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|. . - .«*vV*' ANO II Rio de Janeiro, semana de 29 de abril a 5 de maio de 1960 N' 61 Diretor Mário Alves Redator-Chefe Orlando Bomfim Jr. Gerente Guttemberg Cavalcanti Repto ao "JBü ORLANDO BOMFIM JR. O «Jornal do Brasil» de domingo último dedicou ao Partido Co- mu nista uma reportagem de página inteira (assinada por Newton Carlos) e o principal tópico de sua pá- gina de comentários. Tanto na repor- tagem como ,io tópico, as deturpações e tentativas de empulhamento do leitor não conseguem disfarçar de lodo a pre- ocupação com os reflexos positivos da atual orientação, política dos comunis- tas. Deve sentir-se na verdade muito assustada a senhora Condessa para nos brindar com mais de uma página, pois é sabido que sua ganância repousa na venda a alto preço do espaço do jor- nal, dividido e subdividido nos peque- nos anúncios de poucos centímetros. ESSA preocupação temerosa diante dos novos caminhos seguidos com êxito pelos comunistas brasileiros existe também em outros órgãos da im- prensa de aluguel, particularmente os entrosados na campanha do sr. Jânio Quadros. E ela se tem manifestado num esforço para lançar a confusão no interior do movimento comunista, para influenciar simpatizantes e outros seto- res da esquerda. foi anunciada pela .«Tribuna da Imprensa» (e o «Correio da Manhã» repetiu dias depois o anún- cio) a publicação de um manifesto de «dissidentes» apoiando Jânio. O «Diá- rio de Notícias» descobriu que os diri- gentes comunistas iam reexaminar a questão do apoio a Lott. E o mesmo «Jornal do Brasil» noticiou que a ordem era fazer corpo mole, aguardando os acontecimentos. Como se vê, muda o -tom, mas a toada é a mesma. E está afinada com o empenho do sr. Jânio Quadros em «fixar ao seu lado o elei- torado de esquerda, a vasta área sen* sibilizada pelo Partido Comunista», con- forme afirmou o jornalista Carlos Cas- telo Branco "na 'révísVa'L«Cr"Cnj«H^o»; O TÓPICO e a reportagem do «Jor- nal do Brasil» difundem a idéia de que o Partido Comunista está em declínio, «dividido, e cheio de contradições internas», com «a maioria do- simpatizantes do comunismo tonta e desconfiadas. Mas, a reportagem se encarrega de desmentir seu próprio ti- luto e desfazer as conjecturas do tópico, ao afirmar que «as bases do PCB vêm recebendo reforços razoáveis desde 1957». Estranho declínio, sem dúvida. POR outro lado, é de se notar que toda a exploração é feita em torno do debate sobre as Teses e o Pro- jeto de Estatutos. Mas esse debate público e livre constitui exatamente uma demonstração de vitalidade. Os comunistas não receiam expor e' dis- cutir, aos olhos todos, amigos e ini- migos, sem ocultar divergências ou con- tradições, o que pensam sobre os pro- blemas do mundo e do país e quais as causas e objetivos da sua atividade po- litica. Têm a certeza de que, assim agindo, saem fortalecidos, porque en- contrarão os caminhos de luta mais acertados. E assim agem porque não são políticos que disputam postos de mando ou vantagens pessoais, usando como armas a intriga, os cambalachos e golpes baixos de qualquer natureza. Ao contrário, atuam na base de prin- cípios e tendo em vista a solução dos problemas fundamentais do país. A PROPÓSITO, vale a pena com- parar, nestes momentos de cam- panha eleitoral, o comportamen- to das diversas agremiações partidárias, no cenário político e frente às suas questões internas. A casta UDN nos dá, em setores da sua cúpula, o exem- pio mais expressivo. E' um curioso la- var de roupa suja no qual a sujeira que aparece vai aumentando sempre. Eles mesmos se classificam de sem-vergo- nhas, desleais, negocistas, corruptores, etc, e continuam juntos, naturalmente ligados pela vigilância, que se diz éter- na. Para nada disso, afinal, devem dar grande importância. Porque na reali- dade estrilam quando os interesses pessoais ou de grupos são utingidos. NO debate livre e público das Teses e do Projeto de Estatutos, os co- munistas dão também um exem- pio do caráter democrático do seu mo- vimento. Em que outro partido se faz o mesmo ? Em que outro partido os problemas ideológicos, de organização partidária (Estatutos), de elaboração da linha Dolítica são submetidos a um debate serio e de princípios, prolongado c coletivo, aberto a Iodos os membros? "'AM ai- as interrogações, como oportunidade para uma resposta do «J.B.». Se qu.ser, E se puder. íiJJ^lAa*^y-^^'^*''^i^•»'?''^"^^^r-i'J^¦|^^|^T^Tl>rt-, n'-ft r'v ¦ i HflCIONÍLISTUS REPELEM 0 IÔG0 DO COHTINUISMO , . - «--. '.. .-v .-¦ .. ¦ i J Candango Vi om uni Leia na 6',página c/o 2 Caderno reportagem de LUIZ FERNANDO MSBSHI WFm m mmm v. .^ip$l I ^Lmkkm^-mmawWimaW¦ æ' #'¦' VíSkK^tKíÍ^^^B RoV æfc^lNlitlnWlriP^ ' 'i i ri i '• ¦"' ''¦'¦¦'¦fWriit -tPSRSv^^^lI' '}*&sJJ!^^^£3jmmmmm\*'*''¦'•'*' '¦'W^r,-'^IV-m\' .mtyjí-*'" ^*. 'f l ^mmmmKSiS^^^^f^- i'''?'-¦' i\m-'¦¦ \l*':'v'í "' ¦ ¦ '^^^lISh^k i^ilS^lllI1SSI&' ^%'™""«fa ". Z- ¦!'¦.' Portaria 55 provoca protestos CENTENAS de trabalhadores da foi- xa do cais do Rio dt Janeiro su- biram as escadaria> do Ministé- rio do Trabalho, (foto) na última se- gunda-feira, e m p unhando dísticos e cartazes, procurando o ministro Batis- tu Ramos para exigir dele a revoga- ção da Portaria 55, que prorroga os i-.<-n-l"'~< des at^-rs H:''—"ites sindi- cais até fevereiro de 19ó2. Formularam então, ao sr. Alyrio de Salles Coelho, o seu protesto contra a violação da au- tonomia sindical. Leia, a p'opósito 'Io assunto a Nota Sindical, na segunda página deste caderno.,- , ' A INAUGURAÇÃO do Brasília e a enorm* promoção p u b 11 citaria nus ftsse acontecimento repre- sentou para o sr. Juscclino Kubitschek •stão levando certos setores do situa- cionismo a novas articulações contra a candidatura do marechal Teixeira Lott. Volta-se a falar em «mandato tampão» 04i na prorrogação do mandato da JK. (Ler om «Panorama», 3' página) Lucas Lopes e Roberto Campos: Agentes da «Hanna»! ÜMA intensa batalha de bastidores está om curso, entre trustes im- perialistas, pela posse do mine- . rio de ferra do Brasil. Um dos trustes é a «Hanna Co.», empresa norfe-ame- ricana, cujo projeto foi elaborado pe- los conhecidos entreguista* Roberto Campos e Miguel Osório,.contando,com .1'J e^ifjtwtíevtícnitw ,ffijtyit£!jan^Çji- guista «honesto»: Luta» Lopes; - Oútte truste é a «Férrdstaal», associação ger- - mano-brasileira. Por- fim,- híá o grupo Rockfellor-Cleveland que está na imi- nência de apoderar-se da Ciai Vale do Rie Doce. (Leia na 2' pág. do 2' cad.) \ 'ym&ãWÈaaWm MáWlmMÊm ¦ ¦.-.- ¥MXWBm%amwmWamWmmmmm%mmm^ ',ÍH 9iW I W$tPÊZmW&%\\\ \\mm\\^M^m\^K\\\\W ^"•!»ffll rara IWi-íl Kim\ mWçmmkma W^tVs J^i Hl - ¦'.-!'¦ f'.-á91 WÊm^Ê WlM/^\ -wm P' ' ¦ 'iWmm\-\*mmmmmmmW*~T\Jk< ^mt M '' .H IJWIiLf/ V.^etv mWmh m ' i" II BH Wwêêê W\ M 'm< maÊmmmMmmf fl Wm^^w^^aJwmÊmWtWjJÊM '»-¦'¦ i- ' '' Xm\ mm\\ .«, Braj^BJBC^^^^P .' 9^m^WmÚmm^mmm_immV**em^m- '¦,•':~!im\\mmm\ 'ky$mmm\mW2. ¦ ™*^sj|Lm^B' J ¦¦¦'^WmVmmW^' .41W I ¦ '^éMÊÈmmm £;' 11 iflil '?fflsl PS ¦ " ^k^sflmafrÊ i-tf&l WnZáU mY-'.>'í.mímatÈÈ .- K'i*SaP mam^mém êm:"\Tsl¦ '?f^R^jm\\m\W^Mmm\\m\\\.% '^™»H '•'/-m/Bím\\r\mm^^\\\\m\. ^^^PBcsl ÍJm\ \mmmZ^a\\\ í ' m ^liW ¦. 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Canto de cisne do ditador sui-coreano '•¦ive-.rv. t ..... hiífc,*, ;.'.JèisTIPOIS oa-quinze onot-de^wiiíríi ¦.-:nrjB8í.scatáaura di3^aXte ",r!T- .^.chegà agora ao seu fim."Na* ruas das principais cidades do país, centenas^ de milhares de manifestantes exigiam a renúncia do ditador ,e do vice-presidente «eleito» e a convoca* ção de novas eleições. Diante da *i« tuqçâo, o governo norte-americano- nao lev%>oòfrár:,,qlíéina.tiva-' e, para sal- var a cara, condenou a ditadura que êl<:! mesmo' sustentou; provocando suo queda. Leip reportagem na 7" página do 1" caderno. Na foto,' soldado ian« qui fuzila patriota coreano Primeiro de Maio LUIZ CARLOS PRESTES SETENTA anos depois do massacre de Chicago, po- demos afirmar que o Primeiro de Maio não é apenas uma jornada de luta e de protesto, mas também um grande dia de f e s t a em què os tra- balhadores do mundo inteiro celebram a vitória de seus ideais socialistas, triunfanfes para um terço da hu- manidade. NO BRASIL, os trabalhadores sabem fazer do Pri- meiro de Maio um verdadeiro dia dos trabalha- dores, uma festa efetivamente do trabalho, livre da interferência patronal e do Ministério do Trabalho, da demagogia enganadora de uma pretensa «paz so- ciai». Reunem-se em seus sindicatos e associações ou ganham a praça pública para, junto com outras fôrças patrióticas e populares balancear suas lutas e festejar as vitórias alcançadas na defesa de suas reivindicações e na luta pelo progresso social, na grande luta pela emancipação econômica de nosso país. uma única orientação e direção, conforme a decisão adotada, por votação unânime, na histórica II Confe- rência Nacional dos Trabalhadores do Brasil. c OM o reforçamento do movimento sindical colocam- se diante dos trabalhadores novas e mais impor- tantes tarefas. Acentua-se, dia a dia, a contradição entre uma legislação trabalhista com características rea- cionártas, elaborada durante os anos do Estado Novo, e o desenvolvimento da democracia no país ou mesmo os próprios preceitos da Constituição Federal de 194ó. Acentua-se, assim, a luta pela autonomia e a liberda- de sindical, contra o famigerado decreto-lei 9.070, e preceitos legais que permitem decisões tão reacionárias como a recente portaria que prorroga por dois anos os mandatos dos dirigentes sindicais, contra a qual le- vanta-se no momento todo o movimento'sindical o*e- rário no Brasil. N Prossegue debate sobre a política dos comunistas OAMPLQ debate iniciado nas co- lunas de NOVOS RUMOS sobre a política dos comunistas bra- sileiros e o Projeto de Estatutos do Par- tido Comunista do Brasil prossegue na edição de hoje. TRIBUNA DE DEBATE publica, na 3* e 4* páginas do segun- do caderno, artigo oe Milton Eloy, Eu- gênio Chemp e Carlos Danielli, além da continuação do artigo de Maurício Grabois. Na 0d página (2? caderno) tornamos publicar as normas para a publicação dos art;gos dos companhei- to* que desejem participar do debate. | O ANO decorrido, os trabalhadores brasileiros sou- beram defender com decisão e energia seu nível de vida. Diante da ameaça brutal de uma violen- ta carestia da vida, souberam unir suas fileiras e exigir do patronato e do Estado os aumentos de salários ne- cessados, não permitindo de forma alguma que pudes- sem tomar corpo as tentativas reacionárias dos porta- vozes do imperialismo a respeito de qualquer congela- mento ds salários. E com razão iniciam neste momen- to a batalha pela revisão do salário mínimo, bandeira de luta que, levantada pelos trabalhadores de S. Paulo e de outros Estados, estender-se-á rapidamente a todo o país. Lutando em defesa da dignidade de seu nível vida, os trabalhadores brasileiros reforçam sua orga- nização e sua unidade e contribuem, assim, decisiva- mente para a salvaguarda das liberdades democráticas e das garantias constitucionais no país. Os trabalhado- res cariocas, através de sua III Convenção Sindical e com a criação da Comissão permanente coordenadora do movimento sindical do Estado da Guanabara, conso- lidam sua unidade e Indicam o justo caminho a seguir pelos trabalhadores dos demais Estados, como São Pau- Io, Santa Catarina, Estado do Rio, Rio Grande do Sul, que se reúnem neste momento em seus Congressos esta- duais. E por este caminho avançam os trabalhadores para o grande Congresso Sindical Nacional, previsto para o próximo mês de julho, atrais do qual hão de dar um importante passo no sentido da consolidação da unidade dos trabalhadores de todo o Brasil sob O S TRABALHADORES brasileiros têm também a cer- teza de que, à medida que unem suas fileiras, poderão através do movimento operário brasilei- ro dar uma contribuição crescente para a unidade inter- nacional do proletariado. Fazendo do Primeiro de Maio i um dia de solidariedade, manifestam seu protesto diante dos massacres racistas na União Sul-Africana, diante da reação sanguinária na Coréia do Sul, e expressam seu apoio ao povo irmão de Cuba e ao governo revolucio- nário de Fidel Castro. Tudo saberão também fazer para que d próxima conferência de cúpula chegue a resul- tados positivos, que determinem novo avanço no sen- tido da diminuição da tensão internacional. S TRABALHADORES brasileiros, que tôm participa» do com decisão e energia das lutas patrióticas em defesa do petróleo e demais riquezas nacio- nais, e que em todas as suas reuniões e Congressos têm sempre se manifestado unanimemente pelas reivindica- ções nacionalistas, se movimentam neste momento para dar sua inestimável contribuição na grandb cam- panha da sucessão presidencial, dispostot a tudo fazer para garantir a vitória dos candidatos nacionalistas a 3 de outubro. O N ESTE Primeiro de Maio, dia da solidariedade inter» nacional dos trabalhadores, o movimento opera- rio brasileiro afirmará mais uma vez sua decisão de lutar som desfalecimento, junto com as demais fôrças [ patrióticas e domocrát^as, p*la emancipação comple- .È.í ta do país, por uma reforma agrária, pela paz e a de* mocracla. mfM ¦ **!-:: i ¦ r , . ¦ ... ...v.....i-'.^¦¦«

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|. . - .«*vV*'

ANO II Rio de Janeiro, semana de 29 de abril a 5 de maio de 1960 N' 61

Diretor — Mário Alves Redator-Chefe — Orlando Bomfim Jr. Gerente — Guttemberg Cavalcanti

Repto ao "JBüORLANDO BOMFIM JR.

O

«Jornal do Brasil» de domingoúltimo dedicou ao Partido Co-mu nista uma reportagem de

página inteira (assinada por NewtonCarlos) e o principal tópico de sua pá-gina de comentários. Tanto na repor-tagem como ,io tópico, as deturpaçõese tentativas de empulhamento do leitornão conseguem disfarçar de lodo a pre-ocupação com os reflexos positivos daatual orientação, política dos comunis-tas. Deve sentir-se na verdade muitoassustada a senhora Condessa para nosbrindar com mais de uma página, poisé sabido que sua ganância repousa navenda a alto preço do espaço do jor-nal, dividido e subdividido nos peque-nos anúncios de poucos centímetros.

ESSA preocupação temerosa diante

dos novos caminhos seguidos comêxito pelos comunistas brasileiros

existe também em outros órgãos da im-prensa de aluguel, particularmente osentrosados na campanha do sr. JânioQuadros. E ela se tem manifestadonum esforço para lançar a confusão nointerior do movimento comunista, parainfluenciar simpatizantes e outros seto-res da esquerda. Já foi anunciada pela

.«Tribuna da Imprensa» (e o «Correioda Manhã» repetiu dias depois o anún-cio) a publicação de um manifesto de«dissidentes» apoiando Jânio. O «Diá-rio de Notícias» descobriu que os diri-gentes comunistas iam reexaminar aquestão do apoio a Lott. E o mesmo«Jornal do Brasil» noticiou que a ordemera fazer corpo mole, aguardando osacontecimentos. Como se vê, muda o

-tom, mas a toada é a mesma. E estáafinada com o empenho do sr. JânioQuadros em «fixar ao seu lado o elei-torado de esquerda, a vasta área sen*sibilizada pelo Partido Comunista», con-forme afirmou o jornalista Carlos Cas-telo Branco

"na 'révísVa'L«Cr"Cnj«H^o»;

O

TÓPICO e a reportagem do «Jor-nal do Brasil» difundem a idéiade que o Partido Comunista

está em declínio, «dividido, e cheio decontradições internas», com «a maioriado- simpatizantes do comunismo tontae desconfiadas. Mas, a reportagem seencarrega de desmentir seu próprio ti-luto e desfazer as conjecturas do tópico,ao afirmar que «as bases do PCB vêmrecebendo reforços razoáveis desde1957». Estranho declínio, sem dúvida.

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outro lado, é de se notar quetoda a exploração é feita em tornodo debate sobre as Teses e o Pro-

jeto de Estatutos. Mas esse debate —público e livre — constitui exatamenteuma demonstração de vitalidade. Oscomunistas não receiam expor e' dis-cutir, aos olhos dè todos, amigos e ini-migos, sem ocultar divergências ou con-tradições, o que pensam sobre os pro-blemas do mundo e do país e quais ascausas e objetivos da sua atividade po-litica. Têm a certeza de que, assimagindo, saem fortalecidos, porque en-contrarão os caminhos de luta maisacertados. E assim agem porque nãosão políticos que disputam postos demando ou vantagens pessoais, usandocomo armas a intriga, os cambalachose golpes baixos de qualquer natureza.Ao contrário, atuam na base de prin-cípios e tendo em vista a solução dosproblemas fundamentais do país.

A

PROPÓSITO, vale a pena com-parar, nestes momentos de cam-panha eleitoral, o comportamen-

to das diversas agremiações partidárias,no cenário político e frente às suasquestões internas. A casta UDN nosdá, em setores da sua cúpula, o exem-pio mais expressivo. E' um curioso la-var de roupa suja no qual a sujeira queaparece vai aumentando sempre. Elesmesmos se classificam de sem-vergo-nhas, desleais, negocistas, corruptores,etc, e continuam juntos, naturalmenteligados pela vigilância, que se diz éter-na. Para nada disso, afinal, devem dargrande importância. Porque na reali-dade só estrilam quando os interessespessoais ou de grupos são utingidos.

NO

debate livre e público das Tesese do Projeto de Estatutos, os co-munistas dão também um exem-

pio do caráter democrático do seu mo-vimento. Em que outro partido se fazo mesmo ? Em que outro partido osproblemas ideológicos, de organizaçãopartidária (Estatutos), de elaboraçãoda linha Dolítica são submetidos a umdebate serio e de princípios, prolongadoc coletivo, aberto a Iodos os membros?

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do «J.B.». Se qu.ser, E se puder.íiJJ^lAa*^y-^^'^*''^i^•»'?''^"^^^r-i'J^¦|^^|^T^Tl>rt-, n'-ft r'v ¦ i

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de trabalhadores da foi-xa do cais do Rio dt Janeiro su-biram as escadaria> do Ministé-

rio do Trabalho, (foto) na última se-

gunda-feira, e m p unhando dísticos ecartazes, procurando o ministro Batis-tu Ramos para exigir dele a revoga-ção da Portaria 55, que prorroga osi-.<-n-l"'~< des at^-rs H:''—"ites sindi-cais até fevereiro de 19ó2. Formularamentão, ao sr. Alyrio de Salles Coelho, oseu protesto contra a violação da au-tonomia sindical. Leia, a p'opósito 'Ioassunto a Nota Sindical, na segunda

página deste caderno. ,- , '

A

INAUGURAÇÃO do Brasília e aenorm* promoção p u b 11 citarianus ftsse acontecimento repre-

sentou para o sr. Juscclino Kubitschek•stão levando certos setores do situa-cionismo a novas articulações contra acandidatura do marechal Teixeira Lott.Volta-se a falar em «mandato tampão»04i na prorrogação do mandato da JK.(Ler om «Panorama», 3' página)

Lucas Lopes eRoberto Campos:Agentes da «Hanna»!

ÜMA

intensa batalha de bastidoresestá om curso, entre trustes im-perialistas, pela posse do mine-

. rio de ferra do Brasil. Um dos trustesé a «Hanna Co.», empresa norfe-ame-ricana, cujo projeto foi elaborado pe-los conhecidos entreguista* RobertoCampos e Miguel Osório,.contando,com

.1'J e^ifjtwtíevtícnitw ,ffijtyit£!jan^Çji-guista «honesto»: Luta» Lopes; - Oúttetruste é a «Férrdstaal», associação ger-- mano-brasileira. Por- fim,- híá o grupoRockfellor-Cleveland que está na imi-nência de apoderar-se da Ciai Vale doRie Doce. (Leia na 2' pág. do 2' cad.)

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HISTÓRIA da paAiclp*çâo,àe'JK:nio QuadroiafiE^pK3«C3a*:

vembro de 1955 é revelada aosleitores de NOVOS RUMOS na repor-tagem què é publicada na V páginado 2' caderno desta edição. Comparsado govimo udenista' que se apossoudo Poder com a morte de Vargas, Jâ-ril^pàrficipau ativamente na • cónjyra

que pretendia -impor ao país a dita-dura do clube da lanterna. Mas o povoe o Exército imobilizaram os golpistase derrotaram o lanterneiro Jânio Qua-dros.

Canto de cisnedo ditadorsui-coreano

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ruas das principais cidades do país,centenas^ de milhares de manifestantesexigiam a renúncia do ditador ,e dovice-presidente «eleito» e a convoca*ção de novas eleições. Diante da *i«tuqçâo, o governo norte-americano- naolev%>oòfrár:,,qlíéina.tiva-' e, para sal-var a cara, condenou a ditadura queêl<:! mesmo' sustentou; provocando suoqueda. Leip reportagem na 7" páginado 1" caderno. Na foto,' soldado ian«qui fuzila patriota coreano

Primeiro de MaioLUIZ CARLOS PRESTES

SETENTA

anos depois do massacre de Chicago, po-demos afirmar que o Primeiro de Maio já não éapenas uma jornada de luta e de protesto, mas

também um grande dia de f e s t a em què os tra-balhadores do mundo inteiro celebram a vitória de seusideais socialistas, já triunfanfes para um terço da hu-manidade.

NO

BRASIL, os trabalhadores já sabem fazer do Pri-meiro de Maio um verdadeiro dia dos trabalha-dores, uma festa efetivamente do trabalho, livre

da interferência patronal e do Ministério do Trabalho,da demagogia enganadora de uma pretensa «paz so-ciai». Reunem-se em seus sindicatos e associações ouganham a praça pública para, junto com outras fôrçaspatrióticas e populares balancear suas lutas e festejaras vitórias alcançadas na defesa de suas reivindicaçõese na luta pelo progresso social, na grande luta pelaemancipação econômica de nosso país.

uma única orientação e direção, conforme a decisãoadotada, por votação unânime, na histórica II Confe-rência Nacional dos Trabalhadores do Brasil.

c OM o reforçamento do movimento sindical colocam-se diante dos trabalhadores novas e mais impor-tantes tarefas. Acentua-se, dia a dia, a contradição

entre uma legislação trabalhista com características rea-cionártas, elaborada durante os anos do Estado Novo,e o desenvolvimento da democracia no país ou mesmoos próprios preceitos da Constituição Federal de 194ó.Acentua-se, assim, a luta pela autonomia e a liberda-de sindical, contra o famigerado decreto-lei 9.070, epreceitos legais que permitem decisões tão reacionáriascomo a recente portaria que prorroga por dois anos osmandatos dos dirigentes sindicais, contra a qual le-vanta-se no momento todo o movimento'sindical o*e-rário no Brasil.

N

Prossegue debatesobre a políticados comunistas

OAMPLQ

debate iniciado nas co-lunas de NOVOS RUMOS sobrea política dos comunistas bra-

sileiros e o Projeto de Estatutos do Par-tido Comunista do Brasil prossegue naedição de hoje. TRIBUNA DE DEBATEpublica, na 3* e 4* páginas do segun-do caderno, artigo oe Milton Eloy, Eu-

gênio Chemp e Carlos Danielli, alémda continuação do artigo de MaurícioGrabois. Na 0d página (2? caderno)tornamos publicar as normas para a

publicação dos art;gos dos companhei-to* que desejem participar do debate.

| O ANO decorrido, os trabalhadores brasileiros sou-beram defender com decisão e energia seu nívelde vida. Diante da ameaça brutal de uma violen-

ta carestia da vida, souberam unir suas fileiras e exigirdo patronato e do Estado os aumentos de salários ne-cessados, não permitindo de forma alguma que pudes-sem tomar corpo as tentativas reacionárias dos porta-vozes do imperialismo a respeito de qualquer congela-mento ds salários. E com razão já iniciam neste momen-to a batalha pela revisão do salário mínimo, bandeirade luta que, levantada pelos trabalhadores de S. Pauloe de outros Estados, estender-se-á rapidamente a todoo país. Lutando em defesa da dignidade de seu níveldé vida, os trabalhadores brasileiros reforçam sua orga-nização e sua unidade e contribuem, assim, decisiva-mente para a salvaguarda das liberdades democráticase das garantias constitucionais no país. Os trabalhado-res cariocas, através de sua III Convenção Sindical ecom a criação da Comissão permanente coordenadorado movimento sindical do Estado da Guanabara, conso-lidam sua unidade e Indicam o justo caminho a seguirpelos trabalhadores dos demais Estados, como São Pau-Io, Santa Catarina, Estado do Rio, Rio Grande do Sul,que se reúnem neste momento em seus Congressos esta-duais. E por este caminho avançam os trabalhadorespara o grande Congresso Sindical Nacional, previstopara o próximo mês de julho, atrais do qual hão dedar um importante passo no sentido da consolidaçãoda unidade dos trabalhadores de todo o Brasil sob

O S TRABALHADORES brasileiros têm também a cer-teza de que, à medida que unem suas fileiras,poderão através do movimento operário brasilei-

ro dar uma contribuição crescente para a unidade inter-nacional do proletariado. Fazendo do Primeiro de Maio ium dia de solidariedade, manifestam seu protesto diantedos massacres racistas na União Sul-Africana, diante dareação sanguinária na Coréia do Sul, e expressam seuapoio ao povo irmão de Cuba e ao governo revolucio-nário de Fidel Castro. Tudo saberão também fazer paraque d próxima conferência de cúpula chegue a resul-tados positivos, que determinem novo avanço no sen-tido da diminuição da tensão internacional.

S TRABALHADORES brasileiros, que tôm participa»do com decisão e energia das lutas patrióticasem defesa do petróleo e demais riquezas nacio-

nais, e que em todas as suas reuniões e Congressos têmsempre se manifestado unanimemente pelas reivindica-ções nacionalistas, já se movimentam neste momentopara dar sua inestimável contribuição na grandb cam-panha da sucessão presidencial, dispostot a tudo fazerpara garantir a vitória dos candidatos nacionalistas a3 de outubro.

O

N ESTE Primeiro de Maio, dia da solidariedade inter»nacional dos trabalhadores, o movimento opera-rio brasileiro afirmará mais uma vez sua decisão

de lutar som desfalecimento, junto com as demais fôrças [patrióticas e domocrát^as, p*la emancipação comple- .È.íta do país, por uma reforma agrária, pela paz e a de*mocracla.

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— 2 -- NOVOS RUMOS •snmt*29 de abril a 5 de maio de 1960

Sindicato dos Trabalhadores em Empresasde Carris Urbanos, Trolley-bus e CabosAéreos do Rio de JaneiroSede: Rua Maia Lacerda, 170 — (Edifício Próprio)

Telefones: 32-2650 e 52-5971 — Estado da Guanabara

) Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de CarrisUrbanos, Trolley-bus e Cabos Aéreos do Rio de Janeiro, saúda o1- de Maio ç os trabalhadores de todo mundo, desejando aos traba-lhadores do Brasil bom êxito em suas lutas por melhores condições

-de vida, pela paz e felicidade de nosso povo, fazendo votos tambémde bom êxito e de prosperm-í.ie ao novo Estado da Guanabara.

A Diretoria

Antônio Joaquim Crespo a« VasconcellosGeraldo SoaresMário Genuíno de FreitasManoel Pinto de Oliveira JúniorAntônio da Silva LeiteSeverino Menezes de SouzaRavmundo Gomes Filho.

Os Comunistas

TrV'*rt

ififWMM-V*!»»*

Sindicato Dos Empregadosna AdministraçãoDos Serviços *

Portuários de Santos-»«*.' ;"!*.»-*> •'

1 de Maio&

À passagem da Data Magna do Trabalhador a Diretoriasaúda fraternalmente as entidades co-irmãs, os Podêres Constituídose, muito em particular, os nossos prezados sonsócios

Almejamos que este 1" de Maio seja o marco detíisivo paraa solução dos problemas da classe operária, da emancipação econò-mica da Pátria e da concretização da Paz entre todos os Povos.

Viva o 1» de Maio!Viva a classe operária!Viva a paz universal!Viva o Brasil!

Waldemar Neves GuerraPresidente

: Sindicato dos Oficiais Eletricistas| e Trabalhadores na Indústria de Instalações

Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitáriasdo Rio de Janeiro.

Por motivo da passagem do Dia Primeiro de Maio, data- máxima dos trabalhadores de todos os países, saudámos o nosso• quadro social, e os operários das demais categorias profissionais,faaendo votos para que se unam cada vez mais em torno das suasentidades, reforçando a luta pelos seus direitos e por novasconquistas.\i Orlando Maurício Scancetti — Presidente.

e a PolíticaNos Sindi

Partidáriacatos

A Confederação Nacional dos Tra-balhqdorej na Indústria enviou uma«Mensagem» à Convenção Nacionaldo Partido Trabalhista Brasileiro, naqual propõe modificações nos fcsta'utosdesse partido e apresenta um programapositivo de reivindicações. O oocumen-to, não obstante expressar um pro-gresso da CNTI na formulação dosobjetivos da luta dos1 trabalhadorespela liberdade e a autonomia sindical,é sumamente negativo porque prejudi-ciai ò unidade do movimento operário.

Sob o pretexto de que «. . .a legis-lação vigente veda a atividade políti-co-partidária nos sindicatos». Sob pre-texto de alcançar «...a participaçãodireta do trabalhador na admin-sfraçãopública,» e «considerando que a linhapolítico-partidária do PTB atende aosanseios dos trabalhadores braseiros»,a CNTI reivindica que esse part:do pro-mova «. . .o alistamento ideológico dotrabalhador...» e permita a «partici-pação ativa e permanente dos traba-lhadores na direção administrativa epolítica do PTB».

Como é evidente, a essência do do-cumento da CNTI consiste em abrir ca-minho para a introdução da políticapartidária no movimento sindical, quepretende subordinar totalmente à ori-entação do PTB. Não por a:aso o re-dator da «Mensagem» foi o sr. SanTiago Dantas. E' uma tentath _ de, emplena era atômica que se caracterizapela transição do capitalismo ao sócia-lismo, querer caricaturar no Brasil oPartido Trabalhista Inglês. Nesse sen-tido, também não é casual a recente -visita ao nosso país do sr. MorganPhillips, Secretário Geral daquele par-tido.

A «Mensagem», como é lógico, foiaprovada pelo PTB e, posteriormente,enviada às entidades sindicais ccompa-nhada de uma circular pedindo a estaso rápido exame e apoio.

Como conseqüência e em consonân-cia com isso, o sr. Oswaldo Lima Filho,líder do PTB na Câmara dos Deputados,apresentou um projeto de Lei que to-mou o número 1738/60, com o qualpretende modificar os artigos 511 e521 da Consolidação das Leis do Tra-balho. O projeto foi assinado pordiversos deputados. ,

Os signatários do projeto visam ai-cançar dois objetivos: introduzir a poli-tica partidária nos sindicatos c permitirque um empregado remunerado desindicato, federação ou confederaçãopossa acumular, juntamente com suaqualidade de empregado remunerado,o exercício de cargo eletivo.

A isso resumem-se os anseios de li-berdade e autonomia sindical dos au-tores do projeto. Não se trata de li-bertar os sindicatos das peias ministe-rialistas. Tudo está bem. para os slg-

natários do projeto, e devi continuar.Deve continuar o «EnquandramentoSindical». Os dispositivos da Lei vi-gente, que permitem a tutela do movi-mento sindical pelo Ministério do Tra-balho, devem continuar. A amea coisaque os proponentes do projeto dizemaos dirigentes sindicais i o seguinte:Introduzam a politica partidária nos sin-dicatos e dividam o movimento sindicalentre os partidos políticos ou por oca-sião das disputas eleitorais, que nóslhes pagaremos p' -,ibilitan/o-lhes aaquisição de dois salários: um comoempregado remunerado de entidadesindical e outro como dirigente sindical.Não se trata de atender às exigênciasda CNVI, para não falar nas exigênciasde todo o movimento ope:'rio, expres-sas nos congressos e convençõts sindi-cais e que, na Mensagem à ConvençãoNacional do PTB, assim ficaram postu-ladas:

— Direito das entidades sindicaisde redigirem seus Estatutos e regula-mentos administrativos, de elegerem li-vremente seus representantes, de orga*nizarem sua administração e suas ativi-dades e de traçarem seus programas deação;

II — Proibição de qualquer interven-ção tendente a limitar iste direito oua enfraquecer seu exercício legal, nãoficando sujeitas as mesmas entidadessindicais à dissolução ou suspensão porvia administrativa;

— lll — Direito amplo de filiação àsorganizações internacionais de tr-ba-lhadores;

IV — A aquisição da personalidadejurídica dos órgãos sindicais não po-dera estar sujeita a condições cuja na-tureza limite a liberdade preconizadanos itens anteriores.

