ano iv | nº 13 | junho/julho/agosto de 2012 | cress-pr · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em...

12
Direitos Humanos O papel do/a Assistente Social na atuação em defesa dos Direi- tos Dumanos. Página 9 Eleições 2012 Estamos em época de campanha política para as eleições municipais. Acompanhe reflexão sobre a importância do voto de assistentes sociais. página 12. Confira também: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR Seguridade Social Acompanhe entrevista sobre a neces- sidade de ampliar o entendimento nas políticas de proteção social no Brasil. Páginas 7 e 8

Upload: others

Post on 23-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

Direitos HumanosO papel do/a Assistente Social na atuação em defesa dos Direi-tos Dumanos.Página 9

Eleições 2012Estamos em época de campanha política para as eleições municipais. Acompanhe refl exão sobre a importância do voto de assistentes sociais.página 12.

Confi ra também:

ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR

Seguridade SocialAcompanhe entrevista sobre a neces-sidade de ampliar o entendimento nas políticas de proteção social no Brasil.Páginas 7 e 8

Page 2: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

Como cancelar minha inscrição no CRESS? E como se dá a interrupção temporária de pagamento das anuidades?

Qualquer profi ssional poderá requerer o cancelamento de sua inscrição, desde que declare que não irá exercer ativida-de, função ou cargo que envolva o exer-cício profi ssional do/a assistente social e não esteja respondendo a processo ético e/ou disciplinar. Para requerer o cance-lamento, as instruções e os formulários estão disponíveis no site do CRESS/PR. O pagamento da anuidade será devido até o mês do pedido de cancelamento, ado-tando-se o critério da proporcionalidade para o pagamento do exercício em curso.

2

EDITORIAL

Deve-se lembrar de instruir o processo com cópia do pedido de aposentadoria ou licença remuneratória, quando for o caso. O cancelamento não é concedido para os meses de licença prêmio e férias que antecedem a aposentadoria.

A interrupção temporária de pagamento de anuidades será concedida ao/à profi s-sional que a requerer nos seguintes casos:

-Viagem ao exterior, com permanência superior a 6 meses;

-Doença devidamente comprovada que impeça o exercício da profi ssão por prazo superior a 06 meses; -Enquanto perdurar pena de privação de liberdade ou de aplicação de medida de se-gurança por força de sentença defi nitiva.

A suspensão do pagamento de anuida-de será proporcional e corresponderá ao período de impedimento para o exercício profi ssional, excluídas as frações de dias.

Respondido pela Comissão de Inscrição e Cadastro

FALA, ASSISTENTE SOCIAL

EXPEDIENTE

O informativo Fortalecer é uma publi-cação do Conselho Regional de Serviço Social da 11ª Região (CRESS-PR)

Rua Monsenhor Celso, 154, 13º andarCentro, Curitiba – PR | CEP 80010-913Tel: (41) [email protected]

DiretoriaPresidente: Maria Izabel Scheidt PiresVice-presidente: Elias de Souza Oliveira1ª secretária: Joziane F. de Cirilo2ª secretária: Daraci R. dos Santos1º tesoureiro: Rafael Carmona2ª tesoureira: Wanderli MachadoConselho FiscalJuliana Moraes, Roselene Sonda eUilson Araújo

SuplentesAdriana Maria Matias, Renária Moura Silva, Neiva Luz dos San-tos Silva, Neiva Maria Liesenfeldt, Kleber Rodrigo Durat, Rosenilda Garcia, Vera Armstrong e Elza Maria CamposComissão de comunicaçãoDaraci R. dos Santos, Rosenilda Garcia e Vera Armstrong

Projeto gráfi co e diagramação: Sintática ComunicaçãoJornalista responsável: Téo Travagin Mtb 5531Estagiário: Lucas MolinariJunho/Julho/Agosto 2012 13ª EdiçãoTiragem: 7.000 exemplares

Em outubro o CRESS/PR promove o maior evento do estado voltado para a categoria: a quinta edição do Congresso Paranaense de Assistentes Sociais, tendo como tema O Trabalho do Assistente So-cial: Conquistar, Consolidar e Resistir na Luta por Direitos. A materialização do V CPAS tem a intenção de provocar nos/as profi ssionais Assistentes Sociais do cená-rio paranaense e de outros estados um espaço de apresentações de produções intelectuais. O evento reunirá profi ssio-nais de referência nacional para pales-tras e mesas de debate, além de contar com uma programação que favorecerá

processos coletivos de organização da categoria. Um dos desafi os cotidianos que se apresentam a categoria é a ga-rantia do acesso a políticas públicas, entre elas a de seguridade social, tema escolhido para fomentar debate nesta edição do Fortalecer. Por meio de entre-vista com Renato Francisco dos Santos Paula são apresentados novos conceitos, entre eles o Piso de Proteção Social. Con-siderando o I Encontro Estadual de Servi-ço Social e Direitos Humanos promovido pelo CRESS/PR no mês de agosto, e pen-sando no encontro nacional que ocorre em setembro na cidade de Palmas-TO,

esta edição abriu espaço para estimu-lar debate apresentando o tema Direitos Humanos. Entre os debates apresenta-dos, a última página do Fortalecer traz um dos mais atuais: as eleições munici-pais. A inserção deste tema reforça que é necessário analisar criticamente as propostas dos candidatos e também o histórico/trajetória dos que se propõem a serem nossos representantes na esfera executiva e legislativa municipal, bem como avaliar o compromisso com proje-to de sociedade mais justa.

Comissão de Comunicação CRESS/PR

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIAO CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL – CRESS 11ª Região, convoca os Assistentes Sociais inscritos e devidamente ha-bilitados no âmbito de sua jurisdição, com direito à voz e voto e, estudantes de Serviço Social, representantes da categoria, das entidades e sociedade civil, com direito à voz para participarem da Assembleia Geral Ordinária a ser realizada no dia 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em Segunda convo-cação com qualquer número de presentes, no Auditório do CRESS - 11ª Região/PR situado à rua Monsenhor Celso, 154 – 13º andar – Centro – Curitiba – PR, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia:

• Repasse do Encontro Nacional CFESS/CRESS; • Prestação de contas do exercício vigente; • Repasse e discussão do plano de metas para 2013; • Aprovação da anuidade para o ano de 2013; • Informes gerais.

