 6496 de 7 de dezembro

de 1977e na mencionada Decisão Norma-

�va em seu Art.º 3º. Assim, o profissional

responsável técnico pela empresa de

dede�zação deverá registrar a devida ART,

conforme contrato, dando assim a garan�a

legal pelo serviço técnico executado:

Art. 3º Todo contrato, escrito ou ver-

bal, para execução de serviço objeto

destaDecisãoNormafva, fica sujeito à

Anotação de Responsabilidade Técnica

– ART no CREA, em cuja jurisdição for

exercida a afvidade.

Assim, ao contratar uma empresa para

prestação de serviços de dede�zação, é

necessário verificar a sua regularidade

perante o CREA-SP, solicitando cópia

atualizada de certidão de registro no

CREA-SP, bem como o fornecimento

da ART (Anotação de Responsabilidade

Técnica) pelo seu responsável técnico,

por ocasião da execução dos serviços.

Page 25: Ano XVIII nº 242 maio/ 2015 painel · Blanche Amancio, Maria Inês Cavalcanti, Rubens Biscaro, Danilo Bueno, Luci Silva, Juarez Correia Bastos, Isamara Cavalcanti, Helton Figueiredo

25

AEAARPrevistapainel

ANUNCIENA

PAINEL

16 | [email protected]

FISCALIZAÇÃO

O engenheiro Araken Seror Mutran

é o novo responsável pela unidade re-

gional do CREA-SP em Ribeirão Preto.

Ele é de Franca-SP e administra suas

novas atribuições com aquelas que de-

sempenha em sua cidade natal. Para o

engenheiro, o desafio do Conselho para

o próximo período é informa~zar os

processos, adequando o perfil de pres-

tação de serviços aos dos outros órgãos

públicos.

“Na Receita Federal, INSS, nos tribu-

nais e cartórios, tudo é feito pela inter-

net. No CREA, isso vai facilitar a vida do

profissional”, pondera. Araken explica

que a informa~zação do atendimento

não vai eliminar as estruturas tsicas

do conselho. “Mas, se o cidadão ou o

profissional quiserem, acessar o CREA

da sua casa ou do escritório terá na in-

ternet todos os serviços. Poderá pedir

o registro, imprimir o boleto, fazer de-

núncia, reclamação, sugestão, acessar

legislação per~nente etc”, explica.

À frente da unidade de Ribeirão Pre-

to, Araken pretende intensificar a fis-

calização. “Temos uma orientação em

relação a estabelecer uma rede”, diz. O

obje~vo é firmar parceria com grandes

empreendedores e fornecer informa-

ções sobre a regularização dos presta-

dores de serviços. “Em contrapar~da,

ele nos ajuda a nos informar quem está

fazendo ação de engenharia”, diz.

Este projeto começou há três anos

e, para Araken, o êxito depende do

amadurecimento do processo, de

persistência e organização. E observa

que existem situações irregulares que

não são intencionais, mas mo~vadas

pelo desconhecimento da legislação

vigente.

Hoje o setor da construção civil con-

some 70% dos esforços de fiscalização

do CREA-SP. Além desta a~vidade, tam-

bém a industrial, a agronomia e a geo-

logia têm a atenção do Conselho na re-

gião. “Não conseguimos pegar tudo o

que está acontecendo de errado ou é

ilegal. Por isso, a fiscalização tem de ser

con}nua, para defender a sociedade do

mau profissional e também da atuação

irregular de leigos”, explica Araken.

Para ele, a legislação existente é su-

ficiente. “Falta aplicar. Todo mundo ga-

nha, a sociedade e os profissionais. E há

um reconhecimento da sociedade pelo

CREA no sen~do de estarmos em sua

defesa”.

UGI de Ribeirão Pretotem novo gerente

Araken Mutran pretende intensificar ações de fiscalização

e considera que algumas atuações irregulares acontecem

por falta de entendimento da legislação

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Revista Painel

NOTAS E CURSOS

A FAPESP mantém uma Biblioteca Virtual com documentos

sobre pesquisas realizadas com apoio da fundação que estejam

em andamento ou foram concluídas. A equipe que cuida deste

acervo preparou uma explicação virtual para auxiliar os usuários

do sistema, que tem mais de quatro milhões de acessos desde

seu surgimento, em 2005. A Biblioteca é uma das bases de dados

referenciais de projetos apoiados por agências de fomento à

pesquisa pioneiras no Brasil e no mundo e também uma das mais

completas. O portal da AEAARP disponibiliza os atalhos para a

biblioteca e para o guia de u�lização.

Biblioteca virtual

O IAC promoveu em Ribeirão Preto o IX WORKSHOP

Agroenergia: matérias primas com a apresentação de

novos cul�vares de algodão e inovações na progra-

mação, como o Biomassa show, uma visita aos plots

demonstra�vos com diferentes opções de culturas

para biomassa. O engenheiro agrônomo José Roberto

Scarpellini, diretor do Polo Regional Centro Leste do IAC,

comandou a programação, que teve palestras sobre

temas comerciais, econômicos, tecnológicos, dentre

outros. O presidente da AEAARP, engenheiro civil

Carlos Alencastre, par�cipou da abertura e ressaltou a

importância da pesquisa no setor agronômico.

Workshop Agroenergia

De 5 a 7 de outubro acontecerá o XI Workshop de Visão Compu-

tacional, no Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação

da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo

(EESC-USP). O obje�vo é possibilitar a integração entre pesquisadores,

professores e estudantes que atuam na área de visão computacional

e desta forma facilitar a apresentação, divulgação e discussão de tra-

balhos desenvolvidos ou em desenvolvimento, além de fomentar e

disseminar a criação de novos grupos de pesquisa e es�mular alunos

de graduação e pós-graduação a iniciarem seus estudos nesse campo.

O site wvc2015.eesc.usp.br tem informações complementares.

Fonte: Agência Fapesp

Workshop de Visão Computacional

www.aeaarp.org.braeaarp.org

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A E A A R PRua João Penteado, 2237 | 16 2102.1700 | www.aeaarp.org.br | [email protected]