ano lxxi – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de deus na cultura da...

36
9 771413 159005 00091 ISSN1413-1595 Ano LXXI – n o 91 – edição especial 2009

Upload: hoangnhi

Post on 09-Nov-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

97

71

41

31

59

00

5

00

09

1IS

SN14

13-1

595

Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009

CP01.indd 1 30.07.09 16:43:06

Page 2: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 20092

O Cooperador PaulinoPublicação quadrimestral da Família Paulina

Ano LXXI no 91Edição EspecialISSN 1413-1595

Sumáriocp

O Cooperador Paulino é uma revista fundada pelo bem-aventurado Tiago Alberione em 1918. Sua missão é servir o Evangelho, a cultura humana e a catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da Família Paulina, que procura manter viva, no mundo moderno, a obra evangelizadora do apóstolo Paulo.

Editora:Pia Sociedade de São Paulo (Paulus)

08VocaçãoA Família Paulina, semelhante a uma árvore frondosa, possui dez ramos fortes e viçosos que, na vivência de sua vocação, comunicam ao mundo Jesus Mestre Pastor.

12Modelos de SantidadeAo longo da história da Família Paulina, muitas pessoas seguiram o ideal de Alberione: o da santidade. O testemunho delas nos ajuda a viver os ensinamentos de Jesus no dia a dia.

04Entrevista Com padre Tiago Alberione, que empenhou a sua vida no anúncio de Jesus Cristo com a Comunicação Social.

Espiritualidade............................. 10Cooperador ................................... 17Paulinos ......................................... 18Paulinas ......................................... 21Discípulas. ..................................... 24Pastorinhas ................................... 27Apostolinas ................................... 30Institutos ....................................... 33

Jornalista responsável e editor:Augusto Ferreira, sspMTb 11099/MG

Revisor:Tiago José Risi Leme

Projeto gráfico: Laura Tikami

Diagramação:Família Cristã/Paulinas

Capa – sxc e arquivo PaulinasEdição gráfica – L. Tikami

sumario.indd 2 30.07.09 11:27:38

Page 3: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

3cooperador paulino edição especial 2009

var a Palavra de Deus. Sem dúvida, essas

pessoas que abraçaram a causa são para

nós que vivemos hoje “modelos de san-

tidade”.

Na segunda parte, você é convidado

a aprofundar a história e a atuação de

cada congregação da Família Paulina,

como também a conhecer melhor quem

são os cooperadores e os institutos pauli-

nos. Acreditamos que você vai aprovei-

tar cada artigo, se informando, formando

e divulgando em sua comunidade a mis-

são da Família Paulina na Igreja. Dese-

jamos a você, amigo(a) cooperador(a),

uma boa leitura!

Augusto Ferreira, ssp

Editor

Editorialcp

Graça e paz, amigo(a) cooperador(a)!

Equipe de redação:Fr. Alexandre Carvalho, paulinoPe. Vittorio Saraceno, paulinoIr. Ivonete Kurten, paulinaIr. Lídia Natsuko Awoki, discípulaIr. Gabriela Sperandio, discípulaIr. Clotilde Prates, apostolinaIr. Lucivânia C. Oliveira, apostolina

Impressão:Paulus GráficaVia Raposo Tavares, Km 18,5São Paulo (SP)

Tiragem:12.000 exemplares

Redação:O Cooperador PaulinoCaixa Postal 2.53401060-970 São Paulo – SP

Página na internet:http://www.paulinos.org.br/

Endereço eletrônico:[email protected]

WW

W.S

XC

.HU

Preparamos para você uma edição es-

pecial de O COOPERADOR PAULINO. Com

esta revista queremos apresentar-lhe al-

gumas personagens que estão marcadas

fortemente em nossa Família e sobre as

quais pouco se fala.

Dividimos esta edição especial em

duas seções. Na primeira, apresentamos

os primeiros pensamentos do bem-aven-

turado padre Alberione para a fundação

das dez instituições que ele idealizou.

Isso, amigo(a) cooperador(a), você vai

perceber na “Entrevista”, no artigo “A

vocação da Família Paulina” e em “Fa-

mília Paulina: uma espiritualidade inte-

gral!”. O ideal de Alberione contagiou

outras pessoas, que acreditavam que a

comunicação é um meio eficiente de le-

sumario.indd 3 30.07.09 11:27:58

Page 4: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

5cooperador paulino edição especial 20094 cooperador paulino edição especial 2009 5cooperador paulino edição especial 20094 cooperador paulino edição especial 2009

Entrevista por irmã Cristiane Ribeiro, pastorinha

Obem-aventurado Tiago Alberione ordenou-se sacerdote diocesano em 1907, fundou a Família Paulina, formada por dez insti-

tuições, às quais deixou um legado comum: viver e anunciar Jesus Cristo, Mestre e Pastor, Caminho, Verdade e Vida, a toda humanidade e a toda pessoa, usando de todos os meios, os mais modernos, os mais velozes, para que o Evangelho chegue a todos. O “Profeta da Comunicação”, como é chamado, de-vido ao seu empenho em evangelizar com os meios mais modernos, faleceu em 1971, depois de ter con-cluído suas fundações e ter participado ativamente do Concílio Vaticano II. Foram 87 anos consagra-dos à formação dos novos apóstolos, com a missão de evangelizar o mundo inteiro. Mas de onde surgiu essa intuição? Por que tantas instituições? Por que consagrar a nova família religiosa a São Paulo? Que espírito e apostolado comum unem toda a Família Paulina?Para responder a essas e outras perguntas que nos in-trigam nos dias de hoje, neste número especial de O COOPERADOR PAULINO fizemos uma “entrevista” com este grande apóstolo da comunicação, buscando em textos de sua autoria as respostas aos questionamen-tos que nos intrigam. O resultado pareceu-nos sur-preendente, como se pudéssemos voltar no tempo e realmente “entrevistar” o nosso fundador...

CP Padre Alberione, o senhor iniciou o período das fun-dações ainda muito jovem, em 1914. O que o motivou nesta missão tão específica?Padre Alberione: A noite (de 31 de dezembro de 1900 para 1 de janeiro de 1901)1 foi decisiva para a missão específica e o espírito particular em que nasceria e vi-1 No texto original temos “que dividiu o século passado do presente”.

veria a Família Paulina. Houve adoração na Catedral (Alba), depois da missa sole-ne da meia-noite, diante de Jesus expos-to. Os seminaristas do curso de filosofia e teologia estavam livres para permanecer o tempo que quisessem.Realizara-se, pouco antes, um congresso (o primeiro a que assisti); entendi bem o discurso calmo, mas profundo e cativan-te... Li o convite de Leão XIII para rezar pelo século que se iniciava. Tanto um como outro falavam das necessidades da Igreja, de fazer o Evangelho penetrar nas massas, das questões sociais…

Um jeito novo de evangelizar

cp

AR

QU

IVO

PA

STO

RIN

HA

S

Entrevista.indd 4 30.07.09 11:30:19

Page 5: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

5cooperador paulino edição especial 20094 cooperador paulino edição especial 2009 5cooperador paulino edição especial 20094 cooperador paulino edição especial 2009

Uma luz especial veio da Hóstia, com-preendi melhor o convite de Jesus: “Vin-de a mim todos…”. Entendi o coração do grande papa, os convites da Igreja, a missão verdadeira do sacerdote. Senti- me profundamente obrigado a preparar-me para fazer algo pelo Senhor e pelos homens do novo século, com os quais viveria.A oração durou quatro horas depois da missa solene: que o século nascesse em Cristo-Eucaristia, que novos apóstolos saneassem as leis, a escola, a literatura, a imprensa, os costumes; que a Igreja ti-vesse novo impulso missionário; que os novos meios de apostolado fossem bem usados...2

CP Foi uma experiência de oração muito profunda, não é mesmo? Uma noite de luz... Mas parece que o senhor, além de uma forte espiritualidade, tinha uma per-cepção muito apurada da realidade que o circundava...Padre Alberione: O mundo evolui rapi-damente; os centros habi tados, a cultu-ra e o comércio vão mudando de lugar. Revoluções rápidas e pacíficas são feitas através da imprensa, do rádio, do cine-ma, da televisão, da aviação, dos movi-mentos políticos, sociais, indus triais, da energia atômica... É preciso que a reli-gião esteja sempre presente; devemos lançar mão de tudo para melhorar o teor de vida na terra e para a glória no céu.3

CP O que o senhor quer dizer com “lançar mão de tudo”?Padre Alberione: A imprensa, o cinema, o rádio e a televisão cons tituem hoje as mais rápidas e eficazes obras do aposto-2 ALBERIONE, Tiago. ABUNDANTES DIVITIAE GRATIAE SUAE, 1953. Edição do ano 2000, p. 33-36. O autor escreveu originalmente em terceira pessoa, embora se referisse a ele próprio. Optamos por passar para a primeira pessoa todos os textos aqui empregados, para garantir a fluência da forma de entrevista. 3 ALBERIONE, Tiago. PENSAMENTOS. São Paulo: Paulinas, 1973, p. 158.

lado católico. Pode ser que os tempos vin douros nos tragam outros meios melhores que esses, mas, atual-mente, parece que o coração do apóstolo não pode desejar meios melhores para levar Deus às almas e as almas a Deus. O dom da palavra, que Deus deu aos homens, é muito importante para que eles possam comunicar -se entre si e com Deus. Se, além disso, é utilizado para transmitir a mensagem evangélica da salvação e da paz, então temos o apostolado da pregação: “Por toda a terra se difundiu sua voz, e suas pa lavras chegaram aos limites

extremos da terra”. Os meios técnicos de hoje oferecem à palavra um subsídio de valor incalculável, graças à sua am-plidão, rapidez e potência.4

CP Quer dizer então que esses novos meios técnicos podem atingir melhor as pessoas de hoje, que vivem numa realida-de também muito nova, não é mesmo?Padre Alberione: Devemos con- du zir sempre as almas ao pa-raíso. Não, porém, as que vive-ram há dez séculos atrás, mas as que vivem hoje. De vemos tomar o mundo e os homens

como são hoje, para fazer hoje o bem.Os tempos mudam, e é inútil ficar dizendo: “Antiga-mente não era assim, antigamente não se fazia assim”. As almas de antigamente já estão no céu ou no infer-no; devemos salvar as almas de hoje.5

CP Entendo... Novos meios para evangelizar pessoas que vivem em uma realidade também nova... Muito in-teressante! Mas desde a sua intuição carismática, na passagem do século, o senhor já pensava na Família Paulina como a fundou mais tarde?Padre Alberione: Inicialmente, pensei numa orga-nização católica de escritores, técnicos, livreiros, revendedores católicos aos quais daria orientação, 4 Ibidem, p. 160-161.5 Ibidem, p. 157.175

“Revoluções rápidas e pacíficas são feitas através da imprensa, da rádio, do cine-ma, da televi-são, da aviação, dos movimen-tos políticos, sociais, indus-triais, da ener-gia atômica...”

Entrevista.indd 5 30.07.09 11:31:09

Page 6: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

7cooperador paulino edição especial 20096 cooperador paulino edição especial 2009 7cooperador paulino edição especial 20096 cooperador paulino edição especial 2009

Aposto

linas

PaulinosPaulinas

Dis

cípu

las

Pastorinhas

Anu

ncia

tinas

Gabrie

linos

Jesus S

acerdote

Sagrada Família

cp

Coop

erad

ores

Paulinos

IRM

à E

LEN

IR A

UG

UST

INI

Entrevista por irmã Cristiane Ribeiro, pastorinha

Entrevista.indd 6 30.07.09 11:31:39

Page 7: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

7cooperador paulino edição especial 20096 cooperador paulino edição especial 2009 7cooperador paulino edição especial 20096 cooperador paulino edição especial 2009

trabalho, espírito de apostolado… Pelo ano de 1910, dei um passo definitivo. Em uma maior luz: escritores, técnicos, propagandistas, porém, religiosos e re-ligiosas… Uma organização, porém, re- ligiosa, na qual as forças são unidas, na qual a dedicação é total, na qual a doutrina será mais pura. Uma sociedade de almas que amam a Deus com toda a mente, as forças, o coração, e oferecem-se para trabalhar pela Igreja, satisfeitas com o salário divino: “Recebereis o cên-tuplo e possuireis a vida eterna”.6

CP Bem, a Família Paulina é consagrada ao apóstolo Paulo. Mas por que São Paulo?Padre Alberione: A Família Paulina foi suscitada por São Paulo para continuar a sua obra: é São Paulo vivo, mas hoje composto de tantos membros. Não fomos nós que o escolhemos: foi ele que nos es-colheu e chamou. Ele quer que façamos o que ele faria se vivesse hoje. E se ele vivesse, o que faria? Cum priria dois gran-des preceitos, como soube fazer em vida: amar a Deus com todo o coração, com to-das as forças, com toda a mente, e amar sem reservas o próximo, porque ele vi veu o Cristo: “Cristo vive em mim”. Ele usaria os púlpitos mais elevados que o progresso humano ergueu: imprensa, cinema, rádio, te levisão… Rezamos muito antes de con-firmar o Ins tituto à proteção de São Paulo apóstolo. Queríamos um santo que fosse ao mesmo tempo exemplo de santidade e de apostolado.

