ano 2010 | 2011 as margens que unimos · importantes são as pessoas e que cada um ... “pode...

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OLHARES | REVISTA DO CSCM | ABR-JUN 2011 | 1 Revista do Colégio do Sagrado Coração de Maria de Lisboa Revista trimestral | Número 27 Ano 2010 | 2011 Suplemento Centenário da República AS MARGENS QUE UNIMOS Famílias em Festa

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O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | A B R - J U N 2 0 1 1 | 1

Revista do Colégiodo Sagrado Coraçãode Maria de Lisboa

Revista trimestral | Número 27Ano 2010 | 2011

SuplementoCentenário da República

AS MARgenS

que uniMoS

Famílias em Festa

2 | O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | A B R - J U N 2 0 1 1 O L H A R E S | R E V I S T A D O C S C M | A B R - J U N 2 0 1 1 | 3

A ponte do amor, porque fizemos amigos.Maria Branco Alves, 5 anos

Construímos uma ponte azul, imaginada para a Sala Violeta, porque temos lá muitos amigos!

Gonçalo Palhoto, 5 anos

Construímos uma ponte com tijolos de paz na nossa sala com os nossos colegas.”

Duarte Pedro Nunes, 5 anos

Uma ponte de pinceladas coloridas, esculpida como única, fotografada com luz, desenhada ao pormenor, encenada com realismo, dançada com alegria e realizada com dedicação. Através das várias expressões artísticas comunicámos com o outro!

Rita Martins, Educadora

Este ano lancei uma ponte na amizade, ao conviver com os meus amigos. Lancei uma ponte na solidariedade, dando alimentos e produtos de higiene ao Centro Jean Gailhac. Lancei a ponte da alegria e da felicidade, apoiando uma família necessitada. Ajudei o próximo, como me ensinaram no colégio.

Joana Baeta, 6ºD

A Ponte da Solidariedade! O 3º Ciclo realizou uma angariação de fundos para ajudar um aluno do Clube 10/14 – Bairro das Galinheiras, a nível ortodôncio. A Ponte entre alunos do 7º, 8º e 9º ano, encarregados de educação e professores, está a dar os seus frutos, pois o D’Japi já fez vários exames dentários e está prestes a iniciar o tratamento, que passará pela utilização de um aparelho dentário específico para o seu caso. A todos o nosso MUITO OBRIGADO!

Marília Vaz dos Santos, Centro Jean Gailhac

As pontes que lancei ao longo do 2º ciclo foram tantas! As pontes da amizade, que se foram fortificando à medida que conhecia melhor os meus colegas. As pontes da entreajuda, que foram lançadas nas actividades de acolhimento, no 1º dia de aulas, e em que nos ajudámos mutuamente. As pontes do respeito, solidariedade, generosidade e de todos esses valores necessários ao bom funcionamento de uma turma, e que fui lançando enquanto tentava tornar-me uma amiga melhor.

Sara Pacheco, 6ºD

“Lançar Pontes com a Família”, foi a actividade do 6ºC na qual os pais eram convidados a partilhar connosco experiências, a explicar-nos mais sobre as suas profissões e como através delas podiam lançar pontes com as pessoas e o mundo.Nessa actividade houve pais que trabalhavam na área do marketing, na Câmara Municipal, que eram médicos e outros, como o meu pai, que é militar. Desde sempre, mesmo em pequena que tenho orgulho no meu pai, naquilo que faz e como ajuda as pessoas nas suas missões por outros países, por isso pedi-lhe para partilhar com os meus colegas as suas experiências e como ajuda o nosso mundo.Eu, e creio que os meus colegas também, saí daquela actividade completa e o mais importante foi que percebi o quanto importantes são as pessoas e que cada um tem a missão de tornar este mundo melhor e contribuir para a felicidade dos outros. Esta actividade foi para mim uma experiência inesquecível.

Joana Gomes, 6ºC

“O tempo foi pouco para tanto que havia para partilhar...mas foi o suficiente para lançar pontes! Muitas pontes! Pontes entre pais, professores e alunos, e mesmo pontes entre os próprios pais que estiveram no colégio. Os pais contaram experiências de trabalho e de vida; os filhos faziam perguntas, por vezes difíceis (“Porque se decidiu por essa profissão?”, ou mesmo, “Pode contar uma situação por que tenha passado e que o tenha marcado?”). Foi muito enriquecedor para todos. Parabéns pelo tema do ano e pela iniciativa!”

Paula Hortinha, Enc. Educação

Aprendi e cresci muito, não só intelectualmente, sentindo-me encorajada e desafiada a ser uma aluna com brio e a alcançar os meus objectivos utilizando as minhas capacidades, como também enquanto pessoa, aprendendo cada vez mais a importância de nos relacionarmos com os outros e a beleza da bondade por detrás dos mais pequenos gestos caridosos e solidários.

Margarida Branco Ferreira, 9ºD

A ponte da responsabilidade, do empenho e do conhecimento. Foi mais um ano em que crescemos e nos tornámos mais maduros. Este crescimento conjunto foi uma experiência imprescindível que nos preparou para a vida. O nosso empenho, no próximo ano, definirá uma parte no nosso futuro. Temos de consolidar os nossos conhecimentos para sermos bem sucedidos na nossa futura carreira e enquanto pessoas.

Beatriz Fernandes, 9ºD

Olhando para a outra margem do tempo, apercebo-me de variadas pontes reforçadas no presente ano: as básicas, essenciais a qualquer ser humano, com os que me são próximos - a família, os amigos, os alunos, os colegas, os encarregados de educação - com os quais encontro pontos em comum e construo comunidade; aquelas que denomino sociais e solidárias, à distância ou próximas dos distantes - na paróquia, nas campanhas organizadas pelo Colégio e junto de três organizações a que dou humilde apoio (na verdade, uma gota de água face às necessidades sentidas); há igualmente pontes mais pessoais, que me ajudam a crescer como profissional e pessoa, relacionando saberes adquiridos com novos saberes. Na verdade, penso que vou lançando as pontes que me vão permitindo as transformações necessárias no caminho da felicidade!

Alexandra Lopes, Prof.

que ponteslAnçáMoS?

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... Esses múltiplos Olhares Chegados a mais um final de ano lectivo, é tempo de fazer balanço, projectando o futuro.É tempo de pensarmos no tema deste ano «Lançar Pontes», e confirmar as pontes que lançámos e que atravessámos e ainda aque-las que esperamos atravessar num futuro mui-to próximo.As pontes do conhecimento a diversos níveis e para todos os níveis de ensino; as pontes de solidariedade, nas campanhas, nas várias acti-vidades do Centro Jean Gailhac, nas activida-des da Pastoral, as pontes do autoconhecimen-

to, com os vários projectos do Serviço de Psicologia, na Formação Cívica e em muitas outras actividades de carácter lúdico.Juntamos nesta edição um suplemento sobre as comemorações do centená-rio da Républica, que foram salpicando os dias da nossa comunidade educati-va de cor, festa e alegria ao longo do ano .O Torneio Internacional marca presença nesta edição, este ano no Marymount School de Paris, onde a grande família desportiva dos colégios das Religiosas do Sagrado Coração de Maria participou nos vários desportos programados.Para alguns, a peregrinação a pé a Fátima integrada no programa da pastoral da Provincia Portuguesa das RSCM, constituiu uma oportunidade para reflectir no essencial da vida e carregar baterias para esta etapa final.O Voleibol feminino no nosso colégio este ano deu cartas a nível nacional e chegamos à fase final. Um muito merecido e honroso segundo lugar. Esta foi uma actividade que agregou grande parte da nossa comunidade educativa ao longo de todo o ano até à grande final, cuja organização foi da responsabilida-de do nosso colégio.Também nesta edição damos conta da Festa das Famílias, este ano com orga-nização renovada e diferente, onde todos conseguimos criar um bom ambien-te de verdadeira confraternização e descontração. Obrigada a todos por este ano tão cheio de Vida, de pontes estabelecidas, de trabalho, de envolvimento, de presença.Que esta fase final do ano seja de muito trabalho para uns, aqueles que vão ter exames e decisões importantes para tomar respeitantes à sua vida futura, e de descanso alargado e muito merecido para outros. Partimos para férias com o Olhar lançado no proximo ano lectivo, mais propriamente nas comemorações dos 70 anos do nosso Co-légio logo no início do 1º período!Até lá!Boas Férias, bom descanso!

Margarida Marrucho Mota Amador, Directora Pedagógica

Pelos seus actos os reconhecereis.Ser Cristão tem destas coisas! Não se espera apenas a fé mas também as obras. E que bom saber que a nossa relação pessoal com Deus se converte, transmite e expressa em acções concretas em favor do bem comum. No final deste ano lectivo em que tivemos como mote para o nosso agir o desafio de Lançar Pontes, importa perguntar: Que pontes lançámos?

A Olhares fez essa pesquisa que, longe de ser exaustiva,

pretendeu dar voz a alunos, pais e professores apontando

algumas das “ligações” que fomos estabelecendo!

A certeza expressa no Evangelho de Mateus de que os

cristãos hão-de ser conhecidos pelas suas boas obras era

a mesma certeza que gostaríamos de ter no balanço deste

ano lectivo que agora termina. A certeza de que, pelo nosso

agir, muitos (ou pelo menos alguns), nos hão-de reconhecer

como membros de uma comunidade educativa que se es-

força por educar integralmente e unir realidades, aproximar

pessoas, fazer acontecer, dar a conhecer, desenvolver dons

e capacidades, respeitar todos e cada um.

A escola é o lugar do possível! É aqui que tantos projectos

saem do papel, tanta coisa se aprende e possibilita novas

descobertas, novos caminhos, novas percepções do mundo

e da realidade. A Escola é, igualmente, o lugar dos modelos

e sabemos bem o quanto se aprende com os olhos e com o

coração mais do que com as palavras. Por isso mesmo a ne-

cessidade de as sonhadas pontes saírem dos cartazes e pa-

péis e se converterem em acções concretas, momentos de

aprendizagem, de encontro onde educadores e educandos

fazem o caminho da identidade entre os valores expressões

no ideário do Colégio e o agir quotidiano.

Sabemos que em educação o caminho é longo! Como

dizia o nosso querido Pe. Gailhac, as árvores não dão fruto

imediatamente... Há que plantar, regar, acreditar, esperar,

confiar... Estamos certos que o tempo e o crescimento há-de

trazer à luz do dia algumas destas pontes / sementes. Esta-

mos certos que muitos dos nossos alunos hão-de ser conhe-

cidos por esses actos que marcam a diferença. Temos disso

muitos e bons exemplos que nos fazem renovar a esperança

e lançarmo-nos na aventura de mais um ano lectivo que já

começamos a preparar com empenho.

Luís Pedro de Sousa, Coord.

que ponteslAnçáMoS?