Portanto, com o projeto de Lei nãose objetiva sanar a contradição exis-tente no movimento sindical, materiali-zada na vigência de uma legislaçãosindical corporativa, elaborada no pe-ríodo ditatorial do Estado Novo e ba-seada na Carta de 1937, em contra-posição com os postulados constitucio-nais de 1946 e com 9 espírito domí-nante na atualidade. Não st visaadaptar a legislação sindical nem mes-mo às conquistas que o proletariado,através de movimento sindical, já ob-teve na prática. Não se pretende, en-fim, conceder ao movimenta (indicai aliberdade e a autonomia tão reclama-das • necessária* para que o proleta-riado possa melhor cumprir seu papelna luta de todo o povo brasileiro con-tra os imperialistas ianques, os latifun-diários, pela emancipação e • pro-gresso do oaís. Nada disso. Tudo

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria

de Fiação c-Tecelagem do Rio de JaneiroSede Própria — Rua Mariz e Barros, 65 — Tel. 28-4591

está bem, para os signatários do pro-jeto.

O que parece realmente pieocuparos autores do projeto é a crescente uni-dade de ação do movimento sindical,que vem sendo forjada, não obstantea subordinação legal dos sindicatos aoMinistério do Trabalho, apesar dos en-traves da legislação sindical e utilizan-do seus aspectos positivos. O que ospreocupa é a elevação da consciênciapolítica da classe operária e o fortale-cimento de sua organização. Diantedisso, penalizam-se do movimento ope-rário. Pobre movimento operário, di-zem. Os dirigentes sindicais ainda nãotêm o direito elementar de realizar apolítica partidária nos sindicatos e dedividi-los entre os diversos partidospolíticos. Pobres dirigentes sindicais,dizem. Como é possjvel uma legislaçãotão perfeita, tão liberal, simultânea-mente ser tão desumana em relação àsituação econômica dos dirigentes sin-dicais ? Que pena ! Mas não há deser nada. Com o atual projeto mata-remos dois jacus com um único tiro.Resolveremos uma e outra questão.

Diante de tão santas intenções, sónos resta exclamar: Que grande e ge-neroso coração possuem os «ignatáriosdo projeto ! Que Deus os abençoe.

Como se vê, a «Mensagem» da CNTIcomo o projeto da liderança do PTB',são dois elos de uma mesma cadeiaem cujas voltas, pretende-se aprisionar• paralisar o movimento operário. Porisso, os trabalhadores cariocas, em sualll Convenção Sindical, justa e unâni-memento repeliram o projeto lima Filho,bem como rechassaram toda o qualquermedida que vise introduzir no movi-mento sindical a política partidária oua subordinar esse movimento a qualquerpartido político.

Nas condições de nosso país, a intro-dução da política partidária no movi-mento sindical e a subordinação dasentidades sindicais à orientação políti-co-partidária, constituiria grave perigoà unidade da classe operária, uma vezque tal caminho poderia ensejar a efe-tivação de manobras em prol da plu-ralidade sindical e a conseqüente divi-são da classe operária em sindicatostrabalhistas, social-cristãos, socialistas,comunistas, janistas, perrepistas, etc,etc, o que enfraqueceria a capacidadede luta do proletariado e sua influên-cia na vida política do país.

i

Se « verdade participarem do movi-mento sindical operários que professamai mais variadas doutrinas e credos po-líticos e religiosos, eles têm em comumseus interesses de classe e devem unir-st cada vez mais. O segredo dos êxi-tos obtidos nos últimos tempos pelomovimento sindical consiste, precisa-mente, em que a classe operária temsabido unir-se, por cima das divergên-cias político-partidárias, ideológicas oureligiosas, em tomo de seus interessesde classe e da luta de nosso povocontra os trustes internacionnis, pelaemancipação nacional, pela democraciae o progresso.

JOVER TELLES

Para desempenhar com sucesso suafunção impulsionadora e coordenadorada ampla frente única de tâdas as for-ças patrióticas, progressistas e demo-eróticas que se vem formando no Brasil,acima dos partidos políticos, das diver-gências de ordem ideológica, religiosa,etc, e para alcançar sua direção, oproletariado duvo manter • reforçar aunidade e a independência do movi-mento sindical, como movimento pró-prio da classe operária, ao mesmo tem-po em que luta para forjar sua aliançacom o campesinato.

Os trabalhadores não se iselam oualheiam em relação à ação dos partidospolíticos e do governo. Ao contrário,na Ml Convenção Sindical decidiu-se:«Apoiar a todo e qualquer partido po-lítico, indistintamente, bem como ao go-vêrno, sempre que estes se alinhem, afavor do Brasil, no quadro da lutaemancipadora e democrática de nossopovo e, simultaneamente, criticá-lossempre que se afastem dessa luta».

Os trabalhadores compreendem queo caminho para sua unidade não é oda divisão dos sindicatos entre os par-tidos políticos, nem o de sua subordi-nação a qualquer partido, mas o ca-minho da intensificação da lula unitá-ria pela aplicação das resoluções to-madas pela II Conferência SindicalNacional e pelos demais congressos econferências realizados pela classeoperária. E' o caminho da luta pelaliberdade e a autonomia sindical, porlibertar o movimento sindical da tutelagovernamental e pela aprovação doprojeto que regulamenta o direito cons-tifucional de greve. E' o caminho daluta para adaptar a legislação «indicaiàs conquistas inseridas na Constituiçãode 1946. E' o caminho da luta pelarealização, ainda este ano>, de umgrande Congresso Sindical Nacional,que reforce e consolide a unidade daclasse operária sob uma única orienta-ção e direção. O caminho para re-forçar a unidade do movimento sindi-cal é o da luta para conquistar o di-reito para os trabalhadores de filiar-see manter relações com as organizaçõessindicais internacionais, de acordo comsuas próprias deliberações democráticas,e não em obediência a decisões ema-nadas do Presidente da República,como é feito até hoje. E' o caminhoda luta conjunta com todo o povo bra-sileiro, pela modificação da políticaexterna e inferna executada pelo atualgoverno e para alcançar a constitui-ção no Brasil de um governo naciona-lista e democrático.

Esta é a estrada que o movimentooperário vem percorrendo nos últimosanos. Esta é a posição dos comunis-tas, contida no documento: «O Movi-mento Operário e a Política Sindical doeComunistas».

Assim, a iniciativa tomada pelos sig-natários do projeto Lima Filho, bemcomo a essência da Mensagem daCNTI à Convenção Nacional do PTB,são antiunitárias e, por isso, não podemser aceitas pelo movimento ooerária

NotaSindical

O Novo Ministroe a AutonomiaSindical

A Capital da República mudou-se para Brasília. Para a nova C apitaiirá um novo ministro. Saiu o ar. Fernando Nóbrega, entrou o sr. JoãoBatista Ramos, ainhos do PTB. Tanto na nomeado de um como na deoutro, nio houve nenhuma interferência dos trabalhadores, que não Unamouvidos nem consultados. Isso esclarece, de saída, que não haverá alteraçãona atitude de independência que o movimento sindical brasileiro vem mautendo em relação aos titulares da Pasta do Trabalho.rv posição dos trabalhadores de todo o país vem sendo definida noscongressos, conferências e convenções, onde o movimento sindical tem for-

mulado as suas mais importantes reivindicações, entre as quais se inclui,fundamentalmente, a plena liberdade e autonomia sindicais, o reconhecimentoefetivo do direito de ffreve, a reforma da previdência social, o combate ã«aréstia da vida, estabelecimento de contratos coletivos de trabalho, revisãodos atueis niveis de salário mínimo, melhoria das condições de vida e tra-liallio, e defesa d» economia, da indústria e da independência nacionais. Aconduta do novo ministro face a essas reivindicações é que dirá se êle ter*ou não o apoio do movimento sindical brasileiro.

Já no seu discurso de posse, o novo ministro comprometeu-se a tornarrealidade inúmeras das velhas aspirações das massas trabalhadoras. O sr.Batista Ramos assegurou, entre outras coisas, que é pela total autonomia eliberdade sindicais. Isso é muito bom. Mas para ser coerente com a sua pa-lavra o novo ministro terá de revogar, agora mesmo, a portaria 55, dnex-ministro Fernando Nóbrega, que viola grosseiramente a liberdade sindicaldeterminando. que, mesmo com os mandatos extintos, os atuais dirigente*sindicais continuem ocupando o* seus cargos até fevereiro de 1962. O ob,je-Wvo óa portaria é fazer com que os mandatos sindicais tenham Início nosanos pares, com ..a posse dos eleitos na seguinte ordem: em março, notsindicatos; em maio, nas federações; em .junho, nas confederações.

Alguns líderes sindicais reivindicam, realmente, a coincidência de mau-daios. O assunto é discutível. O que fica excluído, de. saída. »'• que para ai-cançar tal objetivo se permita a violação da autonomia sindical. Dai ojprotestos veementes quo surgem de todo O pais contra o arbitrário at0 doex-ministro Fernando Nóbrega. A revogação da portaria 55 é a primeiraexigência dos trabalhadores ao novo ministro. Revogando a referida portariadeverá o sr. Batista Ramos, se quiser acertar, ouvir à opinião dos autênticosdirigentes sindicais sobre a coincidência dos mandatos. Se as opiniões foremfavoráveis, que se estude, então, a maneira de se alcançar tal objetivo semferir os princípios da lllwrdade e autonomia sindicais.

Os autores da portaria intervencionista douraram a pílula, pensandoque com isso os trabalhadores a enguliriamsatisfeitos. Mas a reação contrária dos tra-baihadores foi imediata e porá à prova,agora mesmo, a sinceridade das palavra»do novo ministro, acerca da autonomia«indicai.

Salve o I <ie Maio!i

A Diretoria do Sindicato dirige-se aos Trabalhadores Têxteis

do Rio de Janeiro e aos demais companheiros do Brasil, formulandovotos de que nesse 1- de Maio, ae unam mais e mais nas empresas e '

nos Sindicatos em defesa de nossas reivindicações econômicas e

políticasRio cle; Janeiro, 28 de abril de 1960 i

A Diretoria

A FEDERAÇÃO NACIONAL DOSTRABALHADORES NAS INDÚSTRIASURBANAS saúda neste I de Maio seusfiliados e todos os trabalhadores," rea-firmando sefiis propósitos de luta pelaconquista das resoluções das I e II Coníe*rências Nacionais Sindicais. Concitalambem, seus filiados à unidade necessá-ria para a conquista de suas mais sentidase urgentes reivindicações, através deste

Nilson Azevedoórgão aglutinador.

Defende Teu Direito

Aposentadoria — Volta ao serviço —

CALCULO DE INDENIZAÇÃO'Um empregado

\ DIRETORIA

Udefonso de Sousa Mota endereça-nos ;i seguinte consulta:que foi aposentado pode exercer o mesmo cargo que exercia, antigamente, na mesmacasa ?" ',¦•¦'

Estabelece'o art. 145. parágrafo h' da Consolidação das Leis do Trabalho qut"Recuperando o empregado a capacidade de trabalho c sendo a aposentadoria cancelada,ser-lhc-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, jncul'tado. porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo, nos termos do art. 477 e 47S'',

O assunto fica, assim, esclarecido, com a só transcrição do dispositivo legal quedisciplina e matéria. Não só o empregado pode> exercer a mesma função, mas esta llt*será assegurada, se, novamente, fôr incumbido Je trabalhar.i

Nos termos da lei. ao empregador é facultado rescindir o contrato de trabalho,pagando ao empregado as indenizações correspondentes, segundo as disposições c/o,artigos 477 c 47S.

Divergem os Tribunais Trabalhistas quanto ao montante da indenização a serpaga. ExempUficadamente, a questão é a seguinte: _ Em 1956 ~ digamos - o em-pregado entrou em gozo de auxílio-enfermidade, sendo, em seguida, 'aposentado

Em mo. rcCuperando V sim capacidade-de trabalho, recebeu altaTdai^uSodeprevidência socai, retornando ao emprego. O patrão, como já vimos tem a facilidadede rescindir o contrato e indenizar o empregado, caso seus serviços não sejam maisne^ssanos. Na base de que salário o indenizará? A base do salaL vigente'*" moquando foi, aposentado ou a base do salário de 1960. quando foi cancelada aaposen'

tempo do estamento da aposentadoria! Há quem t*£ e^ftgZfâZSe o art. 47, ~ argumentam ~ assegura ao empregado "uma indenhaçãc üZ nabase da maior remuneração que tenha percebido na mesma r-mm-r™ P B iretornando da aposentadoria, não chegou a «aballmr m /

0.""P«W**>.cebeu na empresa, foi aquela vigente ao tem po 1BconceSTodoCZ"° f¦ "*"voltando ao nosso exemplo - entendem cuco cilcuToT^t^^' ,"""

"conta o salário vigente em 1956 e não o salário ulgc],tcem"mo. '"'

Entendemos, ainda, que o Aviso Prévio cse decida pela rescisão do contrato. Isto lambemé controvertido. Sc — dizem os que defendem ,'tese oposta — a rescisão do contrato c facultadapor lei — art. 415 § 1' da C.LT. _. o prc.aviso não c devido.

Voltaremos ao assunto oportunamente, pro-curando trizer mais subsídios á discussão.

sempre devido, caso o empregado

Everaldo Martins

___.^.. .. -n ._._

— 29 de abril a 5 de maio de 1960 NOVOS RUMOS 3 —

BHEEte fretoítürde Cfríá Velha Manobra

r.,i„ ., , ° ,,moí;l°"-'** rcprcscnlado pela inauguração de Brasília e, pa*r.. loxain.Miil,. a cr.se que dilacera a U1)N cslão servindo, nas últimas se*'"'.us. pavit iil.m.ii ur cm certos setores do siluacionismo, já insistentemente«i-uicjuailo. a \clia tendência à «revisão do quadro sucessório»; Sabe-semtiiiu liem que ul(,|i)i!vus têm cm mira esses, defensores da «revisão»; oautaiumei' o da ci.ndldiilura Lott por meio de recursos tortuosos como o«iiuii.i.iHtn. iiuipiictf o,, mediante i;,ma emenda constitucional que abra mar.«çin pui'». .¦ simplesmente, à, reele.çáo de JK. Os promotores da pretensa re**.**..o que nuu- procuravam retardar o mais possível o reinicio das ativlda-ys do 1'iti'íninento, ameaçam agora agitar a questão, cm termos concretos,n.«u ao se- rcnliiiicfu as sessões da Cântara,A transferência du capital paia Brasília e a necessidade de não se1' .nnt.i' uniu interrupçiui no processo de desenvolvimento econômico do paiss o alguns dos argumentos cm que mais insistem os articuladores das nia-i ..ias conliiiuisias. 10xplorai.il assim, com astuciosa habilidade, mas sem\ - tladcua convicção, motivos capazes'de sensibilizar o povo brasileiro el> v«;lo, eventualmente, a aceitar soluções que estão muilo longe de atender«us seus interesses.

Ao contrário do que alegam, a candidatura de Lott, lançada e mantidadesde o inicio eicitra a vontade das cúpulas partidárias, surge exatamente(Ctiuiü uma imposição das torças mais interessadas no desenvolvimento na*> .iui, que vêem iiala a perspectiva de uni G.ivérno capaz não só de darro.iíiiiiildare ao desenvolvimento, mas de pur em piálica uma política queso.iriiua muitos dos m nerosos aspectos negativos que se verificam atual*i.i. .lie, soli o Governo do conciliação de .IK. ti' ein nome de. um desenvolvi*ii nlo independente e democrático para o nosso pais — que nos liberte daplha»eni dos frustes ianques e ls;ça do progresso material um fator demelhoria das condições de vida do povo — que as torças nacionalistas epopulares se (loiigregam em torno da candidatura do marechal Lott.

Se existe, realmente, por parle das direções partidárias, o desejo de nãopermitir interrupções na marcha de nosso desenvolvimento — aliás, hojeVi.ia de tropeços e ziguc/.agucs —, que decorreriam inevitavelmente, de unias i.iosla Vitória de >iàn.'o, a solução não pode ser a quebra da legalidadei"jiislitue onal, mas o definitivo k lorçamcnlo da candidatura Lott, com odesaparecimento da inércia cm que se encontram há tanto tempo as cúpulasdos grandes partidos situacionistas ou, mais concrelninentc, o PSD e o PTB.

O, lato é que a apatia dessas direções partidárias não foi ainda aba*lada. A comissão inlerpartidárla foi constituída c empossada, mas não de-síuvolvé a atividade Indispensável ao comando de uma campanha nacional.O candidato, em suas excursões eleitorais, percorre quase sozinho os Estadosile onde recebe convites para visitas. Os comitês nacionalistas Lolt-Janfjo,embora surjam em grande número por todo o pais, por iniciativa das forçaspopulares, não encontram quase nenhum estimulo ou ajuda no que se refereà cúpula dos partidos, li' evidente que tal desinteresse só pode levar águapara o moinho da tal «revisão do quadro sucessório).

.A firme/a coni que os setores nacionalistas e populares, o movimentooperário, a oficialidade patriótica das forças armadas e outros círculos de*tendem e propagam a candidatura Lott levaram até agora ao malogro todasns tentativas feitas no sentido de ser afastada essa candidatura.Aquelas forças não só continuam a de-tender com decisão a chapa nacionnllslaLott-Jango, como não estão dispostas aaceitar njifàiqtieí «revisãb» que, sob tal*sos pretextos; não corresponde aos interesse»do «po-vo.

*>> jÀlmir M$os

0 CircoJanistaIgarapava é uma cidade-

zinho, paulista, na zona daMogiana. Uma das meno-re» cidades do Estado: aotodo, algumas centenas deeleitores.

Pois bem, em uma desuas edições da semanapassada, «0 Globo», em seudelírio janista, descobriuque'«chefes do PSD, PSP ePRP de Igaravapava passa-ram a apoiar Jânio». Nãose sabe o que é maior: seo delírio ou a ignorância,ou os dois juntos.

O fato é que Jânio que,apesar de também delirante,mas conhecendo São Pauloe a distribuição geográficado eleitorado paulista, nãogostou da mancada do sr.Roberto Marinho. E comen-tou com elementos do seuestado-maior:

«São uns loucos! Sóparece que querem mesmome desmoralizar. Ê precisotomar medidas contra essesimbecis que enchem os nos-sos jornais».

—oOo—

O resultado da prova au-tomobilística de Brasília,sexta-feira última, deu lu-gar a várias piadas ridi-cularizando o bando janistae seu satélite FernandoFerrari. Como se sabe, aprova foi vencida pelo vo-lante Jean Louis Lacerda,que pilotava uma Ferrari.

Dizia-se, por exemplo:

Ferrari só pode correrassim mesmo: sendo mon-tado. Sozinho êle nada vale.

. E outros:

—- Brasília é generosa:como Lacerda e Ferrari nãoterão aqui um só voto, con-solamos esses janistas per-mitindo que os seus nomesvençam numa prova auto-mobilístipa.

Aliás, o carreirismo deFerrari (agora, o próprio)causou a mais penosa im-pressão nos festejos dainauguração de Brasília.,Cego pela sede de poder,mas revelando total insensi-bilidade política, Ferrarianis aproveitar-se das fes-tas para fazer sua própriapropaganda e vender umlivrcco de sua autoria. Foi,em geral, repelido.

Universidadeda Amizadedos Povos

Atendendo às numerosas solicita-ções que nos têm sido feitas porcarta, telefone, ou pessoalmente,em nossa redação, notadamente porjovens estudantes, publicaremos nopróximo número ampla reportagemsobre a Universidade da Amizadedos Povos, que funcic n.rá em' Mos-cou a partir do dia 1' de outubrodo corrente ano.

Você podeir

a Brasília

Não podemos, corno esperávamose havíamos mesmo anunciado, pu-blicar hoje as bases do Concursoentre os nossos leitores, com dis-tribuição de prêmio semanais, nabase de resposta a testes, e umaviagem no fim do ano. Estão sen-do tomadas providências prelimina-res indispensáveis ao lançamentodo Concurso. Logo que estas pro-vidências estiverem concluídas, da-remos aos leitores informações por-menorizadas. Por enquanto, reno-vamos o conselho: conserve, leitoramigo, os números de NOVOS RU-MOS. Eles lhe poderão valer umaviagem, a Brasília com dez dias deestada.

ã (TTBTn-r £-RèiÔ^S^tütrPara Apoiar Lott

«Já sei: o assunto é Cuba eLott...»

De fato, o Deputado FranciscoJulião acertou em cheio, quandorecebeu com esta pergunta o repor-ter cie NOVOS RUMOS. O repor-ter soubera de sua nova descidano Rio e logo o procurava, especial-mente para esclarecer certos boa-tos veiculados pela imprensa «sa-.Ha», sobre a sua viagem a Cuba eo suposto apoio a Jânio, que dela(cria resultado. O lider das LigasCamponesas foi categórico:

«Nada dis?o tem o mínimofundamento — disse. Quando acei-lei o convite do Sr. Jânio Quadrosputa ir com êle a Cuba fiz questãode deixar claro, inclusive publica-mente, que meu gesto nada tinhaa ver com minha posição políticaao lado do Marechal Lott — erauma homenagem que eu prestavaao bravo povo cubano, e não aoSr. Jânio Quadros. Nada mudoudepois disso».

«Nem se arrependeu da via-gcm?>

O deputado Julião quase se as-susta com a pergunta. Percebendo,entretanto, a boa intenção com quefora feita, torna a sorrir:

«Muito ao contrário. Minhavisita a Cuba, embora breve, foiuma das experiências mais apaixo-nantes de minha vida. Vi todo umpovo em luta heróica pela constru-Ção de sua pátria, vi sendo postaem prática a reforma agrária coma qual sempre sonhei — e isso, con-venhamos, vale bem o risco de seralvo das manobras e mentiras decerta imprensa...»

As doze razõesMas o repórter náo está satis-

feito.«Por que razões o Sr. apoia

Lott, a quem se atribui vários pre-conceitos em relação á Cuba, e nãoJânio, que o convidou para acom-panhá-lo àquele pais?»

A resposta de Julião é rápida:«Porque o Sr. Jânio Quadros

e o Marechal Lott são candidatosno Brasil, e não em Cuba, e é combase em suas posições sobre os pro-blemas brasileiros que decido aqual dos dois apoiar». •

«E quais são suas razões paraapoiar o Marechal Lott?»

Julião, agora, pensou um pouco,antes de responder. Era uma espé-cie de desafio amistoso que o re-pórter lhe fazia.

«Pois bem; vá anotando, quevou ditá-las», disse, e formulou assuas doze razões para apoiar o Ma-rechal Lott:

1) a fidelidade do Marechal àsinstituições democráticas, atestadade modo decisivo com o movimentopatriótico de 11 de novembro de1955;

2) a sua declaração peremptóriade que a Petrobrás é intocável, pon-do uma barreira ante as manobrasno sentido de modificar a políticaestatal do petróleo;

3) o seu pronunciamento corajo-so sobre o controle das remessaspara fora do país dos lucros dascompanhias estrangeiras;

4) sua declaração de que não so

opõe às Ligas Camponesas de Per-nambuco, a menina de meus olhos,sendo favorável à sindicalização ru-ral, ao direito de associação dostrabalhadores do campo em favorde suas justas reivindicações, e ou-trás medidas em favor da reformaagrária;

5) sua declaração, feita peranteos deputados Barbosa Lima Sobri-nho, Domingos Velasco, AurélioViana, Carlos Luiz de Andrade,

além de mim mesmo e outros com-panheiros do Partido Socialista, deque não está contra os objetivosda revolução cubana;

6) a circunstância de ser êle umhomem de passado inatacável, dehonradez provada, que nunca tirouproveito de suas posições no Govêr-no para saquear os cofres públicose a bolsa do povo;

7) o fato de se terem aglutinadoem torno de seu nome, pela con-fiança que desperta a sua ação depatriota, as forças populares e de-mocráticas mais sensíveis à luta pe-Ia emancipação econômica do Bra-sil e ao combate à dominação dostrustes estrangeiros; ¦

8) a circunstância de não ter sur-gido na arena eleitoral qualquercandidato com qualidades morais eformação cívica capaz de resistir,sequer, a um ligeiro confronto como Marechal Teixeira Lott;

9) a certeza de que, sendo o Ma-rechal um dos candidatos ao pleitode 1960, teremos uma eleição livree honesta, com os partidos políticos,a Justiça Eleitoral e as Forças Ar-rriadas pugnando, cada qual em seusetor, pelo fortalecimento e a çrfe-talização na consciência popular dasinstituições democráticas;

10) a convicção de que, apesar dealguns pronunciamentos contráriosaos justos anseios do povo brasilei-ro, o Marechal Lott, uma vez naPresidência da República, normali-zará as relações comerciais e diplo-máticas do Brasil com todos os po-vos do mundo, notadamente com aUtíião Soviética e a China Popular,já que seu Governo terá como pon-to mais alto a luta contra os trus-tes, luta que o levará, inevitável-mente, a reconsiderar seus precon-ceitos sobre o mundo socialista;

11) a certeza de que os testas--de-ferro e advogados dos trustesinternacionais correrão o risco de irparar na cadeia como traidores dapátria, ao lado dos tubarões da eco-nomia popular;

12) finalmente, a justificada es-perança de que as leis agráriasexistentes no Congresso Nacionalserão debatidas e votadas, até quesurja uma nova Lei Áurea em fa-vor dos camponeses aviltados pelolatifúndio

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0s homensda terra

Fidel, o que fêz a reforma agrária emCuba, o Julião, o penumbuoano qut*luta para efetivá-la no Brasil, asMonlmram-se. Ao lado, o jornalista dottomkffMorais, assessor das Ligas

Leandro RenunciaMagalhães Ameaça

Aos comunistasda Bahia

Os comunistas da Bahia co- '

municam que os srs. Alcebia-des Gomes e W a 1 d e m a rAntônio da Silva não maispertencem às fileiras do mo-vimento comunista, tendo sidoexpulsos por atos de chanta-gem e desonestidade.

Lott e Iaem Camp

A campanha Lott-Jango registraa realização de comícios e atos pú-blicos, com a participação dos can-didatos, em diversas regiões do país.Entre os dias 27 de abril e 4 demaio, Lott e Jango terão falado aopovo de Porto Alegre (dia 27), deRecife (dia 29), de liberada, emMinas Gerais (dia 30), de VoltaKcdonda (em .1" de maio) e de tam-pos e Itaperima (dia 4 de maio).

A visita do Marechal Lott e doVice-Presidenie João Goulart à Ca-pitai do Kio Grande do Sul tem par-ticular importância, por seu eleitopolítico. Os dois candidatos nacio-nalistas foram presidir a umareunião de prefeitos do PTB e doPSD naquele Estado, apressandoa unificação, na campanha eleitoral,das seções regionais destes partidos,que são tradicionais inimigos doRio Grande do Sul.

No Recife, Lott e Jango vão as-sistir ao Congresso dos Trabalha-

ngoandadores do Norte c Nordeste, ontTc üreúnem representantes de mais áê200 sindicatos operários. Além de}Congresso, está programada nmttfsérie de atos, na capital pernamba*fcana, com a participação dos candi»datos. Numerosa caravana de poli»'ticos pernambucanos de diversos!partidos acompanha os candidato^na excursão ao Recife; entre êk», *fSenador Barros de Carvalho e oaldeputados Oswaldo Lima Filho- eiLamartirie Távora, do PTB, ;oa)deputados Armando Monteiro, Mil-vernes Lima e Andrade Lima, dt»PSD, e o deputado Barbosa LimaiSobrinho, do PSB.

Por outro lado, a campanha-dei*(oral vem recebendo impulso, emtodo o país, com o trabalho dos Co*»uiitès Nacionalistas" Lott-Jango,Cerca de 1800 Comitês já estãtlinstalados nos Estados, devendo seiintensificada a criação de novos co-mitos.

«Estou convencido de que a le-viandade, a deslealdade, a astúcia,o suborno são desgraçadamentearmas que dão, muitas vezes, gran-deza na vida pública».

Com esta «indireta», das maisdiretas, que deixa muito mal a di-reção da UDN, o Sr. Leandro Ma-ciei justificou afinal, pública e ofi-cialmente, a sua renúncia, tambémela «irrevogável», ao posto de oan-didato udenista à Vice-Presidênciada República. «Retiro-me enojadodos estranhos e lamentáveis pro-cessos políticos em curso no país.Retorno ao meu pequeno e humildeEstado onde, mercê de Deus, tenhobons amigos, dedicados e leais cor-religionários».

E assim foi-se o Sr. Maciel, paraum lugar mais tranqüilo, onde acorrupção capitalista não perturbaainda as concepções do seu moralis-mo feudal. E foi deixando irreme-diàvelmente aberta a crise na UDN,onde êle era uma último recursode conciliação de que lançavam mãoos grupos contraditórios que se es-condem atrás de Jânio.

Mas a renúncia do ex-G' -rnadorde Sergipe é apenas uni lado da

crise udenista. Outro recurso deconciliação, a nomeação do «triun-virato" para dirigir a campanhaeleitoral, também está vindo porágua abaixo. O Corvo Lacerda, aquem tinha sido entregue o cargode «triunviro», negou-se a cair naarmadilha: sabia que, aceitando òcargo, entraria imediatamente emchoque com amplos setores udenis-tas. Por isso exigiu, previamente, asegurança da unanimidade da UDNaceitando o seu comando. Não pôdeevitar, entretanto, que sua exigên-cia reforçasse a posição de Maga-lhães Pinto na presidência. O polít-i-co mineiro pôde com facilidade re-jeitar a unanimidade exigida, e ain-da brandir a ameaça de sua própriarenúncia" em Minas Gerais, ondesua candidatura à governança es-tadual é fonte de farto financia-mento para a campanha janista.

E a novela continua, divertindoa imprensa e a opinião pública dopaís. Só não diverte o candidato deLacerda e Rockfeller. Jânio, comefeito, ao mesmo tempo em que sevê impotente para aiudar na solu-ção da crise udenista, vê sua cam-panha eleitoral atingida pela crise.

Fora de Rumo Paulo Moita Lima

O sr. Paulo de Tarso, deputado demo-crala-eristão de São Paulo, foi a Brasí-lia através da Estrada de Damasco. An-tijro perseguidor dos adeptos de JK,iluminado subitamente, passou a exal-tar a capital nova. Encontrou ali uniapartamento melhor e mais barato queos do Rio, «com uma bela vista para olaço de Brasília». Imaginem se desseapartamento ele. pudesse avistar o lagode Genebra ou pelo menos a lagoa dosPutos 1

• . «

Um redator cio O Globu lambemvoltou abisma rio. Comprou cm Brasílialaranjas grandes e doces a um cinzeiro.É' claro que no jornal do sr. Marinhohá muita gente que não perdeu o gostopelas coisas boas e simples da vida.Mas o sr. João Neves rnfletihdo o pessi-mismo da Standard Oil, imagina tudodiferente: «A cidade não dispõe aindade condições básicas de habilablllclacle ,escreve o redator do editorial rio O Glo-bo •, que também se queixa da «poeirainternai»

*¦»¦*¦¦¦¦ _, k_"

Doniingo último, segundo um (elegi-a*ma, desabou, às 20,3(1, am -temporal emBrasília. Ruas Inundadas, lama, cor-rente elétrica interrompida, Informaainda o despacho. Verdadeira tragédiacarioca. Também se noticia <|tie osdeputados cslão voltando. .Mas isso cuma verdade cortada ao meio. Osdeputados, que residem quase todosaqui, .assistiram às.festas de inaugura-ção e depois voltaram à Cidade Marávi*lhosa. O que não impede que tornema voar para lá, onde a 2 de maio a Cã-mara reiniciará suas sessões ordinárias.

Foi também à Nova Capital um mau-nata do cinema americano. Sua esposa,a sra. Lúcia Stone, que por sinal é bra-sileira, observou que «os candangos tra-balhnm dia e noite e não cochilam nasobras», A sra. Stone, com um poucomais d, atenção, descobriria que os can-dáiigos como os chineses são muito pa-tecidos uns com os outros. Trabalhandoem três turnos, enqüttiito uns dão duro

¦BMaaaaKfMjiBaaBBaajaaaMBaaa]

os outros não cochilam, mas dormemprofundamente o sono dos justos.

Brasília lem desses mistérios.

Brasília é muitoexaltada e tam-bém muito caiu-niada. Uma coisano entanto parececerta: Brasília es*tá ligada aos bu«tros pontos dopais por estradasde Damasco. Mui-Ia gente parte da»qui cheia de ódioo chega por lá defigadò fimeionart*

do bem. Vejamos esses dois exemplosde tolerância: o sr. José Talarico, geral-mente enxovalhado pelo «O Globo\ 'vi«sitou, cm Brasília a sucursal do vesper-Uno do ontreguismo. Em compensação,o sr. Aloísio Alves, que pontificava comLacerda na < Tribuna da Imprensa.,-, vi*

sitou u sucursal tle «última Hora». ¦

— Á NOVOS RUMOS

Federação dos Trabalhadores nas Indústrias

Quíniieasjdíar do Rio de JaneiroBase territorial no listado da Guanabara e Estado do Rio

Av. Venezuela. 27 - S andar — 826/828 — Fone: 23.03.93 '

Salve V de MaioAo ensejo da passagem da data magna do proletariado, saudámos

os trabalhadores do Brasil, c em particular, aos companheiros da indústriaquímica e farmacêutica e exortamos a que, unidos, lutem .pela paz entreos povos e o desarmamento, a unidade e o bem-estar da classe trabalhadorae do povo. t

Ri.) de Janeiro. 1» de Maio de 19G0

Presidente — Ary CampistaSecretario — Kloriano da Silveira MacielTesoureiro — José Pio Dutra

Federação Nacional dos Trabalhadores

em Transportes Marítimos c FluviaisSede: Rua Camerino, 128 - 11» andar — Tel: 43-942".

1.» DE MAIO — UNIDADE DO TRABALHADOR DO MUNDO!

Na data em que se comemoram as lutas gloriosas da classe tra-balhadoro e se reverencia a memória dos bravos combatentes pela eman-cipação dos povos, saudámos fraternalmente a todos os trabalhadores• aos marítimos do Brasil, concitando a que se unam e formem uma invtn-cível forca lutadora pela paz e pelo bem-estar de todos os povos do murtdo:

Taumaturgo da Silva Gayo — Presidente

Nelson Pereira Mendonça — Secretário

fndio Villas Boas — Tesoureiro

Sindicato dos Empregados po Comércio : ¦

Hoteleiro e Similares do Rio de JaneiroPor acasião das comemorações de 1.» de maio, dia do trahalhador, saúda-

mos aos trabalhadores de nossa corporação de trabalho e a todos o., traba-lhadores do Brasil e do mundo. Conclamamos aos nossos companheiros acenarem fileiras em torno de nosso Sindicato a .fim de, que unidos possamosser vitoriosos nas reivindicações que são atualmente o centro de nossa luta:

11

3)

Alimentação ' .a) Estabelecimento de valores máximos para as refeições;bt Observância rias condições contratadas inicialmente, quando rea-

.iustado o salário mínimo ;Impossibilidade de efetuar o desconto, quando as refeições foremservidas fora do horário de trabalho ;Fixação do horário mínimo de 6 horas entre as duas refeiçõesprincipais; .Faculdade de converter em dinheiro os valores atribuídos a ali-mentação sempre que surgirem condições novas para o empregado;Adoção de um cardápio padrão fornecido pelo SAPS para alimen-tação do empregado.-' " ."¦""". '. "'.. ."'.. " ""." <¦

Nulidade dos recibos de quitação de empregado com qualquer tempode casa quando passado sem a assistência do seu sindicato.Obrigatoriedade ria contratação de empregados para "serviços extra-ordinários", ao sindicato dos empregados.