CP Padre Alberione, sabemos que as dez instituições da Família Paulina possuem apostolados bastante específicos, mas ao mesmo tempo há um espírito que as une intimamente. Qual o segredo dessa diver-sidade na unidade?Padre Alberione: Há parentesco estreito 6 ABUNDANTES DIVITIAE GRATIAE SUAE, p.36-37.

entre elas, porque todas nasceram do Tabernáculo. Há um só espírito: viver Jesus Cristo e servir à Igreja. Há entre elas estreita colaboração espiritual, intelectual, moral e econômica.7 O nosso apostolado não visa apenas o progres so de cada alma, individualmente, mas sobretudo criar uma mentalidade nova na sociedade, o que quer di-zer dar-lhe uma nova imagem, um novo rumo. Muitas vezes caímos no erro de querer ver apenas os frutos de uma alma em particular; o melhor fruto, todavia, é a mentalidade que vai se difundindo na sociedade:

mentalidade cristã, que gera sentimentos cristãos e vida cristã, temor de Deus e tudo aquilo que garante a vida espiritual nas almas e a vida cristã na sociedade.8 CP Bem, com essa sua afir-mação, fica claro o porquê de tantas instituições. Afi nal, era preciso abranger não só a pessoa toda, mas a huma-nidade toda… Padre Albe-rione, é claro que não es-gotamos aqui as perguntas, mas temos motivação para aprofundar ainda mais, em seus escritos, essas e ou-tras tantas respostas. Gos-

taríamos de pedir ao senhor que nos resumisse a sua trajetória, com uma mensagem final a cada um de nossos leitores.Padre Alberione: Sinto, diante de Deus e dos homens, a gravidade da missão que me foi confiada pelo Se-nhor, o qual, se tivesse encontrado uma pessoa mais indigna e incapaz, a teria preferido. Isso, contudo, é para mim e para todos, a garantia do que o Senhor quis e mandou fazer; como o artista que toma um pin-cel qualquer, de poucos centavos e ignorante acerca da obra a executar, assim fez o belo Divino Mestre Je-sus Cristo.9

7 Ibidem, p. 39.8 PENSAMENTOS. p. 161.9 ABUNDANTES DIVITIAE GRATIAE SUAE, p.126.

“A Família Paulina foi suscitada por São Paulo para continuar a sua obra: é São Pau-lo vivo, mas hoje composto de tantos membros. Não fomos nós que o escolhe-mos: foi ele que nos escolheu e chamou.”

Entrevista.indd 7 30.07.09 11:32:04

Page 8: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino agosto de 20098

Vocação por Frei Alexandre Carvalho, paulino

Obem-aventurado Tiago Alberio ne foi um homem profundamente fe-cundo, porque foi pro fun damen-

te de Deus. Do seu coração seduzido pela intimidade de Jesus Mestre, veio à luz uma família religiosa que, em pouco tempo, se lançou em missão pelos cinco continen tes. Igual a uma árvore frondosa, a Fa mília Pau-lina possui dez ramos fortes e viçosos que, na vivência de sua vocação, se comple-mentam, apresentan do ao mundo de hoje Jesus Mestre e Pastor, Caminho, Verdade e Vida, da maneira como faria o apóstolo Paulo se vivesse em nossos dias. Paulinos, Paulinas, Discípulas do Divino Mestre, Irmãs de Jesus Bom Pastor (Pastorinhas), Apostolinas, Instituto Santa Família, Ins-tituto São Gabriel Arcanjo (Gabrielinos), Instituto Nossa Senhora da Anunciação (Anunciatinas), Jesus Sacerdote e União dos Cooperadores Paulinos: eis a Família Paulina! Por que uma família religiosa tão numerosa?

Padre Alberione compreendeu que ape-

nas uma congregação ou instituto não se-ria capaz de traduzir a grande riqueza que há em São Paulo. Paulo expressou sua fé de muitas maneiras, por isso, em função de cada uma das facetas do apóstolo dos povos, surge uma congregação que assume em seu carisma uma vertente carismática e querigmática do apóstolo: o missionário do Evangelho, o homem de oração profunda, o fundador e animador de comunidades, o suscitador e formador de discípulos/as.

Da parte do padre Alberione, encon-tram-se relatos bastante luminosos, que ajudam a entender a vocação, ou seja, o chamado da Família Paulina: “Podemos dizer: O amor de Cristo nos congregou na unidade. Portanto, sendo todos uma só coi-sa, tenhamos cuidado em não nos dividir”.

É possível identificar alguns elementos que atestam o estreito parentesco entre os institutos da Família Paulina. O primeiro deles é sem dúvida o fato de todos os ins-titutos terem nascido da Eucaristia. A espi-ritualidade paulina é cristocêntrica e é de Jesus Mestre e Pastor que tudo emana. Ou-

A vocação da Família Paulina“O amor de Cristo nos congregou na unidade…”

cp

FOTO

S: S

XC

CP08.indd 8 30.07.09 11:37:19

Page 9: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

9cooperador paulino edição especial 2009

tro elemento: a Palavra de Deus. Eucaristia e Palavra são equivalentes e possuem igual dignidade para o primeiro mestre. Por isso, todo membro da Família Paulina é chamado diariamente a viver o mistério salvífico de Jesus na Eucaristia e na intimidade da lei-tura das Sagradas Escrituras. Como Família Paulina, outro elemento que nos fortalece é a figura do apóstolo Paulo. Afinal, a família paulina assumiu esse nome porque o bem-aventurado Tiago Alberione entendeu em sua fragilidade que era o próprio santo quem suscitava essa grande família na Igreja.

Mais um elemento que nos faz aparen-tados: o espírito ou o cerne da missão, que é viver Jesus Cristo e servir à Igreja. Cada instituto, porém, tem sua maneira particu-lar de expressar essa vivência do Cristo e esse serviço à Igreja. Paulinos e Paulinas são chamados e chamadas a difundir a dou-trina de Jesus Cristo por meio do aposto-lado da comunicação social. As Discípulas do Divino Mestre cultivam uma espiritua-lidade litúrgica, centrada na pessoa de Je-sus Mestre, que se faz presente na Palavra, na Eucaristia e na comunidade reunida. Assim como Maria e o apóstolo Paulo, vivem sua consagração em comunidades de oração e de atividades apostólicas, no seguimento de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida. Sua missão na Igreja se insere no amplo horizonte do sacerdócio dos batizados, dos ministérios litúrgicos e da pastoral litúrgica. Essa missão também acontece por meio da formação litúrgica e da produção de subsídios que colocam a

arte e a criatividade a serviço da Liturgia. As Irmãs de Jesus Bom Pastor (Pastori-nhas) vão às pessoas; de modo particular, a missão da Pastorinha toca diretamente ao povo de Deus e o ajuda a organizar-se como comunidade de fé madura e comprometida com o Reino. As Apostolinas promovem as vocações; seu lema sintetiza sua missão: todas as vocações, para todos os apostola-dos. O Instituto Santa Família é consti-tuído por casais que se consagram a Deus em sua condição de casados, realizando sua missão no ambiente em que vivem. O Ins-tituto São Gabriel Arcanjo (Gabrielinos) é para homens que se consagram a Deus e vivem sua missão no meio da sociedade, usando os meios que têm ao seu alcance. O Instituto Nossa Senhora da Anunciação (Anunciatinas) é formado por mulheres que se consagram a Deus, realizando sua missão no ambiente em que vivem. Jesus Sacerdote para presbíteros que desejam vi-ver a espiritualidade Paulina. A União dos Cooperadores Paulinos se destina a todos os que se comprometem a viver a mesma vida paulina, cooperam através da oração e pela ação que lhes é possível (veja pág. 33).

Como se pode ver, a Família Paulina tem origem e espiritualidade comuns e se complementa no exercício da missão. No aspecto vocacional, não poderia ser diferen-te! É como família que promovemos nossa vocação: de uma consciência vocacional apurada, passamos à oração, e da oração, partimos para a ação. Quem sabe, fazer par-te desta Família, não seja a sua vocação!FO

TOS:

SX

C

CP08.indd 9 30.07.09 11:37:36

Page 10: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200910

Espiritualidade por Tiago Theissen

Estudando várias espiritualidades da Igreja – beneditina, franciscana, car- melita, inaciana, salesiana –, pare-

ceu ao bem-aventurado Tiago Alberione sempre mais claramente que cada uma delas tem aspectos bons; na essência de todas está Jesus Cristo, Divino Mestre, do qual cada uma considera um aspecto particular: há quem considere mais a verdade, ou a carida-de, ou a vida; há quem considere dois aspec-tos. Entretanto, a espiritualidade paulina foi elaborada a partir da vida, dos escritos e da pregação de São Paulo, porque ele apresenta o Cristo total, como Jesus já havia se defini-do: Caminho, Verdade e Vida.

A Espiritualidade Paulina não tem mui-tas particularidades, nem devoções fora do comum ou formalidades especiais. Ela aspira viver integralmente o Evangelho de Cristo, Caminho, Verdade e Vida, no espírito de São Paulo, sob o olhar da Rainha dos Apósto-

los. E as fontes das quais brotam nossa es-piritualidade são a Bíblia e a Eucaristia. Na prática, a adesão a Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, consiste em seguir Cristo-caminho, trilhando suas pegadas (adesão da vontade); Cristo-verdade, escutando sua doutrina (adesão da inteligência); Cristo-vida, vivendo no seu amor e na sua graça (adesão do sentimento e do espírito).

O relacionamento do(a) consagrado(a) com o Divino Mestre pode ser sintetiza-do em três atitudes, contidas nas Sagradas Escrituras, e para as quais o Fundador nos encaminha com insistência. A escuta, em vista de um agir harmonizado com a vonta-de do Pai e que significa silêncio, adoração, atenção ao Cristo que nos fala e se faz nosso Mestre. O seguimento – via para que se assu-ma seu modo de pensar, de querer, de amar – é a assimilação de sua doutrina. A iden-tificação, que não consiste em presunção;

Família Paulina: uma espiritualidade integral!

“A Família Paulina aspira viver o Evangelho de Cristo, Caminho, Verdade e Vida, no espírito de São Paulo, sob o olhar da Rainha dos Apóstolos.”

cp

CP10.indd 10 31.07.09 11:18:23

Page 11: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

11cooperador paulino edição especial 2009

trata-se de uma exigência da vida cristã (es-tamos enxertados em Cristo, como o ramo na videira). A união com Cristo é o ponto final do seguimento e é preciso torná-la efe-tiva no amor a Cristo, dia após dia.

Antes de colocar a Família Paulina sob a proteção de São Paulo, rezou-se muito. Queria-se um santo que se destacasse em santidade e fosse exemplo de apostolado. São Paulo uniu em si a santidade e o aposto-lado. Ele é nosso modelo e inspirador, por-que nos deu a doutrina, tendo sido o mais fiel e profundo intérprete de Jesus Cristo. Se nos perguntarem qual é o espírito pau-lino, devemos responder que é viver Cris-to, como nos é apresentado por São Paulo: “Não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”.

Entretanto, temos que ter cuidado para que nossa relação com São Paulo não se torne mera orientação para uma ação apos-tólica, nem adquira um caráter superficial. Deve ser a via mestra para o conhecimento e a relação com Cristo, e que isso transpareça no apostolado. O equilíbrio do apostolado, que é união da santidade e da atividade co-municadora de Cristo, como existe em São Paulo, é o motivo da escolha do padre Al-berione e foi por ele entendido como o ele-mento mais relevante do espírito paulino.

É de Maria, Rainha dos Apóstolos, que aprendemos a fazer o apostolado. A nossa espiritualidade mariana é apostólica. Maria foi a primeira apóstola, discípula e comuni-cadora do Verbo encarnado. A imagem da Rainha dos Apóstolos é a da Mãe que ofe-rece ao mundo o Filho, Caminho, Verdade e Vida. Por isso, Maria forma e alimenta o corpo místico de Cristo: a Igreja. Os santos e os corações apostólicos têm o apostolado divino; Maria o tem em plenitude. Alberio-ne diz que a maior riqueza que podemos dar a este pobre e orgulhoso mundo é Jesus Cristo,

através do apostolado e do testemunho. A Bíblia é o nosso livro de espiritualidade

por excelência, por isso o fundador ensinou-nos a valorizar a Palavra de Deus e deu-nos caminhos bem precisos para isso: a leitura orante da Palavra, sua meditação, o estudo, a vivência comunitária baseada no Evange-lho etc. Na Palavra, a Família Paulina en-contra a fortaleza e a luz para cumprir seu apostolado. Para o padre Alberione, a Bíblia é o ápice e o fundamento de toda oração, reflexão e decisão. Em resumo: é tudo.

Outra fonte de nossa espiritualidade é a Eucaristia, da qual aprendemos a ser Igreja e família. Dela nasceu a Família Paulina e nela a Igreja é chamada a buscar o sentido de seu existir. Padre Tiago Alberione afirma que o fundamento da união está em nutrir-nos do único Pão, isto é, do Pão Eucarísti-co; a união deve, então, nascer da comu-nhão para a missão. Por isso a importância da santa missa e da adoração eucarística.

