anno xii sexta-feira 18 de maio de 1877 numero...

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ANNO XII SEXTA-FEIRA 18 DE MAIO DE 1877 NUMERO 56 ¦^"**"" aI——H•*""*"————i—««.^. M. -'¦¦!L_.,.„,..„B_. . _.,.,._. REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO S*-ie Rua Nova Ao Ouvxâo» 2 «--16 PUBLICA-SE AS QUARTAS, SEXTAS E DOMINGOS Guardamos os dias santificados. PREÇO DA ASSIGNATÜRA ADIANTADA Po» aano. •ÍS#000|Pg* semestre 8*000 Dum luoem habetis, credite in lucem. (S. JoXo, oap. 12, v. 36.) Clama itaque, clama, ne cesses. (Carta da Pio IX á redacção do Apóstolo.) 3 ' . i i i íi ~y*aK»t&*c*X3+L* O APÓSTOLO Rio, 18 de Maio de 1877. Como «c discute entre nó» Pareceria incrível, se não fosse facto verifi- cado todos os dias, a divergência da imprensa diária entre nós e essa pretenciosa preponde- rancia que o mais forte pretende exercer sobre o mais fraco. Ha, para assim dizer, uma propensão para desvirtuar as opiniões que lhe não convém, sem que haja discussão prévia, no intuito de illudir o povo. Systema talvez commodo para os que não militam na imprensa senão pelo interesse par- tidario, mas qne certamente não corresponde ao fim da mesma imprensa, que é dirigir com verdade a opinião publica, que se hoje vive desvairada, deve-o à pouca sinceridade de seus directores. Estamos isolados, e isto nos honra muito, porque dessa confusão de idéas e de princípios contradictorios, que constituem o poder do nosso mundo sábio, não desejamos fazer parte. Tratamos, ba dias, de um attentado alta- mente criminoso, em o qual teve parte um órgão da justiça publica; attentado que se commelteu para occultar a violação de uraa menor, que bem longe de ser protegida, foi pelo contrario induzida a illegalmente tomar parte n'um eontralo de casamento nullo de pleno direito; pois bem a imprensa emmude- ceu e nem ao menos procurou defender a mora- lidade da familia offendida. Bem longe disto um dos collegas conten- tou-«e com o dizer na sua Revista, que o Apóstolo tratava de assúmpto discutido I Por quem foi discutido esse assúmpto? ¦ «> E' o que desejamos que se nos responda. Temos plena certeza de que ninguém o fará, porque esse fado trazido á publicidade pelo Correio de Cantagallo, foi por nós analy- sado, e logo apresentado á consideração do illustrado Sr. Ministro da justiça; mas sobre o que dissemos, nem uma palavra mais arti- culou o Correio de Cantagallo. E chama-se a isto discutir! Entretanto o crime continua impune o os •" seus autores zombam das autoridades e talvez, quem sabe? premeditam idênticos, com o fim de fazerem pressão no espirito do governo e leval-o a propor o casamento civil, visto tor o Sr. Ministro do Império declarado na câmara dós Srs. deputados, que o governo uão recua- fia apresental-o, se a exigência publica o reclatuasse. Que ha uma trama planeada para fazer pres- são sobre o governo, é hoje negocio averi- ' guado. ' Não tratamos dos liberaes adiantados, por- qne estes tem inscriptàs na sua bandeira as reformas radicaes qne reputam indispensa- veis p"ara o bem de seu partido, para fallar- mos dós conservadores qiíe são também arau- FOLHETIM DO APÓSTOLO ííí.í O CURA DE ALDEIA POR 0. HENRIQUE PEREZ ESCRICH ..-:, ,'Úho ,s-íí)'.i ('ISliJN^V. '>:¦¦'. .UiNvi VOLUME SEGUNDO i„h'úh¦- :,a.il os t.a.i CAPITULO XLl O REBANHO SEM PASTOU Que se passa m aldeia do Carrascal do Bispo ? Porque, não sendo dia santifleado. deixamos lavp- dores trabalhar 1 Quem agita e oommov», quem •utrlstéce cs antes alegres semblantes daquelle í»u- nhadode creaturast Porqne váo e,vêra, sobeníe descem o monte, f»llára era voz baixa, deliheram, discutem, com. nálòrns homens, chorara e exbalàm cernidos as mulheres, ao pas.su que os rapazes sn es-, carranchain sobre os ramos das arvores e trepem fis mais «lias rochas da serra, olhando aitentauiehte para o caminho que conduz a Salamanca? .[ , . Porque"é'qne Robrenho, o alegre militar, se acha crave e taciturno sentado n'am dos degráós de pe- dra que servem de, peanha á cruz da ermida,.com S yjsta no chão, retorcendo os cnrápridos.é povoa- aos bigodes koinnma distracção imprópria, do seu caracter? Porque é que Maria, a joven promettida, o anjo aldeia, chora amargamente junto |do «lamo qne se ergue no1 ontro exiremo da ponie, <rodead» de algumas donzellas, quo, emquanto lho' dirigem palavras de consolação, se esquecem de que Õ8'setis olhos também estão cheios de lagrimas? Que fazem aquelles homens estendidos, quasi que em cordão, desde o valle até ao mnnte, desde o monto até ao caminho? Para onde. olham? A quem esjie- ! rara ? Qne succede na aldeia, que assim se-agitara e çomrooveui os seus habitantes. Succede que ha dous dias está ausente da aldeia o cura de almas, e o cura de almas não regressa, e os pobres dos camponezes não podem conformar-se com' a1 perda do seu parocho, porque,/) seu parodio '. velava á cabeceira dos seus leitos nos momentos de dor, pontue o caridoso sacerdote .dividia com elles ó seu pao. porone chorava com elles, oonso- lava-os nas suas horas de afflicçãó; o semeava a unz no seio dris sens lares ea fe nos seus ooraçqéS; •porque era, finalmente, a Providencia humana quw Deus tinha collocado eatrê elles, Por isso, ao saber tos de certos principios radicaes como os que vem no discurso do Sr. deputado Tau- nay. S. Ex. talvez não tenha ainda advertido que a unidade politica e a integridade do Brazil são,resultado de sua unidade religiosa ; ver- dade esta que está ao alcance de todas as intelligericias e dos homens bem intencio- nados-. os sectários de Ganganelli podem, cóm elle, desejar a liberdade religiosa, porque nella vêm a divisão do império e com essa divisão esperam lucrar. Querem dividir para melhor impor nessas milhares de fracções, a que ficara reduzido este vasto império, creado para uma grande nação, se o seu território se conservar intacto, e seus habitantes tiverem juizo. Oxalá, pois, que a imprensa se compenetre da sua missão e em lugar de desvairar a opinião, procure dirigil-a, discutindo as ques- toes, que a cada momento se levantam, mas com verdade e com justiça. E' esta a missão da imprensa e não advo- gar interesses próprios, partidários e quasi sempre inconfessáveis. •¦ SECÇÃO RELIGIOSA A água benta no século XIX POR MONSENHOR GAUME Carta primeira. * Pariz, 2a de Setembro de 18G4. Meu caro Frederico.—-Agradeço-te o pedido que me fazes. E' dos quo a mim dão prazer, o a ti muita honra. Na verdade é bella cousa ver um mancebo, cultor distineto das scien- cias humanas, aspirar vivamente á sciencia di- vina. Sem lisonja o digo, é signal de subida intelligencia. Qual razão de haver hoje em dia tão pou- cos sábios verdadeiros ? E' porque os estu- dos, matei ialisados como a sociedade, quasi sempre se concentram no mundo dos factos. O mundo das causas é para elles como a America antes de Colombo. Separam aquillo que Deus ligou intimamente, isto é, a ordem natural e a sobrenatural. Ora, o sábio male- rialista é um astrônomo sem telescópio ; a sciencia modirna, uma mulher divorciada : a sua posição é falsa. Em lugar de habitar, como oulr'ora, nos andares superiores do palácio, anda pelos sub- terraneos. De águia, tornou-se toupeira. Em vez de trabalhar á luz do dia, cobre se com uma tampa de chumbo que a priva de todo raio do luz verdadeira. E que faz ella alli debaixo ? O mesmo que a aranha no seu buraco. Fia systemas, frágeis como o vidro; fabrica negações; apregoa absurdos, e muitas vezes, infelizmente, profere hlasphemias. Mas porque me pedes um estudo sobre a água benta ? Se querias. exercitar a tua intel- ligencia o oecuparme nas horas vagas, não era melhor, hoje com especialidade, escolher assúmpto que parecesse mais nobre e necès- sario ? D'aqui estou ouvindo tres categorias de pessoas que nos fazem esta pergunta. Digo a nós, porque eu vou entrar com motado, talvez com as tres quartas partes, na obra que me pediste. As taes categorias são : os grandes políticos, grandes philosophos, grau- des curadores da sociedade ; os litteratos do jornalismo, nação hostil ou indifferente a todos os cultos, excepto ao da gloria, do ouro e do prazer; finalmente, os catholicos verdadeiros. Se qoereis escrever, porquo não ventilar ai- guma questão palpitante de actualidade e de utilidade pratica? Gom o vosso- tratado da água benta, que serviço pretendeis prestar á ordem social periclitante ? E* o que os primei- ros vão dizer de ti e de mim. Se não fossem tão cortezes, não deixariam de applicar-nos aquelles versos de Boileau : Oh I le plaisant projot d'on poete ignoram,. Quide tint de hérosva choisir Childebrand. A isso damos nós esta resposta. E' certo que, n'um mundo em que de tudo se faz questão, ha muitos assurnptos graves que tra- tar. Mas também é verdade que nem todos podem fazel-o. Bem sei que tratando da água benta, deixamos de parte os grandes proble- mas que agitam o mundo. Não impediremos a revolução do fazer guerra ao Papa. Não con- verteremos Mazzini, nem Garibaldi, nem os seus acolytos do antigo e novo continente, livres pensadores, solidários, espiritistas; não extinguiremos em seus corações o ódio ao ca- tholiçismo nem a sede de bons empregos e de dinheiro. . Não impediremos, em parte alguma, a ly- rsnnia; nem a profanação dos cemitérios e a pratica forçada do ajheismò, como na Bélgica; nem a evacuaçio dos seminários, o saque dos conventos, a expoliáção da Egreja, como na Itália; nem a approvação official dos factos, ou antes dos crimes praticados, como na Hes- panha; nem a destruição de um povo inteiro, como na Polônia; nem as invasões da Rússia no Oriente. Não curaremos a febre da unidade cesarea, que agita o teu paiz. Em França, não obstaremos á multiplicação dos theatros e ta- bernas, nem aos progressos de um luxo devo- rador; e ainda menos conseguiremos que os periódicos deixem de mentir. Nada de tudo isso faremos. Mas, fosse qual fosse a matéria do nosso estudo, seria possi- vel fazel-o? Vós, que sois mais poderosos que nós, o teniastes; e que resultado coluestes? Os vossos brilhantes discursos, vossos sábios escriptos, vossos protestos, vossas demonstra- ções, vossos soberbos artigos alrazaram por verilura, uma hora sequer, a marcha da revo- lução? Não é com argumentos que se aplacam os ílagellòs de Deus, mas com orações e peui- tencia. Quanto á utilidade da nossa pequena obra,ides sabel-a em breve; o se fordes ca- tholicos, esperamos que saberois aprecial-a. Emquanto aos segundos, os litteratos do teu paiz, do meue de todos, os paizes, homens de luzes modernas e progresso material, devemos soffrer com resignação que nos desprezem: maior numero de teus collegas hão de imi- tal-os. Que queres? se elles nos medem pela medida sua. Ah I se ensinássemos a arte do ensinar cavallosoucães;so fallassemos, mesmo com a menor correceão possivel, de industria, ' de machinas, de tocidos.de gado ou deguano, o êxito seria outro; havíamos de captar toda a attenção desla classe de gente. Os seus jor- nãos elogiariam a nossa obra; seriamos tidos em conta de homens úteis, e talvez que alguma medalha viesse testemunhar a alta estima em que nos tivessem. Assim se tornaram os homens depois do peccado. Tal ó a reflexão de um illustre Bispo que escreveu, ha tres séculos, sobre o assúmpto de que vamos oecupar-nos. «Louvam-se, diz elle, admiram-se aquelles que consagram o trabalho de suas vigílias a instruir-nos sobro o cabello e a calvice, sobre rabanos, ortigas, abelhas e outras cousas que taes. Peço-to can- dido leitor, que attendas no que deves pensar do livro que ponho em tuas mãos. Acolá, assurnptos profanos; aqui um assúmpto sa- grado. Além, um prazer vão, quando muito uma rélos utilidade para o corpo; aqui, não somente o deleite da variedade das cousas, mas também muita utilidade para a alma. »(í) Restam os catholicos. Elles lambem nos per- guntam qual o frueto que esperamos do nosso modesto estudo. Nós dizemos-lhes: não ha peior officio que o de fallar a surdos volunta- rios. Passando de largo, deixamos entregues á sua sorte os que querem a toda a força prose- guir até ao cabo a senda do erro e cahir no abysmo que os espera, qui ad gladiam, ad (jladium; et qui admorlem, ad morlmi. Mus outros ha que não querem perecer." Esses, sois vós, catholicos segundo Evangelho. E' a vós que pretendemos prestar alguns serviços. Queremos glorificar a Egreja vossa mãi por uma do suas mais venerandas instituições. O precioso patrimônio de. e devoções christâs que nos legaram nososavós, queremos conser- valo. Em vossas mãos queremos collocare ensinar-vos a manejar a arma poderosa, qne em milhares de batalhas lhes deu victorias glo- riosas. Ora, uma victoria, por menor quo seja, alcançada conlra o mal por quem quer que for, joven ou anciã, imperatriz ou pastora, paisano ou philosopho, é para a sociedade um beneficio de primeira ordem. Vinte victorias, vinte bene- ficios; cem victorias, cem benoficios. Pois bem, nós pretendemos fazer com que os alcanceis, cada dia, aos milhares. Esse é, caro amigo, o teu desejo e o meu. Sa merecemos censura, ao menos não opor não termos fatiado com franqueza, ou não conhecermos o terreno que pizamos. Sem duvida, a nossa correspondência poderia versar sobre oulro assúmpto religioso; mas fosle tu quo escolhesle a água bania. Cada qual tem o sou gosto, e o teu ê muito louvável. O desejo do te instruires e a obrigação de te defonderes justificam plenamente a tua preferencia. 1.