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VIVA O V DE MAIO

A DIRETORIA

Sindicato dos Trabalhadores na Indústriade Calçados, Luvas, Bolsas e Pelesde Resguardo do Rio de JaneiroSede própria: Rua Santana 205 — sob. — Telefone — 32-6189

A Diretoria, por motivo das comemorações de 1» de Maio,data. universal dos trabalhadores, saúda os companheiros de nossacorporação de trabalho e de todos os trabalhadores do Brasil e domundo.

Que os nossos companheiros se unam em torno de nossoSindicato a fim de unidos podermos lutar por nossas reivindicações,contra o desemprego, pela aplicação das Resoluções da III Conven-ção dos Trabalhadores do Estado da Guanabara, pelo Direito deGreve, pela Lei Orgânica de Previdência Social, por justas soluçõespara os problemas do novo Estado da Guanabara, sendo ouvida aopinião dos sindicatos.

Viva a unidade da classe operáriaViva o 1* de Maio.

Pela Diretoria: Plínio Alves — Presidente.

Carta do Sertãofstado da Guanabara,28 io mês corrente.Pedlnhe de Zé Ruliço:Sodadt de nona gente.

Viste s texto li de riba?datado da Guanabara».Foi-se o pude Federá,O Rio vai mioráprus pebt «pau de arara».

Aflor» sim, num tem mais,aquele peitin macio:

Senado das mamata,a cimra dos disaflo...Tàrvez num vá pra Brasiaos Jadrloi aqui do Rio.

félea tiverem coragefie hi praquela cidade,

J.K. i precisoerlá euta nuvldade.Manda tudo pru amazona,pruque li naquelas zonaa onça come ametade.

As favela qui nós mor,vai si tudo cunsertada.Vio buti gás das usina

tombem água incanada.

O douto das 7 cãmraé nosso guvernadô.Cabôco munto sabido,home de grande valo!

A cidade vai si Itmp»pelo guvirno istadui.No tempo dos federíscada quá qui mandasse maite findavam sem limpa.

O povo das outas terravào vim pru RH de Janèro.O rosto chèi de binocro,o borco chèi de dinhèro!Pra vi todas as belezaDesse pais brasilèro.

VA ganhi arguns miSes .pra compra um Fé-Nê-Mè.Lota de café no Súe hi pru Norte vende.De vorta trago pra eitudo quanto tive lide coisas pra se cume.

Lembrança pra Zé Ruliç>e pra vooé um abraço.O teu amigo, de sempe,Manezln dos Anastaço.

Sindicato Dos Cabos Foguistas,Foguistas e Carvoeiros da Marinha Mercante

No ensejo da passagem'iTól*'de-Xkdo+..datumundial doa trabalhadores, a Diretoria saúdafraternalmente os prezados consócios, a coletivi-dade marítima e os trabalhadores brasileiros emgeral.

Completando um ano de seu mandato a Dire-toria tem a grata satisfação de expor aos asso-ciados algumas das suas realizações durante êsseoeríodo, tais como:

a) Conquista de 30r/(, de taxa de insulubri-dade;

b) Pagamento de 100% nas horas extraor-dinárias;

c) Melhoria no serviço de «bloco», comaumento do volume de trabalho udmi-nistrado pelo Sindicato, e mais elevadonível de administração, alcançado gra-nível de administração, alcançando gra-ças ao eficiente trabalho da tesourariaque, sob a direção do atual titular, conse-guiu estabelecer' e dar cabal cumprimentoao pagamento semanal e normalizar ascontribuições ao IAPM, diminuindo assim

„ «s aperturas financeiras dos trabalhado-res e tranqüilizando-os no que se rela-ciona com a previdência;

d) Melhor atendimento no setor da ussis-tência social, com visitas hospitalares ea domicílio por parte do diretor respon-sável, e andamento mais rápido dosprocessos de aposentadoria e pensões m.IAPM;

e) Participação ativa cm todas as Confe-rendas e Convenções de trabalhadores

realizadas no Rio de Janeiro nesse—jtfíriqdo, a exemplo da recente III Con-

ven\âo~'(roY^rmòaUuidj)rvQ_Çqriocas.

No ano de gestão que ora inicia, a Diretoriaespera brindar a coletividade dos Cabos Foguistas,Foguistas e Carvoeiros com a aquisição de umanova sede social mais condigna com suas necessi-dades, possibilidades e merecimento. Além disso,a Diretoria se compromete a:

empenhar o máximo de esforços para, emunidade com as demais categorias detrabalhadores marítimos, conseguir ointegral cumprimento do acordo de no-vembro de 7.95.9,-

lutar' pela ampliação da democraciasindical, combatendo de imediato as por-tarias ministeriais que prorrogam os man-dttlos das diretorias de Sindicatos, fede-rações e confederações;

lutar por uma ampla participação dosCabos Foguistas, Foguistas e Carvoeirosno Congresso dos Trabalhadores Brusi-leiros a realizar-se em julho do presenteano.

Viva oi* de Maio!Viva a fraternidade universal dos tra-

balhadores!Viva o Brasil!

JOSÉ RIBEIRO DA SILVAPresidente

Sindicato dos Condutores de VeículosRodoviários c Anexos do Rio de JaneiroRua do Camerino n' 66 — Estado da Guanabara

Por motivo das comemorações do V de MAIO, data mundialmenteconsagrada aos trabalhadores, enviamos saudações fraternais a todos ostrabalhadores do Brasil e do mundo.

Concirnamos aos nossos companheiros a se unirem cada vez maistm torno do nosso Sindicato a fim de que unidos possamos ser vitoriososnai lutas por nossas reivindicações.

Viva a unidade de nossa corporação de trabalho!

Viva a unidade dos trabalhadores do Estado da Guanabara

Viva a unidade dos trabalhadores de todo o Brasil!

Paz e Fraternidade a todos os trabal' adores do mundo!

Viva o 1» de MAIO de 1960!

A DIRETORIA

CONFERÊNCIAAFRO-ASIÁTICADE BANDUNG

Será realizado dia 28, quinta-fei-ra, às 17.30 lis., no auditório doMinistério da Educação, un» ato pú-blico comemorativo do 5" aniversá-ria da Conferência Afro-Asiáticade BANDUNG, com a presença dosrepresentantes dos países africa-nos e asiáticos que a integraram.

A Comissão Organizadora do atocompõe-se do Senador Jarbas Ma-ranhão, Deputados federais CelsoBrant, Coutinho Cavalcante, RogêFerreira e Benjamim Farah, Prof.Roland Corbisier, Manuel ConradoRibeiro (UNE), Aluizio PalhanoFerreira (Sind. Bancários), CoronelAnderson Mascarenhas, AmílcarAlencastro o José Frejat.

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Zé Praxedi li

Ao ensejo ds festas de .1? de MAIO, data internacional dos traba.lhadores, o SINDICATO DOS OPERÁRIOS NAVAIS formula votos de paz e

prosperidades, não só aos operários a êle filiados, como aos demais operáriosdo Brasil e do mundo inteiro, e conclama os mesmos a se fazerem dignos dossacrifeios dos nossos mártires de Chicago, extensivos ao povo em geral, comoconstrutores reais do engrandecimento da Pátria. Unamo-nos sob a bandeirapacífica do progresso para conseguirmos, na realidade, a Independência com-pleta da nossa nacionalidade.

Firmino Fernandes — PRESIDENTEDjalma Prado de Lemos — SECRETÁRIOArchimedes Marinho — TESOUREIRO

SINDICATO DOS OPERÁMOS NAVAIS DO RIO DE JANEIRO

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(Jperérios¦avais da lUOcL uâveiro

29 de abril a 5 de maio de 1960 -

Guanabara: derrotaro Clubeda Lanterna', Começando a libertar-se das in-certezas de seus primeiros dias devida — embora permaneça ainda aindecisão em relaçãp a vários pro-~blenras-«r1...e_doJmpacto da inau-guraçâo de BrasíÍiãj*ò"'Kstadrr-átt—Guanabara começa a tomar o cami-nho de sua normalidade administra-tiva.

Assumindo-o exercício de suasfunções, o governador Sette Cama-ra compôs seu secretariado, aten-dendo, segundo parece, às diversasforças políticas do novo Estado.Resta, agora, lançar-se à ação tendoem vista a premente necessidade desolucionar uma série de problemasinadiáveis da Guanabara.

Ao mesmo tempo, intensifica-se amovimentação entre os partidos emtorno das candidaturas ao futurogoverno e à Assembléia Constituiu-te. Por enquanto, essa movimenta-ção está sendo extremamente dis-persa, em face do grande númerode candidatos a candidato, algunsdos quais inclusive já lançados àmanobra publicitária da distribui-ção de cartazes pela cidade.

O mais provável, contudo, é quea disputa do governo do novo Es-lado seja feita em torno de duascandidaturas: de um lado, a UDNe seus escassos aliados, e do outrolado uma coligação que reuna asvárias forças que se opõem às pre-tenções de Carlos Lacerda e o Clu-be da Lanterna de conquistar o do-mínio oficial na Guanabara. Quan-to aos udenistas — que sabotaramaté o último instante a autonomiapolítica dos cariocas — tudo levaa crer que o candidato será o depu-tado Menezes Cortes, que se nota-bilizou por sua participação no gol-pe lanterneiro de novembro de1955, em que aparecia como o res-ponsável pelos fuzilamentos e pri-soes em massa que se realizariamno caso de vencer a frustradaconspiração. Menezes Cortes se dis-tinguiu ainda pelo seu ódio furiosoaos trabalhadores, tendo sido o au-tor da maior prisão de operáriosjamais havida no Brasil: o cercopolicial do sindicato dos trabalha-í°roLda Light e a f)risão de rnaisde SOO dos seus sócios. Há, porém,na UDN outros candidatos em lu-ta: Adauto Lúcio Cardoso e MárioMartins.

A necessidade de impedir que oUube da Lanterna obtenha êxitono pleito estadual deve levar asdemais forças políticas - até ago-ra dispersas entre vários pretendeu-tes — a se unirem em torno de umso candidato, que esteja indentifi-cado com a candidatura do maré-chal Teixeira Lott, o que assegura-na plenamente a derrota de qual-quer candidatura, udenista.

Sindicato dos Trabalhadoresnas Indústrias de Panificacão,Confeitaria, de Produtos deCacau e Balas e de Torrefacãoe Moagem de Café,do Rio de Janeiro

A Diretoria do Sindicato, na da-ta máxima da classe operária, sa.'..da a Iodos os trabalhadores danossa Patna que, neste momento,se encontram empenhados na lutapela libertação econômica, políticaao Brasil, e a sua libertação social.Viva o 1' de Maio

Viva a Libertação de nossa Pá--riaViva a Libertação da classe Ope-ranaViva o Brasil.Rio de Janeiro, 25 do Abril deíyoUas.) Inaldo Lima Rocha — Pre-sidente; Carlos Sá Bezerra — Se-

çretário-Geral; Oilton Lopes deAraújo - Secretário: ErasmoPaula de Aguiar — l" Tesoureiro-Uriel Maciel Brêtas — 2" Tesou-reiro.

NOVOS RUMOS

Diretor — Mário AlvesGoreme — Giitteniberg Cavalcanti

Redator-cheíe — OrlandoBonifini Jr,

Secretário — Fragmon BorgesREDATORES

Almir Matos, Rui Facó, PauloMota Lima, Maria da Graça, LuísGhilarclini. 'MATRIZ

Redação: Av. Rio Branco 257 17'andar. S/1712 — Tel: '12-7844Gerência: Av. Rio Branco, 257

»" andar S/905Kiidc!réçQ.,..teleg.ni.f.Í!:p....— _.

xNOVOSRUMOS»

ASSINATURASAnual Cr$ 250,00Semestral 130,00rrlmestra] » 70,00Aérea anual, mais Cr$ 100,00;¦semestral, CrS 50.00; trimestral,

CrS 30,00.Numero avulso ....... Cr$ 5,00Número atrasado » 8,00

mTOjjmám^ ^¦i-fr--M-1-- Vitarhttifcü

— "' 29 de abril a 5 de maio de 1960 NOVOS RUMOS

Monteiro LobHüm

«rio de Andred¦MilSSí• kti-KQSsI

bcrto Caiudoi ralflin sobre * Lcftfífifor sugestão do leitor L. Gonzaga, vamos reproduzir, a pro-

pósito do 90' aniversário do nascimento de Lenin, artigos de MonteiroLobato e Humberto de Campos sobre o chefe da revolução russa."77

allíg'(rtte^hmtsi^.LíiHaJ^foi escrito durante o periodo do governollernardes, sob a inspiração de ümànrêjmríageithpublisada.na «Cri-tica», de Buenos Aires, pelo jornalista argentino Adolfo Agorio.' O

Há homens que trazem para a vida rebros esclarecidos e poderosos, eo doloroso destino dos batráquios.Inofensivos ou iguais aos outros,cerca-os pela aparência da figuraou pela má interpretação de seusgestos, de suas atitudes, a antipatiauniversal. Debalde o sapo, na mar

cuja popularidade é provada, aosolhos do mundo, pela rapidez comque desce, de vitória em vitória,para as batalhas do ocidente.

O descrédito que se procura Ian-çar sobre esses evangelista» não é,

artigo de Humberto de Campos é de 1918.Também reproduzimos um poema de Mário de Andrade.Os artigos e o poema revelam, sem dúvida, que a campanha

de distorsões e calúnias da propaganda imperialista foi incapaz,mesmo naquela época, de impedir que intelectuais brasileiros com-preendessem a significação da obra genial de Lenin.

sio, de onde saía em 188^" "P^^™*ner^tw-fí^ch8|iandó a maiori.

matricular-se na Universidade deKazan. No princípio desse ano, seuirmão mais velho, Alexandre, par-ticipa do atentado contra a vida deAlexandre III, sendo condenado àmorte, e enforcado no páteo da for-

gem da lagoa ou ya cavidade da felizmente, uma arma desconhecida taleza de Schusselburg, a 8 de maio.......... ,_.._.-. , =. , _ „ ,_—,*..._._. _._.._ ao lado de Schewyrioff, Ossipanoff,Gueneraloff e Andreiuschkine,apontados como cúmplices. O paide Alexandre, tomado de dor e devergonha morre dias depois. Vladi-mir ficava sozinho no mundo, ajo-elhado entre esses dois túinülosrTT-

Nesse ano, desaparecia da terrao pacífico estudante de Simbirsk.Em lugar do cordeiro Vladimir, sur-gia, armado do seu sonho e do seuódio, o tigre Lcnine. E a luta co-meçou. Associando-se à corrente re-volucionária da Universidade, foi o

pedra, mostrará a inocuidade do seuleite, a honestidade do seu esforço,a fatalidade da sua tristeza. A na-tu reza inteira continuará hostil,impiedosa, irreverente, até que amão de um viandante ou a pata deum touro lhe faça estourar, de re-pente, o corpo frágil, em que reunira beleza do seu ideal: os homensbons e maus, levantar-se-ão contraêle, apedrejando-o, insultando-o, en-i'hendo-o de veneno, que voltará,depois, sobre eles, no momento dareação.

Lenine, esse gigante soturno quese pôs de pé, de repente, nas vizi-nhança do pólo, ameaçando o cqui-líbrio do mundo, é, positivamente,uma dessas entidades heróicas. Asuspeita dos estadistas aliados, mo-tivada pela sinceridade com que-éle so dirige aos humildes, incen-diou o seu halo de apóstolo. Comoutra figura, com outras maneiras,com um trato diplomático que a vi-da errante não o deixou adquirir,o urso de Petrogrado teria sido,talvez, um dos maiores construto-res da nova Humanidade. Traba-Unindo em paz, governando um po-

nessas formidáveis campanhas so-ciais. Os apóstolos da revoluçãoFrancesa foram vistos pelas socie-dades conservadoras do século co-mo um bando de despeitados fa-mintos. Robespierre Danton, Marat,Vergniaud, Bailly, Manuel, Cralier,Bonchamp, Desaix, Mirabeau,Henriot, Honchard, jacobinos emontanheses, girondos e comunis-tas são vistos de, longe como trai-dores, como celerados, como ladrões,como bando de feras, enfim, quese tivesse atirado sobre o cadáver

da França. E, no entanto, quanto jovem agitador excluído, nesse mes-

L enineHUMBERTO DE CAMPOS

heroísmo naqueles homens! quantaabnegação naqueles mártires! Ospróceres da revolução russa nãosão menores do que os seus avós doocidente. Há, mesmo, nesses barba-ros, nesses fulvos lobos do norte,ímais humanidade. A pena de morte

vo sob o império da ordem, agindo existe, como no estado de guerrano seio de, unia sociedade economicamente equilibrada, êle constitui-

ia, para bem da terra, um dosmaiores colaboradores da reedifica-ção social. Isolado, porém, no seureduto de gelo, desprezado pelo oci-dente, insultado pela Europa inteiraque o condenou sem julgamento,não se submeteu nem recuou: ala-

mas para os bandidos, para os cri-minosos comuns que se atiram ao

mo ano, daquela Escola Superior eimpedido de residir na cidade.Abandonou Kazan e seguiu paraSão Petersburgo. Em 1891 experi-menta a matrícula na Universida-de dessa capital e é admitido. Poressa ocasião conhece um velho pro-pagandista, professor de colégios,e, estreitando a amizade, casa-ocom a filha, Nadedia Constantinova

saque, nos momentos de pânico. E Krupskaia, cujo espírito se formase, de mistura com eles, tomba ocorpo de um Bomanoff ou de umministro do antigo regime, é menosura ato dos homens do que, talvez,da serena justiça de Deus.

Sobre Lenine, como chefe dessa

ra no mesmo ambiente de fornalha.Em 1895 está Lenine em Genebra,onde entra em contacto com o gru-]M> de exilados de Plekanov, dosquais vem a ser um reflexo destroda Rússia. Descoberta, sua ativida-

pardou-se na pedra como o batrá- COrrente vitoriosa, desabam, neste de na imprensa socialista, é condequio perseguido, e daí derrama so-bre as fronteiras, contendo-se, ocáustico da sua amargura.

A imprensa européia, orientada,quase toda, pelos partidos conser-vadores ou moderados, criou paraa revolução russa, na América, omais desfavorável dos ambientes.Olhada pelo binóculo que a Françae a Inglaterra nos ajustam ao ros-lo, o movimento revolucionário queensangüenta os gelos do Neva edo Volga não passa, na sua essên-cia, de uma luta de celerados. Le-nine, é um salteador; Trotzky, umbandoleiro; Lunatcharsky, um euer-gúmeno; Jiukharine, um aventurei-ro; Prokrovski, um traidor; Swer-dloff, um usurário; Kaméneff, umanalfabeto. Para os efeitos de pro-paganda negativa, esquecem os ex-pliçadores do enigma russo queesses homens todos, considerados ospróceres, de boje ou de ontem, dobolchevismo, são professores, jorna-listas, publicistas, estudantes deUniversidades, portadores de umpasado heróico, povoado de lutaspelo seu sonho e de sacrifícios peloseu ideal! Não se diz, por exemplo,que Lenine é o autor de obras cien-lificas de tuna erudição e de ninagrandeza impressionantes, como OPROBLEMA AGRÁRIO, O MATE-RIALISMO E ORÍTICISMO EMPl-RICO NA RÚSSIA, O IMPERIA-LISMO, e de oito ou dez volumesmais, que aclararam, nestes últimosvinte anos, os escuros abismos damentalidade russa. Não se informa,por cálculo, que Trotzky é um dosoradores mais insinuantes da Rús-sia c que a sua vida, sob o tzaris-mo foi uma odisséia de fugas e de-portações para a Sibéria e para oestrangeiro, por onde espalhou, deParis a Nova York, de Viena a Lon-(Ires, de Berlim ao Canadá, a se-mente da revolução. Encobre-se, depropósito que Lunatcharsky é umesteta c'iiin santo, e de sentimen-tos tão altos, tão puros, tão nobre-mente humanos, que lançou umaproclamarão, demitindo-se do ear-go de ministro da instrução Públi-ca, à simples noticia de que os re-volucionários haviam bombardeadoo Kremlin, onde se acumulava, di-zia êla, «os maiores tesouros cul-turais e artísticas do país» não seconta, para não despertar a sim-patia no ocidente que Norghine, so-lidário, por muito tempo com Le-nine, foi o organizador das institui-ções cooperativistas na Rússia, de

~OTi(it,-f(H-e^?t4lailu..X_vêzes em quinzeanos; que Ourit/.ki, assãssiriãífrrint-meses era um engenheiro notável;que Prokrovskj, signatário do tra-lado de Brest-Litovsk, é professorda Faculdade de Moscou e de ou-Iras escolas superiores, onde gozade indiscutido prestígio nos círculosintelectuais. Não se informa enfim,que o bolchevismo é uma idéia pos-ta em marcha por um grupo de cé-

momento, as maldições do capitalis-mo ameaçado. E quem é esse ho-mem taciturno que fecha os punhossobre o mundo? Vladimir Oulianoff,que atravessa a história com o ape-lido de Lenine, pertence, na Rússia,à nobreza hereditária. Seu pai, umantigo conselheiro do governo deSimbirsk, onde o futuro revolucio-nário nasceu a 10 de abril de 1870,deu-lhe inicialmente, uma educaçãocompatível com a sua condição so-ciai e política: aos doze anos, em1882, entrou Vladimir para o giná-

nado, a 29 de janeiro de IXÍtí, atrês anos de exílio na Sibéria orien-tal. Em 1900, cumprida a pena emIrkustsk, Krasnviarsk, no governode Lenisser, segue para o estran-geiro, indo fazer parte, em Paris,do comitê central dos emigrados po-líticos. Em 1901, aliado a Martove a Potressoff funda o jornal 1S-KRA de informação socialista uni-versai. Dois anos mais tarde, em1903, reúne-se o 2" Congresso doPartido Operário Social-Democráti-co, que abre cisão, triunfando Leni-

(grupo Bolchevique)"sobre" Martovque dele se separa com a minoria(grupo Menchevik). Em 1905, «aprimeira revolução, pe-netra Lenine sobrepticiamente naRússia, homisiando-se em Kcok-lala.na Finlândia, a poucos quilo-metros de São Petersburgo. Daí doseu esconderijo, orienta êle a facçãobolchevique do Partido Social De-

mocrático, cujos sonhos de liberda-de faliram mais uma vez. Orientadaa ação dos bolchevistas na 2a.Duma, Lenine, perseguido, abando-na a Finlândia, voltando ao estran-geiro, onde multiplica, a sua opero-sidade cofho membro do Bureau Ia-ternacional do Partido Socialista,promovendo conferências, fundandojornais, e escrevendo, por todaparte, obras doutrinárias, de estiloconciso e ciência atrevida. Em abrilde 1917 reentra, enfim, vitorioso napátria ensopada de sangue, assu-mindo a chefia do grupo Boichevis-Ia, que o seu espírito de organiza-dor transformou, em poucos meses,com uma habilidade inegável, nopartido mais poderoso da Rússia.

Esse «bárbaro» tem a comprome-ter-lhe o heroísmo da vida, apenas,a intransigência da vontade e a rus-ticidade da figura. Detalhe media-no, mas de compleição robusta, Le-nine encobre, com o seu aspectopesado, a assombrosa atividade doespírito. A face vermelha, redondae larga, emoldurada por uma bar-ba curta, o bigode caído, a frontealta e lançada para trás pela cal-vicie, tudo isso lhe daria feição deum burguês farto, se o olhar, deuma dureza inteligente, não lhe mo-dificasse essa materialidade arro-gante. E é desse olhar que depen-dia, ontem, a sorte da Rússia e de-penderão, talvez, amanhã, os des-tinos da Europa e do Mundo.

Para derrotar Lenine, que repre-senta hoje as aspirações de cem mi-lhões de camponeses e operários 3onorte europeu, faz-se mister, talvez,destruir a Rússia. E Chateaubriandjá perguntava, a propósito de Bo-naparte:

«Que general poderá bater urapovo como ésse, cuja última forta-leza é o pólo?»

Id e ias Ru ssa sNa reportagem de Adolfo Agorio

sobre a Rússia existe um trechosobremodo interessante relativo àquestão sexual.

Lenin, esse ôgre na opinião dosfranceses, ainda há de dar o seunome ao século como o maior re-formador social de todos os tempas.Nenhuma criatura operou em maiorescala, nem foi mais radical em suasidéias. Semeou como um deus, caté ao derradeiro momento cie vidapresidiu ao novo estado de equilí-brio social que implantou na Rússia.O tempo irá aos poucos corrigindosua obra; a adptação far-se-á; masninguém lhe tirará a glória de terarquitetado o dia de amanhã.

O caudal de diatribes e infâmiasque os lesados esguicham sobre oseu nome e difundem pelo mundointeiro, passará, como passam osenxurros. Onde está hoje a massaformidável de libelos impressos naGrã-Bretanha contra o ôgre de Cor-sega? Napoleão, no entanto, puri-ficado, brilha na história com oPerseu de uma Corgona: o direitodivino.

E' assim que a humanidade ca-minha — napoleônieamente, leni-nescamente. aos sacões. A pru-dência, tão preconizada pelo artri-tismo dos marqueses de Maricá, évirtude que apenas conserva, comoo vinagre conserva o pepino, masnão cria coisa nenhuma.

No que diz respeito à mulher,Lenin aparece como o seu messias.Libertou-a da escravidão domésti-ça, aboliu o preconceito da sua in-ferioridade, pô-la em situação deocupar todos os cargos da repúbli-

_ca. desde oeomissariado do povoaté o juizãdã 0~TegH»^JÍ£LJsiaJ-dade dos sexos é perfeito, pois.Lenin destruiu o formidável acervode injustiças acumulado em vinteséculos de helenismo e outros tan-tos de civilização cristã — isto é,de despotismo do galo.

Houve um formidável sacolejode forças psicológicas adormecidas,

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vento que varreu e ventilou o am-biente, desde o lar às mais compie-xas formas de atividade coletiva-

A mulher liberta-se da servidãoconjugai. Os direitos dos dois côn-juges equiparam-se sob um severoregime de responsabilidade e de-veras mútuas. A união livre, con-Irolada pelo Estado, não significaa anarquia sexual que pintara «sescribas anti-russos a serviço docômodo status-quo capitalístico.Essa anarquia sexual existe sim, noregime burguês da mentira mono-gámica sem divórcio, monstruosoMoloch que só funciona à custa domais oruel lubrificante: a prostitui-ção.

O casamento na Rússia repousaunicamente no amor, e é mais dura-douro que o alicerçado no dinheiro.Recorda Agorio o assombro de umseu companheiro de viagem au ve-rificar o número ínfimo de divórciosrussos. No'entanto, se é fácil casar,mais fácil ainda é divorciar; parao primeiro ato basta o compareci-mento dos dois interessados peranteo oficial civil; para o segundo bastao comparecimento de um.

A humanidade se divide cm duasclasses: os que possuem imagina-ção e os que a não possuem. Osimaginativos idealizam c, como idea-lizam, raro alcançam a felicidade— tanto o real é inimigo do ideal.Vem dai que os imaginativos sãoem regra infelizes no nosso regimesexual.

Na Rússia não. Mmc. de Bovrrynão se suicida. Solta o primeiromarido, inservível por insuficiônVáglandular (devia ser isto), e vai su-cessivamente casando até encontraro eleito da sua fantasia. E acha,pois as almas andam aos pares, aafrnlHã^TTBtókzaiumfato e o tudoé que a sociedade naoàsiroH^çaj.lose reunirem.

— Por r;ue motivo, d'sse uma cl?.-ma russa a Agorio, havemos detrazer sapatos apertados, que nosmagoam o pé, se trovando os pode-mos tê-los cômodos? Ora. o nosso

(1918) — l)o livro CARVALHOS15 ROSEIRAS — figuras políticase literárias.

MONTEIRO LOBATOcoração não. merece menos que cnosso pé, além de que as feridasnele abertas são de muito maiorduração. •

Quem sofre mm o regime russoé o homem- Perde a liberdade deborboleteai' de mulher em mulher,clandestinamente, qua1 um besouroluético, sem nenhuma conseqüên-cia funesta para seu egoísmo. Nãomais se regala com o .sadismo defazer mã,c a uma virgem e largá-laà sua trjsle surte, sob os olharescomplacentes do status-quo. Suaresponsabilidade torna-se absoluta.0 código bolchevista, que no fundoé a lógica reação do pobre espazi-nliado centra o rico prepotente,garante todos os direitos da mater-nidade. As obrigações do homemnão são neste caso para com a mu-lher. e sim para com a mãe. Aofundar as bases da família nova,quis Lenin poupar ao seu pais oespetáculo degradante da mulherdesamparada no seu transe ma;snobre, convertida em máquina deabertos c infanticíciios, escrava doregime social que faz dela um ob-jeto de compra e venda, um s:m<f-vente reduzido a campo de expe-riências dos monstruosos apetitese das abomináveis paixões, não digomasculinas, mas homescas.

A mulher trabalha livremente epossui igual ao homem a iniciativano amor. Pode escolher à vontpde.Nenhuma barreira se opõe aos im-pulsos do seu coração. Contribuip*ra a manutenção da sociedadee.onjií"."l e arsm afirma a mia in-dependência e justifica o.s seus di-reitos.

Não há na Rússia essa classe de.mulhsrea oue vivem em abscJuto

; • costas do marido, qual ostras noespeque. Mas dif!c!.l ainda é ver-re

lirfeiu dVso, «min. por ex lll-p'o, odiqnTiTTiTTiTií^^atual,

O problema do ceübato, conso-eü'li1 p^nte, desaparece. A sul-teirona o é poi anomalia de tempe-

O QUE E' BOMDesses eu lenho nojo; aliás, a b?m da verdade, confesso que há certas

pessoas que me dão engulhos ie olhem que lenho estômago iorrej lito ruins,iáo reacionários, tão Irracionais e detestáveis sâo. Mas esses, os esnobes,causam nojo/Vivem no Brasil, trabalham no Brasil, ganham dinheiro —muitas vezes roubam legalmente, forma criminosa porém respeitada de rou-bar íO Brasil, só brilham no Brasil e vivem falando mal daqui. Reviram osolhos e proclamam que na Franca sim, na Itália ó, na Itália, rir. Picamtrêmulos de emoção falando em Washington e Nova Iorque, habam-se só dedizer Hollywood.

Ora, meus irmãos, se há coisa boa e bonita e gostosa para ser amada éBrasil, Naturalmente que há muita coisa errada, naturalmente que estamoscomeçando uma vida, que somos um pais menino subjugado, dominado, apri-.sionado pelos ianques, esses *doces» matadores do negros, esses que chamamseu pais de democrático por causa da Estatua da Liberdade (não andará elaeansadinha ?) e cadeira elétrica e câmara de gaz. Mas, apesar dos pesares,Brasil mesmo é que é bom.

Problemas nâo são apenas nossos, são do mundo esmagado pela luta declasses. Temos crianças abandonadas e famintas como na Fiança, temosfalta dç escolas e de divertimentos para pequeninos e adolescentes, mas isso

..f,problema de vários paises Abram um jornal de Nova Iorque e vejam —-pasmèm7 'sêrifr-me+hor- dizen.—_çom o número de delinqüentes infantis, como número de meninos que ma"tãm'*põr~nía"raT;-qth^-pe-ulxurujmuxoul>iiI':._ Falta-nos muita coisa, mas temos também muita coisa que o.s outros pgtses""H5o"''tem: somos teimosos, audaciosos, arrogantes e com uma bruta vontade deviver. Amamos a Liberdade, a Independência, é verdade que só agora vamosadquirindo consciência de como conquistar essa independência.

Outro dia JK num discurso em Ouro Preto disse que Tiradentes continuanosso herói porque íoi êle que ensinou aos brasileiros a lutar pela indepen-dência. De acordo. Nossa História não é feita de papel crépom nem dechiclés; temos poucos feitos e poucos heróis, mas o que temos ê de melhorespécie.

Os esnobes não vêem nada disso. Não por miopia, pois usam óculos sópara ficar na moda mas alé que enxergam. O.s esnobes são aníibrasilèlrósnão por convicções, mas por burrice. Um dia foram por ai cm viagem equando voltaram, depois de dois meses de ausência vieram dizendo -Bye, bye. >achando o Rio imundo, falando cm cboulevards» e «quartiers . Esqueceram-a língua. Mas ficam aqui mesmo porque lá fora são piores que fraldinha derecém-nascida ; não valem nada.- Desses, eu confesso irmãos, tenho nojo. A minha vingança é quaapesar de todo o snobismo deles, o Brasilcontinua e está cada vez melhor, muitomelhor. Depois da revolução agrária é queeu quero ver a cara dos esnobes, essesinfelizes. O bom mesmo é lutar para fazer-mos o Brasil melhor, cada vez melhor.

Eneida

ManhaMÁRIO DE ANDRADE

O jardim estava em rom ao pé do solK o rentinho de mato que viera do Jaragu*Deixando por tudo unia presença de água.Banzava gozado na manhã praceana.Tudo limpo que nem toada de flauta.A gente ae quisesse beijava o chio sem formiga,A boca roçava mesmo na paisagem de cristal.

Uni silêncio nortista, muito claro!As sombras ae agarravam no folhedo das árvore»Talqualmente preguiças pesadas.O aol tentava noa bancos tomando banho-de-luz..

Tinha mm Mtségo Ho antigo no jardim,Uma fresca tio de mão lavada com limão,Era tio maruplara e descansanteQue desejei... Mulher nio desejei não, desejei .,Se eu tivesse a meu lado ali passeando .Suponhamos Lenine, Carlos Prestes, Gandhi, um desses:

...V'

118111-102*)

Na doçura dà manha quase acabadaJCu lhes falava cordialmente: — Se «banquem uni bocadinhoE havia de contar pra eles os nomes dos nossos peixes,Ou descrevia Ouro Preto, a entrada de Vitória, Marajó,( niaa assim, que pusesse um disfarce de festaNo pensamento dessas tempestades de homens

Notas Sobre Livros

Para boa compreensão do momento histórico durante n qual surgiu oPartido Comunista do Brasi], em 1922. parece-nos indispensável fazer-se olevantamento, ainda que sumário, dos aspectos mais significativos da situa-çáo econômica do Pais ao iniciar-se a segunda década do século, isto ê, logoapós a primeira guerra muni ial. Recorreremos, para Isso, ao livro de CaioPrado Júnior - História Econômica do Brasil, onde se encontram dados einformações bastantes.