A dimensão eucarística é fundamental para a Família Paulina, graças à experiência inicial em que o padre Alberione viu na Eu-caristia todo o futuro das fundações às quais, por vontade de Deus, devia dar início. Exis-te um estreito parentesco, muito mais forte do que o fundado no vínculo de sangue: é o eucarístico, fundado no vínculo de Cris-to. O Dia Paulino deve ter como centro a celebração eucarística – como propôs o fundador. A vida paulina nasceu do Taber-náculo e assim deve viver: “Do Tabernácu-lo, tudo; sem o Tabernáculo, nada”.

Padre Alberione estabeleceu uma íntima relação entre o Cristo Verdade, presente na Bíblia, e o Cristo Vida, presente na Eu-caristia. Não se pode isolar Cristo das duas realidades: seria o mesmo que dar ao povo um Cristo mutilado. É a dúplice mesa que se deve oferecer, para que o homem cresça de forma harmoniosa.

CP10.indd 11 31.07.09 11:18:56

Page 12: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200912

Modelos de Santidade

Timóteo Giaccardo nasceu em Narzole, Itália, no dia 13 de junho de 1896. Era filho de Estêvão Giac-cardo e Maria Gagna. Depois de encontrar-se com o padre Tiago Al-berione, sendo ainda muito jovem, ingressou no Seminário Diocesano de Alba, vestindo o hábito religio-so no dia 8 de dezembro de 1912. Convocado ao serviço militar em 22 de novembro de 1915, foi in-corporado à Segunda Companhia de Saúde em Alexandria, onde per-maneceu até o dia 7 de janeiro de 1916, quando foi dispensado.

No dia 4 de julho de 1917, Giac-cardo ingressou na Pia Sociedade de São Paulo, congregação recém-fundada, assumindo a respon-sabilidade de auxiliar na formação dos primeiros jovens. Foi ordenado sacerdote pelo bispo de Alba, Itália, em 19 de outubro de 1919.

Giaccardo sempre fora entusiasta do apostola-do dos meios de comunicação social, aos quais se

cpApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

Bem-aventurado Timóteo GiaccardoPrimeiro Sacerdote Paulino

dedicou com afinco. Ofereceu sua vida pela aprovação da Congrega-ção das Irmãs Discípulas do Divino Mestre. Foi o fundador da segunda casa dos Paulinos, em Roma, e bra-ço direito do primeiro mestre, padre Alberione. Como jornalista, colabo-rou em várias publicações e dirigiu quatro periódicos.

O Senhor o chamou à vida eter-na no dia 24 de janeiro de 1948, véspera da Festa da Conversão de São Paulo. O bem-aventurado Tiago Alberione afirmou certa vez que Ti-móteo era o “coração e a alma” da Família Paulina.

A memória do bem-aventurado Timóteo Giaccar-do é celebrada no dia 22 de outubro, aniversário de sua beatificação pelo papa João Paulo II, em 1989.

Primeiro sacerdote paulino, o bem-aventurado Timóteo Giaccardo é exemplo de vida espiritual uni-da à atividade apostólica com os meios de comuni-cação social.

Ricardo Borello nasceu em Mango, Itália, no dia 8 de março de 1916. Órfão de pai, que morreu na Pri-meira Guerra Mundial, foi educado pela mãe que, em 1925, casou-se novamen-te e mudou com o marido para Castagnole Lanze, le-vando consigo Ricardo e sua irmã, Maria.

Com entusiasmo, Bo-rello militou entre as fileiras da Ação Católica, san-tificando sua juventude com a oração e a aceitação do trabalho como meios de santificação.

Graças à leitura da biografia de Majorino Vigo-lungo, Ricardo Borello conheceu a Pia Sociedade de São Paulo e, em 8 de julho de 1936, aos 20 anos, ingressou como aspirante a discípulo do Divino

Venerável André BorelloDiscípulo do Divino Mestre

Mes tre – irmão –, atraído pelo desejo de tornar-se um apóstolo da “boa imprensa”.

No dia 19 de março de 1937, vestiu o hábito religioso e assumiu o nome de André Maria Borello. Em abril do mesmo ano, iniciou o noviciado em Roma e em 17 de abril de 1938, emitiu os votos religiosos, retornando à casa-mãe da congregação em Alba, onde assumiu inicialmente o apostolado na pequena fábrica de papel da congregação e de-pois como sapateiro.

No seu imenso amor à vocação e à congrega-ção, com o consenso de seu diretor espiritual, fez especial oferta de sua vida a Deus, para que todos os chamados fossem fiéis à graça da própria voca-ção. Emitiu os votos perpétuos em 20 de março de 1944; depois de quatro anos, com apenas 32 anos, Borello foi tomado por uma tuberculose fulminante. Morreu em 4 de setembro de 1948, na enfermaria da comunidade dos Paulinos de Sanfré.

Aos irmãos de congregação deixou esta men-sagem: “Amemo-nos uns aos outros, adeus e até o céu”. O papa João Paulo II, em 3 de março de 1990, reconhecendo sua heroicidade, assinou o decreto proclamando-o venerável.

FOTO

S: O

CO

OPE

RA

DO

R P

AU

LIN

O

CP12.indd 12 30.07.09 11:47:13

Page 13: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

13cooperador paulino edição especial 2009

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

Ainda não fazia um ano que Al-berione dera início à Pia Sociedade de São Paulo, e já sentia a urgente necessidade de colocar ao seu lado uma sociedade feminina, que teria a mesma missão.

Quando o irmão de Teresa – Constâncio, que era seminarista em Alba, onde padre Alberione era o diretor espiritual – comunicou que o “Teólogo” queria falar com ela, a mãe se mostrou contrária, mas, de-pois, prontificou-se em acompanhá-la a Alba para o encontro. Teresa ficou entusiasmada – o convite vinha ao encontro de seu desejo profundo de se consagrar a Deus. A jovem entrou e, como primeiro ensaio, caiu doente. Porém, logo despertou em todos uma estima quase reverencial. Foi então estabelecido com Deus um pacto ou segredo de êxito que deveria funcionar nas grandes ocasiões e necessidades.

A primeira coisa que fez foi trabalhar no Labora-tório Feminino, onde as jovens costuravam roupas para os soldados da Primeira Guerra Mundial. Em seguida, começaram a costurar livros impressos pe-los jovens da Escola Tipográfica de Alberione.

Quando, em 1918, Alberione recebeu do bispo de Susa (Turim), o pedido de reativar o jornal da dio-cese, La Valsusa, suspenso durante a guerra, Albe-rione logo pensou em oferecer às jovens essa nova atividade. Foi o que aconteceu, e com grande êxito.

Em 22 de julho de 1922, o primeiro grupo fez a profissão religiosa. Teresa recebeu o nome de Tecla. Ela acreditou no carisma de Alberione e tornou-se

Tecla Merlo Missionária e comunicadora

a coprotagonista de um anúncio de evangelização que se revelou aos poucos verdadeiramente profético, sendo declarado como tal pelo Con-cílio Vaticano II.

Alberione fala de Mestra Tecla“Vocês, Filhas de São Paulo, de-

vem tudo à Mestra Tecla, e eu tam-bém lhe devo muito, pois ela me iluminou e me orientou em diversas ocasiões e circunstâncias alegres e tristes.”

“Ela agia mais com o exemplo e a bondade do que com a autoridade; sabia conciliar a suavidade com a decisão, e a prudência com a fortaleza. Foi realmente sustentada fisicamente por Deus, guiada por luzes sobrenaturais, como o fundador constatou nas inúmeras viagens em visita pelas comunidades.”

“Quais foram os segredos de Mestra Tecla? Creio que foram a humildade e a fé. Humildade profunda, que gera a docilidade, e fé que leva à oração. A fé de Tecla era total: sentia-se que era Deus que a sustentava.”

“Ontem terminei de depor diante do Tribunal do Vicariato de Roma sobre a vida e as virtudes de Mestra Tecla. Penso que fiz a minha parte. Ago-ra compete a vocês torná-la conhecida, imitá-la e invocá-la.”

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

Madre Escolástica Rivatauma história de vida

É lá que eu te quero...Os pais de Úrsula Rivata (nome de batismo),

profundamente cristãos, imbuídos dos princípios de fé, caminhavam firmes na lei do Senhor. Nos mesmos princípios formaram seus filhos, acolhidos todos como dons do Senhor. Nesta primeira escola, a família, Úrsula recebeu exemplos que ficaram im-

pressos em sua pessoa desde pequena e que foram um guia constante para seus passos.

Úrsula será particularmente tocada e tomada pelo sentido que gravitava ao redor da Eucaristia. De suas anotações e de uma gravação se colhe a vivacidade que ela transpira quando fala: “No verão ia para a casa da avó, e aos domingos os tios me acompanhavam à igreja”.

*Transcrito do livro: Novo jeito de ser Igreja – Missão e Mulher na obra de Padre Alberione, de Maria de Lourdes Belém

AR

QU

IVO

PA

ULI

NA

S

CP12.indd 13 30.07.09 11:47:33

Page 14: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200914

Quando encontrava dificulda-de em família para realizar sua vo-cação, o pai a mandava para a casa da avó, que também se chamava Úrsula. Assim ele dizia: “É melhor ir até a casa da avó e dizer as tuas intenções por lá e vamos escutar o que eles te dirão”. O pai fazia isso para que ela chegasse a uma conclusão verdadeira, e sabia que a família, muito religiosa, a ajuda-ria a entender e aceitar a vontade de Deus. Úrsula, quando chegou à casa da avó, disse: “Quero entrar em uma congregação nova...”. O tio lhe disse: “... e por que uma congregação nova, se já existem tantas de tantos anos, por que se me-ter em uma congregação nova?... Mas, se tu te sen-tes chamada pelo Senhor, nós não temos nada em contrário”.

Úrsula está com 15 anos e trabalha como te-celã em Alba. É na fábrica de tecidos que Úrsula se encontra com Eufrosina Binello. Úrsula precede no bom exemplo e apoia as colegas na atividade, na alegria serena, expressa muitas vezes no canto alegre e coral das operárias. A renda do seu traba-lho, Úrsula passa-a à família regularmente, sem tirar nada para si.

Antônio observava em Úrsula aspectos e nuan-ças incomuns, que a tornavam menos previsível. Ela estava sempre alegre, era trabalhadeira, afetuosa e respeitosa; mas uma especial discrição, os silên-cios prolongados, as frequentes visitas à igreja, o que isso significava? Ele próprio resolveu tomar a iniciativa. Úrsula narra um episódio particularmen-te significativo, de que foi protagonista: “Um dia, papai me chama e, depois de um rápido discurso introdutório, vai direto ao centro da questão: Fula-no me pediu a sua mão; é um bom moço, está bem de vida. Observe-o, se quiser. Você poderá ser feliz com ele. Não respondi de imediato, nem dei grande importância à proposta. Fui à missa e, voltando, fui tomada por um estranho medo. Corri até o meu quarto, ajoelhei diante da estátua do Sagrado Co-ração e lhe disse, com toda a força do meu ser: Senhor, apenas Tu, e basta!”.

À raiz da sua escolha vocacional está a expres-são: “Senhor, só Tu, e basta!”. Essa frase, que em seu conteúdo já estava nos lábios de Santa Teresa d’Á vi- la, foi também pronunciada por Úrsula Rivata, renun-

ciando a uma proposta de casamen to, e foi para ela o fio condutor da exis-tência, desde quando entrou na con-gregação.

Um dia, o vigário da paróquia, padre Antônio G. Morone, lhe su-geriu: “Por que você não vai a Alba encontrar-se com o padre Albe rio - ne? Ele está instituindo uma família que acolhe moças que se preparam para a vida religiosa”. O nome “pa-dre Alberione” a tocou; lembrou-se do jovem sacerdote proveniente de Alba, que a atraiu por seu recolhi-mento, quando, convidado pelo vi -

gário, veio a Guarene para uma celebração eucarís-tica. Es creveu Úrsula: “O que aconteceu em mim, ao ouvir tais palavras, não sei exprimi-lo. Sem co-nhecer ninguém, nem lugar, nem fins, senti inte-riormente uma voz que me dizia claramente: é lá que eu te quero”.

Num encontro que, para ela, foi decisivo, padre Alberione lhe disse amavelmente, com segurança: “Quando você vem para o instituto? Não demore!”. Voltando para casa, ficou ainda mais reflexiva. De-pois de expor ao pai e à madrasta a decisão de não adiar por mais tempo o seu ingresso no Instituto São Paulo, intensificou a oração e entregou-se aos preparativos necessários. Teve de suportar, em mui-tos momentos, as dificuldades que lhe eram apre-sentadas em família, que consistiam para ela numa batalha diária para manter a decisão de responder àquele que a chamava. Enfim, diz Úrsula: “Obtive o consentimento; meu pai decidiu acompanhar-me pessoalmente até o instituto”.

As diversas atividades que exerceu na infância, na adolescência e na juventude, em casa e fora, fo-ram para ela uma preciosa escola, e assim ela foi conhecendo melhor a vida. Essa experiência a capa-cita a ingressar lá onde o Senhor a queria. E então, no dia 29 de julho de 1922, seu pai a acompanha à “Casa” e a entrega ao padre Tiago Alberione. Nes-se dia, o pai não deixa Úrsula levar todo enxoval que fazia parte do ingresso. Somente mais tarde, quando de fato ele percebeu que a filha estava fe-liz, levou os demais pertences de Úrsula.