Maria Izabel Scheidt PiresA.S. 1601 - CRESS 11ª Região

Conselheira Presidente

Curitiba, 29 de agosto de 2012.

Edital de Convocação

Page 3: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

CRESS/PR sediou Encontro Descentralizado da Região Sul

3

PREPARATÓRIO PARA O 41º ENCONTRO NACIONAL DO CONJUNTO CFESS/CRESS

Entre os dias 27 e 28 de julho, o CRESS/PR sediou em Curitiba o Encontro Descen-tralizado da Região Sul. O evento reuniu delegados/as representantes de base e da diretoria, eleitos/as nas Assembleias Gerais Ordinárias dos CRESS do Paraná, San-ta Catarina e Rio Grande do Sul, contando com a participação de observadores/as, convidados/as da gestão referendados em Assembleias e representantes do CFESS. Durante o evento foram debatidas e deliberadas da região, para serem levadas ao 41º Encontro Nacional do Conjunto CFESS/CRESS, que acontece entre os dias 6 e 9 de setembro. “Felizmente as propostas dos três estados eram similares e conseguimos chegar em um consenso quanto aos termos e conteúdos políticos. Isto é importan-te, pois vamos para o encontro nacional com a região sul bem preparada, para que consigamos defender nossa posição e contribuir para fortalecer a categoria como um todo” comentou a conselheira Neiva Silva do CRESS/PR.

No dia 26 de julho o CRESS/PR se-diou o 3º Fórum das COFIS e o 2º Comunicasul. Na reunião das COFIS os representantes das Comissões de Orientação e Fiscalização dos três estados trocaram experiências sobre seus principais desafi os e formas de atuação frente a alguns temas recor-rentes destas comissões.

O Comunicasul reuniu membros res-ponsáveis pelas comunicações dos conselhos de cada Estado. O encon-tro teve como tema de discussão “A popularização das Redes Sociais e sua importância na comunicação com a sociedade e com os/as profi s-sionais de Serviço Social”.

3º Fórum das COFIS e 2º Comunicasul

• Delegados representando Gestão 2011 à 2014:Maria Izabel Scheidt Pires – TitularVera Lucia Armstrong - SuplenteElias de Sousa Oliveira – TitularKleber Rodrigo Durat - SuplenteRafael Garcia Carmona – TitularRoselene Sonda - SuplenteNeiva Luz dos Santos Silva – TitularNaiva Maria Liesenfeld - Suplente

• Delegados representando a BaseRoseane Cleide de Souza – TitularLucinei das Graças Pedroso - SuplenteFabiane Natalia Morostica – TitularEdilene Alves Costa - SuplenteVivian Bertelli de Oliveira – TitularAdriele Andrea Inácio - SuplenteEmanuele Pereira - Titular

Delegados/as do Paraná para o 41º Encontro Nacional do Conjunto CFESS/CRESS

• Delegados representando a Seccional de LondrinaAna Lucia Sales Dias Baptista – TitularDenise Maria Fank de Almeida - Suplente

• Delegados representando a Base da Seccional de LondrinaAmanda Maria Santos Silva – TitularKhatiuscia Aparecida Freitas Pereira Coelho - Suplente

• ConvidadasWanderli MachadoDaraci Rosa dos Santos

• ObservadorasRosenilda GarciaSilvana Aparecida de Oliveira

Edital de Convocação

Page 4: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

4

Capacitação das Comissões de Instruções de Processos Éticos

Marcha das Vadias – Curitiba

1º Encontro Estadual de Serviço Social e Direitos Humanos

Ética em Movimento

Ao fi nal do mês de agosto aconteceu no CRESS/PR a capacitação para assistentes sociais inte-grantes das Comissões de Instrução. O encon-tro foi realizado para instrumentalizar os/as participantes para desempenharem atividades relativas às diversas etapas de instrução do processo. Essas comissões existem para anali-sar os fatos de processos éticos e gerar relató-rio para julgamento.

O CRESS/PR esteve presente com diversas assistentes sociais na manifestação que reuniu cerca de 2 mil pessoas em Curitiba. O protesto teve como objetivo chamar a atenção tanto da sociedade civil como das autoridades locais a respeito da violência de gênero, principalmente a sexual e doméstica que ocorre no Estado do Paraná. O conjunto CFESS/CRESS tem avançado no debate de gênero, no campo dos direitos humanos e tem se somado a todas as lutas por emancipação, tanto das mulheres, como defesa dos seus direitos e autonomia sobre seu corpo.

CuritibaDe 30 de junho a 21 de julho cerca de 40 assistentes sociais participaram, durante quatro sábados, do Curso Ética em Movimento em Curitiba. Com a mediação da As-sistente Social Emanuelle Pereira o curso promoveu o debate prático e teórico sobre: “Ética e Sociedade”, “Ética e Práxis Profi ssional”, “Ética e Direitos Humanos” e “Ética e Instrumentos Processuais”. “O grupo participou bastante e mostrou um comprome-timento com a atuação profi ssional. Elas trouxeram várias demandas de situações práticas ocorridas em alguns ambientes de trabalho e esta troca de experiências foi bem enriquecedora para o grupo”, comentou Emanuelle.

CRESS EM MOVIMENTO

O CRESS/PR realizou em Curitiba o I Encontro Estadual de Serviço Social e Direitos Humanos. O evento reuniu profi ssionais e estudantes, que debateram aspectos his-tóricos, a atual realidade dos direitos humanos no Brasil e o exercício profi ssional, frente às inúmeras violações ocorridas no país. O Encontro aconteceu no dia 22 de agosto, reunindo cerca de 120 participantes na PUCPR sendo um preparatório para o encontro nacional, que acontece entre os dias 4 e 6 de setembro em Tocantins. “Temos muitos direitos escritos, mas a maioria não está implementado. Nós como Assistentes Sociais temos o desafi o de ver o que podemos fazer para melhorar em relação a isto” comentou ao fi nal do Encontro a assistente social Clarice Metzner, membro da Câmara Temática de Direitos a Cidade.

Campo MourãoNo mês de agosto o curso Ética em Movimento foi realizado em Campo Mourão. Se-gundo a secretária do NUCRESS, Renata Teixeira, “a realização da capacitação era uma das principais solicitações da categoria na nossa região e estamos muito satis-feitos de poder concretizá-lo”. A secretária ressaltou a qualidade dos/as facilitadores/as e dos conselheiros que atuaram no curso e a ótima participação dos/as Assistentes Sociais nas discussões.