Veja-se ai, no capitulo consagrado á industrialização, as indicações iria-tivas ao'impulso industrial que se verificou entre nós em censeqliôncia daKi:e ra: segundo o censo de 1U20. havia então l'A.:'M estabelecimentos: inde-rriais em todo o Pais. com o capital de 1,815.156 contos, e empregando275.512 operários. Déssc total de estabelecimentos, 5.9313 haviam sido 'ins-ialados entre 1915 e 1919. prova evidente da influência produzida pela guerra.Partindo das estatísticas de 1920, podemos calcular que om 1922 haveria noBrasil, aproximadamente, uns 300.000 operários industriais, dos quais maisou menos metade concentrados no antigo Distrito Federal e municípios:vizinhos.

Convém esclarecei' que a Indústria que mais se desenvolveu, .propor-cionalmente, durante o período mi apreço, foi a de alimentação, especial-i.u ui» » de congelaçfio iK> carnes, estimulada esta última, polo consumo crês-eenle dos paises beligerantes. Grandes frigoríficos se estabeleceram então,principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul e de -São Paulo, queofereciam maiores facilidades regionais para aquisição de gado. _ nã" osque-vamos, neste ponto, que tais frigoríficos foram instalados por organizaçõesmonopolistas estrangeiras, que até ho-je concentram em suas mãos o negócioda carne no Brasil, e não apenas para a exportação mas lambem paia oabastecimento do mercado Interno,

Mas o impulso produzido pela guerra continha em seu bojo váriosl 'õ.'v' i ir uv a t?ni':urávitt, cujo dcyinhaincnt.o, inpvi úvol cum i ç: .-?•¦ odo conflito, só não ocasioneu maiores perturbações devido às elevada'; tarifasalfandegárias, e ainda a uma continua depressão cambial Quer dizer:'aquêlcsi ..:u'.,.; fe.nr o.'rios loitm ( orlo motio substituídos por fatores perma-nentes, os quais no entanto impregnavam a industrialização do ta] ou qualfeição parasitária, e dai, em parle pelo menos, muitas de suas tlebilitiadesinuhi ¦ ;'. i cm retieros cem",. icnsKcis sobro n siuinz-àn dn classe o ?y'y •.

De lais circunstâncias, acrescidas a outras, algumas das quais, vinhamfie longe lio tempo (Caio Prado Júnior exemplifica: debilidade ¦ ¦ mercadointerno, dificuldades dç transportes, deficiência léeniefp só |< i i.esujltarO'que de fato resultou -- uma indústria de baixo nível oualiií-ívo.

Falamos acima em concentração Industrial, e porianto.du opniTácfôsiem certas regiões. Expliquemos: não cia questão de (¦onrcnirprõe.s técnicas-.traduzidas r-m grandes unidades industriais, a não ser, cm | uíé, a dos; . -ufe ...< n" ic?.nos e ,;v It >". ua nv'n sr ._!i'é<s < ¦ e iv i :• íalguns pontos do território nacional, d:' numerosos eslahSleciirente.s de ti'"imédio e pequeno, <A maioi parte tia indústria brasileUatoria.lor que estamos consultando continuará c ir i idispersa cm unidades insignificantes. d<> rendimento redeexclusivamente paia estritos mercados locais .

Fosse porém como fòssc, o falo, dcyidainrnte uhso.por Ç. Prado Júnior, é que desde então a indústria p-issoude grande relevo no colijunio da ocoiK.mia brasileira.

Pr'os dados e indicações aqui resumi'dos. creio que podCTOS fazer unia ii!;''!iiaproximada da paisagem econômica em quesa desenvolveram as lutas du pro1; iai adobrasileiro, durante o período ile formacáido Partido Comunista do Brasil.

escreve o hls-:ni( s largamcn eido e produzindo

\ a.do e i'" :_lrat!oa ocupar posição

rrmento, já que nada a imp;de toafrontar à experiência matrimonial.No nosso rcjme, a erja monstnio-s::bc!e não pten^fnos porque o cãon"o atenta à c"'ein riuátiío a rc-ceke cbsde o nrscer, milho s o mi-lhões de pobres criaturrs nvrrcinro tormento da castdrdc r. (orca,no lado de outros milhões oue fcrebolcam nos prostíbu'o3, devora-ds'8, vinvs, de lv'st"r'smos vários eoutr.s cie v;:rlfe'-:iira fe"fe, paranus ''oifeer.r Ilomivs, fe l:nif,odfeo ao conselheiro Aeácio, possac-.:iir- • ¦- pTavgmonte:

--- ';0 casíMVOnto e uma fefeui-o citvina. n-O.s hòr^-.ns c ia i •!•••! --s na

Rú&sia não se olham cumo inimi-ytòÉÉÉIÉÉiÉÉÉi^^

°os, (;a.'fe>fes cn.trs o amar e oódio, pólos (*n menina eKnHa^üopenMmcnU'!; rfe enchem as folhascom o escândalo diário dn seu en-"••'''iofen-.cfei. ri > seus tii""s de ro-rófeor, de eups l';ie;.]"f-. Olham- e(.,-—>q ,(^n'" '¦ •'¦: f;, !rrV'a''s nos'di-rc'to«. i"","'s no" düvoros. F! comoa""T!r r''; t i M''-oran a do. si,mes-mos, e derse culto t':-f'.p:;-'vo dn pró-,,..-., ,,,,,.,.o";;"b;!' 'i('e diz; A.gorio nuap"!a perderam do encanto femini-po, é ju^tp r*ue fechemos os portosr"3 navios i'''f-sos que trazem cm•br-r:s • -;'-: ir"é'as.

Viriam pèrti.ir):ar a deliciosa Iam-banca èexual, leda e cega, em queviyopjps, com um olho nos bismutpse outro nos macacos do Voronoff...

mm .-..„.,..., -„,<... ,¦ A,ts-!v*i.-f^j>fe.'-^-^---i

— 6 NOVOS RUMOS 29 de abril a 5 de maio de 1960 —

O SINDICATO DOS PROFESSORES DO RIODE JANEIRO, envia nesta gloriosa data, sua saudaçãofraternal a todos trabalhadores, particularmente ",oprofessorado brasileiro.

Estado da Guanabara, 1* de Maio de 1960Begavit Demaria BoiteuxHélio Marques da SilvaElson Carlos de SouzaLevy Borborema PortoWalter Ribeiro LemosSilvio Ferba Costa

União dos Servidores Municipais ,~ - R. Paraíba, 19 — 34-8419i-— WM 8 I* BE Mim

jjj • ' A data de 1' de maio tem um significado especial para os antigos ser--vWowe municipais, hoje integrados no Estado da Guanabara, especialmente»pejr» aqueles que exercem funções atinentes ao pessoal «operários.

Em 1» de maio de 1919 o saudoso Preíeito Paulo de Frontin estendia7. *o cquadro operário» da então Prefeitura do Distrito Federal os direitosI eeeegurados aos empregados municipais: horário de 8 horas de trabalho, di-¦y iwho a férias, assistência e previdência social, estabilidade após 10 anos deIMrvloo etc.

m.:'.- ' .^11 PH'^ :N^^as^siSHt9LflS^sisVa vâfl^k.^^Kwü^K*iS^^K

sIsIsWÉsts^ m\M tÊk «¦r J9H ¦ ^jfaBBBBBBBWf flslfl sIslÉsH ^M^K^éMÍf^sHlU Hi^éJ HL v*s^*I fuHsBFvs BSdUfl lüíesfl um.' "s-.^m hk

''¦assasal Hs^sV ¦ sfls™"",',v .. . íí^át &2miWmmmmmm*- mm UWã^^i^^^^^^^mV^^^^^tai mm

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mm mmmm^ '-fl Bill *' ^^11

teatro "O Romanceo Wilela"

¦*» . Quinze anos após Pedro Ernesto completou a obra de Paulo de Fron-$ tin »o reconhecer, em 1* de maio de 1933, o direito do pessoal operário à

-^-peroepçfto-do-salário-minimo^íixado na época em-trezentos mil réis.Recordando este grato acontecimento diretores e associados da União

•* «oe Servidores Municipais irão em romaria, na data de 1» de maio, às 10T horaa da manhã, aos túmulos de Paulo de Frontin e Pedro Ernesto,1 no Ce-gj mrbário de São João Batista.

Esta data é, também, uma data de luta e confraternização. Por issow oiadVsmos calorosamente aqueles colegas recentemente transferidos para o-*• Ketado da Guanabara, concitando-os a cerrar fileiras em torno da Coligação* das Sociedades de Servidores Municipais, futura coligação das Sociedades de£ Servidores do Estado da Guanabara.

VIVA O 1' ME MAIO!VIVA A UNIDADE DOS SERVIDORES DO ESTADO DA GUANA-

PELA CONQUISTA DO PLANO DE CLASSIFICAÇÃO DE CARGOSFUNÇÕES! f

ALACRINO TAVARES OTAS ;PRESIDENTE

EM VOLTA REDONDA

Convençãodo Estado

Sindicaldo Rio

gARA,

A I Convenção Sindical dos Traba-Ihüdores do Estado do Rio será instala-da no dia 29 do corrente, às 9 horas,no Ginásio da Companhia SiderúrgicaNacional, em Volta Redonda. O con-

>M ¦

... :

Sindicato Dos Trabalhadores

Empresas Ferroviárias

do Rio de JaneiroO Sindicato dos Trabalhadores em

Empresas Ferroviárias do Rio de Janeiro,comemorando o próximo Dia Primeiro deMaio, data máxima dos trabalhadores detodo o mundo, saúda os companheirosferroviários, e os operários de todos ospaises, augurando-lhes êxitos na luta pe-Ias suas reivindicações, pela conquista dapaz t da felicidade entre os povos.

Nessa oportunidade, conclamamos os

trabalhadores ferroviários a unirem-sena sua entidade de classe, reforçando asua coesão, a fim de que possamos alcan-çar maiores êxitos na luta pelas nossasreivindicações, e pela melhoria das condi-ções de vida da família ferroviária.

Demisthoclides Baptista, presidenteWander Esquerdo, secretárioHerval Axqueira, tesoureiro

clave, que se prolongará até o dia 1"de maio, reunirá representantes de 1 20entidades sindicais fluminenses. Noseu temário consta: 1) problemas eco-nômicos e sociais; 2) contrato coletivode trabalho; 3> Congresso Nacional dosTrabalhadores; 4) problemas nacionais;5) organização e eleição do ConselhoSindical Fluminense. O ato de encerra-rnento, que será às 15 horas do dia 1'de maio, contará com a presença dovice-presidente da República, sr. JoãoGoulart, e do sr. Roberto Silveira, go-vernador do Estado. Os trabalhadoresda construção civil de Volta Redonda,(foto) elegeram a sua delegação àConvenção na mesma assembléia em

que ratificaram a conquista do aumentosalarial de 38,6'/<\

FederaçãoNacionaldos Portuários

À passagem da DataMagna do Trabalhador —V DE MAIO — temos asatisfação de saudar fra-ternalmente às EntidadesSindicais, bem como agloriosa classe operária.

Pela DiretoriaWalter Meneses

Presidente

Sindicato Nacional Dos Aeronautas

*:T

Na data em que se comemora inter-

nacionalmente o dia do trabalhador, o

Sindicato Nacional dos Aeronautas inter-

pretando o. sentimento de fraternidade da

classe que representa, saúda entusiástica-

mente os trabalhadores do mundo inteiro e

em particular os trabalhadores brasileiros.

Ass. A DIRETORIA

Federação Nacional dos Trabalhadores

nas Indústrias Gráficas

MENSAGEM

Ao ensejo da data de 1? de maio de 1960, a Diretoria da FederaçãoNacional dos Trabalhadores nas indústrias Gráficas concita a todos os seusNacional dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas concita todos os seusesforços e unidade de ação na Conquista da Lei Orgânica da PrevidênciaSocial e Regulamentação do Direito de Greve, bem como, Revisão do Sa-lário Mínimo e Combate simultâneo à Carestia de Vida.

Estando previsto para julho deste ano o I' Congresso Sindical Na-cional, desejamos que os nossos filiados desenvolvam o máximo de suasatividades no sentido de se fazerem presentes neste Conclave de impor-tância fundamental não só para os gráficos brasileiros, como também paraos trabalhadores de nossa Pátria.

SALVE o I* de maio de 1960SALVE o l? Congresso Sindical Nacional eVIVA a Unidade de Ação dos Trabalhadores Brasileiros.DANTE PELLACANI, PresidenteASSIS BRASIL, SecretárioNEWTON OLIVEIRA, Tesoureiro

Sindicato Nacional dos Contramestres,Marinheiros, Moços c Remadoresem Transportes Marítimos

Io de Maio — Dia Internacional do ProletariadoNo dia de rememorar nossos mártires, os que lutaram pela conquista

de nossos direitos, dia de estreitarmos nossos laços de fraternidade e so-lidariedade, saudámos, em nome dos marinheiros, no transcurso do 1" deMaio, a todos os trabalhadores do Brasil e do mundo, apelando para queaumentem e ampliem sua unidade.

Pela paz e pelo bem-estar de toíios os povos!Waldir Gomes dos Santos — Presidente; Francisco Silva — Vice-Presidente; Sebastião Jaccoud — 1' Secretário; Luiz Maurício So-brinho — 2' Secretário; Jorge Moura do Valle — Tesoureiro e JoséPereira Jacques — Diretor de Assistência Social.

A Associação de Cultura Franco-Brasileira demonstrando compreensãoe desejo de Jòoperar conosco, no incentivo ao movimento teatral dos jovens,colocou o agradável teatrinhò da Mnison tio Franco à disposição das JovensCompanhias teatrais. Coube ao Estúdio 5:t iniciar a temporada, com a peça"O Romance do Vilela", cm 3 atos desenvolvidos em 12 quadros de autoria deFrancisco Pereira,da Silva, jovem autor nordestino, não sei se de Sergipe ouPiaui. A peça estará em cartaz durante 7 semanas, findas as quais, outracompanhia jovem ocupará esse teatro. A direção é de Carlos Alberto Mur-tlnho, organizador, um dos fundadores e diretor assim como ator do conjunto.No papel de Cambraia, o cantador, êle interpreta ao violão e com voz agra-dávol dois "BECÊS" c duas canções do despedida. O assunto, quase o indicao titulo, traia da vida do jovem cangaceiro Vilela, das circunstâncias que olevaram ao cangaço, das questões cie terra, expoliação e opressão do campo-nés nordestino — idêntica a que ocorro em qualquer dos nossos Estados, ondehaja o problema do latifúndio. Apresenta o «drama das populações das clda-des percorridas por cangaceiros e seus perseguidores "as volantes", sofrendoas conseqüências da luta entre autoridades e rebeldes. Em uma destas vilasde interior, onde nasceu o Capitão Vilela, a amiguinha de infância, ex-namo-i"LrJa...e.stá do.casamento marcado com um noivo que detesta, por imposiçãodo pai. No segundo ato" fogo ao encontro do cangaceiro com quem se casa,E aí começam seus esforços, especialmente ao sentir os primeiros indicio»do maternidade, para modificar o curso da vida do marido, afastando-o daviolência, que é imposição das contingências, necessidade de autodeíesa.Ao fim do último ato, em luta corporal com seu perseguidor mais ferrenho,isolado dos homens de sua tropa, depois de tê-lo dominado, é compelido pelaesposa, já então mãe de seu filho, a poupar a vida ao inimigo. Certo de queseu destino é matar para não morrer, resolve fugir ao dilema, atirando-se doalto do despenliadciro. O texto é bom, a maneira de apresentá-lo, lnterca-lando ação com a narração do cantador ó bem achada. E' pena que o trata*mesmo dado ao assunto seja demasiado literário, com frases construídas demanütFã~cõTfoia, respeitando plurais, concordâncias, boa 7 colocação; de ^r»nomes etc. Por outro lado, os intérpretes acentuam isso que consideramosuma falha, pronunciando com tanta clareza e correção que se assemelham adoutores e não a cangaceiros ou camponê-sos. Apontamos deficiências mas recomendamos o espetáculo.»Tanto o Estúdio 53, como ^^sTWKmWttW!KISmuMmm}a direção da Maison de France, merecemlodo apoio. E o espetáculo, em conjuntovesuíta bom.

Beatriz -Bandeira

Palavras CruzadasF. Lemos

PROBLEMAS N< 8HORIZONTAIS; 1 — Sacrifica; 6 —

Sentinela; vigia; 8 — Antônio Maria;9 — Soberano; 10 — Décima sétima le-tra do alfabeto grego; 12 — Capital daItália; 14 — Instrumento de ataque ede defesa. 16 — Agora, atualmente; 17 -•¦Do verbo «IR»; 18 — Peça elástica, demetal ou outra substância, destinada areagir, depois de haver sido dobrada oucomprimida; 20 — Cidade da Itália; 21 —Artigo feminino plural; 22 — Carbonatode cal amorfo, vulgarmente chamado«greda branca»; 24 — Artigo masculinoplural; 25 — Julgar habilitado; 28 —Embarcação estreita, leve e rápida (plu-ral).

VERTICAIS: 1 — Magnetismo pessoal(gíria estrangeira); 2 — Nome própriofeminino; 3 — Interjeição. Serve parachamar, para saudar e também indicaespanto; 4 — Qualidade, casta; 5 —Grito de dor; 6 — Carinhosa: 7 — Equi-pador de navios; 8 — Perfume agra-dável; 11 — Lugar aprazível entre ou-tros que não o são; 13 — Moléstia;-15 —•

i \i ti h ITTr-v

CnÉLpÉÉÉ12 13 ¦¦li 15

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21 "¦¦22~23 JHp

25 26 iII,

28I

Curso de água natural, mait ou maneicaudaloso; 19 — Quebradiço, rftpMo;20 — De pouco piso; 23 — Relação, lia-ta; 26 — Letra do alfabeto grego; 87 —<Artigo feminino plural.

RESPOSTAS DO PROBLEMA N' 7HORIZONTAIS: 1 — Guanabara; 5 — És; 6 — Os; 7 — Aba; 10 — Pie

12 — Pior; 13 — Anal: 15 — Lá; 16 — Ró; 17 — Avir; 19 — Irra; 21 — Ana22 — Ama; 23 — Ara: 24 — Aia: 26 — Caravelas. VERTICAIS: 1 — Gê; 2 — Usai! — Rosa: 4 — As: 8 — Bolinar: 9 — Arara; 10 — Pária; 11 — Anormal; 12 — Pia)14 — Lóa; 18 — Vara; 20 — Raia; 23 — A.C.; 25 — As.

Sindicato dos Trabalhadores nas Indústriasda Encr ra Elétrica c da Produçãodo Gás do Rio dc JaneiroMensagem aos Trabalhadores Brasileiros:

Ao ensejo do 1« de MAIO, data internacional dos trabalhador»»,0 Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Energia Elétrica e da Pro-Jução de Gás do Rio de Janeiro saúda entusiàsticamente a todos os traba*hadores brasileiros que lutam, como nós, pela melhoria constante das

:ondições de trabalho e dos níveis salariais, pela Emancipação política teconômica de nossa Pátria e pelas liberdades públicas e sindicais.

Rio de Janeiro, I' de Maio de 19ó0.

Pela Diretoria,Aigemiro Rocha Júnior

Presidente

«*• ?Aos Bancários,Aos Securitariose Demais Trabalhadores

h\a oportunidade em r -? -- t

o Dia Internacional do írabe1" 't,

sau -

mos efusiva e calorosamente a todos os c, ~i-

panheiros, formulando ardentes vetos de "• i-

to na luta comi; .. por melhores dias para as

nossas famílias e pelo progresso e emanei-

pação de nossa pátria.

Aos colegas bancários e securitarios,

conclamamos a lutarem unidos e organiza'..)-

mente pela conquista do Contrato Colet'vo

de Trabalho, pela mora"?-"o da PrevidGn-

cia Social e pelo Direito de Greve

Salve o Io de Maio de 1960!

Salve a unidade dos Trabalhadores!

Conf deração Nacional dos Tn-balhadores nas Empresas de cre-dito

Federação dos Err->reqados em Es>tabe!ecir,-rnlos Dr»ncários do Distri-to Federal e dos Estados do Rio

'e

Janeiro e Espírito Santo

Sind'cato dos empregados em Es-tabelecimentos Bancários do R;o_de Janeiro.

i^____ aBBMga

NOVOS RUMOS 29 de abril a 5 de maio de 1960

PARALELO 38, 7 ANOS DEPOIS.

Ao Norte DesenvolvimentoâO Sul F orne e i errorT

Depois de um mês de manifesta-ções pacíficas e violentas, com aparticipação de centenas de milha-res de pessoas em toda a Coréia doSul, q governo norte-americano che-gou à conclusão de que a camari-lha de Syngman Rhee não prestamais para testa-de-ferro. Numacorrida para salvar os «restos doincêndio», o Departamento de Esta-do publica' agora repetidas notascondenando o regime da Coréia doSul, na esperança de acabar emalguns dias com o justo ódio do po-vo coreano pelos 16 anos de opres-são. O golpe sobre a ditadura deSyngman Rhee, entretanto, foi de-cisivo. Diante da manifestação pú-blica dada pelos Estados Unidos denão apoiar mais Syngman Rhee, aassembléia nacional sul-coreanaaprovou por unanimidade uma mo-ção de censura à ditadura: Syng-man Rhee resolveu então renunciara convocar novas eleições.

Falando recentemente numa con-ferência o subsecretário de Estadonorte-americano Douglas Dillon dis-se que uma das perguntas funda-mentais que devêm ser feitas àUnião Soviética é a seguinte: quan-do irá a URSS «desistir da ficção»representada pela República Demo-crática Popular da Coréia e permi-'tira a «reunificação mediante elei-ções livres"? Como se vê, o Depar-tamento de Estado perdeu todo o

. resto de escrúpulos que ainda lhe,: restava para defender a -ditaduracambaleante de Syngman Rhee.

O sr. Dillon não deve acreditarno ditado segundo o qual «não sefala em corda em casa ctt enforca-do». Falar em «eleições livres» parareunificar a Coréia quando-. o pro-testo popular contra a farsa eleito-ral de Syngman Rne* uigia o ní-vel de insurreição r -eional, é per-der todo o senso do absurdo. EmSeul, Masan, Pusan e várias outrascidades da Coréia do Sul, dezenaside milhares de pessoas, desobede-cendo a lei marcial, desfilavam pe-Jas ruas desafiando a polícia e oexército, abundantemente armadospelos Estados Unidos. A revoltapopular foi tão mais intensa emvista do caráter aberto da fraudeeleitoral. Como a própria revistaianque «Time» confessa, em Masan,

por exemplo, o Partido Liberal deSyngman Rhee era sistemática efragorosamente derrotado. Publica-dos ob resultados das eleições, apopulação da cidade verificou quetinha «eleito» Rhee numa proporçãode 36 votos contra "

Candidato únicoU- V ". mais cameteris-

ticos da «democracia» sul-coreanaé, como não podia deixar de ser, aoriginal «pluralidade» de partidose candidatos às eleições. Em todosos últimos pleitos os candidatoscontra Syngman Rhee ou forampresos e assassinados, ou morreramsubitamente, em condições mais oumenos misteriosas. Milhares de pes-soas eram assassinadas e dezenasou centenas de milhares eram arbi-tràriamente presos. Mas o terrornão basta, e é preciso recorrer tam-bém à fraude. Um relatório oficialdo governo francês assinalava, em1946, «que os próprios moderadosreconhecem terem sido caracteriza-das pela fraude» as eleições daqueleano.

Em 1948 novo banho de sanguedá o poder absoluto à camarilha deSyngman Rhee, que, para garantirseu domínio, prende e tortura maisde 100.000 sul-coreanos no ano se-guinte. A oposição ao terrorismo,entretanto, ganha corpo em todo opaís, principalmente à vista do de-senvolvimento democrático que serealiza na Coréia do Norte. E, ape-sar de todos os esforços de Syng-man Rhee para corromper e ater-rorizar a população com o dinheiroe as armas dos Estados Unidos, em30 de maio de 1950 seu partido per-de 70% das cadeiras que tinha naassembléia. Era claramente o co-mêço do fim. Syngman e seus as-sessôres norte-americanos recor-rem, então, à última cartada: aguerra civil.

A guerra devastador;A guerra da Coréia, feittt oficial-

mente em nome das Nações Unidas,a pretexto de uma «agressão comu-nista» e para salvar a «democraciasul-coreana ameaçada», foi na ver-dade uma guerra de opressão paramanter o regime ditatorial de Syng-

A doença infantil do "esquerdismo" no comunismo

de VLADIMIR ILITCH LENINImportante obra. teórica de grande atualidadeUm combate cerrado contra ô sectarismo, o dogmatfonin *o revisionismo

Edição comemorativa do 90» aniversáriode nascimento do autor

LANÇAMENTO DA

EDITORIAL VITÓRIA LIMITADAA VENDA NAS LIVRARIASCaixa Postal 1fi5/Rio de JaneiroPedidos jH'lo reembolso para CrS 100,00

O SINDICATO NACIONAL DOSAEROVIÁRIOS, ao ensejo do transcursodá dala máxima dos trabalhadores de lodoo mundo, saúda as classes laboriosas doBrasil augiirando-lhes crescentes Vitóriasna lula contra o subdesenvolvimento e pormelhores condições de vida e de trabalhopara todos os que vivem de trabalho.

Salve os trabalhadores cie lodo omundo!

Viva a democracia do povo, pelopovo e para o povo!

Viva e esteja em nossa luta a memó-ria dos que tombaram pelas liberdadesdos povos!

Eterna seja a chama que ilumina ofuturo do Brasil para a sua completa, tolale definitiva emancipação econômica!

Ass. A DIRETORIA

man Rhee e tentar estendê-lo à Co-réia do Norte.' A miséria econômicae o terror policial só poderiam sermantidos com a ocupação do paispelo exército norte-americano. Ummilhão e seiscentos mil soldadosianques tomaram parte, na luta;quatrocentos mil não voltaram àsiuas casas.

Na Coréia, tanto ao sul como aonorte do paralelo 38, a devastaçãofoi quase completa. Na Coréia doSul 125 mil órfãos e 300 mil viuvasformaram o balanço trágico da lutaDos 21 milhões de habitantes, maisda metade ficou sem condições desustento ou trabalho. Na Coréia doNorte, 40% das casas foram des-traídas, quase todo o parque indus-trial que tinha sido reconstruído de-pois do fim da guerra, foi nova-mente destruído. O esforço de cincoanos ficou reduzido a quase nada.

Essa foi a guerra que estourouseis dias depois da instalação deuma assembléia em que a camarilhade Syngman Rhee tinha perdido amaioria. Se alguém ainda podia du-vidar do verdadeiro caráter daguerra da Coréia, o general MacArthur, comandante supremo dasforças que lutaram sob a bandeirada ONU, veio acabar com estasdúvidas. Em entrevista concedidahá alguns dias, disse o general quenunca recebeu qualquer ordem daONU enquanto esteve na Coréia.Quem dava ordens a MacArthur,atual presidente do truste Reming-ton Rand, senão os monopólios e•seus homens do Pentágono?

Contraste inevitávelContraste entre as duas Coréias,

principalmente depois do fim daguerra, era 1953, passou a ser feitopelos próprios coreanos. Enquanto

que a miséria, a estagnação p oatraso reinavam na Coréia do Sul,cuja produção industrial e agrícolaainda não alcançou os níveis de1949, na República DemocráticaPopular da Coréia a atividade ab-negada do povo, sob a direção doPartido do Trabalho, realizava ver-dadeiros milagres. Pela primeiravez em toda a história da Coréia, aindústria e a agricultura produzi-ram o suficiente para vestir, ali-mentar e dar moradia ao povo.

A produção industrial da Coréiado Norte em 1959, no meio do pri-meiro plano qüinqüenal, aumentou9, vezes em relação a 1954, e 6 vezesem relação a 1949. Com uma popu-lação de 9 milhões de habitantes,a Coréia do Norte produz mais deoito bilhões de quilowatts-hora deeletricidade por ano, isto é, mais dametade do que o Brasil, que temuma população sete vezes maior;além disso, segundo planos já emexecução, por volta de 1965, a Co-réia do Norte já estará produzindo20 bilhões de quilowatts-hora. Aprodução de ferro gusa, em 1958,era praticamente um terço da bra-sileira, devendo dobrar até o fimdeste ano e atingir 4 milhões de to-neladas em 1965, mais de três vezesa atual produção brasileira. Com aprodução de aço ocorre o mesmo.Também a indústria leve, princi-palmente a de construção, tecidos,calçados, etc, se desenvolve a pas-sos largos.

A decisão dos coreanos sobre ocontraste entre as duas Coréias nãoé menos favorável à Coréia demo-crática: apesar de todos os esfor-ços da camarilha de SyngmanRhee, dezenas de milhares de corea-nos que residiam no Japão exigiramseu repatriamento para a República]3emocrãtica Popular da Coréia.

A Base de Sustentação de Rhee

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Desde 1946 o regime sanguinário de Syngman Rhee só se man-leve pelo apoio financeiro e militar dos Estados Unidos. Com a retira-da deste apoio a queda será fatal, pois o descontentamento do povosul-coreano já é maior que a própria barreira armada ianque.

Nehru

não quisacordo

Segundo as noticias divulgadas pe.Ias agências os primeiros ministros daÍndia o da China Popular não consegui-iam chegar a um acordo definitivo, sò-bre o litígio de fronteiras entre os doispaíses. As conversações duraram trêsdias, findos os quais Cliou En-lai diri-giu-se ao Nepal para ratificar o acordosino-nepalês, como já linha acontecidona Birmânia,

As questões fronteiriças no suiosleasiático, como em vários outros pomos,são uma herança do domínio colonial.• Donas» dos países oprimidos, as po-tências colonialistas traçaram frontei-ias segundo os seus interesses <> não <\vacordo com as tradições o a evoluçãohistórica. Tal é o caso da -linha MaeMahon.-.

Persistindo em sua posição do nãochegar a um acordo com a China Po-pular, o governo de Nehru cede a pres-soes dos grupos mais reacionários daíndia o seus «.amigos • des potências im-parlalitas, mas esta,é uma politica semfuturo.

Camponeses

esmagam golpistasna Venezuela

Foi abafado na Venezuela o movi-mento contra-rovoluclonário que preteri-dia substituir o governo de Bettancourlpor unia ditadura mais dócil aos in-terêsses dos .monopólios norte-umerloa-nus. Na luta conlra o golpe as¦ milíciasoperárias e camponesas desempenharampapel de primeira importância. Os prin-cipais elementos coníia-revolueionários.inclusive o ex-general (nslro LeÃn, to-ram presos pelos camponeses, armadosdu machados, enxadas, paus e facões.

Enquanto isto, o governo de Bettan-courl proibia manifestações convoca-dus em Caracas por comunistas e se-lores progressistas do próprio parlidosituacionista, Ação Democrática. Umaagência de noticias chegou mesmo àdivulgar a Informação atribuída a ele.munlos do governo segundo a qual oPartido < oinunlsía seria posto na lle;galldade. Onlco crime do PC: combateros golpistas e defender os verdadeirosinteresses do povo venezuelano.

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Em 14 anos,9 de guerra

NotaInternacional

Arrasado por duas guerras sangren-Ias em menos de quinze anos, oprimi-do, primeiro pelo imperialismo japonêse depois, ao sul do paralelo 38. pelonnili'.americano, o povo coreano cunheee uma miséria c fome sem fim,

A Conferênciade Cúpulae o Brasil

.4 ;'.v.t. ...

listamos a três semanas da conferência (le cúpula, e a alenção da npi-niilu pública se volta cada vez mais para os dirigentes dos listados, Uiidos,Franca, Inglaterra e Unlfln Soviética que têm atualmente em suas mãosa possibilidade de tomar decisões de importância decisiva para o futuro domundo. A paz e a guerra não dependem exclusivamente de reuniões a porlasfechadas, mas nunca uma cmilcréncia esteve tão perto de garantir o désen-volvimento pacifico du humanidade pelos caminhos traçados pelos Interesses^e a vontade dos povos. Nunca «-. condições foram 18o favoráveis para quo/se chegue a um acordo para a solução sem guerra das divergências' o contra-dições entre os listados, lista a grande importância na conferência de cúpulaconvocada depois do Inicio do degelo nas relações internacionais.

Por que existem hoje condições favoráveis para um acordo sobre acoexistência e o desarmamento'.' Porque a vontade dos povos encontra hojeporta-vozes autênticos de suas aspirações à emancipação nacional e social.Quase um bilhão de pessoas vivem atualmente nos países socialistas, cujosgovernos defendem infatigável e intransigentemente a coexistência pacificaentre todos os paises, o movimento de emancipação dos povos coloniais e de-pendentes e o principio da autodeterminação dos povos. Outro bilhão depessoas vivem nos paises recém-libertados do colonialismo e nos que aludalutam por sua emancipação, e estão diretamente interessados em que exislaum clima de paz para que possam sair do atraso <• da espoliação para uma vidamais humana. Nos próprios países capitalistas, milhões de pessoas lutam pelacoexistência e o desarmamento, por um futuro de pa/ e progresso.

As contradições e antagonismos sociais e nacionais náo desaparecerãoeom a implantação do desarmamento e a coexistência pacífica, mas estará,aberto o caminho para que estas contradições e antagonismos possam serresolvidos sem as imensas deslrulções de vidas e riquezas causadas pelasguerras, lista possibilidade loi consideravelmente aumentada nos últimostempos pelos contatos entre os dirigentes de países com sistemas sociaisdiferentes, principalmente pela visita de Nikila Krusehiov aos listados Unidose à França, e a próxima visita de lilsenhnwcr á União Soviética, O fantasmada propaganda de guerra sofreu duros golpes ¦oin a calorosa acolhida comque o povo dos listados Unidos e da Fiança recebei: o chefe do governo daURSS.

Também ao Brasil Interessa essa nova tendência nas relações ititernacio-nais, Além de afaslar o espantalho da guerra, a coexistência pacifica criariacondições propícias á luta de nosso povo peloprogresso nacional e social e ao afastamentoda politica de blocos criados pela políticaimpcrutlista de guerra fria. lista a necessl-dade da luta de nosso povo conlra a políticade guerra, '.»ola coexistência pacifica.