E no dia 25 de março 1924, Úrsula Maria faz a vestição e a profissão pelas mãos do Fundador. Recebe um novo nome: Irmã Escolástica da Divina Providência.

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

Madre Escolástica Rivatauma história de vida

AR

QU

IVO

DIS

CÍP

ULA

S

Modelos de Santidadecp

CP12.indd 14 30.07.09 11:47:52

Page 15: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

15cooperador paulino edição especial 2009

Esperança é a primeira filha do ca-sal Ana Maria e José Franchi, que mo-ravam em Gargagnogo, Itália, região de pequenos camponeses. Nasceu em 12 de fevereiro de 1934, crescendo serenamente num ambiente de fé e de trabalho, juntamente com os três irmãos e as duas irmãs que ajudou a cuidar.

Desde pequena, gostava de rezar, acompanhava a mãe à missa e, em casa, sempre encontrava um cantinho onde se recolhia para pensar em Deus. Quando jovem, frequentou a Ação Católica, dedi-cando-se às crianças, as quais conquistava com sua bondade e sorriso.

Jesus Bom Pastor a cativou com sua beleza e a seduziu com sua bondade. Esperança, que há tempos rezava para ter as luzes do Senhor, intuiu sua vocação: no dia 17 de março de 1954, entrou na Congregação das Irmãs Pastorinhas, em Albano Laziale. Em 3 de setembro de 1957, Esperança re-cebeu novo nome, Elisabete, consagrando-se ao Se-nhor com a profissão religiosa. Simples, sorridente e aberta, entendeu que sua missão era a de comu-nicar a alegria a todos aqueles que lhe seriam con-

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

Irmã ElisabeteDeus ama a quem dá com alegria

Esperança Franchi (Irmã Elisabete)

fiados na paróquia à qual foi enviada: Santa Maria Madalena, de Córbola.

Por quatro anos, Elisabete dedi-cou-se às crianças e a suas famílias, assim como aos jovens. Para todos ti-nha uma atitude de escuta, acolhida, um sorriso e uma palavra sábia.

Em 1961, foi diagnosticado em irmã Elisabete um tumor que crescia silencioso, restando-lhe pouco tempo de vida. O novo chamado de levar ao cumprimento o dom de sua vida, se-guindo o Bom Pastor no seu mistério

pascal, foi acolhido sem surpresa, quase como se fosse um pacto esperado. Ela manifestou-se cheia de disponibilidade para doar tudo, inclusive a pró-pria vida.

Preparava-se ao encontro com o Amado, aco-lhendo também o sofrimento com o sorriso habi-tual, sempre numa atitude de gratidão. Sua morte aconteceu em 22 de julho de 1961, dia em que a Igreja fazia memória de Santa Maria Madalena, aquela que viu primeiro o Senhor Ressuscitado.

A vida de Elisabete foi tudo isto: um dom de amor a Cristo e ao seu corpo que é a Igreja. Um dom total, realizado na alegria do Espírito.

Cecília Andorno nasceu em Turim, Itália, em 22 de abril de 1942. Desde jovem, cultivava o desejo de ser religiosa e seu dis-cernimento vocacional apontava para a vida monástica sacramen-tina; contudo, um encontro com o padre Tiago Alberione, no início da década de 1960, revirou com-pletamente sua vida, quando ele lhe disse: “Não! Você será uma apostolina”.

E foi assim, aos 21 anos, em 7 de outubro de 1963, que Cecília

Ir. Cecília Andorno “Agora, sim!”, uma vida pelas vocações

Andorno ingressou na Congre-gação das Irmãs Apostolinas e, em 8 de dezembro de 1966, fez sua primeira profissão religiosa, doando sua vida pelas vocações. Após uma longa e diversificada experiência religiosa e pastoral na Itália, em 11 de janeiro de 1985, juntamente com irmã Teresa Bos-chetto, dá início à primeira casa da congregação fora da Itália. O país escolhido foi o Brasil; a ci-dade escolhida, São Paulo. Em 1997, é eleita superiora geral,

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

AR

QU

IVO

PA

STO

RIN

HA

S

AR

QU

IVO

APO

STO

LIN

AS

CP12.indd 15 30.07.09 11:48:15

Page 16: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200916

A União dos Cooperadores Paulinos foi fun-dada pelo bem-aven turado Tiago Alberione em 1918, na Itália, e é parte integrante da Família Paulina. Os Cooperadores Paulinos for mam es sencialmente um movimento de leigos voluntários, homens e mulheres, jo- vens e adultos que pre tendem assumir em-penho ex plí cito nos vários campos do apos-tolado paulino.

devendo assim retornar à Itália. Irmã Cecília assumiu essa nova missão como obediência à von-tade de Deus. Em 1998, retornou ao Brasil, por ocasião da profissão perpétua da primeira apostolina não italiana, irmã Clotilde Prates. Nessa ocasião, manifestaram-se os primeiros sinais de sua doen-ça: tumor cerebral dos mais vora-zes. Também isso foi lido por irmã Cecília como sinal de Deus: “Não foi por acaso que essa doença se manifestou no Brasil; é pela nos-sa comunidade, pelas vocações que devem chegar, por aquele povo, pela Família Paulina de lá... Deve ser alguma coisa grande, e aquilo que é grande tem um preço a ser pago”. Uma de suas últimas frases antes de entrar num silêncio quase completo foi: “As coisas não nos pertencem. É necessário deixar as bobagens de lado e fazer verdadeiramente aquilo que o Senhor quer. [...]

Não tenho preocupações: nós so-mos todas de Deus e estamos em suas mãos”.

Dom Ercílio Turco, ex-bispo de Limeira e atual bispo de Osasco, atesta: “Irmã Cecília passou entre nós fazendo o bem aos jovens e adultos [...] Com sua calma e serenidade ajudava a todos a discernir a voz de Deus e a dar reposta à vocação. A presença de irmã Cecília foi entre nós um sinal da presença de Jesus nas celebrações das comunidades, nos encontros de vocacionados (as), nas reuniões de agentes da pastoral vocacional, nos contatos com candidatos ao seminário e seminaristas. Igualmente ouviu muitas jovens que desejavam refletir sobre a vida religiosa. Foi uma presença abençoada para todos. Olhava sempre o futuro com muita confiança e esperan-ça, fazendo descobrir o sentido da vida no encontro com Cristo,

através da Palavra de Deus e da pessoa dos irmãos”.

Como escreveu Dom Franco Masserdotti por ocasião de sua morte, em 6 de julho de 1999, Cecília Andorno foi uma verda-deira santa de família: “Verda-deiramente sinto Cecília próxima, como uma irmã de caminhada, com sua humanidade doce e atenta, sua paixão pela pastoral vocacional, sua capacidade de contemplar o Senhor na oração, nas pessoas, nas coisas, nas si-tuações. É um grande exemplo de doação generosa à missão, é uma santa de família, que do céu intercede por nós”.

Seus últimos dias foram mar-cados pelo silêncio, quebrado apenas por algumas palavras que permanecem como testamento vocacional e espiritual para nós hoje: “É o Senhor”, “Altíssimo”, “Agora, sim!”, “Nossa Senhora Aparecida”.

Ir. Cecília Andorno “Agora, sim!”, uma vida pelas vocações

União dos Cooperadores Paulinos:A voz que é a extensão da Família Paulina

“O cooperador paulino deve promover, com as próprias atitudes e meios de que dispõe, a difusão do Evangelho.”

Todo cristão pode tornar-se membro desse movimento, pois é chamado a tornar-se coope-rador de Cristo para fazer chegar ao ser huma-no o anúncio da Boa-Nova. Os cooperadores paulinos assumem a missão e os ideais da Fa-mília Paulina, compartilhando, em diferentes graus, sua espiritualidade e vida apostólica.

O apostolado paulino abre am plos espaços de colaboração aos homens e mulheres que

Modelos de Santidadecp

cp Cooperadores Paulinos

CP12.indd 16 30.07.09 15:14:57

Page 17: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

17cooperador paulino edição especial 2009

transitam nos diversos am bien -tes culturais: escritores, jorna-listas, au tores, tradutores, pro- du tores, ci neastas, publicitá-rios, industriais, comercian-tes… Isto é, pessoas que veem na missão paulina a maneira ideal para pôr em prática “sua missão específica a serviço da edificação do Reino de Deus”.

O cooperador paulino é a- que le que adere ao ideal pauli- no, acolhe seu particular cha- mado e empenha-se em encarná-lo na vida cotidiana, no espírito das bem-aventuranças, conformando-se, segundo a própria condição de vida, à espiritualidade paulina, tendo como modelo: Jesus Mestre e Pastor, Caminho, Ver-dade e Vida; Maria, Rainha dos Após tolos, e

São Paulo apóstolo, pa ra en-tão poder ajudar com oração, obras e ofertas para a difusão do Evangelho.

Os compromissos espiri-tuais dos cooperadores são: promover a própria formação da doutrina católica e traduzir na vida de cada dia as convic-ções de fé; cultivar a própria vocação paulina pelo conhe-cimento dos escritos do fun-dador; meditar frequentemen-

te a Sagrada Escritura, especialmente o Novo Testamento (Evangelhos, Atos dos Apóstolos e cartas de São Paulo); ler e aprofundar os im-portantes documentos do magistério da Igreja; conhecer os principais documentos e atas re-ferentes à Família Paulina.

O cooperador paulino deve promover com as próprias atitudes e meios de que dispõe a difusão do Evangelho. Por isso, empenha-se na preparação e ce lebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais; promove, em cola-boração com os agentes de pastoral, jornadas do Evangelho, semanas bíblicas, dias de espi-ritualidade paulina; favorece nas paróquias e nos vários centros comunitários a fundação de bibliotecas abertas a todos, realizando obras de promoção humana e de evangelização; cola-bora com as várias iniciativas de caráter cul-tural, em vista de educar para o correto uso dos meios de comunicação. Para isso, organiza debates sobre livros, filmes e vídeos; promove conferências etc.; presta colaboração às emis-soras de rádio e TV; à medida do possível, di-vulga o material apostólico produzido pela Fa-mília Paulina; favorece a pastoral vocacional.

Para outras informações, es creva: [email protected]

FOTO

S: S

XC

CP12.indd 17 30.07.09 11:48:54

Page 18: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200918

Paulinos por Frei Alexandre Carvalho

As tecnologias a serviço da evangelização

cp

“A chama missionária que ardia em Paulo incendiou o coração de Alberione, fazendo-o compreender que o campo em que o Evangelho precisa ser semeado em nossos tempos são os cinco continentes.”

Padre Tiago Alberione fez uma pro-funda experiência de Deus em sua vida. Como acontece com as pessoas

que vivem em profundidade essa experiên-cia, ele sentiu que precisava transmitir ao mundo aquilo que Deus plantara no mais íntimo de seu coração: fazer alguma coisa pelos homens do novo século (o século 20). Mas o que poderia ser? Diante do sacrário, nos seus longos diálogos com Jesus, encon-trou a resposta: reunir homens e mulheres que, consagrados a Deus, anunciassem Je-sus Mestre na cultura da comunicação.

Algumas frases nortearão o apostolado da comunicação: “Façam a todos a carida-de da verdade”; “Nossa paróquia é o mun-do”; “Falem de tudo cristãmente”. Alberio-ne percebeu que a única forma de tornar Deus amado por aqueles pelos quais Ele se entregou na cruz é fazendo-o conhecido, e nada melhor do que servir-se dos meios mais modernos, eficazes e rápidos de comu-

nicação para alcançar esse objetivo: rádio, cinema, televisão, jornal, livro, CD, DVD e tudo que possa surgir nos novos tempos.

Para empreender essa nova missão, pa-dre Alberione se dedicou a estudar em pro-fundidade o apóstolo Paulo: sua conversão, vida, ensinamentos, escritos, sua alma de gigante. Embora tivesse todos os intelectu-ais de sua época e todos os poderosos de então contra seu projeto, Paulo apostou que comunicar a verdade do Evangelho era o maior bem que se poderia fazer à hu-manidade e que não haveria dificuldade ou obstáculo grande o bastante para detê-lo. Por mais que não soubesse a quantas pes-soas sua mensagem atingiria, resolveu ser um lançador de sementes: o importante era fazer com que a voz do Mestre chegasse aos confins do mundo. Paulo cristianizou o mundo conhecido em sua época, e o país no qual viveu mais tempo, a Grécia, conti-nua sendo, dois mil anos depois, cristão.

CP18.indd 18 30.07.09 11:56:19

Page 19: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

19cooperador paulino edição especial 2009

As tecnologias a serviço da evangelização

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

Essa chama missionária que ardia em Paulo incendiou o coração de Alberione, fazendo-o compreender que o campo em que o Evangelho precisa ser semeado em nossos tempos são os cinco continentes. Assim como fez Paulo, os paulinos também deveriam fazer o eco de sua vozes chegar aos confins do mundo. “Sejam São Paulo vivo hoje” – dizia Alberione a seus filhos.

