ano vi rio de janeiro, domingo, ,17 de fevereiro de...

4
ANO VI RIO DE JANEIRO, DOMINGO, ,17 DE FEVEREIRO DE 1946 NÚMERO 1.389 j5j&»ma»xkci»5c^^':•&&$$$&¦ DEP O MENTO DE AGRIPINO GRIECO tf* K ¦I i . GRIPINO GRIECO é uma /\ .das figuras mais em evl- ' ' t dência no panorama da li- teratura nacional do momento. A sua intensa e eficiente ativi- dade ' literárial ai inunda ati avér de alguns decênios, o vali i ine- gável de suá obra, o seu «.icsas- fcombro em demolir falsas gló- rias forjadas por grupclhos ins- •talados à testa dos meios irablif citários, a sua -rçerve e o fulgor sem-par de sua prosa, o brilham tismo de 'suas conferências tor- t.aram-no credorydo aplauso e d? admiração públicas. Crítico literário dos mais ilustres que tomos tido, de urda lucidez me- lidiaríá, qÚBndo se,'aprofunda na análise literária, polemista temi- do pela fôrçà arrazadora de seus argumentos, terrível epigramis- ta quo aniquila heróis do fanca- ria com 'duas penadas, cDnvei- sador agradnbilíssimo que nos prende à ;sun palavra horas in- lairaa, fascinados pela sua vive- . cidade .intelectual, o^. autor de "Gente nova do Brasil" é, antes de tudo, um grande amigo dos -xnoços que ensaiam seus primei- ro*.pessoa na estrada'difícil e gloriosa, das letras. Acessível e bòm, anulando a timidez provin- ciana dos que o procuram logo às primeira, a palavras , na ex- pansão espontânea de seu gênio .legre de latino de bons*fígados, 'vgripino Grieco os põe imedia- tamente à vontade e, algum tem- po depois, são dois velhos ami- ".os que se entendem às mara- ¦ilhas. Não é muito fácil ao repórter, mtretanto, encontrar-se. com o famoso escritor. Agripino Gric- co não freqüenta rodinhas lite- rárias e.só vem à cidade uma '•ez per semana, para tratar de assuntos de seu interesse. Va- !eu-ons muito a mediação do ?eu distinto filho, cônsul Fran- cisco da*;Assis, para conseguir- mos um encontro; com o autor de "Estrangeiros,". O conferen cista costuma ir à Livraria H. Antunes, às quintas-feiras, in- formou-nos seu filho. Reàlmen- te, o encontrámos. E começa- mos a conversai-. Agripino Gri?- co prefere conversar a responder perguntas. Estas surgiriam de- pois, no transcorrer da palestra. Estando quase todos os. seus livros com as edições esgotadas, a Livraria José Olímpio Edito- ra resolveu publicar suas "Obras Completas" no decorrer deste ano. Assim, o numeroso público com que conta o escritor terá, brevemente, a oportunidade de adquirir todos, os volumes que constituem a sua valiosíssima bagagem literária. Serão reedi* DECADÊNCIA UTERÁRIA. APESAR DA ONDA DE MEDIOCRIDADE... TINTA PARA OS CABE- LOS... 0 TÚMULO DO PENSAMENTO. OS NOVOS. CERV ANTES EA POLÍTICA. FALA A "A MANHA" 0 ESCRITOR AGRIPINO GRIECO tidos "Evolução da prosa brasi- leira", "Evolução da pcesia bra- sileira", " Gente nova do Brasil". "São Francisco de Assis e a poe- sia cristã", ''Estrangeiros" e 'Cascassas gloriosas", todos cm ¦egunda edição, e aparecerão oa olumes inéditos "Zeros à es- ciuerda", "sátiras" "Vivos e mortos", estudos literários "Ro- nancistas", ensaios sobre ficclo- matas modernos; "Amigos e ini- migos do Brasil", estudos sobre estrangeiros que nos visitaram; t "História da literatura brasi- hira". Agripino Crieco, conversando, lembra bastante o conferendsta magnífico que traz a assistência suspensa, presa às suas palavras dt fogo, que tão bem conhecemos de outras ocasiões. Não é pos- sivel tomar nota de nada. Tc- mos de nos esforçar para gravar bem o sentido de suas palavra», a fim de reproduzir, pelo menns em parte q sem a graça e a ver- ve de sua conversação, alguma ALMEIDA FISCHER coisa do muito que êlè nos dis- se. , Agripino Grieco vida às pala-vras, dota-as de nervos, de formas físicas, materializa-as; colorè-as. DECADÊNCIA LITERÁRIA O repórter tenta uma pergun- ta qualquer. Do fundo da livra- ria vem a voz dos empregados, atendendo aos fregueses. Esta mos num dos cantos do estabe- lecimento. A literatura atravessa uma fase da grande confusão, de absoluta anarquia, não no Brasil, como no mundo". diz- nos Agripino Grieco. "üs escri- tores, na sua maioria, se descui- dam na forma e no pensamento, elaboram obras apressadas que não resistirão ao passar dos anos; um grande desinteresse rio público pela literatura do momento, A atenção do mundo se volta para os problemas po- lítico - sociais contemporâneos, interessada nas lutas travadas entre os grandes países pela su- premacia econômica, pela posse dos mercados, pela amplificação das "esferas rie influência". Os romancistas se tornam simples repórteres, mcrc3 narradores, focalizando apressada e aupcrfi- cialmente os dias tumultuários por que passa a humanidade. A criação artíst.ca, os estudos ana- líticos da alma, das paixões hu- manas, cadem lugar à reporta- gem ou ao discurso demagógico em forma de romance, compre- tensões a romance social. O únl- <;o recurso que nos resta,-rlian- le da avalanche maus livr-s que invade as prateleiras das li- vrarias, em trânsito para os "se-' bos", c refu,<jiramo-nos no passa. do, relermos os grandes mestres franceses, russos, portugueses, brasileiros, do outro c do come- ço deste século... CRÍTICA SUPERFICIAL Agripino Grieco passa a falar sobre a literatura brasileira do momento. O repórter dessa- íiu de anotar as palavras do grande escritor. Agripino fala exuberantemente, as palavras se atropelam sonoras, agradáveis e, ao mesmo tempo, contundentes, mordazes, cs epigramas saltam- lhe velozes da boca, os gestos se sucedem, e o brilhante con- ferencista, sem querer, inconsci- entemente, entusiasmado pelo tema, estimulado pela evocação de figuras realmente ridículas de nosso mundo literário, com- parece àquele canto da Livraria II.-Antunes. Os escritores na- clonais mais conhecidos desfilam rapidamente diante de nós. fa- mas fabricadas pacientemente pelas "igrejinhas", em função dos retratos nos jornais e dos artigos louvaminheiros insisten- temente publicados pela impren- sa, estampados em folhetins do pv-ognpanda, afixados noa postes e árvores da Avenida, pregados nos bondes e nas mon- trás das livrarias, caem pífias e inconsistentes ao frio encontro da análise. Agripino Grieco fala sobre os nossos críticos literários: , Não temos, no momento, críticos à altura de um Silvio ou de um Veríssimo. Aliás, todo o mundo, hoje, faz crítica lite- rário... Os críticos do profissão emitem opiniões superficiais sô- bre oa livros que lhes caem nas unhas e sobre os quais são obri- gados a se manifestar, talvez por não contarem com -tempo su- ficiente a um estudo ém profun- didade qua .lhes forneça material para um julgamento mais perfei- to. Os improvisados,' em geral romancistas e poetas, elogiam sistematicamente, louvam sem nenhuma compostura a todos os volumes que surgem, tornando- se, com isso, credores de igual porção de amáveis elogios, reser- vada para quando publicarem seus livros... Os gênios surgem de todos os lados... Os valores da província, que chegam ao Rio, ou se metem nessas paróquias literárias de elogio mútuo e re- zam pelo mesmo broviário de seus membros, ou voltam, eupa- voridos e enojados, aos seus Es- tados do origem. Os quu aqui permanecem, heroicamente dig- nos e independentes, sofrem -a mais abjeta das perseguições, ou são contemplados com o mais absoluto silêncio, o que, sem dú- vida, é uma felicidade... Aliás, na própria crítica, não quero esquecer a culta dignidade de um Tristão e a combatividáde de um Eloi Pontes, de quem prezo muito c muito o belo tra- balho sobre Euclides da Cunha., MAÇONARIA LITERÁRIA Continuando a discorrer sobre os males dos grupelhos, o en- saista de "Evolução da prosa brasileira" disse: Há, fora da Academia, um ocademismo muito mais prejudi- ciai do que o praticado pelos nos- sos "imortais". E' o academismo de mesa de café, clubes ou as- sociações de letras, de "paneli- nhas" fixas ou moveis, que pa- trocina uma verdadeira maço- naria literária. Os seus compo- nentes, em Vez de se dedicarem ao estudo, pois uma lamen- tavel falta de cultura entre os nossos atuais literatos, perdem horas nas livrarias, discutindo tolices e elogiando-se mutua- mente. E' um academismo mui- to menos interessante do que o da Academia, pois os seus mem- (Continua na 2.* pág. desta seção) A volta á lição do passado A solução dos problemas filoHô. fieos nâo ««..processa de equa. <;5*s Bolldamer.te travadas, c não depende dos resultados obtidos mediante aplicação dos métodos experimentais. A' posição' Ao me tatiatleo se concretiza, assim, cm esplendida independência, cor- EURYLO CANNÁBRAVA plano da realidade concreta e quotidiana, o que se incorporou a experiência histórica e o que per- maneceu, apenas, como ideal ou aspiração irreallzável. O resulta- cões do método cientifico. O maior perigo para a metafísica é ceder diante da sedução do co- nhecimento positivo, construído sobre terreno movediço, onde os rende" ríãêo lMnnta7ê mVeredâr e8tra,tos « deslocam contínua por labirintos.'aem salda, por s- Sj* tradaa tortuosas que não levam correntes,jslficam em duas ordens distintas. X destino algum.-Na Imposslblll- -Ha'.lnír" os . ?f0V d'„,vJ0CJa' ta> »" «!«« Influem decisivamente dade de dispor do uma técnica ?uo debll ou precária, habilidade 85bre cnrB0 doa acontecimentos qne permita apreender dlretamen mnlto facií e,m -!<>«»' o* concei- históricos e são, por assim dl- tes da abstração e da teoria Ideo- lúgku. sem qualquer újiortuulda- de de se inserir na série dos bu- cessos e das- ocorrências exterio res. Em síntese, as idéias operantes e as inoperantes, as abstratas e as práticas, as subjetivas e as ob- Jctivas, as realizações e as irrea- te o real 'como faz o cientista, reata-lhe, apenas, a esperança de improvisar o campo experlmen- tal, onde o contado com o do «jumento vivo se torne realizável •ob certas condições prévias, A liiBtoriografla das Idéias eonsti. tal vasto laboratório, verdadeiro campo de. pesquisa e experlmen- do dessa comparação seria de- W> _ ___ . B mente solf o impulso das novas j monstrar que as idéias se cia*. ífcãçõeut~admUi~ndo-aê', ainda, en- tre êases dois termos daclassi- ficação vários graus intermedia- rios. Pretendia deter-mc. duran- te algum tempo, na análise das múltiplas consequênrins dessa (Continua na 3.* p. desta seção) tos especulativos à situação atual do conhecimento cientifico, afim de atribuir ao seu sistema a apa- rôncla da,solidez e o encanto da modernidade. Mas a questão toda é que essa solidez e essa moder- nidade subsistem, no máximo, pára o período histórico de nmr geração, durante quarenta oa ein -«cr, realizadas praticamente e b) -<.s que não ultrapassam os llml- REVISTO literária SUPLEMENTOS DO ULTIMO DOMINGO DJALMA VIANA Um suplemento, naturalmente, pode ser alguma coisa mais que jornal literário c apenas li- terário. Pode mesmo desligar-se da literatura, erguer o seu vôo por outras plagas, história, educação, cconoinia, política sem que perca por isso a sua fi- sionomia literária. Deslocando-se sobre uma rúrie de rumos, osami- uando e discutindo, é que «c co- loca verdadeiramente numa justa de Andrade, que Deus o guarde, posição literária.escrevendo romance, outra coisn Afinal, literário não é apenas o não faz senão contrariar a litera- poema, nem o poema e.nem o ro- tura. táçlo para o metafísico que nfio«««"a ^m, desfazendo-se depnl< pretende esterlllzar-se com t8ob » Pre8Sa.° de novas hipótese, cxerèlèlo da dialética, abstrata.teorl" °u descobertas. Aeratr áasehda do método experimental«. pois, nne durante certo temr< flía, assim, plenamente comp. » metafísica ajustada ao projjref éada, desde que se atente em qne o'filosofo eneontra na eronogra- fia dos eomplexos ideativos ma- teírlal de primeira ordem, repo- oltórlo inesgotável de fatos e cir- constineiapem. qne a Idéia figura eomo, determinante insubstituível. O metafísico dispõe de ama es- so cientifico do momento parer corresponder â secreta aspiraçã' de uma época inteira, mas tnd< isso não passa de ilusão como »' depreende da historiografia da- Idéias. Se nSo concordam cor êsse argumento, procurem med- tar sobre a obra de Platão, qu píelêm prõjetorqae reflete na ponde assimilar o. resaltadr- telaaitWa o desenvolvimento científicos da -eometria frege prosresslvo das Idéias e dos con ééitos gérati. Ele reconstitui a vida própria ».- slngnlar dessas estruturas re- presentatlvas, desde o surto inl- «•lal atl o período cresposcnlar d& decadência e da morte. Acom. panha, nessa projeção, quase vi- sj&al, pela, soa objetividade, o corso irregalar dos conjuntos re- presentatlvoa e. das constelações intelectuais. Observa eomo.se for- «iam, de que maneira se.agluü- nám e por que melo se separam. Compreende que nem sempre a profundidade das idéias se ma- brl- ficando assim em situação A flagrante Inferioridade perant' os contemporâneos. Essa lnfr rloridade, porém, não existe er relação ao sistema que está mat vivo do que as teorias modernr sobre o problema das idéias eter nas, do ser, da harmonia, do r< ceptáculo, da dialética ascender te e descendente. Não existe exr eêro algum na afirmação de qu todas as teses metafísicas do pi-'- tonlsmo permanecem Intactas, em bora nenhum principio elentifir exposto noB diálogos possa esc par á marca da época, definü vãmente superada. O tempo, entretanto, não ex<- «l festa exteriormente , com lho ou elegância literária. Percebeceu influência alguma sobre r que o destino de cada uma delas,concepções especulativas de PI como o dan criaturas,'é diferente,tão que nos surpreendem ma: sofrendo a Influência de fatores,pcla frescura e atualidade do t|i mínimos e purnnie:' ».- A liberdade com que nascem, crescem, agem. multiplicar- morrem lembra a,sorte dos seres humanos, empenhados em dei- xar qualquer vestígio de sua pas- nàirem. Mas o que Interessa à mi" tsfíslca, sobretudo, nãc é a li- pela sutileza dialética, brilho terário ou fundo verdadeiro t- suns proposições. O metafíslc- tem, aqui; farta mesRe onde c< Iher e mondar, mas é certo qir quem penetrou a fundo o pen*" mento de Platão, ignorando todo os outros sistemas, poderá tu mar parte em qualquer debate Stanão que elas-'possam ter com a compreender og pontog de vist. pessoa que os criou, mas somente ma|g rpcente8 ou BOfÍ8tlcados â: a sua vida autônoma, a sua livre projeção no plano da realidade espiritual c as peripécias de uma n>entura dramática "tr-vés dn sucessão Ininterrupta das Ida- dcs. O filósofo observa atento que se poderia denominar a me- tempslcose das idéias isto é. n sua transmlgraçêo por gerações e l>eraçSes;de pensador^:?. As suas transformações são fi iperficiais ou profundas, adquirindo elas, às vezes, estilo c feltlo quase ir. reconhecíveis. A Idéia racionais- ta, por exemplo, surgiu entre os gregos com força original e es- pontanea, alcançou singular vi- fcor dialético na especulação oar- teniana e cristalizou-se, definiti- vãmente, no sistema kantiano. O.nútleo representativo inicial »lcscnvolvcu-se pouco a pouco. as. iiociou-uc a outros conteúdos, fortaleceu as suaB premissas com aquisições novaB, eliminou os re- niduos. os acessórios inúteis que prejudicavam a concepção primi- tlva. Houve depuração progress' l ¦i 11 I ! va na tese fundamental do rocio nólismo, embora não haja supo rloridade alguma na' dlalétl•-••) Idealista do sistema de Kant bre as interpretações magistral Kente elaboradas pela teoria pia Wnlea ou arlstotéllca. Verlfica-f( -equl um dos característicos mar i cantes da filosofia que a dlnli» giie do conhecimento ctentlficc Enquanto a ciência aperfeiçoa-si í-nrtn vez mais, podendo se eBta ^elecér paralelo. Inteiramente f<- vorável . técnica moderna, entrr o qne se fez na antigüidade c < que se realiza noB tempos atuair nenhum critico ousaria compare o sistema de Platão com a dou trina especulntlva de Spencer rv de Augusto Comte para provar i Buperlorldade dos dois últimos. / vantagem ins-uperável do plato nlsmo reside, precisamente, nc Isto da ciência grega não_ ter atingido àeBcnv-o|vi—icr.to tão brl lhante que a sua luz cegasse or olhos penetrantes e rrgutos do discípulo de Sócrates Se tal nãc acontecesse é pnsslve' oue o fun do uerene dn filosofia pl-tônic- estivesse 'ntriramrnt» sub merr'rti>. cobro p>-i>nteeeu a Com!' e a Soencer, pelas novas aquial moderna especulação, ènquantn o homem de riência que apenü- conheceu oa diálogos seria tli'- como louco ou extravagante in corrlgtvol. São êsseu os . ensina mentos preciosos da historlogr.- fia de idéias; considerada com" camnn experimental da metafis' ca. uma outra lição a retira- talvez ntnda mala valiosa, de eun- nrofundas Investigações. Refiro- me a certa questão, tocada de le; ve pelo gênio de um pensador extraordinário, mas cuja obra re- veln o sinal da pressa e do inara. liado ein buhs páginas essenciais. Max Schclcr, a propósito da , dl- ^^rença existente entre as Bitna> -õcs reais c possíveis, declara que i história poderia ser estudada ?o!> o ponto de vista exclusivo das '¦leias, Isto é. do que se planejou "i se pretendeu realizar, do que -e previa como acontecimento fa- L\l e prestes a concret'zar-se. "Vrlartíos. nssim no InHo rfa Ms- 'ória renl iuna cronolorrin viva rfns ^speraripas das antcc!pações o dos 'osejos humanos em relação aos '•'fos futuros. Imaginem, durante alguns mo- ontos. n nuadro dramático for- --do n»ln rnntrrst'» PTitrp n nue ". descion c o oue arontercu to- ¦lmcntc; entre os pro.'etos e os ¦tos ob'et.lv)s. ontro a hlsto- 'a possível c n história real. Ve- ¦fimr!r"nns, dess™ Plane'™, co- ••o Co |"do ''a f-An',.* rip suct-M- 'ios e dos eventos que se enca- Mui» nt^evéí àn tetnnn noderla ''tur,"'- f evnosl^ão hl6tor'oi»ra* ''-n dfs líélns e renresenta^õos "ibre o que cm tido romn no», 'vel como consennínH^ ine- 'tável de fntoR ntna's. Fsboea- im-se. p"sim. ontornns nre- 'ios àt um mundo ido»! ot'» •lex^t'» sempre nas i,"'i"s"s sn •^«¦.sivrs com n mundo ds ren- •(j«(in fjc-innip, Hnnv. "emnrf 'ma h'rf-'rin T>t"Ti-IM p gprmi •<t?v?, iro»"n H!» OofcpVr. ron» 'ti^d;' nor tu^o o ou» sp desp -.vn rijo a<"0itpcp."«p neli som<< in t(*f'^i pq nrni-p'*''"'- fbrmnf?dãá ir \\tí r*f.vo x"*f,$'* "'* comnnMn* j^^^,•*' p ro1íf,/"* *?*»*(*> »*<* rfpf« ' «^ |1 rX> \A-*'rm r^*>i o r\H' pfl vn (1 o áUtiriraiir o que ec projetou no 'irian[?Tj^^jq^^^GfiH^MH^W^ \ •jlia\tlrW*JtfV\rVVH TlMafcW-^^H .-^"Vo íz j ¦>•¦»' - > Cef 5aVí"' "»!»-.¦¦s^sUaZaBKmVb^-M J BmãSSSÊÍ r^r1 AlEQZfàíÍifíÍMAYi*ffi \ll|)MMfJtTJJCTJstt Tn flJ-^a-V^rWBsWi^sjffBr^B^Bfc * ¦ -"-liX^ '-^ slsVQcfl ' faÜCvES-i ZCT^LS •" •*'^r*.' Ç2-WBáíBCmríS^S^jDiM^ mtUÊmSmMM' vi ^òf^ySfS^fWV^^A^rvf'"'^^ iMi^WlnPnl TOiCBI?H-!a^s-^iHsW HPmtÍU&B|JS* mOlk^^J^E^H SC_Mr*^i9fíu^55mSH'^' hsfrflrt^^sB^^^ff^ftffiir^tarfíSaBnÊÊ Wr&Bv// , raMsBn-^^fflsBsW^KBfl-^r^CTvsSdlmSSSStím^ m )\lVLSrVvo\4nL\N\nvVw wi^f^""^*^*^^^* T?*P»aã3F»»*/rWi.\ \ \A-»-tJ3gaacd—-i^ ^Hiv Ts^rn^WürirtfTfnyiIiMia^^y íJi - ' I -*flE---*--->ls»Vfcwftp--^-------l^^L7-». ai^lfrfMlXM^T^T^tJáBrasT- -. HsJ^arV<D.MKf.IUWi^»n'RJ-al^B3MWg»-B!IgIP^^n^BflSn—s-fmiMfc»La»H"tff-f jBf?fr•jfTrwi¦' T IMiHByH . - ¦mhjsKU«Sk?3>^\ ^^s^fitTÍttPfffâÍL/ 3^KâB5i«íSKSS^^^Kaw9^ÍTHB4K)llí - - - - WKHÊlMSiJmMfí3F\ i /Tf v 'BHWmBW -'" K'SgBM£fflB8gggra^^" SmjSwíSêwSwífiV / \ mAl,1wliKV <^- HpSãHtranrvChSsSifSQB . :--K -PM^-tt \'.«^^/a - \asB7- J^Wiy>y^j-y/ ]JHs-i»»à-3sBla^^PK > V^wP»ar>*gWriPTyMguMiBaH-tflflM?.W.fl-ilmrw '«!^P-H-.--.-r iroffl^^S'.'¦'¦ ¦.'•¦¦' ''^^^^^^S^^^^^^M^^^^^m^^^ S^S^S^^ai \^ '"Sl^r^^^^Sfc-S-SíI^-I^Wí»^ t^^^a^^^-íraw^Hr®'^^ EiWÊÊÊíMlIií v14T^>MsMsBPT»3J9r^MBBH^^sPy/WKfc«wKsBIrfoíTr"^!^'^^^TÍiS^'v^^S^ií^h!^wfíKm^^SSmVUSm^P^^v^iaabtf Kj&rKlf/ JSZ>" . "^5^^jS55^»^^%^^j^5*»ã^iKi-a£_^a ^^±,^._ -^^¦¦^.-^y^- ^^^^-J-£23C- li <** Vi ii n mm um» *e|S»>-»-e"---^^™"'¦ ,l'»*^^^ „>^mm^i^%^^*»»%.il^^"""^*^ta- mahccí nem o romance c nem o O ca6o, como so vê, é simples, artigo de crítica. Sendo tudo isso, Entra pelos,olhos como a publi- a ninguém será permitido negar- cidade sempre tão bem organizada lhe existência onde não houve do sr. Jorge Amado. Um.suple- imaginação/Houve estilo, uma mento, pois, deve conter um pou- idéia, e temos o elemento literá- co de tudo. No entanto, os nossos rio. O sr. Gilberto Frcyre, por suplementos difíceis e comple- exemplo, escrevendo sociologia, xos suplementos 1 se asseme- fiiz literatura. Mns o sr. Almir iham à boca de um querido ami- gò: bem cortada, é verdade, mas íuhdo ao.centro apenas um den- tão. Faltam-lhe os dentes indis- pchsávcis; uma secção de histó- ria entregue ao sr. Sérgio Buar- que de Holanda ou uma secção du economia entregue ao' sr. Guer- reiro flamos.i E' certo que, do quando em vez, brilha alguém como. o sr. Otávio lürquinio de Sousa. E, de refe- rônoia à política, esta é hoje,, em alguns suplementos, o dente mais afiado. Afiado, di'gò,""p-que. não impede seja careado como no caso' do sr. Emil Farhat ou totalmente podre como no caso do sr. Dalci- ção de Cêurico de Oliveira. O sr. Roberto Brandão ainda preocupa- do com "A Mulher Sem Pecado", do «r. Nelson Rodrigues, parece ensinar ao sr. Joracy Camargo como se deve fazer critica de tea tro. O jornalista Paulo de Medeiros e Albuquerque, de Buenos Aires, envia uma entrevista cora Júlio E. Payró. E é só, a não ser que se conte o inacreditável artigo do sr. Amé- rico Palha sobre Armando de Sa- les Oliveira. Pobre, muito pobre, como se vê. o suplemento do "Diário Cario- ca". -,',...- . .' "A MANHA" \ Dois grandes artigos E dois grandes poemas O sr. Otávio de Faria respondo a um depoimento No primeiro plano dois grandes artigos': um, dosr.Euryalo Canua- brava o outro do «r. Rosário Fus- (lio Jurandlr. Mas, se aparecen> tíü. Escrevendo agora assiduameu- temporariamente, não chegam ppr té, depois de longo intervalo, o isso mesmo a constituir um crlté-, conhecido critico' brasileiro volta rio. E o que pedimos aqui, à ma- com uma enorme segurança. Sen- neira de sugestão, é tão somente (f.Se maior' experiência, maior o aproveitamento daqueles rumos fjrroeza na exposição das idéias. Seu artigo, "A Criação e o Cria- dor", é indiscutivelmente um dos melhores dentre os artigos do to dos os suplcmeutos. "O Estilo de Jesus", é como intitula o artigo do sr. Allyrio Melra Wan- dorlcy que também escreve no eu- plemento do "O Jornal" sobre ürtega y Gasset. O sr. Francisco Pereiro da Silva, escrevendo sô- bre Alain Fournier e o pintor Portlnari. Mas, como querendo compensar a ausência de poesia dos outros suplementos, A MANHA conta com dois poemas,.e dois poemas de dois amigos, que são os auto- res de "Tempo o Eternidade": srs. Murilo Mendes e Jorge de Li ma. O do primeiro "A Portugue- sa", ilustrado por Goeldi, con fir- ma perfeitamente a altura a que chegou a noósa poesia. O do 6c- gundo, "Na Carreira do Vento", ilustrado por Fayga Ostrower, ó poema que salva o autor de tantos pecados... No entanto, infini- Ia generosidade do organiza- dor do suplemento, foi nolo co- locar aqueles sonetos imprestá- vels de ura tal sr. J. M. Silva 1'iuto. Hu. um artigo, sério e equilibra- do, que vale a pena ser lido. Co- gita do problema do intelectual no após guerra, e está assinado pelo sr. Viccnto Ferreira da Sil- vu, um valor novo e respeita vel em São Paulo. O jornalista Almeida Fischcr ouve, num de- poimcnlo de grande oportunidade a literatura e a hora presente ²o romancista Otávio de Faria. O grande romancista brasileiro, i-m que o inesquecível Mário da Aadiüde viu uma "aparição fan- lasmal", ergue a defesa, ai, com veemência do romance psicplógi- co. A repórter Solena Bencvidc!^, „, ...- Viana desta vez. subiu ao 18° an- O sr. C. T., que parece nao ^a rúa 13 de Maio para falar fazer outra coisa senão ler as hls- l". „„„„(„i„ n„«nnhint. nm js outras, plagas, em forma de m critério regular. < Em todo caso, enquanto a sa- estão amadurece, vamos ao tra- ialho. Não percamos tempo poh, so é curto, os suplementos são argos. Grande, como sempre, a irofusão dos seus artigos. Ao caso, apanho o suplemento do ' Diário . de Noticias". E eis que mrçebo alguém, o, sr.' Naylor Vil- I is-Boas, nele montado, e trotan- o, como se estivesse .numa sela. "DIÁRIO DE NOTICIAS": < tema Rui Barbosa Ai Deus, ue graça! Imbecil o sr. C. T-T Sole-jisslmo, o sr. Naylor Vil- .us-Boas. Amando o tema flui i.irbosa, sóbre êle'cavalga tão dmiravelmcntc, mas tão admira- .cimente que acabará por tornar- ^e um tcinn do sr. Pedro Dantas. S'a emboeadura. como temendo ¦titrar no suplemento, a sra. Vvonne Jcan acha ser a educação :i nossa primeira tarefa. Delica- 'tá e meiga, a sni. Yvontr.- Jcan ;'screve como ,quem spíiha: "o i-eiitinho du noite embalava meu !-,em estar". Ai, l)^»s. 'iue grá- çal E. contrastando com o en- •auto da escritora francesa, ura artigo interessante "Jornalismo d.e Outros Tempos", do sr. Ma- mel JMegues Júnior. O sr. Luiz Santa Criiz, que se ,liz católico, tentn "rejuvenescer il nossa catolicidadc". Lendo o seu artigo, por sinal muito bom, tive a impressão de que o rapaz ;imbicíona ser instrutor de educa- cão física cm alyuni colégio dos jesuítas..'. Grande idéia; rapaz! E, retomando o rodapé novamèn te o sr. Sérgio Milliet. Escreve sò- bre o romance "A Fruta Estra- uha" de Lilian Smith -'-' ' itíisiràtüó de üèwçtldò Goe/çíi ^w O c A \ I JL v JL N ¦ mim —'".'"- A o O motor ar.nydn os pássaros. Vai Akiguslo ,'¦ í i::r.(lr,igadM, A última csiula c os fuuiis os olhos no desconhecido, os pis no acelerador. Na carrocevia jan!ás'.;ca revoam as blusas. florescem os instrumentos c os amigos Os pneus de pluma, o dimmo. as engrenagens caniandp. aquele è Augusto, o veloz.. As rodas sulcando o tcm'L:o, aves, nuveris, ruas imóveis, portas madrugando no pão. I) sol aumcn'i a alegria na pedreira do horizonte. f U £ N O A tarde è o regresso. Gs amiga se despedem. Vemos, má: ::i:ia, qiii! o espera à poria a jiliia, a espose, fez o jànjar, o vizinho vem ler o esporte, a rádio dirá novelas. Na inocência dcs sonho* sua noite será múltipla. Augusto c o senhor dos freios, Agusto v.ô.a ¦ ¦ Entre a criança e o poste oscilado volante, treme a mão na mudança. O golpe arrasta a tragédia. A vida explode no carburador. Augusto pende o corpo. Rosai â" sangue abrem no pei'.o. tosai se multiplicam na tarde, no radiador, no espelho quebrado, as rosas rui jp.ee e nas mãos de uguslo. tórias de Charlie Chan. debruça-se sobre "O ladrão de diamantes". Prossegue apontando os írros do tradutor como se o livro mere cesse, ao menos, uma simples lei- tura. Respeitável, erudito, o sr. C. T. ignora provavelmente o pú- blico. Esquece que uma obra as- sim de valor literário inteirnnien- te nulo, não pode justificar mes mo um registro. Não fosse uma descoberta do sr. Guilherme Fi- gueiredo, c o chamaríamos de tolo. Quem a não ser um tolo, se preocuparia tão humanamente cm o homenzinho com o sr. Maurício Rosenblat, ura dos diretores da Livraria do Glo bo. O editor revela o seu profira- para o ano de 1946. Em rodapé, fechando o suple- mento, o sr. Raimundo de SuUZn Brito escreve inspirado era alguns artigos do sr. Euryalo Cannabra- va. Que o novo autor tenha voca- ção para a filosofia, é um fato que não se pode negar. A filha o espera, no entanto, arrastada, morta, a máquina fiel c lesou: Ai D .linda os ainigòs c os passai os cantam nos caminhos. Augusto uâ;j amanheceu, Mas cr.isie o mistério. Qjiando a .unnbra envolve a garage rompe o diálogo impossível. Ossos e peças conversam s';bre a viagem inHnila. SwgUe e b"trc>len se inflamam na aurore, da redenção. Entram ra eternidede Aunislo e seu caminhão. RI VER A «pontar os erros de uni folhetim conio ladrão de diamantes"? Sr. C, T., por favor, aççarre o r.r. 'Valdemar Cavalcanti. Tolstoi, «sse sim merece a sua boa von- tade e a suo paciência. . No "movimento artístico" o sr. Rübon Navarni, excelente como sempre, comenta um relatório só- bre a vida artística inglesa. "DIÁRIO CARIOCA" Suplemento invariável Erial- n.-indo ao sr. Joracy Camargo Pobre, muito pobre Invariável, ainda, o suplcmen to do "•Diário Carioca". O poeta Minuel Bandeira, no alto publica sua crônica de cinema-, unia crfl- nica, (líicclente, o cjjiema """'-o npcnaj, uni pretexto. O querida Bandeira não nos leve o mal. Novamente o sr. Pedro Danta- isto é, mais um cap!tulo das 6uas "memórias". O sr. Antônio Ben- to. sem dúvida um dos melhores colaboradores, se refere à exposi- "TRIBUNA POPULAR" do contra teatro, o éx-biBpo e as platéias Esquizofrenia, e da braba! O órgão do P.C.B , que tem o seu suplemento literário no jornal "Diretrizes", circulou novamente sem qualquer preocupação literá- ria, O homenzinho do contra qae cm breve ilustrará, a publicidade do sal de frutas 'ENO, ou seja. o sr, Luiz'Cários Prestes, continua intransigente em relação aos es- critores. Secretário geral do P. C. B. e, como tal, "guia genial" do C ,E.. é possível tenha trans- ferido para o Parlamento a imen- sa cultura e Inefável inspiração iue contagiará os seus "câmara- ¦as" de bancada. Ao que parece, resolveu "atuara o vivo. Que me perdoem os fa-. •áticos. mas o infalível "chefe" alvez prefira o teatro como gê- ¦ícro literário. E' provável que o ;r. Joracy Camargo - "pequeno htirguefi" que se habituou a zora- bar dos dramas dos mendiíos (Conclui na 2.' pág. desta seção) , "ti*P 'wwffi ¦' ' <**;« > M m I'' 1 W<Jfcj ' ú * -'Hl I -W 'M ,. ,s| «1! ¦ ¦¦»**»•'* ¦•iíyK;.' / -<»ME.':'í !-':'A- #»' i '¦¦¦ f í. m \-j a ->1 ¦

