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Ano IV / nº45 | Preço: Gratuito | Periodicidade: Mensal | www.diariodalagoa.com | facebook.com/diariodalagoa | Diretor: Norberto Luís | DEZEMBRO 2017 Secundária da Lagoa comemorou XVI aniversário Criada a primeira Associação no Cabouco Arte regional valorizada através da formação Página 07 Santa Cruz: filhos e servos” é o tulo do mais recente livro de Júlio Tavares Oliveira, num trabalho de invesgação de cerca de 6 meses. Clero lagoense em livro Foto: CML Úlma página Página 09 Pub. Pub. Página 08

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Ano IV / nº45 | Preço: Gratuito | Periodicidade: Mensal | www.diariodalagoa.com | facebook.com/diariodalagoa | Diretor: Norberto Luís | DEZEMBRO 2017

Secundária da Lagoacomemorou XVI aniversário

Criada a primeiraAssociação no Cabouco

Arte regional valorizadaatravés da formação

Página 07

“Santa Cruz: filhos e servos” é o título do mais recente livro de Júlio TavaresOliveira, num trabalho de investigação de cerca de 6 meses.

Clero lagoense em livro

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Última páginaPágina 09

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Página 08

Diário da Lagoa | dezembro 2017Página 02 EBI DE ÁGUA DE PAU/ EBI DE LAGOA

“Hora do conto” na EBI de Água de Pau

Na Escola Básica e Integrada de Águade Pau, a atividade “Hora do conto” foidesenvolvida, para os alunos do ensino pré-primário, pelos docentes Catarina Viveiros,de Português, e João Pascoal, de EducaçãoMusical, nos dias vinte etrês e trinta de outubro.

Foi transmitida a histó-ria “A abelha Bolinhas”,inserida no livro As histó-rias da Leonor, da autoriado professor João Pascoal.Numa primeira fase, osalunos foram levados adivulgar os seus conheci-mentos sobre as abelhas efoi realizado um levanta-mento de expetativassobre a história que iriam

ouvir. Esta foi contada peladocente Catarina Viveiros,com a projeção de imagens,de modo a motivar as crian-ças. Esta pequena narrativatransmite a importância dopapel das abelhas na natu-reza, assim como do seu fan-tástico contributo para aalimentação das pessoascom a produção de mel.

Os alunos tiveram tam-bém a oportunidade deouvir e cantar uma canção

do professor João Pascoal sobre a história,ao som do seu violão.

Desta forma, os discentes terminaram amanhã dos dias supramencionados anima-dos e divertidos, tal como os queremossempre ver!

Clube das Ciências e Tecnologias

No dia onze de outubro, os monitoresda ExpoLab deslocaram-se à Escola Básica2,3 Padre João José do Amaral a fim de rea-lizar uma demonstração de um circuito emcadeia.

Os quarenta alunos pertencentes aoClube das Ciências e Tecnologias foram di-vididos em grupos de trabalho, onde te-riam de realizar um pequeno circuito emcadeia, sendo um dos objetos do grupo deuso obrigatório. O porta-voz de cada grupoteve de explicar o funcionamento domesmo aos restantes grupos.

Foi uma atividade onde os alunos tive-

ram que interagir em grupo e refletir sobreo modo de funcionamento e manipulaçãode diferentes materiais, demonstrandobastante interesse e entusiasmo.

Elisabete Lopes, Coordenadora dos Clubes

A EB 2, 3 Padre João José doAmaral, comemorou o Halloween, nodia 31 de outubro, com jogos na Bi-blioteca e pedido de doçuras ou tra-vessuras.

Foi um dia divertido e muito doce,visto que, as vitórias nos jogos forampremiadas com guloseimas.

A EBI de Lagoa comemorou o DiaMundial do Não Fumador, com sessões desensibilização na biblioteca da EBI 2,3Padre João José do Amaral, de 14 a 17 denovembro, para as turmas do 5º e 6º ano,e exposição de cartazes no Pavilhão Centralda escola, culminando com uma atividadede rastreio na Praça do Rosário no dia 17,para turmas do 4º Ano.

A iniciativa da atividade de sensibilizaçãona Biblioteca Escolar, partiu da Equipa daSaúde Escolar, em colaboração com oDepartamento de Matemática e CiênciasNaturais. Pretendia-se esclarecer e alertaros alunos para os malefícios provocador

pelo consumo de tabaco. A comemoração culminou com um ras-

treio respiratório a alunos do 4º ano, no dia17, na Praça do Rosário, marcando o inicioo ProjetoDomicílios eCarros semFumo, pro-movido pelaD i r e ç ã oRegional dePrevenção eCombate àsDependên-cias.

Entrega dos Certificados de Excelência

Semana Sem Fumo

Fotos: EBI Lagoa

À semelhança dos anos anteriores, aEscola Básica Integrada de Lagoa reconhe-ceu os melhores alunos do quarto e sextoanos de escolaridade, com a entrega dosCertificados de Excelência referente ao anoletivo 2016/2017.

A cerimónia decorreu no dia 7 de no-vembro, no Pavilhão Central da EB2,3Padre João José do Amaral, com a presençade alunos, pais e encarregados de educa-ção, professores e outros funcionários daescola. O momento foi animado pela atua-ção de um grupo de alunos do Clube deMúsica, acompanhados pelos docentes deEducação Musical, e pela apresentação de

uma história da responsabilidade das do-centes responsáveis pelo projeto CantaComigo, Leio Contigo.

No seu discurso, o Presidente do Conse-lho Executivo enalteceu o trabalho e em-penho destes alunos, bem como a ação dosPais e Encarregados de Educação, comoparte relevante no acompanhamento davida particular e escolar dos seus educan-dos. Dirigiu ainda uma palavra de apreçoaos educadores e professores, pela suaação no processo de aprendizagem e noacompanhamento aos alunos. No final de-sejou as maiores felicidades aos alunos,fazendo votos que continuem a empenhar-se e a trabalhar com entusiasmo ao longodas suas vidas.

No passado dia 20 de outubro, a Bi-blioteca Escolar e o Gabinete de Apoio àPromoção de Saúde comemoraram, numainiciativa conjunta, o Dia Mundial daAlimentação e o Mês Internacional dasBibliotecas Escolares com a apresentaçãoda peça de fantoches“Sopa de Patalugo”.

A iniciativa procurousensibilizar as turmas do1º ano da escola para a im-portância de uma boa ali-mentação e de hábitosalimentares saudáveis,como comer sopa todos osdias, através de uma histó-ria protagonizada pelos jáconhecidos fantoches da“Rua da Lua”, o Clube deExpressões da escola.

Depois de assistirem à

aventura inspirada noconto popular portuguêsdo coelhinho branco, quetinha ido à horta buscarumas couvinhas para oseu caldo e se deparoucom a malvada cabracabrês, os meninos do1º ciclo foram convidadosa experimentar os fanto-ches do clube, apresen-tando o seu legume oufruta preferidos no final dapeça.

A biblioteca da escola procurou, destemodo, promover no seu espaço uma ativi-dade de sensibilização para bons hábitos desaúde, mas também dar a conhecer o pa-trimónio literário tradicional português econtinuar a sua missão de sempre: mostrara todos a importância e o prazer de ler.

Vamos comer uma sopinha?

Foto

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Pau

Diário da Lagoa | dezembro 2017 Página 03EDUCAÇÃO/ ESL

Clube de Geocaching da EscolaSecundária de Lagoa

Clube Desportivo Escolar APdeclarado de utilidade pública

CLUBE RECEBE GPSDurante o mês de novembro foram vá-

rias as atividades desenvolvidas pelos ele-mentos do Clube de Geocaching, da EscolaSecundária de Lagoa, nomeadamente:foram realizadas com as turmas 10º H e10º I (do curso Técnico Profissional de Tu-rismo Rural e Ambiental), sessões informa-tivas relativas a este jogo de aventuras,onde foi explicado em que consistia estaatividade, que tipos de “caches” existem,como se faz para criar uma conta de utili-zador, etc… Também foram visualizadosalguns filmes relativos a esta atividade. En-tretanto um grupo de alunos começou apreparar as novas caches deste clube, quese prevê que venham a ser publicadasneste mês de dezembro. Por outro lado éde salientar que vários alunos deste clube,participaram numa atividade de geoca-ching, realizada na zona da cidade deLagoa, onde foram encontradas diversascaches, em particular a cache relativa aeste clube e que se encontra nos Paços do

Concelho desta cidade.Associado ao 16º aniversário desta Es-

cola e por proposta do Conselho Executivoda ESL, este clube organizou uma atividade,no passado dia 23 de novembro. Partedesta atividade realizou-se no anfiteatro daEscola, onde foi visualizado um filme sobreGeocaching e onde os elementos desteclube receberam os seus cartões identifica-tivos de pertença ao clube. Neste evento oClube recebeu a oferta de um GPS, instru-mento de navegação que será utilizado nasatividades deste clube. O Clube de Geoca-ching agradece à Câmara Municipal deLagoa, a oferta recebida, pois este equipa-mento era imprescindível para as ativida-des a realizar. Depois foi altura dos alunospresentes participarem numa atividadeprática de Geocaching, que consistiu no en-contro de uma multi-cache especial, quefoi encontrada na zona da escola.