° A vontade de le instruires. Nada mais commum do que a água benta. Encontra-se (l) M. Aoionii Coluramo, bònnniensis juriscon- shliii àre.hiepiscnpi salernitani, Hidíaglòlogià; sive Dn Água benedicla. lo-4° Roma1., 158G. Eoisi.ad Loctor Obra preciosa, que teremos muitas oeoasiões de citar. nor um indivíduo que tinham mandado a Sala- manca, que o cura tinha sabido daquella eidade ha madrugada desse mesmo dia a,que nem o tiuham encontrado no caminho nem elle regressava á ai- deia, todos, esquecendo, até o que nunca esquece o jnrnaleiro. o seu trabalho quotidiano, procura- vam-n'o com afan por toda a parte, e cada um de per si ambicionava ser o portador da fausta e appeteclda noticia de ter encontrado o sen querido berafeitbr. Mas o cura não regressava e o relógio tinha mar- cado a hora do meio dia, e ps affllctos habitantes do Carrascal estavam tão aturdidos e desorientados como uma bandada de oodornizes á qual, aochegar, dnpols da sua penosa viagem, ás costas bespahho- Ias,,um caçador houvesse matado o seu guião, dei- iando-as n'uma praia estrangeira, sem sabnr onda dirigir o sen incerto rnmo durante a sua expedição escavei. Onçamns, pnjs, as lamentações que sol- tavam aquellas almas agradecidas, aquelles corações de ouro. í > ²Vamos, Maria, não chore tanto, que Deus não ha de abandonar seu tio I—exclamou nma das mo- cas do grupo que cercava a Sobrinha do cura, fn- xugando cora aponta do avental as lagrimas |ue empanavam os seus próprios olhos., ²Que não chore quando tu estás derramando um mar d*» lagrimas 1 Q»o não chore, quandojha dons. dia* que o men. pobre protector está.ausen- te 1... Ai, PétraVsem o seu generoso apoio'morreria da dnrt :;.-.;., ,: .. . ; , _ ,. Mas... talvez não seja nada... Pôde algupm porventura prevenir as mil casrialidàdes a que está exposto quem empfehende orna viagem ? —acres- centou outra.... ²Nada de hora me augura a sua demorai E' tão velhoI... E depois, conheço-o bem, guiado nelo düsejOjde servir o seu próximo, esquece-se ató ide si próprio; e quem sabe a estas horas estará nas profundidades de um barranco, exhalando o nHimo suspiro, sem um braço amigo que o soecorra, a#m um olhar que o reanioie I... ²Elle... elle que é tão bom e que pensa no bem dos seus semelhantes I... ²Pois, com a breca—exclamou um moço, intro metmndo-se na conversão—elle ha de voltar, por- quo aqui carocemos todos delle como do pão quo- lidiano I... E juro que o hei de encontrar, porque, so dentro de uma Hora não apparecer, reuni.os moços, montamos nas cavalgaduras o damos uma batida ao mouto, quo nem os lagartos hão de es- capar á nossa busca l.i.. Pois não nos faltava mais pada... ficar sem o nosso padre J"ão!,Por cansa delle somos todos capazas de ir a Roma, descalços, sem dizer esta boca é nossa-e mais contentes que umas Páscoas I æ, . E, vultando-se para os que o rodeavam, conti- nuou:.:) a, líj ²Nào ó verdade, rapazes ? Ura signal em geral sahio de todas as bocas. Ma- ria pagou aquella exclamação de atfeuto com um olhar du agradecimento. ²Sa elle ó a nossa consolação I... ²O nosso alliviol... ²O nosso mais intimo amigoI... ²A nossa bandeira de misericórdia I...—foram exclamando uns após outros precipitadamente. ²Ohl obrigada, obrigada, meus amieosl—disse Maria em tom commovido.—Como podemos pagar- lhes tanto interesse ? ²Alleluia!—exclamaram no monte a um tempo sete on oito vozes infantis, exclamação que se foi transmitiindo até chegar com estrondo ao grupo,de Maria. Esta ergueu a cabeça, ,e passando a mão pelos olhos para vêr melhor, dirigio a vista para o caminho. Dous homens avançavam rapidamente era direcção á aldeia. O seu passo era precipitado, e, como estavam ainda bastante longe, os impacien- tes mòntanhezfls nSo podiam reconhecel-os. Todavia percebia-se, pelos seus passos, que" eram jovens, sendo, além disso, o sen intje rauitu diff rente das véstHS'talares que usam os nossos sacerdotes. Maria foi a primeira em reconhecer os viajantes: erdm Diogo e Rapíjaol, os dous amigos, qiié regressavam á aldeia, d'unde tinham sabido havia quatro horas em busca do padre J >âo. '._,—• Oh I não ó » mau bondoso protector,, mas tal- vez raelragam noticias suas I—disse Maria sahindo ao encontro dos dous recem-ehegados. ²Maria I—exclamou Diogo ao chegar junto da joven. (,-j E meu lio.? perguntou esta sem deixal-o acabar. ²tudo foi em vãol Raphael e eu percorremos a maior parte do caminho que.conduz a Salaman- ca, perguntando com interesse a todos os cami 'nhàntes que encontrávamos na no«sa passagem, mas ninguém nos. deu noticia d«lle. o dono de urna laverna nos di so quo esta manhã muito cedo vio passar um ancião, que a julgar pelos si- gpaes, deve ser o senhor cura. O taverneiro in- dií:ou nos o sou caminho';' ó o que conduz a esia aldeia, e isto induz-rae a acreditar ou que algum motivo o obrigou a voltar a Salamanca pelo ata- lho ou que se acha a estas horas descançando om qualquer estalagem.i:ií . Mas entretanto esta incorteza é horrível!— ex- clamou Maria com voz commovida. Emquanto dõra a esperança no coraçüo huma- no. embellezando cora as.suas formosas cores o objecto que nos propomos alcançar, em nossos olhos, em no-sas palavras, em todo o nosso stn' finalmente, agita-se a incerteza, esse fluido filho, da imaginação, osso mysterioso tyranno, que a;íora derrama a consolação pelas nossas veias « dupois o desespero,, mas quo sempre nos reanima, alonta e forças para esperar o momento desejado. Mas quando a esperança se extingue, quando a mli- dade nos gnla com o seu frioè impassível olhar, quando esse figura aterradora que levantamos na nossa mento nos lança um sorriso com os seus la- bios côr do rosa, dizendo-nos na sua linguagem muda : « Nada esperes; tudo terminou para ti >», então os nossos olhos pardem a vivacidade, a nossa boca emraiideoe, o nosso sangue gela-so o parece que ató a nossa vida se extingue. Então ostabe- lece-se o vácuo no nosso curação. E' quasi uma morte antecioada; é, peruiiile-se-nos a phrase, um cadáver viveate. A chegada, pois, de Diogo e Raphael matou a esperança de Maria e dos simples camponezes que a rodeavam. O silencio estendeu-se entre esta gen- te como uma corrente electrica e assim decenrreu ura quarto do hora sem que ninguém se atrevesse a interrompei-o. De repente outro grilo, dado por viuta bocas, arrancou aos que cercavam a joven do marasmo em qua se achavam. Este grito nascia dos qlo; vados cumes do monte vizinho, onde estava (le ata- laia nm unnhado de homens; <'epois rasuou nn va'lle « todas as vistas so dirigiram para o caminho. ao longe, na estrada, dfsiingnia-se nm jumento, une com passg grave o moderado se approxima,va da aldeia. Mas o jumento vinha só. som ginnte qne o guiasse, e nóde-se comprehender o assom- bro dos aldeâos, quando, depois do alguns minu- tos de anciedade, reconheceram o%Pardinho, qpe, indifferente a quanm suocedia ao redor de si, ene- gou ao larguioho da ermida, e, agitando as suas compridas orelhas e estendendo a sua grave cabeça,, d«u um doloroso zurro, deixando ver aos absortos' aldeâos duas poderosas e brancas baterias do dentes. No mesmo instante formou-se um circulo do eu- riosos ao redor do herbívoro. Maria approximbu-so do. animal, e, aturdida pela dòr, dirigio-lbo algu- mas perguntas, que ficaram sem resposta! Um dos concorrentes fez observar que o fucinho do jumento estava manchado de sansroe. Esta nova descoberta arrancou um grito do dòr á sobrinha do cujra, a qual cahio sem sentidos nos braços dos seus amigos, porque este sangue não podia ser de ou- tro seuão do pobro cura, e, na sua afilicta «des- consoladora imaginação, julgava ver o seu bemtoi- tor dospeiihadrj n'um daquelles profundos barràn- cos, Victima do seu amor do próximo. Maria foi immediatamente transyoitada.á sua casa, ondo lhe prodigalisaram todos ps niixilios necessários. Tros mulheres ficara velando jdntojda cama onde fn collocada a enferma. Pula sua'par- te, Diogo reunia ao da cruz do pB'drà todos; os rapazes da aldeia. Osargnnto Robrenho o Raphael taziam parte da reunião-. Mons.amigos,—disse Diogo— süccedèú" indu- bitavelmeme alguma desgraça ao nosso parodio; talvez esteja a estas horas abandonado em algum ella, sonão óm Iodas as casas, ao menos á entrada do todas as egrejas. Não ba um christão que delia não tenba usado desdu a infância. Todavia, em breve to provarei que não lia cousa menos conhecida, nem mais digna do o ser muito. Conhecer a água benta, não ó sabor que existe. Conhecel-a, ó saber a sua natureza, suas razões de ser, suas differentos espécies, seus elementos, sua origem, uso, e effeitos. "' , ¦ . Por outra, e saber a sua historia natural, dogmática,- moral e liturgica, algum lamo melhor do quo os bacharéis de hoje sabem, com dez annos de estudo, o grego e o latim. Ora, isso o que hoje se ignora. D'entro perto de dous milhões de habitantes que tem Tariz, quantos são, homens ou mulheres, legislado- res, magistrados ou membros da Academia, que sabem os rudimentos daquelía sciencia.1? E pela capital do mundo civilisado podes ava- liar as províncias e o restante da Europa. Não obstante, a água benta, bem como tudo o que ó da religião, ó nobre matéria do estu- dos para uma nobre intelligencia. « E", como diz o grando Prelado supra-cilado, uma cousa sacrosanta, rem sacrosantam ; cheia de mys- terios, mysterüs referiam; digna da mais pro- funda veneração, veneralione dignissimam. » Dera vês então que estudar a água benta não ó cousa indigna, antes muito nobre, como vamos provar. Os contiecinientos que vás adquirir cont.i- buirão a fazer do ti o quo-deves sor, sob pena de não soros nada: um homem do teu tempo o do teu paiz. Quem é hoje homem do seu tempo e do seu paiz? E' o homem, moço 'üu velho, francez, italiano, her.panhol ou allemão, que professa altamente o pratica do veras d religião do respeito. Respeito a Dous, respeito ao homem, respeito a si njasmo'. e ás creatu- ras: tal ó o symbolo tlossa religião vinda do céo. O que são os alicorces no edifício, é-o a religião do respeito na sociedade, na familia, na humanidade. Destruída ella, o mundo mo- derno morre, como o pagão, esmagado pelas minas da sua pretendida civilisação. Porém, a religião do respeito o hoje assãl- tada por outra, quo se intitula a nliymu do desprezo. Desprezo de Deus, despreso do ho- mem, despreso de si mesmo :e das creaturas: tal é o symbolo desla religião, fundada pelo pai dos desprezadores, quo é Satanaz. A luta dessas duas religiões ô toda a luta do presente: a que vencer terá'o futuro por ganho. Para sordes homens do vosso século e do vosso paiz, isso ó que tu e teus collegas deveis comprehender. Deveis comprehendel-o assás para detestar com perfeito ódio, perfecto ódio, a religião do desprezo, e para estimar, tanto em suas doutrinas como om suas. praticas, a religião do respeito, aponto de dizerdes con- scienciosamènte,-c,omo uma das mais esclàre- cidas inteligências da .'terra, Santa Thereza: « Eu daria a minha vida pela menor das cere- monias da Egreja. » (2) 2.° A obrigação de te defenderes. Não é (2) Veja-se a sua Vida'<mripta por cllà 'mesma 2:XXXI11,' m < dos nossos barrancos e próximo a expirarVinten- temos, pois, o ultimo meio para salval-o. A noite apprnxima-so, e isso ó um inconveniente, mas nada nos deve arredar; vão buscar os seus .cães, ar- rnem-so de àrohbtís accezos e demos uma balida no monte. Se depois disso pSo encontrarmos o senhor padre João, se por este meio não poder- mos salval-o da triste situação em que indühita- Vfllmenle se acha, se o novo sol vier illumjnar-' nos e tudo fòr inútil, enlão teremos feito tudo o que estava da nossa oarte, e, ainda que a-dôr de perdel-o torture e afflija os nossos corações, tere- mos ao menos a consciência tranquilla por ter in> tentado salval-o. A proposta de Diogo foi acceita e approvada^com enthusiasmo. Escolheram-se entro os presentes trin« ta homens para levar a cabo a batida. Estes trinta homens deviam dividir-se em quatro ou seis gru- pris, levando cada um delles dous cães, quatro ar- chotos o uraa bozina de pastor. Achado o cura por um delles, tres toque, de bozina deviam in- dícar o sitio onde so achavam para que os outros correrem ora seu auxilio. Sa estes tres toques não oram resoondidos por outro, então tocavam-se até mais seis, o so depois desta ultima tentativa não eram ouvidos, onião, mono ou vivo, o corpo do parocho devia ser transportado a sua casacçni a prudência o o cuidado mais convonientds ás cir- ¦ cnmstancias. . Robrenho tinha precisão, segundo ordem supe- nor, de estar rio dia seguinte em Salamanca para lazer a entrega dos recrutas; mas, interessado na sorte do cura e de Diogo, quiz permanecer mais um dia na aldeia, embora incorresse n'nma falta, O alegre sargento não podia conformar-sé em#an- donar a aldeia, levando a incerteza no coração acerca do vonorovel cura. Assiói; ó ijnè;1' depois do olferecer os seus soldados para.a exp|diolçda- quella noite, ficou combinado que, apenas o sol• cedesse o sou império ás trevas, toda à gente es- tana reunida no moinho da Encruzilhada para, co- raeçar a exploração. Uma hora depois o valle eo monte ôsíavaníco- hortos pela sombra da uuite. Os exploradores, di- vidos om seis grupos, sahiram do moinho em busca do padre Joào. Das janellas da pequena'aldeia' ai- guns olhos curiosos ou humedecidos pela perda do veneravel parocho seguiam com interesse as -avermelhadas chammas dos archotes, qne tão de- pressa desappareciam nas. profundidades de umbar- ranço como tornavam a apparecer nos cabeços dos oiontos. Depois de espaço a -espaço'-se-ouvia ao longe o latido de algum cão ou iòngòmí lugu- bro da bozina. Pouco a pouco foram fechando as janellas o os pacíficos habitantes do,: Carrascal acabaram do prestar tributo a esse-amigo repara- dor da humanidade—ao somno. íj " (Continha).

