ano 9 • nº 36 • jun 2011 sindicato da indÚstria da ... · o maestro deu explicações sobre...

16
ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PESADA NO ESTADO DE MINAS GERAIS Impresso Especial 9912172627 - DR/MG SICEPOT-MG DEVOLUÇÃO GARANTIDA SICEPOTMG NOTÍCIAS PEDRO I Cowan e Delta se unem na duplicação da avenida no Vetor Norte 07 CARLOS MELLES Secretário Carlos Melles fala de sonhos e planos para a Infraestrutura. Páginas 8 e 9 03 CONCERTO DO INDEPENDÊNCIA Trabalhadores assistem orquestra nas obras do estádio DIVULGAÇÃO SETOP O secretário Carlos Melles e o presidente do Sicepot-MG Alberto Salum

Upload: duongtuong

Post on 13-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PESADA NO ESTADO DE MINAS GERAIS

ImpressoEspecial

9912172627 - DR/MGSICEPOT-MG

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

Diretoria do Sindicato recebeu mais de 1200 convidados no Expominas

SICEPOTMGNOTÍCIAS

PEDRO ICowan e Delta se unem na duplicação

da avenida no Vetor Norte

07

CARLOS MELLESSecretário Carlos Melles fala de sonhos e planos para a Infraestrutura.Páginas 8 e 9

03

CONCERTO DO INDEPENDÊNCIA Trabalhadores assistem orquestra

nas obras do estádio

DIV

ULG

ÃO

SET

OP

O secretário Carlos Melles e o presidente do Sicepot-MG Alberto Salum

Page 2: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

PresidenteAlberto José Salum1º Vice-PresidenteAntônio Venâncio Neto

Vice-Presidente dePlanejamento e DesenvolvimentoJoão Jacques Viana VazDiretoresJorge Luiz Libânio Sander

Vice-Presidentes RodoviáriosEmir Cadar Filho André Pentagna Guimarães SalazarDiretoresEdson Fernando Maciel TavaresMarco Aurélio Rocha Sousa Marcos Antônio Delgado

Vice-Presidente de Obras de SaneamentoJosé Orlando Andrade Teixeira JúniorDiretorPaulo Henrique Caramati Manata

Vice-Presidente de Obras UrbanasJarbas Matias dos Reis DiretorCarlos Eduardo Staico de Andrade Santos

Vice-Presidente deObras de Arte EspeciaisJoão Batista Ríspoli Alves DiretorRonaldo Andrade Bichuette

Vice-Presidente deEdificações PúblicasDanilo Miguel CuriDiretorEduardo Luiz Ramos Nascimento

Conselho FiscalEFETIVOS

Antônio Celso Ribeiro Rafael Vasconcelos Moreira da Rocha Eduardo Pinheiro Campos

SUPLENTES

Rômulo Rodrigues Rocha Edmundo Mariano da Costa Lanna Eduardo Pretti Figueiredo Neves

Conselho ConsultivoEX-PRESIDENTES

Herbert EnglerMarcos Villela de Sant’AnnaJosé Guido Figueiredo NevesReynaldo Arthur Ramos FerreiraRoberto Maluf TeixeiraJamil Habib CuriEmir CadarLuiz Augusto de BarrosMarcus Vinícius Salum

MEMBROS

Félix Ricardo Gonçalves Moutinho Helvécio Neves MarinsMárcio Duarte Câmara Marcos Vinício de Paula

Delegados Representantesjunto a FIEMGEFETIVOS

Alberto José Salum Marcus Vinicius SalumSUPLENTES

Luiz Augusto de BarrosEmir Cadar

Diretor ExecutivoMarcelo de Cerqueira Viana

SICEPOTMG NOTÍCIASAssessoria de Comunicação SocialSandra Meirelles FerreiraCoordenação EditorialLélio Fabiano e AssociadosJornalista ResponsávelLélio Fabiano dos Santos MG 01143JP

RedaçãoGisele SerraProjeto GráficoAVI DesignEditoração EletrônicaAVI DesignImpressãoFormato

Comitê EditorialJoão Jacques Viana Marcelo CerqueiraJurandir dos SantosSandra Meirelles Ferreira Marcela PinheiroLélio Fabiano dos Santos Gisele Serra

UMA NOVA FASE EM NOSSA MISSÃO

Com esta edição, o SICEPOT-MG NOTÍCIAS inaugura uma nova fase da sua missão de informar os associados e parceiros sobre fatos relevantes do setor da construção pesada, ações da diretoria em defesa das empresas de nosso segmento e de estí-mulo ao debate em torno de idéias para a consolidação da infraestrutura necessária ao desenvolvimento econômico do país. Juntamente com o aumento do número de páginas e a renovação do visual gráfico, o conteúdo editorial procura melhorar a comu-nicação com as empresas associadas, com nossos clientes, com as lideranças políticas e com a sociedade.

A entrevista com o Secretário de Trans-portes e Obras Públicas Carlos Melles renova nossa determinação de progredir na parceria com o poder público. A matéria sobre o Grupo de Trabalho de Recursos Humanos – uma das comissões do Sindicato – demonstra como a integração entre empresas asso-ciadas pode colaborar para a melhoria da gestão de pessoas e da qualificação dos profissionais que labutam no dia a dia de

nossas companhias. Inauguramos a página de artigos com o consultor Paulo Matos expondo sua opinião sobre a nova realidade dos consórcios de empresas da construção pesada para a realização de obras públicas.