O apostolado da comunicação – dizia o fundador – deve ser capaz de “levar o ho-mem todo a Deus. Não basta fazê-lo cris-tão só na mente, ou cristão só nos ensina-mentos, ou cristão apenas na oração e nas obras. É necessário que viva em Cristo Je-sus com todo o seu ser e em todo o seu ser” (Convegno Catechistico, Ariccia, 1960). É nossa missão que o Evangelho chegue a “todas as categorias de pessoas; [que] todas as questões e [que] todos os fatos [sejam] julgados à luz do Evangelho; [...] [devemos] fazer sentir a presença da Igreja em todos

os problemas” (AD 65).Com esse intuito, a congregação nasceu

no dia 20 de agosto de 1914, começando com a Escola Tipográfica Pequeno Operá-rio. Nela, se concretizava o desejo de “im-pregnar de Evangelho todo o pensamento e a ciência humana. Não tratar somente de religião, mas falar de tudo cristãmente; à semelhança de uma universidade católica que, se for completa, leciona teologia, fi-losofia, letras, medicina, economia políti-ca, ciências naturais etc.: tudo, entretan-to, apresentado de maneira cristã, e tudo orientado para o catolicismo” (AD 87).

Os anos se passaram, a congregação cres-ceu, e a Escola Tipográfica Pequeno Ope-rário passou a se chamar Pia Sociedade de São Paulo, sendo aprovada pela Santa Sé como congregação religiosa de direito pon-tifício em 10 de maio de 1941, no ponti-ficado de Pio XII. A partir daí, a paróquia de Alberione era o mundo; sua forma de

FOTO

S: S

XC

CP18.indd 19 30.07.09 15:17:17

Page 20: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200920

Paulinos por Frei Alexandre Carvalhocp

apostolado – pioneira na Igreja em usar as técnicas modernas da comunicação a ser-viço do Evangelho – podia se espalhar por todo o mundo e chegar aos lugares mais distantes, às pessoas que não frequentavam a Igreja e que não conheciam Jesus.

O início da expansão missionária dos paulinos fora da Itália se deu em 1931, sen-do fundadas no Brasil, Argentina e Estados Unidos novas casas e centros de apostola-do. Os padres Sebastião Trosso e Xavier Bo-ano foram os primeiros paulinos escolhidos por Alberione para as fundações iniciais. A eles, seguiram-se muitos outros paulinos que, confiando apenas na Providência, dei-xaram sua terra natal e se aventuraram por terras desconhecidas, sem saber a língua do país aonde iam, tendo inclusive de mandar de volta o troco do dinheiro da passagem para Alberione, pois as fundações deve-riam começar da gruta de Belém – sempre na pobreza e simplicidade: Deus é que faria a obra crescer.

No Brasil, o apostolado paulino se expan-diu muito desde sua chegada, há 77 anos. Hoje anunciamos Jesus através dos muitos meios de comunicação presentes em nosso país. Temos 29 livrarias Paulus, presentes em quase todo o território nacional; uma faculdade de comunicação, a FAPCOM (Faculdade Paulus de Tecnologia e Co-municação); os periódicos O Domingo, O Domingo com crianças, Culto Dominical, Li-turgia Diária, Liturgia Diária das Horas, Eco-ando e a revista Vida Pastoral; duas gráficas, uma em São Paulo e outra em Caxias do Sul (RS); a Escola de Ensino Médio Pau-lus, em Caxias do Sul (RS); um Centro de Juventude, em São Paulo; a Gravadora e

Editora Paulus, em São Paulo; dois sites na internet; além de livros, CDs, DVDs e mi-nimídia. Muitos padres e irmãos paulinos deram suas vidas para que nossa congre-gação pudesse crescer e atingir as pessoas. Sabemos, no entanto, do desafio que nos espera: o de semear o Evangelho a milhões de pessoas que ainda não conhecem o Mes-tre, a ponto de experienciá-lo na mente, na vontade e no coração.

Alberione partiu para a eternidade no ano de 1971, depois de muita luta, traba-lho, dedicação, oração e confiança na Di-vina Providência, deixando solidificado e difundido pelo mundo seu sonho apostóli-co na sua tão amada Pia Sociedade de São Paulo, a primeira congregação que fundou para anunciar Cristo através da voz de São Paulo. Desde sua fundação, a congregação cresceu como uma grande árvore e seus ga-lhos produziram muitos frutos, chegando a 32 nações espalhadas pelos cinco continen-tes, levando a voz de Jesus aos lugares mais remotos. Muitos foram aqueles que fizeram sua experiência de ouvir Jesus, pela primei-ra vez, através de um dos meios de aposto-lado dos paulinos. No Brasil, por exemplo, a primeira Bíblia em língua portuguesa, tra-duzida pelo padre português Mato Soares, foi editada pelos paulinos, quando a editora Paulus ainda se chamava Edições Paulinas.

Uma das marcas características de Al-berione foi a capacidade de perscrutar os sinais dos tempos: acompanhar a evolução da ciência, das artes, das novas formas de comunicação, para que o jeito de falar de Jesus nunca seja ultrapassado ou fora de contexto, mas sempre atual e cheio de sa-bor, como “vinho novo em odres novos”.

CP18.indd 20 30.07.09 11:57:37

Page 21: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

21cooperador paulino edição especial 2009PB cooperador paulino edição especial 2009

Paulinas por irmã Ivonete Kurtencp

O chamado a ser uma irmã acontece no cotidiano da vida. O questionamento ou o toque de Deus chega de diversos modos, e as respostas também.

O que você deseja ser quando cres cer? Todas as pessoas, num deter minado tempo de suas vidas, se deparam

com essa pergunta, feita por pessoas impor-tantes de sua convivência. As respostas são inusitadas e impressionam o interlocutor.

Quanto à vida religiosa, o convite é feito às jovens: “Você quer ser freira?”. A res-posta, por vezes, deixa transparecer que o dever de responder a esse projeto de vida é sempre para as outras, ou se ouve a descul-pa de Moisés: “Eu não sei falar e não dou para isso”, ou de Jeremias: “Sou ainda mui-to jovem”. Porém, constatamos que as pes-soas que ousaram dar uma resposta sincera a essa pergunta manifestam a alegria de ter encontrado um projeto de vida a realizar.

Afi nal, o que é ser uma irmã paulina? É antes de tudo uma mulher que expe-

rimentou Deus. Uma mulher feliz por ter Jesus Cristo como centro de sua vida e que vive uma certeza: não é possível ser feliz sem Jesus. É uma mulher apaixonada por Jesus e seu Reino e que, por causa disso, doa toda sua vida ao serviço das pessoas, assim como o apóstolo Paulo que, depois do encontro com Jesus no caminho de Damasco, não pôde mais retroceder e disse sim ao projeto de Jesus, de ser o evangelizador de todos os povos. Assim também a Filha de São Paulo (Paulina): uma mulher de Jesus que vive para o anúncio do Evangelho aos povos e utiliza todos os meios de comunicação para tornar conhecido e amado o Evangelho.

O chamado a ser uma irmã acontece no cotidiano da vida. O questionamento ou

Venha ser uma irmã paulina!

AR

QU

IVO

PA

ULI

NA

S

CP21.indd 21 30.07.09 17:02:05

Page 22: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

23cooperador paulino edição especial 200922 cooperador paulino edição especial 2009 23cooperador paulino edição especial 200922 cooperador paulino edição especial 2009

Paulinas por irmã Ivonete Kurtencp

Como podemos perceber o chamado?O chamado a ser uma irmã acontece no

cotidiano da vida. O questionamento ou o toque de Deus chega de diversos modos, e as respostas também. A irmã paulina Ires Masotti diz que conheceu pessoalmente uma irmã paulina no dia em que ingressou no convento. “Quem me apresentou a mis-são das irmãs foi minha mãe, pois eu não estava em casa quando ela encontrou uma das Irmãs Paulinas. Ela falou da missão das paulinas e que as irmãs viajavam para vi-sitar as famílias, oferecendo a Bíblia e os livros. Isso me chamou a atenção: visitar as famílias com livros sobre Deus. Fui atraída por isso. Entrei na congregação três anos depois, e quem me incentivou foi uma pri-ma com quem eu tinha contato e que já estava no convento com as irmãs” – teste-munha irmã Ires.

A irmã Sidiana Hoss fala de uma inquie-tação que experimentava desde pequena: “Na minha infância e adolescência sempre fui muito sensível ao que se falava, cantava, e escrevia sobre Jesus Cristo. E, misteriosa-mente, foi nascendo o desejo de comuni-car a experiência que fazia. Foi através do convite de um primo que senti o desejo de consagrar minha vida a Deus, de contribuir para que mais pessoas conhecessem Jesus Cristo. Quando conheci as Irmãs Paulinas e sua missão de evangelizar com a comunica-ção, senti que um caminho se abria à mi-nha frente” – declara irmã Sidiana.

Um chamado, uma missãoO chamado sempre tem em vista alguém.

É uma missão a realizar e que precisa da en-trega da vida para transformar outras vidas, como a de São Paulo. E ele, sendo o pai da Congregação, pode dar um empurrãozinho. A jovem Karina de Carvalho, de 21 anos, estuda para ser irmã e nos dá uma dica para compreendermos o chamado em nós: “Aos

14 anos, comecei a ter contato com São Paulo apóstolo. Foi durante um retiro de jovens. Enquanto esperava para me con-fessar, sentei-me diante de uma imagem de São Paulo. Na verdade, nem sabia quem ele era, mas seu olhar me dizia algo. Era um olhar de pai sobre sua filha. Vejo que esse momento não foi uma mera coincidência. Em 2007, entrei na Congregação das Irmãs Paulinas, que tem como pai e protetor São Paulo apóstolo. Aos poucos descubro em São Paulo o modelo de alguém que se dei-xou amar por Cristo e que só contava com a graça do Senhor, lançando-se sempre para a frente, sem medo de anunciar Jesus. No meu caminho, as palavras de Paulo me animam a responder ao chamado de Jesus” – confirma Karina de Carvalho.

Com a irmã Fátima Cerbaro não foi dife-rente a ação de Deus, nem o seu movimen-to de resposta: “Conheci as Irmãs Paulinas quando elas faziam missão e visitas às fa-mílias, renovando as assinaturas da Revis-ta Família Cristã. Fiquei encantada com o testemunho e o modo de se comunicarem com as pessoas. E foi a missão com a comu-nicação que mais me cativou, pois desde criança eu aproximava o rádio do meu ou-vido para escutar as notícias. Creio que essa sensibilidade me aproximou do carisma da comunicação, ajudou a encontrar-me nele e a ser feliz na vida” – diz irmã Fátima.

Confiança e provaçõesÀs vezes, a resposta vocacional passa por

provações. Conhecer os vários carismas da Igreja e as congregações. De repente, o to-que missionário cativa e a pessoa, apesar de sentir as suas limitações, responde ao cha-mado. “Eu morava na cidade de Coronel Vivida (PR) e participava ativamente das atividades pastorais da Paróquia São Ro-que: era catequista, da equipe de liturgia e do grupo de jovens. Fazia parte do grupo

CP21.indd 22 30.07.09 13:15:53

Page 23: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

23cooperador paulino edição especial 200922 cooperador paulino edição especial 2009 23cooperador paulino edição especial 200922 cooperador paulino edição especial 2009

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

vocacional das irmãs que tinham comu-nidade em minha cidade, mas não me atraía a missão delas. Em agosto de 1977, tivemos uma semana vocacional na paró-quia, com a participação de várias congre-gações, dentre as quais estavam as Irmãs Paulinas. Conheci e me apaixonei pelo carisma da comunicação: anunciar Jesus com os meios de comunicação. Não tive dúvida: é com essas que eu vou. Fiz acom-panhamento vocacional e, em janeiro de 1978, ingressei na congregação. Vieram as dúvidas, as dificuldades e as incertezas, porém, a graça de Deus foi maior e me con-duziu a cada dia, por isso sou feliz” – afirma irmã Ana Maria Pizzatto.

A história de um chamado faz parte de um mistério envolvendo Deus, que ama gratuitamente a pessoa, a chama para ser feliz e realizar uma missão no mundo. E é um mistério que envolve a pessoa amada. Esta, para ser feliz, se entrega sem reservas para responder ao chamado e à missão con-fiada. Ouvir o chamado e seguir Jesus é um dom, mas responder ao seu apelo de anun-ciá-lo às pessoas com a comunicação é uma grande graça. As Irmãs Paulinas que expe-rimentam isso em suas vidas são testemu-nhas dessa grande verdade. E, como irmã Tecla Merlo, podem repetir: “Gostaria de ter mil vidas para dedicá-las ao anúncio do Evangelho”.

Irmãs Paulinas - Missionárias no Mundo da Comunicação

Nós, Filhas de São Paulo, mais conhecidas como Irmãs Paulinas, fomos fundadas em 1915, em Alba (Itália), vivemos em comuni-dades e temos a missão de viver e comuni-car Jesus Caminho, Verdade e Vida, com a comunicação e os meios de comunicação. Nosso fundador é o padre Tiago Alberione, cuja cofundadora é a irmã Tecla Merlo. O nome “Paulinas” vem do apóstolo Pau-lo, inspirador de nossa vida e missão. Dele aprendemos o amor ao Evangelho, a aber-tura a todos os povos, a audácia para atuar em situações sempre novas e desafiadoras da cultura da comunicação.