Upload: hadan

Post on 03-Dec-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANO VI RIO DE JANEIRO, DOMINGO, ,17 DE FEVEREIRO DE …memoria.bn.br/pdf/114774/per114774_1946_01389.pdf · 2012-05-10 · saista de "Evolução da prosa brasileira" disse: — Há,

ANO VI RIO DE JANEIRO, DOMINGO, ,17 DE FEVEREIRO DE 1946 NÚMERO 1.389

j5j&»ma»xkci»5c^^ ':•&&$$$&¦

DEP O MENTO DE AGRIPINO GRIECOtf* K

¦I

i

. GRIPINO GRIECO é uma/\ .das figuras mais em evl-

' ' t dência no panorama da li-teratura nacional do momento.A sua intensa e eficiente ativi-dade ' literárial ai inunda ati avérde alguns decênios, o vali i ine-gável de suá obra, o seu «.icsas-fcombro em demolir falsas gló-rias forjadas por grupclhos ins-•talados à testa dos meios irablifcitários, a sua -rçerve e o fulgorsem-par de sua prosa, o brilhamtismo de

'suas conferências tor-

t.aram-no credorydo aplauso ed? admiração públicas. Críticoliterário dos mais ilustres quetomos tido, de urda lucidez me-lidiaríá, qÚBndo se,'aprofunda naanálise literária, polemista temi-do pela fôrçà arrazadora de seusargumentos, terrível epigramis-ta quo aniquila heróis do fanca-ria com

'duas penadas, cDnvei-

sador agradnbilíssimo que nosprende à ;sun palavra horas in-lairaa, fascinados pela sua vive-

. cidade .intelectual, o^. autor de"Gente nova do Brasil" é, antesde tudo, um grande amigo dos

-xnoços que ensaiam seus primei-ro*.pessoa na estrada'difícil egloriosa, das letras. Acessível ebòm, anulando a timidez provin-ciana dos que o procuram logoàs primeira, a palavras , na ex-pansão espontânea de seu gênio

.legre de latino de bons*fígados,'vgripino Grieco os põe imedia-tamente à vontade e, algum tem-po depois, são dois velhos ami-".os que se entendem às mara-¦ilhas.

Não é muito fácil ao repórter,mtretanto, encontrar-se. com ofamoso escritor. Agripino Gric-co não freqüenta rodinhas lite-rárias e.só vem à cidade uma'•ez per semana, para tratar deassuntos de seu interesse. Va-!eu-ons muito a mediação do?eu distinto filho, cônsul Fran-cisco da*;Assis, para conseguir-mos um encontro; com o autorde "Estrangeiros,". O conferencista costuma ir à Livraria H.Antunes, às quintas-feiras, in-formou-nos seu filho. Reàlmen-te, lá o encontrámos. E começa-mos a conversai-. Agripino Gri?-co prefere conversar a responderperguntas. Estas surgiriam de-pois, no transcorrer da palestra.

Estando quase todos os. seuslivros com as edições esgotadas,a Livraria José Olímpio Edito-ra resolveu publicar suas "ObrasCompletas" no decorrer desteano. Assim, o numeroso públicocom que conta o escritor terá,brevemente, a oportunidade deadquirir todos, os volumes queconstituem a sua valiosíssimabagagem literária. Serão reedi*

DECADÊNCIA UTERÁRIA. APESAR DA ONDA DE MEDIOCRIDADE... TINTA PARA OS CABE-LOS... 0 TÚMULO DO PENSAMENTO. OS NOVOS. CERV ANTES EA POLÍTICA. FALA A"A MANHA" 0 ESCRITOR AGRIPINO GRIECOtidos "Evolução da prosa brasi-leira", "Evolução da pcesia bra-sileira", " Gente nova do Brasil"."São Francisco de Assis e a poe-sia cristã", ''Estrangeiros" e'Cascassas gloriosas", todos cm¦egunda edição, e aparecerão oa• olumes inéditos "Zeros à es-ciuerda", "sátiras" "Vivos emortos", estudos literários "Ro-nancistas", ensaios sobre ficclo-matas modernos; "Amigos e ini-migos do Brasil", estudos sobreestrangeiros que nos visitaram;t "História da literatura brasi-hira".

Agripino Crieco, conversando,lembra bastante o conferendstamagnífico que traz a assistênciasuspensa, presa às suas palavrasdt fogo, que tão bem conhecemosde outras ocasiões. Não é pos-sivel tomar nota de nada. Tc-mos de nos esforçar para gravarbem o sentido de suas palavra»,a fim de reproduzir, pelo mennsem parte q sem a graça e a ver-ve de sua conversação, alguma

ALMEIDA FISCHERcoisa do muito que êlè nos dis-se. ,

Agripino Grieco dá vida àspala-vras, dota-as de nervos, deformas físicas, materializa-as;colorè-as.

DECADÊNCIA LITERÁRIAO repórter tenta uma pergun-

ta qualquer. Do fundo da livra-ria vem a voz dos empregados,atendendo aos fregueses. Estamos num dos cantos do estabe-lecimento.

— A literatura atravessauma fase da grande confusão, deabsoluta anarquia, não só noBrasil, como no mundo". — diz-nos Agripino Grieco. "üs escri-tores, na sua maioria, se descui-dam na forma e no pensamento,elaboram obras apressadas quenão resistirão ao passar dosanos; há um grande desinteresserio público pela literatura domomento, A atenção do mundose volta para os problemas po-

lítico - sociais contemporâneos,interessada nas lutas travadasentre os grandes países pela su-premacia econômica, pela possedos mercados, pela amplificaçãodas "esferas rie influência". Osromancistas se tornam simplesrepórteres, mcrc3 narradores,focalizando apressada e aupcrfi-cialmente os dias tumultuáriospor que passa a humanidade. Acriação artíst.ca, os estudos ana-líticos da alma, das paixões hu-manas, cadem lugar à reporta-gem ou ao discurso demagógicoem forma de romance, compre-tensões a romance social. O únl-<;o recurso que nos resta,-rlian-le da avalanche dó maus livr-sque invade as prateleiras das li-vrarias, em trânsito para os "se-'bos", c refu,<jiramo-nos no passa.do, relermos os grandes mestresfranceses, russos, portugueses,brasileiros, do outro c do come-

ço deste século...

CRÍTICA SUPERFICIALAgripino Grieco passa a falar

sobre a literatura brasileira domomento. O repórter já dessa-íiu de anotar as palavras dogrande escritor. Agripino falaexuberantemente, as palavras seatropelam sonoras, agradáveis e,ao mesmo tempo, contundentes,mordazes, cs epigramas saltam-lhe velozes da boca, os gestosse sucedem, e o brilhante con-ferencista, sem querer, inconsci-entemente, entusiasmado pelotema, estimulado pela evocaçãode figuras realmente ridículasde nosso mundo literário, com-parece àquele canto da LivrariaII.-Antunes. Os escritores na-clonais mais conhecidos desfilamrapidamente diante de nós. fa-mas fabricadas pacientementepelas "igrejinhas", em funçãodos retratos nos jornais e dosartigos louvaminheiros insisten-temente publicados pela impren-sa, estampados em folhetinsdo pv-ognpanda, afixados noapostes e árvores da Avenida,

pregados nos bondes e nas mon-trás das livrarias, caem pífias einconsistentes ao frio encontroda análise.

Agripino Grieco fala sobre osnossos críticos literários:

— , Não temos, no momento,críticos à altura de um Silvioou de um Veríssimo. Aliás, todoo mundo, hoje, faz crítica lite-rário... Os críticos do profissãoemitem opiniões superficiais sô-bre oa livros que lhes caem nasunhas e sobre os quais são obri-gados a se manifestar, talvezpor não contarem com -tempo su-ficiente a um estudo ém profun-didade qua .lhes forneça materialpara um julgamento mais perfei-to. Os improvisados,' em geralromancistas e poetas, elogiamsistematicamente, louvam semnenhuma compostura a todos osvolumes que surgem, tornando-se, com isso, credores de igualporção de amáveis elogios, reser-vada para quando publicaremseus livros... Os gênios surgemde todos os lados... Os valoresda província, que chegam ao Rio,ou se metem nessas paróquiasliterárias de elogio mútuo e re-zam pelo mesmo broviário deseus membros, ou voltam, eupa-voridos e enojados, aos seus Es-tados do origem. Os quu aquipermanecem, heroicamente dig-

nos e independentes, sofrem -amais abjeta das perseguições, ousão contemplados com o maisabsoluto silêncio, o que, sem dú-vida, já é uma felicidade...Aliás, na própria crítica, nãoquero esquecer a culta dignidadede um Tristão e a combatividádede um Eloi Pontes, de quemprezo muito c muito o belo tra-balho sobre Euclides da Cunha.,

MAÇONARIA LITERÁRIA

Continuando a discorrer sobreos males dos grupelhos, o en-saista de "Evolução da prosabrasileira" disse:

— Há, fora da Academia, umocademismo muito mais prejudi-

ciai do que o praticado pelos nos-sos "imortais". E' o academismode mesa de café, clubes ou as-sociações de letras, de "paneli-nhas" fixas ou moveis, que pa-trocina uma verdadeira maço-naria literária. Os seus compo-nentes, em Vez de se dedicaremao estudo, pois há uma lamen-tavel falta de cultura entre osnossos atuais literatos, perdemhoras nas livrarias, discutindotolices e elogiando-se mutua-mente. E' um academismo mui-to menos interessante do que oda Academia, pois os seus mem-(Continua na 2.* pág. desta seção)

A volta á lição do passadoA solução dos problemas filoHô.

fieos nâo ««..processa de equa.<;5*s Bolldamer.te travadas, c nãodepende dos resultados obtidosmediante aplicação dos métodosexperimentais. A' posição' Ao metatiatleo se concretiza, assim, cmesplendida independência, cor-

EURYLO CANNÁBRAVA

plano da realidade concreta equotidiana, o que se incorporou aexperiência histórica e o que per-maneceu, apenas, como ideal ouaspiração irreallzável. O resulta-

cões do método cientifico. Omaior perigo para a metafísicaé ceder diante da sedução do co-nhecimento positivo, construídosobre terreno movediço, onde os

rende" ríãêo lMnnta7ê mVeredâr e8tra,tos « deslocam contínuapor labirintos.'aem salda, por s- Sj*tradaa tortuosas que não levam correntes, jslficam em duas ordens distintas.X destino algum.-Na Imposslblll- -Ha'.lnír" os . ?f0V d'„,vJ0CJa' ta> »" «!«« Influem decisivamentedade de dispor do uma técnica ?uo debll ou precária, habilidade 85bre „ cnrB0 doa acontecimentosqne permita apreender dlretamen mnlto facií e,m -!<>«»' o* concei- históricos e são, por assim dl-

tes da abstração e da teoria Ideo-lúgku. sem qualquer újiortuulda-de de se inserir na série dos bu-cessos e das- ocorrências exteriores.