Nessa oportunidade, queremos lembrar aos associados que o país atravessa um momento de menor volume de contratações. Temos realizado encontros com as autorida-des no intuito de alertar sobre a necessidade de se manter os níveis de investimentos na infraestrutura através de novas licitações e de novos parâmetros nas formas de contra-tos. As empresas precisam de uma rentabi-lidade maior do que as reveladas em seus balanços mais recentes. É a única forma para assegurar a continuidade do crescimento e dos empregos, dos investimentos na quali-ficação de profissionais, na manutenção de equipamentos e de atualização tecnológica.

Por fim, convocamos as empresas asso-

ciadas para uma participação sempre maior no SICEPOT-MG NOTÍCIAS através de críticas, sugestões editoriais e redação de artigos.

ALBERTO JOSÉ SALUM PRESIDENTE DO SICEPOT-MG

EDITORIAL

02

SICEPOT-MGRua Santos Barreto, 45Santo AgostinhoCEP 30 170-070Belo Horizonte - Minas GeraisTelefone (31) 2121 [email protected]

Page 3: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

Os 200 trabalhadores da Construtora Andrade Valladares que estão fazendo a reforma do estádio Independência tiveram, no dia 26 de abril, uma mudança de rotina. Eles assistiram e participaram de um concerto de caráter didático-pedagógico da Orquestra de Câmara Sesiminas, promovido pelo Sicepot-MG e SESI, em parceria com a construtora, o Departamento de Estado de Obras Públicas e a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas.

A apresentação dos 18 músicos sob a regência do maes-tro Marco Antônio Drumond reuniu clássicos como Mozart e Bach e músicas populares brasileiras de Chiquinha Gonzaga, Clara Nunes, Luiz Gonzaga, entre outros. Além do concerto, o maestro deu explicações sobre as características dos ins-trumentos (violino, contrabaixo e violoncelo), comparando a apresentação de uma orquestra com a atuação de times de futebol e com as equipes de trabalho da indústria e da construção.

A Orquestra de Câmara do Sesiminas, que completa 25 anos em 2011, realiza uma média de dez concertos didáticos por ano em escolas, indústrias e construções.

As obras do estádio Independência, com recursos do Governo de Minas Gerais e da Caixa Econômica Federal, têm previsão de término para dezembro deste ano.

CULTURA

TRABALHADORES DO INDEPENDÊNCIA TÊM CONCERTO DE CÂMARA NO ESTÁDIO

03

FOTOS: SEBASTIÃO JACINTO JÚNIOR

Page 4: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

DE BEM COM A VIDA

O Sicepot-MG, em parceria com o SESI-MG, está dispo-nibilizando para os associados kits da campanha “De bem com a vida”, com o objetivo de estimular os trabalhadores das empresas associadas a mudança de comportamento em prol de um estilo de vida mais ativo e saudável. O kit é composto por 19 vídeos de curta duração, que mostram histórias reais dos trabalhadores abordando temas como diabetes, alimentação, obesidade, hipertensão, atividades físicas e outros. Os vídeos - acompanhados de um guia prático - podem ser solicitados pelo telefone (31)2121-0437 ou email [email protected].

O QUE SE FAZ QUANDO HÁ RECURSOS

A reconstrução de uma rodovia no Japão impressionou e foi notícia em diversos jornais brasileiros. Em seis dias, foi reconstruído um trecho de apenas 150 metros de uma importante estrada, pedagiada, entre a cidade de Naka e a capital Tókio, destruída pelo terremoto do início do ano. A obra na rodovia Grande Kato foi iniciada em 17 de março e concluída no dia 23 do mesmo mês.

O COMBATE À DENGUE NAS OBRAS

Desde 2008, o Sicepot-MG realiza um trabalho de vistoria educativa nas obras de empresas asso-ciadas localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A campanha desenvolve, anualmente, ações de mobilização, conscientização e combate ao mosquito Aedes Aegypti, através de vistorias feitas por uma equipe de agentes de campo, contratados pelo Sindicato e treinados pela Secretaria Municipal de Saúde. Em quatro anos já foram visitadas 783 obras e orientados mais de 23 mil funcionários. O acionamento da Secretaria de Saúde – que ocorre quando são encontrados focos maiores do mosquito nas obras – vem reduzindo a cada ano. Em 2008, foram 10 acionamentos; em 2009, 17; em 2010, seis. Neste ano foram encontrados apenas três focos.

SAVASSI EM OBRAS

A Praça Diogo Vasconcellos – ou Praça da Savassi – na região Centro-Sul de Belo Horizonte está em obras. A revitalização, com investimentos de R$ 10,4 milhões da PBH, terá alargamento de travessias, novo desenho de piso no cruzamento, travessias elevadas e extensão da praça nos calçadões. As obras, que estão sendo realizadas pela empresa Itamaracá , fazem parte do programa Centro Vivo, que já revitalizou a Praça Raul Soares, a Praça Sete e o Mercado Central. A obra teve início em março, será executada em duas etapas e deve ficar pronta em um ano.