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1º escalão | Benedita Sá e Cunha, 5º C

uma verdadeira carta de amor

o Homem tinha uma verdadeira paixão pela linda Lua. Todas as noites, à mes-ma hora, sempre na janela do quarto, os dois se encontravam, para se verem um ao outro.

Os olhos do Homem, verdes e curio-sos, brilhavam à luz do lindo luar, que iluminava sempre a sua bela casa. Ambos trocavam olhares, e nesses olhares, pa-lavras. Palavras que só eles entendiam. Palavras que só um amor como aqueles entendia.

Para além da distância entre ambos, nada mais os separava.

O Homem escrevia e dedicava-lhe lindos e belos poemas de amor. A Lua procurava sempre brilhar o mais possível, sempre por cima da casa do Homem e oferecia-lhe um luar especial. O luar mais bonito de todos.

Um dia, o Homem conseguiu fazer aquilo que ele e a Lua mais queriam. O Homem conseguiu ir ter com a sua amada. Estar ao pé dela. Senti-la. Vê-la de perto e não a anos-luz de distância.

Aquele fora o melhor momento das suas vidas. Chegou o momento da despedida. Era tarde, e o Homem

tinha de regressar à Terra. Foi muito difícil para ambos. Mas, ambos sabiam que mais valia sorrir porque aconteceu, do que lamentar porque acabou.

Mas, apesar desta iniciativa, era completamente óbvia a saudade e a tristeza.

A Lua estava mesmo muito triste. A única coisa que lhe restava fazer era esperar. Esperar por um sinal, um gesto, uma simples carta...

Ela esperou, esperou e ainda esperou mais. Mas nada. Nem um pequeno sinal, um simples gesto, uma simples carta…

Mas de uma coisa a Lua não se apercebera:O Homem preparara-lhe uma surpresa. Procurava dedi-

car-lhe os mais lindos e belos poemas que jamais fizera. Ele escreveu, escreveu e escreveu até lhe doerem as mãos. Mas o que delas saíam eram apenas frases sem sentido, textos sem imaginação, basicamente nada!

Mas ele teve uma ideia muito melhor do que qualquer outra coisa: melhor do que poemas de amor, melhor do que palavras mansas…melhor que tudo! Uma carta de amor. Uma verdadeira carta de amor!

Passados alguns dias, finalmente, a Lua recebeu um pe-queno sinal do seu amado. Uma carta.

O que é que ela trazia? Nada. Bom, tecnicamente, nada. Mas no fundo, até trazia uma coisa. Uma coisa que eles os dois entendiam. Um sentimento tão grande, tão grande, mas invisível. O amor. O verdadeiro amor.

2º escalão | Mariana Pereira, 8º B

lançar PontesO mundo sempre a girar e o tempo sempre a andara infância já passou e a adolescência começou

Aprender a ajudara sorrir e a estudarpontes que atravessei e as dificuldades superei

Dei-me conta do tempo a passare com passos largos tentei alcançarnovas realidades confronteina outra margem quando cheguei

Ah, raças, credos e religiões!

As diferenças são naturaisbrancos ou pretos todos iguaisdiversas amizades crieidurante o percurso que atravessei

Vacilo,eu? Não!

Ao outro lado quero chegarcom bagagem para poder partilhar.

3º escalão | Simão Correia, 9ºD

Todos os anos, o colégio promove

um novo tema do ano. Todos os

anos, aos alunos, é-lhes pedido que

reflictam sobre estes temas. Que co-

mentemos e expliquemos o que o

tema significa para nós.

Quanto mais pequenos somos, menos capacidade

temos de ver para além da base geral dos temas, o sig-

nificado mais simples e superficial. Mas à medida que

crescemos, ganhamos esta capacidade de interpretar a

mensagem por detrás dos temas, não apenas através

de uma perspectiva católica ou religiosa, mas através

da perspectiva do que são os valores e a maneira de

pensar, pela qual nos regemos durante a nossa vida.

Isto é de extrema importância, pois trata-se do nosso

julgamento e da nossa visão deste mundo. E um reflexo

de quem somos na realidade.

Mas, afinal, o que é mesmo lançar pontes? Qual é

o significado deste tema? A resposta certamente varia

de pessoa para pessoa, consoante a sua maneira de ser.

O romano Cícero uma vez disse: “ Tirar a amizade

da vida é tirar o Sol deste mundo ”. Isto é, para mim,

aquilo que podemos considerar como uma boa razão

para lançar pontes. Lançar pontes é criar ligações, faci-

lidades, ajudas para viver. A mente do ser humano, esta

espécie em tudo aquilo que é e faz, existe e foi criada

para viver em conjunto, na companhia de iguais com-

panheiros.

(…) Lançar pontes é ser humano.

os nossoseSCRiToS

5º escalão | Rita Chaves, EE

Carta aos meus filhos

Há pontes de pedra, de betão, de ferro, de madeira, de corda, de  legos e de tudo o mais que possam imaginar. Quantas vezes não foram pontes as minhas próprias pernas, em deste-midas travessias entre sofás? Passar

uma ponte pode ser uma brincadeira, uma necessidade, um passeio, um gosto. E pode ser muito mais do que isso.  Passar uma ponte é querer ir mais além.

É tocar, cheirar, ver, sentir e compreender o que parecia não estar tão próximo. É dar oportunidade para nos envol-vermos em algo novo. É ver por outra perspectiva. É ousar conhecer mais. É deixarmo-nos surpreender. É recusar o limite confortável do conhecido. É transformar obstáculos em desafios. É crescer. É simplesmente a mais pura forma de Ser.

Por isso, meus tesouros, aprendam a gostar de pontes. Sim, mais ainda do que vocês já gostam! Prometo ajudar-vos na medida do possível. Haverá umas em que já não pode-rão contar comigo, não só por estarem mais pesados e os meus ossos irem ficando cada vez mais fracos, mas porque vos cabe decidir e atravessar por vós próprios; haverá mui-tas mais em que não só terão de atravessar, como também de construir. (Como as que tantas vezes fizemos com legos. Aquelas grandes davam algum trabalho e caíam muitas vezes, mas não ficávamos tão contentes quando as  termi-návamos? E já repararam bem a quantidade de pontes que fizemos com as mesmas peças?) 

Construam e lancem pontes pela vida fora. Atraves-sem algumas, mas lembrem-se que as pontes também servem para deixar que venham ter connosco.   Mui-tas vezes tereis vós próprios de ser as  pontes.  E vos ga-ranto que isso é tão ou mais gratificante. O diálogo, a amizade, a compreensão e o amor. Aqui têm os vossos legos. São  legos  invisíveis que podem ser reutilizados vezes sem conta para construir as pontes que  quise-rem. Para e por onde quiserem. Para e por quem quiserem.  E nunca se esqueçam meus filhos, que por maiores e mais grandiosas que sejam todas as pontes que se lançam, as mais valiosas e realmente eficazes são aquelas cujo orça-mento pouco mais passa de um olhar e um sorriso.

Um olhar e um sorriso.  Com todo o meu amor,

o ConCuRSo eSCReVeR CSCM teve este ano a sua 1ª edição. Apresentamos na nossa revista os quatro textos vencedores, concorrentes em diferentes escalões

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Rumos 11Peregrinação a Fátima do Movimento Juvenil do Coração de Maria – ComTigoUm dia o Papa João XXIII dizia: “Hoje, apenas hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias sem pretender que sejam as circunstâncias a adaptarem-se aos meus desejos”. Assim foi a experiência da peregrinação a Fátima onde as circunstâncias de um tempo chuvoso e da dureza do caminho se tornaram um enorme desafio para quem se dispôs a sair de casa e se pôs a caminhar. Uma experiência de quem ainda não chegou à meta…

Caminhámos em filas em direcção a Fátima por caminhos que não conhecíamos, vivemos momentos de encontro e de silêncio… Uma experiência onde aprender a rezar com os pés se tornou a nossa missão enquanto grupo, vindos de diferentes pontos do país mas sentindo que entre todos existia uma verdadeira ponte.

Aprendemos a paciência do caminhar… desejar chegar mas aceitar a demora em lá chegar, ultrapassando os obs-táculos. Por isso é que andar a pé é aceitar o desafio de um caminho exigente de quem não está sozinho e que todos os momentos contribuem para nos transformarmos… Sig-nifica fazer a experiência de sair de si para entrar em algo diferente, como diz o padre Tolentino Mendonça a respeito do ser peregrino: “A parte mais importante dos quilómetros que percorrem não está em nenhum mapa: eles caminham para um centro invisível onde pode acontecer o encontro e o renascimento.”

Assim, tudo o que vivemos ao longo da peregrinação, desde condições adversas, passando pelo convívio, o en-contro, a partilha de experiências, as orações e reflexões marcaram todo o caminhar e orientaram-se para a alegria da chegada, que com a ajuda de Maria, deu sentido ao desejo que tínhamos de sermos peregrinos.

Tal como a mulher samaritana, procurámos quem nos desse de beber e fomos descobrindo através das diferentes pontes que só com Jesus temos a certeza de que a fonte é inesgotável.

Uma experiência gratificante e especial onde todos fo-mos importantes e onde Maria nos encorajou a não desistir pelo caminho.

COMTIGO… UM PROJECTO QUE NOS FAZ CAMINHAR! Irene Esteves, Prof.

2011Ano Internacional da QuímicaEste ano celebra-se o Ano Internacional da Química. Este é sem dúvida um acontecimento assinalável, não obstante é de frisar que por vezes, tais datas internacionais caem no esquecimento da população em geral. Tal tende a acontecer porque são já inúmeros (demasiados?) os ‘dias’ e ‘anos’ internacionais que se afiguram nos calendários, não sendo assim possível dar o merecido destaque a alguns deles. E a Química é uma ciência omnipresente, que não só abran-ge um largo espectro nas áreas da pesquisa e investigação em prol da sociedade, como também é parte integrante do fenómeno que é a vida. Tais considerações levam-nos a compreender que a designação do ano de 2011 como o ‘Ano Internacional da Química’ - a par das florestas – é algo que surge naturalmente como reconhecimento por esta ci-ência que, apesar de já muito ter contribuído para melhorar a vida do Homem, não se esgota nos conhecimentos e para-digmas actuais da investigação, vislumbrando-se ainda um longo caminho a percorrer cheio de novas e importantes descobertas.

Este ano internacional surge por iniciativa da IUPAC e da UNESCO com a finalidade de celebrar a Química e o seu contributo para o Homem. Relembra-se um passado repleto de importantes descobertas e avanços, mas sempre com os olhos postos no futuro, sob o lema: “Química – a nossa vida, o nosso futuro”. Este é um evento onde todos são convida-dos a participar, com o objectivo de dar a conhecer os con-tributos da Química para suprimir as necessidades actuais do nosso planeta. Procura-se também despertar nos mais novos o interesse e o entusiasmo por esta ciência assegu-rando assim um futuro prodigioso nesta área.