Em síntese, as idéias operantese as inoperantes, as abstratas eas práticas, as subjetivas e as ob-Jctivas, as realizações e as irrea-

te o real 'como faz o cientista,reata-lhe, apenas, a esperança deimprovisar o campo experlmen-tal, onde o contado com o do«jumento vivo se torne realizável•ob certas condições prévias, AliiBtoriografla das Idéias eonsti.tal vasto laboratório, verdadeirocampo de. pesquisa e experlmen-

do dessa comparação seria de- > _ __ _ . mente solf o impulso das novas j monstrar que as idéias se cia*. ífcãçõeut~admUi~ndo-aê', ainda, en-

tre êases dois termos daclassi-ficação vários graus intermedia-rios. Pretendia deter-mc. duran-te algum tempo, na análise dasmúltiplas consequênrins dessa(Continua na 3.* p. desta seção)

tos especulativos à situação atualdo conhecimento cientifico, afimde atribuir ao seu sistema a apa-rôncla da,solidez e o encanto damodernidade. Mas a questão todaé que essa solidez e essa moder-nidade só subsistem, no máximo,pára o período histórico de nmrgeração, durante quarenta oa ein

-«cr, realizadas praticamente e b)-<.s que não ultrapassam os llml-

REVISTO literáriaSUPLEMENTOS DO ULTIMO DOMINGO

DJALMA VIANAUm

suplemento, naturalmente,pode ser alguma coisa mais quejornal literário c apenas li-

terário. Pode mesmo desligar-seda literatura, erguer o seu vôopor outras plagas, — história,educação, cconoinia, política —sem que perca por isso a sua fi-sionomia literária. Deslocando-sesobre uma rúrie de rumos, osami-uando e discutindo, é que «c co-loca verdadeiramente numa justa de Andrade, que Deus o guarde,posição literária. escrevendo romance, outra coisn

Afinal, literário não é apenas o não faz senão contrariar a litera-poema, nem o poema e.nem o ro- tura.

táçlo para o metafísico que nfio «««"a ^m, desfazendo-se depnl<pretende esterlllzar-se com 8ob » Pre8Sa.° de novas hipótese,cxerèlèlo da dialética, abstrata. teorl" °u descobertas. Aeratráasehda do método experimental «. pois, nne durante certo temr<flía, assim, plenamente comp. » metafísica ajustada ao projjreféada, desde que se atente em qneo'filosofo eneontra na eronogra-fia dos eomplexos ideativos ma-teírlal de primeira ordem, repo-oltórlo inesgotável de fatos e cir-constineiapem. qne a Idéia figuraeomo, determinante insubstituível.O metafísico dispõe de ama es-

so cientifico do momento parercorresponder â secreta aspiraçã'de uma época inteira, mas tnd<isso não passa de ilusão como »'depreende da historiografia da-Idéias. Se nSo concordam corêsse argumento, procurem med-tar sobre a obra de Platão, qu

píelêm prõjetorqae reflete na sé ponde assimilar o. resaltadr-telaaitWa o desenvolvimento científicos da -eometria fregeprosresslvo das Idéias e dos conééitos gérati.

Ele reconstitui a vida própria».- slngnlar dessas estruturas re-presentatlvas, desde o surto inl-«•lal atl o período cresposcnlard& decadência e da morte. Acom.panha, nessa projeção, quase vi-sj&al, pela, soa objetividade, ocorso irregalar dos conjuntos re-presentatlvoa e. das constelaçõesintelectuais. Observa eomo.se for-«iam, de que maneira se.agluü-nám e por que melo se separam.Compreende que nem sempre aprofundidade das idéias se ma-

brl-

ficando assim em situação Aflagrante Inferioridade perant'os contemporâneos. Essa lnfrrloridade, porém, não existe errelação ao sistema que está matvivo do que as teorias modernrsobre o problema das idéias eternas, do ser, da harmonia, do r<ceptáculo, da dialética ascenderte e descendente. Não existe exreêro algum na afirmação de qutodas as teses metafísicas do pi-'-tonlsmo permanecem Intactas, embora nenhum principio elentifirexposto noB diálogos possa escpar á marca da época, definüvãmente superada.

O tempo, entretanto, não ex<-«l festa exteriormente , comlho ou elegância literária. Percebe ceu influência alguma sobre rque o destino de cada uma delas, concepções especulativas de PIcomo o dan criaturas,'é diferente, tão que nos surpreendem ma:sofrendo a Influência de fatores ,pcla frescura e atualidade do t|imínimos e purnnie:' ».-

A liberdade com que nascem,crescem, agem. multiplicar-morrem lembra a,sorte dos sereshumanos, empenhados em dei-xar qualquer vestígio de sua pas-nàirem. Mas o que Interessa à mi"tsfíslca, sobretudo, nãc é a li-

pela sutileza dialética, brilhoterário ou fundo verdadeiro t-suns proposições. O metafíslc-tem, aqui; farta mesRe onde c<Iher e mondar, mas é certo qirquem penetrou a fundo o pen*"mento de Platão, ignorando todoos outros sistemas, poderá tumar parte em qualquer debate

Stanão que elas-'possam ter com a compreender og pontog de vist.pessoa que os criou, mas somente ma|g rpcente8 ou BOfÍ8tlcados â:a sua vida autônoma, a sua livreprojeção no plano da realidadeespiritual c as peripécias de uman>entura dramática "tr-vés dnsucessão Ininterrupta das Ida-dcs. O filósofo observa atentoque se poderia denominar a me-tempslcose das idéias isto é. nsua transmlgraçêo por gerações el>eraçSes;de pensador^:?. As suastransformações são fi iperficiaisou profundas, adquirindo elas, àsvezes, estilo c feltlo quase ir.reconhecíveis. A Idéia racionais-ta, por exemplo, surgiu entre osgregos com força original e es-pontanea, alcançou singular vi-fcor dialético na especulação oar-teniana e cristalizou-se, definiti-vãmente, no sistema kantiano.

O.nútleo representativo inicial»lcscnvolvcu-se pouco a pouco. as.iiociou-uc a outros conteúdos,fortaleceu as suaB premissas comaquisições novaB, eliminou os re-niduos. os acessórios inúteis queprejudicavam a concepção primi-tlva. Houve depuração progress'

l

¦i 11I !

va na tese fundamental do rocionólismo, embora não haja suporloridade alguma na' dlalétl•-••)Idealista do sistema de Kant sóbre as interpretações magistralKente elaboradas pela teoria piaWnlea ou arlstotéllca. Verlfica-f(

-equl um dos característicos mari cantes da filosofia que a dlnli»

giie do conhecimento ctentlficcEnquanto a ciência aperfeiçoa-sií-nrtn vez mais, podendo se eBta^elecér paralelo. Inteiramente f<-vorável . técnica moderna, entrro qne se fez na antigüidade c <que se realiza noB tempos atuairnenhum critico ousaria compareo sistema de Platão com a doutrina especulntlva de Spencer rvde Augusto Comte para provar iBuperlorldade dos dois últimos. /vantagem ins-uperável do platonlsmo reside, precisamente, ncIsto da ciência grega não_ teratingido àeBcnv-o|vi—icr.to tão brllhante que a sua luz cegasse orolhos penetrantes e rrgutos dodiscípulo de Sócrates Se tal nãcacontecesse é pnsslve' oue o fundo uerene dn filosofia pl-tônic-já estivesse 'ntriramrnt» submerr'rti>. cobro p>-i>nteeeu a Com!'e a Soencer, pelas novas aquial

moderna especulação, ènquantno homem de riência que apenü-conheceu oa diálogos seria tli'-como louco ou extravagante incorrlgtvol. São êsseu os . ensinamentos preciosos da historlogr.-fia de idéias; considerada com"camnn experimental da metafis'ca. Há uma outra lição a retira-talvez ntnda mala valiosa, de eun-nrofundas Investigações. Refiro-me a certa questão, tocada de le;ve pelo gênio de um pensadorextraordinário, mas cuja obra re-veln o sinal da pressa e do inara.liado ein buhs páginas essenciais.Max Schclcr, a propósito da , dl-^^rença existente entre as Bitna>-õcs reais c possíveis, declara quei história poderia ser estudada?o!> o ponto de vista exclusivo das'¦leias, Isto é. do que se planejou"i se pretendeu realizar, do que-e previa como acontecimento fa-L\l e prestes a concret'zar-se."Vrlartíos. nssim no InHo rfa Ms-'ória renl iuna cronolorrin viva rfns^speraripas das antcc!pações o dos'osejos humanos em relação aos'•'fos futuros.

Imaginem, durante alguns mo-ontos. n nuadro dramático for-

--do n»ln rnntrrst'» PTitrp n nue". descion c o oue arontercu to-¦lmcntc; entre os pro.'etos e os¦tos ob'et.lv)s. ontro a hlsto-'a possível c n história real. Ve-¦fimr!r"nns, dess™ Plane'™, co-

••o Co |"do ''a f-An',.* rip suct-M-'ios e dos eventos que se enca-Mui» nt^evéí àn tetnnn noderla''tur,"'- f evnosl^ão hl6tor'oi»ra*''-n dfs líélns e renresenta^õos"ibre o que cm tido romn no»,'vel o» como consennínH^ ine-'tável de fntoR ntna's. Fsboea-im-se. p"sim. o« ontornns nre-'ios àt um mundo ido»! ot'»•lex^t'» sempre nas i,"'i"s"s sn

•^«¦.sivrs com n mundo ds ren-•(j«(in fjc-innip, Hnnv. "emnrf'ma h'rf-'rin T>t"Ti-IM p gprmi•<t?v?, iro»"n H!» OofcpVr. ron»'ti^d;' nor tu^o o ou» sp desp-.vn rijo a<"0itpcp."«p neli som<<

in t(*f'^i pq nrni-p'*''"'- fbrmnf?dãáir \\tí r*f.vo x"*f,$'* "'* comnnMn*

*« j^^^,•*' p ro1íf,/"* *?*»*(*> »*<* rfpf«

' «^ |1 rX> \A-*'rm r^*>i o r\H' pfl vn (1 oáUtiriraiir o que ec projetou no

'irian[?Tj^^ jq^^^GfiH^MH^W^

\ •jlia\tlrW*JtfV\rVVH TlMafcW-^^H .-^"Vo íz j ¦>•¦»' - > Cef 5aVí"' "»!»-.¦¦ s^sUaZaB KmVb ^-M J BmãSSSÊÍ r^r1 AlEQZfàíÍifíÍMAYi*ffi\ll|)MMfJtTJJCTJstt Tn flJ-^a-V^rWBsWi^sjffBr^B^Bfc * ¦ -"-liX^ '-^

slsVQcfl ' faÜCvES-i ZCT^LS •" •*'^r*.' Ç2- WBáíBCmríS^S^jDiM^ mtUÊmSmMM' vi ^òf^ySfS^fWV^^A^rvf'"'^^iMi^WlnPnl TOiCBI?H-!a^s-^iHsW HPmtÍU&B|JS* mOlk^^J^E^H SC_Mr*^i9fíu^55mSH '^' hsfrflrt^^sB^^^ff^ftffiir^ tarfíSaBnÊÊ Wr&Bv//

, raMsBn-^^fflsBsW^KBfl-^r^CT vsSdlmSSSStím^• m )\lVLSrVvo\4nL\N\nvVw wi^f^""^*^*^^^* T?*P»aã3F»»*/rWi.\ \ \A-»-tJ3gaacd—-i^ ^Hiv Ts^rn^WürirtfTfnyiIiMia^^ y íJi -' I -*flE---*--->ls»Vfcwftp--^-------l^^ L7-». ai^lfrfMlXM^T^T^tJáBrasT- -. HsJ^arV<D.MKf.IUWi^»n'RJ-al^B3MWg»-B!IgIP^^n^BflSn—s-fmiMfc»La»H"tff-f jBf?fr•jfTrwi¦' T

IMiHByH . - ¦mhjsKU«Sk?3>^\ ^^s^fitTÍttPfffâÍL/ 3^KâB5i«íSKSS^^^Kaw9^ÍTHB4K)llí - - - - WKHÊlMSiJmMfí3F\ i /Tf v'BHWmBW -'" K'SgBM£fflB8gggra^^ " SmjSwíSêwSwífiV / \

mAl,1wliKV <^- HpSãHtranrvChSsSifSQB . :--K -PM^-tt \'.«^^/a - \asB7- J^Wiy>y^j-y/ ]JHs-i»»à-3sBla^^PK > V^wP»ar>*gWriPTyMguMiBaH-tflflM?.W.fl-ilmrw

'«!^P-H-.--.-r iroffl^^S'.'¦'¦ ¦.'•¦¦' ''^^^^^^S^^^^^^M^^^^^m^^^ S^S^S^^ai

\^ '"Sl^r^^^^Sfc-S-SíI^-I^Wí»^ t^^^a^^^-íraw^Hr®'^^ EiWÊÊÊíMlIií

v14T^>MsMsBPT»3J9r^MBBH^^sPy/WKfc «wKsBIrfoíTr"^!^'^^^TÍiS^'v^^S^ií^h!^wfíKm^^SSmVUSm^P^^v^iaabtf Kj&rKlf/

JSZ>" . "^5^^jS55^»^^%^^j^5*»ã^iKi-a£_^a ^^±,^._ -^^¦¦^.-^y^- ^^^^-J-£23C- li <**Vi ii n mm um» *e|S»>-»-e"---^^™"' ¦ ,l'»*^ ^^ „>^mm^i^% ^^*»»%.il ^^ """ ^*^ta-

mahccí nem o romance c nem o O ca6o, como so vê, é simples,artigo de crítica. Sendo tudo isso, Entra pelos,olhos como a publi-a ninguém será permitido negar- cidade sempre tão bem organizadalhe existência onde não houve do sr. Jorge Amado. Um.suple-imaginação/Houve estilo, uma mento, pois, deve conter um pou-idéia, e temos o elemento literá- co de tudo. No entanto, os nossosrio. O sr. Gilberto Frcyre, por suplementos — difíceis e comple-exemplo, escrevendo sociologia, xos suplementos 1 — se asseme-fiiz literatura. Mns o sr. Almir iham à boca de um querido ami-

gò: bem cortada, é verdade, masíuhdo ao.centro apenas um den-tão. Faltam-lhe os dentes indis-pchsávcis; uma secção de histó-ria entregue ao sr. Sérgio Buar-que de Holanda ou uma secção dueconomia entregue ao' sr. Guer-reiro flamos. i •

E' certo que, do quando em vez,brilha alguém como. o sr. Otáviolürquinio de Sousa. E, de refe-rônoia à política, esta é hoje,, emalguns suplementos, o dente maisafiado. Afiado, di'gò,""p-que. nãoimpede seja careado como no caso'do sr. Emil Farhat ou totalmentepodre como no caso do sr. Dalci-

ção de Cêurico de Oliveira. O sr.Roberto Brandão ainda preocupa-do com "A Mulher Sem Pecado",do «r. Nelson Rodrigues, pareceensinar ao sr. Joracy Camargocomo se deve fazer critica de teatro.

O jornalista Paulo de Medeirose Albuquerque, de Buenos Aires,envia uma entrevista cora JúlioE. Payró.

E é só, a não ser que se conteo inacreditável artigo do sr. Amé-rico Palha sobre Armando de Sa-les Oliveira.

Pobre, muito pobre, como se vê.o suplemento do "Diário Cario-ca". -,',... - . .'

"A MANHA"\

Dois grandes artigos — E doisgrandes poemas — O sr. Otávio deFaria respondo a um depoimento

No primeiro plano dois grandesartigos': um, dosr.Euryalo Canua-brava o outro do «r. Rosário Fus-

(lio Jurandlr. Mas, se aparecen> tíü. Escrevendo agora assiduameu-temporariamente, não chegam ppr té, depois de longo intervalo, oisso mesmo a constituir um crlté-, conhecido critico' brasileiro voltario. E o que pedimos aqui, à ma- com uma enorme segurança. Sen-neira de sugestão, é tão somente (f.Se maior' experiência, maioro aproveitamento daqueles rumos fjrroeza na exposição das idéias.

Seu artigo, "A Criação e o Cria-dor", é indiscutivelmente um dosmelhores dentre os artigos do todos os suplcmeutos. "O Estilode Jesus", é como sé intitula oartigo do sr. Allyrio Melra Wan-dorlcy que também escreve no eu-plemento do "O Jornal" sobreürtega y Gasset. O sr. FranciscoPereiro da Silva, escrevendo sô-bre Alain Fournier e o pintorPortlnari.

Mas, como querendo compensara ausência de poesia dos outrossuplementos, A MANHA contacom dois poemas,.e dois poemasde dois amigos, que são os auto-res de "Tempo o Eternidade":srs. Murilo Mendes e Jorge de Lima. O do primeiro "A Portugue-sa", ilustrado por Goeldi, con fir-ma perfeitamente a altura a quechegou a noósa poesia. O do 6c-gundo, "Na Carreira do Vento",ilustrado por Fayga Ostrower, ópoema que salva o autor de tantospecados... No entanto, infini-Ia generosidade do organiza-dor do suplemento, foi nolo co-locar aqueles sonetos imprestá-vels de ura tal sr. J. M. Silva1'iuto.

Hu. um artigo, sério e equilibra-do, que vale a pena ser lido. Co-gita do problema do intelectualno após guerra, e está assinadopelo sr. Viccnto Ferreira da Sil-vu, um valor novo e já respeitavel em São Paulo. O jornalistaAlmeida Fischcr ouve, num de-poimcnlo de grande oportunidade

a literatura e a hora presenteo romancista Otávio de Faria.

O grande romancista brasileiro,i-m que o inesquecível Mário daAadiüde viu uma "aparição fan-lasmal", ergue a defesa, ai, comveemência do romance psicplógi-co. A repórter Solena Bencvidc!^,

„, ... - Viana desta vez. subiu ao 18° an-O sr. C. T., que parece nao ^a rúa 13 de Maio para falar

fazer outra coisa senão ler as hls- l". „„„„(„i„ n„«nnhint. nm

js outras, plagas, em forma dem critério regular. <

Em todo caso, enquanto a sa-estão amadurece, vamos ao tra-ialho. Não percamos tempo poh,

so é curto, os suplementos sãoargos. Grande, como sempre, airofusão dos seus artigos. Aocaso, apanho o suplemento do

' Diário . de Noticias". E eis quemrçebo alguém, o, sr.' Naylor Vil-

I is-Boas, nele montado, e trotan-o, como se estivesse .numa sela.

"DIÁRIO DE NOTICIAS":

< tema Rui Barbosa — Ai Deus,ue graça! — Imbecil o sr. C. T-T

Sole-jisslmo, o sr. Naylor Vil-.us-Boas. Amando o tema fluii.irbosa, sóbre êle'cavalga tãodmiravelmcntc, mas tão admira-

.cimente que acabará por tornar-^e um tcinn do sr. Pedro Dantas.S'a emboeadura. como temendo¦titrar no suplemento, a sra.Vvonne Jcan acha ser a educação:i nossa primeira tarefa. Delica-'tá e meiga, a sni. Yvontr.- Jcan;'screve como ,quem spíiha: "oi-eiitinho du noite embalava meu!-,em estar". Ai, l)^»s. 'iue grá-çal E. contrastando com o en-•auto da escritora francesa, uraartigo interessante "Jornalismo

• d.e Outros Tempos", do sr. Ma-mel JMegues Júnior.

O sr. Luiz Santa Criiz, que se,liz católico, tentn "rejuvenesceril nossa catolicidadc". Lendo oseu artigo, por sinal muito bom,tive a impressão de que o rapaz;imbicíona ser instrutor de educa-cão física cm alyuni colégio dosjesuítas..'. Grande idéia; rapaz!E, retomando o rodapé novamènte o sr. Sérgio Milliet. Escreve sò-bre o romance "A Fruta Estra-uha" de Lilian Smith

-'-' '

itíisiràtüó de üèwçtldò Goe/çíi^w

O c A \ IJL v JL N¦ mim —'".'"-

A oO motor ar.nydn os pássaros.Vai Akiguslo ,'¦ í i::r.(lr,igadM,

A última csiula c os fuuiisos olhos no desconhecido,os pis no acelerador.Na carrocevia jan!ás'.;carevoam as blusas.florescemos instrumentos c os amigos

Os pneus de pluma, o dimmo.as engrenagens caniandp.aquele è Augusto, o veloz..As rodas sulcando o tcm'L:o,aves, nuveris,ruas imóveis, portasmadrugando no pão.

I) sol aumcn'i a alegriana pedreira do horizonte.

f U £ N O

A tarde è o regresso. Gs amigase despedem. Vemos, má: ::i:ia,

qiii! o espera à poria a jiliia,a espose, fez o jànjar,o vizinho vem ler o esporte,a rádio dirá novelas.Na inocência dcs sonho*sua noite será múltipla.

Augusto c o senhor dos freios,

Agusto v.ô.a • ¦ ¦

Entre a criança e o posteoscilado volante, tremea mão na mudança. O golpearrasta a tragédia. A vidaexplode no carburador.Augusto pende o corpo. Rosaiâ" sangue abrem no pei'.o.

tosai se multiplicam

na tarde, no radiador,no espelho quebrado, as rosasrui jp.ee e nas mãos de uguslo.

tórias de Charlie Chan. debruça-sesobre "O ladrão de diamantes".Prossegue apontando os írros dotradutor como se o livro merecesse, ao menos, uma simples lei-tura. Respeitável, erudito, o sr.C. T. ignora provavelmente o pú-blico. Esquece que uma obra as-sim de valor literário inteirnnien-te nulo, não pode justificar mesmo um registro. Não fosse umadescoberta do sr. Guilherme Fi-gueiredo, c o chamaríamos detolo. Quem a não ser um tolo, sepreocuparia tão humanamente cm o homenzinho

com o sr. Maurício Rosenblat, urados diretores da Livraria do Globo. O editor revela o seu profira-má para o ano de 1946.

Em rodapé, fechando o suple-mento, o sr. Raimundo de SuUZnBrito escreve inspirado era algunsartigos do sr. Euryalo Cannabra-va. Que o novo autor tenha voca-ção para a filosofia, é um fatoque não se pode negar.

A filha o espera, no entanto,arrastada, morta,só a máquina fiel c lesou:

Ai

D

.linda os ainigòs c os passai oscantam nos caminhos.Augusto uâ;j amanheceu,

Mas cr.isie o mistério. Qjiandoa .unnbra envolve a garagerompe o diálogo impossível.Ossos e peças conversams';bre a viagem inHnila.SwgUe e b"trc>len se inflamamna aurore, da redenção.Entram ra eternidedeAunislo e seu caminhão.

RI VER A

«pontar os erros de uni folhetimconio "Ò ladrão de diamantes"?

Sr. C, T., por favor, aççarre or.r. 'Valdemar Cavalcanti. Tolstoi,«sse sim merece a sua boa von-tade e a suo paciência. .

No "movimento artístico" o sr.Rübon Navarni, excelente comosempre, comenta um relatório só-bre a vida artística inglesa.

"DIÁRIO CARIOCA"

Suplemento invariável — Erial-n.-indo ao sr. Joracy Camargo —

Pobre, muito pobre

Invariável, ainda, o suplcmento do "•Diário Carioca". O poetaMinuel Bandeira, no alto publicasua crônica de cinema-, unia crfl-nica, (líicclente, o cjjiema """'-onpcnaj, uni pretexto. O queridaBandeira não nos leve o mal.