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ANNO XII SEXTA-FEIRA 18 DE MAIO DE 1877 NUMERO 56¦^"**"" I——H •*""*" ————i—««.^. M. -'¦¦! _. ,. „,..„ _. . _.,.,._.

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃOS*-ie Rua Nova Ao Ouvxâo» 2 «--16

PUBLICA-SE AS QUARTAS, SEXTAS E DOMINGOS

Guardamos os diassantificados.

PREÇO DA ASSIGNATÜRA ADIANTADA

fí Po» aano. •ÍS#000|Pg* semestre 8*000Dum luoem habetis, credite in lucem. (S. JoXo, oap. 12, v. 36.) Clama itaque, clama, ne cesses. (Carta da Pio IX á redacção do Apóstolo.)

3 ' . i i i íi ~y*aK»t&*c*X3+L*

O APÓSTOLORio, 18 de Maio de 1877.

Como «c discute entre nó»Pareceria incrível, se não fosse facto verifi-

cado todos os dias, a divergência da imprensadiária entre nós e essa pretenciosa preponde-rancia que o mais forte pretende exercer sobreo mais fraco.

Ha, para assim dizer, uma propensão paradesvirtuar as opiniões que lhe não convém,sem que haja discussão prévia, no intuito deilludir o povo.

Systema talvez commodo para os que nãomilitam na imprensa senão pelo interesse par-tidario, mas qne certamente não correspondeao fim da mesma imprensa, que é dirigir comverdade a opinião publica, que se hoje vivedesvairada, deve-o à pouca sinceridade de seusdirectores.

Estamos isolados, e isto nos honra muito,porque dessa confusão de idéas e de princípioscontradictorios, que constituem o poder donosso mundo sábio, não desejamos fazer parte.

Tratamos, ba dias, de um attentado alta-mente criminoso, em o qual teve parte umórgão da justiça publica; attentado que secommelteu para occultar a violação de uraamenor, que bem longe de ser protegida, foi

pelo contrario induzida a illegalmente tomar

parte n'um eontralo de casamento nullo de

pleno direito; pois bem a imprensa emmude-ceu e nem ao menos procurou defender a mora-lidade da familia offendida.

Bem longe disto um dos collegas conten-tou-«e com o dizer na sua Revista, que oApóstolo tratava de assúmpto jà discutido I

Por quem foi discutido esse assúmpto?¦ «> E' o que desejamos que se nos responda.

Temos plena certeza de que ninguém o fará,

porque esse fado trazido á publicidadepelo Correio de Cantagallo, foi por nós analy-sado, e logo apresentado á consideração doillustrado Sr. Ministro da justiça; mas sobreo que dissemos, nem uma palavra mais arti-culou o Correio de Cantagallo.

E chama-se a isto discutir!Entretanto o crime continua impune o os

•" seus autores zombam das autoridades e talvez,

quem sabe? premeditam idênticos, com o fimde fazerem pressão no espirito do governo eleval-o a propor o casamento civil, visto tor oSr. Ministro do Império declarado na câmaradós Srs. deputados, que o governo uão recua-fia dè apresental-o, se a exigência publica oreclatuasse.

Que ha uma trama planeada para fazer pres-são sobre o governo, é hoje negocio averi-

' guado.' Não tratamos dos liberaes adiantados, por-qne estes tem inscriptàs na sua bandeira asreformas radicaes qne reputam indispensa-veis p"ara o bem de seu partido, para fallar-mos dós conservadores qiíe são também arau-

FOLHETIM DO APÓSTOLO

ííí.í O CURA DE ALDEIAPOR

0. HENRIQUE PEREZ ESCRICH..-:, ,'Úho ,s-íí)'.i('ISliJN^V.

'>:¦¦'. .UiNviVOLUME SEGUNDO

i„h'úh¦- :,a.ilos

t.a.i

CAPITULO XLl

O REBANHO SEM PASTOU

Que se passa m aldeia do Carrascal do Bispo ?Porque, não sendo dia santifleado. deixamos lavp-dores dè trabalhar 1 Quem agita e oommov», quem•utrlstéce cs antes alegres semblantes daquelle í»u-nhadode creaturast Porqne váo e,vêra, sobeníedescem o monte, f»llára era voz baixa, deliheram,discutem, com. nálòrns homens, chorara e exbalàmcernidos as mulheres, ao pas.su que os rapazes sn es-,carranchain sobre os ramos das arvores e trepemfis mais «lias rochas da serra, olhando aitentauiehtepara o caminho que conduz a Salamanca? .[ , .

Porque"é'qne Robrenho, o alegre militar, se achacrave e taciturno sentado n'am dos degráós de pe-dra que servem de, peanha á cruz da ermida,.comS yjsta no chão, retorcendo os cnrápridos.é povoa-aos bigodes koinnma distracção imprópria, do seucaracter? Porque é que Maria, a joven promettida,o anjo dá aldeia, chora amargamente junto |do«lamo qne se ergue no1 ontro exiremo da ponie,<rodead» de algumas donzellas, quo, emquanto lho'dirigem palavras de consolação, se esquecem de queÕ8'setis olhos também estão cheios de lagrimas?Que fazem aquelles homens estendidos, quasi queem cordão, desde o valle até ao mnnte, desde o montoaté ao caminho? Para onde. olham? A quem esjie-

! rara ? Qne succede na aldeia, que assim se-agitarae çomrooveui os seus habitantes.

Succede que ha dous dias está ausente da aldeiao cura de almas, e o cura de almas não regressa, eos pobres dos camponezes não podem conformar-secom' a1 perda do seu parocho, porque,/) seu parodio'. velava á cabeceira dos seus leitos nos momentosde dor, pontue o caridoso sacerdote .dividia comelles ó seu pao. porone chorava com elles, oonso-lava-os nas suas horas de afflicçãó; o semeava a unz

no seio dris sens lares ea fe nos seus ooraçqéS;•porque era, finalmente, a Providencia humana quwDeus tinha collocado eatrê elles, Por isso, ao saber

tos de certos principios radicaes como osque vem no discurso do Sr. deputado Tau-nay.

S. Ex. talvez não tenha ainda advertido quea unidade politica e a integridade do Brazilsão,resultado de sua unidade religiosa ; ver-dade esta que está ao alcance de todas asintelligericias e dos homens bem intencio-nados-.

Só os sectários de Ganganelli podem, cómelle, desejar a liberdade religiosa, porquenella vêm a divisão do império e com essadivisão esperam lucrar.

Querem dividir para melhor impor nessasmilhares de fracções, a que ficara reduzidoeste vasto império, creado para uma grandenação, se o seu território se conservar intacto,e seus habitantes tiverem juizo.

Oxalá, pois, que a imprensa se compenetreda sua missão e em lugar de desvairar aopinião, procure dirigil-a, discutindo as ques-toes, que a cada momento se levantam, mascom verdade e com justiça.

E' esta a missão da imprensa e não advo-gar interesses próprios, partidários e quasisempre inconfessáveis. •¦ •

SECÇÃO RELIGIOSAA água benta no século XIX

POR MONSENHOR GAUME

Carta primeira.* Pariz, 2a de Setembro de 18G4.

Meu caro Frederico.—-Agradeço-te o pedidoque me fazes. E' dos quo a mim dão prazer,o a ti muita honra. Na verdade é bella cousaver um mancebo, cultor distineto das scien-cias humanas, aspirar vivamente á sciencia di-vina. Sem lisonja o digo, é signal de subidaintelligencia.

Qual razão de haver hoje em dia tão pou-cos sábios verdadeiros ? E' porque os estu-dos, matei ialisados como a sociedade, quasisempre se concentram no mundo dos factos.O mundo das causas é para elles como aAmerica antes de Colombo. Separam aquilloque Deus ligou intimamente, isto é, a ordemnatural e a sobrenatural. Ora, o sábio male-rialista é um astrônomo sem telescópio ; asciencia modirna, uma mulher divorciada : asua posição é falsa.

Em lugar de habitar, como oulr'ora, nosandares superiores do palácio, anda pelos sub-terraneos. De águia, tornou-se toupeira. Emvez de trabalhar á luz do dia, cobre se comuma tampa de chumbo que a priva de todoraio do luz verdadeira. E que faz ella allidebaixo ? O mesmo que a aranha no seuburaco. Fia systemas, frágeis como o vidro;fabrica negações; apregoa absurdos, e muitasvezes, infelizmente, profere hlasphemias.

Mas porque me pedes um estudo sobre aágua benta ? Se querias. exercitar a tua intel-ligencia o oecuparme nas horas vagas, nãoera melhor, hoje com especialidade, escolherassúmpto que parecesse mais nobre e necès-sario ? D'aqui estou ouvindo tres categorias

de pessoas que nos fazem esta pergunta. Digoa nós, porque eu vou entrar com motado,talvez com as tres quartas partes, na obraque me pediste. As taes categorias são : osgrandes políticos, grandes philosophos, grau-des curadores da sociedade ; os litteratos dojornalismo, nação hostil ou indifferente atodos os cultos, excepto ao da vã gloria, doouro e do prazer; finalmente, os catholicosverdadeiros.

Se qoereis escrever, porquo não ventilar ai-guma questão palpitante de actualidade e deutilidade pratica? Gom o vosso- tratado daágua benta, que serviço pretendeis prestar áordem social periclitante ? E* o que os primei-ros vão dizer de ti e de mim. Se não fossemtão cortezes, não deixariam de applicar-nosaquelles versos de Boileau :

Oh I le plaisant projot d'on poete ignoram,.Quide tint de hérosva choisir Childebrand.

A isso damos nós esta resposta. E' certoque, n'um mundo em que de tudo se fazquestão, ha muitos assurnptos graves que tra-tar. Mas também é verdade que nem todospodem fazel-o. Bem sei que tratando da águabenta, deixamos de parte os grandes proble-mas que agitam o mundo. Não impediremos arevolução do fazer guerra ao Papa. Não con-verteremos Mazzini, nem Garibaldi, nem osseus acolytos do antigo e novo continente,livres pensadores, solidários, espiritistas; nãoextinguiremos em seus corações o ódio ao ca-tholiçismo nem a sede de bons empregos e dedinheiro. .

Não impediremos, em parte alguma, a ly-rsnnia; nem a profanação dos cemitérios e apratica forçada do ajheismò, como na Bélgica;nem a evacuaçio dos seminários, o saque dosconventos, a expoliáção da Egreja, como naItália; nem a approvação official dos factos,ou antes dos crimes praticados, como na Hes-panha; nem a destruição de um povo inteiro,como na Polônia; nem as invasões da Rússiano Oriente. Não curaremos a febre da unidadecesarea, que agita o teu paiz. Em França, nãoobstaremos á multiplicação dos theatros e ta-bernas, nem aos progressos de um luxo devo-rador; e ainda menos conseguiremos que osperiódicos deixem de mentir.

Nada de tudo isso faremos. Mas, fosse qualfosse a matéria do nosso estudo, seria possi-vel fazel-o? Vós, que sois mais poderosos quenós, já o teniastes; e que resultado coluestes?Os vossos brilhantes discursos, vossos sábiosescriptos, vossos protestos, vossas demonstra-ções, vossos soberbos artigos alrazaram porverilura, uma hora sequer, a marcha da revo-lução? Não é com argumentos que se aplacamos ílagellòs de Deus, mas com orações e peui-tencia. Quanto á utilidade da nossa pequenaobra,ides sabel-a em breve; o se fordes ca-tholicos, esperamos que saberois aprecial-a.

Emquanto aos segundos, os litteratos do teupaiz, do meue de todos, os paizes, homens deluzes modernas e progresso material, devemossoffrer com resignação que nos desprezem:maior numero de teus collegas hão de imi-tal-os. Que queres? se elles nos medem pela

medida sua. Ah I se ensinássemos a arte doensinar cavallosoucães;so fallassemos, mesmocom a menor correceão possivel, de industria,' de machinas, de tocidos.de gado ou deguano,o êxito seria outro; havíamos de captar todaa attenção desla classe de gente. Os seus jor-nãos elogiariam a nossa obra; seriamos tidosem conta de homens úteis, e talvez que algumamedalha viesse testemunhar a alta estima emque nos tivessem.

Assim se tornaram os homens depois dopeccado. Tal ó a reflexão de um illustre Bispoque escreveu, ha tres séculos, sobre o assúmptode que vamos oecupar-nos. «Louvam-se, dizelle, admiram-se aquelles que consagram otrabalho de suas vigílias a instruir-nos sobro ocabello e a calvice, sobre rabanos, ortigas,abelhas e outras cousas que taes. Peço-to can-dido leitor, que attendas no que deves pensardo livro que ponho em tuas mãos. Acolá,assurnptos profanos; aqui um assúmpto sa-grado. Além, um prazer vão, quando muitouma rélos utilidade para o corpo; aqui, nãosomente o deleite da variedade das cousas,mas também muita utilidade para a alma. »(í)

Restam os catholicos. Elles lambem nos per-guntam qual o frueto que esperamos do nossomodesto estudo. Nós dizemos-lhes: não hapeior officio que o de fallar a surdos volunta-rios. Passando de largo, deixamos entregues ásua sorte os que querem a toda a força prose-guir até ao cabo a senda do erro e cahir noabysmo que os espera, qui ad gladiam, ad(jladium; et qui admorlem, ad morlmi. Musoutros ha que não querem perecer." Esses, soisvós, catholicos segundo Evangelho. E' a vósque pretendemos prestar alguns serviços.

Queremos glorificar a Egreja vossa mãi poruma do suas mais venerandas instituições. Oprecioso patrimônio de. fé e devoções christâsque nos legaram nososavós, queremos conser-valo. Em vossas mãos queremos collocareensinar-vos a manejar a arma poderosa, qneem milhares de batalhas lhes deu victorias glo-riosas. Ora, uma victoria, por menor quo seja,alcançada conlra o mal por quem quer que for,joven ou anciã, imperatriz ou pastora, paisanoou philosopho, é para a sociedade um beneficiode primeira ordem. Vinte victorias, vinte bene-ficios; cem victorias, cem benoficios. Pois bem,nós pretendemos fazer com que os alcanceis,cada dia, aos milhares.

Esse é, caro amigo, o teu desejo e o meu.Sa merecemos censura, ao menos não opornão termos fatiado com franqueza, ou nãoconhecermos o terreno que pizamos. Semduvida, a nossa correspondência poderia versarsobre oulro assúmpto religioso; mas fosle tuquo escolhesle a água bania. Cada qual tem osou gosto, e o teu ê muito louvável. O desejodo te instruires e a obrigação de te defonderesjustificam plenamente a tua preferencia.

1.° A vontade de le instruires. Nada maiscommum do que a água benta. Encontra-se

(l) M. Aoionii Coluramo, bònnniensis juriscon-shliii àre.hiepiscnpi salernitani, Hidíaglòlogià; siveDn Água benedicla. lo-4° Roma1., 158G. Eoisi.adLoctor Obra preciosa, que teremos muitas oeoasiõesde citar.

nor um indivíduo que tinham mandado a Sala-manca, que o cura tinha sabido daquella eidade hamadrugada desse mesmo dia a,que nem o tiuhamencontrado no caminho nem elle regressava á ai-deia, todos, esquecendo, até o que nunca esqueceo jnrnaleiro. o seu trabalho quotidiano, procura-vam-n'o com afan por toda a parte, e cada um de persi ambicionava ser o portador da fausta e appetecldanoticia de ter encontrado o sen querido berafeitbr.

Mas o cura não regressava e o relógio tinha mar-cado a hora do meio dia, e ps affllctos habitantesdo Carrascal estavam tão aturdidos e desorientadoscomo uma bandada de oodornizes á qual, aochegar,dnpols da sua penosa viagem, ás costas bespahho-Ias,,um caçador houvesse matado o seu guião, dei-iando-as n'uma praia estrangeira, sem sabnr ondadirigir o sen incerto rnmo durante a sua expediçãoescavei. Onçamns, pnjs, as lamentações que sol-tavam aquellas almas agradecidas, aquelles coraçõesde ouro. í >

Vamos, Maria, não chore tanto, que Deus nãoha de abandonar seu tio I—exclamou nma das mo-cas do grupo que cercava a Sobrinha do cura, fn-xugando cora aponta do avental as lagrimas |ueempanavam os seus próprios olhos. ,

Que não chore quando tu estás derramandoum mar d*» lagrimas 1 Q»o não chore, quandojhadons. dia* que o men. pobre protector está.ausen-te 1... Ai, PétraVsem o seu generoso apoio'morreriada dnrt :;.-.;. , ,: .. . ; , _

,. — Mas... talvez não seja nada... Pôde algupmporventura prevenir as mil casrialidàdes a que estáexposto quem empfehende orna viagem ? —acres-centou outra. ...