NOTAS

04

Page 5: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

MEIO AMBIENTE

O Sisema –Sistema Estadual de Meio Ambiente e Re-cursos Hídricos – passará por uma reestruturação. Quem explicou para os associados do Sicepot-MG, em visita à sede do Sindicato, no dia 16 de maio, foi o secretário Adriano Magalhães Chaves.

O secretário pontuou como grandes desafios ser refe-rência e ter padronização dos processos de licenciamento assim como a mudança de atitude externa com relação ao meio ambiente, que ainda é enxergado pelas empresas como custo e não como oportunidade. “O meio ambiente deve ser encarado como parceiro no processo de licenciamento”, disse Magalhães.

Atualmente, o Sisema é composto pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e suas três subsecretarias – Inovação e Logística; Ges-tão e Regularização Ambiental Integrada; e Controle e Fiscalização Ambiental Integrada – e pelos órgãos IEF (Instituto Estadual de Florestas), IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) e FEAM (Fundação Estadual de Meio Ambiente) que compõem as agendas verde, azul e marrom, respectivamente.

Os três órgãos são responsáveis pela gestão das agen-das, não mais exercendo a ação fiscalizadora, que passou para a subsecretaria de Controle e Fiscalização Ambiental Integrada, assim como a coordenação do Previncêndio (força-tarefa de combate a incêndios florestais), que não faz mais parte do IEF.

Futuramente, o secretário propõe a fusão das três agendas, com a criação de um instituto único, composto de seis diretorias.

05

Sisema passarápor reestruturação

“O MEIO AMBIENTE DEVE SER ENCARADO COMO PARCEIRO NO PROCESSO DE LICENCIAMENTO”

DIVULGAÇÃO SEMAD

O secretário Adriano Magalhães Chaves

Page 6: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

06

Os cenários políticos e econômicos do estado têm sido preenchidos neste começo de ano com as preocupações de lideranças mineiras em torno do baixo desempenho de Minas Gerais no repasse de recursos da União aos Estados Federados. Lideranças de praticamente todos os partidos, sejam das bases aliadas ou da oposição, nos âmbitos do governo federal ou estadual, vêm apontando as distor-ções que deixam os mineiros prejudicados em questões de saúde, segurança, manutenção de estradas, investimentos em tecnologia. Mais recentemente os municípios mineiros da área da SUDENE foram vetados pela presidente Dilma para receber novas indústrias automobilísticas em troca de benefícios fiscais.

Os números dos últimos anos (2007-2010) mostram que Minas Gerais ocupa a quarta posição em volume de recursos federais repassados aos estados, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Juntos, os quatro estados receberam 34,19% dos recursos repassados pela União.

2

3

Minas équarto

em repasses da União

No mesmo período, se forem examinados os repasses federais destinados aos municípios, observa-se a seguinte situação: em 2010, Minas Gerais (853 municípios) recebeu R$18,835 bilhões, enquanto o estado da Bahia (417 muni-cípios) teve um repasse de R$19,058 bilhões.

No quatriênio 2007/2010 o estado baiano recebeu R$ 25,777 bilhões e Minas ficou abaixo com R$ 21,705 bilhões.

Minas Gerais, com uma malha rodoviária correspondente a 16,14% da malha do País, obteve um total de repasses e convênios com o DNIT, no período de 2007-2009, de apenas 1,42% do volume de recursos transferidos aos Estados. Os demais estados possuem 62,40% da malha e receberam 74,66% dos recursos.

165,81%

10,66% 9,58%7,57%

6,38%

62,40%

16,14% 8,3%

1,49%

10,67%

19%

22% 28%

31%

São Paulo

Demais estados

Rio de Janeiro

Bahia

Minas Gerais

Minas Gerais

São Paulo

Bahia

Rio de Janeiro

Minas Gerais

Demais estados

Bahia

Rio de Janeiro

São Paulo

MERCADO E ECONOMIA

Page 7: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

OBRAS NA CIDADE

COWAN E DELTA

O Consórcio Integração, formado pela Construtora Cowan e Delta Construções, está realizando as obras de duplicação da avenida Dom Pedro I, importante via de ligação entre o Centro e o Vetor Norte e uma das principais intervenções viárias para a Copa de 2014. A Cowan participa com 80% e a Delta com 20%. O gerente de contrato é o engenheiro Robson Eustáquio Moreira da Silva, sob a supervisão do gerente geral Marcos Peres.

A avenida (3,5 km) será duplicada no trecho entre as avenidas Portugal e Vilarinho. O alargamento da avenida possibilitará uma pista central exclusiva de ônibus e a implantação do BRT Antônio Carlos/Pedro I – sistema de transporte que atenderá cinco regionais da cidade e parte da demanda metropolitana de transporte coletivo.