Page 5: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

Encontro debate reformulação da rede de saúde mental no Paraná

Ética em Movimento

CRESS/PR participou do II Encontro de Psicólogos que atuam no SUAS no Paraná

Assembleia Geral Ordinária

O Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) realizou em 29 de ju-lho o II Encontro de Psicólogos que atu-am no SUAS no Paraná. O evento teve como objetivo articular o conhecimento prático e teórico, para que se construa um referencial de trabalho que auxilie a realidade dos/as profi ssionais do Pa-raná. A conselheira do CRESS/PR Daraci Rosa dos Santos, ministrou fala sobre questões éticas e técnicas, apontando

A Assembleia Geral Ordinária do primei-ro semestre de 2012 teve a presença de representantes de diversos municípios do Paraná para acompanhar a apresen-tação das ações realizadas durante o pe-ríodo pelo Conselho. Além das apresen-tações das ações políticas e fi nanceiras, durante o evento foram defi nidos os/as delegados/as paranaenses para o Encon-tro Descentralizado dos CRESS da Região

Profi ssionais que atuam nas áreas de Saúde, Educação, Assistência Social e Justiça no Estado, estiveram reunidos no mês de Julho no Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, para participarem do 1º Encontro de Saúde Mental do Estado. O debate principal do evento foi em relação à implementação da Rede de Saúde Mental no Paraná. A conselheira Wanderli Machado e o conselheiro Uilson Gonçalves Araújo, do CRESS/PR, participaram do evento. “O encontro oportunizou um amadurecimento nas discussões com os (as) profi ssionais que atuam nestas áreas, a reformulação da rede de atendimento em saúde mental, os novos rumos, avanços e o seu fortaleci-mento” comentou Uilson.

5

alguns elementos necessários à cons-trução do trabalho coletivo no interior dos equipamentos da Assistência Social. Também as atribuições privativas dos/as Assistentes Sociais, como a elaboração de parecer socioeconômico que, embo-ra no campo das competências, tem se constituído praticamente num estatuto da profi ssão, já que, quando se pensa na questão imediatamente remete-se ao profi ssional de Serviço Social.

Sul e o Encontro Nacional CFESS/CRESS.

A presidenta do CRESS/PR, Maria Izabel Scheidt Pires, abriu o encontro ressal-tando a importância destes momentos entre representantes de diferentes lo-calidades do Paraná. A apresentação fi nanceira e de atividades referentes ao primeiro semestre de 2012 estão publi-cadas no site do CRESS/PR.

Demonstrativo do Resultado do Exercício 01/01/2012 à 30/06/2012

CONTA ORÇADO REALIZADODespesas com Pessoal 564.850,00 240.301,75 Obrigações Patronais 138.500,00 59.495,46 Material de Consumo 36.900,00 18.708,20 Serviços de Terceiros e Encargos 373.250,00 154.835,97 Outros Serviços e Encargos 58.250,00 28.711,20 Diversas Despesas de Custeio 497.252,09 152.488,39 Transferências Operacionais 12.300,00 72,69 Contribuição Pasep - - Despesas de Capital 48.500,00 3.499,00 SUB-TOTAL 1.729.802,09 658.112,66

DESPESAS OPERACIONAISCONTA ORÇADO REALIZADOReceita de Contribuições 1.538.252,09 1.032.489,19 Receita Patrimonial 88.000,00 50.803,51 Receita de Serviços 91.550,00 24.792,27 Transferencias Correntes - - Outras Receitas Correntes 12.000,00 12.178,65

SUB-TOTAL 1.729.802,09 1.120.263,62

SUPERÁVIT LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 462.150,96

RECEITAS BRUTA

Page 6: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

6

De 11 a 14 de outubro em Foz do Iguaçu

“Conquistar, Consolidar e Resistir na Luta por Diretos” é o tema para mo-bilização de toda a categoria e estu-dantes no V Congresso Paranaense de Assistentes Sociais. Neste ano o evento ocorre em Foz de Iguaçu entre os dias 11 e 14 de outubro.

A temática que embasará o V CPAS está ligada à trajetória de conquistas e lutas do Serviço Social brasileiro ao

longo de sua existência. Serão realiza-das palestras, ofi cinas e debates com o compromisso de estimular e ampliar a discussão em torno das demandas e desafi os que envolvem o exercício e a formação do Assistente Social. No Congresso serão oportunizados pro-cessos coletivos para organização de estratégias de fortalecimento das lu-tas sociais, pela conquista e consoli-dação de direitos, para a construção

de uma nova sociedade.

É com este objetivo e direção política que o CRESS/PR está construindo este evento, visando a vivência e oportuni-zando um espaço de debates, sociali-zação de conhecimentos com os profi s-sionais e estudantes de Serviço Social, que ao longo de sua história tem luta-do para “conquistar, consolidar e resistir na luta por direitos”.

Inscrições abertasAs inscrições para o congresso somente são realizadas somente pelo site ofi cial do evento: www.cpas2012.com.br

Valores• Até 4/10: R$ 250,00 para profi ssionais. R$ 110,00 para estudantes de graduação.

• De 5/10 até o evento: R$ 290,00 para profi ssionais. R$ 130,00 para estudantes de graduação.

são realizadas somente pelo site ofi cial do

Veja o que falam sobre o Congresso:

A diretoria:“O congresso está sendo preparado para que pos-samos acumular conhecimentos e experiências e possamos assim ampliar, por meio de nossa inter-venção profi ssional e política a luta pela conquista e defesa de direitos. Com certeza o Congresso vai propiciar a socialização de experiências profi ssio-nais assim como a produção de conhecimento nas diversas sessões temáticas de apresentação de tra-balho. Será um espaço de importantes discussões relativas ao nosso exercício profi ssional em diver-sas políticas. A expectativa é de um excelente con-gresso, que pautará o signifi cado social de nossa intervenção profi ssional”.Elias de Souza Oliveira, vice-presidente do CRESS/PR

A base:“A cada edição o Congresso Para-naense de Assistentes Sociais se apresenta mais elaborado, organi-zado e valorizado e sempre deba-tes ricos. Participei do último CPAS, em 2009 e posso afi rmar que trata de temais atuais, permitindo a re-fl exão cotidiana do nosso trabalho a partir de um olhar mais crítico. O CPAS é a garantia de coletividade, compartilhamento de ideias e ide-ais e de troca de experiências”.Roseane de Souza, NUCRESS/ Foz do Iguaçu

Estudantes:“Eu participei do IV CPAS em Curitiba como estudante e me lembro que na época o congresso foi a luz para a minha profi ssão. Participei de vários debates, os temas apresentados foram bem importantes, o que contri-buiu bastante para a minha formação profi ssional”.Ir. Celoir Gonçalvez, assis-tente social, atua em proje-tos sociais.