Nada de hora me augura a sua demorai E'tão velhoI... E depois, conheço-o bem, guiado nelodüsejOjde servir o seu próximo, esquece-se ató idesi próprio; e quem sabe sè a estas horas estará nasprofundidades de um barranco, exhalando o nHimosuspiro, sem um braço amigo que o soecorra, a#mum olhar que o reanioie I... •

Elle... elle que é tão bom e que só pensa nobem dos seus semelhantes I...

Pois, com a breca—exclamou um moço, intrometmndo-se na conversão—elle ha de voltar, por-quo aqui carocemos todos delle como do pão quo-lidiano I... E juro que o hei de encontrar, porque,so dentro de uma Hora não apparecer, reuni.osmoços, montamos nas cavalgaduras o damos umabatida ao mouto, quo nem os lagartos hão de es-capar á nossa busca l.i.. Pois não nos faltava maispada... ficar sem o nosso padre J"ão!,Por cansadelle somos todos capazas de ir a Roma, descalços,sem dizer esta boca é nossa-e mais contentes queumas Páscoas I , .

E, vultando-se para os que o rodeavam, conti-nuou: .:) a, líj

Nào ó verdade, rapazes ?

Ura signal em geral sahio de todas as bocas. Ma-ria pagou aquella exclamação de atfeuto com umolhar du agradecimento.

Sa elle ó a nossa consolação I...O nosso alliviol...O nosso mais intimo amigoI...A nossa bandeira de misericórdia I...—foram

exclamando uns após outros precipitadamente.Ohl obrigada, obrigada, meus amieosl—disse

Maria em tom commovido.—Como podemos pagar-lhes tanto interesse ?

Alleluia!—exclamaram no monte a um temposete on oito vozes infantis, exclamação que se foitransmitiindo até chegar com estrondo ao grupo,deMaria. Esta ergueu a cabeça, ,e passando a mãopelos olhos para vêr melhor, dirigio a vista para ocaminho. Dous homens avançavam rapidamenteera direcção á aldeia. O seu passo era precipitado,e, como estavam ainda bastante longe, os impacien-tes mòntanhezfls nSo podiam reconhecel-os. Todaviapercebia-se, pelos seus passos, que" eram jovens,sendo, além disso, o sen intje rauitu diff rente dasvéstHS'talares que usam os nossos sacerdotes. Mariafoi a primeira em reconhecer os viajantes: erdmDiogo e Rapíjaol, os dous amigos, qiié regressavamá aldeia, d'unde tinham sabido havia quatro horasem busca do padre J >âo.'._,—• Oh I não ó » mau bondoso protector,, mas tal-vez raelragam noticias suas I—disse Maria sahindoao encontro dos dous recem-ehegados.

Maria I—exclamou Diogo ao chegar junto dajoven.

(,-j E meu lio.? — perguntou esta sem deixal-oacabar.

tudo foi em vãol Raphael e eu percorremosa maior parte do caminho que.conduz a Salaman-ca, perguntando com interesse a todos os cami'nhàntes

que encontrávamos na no«sa passagem,mas ninguém nos. deu noticia d«lle. Só o donode urna laverna nos di so quo esta manhã muitocedo vio passar um ancião, que a julgar pelos si-gpaes, deve ser o senhor cura. O taverneiro in-dií:ou nos o sou caminho';' ó o que conduz a esiaaldeia, e isto induz-rae a acreditar ou que algummotivo o obrigou a voltar a Salamanca pelo ata-lho ou que se acha a estas horas descançando omqualquer estalagem. i:ií

. — Mas entretanto esta incorteza é horrível!— ex-clamou Maria com voz commovida.

Emquanto dõra a esperança no coraçüo huma-no. embellezando cora as.suas formosas cores oobjecto que nos propomos alcançar, em nossosolhos, em no-sas palavras, em todo o nosso stn'finalmente, agita-se a incerteza, esse fluido filho,da imaginação, osso mysterioso tyranno, que a;íoraderrama a consolação pelas nossas veias « dupoiso desespero,, mas quo sempre nos reanima, alontae dá forças para esperar o momento desejado. Mas

quando a esperança se extingue, quando a mli-dade nos gnla com o seu frioè impassível olhar,quando esse figura aterradora que levantamos nanossa mento nos lança um sorriso com os seus la-bios côr do rosa, dizendo-nos na sua linguagemmuda : « Nada esperes; tudo terminou para ti >»,então os nossos olhos pardem a vivacidade, a nossaboca emraiideoe, o nosso sangue gela-so o pareceque ató a nossa vida se extingue. Então ostabe-lece-se o vácuo no nosso curação. E' quasi umamorte antecioada; é, peruiiile-se-nos a phrase, umcadáver viveate.

A chegada, pois, de Diogo e Raphael matou aesperança de Maria e dos simples camponezes quea rodeavam. O silencio estendeu-se entre esta gen-te como uma corrente electrica e assim decenrreuura quarto do hora sem que ninguém se atrevessea interrompei-o.

De repente outro grilo, dado por viuta bocas,arrancou aos que cercavam a joven do marasmoem qua se achavam. Este grito nascia dos qlo;vados cumes do monte vizinho, onde estava (le ata-laia nm unnhado de homens; <'epois rasuou nn va'lle« todas as vistas so dirigiram para o caminho.Lá ao longe, na estrada, dfsiingnia-se nm jumento,une com passg grave o moderado se approxima,vada aldeia. Mas o jumento vinha só. som ginnteqne o guiasse, e nóde-se comprehender o assom-bro dos aldeâos, quando, depois do alguns minu-tos de anciedade, reconheceram o%Pardinho, qpe,indifferente a quanm suocedia ao redor de si, ene-gou ao larguioho da ermida, e, agitando as suascompridas orelhas e estendendo a sua grave cabeça,,d«u um doloroso zurro, deixando ver aos absortos'aldeâos duas poderosas e brancas baterias do dentes.

No mesmo instante formou-se um circulo do eu-riosos ao redor do herbívoro. Maria approximbu-sodo. animal, e, aturdida pela dòr, dirigio-lbo algu-mas perguntas, que ficaram sem resposta! Um dosconcorrentes fez observar que o fucinho do jumentoestava manchado de sansroe. Esta nova descobertaarrancou um grito do dòr á sobrinha do cujra,a qual cahio sem sentidos nos braços dos seusamigos, porque este sangue não podia ser de ou-tro seuão do pobro cura, e, na sua afilicta «des-consoladora imaginação, julgava ver o seu bemtoi-tor dospeiihadrj n'um daquelles profundos barràn-cos, Victima do seu amor do próximo.

Maria foi immediatamente transyoitada.á suacasa, ondo lhe prodigalisaram todos ps niixiliosnecessários. Tros mulheres ficara velando jdntojdacama onde fn collocada a enferma. Pula sua'par-te, Diogo reunia ao pó da cruz do pB'drà todos; osrapazes da aldeia. Osargnnto Robrenho o Raphaeltaziam parte da reunião-.

— Mons.amigos,—disse Diogo— süccedèú" indu-bitavelmeme alguma desgraça ao nosso parodio;talvez esteja a estas horas abandonado em algum

ella, sonão óm Iodas as casas, ao menos áentrada do todas as egrejas. Não ba um sòchristão que delia não tenba usado desdu ainfância. Todavia, em breve to provarei quenão lia cousa menos conhecida, nem mais dignado o ser muito. Conhecer a água benta, não ósabor que existe. Conhecel-a, ó saber a suanatureza, suas razões de ser, suas differentosespécies, seus elementos, sua origem, uso, eeffeitos. "' , ¦ .

Por outra, e saber a sua historia natural,dogmática,- moral e liturgica, algum lamomelhor do quo os bacharéis de hoje sabem,com dez annos de estudo, o grego e o latim.Ora, isso o que hoje se ignora. D'entro pertode dous milhões de habitantes que tem Tariz,quantos são, homens ou mulheres, legislado-res, magistrados ou membros da Academia,que sabem os rudimentos daquelía sciencia.1?E pela capital do mundo civilisado podes ava-liar as províncias e o restante da Europa.

Não obstante, a água benta, bem como tudoo que ó da religião, ó nobre matéria do estu-dos para uma nobre intelligencia. « E", comodiz o grando Prelado supra-cilado, uma cousasacrosanta, rem sacrosantam ; cheia de mys-terios, mysterüs referiam; digna da mais pro-funda veneração, veneralione dignissimam. »Dera vês então que estudar a água benta nãoó cousa indigna, antes muito nobre, comovamos provar.

Os contiecinientos que vás adquirir cont.i-buirão a fazer do ti o quo-deves sor, sob penade não soros nada: um homem do teu tempoo do teu paiz. Quem é hoje homem do seutempo e do seu paiz? E' o homem, moço 'üuvelho, francez, italiano, her.panhol ou allemão,que professa altamente o pratica do veras dreligião do respeito. Respeito a Dous, respeitoao homem, respeito a si njasmo'. e ás creatu-ras: tal ó o symbolo tlossa religião vinda docéo. O que são os alicorces no edifício, é-o areligião do respeito na sociedade, na familia,na humanidade. Destruída ella, o mundo mo-derno morre, como o pagão, esmagado pelasminas da sua pretendida civilisação.

Porém, a religião do respeito o hoje assãl-tada por outra, quo se intitula a nliymu dodesprezo. Desprezo de Deus, despreso do ho-mem, despreso de si mesmo :e das creaturas:tal é o symbolo desla religião, fundada pelopai dos desprezadores, quo é Satanaz. A lutadessas duas religiões ô toda a luta do presente:a que vencer terá'o futuro por ganho.

Para sordes homens do vosso século e dovosso paiz, isso ó que tu e teus collegas deveiscomprehender. Deveis comprehendel-o assáspara detestar com perfeito ódio, perfecto ódio,a religião do desprezo, e para estimar, tantoem suas doutrinas como om suas. praticas, areligião do respeito, aponto de dizerdes con-scienciosamènte,-c,omo uma das mais esclàre-cidas inteligências da .'terra, Santa Thereza:« Eu daria a minha vida pela menor das cere-monias da Egreja. » (2)

2.° A obrigação de te defenderes. Não é só

(2) Veja-se a sua Vida'<mripta por cllà 'mesma

2:XXXI11, ' m <dos nossos barrancos e próximo a expirarVinten-temos, pois, o ultimo meio para salval-o. A noiteapprnxima-so, e isso ó um inconveniente, mas nadanos deve arredar; vão buscar os seus .cães, ar-rnem-so de àrohbtís accezos e demos uma balidano monte. Se depois disso pSo encontrarmos osenhor padre João, se por este meio não poder-mos salval-o da triste situação em que indühita-Vfllmenle se acha, se o novo sol vier illumjnar-'nos e tudo fòr inútil, enlão teremos feito tudo oque estava da nossa oarte, e, ainda que a-dôr deperdel-o torture e afflija os nossos corações, tere-mos ao menos a consciência tranquilla por ter in>tentado salval-o.

A proposta de Diogo foi acceita e approvada^comenthusiasmo. Escolheram-se entro os presentes trin«ta homens para levar a cabo a batida. Estes trintahomens deviam dividir-se em quatro ou seis gru-pris, levando cada um delles dous cães, quatro ar-chotos o uraa bozina de pastor. Achado o curapor um delles, tres toque, de bozina deviam in-dícar o sitio onde so achavam para que os outroscorrerem ora seu auxilio. Sa estes tres toques nãooram resoondidos por outro, então tocavam-se atémais seis, o so depois desta ultima tentativa nãoeram ouvidos, onião, mono ou vivo, o corpo doparocho devia ser transportado a sua casacçni aprudência o o cuidado mais convonientds ás cir- ¦cnmstancias.

. Robrenho tinha precisão, segundo ordem supe-nor, de estar rio dia seguinte em Salamanca paralazer a entrega dos recrutas; mas, interessado nasorte do cura e de Diogo, quiz permanecer maisum dia na aldeia, embora incorresse n'nma falta,O alegre sargento não podia conformar-sé em#an-donar a aldeia, levando a incerteza no coraçãoacerca do vonorovel cura. Assiói; ó ijnè;1' depoisdo olferecer os seus soldados para.a exp|diolçda-quella noite, ficou combinado que, apenas o sol•cedesse o sou império ás trevas, toda à gente es-tana reunida no moinho da Encruzilhada para, co-raeçar a exploração.

Uma hora depois o valle eo monte ôsíavaníco-hortos pela sombra da uuite. Os exploradores, di-vidos om seis grupos, sahiram do moinho em buscado padre Joào. Das janellas da pequena'aldeia' ai-guns olhos curiosos ou humedecidos pela perdado veneravel parocho seguiam com interesse as-avermelhadas chammas dos archotes, qne tão de-pressa desappareciam nas. profundidades de umbar-ranço como tornavam a apparecer nos cabeços dosoiontos. Depois só de espaço a -espaço'-se-ouviaao longe o latido de algum cão ou iòngòmí lugu-bro da bozina. Pouco a pouco foram sé fechandoas janellas o os pacíficos habitantes do,: Carrascalacabaram do prestar tributo a esse-amigo repara-dor da humanidade—ao somno. íj

" (Continha).

Sexta-feira 18 de Maio de 1877

tüa esta obrigação, meu caro amigo. O lompoem que vivemos é por ventura uma época de

paz para o catholicismo? Não se ataca hoje aEgreja em seu chefe, em seus direitos, emsua autoridade, em suas instituições, em seusministros? Não forcejam muitos Judas porarrebatar-nos o thesouro da fó, o patrimôniode nossas venerandas tradições? Ou por igno-rancia, ou por desprezo, não ó certo que umimmenso numero de christãos deixam cahirem desuso as nossas praticas mais santas ?

Não ha duvida que a guerra não podo ser

mais encarniçada, nem mais universal. Por

este motivo o preceito de S. Pedro pertençoespecialmente aos christãos do hoje. « Con-

servai-vos sempre em estado dc poder res-

ponder a quem quer quo vos pedir as razões

da vossa esperança. » (3)Também ó certo que para a maior parte

das pessoas não bastam provas geraes. Para

cada um dos nossos dogmas e usos, os espi-

ritos argilosos da nossa época exigem auto-

ridades especiaes. Tu sabes o dito que tem

voga em França a respeito do vinho de Tokay.

tão celebre lá na lua Allemanha. Esle vinho

não é servido senão á mesa do Imperador.

Por isso cada pé devinha, é, como dizem,

guardado noite e dia por um granade.ro

.Mudemos do gracejo para cousa seria. De

hojo em diante, aoladodecadaverdade.decada pratica da Egreja, será necessário que um

apologista, armado dos pôs até a cabeça, es-

teia de sentinella. Tu bem o sabes, e po

tanto queres estar armado para defendei a

|f .ema, «om» • Wj f. "»'"* °

signal da Cruz.Se a defenderes com palavras e acçoes,

contribuirás grandemente para a restauração

desta instituição três vozes veneranda. Com

o teu exemplo darás força a teus irmãos na

fé D'essa arte cumprirás uma parte essencial

da missão reservada hoje em dia ao mancebo

do seu tempo e do seu paiz. Permilte-me

oier-te que, em faCS as ruinas amontoadas

sobro o solo das nações chr« <*& °hri;

tão deve ser outro Nebemias. l,___!ora-ie

desle grande homem, que quando voltou do

exílio, pôz-se a percorrer a terra de seus

avós. «E eu via, diz elle, os muros de Jcru-

sá-em derribados e as suas portas consu-

midas pelo fogo : e a própria Jerusalém des-' orla » (4)

De seus olhos rebentam abundantes lagn-

mas. Mas o seu magnânimo coração concebe

o grandioso projecto de reconstruir a cidade

santa o pôr termo ao opprobrio de Israel.