Luis Filipe Machado e Marco Pereira

O Clube Desportivo Escolar de Água dePau (CDEAP), com sede na Rua do ForalNovo, S/N, freguesia de Água de Pau, con-celho da Lagoa, foi declarado instituição deinteresse público.

No despacho assinado pelo Presidentedo Governo Regional dos Açores, é referidoque “o CDEAP tem desenvolvido uma açãomeritória, no sentido de expandir, emespecial, a prática desportiva no seio dosseus associados e da comunidade em geral,constituindo um instrumento institucionalpara a promoção de fins de interesse geral,na aceção prevista no artigo 1.º doDecreto-Lei n.º 460/77, de 7 de novembro,alterado pelo Decreto-Lei n.º 391/2007, de13 de dezembro”.

“Considerando que a pessoa coletiva emcausa tem cooperado com a AdministraçãoPública Regional, e tem atuado com a cons-ciência da sua Utilidade Pública, demons-trando que se dedica ao bem-estar dacomunidade onde se encontra inserida”,lê-se.

O despacho surge depois de obtidos ospareceres favoráveis da Secretaria Regionalda Educação e Cultura, e da Vice-Presidên-cia do Governo, e tendo em conta que o“Clube Desportivo Escolar de Água de Pau”,

se enquadra no disposto no n.º 1 do artigo1.º, no artigo 2.º e no n.º 2 do artigo 4.º,todos do Decreto-Lei n.º 460/77, de 7 denovembro, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 391/2007, de 13 de dezembro.

Recorde-se que o CDEAP é uma institui-ção sem fins lucrativos, que tem como mis-são “Facultar e fomentar a cultura, a práticadesportiva, no sentido formativo e compe-titivo, dirigida ao desenvolvimento físico eaperfeiçoamento moral dos seus associa-dos”, tem direcionado a sua atuação para apopulação da freguesia de Água de Pau,desde os três anos de idade até aos senio-res, desenvolvendo modalidades tais comonatação, voleibol, futsal, atletismo, dança,hidroginástica, fitness, pedestrianismo/ex-ploração da natureza, assim como, eventossolidários e culturais.

O Clube Desportivo Escolar de Água dePau iniciou a sua atividade federada naépoca de 2014/15, com uma equipa devoleibol e um grupo de natação, perfa-zendo um total de 30 atletas, mantendo amesma situação na temporada desportivaseguinte, sendo que, na época de 2016/17,para além das equipas/modalidades cita-das iniciou a atividade federada com umaequipa/grupo de trabalho de atletismo.

Fotos: ESL

No dia 7 de novembro, tomaram posseos novos órgãos sociais da Associação dePais e Encarregados de Educação da EscolaBásica e Integrada de Lagoa- APEEEBIL.

Esta associação de pais já conta com 9anos de existência e tem trabalhado para amelhoria da qualidade do ensino das crian-ças e jovens que frequentam as escolas do1º Ciclo das freguesias do Cabouco, SantaCruz e Rosário e a escola do Padre João Josédo Amaral.

Fazem parte desta associação todos ospais e encarregados de educação dos alu-nos que frequentam estas 8 escolas e ele-geram no passado dia 30 de outubro, porum mandato de 2 anos, os novos órgãosSociais.

A Assembleia Geral será presidida porPaulo Ferreira, sendo Emília Correia e Noé-lia Duarte as secretárias. Na direção estaránovamente Susete Benevides, estando a

vice-presidência ao cargo de Susana Cabral.Como secretários da direção tomaramposse Pedro Rodrigues e André Almeida eainda como tesoureira Marisa Cabral. Oconselho fiscal será presidido por JoãoAlmeida e as vogais Mari Odete Cabral eGraça Santos.

Os membros eleitos pretendem conti-nuar a trabalhar com o intuito de melho-rar qualidade da educação dos alunos,apelar à aquisição de materiais didáticos eà manutenção e melhoria das instalaçõesescolares, sendo o caso da escola PadreJoão José do Amaral a que necessita deuma intervenção mais urgente e profunda.

Esta associação, em colaboração comtodos os pais e encarregados de educação,pretende desenvolver ações para reforçara relação família/escola sendo esta funda-mental para o sucesso das crianças e jovensdeste concelho.

Tomada de posse da APEEEBIL

Foto: APEEEBIL

PUBLICIDADEPágina 04 Diário da Lagoa | dezembro 2017

Página 05REPORTAGEM/ PUBLICIDADEDiário da Lagoa | dezembro 2017

“Os Quiridos” realizaram IV Festival de Sopas

O Centro Comunitário JoãoBosco Mota Amaral, na vila deÁgua de Pau, acolheu o IV Festivalde Sopas, organizado pela Associa-ção Criativa e Promotora de Even-tos Culturais, “Os Quiridos”.

Este ano, estiveram 18 sopas aconcurso, num formato de vota-ção diferente, onde cada pessoaque provou e participou neste fes-tival, pôde votar na sua sopa favo-rita, sendo que, venceu a sopaaveludada, confecionada porManuela Carreiro.

A sopa de peixe da Associaçãode Funcionários da Câmara Muni-cipal de Lagoa e o caldo de peixe

dos Amigos de São Martinho doCabouco, terminaram, ambas, nosegundo lugar, com o mesmonúmero de pontos. De realçar queas sopas a concurso foram confe-cionadas por várias instituições doconcelho de Lagoa e privados.

Para o presidente da Associação“Os Quiridos”, João Cabral, a evo-lução ao longo dos quatro anos defestival, faz-se sentir pela aderên-cia e participação, cada vez maior,das pessoas vindas de fora doconcelho, nomeadamente algunsturistas.

“Nós não podemos aumentarmais, dado as condições do recintoonde nós realizamos esta inicia-

tiva. É evidente que se tivermosum outro espaço maior, comcerteza que haveria um maiornúmero de sopas”, explicou JoãoCabral ao Jornal Diário da Lagoa.

Para além da gastronomia, noFestival de Sopas, é uma constantea integração da vertente cultural,sendo que, este ano, participaramo Grupo de Folclore JovemPauense e o Grupo de CantaresAnimadores do Divino.

Para a presidente da CâmaraMunicipal de Lagoa, CristinaCalisto, este festival permite pro-mover o nome desta associaçãoda vila de Água de Pau, com umcartaz apelativo que atrai pessoas

ao concelho de Lagoa e que, aolongo dos anos, tem demonstradogrande sucesso.

“É com satisfação que vejo a rea-lização desta atividade na vila deÁgua de Pau, numa forma, tam-bém, de “Os Quiridos”, marcarema posição nesta vila, daquilo queeles têm feito para a promovertambém”, salientou a edillagoense, referindo que, o con-junto dos diferentes sabores estáassociado às tradições de quemapresenta cada uma das diversassopas.

Apesar deste Festival de Sopaster mais impacto para com as pes-

soas do concelho lagoense, a ver-dade é que recebe semprepessoas oriundas de outros conce-lho e alguns turistas, sendodemonstrativo de, ao longo dotempo, ter ganho renomefazendo-se chegar nomeadamenteàs pessoas alojadas em unidadesturísticas da Lagoa.

“Para quem está cá de férias, éuma oportunidade para vir conhe-cer os sabores da nossa terra”,adiantou Cristina Calisto.

DL/AS

Fotos: DL/CML

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Página 06 REPORTAGEM Diário da Lagoa | dezembro 2017Fo

tos:

DR

Restaurante "O Alambique" aposta na atendimento personalizado

O restaurante “O Alambique”,situado na freguesia de NossaSenhora do Rosário, na Lagoa, des-taca-se por oferecer aos seusclientes, duas ementas diferentes:a regional e a transmontana.

Bife à regional, morcela comananás, chicharros fritos e alcatraà moda dos Açores, são alguns dosdiversos pratos de comida regionalservidos neste restaurantelagoense, sendo que, a comidatransmontana passa pelo arroz depato, bacalhau com broa, carne deporco à alentejana, feijoada ealheira de Mirandela.

Muitos são os clientes que fre-quentam “O Alambique” pela suaalcatra à moda dos Açores,nomeadamente, pelo mesmo tervencido o prémio de “MelhorAlcatra dos Açores”, em setembrode 2016, em Lisboa.

“O Alambique” existe desde1989 e neste momento, é um res-taurante familiar gerido por RuiBorges desde 2007, tendo porcozinheira a sua mãe e outra fun-cionária. No ano de 2012, estafamília, por questões de saúde,encerrou o restaurante, reabrindoem 2015. Desde então, na épocade verão, sendo a afluência maior,

o restaurante re-força a sua equipacom mais duas pes-soas.

A aposta na co-mida transmontana,surgiu com a vindade muitos trabalha-dores continentaispara a ilha, nomea-damente para aconstrução de váriasobras, vias rápidas,pontes e escolas.Rui Borges reparouque o cliente conti-nental apreciava acomida típica aço-riana, porém, aolongo do tempo, jásentia saudades dastradições culináriasda sua terra, umacozinha menos con-dimentada.

Apesar desses tra-balhadores conti-nentais já terem

regressado às suas terras, “OAlambique” continua a apostar nacozinha transmontana, por forma,a dar a conhecer aos açorianospratos típicos de outras regiõesde Portugal.