A obra, que necessitará de desapropriações, está dividida em duas etapas e inclui o alargamento de parte da Avenida Antônio Carlos (da Rua Coronel José Dias Bicalho até a Barragem da Pampulha) e o alargamento da Av. Dom Pedro I para 14 metros

(2 pistas de 7 metros). A primeira etapa consiste na reestrutu-ração urbana e alargamento da via, a partir da trincheira Santa Rosa, a construção de quatro viadutos (Rua Monte Castelo, Viaduto João Samaha, Rua Monteze, Rua General Olímpio Mourão Filho) e a adaptação de trincheiras e transposições antigas. A segunda etapa - ainda não licitada - compreende intervenções no Complexo Vilarinho.

O gerente Robson explica o andamento da obra: “o trabalho inicial foi um desvio de tráfego muito bem elaborado com a BHTrans. Foi necessária a remoção das passarelas em frente ao Pampulha Mall para a demolição da trincheira, que utilizou uma escavadeira hidráulica. Não foi possível demolir esse trecho por implosão, devido ao tráfego intenso da região. O viaduto do Via Brasil também será demolido para a construção de outro. A obra é complexa devido ao grande número de interferências, já que é um trecho bastante movimentado, e estamos dobrando a capacidade da avenida. Até o final do ano, as obras até o complexo da avenida Portugal estarão concluídas”.

07

DUPLICAM PEDRO I

Contratante: Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura – PBHEmpresas: Consórcio Integração (Cowan/Delta)Investimentos: R$ 173 milhões (primeira etapa)Recursos: PAC Mobilidade Copa 2014Entrega da primeira etapa: final de 2011Entrega da obra: segundo semestre de 2013

“Quando iniciou a duplicação da Avenida Antônio Carlos, em 2004, a Prefeitura de Belo Horizonte começou o resgate de uma dívida histórica com a população da cidade. Seis anos depois, a nova Antônio Carlos foi entregue à população. O próximo e necessário passo incluiria a duplicação da Avenida Pedro I. Afinal, o Vetor Norte da Capital, com as poucas manchas de expansão urbanas ainda livres, é para onde cresce a cidade. Daí a necessidade de corredores viários am-plos, que privilegiassem o transporte público coletivo. Com as máquinas já em ação, no começo de 2013 a cidade verá concluída a mais arrojada obra viária de sua história: as duplicações das avenidas Antônio Carlos e Pedro I. Seguramente um marco da engenharia e de políticas públicas que não poupam esforços para fazer de Belo Horizonte uma metrópole cada vez mais contemporânea.”

Murilo de Campos Valadares – secretário Municipal de Obras e Infraestrutura da PBH

A importância da Obra segundo Valadares

ROSELI SILVA

DIVULGAÇÃO CONSÓRCIO INTEGRAÇÃO

Perspectiva do viaduto da Av. Gal. Olímpio

Mourão Filho

Page 8: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

ENTREVISTA

08

O SECRETÁRIO DE TRANSPORTES QUE ANDAVA NO CAMINHÃO DE LEITE

CARLOS MELLES

Como está conduzindo a Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas (SETOP) um engenheiro agrônomo, pesquisador e estudioso do agronegócio, ex-dirigente cooperativista, ex-ministro do Esporte e Turismo e deputado federal por cinco mandatos?Nesta entrevista ao SICEPOT-MG NOTICIAS, o secretário Carlos Melles declara sua vocação de homem público, fala de planos e sonhos e lembra-se das vezes em que viajava no caminhão de leite que, em sua infância, cruzava municípios e distritos do Sul de Minas levando, além do leite, encomendas, remédios, cartas e notícias, alimentando vínculos entre as pessoas através dos caminhos de Minas.

DIV

ULG

ÃO

SET

OP

Page 9: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

ENTREVISTA

09

Por ter sido um dos formuladores dos programas estruturadores do estado desde a administração do se-nador Aécio Neves, o governador Anastasia – segundo Melles - situa a questão dos transportes na mesma ótica de planejamento e de estratégia logística.

Em Minas, as estradas são sinônimos de produção e de trabalho. Cita o Proacesso – programa de pavimentação de ligações e acessos rodoviários de todos os municípios mineiros: faltam apenas 40 cidades, sendo que 19 estarão conectadas ainda em 2011 e as restantes em 2012; o PROMG – conservação e manutenção permanente das rodovias estaduais e o programa Caminhos de Minas – continuidade do Proacesso, que asfaltará 223 trechos que fazem a ligação transversal entre 297 municípios.

Mais da metade das ligações rodoviárias do programa já conta com recursos do BID e do Banco Mundial. Melles atribui a garantia dos recursos por essas instituições à qualidade dos projetos e à credibilidade do governo mineiro. Ele recorda uma frase de Dom Mauro Morelli – Bispo Emérito de Duque de Caxias e presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar de Minas Gerais - que classificou os Caminhos de Minas como “programas benditos”.

Como secretário de Transportes e Obras Públicas, Melles admite que alguns atrasos podem provocar angústia ao mesmo tempo em que os desafios despertam sonhos. Orgulha-se de que o Mineirão será o primeiro estádio para a Copa a terminar as obras, o que pode trazer o jogo de abertura para Belo Horizonte.