Recorro a seus irmãos; seu appello é ouvi-

do: a obra principia. Comtudo as povoa-

ções infiéis, estabelecidas na terra de Juda,

carregam de insultos os intrépidos operários.

De i-uirias passam a aggressões campaes

Nada desanima Nebemias e seus companhei-

ros Trabalham ora com ferramenta, ora com

as armas. Deus abençoa, e a obra conclue-

se Eis, traço por traço, a pintura dá missão,- não lanto do padre, como de todos os calho-

licos de bojeiOra, entre as praticas que convém restau-

rar, es'per° convencer-te que a da água benta

ê uma das mais necessárias

A verdade ó que esto paiz está aberto aIodas as propagandas anti-catholicas sem amenor restHcção.

Vem o protestante, liberdade para o protes--tanle.

Vem o judêo, liberdade para o judêo.Vem o turco, liberdade para o sectário dé

Mafoma.Só a Egreja Calholica inspira receios e pa-

vores aos laes liberalões; só a religião do

povo brazileiro deve ser manietada, escravl-sada ao sabor desses demagogos, que só que-rem a liberdade do mal e buscam abafar aliberdade do bem!

Os padres, que na Bahia deram seus votos

para a elevação do Sr. Dantas, devem actual-mento comprehender o erro que commet-leram.

E' da honra do clero negar sua influencia esuffragios a especuladores polilicos, que pre-tendem conquistar o poder, a custa da liber-dade da Egreja e das crenças dos brazileiros.

No parlamento, porém, levantou-se umavoz eloqüente, poderosa e rica de prestigio,que, arrancando geraes applausos, deixou an-niquilado o Sr. Dantas.

O illustrado deputado Dr. Antonio FerreiraVianna veio à tribuna, e n'um brilhante dis-curso atirou por terra o castelio de cartas for-mado pelo Sr. Dantas.

A câmara manifestou-se esplendida nosap-

plausos merecidos ao distincto catholico Fer-reira Vianna, e os próprios liberaes por vezesapoiaram o grande orador.

Foi um triumpho.A Egreja possue felizmente desses defen-

sores.1'arabens ao paiz!Ferreira Vianna foi o echo da opinião na-

cional.No próximo numero, os nossos leitores po-

derão por si ler o discurso do Dr. Ferreira

Viannacm favor da Egreja.

Eutre os religiosos da Companhia de Jesusdistinguiram-se por sous talentos e virtudes,e pela constância nos trabalhos,- além dos jàreferidos, os padres -Martinho Martini, AdãoSchall, Fernando Verbiest, Francisco Guer-billon, Thomaz Pereira,. Prospero Intorcettaeoutros.

Foram, portanto, os jesuitas que desbra-varam os incultos matagaes da China do3 maisagudos espinhos do erro, e que abriram as

portas aos missionários das differentes ordensreligiosas, tendo-lhes já o terreno prepa-rado.

Todos, unanimemente, seguindo o exemplodo sábio evirtuoso padre lVicci, julgaram devertolerar certas ceremonias-funebres que os chi-nezes praticavam com os seus mortos e o seulegislador Confucio, porque entenderam queeram ceremonias meramente políticas e civis,

nem escrevessemIas, e que nao ensinassemem sentido contrario.

Esta harmonia não durou muito tempo da

parte de alguns dominicos, dando origem á

grande questão sobre as ceremonias chinezas.Será o assumpto do artigo seguinte.

Padre Joí.o Vieira. Neves Castro da Cruz.

A sepultura cceleslaS-loa(O Calholico, de Angra do Heroísmo)Pelo direito canonico é expressamente inter-

dieta a sepultura ecclesiastica ao suicida (C.placuit, c. 23 qu. 5. et. cap. Ex. parle, desepul-turis 5); com tudo não se recusa ella aos quehouverem dado signaes de verdadeira contric-

ção, provas sinceras de obediência à Egreja,antes da hora terrível do passamento.

A Egreja Catholica tem a sua fó, as suas

diencia unicamente ao chefe do corpo munici-

pai, em relação mesmo ás cousas. santas ; omaire passava a ser um juiz canonico; e nãoera verdade, ter-se estabelecido a liberdadede cultos em proveito dos catholicos, mas simdos apóstatas, e a constituição,em vez de pro-teger a independência do padre, proclamavaa violência da lei. .

E' esta a doutrina da Egreja.

MISCELLANEA

regras, os seus cânones e decretos, que ose que em nada implicavam com a essência da I geus miQistro8 não podem, nem devem infrío-

Todo teu.

&

A «ucstíJío religiosa no iiarlaiucuto* brazileiro

(Editorial Ai'Boa JYoucvdo Pará)'-

Tornou-se a questão religiosa arma de

guerra na mão do políticos, soff regos de escalar

as ameias-do poder, para desfructal-o com

seus amigos e compadres.Coube ao conselheiro Dantas, deputado peiu

Bahia, a honra dé repetir no parlamento bra

zileiro as mesmas sediças declamações laptas

vezes refutadas pelos mais bellos talentos de

nossa tribuna.6 nobre deputado bahiano quer o separação

da Egreja e do Estado, o casamento civih a

abolição da exÂnformata conscienlia, o emite-"

rio civil, etc; mostrou-se discípulo aprovei-

tado do famigerado Ganganelli, de quem se

declarou admirador, tecendo-lbe pomposos el«>-

gios.Mas em nome de quem fallou o Sr. conse-

lheiro Dantas?Seria em nome do partido liberal?Não. Emquanto o partido liberal reconhecer

como chefes conspicuos na côrle, os senadores

.Zacarias e Silveira Lobo, os deputados Marti-¦*

nho Campos e Lima Duarte, os Drs. Dias da

Cruz, Bezerra de Menezes, etc , que são catho-;V 'Hcòs'e

não aceitam as reformas de Ganganelli

e seus consocios, claro eslá que o Sr. Dantas

não pôde fallar em nome dò parlido liberal.

Seria em nome da provincia da Bahia, quo

lhe deu um assento na câmara?'"•• V Nâ0# a. provincia da Bahia é eminentemente

catholica, e está longe de abraçar as perversas_;j-e subversivas doutrinas, de que se fez eco o

- Sr; Dantas.1 o deputado bahiano fallou por conta própria

;; como elle mesmo não pôde deixar de confessar,

buscou levantar poeira, e armar á popularidade& de certa gente estragada da côrle do Império.

O Sr Martinho Campos, illustre deputado¦ mineiro, e chefe do Club da Reforma, declarou

na sessão legislativa deste anno, que a liber-

dade de consciência existia de sobra no Brazil.'

O sub.delegado ou outra qualquer autoridade-¦ não manda prender quem não Se confessa,

nem quem deixa de ir a missa aos domingos.

(3) I Potr., in, l-i

(4) Nohem., XI, li».

<úa iesuit»» falsamente aceusadosde idolatria na China.

I"Em uma serie de artigos, publicados na

Palavra, tratamos da influencia politica da

Companhia de Jesus.Ahi fizemos ver que os jesuitas, apezar da

sua grande influencia e preponderância nos

Estados, foram sempre estranhos ás intrigas

e manejos políticos, empregando-se única-

camente no cumprimento dos seus deveres re-

ligiosos. , .Com a historia na mão e com o racciocinio

levamos á evidencia a falsidade da aceusaçãolevantada aos filhos de Santo Ignacio, princi-

palmente em Portugal, nos reinados de D. Se-

bastião, D. Henrique, D. Affonso VI e D. Pe-

dro II. . .Não deixaremos sem exame uma gravissi-

ma aceusação feita aos missionários da Com-

panhia do Jesus, e ainda que para tratar de-

vidamente esla matéria, seria necessário mais

longo espaço que não permitte a brevidade

destes artigos, e a índole de um jornal quetem d. occupàr-se de outros assumptos; com-

tudo diremos quanto ô bastante para tornar

evidente a calumnia dos inimigos da Compa-

nhia e a innocencia dos jesuitas.Os jesuítas são aceusados de idolatria na

China, ou de permittirem alli aos fieis con-

vertidos ao .atholicismo pratica dos nios im-

labares e das ceremonias chinezas que a Sanla

Sé proscreveu e declarou supersticiosas e ido-

.latricas.Em todas as obras escriptas contra a ordem

de Sanlo Ignacio, em todos os libellos, pam^

phlelos esalyras atiradas contra os jesuitas,figura esta aceusação.

Os jansenistas clamaram de todas as parlescontra a companhia de Jesus, culpando-a de

favorecer a idolatria e de adorar o philosophoConfucio na China. Appareceram as famosascartas provinciaes de Braz Paschal, que entre

outras muitas calumnias contra os jesuitas os

criminava de idolatras.Ninguém pôde desconhecer a gravidade desta

aceusação, que, sendo verdadeira, decidia detodas as outras. O crime de idolatria, irro-

gado a missionários catholicos, ó o maior de

todos os crimes, e, se a aceusação fosse fun-

dada, os jesuitas seriam falsos apóstolos, ini-

migos declarados do nome christão. E', pois,da máxima importância esta questão.

Para dar verdadeiro conhecimento delia,devemos remontar à sua origem,

Os jesuitas entraram na China no anno de1582, e os primeiros que alli pregaram o Evap-

gelho o civilisaram aquelles povos foram os

padres Matheus Ricci, Miguel Ruggieri e Es-tevão Pario, italianos, e o nosso portuguezpadre João Nunes Barreto. Estes religiososlutaram com mil perigos, soffrendo muitas

perseguições; mas nunca esmoreceram estesintrépidos e incansáveis apóstolos na sua mis-são de evaogelizar os. povos selvagens,

Em breve foram os jesuitas coadjuvados pormissionários de outras ordens religiosas quecom igual zelo e dedicação trabalharam navinha do Senhor.

No anno do 1631 entraram alli os domini-eos, e por muito tempo obraram em perfeitaharmonia. Os franciscanos correram em grandenumero, sempre ligados aos jesuitas. Os au-

gustinianos, mesmo clérigos seculares, foramá China partilhar os triumphos da fé, achando,todos apoio nos jesuitas que só procuravam a

1 maior gloria de Deus o a salvação das almas.

religião.Era uma medida filha das circumstancias

para fazerem vingar a propagação do Evan-

gelho, ultimo fimá que visavam os missio-narios, sem bulirem com os costumes pecu-liares e privativos de uma nação, uma vez quetaes costumes não eram positivamente super-sticiosos e idolatricos, ou como taes conheci-dos, nem compromettiam no fundo a crençareligiosa.

Podiam, na verdade, errar os jesuitas, e ei-les mesmos não se consideravam infalliveis;mas não eram só elles; eram religiosos de to-dos os institutos que assim procediam decommum accòrdo na melhor boa fâ. E\ com-tudo, forçoso dizer-se que os jesuitas, apezarda tolerância de taes rilos, usavam das maio-res precauções, sempre com grande escru-

pulo.Os chinezes eram invencivelmente apega-

dos a seus antigos costumes, e, ainda depoisde convertidos, difficilmente se podiam apar-tar delles. Não aceitar algumas ceremoniasdeclaradas pelos sábios da nação e pela pro-

pria autoridade, era aos olhos dos missionáriosexpor a fé catholica a um naufrágio inevitável,e estorvar o augmento do Evangelho.

Este juizo seria infundado; no entantoactuou em todos os religiosos que na Chinaapostolisavam. a doutrina de Jesus Christo.

Em uma carta que escreveram ao Santo Pa-

dre, diziam os jesuitas;« De todo o nosso coração nós desejaríamos

que estivesse em nosso poder o abolir todosos costumes e ritos dos pagãos ondo se pu-desse perceber a menor suspeita de mal. Mas,no receio de fechar com este rigor a entradaao Evangelho, e a poria do céo a um grandenumero de almas, vemo-nos obrigados, se-

gundo o exemplo dos Santos Padres no tempoda primitiva Egreja, a tolerar as ceremoniasdos gentios que são puramente civis; masisto, emquanto a PQHsa se puder fazer sem

perigo, e, logo que seja possível, nós as cor-taremos pouco a pouco, substiluindo-lbes as

ceremonias christãs. »Estp documento é a justificação completa

dos jesuitas, e uma prova da sua boa fe_.

gir; e, como associação perfeitíssima, nin-

guem lhe poderá, sem quebra de tolerância,contestar o direito de excluir do seu grêmio, etratal-os como taes, aquelles que em vidarepelliram a sua doutrina, praticaram o erro,escarnecendo dos seus dogmas, erepresen

O protestantismo nSo é nem pôdeser a religião do povo

. (Mgr. de Segur)Não, o protestantismo não é feito para o

povo. Jesus ama os pobres e osfhumildes; orao protestantismo, inculcando a leitura da Bibliacomo regra fundamental da fé christã,. excluoo povo do christianismo.

Effeclivamente, os pobres, ou não sabem lére de que serve um livro para quem não sabeler ? (1) Ou não tem tempo de o lôr, oecupadoepelos trabalhos manuaes, e o que é um livropara quem não tempo de o ler? Se o protestan-tismo tem razão, se para a salvação é necessa-

tando o papel de zeladores encartados da rio lêr a Biblia, « então, diz o lulterano Les-moral publica, ultrapassaram os limites da g.ng, quanto vos lamento, vós todos que nas-honestidade, suicidando-se: uns moralmente,

para continuarem a viver a vida fácil da immo-ralidade; outros physicamente, attentando

por essa fôrma, contra os dictames da razão, e

principalmente contra as leis divinas.E' um direito, cuja garantia a Egreja exige,

cestes em paizes cuja lingua não sabe fallar aBiblia, vós que, nascidos nas condições desociedade em que se está privado de todos osconhecimentos, não sabeis lêr a Biblia! (2)Julgais ser christãos porque sois baptisados ?Desgraçados! não vedes que é tão necessário

pela mesma razão, que um individuo qualquer para a salvação saber lêr como ter recebido oexige a garantia dos seus direitos pessoaes. baptismo I E receio muito que tenhais queE não quer dizer isto, que a Egreja requer • - * --¦ -

certos privilégios, pois que não tem necessi-dade delles para existir: o que ella pede é,

que o poder civil respeite os seus limites, não,invada a sua esphera, não se entrometta nassuas attribuições.

Ora o -suicida usurpa os direitos de Deus;logo o suicida pratica um acto contrario á dou-trina do Divino Mestre, que ó o próprio Deus,e o fundador da religião christã. O suicida sahe

pelo facto do seu attentádo, do seio benéficoda Egreja; esta, por conseqüência, nada temcom elle/reslando-lhe apenas chorar lagrimasde sangue sobre o prime inaudito do filhodegenerado, E sendo assim, a ninguém assisteo direito de exigir da Egreja a sepultura queella destina para seus filhos, bem como as pre-ces, pompas, fúnebres, e acompanhamentos,quando ella julga do s.eu dever recusar tudo

}sso ao cadáver do suicida.A oração tem necessidade de ser perfeita-

mente livre, para significar a fé, que não pôdeexistir sem a liberdade, quia credere vulun-lalis est, diz 8. Thomaz.