Page 7: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

7

Veja o que falam sobre o Congresso:

11/10/2012 (QUINTA-FEIRA)

08h às 18h - Credenciamento

18h às 21h - Conferência de abertura “Lutas e tensões nas conquistas de direitos dos Assis-tentes Sociais: 30 horas, piso salarial e condições de tra-balho” Msc. Jucimeri Isolda Silveira – PUC/PR Dr. Marcelo Braz dos Reis – UFRJ/RJ

12/10/2012 (SEXTA-FEIRA)

08h às 12h - Mesa Redonda“Formação e Exercício Profi ssional Na América Latina” Dr. Carlos Montaño – UFRJ/RJ

14h às 18h - Apresentação de trabalhos

18h às 21h - Lançamento de Livros

13/10/2012 (SÁBADO)

08h às 12h - Plenárias Simultâneas 1) Serviço Social e o Acesso a Justica: Judicialização da Questão Social Drª Beatriz Gershenson Aguinsky – PUC/RS Drª Lucia Cortes da Costa – UEPG/PR 2) A Organização dos Trabalhadores do SUAS: Perspecti-vas e Debates Drª Esther Luiza de Souza Lemos – CFESS / UNIOESTE/PR Esp. Neiva Luz Santos da Silva – Conselheira do CRESS/PR – Assistente social da Prefeitura Municipal de Arau-cária/PR José Ferreira da Crus – MDS3) Direitos Humanos na Perspectiva dos Sujeitos Políticos Esp. Daraci Rosa dos Santos – Conselheira do CRESS/PR – Assistente Social da Prefeitura de Curitiba/PR Dr. Helder Boska de Moraes Sarmento – UFSC/SC Movimento Nacional da População de RuaCUT4) Serviço Social na educação: dilemas e perspectivas Drª Ilda Lopes Witiuk – PUC/PR5) A Matricialidade Socio Familiar nas Políticas Públicas Drª Marta Campos – PUC/SPDrª Cassia Maria Carloto – UEL/PR6) Cidade: Direitos e Conquistas nas Dimensões Urbana e Rural Drª Tatiana Dahmer – UFF/RJDrª Raquel Santana – UNESP/Franca/SP 7) Ética e o exercício profi ssional Drª. Cristina Brites – UFF Rio das Ostras/RJ Drª. Olegna de Souza Guedes – UEL/PR

14h às 18h - Mesa Redonda“O Exercício Profi ssional do Assistente Social e a Política de Assistência Social” Drª Raquel Raichelis – PUC/SP Esp. Roseane Cleide de Souza – Assistente Social da Prefeitura Municipal de Santa Terezinha de Itaipu – NUCRESS Foz do Iguaçu UNIAMERICA Drª Denise Rartmann Arruda Colin – Secretária Na-cional de Assistência Social MDS

18h às 21h - LIVRE

14/10/2012 (DOMINGO)

08h às 12h - Ofi cinas:1) O trabalho profi ssional no CRAS e CREAS Msc. Eutalia Rodrigues – MDS Msc. Telma Maranho Gomes – MDS 2) Estratégias do ensino do trabalho profi ssional Dra. Yolanda Aparecida Demetrio Guerra – UFRJ/RJ 3) Territorialidade, indicadores e avaliação de po-líticas públicasPalestrante MDS A CONFIRMAR 4) A especifi cidade do trabalho do Assistente Social na Saúde Mental Esp. Wanderli Machado – Conselheira do CRESSPR – Assistente Social da Prefeitura Municipal de Curi-tiba/PR Esp. Uilson José Gonçalves Araújo – Conselheiro do CRESS/PR – Assistente Social do Hospital San Julian 5) Estratégias de intervenção profi ssional no sis-tema de garantia de direito da criança e do ado-lescente Drª Zelimar Soares Bidarra – UNIOESTE/PR Drª Silvia Alapanian – UEL/PR 6) Elaboração de estudo social, pareceres, laudos e pericias. Msc. Rita de Cassia Silva Oliveira – TJ/SP UNIFAI/SP 7) A participação dos Assistentes Sociais nos con-selhos de políticas e direitos e a Consolidação do projeto ético político profi ssional Drª Márcia Pastor – UEL/PR

14h às 18h - Conferência de Encerramento:“O signifi cado social da intervenção profi ssional em tempos de desregulamentação de direitos” A CONFIRMAR

Programação do CPAS

Page 8: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

As questões atuais da Seguridade Social

8

ENTREVISTA

Seguridade Social é a forma como o estado garante a proteção social à população. Na Constituição Brasileira é, por defi nição, a articulação entre as políticas de Assistência Social, Saúde e Previdência Social. No mês de junho de 2012 o CRESS/PR promoveu debate sobre este tema com a categoria, contando com o palestrante Renato Francisco dos Santos Paula, doutorando em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Docente no Departamento de Serviço Social da UFG (Universi-dade Federal de Goiás).

Ao tratar de Seguridade Social ele defende um modelo mais amplo que o tripé cons-titucionalmente posto, que inclua a educação, a segurança alimentar, as políticas econômicas e ambientais, o trabalho, a habitação, o acesso à justiça, à terra, à agua, a segurança pública, aos transportes públicos, enfi m, tudo que for necessário, de fato para garantir o bem-estar das pessoas. Também aborda o Piso de Proteção Social, uma nova e importante ferramenta que tem sido debatida mundialmente, com a universalização da proteção social em todos os países. Acompanhe a entrevista.

Quando falamos em Seguridade So-cial, falamos no tripé Assistência, Saúde e Previdência. Em sua fala em evento no CRESS/PR você comentou que devemos ir além deste tripé? O que signifi ca ir além neste caso?