O que mais o preocupa é a ampliação do aeroporto de Confins, além do acesso e da definição do modal de

transporte. Segundo Melles, o melhor projeto para a re-forma do Aeroporto Tancredo Neves foi o que o governo de Minas ofereceu. Para o Secretário, tanto as obras de expansão quanto a gestão do aeroporto de Confins de-verão ser partilhadas pelo Governo Federal e a iniciativa privada. A SETOP está em constante sintonia com o se-cretário Extraordinário do Governo de Minas para a Copa do Mundo Sérgio Barroso, o prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda e o presidente da Infraero Gustavo Vale.

A Copa de 2014 permitirá que muitas obras necessárias para a Região Metropolitana de Belo Horizonte aconteçam em um ritmo mais rápido, possibilitando mais atenção à saúde e mais cuidado com a defesa e a segurança das pessoas.

O secretário Carlos Melles acredita que a aliança entre o poder público e a iniciativa privada em Minas sempre foi das mais eficazes, inovadoras e ousadas. Dá um depoi-mento do quanto foi proveitosa para sua carreira pública e sua crença na parceria público-privada a experiência que vivenciou nos dois primeiros anos do Governo do presi-dente Fernando Henrique Cardoso. E explica: foi quando o Estado reconheceu que não poderia sozinho atender as demandas da população e envolveu as empresas pri-vadas em inúmeras soluções que até hoje beneficiam o País, como as privatizações de bancos, telecomunicações, ferrovias, siderúrgicas e mineradoras.

Carlos Melles termina afirmando que os empresários da construção pesada em Minas Gerais podem confiar que a SETOP e o Sicepot-MG continuarão solidificando uma parceria que busca sempre a melhoria de vida da população mineira.

Prioridades do governo Anastasia

Obras da Copa do Mundo

Parceria com o SICEPOT-MG

Page 10: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

COMISSÕES DE TRABALHO

GTRH : PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR

O Grupo de Trabalho de Recursos Humanos é uma comissão do Sicepot-MG criada em 2002 para promover a integração dos gestores das áreas de RH das empresas associadas com o objetivo de aumentar a capacitação dos empregados e de conhecer novas tecnologias na área de gestão.

Fazem parte do grupo empresários, gerentes de recursos humanos, chefes de departamento de pessoal e de área admi-nistrativa de empresas. A média de frequência nos encontros do GTRH é de vinte empresas que participam de um fórum toda segunda sexta-feira de cada mês. Também integram o GTRH o diretor de Planejamento e Desenvolvimento do Sicepot-MG Jorge Luiz Libânio Sander, a assessora jurídica Luciana Guedes Ferreira Pinto e a assessora de Comunicação Social Sandra Meirelles Ferreira e a assessoria do Núcleo Construção e Cidadania Marcela Pinheiro.

O GTRH é coordenado por Álvaro Moreira, gerente de RH da Construtora Barbosa Mello, onde está há cinco anos. É formado em Administração pelo Centro Universitário Newton Paiva, pós-graduado pela UNA e tem MBA pela Fundação Getúlio Vargas.

Moreira é um entusiasmado pela sua área e fala da evolução das reflexões e dos avanços das proposições do grupo: “No início, tratava-se mais das questões legais relativas a vínculos empregatícios. Hoje, trocamos expe-riências sobre a gestão de pessoas, aprendemos uns com os outros. É um espaço de consultorias gratuitas. A maioria das pautas é proposta pelos próprios participantes. É muito frequente a discussão de ações preventivas que visam à proteção das empresas. Abordamos a função RH em todos os seus processos”. O coordenador do GTRH reforça ainda a forte participação do grupo durante as negociações sindicais, lembrando que, hoje, estão mais harmoniosas as relações entre o Sicepot-MG e o Siticop-MG, o sindicato dos trabalhadores.

O GTRH – na visão de Moreira – é muito dinâmico e intera-tivo. Uma característica especial desse fórum é a valorização do trabalhador da construção. “A nossa principal missão é a valorização do trabalhador da construção pesada, sejam eles serventes, armadores, operadores e encarregados, até administrativos, engenheiros e cargos gerenciais”.

10

Page 11: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

TUDO PRONTO PARACOMEÇAR A OBRAQualquer projeto de construção civil ou pesada apresenta,

hoje, características bastante diferenciadas do que se fazia até pouco tempo atrás. As obras atualmente apresentam exigências multidisciplinares, envolvendo grande número de agentes e múltiplas interfaces.

A nova sede que o Sindicato vai construir na Avenida Barão Homem de Melo, nº 3000 segue esse paradigma multifacetado. Antes do levantamento da construção, o núcleo encarregado do projeto da nova sede ficou quase um ano, interagindo e negociando com as empresas e com os profissionais responsáveis por projetos básicos e exe-cutivos. Com exceção do projeto da automação, já estão todos concluídos.

O SICEPOT-MG NOTÍCIAS apresentará para seus leitores – a partir desta edição - o passo a passo da construção da nova sede. Inicia, neste número, o quem é quem da obra até agora.