Sem querermos entrar na questão do suici-dio, recordemos todavia, que, na legislaçãode alguns povos, se tem consignado o aban-dono ignominioso do cadáver do suicida, efulminado com diversas penas a injustiça, quecommette o suicida para. com a sociedade,e sobretudo para com Deus.

O judêo, o protestante, o mahometano, o

lista de Morales, religioso da ordem dos pre

gadores, inteiramente ignorante da lingua e

dos costumes chinezes, no anno de 1045, sem

consultar os missionários alli encanecidos,condemnou de idolatria aquelles ritos, e ac-

cusou os jesuitas de idolatras, quando não

oram só elles os que toleravam taes ceremo-

pias e costumes,O padre Morales denunciou-os a Roma, af-

firmando que os chinezes erguiam templos em' honra deXonfucioe dos seus maiores defun-tos, e que duas vezes no anno lhes offereciam

sacrifícios solemnes.Esta relação do dominico era mentirosa;

mas, suppostaa veracidade do que elle affir-

mava, era evidente que taes ceremonias eram

idolatricas; e por isso prudentemente a sa-

grada congregação de propaganda. /Me*julgounecessário proscrever e condemnar taes cere-

monias como supersticiosas.Òs missionários de diversas ordens, inclu-

sive os jesuitas, aflligiram-se com esta prohi-bicão que em rigor hão os comprehendia, visto

que eram falsas as informações. Mas era ne-cessario respeitar a autoridade.

Por combinação de todos, partio para Roma

o douto e virtuoso jesuíta Martinho Martini

que provou ser falsa a relação de Morales, e

que taes ceremonias eram meramente civis;

que não havia templos, nem sacrifícios,. nem

sacerdotes. Em conseqüência disto, -a mesma

sagrada congregação, no anno de 1656, per-mittio e approvòu a tolerância daquellas ce-

remonias.Até aqui tudo correu bem. Tanto os je-

suitas como os dominicos obedeceram a estedecreto. Os padres Sarpetri, Navarete e Leo-nardi, superiores da ordem de S. Domingos,testificaram o seu engano e confessaram queos jesuitas não haviam errado. Com especia-lidade o padre Navarete, convencido pelasrazões do padre Brancatl, jesuita, poz nas

mãos do vice-provincial da Companhia um at-testado, cora data de 25 de Setembro de 1666,em que dizia que não eram idolatricas as

ceremonias.Além disso,o padre Domingos.Maria Sar-

petri, dominico, escreveu uma carta em 12

de Dezembro de. 1668, em que dizia haver

o padre Prot, Vigario-provincial dos domini-

eos, ordenado aos seus religiosos que sé ob-

sorvesse a deliberação tomada com os jesui-

Suçcedeu, porém, que o padre João Bap-1 bhudista, todos baseados no seu principio, decrença, têm direito ao enterramento emlu-gares próprios e separados, conforme os prin-cipios das suas seilas.

A Egreja Catholica não pôde deixar de terum lugar próprio, onde possam repousar, osrestos morlaes de seus filhos: e nesse lugara que chamamos cemitério, santificado pelasbênçãos e orações da Egreja, ninguém, quenão esteja dentro do seu grêmio, pode aspi-rar aser alli enterrado, assim como o judêoo protestante, etc, não admittirão nos seuscemitérios todos aquelles que não professarema sua doutrina ou transgrediram tão grave-mente os seus preceitos. E ninguém igual-mente pôde exigir que a Egreja acompanhe ocadáver de uma pessoa, que em vida nunca, a

quiz ver junto desi,Uma das fontes, a principal mesmo, do

nosso direito administrativo, ó o direito ad-ministrai.vo francez; pois em França édou-trina corrente, que a autoridade civil não temo direito de apresentar qualquer cadáver naEgreja, para ser enterrado, sob a direcçâo do

padre, e cqm q ceremonia! religioso ; o artigo75 da lei de 18 do germinal, anno X(7 deAbril de 1802), assim di.; « pois. que os edi-licios do culto catholico foram postos.á dis-

posição dos Bispos e não da autoridade civil,deve esta apresentar o qadaver, onde houverde ser o seu enterramento* isto é, no cerni-terio. »

E sobre tal assumpto observa Cormenin.

publicista francez da melhor nota, que postaa Egreja em poder da autoridade civil, paraesta ordenar aquella, que s.6 enterrem, comocatholicos, os que não viveram, ou não mor-reram, ao menos como taes, a Egreja não seriaum lugar santo, mas uma succursal da mu-nicipalidade, ou theatro onde seculares, emcoro com o maire, iriam psalmodiar não sei

que Dc profun,dis, Assim o morto não erao cadáver fulminado pelas interdicções da se-

pulturá ecclesiastica, pois que havia sido.pelagraça do maire, absolvido do peccado ; O pa-dre deixava de ser o ministro de Deus, parase transformar em porteiro de sachristia, afimde abrir as portas ao maire, quando este-láfosse bater, e ao qual tinha obrigação de entregar a estóla e a sobrepeUiz, para uso dadita autoridade; o Bispo jamais seria conside-rado o superior natural e" legal dos parochos,que ficariam, por aquella fôrma, devendq obe-

aprender o liebrêo se quizerdes ficar bem cer-tos de salvar vossa alma. »

Quando mesmo todos os pobres soubessemlêr, estariam m.uíio mais adiantados por isso ?Não se. feriam elles embaraçados a cada ver-siculo como dizíamos ha pouco? E não se digaque é bastante para o povo que os pastoreseiam e expliquem uma vez por semana emsuas predicas a Escriptura Santa 1 Essas expli-cações são simplesmente opiniões pessoaes,que não se baseam em autoridade alguma, eque variam segundo o capricho de cada um.Não é a palavra de Deus, é a palavra do Sr.X,.. ou do Sr. Z..., o que è muito diverso.

Quer o povo saiba lôr, quer não, é, pois,absolutamente impossível que a Biblia seja aregra de sua fé I Deus, dando a Biblia comoregra da fé, teria excluído de sua Egreja e dasalvação eterna quasi todos os homens: o queé uma impiedade e o que nunca se poderá acre-ditar.

Logo o protestantismo que nos vem dizer:—« Tomai a Biblia e lede; dispensai a Egreja eos padres; contentai-vos unicamente 'com apalavra de Deus contida na Escriptura »—nãopôde ser a religião do povo, e por conseguintenão pôde ser, e não è a verdadeira, a religiãode todos.

João Francisco Lisboa(Anno biographico brazileiro)Natural da provincia do Maranhão, onde

nascera aos 22 de Maio de 1812, João FranciscoLisboa, filho legitimo do agricultor João Fran-cisco de Mello Lisboa e de D. Gertrudes RitaGonçalves Nina, foi homem de grande estadoe escriptor de elevado merecimento. \

Embora muito cedo se patenteasse o talentoe primor do espirito de João Francisco Lisboa,;correu descuidada e talvez contrariada a suaeducação litteraria até 1829 ; porque meninovio-se elle na fazenda paterna solto e livrecomo as aves do campo que habitava, e jovenachou-se preso e constrangido em uma casacommercial •, mas aos dezesete annos a índoledo manceho revoltou-se, quebrou as cadèas queprendiam sua intelligencia, quê, desforrando-se da incúria do passado, conquistou em arro»jados vôos os estudos de humanidades nacapital da província.

Os acontecimentos políticos de 1831 nãopodiam deixar de influir na alma enthusiasta egenerosa do joven Lisboa, que alistando-selogo no parlido liberal, fez-se o mantenedor denobres idéas ha arena da imprensa, e jorna»lista aos vintes annos de idade, foi redactor doBrazileiro em 1833, do Pharol desde Novena-bro do mesmo anno até o fim do seguinte, edo Echo do Norte, do Maio de 1834 até 1836,e emfim da Chronica que escreveu de Janeirode 1838 até Março de 1841. ...._¦¦:...,. f.-..¦. ¦

Durante dez annos o jornalismo fora a suatúnica de Nesso; não lhe serviam para arran-cala. dos hombros nem os cuidados da admi-nistração na qual prestou bons serviços comosecretario do.governo da provincia em 1835,por nomeação do presidente Antonio Pedro daCosta Ferreira, ulteriormenté barão de Pin-daré, nem os trabalhos legislativos da assem-hlèa provincial da qual foi membro distincto naprimeira legislatura e ha de 1848. <

O que não pôde á fadiga, a luta incessante,a aggressão dos contrários, pôde o desamor ea ingratidão dos aluados. Ha na vida politicadesillusões que arrefecem a fé; conlradicçõesinexplicáveis que .apadrinham o scepticismo,

¦ ¦¦-' ' ¦¦¦ '¦'¦"¦ «¦ ¦¦' i ¦'¦¦__

(1) Deve notar-se que durante qninzé seonlos,istié, até a invenção da i ra prensa, quàsi ninguémentre o povo sabia lôr. Toda aquella pobre genteteria, pois, vivido sem meio de chegar á fó. E'ab«surdo.

(i) Está verifloado pelos relatórios scientificos dossábios protestantes que é absolutaniente impossíveltraduzir a Bi .Ha em curtos idiomas, qua não encon-tram expressões para reproduzir a maior parte dasidéas enunciadas no Livro Sauto.—Ahi est5o, pois,nações inteiras que nunca poderão chegar á fé, se. que a f. se deve formar nela leitora da Biblia t

'-'*.•*¦' i

Sexta-feira 48 de Maio de 1877

essa morte do coração; rivalidades egoislicas eesquecimentos cruéis que ás vezes accendem naalma do ofíendido um justo resentimento edespertam nobre orgulho onde somente flores-cia a modéstia.

João Francisco L^tója f^ráde^ annos o jor-,nalista do seu partido; era além* dis"so oradorde merecimento, e homem illustrado; em 1840apresentou-se candidato à assembléa geral pelasua provincia, e em breve reconheceu que amá vontade dos próprios coreligionarios poli-ticos lhe preparava triste derrota. Então seucoração resentio-se, e o seu orgulho alterou-se.Não se suicidou como Chalterton; quebrou apenna desamada: lembrou-se do eloqüenteconselho do grande orador sagrado, que diziaao velho guerreiro esquecido pela pátria—Morre e vinga-te I — Elle não morreu, mas•alou-se.

Entregue ao mister da advocacia, que lhedeu honrosa e bem merecida nomeada, des-cançou onze annos das lides da imprensa;tias em 1852 voltou de novo a ella, uão comoCantes, para defender as idéas do seu partido,íómente porém para castigar os abuso» detodos os partidos, fulminar a desmoralisação,e também para escrever a historia da sua pro-vincia: foi então que começou a dar ao preloesses interessanlissimos folhetos sob o titulode Jornal de Timon, nos quaes, como diz umsau, digno biographo, com o lápis de Gavarnina mão de Juvenal; expôz diante do mundo

quadros profundamente verdadeiros, onde asatyra e o ridículo atacaram o vicio, o desre-

gramento e vaidade, sobresahindo os dousúltimos dos doze números desse periódico,nos quaes estudou os antigos historiadoresdo Maranhão, e combinando raros documen-tos e investigando os archivos do passado,apresentou curiosissimos trabalhos sobre ahistoria civil, econômica e administrativa dasua provincia.

A reputação de João Francisco Lisboa.comei litterato, philosopho e historiador, fir-mou-se para sempre com o Jornal de Txmon.S. M. o Imperador agraciou o distineto bra-zileiro com a commenda da ordem de Christo:o Instituto Histórico cbamou-o para o seu gre-mio, e o seu nome desde muito conhecido tãovantajosamente no Maranhão, foi repetidocom louvor e estima em todo o Brazil.

Em 1835 João Francisco Lisboa vem ao Riode Janeiro, e pouco depois parte para Portu-

gal incumbido pelo governo imperial de col-ligir documentos relativos á historia pátria.Laborioso e incansável, desempenhava comsolicitude essa commissão, e ao mesmo tempoescrevia a historia do padre Vieira, e enthe-sourava preciosas notas para escrever maiscompleta e até uma época contemporânea ahistoria do Maranhão, quando a 26 de Abrilde 1863 falleceu depois de longo padecer.

Da tarefa encarregada a João Francisco Lis-boa pelo governo de S; Magestade colheu o

paiz cópias de importantes manuscriptos ememórias que enriquecem o archivo do In?stituto, e das suas espontâneas locubraçõés,dos trabalhos de sua penna illustradâ e pátrio-tica ficou thesouro de trabalhos profundos,alguns dos quaes infelizmente incompletos.

_SECÇA0 NOTICIOSAAOS NOSSOS ÁSSIGNANTES.

—Aos nossos ássignantes, queestão atrazados em seus paga-mentos, pedimos a bondade demandar satisfazer os seus debi-tos, senão no todo ao menos em

parte.As quantias poderão ser re-

mettidas pelo correio em cartaregistrada e com declaração dovalor que contém.

! Esperamos ser attendidos emum pedido tão justo, pois, comoé sabido, as assignaturas doAPÓSTOLO devem ser pagasadiantadamente.

Festividades religiosas. — A festado Divino Espirito Santo será celebrada nocorrente anno nas egrejas seguintes.-

Na egreja matriz de SanfAnna no domingo20 do corrente ás 11 1/2 horas da manhã,orando ao Evangelho p Revd; padre Luiz Pintode Almeida. Nos dias 21 e 22 celebrar-se-hão missas às 8 1/2 da manhã com assistênciada irmandade nos altares da Familia Sagradae de S. Bartholomeu: no domingo 27 pelas 7.horas da noite Te-Deum.

—Na egreja matriz de Santa Rita.às 11 e 1/2horas da manhã, orando ao Evangelho o Exm.Beym. Monsenhor Joaquim Pinto de Campos;*io£e-Dwn o Rev. padre Luiz Pinto delAméida.

—Na egreja da Lapa do Desterro, ás 1 lho-Tas da manhã, orando ao Evangelho o Rev.

padre-mestre José Herculano da Costa Brito.—Na egreja malriz de S. Gonçalo de Ni-

ctheroy, po. domingo 20 do corrente, orandoao Evangelho o Rev. padre-mestre pregadorimperial Frei Manoel de Santa Catharina Fur-tado: no dia 21 festa do Santissimo Sacra-mento i orando apE^ang'lho' o Rev. padre-mestre pregador imperial Frei Manoel de Santa

tarde, Te Ikum ao recolher a procissão,orando o Rev. padro-mestre Francisco Anta-,nio de Mello Cabral; no dia22, festa de S.Gonçalo orando ao Evangelho o Rev. padre-mestre Francisco Antônio de Mello Cabral.. No. domingo-ás 6 e 1/2 horas da manhã dis-tribuir-se-tia pelos pobres da freguezia, carneverde, e pão.

Portaria.— S. Ex. Revma. o Sr. Monse-nhor governador do arcebispado expedio a 9do corrente, a seguinte portaria:

« Monsenhor Carlos Luiz d'Amour, gover-nador.do arcebispado da Bahia, Prelado do-mestiço de Sua Santidade, Conego prebendadoda sanla egreja cathedral primacial, commen-dadorda Ordem de Christo, etc, etc.

Tendo tomado posse da dignidade e júris-dicção archiepiscopal deste arcebispado deS. Salvador da Bahia, o Exm. e Revm. Sr.Arcebispo D. Joaquim Gonçalves de Azevedo,por procuração que se dignou dirigir-nos, nãosó para o acto da posse, como também paragovernar o arcebispado; havemos por bemconfirmar em seus cargos a todos os empre-gados de nomeação archiepiscopal.