A nossa congregação utiliza as tecnolo-gias da comunicação para anunciar Jesus. Através delas, despertamos nas pessoas a semente do Evangelho, da Boa-Nova de Je-sus. Certamente você já se deparou com a logomarca Paulinas e se perguntou: quem está por trás desse símbolo? São centenas de mulheres consagradas a Deus, que entre-gam suas vidas a serviço do Evangelho, le-vando, através dos meios de comunicação, a mensagem da vida que constrói a paz, faz

a união e promove a fraternidade.No Brasil, estamos desde 1931, colocan-

do a comunicação a serviço da vida, atra-vés da produção de livros, revistas, pôsteres, cartões, folhetos, CDs, DVDs, programas de rádio e televisão, internet e dezenas de outras atividades, como o SEPAC (Serviço à Pastoral da Comunicação), o SAB (Servi-ço de Animação Bíblica), semanas bíblicas, catequéticas, missionárias e de boa leitura – que se realizam nas diversas feiras de livros das quais participamos. Além disso, atua-mos fortemente na evangelização através dos nossos centros de missão, que são as Paulinas Livrarias.

AR

QU

IVO

PA

ULI

NA

S

CP21.indd 23 30.07.09 13:16:13

Page 24: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200924

Discípulas por irmã Gabriela Sperandio

Chamadas e enviadas a “ser membros vivos e

cp

“Desde que no batismo fomos unidos a Cristo, por meio da Igreja, nossa união com Cristo deve traduzir-se na união com a Igreja, que é o corpo de Cristo”.

Essa frase do bem-aventurado Tiago Alberione aparece ainda hoje como base do conceito de identidade das

Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre. Na concretização de cada passo da própria história, as Irmãs se referem a essa ordem do fundador como motivo de um novo

“lançar-se para frente” na missão. De fato, sentir-se “membros vivos e operantes em Cristo e na Igreja” é o segredo e a referên-cia essencial da espiritualidade e da missão: centralidade em Cristo, no serviço à Igreja, povo de Deus.

Segredo de êxito na missãoTodos sabemos que a missão, antes de ser

um “fazer”, é um “receber”, um caminhar na fé em Cristo, Mestre e Pastor. Missão é um olhar para a frente com confiança, assumindo o estilo de vida de quem a Ele se entrega, reconhecendo a ação de Deus na História e agindo de acordo com essa presença. É caminhar em sintonia com as pessoas que nos precederam, ouvindo o Espírito, que sempre lança para águas mais profundas. Por isso mesmo, como o bem-aventurado padre Alberione entendeu, orar é a vocação essencial do cristão, o segredo do êxito na missão. Orar reunidos e unidos, pois se não orarmos juntos, a missão perde sentido. A prioridade da oração tem base na vida e nos relatos evangélicos. De modo especial, Jesus orou na hora da sua paixão, e não cessa de orar ao Pai pela unidade de seus discípulos: “Que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que

“Jesus caminha sobre o mundo: a mão direita abençoa a humanidade, a mão esquerda sustenta o Livro da Vida, com as palavras “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Debaixo dos pés de Jesus, o globo terrestre tem uma estrada, na qual se encontram todas as raças humanas. Atrás das costas de Jesus, uma grande cruz brilha sobre a humanidade”.

operantes em Cristo e na Igreja”

O C

OO

PER

AD

OR

PA

ULI

NO

CP24.indd 24 30.07.09 13:35:00

Page 25: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

25cooperador paulino edição especial 2009

Chamadas e enviadas a “ser membros vivos e

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que me enviaste” (Jo 17,21).1 Só as-sim a missão atingirá todas as pessoas, sem distinção. Só assim realizaremos, na Igreja e na História, a missão específica.

Comemorar o Ano Paulino, para nós Discípulas, foi também relevar o testemu-nho do nosso fundador, o bem-aventurado padre Tiago Alberione, que, qual apaixo-nado por Cristo e por sua Igreja, seguiu as pegadas do apóstolo Paulo. Com origina-lidade, Alberione buscou “lançar-se para frente” na comunicação do Evangelho, re- correndo aos meios técnicos de comunica-ção. O reconhecimento lhe veio do papa Paulo VI, que disse: “Ei-lo: humilde, silen-cioso, incansável, sempre vigilante, sem-pre recolhido em seus pensamentos, que passam da oração à ação; sempre atento a perscrutar os ‘sinais dos tempos’, ou seja, as formas mais geniais de chegar às al-mas. Nosso padre Alberione deu à Igreja novos instrumentos para exprimir-se, no-vos meios para dar vigor e amplitude ao seu apostolado, novas capacidades e nova consciência da validade e da possibilidade da sua missão no mundo moderno e com meios modernos”.2 De igual forma, padre Alberione primou pelas celebrações litúr-

1 Padre Alberione, ao organizar o esquema da “visita eucarística” (adoração diária) para os membros da Família Paulina, colocou em destaque o capítulo 17 do Evangelho de João.

2 Palavras do papa Paulo VI em 28 de junho de 1969, por ocasião da concessão de uma cruz Pro Ecclesia et Pontífice ao padre Alberione, recebida em audiência privada, com capitulares da So-ciedade de São Paulo e uma representação de todos os institutos paulinos. Padre Alberione é bem-aventurado. São Paulo: Paulinas, 2004, p. 121; ROLFO, Luis. Padre Alberione, p. 360.

gicas, lugar privilegiado e fonte da própria comunicação. Para ele, missão e liturgia ti-nham o mesmo peso e a mesma medida.

“Em Cristo e na Igreja”:3

Uma vez que no batismo fomos unidos a Cristo, por meio da Igreja, nossa união com Cristo deve traduzir-se na união com a Igreja, que é o corpo de Cristo. Como nos ensina o apóstolo Paulo, a unidade do corpo não acaba com a diversidade dos membros; assim, para a edificação do corpo de Cristo, há diversidade de membros e de funções. Um só é o Espírito que distribui os dons variados para o bem da Igreja, segundo suas riquezas e as necessidades dos ministérios. “Cristo é a cabeça do Corpo, que é a Igreja” (Cl 1,18). Na intuição do bem-aventurado padre Alberione,4 a Família Paulina é en-tendida como dez vozes para o anúncio do Evangelho, cada uma com características próprias. Aqui, destacamos a dimensão li-túrgica da missão das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre, a terceira fundação do bem-aventurado padre Alberione.

Missão e liturgiaOs eventos comemorativos do Ano Pau-

lino constituíram para as Pias Discípulas 3 Com a expressão “em Cristo e na Igreja”, o bem-aventurado padre Alberione nos ensina que a missão produz frutos quando mantemos fidelidade a Cristo e fidelidade ao povo de Deus, que é a Igreja.

4 A Família Paulina compreende: Sociedade de São Paulo (Pau-linos), Pia Sociedade Filhas de São Paulo (Paulinas), Pias Discí-pulas do Divino Mestre, Irmãs de Jesus Bom Pastor (Pastorinhas), Irmãs de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos (Apostolinas). Os Institutos: São Gabriel Arcanjo (Gabrielinos), Nossa Senhora da Anunciação (Anunciatinas), Jesus Sacerdote, Santa Família e a Associação dos Cooperadores Paulinos.

operantes em Cristo e na Igreja”

CP24.indd 25 30.07.09 13:35:33

Page 26: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200926

uma oportunidade de verificar a própria vocação e missão de serem “membros vivos e operantes em Cristo e na Igreja”, a servi-ço da liturgia. A expressão “em Cristo e na Igreja” foi tão essencial, que o padre Albe-rione consagrou-a como título do informati-vo de circulação interna das Pias Discípulas – Membros vivos e operantes – e da revista de liturgia A vida em Cristo e na Igreja, vigente até hoje, na Itália. Com base nas cartas do apóstolo Paulo, entendemos que a liturgia e a missão devem ser vividas na unidade do mistério. Uma não se sobrepõe à outra. Conforme lemos na Constituição Dogmá-tica sobre a Sagrada Liturgia, do Concílio Ecumênico Vaticano II: “enquanto cada dia ela edifica em templo santo no Senhor, em tabernáculo de Deus no Espírito, aqueles que estão dentro de la [...], ao mesmo tem-po, admiravelmente lhes robustece as forças para que preguem Cristo. Destarte, ela mos-tra a Igreja aos que estão fora, como estan-darte erguido diante das nações, sob o qual se congreguem num só corpo os filhos de Deus dispersos, até que haja um só rebanho e um só pastor” (SC 2).

Também no Novo Testamento encontra-mos essa ligação entre missão e liturgia. Le-mos no livro dos Atos dos Apóstolos que a comunidade cristã de Antioquia envia seus membros em missão, depois de ter jejuado, rezado e celebrado a Eucaristia. No mesmo livro podemos ver que o Espírito escolheu Paulo e Barnabé para serem enviados (Atos 13,1-4).

O próprio apóstolo Paulo, na carta aos Romanos, mostra que a liturgia está intrin-cada na missão e vice-versa, quando diz: “Deus, a quem presto um culto espiritual, anunciando o Evangelho de seu Filho, é testemunha de que, em minhas orações, faço memória de vós continuamente” (Rm 1,9-10). E de forma mais clara, quando descreve sua vocação missionária, como a graça de ser ministro de Jesus Cristo entre

os povos, levando o Evangelho para que os pagãos se tornem uma oblação agradá-vel, santificada pelo Espírito Santo: “Em alguns trechos desta carta eu vos escrevi com certa ousadia, a fim de vos reavivar a memória, em virtude da graça que Deus me deu: a graça de ser ministro de Jesus Cris-to junto aos pagãos, prestando um serviço sacerdotal ao Evangelho de Deus, para que os pagãos se tornem uma oferenda bem aceita, santificada no Espírito Santo” (Rm 15,15-16).

Concluindo...Para sermos “membros vivos e operantes

em Cristo e na Igreja”, encontramos desa-fios. Apesar da boa vontade e da convicção de estarmos servindo à causa do Evange-lho, para a glória de Deus, no seguimento do Mestre Jesus, temos de nos conformar sempre mais às orientações claras e firmes que regem a pastoral litúrgica. Isso, de modo particular quanto à permanente for-mação no seio das comunidades, pois, a ce-lebração deverá sempre recuperar a ligação da vida com a liturgia, celebrar o mistério pascal de Cristo presente e em realização na vida do povo, como pede o documen-to Animação da Vida Litúrgica no Brasil, doc. 43 da CNBB, n. 55 e 157. No seio da Igreja, povo de Deus, cabe-nos a missão de fazer com que a ação litúrgica priorize a di-mensão orante, de modo que a assembleia se una a Deus e a Cristo, e se sinta ungida e enviada, com a missão de transformar as situações de morte em sinais de mais vida.

Para concluir esta simples reflexão, cito o testemunho das Irmãs Pias Discípulas que vivem na Amazônia: “desde o início, fomos atentas a nada impor, mas a construir junto com o povo tudo, desde o espaço celebra-tivo até a organização das celebrações e o ensaio de cantos”.5 5 Relato das Irmãs Isabel Tonon, Neusa Bressiani e Letícia Pontini, quando da avaliação do triênio de missão na Amazônia. Cf. O COOPERADOR PAULINO, N. 89 - janeiro-abril 2009, pág. 7.

Discípulas por irmã Gabriela SperandiocpApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

CP24.indd 26 30.07.09 13:35:48

Page 27: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

27cooperador paulino edição especial 2009

Pastorinhas por irmã Cristinane Ribeiro cp

Irmãs de Jesus Bom Pastor

“A vocação pastoral está contida no nosso próprio nome. Ele representa para nós uma constante memória de Cristo, que morreu e ressuscitou para nos dar a vida plena.”

ACongregação das Irmãs de Jesus Bom Pastor (Pastorinhas), funda-da pelo padre Alberione, é a quar-

ta instituição da Família Paulina. Às Pas-torinhas foi confiado o carisma paulino na sua dimensão pastoral direta. Neste ano, a congregação celebra o Ano Jubilar de seus 70 anos de existência. Esse tempo está sendo vivido como “ano de santidade no ministério de cura pastoral”. Para as Pas-torinhas, e para a Família Paulina, padre Alberione sempre enfatizou a importân-cia de um caminho sério de santificação, como condição indispensável para exercer o apostolado. Para ele, a santidade consiste num caminho contínuo, árduo e corajoso, feito na alegria e liberdade de coração, buscando a plena conformação à vontade de Deus em Jesus Mestre Pastor.

Quem somos?Somos agradecidas ao Pai que nos ama

e gerou em nós o dom da vocação. Aco-lhemos o seu chamado e entregamos nos-sa vida para que Ele a consagre com seu Espírito ao seu Filho Jesus. Pertencemos a Jesus, por isso procuramos viver como ele vivia e fazer o que ele fazia. Seguindo seus caminhos, buscamos identificar-nos com Ele na definição de Bom Pastor, fazendo dele o centro de nossa vida e missão.

Padre Alberione diz: “Vosso fundador é Jesus Bom Pastor. Vós nascestes da Euca-

ristia, do coração vivo de Jesus Bom Pas-tor: imitai-lhe a vida”. Nossa vocação é sermos mães e irmãs no Espírito; a serviço da santidade da Igreja, mediante o cami-nho de conformação com Cristo Pastor, colocamo-nos a serviço do seu Reino.

Como vivemosEm pequenas comunidades fraternas, em

meio ao povo, partilhando a vida, os dons, os bens, formando uma comunhão visível a serviço do Reino. Testemunhamos que todas as pessoas são chamadas a viver em fraternidade e constante reconciliação.