Fausto Cupertino

Nixon, Dilema

o ímperíaí/smo da Itália:

e as colôniasFazendo tuna conferência numa uni-

versidade norte-americana, o viec-presi-dente dos Estados Unidos Rlchard Nixonlamentou a falta de previsão que so-gundo cie. caracteriza a politica externade seu pais. Em parlicular, <> sr. Nixonlembrou o fato de que, mesmo antesda revolução de I91Y, os bokhevlquesjá Unham compreendido o enorme pa-pol que seria desempenhado pelos paísescolonialistas, em particular a China en lnrJln,.a'.i passo qua os Èslr.dos Unidossó passaram a compreender esta rcall-dade quando ela se mostrou a todosdspois da última grande guerra,

O sr, Nlxon, que soífmi na própriapele, durante sua viagem pela Amèri-ca Latina, .* reação dos povos dos paísesoprimidos j elo imuerinli.smu á politicanort" :hp ¦!' ,'iiia. não puls ou nâo pôdedizer tódn a wrd ide. Não é pur laltn deln!cl!;;í'ncta qn:« os gnvevivíntrs mirte.americanos c sou.s ;iskw:sô;th Kâo c.ijjusao dcscnvolvirnenío d:t liisiôria. O casoe i|iii> cumpre aos Estrdos IJn/los de-sernpcnhar, exatamente, o papei de de-fensor do colonialismo contra o pro-gresso.

i ¦), /rim1 ¦ ¦¦

esquerda ou criseDepois de quase dois meses de mar-dias i> contramarchas, continua quasesem qualquer alteração a crise politica.italiana, lini poucas palavras, a crise

pode ser definida como resultante daImpraticabllidude de um «ovêrno decenlro-dlreita c da vacilação -dos Olrl-"geiiles ilemocriitascristAos em marcharpara a esquerda,

linquanlo perdura a crise, agiieà-soa conlradiçfu ire as bases da i'.èino-craeii crista, que apoiam um nm.vm»baseado numa ampla coligação incluindoos republicanos, sociul-democratas, so-< a! stas e conuiiistas, e sua direção.que atende ü. pressões reacionárias doVaticano e dos monopólios.

Diante da desistência de Fanrani, opres le.-íle Gronchi convidou Fernandolamhronl u lentsr novamente formarn i •.'>:.:(•> centrlsla. iim 11 o d- novo''-'"¦¦o de T.nmbron!, uni dos únicosri ursos pot ivel seria a convocaçãotie novas eleiçõos, l-midas ;«i»!as d'-"'í-sqiw r v •heénui a vitória quase iuevi-rovel du . esquerda.

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§tíé$üá^Pmçxx *ÍIÈÉ ÉÉ ü

¦ B^^'"-- j0,nal dü Trai.iihatiorBy. Fotto Po» KjftgBJ rrãbalhadorcs, Para Trabalhadoras :-ç3

*fÍÍÉ8v, IM (i PéipüOs Trabalhadora* de 7cdo$ as Paizes müUHH

RIO, 1929: Io DE MAIO

Mancheteanunciando

l£?,rAerall[1 animadíssimas as eonimcmoraçôes ile i' uo mulo

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vSíBfí*!^^ wh':'^^| ^B^l ^mrm fll S5*^*^^' í bbbbI': irfmmX*'^'-' ¦ ¦'¦Mm 'laSÍ'^ ''^Í&JÍV vis í *

rçffijfc* JPto ^S|S^w ¦ fort^È^ :4t*44w^M£¥!&BBa BBv B^BBB^^^^' ¦ aÉBBBBY '>*.\,jl^r^^ ^mTms ?S^* ¦*- Vife' ^í* ¦ -^' * -^ ii^M^^^S^Ti^fôl^^^^^^^^^^^^^r^^f^r ¦'¦"-"^''jÍCE/1''-'-" JbB: ? V-*T. *tw.\ ;** *"¦>¦ ¦.*••:,¦: j"'¦¦ »

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A «Classe Operária» de 1' de maio de l!)'2!l, cuja primeira página reproduzimosem fac-simlle, convocou os traballmilores cariocas para «ma concentração na PraçaManá, O jòrrtl dos comunistas se colunava, assim, à frente das comemorações dagrande dalu da solidariedade combativa e internacional dos operários.

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Bandeiras. VermelhasDesfilam na Avenida

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0 1' de.Maio de 1!)2!) alcançou, com a participação de marinheiros de outrospaíses de passagem pelo Rio, êxito surpreendente. A concentração terminou ementusiástica passeada pela Avenida. A imprensa burguesa não pôde silenciai, 0íaesimile reproduz a primeira página do «Diário Carioca» do dia sciruinl©'

A T de Maio de 1929, noticiandoas comemorações opsrárias que se rea-lizqram na Praça Mauá, o «Diário Ca-rioca» publicava: «Comemorando o 1'de maio, os trabalhadores brasileirosjuntaram o seu protesto ao brado derevolta dos obreiros de todas as nações,onde a classe operária sofre as conse-qüências de uma grande opressão eco-nômica e política».

Não ficou por ai o jornal, que nãose limitou a aceitar, com essas pala-vras, a existência da exploração dohomem pelo homem, com a divisão domundo em classes. As comemorações do1? de Maio tiveram honras de primeirapágina, com clichês de cinco colunas.Num desses clichês, um flagrante do dis-curso do intendente Minervino de Oli-veira, do Bloco Operário e Camponês,ao pé da estátua de Mauá. Noutrosclichês eram reproduzidas faixas, comestrelas vermelhas, a foice e o marte-Io. «Pela vitória dos grevistas gráficosde São Paulo», dizia uma faixa. Comefeito, em São Paulo, na ocasião, ha-via uma grande greve de gráficos.

Expressão de um protesto

Seguindo orientação liberal, filiadoà corrente que depois, em novembrode 1930, derrubaria o governo reacio-nário de Washington Luís, o «DiárioCcrioca», em 1929, exprimia o pro-testo de grande parcela de nosso povo,desejosa de lutar pela melhoria dasinstituições democráticas. E o tom obrei-rista no noticiário de primeiro demaio, nas colunas de um jornal bur-guês ? Esse fato poderia ser explicadopela presença, na direção técnica dojornal, de figuras como as de Leônidasde Rezende, Osório Borba, Sady Ga-ribaldi e Benjamin Cabello, todos ho-mens de esquerda, alguns filiados aoPartido Comunista. O controle dos ver-dodeiros donos do «Diário Carioca»nortea foi muito rígido, muito menos ems ;s primeiros anos de existência dejornal desejoso de consolidar seu pres-tígio popular, através de uma orienta-ção democrática

A grande data universal

Na edição de 1' de Maio de 1929,o jornal trazia esta manchete, em todaa largura de sua primeira página: «Agrande data do proletariado Univer-sal». No centro da página, uma belagravura de Di Cavalcanti: um operário,partindo ot grilhões da opressão capi-talista, com o punho direito fechado, nogesto da velha saudação comunista. Nopé da página, uma mensagem de Mau-rício de Lacerda ao proletariado, ondese lia: «A batalha travada vai se de-senvolvendo com os maiores riscos eas mais duras provações para os queousaram contrapor as r e i v indicaçõessupremas do seu espírito à consciênciaobscura dos retardados morais que ex-pioram o governo do Brasil. Os opera-rios, como os revolucionários políticos,têm aprendido mais com os revezes doque com os próprios livros».

Um comunicado convocava para atarde desse primeiro de maio os tra-balhadores. Em nome da CGT., fir-mava-o o intendente Minervino de Oli-veira; em nome da F.S.R., RobertoMoreira (pseudônimo de Roberto Mo-rena); pelo Comitê de Mulheres, LauraSilva (pseudônimo de Laura Brandão);pelo Partido do Proletariado (PartidoComunista), Sady Garibaldi.

Ainda nessa edição preparatória docomício, um protesto do Bloco Operárioe Camponês contra a prisão, pela po-lida, «lacaia fiel e serva da burguesia»,dos militantes Joaquim Nepomuceno,Jaime Ferreira e Altamiro dos Santos,que distribuíam volantes sobre o 1' deMaio.

A notícia

Na edição de 2 de maio, noticiavao «Diário Carioca»:

«Decorreram animadíssimas as co-memorações do 1° de Maio. Reuniram-se na Praça Mauá mais de dez mil pes-soas. Falaram representantes de orga-nizações operárias do Rio, dos Estados,do Chile e da América do Norte. Osmanifestantes percorreram a AvenidaRio Branco, num cortejo numeroso, re-colhendo-se em seguida à sede do Con-gresso Operário Nacional, onde se rea-lizou uma sessão.»

A notícia tomava toda a primeirapágina e em sua introdução havia essaapreciação que refletia a opinião dopróprio «Diário Carioca»;

«Nega o governo aos trabalhado-res o cumprimento das leis que os be-neficiam, como sucede à lei de férias.Nega o direito de greve. Verificam-se

duzentos prisões dt gráficos em SãoPaulo. Trabalhadpres são espancadospi,- ordem do delegado Ibrahim No-bre».

As ligações do governo WashingtonLuís com o imperialismo foiam mtncio-nadas através da denúncia do «regi-ne dos empréstimos externos cada vezmais nos amarrando aos cofres dosbanqueiros de Londres • dt NovaIorque».A Praça Mauá

Voltemos ao noticiário do comício:«Uma grande bandeira vermelha

com a foice e o martelo tra o tstan-darte do Centro dt Cultura dos JovensProletários do Brasil. No ptdtstal daestátua de Mauá tremulavam divtrsasbandeiras vermelhas, reprtstntando asorganizações obrtiras. Dt bordo dosnavios atracados no cais vários traba-lhadores vieram aderir ao comício. En-tre eles, vestindo uma blusa caqui, umtipo de atleta dirigiu-se aos promotoresdo «meeting», pedindo permissão parafalar. Era um representante da «Indus-tries Workers World», dos EstadosUnidos. Acompanhava-o um outro marí-timo, de nacionalidade chilena, rtpre-sentando a «Federación General deiTrabajo» do Chile. O chileno serviu deintérprete ao americano, depois dt fa-lar em nome de seus companheiros doChile. Num e noutro discurso, quase asmesmas palavras de ordem, os mesmosprotestos ouvidos anteriormente, comsotaque de trabalhadores nortistas, como acento espanholado dos representan-tes do Rio Grande do Sul.»

0 desfile apoteótico

«Encerrado o comício — continuao «Diário Carioca» — o povo assistiua um espetáculo que há dez anos oRio não observava: um desfile dt 1° deMaio, num cortejo de cerca dt dez milpessoas, à frente bandeira! vermelhast uma banda de música tocando o hinodos trabalhadores, a «Internacional»,que a massa acompanhava cantando.»

Moção do PCBAntes do desfile Sady Garibaldi leu,

do. pedestal da estátua dt Mauá, umasaudação do Partido Comunista do Bra-sil. «De todos os países irrompem asvagas expontâneas de greves — diziaa mensagem. Cabe a nós, da vanguar-da revolucionária do proletariado doBrasil, que é uma parcela do proleta-riado internacional, medir bem nossaresponsabilidade, traçar diretivas se-guras, coordenando t consolidando asforcas proletárias».

E noutro trecho: «Tudo que tendesaí em matéria de organização de mas-sas, trabalhadores, é obra de nossoPartido, do Partido Comunista, orienta-do pelos ensinamentos de Marx e Le-nine. Ajudado pela experiência interna-c.onal do proletariado, êle vos guiaráseguramente para a vitória».

0 imperialismo presenle

O. documento dizia: «O imperialis-mo anglo-americano tem os olhos emnós. Ele adivinha, <om o seu faro de-senyolvido, que este país semicolonial,dt imtnso território, abriga em seu seiocontradições múltiplas, que o levarãoa uma conjuntura revolucionária e farãodele o teatro de lutas formidáveis».

Quando st fazia a leitura desse tre-cho um popular apontou para oedifício da «A Noite», ainda em cons-tiução. No terceiro andar postavam-se,entre tábuas de andaimes, engenheirosamericanos, que apreciavam com muitointeresse o comício. Começaram entãoa ser ouvidos brados de protesto con-tra os assistentes.. Essas- manifestaçõesem pouco tempo se tornaram hostis eos americanos, prudentemente, muda-ram seu palanque do terceiro para ou-tro andar muito mais alto.

A mensagem terminava com vivasà Internacional Comunista, ao PartidoComunista do Brasil e à ConfederaçãoGeral do Trabalho. Era assinada peloPresidium do Partido Comunista do Bra-sil.

Repercussões

Tendo lido essa inflamada ediçãode seu jornal, saída à sua revelia, osr. Macedo Soares foi a redação eironicamente observou, sem contudoperder o bom-humor:

Gostei muito do número da"«Pravda» de hoje.

Enquanto isso o sr. Chateaubriandchamava a seu gabinete o secretário daredação do «O Jornal» e reclamava,muito irritado:

Veja essa primeira página do«Diário Carioca»! Que bonita repor-tagem, que belo serviço fotográfico!Nós aqui demos uma pequena notícia,perdida numa página de dentro. Vocês,na redação não compreenderam a im-portância jornalística de um aconteci-mento desses, um desfile comunista naAvenida Rio Branco, com banda de mú-sica e bandeiras vermelhas!

¥rMISIMcVaAMwaitiWWj*^^ ,i-i;i--ii iTTirri'iiirir<'ii inniwiHwniÉniuBOTBBBBBBB^M»BVBBBBBlBBBBMB2@9r VÍÍ"^tSÀ^^^^í\\mWÊÊ^Stm9 WÊBÊSb

Praça Quinze-Antes e DepoisMuita genle está pretendendo dividir em dois períodos a vida do pais. como

no conto rie Machado do Assis, sobre o funcionário cujo sonho era ser chefe,e que conseguiu sê-lo, embora interinamente, passando a dividir a sua vidaem duas fases, antes e depois da interinidáde, Antes de Brasília c depois deBrasília. Antes do Estado da Guanabara e depois do Estado da Guanabara.Mas não e assim que o tempo é dividido ria história. E não será Brasília'com as suas promessas de felicidade, que servirá de marco histórico à vidado povo brasileiro. Lá, dizem, todas as crianças terão escolas, todas asfamílias terão casas, todos os homens terão alegrias. Será ? Não podemoscrer numa ilha da perfeita felicidade, cm meio ás necessidades gerais doeducação, de moradia, de assistência médica, de terra, do aproveitamento damãorle-dn-olira e até da necessidade de sobrevivência da maioria da popula-ção, E' antidentifico. Precisamos compreender, sem falsas emoções, queBrasília é a nova Capital e mais uma grande ('idade. E' bom uma novaCapital, no interior, por razões que vêm sendo discutidas desde o tempo doimpério. E é muito positivo a construção de uma nova e grande cidade, tam-bém, no interior, ligada por estradas a outros centros distantes, como fator dedesenvolvimento. Mas modificaram-se, por acaso, as relações de produção '.'Houve modificações fundamentais na estrutura econômica do pais? Cons-trulu-se uma grande cidade, eom o sacrifício de muitos. Foi colocada umanova estrela, a do Estado da Guanabara, na bandeira nacional. E é só,

Alinhavo esses pensamentos ao encontrar a Praça XV tal como era antesdo dia 21 do abril. Continua na. Praça XV a avenida inacabada. Continuamas filas de pés torcidos nos buracos e do pernas salpicadas de lama. Comi-nua o mesmo espetáculo degradante de todas as noites, oferecido por umgrupo que pede esmolas. Uma senhora de idade, cega, conduzida por putraem adiantado estado de gravidez, que leva nos braços uma criança pequena,seguidas por duas outras crianças, que se encarregam da coleta rie níqueis, (imenino nem sabe falar. .Emite uns sons que não so chega a entender se sãogemidos, soluços, imprecações ou súplicas. Talvez seja tudo isso. Construi-ram-se tantos palácios e essa gente não tem onde morar! Reallzaram-setantas festas c SOlenidades C essa gente não tom a menor noção de beleza !,Só conhece a degradação, que é mais dolorosa, ainda, porque'lhe é distribuídaem forma do caridade. Que lhe imporia Brasília, o Estado da Guanabara,a nova estréia na bandeira nacional, as noticias que correm mundo, as bênçãosrio Papa, as promessas de felicidade ? Por acaso,, tudo isso modificou a mi-séria em que vive ?

>_ O grupo eslá todas as noites na Praça XV: uma velha cega, uma senhora

grávida e três crianças de Idades indefinidas, pedindo esmolas, no horário dasgrandes filas.

Ainda não é Brasília, como vocês vêem, que dividirá a história do Brasilem dois períodos. Mas o sr. Setto Câmaraprometeu, solenemente, fazer um governojusto no Estado da Guanabara. Esperemos,de todo o coração, que essa justiça alcance,já não digo os subúrbios, mas, pelo menos.a Praça XV.

Ana Montenegro

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-QUERIA FAZER DE SÃO PAULO SEDE DA DITADURA ¦¦y'\ ';>;;..-*«-'.

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«Jânio Consiem 1955 Coo Clube da

nspiroyLanterna

Não são de hoje as ligações do sr. Jânio Quadros com oClube da Lanterna — com Carlos Lacerda, Juarez Távora, MenesesCortes, Eduardo Gomes, Afonso Arhos e, de contrapeso, o inte-gralista Pena Boto. Embora êle esconda, foi sempre com essagente que o «our boy» ia Standard Oil, desde que assumiu a Pre-feitura de S. Paulo, se entendeu, fêz política e conspirou contraos interesses do povo brasileiro. Em 1954, pouco antes do golpeque levaria ao suicídio o Presidente Vargas, Jânio já apareciasorridente, de vassoura em punho, ao lado de Otávio Mangabeirae Carlos Lacerda. Apoiou o Governo lanterneiro de Café Filho,com o qual acertou, em troca de escandolosos favores, a cândida-tura golpista de~Juarez 1'avõra. Participou ativamente na conjurade novembro de 1955, apoiando em seguida a chamada «batalhajudiciária», através da qual a UDN e o Clube da Lanterna, tendosido esmagado o golpe, pretendiam impedir a posse dos candidatoseleitos — Juscelino e Jango.

Agora o sr. Jânio Quadros se diz defensor da legalidade e,com hipócrita humildade, se declara disposto a submeter-se àvontade que o povo manifestar nas urnas. Exatamente o contráriodo que dizia e fazia em novembro e dezembro de 1955.

Ê que vamos mostrar nesta reportagem: o golpista JânioQuadros pondo-se a serviço do Clube da Lanterna para fazer deSão Paulo a base política e militar de um golpe cujo objetivo eraimplantar no Brasil uma ditadura terrorista, como a do finadoBatista em Cuba ou a do quase finado Stroessner no Paraguai.

Antes de o «Tamandaré* levantarferros e zarpar na direção de Santos,na manhã de 11 de novembro de ..1955, o seu então comandante SílvioHeck, ouvira de Bulcão Viana, coman-dante dos Portos em Santos, por tele-fone, a confirmação de que o gover-nador Jânio Quadros reiterara a suasolidariedade ao movimento golpista• já havia tomado todas as providên-cias necessárias a fim de acolher emSão Paulo o «Governo federal».

«Governo federal» significava, nocaso, o bando de golpistas que, der-rotados no Rio, transformaram o velhocruzador em República Flutuante» e fu-giam desabaladamente para São Pau-Io : Carlos Luz, Carlos Lacerda, PenaBoto, Amorim do Vale, Prado Kelly eoutros valentes lanterneiros.

Outro chefe da conspiração, obrigadeiro Eduardo Gomes, dirigia-seno mesmo instante também para SãoPaulo, c o m a n d ando um grupo deaviões da FAB. Seu destino, traçado an-tecipadamente, era a Base Aérea deCumbica. Pensava fazer junção, logoem seguida, com unidades da Marinhaem Santos.

O plano era converter São Pauloem base para uma ação militar con-tra o governo legal de Nereu Ramose desencadear, assim, uma sangrentaguerra fratricida. Fracassou a eslraté-gia, por dois motivos: a resistência dasforças democráticas e do povo paulis-Ia e a prontidão com que agiu o ge-neral Olímpio Falconieri, assumindo ocomando da 2» Região, ocupando abase de Cumbica e tomando medidas

para o desembarque de tropas em San-tos.

O fracasso do plano foi tambémui., fracasso de Jânio,

Jânio prerara

As providências de Jânio parainstalar em São Paulo a sede da dita-dura, a que se referia o comandanteBulcão Viana, vinham sendo tomadasmuito antes do dia 11. Para ganhar es-paço, enumeremos algumas, resumida-mente :

• a preparação psicológica dopovo paulista para uma solução extra-legal, caso fosse derrotada a candi-datura. Juarez. Falando num comícioen, Santos, Jânio advertiu, sem meiasp&lavras: «Agiremos com mão de fer-ro>*

• as confabulações secretas comJuarez na cidade balneárea de Gua-rujá e, em seguida, nos Campos Elísios;

• a publicação do ignóbil «rela-tório do DOPS:, redigido pelo poli-cal Ribeiro de Andrade e exaltado pú-blicamente por Jânio, em que eram fei-tas as mais grosseiras provocações con-tra os candidatos Juscelino e Jango-

• a tática de agravar delibera-damente os problemas sentidos pelopovo (sabotagem dos serviços de água• esgotos e do transporte urbano,ameaças de incêndio pelo Corpo debombeiros, etc), além do aquçamento

Reportagem de ALMIR MATOS

da crise entre o listado e o Prefeiturade São Paulo, com o propósito de le-var a população ao desespero e acei-tar facilmente uma solução «salvado*ra»;

• atenraaos sistemáticos às orga-nizaçòes sindicais e à imprensa demo-crálice, visando esmagar a resistênc.de povo ao golpe-

• ocupação militar da capital posoldados da Força Pública e policiaisdo DOPS a fim de impedir que o povopaulista manifestasse sua solidarieda-te ao governo Nereu-Lott.

• ocupação de sindicatos, vioiencias contra a imprensa e proibição d<

«manifestações públicas de qualquerr. dureza», instaurando em São Paulao terror que os golpistas queriam im

plantar em todo o país*• mensagem à Assembléia Legis*

letiva pedindo o aumento do eida Força Pública do Estado de 16.500para 34.500 homais.

Jânio executa

Perfeitamente identificado com osgolpistas, trateva-se já no dia 11 denovembro, de assegurar aos seus com-persas as condições para — tendo SãoPculo por base — desencadear a guer-ra civil que os trustes norte-america-noi esperavam.

Lembremos algumas das medidasadotadas por Jânio.*

• autorização para que as forçasmilitares dos golpistas se concentras-

sem em São Paulo;

• conferência, nos Campos Elisios,com Eduardo Gomes, assim que êslechegou ao Estado;

* conchavo com os generais gol-pistas Tasso Tino e Honorato Pradel no

'. G. da 2- Divisão de Infantaria —surpreendido pelo general Levy Car-doso — do qual resultou a nola dogeneral Tasso e brigadeiro Ivo Borgesconclamando as tropas a resistirem qogoverno legal de Nereu Ramos. Estanota foi escrita em papel timbrado daSecretaria de Segurança de São Pauloe distribuída à imprensa por funciona-rios do DOPS ;

• ordem à Força Pública para ca-vur trincheiras e colocar ninhos de me-tralhadoras nos pontos de acesso àcaoital e em ruas e praças da cida-de;

• ordem a unidades da Força Pú-blico de se deslocarem para Santos afim de garantir o desembarque da «Re-

pública flutuante», o que só não srverificou devido à pronta ação do ge-neral Stênio Caio de Albuquerque;

> relutância, m es m o depois daderrota, em reconhecer.o governo cons-titucional, ao contrário do que fêz dAssembléia Legislativa do Eitado.

Jânio não vacilou na tentativa daarrastar o país à beira da uma lutacriminosa, na qual o sangue dos bra»sileiros seria derramado em proveitoexclusivo dos trustes ianaues. •";.'<

Jânio insiste

Frustrado o golpe udano-lanter*neiro e preservada a legalidade eons**titucional, Jânio jamais deixou de cons-pirar com os seus antigos parceiros. Asua atual campanha eleitoral'tem sidocaracterizada por Carlos Lacerda nosmesmos termos em que era apresenta-da a candidatura de Juarez: «A revê-"lução (isto é, o golpe) pelo voto».E o que ela é, na verdade, é um pro-

lamento da conjura de 1955. Oslemos são os mesmos. A base políticaé a mesma. Os adversários são os mes-mos. E são os mesmos também os com-

parsas: Carlos Lacerda, Juarez, EcTuar-do Gomes, Prado Kelly, Pana Boto,Mangabeira, Afonso Arinos, MenezesCortes, Mamede, os heróis melancóli-cc- de Aragarças — nada de novo.

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0 capa pretaSó as datas serão diferentes; em , ' '

11955 a derrota foi a 11 de novembro, Q(J! g©lpCem 1960 será a 3 de outubro.

Apesar de se cobrir com uma capa preta,a criminosa participação de J*nie naconjura' de novembro dt ItSS naopôde ser escondida. O comparaa de Car-tos Lacerda fèz tudo para converter M*:Paulo na base da ditadura pretendida;pelo Clube da Lanterna

W l!§ VL! H iTTTTFj irwANO II Rio de Janeiro, semana de 29 de abril a 5 de maio de 1960 N? 61

"**iZ^*^^t

Fanlaziando-se de santo e insistindo na ridícula impostura de se dizei

.«¦esquerdista», a verdade é que Jânio Quadros sempre esteve ao lado de Carlos

L-icerda e do Clube da Lanterna em todos os momentos cruciais da luta de nosso

p vo pela independência e as liberdades. Assim foi, por exemplo, em novemoro

di 1955, quando o bando lanterneiro que empolgara o poder com o suicídio

c'* Vargas pretendia, através de um golpe, impedir a posse dos candidatos eleitos

pelo povo e implantar uma ditadura terrorista, com Lacerda, Eduardo Gomes,

Juarez, Menezes Cortes e outros lanterneiros à frente. Jânio abrira as portasde São Paulo aos golpistas, só não conseguindo desencadear uma guerra fratri-

ciclo devido à resistência das massas populares e da oficialidade patriótica do

Exercito.

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Batalhademocrática

Ao mtimo tempo que o sr. Jínlo Quariros conrpirava com os golpistas, o Parlamento travava a batalha para assegurar a

sobrevivência tia democracia no pais. Duas posj.çoes tli.tnuas, a revelar o caráter tio hornem que hoje tenia alcançar a pre-siclcficia. No 11 de novembro o governador tle SAo Paulo prcpar.wji um verdadeiro hanha de sanuuc, aprlsioiiando-4ino»fii«r

smdicaib Que deveriam «ei eACCuladOl se o golpe terminasse vi loiioao.

^í'; ..-¦g-,r,.:.v, v--- '¦¦'*¦- „.. ^^ >-.~>rxvwrxjr^i3J^*>mm^r:~~. lí.-^.' ..-•'•¦ v^.v. -¦ :¦ ¦ :\

NOVOS RUMOS 29 de abril a 5 de maio do 1960

A placidez burocrática em quevinha modorrando há dois anos oGrupo de Trabalho sobre a Expan-'são das Exportações de Minério doFerro (Conselho de Desenvolvi-mento) foi bruscamente quebrada.Em plena semana santa, na quarta-feira, um oficio vindo de outroConselho, e de Segurança Nado-nal, obrigou a que so reunissem àspressas os componentes do Grupode Trabalho para examinar mato-ria urgente: o projeto da «I-IannaCo.».para extração e exploração dominério de ferro de Morro Velho,e do vale do Paraopeba.

Autores do projeto: RobertoCampos e Miguel Osório;

Consultor técnico: Lucas Lopes.Quando dizíamos que essa geri-

te não hike prego som estopa, nãoafirmávamos mais que a verdade.Agora, ai está. Os dois famososentreguistas e mais outra pequenavestal ehtreguista, pondo de ladoa folha de parreira, aparecem fi-nalmente do público como doisautênticos serviçais de um traste'norte-americano — a «Hanna Co.»

Também não pode passar dosa-percebido o estranho fato do Con-selho de Segurança Nacional ma-nifestar tanto interesse pelo incre-mento da exportação de minérios,no momento em que pelo menostrês trastes estrangeiros afiam as'garras e se preparam para dan o•bote contra o país.

0 "segredo"Nos meios a cujo cargo está

afeta a elaboração da política deminérios do pais, impera um ai'gu-mento singular, segundo o qual oBrasil entrou com atraso no mer-cado mundial de minérios. Paraconseguir ampliar sua exportação,deve atrair a participação de capi-tais dos países importadores. Refe-rindo-se a paises que teriam conse-guido grandes êxitos com as expor-tações de ferro, escrevia, há dias,«O Estado de S Paulo»: «O «segrê-do» desses países consiste em seterem ligado a um grande país con-sumidor.»

Preconiza-se, desse modo, o in-vestimento estrangeiro numa ativi-dade típica da economia colonial,isto é, na extração de minérios.Além disso, só um entreguista podever vantagens na associação dovendedor ao comprador, passandoeste último a dupla condição docomprador e vendedor... So jáagora os grandes trustes do forroe do aço ditam o aviltam os preçosoo minério, que não sucederá

"RUSH" IMPERIALISTA CÜHTRA O FERRO BRASILEIRO

ycsts ei fn_!OM@rentes^âo

quando ossos mesmos trustes livo-rem a possibilidade de ¦ vender» asi mesmos?

"Rush" imperialistaÉ, porém, ã sombra dessa ale-

gação que se processa a ofensivaimperialista contra o minério deforro no Brasil. E é também ásombra, nos bastidores, que so vemtravando uma luta surda entre duasempresas imperialistas — a «HannaCo,», norte-americana o a «Ferros-taal», alemã —, enquanto um outrotruste norte-americano, o grupoCleveland-Rockfcllor, está nu imi-nência de apodorar-se da Çompa-nhia Vale do Rio Doce.

"Hanna" versos "Ferrostaal"

Para conseguir a realização doseu projeto, a «Hanna» não so limi-tou a mobilizar os Lucas Lopes e.Roberto Campos, nem a providen-ciar uma reunião urgente do Grupodo Trabalho. É que, não tendoainda obtido autorização (concos-são) para explorar o minério deferro de Morro Velho, a «Hanna»lançou em campo outra diligentefigura, o Oton Leonardos, quo jáocupou lugar de realce na faunaentreguista nacional. Até o mo-mento em que redigimos estasnotas, a concessão ainda náo haviasido dada e o Leonardos continua-va em suà febril advocacia admi-nistrativa.

Sucede que o projeto da«Hanna» prevê a exploração dasjazidas de Morro Velho e de jazidasparticulares do vale do Paraopeba,que, anteriormente, figuravam noprojeto da «Ferrostaal»...

Mesmo que a disputa outro ostrustes não chegue ao «gangsteris-mo» — como entro os «gentlemen»mr. Frawley (americano) o obarão van Der E.lst, (belga) omtorno da empresa de diamantes

Interamerican Minning Co.'' —,mesmo que náo tenha um desfechotão cruento, o corto é que a lutaostá em curso,..

Um perigo maior

Perigo ainda maior, no setordos minérios, é o que posa sobro aCia. Vale do Rio Doce, empresamista com grande maioria de capi-tais públicos. É que, encasteladosna direção da empresa, entreguistasestão tramando a sua entrega purae simples a um conhecido amigo dosr. Jânio Quadros: Nelson Rocke-feller. Com efeito, está em exame— podemos acrescentar: em faseadiantada de elaboração — umprojeto de associação da CVRD como grupo norte-americano Cleveland-Rockefeller. Segundo ésse projeto,[lassariam para os monopolistasnorte-americanos 49 por cento dasações da Cia. Vale do Rio Doce o,além disso, seria assinado um con-_traio de administração da empresaa longo prazo para exploração o be-neficiamento de itabirito (minériodo forro), inclusive com a possibi-lidado de controle sobre a «Acesita*.Esta última empresa, que fabricaaços especiais, acha-se cm poder dogoverno, através do Banco doBrasil que assumiu seu patrimônio.

Habitualmente, os entreguistasdefendem a entrega de empresasestatais ao capital estrangeiro, ale-gando quo o Estado é mau admims-trador o tais empresas são um pesopara o pais. No que toca, porém,â CVRD, dá-se o oposto. Segundoo último relatório da diretoria sobreas atividades da empresa, esta as-sinalou, om 1959, excelentes resul-lados. A extração de minériosliassou de menos de 2,8 milhões dotoneladas, om 1958, para quase 4,5milhões de toneladas, em 1959. Oslucros somaram 1,4 bilhões de cru-zeiros, om 1959, constituindo poucomonos do um terço do total doslucros auferidos pela CVRD em. 12anos ide .1948 a 1959). As açõesordinárias, pertencentes ao TesouroNacional, receberão agora um divi-dendo de 7 por cento, enquanto asações preferenciais, nominativas eao portador receberão 13 por cento.

AOS FERROVIÁRIOSA Federação Nacional dos Trabalhadores Ferroviários, na data magna cons;!-

grada universalmente aos trabalhadores, saúda o.s ferrovia; ios brasileiros e suasrespectivas famílias, augurando votos de paz e concórdia no seio da classe, para a

' conquista de todas as suas justas reivindicações.

. Salve 1 de Maio de 1960

A Diretoria:Raphael Martinelli — PresidenteGeraldo da Costa Mattos — Secretário-GeralAlcyr Pignatti — Tesoureiro-Geral.

Conselho fiscal:José Galdino Jorge da SilvaElpidio de Oliveira CamargoSaturnino Gomes de Oliveira.

Federação iNacionaiDos Estivadores

amposanna

No mercado de valores, as açõesda CVRD apresentam-se om exce-lento posição,

Por que, pois. entregar a com-panhia ;i Rockefeller? Não é, alémdisso, profundamente estranho quetal pretensão ocorra justamentequando a empresa ostá om sólidasituação o ([liando suas perspectivassão melhores do quo nunca?

O capital da Companhia Valedo Rio Doce é constituído por 2,timilhões de ações, distribuídas entreo Tesouro Nacional, autarquias oparticulares. A parte destes últimosó do 242.084 ações, isto é, sete porconto do total. Dessa forma, com•19 por cento das ações, Roekfellerteria o controle absoluto e iudispu-lado da empresa.

Açodamenío

A entrega da Companhia Valedo Rio Doce a Rockefeller eslá sen-do apressada ao máximo, de talmodo que seja um falo consumadoanles da posse do novo presidenteda Republica. Sabem os ontreguis-

tas que Lott não permitiria Ialoperação. Ao mesmo tempo, naremota hipótese da vitória de Jânio,seria este poupado da dificuldadede apresentar-se desde cedo comoum serviçal do Roekfeller.

Por isso é que a firma norte--americana Kellogg está trabalhan-do em regime cie urgência nos pro-jetos da usina de ferro-esponja deItabirito, empresa que seria monta-da pela associação espúria da CVRDcom Roekfeller.

Como se vê, a ameaça é iminon-lo.