Dada nesta residência archiepiscopal deS. Salvador da Bahia, aos 9 dias do mez deMaio de 1877: —Monsenhor Carlos Luiz deAmour, governador do arcebispado. »

Tribuna sagrada.—Lemos no Diárioda Bahia :

« Após a celebração do Te-Deum, por oc-casião da chegada de S. Ex. Revma. o Sr. Ar-cebispo, oecupará a tribuna sagrada na Calhe-dral, o illustrado Rev. Dr. Romualdo Maria deSeixas Barroso. »

9 Exm. Sr. Bispo de Goyaz.—Nãoé exacto, como nos constou e publicamos, que fo Exm. Sr. padre Augusto Júlio de AlmeidaVigário Geral da Diamantina, não tenha acei-tado a nomeação de Bispo de Goyaz. Pessoafidedigna escreve-nos daquella cidade com-municando-nos que o Sr. Bispo eleito respon-dera definitivamente ao governo imperial, emdata de 2 do mez fipdo, que aceitava a mitra.

Folgamos de communicar esta grata noti-cia aos nossos leitores.

Pliilurmonica fluminense. — Esladislineta sociedade dá o seu concerto no dia21 do corrente. .

Agradecemos a delicadeza da offerta do car-tão de entrada quo nos foienviado.

A questão romana e a políticaeuropeu.—Extrahimos do Tabtet o seguinte:

« Os prophetas que se encarregam de dou-trinar o mundo e predizer o futuro nas colum-nas contradictorias da imprensa diária, decla-raram alto e bom som ha sele annos que a«Questão Romana» era cousa do passado, eestava morta.

Essa questão, diziam elles, foi solvida no diaem que pelas brechas nas muralhas da capitalda Ctiristandade se introduzio o programma deCavour «a Egreja livre no Estado livre» graçasás baionetas dos generaes Cadorna e Bixio.Mas uma tal solução, como bem disse hapoucos dias, o Cardeal Arcebispo de Westminster, « não foi a solução da Divina Provi-dencia, mas sim, a da revolução e do sacrilégio.Esla não podo persistir.»

Não admira, portanto, que agora surja denovo esse espectro, que na opinião do mundose havia conjurado e feito desapparecer parasempre. Diz um correspondente do DailyNeios de Vienna, em telegramma que acaba depublicar-se, que o recente apparecimenlo daquestão romana induzira o general e diplomataRusso Ignatieff«a prestar mnita altenção aoembaixador da Itália, »

Cremos piamente que haverá mais alguémqtie"tenha «prestado altenção» a este assumpto,pojs que entre as complicações que agoraagitam a questão do Oriente, deve na verdadecausar impressão aquelles que estão fora daEgreja, o fado de toda a imprensa protestantedeste paiz, assim como a Newe Freie Presse deVienna, a Opinione, Nazione e Lxberld da Itáliae a PolüiM da Hespanha, dedicarem columnasdo seu valioso espaço a uma questão solvidaem 1870, e que agora só revive com o discursodeumvelho decrépito que se inculca prisioneiro,

Durante seis annos, supportou Pio IX emcalmo e respeitoso silencio os insultos e asblasphemias que impregnaram a atmospheraem que elle vive,.. Agora emfim elle ergue asua voz e dahi resulta um éco em toda a Chris-tandade e a consternação com que os políticosencaram o facto que Roma não vai ficar tran-quilla como elles desejam. O que agora parecepositivo, é que «a única solução da QuestãoRomana» conforme ainda disse S. Em. o Arce-bispo, « é que se torne independente o Vigáriode Christo.» Esta será, a nosso ver, a magnaquestão a solvór quando desenvolver-se umaguerra geral na Europa; e o mundo aprenderáâ sua custa, que o sacrilégio que se consum-mou em 1870, lem de ser expiado. »

a. O Direito.—Publicou-se o n. 1 cor-respondente ao volume XIII do anno V destainteressante revista mensal de legislação, dou-trina e jurisprudência.

Concerto de matrizes e comitê-rios.—Em 26 do passado, a presidência daBahia ofüciou nestes termos ao Rev. Vigárioda freguezia da Matta de S. João :

« Em resposta ao seu ollicio de 24 do cor-rente, declaro a Vm. que deve recolher aoscofres provinciaes a quantia de 500$, que re-cebôra, em conseqüência da ordem do meu

do, visto ter dispendido a dita quantia, sem a.necessária autorisaçâo, com a compra de ma-deiras para o cemitério ; porquanto ainda nãoestava decidido se devia servir para aquelle.fim ou para matriz a egreja qué ahi existe em,estado de ruínas; além de que seria em puraperda a que se fizesse com um cercado de ma-deiras para o cemitério, porque dentro dedous ou tres annos se teria de repelil-a.

Aproveitando a oceasião, devo observar-lheque estou resolvido a não auxiliar a conslruc-ção ou reparos de egrejas e cemitérios, paraos quaes não concorram os fieis; e que, por-tanto, se Vm. quizer que a sua parochia pos-sua uma malriz e cemitério, dignos delia,trate de fazer um appello aos sentimentos re-ligiosos dos seus parochianos, que hão de cer-lamente sorprendel-o com a abundância dosseus donativos.

Saiba V. Revma. despertar o zelo religiosode suas ovelhas, o a sua voz não clamará nodeserto. Peça com fé e alcançará.

E' de mister que todos se convençam queas receitas provinciaes, aiuda triplicadas an-nualmente, serão insufficienle3 para satisfazerasinnuraeras necessidades locaesda provin-cia, se os fieis e os cidadãos não se quotisarempara o fim. de realisarem por si alguns dosmuitos melhoramentos que reclamam as res-pectivas localidades.»

Pobre religião do Estado IA tolerância do <r Globo, d—Diz esta

folha em o seu numero de hontem :« Os catholicos romanos inglezes, tendo a

frente o duque de Norfolk, publicaram umprotesto contra o projecto de lei do governoitaliano, reprimindo os abusos do clero.

«Eo que tem elles com isto ?»E o que tem o Globo com elles? pergun-

taremos nós também.E viva a liberdade, mas somente a de bor-

racha IChuva no interior.—Lô-se no Paiz,

do Maranhão, do 27 do mez findo \« Escrevem-nos da Miritiba:h Ha dous mezes, pouco mais ou menos,

quo aqui uão chovia, quando o nosso Vigário,padre Pedro Ribeiro da Silva, resolveu-se afazer preces, implorando a misericórdia Di-vitia para o seu rebanho, ameaçado de morrerde fome.

« Começaram as preces no dia 11 e lermi-naram no dia 10, sendo sempre muito con-corridas, mostrando-se o povo dócil ás adraoestações do pastor que pedia penitencia esincero arrependimento das culpas e mais fer*vor pelas cousas de D.ius.

« No dia em que ellas terminaram, antesda procissão, deu-se um facto que chamareimilagre, cbaraem-n'o os espíritos fortes o quequizerem.

« Havia o Vigário annuticiado a procissãopara essa tarde, O dia tinha sido abrazador esó uma verdadeira devoção faria alguém ex-pôr-se á hora indicada (4 da tarde) a acompa-nhar a procissão, pois 'loviam todos ir descal-ços. Quasi ás 3 horas, como por encanto,toldam-se os céos, e c-»h•* "ma citava que aca-mou a areia e diminuio o calor,

« A procissão levava a Imagem da Virgemcarregada por senhoras e a de S. José por ho-meus, percorreu a villa e dirigio se pela es-trada que vai á antiga povoação do Preá, decuja capella linha sabido outra procissão comas mesmas Imagens que vinha ao encontro dada malriz. Aquella, tendo sahido mais cedo,apanhou.parle da chuva.

«Recolhidas as procissões formou-se grandechuva, e de então alé hoje (23) não tem ces-sado de chover, fazendo renascer a esperançajá perdida de melhorarem as roças. »

Diocese da Bahia,—0 Exm. Monse-nhor D. Carlos Luiz d'Amour, tomou posse doarcebispado no dia 7 do corrente, por procu-ração do Exm. e Revm. Sr. D. Joaquim Gon-çalves de Azevedo, Arcebispo nomeado.

Lycêo Litterario Portuguez.—Dorelatório que nos foi offerecido, colhemos osseguintes dados, que revelam a prosperidadedesla instituição:

O Lycôo conta actualmente 651 sócios,tendo sido admitlidos durante o anno pas-sado 219.' ' , .

Inscreveram-se durante o mesmo anno 426alumnos, sendo 98 menores de lo annos e328maiores; 300portuguezes, 116 brazilei-,ros, 5 hespanhoes, 2 paraguayos, 2 inglezes e1 argentino. Receberam instrucção primaria309, instrucção secundaria 117. As matériasensinadas foram: instrucção primaria, arilh-metica, geometria, desenho, francez, inglez eescripturação mercantil.

A receita da sociedade foi durante o annode 15:095$970 e a despeza de 8:071^070; dosaldo na importância de 7:024$900 applica-ram-se 6:114$ á compra de seis apólices dadivida publica geral do valor de l-.OOOfl) e jurode 6"/,.

O fundo social elevou-se a 19:854*1)999.Mentira em circulação. — Escreve

a Palavra, do Porto :« Ura jornal de Lisboa disse qne um Bispo

tinha sido justiçado por sentença dos tribu-naes Norte-Americanos. Irreflexão, ignoran-cia, ou não sabemos o que diclou aquella no-ticial 0 justiçado Lee era fanlo Bispo comoo foi Braz Tisana, intitulava-se Bispo e não oera, mas sim ura sectário protestante mormon,em todo o caso não catholico. Só a palavra«wuiivyiu5«u«. .u.r..-. ...

Catharina Furtado; procissão ás 4 horas da antecessor, de 17 de Outubro doanno passa- « Bispo » merece tal respeito que se commettei4i

i

grave falta em pôr em duvida tal respeitabilidade embora seja só com relação a um indi-viduo qué esteja revestido do caracter episco-Pal» Í^WWBP-Si^^P Passar Por ÍNspo, e.daqueijémoÜo, aquelle*,,^ o não é. >>, ^|k

Recepção do Exm. ArcebispoEis o programma da recepção do Exm. e Rvm.Sr. Arcebispo da Bahia, metropolitano e pri?maz do Império:

« De ordem de S. Ex. Revma. o Sr. gover*nador do arcebispado se faz publico o seguinteprogramma para a recepção do Exm. e Rvm.Sr. Arcebispo metropolitano D. Joaquim Gon-çalves de Azevedo:

Logo que o forte do mar fizer signal devapor, dous tiros de peça dados no mesmoforte, os sinos da egreja cathedral annunciarãoa chegada de S. Ex. Rvma.

São por este programma convidados: o clerosecular e regular, Ordens Terceiras, confrariase irmandades, para congrêgarem-se todos nacathedral, d'onde sahirão processionalmente.

No lugar designado para o desembarque, noarsenal de marinha, estará preparado um sa-cello ou pavilhão, em cujo centro se armaráum pequeno altar, sobre o qual se colldcaráuma cruz.

Era lugar decente estará o baldaquino e acruz primacial, e demais• um genuflexorio euma credencia para os ornamentos indispen-saveis.

Desembarcado o novo Prelado, o dirigirãoao sacello o presidente do Rvm. Cabido, járevostido de estola e pluvial brancos, lhe daráa oscular a cruz, moresolito, e nesta oceasiãoentoarão o responsorio EcceSaccerdos magnus,deixada a antiphona Sacerdos et Pontifex, quevem era primeiro lugar no Pontificai Romano.

Ultimado este ceremonial, se organisará oproslito na fôrma do costume, indo o Preladodebaixo do pallio, entre dous membros doRvm. Cabido, e as varas do mesmo pallioserão sustentadas pelas pessoas mais disti netase, autor jsadas;

Adiante logo do pallio proseguirà o Rvm.Cabido, formando corpo com o Prelado, pre-cedido da cruz primacial e todos os demaisseguirão adiante segundo a ordem de suas pre-cedencias,

Poderão os do clero cantar pelo caminhoalgum hyrano ou psalmo, menos o Te-Deum.

Ao chegar o prestito á cathedral, o presi-dehle do Rvm. Cabido (ainda revestido) offé-recerá ao Prelado o aspersorio, depois o thu-rificarà, more solilo, e, entoando o Te-Deum,o Uvm. Cabido o conduzirá ao aliar do Sanlis-simn, onde fará breve oração, e depois pas-sando para a capella-raór se finalizará o acto,segundo prescreve o Pontificai Romano, verb.— Ordo ai recipiendum Prelatum, vel Le-gatum.

Espora-se do espirito religioso dos habi-tantes desla capital, que estejam adornadas ascasas e juncadas as ruas, por onde houver depassar o prestito pontificai, e bem assim quehaja illuminação por tres dias, — Conego Joa-quim Tito Galvão, secretario da câmara. »

Benção do Itel-Popa. — O Czar aodespedir-se de seus soldados, disse-lhes:

« Antes de vossa partida, abençòo-vos.Quando avistardes o inimigo, mostrai-vos va-lentes, sustentando a honra dos vossos regi-mentos. Entre vós ha muitos mancebos queainda não viram o fogo; espero que, seguindoo vosso exemplo, tratarão de igualar-vos embravura, Espero que regressareis brevementecobertos de gloria. Adeus, meus filhos, »

0 que valerá a benção do Imperador de to:das as Russias para quem não faz caso dabenção do Vigário de Jesus Christo ?

a Illustração Brazileira d. — Dis-tribuio-se o n. 22, contendo arligos variadose bellissimas gravuras,

Na parte artística a Illustração rivalisa comas melhores publicações do gênero feitas naEuropa,

Sobre a guerra.—Da correspondênciade Londres para o Diário do Rio de Janeiro,extrahimos os seguintes pormenores: ¦

« Se, porventura, a guerra fôr declaradaentre a Rússia e a Turquia, as forças e recur-sos, relativos não só a esses paizes e aos ou-tros Eslados, assim como ás potências euro-péas qué podem ser arrastadas á luta, acham-sepublicados em uraa recente obra do barãoHenry de Worms, intitulada A polilica inglezano Oriente.

Esta obra contém duas tabellas demonstra-livas, que reúnem todas as informações neces-sarias.

A primeira abrange os recursos da popula-ção, do commercio, das finanças, do exercitoe da armada de cada uma das potências em-penhadas na questão do Oriente; a segundaofferece, ao primeiro golpe de vista, as crençasreligiosas, e o numero de subditos de cadanacionalidade residentes na Turquia. • f .