Ser atencioso com o cliente,apostar na qualidade e no atendi-mento personalizado, mas princi-palmente, ter gosto pelo seutrabalho, são algumas qualidadesapontadas por Rui Borges comoessenciais para a restauração.

“Isto não é um negócio para ficarrico, isto é um modo de vida.Trabalhamos e estamos nisso por-que gostamos. Se não gostasse,podia abrir uma loja de roupa ouum stand de carros e acredito queseria muito mais fácil do que isto.Estamos nesta área porque é umacoisa que nasce connosco”, afir-mou o gerente deste restauranteao Jornal Diário da Lagoa.

No mundo da restauração desdeos seus 17 anos, Rui Borges,recorda saudosamente o falecidoempresário, Norberto Ponte,relembrando as suas primeirasexperiências nessa área, nomea-damente nas diversas feirasgastronómicas e festas do SenhorSanto Cristo, onde trabalharamjuntos.

“Aprendi muito com ele, foi umdos meus principais professores efoi ele, quem me deu este gosti-nho pela restauração e a partir daía vida vai-se encarregando defazer o nosso caminho”, recordouo empresário, referindo que a res-tauração não é uma vida fácil.

Em 2015, “O Alambique” rea-bre, principalmente a pedido demuitos clientes, referindo que sen-

tiam falta desse restaurante naLagoa. Para Rui Borges, foi umrecomeço, onde a renovação doespaço e angariação de novosclientes foi essencial, conse-guindo, com o tempo, “fazer acasa de novo”.

“Umas das grandes vantagensfoi o nosso nome. As pessoas jános conheciam desde 2007 esabiam que nós trabalhamos comqualidade e com gosto”, explicou.

Rui Borges acredita que o turistaque chega aos Açores procurauma combinação de vários fato-res: natureza, comida regional,peixe fresco, simplicidade na con-feção e um bom bife.

Outro fator diferencial do res-taurante “O Alambique” é o “aten-dimento personalizado”, explicadopelo gerentecomo uma marcade confiança docliente, onde omesmo, geral-mente, nem abrea ementa, pedediretamente con-selhos sobre ospratos, nomeada-mente de ondevem o produto ecomo é confecio-nado.

Neste mo-mento, o clientetípico deste res-taurante é de umagrande variedade,desde o vizinho dolado, lagoense, aoturista mais lon-gínquo. No en-tanto, Rui Borges

afirma que os lagoenses aindapassam por grandes dificuldadeseconómicas e não têm uma situa-ção financeira que permita ter umconsumo frequente na restaura-ção.

“A Lagoa está um pouco deslo-cada em relação a Ponta Delgada”,defendendo que a cidade neces-sita de investimentos, monumen-tos, mais unidades hoteleiras emeios de transportes com auto-carros que façam a ligação diretaentre o centro de Ponta Delgada eLagoa, por forma a que o turistapossa frequentar os restaurantes,piscinas e museus lagoenses.

“A cidade de Lagoa tem muitopouco a oferecer a nível de roteiroturístico e o pouco que tem a ofe-recer está muito escondido e des-locado. Existem vários museus nacidade e estão todos eles desloca-dos, enquanto que deveriam estarcentralizados”, referiu.

Por outro lado, o empresárioacredita que a restauraçãolagoense encontra-se em condi-ções para receber mais turistas,salientando, no entanto, as dificul-dades em contratar pessoas comformação na área da restauraçãoe turismo.

Rui Borges tem em mente al-guns projetos futuros, passando,muito provavelmente, pela aber-tura de um restaurante na cidadede Ponta Delgada.

Nesta época natalícia, “O Alam-bique” irá apostar em pacotesapelativos, com preços especiais eboa qualidade, nomeadamentepara a organização dos jantares deNatal das diferentes empresas.

DL/AS

Melhor Alcatra dos Açores 2016. “Chicharros”, outro prato reconhecido.

O Restaurante “O Alambique” foi inaugurado em 1989 e é um dos mais antigos da Lagoa.

Diário da Lagoa | dezembro 2017 REPORTAGEM

Escola Secundária da Lagoa comemorou XVI aniversário

A Escola Secundária de Lagoa(ESL) assinalou, recentemente, oseu XVI aniversário, com umasemana repleta de atividades. Noinício das comemorações, no âm-bito da habitual sessão solene,teve lugar a entrega de diplomas emérito cívico e académico aos me-lhores alunos desta escola.

De referir que a atribuição domérito cívico e académico, distin-gue os alunos, propostas pelo con-celho de turma e aprovados emassembleia de escola, que se dis-tinguem pelos seus feitos, pelassuas ações, pela sua forma de ser,enquanto aluno e enquanto pes-soa, no meio escola.

Teve lugar ainda a entrega deprémios ao melhor aluno do 9ºano e do 12º ano, do ano letivo2016/2017 (patrocinados pelaCâmara Municipal de Lagoa). Naocasião, a Presidente da edilidade,entregou prémios monetários aomelhor aluno do ensino secundá-rio, André Rocha, e ao melhoraluno do 3º ciclo, Diogo Sousa.Cada prémio corresponde a umaverba de 1.000 euros, consti-tuindo, deste modo, um incentivopara todos os jovens deste estabe-lecimento escolar prosseguiremcom os seus estudos.

Em declarações ao Jornal Diárioda Lagoa, o Presidente do Conse-lho Executivo da ESL recordou queo aniversário da escola coincidiucom a 9ª Semana Europeia de Pre-venção de Resíduos, onde “reutili-zar e inovar” são palavras deordem.

“Num tempo em que a sustenta-bilidade do planeta está na ordemdo dia, onde cada um é chamadoa ter um papel ativo na adoção demedidas ecológicas no seu dia-a-dia, e onde a escola desempenhaum forte papel no incremento depráticas que promovam a preser-vação da natureza, foi assim deci-dido fazer uma homenagem aotrabalho desenvolvido por toda acomunidade e em especial pelascoordenadoras do programa ecoescola”, recordou AlexandreOliveira.

Segundo referiu, são 16 anos deserviço onde, a diversidade de ini-ciativas na escola, tem marcado asua ação em diversas temáticas naárea ambiental.

Na comemoração de mais umaniversário, o Presidente do Con-selho Executivo não deixou defalar do trabalho da escola nocumprimento do seu projeto edu-cativo, entendendo que se temassistido a um melhoramento dosresultados.

No âmbito do Prossucesso, re-cordou que a escola elegeu a edu-cação pedagógica o caminho aseguir, não sendo um percursofácil, mas não o fazer, “é hipote-car as possibilidades de ir aoencontro dos alunos proporcio-nando condições de trabalho, deformação e de ocupação positivado seu tempo livre”.

“Quando olha-se para os alunosque são distinguidos, pensamosque o trabalho da escola nãoacontece em vão, mas não esque-cemos os que ainda não consegui-

ram ter sucesso”, recordou.Alexandre Oliveira falou igual-

mente da diversificação da ofertaformativa, onde a ESL promoveuma oferta diferenciadora de per-cursos, lembrando que, este ano,abriu o curso de formação técnicoprofissional de comércio, e no anotransato abriu o curso de técnicode turismo rural e ambiental.

O responsável escolar refere quea escola prossegue assim apostafirme nos cursos vocacionais, ondeexistem casos de sucessos, fa-zendo acreditar nesta que é a úl-tima oportunidade para algunsalunos conseguirem uma habilita-ção, que lhes possibilite um pro-jeto de vida diferente.

Falando à margem das comemo-rações ao nosso jornal, AlexandreOliveira reforçou ainda que aescola continua a insistir na ofertade atividades extra curricularesdiversificadas, ao nível do des-porto, cultura, ciência e tecnolo-gia.

Recordou que a escola continuaa desenvolver projetos de investi-gação, continuando a levar a ciên-cia a alunos do primeiro ciclo doconcelho e continua a escola naluta pela promoção de igualdadepara de oportunidades para todos.

Nesta entrevista, AlexandreOliveira salientou o facto de a es-cola premiar os melhores alunos,mas não deixa de evidenciar aexistência de alunos com muitasdificuldades, que necessitam demuita ação e apoio da escola, e daíque tem havido essa diversificaçãoda estratégia de apoio, das ofertas

extra curriculares, ações que aolongo dos anos têm vindo a sofreruma evolução.

“Na educação não há receitasmilagrosas, e na educação isto eum trabalho sistemático, onde hámuito trabalho para fazer pelafrente, apesar dos bons resultadosque a escola tem alcançado”.

Alexandre Oliveira recordouainda que, para este ano letivo,existem vários projetos, desta-cando uma das várias atividades,em colaboração com a CâmaraMunicipal, na área da ciência, eque foi iniciado no ano transato,que pretende levar a ciência aosalunos do primeiro ciclo.

Há ainda trabalhos ao nível dainvestigação, em parceria com aUniversidade, e muitas outrasações, no âmbito do programaeducativo Prossucesso, no inte-resse de ir ao encontro dos alunos,com forte aposta no ensino voca-cional.