Novamente o sr. Pedro Danta-isto é, mais um cap!tulo das 6uas"memórias". O sr. Antônio Ben-to. sem dúvida um dos melhorescolaboradores, se refere à exposi-

"TRIBUNA POPULAR"

do contrateatro, o éx-biBpo e as platéias —

Esquizofrenia, e da braba!

O órgão do P.C.B , que tem oseu suplemento literário no jornal"Diretrizes", circulou novamentesem qualquer preocupação literá-ria, O homenzinho do contra qaecm breve ilustrará, a publicidadedo sal de frutas 'ENO, ou seja. osr, Luiz'Cários Prestes, continuaintransigente em relação aos es-critores. Secretário geral do P.C. B. e, como tal, "guia genial"do C ,E.. é possível tenha trans-ferido para o Parlamento a imen-sa cultura e Inefável inspiraçãoiue contagiará os seus "câmara-¦as" de bancada.

Ao que parece, resolveu "atuarao vivo. Que me perdoem os fa-.•áticos. mas o infalível "chefe"alvez prefira o teatro como gê-

¦ícro literário. E' provável que o;r. Joracy Camargo - "pequenohtirguefi" que se habituou a zora-bar dos dramas dos mendiíos —(Conclui na 2.' pág. desta seção)

, "ti*P

'wwffi ¦'

' <**;«

> M

m

I''1W<Jfcj '

ú* -'HlI -W'M,. ,s| «1! ¦

¦¦»**»•'*^ü¦•iíyK;.'

/

-<»ME.':'í

!-':'A-

#»' i '¦¦¦

fí.m

\-j

a

->1 ¦

Page 2: ANO VI RIO DE JANEIRO, DOMINGO, ,17 DE FEVEREIRO DE …memoria.bn.br/pdf/114774/per114774_1946_01389.pdf · 2012-05-10 · saista de "Evolução da prosa brasileira" disse: — Há,

ANO VI

§5li*, uí

km

.1 «.«

«i k•i ?|

•li

-« ¦

siM <

p

: tf

V¦*>./

¦,¦¦¦¦

É

«CS:í:,1"^¦/!•.''¦:¦:

RIO DE JANEIRO, DÒMíNGÔ, 17 DÉ FEVEREIRO DE 1946§f«visão Libraria

llll|| do uiíio domingo(Conelusâo da 1,' p, desta seção) nus da "direita"? E* O diabo,tcnliü concorrido paro despertar iuacaco escondido com o rabo deessa vocação do "querido do po-

NÚMERO 1.389

DFPOIMFNTO HF ÁfífelPIMn GDlPrfl o crime do padrinhoI/.UI VIIVll.ll 11/ *l/L AVj|\irillv/ V l\l L W Conclusão da 4/pig .dai.' Seção do molrâo, ficou d, den

fora... O sr. Hélio Peregrino,que fala em nome do povo c, Can-iiidflto a deputado, não consejjuiu

E foi dai que nasceu o dez dedos de votos, precisa com

(Continuação da 1."'desta seção) assim mesmo, comungar sem ne- zendo sucesso nos Estados Uni- — A noesia nàra todas asbros_ nem ao menos recebem "je- nhunv receio de incorrer em pe- dos. Euclides da Cunha foi unicado, pois continuará no mais escritor poderoso, bárbaroO teatro, porém, requer

aplausos significam

ton"APESAR VÁ ONDA DE ME

DIOCRIDADE.,,Nesta altura da palestra, pu

Sensibilidades. Todos os grandes

Conclusão da 4.* pàg. da !i.* Seçãomagro, muito grunde, pós o mãosbrutais, lábios findos e cabelo* decabo--verd«. Veio de Minas u pé,com fumaças de valentia e com-

preender que hoje, a "direita" demos arriscar uma pergunta.tião possui clima de forma algu-ma. O qüe se. pretílsa, ar. H. Pcre»gnno, não é de "anteclima" Maeíêamos o pequeno artigo do sr.Hélio P. para so dizer fraueamen-te o que.-se pensa.

Deixemos porém, o mineiro, cicialnos o T>«queno artigo do or.José César Borba: "A volta do1'arjarrtdnto". Uitt bom artigo.íkuuI, jiuio menos, ao artigo dosr. Luiz Alberto Bahia qu«; sécondensa no próprio títuloi "OlUdar Versus Marx".' Uma nova sceçÃo, "Vida Lilerà*ria", aparece no suplemento. Eie Inicia sem respeito a verdade,traindo o público dá informaçãoviciada. Ü novo encarregado dasecção, qüe parece ler brotado da

Agfipino Grieco continuouainda falando, com â grande vi-vacidade de linguagem que lheó-peculiar» .sobre as imóralida-des de nosso meio literário, semnos ouvir. Insistimos:

—¦ Quais são, na sua opinião,,os hoasos valores do momento?

roí:— Há pouco, tempo reli "O

Quinze"'e encontrei, nesse ro-— Apesar da onda de me- mance, páginas admiráveis. E

diocridade qüe inferioriza a nosa Rachel d'i Queiroz escreveu-oliteratura, temos, felizmente, um ^jn?^L.^» Í«!-»M 4*» pino Grieco fala a respeito da lavras de estimulo e a perdoar- desaforos mandoubom número de escritores de gMW» Jwárta,

talvez apenas Academia è do "jeton" que os" lhes as primeiras deficiências, avisar tio T*& è

VI)ypiàu"platéias"plano" evidentemente "técnico.1

, db ocupação das galerias.Eu que tive como tfabuco mi-

nlia formação democrática* nfioposso entender como alguém con-funda assim Parlamento e teatro.Mas, educado no "paraíso" CflS*íliudo talvez pelo ex-bispo deMoura, o "grande chefe" sabe oque faz. Tem uma forte vocaçãono fundo do peito e vaidoso, nâopoderia suportar a menor rcpfé-scntaçâo em silêncio, Exigiu, porisso. 115 platéias.

E as platéias nâo faltaram.Apaudiram. conforme as "ordens"recebidas nt>e "Sedes dos eom!-

O que disse, o nue fez, o qúé ¦¦ ¦¦"<»> •:,¦••• >¦ -j>v.hj n tc.uuuv, -.---.houve - informaram os observa- traindo o público na informação bóra com alguns senões, que ro- impressionaram, ty uma prosa- meterem ainda mais as nossasdores parlamentares da imprensa, viciada. O novo encarregado da sistirá ao passar dos anriâ. Car- aora que a gente lê sempre coirt letras. O assunto sugerhwwsHoje. èo lado do sr. Jorge Aina- wcçuo, qüe parece ler bi*otudo da los Drürnrnond de Andrade, «a prazer. Ela nunca poderia ser outra pergunta-do.*-o "Mògrafo"!

r que, como lúcsma fonte do sr. H. P„ esore* ptOBa, parece-me delicioso. Jor- professora ou amanuense. f5ua _ge 0 6V) f0BBe um loiroso sabe é culto e ânti-pornográfi- ve! b^mtcresfiauie verificar que ge Anlído é üm excelente poeta personalidade é forte demais pa- Wia de Estecoliro. a oüò eserí-

poemo ou um rbmançe em face pJfito côhtitiuam como - traços tfftld de Andrade, escritor éter- «Cientes. Outra escritora de mui-da imortal oratória? Dcpoie, para <«iarcantce da personalidade do narnente revoltado, dentro. c\a seü ta forja de expressão é Lia Cor-- ¦'¦¦-¦'¦'¦¦-- -•..-!»- • i i„...,n... An !,>»,.,.. /». ...... .,.-,.. neOflf0rwjs)[MO( teM produzido rea Dutra, admirável na psico-

trabalhos dé muito relevo. Axcn- ^gla das crianças. Seus contossó Scmnidt, outro íriádor mag-rtiíico, domina perfeitamente oidioma e escreve cem muita(ilascidade de estilo. O grandeMonteiro Lobato, esse clássico

absoluto jejum.. O^dêmíco õíáWcá ÍSImSSm ^T ei! P°etas foram aecessiveis áe povo pr0u, logo, um sitio que pudrim"SSita «;,„ clássico, ao mesmo tempo. Se em geral, seus versos eram de- -havia dado a tio Tônio, então

ÍW3 oÍTa S Pr°dU" ° TSB,° mm^ ^«6 .0 "tu* Èôíftdos é declamados nos salfies com dezoito anos,rpara âdm.nli-M An »u^ Z T"-f » aU' m"10 d° V™5™*™" a We se e nas ruas. Poesia ó comunica- "

^LlS„„Sn Ment0* "ao me equivõdo, se refere o tu- çâo. A poesia "hermnticí" «

LITERATURA FPMtmtMa mU^ Alexa.ndíve Hetculâno, esse reacionária E onde o t*mj*,

a àttIÍTjÍL' ?„EMININA escritor geria hoje mundialmen- rtestés riii&s de tumulto, para en-íwfíKLtei

"a^** n^W0'..^ tender eáses charadistaí? Tudoliteratura feminina, Agnpino DERAM A GABftlELA MISOriecó elogia Rachel de Quei- TRÁL O MESMO

trar., Tônio s^ntiu.se roubado,mas padrim o consolou moudan-(io-o para mais Kmge, outrj fa-ztnda, onde ficaria mais Imie-pendente. Tio Tônio havia com-prado no í\io ás fqchaduras daporta da casa do sitio. E cornohoje tem de ser rápido é eles ,. „.,.. „., .„,,„, „ ,vllll

rnwnmOT«nft PRÊMIO pretéiidem que os lei^miOB duas gostasse muito delas resolveu ar.CONQUISTADO POR ANA- ou três vezes consecutivas, parp roncá-las, o quo fez, já depois deTOLE TRANCE... chegar a compreendemos.,» efotuada a venda. Partiu logo pa-

Conversamos agora sôbrè prê- ÕSNOVoS í? Born Dcstlno a fazenda quemios e vantagens materiais que Amigo dos jovens literatos, fj» feiffi; S^tMtf

"Ia, literatura preperciona. ¦ Ag* sempre* prento a diSer=lheS pa- fíSíMíStJado

fo carregar

um sequozque êle iria,

o carinho da sua solteira de ar.mérito. Cito, apenas, alguns, de com o intuito de não deixar no acadêmicos recebem para nâo Agripino Grieeo confessa:passagem. Otávio de Faria, por esquecimento reminiscencias de escrever nada, apenas para to- — Sempre nue abro um li- -•-••• - »•-exemplo, é romancista que vem coisas que ouviu desontas ou marem chá com torradas, todas, vtb de estreante penso encontrar fplao do prata. Ninguém se sen-elaborando uma obra séria', em- yí? de perto e qüe vivamente as quintas»feirâs, e não comero- cm suar ftáirlna* a revelae&o de lnLpior "F"1 V50 do, •?"« Padrim.bôra com alauns senões, fliíe re- impressionaram. E' uma nrosa- «Irl n^^V^T-. 32. í? SMK!! ?íSSWSPM? Respondeu incontinenti ao Er-

do inoifão, ficou de dentro <loterreiro, mas Erneslão logo en-trou Segurou o vellio. pelo coltt-riiilio. Com u força qüe a reaçãoconcede, Padrim deu um arranco,e todo o peito da camisa ficounas mãos'de Ernestno.

E Padrim correu, não de medo,mas estava fraco porque as pre.ocupações nau o deixavam dormir,direito e estava desarmado. En-trou pela varanda,: sala, saleta,vovó cosicava socegada, não sufidmirou, estava acostumada foi aoquarto voltou com a carnbina, Er-nestão o acompanhara, mas perce-bendo vovó, voltara, pelo respeitoatávico. Padrim o encontrou na sa-lo.com um punhal comprido vol.tado para cima, firme, na mãoçrispadai; O mulato tinha medodo arma de fogo, que com elanão estava acostumado, e ficou

a qualquer hora, fazê-lo conlVcer -estarrecido por um momento, senmover-se. Padrim atirou sem pcii„sar, êlo correu p o t'ro cstpinu n:ividraça e encastou-sc no alto davaranda, ü cabhciu inrreu, liiui osegundo tiro o alcançou quan-do êlo olhara para traz. saindojá da varanda., a vér se Padrimo seguia. A bala entrou-lhe noalto da órbita esquerda e subiuarrancando-lhç quase tòdu a tis.to. Tombou, as pernas para den-

a divulgação escrita; tomos ài homem de letras.,, Os que nãosr. Basbnum (que nome!) e formaram na ala oposicionista,"Jrlorizonte" que é a editora do cnfilclraram-so na "linha justa""partido". O sr, Calvino. que Muito bem. Ondo, porém, co-possui nome alemão, ao que di- "»çu o moço os dados lndlspensá-«m. .to corre como suspeito... veis para fazer semelhante afir-

E assim vfio as coisas. ótimaSi maçâo? Em primeiro lugar, queparu todos, Mrnôs pnra o sr. entende omôÇò por um "escritorMauricllionest

são vex-dadeiramente ótimos, for-çando-nos, a aguardar na estòn-te o belo livro que se chama"Navio sem porto". Dinah Sil-vera de Queiroz também se re*

um novo'Castro Alves ou Ma- nestão, per um capanga, rme vi-enado dô AôsiS. ro? 4U* nft0 esse conversar, bater ou apanharhavia de estar ali a revelação como gente e não procurasse cri-de Um grande eseritof brasilei- anca que ainda não tinha comidoro? Espero que surjam a cada bastante angd, para. topar deinstante ei nossos grandes lite- ,ref^ J,,mAcilb/ai.cômo;êle-lr»tA« An futuro nSnnnltn mui. Um dia 0í dpis se encontraram , ,Jt ,!JLw3t'o ffi ^sÀ n.» fstíada Wrmclha, larga, par. trç da varando c » corpo caidota esperança na nôva^geraçSO tlcular. Padrim hão gostou. Nem Pcl« escada, ,para foro. na cabe-literária brasileira. Aliás, já Emestão,- quo líeguravo um ho- Cfl escorria sangue, muito sangue.surgiram algum moços do mui' mem com uma das mãos e batia Eru oo anoitecer e os colonosIo talento, como, por exemplo, com a outra. Mas Padrim rostu- J» se haviam retirado. Pintura

tanto embaraçoso... Claro que Jfoel Silveira» repórter e OOntis- Wava fazer o mesmo; e era capaz esvaira-se em sangue porqne utemos alguns patrícios que me- ta irônico e cheio de amarga Jo l>or',coní úmn íò tapona de sua empregado havia corrido para arecém ta} prêmio. Monteiro Lo- humanidade, Miroel Silveira, £a?ò&,J™i?iI<!í' £°inC11.' no1" ;;enz"la-ioniIc z\ Carlos- o chefehato ou fíilbprto Fmwp o mprp- KtóíS.- ívSTà1« ^WàiÍÀW Vtl\+l tt,al desacordado. Enfrentaram- ««s capangas, estava rodeado porX? àÀ,rííff ttSSÍ J2 aZ SífjJu01lÍL T1 . t^!! s« 0* dois, hercukos, impando-so todo o pessoal, supersticioso, decem 6 de sobra. Pensar que de- Wanderley, etc.k A primeira ao orgulho másculo da força; ou " "

O autor de "Carcassas gloriosas" pensa um pouco e respon-dei

Esse é um assunto um

loòraboisque/psicólo-gore rcepeltável"? Èm segundo lugar, caboclo que não quis ser sepul- velou interessante romancista mfp^cÍS|SSA^ ^fíT&S^SÍͣà Sue Sffl«om.SJÍ'2'dÍSo ^icôlogo, . fixando, o quanto, gm SfJ^ffSff ?&

» Academia Brasileira de com «Flcradas na serra". SWKrS ftma' S& W&wSS' ^Í|pS tVa"" :„!SS5?:. , ;«£S«SÍ g% Ustt&t, é um dos nossos mai?, o TÜMULO DO PENSA- é bastante desagradável. Pode- Eu n*o ataco nunca os jovens ^ôc!° « »"« m\*in do awlãoMENTO riam dá-lo a Gilka Machado, es- estreantes. Ao contrário, sempre Mi-!/,00!? cla.,h? d,'u'""l10 -.-„,.

O repórter, que, até esse mo- aa nossa ótima poetisa... Ga- w^JtaSLÁ! ' Mesmo gLído^cm saanguerada Pr°St9d°' muito--P*n(h"'1 foi tedli"

mento, conservava inutilmente Briela Mietrâl é uma grande quando OS condeno intimamente» Desde então,'Padrim não soubelápis cm punho, talvez mala educadora, sua vida é exemplo deixo que continuem soltos. Com o que era sossego. Não dormiapor hábito do que por alimentar de moral é de humanidade mas a condição de que( praticando quase, porque não ignorara queainda a esperança de anotar as isso nada tem a ver com o seu * '

"Ídolo" não pode deixar de diagnosticar:

— Esquizofrenia, e da brabal

TI *,C0ItRE!0 DA MANHA"!

fosso autêntica a afirmação domoço, como conciliar o prestigiopopular desses "escritores raspei-távels" diante do povo que ele-hoti o novo presidente da llcpü-blica?

Prometemos ao moço, caso aO ártico do ir. Cariou Lacerda —vP/Ár. H. Peregrino, ou Hêllo P.»

<iu simplcflmente H. P. — O moçoda nova SecçSo

> ;E temos cm artigo sflbrc Eçasssinndo pelo sr. Aügustú Meye.r.K. em rodapé, o «r. Pnul Rónaiescreve sobre Paris c Balzac.Admirável, sem dúvida, o artigodo escritor húngaro agora resldin-do no Brasil. O sr. Paulo MendesCampos, que no próprio suplo-méjito do "Correio" se revelou , - ..- - ,-,-.¦-..-um «randí cnsaista e um inteli- «rando figura quo é o er. Otto Ma-gento critico, escolheu o mc6mo «a Carpeaox — tm poemapiiplcmento para sepultar-se como Parabéns, ao sr. Frederico Rara*

,poeta. Seu r'Soneto" é uma dro--i«] ° suplemento de "O Jornal"ga foi o melhor suplemento do do-

¦ i, „ . . mingo. Desta ve», nenhum tr,Mas, retorna o sr. Carlos La- Burfà o conseguiu burlar. A «¦

originais inventores de tlnos; Enô "Abdias". do sr. Ciro dos An-jús na evidente promoção para o"Amanuense Belmiro". Sem es-queeer ft revelajão que repre^en-ta o romance "Capricornius", do

dlrcçflo do ."Correio" mantenha "'. , jítf u,aveí* muit0 bem palavras do magnífico ensaísta, ínlôr literário. Em letras nãoum redator nslstn tão primário, modelado..* conferencista e crítico literário, exigimos folha corrida. E O prê-acompanhar a eua necção. Ptlofato de ocultar ter sido a confe-rència" do sr. Osvaldo Alves pro-nimciada numa célula comunistajá sabemos quem « a moco...

"O JORNAL'*:

O melhor suplemento do domingo

mio Nobel não é o prêmio dovirtude da Academia Francesa,instituído pelo velho Montyon...

HERMETISMO POÉTICOAgripino Crieco discorre a&o-

.TINTA PARA OS CABELOS... arriscou outra perguntaA conversa sobro os nossos *è A literatura brasileira con-

autores mais em evidência sé tentpôrânéà possui valor bas-prolonga bastante, entremeada tante para ser colocada no mes-de "blagues'' u eplgíamâif deli- mo nível da dos países mais üwciosos. Agripino Grieco volta tigos e de maiores experiências ra sobre o lirismo brasileiroSua bateria contra alguns mt- culturais, como a França, a Rús- Faii com entusiasmo á respeidalhões. Diz que inúmeros es- sla, a Inglaterra?crltores nossos ficaram famosos —• Sim, naturalmente. Nãopor andarem com '.Ivros debái- porque a nossa seja muito boa,xo do braço pela Avenida (cul- mas porq«i houve ultimamentetura axilar...) e jamais redigi* uma grande decadência na llte-rom coisa alguma, ò sr. Ataul- ratura de todos os países. Nofo de Paiva, por exemplo, só usa pjtssado, tivemos Euclides datinta quanto sinta os cabelos

to da arte poétiía de CastroAlves, Bilac, Raul de Leoni, Au-gusto dos Anjos. Aproveitamoso rumo da conversa, e pergun-tamost

— O sr, é favorável ao "her-metismo" pcótico, à poesia com

ia iiuo se movia porque o •¦ '''Ioenfrentava gente da altura délc.o gente que só ôle podia r«rren-ta?.

Dai a pouco, todos iam dormir.Os sapo» eoaxovanV orvalhnva

a casa,como fr.zia todas ns noites. Parucerrar o' portão da varanda, cm-purrou com os pís as pernas deErncstão, cntortrcidns e duras, ã\pés radiado ç sujos.

O muluto estava liranco; o san-gue escoara-se todo. Um cacl-jrrolambia-lhe or, miolos que -.- ha-viam espalhado pela escada. Tevemedo de ser enxotado pelo dono,nins este lhe fnlou:

Come, nego, mas cuidado paruiiü" fi-ô criVí vi c nr rPadrim ao se deitar, falou para

diferenço. Isto mais embravecou YP^' ™m a voí calma, que sóEnwstfio, que resolveu ir ao ter- ""ha qnondo estava livre de preo-feiro dé cate *- o mesmo que íiln- cufiaçoei:

Cunha, Machado de Assis. Raul endereço certo, ou à poesia paratodas as sen-tmddiv1,karTfamú,0%lTaS ««^ da matéria foi feita'«11,00 Se um crente lhe comer os mV Pompcia, Bilac, Castro Alves, todo o mundo, para

Haro!doUllas0ki!am0reLil>nTndoí fô&$]«!£$g&S ^, ««tes da comunhão, poderá, Agoía, "Os Series" estão fa- sibilidades?

novo delito, pagarão os dois fizera um Inimigo mais rancoro-conjuntamento,,* [£*iWi£t lodos os quo pod<:'CERVANTESE APOLÍTÍCA %ST^ vez foi ayisodo,Estávamos. Chegando ao fim p^ps seus capangas e rspioés, dasda palestra. Agripino Griocó tocaias do Erbcstão. Cortava vol-

Continuava disçomhdo sobre A tas, talvez temesse encontrá-lo.moderna tféraçâo literária na- 'Padrim Já estava cajmo. Nãoeional, citando' livros u nomes, *'* «ôr.srde, mas gu.átiQru H\ \lmas percebia-se quo pretendia ««. Nuo se escondeu, mas nãó en-retirar-se logo para atender aos ^."t"™' f,B<í.ind(' um.JC?o dam-seus afazeres. FizOmos-lhe, án-tão, a última pergunta:

O intelectual pode e deveser upolíticú?

Pode, se quiser. A políti-cá nada tem a ver com a obraliterária. Muitos escriteros usamu literatura como meio do gal-gar postos, O fato de um cts-

da hoje lá sé encontra.Padriln. estava sentado na por-téira, assistindo a sangria quo'um negro dava na Pintura, sua

vaca de estimação. Quando nvivtou o mulato não se atemorizouDDisse com a sua voz cantada;— Desce do cavolo, Erneslão.