O ano de 2011 marca os cem anos desde a formação da Associação Internacional de Sociedades Químicas, contu-do, um dado que confere ainda maior simbolismo e impor-tância a esta data, é o facto de celebrarmos também nesta ocasião o centenário da atribuição do Prémio Nobel a Marie Curie, prémio esse atribuído em 1911 a esta brilhante cien-tista pela descoberta dos elementos Rádio e Polónio. Este facto vem também ele celebrar o papel das mulheres no desenvolvimento da Química procurando assim realçar a ideia de que esta ciência é algo ao alcance de todos e que ninguém se deve abster de dar o seu contributo.

Muitas serão as actividades a realizar no âmbito das co-memorações deste Ano Internacional da Química um pou-co por todo o Mundo. Em Portugal assinalar-se-á também esta data com múltiplos eventos abertos ao público. Uma forma fácil de obter mais informações será através do web-site da Sociedade Portuguesa de Química (www.spq.pt) que

curiosamente também comemora o seu centenário neste ano de 2011. Pode também ser visitado um website exclu-sivamente dedicado às comemorações deste ano em www.chemistry2011.org.

A Química é então a ciência que estuda a essência da Na-tureza: as substâncias que a constituem, as suas caracterís-ticas, propriedades, ligações, aplicações… Empenha-se em explicar tudo o que existe no Universo, desde a composição das estrelas até aos átomos. Identifica-se como ciência com-plexa, multidisciplinar e de carácter próprio, todavia é tam-bém a Química que fornece as bases a tantas outras áreas do conhecimento humano tendo um papel vital no bem-estar das sociedades, estando presente em todos os seus secto-res. Uma ciência fascinante que merece então ser celebrada, devendo chegar a todos neste seu ano internacional. Uma parte intrínseca de nós; porque a Química é a essência da vida...

Manuel Dias 12ºA

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notíciasdo PRé-eSColAR

Maio – Mês de Maria “No mês de Maio, as Salas do Jardim de Infância celebraram o “Mês de Maio... Mês de Maria!” Levantaram-se bonitos e coloridos altares em homenagem a Nossa Senhora que foram enfeitados com lindas flores! Diariamente, as crianças fizeram pequenas orações em que não foram esquecidos os meninos, pais, irmãos, avós, professores, familiares doentes, os (manos) bebés que vão nascer, entre outros. Ao som de um cântico singelo terminámos a nossa oração!

Hora do ContoNo dia 6 de Maio, às 9:30, realizou-se a Hora do Conto no nosso colégio e contámos com a presença de RITA VILELA. As salas dos 3 anos ouviram atentamente as suas Histórias.Rita Vilela, licenciada em psicologia, desenvolveu o seu per-curso profissional na área da formação. Hoje, conjuga esse trabalho com o exercício da terapia, a escrita e outras activi-dades ligadas às palavras...e às pessoas.

Descobriu tarde a sua vocação de escritora, mas inicia-da, nunca mais parou. Esta autora portuguesa, nascida em 1964, publicou o seu primeiro livro em Maio de 2008 e hoje apresenta já no seu currículo diversos livros infantis e juve-nis, a par de uma visão mais adulta.

Escrever tornou-se uma paixão, um vício que não quer largar! A inspiração? Encontra-a nas pessoas que conhece, no mundo que a rodeia e bem dentro de si.

Patrícia Vidigal, Educ. / Mafalda Vicente, prof.

Dia da MãeNo dia 2 de Maio festejou-se o Dia da Mãe no nosso colé-gio. Todas as Mães do Jardim de Infância foram convidadas a vir ao colégio fazer várias actividades com os seus filhos/as. Os 3 anos fizeram uma actividade de expressão motora e dança; os 4 e 5 anos fizeram uma actividade de expressão plástica e verbal. O bom ambiente sentido nos vários gru-pos, assim como o empenho e motivação das mães e filhos deram lugar a bonitos trabalhos e a momentos de diversão e convívio.

A Mãe é especial… é um Mundo cheio de surpresas!“ Em certos dias, ela é carinhosa. Aconchego-me no seu peito como quando eu era pequenino. Envolvemo-nos em carinho Mãe TernuraEm certos dias, ela é misteriosa. Como se andasse perdida num sonho. É como se tivesse partido para uma galáxia longínqua Mãe OvniEm certos dias, ela é toda aromas... Baunilha, rosas ou jasmim. Sinto-me tão bem ao pé da minha mãe, a respirar o seu perfume! Mãe FlorEm certos dias, ela é como o Sol: brilha, cintila. Usa um lindo vestido e põe brincos nas orelhas.

Mãe MaravilhaEm certos dias, ela fica triste… a sua luz apaga-se e o mundo fica cinzento. Fico quietinho e porto-me bem. Mãe NuvensEm certos dias, ela trabalha muito: não podemos inco-modá-la. Fecha-se no escritório a escrever, a fazer contas, a pensar… Mãe AborrecimentoEm certos dias, ela zanga-se: os seus olhos faiscam. A minha vontade é enfiar-me num buraquinho para que ninguém me veja Mãe TrovãoEm certos dias, ela é divertida, Cheia de risos e brincadeiras. Fazemos piqueniques, brincamos às escondidas e mascar-

amo-nos. Mãe SurpresaEm certos dias, ela é como um fura-cão, uma rajada de vento, vira tudo do avesso. Tem tantas coisas para fazer, que não consegue ficar quieta. Mãe Corrente de ArEm certos dias, ela é como um fura-cão, uma rajada de vento, vira tudo do avesso. Tem tantas coisas para fazer, que não consegue ficar quieta. Mãe Corrente de ArEm certos dias, ela é só música, canta e põe o rádio bem alto. Dançamos juntos na sala. A casa fica toda em festa. Mãe CançãoEm certos dias, ela está ausente.

Na escola, brinco com os meus amigos; em casa, fico abor-recido. Falta alguém em casa. Mãe SilêncioMas quando ela regressa, que alegria! Tenho tanto para lhe contar! Ela sorri para mim com ternura. Fica ainda mais bonita. Minha Mãe Querida”

Elen Lescoat, Mamã Maravilha

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notíciasdo 1.º CiClo

Matemática ao quadradoO concurso da Matemática ao quadrado foi organizado pela turma do 9.º E. O objectivo deste projecto era que todos os alunos começassem a gostar muito da Matemática. Por isso mesmo, todas as pessoas tiveram de tirar uma fotografia com coisas matemáticas. A minha fotografia tinha uma grande esfera.

Passados alguns dias, vi que tinha passado na 1.º ronda. Com a 1.º ronda feita, tive de esperar alguns dias para a res-posta final.

Os meus amigos estavam muito contentes, porque em tre-ze fotografias passaram onze da minha turma. Quando che-gou o dia da resposta final, estávamos todos muito nervosos.

Às 17:30m começou a gala. Primeiro disseram o nome dos meninos que não tinham ficado nos três primeiros lu-gares, e a seguir, disseram o nome dos meninos que tinham ficado no pódio. Primeiro disseram o 3.º lugar, que foi ga-nho pela minha colega Maria Inês. O 2.º lugar foi ganho por um menino do 8.º ano. O primeiro lugar foi ganho por mim, Diogo Lourenço. Quando soube que tinha ganho, foi uma grande alegria, para mim e para todos, porque ganharam duas pessoas da minha turma. Um agradecimento especial a todas as pessoas que me ajudaram.

Diogo Lourenço, 4.º C

Neste concurso, eu fiz um cubo mágico. A minha foto exem-plificava um cubo, que reflectido no espelho, formava dois cubos ou, noutro ponto de vista, formava um rectângulo. Eu tive esta ideia com a ajuda dos meus familiares. O meu pai montou o cenário e tirou a fotografia vencedora do 3.º lugar.Foi o 9.º E que organizou este campeonato, com a ajuda de alguns professores e é com muito orgulho que admiro o tra-balho feito.

O auditório tinha uma mesa para os professores se senta-rem e em cima do palco estava um ecrã, microfones e uma mesa.

Fizemos uma grande festa, com música e um dançarino particular, o nosso colega Francisco Frazão. Senti muita ale-gria e emoção, não só pelo prémio, mas sim pelo esforço, vontade, diversão e pela esperança de este ter sido apenas, o primeiro de muitos futuros.

Maria Inês Berardo – 4.º Ano C

Diz3Diz3 é a mais recente competição multidisciplinar para o 1.º Ciclo. O seu principal objectivo é testar os conhecimentos de cada aprendiz nas 3 grandes áreas disciplinares: Mate-mática, Português e Estudo do Meio. No dia 9 de Maio de 2011, das 9h às 13h, na Universidade de Aveiro teve lugar a primeira edição.

O nosso Colégio esteve presente com 12 equipas do 4ºano (2 alunos cada) e 4 equipas do 5º e 6ºano na competi-ção mais virada para a Matemática, MAISmat

A participação foi gratificante não só pela possibilidade de pôr à prova os conhecimentos adquiridos, mas também pelas actividades lúdicas que existiam para todos os partici-pantes. Se quiseres saber mais vai ao site do Pmate: http://pmate2.ua.pt/pmate/

António Nunes, Prof. 1º Ciclo e Elisabete Oliveira, Prof. 2º Ciclo

Visita de estudo à RTPNo dia 16 de maio, realizámos uma visita de estudo às instalações da Rádio e Televisão de Portugal, para percebermos melhor o que são e para que servem os meios de comunicação social. Desta visita, resultou a reportagem fotográfica que apresentamos de seguida:Estamos num estúdio! É igual aos que vemos na televisão, mas este serve para as pessoas que visitam o Museu da RTP serem “jornalistas por um dia”.E nós experimentámos! Dissemos os nossos nomes e cantámos uma canção. Entretanto estávamos a ser filmados e trouxemos o DVD para o Colégio.Também estivemos no estúdio da Antena 1. Este é um dos maiores estúdios de rádio, da RDP.

Turma do 2ºC

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notíciasdo 2.º CiClo

Noite do ContoDe noite, à hora combinada, fui para o Colégio. Estávamos todos muito entusiasmados. Ao passar pelo portão senti que a minha aventura acabara de começar. Chegámos ao gi-násio, que estava decorado com fitas, candeeiros e cadeiras. De repente, a professora apareceu disfarçada de princesa e leu-nos “O livro que só queria ser lido”. Foi o máximo!

Marta Portugal, 5ºAPara mim a Noite do Conto foi de entusiasmo e divertimen-to. O conto foi giro e os jogos relacionados com a história também. Acho que foi uma noite muito diferente das outras e, ainda por cima, passada no Colégio. Foi espectacular!

Carlota Figueiredo, 5º BA Noite do Conto foi única, pois o Colégio acolheu-nos de braços abertos. Adorei a história, mas também gostei bas-tante do momento em que cantámos e dormimos na nossa 2ª casa, o Colégio!

Carolina Cunha, 5ºCGostei da Noite do Conto, porque foi divertido passar a noite num sítio diferente. A parte que gostei mais foi quando al-guns meninos fizeram jogos e leram partes da história.