Falando nesta sessão, a Presi-dente da Câmara de Lagoa recor-dou que a edilidade “não éindiferente ao trabalho educativodesenvolvido neste estabeleci-mento de ensino”, e frisou aimportância do Plano Educativo eCultural que a autarquia dispõe,nomeadamente a promoção deatividades de ensino informal comos alunos do 8.º ano, através devisitas guiadas aos núcleos museo-lógicos municipais, onde serãoabordadas temáticas do currículoregional de História, Geografia eCultura dos Açores; a elaboraçãode um guião científico que permi-

tirá à área de Informática dosestabelecimentos de ensino con-ceber um jogo alusivo ao Desco-brimento e Povoamento dosAçores, que posteriormente serádisponibilizado aos alunos do 8.ºano. A autarquia igualmente pre-tende dar continuidade às sessõesde Educação Política e para a Cida-dania, dirigidas aos alunos do 11.ºano, sessões estas que se realizamao longo do ano letivo e que têmcomo finalidade desenvolver oespírito crítico e promover a cida-dania entre os mais jovens.

A continuação do apoio à Bolsa“Jovens à Descoberta” com a atri-buição de bolsas para cultivar ogosto pelas ciências, possibili-tando um estágio com tudoincluído, em centros de ciência deexcelência e o apoio a atividadesdesportivas da Escola Secundáriade Lagoa serão medidas e coope-rações a manter.

Em matéria de educação, real-çou a autarca, a Câmara Municipalde Lagoa está a cooperar com aimplementação do “ProgramaProsucesso” nas escolas do conce-lho, e no caso particular da EscolaSecundária de Lagoa, ainda há adestacar o ensino vocacional,orientado para atividades opera-cionais com os alunos que estãoprestes a chegar aos 18 anos e queainda não têm a escolaridade ob-rigatória.

DL

Página 07

Fotos: CMLA sessão solene comemorativa decorreu no auditório da escola, e contou com a participação de alunos, professores e entidades locais.

Página 08 REPORTAGEM Diário da Lagoa | dezembro 2017

Jovem lagoense imortaliza, em livro, o clero da Lagoa

Júlio Tavares Oliveira é umjovem de 19 anos, nascido a 22 dejaneiro de 1998, na freguesia deNossa Senhora do Rosário.

Atualmente, é dirigente associa-tivista e fundador da recém-criadaAssociação Jovem Lagoense – AJL,cronista na Azores News, bemcomo colaborador do Diário daLagoa desde novembro de 2016,onde tem contribuído com artigosna área da história local.

Já com dois livros publicados –Versos Experimentados, ChiadoEditora, 2015, e O que não ficoupor dizer, Chiado Editora, 2016 -, o

jovem lança um novo livro: SantaCruz: filhos e servos, com prefácioda Prof. Doutora Susana GoulartCosta, professora universitária, enotas introdutórias da Dra. JoanaSimas, do padre Nuno Maiato e dopadre João da Ponte.

O livro, lançado no passado dia19 de novembro, na Igreja deSanta Cruz, é, segundo Júlio Tava-res Oliveira “um estudo biográficoe de certa forma intimista sobre oclero natural de Santa Cruz e queserviu em Santa Cruz do séc. XVIaos dias de hoje”.

Num trabalho de investigaçãode cerca de 6 meses, o jovem

lagoense confessa ao jornal Diárioda Lagoa que “nem sempre foifácil, até porque não é historia-dor”, mas que o seu principal focofora sempre o de cumprir com apalavra dada e o de responder aodesafio lançado pelo padre NunoMaiato, que “confiou muito emmim e nas minhas capacidades,mesmo durante um período umpouco difícil da minha vida, que foia minha paragem nos estudos su-periores durante um ano, por von-tade própria”.

“Quando cheguei a São Miguel,em outubro de 2016, depois deuma experiência mal sucedida em

Lisboa, para onde fui estudar, fuiabordado pelo padre NunoMaiato, pessoa profundamentehumana, que me convidou a de-senvolver uma investigação sobredois potenciais assuntos: de entreos dois, escolhi fazer um estudosobre o clero afeto a Santa Cruz, eespero que o povo de Santa Cruzse identifique e goste verdadeira-mente do trabalho feito”.

Segundo o autor, “o livro pre-tende contribuir para a valorizaçãodo clero lagoense, para a preser-vação da história local e para oexaltar daquilo que é a cultura re-ligiosa e de culto numa comuni-

dade com as características danossa, que é profundamente cató-lica. O trabalho soube-me particu-larmente bem até pelaproximidade que tenho com a fre-guesia de Santa Cruz. Cresci, emboa parte, aqui, junto destascasas, destas gentes, destes chei-ros.”

Júlio T. Oliveira vai, tambémmuito em breve, lançar um quartolivro, mas desta feita de poesia, ecom o apoio da Edições Vieira daSilva, “editora lisboeta que apos-tou em mim quando tantas outrasme recusaram”.

Qual o teu papel senão o de re-sistir? será a nova obra de poesiaa sair em breve, constituindo-secomo o terceiro livro de poesia dojovem lagoense que, embora con-sidere “um pouco confuso lançarduas obras quase ao mesmotempo”, garante que “uma é deum campo e a outra é de outro” epedindo aos jovens lagoenses que,tal como ele, “sonhem muito efaçam ainda mais”.

“A minha abordagem à vida éesta: sonhar muito e fazer aindamais. Há quem sonhe muito e nãofaça nada e há quem faça muitosem sonhar com nada. Eu pre-tendo o melhor dos dois mundospara a minha vida: sonhar muito efazer muito. Ando envolvido emvários projetos ligados à escrita,ao associativismo e aos estudos,principalmente, e, claro, paraqualquer jovem, é importante queme sinta vivo”.

A apresentação do livro teve lugar na Igreja Matriz de Lagoa, em Santa Cruz.

Livro “Santa Cruz: filhos e servos” tem uma dupla missãoSegundo o Pe. Nuno Maiato, a

ideia de editar este livro, surge nasequência de uma coleção defotografias que a Igreja de SantaCruz tem, que o Pe. José FranciscoPires reuniu quando foi pároconesta freguesia. “Esta coleção des-pertou a vontade de reunir maisinformação acerca de cada um dospárocos e dos filhos de Santa Cruz.Uma comunidade que foi dando àIgreja, durante os séculos, algunsdos seus filhos para servir a Igrejacomo sacerdotes”, referiu.

Em declarações ao Jornal Diárioda Lagoa, o Pe. Nuno Maiato dizque viu no jovem escritor, JúlioTavares Oliveira, a pessoa indicadae que seria capaz de fazer este tra-balho de recolha.

“Sinto-me feliz porque, de facto,sem ser a sua área, o Júlio conse-guiu desenvolver um trabalho que

é um digno registo de uma parteda história da paróquia que ficapara sempre. Pelo menos há umregisto que permite, a todos aque-les que quiserem, conhecer ouestudar a dimensão da vida sacer-dotal da Matriz da Lagoa, poderãofazê-lo a partir desta obra”, disse.

O Pe. Nuno Maiato adianta aindaque com esta obra, há uma duplamissão: “primeiro é lançada na se-mana dos seminários, e aqui aobra serve de instrumento para oapelo, em nome de Jesus, à voca-ção sacerdotal. O segundo aspeto,é que, através deste livro, pode-mos ver que a história da Igrejanão se faz apenas com os sacerdo-tes, mais e mais fácil reunir a infor-mações dos sacerdotes, e atravésdesta recolha e compilação,conhecer, porque é interessantever a ligação familiar que existeentre eles, as paróquias onde tra-

balharam, a sua origem, há váriosdados biográficos que nos ajudama perceber e a caraterizar a histó-ria desta paróquia”.

Adianta o pároco de Santa Cruz

que, desde o séc. XVI à atualidade,a Igreja esteve ao serviço de formadiferente, com uma matriz comuma todos os tempos, mas a quanti-dade de Cléricos que estiveram

em simultâneo, em diversas épo-cas da história, e hoje ser apenasum, demonstra também umpouco aquilo que é a história daIgreja.

Fotos: DL/ CML

Diário da Lagoa | dezembro 2017 REPORTAGEM Página 09

"Não podemos inovar de modo a que o traço regionalperca-se no produto final e é isto que está a acontecer"

As duas irmãs de Água de Pau,na Lagoa, Alexandra e Nélia Pa-checo, dedicam-se ao artesanatoregional e diversas formações,nessa área, desde os anos 90.

Nélia Pacheco, criou o atelierArtes e Ofícios Pacheco, situado nafreguesia de Água de Pau, porforma a conciliar a sua paixão pelaarte, a venda de materiais e trans-mitir o seu conhecimento, atravésde vários workshops.

Enquanto criança, observava ascriações da sua madrinha e muitocedo, o gosto pelos ofícios do seusantepassados, nomeadamente ocroché e tricô, tornaram-se numpassatempo efetuados comgrande paixão.

Nélia e Alexandra aprenderam aarte dos diferentes tipos de arte-sanato através de vários cursos,nomeadamente os Arraiolos,registo do Senhor Santo Cristo,presépios de lapinha e as artes de-corativas.

Com o passar do tempo e aqui-sição das diversas técnicas, asduas irmãs apostaram na forma-ção através de workshops, ondealgumas entidades, nomeada-mente, o Centro Regional deApoio ao Artesanato, a CâmaraMunicipal de Lagoa, a Casa doPovo e Junta de Freguesia de Águade Pau, requisitam os serviços dasduas formadoras.