(Continua na 8.* p, da 2.» seção)* Vem toma um cafezinho«?om as atitudes do partido comünisto. Esplêndido aquele pedaçoque fala de "puxasaquismo". È'verdadeira a observação! "O «r.Prestes, a falecida mãe do sr.Prestes, os duas irmãs do er.prestes, a filhlnha do sr. Prcs-tes tudo se Converte numa espe-cie de Sacra Família de emérgên-cia. para fins de propaganda, «im,mas sobre tudo para suprimir adúvida « eliminar a critica".

No entanto conio querendo dl-

Ivo ouviu, comro prlmenro depoi'mento — dos caminhos da inteli-gfincia no apòs-guerra — a eteagrande fiflur aque i o tr. Otto Ma-ria Carpeaux. Notável tem dúvida,o depoimento do grande «ntalita.Observa, naturalmente para es-ponto a despeito dos nossos luto-lectuait apegados aos problemassociais, que o existencialismo re-nasce entre escritores do França,da Itália, da Inglaterra e dos Es

Perdi ,i minha botoadura de.ouro. Foi quando o Erneslão mearrancou o peito da camisa.

Dormiu c roncou a noite lóda.Vovó foi quem ficou acordada,rezando pelo Erncstão...

No dia seguinte, Zà Carlos 'e

mais' tifis, por preguiça, enterra,ram.o mineiro valentão sob dois

AS C RUAS CRUCIFICADASMa» O Caboclo avançou para Cie, palmo» de terra, num pasteVngèe o argolfio já brilhava, preso ao de casa. i v , , ^

s«u punho escuro. Padrim pulou Rio, 3 de fevereiro de 1916.

(Conclusão da 4.* p. da 2/ seção)As tou-o. em «loBÒopero, João Norbedo ¦• intorrogo:

Será o mundo, sempre, esta caverna?

A esperança de umrí redenção, porém, regresso ruilando asvordea ases. Éls tem mesmo vago pressentimento de quo isto não

Uii>«4#< «h«I • <dt. um itaUamo escarjato, cento o do "Rasgado oVéu..." — soneto que conclui por essa áspera reflexão sobre oamor;

— Não vale mais que a ponta de um cigarre!M

AINDA A SELEÇÃO DA ANTO-1TOLOGIA INFANTIL i

tados Unido». Em outra direção" é, 6 •j"09' T1"' iaXl n«° *"** eèttUB,,aií mal» alada- ÍB,° •¦«* pa,amlnuir a impreseSo do artigo do verdade, ma* o curioso é observar' r>u^ar *m «*?•>">*«•'sr. Carlos Lacerda, um «r. H. P.se volta, em comentários políticossobre a "quinzena literária deMinas", pedindo o que chama"anteelima aos demagogos da di-i-eita". Exato I Mas, por que ape-

TIJUCAFICA NOVO

SEU TAPETECONCERTO, IAVAGEM.

GOMA E CORESIAVAM-SE MÕVE13

t,, ESTOFADOS E CORTINASTEL. 28-1326

«. rRQFÊâãQR CABIZO, 16Ateade-so qualquer bairro

o encontro de opiniões entre o sr.Otto Maria Carpeaux e o tr. Otà-vio da Pária.

O sol que Ilumina o mundo,Onde ha somente tristeia, 'Paraee uma vela acesa o.Sobro a mao de ura moribundo!

Conclusão da 41»' pág. doJJ.' Seçfio feas Artes, que fez o pintor Oro-No lundo. seus versos Joznols debsam de ser um projwto e«itt;a J^JJ"1™8

de <urIósl<?adM In- g«t Belém chorar pitanga... deAos sete anos nfio ha quem a Diante'dê um retrato do dr.faça recuar diante de uma per- Barata, pintado por Balloni, Ro.aunta on de «ma oniniün. «im/hI. »'u»i: «.»»»..„ ji-.-j.' I.

A visSo pessimista do escritor, originada pelo seu detlecernien*ts na ardem burguesa, 5 ssGlldade toma o aspecto amargóso e ca-

A terra — um clrcu iraoneo. escuro, em ruína;O sol — e oandlere que o iluminaiE nos — a humanidade — a Companhia

Quo, entre gemidos, sem preser, sem tine.Encena o drama nisto dó Destino,A tragédia da Vida — noite e dlal

Não raro, numa fuga mais locga, Joõo Norbêrto volia-so parareligião e pede

ífma réstea de lut e de perdão"ara minha alma, enferma de pecado,

^¦MtJ*.

IMIfITütO HILCÔ g* Wt JOAQUIM SAMtOIDoenças do aparelho elrcnlatório

PERNASCtC*RA8tknim da»

ErZÉMAfiSWemas. infiltroçêes dares. SjI-Blpela • fleBite das oeratt Tra-ia se» opsrasio § sem

reposto.DMDB

.Cri 39.69RAIOS X

Lemos, no suplemento, o prl-melro capitulo do livro do sr.Carlos RÍMinii "O livro o Jornalc « tipografia no BratU". Tam- ,_ .B G;acii, eiài„M„u, u »,„„bem escreve o sr. Marques Rebé- j--i„-_i j_ ,,_„7-„„,nn,tm„,Io. E o sr. Edgar Cavalheiro rica,urel dt uwa P°momlmaiprostegue estudando a "Evoluçãodo Conto Brasileiro". "A Rosa doPovo", último livro de poemas dosr. Carlos Drarnond de Andrade,Se rve de assunto ao artigo da*ra. Haydée Nieoltfssi. O sr. CruaCordeiro, filólogo, revela aindaser um homem vivo. E Um tre-cbo, para completar a "salada",do discurso do prof. Álvaro JoséRodrigues pronunciado na Facul-dade Nacional de Arquietura.Vem. então, o poema do er.Odortep Tavaresí "Noturno doPelourinho". Orar.de, o poema só&í.r<í? 7esmo JP3»1"?. a admirávelilustração de Goeldi.

Aa tecçdes habituais — o te- B*m r°Parar W o pecado, e grande pecado, é daqueles que as-mos, onism, o suplemento de "O Pmam °* homens usando com eles de dois peses e duas medidas.Y '*'" Se, consoante Xikêrgaard, a nossa natureza è uma consequfitt*

eia da stesta insuficiência, então a "angústia do torrono", que tor*turava Schillor, 4 imortal. Mas, não. variamos eom o modo socialque varia. Nessa consciência, individual Ou coletiva, determlna-asempre a estrutura de produção. Lego, um dia perderão a ratãode ser essas evasões dâ realidade. E' porque o perturba o o mal-trata a vida que e poeta busea, demande, abrigo e consolo ae)aende for. sela como for, sela ne que for. Derivativo.

Poderia diser eom Lameunals: "J'ai paseé atravers les peuples.et lio aTent rogardé, et }* les ai regardé, et nous ne nous sómmespas reconnus'. Por isso, isolou-se; por isso, sofreu. Fei. era. é umexilado: « Toxilé partout est seul". Exilado, e sem saber e quefazer de si, deixa, cerne quer loyce. de olhar para si mesmo eescrever, pata olhar para es universos atues e orar Seu mioti-cismo. esperádico e epidêmico, digamos com Zaturskl não 4 en-dopslquko; contraído ae contágio de meio, fortaleceu-se pela edu-«ação é pela tradição da família. Esse trago exopsiquice não lhe

e regime econômico e soda! em qus» na verdade, como dhia Plonite, "homo homini lúpus", E i Isso o que precisa um dia morrer

De qualquer modo, João Norberto 6 um homem o tes» a férçade preferir a tida a tudoj q vida, vemos ser dares» quer dlser, qcondição humana. Julga, per isso, mais ielis e tio, que mesmo nomar eoniinua a viver» de que o pobre «mimai humano que» ,aotúmulo... í

KU2íi.°'ÍA."Ma.J02>.ini?0 en.ra<!t' sa1 Maria protestou dizendo que

E!-lsi

A um hárotro tu vals-te confundirE. com êle. porliar. gemer, kramlr,Porém viver, pele vaio lutar, lutar

1 c,

jornal".

wiiiAortfte.tensão, _elo. arte;rose. tonteiret. vertigeai.

exame vital do eoráeloELBTROCARDIOÜRAFO

t- «3^511 -De tOàs tfQUITANDA. 86-f

Alias, ft dlBClplUiA/êspeculãüviUni poato de cheaada. i a titm»verdades ultimas e definitivas, ~ p-^-n^- „ «t?ith «.y»...o que Importaria para ela uma au- D(f%nt?mnS., E"\

Ar\JAW&to-mutilaçao, mas, ao contrário, vi- P£L ^SeSP ^,,0, ABSOLUTO".ve, & se vlvifica continuamente dá Slmft SÉSS 1LTperene reelaboraçao de suas hipó- SlsW*®:iffTO!&,W

teses. S aos que exigem, a todo K^^^S^^iM*custo, um saldo concreto desr ele- S&»W»fiES?^fci^ ffi?vaaa atlvidtfde, oferta, só pode oíer- SKiJ$S&á2£ W% .M&-tar o mm.é o conforto da ià- aS"?^"* fle sUL-S' - ¦ »•--bedoria, nldolmenso, de ihapreça- SriSSSSm .««.r2 **i ^í1^ lnTaoii,a tatulçâo tat«lectualvel riqueza ética- permanecem afinal no subsirato dft A vida <se apresenta como um

— Enquanto eu. feito pá, noutra foragem»Sem luz. sem ar. servindo de pasiags^iAos vermes — até quernde hei de Hoar?

EtSe homem sente e pensai não sé, nente e pensa por entrese outro*. Isso mais admira e comove em quem. ao reparar no"Velocino que eu achei..." — esm ratãe o Iravor ouasuta que

Hoje, Já c;uãse ee leme da Jornada,Sé espinhes encontrei na minha eatra->

Ninguém lhe estendeu a melo. Meie século, centra Mo * con-tia todos, guardou e nutriu Sua quimera. Ainda agora, lá no rincão,voroeja e murmura na penumbra de entardecer:

Minha vida, hoje é triste como a ninhoVelho, inclinado, som um passarinhe,36bre o arvoredo eece da saudade.

Assim arrastou e atraeiará sempre sua «us, «t*a pol-re dgar-ra do deserte, errando de martírio em martírio, atâ que se sumauesse meio nada da morte.,. Quanta acabará ioSo?

— Tu és. meu rio. semelhante a mim- *Aos dedives da idade veu cedendo. * -Batendo contra oecolhos mil,., baJomse...Sem contar minha dor co mundo ruim.

Não; não pode continuar. O quo esta nessa mensagem o e queo3(A na mensagem de outra cigarra do Sult precisamos ir chamarMoisés para que êle venha quebrar as tábuas da leil !

Durante uma lição d-> catecismo, eomo Dona RIsoleta a flzcs-

: se repetir as palavras textuaisdós dogmas católicos, que não po-dem ser substituídas: "...NossaSenhora foi virgem antes do nar!.to, durante o parto e depoi» dóparto", a pequena inquiriu logoi•— Mamfié, o que é virgem?

A mamai pigarreou e virandoo pologar por cima' da homnro,prontamente se descartou do aba-caxi, respondendo:

Pergunta a teu pa!.Vera Regina flcxou para o so-

fá, onde o pai lia os jornais dodomingo.

Papai, o que i virgem?O papal não se perturbou. Já

está habituado e com longa prá-tica das arguições da Verinha.

Virgem, minha afilha, è umtermo que 66 se usa em religião.Não é da moda, sohc? Mas slfíni-fica meninal mocinha, aí^im co-mo você, sua irmã/etc.

,/ A menina achou [ri resposta sa.tisfatória mas ainda faltava oresto:

. -r E o que é parto?O pai já esperava'.~ Parto, minha filha, também

4 uma palavra fora da inodn, sòeê usa eni linguagem religiosa.Significa... por exemplo;., quandoa cegonha trar, uma criança, àhora da chegada. Cumpre-jn^eu?

A menina ficou ufri tcmninlioom silêncio e nfinul áaiü-iê ramessa bomba atômica irrespondl-vel:

— Ah!... Enlào qvr dizerque toda vez que unui mt.ru

está esperando a rhenade dacegonha ela tàmpepi fica <ior-da, não ê?

Porém, a melhor de Verá Ilejíi-na foi uma, no Salão Nacional Ce

pai estava com cara de assas-sino.

E Vera Regina:i — Pois eu zoêtú. A caraJe papai é essa, a gente nâo'pode mudar, n melhor i gos-tar dele assim mesmo.

O pintor Orózio Belém que an-dava ali pelas imediações e ou-vira o diálogo das duas irmãs,acudiu pressuroso:Que gosta coisa nenhumal^ocô gosta mas é do contra.

E mostrando uma paisng-imacadêmica, do casas muito boacomportadinhas no meio/da cena,conio crianças de braços crudadostm escola:

Isso é que é um quadro bo-nilo. Veja só!

Nâo. acho t —- respondeu Ve.rinha prontamente. — Ê feio)Então vocô tem coragem d»ámv, qüe é«e quadro é félo?!

êio é esse outro — disse o oin-lôr parando diante de uma obramoderna — Um quadro sem pénem cabeça!

— Pois eu gostol — repetiu amenina com firmeza.

Qual... Você é mesmo docontra — exclamou o pintor.

E, antegozandò dessa vez umcontra honrosissimo, levou-o di-ante de certo quadro muito dis-cutido na Divisão Geral.

Vçja que horror! essa pretavelha comendo dp Colher. Pavo.ioso, nâo é?

Vera Regina olhoti, matutou,còçoü d quelxinho c respondeu:Homem, dcs$a vez iwJ <*quem tem razr^ mesmo... Essevem o dono traga,

O quadro era dele próprio, Oró-srK ..

Tableau.

desrespeito ; acs píèceítòsna

'sua eiáboraçw:

tienlees A tragédia grega é eterna t uni-versai. O "Fausto" atravessará, in-REFLEXÕES §OBRR O í OXTKIIMpmetafísico da produção lírica

Tudo isto nós leva f.cé piníainen- <°'ume. as vicissiludes do tepii;:;.

d» interpretação da Inteligência ou

Evitemos digressões, entretanto, f^J^S**: A ,&?* t amd,a a«semiolar taexaürivel de uma ps.e volvamos ao núcleo deste déspre- SiaStaESKS^ fíWsT refaé evolucáo rfm«mMlt» "'¦""¦¦tensioso éOmentárlo. " cimente válida é atada a ftaa

(Sugestõe» de artigo* de i-uryaio Cannabravs)RAIMUNDO DE SOUZA BRITO

réhe evolução eternamente criado-ri. O conhecimento intelectualriío apreende esse eterno "fazer-sé", que çonMftúaniçihte lhe caca-

Miunicável, seria necessário, porassim dizer, desfazfi-la, iníelecttta-llíando-a numa multiplicidade de

to de Benedetto Croce, 'ná sua atltude de enérgica o decidiria rc-pul-sa a admitir na rrte Qualquer ca-ráter de conhecimento: conceituai.

Porque Intuição quer dizer, paraêle, indÍ6tinçâo de realidade e ir-realidade. Escutemo-lo

Por outro lado, a emoção èstét.i-ca é um sentimento idêntico^ pelom?ncs inicialmente, no critico e noprofano.

O primeiro contado conta'ma-nlfestaçào do gênio esterioriza-se.em ambos, por uma atitude,de êx-"E, na verdade, aquele,quj.íean- tase- dfi admiração, de agrado, e

te de uma obra dc artq, perguntaconceitos dos quais reteriamos a- se ° W ° artista expressou é me-

E1 fácil observar e demonstrar 1,d#lori2i»'ath;tw« riim tt^.., ,tlüe.»rhé8^ôiqüándôü1iiíptó^

to íilusófbo, que exemplificamos. ±VI *1 **TS2 ífjTaF* d<l^rla' v/'< s0 a nvivivencio"Voni a ríali-com o de Shelling, típico do seu S5Le-f?»5£?* ?r^d°' cmb?ra ,° dade- ^ é, uma lntógracán protempo, exalta a intuição estética „£,„£ I ,°»a beleza 5 ,a àub11- í'mda c «*"Mdã. O sentimento é oe proclama a ascendência dá atl- "T le«.la ni?^é «'nfbstanchda instrumento legitimovldadc artística „ôbre a especula- Zj^tS^^ SNIfetiva, não m® m m§ m S£, Pa^erimor^a5-minho até a Divindade.

È, de qualquer sorte, fazem áln-da filosofia, com raizes éni épi.nozá.

tacto com o espirito metafísico. í«ofundo, quando eíicóntramós nessasidéias a tentativa de emprestar àemoção estética uni poder ooguos-cltivo, jHdivel dós processos nòr.mais cia atividade espccul&Mvu,"percebemos qüe à intenção, é, ân-tis, a de libertar às leis da este-tica dos séüs moldes clássicos. Es-í>a exaltação artística m&iitém, en-

O

postular a realidade envolvente efluida. Quedamo-nos perplexos an-te a gravidade dessas interro(jrt>;õBE.

Eòta psrplexidade deverá ser, tal-vez, eivada à contu de nossa pró-

_ , , - ... , d.e nossas pria incapacidade pessoal, mas, sln-aqu}swoe3:. A Intuição ê único melo, ceramente, não atinamos em comoo único processo ;nutêntico de ee- precisar o conceito dessa intuiçãopeemação. tódà poderosa, excludente dos nos-

Evidentemente, seria inoportuna sos recursos normais de investiga-e desnecessária uma explanação 5flo inexperiencial.aqui, mesmo sintética, do conhe- Estudando o pensumento do ilus-cldíssimo pensamento bergsoniano. tre filósofo, confessamo-nos inca-

Acrescentemos, apenas, que a !n- Pazes dé diferençar n intuição es-tüição bergsoniana, cm que se re- tetica da intuição filosófica.'duz, afinal de centas, toda a atl- Filosofia e arte, na filosoria devidade metafísica, traz no próprio Eergson, se enfileiram, aos nossos

Mas, Bergson surgiu, provocando sel° ° germen de sua destruição alnçs, no mesmo lllann da sun in

que um quadro incompleto, oumelhor, fragmentário: «pr=-êiide o real por meio de ,sim-bolos que são forçosamente aí-tiflclals. A arto e a íilosoíiaunem-se, ao contrário, pela in-tuição que é a base comumdc ambas. Eu diria que a fi-lesofia é um gênero e as dife-rentes artes suas espécies".

Não será isto a própria sentençaCe morte da metafísica?

pemis os q-íc convém,etc.) (Morenlc,

Por tudo isto, dizíamos quu atéai c et* entio náo havia motivode alarme ou prerimpáção r<os ar«

E se a intuição sensível vale so-Se se tratasae de um filósofo secundáno, sem repercussão no pen- ,„„.,.„ -,-samento universal, enfrentaríamos ^nte para mito e não para os oumais screramente a situação. Mas,

tafíslca ou historicamente ve:Ca-deiro ou falso, faz uma perguntasem sifinlflcpçHo, ç coirlete ' srroanálogo ao de quem qiiiser.sè cen-duzlr ao tribunal da moralidade asaéreas imagens da fantasia. Sem.significação, porqu« a discrimina-çãò do verdadeiro e:do.falso im-

,,llom„(„,,„ „„, pllca sempre uma aílrrheçlo deinterpretada em reallda<3ei 'ou

seja um jub> mspode incidir sobre a apresentaçãoi.ao importará isto uma con- dé uma Imagem ou sobre um merofissão de derrota pela própria ne- sujeito, que não é sujeito de juízo,gaçao do anterior e básico princi- por falta de qualificação eu <ie

E qual o ortt.érinsingular de conceitos intuídos c,a seguir, intelectualizados? Pôrventura, essa ffltelectualizaçâo nãoserá unia fragmentação da própriarealidade, que o intultivismo qui-ssra apreendida è 'sua fluéncia total?

pio que norteara todo o sistema?

tretani». inalterável, o !"pathos" uma verdadeira revolução nos do- A reação contra o intelectualis.metafísico, e se nos afigura com minios do pensamento. mo positivista culminou em Bergcerto aspecto, vamos (dizer, "lite- A intuição ádquiriUi com êle. k»1 com a exaltacãc do sentimenrario". em que os arroubos da ima- uma signiíicàçào inteiramente no- w. quase colocando a filosofia co.gmaçào crildora se substituem ao va. Não é mais aquele vago limi- ^o caudatárla da arte

í írlo i iocinio indagador. E' ain- te máximo i humanas posslbili- r>*~L , „ .\ da metafísica. Atua num mundo dades dé conhecimento, adstrito u q «a verdade é que não sa-^de duas realidades que se defron- è capacidade de abstração dá m- (i, °V ccm° distuiHUÍr, nessa

tam. a da natureza e a do espi- teligéncla, pobre aé recursos f. v*.- U'PA0}-*' em quc se transfere à in-rito. -"esmo quarido. como em Shel-ling e Mege!. por exemplo, numae.;pícic de râ-cnisme transcender.-tal, forcsja por superá-las.

Mísffió porque, para esses filóso-

sno de conseqüências.

¦mliMm

-terajin

'.:>,i:íl. 'h

iíJSíÉhierltalistàè, esta sups-•'uit:tó rsfírt é k't nc>r.'n d»í. i)íirà'ii ['slülH-lccImeiitn dcivâ píocCSsçí especulativo: é

luiçao, e só ela, a tarefa, aue sem'*&•,.¦ P1"* ^u06 n razão e á inteligência.Èm pvimiro lugar a concepção de emitir conceitos urihersaime.-dualista da vida, até então impe- te válidos sobre a ftSS

jante, e um erro conseqüente da é arte do que é fllcsDfia

*falência da intelectualidade c um E' impossível traçar limites denefas o corolário do velho hábito, especificidade a essa mlsK es-de fracionar, para conhecer; MCUlação intuitiva, em aue o sen-O espir u-! não está lá no alto timento é tudo norroe a inteH-como realidade à parte, k espera gência é proclama^'tacapãz de

tuição. A oriação estética será umahipótese metafísica como outraqualquer. A obra

'dramática, um

sistema especulativo. Não há maisdistinguir.

O próprio Bergscnessa situação.

Numa entrevista concedida ao"Paris Journal", em 11 de dezem-pro dc 1910, que conhecemos ape-nas de breve transcrição feita pe-io dr. Manoel Garcia Morcnte, noseu trabalho "La Filosofia de Hen-ri Bergson", o grandeparisiense declarou:

só muita parcialidade ou precon-ceilo paia riegsfriè a Bergson umponto culminante na filosofia uni-versãa.