Para que?E para que tudo isso? Para

ampliar as exportações brasileirasth) minérios, respondem. Entrctan-to, para se ver o quanto há de fan-tasia, e ao mesmo tempo de entre-guúimp, em tais projetos, bastadizer que se fossem todos realizados,o Brasil estaria cm condições doexportar, em três anos, 30 milhõesde toneladas, quando em .1959 nãoconseguiu exportar sequer 1milhões...

Sindicato dos Trabalhadores nas IndústriasGráficas do Rio de JaneiroSedo própria: Av. Presid. Vargas, 529 — 9? andar — Tel. 43-19-11

No transcurso da gloriosa data de 1" de Maio, a Diretoriado STIGRJ reverencia a memória dos bravos de Chicago e saúda aClasse Gráfica e todos os trabalhadores em geral, reafirmandosua convicção num futuro melhor para as classes obreiras. comoconseqüência de sua unidade e das lutas que vem sustentando emprol cie seus direitos.

Rio de Janeiro, 30 de abril de 1960Pela Diretoria —- Giovanni Francisco Amadeo Romita — Presidente

Sindicato dos Oficiais Marceneiros e Trabalhadoresnas Indústrias de Serrarias e de Móveis de Madeirado Rio de Janeiro

Sede própria: Rua Camerino, 12S — 3' andar — Tel. 43-9567SALVE I' DE MAIO

Comemorando a data histórica dn proletariado, saudámosem nome dos trabalhadores nas indústrias de móveis, serrarias ocarpintarias do Estado da Guanabaia, a todos os que lutam pelapaz, pelo desarmamento e pela unidade indestrutível dos trabalha-dores e dos povos do mundo.

Viva a unidade internacional da classe operária!Pela Diretoria: José Amaral de Meneses— Presidente

Sindicato dos Oficiais Alfaiates, Costureiras e Trabalhadoresnas Indústrias de Confecções de Roupas e de Chapéus de Senhoras do Rio de Janeiro.

Sede própria — Paia Camerino, 12S (>' e i andar 113

cie Maio<n transcurso de mais uni aniversário da data histórica

d., proletariado mundial, saudámos o trabalhador brasileiro emgeral e. em particular os nossos companheiros e companheiras daindústria do vestuário e concitamos a que se unam, ingressem cfortaleçam o nosso glorioso sindicato.

Salve o 1" de MaioPela Diretoria

Adauto Rodrigues

Associação dos Comissários da MarinhaMercante

Por motivo da passagem do 1' ele Maio, data internacionaldos trabalhadores, a Associação dos Comissários da Marinha Mor-cante saúda os seus associados e os trabalhadores brasileiros emgeral, fazendo votos para que sob a bandeira da paz e do progressoa nossa Pátria se desenvolva c os trabalhadores conquistem diasmais felizes.

A Diretoria

Subfatiireinento (2)Também ..a ii. fm do merca-

ilorias vcriüc-.-sc 11 framle cambial dofíiil liiranieuln. Não hq traia, aqui,rie desci;-. ¦' icar a -.creadoria, como110 caso dn café, que niencionninoinesta üvção. mi mie- anterior, Ou-Iras são as rvães c o::'.ros os procensos, no caso do subfaluramontn doimpor!ações. Secundo lei de tari? 'Ias, a> importações brasileiras sãofeitas D !•¦ "feiie ; \íro na SU-MOC. obtendo o importador nina cer-Ia quantidade de dólares a câmbiofavorecido; Z) lii" ¦•',, a moeda nosleilões de cambio, alé uni limite de ."i(lmil dólares por leilão; e '.'•) sem co-berlura cambial (mílquiitias e outrosequipamentos, principalmente), Mas,a lei não permite que as importaçõessejam fciíns pelo mercado livre docâmbio, onde as lltnedllS podem serobtidas por preços sensivelmente in-íuriores aos dos leilões de câmbio.

Tomemos um excnvilo, pio.: melhorcompreensão: o fabricante X lem ne-cessidade de determinada matéria-prima im;: j. ..:'•, que lhe custaria,digamos, cinco m" ''"'ares. Tara ad-qutri-los, o fabricante, lera que ir aleilão e panará, por dólar, cerca dn210 cruzeiros (cal...orla geral) e c'.-ca de -151) cruzeiros (cal«veria espe-ciai). No primeiro caso, que compre-onde as importações eonsldcra^nsmais essencial? o importador teriaque despender um milhão e cinqüentamil cruzeiros; no scgiu.' , (pie com-preende importações menos i. iciais,mas ainda assim necessárias para mi-nuTosas indús'-'as, o fabricante te-ria que comprar os cimo mil dólarespor dois milhões duzentos e cinqüentamil cruzeiros.

Como é feita, :„ii a burla ? Oimportador, qt. • precisa „ cinco mildólares paia adquirir a mercadoria,compra no leilão de nbio apenas(rés mil. suponhamos, E, estabeleci-«Ia a combina ' i ...i o exportador,a mercadoria vem fflturuda por (résmil dólares, pa<ros regular e legal-mente ao exportador, [lesta, porém,uma diferença en' i preço faturado,dn três mil dólares valor da mer-eaduria de cinco '. dólares, Essadiferença de deis mil dólares é reli-rada.do mercado livre — apesar daproibição das htipit" "es

por essavia — e remetid t '-ivés de «turis-tio- mi outro meios ro exportador,fora di, pais. \() câmbio livre, essesdois mil rirVores -•¦ 'urâo, ã cotaçãoatual, ccn- d'1 380 mil cruzeiros. DeIal modo, o riispéndio lotai em eru-zeiros l'e"o pp|n 'nipiírlador seria noprimeiro 'caso (caleivorln geral) de<>¦* 1.010 mil r, , vez dos C.'r$i 1.050mil; e nu se:;!'" 'i caso (categoria es-peeial) em ve/ dos </.eirus, ':.;-.! up 'iucruzeiros.

I'erl-1 '•). i •:;•.,

em cruzei ¦ •¦- •¦..-¦mento, << fabi

l.í-M mil eru-( r:. I.7S0 mil

''..".i qiend ;, menorile Kuhfatura-

"le \ teria os mes-mos limo m!l dólares d,, matéria pri-i.m imporia ' .

I<OJlCUI'MO C;5

Kárii o MoscouA Rádio Mr u transmít*, d!ària-

monte pCllcI 0 Brusil, de i9 às 21 hoiu<(hera do íio ríc Jcmeiio), nc fcox.j oe25 m?|r05, nas freqüências o (.on.pn-r,. lios de »n . •. de

11,75 tncoucicios 125,53 mcliosl11,87 megociclos (2.5,27 mc-hosl1 1,92 megociclos (25,17 molios)

e na faixei de oi me l os, nes fefeòn-cias e comprimentos c!c oi-dcis de

9.63 mc.:ac:lcr. (31,15 nietios)9.0O megaciclos (30 ól metros)

COMCJRíjOTodas as quartos-feiri s, às 20,30 no-

ras, é transmitido um p-ntjraina especial(Rndio Univei vedei, com interessanteccncuiso e distribuição de piêmios

MENSAGEM EconômicaR e i v i n d i c a'cInaceitáve

o

I

Nesta data em que todos Trabalhadores do Mundo, comemoram o grande feitodos Mártires de Chicago, que com o Sacrifício de sua própria vida reivindicaram odireito de oito horas de trabalho diário a FEDERAÇÃO NACIONAL DOS ESTIVA-DORES, pela sua Diretoria em nome do.s ESTIVADORES DO BRASIL, vem de públicomanifestar a sua alegria, juntando-se às comemorações, e hipotecar irrestrito apoioàs lutas sindicalistas, assim como reafirmar nesta oportunidade aos ESTIVADORES detodos os Portos, a necessidade de nesta data Histórica de Sacrifício e de lutas, unir-mo-nos pela conquista de nossas reivindicações.

Salve I de Maio cie 1960

üswaldo Pacheco da Silva — Presidente

Eufraziano Nunes Galvão — Secretário

Miguel Freire da Silva — Tesoureiro.

Os fazendeiros e exportadores dr ralé in dispararamas primeiras salvas na batalha que será travada em tornoda próxima safra. A I' de julho comeeuni o ano r.Meeirode 1000-1901 e os fazendeiros e exportadores, coinn Iodos osmios. pretendem a elevação do chamado riólar-cnlc, aluaimente lixado em 7(i cruzeiros, Tal pretensão apólst-se emdois argumentos principais: de HU\ lado, a elevação geraldo custo das utilidades e de outro a eireiinslànca de ouesupostamente, teríamos em 1060-1961 uma-saíra redimiria,

Quando pediram o aumento do dólar-cale para n safrai m curso, do que resultou o esquema de compra (]e_lMa a-Stfra pelo !!S(- nas bases videntes, o-, homens riu café esli-tnavani o total dn safra em 80 milhões de nucas, !).• falo,a safra chegou aos 42 milhões c com ésse «pequeno golpe»,conseguiram eles que o governo pagasse a uma n édia de2.100 cru/.eiro.s por saca não os .'i(l milhíirs previstos, masos l^í milhões realmente colhidos. A politica oficial de aqui-siçiio de lodo o cale produzido no pai-, que vem da sairáde 1054-1955, conduziu a que, a 80 de .'picho de l!>">!>. segun-do dados oficiais do IBC, o governo li\es-> comprados eein eutoque mula menos de 2-1,6 milhões de saca-, com a con-seqüente (mobilização (le õ(l,l bilhões de cruzeiros, aproxl-madanientc, Da saíra atual (1959-1000), de ','i milhões desacas, estima-se que serão exportados, no máximo, uns 17milhões e consumidos im pais cerca do •"> milhões. Assim,

i :il( de .junho próximo, aos 24.6 milhões jii estocados, virãonilar-se outros 21) milhões da atual saíra, num total de illilbões de sacas cm estoque, O capital imobilizado pelo

iovérno elevar-se-á a aproximadamente Ml bilhões de cru-Ecirns, (ie acordo com o esquema oficial,

Nenhum outro fator interno ila economia nacional con-Irihtii de modo mais brutal para o agravamento da infla-çào do que essa |io'ít ea do café, Ks neííitmenle, essa po-'lilicu coi.sisie em dar mais cruzeiros aus tazeudeiros c c.\

portadores (geralmeni.e através medida em que os monnpól o.s iol ninciònais

1'ssíms iuiii-ii;,'is), ca;cis i.•co llgado.s os prmcipais cxporladore.s ,. nu.ilos lav-i-lcl-O., - reduzem o, „,-..,.„., ,, , p,0,|U|0 '[yrTolillcn é ,.»,,.ii.iula.com razão,,!;- .soc:bI,:xç3.m1cs i,*;.'»I'ois e nesta s Iiük ,, ou,, ,. •,,.,.' .,"s •' "<s|il S Inação .,.,,. ,,, ;,ii;;c, ,1(1 (

e cale lei

r!:i:!!:..!!s:iM1"'l!M.h;' mP": ''»' •-».'•¦!!'^'Vdiiõês'.,, ......

eaiuio mais cruzeiros ,.or dóitrr de viu- x^üXm ; ¦ ¦ ,^l.'0 iiV," .„.,""',"! :^ ""f"i!'»u. " «>;'•=' veihaei,ria. Tom

SlllO ple|-A H!

loi cepois ampliada essa ev! inativa ejura 25 luiü-õe è'i"ía;;o.-a a-guiis técoien, nm^lrram. •»:(« a safra «Vrí si.,,'.'^tt1,aü1,!,J'Iu,"s :!'^- :> '•' «)•'•••«,-c.,fc e.slào prdi Io""a (1'' íh> ''"izi.lros, ,;:,, cm iHiíri:s.t;.-nms. -,>,..:1 •ni.ri.s-twnio.s, reivindicam¦•' l"'ie !••'¦ :í.)0:i c/nzeiros,que o governo conipre n sai

em vez dos 2.101) que c.ll li....;, ve.n pn^a „i, ,„,.jSa» o dllidl ,1c perceber „ ier;;,,,, imi-.eic cw^., „„;.sgmlKvuria tal aumento de qun.se TiO por cento mis orecosdo café em cruzeiros. De outro lado, „ ee.ilrat.arlida im-v.iavel seria uma ainda maior de-,va!or,zl!;ào dos i>rceos'do.ale en. ,!o!ar, o que, aliás, .já começa a ocorrer

', s'\,m|;.sno.leia da reivindicação do aumento do dcVare-ifé A nópria queda mis vendas do cale ao exterior mie ora se verifica, e que quer dizer menos rtcVan-s para às iiupo-iacòeses.sencmis, tem relação direta com a ai; .urda pretensa,,'dosdonos do cale.

Não é possível (pre continue lendo curso cs-, noliC-ea«pie contraria os Interesse* ,|0 resto da naeão em b«nêri.co de um reduzido grtip,, ,1.. lazeiuleiros e' cm/oi lore'A, rfireas uacionali-las , ,!,;..„,,,-•..,, (-,, („ -(»

,,,;,¦'•Importante fronl, no qual ro-i-.f,., rcsirliurir „ eii.iin,, deaeao de um do, pni.eipais latóies d, atras» da econumiauacmiuu.

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— 29 de abril a 5 de maio de 1960 NOVOS RUMOS 3 -

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MAURÍCIO GABOIS

uas Concepções,Duas Orientações Políticas

ii

A economia Brasileirae os principaisentraves ao seuc'o$envo!vimenfo

0 processo da industrializaçãodo país

9. No período da segunda guerramundial, devido a certa diminuição dapressão imperialista e às dificuldades deimportação, i_r*-.ou impulso no pais opuocesso de industrialização. Este proces-so intensificou-se após o término do con-flito mundial com a grande afluência decapital estrangeiro, resultante da reduçãodo campo de investimento dos paisesimperialistas. Ao mcimo tempo que au-montavam as inversões estrangeiras, rie-¦ienvolvia-se, também em grande esc.ila,a participação do capital nacional noprcccsso de industrializado do país.

A produção de aço, em particular de-pois da criação da u na siderúrgica deVolta Redonda, clcvou-se rapidamente,atingindo em 1959 1.850,000 toneladas.Em 1945, a potência das usinas gerado-ras de eletricidade era de 1.320.000 KWenquanto que, em 1957, já atingia 3.444.000 Kw, A indústria de pneumáti-cos, quase inexistente antes da segundagrande guerra, produzia em 19511.440.000 unidades e, em 1957, alcança-va 1.986.000 unidades. Cresceu tambéma produção de cimento portland comum.Em 1945, era de 770.000 toneladas e, em1959, orçava 3.750.000 toneladas. Nesteperíodo, surgiu uma série de novasindústrias, destacando-se as do petróleoe derivados, a do alumínio, estanho, etc.Mais recentemente, adquiriu um grandeimpulso a indústria de autovelculos. Noque se refere à indústria de bens de con-sumo, a produção nacional já abastecequase todo o mercado interno.

Vedifica-se, assim, um acentuado de-senvolvimento econômico no pais, o qualresulta, de uma parte, do crescimento docapital nacional e, de outra parte, doincremento, sem precedentes, das inver-soes de capital estrangeiro, principal-mente norte-americano.

0 Brasil, país subdesenvolvido

10. O desenvolvimento econômico, noentanto, não conseguiu modificar o ca-ráter atrasado do país. O Brasil é umpaís subdesenvolvido e dependente. Asua renda per capita, em 1954, era de160 dólares, enquanto a dos Estados Uni-dos era de 1841 dólares. O consumo ener-gético per capita do Brasil é um dos maisbaixos do mundo. Apesar do aumento daprodução siderúrgica, o consumo brasi-leiro dessa produção é de 31 Kg, anuais,per capita, ao passo que em alguns pai-ses adiantados alcança 600 Kg. No quese refere à produtividade agrícola, seusíndices são muito baixos. O Brasil pro-duz 0,18 toneladas por hectare de algo-dão, quando os Estados Unidos obtêm0,47. Mesmo na produção de café, é tam-bém baixa a produtividade. Enquanto aColômbia obtém 5.45 toneladas por hecta-re, o Brasil consegue, apenas, 4,06. Nocomércio exterior o Brasil conserva ascaracterísticas coloniais do passado. Aexportação ainda é constituída quase quetotalmente de produtos agrícolas e ex-trativos, cabendo dois terços ao café.

A situação do Brasil como pais suu-desenvolvido se revela também pelosbaixíssimos índices de alimentação, saúdee educação do povo. O consumo anualde carne per capita dos brasileiros nãovai além de 23 kg. Menor ainda são osíndices de consumo de leite, manteiga eovos, razão por que o povo brasileirose encontra no rol dos povos subalimenta-dos. A mortalidade infantil no pais édas mais elevadas do mundo. De cada100 crianças que nascem, somente 40chegam aos 15 anos, Na Argentina, 89chegam a esta idade, e nos Estados Uni-dos, 93. Vinte por cento das criançasnascidas vivas marrem antes de atingir1 ano de idade. No que diz respeito àeducação, é reduzidíssima a taxa de esco-larização. De uma população de 12.5 mi-Ihões de crianças, entre 7 e 11 anos deIdade, 7 milhões não freqüentam escolas.E de uma população de 14 milhões deJovens, entre 11 e 18 anos de idade, ape-nas 950.000 estão nas escolas.

0 domínio do imperialismonorte-americano no Brasil

11. A condição de pais subdescnvol-vido do Brasil é determinada, fundamen-talincnte, pelo domínio do imperialismo,em particular do norte-americano, e pe-Ias robrevivéncias feudais.

Os monopólios norte-americanos do-minam setores básicos da economia na-cional. Importantes ramos das indústriasencontram-se cm mãos dos imperialistasIanques, tais como os da energia clé-trica, autovelculos, pneumáticos, vidropl.ino. produtos farmacêuticos, frigorlfi-ccs. etc. Controlam, também, juntamentecom o grupo anglo-holanclês, quase 100%do comercio atacadista do petróleo. Asry.indcs reservas nacionais de ferro e demanganês, assim como de outros mine-rais, são exploradas pela United States5 eel c a Betlchcm Stccl, No comércioexterior, o capital monopolista dos Es-tados Unidos tem posição privilegiada,dominando a expr .i:;.âo do café, cacau,clc. Esta posição permite lhe controlar

os principais produtos brasileiros no mer-cado internacional, cujos preços são poréle ditados. Os Estados Unidos comprammatérias-primas e outros produtos abaixo preço e vendem seus artigos in-dustriais por preços elevados, com gravesdanos para a economia nacional. Pode-rotos bancos norte-americanos, realizan-do no >als operações de depósito, emprés-timos e financiamentos, exercem contrô-le sobre importantes setores da economianacional e facilitam a penetração impe-rialista.

Enquanto em 1946, as inversões diretasnorte-americanas alcançavam 323 mi-Ihões de dólares, os investimentos públi-"cos e privados dos Estados Unidos, atual-mente, totalizam no Brasil, 2,5 bilhõesde dólares, sem contar com os eVnprésti-mos das agências financeiras internacio-nais que estão subordinadas diretamenteaos monopólios ianques. Os empréstimosnorte-americanos, incluídos também osconcedidos pelo Banco Internacional deReconstrução e Desenvolvimento e peloFundo Monetário Internacional, repre-tentam mais de 70% dos empréstimosrealizados pelo pais no exterior. Tudo istoé um poderoso instrumento nas mãos dosimperialistas norte-americanos para ex-piorar o povo brasileiro e para submetero pais à sua dominação.

Além do mais, o capital norte-ameri-cano, por sua atuação monopolista, colocasob sua influência, ponderável parcelade capitais nacionais e se associa, tam-bém, a capitalistas brasileiros cm em-presas mistas.

Os monopolistas dos Estados Unidosabsorvem, assim, grande parte da rendanacional c consomem im; inte parcelade divisas provenientes C..J exportaçõesbrasileiras. Parte dos lucros exportado.,pelas empresas unques não resultam dasinversões vindas do exterior, mas dosreinvestimentos de capitais oriundos doslucros obtidos por estas empresas nopais.

Desta forma, o domínio imperialistanorte-americano dificulta a acumulaçãointerna de capitais, necessária ao desen-volvimento do país, e conduz a gravesdeformações na economia nacional. Porseu poderio, e contando com os favoresoficiais, as empresas norte-americanasfazem séria concorrência à indústria na-cional, opondo obstáculos a sua expansãoe, em alguns setores, liquidando os em-preendimentos nacionais. A exploraçãodo imperialismo norte-americano freiaconsideravelmente o progresso do pais edetermina o agravamento das difíceiscondições de vida das massas.

O imperialismo norte-americano sa-queia o pais, é o principal inimigo dopovo brasileiro.

A penetração imperialista se faz, tam-bém, por outras potências. Cresce o vo-lume de capitais alemães e japonesesque afluem ao Brasil, invertidos, prinei-palmente, em setores básicos da econo-mia. Igualmente a França, embora cmritmo menor, aumenta sua aplicação decapitais. A Grã-Bretanha luta por con-servar suas posições. Trava-se, destemodo, acirrada luta interimperialista nopaís. Mas os monopólios norte-america-nós mantém o predomínio sobre seusconcorrentes.

A estrutura agrária brasileira12. O monopólio da terra e as relações

pré-capitalistas de trabalho constituem abase da estrutura agrária do Brasil.Ainda que a indústria tenha feito acen-tuado progresso, a economia brasileiraé ainda, predominantemente, de caráteragrário. 63% da população brasileiravive no campo.

Cerca de 12,5 milhões de pessoas cons-tituem a população ativa na agriculturae na pecuária. Para o conjunto destapopulação existem pouco mais de doismilhões de propriedades. Mais de dez mi-Ihões de camponeses não possuem terrae labutam nas condições mais difíceissem qualquer garantia. A área total daspropriedades agrícolas é de 200 milhõesde hectares, o que corresponde somente a23% da superfície do país. Contudo, aárea cultivada é de 22 milhões de hecta-res, portanto, 9,5% da superfície totaldas propriedades, o que revela ser inex-piorada a quase totalidade dessas pro-priedades.

No campo brasileiro predomina a cul-tura de um reduzido número de produ-tos. O café, o milho e o algodão ocupam55% de toda a área cultivada dp Brasil.A pecuária é extensiva.

Cento e quarenta e nove mil proprie-tários agrícolas são donos de 3 4 partesda área total das propriedades. Estepequeno número representa 8% de todosos proprietários agrícolas, ou 1,4% dototal das pessoas que trabalham na terra.

Isto evidencia o predomínio quase ob-soluto do monopólio da terra no campobrasileiro, o quanto está concentrada nasmãos de uma reduzida minoria a pro-priedade territorial no pais. Neste mo-nopólio da terra se baseiam as sobrevi-vências feudais, as formas pré-capitalis-tas de exploração, como a parceria (meiae terça), a prestação de serviços gratui-tos, etc. Em conseqüência, milhões decamponeses sáo submetidos à dura ex-ploraçáo na base de contratos de arren-elamento extorsivos, são vítimas das ar-bitrariedades dos grandes proprietáriosde terras. A legislação social é quasedesconhecida para os assalariados agríco-Ias. Disto resultam as péssimas condi-ções de vida das massas camponesas.N.io obstante, em algumas áreas se em-pregar métodos modernos de cultivo, aniu içnl' i.i brasileira é atra-ada, rotin-i-ia, onde a técnica c quase ausente e a

mecanização é utilizada em escala muitoreduzida. Por isso é baixa a produtividadeagrícola.

Conservando o monopólio da terra eas relações pré-capitalistas de trabalho,o capitalismo vai penetrando lentamenteno campo. Como resultado, cresce o nú-mero de assalariados e semi-assalariadosagrícolas. Isto não modifica, porém, ograu de exploração das massas trabalha-doras do campo.

A estrutura agrária do Brasil é cons-tituida, portanto, pela grande proprie-dade de tipo atrasado — o latifúndio —'que predomina esmagadoramente; pelapequena propriedade existente em áreasreduzidas do país; por algumas planta-ções de cultivo de tipo capitalista; e porínfimas parcelas — o minifúndio — dis-seminadas cm várias regiões do territó-rio nacional.

O latifúndio e as relações dele decor-rentes são um dos principais obstáculosao progresso do país. O grande proprie-tário de terra, devido à existência demilhões de camponeses sem terra, pres-cinde do emprego da técnica e das má-quinas, o que contribui para o fracorendimento da produção agrícola. Essesmilhões de brasileiros sem terra possuemum baixíssimo poder aquisitivo, o queconstitui um freio do desenvolvimento domercado interno e, conseqüentemente, umentrave ao progresso industrial. E' im-periosa, assim, a liquidação dessa estru-tura retrógrada.

A crise de estrutura em. que o país se debate

13. O domínio do imperialismo, par-ticularmente o norte-americano, e a exis-tència do monopólio da terra constituemos principais fatores de atraso do Brasile determinam a crise de estrutura emque se debate o pais. Múltiplas são asmanifestações desta crise.

A produção cafeeira, principal fontede divisas e um dos esteios da economianacional está em situação critica. Nocorrente ano, os estoques em poder doInstituto Brasileiro do Café atingirão 30milhões de sacas, sem qualquer perspec-tiva de escoamento. Para financiar osfazendeiros de café, adquirir o produtoexcedente c sustentar a produção cafeei-ra, o governo emite bilhões de cruzeiros,sem possibilidade de retorno aos cofresda ação. Isto não impede, porém, quese manifeste crise neste setor da eco-nomia.

Acentua-se a carência de divisas nopais. Aumentam o volume de lucros ecapitais que se transferem para o exte-rior e o montante para o pagamento deamortizações e juros dos empréstimosexternos. Entretanto, as fontes de divisasque o Brasil dispõe não crescem, ou crês-cem lentamente. Tornam-se mais fre-quentes os deficits na balança comercial.O comércio exterior do Brasil, de 1950 a1959, apresentou saldo negativo durante8 anos. Tudo isso acarreta o déficit cró-nico no balanço de pagamentos que ogoverno procura enfrentar com novosempréstimos externos e com a desvalo-rização da moeda.

Os deficits nos orçamentos da Repú-blica, dos Estados e dos Municípios sãocada vez maiores. A fim de fazer facea estes deficits são aumentados brutal-mente os impostos diretos e os governosda União e dos Estados fazem crescera divida pública com a emissão de açõese bônus. Além disto, o governo federalrecorre à inflação, aumentando o meiocirculante com lançamentos maciços depapel-moeda.

Aprofundam-se as desigualdades no de-senvolvimento das diferentes regiões dopais. Grande é o atraso das regiões nortee nordeste em comparação com as regiõescentro e sul do país. Enquanto nestas háum acentuado desenvolvimento industrial,aquelas regiões permanecem quase intei-ramente agrárias. A produção agropc-cuária do nordeste, entre 1948 e 1956,cresceu de 25% e a industrial, no mesmoperíodo, 49,8%. Nas regiões do centro-sul, nesse mesmo espaço de tempo, aprodução agropecuária teve um acresci-mo de 32,4% e a industrial 81,2%. Se-gundo dados oficiais, a renda per capitano centro-sul do país em relação ao nor-deste está na proporção de 3 para 1,Somente o Rio de Janeiro e São Paulo,com menos de 20% da população brasi-leira, alcançaram uma renda de mais de50% da renda total do pais. Na regiãonorte se observa a estagnação, ou mes-mo a decadência, da sua economia.

A crise de estrutura se manifesta aindana falta de gêneros alimentícios essen-ciais que se vem observando nos últimosanos. Esta carência no abastecimento dapopulação brasileira está ligada à estru-tura agrária arcaica que determina umaagricultura rotineira e uma pecuária ex-ten&iva.

14. Agravam-se, assim, as condiçõesde vida do povo e aumenta a exploraçãodos trabalhadores. O salário real dos ope-rários do Rio de Janeiro, uma das regiõesde mais alta remuneração salarial, noperíodo de 1940 a 1958, sempre esteveabaixo do de 1920. As rendas das massascamponesas diminuem, O trabalhador nãopode, como antigamente, sustentar sòzi-nho sua família, Todos os membros riafamília, cm condições de trabalhar, sãoobrigados a exercer uma atividade remu-nerada. Recluz-se a participação percert-tu.il dos operários na distribuição da ren-

da nacional. Entre os anos de 1955 a 1958,o saláriohora cresceu em ritmo menordo que o preço do produto-hora. Alémdisto, os trabalhadores são obrigados aelevar a produção sem que, muitas vezes,se verifique a introdução de melhoramcn-tos técnicos, o que acarreta a elevação dograu de exploração do proletariado. En-tre a classe média se desenvolve umprocesso de proletarização crescente. Emmuitas regiões do país, aumenta o nú-mero de pessoas que não encontramocupação permanente, constituindo aschamadas populações marginais despro-vidas dos mínimos recursos. As condi-ções de vida das massas foram séria-mente agravadas pela carestia de vidaresultante, em grande parte, do processoinflacionário. Embora tenha crescido nopais o número de escolas c leitos hospita-lares, o ritmo deste crescimento é inferiorao do aumento da população, determi-nando uma agravação constante dos pro-blcmas da educação e da saúde públicas.E' certo, que alguns setores de classemédia e uma pequena camada do prole-tariado, devido ao desenvolvimento capi-talista, melhoraram de situação. No en-tanto, a tendência dominante é para oempobrecimento relativo c absoluto dostrabalhadores.

15. Evidencia-se, em tais condições,o aprofundamento ria contradição entreas forças produtivas em desenvolvimentoe as relações de produção atrasadas, ba-seadas nas sobrevivèncias feudais e nadependência ao imperialismo. Isto colocana ordem-do-dia como tarefa primordiala liquidação dos entraves que se opõemao progresso do país. E' necessário, por-tanto, libertar o Brasil do jugo do impe-rialismo norte-americano e realizar astransformações democráticas radicais,com a supressão do monopólio da terra.

III

O caraier e as tarefas

da RevoluçãoBrasileira

Os áustentáculos internos dadominação imperialista

16. A dependência rio pais ao imperia-lismo norte-americano tem como susten-táculos sociais os latifundiários e umaparte da burguesia. Os imperialistas dosEstados Unidos sâo o ponto de apoio dasforças mais reacionárias da sociedadebrasileira. Ao imperialismo interessa amanutenção do monopólio da terra. Nopassado, foi através dos latifundiáriosque entrou no Brasil o capital monopolis-ta estrangeiro e, hoje, é ainda em grandeparte, neles apoiada que se realiza nopais a exploração imperialista norte-ame-ricana. Em particular, serve aos mono-pólios ianques a parte dos latifundiáriosque com eles têm ligação por vender suaprodução no exterior e depender daque-les monopólios para dar saída aos seusprodutos.

O setor da burguesia que está aliadoao imperialismo norte-americano é cons-tituído, em primeiro lugar, por numerososgrandes comerciantes que atuam na es-fera do comércio exterior, vinculados afirmas importadoras e exportadoras eaos bancos norte-americanos que operamno país; por boa parte de banqueiros,comerciantes industriais cujos interessesestão ligados aos monopólios ianques; epor todo um conjunto de agentes dosmagnatas norte-americanos — políticos,advogados, administradores, proprietáriosde jornais e estações de rádios, etc. aeles vendidos. De um modo geral, é entrea grande burguesia que se encontra aque-Ia parte dos capitalistas que, juntamentecom os latifundiários, sustenta dentro riopais as posições do imperialismo.

São imensas e poderosas, porém, asforças sociais que se opõem aos inimigosdo povo brasileiro. Incluem o proletariado,os camponeses, a pequena burguesia ur-bana e a burguesia nacional, além deoutros elementos patrióticos. Toda estasforças estão interessadas na liquidaçãodo domínio imperialista e na cxtirlçáo domonopólio da terra.

17. As forças reacionárias constituemuma ínfima minoria da nação. Mas pos-suem grande poderio econômico e dis-põem do aparelho estatal. Apoiadas nesteaparelho, defendem seus interesses emantém seus privilégios. O Estado brasi-leiro representa, no fundamental, os in-terèsses dos latifundiários e. da grandeburguesia. No seio da grande burguesiahá uma parte aliada ao imperialismo eoutra parte que, ora resiste ao imperia-lismo, ora com êle concilia. Isto se veri-fica, sobretudo, com aquela parte que temseus interesses ligados à indústria. O Es-tado é, assim, utilizado pelos imperia-listas norte-americanos para explorar opovo brasileiro. Eventualmente, o Estadopode contrariar os interesses dos Impe-riaiistas. Isto, porém, não altera, noessencial, o seu caráter de defensordos latifundiários e grandes capitalistasc de instrumentos do imperialismo ianquenas questões fundamentais da políticaexterna e numa boa parte dos problema»internos.

A forma de atuação dos diferentes ór-gãos do poder estatal, mais democráticaou mais arbitrária, varia de acordo coma oicssao realizada pelas massas, cm

especial, pela classe operária, bem comopela necessidade de que tém as classes do-mlnantes em utilizarem meios adequadosà manutenção de seu domínio. A exístén-cia de franquias democráticas não negao objetivo fundamental do atual Estado— servir aos interesses dos latifundiá-rios, da grande burguesia e do imperia-lismo.

O atual regime vem assegurando a ex-ploração e a opressão do povo brasileiropor parte dos imperialistas dos EstadosUnidos. No que se refere a política ex-terlor, o governo brasileiro segue orienta-ção ditada pelo Departamento de Estadonorte-americano. Assinou o Acordo Mi-litar BrasJI-Estados Unidos, cedeu a ilhade Fernando de Noronha para servir debase militar ianque e firmou outros tra-tados lesivos ao pais. Adapta a sua po-lítica financeira às determinações dasentidades internacionais dirigidas pelogoverno norte-americano, em prejuízo dosinteresses da nação. Reprime as lutasdas massas populares por melhores con-dições de vida e pelos direitos democrá-ticos. Usa a violência contra os campo-neses quando estes defendem as terraspor eles .ocupadas.

Para liquidar o domínio do imperialis-mo norte-americano e o monopólio daterra é necessário substituir o regime po-litico vigente do pais por um novo regimeque corresponda às tarefas da atual otapada revolução.

0 caráter da revoluçãobrasileira

18. Nesta etapa, a revolução no Brasilnão tem caráter socialista. Não existemcondições objetivas, nem subjetivas parauma revolução deste tipo. Na atual etapa,a revolução no Brasil é antiimpcrialistae antifeudal, nacional e democrática. De-ve criar um novo regime econômico epolítico.

Este regime assegurará, no terrenoeconômico, a completa emancipação rioBrasil do jugo imperialista, em particulardo norte-americano; a transformação ra-dical da atual estrutura agrária, com aliquidação do monopólio da terra e dasrelações pré-capitalistas de trabalho: odesenvolvimento independente e progres-sista da economia nacional. Os interessesda burguesia nacional não serão afetados,pois a revolução, nesta etapa, não visaà liquidação do capitalismo. Não serãoatingidos igualmente os interesses doscamponeses ricos. Desde que não hosti-lizem a revolução, serão mantidas, sobcontrole, as empresas estrangeiras náopertencentes aos trustes norte-america-nos.