“Nós somos um atelier que estávocacionado para qualquer tipo deartesanato, mas sempre que pos-

sível, vamos buscar aquilo que éregional”, referiu AlexandraPacheco ao Jornal Diário da Lagoa,afirmando que a inovação na arteé importante, porém sem nuncaesquecer o artesanato regional etípico açoriano.

Segundo Alexandra Pacheco, aarte também é uma questão demodas, sendo que, atualmente, éa bijutaria que está mais em voga.Desse modo, a formadora iráapostar, neste Natal, nessa ver-tente, porém, com uma base deartesanato regional, mais precisa-mente: flores de escamas de peixee folha de milho.

“Não estou à espera que esteproduto seja vendável e sei que aspessoas vão pensar três vezesantes de comprar. Eu explico issoporque as pessoas não sabem oque é o artesanato, não sabem darvalor ao artesanato regional e aoartesanato em geral”, explicou Ale-xandra Pacheco, referindo que ocomprador não consegue perce-ber a diferença entre os diversostrabalhos, feitos com bons acaba-mentos e matérias primas de qua-lidade.

Por outro lado, Alexandra Pa-checo refere que, inicialmente, oCentro Regional de Apoio ao Arte-sanato, teve tendência para pro-mover muitos artesãos, onde,verificava-se, nas exposições, tra-balhos muito idênticos, fazendocom que o público se cansasse da-quele artesanato, ficando satu-rado do mesmo.

“Eu acho que deveria de haverum maior controlo sobre amaneira de como são avaliadas aspeças. Eu sei que isto está a mudare, no que diz respeito ao artesa-nato regional, a certificação nãoestá a ser tão facilitada como erahá uns tempos atrás”, disse, refe-rindo que já houve falta de rigoranteriormente.

Para a formadora lagoense, aarte, atualmente, é mais vividacomo um hobby, um anti-stress,acreditando que as pessoas, muitorapidamente, querem ter umretorno financeiro de um passa-tempo, sendo a ilha, pequena,esse fenómeno acaba por desvalo-rizar o artesanato criado pelosprofissionais da área.

“Eu acredito em inovação, masnão podemos inovar de modo aque o traço regional perca-se noproduto final e é isto que está aacontecer”, lamentou.Artes decorativas, Arraiolos, tricô,

presépio de lapinha, escamas depeixe e registos do Senhor SantoCristo, são algumas das diferentesartes e ofícios onde Nélia e Ale-xandra dão formação.

As duas irmãs estarão presentesno Mercadinho de Natal organi-zado pela autarquia lagoense, comprodutos dedicados à época nata-lícia, nomeadamente: presépio delapinha, presépio infanti, bolas de-corativas para colocar na árvorede Natal, registos religiosos commateriais diferentes, utilizando re-talhos e tecidos, escamas de peixe

e folha de milho como artigo de bi-jutaria, principalmente nos brincose colares.

“Atualmente, as pessoas nãocompram muito no Mercadinhode Natal, geralmente quem com-pra é para oferecer a alguém queaprecia o artesanato regional oupara quem faz coleções”, disse.

“Pensamos em levar peças parao Mercadinho de Natal, cuja suarealização, no futuro, poderá ser-vir para formação. Para não acon-tecer como nos anos anteriores, amelhor saída será apostar mais naformação e não nos produtos aca-bados”, salientou Alexandra Pa-checo, por forma a dinamizar aarte e ofícios através de formaçõese apostando menos na venda do

artesanato.Desse modo, durante o Merca-

dinho de Natal, Nélia Pacheco iráformar vários interessados,nomeadamente com um works-hop sobre os presépios de lapinhaem miniatura.

As artes e ofícios, apesar deserem uma verdadeira paixão paraNélia e Alexandra Pacheco, pare-cem estar condenadas, principal-mente pela pouca procura docomprador, porém, a aposta naformação como laser e passa-tempo, aparenta ser uma vertentemais enquadrada com a procura esociedade atual.

DL/AS

Fotos: DLAlguns dos trabalhos de artesanato, realizados por Alexandra e Nélia Pacheco, conciliando a paixão à arte.

Página 10 OPINIÃO/ SAUDE/ EVENTOS Diário da Lagoa | dezembro 2017

Antigamente... Nas antigaspraças da Vila de Água de Pau!

Por uma questão de Tradição ecomodidade, na Praça Velha e na PraçaNova da Vila de Água de Pau o povodesta terra convivia muito. Há muitoanos, há menos tempo e há nem tantosanos assim, pois ainda me lembro, comoeram, os “Pontos de Encontro” ao do-mingo de tarde, nas “Praças” desta Vila.Os mais velhos e os menos velhos e atéos mais jovens juntavam-se, invariavel-mente sentados nos bancos ou andandopor ali.

Ao contrário de hoje, que se encostamàs paredes, para não deixar cair as casasda Praça.

Na Praça Velha - 1960Quando me debruço e contemplo estas

fotos e vejo os mais idosos sentados numbanco, na Praça Velha de Água de Pau,ou da República, se assim quiserem, ape-tece-me perguntar, embora saiba, quenão terei resposta:

-- “ Boa tarde meus senhores, a con-versa está boa? O senhor Braga está acontar-vos que cada dia que passa o Ma-nuel de Sousa, sinaleiro na matriz, vê-semais aflito, com tanto carro na cidade,cada dia que passa, não é?!….

Claro que não tenho resposta, infeliz-mente já cá não estão, mas adivinho quea resposta de um deles seria assim: - “…Sim, é um “poder de Nosso Senhor” que

vai por esse mundo louco e agente aqui,em paz, na nossa Praça!...”.

Na Praça Nova - 1960Por outro lado, quem olhar bem para

as outras fotos da antiga Praça Nova,nestas, denota bem a diferença, na idadedas pessoas e na evolução do espaço, de-senhado e construído como outro“Ponto de Encontro” desta Vila. Os maisnovos aderem sempre aos lugares quevêm nascer e ganhar estatuto de moder-nice. Sempre foi assim, e, esse não fugiuà regra. De resto, o «desenhador» VictorFloriano Borges, (um dos proprietáriosda Casa da Estrela, hoje Casa da Junta deFreguesia d’Água de Pau) desenhoumuito bem este espaço lúdico, logo apósa pavimentação do novo empedrado emcalçada de basalto, da nova estrada re-gional, no início da segunda metade doséculo XX.

Debruço-me de novo sobre a foto des-tes jovens sentados na Praça Nova e nãose pode dizer que é “Graças a Nosso Se-nhor” que eles se juntaram e acotovela-ram-se para ficarem todos no mesmobanco?!! Não, não foi isso. Foi para a fo-tografia, apenas, numa manifestação deamizade irreverente da juventude da-quele tempo!

Um fotógrafo e uma máquina fotográ-fica era uma novidade na altura! Não in-voquemos o Nome de Nosso Senhor emvão!

A Vila de Água de Pau deve muito aDeus Nosso Senhor. O que vale é queDeus não espera muito de nós. Já sabedo que a casa gasta. E gosta!

RoberTo MedeirOs – Um pauense que re-vive estes tempos, como se neles vivesse!

Por: RoberTo MedeirOs

Doença dos legionários ou legionelose

Nas últimas semanas foi registado emPortugal um surto de legionelose que causoua morte, até á data deste artigo, de 5 pessoas,tendo sido registados 54 casos confirmadosdesta infeção. O foco foi uma torre de arrefe-cimento do hospital Francisco Xavier em Lis-boa.

Não é a primeira vez que um surto destanatureza afeta o nosso país. Em novembro de2014 um foco com origem numa torre de re-frigeração de uma fábrica de adubos em VilaFranca de Xira vitimou 12 pessoas, tendo onúmero de infetados atingido os 375.

Esta doença foi descoberta em 1976, na ci-dade americana de Filadélfia aquando deuma conferência de legionários, veteranos deguerra. Ocorreram, então, vários casos depneumonia atípica sem causa conhecida.

A Doença dos legionários, como ficou co-nhecida, é uma forma de pneumonia gravecausada pela bactéria Legionella pneumop-hila.

A doença manifesta-se normalmente 5-6dias após a infeção, podendo em, algunscasos, este período ser de 2-10 dias.

Os sintomas que as pessoas infetadas apre-sentam são tosse seca, febre, arrepios, tre-mores, dor de cabeça, dores musculares, dorno peito e dificuldade respiratória, podendotambém surgir sintomas do foro gastrointes-

tinal como náusea, vomito, dor abdominal ediarreia.

As complicações são insuficiência respira-tória, insuficiência renal, bacteriemia, altera-ção do estado de consciência, desidratação ecoma. A doença é responsável pela morte dequase 10% das pessoas infetadas saudáveis ede 80% de pessoas infetadas com sistemaimunitário deprimido. Assim consideram-semais vulneráveis as pessoas com mais de 50anos, doentes crónicos, fumadores e alcoóli-cos.

A doença dos legionários ou legionelosecontrai-se pela inalação da bactéria Legio-nella presente em aerossóis de água conta-minada. Esta água provém de diversos tiposde reservatórios, podendo ser naturais comorios, lagos, e artificiais como torneiras, chu-veiros, spas, saunas, piscinas, autoclismos,entre outros.