Apreensivos nos surpreendemos,sobretudo porque jamais nos satisr ...,

reconheceu fez inteiramente o bergsonismo, pe- sofisma6."Io menos no ponto crucial a que 'Terlamcscondicionamos a legalidade de suaintuição como. processe viável deindagação especulativa: — aqueleconsistente na Imnrescindibllidadede validez universal aos conceitoshiíaídcs c na exigência de deduzir

pensador da intuição normas de conduta pa-ra todos, através das revelações in.

tros eu se o mcü vizinho intui d?maneira e com resultados dlferen-tes dos meus, então assistimos aum mujtip!!ear-s« infinito de con-cepções e o conceito individual se-rá a medida de tòdfis as çolsss e.assim, Incidimos num terreno es-corregadio de imprecisões e tíe

uma filosofia artisti-ea ou uma àri* filosófica, porém,jamais, rigorosamente, ura sistemametafísico.

predicado. E' vão contestar que aindividualidade da imagem núosubsiste sem uma referência ao ur.i-versai, de% que essa imagem c in-dividuação; pois aqui já' hão senega que o universal, como » espi-rito dc Deus, esteja em to:*os oslugares e tudo. anime. por. si mes-mo. negahdo.se, t-cdiívia, que, na in.tuição como intuiçüo, o universalseja logicamente explicito e''pensa-do." ("Brtvlárío de estética").

Está certo. Advirta-se, porén, porlealdade, qur, a náo admitirmos apresença de Deus, lmanente nofupdo de todas as manifesíaçóes

também, de respeitosa meditação.Apenas, h seguir, o critico Se 11-

berta dessa aura emocional e èn-tra a analisar a obra, nela des-cobrlnrK'i Alnz Ap sua exegese in-flexível novos motivos de admira-çâo e encantamento.

Mas, o que é fato é que a enio-ção estética oferece uma feição dcuniversalidade, que ê precisamenteo que constitui a característica dacbra verdadeiramente genial, Isto,é, a sua capacidade de agradar e''comover, ao mesmo tempo e pere-npmente, o vulgo e o sábio, óu sejaa sua aceitação pelo sentimento epeia inteligência.

Comn qnrr qun se ia, a questão,continua.;. Plotino... Giordano..,Spinoza... Românticos do SéculoXVIII... Maritain... Sanlayana...A gravidade dessas cogitações re-çuirin de sua simples exposição.

Fiquem estes comentários comouma espécie de "cavacos de esqui-na", com que traduzo uma "vi-vencia" proveitosa da Corte.

E' por lato que o pensamento da hüsans atividade espiritual, umbergsoniano influi, ao mesmo tem- qsjd permanece inexplicável, ma

tuitivas individuais.Em outros termos:

"A filosofia, segunáo meuconceito, se acerca mais da Em outros termos: a incumunlca-arte que da ciência... A ciêu- bUidadc da intuição, visto como, pa- moderna,"na"sua'tacÍtaaçao""á"recia nao da da realidade mais ra que sla íôsse transmissível e co- beldia às fórmulas clássicas

po, na filosofia, contemporânea, na nifesteáo, por um lado, na pieni-sua tendência a désaténder àquela dade da obra de arte, queremos di-exigência de validez universal (e zer na persistência, da emoção este.adesão de James ao bergsopismo tica provocada pela obra artística,um _ sintoma expressivo^ t na arte no tempo, a salvo das variações da

crítica e das contingências hiítóri-cas e mesológicas. á\

Corrigenda — Na primeira par-'c deste artigos, publicado a 10 docorrente, onde so le na primeiracoluna — "recuperar" — leia-se — "superar".

Na terceira coluna linha 26, on-de se le — "das leis e finalida-des", leia-se — "das leis da es-litica. no sentido de ultrapassaras clássicas conseqüências e fi-nalirlaries", etc.

Na ultima coluna, linha 42, ora-dc se lê — "refeito", leia-se —"referto".

"'ê

w:.../?

Page 3: ANO VI RIO DE JANEIRO, DOMINGO, ,17 DE FEVEREIRO DE …memoria.bn.br/pdf/114774/per114774_1946_01389.pdf · 2012-05-10 · saista de "Evolução da prosa brasileira" disse: — Há,

ANO VI RIO DE JANEIRO, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 1946 NÚMERO l .'389

Brincando d@e... ganhando di/~v S CLUBES agrícolas, dentro( J das suas finalidades, são>—' vcrdadcirns escolas ondeas crianças, brincando, aprendema trabalhar, a produzir e realizaralgo dè lítii cm beneficio píópHoe dtt coletividade. É facll Constatara Indiscutível utilidade-prá-tica dessas entidades cxaminnn-do-se os relatórios que. con«tan-temente chegam a Seção de Clu.bes -Agrícolas do Serviço de Do-cumentação de Ministério daAgricultura, enumerando as ati-vldades e os empreendimentosque esses clubes levam a efeito,graças a dedicação e ao entusias-mo dosiseus pequenos sócios. Co-mo exorriplo, citamos aqui nlguns pormenores interessantesextraídos do relatório que !t Chi-

be Agrícola fl. 23, da Escola Jl*

o h 53hB555El2h9h .jí» ^i- w Hf i H MHffitWl Ht!S SlSWwHS IHS ãhínV^^^sr'. 11 I OI jio na economia goiana ""¦¦¦

A volta à lição do passado(Continuação da i> P< desta seção;posição perante a marcha e o íe«envolvimento dos conteúdos Ide-ativos, ma» já atingi a parte final da segundo palestra. Desejo,entretanto, Indunlr-vo» a medi-tar sabre aí conseqüências dea-sa história possível, dessa espéciede cronologia Inplacávcl e mlnucIóbe dos complexo* representa-tlvos que nfio conseguiram Influi»BÔbre os áèontecl atentos, quepermaneceram flutuando comocorpos vasloa de qualquer subs-lâncla no espaço infinito das con-cepçõés sem lastro empírico onqualquer ligação com a terra flrme. As vantagens seriam Inapreciáveis se alguém se dedicasse,por cjfímpló, ao trabalho de estudar • realização da Idéia da 11-berdnde e autonomia Individualnos diferentes períodos da nistoria política, distinguindo o queee tornos fecundo e se concrétizou om fato do que se conservouaté hoje na esfera das dlvagaçoe*irresponsáveis e puramente teorl-ca».' Haveria, ainda, oportunidadede se Investigar o que se tornaIndispensável sacrificar nas con.cepçõés afim de que elas se adaptem ao plano da realidade quotl-diana. analisando a diferença entre o que «e concebe como pro-«fama íúcsi ê j> que se prsjctá r.smundo dos acontecimentos Mais.

Existe, cm tudo Isso, um vastocampo dè experimentação r«e«vado ao metafísico que saibaaquilatar e?sas aquisições vallo-sãs para o espirito alerta diante

(Conclui na 8,à página).

pica Rural dó Kunil, no Estadodo Rio, acaba de enviar à Seçãocompetente do Ministério daAgricultura. Assina esse•relatóriociente da sua responsabilidade, afretaria Maria Nell Ilnrbosn,aluna do referido estabeleci men.to; A sua primeira referencia èsobre a distribuição dè prêmiosen: dinheiro aos sócios que maisse distinguirem, prêmios essesextraídos da própria renda doclube, oscilando a sua distribui-çíó entre as quantias de Um tidez cruzeiros, segundo o grau demerecimento do aluno Contem-piado. Dessa forma, foi rcpártidiientre 100 asoCÍados,~de ambos ot>sexos, a importância de Cri ....:tnÔ,50.

Em seguida. 0 relatório tm-nloiia as despesas Com a Coiiafru

>.ão de um g.iHnheiro; de um ca-ramanchão ia Compra de tecido!>ara uniformes; a liquidado deum formigueiro "a ettsàdâVi ccontrato de um tnrefeiro paraajudar a1 Colheita do ârroí fíá¦linda a despesa de Cri i4n,ooque, positivamente, não é grnttde,••onsidorondo-se o sua finalidade:homenagear as professoras para.::miis qüe recentemente Visitaram:i modelar escola Mplea rufa! qunínantem o operoso clube agrícolade Funil.

Mas não pára ai o emprego de;iceursos do clube que foram aplitados na organização de Umahorta c num jardim, na mnnu<-tcnçâo de Uma coelhelrâ e naexecução de um programa ésportivo e recreativo o» ainda, •«• d•:ue é mais expressivo — na cons-truçáo de Uma enorme escadariade cimento na parte fronteira donrédlo escolar, Nèsáa obra o Clu-hc Agrícola gastou mais de o-1'OítiTuüelros.

Vejamos agora qual foi a ren-da da entidade com o trabalhodos respectivos sócios. O relato*rio descrimina minucipsânwr>te(iue, na venda de aves * ovos.foi apurada a quantia de Cf$H95.20; na de arroz, a de Cri ....ii30,(H); na dó abacaxi, Aipim .ver.duras diversas o sacos vazios, ade Cr? 414,00, que, somadas a ou-trás quantias provetiiónles dedoações é auxílios diversos, per-mm O ióiii) iie Ci-J 9.'i3«,0í!.Foi essa quantia que o ClubeAgrícola n. 23, da Escola TípicaRural de Funil,, no Estado doRio, conseguiu realizar no ano de1045, provando que os seus só»cios, brincando, trabalharam deVerdade.

¦- -

VROS & REVISTASOBRAS DE

PEDRO CALMONPresidente da Academia Brasileira de Letras

A Editora A NOITE vem oferecer algumas «Iasmais notáveis obras do grande escritor brasileiroe uma das maiores glórias da literatura nacional."FIGURAS DE AZULEJO"...... t. Cr$ 7,00"HISTÓRIA DO BRASIL NA POESIA

CONSULTAS! INFOR-MAÇÕES

"MAIS ' BttáaríTE ABrttSfâNClAPCNIJTJA AOS âtlJtlfJlCÜLtfORflí

E' sabido ser exccpciohal a si-tuaçáo do Erasll no dominio dasericicultura. O governo federalestimula essa fonte de produção,irradiando por eeus órgãos técni-cos' iostrucois e auxílios e ofire-rendo àos agricultores que se de-dicam i criaçío do "BmhbjW morV* *. mais aittbla possível assis-ténclá de especialistas do Minifi-tério da Agricultura.

Com o objetivo d« atender comauxilio técnico mais efieiente aòfcnossos centros de píoduclo sérl-cai o | governo criou, recentemen-te, três cargos de Técnicos' «Sfilelcuitura. Trata-se.de raedidi.i.tie vem introduzir novo» ele-mentos pára a campanha de fo-inentó da íerlcicultura.

A «scílha do governo para pre-encher tais íugafes weiití em an-iígos técnicos especializados AO

: ssunto. Foram nomeados paraéxeréér ô eâfgo de Técnico emfíericicuitura os agróhomos: Celsofrelfas de Sousa, que posaul « AU(ílóma da Técnico dê SêflelcttltuM.obtido «m 1696, na Escala dé Vi-cotia, ê é desde T938 chefe do Ser-viço de Serlclcttltufâ do Esplfltofiaiitôí Cesaf.Seara organizador <diretor, durante vários anos, a<»Servífio de Serlélcultura de SanicCatarina e pfofessor do» Cursas diApírfeicoamenlo. Espcclalizâçío iExtensão do Ministério a.Agticintura{ é Maria Thomé da Silva, tf'cnlco dá Inspeiorln Ríítional dlSetieicultura em Barbacena «eíde 193*. apravndo em 1038 em cotcursa de scrleicültura e <tuif>r d'trabalhb "Orientação para o seisciculiar", premiado em caáíiiíürde sericieultura e autar do tfrtlx"lha "Orientação pafá a serclei'tor", premiado em concurso públ'co 4o 5.D.A., cm 1Ô40.

CURSOS AVULSOS DB BORliCÜt.ttlBA É PRUTICÜLTURA0'"Diàrlo Oficial" de \fi da co]

rente publicou fts portarias de Ü'do janeiro última gà.awjídd fis ins(«coei pára o funcionamento d*»Cursoa Avulsos de horticultura •<dè fruticultura, assinados pêlo dlretor dos Cursos de AperfeiçOümento, Especialização c ExtensSfO primeiro funcionará cm doiperíodos: de 1." de abril a 31 d.julho e de 30 de agosto a 30 d<novembro é o última terá a dura«56 do 20 domingas.sendo ministradas. reèncctivamente. no perlodo de 17 de março a 39 de julhoe 4 de ádôstó a 16 de dezcmlimdo corrente ano.

INSTRUÇÕES PRATICAS SOBREA CULTURA DA JUTÂ INDIANA

PLANTIO DA BATA-TINHA

A Juta indiana, ê obtida de duascspéolés botânicas: "Corchorus•apsUÍárls L." e "Corchorus oli-lorius Li" E' uma planl;: anualpertencente à família das Tllia.ctát, cultivada ein grande escalana índia « originária da China cdo Sudãa-Anglo-Eglpclo.

A juta requer climas quentes chúmldos, se bem que na índia«,ela Cultivada em algumas resioeronde a altitude atinge a IfM-métras. No Brasil està sendo iibjj,|ctô d« exploração nos Eitndoí,<ío Amaianas t Rio de Janeiro.

As terra» baixai ou de adularilcvaçÃo, profundas, soltas, liíi-inidasi de preferência nluvifnü,. sáoAs mais apropriadas para a juta.

E* necessário dcstoCnr, arar cçradear o terreno, dó sorte quei terra fique bem pulverizada.

Sendo • juta uma planta txgo-tante torna-se indispensável •>correr a adubos, do preferênciaestéreo de curral, na proporção deI.Í00 kg. par hcctitre, ou tortaie mamona na proporção ne «DD\g. por hectare. Os adubos ver-les sfia também aconselhados.

Õ plantio deve ser feito da se-;iindá quinzena de sclembro ateins de novembro. Sendo a* se-iientes de juta extremamente pe-nenfls é, por issa aconselhadocineiá-lfts misturadas cohi terrau clníft.

A jüts deve ser plantada cm t«.acamento» de 5, 10 e ló cenu-íctros, rcspcctivamenle, em II-lias continuas. O nlantio tclloessas distâncias evita qut n piau-i tfsgnlhc, dá maiores produções

as fibras obtidas são melhoresmais fina». A quantidade de

.'mente'; por hectare varia de 18üo kg.A Juta tem ripdlo crescimento

• plantada com o» espaçamentoscima aeansolhadosí só há.ncccs.idade do SC fázcr unia capina,isto que Um mês depois a phn-i abafará as hervas ifae jíüdcâ..'m se desenvolver.

A colheita tem lugar logo dr-ois da floMf&o e antes da fn-ificaçãa. As plantas colhidas <!(¦-(oi» da frutificação prüdüiuihibras menos resistentes Por csm;nativo é conveniente reservar o;.nclhorcs exemplares dn cultura>ara a obtenção de semente* pura;>lantió, âs quais ficarão no cani-ito até o final da frutificação. D'•orle deverá ser feito na alturade 6 centímetros do solo, po-dendo ser tfcito a facão ou tuiec.As varas depois re cortadas» aüo

deixadas expostas ao Sol, de 3 ao dius, em scituidu amarradas emfuixas de 51) a M, mt,!s ou me.nos do mesmo tamanho, c logotransportadas para ns tiinqtu:..Quando não se dlüpiiíoí de ei.paço nos ianques para 0 bencfl-(•lamento de toda a fihrn cortaíll,convém levantar medas pequenase bem abertns nn baitu .para fn-cilitiir o arbjjimeiitl* e evitar áfermentação das varas.

Colocados os feixes nos tan-quês, para serem maecrudos, aidevem ficar mergulhados de lü a20 dias, dependendo du tempera*lura du úüua que devem ser de,aproXinr.dumcntc, 25° a 28°. Acontar do íi." dia é convcnieiiti'verifienr se a casca está largandodo caule. Retiradas as varas, sn<;descascadas o as fibras .lavadas

.cm ú:'ua limpa, de preferênciacon ente. A muceracão pode serfeita em tanques, ou mesmo emrios ou riachos, havendo, porém,autores que' nchr.m quü :t fibramaccrndn cf átíua corrente tomcor c brilho superiures aos dasmicerada.3 cm águas étítiignadás!Dcve.sc evitar que a água conte-r)ia -áis cíilcárèpsii

Na fndja o rcndinrylo médiotem sido de 1.500 kg. '!•¦ fibrassecas, islué, c!c])ois ile maecra-das. No noHc do pas produçõesidênticas têm- sido obtidas.

A maior aplicação dos lios dejuta £ no fabrico de sacaria. Assuas fibras são'. também usadaspara fabricação de Larbantes, ta-petos etc.

b.«iV-* ¦?:>•','*.¦* •*- 3.- '¦¦ •¦¦' --v; 13 {«-«*,-;¦¦'?-if•¦'¦'¦',¦'. "\i ¦¦'¦,¦; '¦¦'•'• ,''^.íR'i:-;

TOE^SÍrDA "'ioSSE.

SEÜSBRÔHQÜIOS COM''•'vV,',' .-!ot*yí'^ ¦'.-¦!i'--¦.-¦' •!'.'v¦ ¦*

| Planta que já faz parte in-| tegrante de nossas culturas, a| batatinha pode ser plantada cms duas épocas distintas; de jü-| lho cm diante se chover atér oufubro e cm fevereiro-março.j . A da primeira época é cha •í muda "batatinha das águas",.; porque como é raro poder ser Ií plantada antes de Setembro, i5 sua colheita realizar-se-á for- fI çosamente cni tempo chuvoso. í| A da segunda 'êpóea chamíi-se ;I entre nós, "batatinha seca" ix porque, oó contrário da primei- •I ra, terá sua colheita em abril \i ou maio, meses geralmente Sc- ;l cos. || Em igualdade de Condições, a t| da primeiro é mais produtiva, í| mas seu produto é de mais di- 1j ficil conservação enquanto que 5v na segunda, reinancV tempo í

mais seco c mais fresco durante ia maturação c colheita, seus !tubcrCulos, além dé serem de |melhor qualidade, conservam- [se melhor, í

De um modo pcral. podemos *dizer que u melhor época da :plantação da batatinlw é todo '.o mês de fevereiro,'prnlongaii- \dó-so, so quisermos, até meados %

| do março, com a condição, po- •!•rem, de se trator de terras bem i

? apropriadas, isto é, silicofins |5 férteis. i| Na cultura da batatinha um {i dos problemas mais sérios é o i\ da obtenção de boa "semente"

|S isto c, dos tuberculos para tal || f-m- !I Estes devem ser de tamanho j| médio, com brotamento inicia- fI do e levemente murchos, Os I| que se apresentam rijos, tur-|í gidos. não devem ser planta- .I dos. Do tãcsürá modo, é má a ?$ scmcftte que se mostra exces- il sivamente murcha.! *

Outra questão muito impor-í lantc, além das relativas As

adubações. é, a da rotação doS culturas. O nRricültqfi depois| de dois nn tvês nrièí di cultura% no mesmo terreno, dpve va-'•* rlar de lugar, para conseguir ah diminuição de doenças éni-sUafi? plantações o que é de relevantei importância nesta cultura.t h

. GOIANÍA, fevereiro (Do corres--pendente) — O feijão é um pro-(luto agrícola que não apreseniagrande expressão na economia donosso Estado, apesar de ocuparlugar de destaque como substãn-cia destinada n ali/i>enção usual donosso poVo, em cuja mesa, de ummodo geral, está sempre paraformar, cbm o arroz, u base ali-montar do'' goiano, prlncipalmen-te das populações ruricolns.

Um exame'no calendário agri-cola para os diversos municípiosdè Goiaz autoriza a que so fixemde modo geral para todo o Esta-do, as épocas seguintes para ftcultura do feijão: de janeiro afevereiro, 6 plantio e de maio aJulho a colheita. Uwalmente asua cultura se proce sn em asso-ciação com outras dlf espécies di-.'crentes, fornecendo uma média'de produção quando cultivado iso-ludanventc, de 20 sacos dè 60 qui-los por hectare. Os municípiosmaiores produtores são os\ se-jiuintes, em ordem dcscrcsèente.

Goiôz — Trindade — Catalão- Anápolis — Oolândira — Itum-!)iara -* Goiailla — Plracajuba —''irènópaiis e Jaguará, tendo todòvnEstadó apresentando, no quinque-ulo 1940-1944, a estimativa abai-•;n do total da produção, cm qul-j.os':11)40 23.422.800'i;)41

. 28.317.6001942 27.192.0001043 27.885.0001044 ...;.... 46.585.000

• Dessa produção, bem significa-livcij mormente levando-se emconta a tendência a um crescenteaumento, a maior porCcntugem êentregue ao consumo estadual,restando pauco A exportação, que,no mesmo período, ncustt o se-üuinte velunié, crti quilos:1040 ......... 1.976.7621041 ' 6.479.9571942 .1.000.6291043 ....... 7.940.6181!)44 .- 6.957.824

Essa produção obteve o valorcomercial constante da tabela quese. segue:

1940 Cr$ 1.504 057.2(11941 4.043 073.301942 1.371 314.401943 6.318 16O.001941 9.355.511.0Q

Relativamente ao valor total tjfènossa exportação anual, coutri*buiu o feijão com diminutas per»contagens, conforme se verificaa seguir:19401941194219431944

• • • » •

1%3%,

Síi-Pelos elementos estatísticos âu"

uhados neste registro, se vèrlflçique o feijão tem possibilidades dotornar-se Um fator importante n*economia goiana, dependendo ape-nas de maior fomento à sua pro»-dução, pois a quantidade expor-tada, como o valor alcançado pe» >Io produto, embora sofrendo dèano para ano diferenças que nem;"sempre são para mais, aprtsen*.tam tendências a um cresclmen*to sempre constante, 'quando b* .observam os resultados de toda -o qüinqüênio analisado. O maiordesenvolvimento comercial de Unit;«produto está, antes de tudo, cófw-dicionado à existência dos respec»;.;tlvos mercados, o que acontece.,com este cereal, cuja procura es-tá patente, uma vez que, em 1944"por exemplo, exportame-m paraoito Unidades diferentes» dentre¦*as quais está São Paulo em pri"meiro lugar, vindo em seguida em, iordem descrescente, Mjnas ¦*- Dls»trito Federal — Hio de Jaselró;— Moto Grosso — Pará — Mtra-^nhão c Bahia.

CONTRA A CA5PA

JUVENTUDE|ALEXANDRE -f

llVIDJNtt EMUCIAll

¦ ¦

?<'¦'..>'

C-E^liS}*AB UM^MHK8alM|ràfeal»1(»;

i'HA' MiNElHO'lltrek Resiatads sob o n.u 8.466. em 1013 s oprorado pelo

D. K B. Pública sob o n.° 1.621 em 1923.è%U chi, tão conhecido e usada, é Indicada contra o reumatis-mo gotoso c artrltlsmo. bem assim nas moléstias da pele «.por aer muito diurétlco, é de ótimo efeito nas doenças dos rlna

Ti' UM DOS PRODUTOS MAIS PROCURADOS DA

FLORA MEDICINALJ. MONTEIRO DA SILVA b CIA.

SUJA SBTt DS SETEMBRO N.' 195 - MO DB 1A#IÚU>Vende-ee em todas as drogarias • farmácia» :

N&o aceitem imitações.

m

.'..!.• ."• "¦*—

DO POVO»' • • ¦ • • • 4 t • • • CfS 15,60"ESTADOS UNIDOS DE LESTE A

OESTE" .........*. • CrS 18,00PEDIDOS A EDITORA «A NOITE"

RUA SAGADURÂ CABRAL, 41/43 < 4.° ANDARA VENDA EiW TODAS A6 LIVRARIAS

Atcnde-sc a pedidos pelo REEMBOLSO POSTAL,s/despesas.