Motivadas pela compaixão pastoral de Jesus, inserimo-nos nas Igrejas locais, nos lugares mais necessitados de evangeliza-ção. Empenhamo-nos para fazer nosso o espírito de Jesus Bom Pastor, que conhe-ce, ama e dá a vida pelo rebanho, com total liberdade, porque assumimos fazer a vontade do Pai. Buscamos viver com o necessário, na simplicidade, humildade e alegria; moramos nas periferias urbanas, especialmente nos lugares mais pobres.

Missão pastoralA vocação pastoral está contida no nos-

so próprio nome: Irmãs de Jesus Bom Pas-tor. Ele representa para nós uma constante memória de Cristo, que morreu e ressus-citou para nos dar a vida plena. Partici-pamos da missão pastoral de Cristo Bom

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

CP27.indd 27 30.07.09 13:42:34

Page 28: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200928

Pastorinhas por irmã Cristinane Ribeiro cp

Pastor, na edificação e crescimento das co-munidades cristãs, em colaboração e reci-procidade com os padres, bispos e leigos/as, e com todas as vocações na Igreja.

Atuamos na evangelização, com o anún-cio da Palavra, na orientação e formação bíblica, na catequese, na animação e for-mação litúrgica, na formação de agentes de pastorais, em projetos sociais e outras formas de serviços pastorais. Em contínua atenção aos tempos e lugares, acompanha-mos as pessoas e comunidades em seu ca-minho de fé, ajudando-as a crescer no diá-logo e encontro pessoal com Jesus Cristo, dando sentido à própria vida e construindo um mundo segundo o sonho de Deus, onde todos tenham vida, e vida em abundância (cf. Jo 10,10).

FormaçãoNossa vocação requer uma sólida forma-

ção humana, espiritual e cultural, como um processo contínuo e permanente. Atinge toda a vida, em sua globalidade de mente, vontade e coração. Buscamos conformar-nos com o Cristo Pastor, que deu sua vida livremente pela salvação da humanidade. A meta é “Até que Cristo seja formado em nós”, na expressão de São Paulo. Para viver nossa vocação na Igreja, procuramos em nossa formação cultivar todas aquelas características humanas e espirituais que nos aproximam das pessoas: a simplicida-de, a alegria, a acolhida, a coragem, a fé, a humildade evangélica, a solidariedade... Como o Bom Pastor, precisamos cultivar um coração grande, para amar e confortar todas as pessoas.

Vida de oraçãoA Pessoa de Jesus Bom Pastor é o centro

de nossa vida. Ele é amado e vivido como Caminho, Verdade e Vida. Alberione diz: “Olhai sempre Jesus Bom Pastor e vivei como Ele”. Essa afirmação/orientação re-quer o cultivo da escuta, da atenção e da

oração, para estar em sintonia com o coração, a mente e a vida de Jesus. É no encontro pessoal com ele que nos identificamos com seu jeito, suas atitudes, seu modo de tratar as pes soas e sua relação com o Pai. A Palavra e a Eu-caristia são força e sustento para prosseguir no caminho de seguimento a Cristo. A fi-delidade diária à oração, à contemplação da vida de Jesus, nos sustenta na jornada e ilumina nossas decisões, fortalece e corrige nossas ações.

ModelosPadre Alberione nos deixou modelos e

inspiradores de nossa missão pastoral. Um deles é Maria, sob o título de Mãe do Bom Pastor. Com ela aprendemos a ser “mães, irmãs, mestras”, como consagradas. Ela foi a primeira pastorinha. No Calvário aco-lheu os últimos desejos de seu Filho: ser Mãe de todo ser humano. Maria é exem-plo de quem disse seu Sim incondicional no cotidiano, renovando-o desde a juven-tude, até a plena maturidade em Cristo. É fundamental “passar por Maria”, isto é, conquistar aquele equilíbrio de vida entre contemplação e ação, indispensável para ser discípula fiel ao Mestre Divino.

Também os apóstolos Pedro e Paulo são nossos inspiradores e protetores na missão. O exemplo de dedicação incondicional ao Evangelho e à edificação da Igreja de Cris-to representa a melhor tradução da ação pastoral de Cristo: “Esses dois santos são inseparáveis, são os dois grandes apóstolos, os pastores que amaram seu rebanho até o heroísmo, dando a vida derramaram seu sangue. Eis traçada a vida da pastorinha”. Eles ensinam a servir o povo de Deus que nos é confiado, com grande fidelidade a Cristo, servindo-o na gratuidade, coragem e criatividade.

OrigemNossa congregação é dom do Espírito à

CP27.indd 28 30.07.09 13:44:12

Page 29: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

29cooperador paulino edição especial 2009

Igreja, vindo por obra do padre Alberione. Ele, em 1908, quando

jovem sacerdote, atuou na pastoral e percebeu o valor da reciprocidade homem-mulher no ministério pastoral.

Durante muitos anos, Alberione ama-dureceu essa intuição e rezou com outros padres para que surgisse na Igreja um grupo de irmãs que, preparadas para a pastoral,

atuassem nas comunidades cristãs ao lado dos sacerdotes pastores, partilhando da mesma missão de Jesus Bom Pastor.

No dia 7 de outubro de 1938, em Roma, Itália, ele concretizou esse apelo do Espíri-to, dando origem à nossa congregação, que hoje atua em 134 comunidades espalhadas pelo mundo, como presença amorosa e compassiva do Deus Pastor.

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

A Congregação é constituída por 9 circunscrições:

Província Itália Centro Norte: Moçambique (África) Província Itália Centro Sul: AlbâniaProvíncia Brasil-São Paulo: Gabão (África) Província Brasil-Caxias do Sul: Uruguai Província Filipinas-Austrália: Ilhas Saipan Delegação Argentina: Bolívia Delegação Chile: Peru Delegação Colômbia: Venezuela, MéxicoDelegação Coreia do Sul

No Brasil, estamos presentes desde 1946 e formamos duas províncias:

1. Brasil – Caxias do Sul, à qual pertencem as se-guintes comunidades:

• Caxias do Sul (RS) – Sede da Província• Anastácio (MS)• Bento Gonçalves (RS)• Bodoquena (MS)• Campo Belo do Sul (SC)Comunidade Nazaré• Campo Grande (MS)• Canela (RS)• Cascavel (PR)• Caxias do Sul (RS)Comunidade Jesus Mestre Pastor

Escola Jesus Bom Pastor• Caxias do Sul (RS) – Comunidade Betânia• Caxias do Sul (RS)Comunidade Santos Apóstolos

Deseja saber mais sobre as Irmãs Pastorinhas? Entre em contato conosco, através do site: http://www.irmaspastorinhas.com.br/ ou escreva: Centro Vocacional – Cx. Postal 138 – Cep.: 95001-970 – Caxias do Sul (RS) Fone (54) 32 11 93 80. E-mail: [email protected]

• Caxias do Sul (RS)Terceira Légua Comunidade Divina Pastora• Caxias do Sul (RS) Comunidade Santíssima Trindade• Caxias do Sul (RS) – Cohab • Conceição do Tocantins (TO)• Figueirópolis (TO)• Londrina (PR)• Porto Alegre (RS) – Comunidade Alberione• Santana do Livramento – RS• Paysandu - Uruguai

2. Brasil – São Paulo, à qual pertencem as seguintes comunidades:• São Paulo (SP) – Casa Provincial• Assis (SP)• Brasília (DF)

Comunidade Maria Mãe do Bom Pastor• Eldorado (SP)• Maceió (AL)• Piracicaba (SP)• Redenção (PA)• São Paulo (SP) – Casa do Noviciado• São Paulo (SP)Comunidade Santos Apóstolos• São Paulo (SP)

Instituto Divina Pastora• São Paulo (SP) – Jardim das Pastorinhas• São Paulo (SP) – Casa São José• Jataí (GO)• Vitória (ES)• Tupanatinga (PE)

Presença no mundoSomos cerca de 600 irmãs, presentes em 17 nações dos 5 continentes. Nossa presença, semeada nos

sulcos da humanidade, é cultivada com a alegria e a esperança de um dia podermos entregar ao “Grande Pastor das ovelhas” (cf. Hb 13,20) o povo que nos foi confiado e que só a Ele pertence, para sempre.

CP27.indd 29 30.07.09 15:30:37

Page 30: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200930

Somos chamadas a inspirar,

Apostolinas por irmã Lucivânia Conceição Oliveiracp

“Vós sois como canais, o canal leva a água. A vocação parte de Deus, passa por vós, que sois os canais, e chega às pessoas.”

Bem-aventurado Tiago Alberione.

Quem são as Apostolinas? O nascer de uma vida ou de uma con-

gregação religiosa sempre acontece pela ação do Espírito. Os primeiros sinais e pas-sos para a fundação, no seio da Igreja, de uma nova congregação surgiram do caráter atento do padre Tiago Alberione em perce-ber as necessidades e preocupações da Igre-ja e da sociedade de sua época, bem como de sua capacidade de saber interpretar o falar de Deus por meio do Espírito.

Nessa época, final da década de 1950, a Igreja estava passando por um período de transformações. Era muito forte o pipocar de novas reflexões e práticas pastorais que desembocariam no Concílio Vaticano II; também começava um grande período de crise vocacional, seja no tocante às pes-soas, como também a uma prática de re-flexão vocacional. O mundo, como um todo, passava por rápidas transformações sociais, econômicas, tecnológicas, cultu-rais e mi diáticas.

O olhar preocupado desse homem estava direcionado de modo particular aos jovens. Assim, ele dizia que “O problema do futuro é o problema de todo jovem...”, de modo que “é preciso permitir aos jovens compre-ender que, se é importante saber escolher e adivinhar bem a própria carreira, a própria tarefa, é muito mais importante a escolha do próprio estado de vida”, ou seja, a es-colha da própria vocação. Aos olhos do

padre Alberione, os jovens seriam os mais atingidos pelas novas mudanças; ele temia que eles perdessem o sentido e o valor da vida. A partir de tudo isso, compreende-se a ação do Espírito em suscitar na Igreja pessoas que doassem a vida pelas vocações (“Trabalhar pelas vocações é servir a Igre-ja”), irmãs que cuidassem dos jovens e os acompanhassem no caminho da descober-ta vocacional, que questionassem todo o povo de Deus – mas sobretudo os jovens – sobre o sentido da vida e quem realmente dá sentido a nossa vida e opção cristã.

Nesse sentido, honrando Maria como Rainha dos Apóstolos, nasceu em 8 de setembro de 1959, por obra do Espírito Santo e desejo incansável do padre Albe-rione, a Congregação Nossa Senhora Rai-nha dos Apóstolos para as Vocações, mais conhecida como [Congregação das] Irmãs Apostolinas. As Apostolinas são mulheres interpeladas a viver seu seguimento a Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, em co-munidade, vivenciando e testemunhando os conselhos evangélicos de pobreza, cas-tidade e obediência, através do anúncio da boa-nova da vocação.

A apostolina, além de viver intensa-mente a vida e a própria vocação, é cha-mada a inspirar, expirar, espalhar e trans-mitir vocação; exalar o perfume da vocação e ter como mandamento “consumir a vida pelas vocações”.

e transmitir vocações

CP30.indd 30 30.07.09 13:52:37

Page 31: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

31cooperador paulino edição especial 2009

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

Qual é a missão? A missão vocacional confiada às Apos-

tolinas é especial e diferente porque, se em todas as congregações e institutos religio-sos há uma preocupação com as vocações, a missão das Apostolinas é trabalhar e doar a vida por todas as vocações. Como Jesus Mestre, as Apostolinas devem ter “um co-ração grande, que chama a todos, deseja, quer e pede vocações para todos os apos-tolados”.

Jesus é o paradigma de animação voca-cional. É dele que brota toda missão. Com seu jeito de animador itinerante, Jesus olha e pergunta: “O que vocês estão procuran-do?”; convida a caminhar com Ele e a fazer

nossa sua experiência de vida (Jo 1,38-39). A apostolina é chamada a viver e deixar-

se consumir pelas vocações. É uma mulher chamada a nunca ficar em paz, enquanto for necessário ecoar o chamado de Deus a tantas realidades e pessoas. Todas as Apos-tolinas são chamadas a ser como um canal por onde a água da vocação não cessa de correr e, de forma particular, a água da vo-cação religiosa e sacerdotal.

Na vivência de sua missão, as Apostoli-nas buscam despertar nas pessoas, sobretu-do nos jovens, o chamado de Jesus; ajudar no momento da busca vocacional, suscitar e promover todas as vocações, para todas as necessidades da Igreja; formar uma profun-

expirar, espalhar

APO

STO

LIN

AS

Irmãs Apostolinas acolhem jovens para dias de convi-vência na comunidade do Jabaquara – SP.

CP30.indd 31 30.07.09 13:53:13

Page 32: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200932

Apostolinas por irmã Lucivânia Conceição Oliveiracp

da consciência vocacional, para que todos os cristãos trabalhem em favor de todas as vocações; incentivar os chamados a ser fi-éis à própria vocação.