Concentrações elevadas são verificadas emsistemas de água artificiais com manutençãodeficitária, nomeadamente torres de refrige-ração e condensadores evaporativos, equipa-mentos de humidificação, fontesornamentais, etc

A Legionella pode multiplicar em circuitosde água, tais como: depósitos de água comtemperaturas a variar entre os 25°C e 42°C,canalizações de água com fluxo reduzido ounulo, lodos e sujidade nas tubagens de chu-veiros e torneiras, bem como nas superfíciesinternas de depósitos, entre outras.

O diagnóstico é feito com base no quadroclínico e resultados de exames laboratoriaisapresentados pela pessoa infetada. É uma doença tratável através de antibióti-cos, mas considerada grave.

Não existe vacina para prevenção desta pa-tologia, pelo que se torna imprescindível a vi-gilância e manutenção das instalações eequipamentos que utilizem água e que sãosuscetíveis de ter a bactéria Legionella, sãoexemplos unidades industriais, balneários,hotéis e hospitais.

Dr. João Martins de SousaDelegado de Saúde de Lagoa

Até 30 de dezembro, estará patente noConvento dos Franciscanos, na cidade deLagoa, a Exposição “Retalhos – Uma Aborda-gem ao Patchwork Açoriano”.

Trata-se de uma iniciativa organizada peloGoverno Regional dos Açores, através doCentro Regional de Apoio ao Artesanato, queconta com o apoio da Câmara Municipal deLagoa, e que pretende divulgar os inúmerostrabalhos de patchwork realizados nas diver-sas ilhas açorianas.

Em declarações ao Jornal Diário da Lagoa,Sofia de Medeiros, presidente do CentroRegional de Apoio ao Artesanato (CRAA),recorda que esta é uma exposição de umaarte que, embora tenha sido esquecida, éuma muito digna. “Já era intensão do CRAAretomar esta temática há já algum tempo, arecolha exigiu uma investigação de cerca de2 anos, tratando-se de peças, pertença dosmuseus dos Açores, de artesãos e de particu-

lares”.No catálogo, que acompanha a exposição,

estarão sistematizados vários trabalhos per-tencentes ao espólio etnográfico do CentroRegional de Apoio ao Artesanato, como tam-bém trabalhos de vários museus dos Açorese de particulares.

“Patchwork”, palavra de origem britânica,que significa o trabalho feito a partir de reta-lhos de tecidos, unidos por meio de váriastécnicas e que, por sua vez, originam váriostipos de desenhos ou padrões.

É, assim, um trabalho abrangente e trans-versal que poderá incluir painéis decorativos,tapetes, mantas, sacas, abafadores e muitosoutros artigos. Uma técnica que faz parte dacultura açoriana.

A exposição pode ser visitada de terça asexta-feira, das 10h00 às 13h30 e das 14h30às 18h30, bem como, no sábado, das 10h00às 16h00, estando encerrada aos domingos esegundas-feiras.

Exposição “Retalhos” no Convento

Diário da Lagoa | dezembro 2017 LOCAL Página 11

É meu, nosso dever, celebrar a vidado Poeta João Silvério Almeida Sousa,cuja ausência se transforma em perenepresença, pois a amizade é mais vivaque o esquecimento. A razão para estaevocação é a certeza de que “a memó-ria alimenta a cultura de um povo,nutre a esperança e torna humano oser humano”, como tão bem disse ogrande pensador Eliezer Wiesel, PrémioNobel da Paz de 1986.

Um cidadão apaixonado pela suaterra e suas tradições, um homem sim-ples, humilde de trato fácil, um entu-siasta por aquela que provavelmenteserá a mais antiga das formas literárias,a poesia, João Silvério Almeida Sousa“cultivou a nobre arte de versar com arima intrometida”, assim escrevia emjulho deste ano, Júlio Tavares Oliveira,sobre este poeta popular.

Como sabeis a literatura fundamentao património cultural e artístico de umpovo, na medida em que a literatura

propaga a cultura e o património dessepovo, qualificando-a num espaço tem-poral e físico. Esta propagação permiteo entendimento da nossa história eessência, portanto, permite o conheci-mento das raízes de um povo. Tor-nando-nos assim mais conscientes domundo que nos rodeia e da sociedadeem que estamos inseridos.

No exercício do cargo de Presidenteda Junta de Freguesia de Santa Cruz tiveo privilégio de conviver e privar com oJoão Silvério. Aquando da sua colabo-ração e dos serviços prestados à Juntade Freguesia, foi notório o seu intelectoliterário e a sua paixão pela poesia.

Assim, lancei o repto ao poeta paraescrever sobre a sua Freguesia emforma de Versos. O culminar de todoum trabalho meritório, com muito em-penho, dedicação e elevado intelecto,foi a publicação do livro intitulado “Elo-gios a Santa Cruz” O Berço da Lagoa,publicado no ano de 2011.

Em 2014 o poeta voltou a lançar um

livro, desta feita como homenagem aoex-Presidente da Junta de Freguesia deSanta Cruz, e aos seus mais diretoscolaboradores, descrevendo todo opercurso do autarca, durante os 28anos que esteve ao serviço da “nossafreguesia”, enumerando todos os acon-tecimentos relevantes, que contribuí-ram para o progresso edesenvolvimento de Santa Cruz,nomeadamente a nível Patrimonial,Cultural, Social e Desportivo.

Para além destes trabalhos já pu-blicados, o poeta tem muitos mais, dig-nos de registo, realçando a suapresença assídua no jornal Diário daLagoa. Por isso, faço um apelo aos res-ponsáveis autárquicos, no sentido deprovidenciar esforços para a preserva-ção deste espólio de notável presti-gio que enriquece o nosso Concelho ea Freguesia de Santa Cruz, no domínioda Cultura Popular.

Tudo isto é uma riqueza, que só éalcançada por alguém de intelecto lite-rário superior, e por isso quero manifes-tar aos seus familiares: irmãs e às filhas,Odete, Natália e Dina, os meus senti-mentos de pesar, com a certeza porémde que "Morrer é apenas não ser visto.Morrer é a curva da estrada”, comoescreveu o Poeta Maior, Fernando Pes-soa.

Assim, tenhamos João SilvérioAlmeida Sousa como nosso amigo ecompanheiro perene, para quem esta-mos por chegar, logo mais, em umadessas curvas da estrada da vida.

António Augusto Borges

João Silvério Sousa fica para sempre namemória de quem lia os seus poemas

Carta ao pai, poeta e amigo

Foi comtristeza querecebemos anotícia do fa-lecimento donosso colabo-rador João Sil-vério Sousa, a23 de outu-

bro, no Hospital do Divino Espírito Santo,vítima de doença.

Autor de várias poesias publicadas noJornal Diário da Lagoa entre fevereiro de2015 e agosto de 2017, João Silvério Sousa“cultivou a nobre arte de versar com a rimaintrometida“, assim escrevia em julhodeste ano, Júlio Tavares Oliveira, sobre estepoeta popular.

“Este nasceu na freguesia de Santa Cruz,no dia 7 de dezembro de 1952, sendo filhode António de Sousa Carroça e de Diaman-tina do Espírito Santo Almeida.

Com os estudos feitos – obtendo aquarta classe -, optou, mais tarde, já em

idade adulta, por emigrar para o estran-geiro, permanecendo 14 anos nos EstadosUnidos e 6 anos no Canadá.

Regressando à sua ilha natal, São Mi-guel, fixa-se na sua freguesia de origem,Santa Cruz, à qual dedicou os seus doislivros já publicados: “Elogios a Santa Cruz”,em 2011, e “Homenagem a AntónioAugusto da Ponte Borges”, publicado em2014, pela Junta de Freguesia de SantaCruz”.

De recordar que João Silvério, tinha outrapaixão, a de cantar ao desafio, tendo par-ticipado em vários festivais e momentos decantorias ao desafio.

Deixamos esta singela homenagem aquem ficará para sempre ligado a este pro-jeto.

Numa última conversa entre o diretordeste jornal e o poeta popular João Silvé-rio, falou-se deste poema que havia sidoescrito para a edição digital do Diário daLagoa. Como homenagem, publicamos,nesta edição, o poema escrito no mês deabril deste ano.

Fotos: DR

AFLITO CLAMA POR JESUS

Nas ondas do mar da vidaNavego eu meu bom Jesus

Enfrentando a terrível tempestade,Meus olhos quase não vêm luz

Meu corpo, fraco, quase sem capacidade,Mas com fé, me agarrei à minha cruzSem forças, sinto grande dificuldade.

Grito por teu nome senhorPor minha fé me entregue a ti,

Por entre os ventos, lanço o meu gritoRompendo as grandes ondas, eis me aqui,

Te envio meu clamor, muito aflitoJá não me vejo, nem aqui nem ali,

Mas no teu amor e em teu refúgio acredito.Teu nome é Jesus redentor,

Por seres Deus, clamo a ti Emanuel,Deus connosco, Rei coroado,

Teu amor é forte e fielMeu senhor, sempre me tens acompanhado,

Livrai-me da tempestade cruel,Ordena senhor com o teu braço levantado.

O braço poderoso do Rei de Israel,Tudo à tua voz te obedece.

Ordenas com divina majestade,Tira-me este frio, porque teu calor me aqueceArrancando a geada por entre a tempestade,

Basta a tua palavra, sempre um milagre acontece,Porque contigo reina a voz da verdade.