"ANTHER0 DE QUENTAL"de Fernando Sabota de Medeiros

A mala completa e percüclente análise, feita em terno da per-«Kinalldade e da arte de Anthero de Quental, 0 grande poeta por-tueuês, criador das mais belas páginas da poesia lusitana, do nmodoce e>consoladnra filosofia.

VOLUME EM BROCHURA C/895 Pftí. Cr$ 15,00PEDIDOS

Editora A NOITE - RioRua Sacadurá Cabral, 41/43 — 4.* andar

ou em todas As LivrariasAlende-se o pedidos pelo REEMBOLSO POSTAL s/despesas

ilVRARÍA JA6INT0EDITORA A NOITE

RÀMÁTICA INGLESAEM POUCAS PALAVRAS

(The EnRlish Grammac tn Few Wurds)do uminente professor

PETR0NI0 LOPES BEZERRAia Englith Alliniwe. Institui o Comercial Brasil t faculdade

Comercial do Hio de Janeiro(Especialmente elaborada para os Curso* UlrtasiaL

Comercial e Artigo 91).lionléin: Iksunio histórico da liriga» * Sln>tese da Gramática Inglesa - KMiidr Intuitivodos verbos ingleses - O» cinco grupos de -palavras'— As expressões mais usadas no

cinema americano. -r

Pedidos àLIVRARIA JACINTO

Rua São José, 59 — Rio de Janeirol'OK VALE POSTAL. l.HEQUB OU UEEMKOLSO fOSTAL

VtíV.Jt Cltí 10.00 -

6ELÊUS DE FRUTASEnsina o agrônomo Amaury il

da Silveira que "a íabrleaçío ca-seira de geléias constitui uma in-terêssante indústria de aproveita-mento das frutas brasileiras. Nin-guém l«nora <me pfissuimôs umavariedade enorme de frutas su-Vestrcs, semi-íllvestres t cultiva-das cuja utilização entre nós íalnáa muito reduílda, especial-mente no meio rural. No entanto,seria aconselhável transformar boaparte desta matéria prima em ge-leias cu.io fabrico doméstico nSooferece dificuldades. Amora, amei*xa amarela, abacaxi, banana, caju,caji-manga, goiaba, Jaboticaba, ia-ranja, manga, marmelo, pitanga,rosela, tamarlndo, uvala e tantasoutras frutas íornccem-nos gosto-sas geléias.

"HORA DO AGRICULTOR"Xs segundas-feiras, a Rádio Ta-

molo transmite, de 18,30 âs 19 ho-ras, a "Mora do Agricultor"! esseprograma i irradiado «m ondascurtas (81.22 mtO e médias •(!W0 kcs.), sob a dlréçSo do agro-nomo Mario Vilhena.

PARA COMBATER AS FORMIGASLAVAPÊS

As conhecidas formigas "lava-

pés" comumente encontradas nâshortas e nos jardins, causara àsplantâe prejuízos Indiretos — 4tjue, vivendo ela» â custa dç umasubstância açucarada secretada pe-los pulgfit* estimula a sua proll-feraçâo e os protegi para <[ue «Solhes falte aquele alimento Paracombater esta praga, uma boa prà-tica consiste em revirar comple»temente «eus ninhos com uma en-sada, rôgando-o» dcpol». abundan»temente, com uma solução d* creo-lina a 10 por cento, oU seja nm II-tro de creolina para der litrosdágua.

OS PARQUES NACIONAIS NÓCONCURSO DE MONAGRAFIAS

O Brasil possui já amplos e be-lisslmos Parques Nacionais. Tra-ta-se de áreas naturais *onde a fio-ra a fauna e a vegetação são cul-dadaij e conservadas dcbalso daproteção dó govérnO. NessâS áreasa nalurcta e mantida o quantopossível no seu estado primitivo,para que se obtenham os indivi-duos no seu "habitat", sem asmodificações ocasionadas pela tran-slção de espaço e tempo. Consti-tuindo assim verdadeiras reservasde vidas primitivas. Do ponto dévista cientifico como um vallosÍ6-simo laboratório pela situação pri-vileglada, os'parques serão objetode estudos sob os aspectos gcoló-Rico, hidrolõgico, florestal, zooló-Síco, de proteção às terras, à fio-ra e fauna.

O Serviço de Documentação doMinistério da Agricultura dada aimportância do assunto, instituiupara o temi "Parques Nacionaisdo Brasil", no concurso de mono-grafias,-um prêmio de Cr$ ....(1.000.000,00 ao melhor trabalho,Quaisquer pessoas poderão concor-rer com estudos sôbré o temá.

O prazo para entrega de erigi-nais expira a 30 de agosto do ânocorrente e quaisquer informes *tVbre o concurso serão prestadospólo S.D.A.

MÁQUINAS

forno Mecânico medindo1.000, 1.500 ou 2.000 m/mentre pontas, com ou tem

mudança.

Tcíourõo Com motor porochapa de 2.500 m/m delargura até 3/5 m/m degrossu.ro - Pe_%9 3,5.00 Kg,

pãCâ

eNACIONAIS \

ESTRANGEIRASMAQUINAS DE FURAR

FREZADORAS SIMPLES E UNIVERSAISPLAINAS UMADORAS

MA.OUÍNAS DIVERSAS PARA MADEIRAPLAINAS DE MESA

i TORNOS MECÂNICOS DIVERSOSSERRAS PARA METAIS

MÁQUINAS ELÉTRICAS PARA èOLD?ELETRODOS PARA SOLDA \

ENROLADEIRAS PARA CHAPASTESOUROES PARA CHAPAS

''v

Vendas a »resla<6as

MESBLA

INDUSTRIAS¦.***

V. t

Maquino «a sgldor ái ISOÍÓO-2S0-1MI-MO a

400 ornpt.

Tôrnoj di bancado commeter, de 420-560, 580 9

660 m/m entre pontas.

Publicações

LIVROS DE BERILO NEVES) espirito toe sutil do conhecido escritor ironista, atra-veadas obras de sua autoria. O tradicional e ferrenho inimigoU wulheres, no seu inimitável e inconfundível estilo crítico.

IIMENTO AKMADC,.'2.a edição . .. CrS 12,00íNGUA DE TRAPO, 2.° edição . . CrS 16,00

DIABO EM FÉRIAS, 3.a edição . CrS 12,00À VENDA EM IODAS AS LIVRARIAS .

Pedidos pelo Síeembôlso Poetai à

EOnòRA A NOITERua Sapadüra Cabral^ 43-4." andar — Rio

'Vumfeyg^^iwra-CTiMCTOTirfi

A CARNAUBEIRA — PlmfntelGomes, Sétriço de Documentação,Ministério da agricultura, Rio,1945, 62 pags., 9 gravuras. Ü fo.Iheto está dividido em 38 capí-tulos, tratando do clima c solo,sernendura, cuidados culturais,produtos da carnaubeira, doençase pragas, dados estatísticos, etc

CAÇA E PESCA w S. Pàuló,ano V, n. 55, dezembro de 1945,(16 pags. ilustradas, com um su-mário de iriterfisse paro os adep-tos do tiro e do anzol.

BRINCAR E APRENDER —Serviço de Documentação, Mini.s.tério da Agricultura, Rio, ano IV,li. 19, agosto-setembro dé 1945,32 pags. ilustradas, registrando oque se passa nos clubes agrícolasque recebem assistência do S. D.A. c publicando colaboração d?ÍStèífssc" íaia essas íntidàdes.

TõrWo Plcfeau para toinear até 2.000 m/m de«qMòmefrp , Pgsjp 5,000 Kgs.

SOCIF.DACre ANÔNIMA,.

RIO DÊ JANEIRO—RUA OO.PASSlKi 4A/36

SÃO PAULO «• RUA 24 DE MA1H A41

PORTO ALEGRE «.'RUA SET8 DE SETEMBRO. 856

PELOTAS — R. CORONEL PEDRO OSÓRIO, 154

BELO HORIZONTE «-RUA CURITIBA, 454A4.64

NITERÓI m RUA VISCONDE, RIO BRANCa 521

RECIFE « RUA DA PALMA, S51

SECCÃQ NECÂNiCA

¦ * áüf |k\ Br33B«B

wÕS ¦ \J me

48 ¦ -' ¦»

Strro hidráulico com mo*tor poro cortar ati 280

m/m — Peso 600 Kgs<... •. "c •

- •" .-v—

YaÊ vMl I fWL li

Frezodora Universal commotor interno, modele

2 H-2C.

rvtarleíos pneumattcQS par;forjar dejde 55 até

13Ó ir.,'n

Máquina do Furar commotor de 10-15-22-25-40

e 5â m/m.

Plaifto it meso com mator, í«r«n A* 2. SOO

5.000 m/m,

V t(l jí«'i ;* s|

.VV.Vç;ÍrJ;jK-

« m.

¦• .¦mWw'

'im.¦fpf?

mmmmmà**m

Page 4: ANO VI RIO DE JANEIRO, DOMINGO, ,17 DE FEVEREIRO DE …memoria.bn.br/pdf/114774/per114774_1946_01389.pdf · 2012-05-10 · saista de "Evolução da prosa brasileira" disse: — Há,

-IlisÉ).'íSbêêS,

A\ANO VI RIO DE JANEIRO, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 1946 NÚMERO 1.385

¦¦¦¦¦¦¦MBMIí

Ainda a seleção da antologia infantilE

ã--

umm ¦

U NÃO pretendia, sincera-mente, voltar ao assunto.É que me interessa muito

l mais, no momento, o. estudo dequalquer tratado de cerâmica, porexemplo,' oú 'de estilos de' tudoque cerca o homem desde a pre-história até nossos dias, que umtratado de pedagogia. Um flaci.mi, um Bayard, um Boulangpr,representam para mim interCsscsvitais muito mais imediatos do

• que qualquer ensaio que me pos.: sa fornecer a inteligência infan.I.til em todas as suas maravilho-:sas gradações psicológicas. Alem

, do mais eu não utilizei o mnudiplomo de professora senão poralguns meses, ha quinze anos nas-isados, quando as teorias de

ilfreud Kretschmcr, as experiên-'tias de Dcwcy, escola ativa, etc.."tíç. estavam em plena alvorada•de"renovação de métodos educa-

eionais, agitando nossos meios, pedagógicos, o que me levou a'iiCbmpnnhar em todas as suas fu.'sés'

o 3o Congresso de Educação,união reunido no Rio de Janeiro,i-.eçretariado pelo professor L°onlKuseff. Mas,.depois disso outroshorizontes intelectuais me atiai-.vau» e nunca mais voltei aoa as-suntos pedagógicos.

; Entretanto, a antologia propôs-t.t pelo grande poeta que é Mu-Tilo Mendes está interessando vi-.vãmente ao3 nossos círculos do.mestiços e como fui a primeira

.a ingressar no asuuto, após a so-licitação do poeta, já tive oca-siãq de assistir a debates muitointeressantes sóbre a criançn c omeio, uns pró outros contra essasinfluências, e como arranjei no-Vos subsídios excelentes sou im-ítólida a publicá-los.

Alguns pais acham, por exem-p.ló, que essas influências sãomuito vagas, pois, irmãü3 nasci-¦dos- debaixo do mesmo teto crus-cem com temperamentos difercn-tes reagindo sempre de formapessoal ante os fatos e as pes-soas.

Efetivamente os dedos da mãonão são iguais e tendências natu-rais têm sua dose de hcrcditarle.dade, cujas reações divergentes aum mesmo fato seria impossívela cada fainilia controlar.'Mas isso não vem proprlamcn-te ao caso. Aqui o que interessanão é a fumilia pôr uma camisadê força em cima dos seus reben-))¦-"¦& um», jusiamenie, observando-lb.es as reações, orientar a «idu-cação da criança . no sentido deuão coagi-la e sim aperfeiçoa-la.

O caso de minha sobrinha Nor-ma por exemplo, è típico.!""'SSo três irniãozinhos e quando«n^lhcs contava (o que era fre-Quente) histórias de fadas, esta-ranv sempre todos três presentes.'Apenas, na maioria das vezes osdois irmõozinhos dormiam antes(lê eu chegar ao fim do conto,enquanto a pequena Norma fica-¦va de olhinhos acesos ale o fim.Jião se cançando de ouvir a mes-jna história repetidn.

Ora, histórias de fatias lerml.nam sempre pelo clássico refrão:' is de multas lutas, muitos

heróicos contra duendes,ias, diabos, o príncipe acabando com a sua pdnocza en-festejos muito bonitos, etc.

..."houve muitos doces e/tr-"ati t fim da vida eles foramq muito felizes,"1 .Uma crlancr. que cresce cecu-tando essas histórias fica com a

noção romântica e, aliás, perfeita,der que o destino dos adultos é ocasamento. E quando não podem•residir nnm palácio, cada casalsozinho, nas familias grandes, pe-]o menos têm uni quarto, únicoparaiso de independência que épropriedade exclusiva de cadajínr.' Dai aquela pergunta que,longe de constituir,., malícia emcriança tão pequenina, que nãopode ter noção exata de todas asformas de convívio entre adultos,constitui sua surpresa à margemda. ética bebida nos contos de fa-das, contra a solidão da tiazinhasolteira, princezn que para ela,sobrinha, ainda não encontrara oseu príncipe: por que dormirianum quarto sozinha quando osoutros adultos da mesma casa vi-viam acompanhados?

Ê p caso!São soluções y»o sempre nos

maravilham mas às vezes nosdeixam engasgados...)

¦ '¦' Tritgo agora unia nova série desubsídios bem interessantes cada

HAYDÉE NiCOLUSSIum. (Com a devida autorizaçãodos respectivos pais das crlan-ças).

Em contraposição àquela dúvi-da do garolinho'citado pbr Mu-rilo Mendes, sôbré se "cavalo põeovo ou cavalinho", minha sobri-ilha Míriam, até os três anos deidade, criada em apartamento decidade sen/ nunca ter posto ospés numa quitanda ou mercado,ao passar pela primeira vez as

moço: ''Vamos, menina, presteatenção 1 Você não ouve o que eudigo?"—ela lhe respondeu pron-ta mente, como qualquer criançadessa idade responderia: "Ovo,sim!.Pode falar que eu ôvol

—¦Que ôvo coisa nenhuma!ôiioé de gaiinha! Diga ouço!

E Noliy, de olhinhos espanta,dos, remexendo os esqueletos àacanja no prato:— E ôbso também não é de ga-

férias numa fazenda, logo na pri- linha?João César, meu sobrinho, que,nieira manhã arranjou para um

ovo uma procedência adorável:do niifcucão de flancla, tiritamiode frio, lá estava ela acoconidano terreiro, tal como a Kodackdos pais a apanhou nnm instan.lâneo, contemplando maravilha-da a grande vaca Barcaça, que ru-ninava deitada, entre palhas, osluminosos olhos-alheios a zoeirade pintos, cabritos, frangas espe-vltadas no redor. :"

por uma concessão da família,aprendeu a chamar de avò umvelho tio sem filhos, ganhou dês-te, aos seis anos, uma bonita co-leção de selos, coleção esta que ovolho colecionara desde criança.

Impressionado o menino decla-rou que iria guardar com todo ocuidado a coleção para oferecê-latambém aos seus petos, quandoêle fosse avô. E 'virando-se re.

De repente o animal levantou- -pentlnameute para a mãe, expan-se. E a pequerrucha, tropeçando diu-se;nas perninhas gorduchas, uvun-çou para aquela coisa bránqul.nha, redonda, que lá ficara relu-zindo no meio'do terreiro:

Mamãe! Mamãel O ovoque a Barcaça pôs!

E já que estamos no reino dosovos, lembro um trocadilho quea menina Nelly Bornand, unialindíssima lourlnha de nossa vi-slnhançu, fez aos quatro anos,dando uma lição de etimologia àsimpertinências do tio, improvi-sado em professor.

Como o rapaz a incriminassepor qualquer coisa durante' o ai-

Mainãe eu iinha-.tanta.vontade de ttr netosl O queè que eu devo fàztr para serlogo avô? v;

E agora estamos, diante de duasgarotas de opinião rija, filhinhasdo jornalista e critico de nrtoFrederico Barata: Rosa Maria eVera Regina.

Rosa Maria é romântica, so-nhadora, tímida. Educada no te-mor de escapar em qualquer gf.ria, sonda sempre o ambiente,antes de externar certas opiniões.Más Vera Regina é um tonelzinhn

(Conclui na 2.* pág. desta seção)

IAGEMCrônica de XAVIER PLACER

li

ESTAVA de branco. Debruçada

na amurada do navio, a ca-beca apoiada na , mão,

olhava o mar cm silêncio. Era aocrepúsculo, no terceiro ou quartodia de viagem. Aquela hora, visto<lo convés deserto, o mar era umaimensa massa plúmbea, imagemdo tédio sem fim dos longos diasà bordo. E na meia-sombra dahora grave sua silhuota de meni-na c moça, que tinha qualquer coi-sa da «vo, rccprfèváíse aérea egracil no fundo ar vespertino.Estava de branco c a leve aragemmarinha tocava sutilmente a suacrespa cabeleira, onde uma espes-sa noite

~dfe-tempestade se ani-

nhara... Não, não mo surprecn-deria se de repente desferisse umvôo... ••~^.

Súbito, começou a trautear qual-quor coisa em surdina. Calando oruido dos passos, aproximei-medela pela costas. Que cantariaaquela adolescente de branco, me-iancolicamente debruçada na anui-rada deserta ? Mas ela me pres-sentiu e, voltondo-se com um sor-riso entre timido c, envergonhado,teve um gesto pânico de quemquer fugir. "Continue. Tem umabela voz". Ela me fixou cora unsolhos quase maus: "Quer zombarde mim ?" Protestei que não, quea Ironia não fazia parte de meusdefeitos. Ela nada respondeu, fez-se um longo silêncio incômodoentre nós. Dali a pouco insisti:"Pelo que vejo, nossos gostos nãodiferem muito". De novj .seu»

tura mais infeliz do mundo; ecomo não sê-lo, se desde pequenagostava de canto c o pai queriaque seguisse quimica industrial.Aa, o pai era bom, muito bom,mas um homem cheio de precon-ceitos contra a arte e os artistas.Um homem do século passado.Para maior desgraça, ainda, agoraiam deixar o Rio e passar doisanos cm Pernambuco. Enfim, emoutros tempos chorara muito, porúltimo se conformara. Estudarcaüíu depois d? formada 7 Masso já tinha quinze após, e até láseria uma velha, com dezenoveanos ! Não, que eu não sorrisse.Dezenove anos era um fim devida. Ao menos ela assim o acha-va... Perguulei-lhe com serledn-de: "Mas não pensou, por acaso,em.., em fazer qualquer gestoextremo?" Ela evitou encarar-medesta vè*z,'-e no tom de quem con-fidencia a um amigo um grnncesegredo: "Pára ser-lhe franca,confesso que nestes dias de via-gem a crise de novo acordou emmim e foi nessa intenção que meencaminhei para o convés do na-vio..." Disse; disse-o nu arran-co, e sem que eu tivesse tempode retê-la com uma palavra, su-miu-se de minha presença.

Há quantos anos foi Isto ! Queteria sido feito da vocação, daardente vocação da menina e mo-ça que, desprevenida como umacriança, confiou-me um dia emviagem o seu grande sonho ideal ?Venceria a arte ou a ciência, ven-

Poetas sob a tormentaJOHN LEWIS V

POUCOS tiveram dúvidas, ao

verem Sidney Keyes, sair deum lar confortável e in-

gressar úa comunidade de umaEscola Pública, que êle se des-tinava a tornar-se um dos espi-ritos mais fortes e mais criado-res do seu tempo. Sidney Keyescomeçou a sua educação em 1934,com doze anos apenas,'. mas jáera um entusiasta da literaturac da historio natural.

Supõe-se geralmente, e não semalgumas provas ecucretas, que as"Public Schools", são adversasaos jovens poetas — como aliásacusava Cowper — mas em Ton-briJge Keyes sentiu-se inteira-mente livre de quaisquer precon-ceitos.

Sem procurar esconder as di-ferenças que sentia em relaçãoaos seus colegas, Keyes tornou-serapidamente aceito por eles ehouve um tempo em que os seustrabalhos se tornaram motivo co-jnum de orgulho. Além disso,

•Sidney Keyes era um magníficocontador de histórias — velhatradição inglesa que, fellzmen-Ic, a educação moderna não cui-dou de abolir. A sua situação emTonbridgc, ao ser declarada aguerra, era comparável & que ha-via gozado um outro poeta jo-vem e escolar — Coleridge. MasKeyes teve a vantagem de umprofessor que encorajou o seutemperamento poético, com lúci-da compreensão critica.

O sr. Michael Meyer inclui daedição definitiva dos poemas doseu amigo três exemplos da obraque êle estava escrevendo antes

do vir a guerra. Não é possívelevitar evitar o comentário de queessas páginas são notáveis paraum rapaz de 16 ou 17 anos. masa adimiração que sentimos abs-trai datas. Mesmo sem conhecer-mos esta circunstância, poderia-mos ter discernido que o escri-tor das citadas páginas já adqui-rira plena maturidade cm suasconvicções c um método imagi-noso de selecionar circunstânciaso alusões à harmonia de um poe-ma. A primeira estrofe do poe-ma que abre o livro, em formado elegia, já nos mostra um au-têntico artista.

O "noturno para Quatro Vo-tes", mais complexo na contex-tura e fantasista no tema, é igual-mente composto com uma ciare-za e uma concisSo que denun-ciam o artifice ao lado do poe-ta. É notável que todas essaspegas exibam uma grande preo-cupaçfio pela morte.

Em 1939, de acordo cam o opi-nlão do prefaclador e anotador legenda gótica

guerra com energia o decisão epoucos que o vissem de unifor-me. desconfiariam que um sol-dado tão prático e correto fossena realidade um grande poeta.Mas, como observa Keats, <o poe-ta e o sonhador são diferentes.Em tudo, Keyes foi um "práti-co". Foi soldado e aor mesmotempo fundou em Oxford uma,sociedade dramática, editou umarevista e escreveu os seu» poe-mas.

Mão é surpresa que Keyes fòs-se olhado pelos seus estóicos ejovens contemporâneos como oseu poeta particular. Seus ver-sos de Oxford exibem devoção acertas figuras do passado, tal co-mo "Garland to John Cíarc".

Nenhum receio contra as fan-tasias dn romantismo ou os. mi-tos clássicos perturbaram Keyes.Estavam sempre pronto a aten-der ao apelo da sua inspiração,quer esta viesse de uma fõütecelta, quer se originasse de una

Meyer, uma visita i França mo-dificon a visão do jovem poeta.Foi como se um véu se houvessedesccrrndo e ura poema sob o ti-tulo "The Buzzard" (1940) émencionado para registrar essamudança. Esta composição, decerto, contém muitos sinais deuma crescente concentração in-telectual.

Logo após ter escrito essa ex-pcriéncia de gcsóía

"filosófico-

potoresca, em julho de 1940,Keyes ingressou no Quen's Col-lege de Oxford e ai levou algunsmeses do existência semi-mili-tar. Fez o seu treinamento .do

ma?