Esse arranjo Constitucional é um arranjo minimalista de proteção social típico das democracias liberais de massas. A inten-ção deste arranjo, baseado neste tripé, é garantir o mínimo necessário para a re-posição de força de trabalho e a coesão social, inclusive do ponto de vista ideo-lógico. Ele legitima uma ideia de que há uma preocupação pública com o bem-estar geral a partir da provisão de saúde básica para todos, de assistência social para os chamados “excluídos” do pro-cesso produtivo e uma previdência para os que estão no mercado de trabalho. Acontece que o conteúdo da Seguridade Social, em tese, é o conteúdo de susten-tação do Pacto Social de uma socieda-de, isto é, ela prevê aquilo que deve ser garantido para os cidadãos de um país com primazia estatal e com vistas a este idealizado bem-estar. O fato de fi car de fora de nosso arranjo Constitucional de Seguridade Social políticas como a edu-cação e a habitação, por exemplo, deixa incompleto o Sistema de Proteção Social e as garantias sociais a mercê do merca-do. Nossa defesa é por uma Seguridade Social mais ampla que o tripé constitu-cionalmente posto.

No Brasil, temos uma política de Se-guridade?

Em minha opinião não temos. A Segu-ridade no Brasil existe apenas no plano formal, na lei, mas que mesmo a lei vi-gente é suscetível a várias interpretações. A Seguridade não se realiza apenas pela nominação de áreas na legislação. É ne-cessário uma concertação orgânica entre elas, galvanizada por uma política sólida de proteção social na estrutura do Estado. No Brasil temos as condições necessárias para ampliar a Seguridade, colocá-la no campo dos direitos humanos de modo universal, equitativo e integral conside-rando que estes princípios já constam na Lei. Nós avançamos muito mais na racionalização e aprimoramento de “pro-gramas” sociais dentro de cada uma das políticas do que na formação de uma uni-dade sistêmica interna e externa destas politicas, mesmo com os avanços do SUS, do SUAS e de outros sistemas unifi cados criados com a intenção de promover essa organicidade. A Seguridade não poderia ser tão frágil como é. Temos também que ter uma proposta de sistema de proteção social que adentre a ossatura do Estado e garanta de fato direitos. Mas para isso precisamos discutir o que é o Estado para nós e como deveria ser o Estado para nós e infelizmente as esquerdas no Brasil es-tão a bater cabeça neste tema. Com isso, a luta se enfraquece e a burguesia vence como tem vencido até hoje.

Como estamos em cada área do Tripé da Seguridade?

Estamos mal, mas com possibilidades. Cada uma das três áreas seguiu seu próprio caminho e elas apresentam características muito próprias. Imagi-ne a seguinte analogia: Uma mulher dá a luz a trigêmeos. Esses trigêmeos são a previdência social, a saúde e a assistência social. Logo na maternida-de esses trigêmeos são sequestrados. A previdência social é sequestrada por uma família muito rica, por isso suas provisões seguem a lógica do merca-do, da rentabilidade, do não-defi cit. A saúde é sequestrada por uma família de classe média, logo, ela transita com muita tranquilidade entre o público e o privado, com uma clara preferencia pelo privado. Já a assistência social não é sequestrada, mas sim abandonada na porta da Igreja. Por isso é confundida com a benemerência, com a caridade, com o fi lantropismo e com o assisten-cialismo. Essa analogia explica muito bem o caráter ideológico e politico que reveste a formação de cada uma destas politicas no Brasil.

Existe em discussão atualmente sobre o Piso de Proteção Social, com a pro-posta de que os países estabeleçam seus patamares mínimos. Como deve funcionar este Piso?

Page 9: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

9

O PPS é um desdobramento da campa-nha que a OIT iniciou em 2001 ‘Pela Ex-tensão da Seguridade Social Para Todos’, que por sua vez já é um desdobramento do mandato que a OIT recebe em 1944 na Declaração da Filadélfi a para o mes-mo fi m. Em 2008 há uma Declaração da OIT “sobre justiça social por uma globalização equitativa”. A partir dali a OIT faz toda uma gestão para se avan-çar nesta agenda. Em agosto de 2010 é criado um Grupo Consultivo para apre-sentar uma proposta da “Iniciativa Piso de Proteção Social” sob o comando de Michelle Bachelet. E a proposta é esta mesmo sintetizada na pergunta: ins-tituir patamares mínimos de proteção social mundo afora. Eles chamam de extensão da Seguridade e estabelecem dois patamares desta extensão, um ver-tical e outro horizontal. Em resumo, a estratégia vertical de cobertura prevê um incremento no nível das prestações, um incremento no número de riscos cobertos e ratifi ca a Convenção 102 da OIT que trata das normas da seguri-dade social no plano internacional; na estratégia horizontal os grupos de po-pulação cobertos são gradativamente ampliados. O Piso consiste basicamen-te em transferências básicas e serviços sociais básicos. Isto é, serviços de saúde básicos, benefícios para famílias pobres com fi lhos, benefícios para idosos e pes-soas com defi ciência pobres e políticas para trabalhadores desempregados ou com renda insufi ciente.

Existem vantagens deste Piso?

Bem, o PPS trás a possibilidade de re-discutir a proteção social no campo dos direitos humanos, mas para isso temos que entrar na disputa. Uma outra ques-tão que pode ser positiva é que ele re-conhece a necessidade de serviços como elementos componentes essenciais da proteção. É outra disputa que temos que fazer, caso contrário permanecerá a prevalência da transferência monetária. Também podemos disputar o conceito no sentido da universalidade em detri-mento da focalização que deu a tônica da proteção social no neoliberalismo e continua dando. Favorece também uma politica de ativação e por fi m ele pode acolher situações distintas em países distintos. Mas isso tudo são possibilida-des e não garantias.

Quais os riscos?