A OBRAArquitetura: Ana MachadoSondagens à percussão: TecsolSondagens rotativas: IntersoloContenções, Terraplenagem e Fundações: Sérgio VellosoEstrutura: Paulo BedêInstalações: Green Gold (contempla os subgrupos de projetos de Infraestrutura de automação; Instalações elétricas;Instalações hidrossanitárias; Projeto de proteção contra descargas atmosféricas; Infraestrutura de tecnologia da informação)Prevenção e combate a incêndio: Comitec LtdaAr condicionado: ClimatizarAcústica: Oppus Acústica Ltda Meio-ambiente: Absoluta Engenharia AmbientalPaisagismo: Júnia LoboLuminotécnico: La LampAspectos cênicos: Pedro PederneirasAutomação: Bettoni Automação e SegurançaGerenciamento: Rodrigo Alvarez (Gerance)

O projeto de arquitetura teve sua aprovação pela Secretaria Municipal Adjunta de Regulação Urbana em 10/08/2010. Por se tratar de obra não residencial e com área superior a 10.000 m² o projeto preci-sou, também, atender exigências ambientais do município, como estudo sobre os impactos na vizinhança durante e após a obra, circulação de veículos e Plano de Controle Ambiental (PCA).

Em 22/12/2010 em reunião pública no COMAM – Conselho Municipal de Meio Ambiente – foi aprovado o projeto e expedidas as licenças prévia (LP) e de implantação (LI). No início de junho deste ano, a Prefeitura liberou o alvará da construção. O próximo passo é a convocação da Assembléia para aprovar a contratação da construtora, ainda não definida.

NOVA SEDE

11

Page 12: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

SINDICATO/FILANTROPIA

CLÍNICA DE OLHOS RECEBE DOAÇÃO DO SICEPOT-MG E ATENDE ASSOCIADOS

A Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte recebeu, através de doação do Sicepot-MG e de um grupo de empresas associadas, equipamentos oftalmológicos para a Clínica de Olhos - Centro de Referência em Glaucoma e Catarata. Os recursos para a doação são provenientes de um fundo de reserva criado em 2001 pelas empresas, então credoras do DER-MG, cujos créditos foram liquidados em imóveis.

Os aparelhos doados possibilitaram à Clínica dobrar o atendimento aos pacientes do SUS, chegando a cinco mil atendimentos/mês no ambulatório e em cirurgias. As em-presas participantes do Fundo responsável pela doação são: Andrade Gutierrez, Apia, Asel, Asteca, Aterpa, Barbosa Mello, Brasil, Cadar, Carioca, CCM, CCO, Comtel, Consol, Consórcio Aro/CIM/SAG, Constrol, Contorno, Cowan, Cros, CSL, Diefra, Egesa, Embraurb, Empa, Engesolo, Etros, Ferfranco, Gabarito, Integral, Lomae, MA, Marajó, Marins, Mecanorte, Pavisan,

Pavotec, Planex, Preart, Queiroz Galvão, Rodominas, RTS, Sagendra, Semenge, Sitran, Torc, Tranal, Tratex, Trena, U&M, Vilasa, Wantec.

A Clínica de Olhos passou a atender gratuitamente os funcionários das empresas associadas em consultas of-talmológicas e exames, encaminhados pelo Sindicato. A Clínica de Olhos – Av. Francisco Sales, 1.111 – está fazendo o atendimento de cinco pessoas por dia (de 2ª a 5ª, às 13h e 6ª, às 9h), com marcação imediata e cobertura gratuita para consultas eletivas, exames e casos de urgência. Casos cirúrgicos são encaminhados pelo SUS e as urgências são atendidas na Av. Francisco Sales, 1.221. Os responsáveis pelo setor de Recursos Humanos das empresas associadas deverão entrar em contato com Marcela no Sicepot-MG (31) 2121-0435. O atendimento não cobre custos com óculos ou lentes.

12

GLA

DYST

ON

RO

DR

IGU

ES

Page 13: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

ASSOCIADOS

FÉLIX MOUTINHO É INDUSTRIAL DO ANO DA CONSTRUÇÃO PESADA

O engenheiro Félix Ricardo Gonçalves Moutinho é o Industrial do Ano de 2011 do setor da Construção Pesada, homenageado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Félix Moutinho foi vice-presidente de Planejamento e Desenvolvimento do Sicepot-MG, é sócio fundador da Completa Engenharia, empresa que comemora 40 anos em 2011 e que desenvolveu o Túnel Bala, inédito método não destrutivo para construção de galerias e travessias subterrâneas.

A indicação de Felix Moutinho vem acrescentar mais um reconhecimento à carreira de um engenheiro que sem-pre participou de movimentos e entidades associativas, como a Sociedade Mineira dos Engenheiros, Federação Universitária Mineira de Esportes (ex-diretor), Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (conselheiro) e Pampulha Iate Clube (ex-presidente).

O presidente do Sicepot-MG Alberto José Salum também foi homenageado com a Medalha do Mérito Industrial por indicação da presidência da Fiemg. A festa da Indústria homenageou 36 empresários com a Medalha, criada em 1957, pela Confederação Nacional da Indústria para ho-menagear industriais de destaque nacionalmente.

A Completa Engenharia foi criada em 1971 por Félix Moutinho e Flávio Tamietti. Inicialmente, a empresa rea-lizou serviços de obras complementares de estradas. As obras de saneamento começaram a ser feitas em 1977, integrando sistemas de água, esgoto e infraestrutura. A partir daí, a empresa desenvolveu um processo inovador, de construção de túneis utilizando o cimento: o Túnel Bala - nome inspirado no seu formato de ogiva, que lembra uma bala.