João Fonseca, 5ºDEstávamos ansiosos por entrar no ginásio e quando a pro-fessora abriu a porta, ficámos todos de boca aberta! Leram--nos um conto e fomos fazendo actividades muito diverti-das pelo meio. Eu adorei e acho que todos adoraram…

Leonor Catarino, 5ºE

Encontros de Formação do 5º AnoOs alunos do 5º ano realizaram o seu Encontro de Formação no Seminário Maior de São Paulo em Almada. Um espaço muito agradável, com uma vista muito bonita sobre o Tejo e sobre Lisboa onde cada uma das turmas teve a possibilidade de rezar, conviver, estreitar laços com os seus colegas e Directores de Turma e reflectir individualmente e em grupo sobre o Tema do ano “Lançar Pontes”.

Os alunos tiveram também a possibilidade de visitar o San-tuário do Cristo Rei e a Quinta Pedagógica que está integra-da no Seminário.

Segundo a avaliação dos alunos, foi uma experiência muito enriquecedora e muitos manifestaram a vontade de, ao jeito de Jesus, do padre Jean Gailhac, das Irmãs e de mui-tas outras pessoa, serem agentes da construção da unidade, indo ao encontro dos outros ultrapassando as barreiras que nos separam. Como recordação os alunos construíram uma ponte onde ficaram registados os valores indispensáveis para a construção da unidade: amor; esperança; saber; dig-

nidade; alegria; diálogo; paz; solidariedade; perdão, justiça; fé; tempo ...

Para saberes mais sobre os nossos Encontros de Formação consulta o testemunho dos Delegados no Blog da Pastoral.

http://pastoral.cscm-lx.pt/Armindo Rodrigues, Prof.

Oficina “Partitura pura e Dura” – Gulbenkian

No âmbito da disciplina de Educação Musical, os alunos do 5º ano participaram numa oficina que visa estimular o desenvolvimento da criatividade em crianças e jovens com recurso às novas tecnologias digitais.Esta oficina foi a primeira actividade inserida num novo projecto do Descobrir, o LabMóvel. Nela os alunos experimentaram novas técnicas de produção de sons, de diferentes combinações sonoras, tendo acabado a referida oficina com a execução de um conjunto de resultados sonoros criado pelos próprios alunos.

As plantas – Ciências da NaturezaAqui, no Colégio, há vida, uma grande diversidade de vida! Em qualquer canto conseguimos observar a grande diversi-dade de plantas que existe, desde as plantas da Irmã Olinda às plantas do Sr. Gonçalves.

Neste sentido, na disciplina de Ciências da Natureza, o mês de Maio foi inteiramente dedicado às plantas!

Os alunos do 5ºano realizaram uma aula no Jardim das Margaridas, um espaço que todos conhecem. Durante esta aula viram o Jardim numa outra perspectiva, podendo ob-servar muitas das características das plantas, estudadas nas

aulas de C.N. e recolhendo folhas (apenas as caídas no chão) para construir um herbário.

Foi ainda possível visitar a horta do Colégio, um espaço da responsabilidade do Sr. Gonçalves que colaborou nesta actividade, partilhando o seu vasto conhecimento sobre as plantas e o seu cultivo.

O jardim do Colégio tem tanta diversidade de plantas, que até foi possível recolher um trevo de quatro folhas! Que sorte!

Também os alunos do 6ºano puderam observar de perto a diversidade das plantas, durante uma visita de estudo ao Jardim Botânico de Lisboa. Esta visita foi guiada por mo-nitores do Jardim e permitiu conhecer e observar algumas características das plantas, nomeadamente a reprodução, as adaptações ao meio e a evolução e a utilidade das espécies vegetais. Alguns alunos puderam ainda, conhecer e provar um fruto diferente, vulgarmente conhecido como o fruto delicioso, da Monstera Deliciosa.

Estas actividades são provas de que a Ciência é um tema estimulante e deve ser trabalhado, sempre que possível, de forma a desafiar a curiosidade e a permitir a observação e a exploração do mundo que nos rodeia. Permitem ainda, trabalhar a educação ambiental, desenvolvendo nos alunos o sentido de responsabilidade, tornando-os cidadãos mais activos. É neste sentido que o Departamento de Ciências Ex-perimentais as desenvolve, em coordenação com o projecto Eco-Escolas.

Luísa Alves e Cidália Cristóvão, Profs.

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notíciasdo SeCundáRio

Conferência do Eurodeputado Dr. Carlos CoelhoO Colégio teve o prazer de receber, no passado dia 13 de Maio de 2011, o Dr. Carlos Coelho, para uma conferência subordinada ao tema: “ Os 25 anos da adesão de Portugal à União Europeia”.

Com um entusiasmo muito motivante para quem o ouviu, o Senhor Deputado começou por abordar esta temática optando pela análise de vários indicadores económicos, so-ciais e demográficos relativamente à evolução verificada em Portugal desde 1986- altura em que aderiu à UE- até à actu-alidade. A exposição terminou com resposta a uma questão que às vezes se coloca aos portugueses: “Terá valido a pena a integração europeia?” A opinião do Deputado Carlos Co-elho é que o balanço foi positivo, representando um claro desenvolvimento para Portugal e os custos de uma não-Europa teriam sido muito desvantajosos.

Após a sua apresentação, o Eurodeputado abriu espaço a uma debate, no qual os alunos participaram activamente,

colocando questões muito per-tinentes, oportunas e algumas previamente preparadas, no-meadamente sobre: “ Desafios que representam para a União Europeia os fluxos migratórios provenientes de países em de-senvolvimento ou em conflito”; “ As consequências dos futuros alargamentos, com o exemplo da Turquia”; “O que pode es-perar um jovem português, no contexto actual e relativamen-te às saídas profissionais”. Ou-tras questões foram abordadas com seriedade pelos nossos alunos em consciência da ac-tual situação económica que o nosso país atravessa.

Portugal, como forma de viabilizar a coesão, recebeu fundos comunitários, que em algumas áreas se revelaram produtivos mas noutras não tanto, espelhando alguma di-vergência relativamente aos Estados Membros mais desen-volvidos. Coloca-se a questão: “Porque são devolvidos fun-dos estruturais direccionados ao melhoramento do sector agrícola, no nosso país?”ou “Em que contexto é que Portugal tem uma elevada dependência alimentar?”

A quem imputar responsabilidades da situação económi-

ca actual? Neste momento pouco interessa falar no passa-do mas é sobretudo urgente que os nossos jovens tomem consciência do seu dever de cidadania europeia. Se os jo-vens franceses, alemães, italianos, intervêm na construção de uma Europa, também os jovens portugueses o podem e devem fazer. Este foi o apelo que o Eurodeputado Dr. Carlos Coelho fez aos nossos estudantes- a geração futura- capazes de promover uma mudança para melhor garantindo verda-deiramente um desenvolvimento sustentável.

Cristina Fonseca e Catarina Silva, Profs e Rodrigo Moreira, 11º C.

Conferência do Dr. Eduardo Ribeiro e CostaNo passado dia 25 de Maio, o Colégio teve o prazer de receber um antigo aluno, hoje Director do departamento de Recuperação de Crédito, da Caixa Central de Crédito Agrícola – o Dr. Eduardo Ribeiro e Costa.

A Conferência foi dirigida aos alunos de Economia A, do 10º e 11º anos que tiveram a oportunidade de ouvir falar este economista, sobre vários conteúdos leccionados nesta dis-ciplina. Lançou-se assim a ponte para a realidade profissio-nal de quem trabalha nesta área específica. Várias perguntas foram formuladas pelos alunos, tais como: • Como é que quem investe, sabe qual a melhor altura para investir?• Até que ponto o investimento influencia a Economia de um país?• É mais vantajoso um investimento público ou privado?• O que leva um Banco a pedir uma garantia do Estado para ter um financiamento?• Quais os departamentos que constituem um Banco?Estas e outras perguntas e respectivas respostas entusias-maram e satisfizeram a curiosidade dos nossos alunos, no âmbito destes temas, e prenderam-lhes a atenção durante os 90 minutos que durou o encontro.

Matemática sem limitesDurante o 1º semestre de 2011, a FCUL organizou uma série de palestras abertas sobre vários temas inseridos na Matemática com o objectivo de mostrar que esta pode ser aplicada nas mais diversas situações.

A primeira palestra a que assistimos tinha como orador o Professor Jorge Nuno Silva, do Departamento de Matemáti-ca da FCUL, e intitulava-se “O Princípio do Prazer”. Nesta pa-lestra discutiram-se a origem e evolução dos jogos matemá-ticos e das suas regras, bem como a optimização de jogadas e as aplicações desta mesma optimização em problemas da vida real. Foi focada também a importância que estes jogos têm como estimulantes de um raciocínio lógico e rápido, importantes para a resolução de problemas em muitas áre-as do conhecimento. Concluindo, foi transmitida a ideia de que, através do raciocínio de algo tão simples quanto um jogo matemático, é possível pegar nesse mesmo raciocínio e traduzi-lo a uma escala maior e encontrar soluções para problemas complexos nessa escala. É importante referir uma das ideias mais interessantes da palestra: a inserção de problemas complexos em jogos de computador online com muitos jogadores de forma à sua resolução, que tenderá a ser mais rápida e menos dispendiosa, pois uma pessoa esta-rá mais disponível para raciocinar se estiver a divertir-se ao mesmo tempo.

David Anastácio e João Ribeiro, 11ºB

Outra das palestras a que assistimos, “Como funciona o Google?” mostrou de que forma o nome deste ciclo de pa-lestras se aplica na perfeição, tendo o orador, o Professor João Filipe Queiró, transmitido a sua mensagem de forma clara e divertida sem quaisquer limites de entendimento e perceptível a todas as idades. A explicação do funciona-mento do motor de busca mundialmente conhecido foi fei-ta usando conhecimentos triviais como funções compostas, função co-seno e analisada de forma elementar, cativante e jovial. Tendo contado com a presença de alunos de outras escolas, o orador explicou de que forma a matemática era a base de toda a organização do Google, desde o tempo ne-cessário para o surgimento dos links até à organização dos mesmos. Através do uso de algum suporte informático de-monstrou também o lado enigmático do mesmo e de que forma a sua solidez é assegurada. Desta forma, foi possível entender que a matemática é a base do funcionamento do motor de busca.

Mariana Morais, 11ºB

Faça-se JustiçaO Colégio do Sagrado Coração de Maria associou-se ao projecto Faça-se Justiça promovido este ano pela primeira vez pela Fórum Estudante. O objectivo primordial deste programa foi promover uma acção de educação para a Justiça e para o Direito para os alunos do secundário, com uma vertente eminentemente prática.

Esta iniciativa teve o apoio de várias entidades e contou também com a participação de escolas de todo o país. Ade-riram ao projecto em Setembro de 2010, 81 escolas mas concluíram 60.

Procurou-se incutir nos alunos uma maior consciência cívica dando a conhecer os fundamentos essenciais da lei e da justiça aplicados a um caso prático específico escolhido pelos próprios alunos: Violência no namoro.