Bem, não podemos ser ingênuos e achar que é uma proposta engajada com algu-ma alternativa societária anticapitalista. No meu entendimento é mais uma nova concertação de bem-estar socioeconô-mico do que outra coisa. Como já nos alertou o professor Evaldo Vieira nos anos 70: “é a política social funcionando como um braço superespecializado da política econômica”. Por isso, temos que disputar esse PPS sabendo onde estamos pisando. Ou seja, nos limites da demo-cracia burguesa e que independente das concepções que se consagrem hegemô-nicas o capital sai fortalecido mesmo que para isso tenha que conceder al-guns benefícios à classe trabalhadora. Por isso, como se trata de disputa o risco mais provável é que a instituição desse minimalismo em escala global possa contribuir para acelerar o ritmo da retra-ção de direitos sociais que também vem sendo implementada em escala global, sobretudo, após a crise recente de epi-centro europeu. No Brasil, por exemplo, nós temos seguranças sociais mais am-plas que a proposta do PPS. A articulação do Bolsa Familia e do BPC com serviços sociais e seu alcance já são mais amplos que a proposta do PPS e nós achamos que ainda não está bom. Por isso, para nós o PPS não se aplica do modo propos-to. Outra coisa é que o desenho uniforme de cobertura básica cria constrangimen-to ao caso brasileiro que opera com pi-lares complementares e além disto ele simplifi ca demais a visão que temos de nossa proteção social, onde eu cito três princípios só para exemplicar: o plura-lismo na organização, o pluralismo no fi nanciamento e a compatibilização de ofertas contributivas, semi-contributivas e não contributivas.

Infelizmente o debate sobre o PPS foi marginalizado pelos setores críticos da sociedade brasileira como os partidos à esquerda, os sindicatos e centrais à es-querda, os movimentos sociais e a pró-pria categoria dos assistentes sociais. Esse debate foi tratado como uma coisa “de governo” e da “ONU” e não se deu a devida atenção. Isso fi cou muito claro para mim quando es-tive participando da 100ª Reunião Ordinária da OIT em Genebra, em maio do ano passado, onde a Comissão de Seguridade

Social da OIT debateu a pauta do PPS. Felizmente muitas de nossas considera-ções foram acatadas, mas isso se deve muito mais a credibilidade que o Brasil obteve nos últimos anos no cenário in-ternacional do que por um acumulo do debate entre nós. O Relatório Bachelet, relatório do Grupo Consultivo presidido por Michele Bachelet está disponível no sitio da OIT em várias línguas inclusive em português. Temos que nos apropriar e nos engajar neste debate sob pena de sermos atropelados pela história. É nes-te sentido que o debate promovido pelo CRESS-PR sobre o tema é pioneiro dentro do conjunto CFESS/CRESS. Precisamos ampliar esse debate.

A Seguridade não poderia ser tão

frágil como é. Temos também que

ter uma proposta de sistema de proteção social que adentre a ossatura do Estado

e garanta de fato direitos.

Renato Francisco dos Santos Paula, doutorando em Serviço Social pela PUC-SP e Docente no Departamento de Serviço Social da UFG.

Page 10: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

10

De 4 a 6 de setembro acontece em Pal-mas- TO o Seminário Nacional de Serviço Social e Direitos Humanos. Como evento preparatório e formativo para a catego-ria, em 22 de agosto o CRESS/PR realizou em Curitiba, na PUC/PR, o 1º Encontro Estadual de Serviço Social, Ética e Direi-tos Humanos, reunindo cerca de 120 pro-fi ssionais e estudantes.

‘Direitos Humanos’ é o termo utilizado

Serviço Social e Direitos Humanos

ENTREVISTA

Como os/as Assistentes Sociais se tor-nam defensores/as dos Direitos Hu-manos?

A profi ssão é a única que tem um projeto ético político profi ssional comprometido com outro modelo de sociedade. Direitos humanos têm tudo a ver com os limites e possibilidades do exercício profi ssional. Porém ser assistente social não implica, automaticamente, ser defensor de direi-tos humanos. Vejam: se o Estado é um dos maiores violadores de direitos, e se ele é nosso maior empregador, e se as cada vez mais precárias condições de trabalho tendem a limitar nossa autonomia pro-fi ssional, é de se esperar que muitos de nós, corramos o risco de ser também ins-trumentos de violação de direitos. Conhe-cer, portanto, o que são direitos humanos e como agir, na ação profi ssional cotidia-na é ir muito além de se dizer defensor do projeto ético político profi ssional.

O que signifi ca então atuar pelos direi-tos humanos?Signifi ca conhecer as contradições so-ciais que violam direitos humanos. Sig-nifi ca estarmos sempre vigilantes para não naturalizarmos comportamentos violadores de direitos. Signifi ca, no exer-cício profi ssional do nosso dia a dia, não nos escondermos atrás de condições de trabalho e de requisições autoritárias das instituições. Signifi ca dar ao deba-te dos direitos dos seres sociais, sempre pertencentes ao gênero humano, a cen-tralidade que ele tem para a luta em tor-no de uma nova sociabilidade. E, quan-do ela chegar, não perder nunca de vista que ela precisa ser construída cotidiana e dialeticamente.

Como se dá esta atuação profi ssional?Em nossa atuação, uma de nossas tare-fas é sistematizar dados dos atendimen-

tos que fazemos. Além de sistematizar, temos que disponibilizar tais análises para movimentos sociais, usuários e outros sujeitos sociais. Se o Estado bra-sileiro toma ciência de violações de di-reitos humanos e nada faz, é possível denunciá-lo a instâncias internacionais. Estas instâncias compõem o sistema de proteção aos direitos humanos e julga-rão o comportamento de cada país e po-dem lhe aplicar sanções – desde indeni-zações até inúmeras recomendações de políticas. Um exemplo da importância da sistematização e disponibilização dos dados é a Lei Maria da Penha. Ela é fruto deste processo de denúncias e mobiliza-ções contra a violência doméstica contra a mulher. Como o Brasil não tomava medidas para eliminar esta dimensão da vida social, a situação foi denunciada a cortes internacionais de direitos huma-nos e o Brasil foi condenado a repara-ções. A condenação incluiu indenização a Maria da Penha, mas, também, medi-das jurídicas e de políticas públicas para o combate àquela violação de direitos. Hoje a Lei Maria da Penha é referência internacional no enfrentamento à vio-lência contra a mulher.