A tecnologia - utilizada em obras subterrâneas - utiliza peças pré-moldadas em concreto de alto desempe-nho (CAD), em seções que variam de 0,80x1,40m a 2,20x3,00m. O túnel da Completa apresenta grande resistência à corrosão e abrasão, fatores que muitas vezes comprometem o emprego de materiais metálicos em obras de saneamento. Os túneis também podem ser utilizados em obras urbanas, reduzindo consideravelmen-te interferências no trânsito. A empresa já executou mais de 130 obras com essa tecnologia em vários estados brasileiros, somando mais de 14 mil metros de túneis construídos.

13

História e Inovação

DIVULGAÇÃO COMPLETA ENGENHARIA

SEBASTIÃO JAC

INTO

JÚN

IOR

O governador Antônio Anastasia, o homenageado Félix Moutinho e o presidente da Fiemg Olavo Machado

Page 14: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

O VALOR DA NOSSA GENTE

14

FAUSTO MOREIRA DE PAULA: UMA VIDA EM CONSTRUÇÃO

Há 33 anos na construção pesada e na Cadros Engenharia desde sua fundação, há 26, Fausto Moreira de Paula (62), mineiro de Paraobeba, criou três filhas com seu trabalho de encarregado de drenagem. Ele consta dos registros da empresa como o primeiro funcionário contratado. Fausto fala do trabalho com orgulho e lembra com saudades do início da empresa, quando o chefe era um dos que rejuntavam o meio-fio, junto com os funcionários: “Uma das coisas que mais admiro é a presença dos chefes durante o trabalho. O Dr.

Antônio (Antônio Cadar – presidente da empresa) sempre estava nas obras trabalhando conosco”.

Atualmente, numa obra na cidade de Ouro Branco, comanda uma equipe de 10 pessoas. A família, que ele visita uma vez por mês, mora em Belo Horizonte. Há 12 anos trabalha fora da capital. Fausto conta que já se acostumou com a rotina de ficar fora de Belo Horizonte durante os meses da obra, dividindo uma casa com outros funcionários da empresa.

EUGÊNIO SÁVIO

O encarregado lembra que começou na Cadros fazendo as-sentamento de meio-fio. “Fui crescendo junto com a empresa. No início, éramos uma turma de 10”. Ele conta que com as máquinas, o trabalho, antes braçal, ficou mais fácil e ágil: “Antigamente as ferramentas eram carrinho de mão, picareta, enxada, pá e alavan-ca”. Hoje, Fausto opera várias máquinas pesadas, sendo a retro escavadeira sua preferida.

A Cadros Engenharia, associada ao Sicepot-MG concentra suas

atividades em serviços de terraplenagem, drenagem, pavimentação asfáltica e obras de arte correntes.

A história de Fausto faz parte de uma campanha de valorização dos empregados, que o Sicepot-MG está lançando. A partir deste número, o Sicepot-MG Notícias trará sempre uma história de algum funcionário das empresas associadas. Para enviar sugestões de matérias, história de algum funcionário de sua empresa, mande email para [email protected] ou ligue (31) 2121.0436.

Page 15: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

UMA NOVA REALIDADE EMPRESARIAL

As recentes mudanças da eco-nomia mundial colocaram desafios que exigem uma revisão urgente dos padrões que costumavam re-ferenciar os modelos de gestão.

Na época áurea dos anos 1970, formaram-se grandes consórcios entre empresas de construção pe-sada, no Brasil. Contudo, eles foram estabelecidos muito mais visando à

proteção do mercado, além de ser, em sua esmagadora maioria, vinculados a contratos públicos.

A partir do início dos anos 2000, aconteceu a entrada mais expressiva dessas empresas em um novo nicho de grandes projetos, também em regime de consórcio, sobretudo PETROBRAS e mercado privado.

Tais consórcios exigem, agora, complementaridade de competências.

Apesar de os negócios ligados a esses segmentos revelarem uma escalada de oportunidades até mesmo superior a dos melhores momentos do “Milagre Brasileiro”, um grande número de empresas não tem se mostrado competente para atuar neste cenário com a mesma efe-tividade anteriormente demonstrada, insistindo em gerir esses contratos utilizando as práticas de gestão das antigas obras públicas de infra-estrutura.

A nova realidade empresarial é muito diferente em suas exigências de organização e liderança.

Por exemplo, os projetos atuais incorporam um con-tingente de profissionais de qualificação muito superior. Líderes aculturados nas práticas de gestão anteriores são colocados à frente de equipes bem mais qualificadas – e, portanto, de gestão mais complexa – gerando problemas graves, decorrentes de seu despreparo para lidar com quadros desse nível.

Não se mostram competentes em uma série de novas habilitações, determinantes para que foquem, por exemplo: a integração de conteúdos; o planejamento; o domínio

profundo do contrato e das nuances da administração contratual; as questões fiscais e tributárias; a gestão de QSMS-RS, etc.

Como agravante, surgiu nos quadros das empresas, a chamada “Geração Y”, desafiando frontalmente os pressu-postos tradicionais de liderança. Constituída por indivíduos nascidos a partir do final dos anos 1970, a “Geração Y” apresenta uma forma diferente de lidar com os problemas e de comportar-se no dia a dia do trabalho.