A exploração do caso permitiu também aprofundar questões éticas e sensibilizar os alunos para a identifica-ção de situações de violência e a necessidade de promover comportamentos saudáveis. Pudemos contar com a cola-boração da APAV que ajudou a identificar atitudes menos positivas, e deu a conhecer as formas de actuação a adoptar e as instituições de apoio à vítima.

A importância do papel do direito na sociedade e o modo de funcionamento dos tribunais foi sendo transmiti-da aos alunos ao longo de todo este processo e foi ponto de partida para o arranque deste projecto. Os encontros que se seguiram com a advogada tutora , Dra. Leonor Chastre da Abreu Advogados, permitiram criaram um maior envolvi-mento da turma. As questões mais relacionadas com o Direi-to Penal foram sendo elaboradas pelos alunos criando uma dinâmica de etapas construtivas das aprendizagens.

Na preparação efectiva do Julgamento os alunos toma-ram contacto pela primeira vez com uma vertente muito prática, tomando conhecimento das peças processuais e preparando a sessão  do  julgamento. Este foi sempre visto

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Fui aluna do Colégio Sagrado Coração de Maria entre os 11 e os 17 anos. Hoje tenho uma carreira consolidada como core-ógrafa e bailarina que comecei a delinear logo cedo nas aulas com a minha mãe, e professora do colégio, Luna Andermatt.

Em 1980, fui estudar para Londres, onde vivi quatro anos. Tirei o curso da Royal Academy of Dancing de Londres, fiz es-tágios em Inglaterra e nos E.U.A. , fui bailarina da Companhia de Dança de Lisboa e da Companhia Metros em Barcelona. Quando voltei a Portugal comecei a fazer trabalhos como coreógrafa, criei a minha própria companhia (1991) e realizei vários projectos em Cabo Verde, um país fascinante que aca-bou por ser fundamental na minha carreira que se caracteriza muito por este lado nómada, de viajante compulsiva  entre lugares entre pessoas e entre disciplinas.

Recuar 30 anos não é tarefa fácil mas vou tentar descrever--vos aquelas recordações que perduraram até hoje na minha memória. Não terei sido uma aluna fácil, o meu temperamen-to um pouco rebelde aliado a uma sensação de excesso de controlo, talvez por a minha mãe ser professora do colégio e a minha irmã mais velha aluna do quadro de honra, pode ter contribuído para ter ganho a fama de dinamizadora de diabruras.

Claro que as aulas de Ballet e ginástica eram as minhas preferidas mas também gostava das aulas de Religião e Mo-ral e de Português. Escrevia muito, adorava escrever e ler alto nas aulas. Também escrevia redacções para as minhas amigas. Recordo-me que a minha redacção sobre morrer e renascer foi escolhida para publicar no jornal da escola. Também andei no teatro e entrei em várias peças orientadas pelo professor e encenador Mário Pereira.

Tenho recordações muito vivas das instalações, dos pátios, jardins e hortas; do portão do Sr. Armindo, nosso alvo preferi-do para tentar negociar uma fugida da escola. Na altura o Sa-grado Coração de Maria era um colégio só de raparigas. Havia sempre muitos rapazes nas suas motas à espera das alunas no portão... Fiz muitas amizades. Tinha um grupo de amigas do qual faziam parte a Ana Góis, Maria João, Ana Castilho... Lembro-me de termos discussões secretas e apaixonadas so-bre a pedra filosofal.

Com o 25 de Abril mudou tudo, deixámos de usar unifor-me e ficou tudo muito mais flexível.

Recordo a Madre Visitação com grande admiração, senti-mento que é também partilhado pela minha mãe de quem era muito amiga. Era uma figura que inspirava respeito mas não diminuía mesmo assim a frequência com que eu era cha-mada ao seu gabinete...

Apesar desta rebeldia e dificuldades que causei às profes-soras fui sempre bem tratada e acarinhada. Já depois de ter saído do colégio, percebi que o lado da rebeldia não me dei-xou dar valor a uma série de coisas que mais tarde se vieram a revelar como pilares da minha personalidade quer como pessoa quer como profissional.

Hoje, tenho orgulho de dizer que fui aluna do Sagrado Co-ração de Maria.

Clara Andermatt

como o culminar do programa e criou enorme expectativa nos alunos. Sem dúvida, que assistimos a um desenvolvi-mento da capacidade de análise de um problema, argumen-tação e defesa de pontos de vista dos nossos alunos, que ao tomarem as suas posições no desempenho dos papéis que lhes couberam, vivenciaram in loco, como se produz a justiça.

No Tribunal foi produzida prova, debatida a matéria de facto apresentada, e ,depois de discutida a questão jurídi-ca, foi proferida uma decisão pelo Exmo Senhor Dr. Juiz Ivo Rosa, que alertou a turma no sentido da compreensão de como a lei se pode aplicar a casos específicos e como é difícil procurar a verdade e construir consensos. Mas, mais impor-tante que a decisão final, foram as aprendizagens realizadas ao longo deste ano lectivo que se espera venham a contri-buir para formar cidadãos com uma maior consciência cívica e uma melhor compreensão do Direito e do papel das leis numa sociedade democrática.Os nossos alunos compreenderam estas questões como fundamentais, na consolidação de uma sociedade mais de-mocrata e de uma coesão social fortalecida.

Catarina Silva; Olívia Afonso, Profs.

MARCA

Sagrado

FOTO INêS D’OREy

Como conclusão do programa “Faça-se Justiça”, considerámos oportuno entrevistar a nossa advogada-tutora, a Drª Leonor Chastre. A entrevista foi realizada por: Mariana Marques, Tomás Filipe e Margarida Paim, alunos do 12º ano turma C.

O que a motivou a participar no projecto “Faça-se Jus-tiça”?Senti que foi uma oportunidade de transmitir estes concei-tos a pessoas que não estão a trabalhar todos os dias com matérias como: O que é o Direito e Justiça, bem como a forma como são aplicáveis estes conceitos na realidade. Isto porque temos uma ideia sobre o funcionamento da Justiça que é fruto do que vemos nos filmes, na maior parte, séries americanas que têm um sistema judicial distinto do nosso, porque têm um juri. Este sistema de Direito é Anglo-saxóni-co enquanto o nosso sistema se baseia no sistema de Direito Francês que é mais escrito. O tempo em que este projecto é desenvolvido pareceu-me também oportuno, pois possibilita aos alunos pré-univer-sitários a oportunidade de se poderem identificar, ou não, com esta área profissional.Não sendo advogados, nem juízes, todos nós vivemos, num Estado de Direito e temos de nos submeter a ele. Há uma regulamentação que nós devemos conhecer, por exemplo: Os nossos direitos enquanto consumidores, enquanto pes-soas e até mesmo, normas do Direito Civil. O grande mérito deste projecto foi tornar estes conceitos de Direito e Justiça mais perceptíveis a pessoas que não tinham contacto com eles. E resultou!

Considera que os objectivos, estabelecidos para este programa, foram atingidos?Penso que se estabeleceu uma sinergia e um trabalho em equipa, muito positivos. Quer na fase preparatória do julga-mento, em que fomos muito mais além do que era suposto, pois abordámos temáticas como: O que é o processo penal? O que não aconteceu noutras escolas. Em termos do julga-mento, gostei muito, porque não correu bem, correu muito bem! Superaram o que eu achava que era exigível, porque estavam muito empenhados e fizeram com que o julgamen-to parecesse real. A dada altura, vi testemunhos, que gosta-va muitas vezes de ter em julgamentos reais, porque eram bem fundamentados. Isso mostra que todo o trabalho que se desenvolveu fez sentido, já que foi além da preparação que vos dei.

notíciasdo SeCundáRio

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Famílias em festa no SagradoCostuma haver um dia por ano em que as famílias “invadem” os pateos, as salas, os cantos e recantos do nosso Colégio. São pais, avós, amigos, primos, irmãos, antigos alunos que nos entram pelo portão adentro e instalam a alegria do reencontro.Desta vez, a festa alargou-se e durante dois dias (Sexta e Sábado), com um programa vasto onde para além das actuações das salas e turmas houve tempo e espaço para actividades para pais, desporto e um verdadeiro arraial popular. A Câmara do ONMultimédia passou por lá. Fica aqui o registo.Como diria Chico Buarque: “Foi bonita a festa, pá”.

FestadAS FAMíliAS 2011

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FestadAS FAMíliAS 2011

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Torneio Internacional RSCM – Paris 2011O Desporto é uma óptima forma de Lançar Pontes. Quantas vezes na emoção de um jogo, no espírito saudável de competição ou na interajuda de equipa se constroem e lançam tantas e tantas pontesO Marymount International School of Paris acolheu no passado mês de Maio o 6º Torneio Internacional das RSCM e o grupo do Sagrado partiu para a bela cidade da luz com muita vontade de bem representar as nossas cores e estabelecer novas pontes.Novos colegas e respectivas famílias, vitórias, derrotas, tudo valeu a pena em 5 dias cansativos mas que passaram rapidamente.Os nossos alunos desfrutaram bastante de mais uma experiência de internacionalidade que os torneios internacionais proporcionam. Os resultados foram bons, mas no final das contas esse será mesmo o aspecto que menos importa, e amanhã, se fosse preciso, partiríamos novamente!

Nuno Oliveira, Coord. Departamento Educação Física.

A nossa gente

Pontes que nos permitem ser melhoresPartindo do tema do ano lectivo que está a finalizar, pedimos a Francisco Sassetti, Encarregado de Educação do nosso colégio, pianista e professor de piano, que nos respondesse à pergunta que nos acompanhou durante este ano.

OLHARES: Que pontes podemos e devemos lançar como pessoas em constante mudança, como pais e encarregados de educação?

FRANCISCO SASSETTI: Antes de mais, e como ponto pré-vio, queria saudar o CSCM pelo tema do ano que me parece tão rico e oportuno no actual contexto sócio-económico e de crise civilizacional que atravessamos.

As alterações sucessivas do nosso estilo de vida (em es-pecial nos últimos 40 anos) e a aceleração decorrente do progresso tecnológico alteraram radicalmente os nossos valores e paradigmas bem como as instituições em que nos movemos mais assiduamente: a Família e o Trabalho para só referir talvez as mais importantes.

Assim, que pontes lançar?Para um crente, consciente da” interligação e interde-

pendência da humanidade e de toda a criação” todas as pontes que nos permitam tornarmo-nos melhores pessoas para nós e para os outros são legítimas e desejáveis.

De um ponto de vista mais pessoal gostava de referir a importância de ter um “terreno” sólido antes de construir

as pontes. Isto é: a nossa margem deve estar mi-nimamente consolidada, o que trocado por miú-dos significa que temos que estar bem connosco, aceitarmo-nos como so-mos e fazermos as coisas de que gostamos. Todos nós transportamos algu-mas cruzes desnecessa-riamente, ou conhecemos pessoas que o fazem, boicotando assim a nossa felicidade e a dos que nos rodeiam.