As águas do mar da vidaNadam sobre ti, meu senhor tem poder

Todo o joelho a ti se dobrará,Pois sem ti, sei que vou desvanecer,

Mas contigo, minha alma cantaráDesde o por do sol até ao amanhecer,

Desde o amanhecer, teu servo, sempre te servirá.Nos braços do Cristo Rei

Nas tuas veredas caminharei com carinho,Sempre nos teus braços, firme e em glória,

Ampara-me senhor neste doloroso caminho,Nunca me deixes perder a minha memória,

Nem me deixes caminhar sozinho,Nesta longa caminhada cantarei vitória.

À memória do poeta João Silvério Almeida Sousa

João Silvério no lançamento do seu segundo livro.

Pai, aquele dia 23 de outubro, foi o piordia das nossas vidas, receber a notícia dasua repentina partida deste mundo, foicomo cravarem um punhal em nossos cora-ções arrancando um pedaço e causandodor imensa para sempre. Foram seis mesesde luta depois do diagnostico e começo dostratamentos, foi um guerreiro, um lutadorsem medo do desfecho. Estava já preparadopara partir para a Gloria de Deus, o paisabia que seria antes do Natal.

Com lágrimas nos olhos e corações des-troçados, suas três filhas apanharam o pri-meiro avião em direção a si, para lhe dar umbeijo de despedida no seu rosto gelado e jásem vida, beijo esse que já nao teveretorno.

As duvidas continuam, as perguntas semantêm....Porquê? Porque foi tudo tãorapido, porque tiveste que partir pai?Uma certeza fica, não ficou nada por dizerporque numa vida inteira sempre tivemosum Pai, um grande amigo, um conselheiroque aconselhava suas filhas sempre queprecisavam, falava connosco e ouvia-nos edava a cada uma de nós palavras de con-

forto e amor, sempre foi um verdadeiro paicapaz de expressar seus sentimentos e sem-pre que podia nos dizia “Amo-te filha” fica-vamos consoladas com esse amor, asnossas brincadeiras, a nossa cumplicidade,tinhamos consigo uma relação saudavel depai e filhas, que poucas pessoas na vidatêm, porque não são todos os pais que sãocom os filhos o que o pai era com as suasfilhas, acima de tudo era o nosso amigo...onosso pai, que sempre foi um orgulho paranós, desde que se tornou Pastor na suaigreja, desde que se tornou poeta na suafreguesia e desde a nossa existencia foisempre o nosso querido e melhor pai, fosteés e serás sempre o nosso orgulho.

Agora ficam as memórias, são tantas etambem as recordações todas que temossuas, os objetos pessoais, os livros queescreveu e publicou, suas mensagens escri-tas que guardamos, a quadra que escreveupara nós, recordacões e memórias lindas.Será sempre lembrado e amado, isso nao éum Adeus mas sim um Até já pai, com infi-nito amor e saudade ... suas filhas,

Natália, Dina e Odete.

Diário da Lagoa | dezembro 2017PUBLICIDADEPágina 12

Diário da Lagoa | dezembro 2017 PUBLICIDADE Página 13

Assinalou-se a 26 de novembro, oDia de Poder Local Democrático. Trata-se de uma efeméride que a CâmaraMunicipal de Lagoa assinalou com umavisita à Junta de Freguesia de N. Sra. doRosário, onde reuniu com o Presidentede Junta de Freguesia, onde marcarampresença os vereadores com compe-tências delegadas.

Fonte da autarquia disse tratar-se de“uma reunião e visita de início de umnovo mandato, que serviu para definir

estratégias políticas com vista aodesenvolvimento da cidade, bem comofomentar a proximidade existente nosvários tipos de governação local. Umacooperação que, aliás, na Lagoa temsido de facto crucial para o progressodas freguesias e garante, também, demaior bem estar de toda a populaçãolagoense”.

Por outro lado, e, ainda, no âmbitoda celebração de 41 anos de PoderLocal Democrático, a Câmara Munici-pal de Lagoa iniciou as sessões de cida-dania, no dia 28 de novembro,aludindo ao tema do desporto, naEscola Secundária de Lagoa.

A mesma fonte recorda que “o PoderLocal tem sido o elo de gestão públicamais próximo da sociedade, e a realiza-ção destas sessões de cidadania e poli-tica contribuem para a participaçãocívica de muitos jovens, permitindo

que os mesmos possam dialogar erefletir sobre questões sociais do seuterritório”.

É desta forma, que no entender daPresidente da Câmara Municipal deLagoa, Cristina Calisto, “assinalar o diado Poder Local Democrático é tambémcontribuir para a afirmação de umacidadania que se quer ativa e participa-tiva”. Acrescenta ainda que, “este tipode iniciativas mostram, igualmente, aimportância do Poder Local junto dapopulação como sendo um espaço pri-vilegiado para a resolução de proble-mas, de elevação das condições devida, de participação e envolvimentopopulares, sendo um factor de umacidadania consciente e exigente, ondea proximidade aos problemas locais ea sua identificação com as aspiraçõesda população favorecem o envolvi-mento e a mobilização”.

Página 14 LOCAL/ NECROLOGIA Diário da Lagoa | dezembro 2017

Atividade da PSP NECROLOGIAFreguesia de Santa Cruz

João Silvério Almeida SousaNasceu: 07-12-1952Faleceu: 23-10-2017

No âmbito da atividade policialrecordamos, neste quadro, algumasdas ações desenvolvidas pelos elemen-tos da Esquadra da PSP de Lagoa, edivulgada através do relatório diário doComando Regional da PSP.

Ressalvamos que estes são dados quenão refletem a totalidade da atividadedos elementos desta esquadra.

22OUT2017 - Foi detido, um indiví-duo do sexo masculino, com 27 anosde idade, por condução de veículo,

sem habilitação legal.26OUT2017 - Foram detidos por vio-

lência doméstica, dois indivíduos dosexo masculino, com 35 e 39 anos deidade, após terem agredido as respeti-vas cônjuges.

03NOV2017 - Foi detido, um indiví-duo do sexo masculino, de 35 anos deidade, por condução de veículo, semhabilitação legal.

04NOV2017 - Foram detidos, dois in-divíduos do sexo masculino, com 32 e38 anos de idade, por condução de veí-

culo, sob a influência de álcool, com asTAS de 1.21 e 1.74 g/l, respetivamente.

09NOV2017 - Foi detido, um indiví-duo do sexo masculino, maior deidade, por condução de um veículo,sob a influência de álcool, com umaTAS de 1,74 g/l.

18NOV2017 - Foi detido, um indiví-duo do sexo masculino, com 29 anosde idade, por condução de veículo, soba influência de álcool, com uma TAS de1.38 g/l.

Freguesia de Nª Sª do Rosário

Edmundo de Amaral TavaresNasceu: 06-04-1969Faleceu: 01-11-2017

Freguesia de Nª Sª do Rosário

José Luis Correia BrancoNasceu: 31-07-1962Faleceu: 10-11-2017

Freguesia da Ribeira Chã

Manuel da Costa TuréNasceu: 02-12-1936Faleceu: 14-11-2017

Lugar da Atalhada (Rosário)

Adriano Martins CostaNasceu: 09-11-1952Faleceu: 17-11-2017

Ficha TécnicaDiário da LagoaRegisto ERC: 126473Deposito Legal: 402139/15Propriedade: Símbolos e Cedilhas -AssociaçãoDiretor/ Editor: Norberto LuisRedação: Norberto M. Silveira Luis(CP4248), Andréa de Sousa (TPE553)

Direção Comercial: Suzi MonizColaboradores nesta edição:Júlio T. Oliveira, Luís Moniz, RobertoMedeiros, Dr. João Martins de Sousa,Funerária Carvalho.Periodicidade: MensalImpressão: Gráfica Funchalense.Rua da Capela da Nossa Senhora daConceição, nº 50 - Morelena2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal

Tiragem: 750 exemplaresSede: Rua Calhau D Areia, nº299560-057 Lagoa - AçoresEdição e Redação: Rua do Estaleiro,nº6, 9560-080 - Lagoa - AçoresEmail: [email protected]: 935 319 608

Estatuto Editorial disponível na páginada internet em:

http://diariodalagoa.com

nota: Os conteúdos dos artigos deopinião, aqui publicados, são da res-ponsabilidade de quem os assina.Os anúncios aqui publicados são daresponsabilidade dos respetivos anun-ciantes, salvo erro tipográfico.

Mais conteúdos aqui.

Policia Judiciária deteve incendiáriosA Polícia Judiciária, através do De-

partamento de Investigação Criminalde Ponta Delgada, identificou e deteveum homem, fortemente indiciado pelapresumível prática do crime de incên-dio.

Os factos ocorreram no concelho daLagoa, numa casa de habitação pro-priedade dos pais do suspeito, ondeele também residia.

Terá agido movido por sentimentosde vingança contra o pai, que, nasequência de uma desavença familiar,lhe deu ordem de expulsão de casa.

Não obstante a rápida atuação dodono da casa, que, alertado pelo cheiroa fumo e barulho do chão a arder, con-seguiu suster o avanço das chamas, oincêndio colocou em perigo o resto dahabitação e outras edificações circun-dantes.

O detido, de 23 anos de idade, semocupação laboral e já referenciado, foipresente às competentes autoridadesjudiciárias, com vista à aplicação dasmedidas coativas tidas por mais ade-quadas.