Entre seus aspectos positivos estão a familiaridade com que maneja a tecnologia; o grande interesse pelos projetos desafiadores; a demanda por feedback e a valorização de um ambiente participativo.

Entre os pontos de maior atenção, destaca-se o baixo limite de tolerância em relação ao autoritarismo e à hie-rarquia rígida, pautados na triste máxima: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.

No polo oposto, seus líderes são pessoas ainda for-madas dentro dos padrões antigos, que tendem a avaliar as reações e os comportamentos dessa nova geração de uma forma totalmente distorcida, percebendo-os como ameaçadores às suas posições. O resultado é o conflito interpessoal e não uma inteligente complementaridade. Para conquistar esses novos profissionais e engajá-los no trabalho, será necessário que os líderes desaprendam dogmas dos tempos em que o autoritarismo imperava nas empresas.

Essa nova realidade implicará, cada vez mais, a consi-deração de opiniões em um cenário onde “o chefe não tem sempre razão!”.

A dinâmica organizacional precisa caracterizar-se pela competência da liderança e pela interação, conciliando ex-pectativas individuais e coletivas e, sobretudo, entregando resultados, com efetividade acima de qualquer suspeita.

*Diretor da Paulo Matos Tecnologia de Gestãowww.paulomatosconsultores.com.br

*Paulo Matos

ARTIGO

15

Page 16: ANO 9 • Nº 36 • JUN 2011 SINDICATO DA INDÚSTRIA DA ... · o maestro deu explicações sobre as características dos ins- ... (força-tarefa de combate a incêndios florestais),

Na Bíblia, querubins são seres angelicais, designados por Deus para guardar a Árvore da Vida e executo-res da justiça divina. Na Vila Acaba Mundo (Zona Sul de Belo Horizonte) a realidade não é menos grandiosa. O Projeto Querubins - ONG criada pela consultora de hotelaria Magda Coutinho - dá asas para o voo da cidadania para numerosas crianças e adolescentes da Vila.

O Projeto nasceu de uma ini-ciativa de Magda, em 1994, para revitalizar o Parque JK, que estava abandonado e estimular a socializa-ção de crianças que ficavam na rua. “Comecei com 10 crianças, no final do primeiro mês já eram 80, fazendo mutirões de limpeza e ajudando a cuidar dos canteiros”, diz. Magda conta que ao final de um mutirão, expôs cem sacos de lixo ao longo da Avenida Bandeirantes: “Queria mostrar para as pessoas da comu-nidade o que elas fazendo com o local. Foi uma repercussão enorme”.

O Querubins recebe crianças a partir dos 5 anos e meio de idade, quando aprendem a comer, sentar-se à mesa, conversar e se relacionar com os outros. A partir dos 16 anos, os jovens participam de cursos pro-fissionalizantes, mas desde cedo se desenvolvem nas artes, música e dança, como o Projeto Tambores, patrocinado pelo Sicepot-MG, onde os alunos têm aulas de percussão e constroem seus instrumentos. Atualmente, são 200 crianças e adolescentes atendidos no projeto, e 30 funcionários. O espaço, cedido

em comodato pela Mineração Lagoa Seca, abriga salas e estúdios, onde acontecem, simultaneamente, en-saios de percussão, danças, oficinas de arte e aulas preparatórias para o mercado de trabalho. A partir de julho, o projeto oferecerá também o curso de aprendiz, para jovens de 14 a 22 anos, para a área adminis-trativa, sendo depois ampliado para outras áreas.

Leonardo de Lima, o Leléo, en-trou para o projeto aos 12 anos e hoje, aos 27, é o coordenador de Artes do Projeto e um “educador em formação”: “Estamos constan-temente em formação, sempre aprendendo”. Leléo conta que era uma das crianças que participaram do início da ONG, nos mutirões de limpeza do Parque JK e cresceu jun-to com a ONG: “Aqui aprendemos a amar. Hoje tenho a Magda como minha mãe de vida. Foi aqui que aprendi a ter disciplina e a começar a trabalhar”.

O nome da ONG surgiu num mo-mento de dificuldade vivido por Magda: “Estava mal, internada com embolia pulmonar. Recebi a visita de cinco médicos e percebi que meu estado era grave, achei que fosse morrer. Quando um deles me perguntou por que eu estava cho-rando, disse que tinha cem crianças na Vila Acaba Mundo que depen-diam de mim. E ele me disse que eu iria ficar boa. Quando perguntei quem eram eles, ele me respondeu: Somos querubins. Depois desse dia melhorei e dei o nome à ONG”.

16

RESPONSABILIDADE SOCIAL

O Núcleo Construção e Cidadania do Sicepot-MG patrocina o Projeto Queru-bins desde 2009, nos Programas Tam-bores (Percussão, Samba de Escola e Oficina de Instrumentos) e Verde Vida, espaço produtivo e educativo constituí-do por uma horta de policultivo orgânico, minhocário e viveiro.

QUERUBINS : OS ANJOS QUE TOCAM OS TAMBORES DA CIDADANIA

GLADYSTON RODRIGUES