Como pai as minha principais preocupações são as de passar o máximo de tempo possível com os meus filhos (o Francisco e a Filipa), e o conversar com eles ouvindo, acei-tando e valorizando as suas emoções. O resto, a chamada “educação” (e não é pouco!), vem por acréscimo.

Como podemos ainda hoje e, com aquilo que já se sabe sobre a psicologia humana, desvalorizar as crianças, repri-mindo os seus medos, raivas e tristezas, enfim, as suas emo-ções mais profundas? Tudo aquilo que não é exteriorizado/conversado fica lá dentro e pode redundar num  processo de auto-culpabilização.

Como pai, portanto, o lançar pontes significa estar e falar verdadeiramente com eles. E, claro, BRINCAR e RIR muito!

Como Encarregado de Educação pertencente a uma comunidade escolar é-me exigido o acompanhamento do percurso escolar dos meus filhos, o seu bem-estar e desen-volvimento pessoal, o diálogo com os seus professores e a participação nas reuniões e actividades escolares que inclu-am os pais.

Este ano de 2011 incluiu ainda a minha participação como pianista no Festival da Canção realizado em Março a convite da professora Patrícia Carmo e da Direcção do Colé-gio, o que foi uma experiência bem divertida.

Devo referir, com alguma alegria, algumas atitudes mui-to positivas de altruísmo e sensibilidade para com o Outro da parte dos meus filhos que, sem qualquer favor, adquiri-ram por frequentar o Colégio.

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SAGRADO é Vice-Campeão noCampeonato Nacional de Voleibol – Infantis FemininosHá muito aguardada, a final do Campeonato Nacional de Voleibol em Infantis Femininos decorreu no fim de semana de 4, 5 e 6 de Junho. No Pavilhão da Universidade Lusófona, viveram-se momentos de grande emoção. Apresentaram--se na competição quatro equipas (ver quadro da classifica-ção) bem preparadas, que ofereceram a todos os presentes bons espectáculos. No pavilhão respirou-se uma atmosfera de entusiasmo, muita alegria e apoio a todas as equipas. A organização da final, a cargo do nosso colégio, foi digna da importância do acontecimento, sendo que professores, alu-nos e pais colaboraram, sem olhar a esforços, naquele que foi, para o Colégio Sagrado Coração de Maria de Lisboa, o acontecimento desportivo mais importante do ano.

No desporto, ganhar não é a única coisa importante, no entanto, quando se chega a uma final nacional, com tudo o que isso significa de trabalho, esforço, horas de treino e preparação afincada, tudo o que não seja uma vitória pare-ce ingrato aos olhos de quem competiu para chegar o mais

longe possível, nomeadamente quando aquelas de quem falamos são meninas de treze anos.

A verdade, contudo, é outra. Quem assistiu aos jogos nos três dias de dura competição viu uma equipa do nosso co-légio cheia de virtudes desportivas, com uma qualidade de jogo e maturidade competitiva acima da média para o esca-lão em que está inserida. Os gestos técnicos de uma moda-lidade difícil como o voleibol estão perfeitamente assimila-dos e são executados com grande qualidade – o serviço, o remate, o bloco, a defesa baixa fazem parte do vocabulário das nossas alunas.

Ao longo da competição, também se viu uma equipa bem organizada e disciplinada em que cada atleta sabe o que fazer e como se movimentar em campo. A juntar a tudo isto, a soli-dariedade que cada membro da equipa mostrou e o compor-tamento exemplar no aceitar da vitória e da derrota.

Tudo somado, o saldo é francamente positivo. A equipa de voleibol de infantis femininos é VICE-CAMPEÃ nacional. Foi este o excelente lugar que conseguiu nesta competição. Em tudo o resto, foram campeãs: na dedicação, na coragem, na aplicação, na boa imagem, no talento e no esforço.

Com treze anos apenas, todas têm muito tempo pela frente, muitos jogos para fazer e títulos para ganhar.

Parabéns às nossas campeãs: Matilde Saraiva; Catarina Anjos; Catarina Ferreira; Beatriz Rodrigues; Sofia Paulo; Bea-triz Durão; Mariana Gomes; Joana Marchante; Joana Morais; Rita Feio; Catarina Quintas e aos treinadores Fernando Alves e Joana Serranho.

Parabéns também à equipa vencedora, Colégio de Lame-go, que com mérito conseguiu a vitória na final four.

Catarina Carrilho, Coord.

Jogos Sets PontosPos. Cód. Equipa Pontos Vitórias Derrotas Vitórias Derrotas Rácio Ganhos Perdidos Rácio

1 COL Lamego 6 3 0 9 4 2.250 284 230 1.235

2 CCM Sagrado CM 5 2 1 8 5 1.600 275 227 1.211

3 GDG Gueifães 4 1 2 7 8 0.875 268 296 0.905

4 EGC Esmoriz 3 0 3 2 9 0.222 181 255 0.710

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Brevemente

Violence amongst young people

I must admit it took me a long time before I made up my mind about what to write. Everything seemed so superfluous or uninteresting. But then, something happened which totally grabbed my attention (and I am sure that, after you understand what I am talking about, you will agree with me when I say the same must have happened to many of you).I first heard about it on the news yesterday: “13-year-old girl brutally assaulted”. I was absolutely aghast when I saw the movie in which a girl was being beaten by two others while, at the same time, some boys simply watched, indifferent to what was happening and recording the moment that would afterwards be quickly spread on Facebook.It makes us think how different from other animals we are after all, we the mankind who is supposed to control their instincts and act rationally... No matter what the reason is, no one should ever act the way they did. What is more, nobody moved a muscle and the boys even encouraged such shocking behaviour. It made me not only revolted but also sick to witness the degrading state of society.It is also quite important to realize the great impact social networks have had on societies, how they have made possible what was scarcely likely to have happened some years ago. And I honestly wonder whether we still distinguish between what is socially acceptable and what´s insanity, if we are still aware of the limits.Well, I shall now finish my letter leaving you to think about this. By the way, for those who have them, good luck for the exams this year!

Marta Almeida Santos

Porta-viagens, um projecto inovador para o 5º ano

As nossas professoras de Língua Portuguesa, Ana Soares e Marta Branco, concretizaram este ano o projecto da elaboração de um manual de Língua Portuguesa para o 5º ano de escolaridade.O mesmo nasceu de um convite da Texto Editores e da muita vontade de criar um projecto inovador, apoiando os professores na árdua ta-refa de motivar os alunos em ano de transição entre ciclos (do 1º para o 2º) e de regime (os alunos passam de um regime de monodocência para um mundo de inúmeras disciplinas e novos professores). O manual intitula-se Porta-viagens e é exactamente em torno deste conceito da viagem que o mesmo se desenvolve. Este projecto inova-dor visa apresentar a alunos e professores uma experiência diversifi-cada na disciplina de Língua Portuguesa, com paragens obrigatórias nas diversas competência que a constituem.É caso para dizer “Parabéns!” e continuem o bom trabalho.

O Eco-escolas e suas etapasEstamos no fim de mais um Eco–Ano lectivo, repleto de actividades e iniciativas que enquadram o respeito pelo meio ambiente... É gratificante ver que no decorrer das actividades lectivas, já temos interiorizada esta preocupação, tanto nos alunos como nos professores... As nossas «pegadas» são a pouco e pouco, cada vez mais ecológicas...

• Foram instalados no Colégio painéis solares;• Os alunos do primeiro ciclo realizaram trabalhos no âmbito Escola da Energia;• Alunos do 5º ano desenvolveram trabalhos integrados no Projecto Mini-ONU;• No âmbito da Geração Depositrão, foram recolhidos 100kg de pequenos electrodomésticos e pilhas;• Cada vez mais são usados os nossos eco-pontos;no âmbito da participação no concurso «Biodiversidade na minha Cidade», alguns alunos do 7º ano foram vencedores do prémios com duas fotografias a serem integradas em ro-teiros da cidade, de Lisboa;• Recolhemos cápsulas Nespresso e juntámos mais de trin-ta kg que serão convertidos em arroz, entregues ao Banco Alimentar;• Como forma de assinalar o Dia da Terra, o Dia da Florestas e da Água, tivemos diversas exposições, como a do Ano Inter-nacional das Florestas - «Floresta não é só Paisagem»; Exposi-ção «Cantinho dos aromas», com diversas plantas aromáticas e com as suas características medicinais.

A 5 de Abril assinalou-se o Dia Eco-escolas, no qual tive-mos muitas actividade dirigidas a todos, como a habitual Feira de Produtos Biológicos, maçãs biológicas ao almoço, Jogo LX Game para os Eco-delegados do 3º ciclo, Jogos so-bre Ambiente para 2º ciclo, projecção do filme «Terra 2100» para os alunos do 3º ciclo que se prolongou ao longo da se-mana, distribuição de panfletos com as «10 medidas de pro-

tecção do ambiente», palestra sobre «Bons hábitos alimenta-res - Produtos biológicos» para os alunos do 8º ano e projecção de spots sobre a sensibilização para a separação de resíduos.

Para os professores foi realizada uma pequena mostra de Comida Vegetariana, confeccionada por vários professores para uma degustação mais ecológica.

No âmbito de respeito pelo meio ambiente, queremos todos que a nossa presença neste planeta seja pouco pe-nalizadora para as gerações vindouras. Nesta perspectiva, a nossa Pegada Ecológica (quantidade de recursos da natureza necessários para vivermos com qualidade, bem como os ne-cessários para degradar os nossos desperdícios) deve ser tão reduzida quanto possível.

Existem estudos que afirmam que se fizermos uma ali-mentação mais rica em vegetais e frutas e mais pobre em alimentos de origem animal, diminuímos a nossa Pegada Ecológica e corremos menor risco de doenças cardiovascu-lares. Este é um caminho que devemos procurar seguir...

Estamos também a preparar algumas actividades que assinalam o encerramento do ano lectivo, com a realização do último conselho Eco-Escolas e elaboração do relatório de Final de Ano e nova Auditoria Ambiental.

Agradecemos a todos quantos se envolveram directa e indirectamente nas actividades propostas: À Direcção Peda-gógica pela abertura, à administração pela disponibilidade, aos funcionários não docentes pela colaboração e aos pro-fessores pela vontade e criatividade, em especial a todos os que pertencem ao conselho Eco-escolas e aos 55 Eco-Dele-gados dos 2º e 3º ciclos pelo empenho.

Ser Eco é uma forma de respeitar a natureza e de a viver... Quem se habitua a ser Amigo do Ambiente não consegue deixar ter uma postura ecológica...

Obrigada a todos!Esperemos que o sucesso do trabalho desenvolvido, por

estas e tantas outras iniciativas, resulte em mais um Galar-dão Bandeira Verde Eco-Escolas... Até Setembro!