Estas tarefas expressam os dois aspec-tos da revolução: o nacional e o demo-crático. Estes dois aspectos estão Intima-mente ligados. Embora, na presente si-tuação, o sentido principal da revoluçãoseja antiimperiallsta, dado que o impe-rialismo norte-americano é o principalinimigo do povo brasileiro, ela é tambémantifeudal, agrária. A luta contra a ex-ploração imperialista norte-americana econtra o monopólio da terra, ainda quetarefas distintas, constitui um processoúnico. Não será possível realizar as ta-refas de caráter antiimperialista semque simultaneamente, no curso da atualetapa, sejam resolvidas as tarefas decaráter agrário.

No terreno político, o novo regime devecriar um Estado democrático e um go-vérno democrático e antiimperialista. di-ferente, por sua composição de classe epor seus objetivos, de todos os governosque o Brasil já teve. Ainda que a revo-lução, nesta etapa, corresponda às ta-refat democrático-burguesas, o novo Es-tado não poderá ser um Estado burguêsmoderno, dirigido pela burguesia. A bur-guesia no Brasil, pelo seu duplo caráter— revolucionário e conciliador — é in-capaz de resolver até o fim os problemasfundamentais do desenvolvimento da eco-nomia nacional, da plena democratizaçãodo pais e da melhoria efetiva das condi-ções de vida do povo. O novo poder deveser um poder da frente única das forçasdemocráticas e antiimperialistas, dirigidopela classe operária, bem diverso, portan-to, de um Estado burguês daquele tipo.Tal fato se origina da circunstância deque o proletariado terá que dirigir asforças revolucionárias e também porque

HAR0LD0 SANTIAGO

Saudando oAparecimentoDas TesesPrezados Senhores

Apesar de não ser membro do Partido

Comunista do Brasil, venho como sim-

patizante de sua causa levar-lhes a mi-

nha solidariedade em sua luta pela «Le-

gallzação».Outrossim, aproveito a oportunidade

para saudar a publicação dos < Projetos

de Estatutos», que era uma grave faltadentro da organização partidária, mesmo

para mim que estou ligado a ela maiscomo observador de seus fenômeno» do

que como participante direto.

Quanto às «Teses para Discussão» não

há dúvidas a respeito de seu valor comodocumento para a compreensão dos fe-nômenos sociais brasileiros. E' sem favorum belo trabalho.

Sendo só o que me oferece para o mo-mento, subscrevo-me mui atenciosamente,

a) Haroldo Santiago

a revolução, apesar de não ser socialista,é parte integrante da revolução socialistamundial.

O novo Estado deve assegurar a plenademocratização da vida política brasllei-ra, garantindo, entre outros direitos de-mocrâticos, ampla liberdade de palavra,de reunião, de associação, de greve, daimprensa, de culto religioso; a repre-sentação proporcional dos partidos poli»ticos cm todas as eleições; o direito devoto a todo cidadão, independentemente,de sexo, bens, vacionalidaue, residênciae instrução; a abolição das desigualdadesque existem em rclaçfio Ss mulheres;completa supressão das organizações po-liciais de repressão e democratização daaforças armadas: a autonomia política oadministrativa dos Estados, Territórios,Distrito Federal e Municípios. O novoEstado defenderá a cultura nacional etornará a instrução acessiível às amplasmassas do povo.

Diante do povo brasileiro coloca-se atarefa histórica de conquistar um govér*no democrático e antiimperialista — ex-pressão de uma ampla coalizão de forças,onde estarão representados a classe ope*rária, os camponeses, a pequena burgue-sia urbana, a intelectualidade e a bur«guesia nacional.

\

0 caminho democrático darevolução brasileira

19. São fortes os inimigos da revoluVção, apesar serem numericamente rs-duzidos. Voluntariamente, náo cederá*suas posições e, sempre que estiveremameaçados de perdê-las, procurarão usara violência. Por isso, o governo democrá»tico e antiimperialista, governo revolu*cionário, náo será alcançado de maneiragradual, evolucionista ou por simplesacumulação de reformas, embora as re*formas sejam importantes e necessária»,A conquista de um governo de tal natu»reza implica em luta árdua e difioil, im-plica no aprofundamento da luta declasse. Para esmagar a resisténola dasforças reacionárias, as forças democrá-ticas e antiimperialistas terão que se em*penhar em ações combativas e enérgica».Nas condições atuais, as forças progres-sistas devem utilizar o mais possível at)formas legais de luta e defender, comoquestão vital para o povo brasileiro, aampliação e a consolidação da democraciano pais. A existência de um clima de<mocrático estável é de primordial im-|portància para o mais rápido desenvolvi*mento e fortalecimento da frente únicaie para alcançar êxitos na luta pela eorKquista de um poder democrático • antUimperialista. Isto impõe a necessidade d*combater quaisquer retrocessos antide*mocrâticos e salvaguardar as liberdadafpúblicas para favorecer a ação indtpsn*dente das massas trabalhadoras e popu*lares. Neste sentido, as elelçõea sio unameio importante para fortalecer m pos#*ções das correntes demoorátlcaa • antUimperialistas. ,

Na luta pela realização das transfof*mações radicais náo é' inevitável a lutaiarmada o a guerra civil. A revoluçãobrasileira poderá trilhar por um caminhapacífico. Mas a via pacifica só será posai*vel se, entre outros fatores, vigorar ns»pais a plena democracia, se nas forças)armadas predominarem os patriotas •democratas e se a frente única se con*solidar sob a direção da classe operária.Será de grande significação a conquistaide uma sólida maioria democrática • an*tiimperialísta num parlamento, eleito sen*,quaisquer restrições antidemocrática»»;Enfim, o caminho pacífico pressupõe que]as forças revolucionárias tenham umasuperioridade tal sobre as forças reacio»nárías que possam impor a estas aqutlajcaminho.

Os comunistas aspiram à solução pa»cífica para os problemas da revolução)brasileira. Mas a escolha das formas S)meios para libertar o pais do domínio dt)imperialismo norte-americano • realizai»as transformações radicais, não depender*)somente rio proletariado e das demaHtforças antiimperialistas. Se ot Inimigo»;rio povo recorrerem à violência, as rata»ponsabilldades pelos sacrifícios • sofri-mentos que recaírem sôbr» a nação te»ráo de sua exclusiva responsabilidade*Em todas as circunstâncias, o prolttaxriado e seu partido devem estar prepara»dos política c ideologicamente para quafaquer das soluções (Continua*)

COMUNICADOOs responsáveis pela

TRIBUNA DE DEBATE comu-nicam a todos os interessa*dos que foram estabelecidasas seguintes normas sobro apublicação dos artigos e car-tas :

a) A fim de possibilitar-a participação do maior nú-mero de companheiros no de-bate, cada participante terádireito a um máximo de 10laudas dactilografadas (30linhas por lauda) em cadaedição de TRIBUNA DE DE-BATE. Os artigos que exce-derem a este limite serão di-vididos e publicados em sé-rie.

b) Os artigos e cartas se-rão publicados por ordem derecebimento na redação deNOVOS RUMOS. Em cadaedição da TRIBUNA DE DE-BATE figurará uma relaçãodos artigos recebidos, segun-do a ordem em que serãopublicados.

_ 4 NOVOS RUMGÉ 29 de cibril a 5 de maio de 1960

/¦;''¦'¦;- ..,, |, - ttm—ama

MILTON ELOY CARLOS DANIELLi

6SH 1 ©SUs Sobre as

r^Sk £í _ J»scussaoAs Toses representam um nuyu ms-

mtmenló, mais um passo posUivo tiop.oletaru Io , do povu brasileiro- tiocaminho tle sun emancipação.

cias são descendentes üireias cio XXCongresso cio PCUS, passando pela De-ciaraçao cios Partkios Comun' tas, tlenovembro de '!'•". e trazem em seu

ti

¦ Indispensável ámiiiho pacifico (ta

lula |> ir soluções'li il) (.1(1 c., lil ..

concretização doevuluçãu a táticapositivas, ao t ;-nio c 'Ia passivi-

bujo os rleo:jl jvleram.

Trazem, pois,i'.. problema dap ssibilítiadc (iai.i possiotiidat.cpara a revoluçui

ísiiur '..'nt.>s que ctetes

ii nitida compreensãoguerra e cia paz, dacoexistência pacifica,tio caminho pacificona efetivação tio cen-

uansmo democrático nas organizaçõespartidárias, tios .nales causados peloculto a persoiialioaue tle Slulin e tiocomplexo problema húngaro, resultantetios desvioj do marxismo,

Não i. 'ino.-; dizer, como se dizia doP.ograma aprovado pelo IV Congresso,que é obra clu maixisi.oeriauoi', E',porém, a mélnui .tentativa até hoje reaIrzacia, em nosso pais, para dar umuiiiterprot ".. o mm \ista aos problemasLi asneiro i.

Cremoi iiue u.n dos i>' mos mals.cn-ficados pelos poucos opjslcionL.ás atu-almente no Partido, na massa do Pur-t.,.0 e não no Connte Central — ondáe t.i/. que elej : , m n i ufa .o-númlca dc '10'-< -que é o da p.eter. aposição iioquisid . t giu i nas 'li'-

ses e, consequentemente, o du riretio-mmâneia de um desvio oportunista dcoiivita na nova linha, assim o é porquea critica está estreitamem. ligada auma incompreensão d.i .época em quevivemos, que é a época tle iransiçái dui apliallsníu ao socialismo.

Se esta época difere griinclumcntu da.cm que viveram Marx e Engels, tia emq-.t viveu Lenin, a estratégia i- a táticaou proletariado não elevem -»i as mos-nas, se bom que os mesmos sejam osUns a atingir.

Se "o vento do leste sopra mais Corteque o vento do oeste"; se a Unlâu So-vtétlca alcançará e ultra;, sara, dentrodc pouco tempo, os Estados Unidos; sea República Popular da Clima alcançarác ultrapassará dentro tle pou-u tempo,a Inglaterra na produção H-. prlnci-pais produtos Industriais; se paises co-Dw "a Polônia, Hungria, R lOianía oBulgária converteram-se em oilses In-dustrial-agrárlos, com uma indústriapesada desenvolvida"; .se u Tcheváqula continua i nvntei umindustrial dos mais elevados do

dade. exige ita classe operária e cio seupartido dc vanguarda a mais ativa,mutllíorme e permanente Intervençãono movimento político e real. -t fim demobilizar a: grandes massas c qttebrva resistência das torças cnlveguislas ereacionária;. (Tose 38).

Dai chegamos às soluções apresenta-das no capitulo VII,

jor D

ler. em

Crifica-se t- m m cum vilclarnrão do março de 1058,discutidas as Te. cs aiutus.

Em nossa mau. ii'u de en!documento explica o outro.

Um marca a etapa de uma virada,i ia fase nova em que brotavam asnovas concepções cjue tínhamos apten-ciiclo, O outro nos mostra o amariure-cimento e o íortalocimtmto dessas con-

11 pnmestávamo

x ¦ 1'

ro nos mostrava como anulaafastados, na prática Io

sn o i n lismo. 0 egmulo de-ia o nosso esforço para es-;, apro-ao, no sentido de, melhor c ume-

a realidade bra-ideíra, molheiapue:

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na. e rrelaçôe(Cap.

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n economia

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uns ii n,;Üccluraç-õo ¦',;¦

'o., ' «sia estrutura atra-se processando um dessnv ri

\im ¦ t i capItnllsl¦• ni cional. quetitiii o elemento progressista porlenei.n ria oconoi ' isenvolvimento inelulável do capitai! .moio;,siste no Incremento Ias torças >ro-tiiuiv . "a e:..:i- ".O, n:

¦ rial da soe' . ,'.e. de novaspr itlução, mais avançadas,

Dizem ns il ' •'- Nas últimas décadas,

brasileira tem sofrido importantes mo-dlíieações, resultantes do d.sen-vulvl-menlo do capitalismo, que se vem p;o-(-.¦•ssando dentro dos oaicos da tleiien-ciência paia com o Imperialismo e ciamuniu ação do monopólio da terra.Conirapondo-se a estes fatores adversos,o desenvolvimento capitalista nacionalapoiado na acumulação i.nerna constituielemento progressista e dinâmico daeconomia brasileira, i inifcstando-se noincremento das forças produtivas e naexpansão de i. as relações de produ-ção, (Tese '-'.

Ih:,n ,i In cUirnçiío ¦'— As tan tas impostas pela necessi-

dade do dçsrnvolvimcnl ) independenter progressista do pais i podem serresolvidas por nenhuma torça socialisoladamente. (Cap. V'.

üii< III ns '/'( xi s ¦Nerilnima classe ou camada social.

Isoladamente, pode vencer a resistênciarias forças interessadas na conservaçãocia dependência rio pais aos monopóliosianques n na manutenção do monopólioda terra, (Tese 261.

liem n üeclurução ,'Sejam quais forem as vicissitudes

que o povo brasileiro tiver què eníren- ¦tar para resolver pacificamente os seusproblei as. .cr.i sempre necessário oamplo desenvolvimento da luta rie elas-ses do proletariado, rios camponeses edas camadas médias uri s em defesados mus interesses específicos e dosinteresses gerais da nação. (Cap. VI)iConvèm acrescentar que nesse período

e sòim nte nesse — a Declaraçãodi slacava os interesses próprios daclasse op; alia I,

Uiilhl ns Tosi ¦-,- •- Indispensável à concretização do

i-ii ii.ho pacifico ria revolução, a táticade. luta por soluções positivas, ao con-nane tio espontaneismo e ria passivl-ii; de, exige da classe operária e do seupartido de vanguarda a mais ali u,

multiíorme ¦• permanente intervençãono movimento político e i ai, a l'.m demobilizar as grandes massas c quebrara resistência das forças ontroguisías ereacionárias. iTese ;;õ. aliás já citadaanteriormente i.

Cremos que újcs exemplos bastampara se concluir que em discussão .¦>' i 'as Peses e nao a Declaração-

Estamos tle acordo com que na >'•datação surgiram .sintomas de opoVunismo. traio, acredi'.. nos. não só doperíodo ant.rio, em que as concepçõesrevisionistas e as atividades antipar-tidárias campearam nos órgãos denossa imprensa e, em parte, segundo sealega, no próprio Comitê Central, co-mo, também, pela boa dose cxivciiodos "deixa-disso" o "arranjàdores", tal-vez levados, quem sabe se com algumarazão, pela iusta Idéia tle deícsn d.iunidade partidária.

O que é impo, ..oie, cremos, é queesses sintomas tenham sido eliminados.

Os dois anos que separaram os doisdocumentos foram suficientes paraaperfeiçoar o primeiro na forma c notonteúdo do secundo.

Rio, ?l dc abril de lUtiu

publicaçãoe do

uni debatimuito poderátaléeimento tli

ACtlSsáinicia

das Teses para dis-'rojoto rie Estaiutosenire comunistas que

contribuir para o for-nossas fileiras, estrei-

armado quese afundasse

tar a unidade do Partido no terrenopolítico, orgânico e ideológico e suasligações com as massas. A extensãorias Teses dificulta seu exame, masparticipando dos debates, devemos visarã correção dos erros que se apresen-min em nossa atividade e á elabora-ção cie uma orientação que permita avitória da revolução antiimperialista eiintifeudal em in.ssu pais. Debater aorientação e atuar entre as massas pa-ia aplicar nossas decisões tal riovo sernossa conduta.

Os erros e debilidadesna atividade do Partido

A< conclusões do NX Congresso doPCUS, a nova correlação de forças po-licú.s surgidas no mundo eflcaçOes experimentadas noterreno econômico, políticoexigem um profundo debate

as morii-Brasil no

e socialda orien-

do; se "os rlímos elevados são uma leigeral do socialis.no, eoniirniuriu agorapela.experiência dc todos os paises docampo socialista"; se o campo i!o so-cialismo produzirá, em lílü-\ por 'uibi-Imite, na produção iiiriustrial, três -:;ivezes mais rio que o camp > capilalisia;se paises como a Índia, a Indonésia, aR, A. U. e os recentes e antigos paísesda Ásia e da África mantêm, de ummodo geral, uma pollU a de paz — oc.ue significa politica contrária ao im-perialismo — *e tudo isso acontece ouestá para acontecer em breve, náo icompreende então que o imperialismose enfraquece cada vez mais e que o/iindaniewtal 6 apressar esse cníraque-cimento '¦

E que para apressar esse eturaque-cimento devemos nós brasileiros, usariodas as classes OU camadas sociais quea êle se opõem ?

E cru. para usar :Jdas as classes oucamadas sociais que a 61c se opõemnão podemos dar ao proletariado senãoo lugar que cie merece, por sua própriaconquista, na frente única ?

E que paia que a frente única -soaantiimperialista não há necessidade leque o proletariado já tenha conquistadoa posição hegemônica

'.'

Dai em opinião nossa, a estreita liga-çao, a Imprescindível ligação que é ne-cessário lazer, no momento, entre asituação internacional e a política deiiente única.

A politica de frente única tal qual sorpresenta nas Toses mantém, em nossoparecer, uma multo boa concordânciacom a situação internacional.

Senão vejamos.A presente situação rio mundo,

pode ser definida, quanto ao seuteúdo essencial, como a épocaslção do capitalismoiTese D.

As conquistas históricas do mundosocialista atraem para as idéias rio i >•, m lismo a consciência das grandes mas-sas de todos os continentes. tTese -'•

- Tornou-se real numa série dc pai-s.;ti a possibilidade de transição ao so-cialismo por meios pacíficos, sein guer-ra civil, (Tese

""¦

A revolução no Brasil, na sua cia-

pa atual, é antiimperialista e antiíéudal,ii acionai e democrática. São suas taro-ias essenciais: a Inteira libertação eco-r.èmica c politica da dependência comrelação ao Imperialismo, o que exige-a eliminação da exploração dos mono-pólios estrangeiros, principalmente nor-leamericanos; a transformação radicalria estrutura agrária, com a liquidaçãodo monopólio da ferra, das relaçõespré-capitalistas de trabalho c, consc-qüentemente, dos latifundiários comoc | a s s o ; o desenvolvimento indo-pendente e progressista da economianacional em todas is suas esferas; ademocratização radical da vida politica,a lim de que venha a refletir, em pri-melro plano, as reivindicações das gran-de-; massas trabalhadoras e populares.Cl esc 22),

O golpe principal das forças na-cionais, progressistas e democráticas sedirige, por isto, atualmente, contra oimperialismo norte-amerlcam e o.-, agcn-t'»s entregulstas que o apó!am. A lulapelo emanchnçáo nacional constitui atarefa principal do povo brasileiro.ITese 23).

-- Nenhuma classe ou camada social.isoladamente, pode vencer u resistência

' dt? forças irrit ressadas m conservaçãoria dependência du pais aos monopóliosIanques e na manutenção do monopólio,tia terra. (Tcte 28li

'mammM

EUGÊNIO CHEMP

Frente ÚnicaNacionalistae Democrática

con-dc tran

socialismo.

Diz um trecho: «A experiência <le-monstra que, nu fuse ntual (Io movi-mento revolucionário, o grau tie unidade atingido pelas fôrças nacionalistas h(iemocráticus não permite reuni-las emumu organização única, embora não es-leja excluído que isto ocorra no In-liiro».

Realmente é um fato a dispersão dediversas forças e correntes naclonalis-tas uo cenário político nacional. Aluamcomo uma colcha de retalhos e nfto Sl"unem nacionalmente quando 6 necessá-rio A sua unidade é por assim dizermiiis «espiritual», ficando a cargo tlepoucos e nos principais centros urlia-uns o que poderia ser (le Iodas as fôr-ias nacionalistas do país, sr pura Issoestivessem unidas o organizadas <• ti-vessem umu direção e uma plataformaIIIIira .

Diz ainda o documento: «No moinen-Io atual, essa coordenação pode ser efe-tiiariii por várias formas Indicadas jm*1«experiência, no mesmo teni|H) que sedesenvolve cada unia dus eonenles queconstituem a frente única».

listou plenamente de acordo que estacoordenação pode ser efetuada e urgemesmo u necessidade de fazê-lo, Asgrandes massas nacionalistas só passa-ráo a defender o programa naclonalis-ta, à medida quo sentirem que existeuma direção capa/., unitária, represemtutiva e provada nus lulas destes últi-mos unos, direção de frente única, comestatutos e regimento interno adequadosã sua atuação, que sem ser um purti-do, possua um mínimo de organiza-ção.

Sugiro, pois: A NliCESSIDADE L)KKKAU/.AK - O MAIS BREVE TOS-SfVEI, — U.MA CONVENÇÃO 1'OI.Í-TICA I)U TODAS AS KoKÇAS NA-( IONA LISTAS, PATRIÓTICAS DOllAÍS,

Nesta Convenção deverão ser dis-i iitiilus os problemas básicos do pais eelaborada umu plutuforma comum delula destas fôrças em caráter nacionalo sairmos desta convenção com umaespécie de Junta Diretora, Liga Nacio-niilista ou outro nome qualquer, e quelenha por conteúdo, uniu forma de or-[janizaeiío do Üpo de Pacto ou ConselhoSindical, de tipo permanente, até a suapróxima e definitiva organização, Já- «»•tão radicada.

Na Convenção participariam: Parti-«tos e alas nacionalistas de partidos po-llticos — representantes de AssembléiasLegislativas, ( amaras .Municipais — daCâmara Federal e do Senado. — ClubeMilitar, Nnviil. etc, Uniões estudantisdr grau superior c secundário, Enliria-íles Sindicais (Peil, Sindicatos e Assoc.Profissionais) —¦ organizações intelee-tuais e culturais em treral — Federa-eóes e centros espiritas e religiosos emgeral — frentes nacionalistas e outrasorganizações como da burguesia nacio-nai, etc.

Seria necessário constituir uma < o-missão Organizadora, preparatória rioConclavt! ((.'(invenção) nacionalista. Icn-du por base as fôrças iniils interessa-

•tas, como partidos c alas nacionalistas,movimento sindical, mov. estudantil,( tubo .Militar, I llul), etc.

Delegados seriam designados pelasorganizações interessadas através deassembléias, reuniões nos locais dc tra-lialho, etc.

A Convenção politica nacionalistapoderia ser precedida dc ConvençõesMunicipais e tistaduais caso fôss<' ne-cessário, pura aglutinar do ponto deCsiii local a unificação do programa <•eleição (Ia direção local, ele. p opinuu-dn sobre os problemas básicos nacio-iiais

iiudii u importância o o «estouro ¦político que seria umu Convenção dessenovo tipo, deveríamos realizá-la ou noMARACANÃ ou uo PACAEMBU, deprelei-èneiu nesse último local, devidoser a base. do movimento janista o Es-tudo ile S. Paulo.

Como experiências — é verdade queem escala mais restrita — poderíamosnos basear nas Convenções realizadascontra a Carestiu, MNPT, ConferênciasSindicais, Congresso tTú-Anlstia dosPresos Políticos de Portugal e Espanha,Congressos Rurais, du l ttali, ele.

Traríamos desta forma uma valiosacontribuição paru o fortalecimento eunificação do movimento nacionalistaem escala nacional, imprimindo um no-vo rumo ao nosso desenvolvimento eco-uômlco e político do pais, dando-lhe umsentido e direção nacionalista e patrió-tica e ao mesmo tempo um instnmieii-to capa/, de enfrentar os problemas deledecorrentes.

Uma organização de tal tipo, sairiade uma Convenção Política de caráternacional, poderia dar Inicio a um ele-tivo reagrupamento nacional de Iodasas fôrças nacionalistas, hoje dispersase isoíiirius em todo território nacional.V. contribuiríamos sensivelmente paramodificação da correlação dc forças nopais, (pie já tarda.

A oportunidade desta Convenção serefletiria "também

pelo fato dn estarmosno ano de ItMIO — ano dc eleições pre-sidenclais — onde dois candidatos sedigladiam, um nacionalista (l.ott) eoutro entreguista (Jftnio), Se realiza-da em Uns de agosto ou inicio de se-lembro do corrente ano, permitiria darmaior coesão e confiança ás torças na-ciomilislus e darmos um passo decisivopara a vitória da CHAPA LOTTJAN-GO, unificando nacionalmente estasforças, criando confiança e abrindo ho-ri/.oules para milhares de elementosdescrentes e politicamente vacilantes oesparsos em lodo território nacional.

Do ponto de vista político, tambémlavraríamos um lento, pois seja qual ocandidato eleito, entraríamos para o anode lillil com uniu força nova, de novotipo, organizada e tendo por basn umaplataforma nacionalista e uma direçãocapa/, di; se sobrepor aos elementos ocorrentes entrcguistas dentro e fora dogoverno.

Seria a Frente Oniea <ão almejadapor loilns nacionalistas c patriotas, ca-paz de ser o sustentando de uni gOVÔr-no nacionalista e democrático.

tação dos comunistas; mormente quan-(in reconhecemos que nao contribuímossuficientemente para acelerar o pro-cesso revolucionário em curso no pais.Isso se deve a que, em toda a vida doPartido, quando tentamos corrigirerros rie direita calmos em posição es-querelistas e ao combater estas Incor-remos em desvios oportunistas de di-reiia. como se verifica agora. Isso sedeve a que. om várias épocas, nossaorientação politica tem sido errada emmuitos rie seus aspectos básicos e, .am-bém, a que quando combatemos umatendência errônea descuidamos do com-bate a seu oposto, que então florescee se desenvolve, colocando, ás vezes,em perigo a própria existência doPartido.

No período da legalidade do Parti-rio em que tivemos uma linha politicaem geral errada, oportunista de direi-ia, de colaboração de classes, sofremosrevezes apesar dos êxitos obtidos naseleições, no crescimento das fileiras doPartido, na utilização rias possibilida-rie.s legais, ele. Corrigindo as posiçõesdireitistas, sob o fogo do inimigo declasse e no período da ¦ guerra fria .nosso Partido cometeu graves errossectários e esquerdistas, iniciados noManifesto de .lancho de l!>1S c agra-vados, seriamente, com o Manifesto deAgosto rie 19õ0. Neste documento pre-liávamos a nacionalização das grandesempresas e bancos, inclusive as rie ca-pitai nacional, excluímos, assim, a bitr-guesla nacional da frente única confim-(líamos às duas etapas da revoluçãobrasileira, queríamos realizá-las de umasó vez. Com a perspectiva de guerraimediata, transplantávamos mecftni-camente a divisão :lo mundo em 2 cam-pos para o Brasil e colocávamos o rii-lema de libertação nacional ou riomi-nação total pelo Imperialismo, só en-contrando para sair riêsso dilema o ca-minho ria luta armada, a derrubadaimediata rio governo sem que paia issotivéssemos força. Idealizávamos a for-maçáo de uma Frente Democrática deLibertação Nacional e de um Exerci-Io rie Libertação Nacional, msirumen-tos da revolução. Essas posições leva-rain-iios- ao abslencionismo eleitoral.No pleito de 1950 se defrontavam can-clidalos apoiados por forças políticas osociais diferentes. Com a eleição deGelúlio Vargas adotamos uma atitudede oposição sistemática ao seu governo.quando no seio do mesmo já haviasurgido uma corrente nacionalistaburguesa, representada, fundamentaj-mente, pelo general Eslilac Leal. Tô-das essas posições sectárias e esqtter-distas trouxeram-nos graves prejuízose, apesar de alguns êxitos obtidos, atra-saram o processo de polarização rias.fôrças patrióticas e democráticas quese opunham ao imperialismo e ao la-tlfúndio.

A realização do IV Congresso e oPrograma nele aprovado foi um passoadiante, pois já distinguíamos no mes-mo as duas elapas da revolução bra-silelra. Caracterizando a sua primeiraetapa como antiimperialista e antiíeu-dal, concentrávamos o fogo no impe-rialismo norte-americano e estabelecia-mos uma disposição das forças emchoque de uma maneira geral correta,incluindo enire as forças que se opõemao imperialismo norte-americano a bltr-gUfcsia nacional, o que era negado pe-los documentos rio Paytido a partir de1948. Entretanto, a falha mais grave doPrograma se referia á tática, que eraconfundida com a estratégia correia,traçada para a etapa atual da revolu-ção brasileira. Partindo da falsa con-¦ •opção de que a economia nacional seencontrava em atraso progressivo c deque nossa economia nada mais era queum apêndice da economia dc guerra d'»imperialismo dos EE.UU., da irninêu-cia de uma guerra mundial o Progra-ma chegava á conclusão que o Brasilperdia suas características de naçãosoberana e colocava a necessidade riaderrubaria Imediata do governo, Instrti-monto Clti 1 e necessário ao Imperialis-mo. Era a teoria ria revolução a curtoprazo. Nestas condições, as eleições nãoeram consideradas com uma importamte forma de lula. A vida impõe logomodificações na tática do Partido.Exemplo disso é a resoluçãode junho de 3952. Aprofundou-sta contradição enire a realidade, nossaposição política pratica e a tática es-querdista o subjetiva que traçamosPregrama quando ria campanhasórla rie 55 e a lula pela poasi

apoiarmos o movimentovisava impedir (pie o paisnuma ditadura rie caráter fascista.Após a eleição de JK, fomos obriga-dos a retirar a palavra de ordem queexigia sua derrubada, o que era jus-lamente tentado pelos agentes do im-perialismo e da reação, os golpistas,que combatemos com firmeza, apoiamdo o então Ministro da Guerra nas me-ilidas contra eles tomarias e apoiar osetor nacionalista do governo.

Entre os Manifestos de Janeiro e deAgosto e o Programa há diferenças,mas também há questões em comum:a confusão entre os objetivos finais (aestratégia] e as formas de'chegar aeles ia tática). A tática esquerdista esectária sn resumia quase que á estra-tegia, embora sejam partes integramies'e inseparáveis.

Os erros que cometemos em políti-ca refletiram-se nçcessàrlamcnte noterreno da organização partidária, nosmétodos de direção e nas relações doPartido com as massas e suas organi-/.ações. Predominava uma exagerariacentralização, a utilização de métodosrie direção manrionislas e uma políticade quadros subjetiva. Praticamente náoexistia nu I'. a direçáo coletiva, nemmesmo a luta de opiniões, prevaleceu-do a vontade de alguns dirigentes, oPartido se desligava rias massas e setransformava cm uma seita, o dogma-lismo, o esqtierdlsmo o oque predominavamCão e em nossaainda ser combaliu

sectarismoem nossa orienta-

atividade precisam

()s erros riepara nós mais

nosso Partido ficaramevidentes após o XX

Congresso, pois as decisões que antesn mávamos, mesmo eni contradiçãocom a nossa orientação, eram apresen-tarias como enriquecimento do Progra-ma ou flexibilidade em sua aplicação.O XX Congresso do PCTS, as novasleses teóricas nele aprovadas e a lutaconlra o culto a personalidade leva-ram-nos a abrir um debate, (pie sebem com atraso, tese o mérito de aju-dar a corrigir muitos rios erros (piehoje criticamos e autocrlticamo-nos,pois deles participamos. Mas, junto aosaspectos positivos do debate, surgiramna imprensa opiniões revisionistas, li-quidacionistas o de direita muitas rias(piais, infelizmente, foram introduzidasem nossa orientação politica traçariana Declaração de Março de P.iãs.

As Teses- fazem uma critica se-vera rios erros esquerdistas e sectários.mas muitas vezes chegam a cair nasposições negatlvistas quanto aos êxl-tos inegáveis do Partido a partir de19'IS. mesmo com a linha geral erra-da. No entanto, são indttlgentes, tolo-rantes, explicativas quanto à orienta-ção oportunista rie direita do períododa legalidade, visando dar mais umajustificativa para a linha política atualda Declaração,

Devido á orientação politica atualas tendências direitistas são ns maisfreqüentes açora em nossa atividade.A direção ria luta Ideológica, em nossoPartido, deve-se voltar contra o revi-sionismo e o oportunismo rie direita,perigo principal no movimento comu-nista mundial e brasileiro, sem dartrégua ás tendências sectárias, esquer-distas e dogmáticas.

Argumentar-se com os êxitos aluaistlu Partido para conclui) se que a li-nha da Declaração comprovou-se napratica é ridículo. Náo negamos os exi-los e vitorias atuais rio movimento na-cionalista e democrático, com a parti-cipação destacada rios comunistas, Mas.em

' 1945-47, quando Unhamos orna

linha oportunista de direita, obtivemosmais êxitos e vitórias do que agora: oPartido, na completa legalidade, che-gou a ler mais de uma centena de mi-lha res de. membros, o movimento sin-dical se unificou com a CTB, as LigasCamponesas estavam em asconso, ele-gemos t umeresas bancadas comtinis-Ias. ele. E a linha, no fundamental ciaerraria. Foram êxitos momentâneos,que se desmoronaram aos primeirosgolpes il,, inimigo.

Ao criticarmos os erros do Partidonão negamos seu passado glorioso, nemos êxitos obtidos em sua atividade, <'saldo entre os êxitos e <vs erros é po-sitivo (piauto aos primeiros, O PCB éo único e autêntico Partido da classeoperária. Em toda sua existência man-teve sempre erguida a bandeira rio in-lernaeionalisnío proletário cuja pedrade toque é a solidariedade e fidelidadeá União Soviética e ao campo socialis-ia por ela encabeçado, á lula dos povospor sua libertação nacional e social, ágrande batalha pela eoinpleia emanei-paçfto nacional e pelo progresso e bem-•estar do povo brasileiro.

pondo: posição frente no governo d«JK, ao movimento nacionalista, possi»hiliilade rie um caminho não violentopara a revolução brasileira, correçãorie posições esquerdistas e sectárias enrrelação á Constituição de 1946 e às pos-sibllldades de aproveitamento ria lega-hriarie democrática, etc.

Esses são aspectos positivos ria D<vclaração que. no entanto, tem gravesfalhas, constituindo, em sua essência,um documento oportunista de direita,reformista e não revolucionário. ('. di-licil localizar o oportunismo seja dedireita ou de esquerda. O primeiro seesconde sob a máscara da amplitude eo segundo sol» a fraseologia revolucio-iiária. mas um exame alento pode noslevar à essência dos fenômenos queaparecem na superfície. Tal ocorre como exame da Declaração c das «Tese»para discussão». Estas são uma conii-nuaçáo da Declaração embora tenhamdiferenças secundárias rias quais nãose faz àutoicrltica, apresentando-se osinsucessos, falhas o erros como riebili-dades em sua aplicação, nas tendênciasde esquerda ou de direita de direçãoe do conjunto rio Partido,

São as mesmas as teses básicas, es-sondais, (ios riois documentos, Ambosparlem rio processo rie riesenvolvimen-lo capitalista rio Brasil. A Declaraçãoafirma que nos quadros dessa estro-tura atrasaria, foi se processando umdesenvolvimento capitalista nacional.(pie constitui o elemento progressistapor excelência ria economia brasileira •«No passado, negávamos o desenvolvi-mento econômico do pais, o que eraum erro. O Brasil se desenvolve, crescesua indústria básica e a de bens deuso e consumo que já supre, no fim-(lamentai, as necessidades do mercadointerno, bastante acanhado, aliás, pelaexistência de uma enorme massa, so-breludo na campo e que constitui amaioria da população, que não eonso-me ou consome muito pouco dado o seubaixo poder aquisitivo. O capitalismopeneira no campo. Uni dos seus aspee-tos mais importantes é o crescimentodos assalariados agrícolas, calculadosem mais de 1 milhões e, também, umamaior utilização de máquinas e imple«mentos agrícolas.