Como se constrói a concepção de Di-reitos Humanos?Entrarei em algumas polêmicas entre algumas concepções. Há um equívoco ao limitar o debate sobre direitos huma-nos a uma contraposição entre apenas duas concepções. Uma teria nascido dos processos de revoluções burguesas, cha-mada de concepção liberal de direitos humanos. Ela foi corretamente criticada por Marx. A segunda seria a concepção marxista. Nesta lógica (para os liberais) direitos humanos seriam especialmente direitos civis e políticos. Os liberais dei-xariam de lado os direitos sociais. Esse

seria o principal limite do debate em tor-no da concepção dos direitos humanos. Nascido das revoluções burguesas, eles seriam, necessariamente, burgueses. O caráter liberal estaria em sua essência. É preciso questionar esta leitura. O ser humano é um ser social. E direitos são sempre sociais e sempre são humanos (mesmo que se refi ram à relação do homem com a natureza). Então estes direitos, que são sempre sociais e hu-manos, não podem ter nascido com as revoluções burguesas. A história regis-tra que lutas sociais contra regimes de dominação e opressão existem há milê-nios. Após suas revoluções a burguesia apresentou seus interesses como se eles fossem universais. Esta concepção de Direitos Humanos em nossa sociedade tem que ser vista em perspectiva dialéti-ca. Ainda mais se pensados no âmbito de uma sociabilidade capitalista, que visa o lucro e assassina milhões de pessoas por péssimas condições de trabalho e vida.

para a defesa dos direitos fundamentais da população e é uma atribuição implíci-ta a todos/as assistentes sociais. “Temos que lembrar que nosso Código de Ética atesta nos seus princípios fundamentais sobre a defesa intransigente dos Direitos Humanos”, comenta a Conselheira Adria-na Mathias, membro da organização do Encontro e coordenadora da Câmara Te-mática de Direitos Humanos do CRESS, lembrando que o tema não se refere

apenas a profi ssionais que atuam em or-ganizações de defesa de direitos, sistema penal, ou outros organismos, mas sim, perpassa todas as áreas de atuação dos/as assistentes sociais. Pela importância do tema para a categoria, publicamos a seguir uma entrevista com o assistente social, Jefferson Lee de Souza Ruiz, as-sessor político do CRESS/RJ e professor da UNIRIO da Escola de Serviço Social.

Jefferson Lee de Souza Ruiz, assessor político do CRESS/RJ e professor da UNIRIO da

Escola de Serviço Social.

Page 11: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

11

Existem diversos/as assistente sociais ocupando espaços como Conselhos de Direitos e de Políticas Públicas, bem como em outras organizações que também têm por fi nalidade exercer o controle social sobre o Estado. Quan-do estes/as assistentes sociais repre-sentam o CRESS/PR é recorrente tomar alguns percalços, principalmente em questões como legitimidade, repre-sentatividade e autonomia.

Tomando como referência os Conse-lhos de Saúde que começaram a se estruturar no início dos anos 90, são 20 anos de exercício da democracia participativa. Neste processo, houve diversos avanços, se considerarmos o quantitativo de Conselhos que foram criados no período. Por outro lado, há que se refl etir sobre a efetividade do controle social. A questão da au-tonomia, por exemplo, é um aspecto a ser analisado quando encontramos segmentos da sociedade civil que re-presentam os usuários e são operado-res de políticas com recursos públicos. Em tese, podemos falar de confl ito de interesses, uma vez que para se obter fi nanciamento público frequentemen-te tem sido necessário renunciar a de-fesa de direitos. Outro dilema ligado à autonomia é a representação no seg-

CONTROLE SOCIAL

Como deve ser a intervenção dos/as representantes do CRESS nos espaços institucionais de controle social?

mento de trabalhadores exercida por profi ssionais com cargos na gestão.

Em relação à legitimidade também existem questões históricas quanto às entidades e seu enquadramento nos segmentos, sobretudo de trabalha-dores do setor (conselhos de classe X entidades sindicais).

Quanto à representatividade questio-namos representações atomizadas, sem discussões e defi nições com o coletivo representado. Também co-locamos em questão a efetividade do controle social pelos Conselhos, quando tomamos como referência: A qualifi cação dos diferentes atores sociais, sobretudo os usuários; a visi-bilidade social que têm os Conselhos; Os horários das reuniões que ocorrem durante o dia; A renovação dos qua-dros; O domínio da questão fi nancei-ra, no sentido de propor orçamento que assegure o estabelecimento de políticas públicas universais, inclu-sivas e com caráter de redistribuição de renda.

Outra refl exão que propomos dirige-se a construção de estratégias para o estabelecimento de alianças que arti-culem sujeitos políticos do campo po-

pular e democrático, para o exercício do controle social sobre o Estado.

Por último, chamamos a atenção para o risco da segmentação das políticas, considerando a “especialização” dos Conselhos e o distanciamento que esta prática pode levar do conceito de seguridade social.

Adotamos um processo dialógico com a categoria, no qual pretendemos re-ceber contribuições para: Estabelecer processos de qualifi cação da interven-ção; Criar espaços presenciais e virtu-ais de interlocução entre conselheiros e categoria; Sugerir a construção e/ou participação dos assistentes sociais em espaços de organizações popu-lares (fóruns, coletivos, etc.) de con-trole social; Organizar um cadastro virtual para aprimorar o processo de representação; Estabelecer critérios para indicação dos representantes do CRESS nos Conselhos de Direito e de Políticas Públicas.

Neste contexto, muitos desafi os estão colocados e com estas “provocações” pretendemos atualizar o debate, qua-lifi car a intervenção e construir estra-tégias para exercer o controle social sobre o Estado.

ESPAÇO NUCRESS

NUCRES Campo Mourão realiza Grupo de DiscussõesO NUCRESS de Campo Mourão pro-move sempre na última sexta feira do mês um grupo de estudos, com o objetivo de fortalecer a categoria profi ssional da região. As discussões estão relacionadas a determinados eixos temáticos que vão de encontro à atuação do profi ssional do Serviço Social.

O NUCRESS Cascavel realiza men-salmente um ciclo de estudos, com 4 encontros previstos para os pró-ximos meses. O primeiro encontro aconteceu no dia 16 de agosto na UNIOESTE, tendo como temática o “Projeto Ético Político do Serviço Social: Relações de Gênero e Políti-cas Públicas”.

O Núcleo do Conselho Regional de Servi-ço Social de Paranavaí em parceria com o Curso de Serviço Social da Faculdade Estadual de Educação, Ciência e Letras realizou no dia 24 de agosto o “I Encon-tro de Formação e Atuação Profi ssional: O estágio como espaço privilegiado para qualifi cação do exercício profi ssio-nal”. O evento aconteceu na Associação Comercial de Paranavaí.

NUCRESS Cascavel promove ciclo de estudos

NUCRESS Paranavaí

Confi ra no site do CRESS/PR a lista de contatos de todos os NUCRESS do Paraná.