Saudações ecológicas!Elisabete Santos, Prof. Coordenadora Projecto

Eco-escolas

ecologiCAMenTe

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Ler... escrever... eis a questãoQuem não gosta de ler? E de escrever? Não ficaremos à es-pera de resposta, pois tivemos connosco o David Machado, no dia cinco de Maio, que veio apresentar a sua obra, numa sessão tão viva e motivadora, capaz de desafiar muitos de nós para o prazer de ler e de escrever.

Focando o seu percurso de escritor, acentuou a magia que para si representava a criatividade, o muito imaginar. Recuando à sua infância, sublinhou a importância das histó-rias ouvidas ao deitar e, depois, as suas tentativas de criar as suas próprias histórias, que construía no seu imaginário in-fantil, dia após dia. Até que decidiu passar ao papel. Amon-toar apontamentos, ideias, registos, que, mais tarde, ganha-riam forma, até esse ponto decisivo em que aquilo que se escreve ganha direitos de aparecer publicamente.

Um escritor é como um super-herói, afirma David Macha-do. Um escritor tem um poder muito especial: o de conduzir o seu leitor a universos inesperados e fascinantes. Como um super-herói, é capaz de criar mundos, personagens, enre-dos, desfechos, acompanhado de uma multidão de leitores.

Assim, a magia da leitura e da escrita é o desafio que nos fica. LER…LER…LER…Enriquecer o nosso espírito com ou-tras experiências de vida, outros saberes, outras “viagens”. E, pelo enriquecimento que a leitura proporciona, passamos a saber escrever melhor. E – quem sabe ?- a escrever também como o David, as nossas obras-primas.

Como o David foi aluno do Colégio, muito mais nos hon-ram os seus sucessos.

Parabéns, David! Aprendemos muito contigo.Filipa Botto, Prof.

Feira do Livro do SagradoEm Maio, no âmbito da realização da Feira do Livro, tiveram lugar duas interessantes actividades destinadas aos alunos do 2º ciclo, 3º ciclo e Secundário. Contámos com a presença de David Machado, escritor e antigo aluno do nosso colégio, cuja actividade se dirigiu aos alunos mais novos. Jorge Serafim, contador de estórias, foi o convidado para os mais velhos.

Contos de SerafimEsta história começa assim: Serafim começou a falar. Contou um conto sobre um Califa, sobre a Tia Miséria, sobre um Ho-mem Sem Sorte e sobre um Árabe Pobre...

Contou contos sérios e contos menos sérios, contos com moral e sem moral, contos curtos, longos, ingleses, árabes, portugueses, asiáticos, mirabolantes, realísticos, interessan-tes, cativantes, fantásticos, impossíveis... enfim! Toda uma mistura elegante e bem estruturada de contos que deixa-ram os alunos e professores que assistiram com um sorriso na cara e, na maior parte das vezes, a rir desalmadamente.

Para fazer interlúdios a estes contos, utilizou críticas sociais que mais ninguém se lembraria de fazer. Salientou cúmulos de coisas simples do dia-a-dia, como usar um tele-móvel ou ir às compras no Pingo Doce. Falou sobre anúncios de televisão, sobre pasta de dentes e até sobre fiambre da perna extra. Por outras palavras, temas muito originais.

Na minha opinião pessoal, penso que Jorge Serafim fez uma óptima gestão do tempo, nomeadamente das alturas em que devia contar um certo e determinado tipo de conto ou que devia fazer uma pausa, com uma das suas hilarian-tes críticas sociais. Também foi extremamente expressivo, fazendo com que fosse quase impossível perder a concen-tração no conto. Quase parecia que o estávamos a viver.

Esta história acaba assim: os espectadores presentes não se sentiram arrependidos pelo tempo dispendido!

Mariana Silvestre, 9ºA

Notícias do CentenárioSuplemento especial da Revista olhares

Por ocasião da Semana das Artes, os alunos do 8º ano dramatizaram 5 momentos alusivos ao Centenário da República Portuguesa. Pág. 36

Comemorar o Centenário da República através da craiação de “bandeiras ecológicas” feitas com material reciclado foi uma das muitas actividades levadas a cabo pelo primeiro ciclo. Pág. 34

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Na semana correspondente ao Centenário da República, em Outubro do ano transacto, o Departamento de Ciências Sociais e Humanas dinamizou uma exposição comemorativa do respectivo Centenário, na qual procurou apresentar as principais fases de Implantação da República Portuguesa. A exposição desenvolveu-se em torno de duas grandes faixas, uma com as cores da monarquia, na qual estavam sintetizadas as causas que conduziram à queda do regime monárquico, e outra com as cores da república, onde estavam apresentadas as consequências e principais alterações desta revolução. Entre as duas faixas, no écran de televisão, foi visualizada uma apresentação em powerpoint explicativa da própria revolução.Com o objectivo de envolver toda a comunidade educativa na comemoração deste evento, foi, ainda, cantado o hino, na manhã de dia 6 de Outubro, pelos alunos do 5º ano, que se vestiram a rigor com as cores da República, inaugurando, assim, um vasto ciclo de comemorações que se desenvolveram ao longo de todo o ano.

Marília Santos (Professora de História e Geografia de Portugal)

O projecto À descoberta de Lisboa foi muito giroA primeira coisa que vimos foi a Praça do Pelourinho, que agora é a Praça do Município, onde foi a implantação da República.No autocarro [os alunos do 11º ano] explicaram-nos a vida de uma criança no tempo da República. As crianças naque-le tempo chegavam à escola, despiam o casaco, entravam na sala, cumprimentavam o professor ou a professora e co-meçavam a trabalhar. No fim das aulas despediam-se já com as coisas arrumadas e rapidamente se iam embora pois es-tavam à espera deles. Os jogos dos rapazes eram os berlin-des e os piões e os das meninas eram o das 5 pedrinhas e saltar à corda.

Leonor Sequeira, 3º C

no dia 1 de Junho de 2011 fomos fazer uma visita de estudo À descoberta de Lisboa.Primeiro, começámos por ouvir como era a vida das crianças no tempo da República. Todos os dias as crianças iam para a escola e trabalhavam até à tarde, como nós. Mas, depois, na hora de ir embora iam jogar à bola e saltar à corda até os pais os chamarem para casa onde toda, toda, mas mesmo toda a gente, trabalhava.Naquele tempo as refeições estavam “todas trocadas”: o al-moço era de manhã; o jantar a meio do dia; e a ceia por volta das oito horas da noite. Depois desta explicação, passámos pela Praça do Município que na monarquia se chamava Pra-ça do Pelourinho. Foi na varanda dessa praça que foi derru-bada a monarquia e proclamada a República.Depois, parámos no Miradouro de S. Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, ao pé do elevador da Glória, onde havia uma bela vista para o Castelo de S. Jorge e para o rio Tejo.De seguida fomos à Basílica da Estrela, onde vimos um belo presépio. A seguir, fomos a Belém onde vimos o museu dos Coches, o museu da Presidência da República e os famosos pastéis de Belém. Também passámos pelos Jerónimos e pela Torre de Belém. Foi uma boa visita.

Gonçalo Reis, 3º C

Centenário da RepúblicaAssociando-se às comemorações do Centenário da Implantação da República, o Departamento de Ciências Sociais e Humanas, no contexto das suas actividades anuais, levou a cabo um conjunto diversificado de intervenções, tendo como objectivo a Comunidade Educativa nas suas múltiplas vertentes. Todas elas foram programadas em conjunto, sendo envolvidas, implícita ou explicitamente todas as disciplinas que integram o Departamento.

Assim, e para começar, no átrio do Pavilhão I assinalou-se a efeméride, no dia 6 de Outubro, com uma pequena exposição evocativa, e um Power Point explicativo. No intervalo cantou-se o Hino Nacional.

Depois, foram-se realizando as várias actividades programadas: aos Encarregados de Educação, Alunos, Professores foi proposta, como motivação para a actividade de encerramento, uma conferência sobre Memórias Familiares e República, orientada pela Doutora Maria de Lurdes Rosa, de grande interesse, mas que teve pouca adesão; com os alunos foi realizado, com êxito, um dinâmico programa de interdisciplinaridade e de conferências, que envolveu muitas turmas, do jardim de Infância ao 12º ano, tendo sido convidados como oradores a Doutora Laurinda Alves e o Doutor Leite Campos; para professores e funcionários foram realizadas duas visitas guiadas pelos professores do Departamento, uma ao Palácio da Pena , como testemunho do fim da Monarquia, e outra à Casa Museu Anastácio Gonçalves, insigne republicano, as quais, embora muito interessantes e significativas, tiveram muito fraca adesão.

Para terminar, foi levada a efeito, com a colaboração de todo o Departamento, uma exposição sobre a Importância das Memórias Familiares para a História, só com contribuições de encarregados de educação, alunos e professores. Foi gratificante verificar que, finalmente, houve alguma resposta ao nosso pedido de colaboração, e podemos dizer que despertou muito interesse entre todos os que participaram, no dia 27 de Maio, na Festa das Famílias.

Como Coordenadora do Departamento de Ciências Sociais e Humanas reconheço neste conjunto de actividades, um trabalho de grupo, programado e levado a efeito com a colaboração e o empenho de todos os professores que o integram. De acordo com o nosso Ideário e mais concretamente o tema do ano – Lançar Pontes – a formação integral dos alunos só se consegue com a colaboração de todos os elementos da Comunidade Educativa, o que inclui também a reflexão sobre os momentos importantes da nossa vida colectiva, assim como a sua comemoração.

Maria Luísa Serrano, Coordenadora do DCSH

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2º ciclo No 1º Período deste ano, foi-nos pedido, em Área de Projecto, que fizéssemos um trabalho relacionado com o Centenário da República. Foram-nos apresentados vários temas, mas de todos os que podíamos escolher, aquele que nos despertou a curiosidade foi a Revolução do 5 de Outubro de 1910.

Ainda não tínhamos dado esta matéria, portanto, este as-sunto era-nos familiar apenas de ouvido. Sabíamos o que ti-nha acontecido, mas faltava entender.

Enquanto desenvolvíamos este trabalho, descobrimos vá-rias coisas. Já sabíamos o que era o Regicídio. Já sabíamos o quão descontente estava a população. Já sabíamos que nes-ta altura podia-se “cheirar a revolução que estava para vir”, nas palavras da nossa professora de História. Mas o que era essa revolução?

Pois é, descobrimos que esta revolução não era apenas “mais uma”, porque foi a mesma que iniciou a I República, que apesar de ter durado apenas 16 anos, foi um grande impacto para os portugueses, pois fez a “transição” da Monarquia para a República.

Terminados os estudos sobre o que acontecera verdadeira-mente, a maquete ia sendo desenvolvida. A verdade (modés-tia à parte) é que até estava a ficar bem gira, e mais importan-te que tudo: realista.