Não há dúvida quo nas condi-ções de uma economia atrasada o de-senvolvimento capitalista é um pro-gresso, mas a Declaração suporesiimaesse desenvolvimento. Dai o seu êrrnrbásico, Ao apresentar esse desenvolvi-menlo como ^capitalismo nacional-,elemento «progressista por excelência»,eie. desliga o desenvolvimento capita-lista no Brasil rio conjunto do sistemacapitalista, já caduco e superado histò-ricamente. A Declaração procura apre-sentar o capitalismo nacional» comoalgo especifico. Nas condições do so-cialismo vitorioso em boa parte domundo, quando os trabalhadores dp vã-rios paises capitalistas, coloniais e te-micolonlais lutam pela sua completaemancipação nacional e social e asidé'as do socialismo ganharam a cons-ciência da humanidade, embora em nos-sas condições o capitalismo ainda sej;»progressista, náo tem o mesmo signi-ficado da época do capitalismo pré-mo-populista, A atração rio socialismo étão forte (pie mesmo dirigentes rie pai-ses capitalistas, como Nehru. apresen-Iam o desenvolvimento rio seu pais co-mo nina forma especifica do socialis-mo. De nossa propaganda e agitaçãodesapareceu em boa parte a divulgaçãod,, socialismo, rios êxitos rios paises so-elallstas e ria critica ás mazelas rio en-pltalismo, o <pie náo é casual, pois *Declaração apresenta todas as soluçõesoa atual etapa da revolução brasileira

dent ro rio regime vigente*.

sindicalmais

i osucos-

doseleitos. Apoiamos Juscclino o Jangogoverno que, eleito de acordo com oPrograma, teria que ser imorilalamen-te derrubado. Com a morte rie Getúüo,forcados pelos acontecimentos, mnriijácanais nossa orientação frente aoe buscamos aliança com ele Nos acilecimontos dc II ò '^ de novembro1955 tivemos uma posição correta

PTB

10

A Declaração de Março e as"Teses

para discussão"

Os delicies sáo tanto mais impor-lantes se tivermos em conta que oPrograma só poderia ser modificadopor um congresso e que foi revogadopela Declaração de Março sem (pie ti-vessem sido consultados os militantescomunistas. A Declaração dc Março,modificando não só a tática rio Pai ti-rio mas também a sua estratégia, foiaprovada em condições particulares,sem um amplo debute e tempo paiafaze-lo, mesmo entre os dirigentes co-munislas. Hoje. chegamos á conclusãoque mesmo os que a aprovaram nao aassimilaram, muros são contrários e oconjunto rio Pari ido náo foi ganho pa-ra ela. Foi adotada a nova política nummomento em que o Partido, na práti-ca, com a revogação do Programa, seencontrava sem uma orientação con-creia. Neste aspecto, a Declaração aju-dou a unificar a ação rios comunistaseni torno rie uma orientação c cansou-liou num documento uma série de mo-dificaçúes que a prática vinha nos im-

(i processo de desenvolvimento eco-nómico do Brasil é profundamente de-formado. Roa pane de nossa Indústria,e d (pie ela tem rie fundamental lener-gia elétrica, indústria automobilística,produção de borracha, parte da slde-rurgia, etc.) encontra-se em mãos rio*Ímperialistas, particularmente norte-americanos que aumentam incessante-mente suas inversões rie capitais, Talprocesso de desenvolvimento económi-co. agravado com a manutenção rio mo-nopólio da terra em mãos dos latifun-diários e o enorme atraso rio norte #rio nordeste rio país náo significa umdesenvolvimento independente e progresslsla ria economia nacional. Somosainda um país atrasado. A produção éa renda «per capita é uma rias hihísbaixas do inundo. Enquanto aumentamos lucros e as riquezas rios capitalistasnacionais e estrangeiros e rios latifun-diários, o proletariado brasileiro se em-pobrece de forma absoluta e relativa.As classes riominaiiles procuram jogarnas cosi as ria massa todo o peso dasdificuldades do desenvolvimento eeonó-mico. levantando sempre a lese (te que |nossa geração sofre para (pie nossosfilhos vivam na abastança rie um Bra-sil rico e poderoso.

(> desenvolvimento rio capitalismoagrava a luta de classe eni todos osseus aspectos, inclusive entre o prole-tariado e a burguesia, contradição quenão precisa ser resolvida de forma ia-dical na atual etapa da revolução bra-sileira, mas é antagônica, irreconclliá-vel, o que náo é expresso na Declara-ção epie a subestima, não lhe dá a rie-viria importância, Isto levou cm mui-los lugares a que as lulas rie massasfossem freadas criando dificuldades áampliação o fortalecimento da luta con-ira o imperialismo. Na luta conlra otruste americano ¦American Can . porexemplo, rie forma justa buscamosaliança com os industriais nacionais doramo, que exigiram como condição nãolevantarmos em suas fábricas as rei-vlndlcaçõcs dos trabalhadores. A acei-laeãi. dessa posição levou a que os ope-rários dissessem que estávamos ven-riirios aos patrões.

(Continua no próximo número)

M^«^^^fc" -..«.^^i-t^aMimw^hVMM^^^ui^...-...,^.

29 de abril a 5 de maio de 1960

SUKARNO NO CONGRESSO DO PCI:

Uma misturaociaiisrhò e Mucu

NOVOS RUMOS '5-—.

ÚQU de Nacionalismo,Imanismo

Publicamos u seguir trechos do discurso do presidente Sukarno,du Indonésia, na sessão final do 6" Congresso do Partido ComunistaIndonésio, realizada a lli de setembro dó ano passado. Apesar de jápinico afastado no tempo, o discurso do dirigente asiático conservaainda grande interesse e lellele a situação existente na Indonésia.

Lara iinicios

Prezados companheiros i

Liberdade ! (aplausos;

Em princípio de julho o compa-nheiro Aidit perguntou-me : e s t á emvigor, atualmente, uma lei que pioibeas ai.vidades polít.cas. «Você ao.a quesj permitirá ao Partido Comunista daIndonésia teai.^ar brevemente seu Con-çjiesso ?» Respondi, então, ao compa-n.ioiio Aidit: «Realize o Congresso.(Aplausos e aclamações). Celebre-odepois do 1? d» agósio». Por isso, emt.i.i ae |uli,o, Ci.ls co iç i.e agusio,cevidei o tenjnle-coionel Uma,, co-n;jnc!anie militar cie Jaccria, paia lo-mar o café da manhã comigo, e dis-s--i.ie: «iciier.iü-ccionel Umar: o Par-t Jo Coniun.s,'a cia Indonésia realizaráum Congresso após o 1' de agôslo.E necessário que o Cungresso transcoi-ra normalmenie, porque a Repúblicacc Indonésia é urna Kepública Demo-cíclica-. (Aplausos).

E, nes!o instante, Icmbio-me deum Congiesso do PU realizado há qua-s" 40 anos, em Ba.idung, íá pelos anos1 >2_ ou 1923. Nâo me leiobro de queconclave se (ratava, mas muilo dei-xc.a a desejar quanto à beleza. OCongresso se calebrava numa escolaparticular, na Kua Pungkur, em Ban-cjrg. Latava-se de uma cerimòn.abct.anle modos.a. O número de pre-sentes era muilo menor do que o dePeje, e recoiclo-ina do que no lugardestinado aos dirigentes (chamavam-no, na época, de Hoofdbestuur (ri-sos) havia 15 :adeiias, mas novevagas, porque aqueles que deviamocupá-las estavam padecendo na pti-são. (Aplausos). Assim sendo, aquelareunião era dirigida apenas por seislideres. Era uma situação bastante di-ferente da de hoje, em que vejo ocorr.panheho Aidit com muito bom as-pecto, os companheiros Lukman, Njoto,Sudisman e Sakhman assentados jun-tos ao companheiro Njono, candidatoa membro do Birô Político, e maisadiante vejo duas mulheres, em segui-da mais uma, e além mais duas, —tudo retratando uma condição muitodiferente em que estavam há 40 anos.

E, então, eu assistia ao Congresso emBandung, mais ou menos como um jo-vem «penet-a» (risos e aplausos).Muito diferente de hoje, em que assis-to a este Congresso como Presidented. República de Indonésia. (Prolon-gados aplausos).

Sim, amigos, talvez eu seja nomundo o único presidente de uma na-ção não considerada país socialistaque tenha comparecido a um Congres-so do Partido Comunista. (Prolongadosaplausos). E por que não, companhei-ros 1 Que motivos haveria para queaqui não estivesse ? Vocês, também,são indonésios, cidadãos i n d onésios,que lutam pela independência da In-donésia e contra o imperialismo, e quedeferdem a independência de que oragozamos. ( Tempestuosos aplausos IVocês são os representantes de um se-tor do povo indonésio, o mesmo quetodo o resto de nós, indonésios. Narealidade, prefiro usar o provérbio ja-vanês para dizer que «Vocês são pa-rentes consangivneoj, meus irmãos c,s-j morrerem, serei eu o mutilado. (Tem-pestuosos aplausos). (1)

S i m, companheiro, a situação étotalmente diversa, e é por isso que mesenti feliz quando ouvi, ao percorrero caminho desd3 o palácio até esterecinto, ladeado por fileiras de jovens,provavelmente a juventude comunista(aplausos e risos) todos gritarem auma só voz: «Gotong Roíong, GotongP.oionq, Gotong Roiong... ho—lopis-cun-tulbaris, • ho-lopis-cuntulbaris, ho-lopis-cuntul-baris. . .» (2) (Todos os pre-sentes cantam em coro). Fiquei arre-batado de satisfação porque, se qui-sermos completar nossa Revolução Na-cional, não há outro caminho além deGotong Roiong e ho-lopis-cuntul-baris.(Aplausos).

Há, atrás de mim, a inscrição:«VI Congresso Nacional do PCI. PelaDemocracia • um Gabinete GotongRiong». Afirmo categoricamente peran-te vocês, companheiros, que um ga-binete Gotong Roiong é ainda a as-piração de Bung Karno. (Prolongadosaplausos). Isso porque, como acabo deafirmar, para coroar nossa Revolução

Morié Lenin e a LutaPela Democracia

Damos ahai.xu o tópico du manual FUNDAMENTOS 1)0 MARXISMO-LEN1NISMO, recentemente editado na União Soviética, por Iniciativa do I'C'1'S

Lenin e a necessidade da luta pela democracia nas condições do capita-li sin o. :

tComo ninguém mais, V.l. Lenin viu as limitações e o caráter con-(iicional da democracia burguesa e sonhe desmascarar Implacavelmente seusdefeitos e suas chagas, Entretanto, o logo da critica leninista dirigia-se con-tra a democracia burguesa, c não contra a democracia em geral, como tenta-i.iir. fazer crer os Inimigos do marxismo-leninismo, Lenin lutou contra as |lu-soes pequeno- burguesas quanto á possibilidade de. sob o capitalismo,- ser ai-cançado o Poder autenticamente popular. Demonstrou que. sob a fachada de-moerntica de qualquer república burguesa, encobre-se o mecanismo da doml-nação de ciasse do capital,' e que a burguesia procura colocar a serviço dessadominação lóclas as instituições da democracia.

Mas. criticando aqueles quo se acham prisioneiros óas ilusões demoerá-tieas pequeno-burguesas e os que se dispõem a renunciai' os grandiosos obje-tivos da classe operária, Lenin via com clareza as vantagens que a classeoperária pode obter das liberdades, freqüentemente parciais, por ela conquis-tadas ao preço de enormes sacrifícios c de sangue e contra ns quais investea burguesia. Considerava Lenin que a democracia tern.enoririè significaçãona luta da classe operária conlra o.s capitalistas, por sua emancipação».

Lenin foi, pr»r isso, intransigente em face das concepções o tendênciasretrógradas, cujos portadores alirmavam que a classe operária nada lem a vercom a democracia e que a lula pela democracia só podia dificultar a lula doproletariado poi' seus interesses de classe.

Contestando semelhantes confusões ..^esquerdistas*, Lenin indicava aimportância, do ponto-de-vista de principio e do ponto-de-vista prático, da lutapela democracia, no curso da qual o movimento operário cresci; e se forla-lece.. melhorando as condições de sua atividade, Não defendendo em lace daburguesia, e não consolidando em seu beneficio, determinados direitos poli-ticos, a classe operária não poderá conseguir tornar vitoriosas mesmo as suasreivindicações econômicas. «Nenhuma luta econômica — ensina Leninpode trazer aos operários melhorias efetivas, nem ser aproveitada em largaescala, se os operários não dispuserem do direito de livremente realizar suasassembléias, organizar suas uniões, possuir seus jornais e enviar seus re-presentanies ás assembléias populares...

Mas a importância da democracia para a classe operária não é determinadaapenas pelo tato de quo dela dependem as condições de sua luta. Leninressaltou mais uma vez que a exigência da democracia corresponde aos obje-livos finais do movimento operário e à sua vocação histórica, que consistena extinção tia dominação de classe em geral. Exortando a classe operaria arealizar uma completa reviravolta econômica, necessária à edificação de umasociedade nova, socialista, Lenin indicava ao mesmo tempo que «o proleta-raclo será incapaz de realizar a reviravolta econômica se não fôr educadona luta pela democracia .

Torna-se, assim, perfeitamente compreensível a profunda convicção comque Lenin declarava: Seria um erro radical imaginar que a lula pela demo-crucia poderia desviar o proletariado da revolução socialista, oU ofuscá-la,encobri-la, etc. Ao contrário, do mesmo modo que não é possível a vitóriado socialismo sem a realização de uma completa democracia, o proletariadonáo pode preparar-se para a vitória sobre a burguesia sem travar uma lulamultilateral, conseqüente o revolucionária pela democracia .

Lenin, é claro, considerava que a luta pela democracia na sociedadeburguesa, por mais vigorosa que seja e por mais êxitos que traga, só podeoferecer ao proletariado resultados parciais, antecipadamente limitados aosmarcos do regime capitalista. Sob ésse regime não há, nem pode haver, umademocracia completa e conseqüente para as amplas massas de trabalhadores,pois a dominação de classe cia burguesia permanece intocada qualquer queseja a estrutura do Estado capitalista. A existência de um Poder popularautêntico sob o capitalismo, pelo qual anseiam os sonhadores pequeno-bur-gueses, é em geral impossível. Mas a lula pela democracia, segundo Lenin,prepara a classe operária para cumprir, melhor a sua missão, que consisteiui supressão de toda opressão de, classe e a edificação de uma sociedadeautenticamente democrática, isto ó, a sociedade socialista.

Conseqüentemente, ao defender a democracia, a classe operaria parletanto dos interesses de sua luta diária, como cie suas tarefas e planes paran futuro tal o nwi-mento de principio que determina a atitude do partidoiii.ii xisíulenínisiu em relação á luta pela democracia nus países burgueses

Nacional, om particular agora, apóste ingressado em sua fase social eeconômica de realização de uma soeis-dade justa e próspera, pela qual aspi-ra nosso povo sofredor, não há outrocaminho além de Gotong Roiong e ho-lopis-cunful-baris. E' por ésse motivo,irmãos, que venho de dizer que ain-da ambiciono um gabinete GotongRoiong. Todos são, além disso, teste-munhas de qu i organizei o ConselhoConsultivo Supremo e o Conselho Na-cional de Planificação com base nosprincípios Gotong roiong e, graças aoDeus Todo-poderoso, também estabele-cerei a Assembléia Consultiva do Povo,filmada nos mesmos preceitos. (Pro-longados aplausos).

Tenho estado muito satisfeito como PCI, em particular ultimamente — equando digo «ultimamente» não merefiro a dias, mas a anos (risos) —

porque êle afirma categoricamente serindispensável haver unidade nacional,como o companheiro Aidit acaba deressaltar pela décima vez em seu dis-cjrso, o que está perfeitamente deacordo com o que afirmei na época deJogjacarta (Nota: Época em que Jog-jacarta era a capital da República daIndonésia, durante o primeiro ano após1945 — N. do-T.l. Desde então tenhorepetido várias vezes, aqui em Jacar-ta, que apesar de que sempre haverá,através de toda a história, luta de cias-so, contradições de classe, — comodiz o Manifesto Comunista, — e em-bora contradições e luta de classessempre existam, não devemos, duranteuma Revolução Nacionql, aguçar osconflitos de classe e a lula de classesdentro de nossa própria nação.(Aplausos). Devemos, muito ao contra-rio, construir toda unidade revoluciona-ria e todas as forças revolucionáriasem poderosa vaga que varra nosso ini-migo principal, o imperialismo políticoe econômico. (Prolongados aplausos).

Eu me sinto como um pedaço delenha no monte pronto pena a foguei-ra, entre centenas de milhares de to-ros de madeira empilhados e cm fogo.Contribuí um pouco paia essa foguei-ra, mas, por outro lado, também fuiconsumido pelo fogo. (Aplausos). Con-sumido pelo fogo. Todos nós náo nossentimos assim, companheiros ? Cadaum de vocês, irmãos, — o em parti-cular os do PCI, — levou lenha à fo-

gueira da Revolução, mas cada um devocês foi gasto pela fogueira da Re-voluçâo. Gasto no sentido de que vo-cês são parte da dinâmica da revolu-ção, (aplausos), de que possuem im-

peto, vigor, o espírito da revolução,cujas chamas agora ardern furiosa-mente.

Só assim, companheiros, podere-mos levar a cabo a revolução nacio-nal, por meio de ho-lopis-cuntul-baris cGotong Roiong. Que nenhum de nósse sinta apenas partícipe ou benemé-rito da Revolução. Oue nenhum de nós%(¦ sinta como o imperador Kamurabi,

que afirmou: «Sou descendente de Abu-rumasda. Fiz os rios rogarem os cam-

pos de arroz, e os t o r n e i férteis».Quando as águas do rio correram pe-Ios campos e os tornaram férteis, con-siderou isto como sua própiia obra, ede acordo com suas ordens. Ja-mais deveremos nos guiar por tais sen-timentos, por mais elevada que sejanossa qualidade de líderes. Devemossempre nos considerar parte de uma

poderosa massa, a nação indonésia,com o poder de 88 milhões, e mesmo

pente da humanidade do todo o mun-do, somos parte da revolução, e nãoapenas da revolução nacional, cornotambém da grande revolução mundial,ao mesmo tempo em que, por outrolado, somos consumidos por essa re-voluçâo.

Sim: como afirmei em meu discur-so de 17 de agosto de 1959, estamos

passando por uma poderosa tevolu-

ção, não apenas na Indonésia, mastambém no exterior. Afirmei que 3/4dr humanidade se encontram agoraem processo revolucionário. E a revo-lução da independência, em que 2 bi-lhões lutam pela libertação, pela fra-ternidade universal, por uma vida de-cente, por uma sociedade justa e prós-perci, etc. Somos parte dessa grande re-voluçâo, cabendo-nos compietó-la nosolo indonésio, em nosso próprio es-tilo pátrio.

Pois bem, irmãos: eis-me aqui, umser humano que alguns consideram ser,de fato, baslante estranho. Eu, de mi-nha parte, considero-me uma «mistu-ra». Sou uma mistura de três carac-terísticas: sou nacionalista, socialista emuçulmano. (Risos). Todos estes trêstraços estão misturados em m e u ser.Aiguns até msemo so surprenclem. como

pode o irmão Sukarno, un mulçumano,ser materialista hir.lóricj ? Sim, rompa-nho.ios, novamente repito: íou, de fato,materialista histórico. Assim sendo,como é possível, então, ser muçulmano,acreditar em Deus, orar, jejuar, i tudoo mais ?

Não sou materialista filosófico —sejamos francos, paia que nos conhe-çomos bom uns cios oitros ! lApIau-sos). Não sou materialista filosófico.Não ! Sou materialista histórico ! O ma-terialismo hislóiito é unia ciência, um

método de interprfar a história, um mé-todo de analisar a história que afir-ma que todas as idéias, ideologia,etc, em qualquer fase da história, sãodeterminadas pelas relações econômi-crs e sociais vigentes na época. Se asrelações econômicas e sociais estive-rem plenamente desenvolvidas, a ideo-logio será madura; se as relações eco-nêinicas e sociais forem atrasadas, aadeologia será obscurantista; se as re-Itiçõos econômicas e sociais forem re-volucionárias, a ideologia será, então,vo melha. (Aplausos). É a ciência cha-mada materialismo histórico, e sou umdos adeptos dessa teoria; sou, portan-to, materialista histórico.

Sim, e se vocês me ouvem dizerque sou nacionalista, socialista e tam-b:m muçulmano, então para compreen-de o ser complexo que sou, devemosnos lembrar do materialismo histórico.5oU produlo da história, (.'plausoshSou nacionalista, o que é perfeitamen-te natural. Sou patriota, e como po-deria deixar de sê-lo ? Tudo isso por-

o minha Pátria foi colonizada du-reinte centenas de anos; porque per-

i sua independência por centena!elo anos, e mesmo mais; porque temsico subjugada, insultada, oprimida, eporque durante centenas de anos, emesmo mais, nem mesmo pôde decla-ra- «su próprio nome. Tal nação nãopode deixar de engendrer sentimento»de patriotismo e nacionalismo. (Aplau-ses). E eu nasci nessa nação. Vocêspoderão, assim, interpretar meu nacio-nalismo como fruto de um processoh'stóiico dentro de nossa própria na-ção.

De que espécie é meu socialismo?Sou filho de uma nação que foi, logode início, explorada economicamente eoprimida pelo imperialismo. Uma naçãoque, segundo a expressão do Dr. Blein-dór, — e que tenho repetido váriasvezes, — se tornou 'uma nação decoolies e um coolie entre nações; umanação que tem vivido com 2,5 centavosper capita por dia, nação que se ali-menta hoje mas não sabe de onde viráa alimentação de amanhã, nação ves-tida de andrajos, vivendo em choças,nação cujos filhos sempre choram comfome, nação, em suma, que vive na po-breza e na indigência. Só o socialismopede inspirar a uma nação desse tipo.(Aplausos). E sou filho dessa nação,

que com ardor espera por uma socie-daác justa e próspera, em que todossejam felizes, em que todos te-nham morada decente, vestuário ealimento, e em que tudo corra bem;tel nação deve, historicamente deve,se: uma nação com ideais socialistas, etem havido muitas nações assim, alémda Indonésia.

É por tudo isso que de modo ai-

gum me surpreendo diante do fato desurgirem países socialistas por toda a

parte.. (Aplausos). O representante daPolônia acaba de dizer que o númerode habitantes dos países socialistas é de

> milhões. Penso haver êno de i -'¦culo. (Risos). Não são 900 milhões-e sim, segundo meus cálculos, mais de1 bilhão. (Prolongados aplausos). As-sim sendo, como disse, é um fenômenod~ século XX, e mais do que isso, éuma característica do século XX. O pri-r.firo fenômeno e a primeira caracle-rística do século XX é o advento deEstados independentes na Ásia e Afri-ca. O segundo fenômeno e a segundacaracterística do século XX é o apa-recimento de países socialistas que, se

não me engano, já chegam a 15, comia nopulação de mais de 1 bilhão.

Este fenômeno ocorreu porque não só

na Indonésia o povo tem vivido na po-breza e penúria, mas também em ou-'••3S

partes, e por isso, finalmente, sur-

giu um movimento que deu origem a

15 paises socialistas, com uma popula-

ção de mais de 1 bilhão.

É o caso de vocês perguntarem :

«E que relação há entre tudo isso e

ç*r muçulmano? (Risos prolongados).Encárondc-se do ponto de vista so-

ciei, encarando-se do ponto de vista

da história de nossa nação, que está

numa fase chamada período agrário

em que tem estado há centanas de

anos, — provavelmente há milhares

de anos ! — ou, mais precisamenteestá justamente saindo da fase aç;rá-ria, em que primeiramente se cultiva

a terra, tal nação não pode deixar

de ser religiosa, crente em milagres.Os que trabalhem nas fábricas sabem

que o pano é produzido pela máquinao, desde que esta funcione bem, não

há dúvida de que produzirá o tecido.Os que trabalham em eletricidade sa-bem, com precisão, que se o geradorfuncionar haverá corrente elétrica. O

camponês, porém, planta uma sêmen-t de arroz e o mais que lhe resta a

fazer é rezar para que a chuva caia

e dé vida à sua plantação, rezar ao

doscor hecido para que a terra náo se-

que e a semente não morra; rezar a

um ser quo êle não vê, para que sua

planta cresça vigorosamente e produzafrutos. Tudo isso c .encarado do pontode visici social e histórico. Uma nação¦-'fe'-! t'"« ro r>!sct^ deixar de ser re-liçjiosa. Vocês me devem considerarlambem clòsie âr . uio soiaal e históii-

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co. (Risos e prolongados aplausos).Mesmo assim, tudo isto assume um as-pecto mais profundo. (Risos e prolon-gados aplausos). Tirem-me, por exem-pio, da sociedade e da história, e pro-curem saber mais profundamente por-que eu, Bung Karno, acredito em Deus.(Risos). Por que Bung Karno é muçul-mano ? Poderemos discutir o assuntoem outra oportunidade, se Deus qui-ser. (O presidente sorri, aplausos).Mas vocês, irmãos, (O presidente usaaqui a forma familiar do vocalivo,«engkau» — N. T.) — desculpem-mepor usar a palavia engkau — comomaterialistas históricos n a t u r almentecompreendem que os sentimentos denacionalismo, e até mesmo mais, ossentimentos de socialismo, assim comoos sentimentos religiosos, são, como odisse, fruto de condições históricas esociais. Os sentimentos de nacionalis-mo «i os sentimentos religiosos são fo-tôres objetivos em nossa sociedadeatual. (Aplausos). Assim sendo, afir-mo não ser materialista histórico, nãoser comunista todo aquele que — des-culpem-me por usar a palavra «eng-kau»; afinal de contas estamos eucamaradas (risos) — não queira acei-tar o fato de que há nacionalismo naIndonésia e que há sentimentos icli-giosos na Indonésia. (Aplausos).

E, realmente, só com a unidade

nncional poderemos completar a revo-lução nacional por uma sociedade jus-te e próspera. Acabj de afirmar qu»ate mesmo na revolução nacional exis-tem contradições de classe, a luta ásclasses está latente e que existirá sem-pre, através de toda a história, — veja-se o Manifesto Comunista — que nãodevemos aguçar as contradições dadesse dentro de nossa própria nação.Embora o afirmemos, não quer dizer,porém, que nâo devamos tornar os tra-bathadores e os camponeses conscien-les de sua classe. Náo quer dizer qua'não devamos dar consciência de cias--se aos operários e aos camponeses.'Não, de forma alguma ! Devemos ele-var a consciência de desse dos ope-'rários e dos camponeses (aplauso*)/porque são justamente eles que devemse tornar a força motriz da conquistaide uma sociedade justa e próspera,da qual são o esteio. Constituem mai»de 90°'o do povo Indonésio e são apiiar da sociedade socialista de tipaindonésio. Devemos, por isso, desper-tar a consciência de classe dos opera-rios e dos camponeses. Devemos telconsciência de caber a cada um dêleium dever histórico, o de serem o sus-tentáculo, como acaba de dizer,de uma sociedade justa e prói«porá, e o esteio da sociedade socia<lista de tipo indonésio.

Sindicato Nacional dos Taifciros, Culináriosc Panificadorcs Marítimos

Po, ocasião da passagem do I de Maio, dafa internacional do.trabalhadores, o Sindicato Nacional dos Taifeiios da Marinha Mercante saúdaos seus associados e os trabalhadores em geral, fazendo votos para que sefortaleça a unidade do classe operária e que nossa Pátria se desenvolva,possibilitando aos trabalhadores e ao povo dias mais felizes.

A Ducloiia

Sindicato dos Trabalhadores nas indústriasMetalúrgicas, Mecânicas e de MaterialElétrico do Rio de Janeiro

PALÁCIO DO MKTALÜRGK

CIRCULAR N" :il HO

-'O - Rua Ana .feri. \õ'2 — Telefonou:Deplo, Jurídico 34-1471Deplo Medi,.o __ 48-2270.Secretaria -~ 34-1175

REUNIÃO Di: DELEGADOS

A Ducturia dose Sindical., convida todos os LVIpkhíIus o associado*.om g «ai. para „ reunião do Conselho Ceral de Represenumies c,t Ve Oficinas a realr/ar-se ,„, próximo dia 20 ,l„ ,'nrronte ,sexta-feira) àsMO horas, em ia convocação ou às I!) horas em segunda, na sede socialma Ana feri n« l.i_ para tratar da seguinte ual'

ORDEM D< 1-DiA.¦bi ¦ Leitura, discuss-,,, (. votara» da ala da reunião anterior- cIn - Informes da Diretoria e dos Delicados. M| c

COMEMORAÇÕES DO DIA DO TRABALHADORPrograma

Dia 3(M-ü() - às 19 horas: Grande concentração dos trabalhadoresvS3o7rãTBdor iü' i",m a presnnw ,u' g°-Dia [.-5-60-às II horas: Sessão .'iviça com pronunciamentos sobra.i data Internacional dos Trabalhadores-ns l.*> horas; -.Sliow artístico;

das 17 ás 21 horas: Grande Bailo SocialAguardando a presença dos Delegados o associados para narticiuaremcom o seu concurso nas programações acima, a Dirotorií Ygv-lcS comSaudações"" Trabalhista*;

BENED1CTO CERQUEIRARio 22-1-60 Presidente

NOTA: o programa nuliofonico A Vny. d„ Mci.iluife.,,, Csl'í„ aeofa sondotransmitido pela Radio Riu de Janeiro, todas as las.-leitas. às 21 lanas

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f, li', 'BbbbbbbbbbBmi^1'.».^!!.! ....... Bufl BmWmàlmWimWÊÊMnsi**- Bl Bl^_ .^.^^^ -^_ . ., n^^ini I¦ Ké BL - '¦¦¦: HvPB '^^"S^BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBI BJ Bi

Ifl Bll*- ^BJ BI •¦¦• ¦¦¦¦¦¦¦¦lÈÈMmW-':¦¦'¦¦¦¦ >;!?Sfl BBB P1'- ' ^^B H l:' m\W ¦-¦¦y.Y^-W^ | HBBBr ' ^Br'' I

'-: v. -:-^a:^^. ¦¦'•^¦•:••¦'^''¦:¦:7.;í;^.»SB B ^anÉMBiMlBBr aw \BBBBBBBBBBBBBBBBBB1 Ol3b BB: -B BT^BB/ 'Á''^nlrB fl BB sB BB¦L,: :.:.i\x.:-: *z^sl\^B Bf» B I:''flBByBB.I BBBBBBBBBBBB**

— Èta, cidade bacana; a gente podesoltar papagaio à vontade que não temfio para atrapalhar.

O garoto vibrou com Brasilia.

A cidade apresenta a todos um qui-nhão de satisfação. As donas-de-casqpodem ficar cuidando de seus afaze-res domésticos sem preocupação com aida de seus filhos à escola, pois elesnão atravessarão ruas que propiciemocidentes; os motoristas não têm neces-sidade de freiar a cada esquino, por-qur.;'lo inexislem cruzamentos, passan-do os carros em nívei? diferentes nastransversais; quem está em casa ou notrabalho não respira óleo e gasolinados veículos, que passam muito afãs-(ücios dos prédios, etc.

Mesmo quem não entende de urba-nismo e arquitetura, a maioria de nós,$ente que a função primeira de umacidade é servir ao homem, facilitando-lhe as atividades. Brasilia, embora aêa impressão de que estamos passeandodentro de um monumento, cumpre essafinalidade. E' uma cidade pensada econstruída para o homem.

Respira-se. São amplos os horizon-fes. Tudo está à mão. Inclusive o céu,que pode ser visto por todos, da ruaou de dentro de casa, necessidade frus-tfuda em nossos grandes centros urba-nos.

A tal ponto chega o bem-estar nacidade de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer,que seus mais ferrenhos inimigos ao co-nhecê-la perdem a argumentação, tar-tamudeíam, emudecem. Quando não

passam para posições favoráveis à ei-dade que «cria soluções e não proble-mos», como a definiu famoso arquitetefrancês.

As festas que inauguraram a vidaOficial de Brasília atraíram ao planaltocentral gente de todos os cantos do

país. Milhares e milhares de quilôme-tros foram percorridos de automóvel ouavião.

De tudo que se fêz e se fará em Brasí-lia, o candango é, sem dúvida, o heróiprincipal. Embora a maioria deles jo-

Candango VibrouCom Sua

nhando a miséria que oscila entre de*zoite • vinte e cinco cruzeiros por hora*os construtores da cidade foram toma-dos de verdadeiro entusiasmo com a suaentrega na data prevista.

— Vamos rapaz, força,

dia 21 é quinta-feira.

Olha que

Reportagem de LUIZ FERNANDO

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Frases como esta se tornaram co*

muns entre os candangos às vésperas dainauguração, uns estimulando os outros

para assegurar um ritmo de trabalhoaté então desconhecido no Brasil. Paradar um exemplo de como trabalham cjoperários na nova capital, é interessan-te citar o comentário entre dois visi-fontes i

4.— Puxa, como são rápidos os ca>v

dangos! Enquanto você estava ali nafila para passar o telegrama, eu os vierguerem aquela parede '

As comemorações do dia 21 forama festa dos trabalhadores. As evoiu-ções da banda dos fuzileiros navai;, aspiruetas da esquadrilha da fumaça, ogarbo da parada militar, nada di.;soconseguiu superar o entusiasmo dos as*sistentes ao verem o desfile dos traba-lhadores que presentearam ao inundoum monumento arquitetônico num lugaronde antes dava, alé, medo penetrar.

O mais empolgante, contudo, foi o*festa popular realizada na noite dodia 21, quando milhares de visitantesestavam bebendo e comendo milhõesem perus e «whiskeys» no Alvorada,libertos da presença embaraçosa deautoridades e turistas, os candangospromoveram o primeiro carnaval emBrasilia, ao som de três orquestras ósua disposição no Eixo Rodoviário. •

Por ocasião da entrega da chave dacidade ao presidente da República noPalácio do Planalto, respondendo à ln-«terpelação de um popular, êle afirmou

que não havia perigo de que os traba*lhadores que ergueram a nova capitalfossem esquecidos. Que êle cumpra a

promessa, para Brasília não perder osentido.

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