Page 12: ANO IV | Nº 13 | JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2012 | CRESS-PR · 2014-01-08 · 20/10/2012 às 9 horas em Primeira convocação com 1/5 dos profi ssionais inscritos e às 9h30 horas em

AGENDA DE EVENTOS – CRESS/PR

4 a 6 de setembro | Seminário Nacional de Serviço Social e Direitos Humanos - Palmas/TO

6 a 9 de setembro | 41º Encontro Nacional do Conjunto CFESS/CRESS - Palmas/TO

19 e 21 de setembro | I Encontro Regional de Pesquisadores da Região Sul - Florianópolis/SC

11 a 14 de outubro | V Congresso Paranaense de Assistentes Sociais - Foz do Iguaçu/PR

5 de novembro | XIII Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social (ENPESS) - Juiz de Fora/MG

REMETENTE: Conselho Regional de Serviço Social da 11ª Região (CRESS-PR) – Rua Monsenhor Celso, 154, 13º andar. Centro, Curitiba – PR | CEP 80010-913

Acompanhe a atualização da agenda no site

www.cresspr.org.br

Eleições em pautaAs eleições municipais deste ano ocorrem no dia 7 de outubro e nos municípios em que houver segundo turno, será dia 28 de outu-bro. São ao todo 29.686 candidatos dispu-tando vagas de prefeito/a, vice e vereador/a nos 399 municípios do Paraná. Somente na capital, são 728 candidatos/as às 38 vagas de vereador/a e oito candidatos/as à vaga de prefeito/a. Em meio a tantos candidatos, como escolher?

A gestão atual do CRESS/PR acredita que se deve votar em propostas, em partidos com histórico comprometido com a defesa da classe trabalhadora, não apenas em pes-soas. Então, entender as propostas dos/as candidatos/as e a linha ideológica que os/as orientam são os fatores que devem orientar o voto. A conselheira do CRESS/PR Wanderli Machado aponta algumas refl exões.

“O primeiro mito que deve ser esclarecido é que votar em branco não vai anular uma eleição. Independente da frustração com al-guns/mas políticos/as, sempre se deve votar em alguém”, explicando que não gostar de política não evita que as eleições ocorram e que sejam eleitos/as aqueles/as que não se comprometem com os direitos do povo. Anular uma eleição signifi ca maiores gas-tos para o Estado na promoção de um novo processo eleitoral, lembrando sempre que, quem paga, é o/a cidadão/ã.

Acreditar que é possível mudanças, acom-panhar os mandatos eletivos, cobrar po-líticas públicas, via movimentos sociais e espaços de controle social são instrumentos que vão além do voto e devem ser utilizados no cotidiano populacional. Muitas vezes os/as eleitos/as não correspondem ao esperado porque não são cobrados e vice-versa. Deve-se superar também o mito de que votar é o mesmo que exercer cidadania.

Outro esclarecimento apontado é com re-lação ao que a conselheira denota como candidaturas “chapa-branca” de mulheres. O número de homens candidatos tem sido sempre bem superior ao número de mu-lheres candidatas. Em 2012 são 8.628 mu-lheres concorrentes, contra 21.226 homens inscritos no Paraná. Isso ainda porque a legislação eleitoral estabeleceu um mínimo de 30% de candidatos/as de cada sexo. “Com isso, existem partidos que para cumprir a lei eleitoral lançam a candidatura de mulheres sem história, comprometimento e mesmo sem competência sufi ciente para exercer o papel de vereadora. Essas mulheres sem mi-litância muitas vezes entram no meio com a visão de que fazer política é sinônimo de fazer fi lantropia e se eleitas, podem fi car du-rante o mandato inteiro sem a compreensão do papel de uma vereadora”, lembra Wan-derli. Ressalta que há partidos que lançam e algumas mulheres se submetem a serem candidatas “laranjas”, contribuindo e fazen-do campanha para a eleição dos homens (o que é proibido, mas pode ocorrer), sem de fato estarem comprometidas com os direitos de todos/as, se prestando a continuar num papel de subserviência política aos homens.

Ela ressalta também a importância em ana-lisar a trajetória política dos/as candidatos/as independente de ser homem ou mulher, ou de já ter ocupado cargo político anterior-mente: “Pessoas que nunca tiveram cargos públicos também podem ter trajetória polí-tica, história de militância. Independente de já ter ocupado cargo político ou não, é im-

portante que se analise a que causas a traje-tória do/a candidato/a está comprometida”.

Ela lembra também que não basta a veri-fi cação da fi cha do/a candidato/a para sa-ber se ele tem comprometimento sério com a população, pois “não basta o/a político/a ter sido julgado ou cassado para saber se ele está com a ‘fi cha suja’, já que para isso ele/a precisa ter sido/a denunciado/a”. Muitos/as candidatos/as, embora não tenham proces-sos ofi ciais de denúncia, tem um currículo público que não corresponde a uma ética política aceitável.

Outro mito citado é o de que devemos votar por aquele/a que tem “ética na política”, con-siderando que toda ética corresponde a uma determinada concepção de mundo. Essa éti-ca de alguns candidatos/as pode correspon-der aos interesses do capital, que explora e degrada a natureza, o meio ambiente, a vida humana e todas as espécies do planeta. Pode ser uma ética vinculada ao pensamento con-servador do modelo de família, de sociedade, de relações humanas e sociais, de ordem, de progresso, a partir de princípios já superados pela nossa profi ssão.

A categoria de assistentes sociais é uma categoria que tem um projeto ético e polí-tico. Por lógica, os/as profi ssionais devem votar nas propostas que estejam de acor-do com este projeto da categoria. “Nosso compromisso de classe é pela luta em prol da justiça e da equidade social. O compro-misso do/a candidato/a deve ser então com as políticas públicas inclusivas”, ressalta a conselheira Wanderli, afi rmando também que se deve analisar se ele/a está se com-prometendo com a população ou se está se comprometendo com o capital e isso se verifi ca pelas propostas e pela trajetória po-lítica. Deve-se lembrar que as alianças reali-zadas no período da campanha irão nortear a gestão então fi quem atentos a quem é o agente fi nanciador da campanha e o que ele vai cobrar após a eleição.A assistente social Wanderli Machado, conselheira do CRESS/PR