E as aulas foram passando, e sem darmos conta, a maque-te estava terminada, a apresentação ensaiada e o powerpoint preparado. Estava tudo a postos. Durante o trabalho falámos sobre vários assuntos que achámos que seriam do interesse da turma: fizemos uma espécie de B.I do Rei D. Carlos, pois achá-mos que era importante saber o que tinha acontecido ao rei e como tinha sido o seu reinado. Falámos também sobre outra personagem, que era desconhecida de todo o grupo: Macha-do dos Santos. Para quem não sabe, Machado dos Santos foi um conspirador anti-monárquico que teve um papel determi-nante nesta Revolução. Além das personagens que marcaram esta Revolução, utilizámos também textos do nosso livro, que retratavam muito bem este acontecimento.

Carolina Costa (6ºB)

No âmbito das Comemorações do Centenário da República as turmas do 1º ciclo elaboraram bandeiras de Portugal, revelando criatividade, assim como respeito pelo ambiente. Esta actividade foi realizada em conjunto com as professoras de Expressão Plástica. As bandeiras foram apresentadas numa exposição que contou também com fotografias e textos realizados pelos alunos do 3º e 4º anos a propósito da Visita de Estudo ao Museu da Presidência. Os alunos do 1ºciclo, vestidos com as cores da bandeira, reuniram-se no campo de jogos para cantar o Hino de Portugal.

1º cicloDois meninos do 7º ano vieram à nossa aula fazer uma apre-sentação sobre a I Guerra Mundial.na apresentação disseram que a i guerra Mundial começou em 1914 e acabou em 1918. disseram que os portugueses tinham feito uma aliança com a inglaterra, e que tinham enviado tropas para combater na Flandres.Durante o período da guerra morreram muitas pessoas de todos os países envolvidos.A I Guerra Mundial também ficou a ser conhecida como a guerra das trincheiras porque durante muito tempo os sol-dados não conseguiam sair de lá.No final da apresentação os alunos fizeram perguntas. Gos-tei muito de ver a apresentação; foi muito interessante.

Pedro Pires Lalanda Vieira, 3ºC

Quem veio apresentar a 1ª Guerra Mundial foram dois me-ninos e um professor. Um chamado João e outro Gonçalo. Achei a apresentação gira e divertida. Gostei muito e fiquei a saber um bocadinho mais sobre a 1ª Guerra Mundial. Eles falaram-nos de várias coisas sobre a 1ª guerra Mundial.- Quando é que começou.- Quem é que lutava.- Com quem.- Quando é que acabou...No fim vimos um filme muito interessante sobre a 1ª Guer-ra Mundial. Também nos fizeram algumas perguntas sobre o que tinham apresentado.

Mafalda Alves da Silva – 3º C

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ÁREA DE PROJECTO 7º e 8º ANOSEste ano o nosso país comemora o Centenário da Re-pública. Por este motivo foi-nos proposto que reali-zássemos, no âmbito da Área de Projecto, um traba-lho sobre este tema, com a finalidade de ser apresen-tado aos colegas do 1º Ciclo. Por isso, cada grupo teve como preocupação fundamental não só o rigor cientí-fico, mas também a simplicidade, criatividade e origi-nalidades das apresentações.Os temas desenvolvidos foram: as causas do fim da monarquia, o regicídio, a revolução de 5 de Outubro e a I Guerra Mundial.Todos nós aderimos com grande entusiasmo ao tema proposto e disputámos, entre nós, qual o trabalho que superava as expectativas. Foi muito divertido e sobre-tudo muito enriquecedor.

Maria Vitorino, Maria Teresa Assunção e Maria Catarina Ferreira (7ºA)

Por ocasião da Semana das Artes, os alunos do 8º ano dramatizaram 5 momentos alusivos ao Centenário da República Portuguesa. De segunda a sexta feira, a comunidade escolar teve oportunidade de testemunhar o talento dos nossos alunos num trabalho que se revelou demonstrativo do grande rigor artístico e empenho que as turmas do 8º ano tiveram em relação aos projectos criativos em que participam.Do programa da disciplina de Expressão Dramática faz par-te uma apresentação dos trabalhos que os alunos desenvol-vem ao longo do ano lectivo. Assim, e a partir de uma pes-quisa exaustiva acerca dos objectos, vestuário e locais im-portantes no processo de implantação da República, os alu-nos transpuseram a realidade dessa época para os espaços do colégio e, com vários elementos cenográficos, recriaram os passos que os primeiros republicanos deram no 5 de Ou-tubro de 1910. Desde a morte de D. Luís, passando pelo regi-cídio, até à implantação da República, as cinco turmas do 8º ano apresentaram com sucesso no espaço exterior do colé-gio e contaram com a presença de muitos encarregados de educação, funcionários, professores e alunos que assistiram com muito entusiasmo às dramatizações.

Vítor Oliveira, Professor de Expressão Dramática

A visita do 6ºC aos pequeninos da sala VioletaNo passado dia 13 de Janeiro, o 6ºC foi apresentar, aos mais pequenos, os trabalhos realizados no 1º Período. No nosso caso fomos à sala violeta. Foi muito enriquecedor. Os alunos da sala violeta aprenderam muito sobre a República e nós aprendemos como os pequeninos gostam de fantoches, de teatros, de puzzles… etc. No final deste dia, só se ouvia a turma do 6ºC a dizer que se pudéssemos repetir isto, o iríamos fazer com muito gosto. (Para verem algumas fotos, vão à galeria de fotos)!

 Marta Gagean Duarte Ribeiro (6ºC)

3º ciclo

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Esta exposição estava muito realista e retrata bem a época. É importante verificar e sublinhar a correspondência visto que ainda não existiam e-mails e telemóveis que usamos no nosso dia-a-dia. Podemos ainda verificar que após o golpe que deu origem à República, criaram-se postais e selos com os heróis dessa época, entre eles Buíça e Teófilo Braga. Na escola havia aulas extremamente diferentes, como a aula de culinária e bordados, para além de castigos muito mais severos e penosos como a famosa palmatória.

Francisco Cruz, 7º C

Esta exposição está muito engraçada, gostei muito de a ver, pois aprendemos um pouco mais sobre a 1ª República.

Cristina Rio, 6º C

Gostei muito da exposição, é muito divertido �reviver� estes tempos.

Mafalda Silva, 6º B

Gostei imenso e dou os meus parabéns pelo esforço e todo o trabalho que reflecte!

Mª de Lurdes Rosa, mãe da Maria do Carmo Rosa Osório, 3º C

Gostei imenso da exposição, devemos dar valor a iniciativas novas. Dar valor à História é um bem que devemos preservar.

Rita Encarnação Gomes, mãe da Joana Encarnação Gomes, 6º C

OlharesNúMERO 27 | ANO 9 | PROPRIEDADE: COLÉGIO DO SAGRADO CORAçÃO DE MARIA DE LISBOA | AV. MANUEL DA MAIA, Nº 2, 1000 – 201 LISBOA | TEL. 21 8477575 | FAX. 21 8476435 | DIRECçÃO: MARGARIDA MARRUCHO MOTA AMADOR | COORDENAçÃO: CATARINA CARRILHO E LUíS PEDRO DE SOUSA | APOIO GRÁFICO: FERNANDO COELHO | IMPRESSÃO: CLIO, ARTES GRÁFICAS | TIRAGEM: 1330 EXEMPLARES | DISTRIBUIçÃO: GRATUITA À COMUNIDADE EDUCATIVA

SecundárioDia da FilosofiaEste ano lectivo comemorámos o Dia Internacional da Filosofia no dia 18 de Novembro. As professoras de Filosofia associaram-se às celebrações do Centenário da República convidando a jornalista e escritora laurinda Alves para vir ao Colégio falar aos alunos do 10º ano sobre o tema Política e Cidadania.Laurinda Alves partilhou muita da sua experiência pessoal e profissional, envolvendo os alunos neste tema tão actual. A jornalista sublinhou a importância da participação activa dos jovens enquanto membros da sociedade e incentivou-os a ser actores políticos responsáveis.

As Professoras de Filosofia

Conferência sobre a importância do Direito de Voto. No âmbito das comemorações do centenário da República levadas a cabo pelo Departamento de Ciências Sociais e Humanas do Colégio do Sagrado Coração de Maria, convidámos o Dr. Leite de Campos para nos falar sobre a importância do direito de voto.Nesta conferência dirigida aos alunos do secundário, o tema inicial foi a distinção entre o direito e o dever de voto. O Dr. Leite de Campos referiu-se ao processo da conquis-ta deste direito salientando que só após revoluções liberais surge o conceito de cidadão e o direito de voto se generali-za, tornando-se universal. Em Portugal após a implantação da República em 1910, mantiveram-se grupos de interesse que condicionaram a vontade do povo e o voto das mulheres continuou a não

ser possível. A capacidade eleitoral foi reconhecida aos por-tugueses maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou que fossem chefes de família. Deste modo, a médica Ca-rolina Beatriz Ângelo, invocando a sua qualidade de chefe de família, uma vez que era viúva e mãe, conseguiu que um tribunal lhe reconhecesse o direito a votar com base no sen-tido plural da expressão “cidadãos portugueses”. Como con-sequência do seu acto a lei foi alterada no ano seguinte com a especificação de que apenas os chefes de família do sexo masculino poderiam votar.Com a implantação do Estado Novo há um estreitamento político e a instituição do partido único, que deixa sem po-der a oposição. Só com o 25 de Abril o direito de voto é ge-neralizado.Por fim, o Dr. Diogo de Campos referiu-se à actualidade, des-tacando a questão do aumento da abstenção tanto em Por-tugal como no resto da Europa e EUA. Lembrou que a obtenção do direito de voto foi longa e difí-cil, tendo exigido sacrifícios por parte de muitos, nomeada-mente de todos os que lutaram pela liberdade de expressão.

João Neves e Margarida Morais 12 C

No âmbito das comemorações do Centenário da Implantação da República, o Departamento de Ciências Sociais e Humanas organizou uma conferência subordinada ao tema: “Memórias Familiares e História”, cuja oradora foi a Professora Doutora Maria de Lurdes Rosa, doutorada em História Medieval pela FCSH-UNL- Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de LisboaOs objectivos consistiram em motivar os alunos e suas famí-lias para a importância da conservação de arquivos familia-res, através do destaque das memórias recentes, sobretudo relacionadas com o fim da Monarquia e da I República, em Portugal (1890-1926). A Professora Doutora Maria de Lurdes Rosa salientou a facilidade com que podemos guardar ob-jectos, que fazem ou fizeram parte da vida de cada um, por exemplo, numa “caixa de memória”. Ainda neste contexto, serviu também esta conferência para informar acerca da ex-posição promovida pelo Departamento de Ciências Sociais e Humanas, realizada na semana de 25 a 29 de Maio, com-posta por fotografias de peças familiares enviadas pelos En-carregados de Educação, relativas ao período já referido. Quem esteve presente decerto adquiriu uma nova forma de olhar todas as recordações que guarda em casa.

Catarina Silva, professora de Economia

Memóriasfamiliares

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