A DESCOBERTADO INEFÁVEL

FRANCISCO PEREIRA DA SILVAIlustração de Fayga Ostrower

O Crime c/o PadrinhoConto de MARIA DA PENHA MACHADO RIBEIRO

Das pessoas que conheci na mi- Nossa Senhora me proteja! "E

nha infância, nenhuma me deixou continuava pelo seu caminho, sa-mais forte impressão que o padri- tisfeito, talvez feliz. Tinha semprenho, meu avô. Quando minha memórla deu sinal de vida êle játinha sessenta anos c era homemalto, espadaudo, de pele queima-da pelo sol, cabelos loiros, anela-dos e olhos muito azuis. O andar

à boca um xingamento própriopara quem o aborrecesse.

A fazenda do padrinho tem, ain-da hoje, a casa enorme, de telhavã, com terreiro batido à frente,para a secagem do café, cercado

balanceado,' jogando para fora os por figueiras bravas que o tempopés calçados por botinas de couro vai lascando.,cru — os enormes pé de filho de Visitci-a há pouco tempo, Tu-português — fazia com que o ti- ,i0 muito antigo, desde o quartovessem por matuto como primeira fjB fazer queijos, pegado à cozi-impressão,, o que êle não era, no nha, ao oratório dando para a va-entanto mesmo porque estava ha- randa mobilada com dois bancosbituado a deixar uma vez ao ano compridos, em verniz.o seu semi-sertão para o.passeio jia sala grande o vidro da ja-ao Rio, tomar o seu banho de ei- nela quebrado, muito no alto, ra-

O poeta canta a imaginária ja-nela aberta, campos que não viumas que estavam cobertos de or.valho no momento em que os ima-ginou, canta as cidades claras, aaurora de todos os dias, os sinostocando cm um amanhecer de pa-lavra6.

"Ode e Elegia" é um canto deamor à criação, é a justificação doinjustificável, a queda das bru-mas.

Lr !o Ivo, poeta-de "As Imagina-ções", abandona a pesquisa de inú-meras fórmulas e estudos, a acli-matação de anjos e coqueiros deMaceió, para encontrar a si pró-prio, na verdadeira fórmula que éa de um imenso e puro lirismo, umlirismo onde tudo desabrocha poisque o seu canto é de primavera.Nos dois primeiros versos de "Odee Elegia" vamos encontrar essajustificativa:"Sfio sombras projetadas em ml*

ama, para que o canto suba atéos céus e governe nuvens e es-trelas. Não há panteismo, tudoquer o poeta e tudo faz ao amor.Deus está presente como o Cria-dor Lirico — a força o a juventu-de de seu canto dissolvem as bar-reiras do indecifrável. Não existeindefinido nessa nova poesia, nema melancolia de um lençol de nu-vens compondo uma atmosfera.Não há brumas, pois tudo é tãoclaro quando o amor é presente!

"Claro é o asado, o riars é a ssá-j ,tct»

ou: s^.

mesmo sem saber que existia»,eu te amava"

olhos, agora porém monos ihqiii1?- ceria o canto ou a química industos, pousaram em mim: "Como?Porque diz isso ? Falei-lhe entãoque a vinha observando, deide oprmieiro dia, que lhe/ notara otemperamento esquivo,1 a ausên-cia de camaradagem a hordo, asua constante procurn de «olidãolio convés do navio... Termineiperguntando-ihe se queria posarpara um retrato. "O senhor épintor? fez ela com vivacidade,' Não, mas" pinto", disse-lhe."Como se chama ?" tornou, ago-ra sem retirar os olhos de num.Declinei-lhe meu nome. "Ah!liem que seu rosto não me eradesconhecido... Acompanhei tudopulos jornais. Ganhou o "prêmiode viagem", vai passar dois anoslia Europa, não í 1" Confirmei-lhe o que dizia. E cia: "Um pre-mio de viagem... a Europa...Qüo fclielílado ! Como o invejo !"Eiilão ela teve um longo suspiroc coutou-mo a sua '•grande.cn.ir-mo tragédia intima". Era a cria-

trial ? Deixei-a na manhã 3cgu'm-te em Recife, e à hora da despe-dlda nem tive a lembrança deperguntar-lhe o nome — tão dis-tante do mundo real vivia eu na-quêlo tempo ! Ma? hoje, à pro-cura de motivo para um quadro,eis que u visão antiga arrebentoucm mim, tal emurchecido lirioque súbito florescesse. Lembroque estava de branco. Debruçadana amurada do navio, a cabeçaapoiada na mão, olhava o marèin silêncio,.. E na meia-sombrada hora grave, sua silhueta demenina e moça, que tinha qual-quer coisa de ave, recortava-seaérea e gracil no fundo ar vcs.pertino. Lembro que estava debranco c um leve aragem mari-nha tocava sutilmente a sua crês-pa cabeleira, onde unia espessanoite de tompestade se aninha-ra... Não, não mo surpreenderiase' de repente desferisse um\;òo...

vilização, como dizia sempre. Eera de vê-lo ao voltar da capital:bem vestido (coisa de que não serelaxava), com alguma peça mo-derna de vestuário, a aumentar-lhea roupa, presentes para todos,alegre, guapo como o rnpaz quefez vovó suspirar e sofrer, croando moça'.

Chamava-se Reginaldo, mas porser padrinho do neto mais velhochamávamo-lo padrlm, corruptelainfantil que nos ficou, Padrimcumpriu, na integra com o signifi-cado do seu nome: o que governapcln força. Fazendeiro a lidar comvaqueiros, arrlciros, colonos, todoscapangas, fazia a lei e era a jus-tiça na aua fazenda c em muitasléguas ao redo-. Tratava os cm-pregados, a minha avó, como sê-res inferiores, aos quais é preciso:dar de comer, mandar trabalhar,couro de vez enquando. Com osfilhos era de um carinho que che-gava à moleza. Os filho mereciam-lhe tudo, valiam êste mundo c ooutro.

Como era valentão estava sem-pre às voltas com promessas dèassassinatos, com emboscadas, to-caias das quais escapava semprecom o dito: "dorminhoca te pi-que e diabo te carregue, desgraça-<lo que quer ver a minlia caveira.

chado em estrias, lembrou-me ahistória quo me arrepiava os cabe-los em criança e à qual não conse-gnia unir o padrim do olhos azuis,carinhoso, que- me dava balas, meembalava no colo e me contava his-tórias. No alto da varanda obser-vcl o buraco disformo da bala quonão respeitou a vidraça. E pare-ceu-me, ao vê-lo, que distintamen-te ouvia de meu pai contando aoamigo: "Matou para não morrer.Quem toma conta de gente assim,tem que fazer é isto mesmo: ma-tar pára não morrer". E só aover a olho o que tanto já haviavisto de imaginação, acreditei bemna história que meu pai contou,numa noite de chuva, ao amigo.Era tarde c file não percebera quoeu estava dorniitando, deitada nosofá, longe das cadeiras dos doisque conversavam, dando-mc ascostas. Fiquei de olhos arregaía-(los, ouvindo sem poder fajar,meio assombrada. Depois a ouvimas vezes, mas alguma coisa emmim, algo que me viera pe.la mei-guice dos olhos do padrinho, fa-zia com que me recusasse a acredi-tar que êle tivesse lido coragempara fazer aquilo. St liem molembro, foi assim:"Erncstão" era mulato, quase

(Conclui na 2." pág. desta seção)

que renascem no encanto do jar-dim"

nesse jardim a que poderíamoschamar uma matinal, onde os seusnoturnos, são matinais: as prince-zas nuas no oceano, as vagas e asrosas vermelhas; onde há o mur-múrio de um regato e capim ver-de brotando (sempre há uma rei-va c invisível regato), uma mati-nal em qUe:"Jamais a morte quando o sonho

existt"

Observamos ainda no poeta oIncriado. O passado c o irreal setornam coisas presentes à suapassagem, sente-se nele o irmãode Ilimbnud, o reintegrador dopresente lirismo Há unia insatls-facão criadora nesse recem-adòles-conte poeta, um desejo oue chegaa descobrir o amor nas pedras, aanalisar o verão concentrado nasasas de uni passarinho:

"para que eu, no presente, sejatudo

como ss quatro estações na prl-vera"

Descobre pois, o poeta, o inefá-vcl, para louvar a moça a quem

Aceita o sobrenatural — "Te-mos necessidades de anjos, paraser homens" — e diz que não se-

nha alma remos nós que transformaremos aindlzivel ordem das coisas. En-tretanto, há o momento de sofri-mento em que o poeta chora:

"VI o olhar ds nma jovem agonf-zante perguntando pelos poetas

qne desconheciam a dor dos sa-bnrbios, o sofrimento das

mulheres qne parem anualmente,o choro

das crianças qne aceitam a fomecomo

nm acontecimento natural"

"...de saber a Poesia inútilinútil conto a rosa diante do

olhar faminto"

Livre de toda influência româji-tica a poesia de Ledo Ivo se im-pregna de um intenso lirismo, li-rlsmo que encontramos sempre nosversos de Augusto FredericoSchniidt c Vinícius de Moraes, li-rismo das terras secas, sol1, as clm-vas de Dezembro, quando reben-tam as cebolas berrantes...

_Os poemas de "Ode c Elegia"são o momento, não o momentoateu e pessimista, mas o monieti-to clássico, tal como a Primaverade Laznr Se.íall. o momento Pri-mavera de Bòfiicclli;

Norborto; é o autor de um punhado de versosVive longe; vive no oeu torrão.

natal.

f xí.

Aqui está um desses espacimens de inadaptades e incompre-'ndidos, tão comuns nas sociedades individualistas, a que so po-

É^dCm fchamai-, com um pouco de fidelidade e de colorido — a3 ei-garras cruciücadas.

Çhama-se Joãoiná,dito3: "Cérebro e Coração'

.) Quando nasceu, no último quartel do século XIX, o sertão•lio interior dà Paraíba do Norte, saia pouco e pouco do regimesorvii. Não existiam vias de comunicação, além de picadas por

¦ onde a* tropas de muares se arra3lavam oito e dez dias, entre ris-co3 o ermos, ató a ponta ds trilho que, de Timbaúba, demandava

í o Reciie. Plono pastoreio, com rudimontos da lavoura algodoeiraCampos infindos. às soltas no trópico, envoltos em matas pardas eraias, raiados cá e lá pelo verde duradouro, e coleante das selvasciliares, mas donsas, debruando os toicicolos dos rios caducos Pa-

. los resumia-se om nela dúsia de casebres arruados om volta dei uma. igrejola colonial, presa a um litoral remoto, que lhe iornocia

o saí o a lei. a manuiatura e a religião. Ai teve de crescer.

Escolas não existiam. Professores particulares o raríssimosmantinham colégios, de que ahida se iala. a distâncias o preços im-

\ possíveis: Antônio Gomes, no Brejo do Cruz; em Campina Grande,Clementina Procópio. Estudou as primeiras letras com a mulhor doBacristão, seu parente; depois, com um mestre do velho estilo, paraquem a palmatória era o primeiro o último argumento. Por iim, ro-cebeu rudimentos do gramática portuguesa e francesa com o juiz

: de direito: ioi tudo.Mas, não lhe bastava: algo, interiormente, lorcejava nols poP

oxpandir-se; algo assim como um botão de rosa que, na trevaglauca das sépalas. advinha lá fora o advento do sol.^

O livro, o livro iascinava-o. Com múltiplas capacidades, o meiouco lhe oJerecau jamais com que cultivá-las, a iim de que pro-duzissem policarpamente. êsso é o grande mal da civilização capi-talista: não dar a todos igualmente de oportunidades. Numa sociô-dade biológica e economicamente organizada, todos começariamiguais; a diferenciação iicaria a cargo de cada um. Seria a livreconcorrência social legítima, restringida apenas pelas leis junda-nehtais e conexas do crescimento indeiin\-> dos seres o dos iimites'laturcrl» do crescimento. A luta pela existência, de Malthus, sis-

matbtfda por Darwin, complotai-se-ia, humanizada, com a luta

yela individualidade, de MikhailowsKy.João Norberto não nascera nesaa sociedade ideai e vindoura:

teve que aprender o que pôde como pôde; foi um autodidata, istoé, umaintoligência partenogonética. Numa evasão ao coniiito bren-•:o, em que suas aspirações se dilaceravam contra as condições doida do ambiente, começou a escrever. Daí. estes versos — "Cé-

,i'>rò e Corcção" — çue leio seduzido o penalizado.: Sim; encanta-me esse lirismo doloroso e abundante, em quetrar "".'iairci n ir.oluncolia de um destino proibido e contrista-mo

AS CIGARRAS €ALLYRIO WANDERLEI

IFICADAS

„•'. veriücc-co <!<? quo, r.a iorma dotóosieni nile ro-e nunca ser aquilo

sociedade que possuímos, oque nasceu. Delorma-Ke ou

sucumbe: João Norborto é um exemplo em carne viva. Sen!e-sabem claro, em o lendo, que essa árvore veio ao mundo com c vo-cação da altura; manietado pelo regime social, fruto do regimaeconômico, não conseguiu crescer; e parou a caminho das nuvens,anquilosado, como um ipê anquilosado.

Contudo, se ioi vencido, porque não se realizou a si mesmo,-também não se submeteu, porque continuou a exprimir-se. Da!,ser um inadaptado, pois não renunciou às suas tendências cin-tilantes, e um incompreendido, pois o meio não percebeu a pu-jança das suas inclinações Renan afirma que a vocação distln-gue pela impossibilidade de se lhe fugir; é o caso de João Nor-berto. Sua obra, reflexo da sua vida, é desigual e amoria; é mes-mo, a miúdo, pueril e absurda. Mas é um documento humano osocial do primeira ordem.

Punge-o até o sangue a discordância entre o que produz e oque poderia produzir; ás suas costas, seres broncos e rombos riemdos seus pendores, esquecidos, esses brutos cegos, de que é dotal massa que se iazom as culminftncias da espácie. Prisioneiro dovilório, que é um canteiro do ignorâncias, compara-se a um cc-nário engaiolado:

Num vaevem iatigante, de desvúr:o.Dentro de uma gaiola, muito aflito,/i sacudir palito por palitoCom a cabecinha, eu vi hoje um canário.

Como em disiaiee, ao seu lado maldito,Na prisão, que < dos vivas o sudário,

£le desiia, às vexes, um rosário ....De cantos — queixas às almas de granita,.

O destino, este frio carcõfalro.Sem piedade, também, fos prisioneiro

Meu ideal, que não deixa de cantar..»

Mas, como o canto daquela ave, o centoDo meu ideal 6 o desolado pranto

¦'£¦' De quem tem ««as e não pode voar!

Ter asas e não poder voar: isto diz quase tudo. Aqui esiá ex-prensa.- s ouro e nanquim, a sóbria deaeorrslação entre a vocaçãoe a prática, tão banal no astixiante regime da desigualdade econô-mica e, consequentemente, da desigualdade social. Não raro, aqueixa se condensa e se incende, e sabe ao tom vermolho e rútllo doprotesto. E' • mesmo o protexto liricoj

15Tcssarinho que está ençaiolacio,Ninguon calcula o quanto me depo-aVer-te, nooto prosicUo, amargurado,Ondo nem o teu cento ta consola.

Preso sem culpa, se me fora àaCo.A toda ave. em pris£o. fa-ia e esrr.ola.Do sair. pelo murirJo. revoltado.A espedeçar gaiola por rjaiola.

Tou destino é viver pelos pomarso..Peles bosques, jardins, com teus canlarci,A musicar , de graça, c criação.

Entanto, solta, há muita gente lera,Mesmo entre ruiem as aves encarcera-Que é quem devia es!ar numa prisr.ol

Admirável, nesses versos, não 6 só a forma, lúcida e cantan-te; é, sobretudo, a idéia. Têm um fundo social, um senso do di-reito, uma iome de justiça notáveis O que doi não e que o pas»sarinho esteja preso, simplesmente; è que esteja "preso sem culpa". .Ha ai, outrossim, a revolta contra o desvio das disposições naturais:nada mais absurdo que viver "amargurado", no lugar de "quemdevia calar numa prisão", aquele que nasceu para "viver

pelosjardins, a musicar a criação". E aíinal, que são esses páisarosdetentos senão os homens, como o c.utor. encurralado numa socie-dade que dá tudo a uns e a outros nada?

Quando êle grita o desejo

De sair. pelo mundo, revoltado,A espedaçar gaiola por gaiolaf

nco traduz mais do que a vontade de contribuir, mesmo a ferroo ic-qo — como deve ser — para a construção de um mundo me-lhor Eis o que se entrelê na lirica de João Norborto.

Ra almas ápteras, que rodeiam o poeta, não o entendem; nãotêm olhos para o azul particular do seu sonho; não têm ouvidopara o acusma maravilhoso que o tonteia. E, vendo-o tão diversoua vida e na cisma, riem o grande riso branco e alvar dos alarves,o riso imundo dos porcos ante o inútil esplendor da pérola. leso,com aquela "cruauté inconsciente de Ia sottisse", que indignavaHello. '¦;;/;

Graças ao modo de produção om que vivemos, e que i a in-justiça sistematizada, tiveram com que polir-se e ascender; mas*aõm possuíam nsae s crescer. Medicalizaram-se para plantar ai-

godão; eugenheiriíicaram-se para vender gasolina; aprolossora-ram-se para grudor-se a burocracia; bacharelizaram-se para usur-par terras aos pobres, aos fracos e aos tolos. Eniim: adaplaram-soo compreenderam-nos. Só o lírico, que nada ioi. permaneceu lírico— liei à aua sorte agônica o melódica de cigarra, inteiriço e gonul-no ns vaga dos maloúvoio, inacessível á simpatia iniamante damediocridade. Todavia, doi-lhes;fundo o desacordo; di-lo num do3sonetos do "Torrão", outro dipiico de prata e rubro;

Já ouvi dizer que a terra onde se nasceE' a terra que dò mãe carinhos tem.O contrário, porém, comigo dá-se:O meu torrão natal nco me quer hem.

Um gesto de afeição, um riso, nemSequer óle me deu. çuo mè alentasse.Ou mo inludisse a dor que disso vemE que eu vivo a sentir como um trespasse.

—• Minha terral — Isto muita gente diz.Muita gente, de certo, bem feliz,A quem o berço aa portas n5o lhe éeffn.

— Minha terra 1 — Ainda nco a conhoci.Sei que vivo na torra ondo nasci.Mas não achei, ainda, a minha torra!

Haramente clamar-se-á com tanta doçura e tristeza quo p hem»p*pode ser, na própria espécie dividida pela civilização da próprio-dade, um intruso acabrunhado; contudo, vibra e reluz também, aí,no claroescuro das estrelinhas, a bandeira verde da esperança. Sonão encontrou "ainda" a sua terra, o escritor não aiirma, tão pouco,que não a encontrará "nunca", Sem dúvida, agora não tem se-melhantes: a ele e. em derredor. o deserto vazio; mas amanhã?

Essa jsociedade, que lhe negou álveo por onde rolasse o fui-gis3e, cantando, o seu destino de cigarra, sá descobre ns seu aairouma imagem — o pântano:

Tou fado, sapo. eo meu ó semelhanteTu vives neste charco repugnante,Eu... vivo dentro da sociedadel

E um libelo em música; lendo-o, eu ouço o mar subir. Revidedos espoliados, é o ruido longínquo e precursor daquela voz mui-iiiudinária que, como as trombetas bíblicas, há de derrubar certacidadela alicerçada no possessivo © no sangue. Por toda parte,nessa poesia humana o dolente, está presente, e brilhando, o re-flexo da liugédia social. Aqui, sim; aqui, bem cabe o pensamen-to de Rilke; "Versos não são, como se pensa, sentimentos mas «¦-poriencias". (Conclui na z.' pág. desta es^ís)

»:-«? i'(¦Mil '

r ¦ .

¦' 'M'\ -:'

.¦(!¦-,

iJH:,!¦ »

¦i - •

Na véspera da sua partida daUniversidade, Keyes escreveu Umlongo poema intitulado "The'Fo-reign Gate" (A Porta Estra»gel-ra"), dizendo respeito à niortenos campos de batalha de homensremotos ou recentes, tentandorealizar uma elegia filosóftea sô-bre d história desses sacrifícios.

A maioria dos seus últimos poe-mas compõe-se de poucos versos,o que talvez possamos atrib«lr àsua vida atarefada de jovem ofi~ciai. /

Como composição, estas páginasjamais abandonam a maneira ,ouforma clássica, peculiar ao poe-ta. A sombra da morte cont&uapresente como um estranho pre-ságio, e por fim Keyes viu-se«traido pelo símbolo da Fenix,que de uma certa maneira ilurai-na o poema "The Wildernesn".

Ao chegar à linha de frente na,Tunisia, Keyes foi euviado numamissão de patrulha encarregada.de colher informações sobre umpreparativo de contra-ataque gejr-mânico. Nenhum sobrevlventopode contar o destino de Keytes,quo assim morreu aos 20 anos, deidade,, tendo dedicado a sua «xis-tência ao problema da morte edemonstrado a fortaleza dn. seucaráter e a fonte inexgotavejl dosseus (ioiis literários 6 poítípns.

Dos outras poetas, cujas vidasforam cortadas pela guerra— Ri-chard Spendcr, Keith Douglas,Stephen Haggnrd e Alun Lewis— provavelmente íste últimodespertará as maiores atenções.Era também apaixonado pela his-tória, tendo.servido na índia, on~da morreu de um acidente emcampanha, no mês de marco de1944. Não havia ainda atingido&os trinta anos de idade.

Lewis nasceu numa aldeia demineiros do Pais dè Gales e noseu último livro de poemas, "Há!Há! Among the Trumpots", há.um verso nostálgico que denun-cia o seu amor pela região sa*tal:"Quase todos os homens bus-cam o lugar do seu nascimento".

Lewis não encarava a sua obrasob aspectos tao filosóficos co-mo o fazia Keyes. Escrevendouma vez a Robert Graves, defi-niu com clareza a sua idéia tnc-nos universalistn, digamos:"Gostarei de abandonar e vas-to pelo particular, o infinito pelofinito, o coração pela visão".

Mais tarde desejou fundir es-sas duos concepções numa har-monin lirica. O curioso é quetambém ÔIc possuiu o senso damorte, fundindo-o entretanto como amor pela vida. "Não creiohaver motivo mais relevante doque a Morte e a Vida" — escre-ven à sua esposa. Julgava-se po-rém sem forças para realizar asintese lirica da sua inspiração,aflrmando-se incapaz de "expri-mir ao mesmo tempo a paixãodo amor, a frieza da niorte e ofogo que combate a aceitação re-signada".

Talvez, a maior distinção entreKeyés c Lewis consiste em que oprimeiro é um escritor elegíacoo dotado de reflexão, enquantoo segundo nos exibe as marcasmais intensas de um lirico e deum impulsivo. Nem sempre, ouquase nunca, Alun Lewis conse-gue uma fácil harmonm entre aÍContinua na 8.' p. da i.% seção)

'.' i'. >-¦

(!'.;•

A