A Polícia Judiciária já havia detido, nomês de novembro, uma mulher,

estando em causa a prática do crimede incêndio.

A detida é suspeita de envolvimentono incêndio que deflagrou no passadomês de outubro, numa estrutura dearmazenagem arrendada por umcomerciante de equipamentos de som,no concelho da Lagoa, e familiar dospresumíveis autores materiais, que jáhaviam sido anteriormente detidos.

A detida, de 67 anos de idade, refor-mada, foi presente a primeiro interro-gatório judicial, tendo-lhe sido aplicadaa medida coativa de proibição de con-tatos.

Lagoa assinala Dia do Poder Local Democrático Freguesia de Água de Pau

Duarte Pacheco da CostaFaleceu: 07-09-1953Faleceu: 25-11-2017

Freguesia do Cabouco

Paulo Joaquim da Silva CorveloFaleceu: 18-03-1963Faleceu: 26-11-2017

Foto: CML

Diário da Lagoa | dezembro 2017 Página 15PASSATEMPO / HORÓSCOPO

Soluções do passatempo do mês de novembro de 2017

Labirinto: Descubra o caminho correto.

Descubra as dez diferenças.

PASSATEMPO HORÓSCOPO DE DEZEMBROCarneiro (21/3 a 20/4)

A vida afetiva é reestruturada, osrelacionamentos são transformados e cer-tas tensões colocam à prova a sua evoluçãointerior.

A nível profissional, embora possam sur-gir algumas lutas, a conjuntura aponta umadiversificação de atividades e muito pro-gresso.

Touro (21/4 a 21/5)

A vida afetiva reorganizada asse-gura uma grande estabilidade nos relacio-namentos, certamente, mais estimulantese apaixonados.

A nível profissional a determinação vaiatrair oportunidades que servem para cres-cer com as experiencias e atrair proveitosfinanceiros.

Gémeos (22/5 a 21/6)

A vida afetiva é caracterizada porassociações mais excitantes e encantado-ras, de acordo com esta fase absolutamenteotimista.

A nível profissional aproveite a boa ener-gia presente para desenvolver toda a criati-vidade latente e alterar certos métodos detrabalho.

Caranguejo (21/6 a 23/7)

A vida afetiva reflete uma grandeestabilidade emocional, capaz de corajosa-mente cortar com o passado e renascerpara o presente.

A nível profissional procure este ciclo degrande autoconfiança para aproveitar a suaenorme imaginação e iniciar novos proje-tos.

Leão (24/7 a 23/8)

A vida afetiva evolui positiva-mente na base da generosidade e o sucessodas relações passa por entender as outraspessoas envolventes.

A nível profissional estão especialmentefavorecidos os novos planos, contudo, ana-lise as situações sem expetativas infunda-das.

Virgem (24/8 a 23/9)

A vida afetiva permite renovar osrelacionamentos e, com autoconfiança, de-monstre mais abertamente os seus sincerossentimentos.

A nível profissional o autoaperfeiçoa-mento marca uma nova época de novaspossibilidades, surpresas e autêntico cres-cimento na carreira.

Balança (24/9 a 23/10)

A vida afetiva apresenta algumainstabilidade e necessidade de superar pro-blemas antigos, entretanto, precisa encon-trar o seu equilíbrio.

A nível profissional é fundamental aper-feiçoar a suas qualidades pessoais e,demonstrando os seus recursos naturais,tome decisões firmes.

Escorpião (24/10 a 22/11)

A vida afetiva renovada favorecea expansão dos seus sentimentos e, mor-rendo para o passado, pode trilhar um novorumo para o futuro.

A nível profissional, fruto da regeneraçãopessoal, pode esperar por uma fase de ver-dadeira reconstrução financeira e muitaestabilidade.

Sagitário (23/11 a 21/12)

A vida afetiva poderá indicaralguns comportamentos exagerados, mas atolerância aliada à compreensão vai ultra-passar todas as dificuldades.

A nível profissional a conjuntura é exi-gente e, por vezes, pode reagir impulsiva-mente, portanto opte por atitudes maisconscientes.

Capricórnio (22/12 a 20/1)

A vida afetiva, inconstante, estáalicerçada nas suas escolhas e na ausênciade um verdadeiro conhecimento do outroelemento do par.

A nível profissional a situação está maisprotegida e promove novos projetos quetrazem realização pessoal e proveitos finan-ceiros.

Aquário (21/1 a 19/2)

A vida afetiva deve ser aprovei-tada para demonstrar os seus sentimentose capacidade de inovar as relações, esque-cendo trapalhadas passadas.

A nível profissional é essencial evidenciartoda a sua originalidade e capacidade decontribuir fazendo progredir a humanidade.

Peixes (20/2 a 20/3)

A vida afetiva está protegida econfere bem-estar e alegria, elementoscompatíveis com a manifestação dos seussentimentos.

A nível profissional a criatividade aliadaà imaginação permitem concretizar os seusobjetivos, de âmbito mais particular.

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No passado dia 27 de outu-bro, foi criada a Associação Cultu-ral Desportiva do Cabouco FC.Trata-se da primeira associação daFreguesia do Cabouco e que temcomo objetivos a prática direta demodalidades desportivas e cultu-rais com os jovens.

Segundo o presidente da asso-ciação, o principal objetivo serátrabalhar com os jovens, cativa-lospara a prática do desporto noCabouco, que tem estado umpouco apagada, representar onome da freguesia, dentro e fora,e elaborar uma forma de temposlivres, para que as crianças nãoestejam tanto tempo sem práticadesportiva.

Luciano Rodrigues, que falavaao Jornal Diário da Lagoa, à mar-gem da cerimónia de tomada deposse dos membros desta recém-criada associação, recordou que, aFreguesia debate-se, a par de

outras da ilha, com alguns proble-mas de toxicodependência, e coma prática de desporto, pode-seevitar que alguns sigam esse cami-nho.

Neste momento já existe umaequipa de seniores em futsal,formada há já dois anos. O obje-tivo primordial passa agora porabrir uma escola de formação defutsal dos 4 aos 10 anos, já emjaneiro próximo.

Já este mês de dezembro, aAssociação pretende organizaruma maratona de Futsal, mos-trando assim que o desporto estávivo no Cabouco.

No futuro, o objetivo é abrir ou-tras modalidades. O caso do ande-bol, basquetebol, voleibol,badminton, btt, etc, isto casohajam elementos que optem poressas modalidades.

Luciano Rodrigues diz estar con-fiante na adesão por parte dosjovens, inclusive há mesmo quem

questione a abertura da escolapara os mais novos, sendo quefuncionará, não apenas para a fre-guesia, mas para toda a comuni-dade.

“Sei que é preciso muito sacrifí-cio, mas com os devidos apoios,julgo estarem reunidas as condi-ções para que em janeiro possa-mos abrir a escola”.

Para já, o polidesportivo doCabouco tem as condições para aprática da modalidade, mas oobjetivo será mesmo, de futuro, aconstrução de um pavilhão. “Deinverno tonar-se muito compli-cado e com uma escola não seráfácil trabalhar com os miúdos commau tempo daí a importância daconstrução de um pavilhão”, refor-çou, adiantando que a acontecer,será um ganho para a freguesia etodos os possíveis utilizadores doespaço.

Falando na tomada de posse dosmembros desta associação, a Pre-

sidente da Câmara Municipal deLagoa, fez questão de referir queeste foi o primeiro ato oficial aoqual participou, após a suatomada de posse como presidentede Câmara. “Faço-o com muitogosto, por ser também a minhafreguesia. O associativismo, aoqual apelamos e que é um bomexemplo o passo que está a serdado. São passos que se estão adar para que, no âmbito da coleti-vidade, todos possamos dar onosso contributo nos vários domí-nios da nossa vida”.

Neste caso concreto do des-porto, Cristina Calisto adiantouque esta é uma área que, nos pró-ximos tempos, ao nível do municí-pio, vai sofrer uma remodelação.

Segundo adiantou na altura,“está a ser redesenhado um pro-jeto ao nível desportivo, de formaa olhar para o desporto dumaforma diferente do que tem sidofeito até aqui. Não quer dizer que

o que fizemos até aqui está malfeito, mas a verdade é que, a todosos momentos, temos que obser-var o que nos rodeira, e sabermosonde nos redirecionar, e temosque olhar mais para dentro do quepara fora, e nesta medida o des-porto vai ter um outro olhar daparte do município”, realçou.

Cristina Calisto deixou a aber-tura da autarquia para as ajudasnecessárias e possíveis.

De referir que a Direção é com-posta pelo presidente LucianoRodrigues, o Secretário RúbenVertentes e o tesoureiro EmanuelPacheco. A Mesa da Assembleia épresidida por Elisa Costa Sá, oVice-Presidente Milton Sá e oSecretário Guilherme Pacheco. Jáo Conselho Fiscal é presidido porRoberto Pereira, o Vice-PresidenteNuno Teles e o Secretário PauloMelo.

DL

Está criada a Associação Cultural Desportiva do Cabouco FC

Diário da Lagoa | dezembro 2017Última REPORTAGEM / PUBLICIDADE

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Fotos: DL

A cerimónia da tomada de posse contou com a presença da Presidente do Município de Lagoa.