Como vivem essa missão?Na simplicidade, na fraternidade e na

oração. Realizam sua missão por meio da orientação vocacional pessoal e por corres-pondência; desenvolvem encontros, retiros e semanas vocacionais; trabalham na forma-ção de agentes e animadores vocacionais, por meio de assessorias vocacionais e do SAV (Serviço de Animação Vocacional); promovem uma catequese vocacional, por meio da exposição vocacional “Sim, mas para onde?” e de uma Livraria e Centro Vo-cacional.

A primeira e mais importante atitude na vivência dessa missão é ter muito amor:

“Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos” (Jo 15,13). No dizer de padre Alberione, a “Pastoral Vocacional é todo amor”. A partir disso, as Apostolinas podem dizer: não há maior amor do que doar a vida pelas vocações. Esse doar a vida pelas vocações só aconte-ce quando nos “enxertamos como oliveiras selvagens na oliveira vital Cristo-Eucaris-tia” e aprendemos d’Ele, Jesus Mestre, Ca-minho, Verdade e Vida, como anunciar e acompanhar as vocações. Nesse itinerário espiritual-apostólico, deve-se confiar a mis-são a Maria, Rainha dos Apóstolos, nossa mãe e mestra, e, no cuidado com as voca-ções, ter sempre como modelo o apóstolo Paulo, para que todos entendam o apelo de Cristo: “A colheita é grande, mas os ope-rários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe, que envie operários para a ceifa”.

ApostolinasDiscípulasPaulinasPaulinosPastorinhas

Irmã Susana com a juventude na pastoral

APO

STO

LIN

AS

CP30.indd 32 30.07.09 13:53:42

Page 33: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

33cooperador paulino edição especial 2009

Institutos por Vittorio Saracenocp

O ingresso no Instituto exige vocação, saúde, tempo para exercer as atividades e meios econômicos que garantam o próprio sustento.

Institutos Paulinos de Vida Secular Consagrada

No “Instituto Secular de vida consagra-da, os fiéis, vivendo no mundo, tendem à perfeição da caridade e procuram coope-rar para a santificação do mundo”, como afirma o Código de Direito Canônico (n. 710). Padre Alberione, fundador da Famí-lia Paulina, “sempre atento em perscrutar os sinais dos tempos, isto é, as formas mais geniais de chegar às almas” – como dizia Paulo VI – depois de muita oração, aco-lheu o convite de Pio XII. Tendo fundado as cinco congregações da Família Paulina, iniciou, entre 1958 e 1962, os Institutos Paulinos de Vida Secular Consagrada, unidos à Pia Sociedade de São Paulo (Pa-dres e Irmãos Paulinos). São eles: Insti-tuto São Gabriel Arcanjo (Gabrielinos), Instituto Nossa Senhora da Anunciação (Anunciatinas), Instituto Jesus Sacerdote e Instituto Santa Família. Os respectivos estatutos receberam a aprovação definiti-va entre 1990 e 1993.

Instituto São Gabriel Arcanjo –GabrielinosO Instituto São Gabriel Arcanjo é um

instituto masculino de vida secular consa-grada aprovado definitivamente pela San-ta Sé em 30 de maio de 1990. Ele toma o nome do anunciador da encarnação do Filho de Deus: o Arcanjo Gabriel (“força de Deus”), patrono das telecomunicações, e tem três características:

Consagração: os membros do instituto emitem diante de Deus e da Igreja os votos de pobreza, castidade e obediência. É uma “forma de consagração nova e original, su-gerida pelo Espírito Santo para ser vivida dentro das realidades temporais”.

Secularidade: os consagrados permane-cem no ambiente familiar e profissional.

Apostolado: a vida dos membros se trans-forma em apostolado; são chamados a ser luz que ilumina, sal que dá sabor, fermento que cristianiza o ambiente e o consagra.

Anselmo, do Instituto São Gabriel Arcanjo, exercendo seu carisma na pregação de retiros.

VIT

TOR

IO S

AR

AC

ENO

CP33.indd 33 30.07.09 13:56:16

Page 34: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino edição especial 200934

Institutos por Vittorio Saracenocp

Realidade vivida de maneira discreta, pois a consagração só é conhecida pelas pessoas mais próximas. Trata-se de um apostolado específico, não substitutivo: no mundo, com os meios do mundo.

A formação no instituto exige serieda-de. Inicia-se com o período de postulado, que dura pelo menos seis meses. Depois, segue-se o ingresso propriamente dito no instituto, com o período formativo de sete anos: o noviciado, que dura um biênio; a profissão, que é anual para os três primei-ros anos; em seguida, emitem-se os votos por dois anos, antes da profissão perpétua. Além da formação humana e espiritual, o membro do instituto procura sua prepara-ção profissional e técnica, de acordo com as necessidades de sua profissão.

Para pedir o ingresso no instituto, exi-ge-se vocação, saúde adequada para essa forma de vida, dispor do tempo para as atividades do instituto e contar com tra-balho remunerado ou meios econômicos que garantam o próprio sustento. Trata-se de uma vocação específica: consagrar-se a Deus mediante os compromissos quotidia-nos, em contínuo contato com as pessoas. Deus continua chamando alguns de seus filhos a serem presença consagrada no mundo, testemunhas do Reino, “anjos” (mensageiros) que comunicam a Palavra, “sacramento” de Deus e da Igreja entre os homens e as mulheres com os quais parti-lham a vida. O Arcanjo Gabriel, através dos membros do instituto, continua anun-ciando: “Alegra-te! O Senhor é contigo”.

Instituto Jesus SacerdoteMuitos sacerdotes diocesanos, movidos

por maior desejo de santidade, sentiam vivamente a necessidade de uma espiri-tualidade profunda, de uma família espi-ritual à qual pertencer e de uma vida mais comprometida na perfeição, mediante os

conselhos evangélicos, e pediam ao padre Alberione que os acolhesse entre seus fi-lhos na Pia Sociedade de São Paulo. De-sejavam isso, porém, permanecendo no exercício de seu ministério.

Padre Alberione, sensível às necessida-des do clero diocesano e de sua santifica-ção, decidiu aceitar o pedido, deixando cada um, porém, a serviço da Igreja, onde Deus os havia colocado, em suas respec-tivas dioceses, dependendo plenamente de seu bispo. Assim fundou, em 1958, o Instituto Jesus Sacerdote, por meio do qual todos os pastores e mestres de almas que o desejassem, poderiam participar da Família Paulina, não só como amigos e benfeitores, mas como “membros”, isto é, como filhos ativos e participantes das “abundantes riquezas” da graça que Deus, por sua bondade, dispensou em Jesus Cris-to à Família Paulina.

Os membros do Instituto Jesus Sacer-dote participam do mesmo patrimônio de graça, oração, boas obras e indulgências da Família Paulina. Eles unem à vida cristã e sacerdotal a condição de “consagrados” mediante a profissão dos conselhos evan-gélicos, com os quais “se comprometem a uma imitação cada vez mais perfeita de Jesus Cristo, eterno sacerdote” (Paulo VI). Vivem e partilham as riquezas da espiritu-alidade paulina, de acordo com os tempos atuais, centrados em Jesus Mestre, Cami-nho, Verdade e Vida, traduzindo em sua própria vida o ideal de São Paulo: “Para mim, viver é Cristo” (Fl 1,21).

O Instituto Jesus Sacerdote é um meio privilegiado de evangelização, e os meios de que se serve para isso são veículos do Verbo eterno, segundo a teologia da encarnação.

Em nível de confraternização, sobres-saem como carismas específicos distinti-vos dos membros do Instituto: favorecer encontros de fraternidade, criar unidade,

CP33.indd 34 30.07.09 13:56:35

Page 35: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

35cooperador paulino edição especial 2009

especialmente no presbitério, no qual rea-lizam seu ministério pastoral; ser diligentes com os irmãos sacerdotes mais necessitados e colocar-se, como Jesus, ao lado deles, para testemunhar-lhes seu “amor”. Quantos sa-cerdotes se encontram debilitados em seu espírito, a caminho de Emaús, com a ten-tação de ir-se embora, de abandonar tudo, desiludidos porque não acharam irmãos que compreendam seu desgosto, sua an-gústia, suas dúvidas e lhes ajudem a “reco-nhecer Jesus”! Outros carismas específicos, paradigmáticos dos membros do Instituto, estão no comportamento do Bom Samari-tano e do Cirineu.

Instituto Nossa Senhora da Anunciação – AnunciatinasAs “Anunciatinas” são leigas consagra-

das a Deus, com a profissão dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obedi-ência. Vivem e cumprem a missão no am-biente familiar, estudo e trabalho. Procu-ram moldar a vida no exemplo de Maria de Nazaré, a Virgem da Anunciação. Na simplicidade da vida quotidiana, Maria acolheu Jesus para doá-lo ao mundo. A exemplo de Maria, as Anunciatinas colo-cam a própria vida a serviço do Evangelho. Sua missão consiste em “representar Maria hoje diante de todos” (Bem-aventurado Tiago Alberione).

“Exteriormente, nada de particular, nem mesmo traje especial. A vantagem da con-sagração delas é viver vida de perfeição e santidade, em qualquer ambiente: em casa, no escritório, na fábrica, na família, na es-cola... Agem na sociedade sem ser notadas, também onde padres e religiosas teriam dificuldade para entrar… Vivem no mun-do, exercitam a missão no mundo, mas não pertencem ao mundo. Vivem no mundo, mas não são do mundo” (Bem-aventurado Tiago Alberione).

A exemplo de Maria, as Anunciatinas querem servir à verdade, viver o amor e anunciar Jesus com o sentimento de São Paulo apóstolo. Por isso, tornam-se promo-toras de livrarias e outros centros de difu-são: com livros, CDs, filmes e outros meios do progresso técnico. Procuram incentivar emissoras de rádio e televisão. Tudo para a missão! Sensibilizam os fiéis a manter e incrementar as iniciativas promovidas pela Igreja na comunicação social. Promovem a difusão da Bíblia, a leitura do Evangelho em família, a participação ativa na liturgia, o estudo sistemático da fé, a recitação do Santo Rosário em família. O instituto está presente em 17 países e conta hoje com mais de 600 membros.

Instituto Santa Família A finalidade do instituto é a santificação

da vida conjugal e familiar: viver um ca-minho de perfeição evangélica no mundo, inspirando-se na Sagrada Família de Naza-ré, modelo, luz e fonte da graça.

Os membros acolhem como dom os vo-tos de pobreza, castidade e obediência. Fomentam o testemunho evangélico no ambiente onde vivem e agem: família, tra-balho, comunidade eclesial e sociedade.

Animam encontros espirituais para famí-lias. Preparam os noivos para o casamen- to e os pais para o batizado dos filhos. As-sistem a casais em dificuldade. Promovem a vida em seus vários momentos. Organi-zam missões paroquiais, especialmente se-manas da Bíblia. Difundem, com os meios de comunicação social, o ensinamento da Igreja sobre a família. Procuram respon der ao chamamento de Deus para a santida de familiar e assim colaborar na obra salva-dora de Deus, particularmente na famí lia, que é o coração da sociedade. Atualmen-te, estão presentes em 15 países, com 2700 membros.

CP33.indd 35 30.07.09 13:56:58

Page 36: Ano LXXI – no 91 – edição especial 2009 · catequese do povo de Deus na cultura da comunicação, bem como informar sobre a vida, espiritualidade e atividade missionária da

cooperador paulino abril de 200936

Padres e Irmãos PaulinosCaixa Postal 2.53401060-970 São Paulo – [email protected]

Irmãs PaulinasRua Cândido do Nascimento, 91/59Jardim Paulista04503-090 – São Paulo (SP)Tel.: (11) [email protected]

Irmãs PastorinhasRua Pepiguari, 302 – Alto da Lapa05059-010 São Paulo (SP)Tel.: (11) 3834-5906irmaspastorinhas@terra.com.brwww.irmaspastorinhas.com.br

“... Devemos ao vosso fundador, aqui presente, ao querido

e venerado padre Tiago Alberione, a construção do vosso monumental Instituto.

Em nome de Cristo, nós lhe agradecemos e o abençoamos.

Ei-lo humilde, silencioso, incansável, sempre vigilante, sempre recolhido nos seus

pensamentos que passam da oração à ação, sempre atento a perscrutar os ‘sinais dos

tempos’, ou seja, as formas mais geniais de chegar às almas.

Nosso padre Alberione deu à Igreja novos instrumentos para se exprimir, novos meios para robustecer e ampliar o seu apostolado,

nova capacidade e nova consciência da validade e da possibilidade da sua missão no mundo moderno e com os meios modernos.”

Palavras do papa Paulo VI durante a audiência pontifícia especial, concedida à Família Paulina, em 28 de junho de 1969. Nesse dia o Papa conferiu a padre Alberione a condecoração “Pro Ecclesia et Pontifi ce”.

Deseja conhecer melhor a Família Paulina entre em contato num destes endereços

Pias Discípulas do Divino MestreRua Gaspar Lourenço, 442 – Vila Mariana04107-001 – São Paulo (SP)(11) [email protected]

Irmãs ApostolinasAvenida Pedro Bueno, 298 – Parque Jabaquara04342-000 São Paulo (SP)Tel: (11) [email protected]

Institutos Paulinos Via Raposo Tavares, Km18,5 Jardim Arpoador05576-200 São Paulo (SP)[email protected]

União dos Cooperadores [email protected]

CP36.indd 36 31.07.09 11:21:22