Ao lado de milhões de habitantes, figurandoa Rússia com 86,586,000, a Turquia com28,500,000, a Austria-Hungria com 34,904,435etc, o Montenègro offerece o mais singularcontraste com os seus 190,000 habitantes,população igual ã de uma cidade de terceiraclasse na Inglaterra. *-

A renda deste pequeno Eslado. é calculadaem £ 5,000 e a população apta para o serviçode guerra em 26,000 homens, ,d'ondè se in-fere que todos os habitantes masculinos doMontenègro, ao atlingir a puberdado, são sol-dados, t ^'M;,, v-mp . ;-i t^ .,(-;,*

j ,w. filkr.t ¦ ¦¦ 'l i*Mm íT .¦¦'¦' *

A divida da Rússia ó computada em £3(11,000,000 e a da Turquia em £ 200,000,000.O exercito russo é de 1,248,834 soldados; oturco de 629,736, o allemão de" 1;448^834,o frjtícez de 1,118,525, o austro4iúngaro de

."28, o italiano de 871371 e o inglèt deOWjBOoV. m:

Cumpre notar que do exercito inglez, ape-nas de 183,342 homens effeclivos, esfâo62,849 na índia e 21,172 nas colônias; Nasoutros exércitos a proporção é de cerca demetade em actividade, e metade na resérta;mas a Turquia, do mesmo modo que a Iiigla-terra, tem grande disproporção de soldadosirregulares e forças locaes fora dos.seu* exer-citos, como por exemplo 475.38Q,irregularescontra 154,376regulares. ¦ i; >r,,No numero de encouraçados cabe o .1! lugará França que possue, 63. Comtudo, não se pódenegar que a preponderância marítima pertenceá Inglaterra, que dispõe de 61 encouraçados e449 navios de madeira. Em relação a naviosde madeira a França causou-nos admiraçãoapresentando-se com 366; a Rússia só. tem124. A Turquia possue 21 encouraçados,. ea Rússia 31. Neste ponto os algarismos nãodemonstram de que lado acha-se a superiori-dade. A Itália tem 17 encouraçados a Ãu-lria-Hungria 12, a Allemanha 8. Em seguida vem aGrécia que dispõe de 1. A Hespanha não foiincluída na lista.

A segunda tabeliã do barão Henry de Wormsideclara que em todo o Império Ottomano,inclusive os estados tributários, existem13,000,000 de turcos; 1,500,000 árabes;600,000 turcoraanos, tartaros e bohemios;5,123,000 romanos; 20,000,000 gregos;3,027,068 servios e 4,800,000 bolgarios. Dosservios 500,000 e dos bulgarios 800,000 pro-fessam a religião mahometaná. A religiãocatholica romana ó professada por 450,000servios e 100,000 albanezes. Com os estadostributários, a população total da Turquia é da52,092,068, mas 10,700,000 nubios, 5,009,000de egypcios e servios são incluídos pára com-pletar esse fallaz algarismo. »

Hespanha.—Foram abertas as cortes.A mensagem real diz que são mais cordiaes doque nunca as relações da Hespanha com todasas potências e com a Santa Só.

Fallecimento.—Os jornaes da Europadão noticia do fallecimento do Emm. CardealVannutelli.

O Exm. Sr. Bispo deS. PauloRefere o Diário deMogy-mxrim, de 10:

« Hontem a câmara municipal foi em corpo-ração comprimentar a S. Ex. Revma. em suaresidência no palacete do Sr. tenente-coronelGuedes: em seguida acompanhou-o até amatriz para assistir ao solemne Te-Deum.

Antes, porém, de começar esta cerimoniareligiosa, o Exm. diocesano foi ao púlpitoedahi cumprimentou e apresentou-se a estapopulação: declarou que o fim principal davisita pastoral não é a administração dachrisma, porque se bem que não seja isto umsimples complemento do baptismo, como vul-garmente se julga, e sim talvez o segundo Sa-cramento da Egreja, todavia se lhe antepõe ointuito mais importante da predica evangélica,da propaganda das verdades eternas,, da divul-gação dos sacrosantos princípios que toüfo,mentam a verdadeira religião, em sídem ase extirparem os abusos provenientes da cor-rupção de costumes, e a se preparar a almapara abomavenlurança. ...,,

S. Ex, promette-nos pois honrar o; púlpitosobre este thema e aémèsmó Jempo abrirá aconfirmação do baptismo em oceasião oppor-tuna. . '-

iO que podemos affirmar é que todos estão

satisfeitíssimos com oi digno diocesano. Suapalavra moderada e doce, soas maneiras bran-das, revelam um espirito que não está dispostoa pôr em pratica certas crenças, mais própriasde épocas atrasadas.

S. Ex. é emfim um Bispo para a sociedadeactual. »

In cauda venenum.Instituto Historie».—Acabam de ser

publicados dous volumes- da Revista Trimensalio Instituto Histórico 6eògràphicòr6 Ethnogra-phico Brazileiro contendo a primeira e segundaparte do Tomo XXXIX correspondente ao IIItrimestre. >• ;<itesfty o$k.:m'ú msimv:.ví

Tratam de assumptos importantes. míINotável phenomeno.— No dia 30 do

passado, os curiosos de Nápoles agrupavam-seem todas as ruas d'onde se avistava o Vesuvio,para ver o fumo avermelhado qué delle sabiae que fazia crer n'uma próxima eriipçSo. Eis aexplicação que M. Palmióri dera deste-phe-nomeno: V '*' {* v

Os curiosos, hontem de tarde, deitavam seusolhares para o Vesuvlo, porque víàm áppàre-cer no fumo um tanto abundante a reverbera-ção do fogo que arde no interior da cratera.Este phenomeno produz-se freqüentemente]com mais ou menos energia, desde 18 de De-zembro de 1875; muitas vezes, as nuvens co-brindo o cone impedem de ver o phenomenoe outras o fogo é verdadeiramente invisível]em conseqüência de desprumamentos que seproduzem na cratera nova..

O período eruptivo segue, pois,.lentamenteo seu curso com ligeiros progressos, o fogoé um pouco profundo, e; portanto a lava nãopóde verse no exterior, *A cratera que visiteihontem apresentava sublimaçoes mais abun-dantes de çhlorelo, e exhalaya, com o fumo

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/.<-JAí'«»)i«Sexta-feira 18 de Maio de 1877

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^yerpelhado, ácido chlorydrico. Além disso,as fumaradas de ao redor tinham uma tempe-^tora.mais elevada.. o

(Ò;s aoidos do fumo, misturados com achuvàdestes últimos dias, causaram graves prejuirzos ás plantas dos campos circumvizinhos, ecausarão talvez outros mais graves á medidaque a primavera avança. Os apparelhos syemi-ços 4o observatório são: de uma agitação pro-

r pgrcionada á ligeira actividade eruptiva dovulcão, o, até ao presente, não indicam umcrescimento próximo sensível.

A. água benta ilo século XIX.—Com esto titulo publicou Mons. J. Joseph

'. Gaumé um. ore. e tratado, escripto com muitaclareza, orudicção e orthodoxia, tendente arestaurar os bdlos e antigos costumes obser-vados pelo povo christão.

O illustre autor dò Signal da Cruz, doCemitério, do Angelus, da Vida no século XIX,è de tantas outras obras notáveis pela sua

1 doutrina e oppoítun.idade, dando a lume o seuexcellente livro mereceu um Breve do imrmortal Fio IX que o louvou e abençoou porter emprehendido obra tão meritoria.

• 'Hoje-que, à ignorância atrevida de mãos'dadas com a impiedade zomba cynicamente

das cousas santas, e' que. tanto se ridicnlisa¦"•'a' agna de Lourdes, achando-se impossível qup

Deus opere milagres.por.totercessão do suar Mãi ímmaculada, ó de toda conveniência ynl-

¦ garlsara Água benta no século XIX para cón-fusão dos néscios e edificação .dos,qu,e per,-

.tóaoecítfn fieis á crença de que foram regepe-tados pejas águas lustraes do baptismo.

Chamamos a attenção dos leitores,para esseinteressantíssimo irabalho que hoje começamosà trasladar.

AreebUpudo da Bahia. — S. Ex.Revma. o Sr. Arcebispo metropolitano D- «loa-quim Gonçalves do Azevedo, dirigio ao Exm.e Revm.Sr. Monsenhor Carlos Luiz de Amour,Vigário capitular, desta diocese o seguinte dp-cumento. •; i j

if. fn Nomini Djmini Amen.Saibam quantos este publico instrumento

de procuração virem em como Nós, D. Joaquim Gonçalves de Azevedo, que somos con-firmado e provido Arcebispo da diocese deSão Salvador da Bahia* precedendo nomeação

^'de Sua Magestade o Imperador o Sr. D. Po-dro II, pelo nosso Santíssimo Padre Pio IX,como consta das bullase letras pontifícias ex-pedidas em nosso favor; não podendo ao pre-sente por justas causas ir por Nós mesmo atomar .posse da dignidade e jurisdicção ar-çbiepiscopal da dita egreja c arcebispado deSão Salvador da Bahia, pelo melhor modo,via o fôrma que podemos, eque de direitodevemos, nomeamos e deputamos por nossoprocurador geral ao Exm. e Revm. Sr. Mon-senhor Carlos Luiz de Amour, para que porNos e em nosso nome, em virtude das ditasbailas e. letras apostólicas de confirmação,

* possa na fôrma dp direito e do que por le-gilimo costume se observa, tomar a posse

. real ecanonicada dita dignidade e jurisdicção..«,4rçhiepiscopal do arcebispado de São Salva-

dor da Bahia em a nossa santa egreja ca-v-ÜtédraU o Pai'a que possa por Nós e om nosèo

. nome exercer o officio de governador doar-cebisp^0 com *°da a Jurisdicção qne temosna. dita egreja de São Salvador da Bahia.pestando impedido por enfermidade, ou outracausa legitima, pela >qual não possa, antes donQssa chegada iâ diocese,' executar por sàa

pessoa o que so contém nessa procuração,possa substabelecel-a na pessoa ou pessoas qijiequizer, para o que lhe damos completa e suf-

« fleiente faculdade qual Nós.temos.Dada e passará nesta cidade de São Sebas-

tiSodo Riode Janeiro sobnosso signaléseHodas* armasíque^usamos; aòs •30* de Abril! de1877.— f Joaquim,Arcebispo da Bahia. Lji-gar do sello. •* j;, ^-S. ExvvRevtóa. o Sr. Vigário capitulardirigio no dia 5 seguinte officio ao Revm.1 Ca-bido desla archidiocese:

... ,<i Residência archiepiscopal da Bahia, 5de- .. Maioie 1877.-rlllmk e'Revm.Sr.^ Passo às

^mãaideV:. s. Revma. o officio junto, qne con-.^máRhwl^8da confirmação do Exm. e Revjn.

7 íS/> Arcebispo desta diocese; e outras que dizemrespeito ao mesmo objecto, para queV.S.

. Reviuai.áYistajdellas, e da procuração também

I |ttclgsauj?4»0.foe devolverá, sa digne.marçardiar.e, hora; paraa posse do,mesmo Exm. Sp.:X^ebi^ com abrevidade,possível.',, .'jj^PjoV?lflÇO,-nje da opportunidade para apre-•Mn^aiy. S. Revma. a renovação;de meus pro-'!]tós|o^a-maior

estima e alta consideração." u:'Deus

guarde a V. S. Revma. Sr. cabido da

^,.^a^a,.^gr.êjaeÇatbedral Primacial—MonsenhorCarlos Luiz. de Amour, Vigário Capitular; ! •::

-ímíí-iBaoü-Bttfo-rio Aràguáyá! tw A estelí^espeitio escrevo1 o Correio Official' de Goyaz:

iíHKí^.^Sabe-sé'como começa a' enchente no Ara->.gtíay)i.

'ül^/Mr^V^'--1''^ ' |:j"

..•:• r.Em^principios de Novembro quando o rio;*se acha era seu mais baixo nivel, nota-se úda^.'Crescimento repeníino de suas águas, que,•, ^nco^epols,1 descem ao nivel extremo a que

antes locaram. Ti í:¦'¦'>''<¦¦¦'>.ju :íiiE!iOquôse chama primeiro repiqUeteúo riò;

> ;i ô prenuncio do inverno. *.^j ;: O 'segundo fr-piqueteVém muitos dias de-j i:;i:POÍs,;,e as aguise^lãni'se1 conservam estaciona-l^-í^iasinaialturaa^iíeclYegaramno seu segundo

.^jou, terceira dia j- não augmèntám nem dimi-nuem seu volume.

O terceiro repiqüOtç Verií-.áQnâl, e então o jrio sobe constantèr^nté.do^nivel âló Junho,em que, tendo 'chegado ao máximo cresci-mento, começa a baixar novamente ató finsde Outubro. • *x$ •

¦ O inverno deste anno nâo se annnnciou poresta oscillação normal do Araguaya.

O primeiro movimento ascensivel do rio nãoappareceu na época esperada; não se fez sen-tir senão muito mais tarde.

. Esta lentidão do rio fez crôr a muitos queera um indicio do inverno pouco sensível emenos duradouro do que o dos annos ante-cedentes.

O segundo movimento ou repiquete foiigualmente demorado; mas chegou tão pro-cipitado que o rio subio logo a uma alturaconsiderável, e era vez de suspender sua mar-

i cha ascondente, como era usual, continuou acrescer sempre «Te mais a mais, de modo queo terceiro repiquete não foi percebido; e talera o volume d'agua e a rapidez com que oAraguaya invadia o littnral, que já em Fove-reiro todas as campinas e planícies estavaminundadas e se confundiam com o leito do rio.

Entretanto, á medida que as águas avança-vam para os lugares mais altos e afogavamtodos os pastos, vinha a fome perseguindo osmíseros animaes. Elles aproveitavam para asua nutrição as plantas arborecentes que aindase elevavam sobre a superfície das águas.

Quando este ultimo alimento veio tambéma faltar-lhes, applicavam os dentes ao troncodevorando-lhe as camadas coitiçaes. Emfim,envolvidos pela água,enfraquecidos e extenua-dos d) fome, estos animaes suecumbiam unsapós outros; seus cadáveres boiavam aos mi-lhares no meio da planície inundada.

Os effeitos e a influencia desla calamidadeque os habitantes com razão denominavamdüuvio, se fazia sentir de um modo inauditosobre muitos outros animaes, não só domes-ticos mas mesmo os silvestres; uns e outrospareciam dominados por uma melancolia pro-funda.

Nas cabanas, segundo referiram varias pes-soas, notava-se freqüentemente uma scenacontristadora. ,

A' medida que as águas invadiam os cam-pos, via so chegai* successivaraenle â cabana,aves de vôo pesado, o nambú, o mutum, pro-curando um abrigo que já não enconiravamem outra parto contra a crueza do tempo.

O mesmo veado, sempre tão esquivo etão' rápido em escapar á visla do qomem,procurava agora a cabana, como que pedin-do protecção aquelle que elle tanto temia.»

RIov» blBiliuthecn. — Os conhecidoseditores Maltos Moreira & Comp. de Lisboa,vão encetar a Bibliolheca Religiosa, ondo pu-blicarão^as obras raais afamadas sobre mato-ria religiosa.

Inaugurará esla bibliolheca o excidlente li-vro de Villefranche-Pin/A—Sua vida, simhistoria c seu século. A versão é prefaciadapelo Sr. Camillo Castello Branco.

A'cerca do livro diz este eminente escri-pior:

« Merece distinclissima nota esta obra por-tentosamente bem pensada e escripta, pelaqual a casa editora Mattos'Moreira & Comp. vaiprincipiar a série da sua Bibliolheca Religiosa.Deve considerar-se este livro não só uma es-merada e exactissiraa biographia de Sna San-lidado Pio IX, mas ainda um compêndio dahistoria européa nos últimos trinta annos, emtodos os lances contingentes com os EstadosPontiQcíos, que importa oraesmo dizer, coma civilisação pelo christianismo, ele.»

Tabaco. — A sociedade contra o abusodo tabaco estabelecida em Pariz abrio còucur-só para os seguintes prêmios:

100 francos (188000) para o professor deinstrucção primaria que üzer a melhor me-mória, que tenha por fim precaver a mocidadecontra os perigos do uso prematuro do ta-baco.

200 francos (368000) para o medico queapresentar o maior numero de observaçõesinéditas de doenças causadas pelo tabaco.

300 francosr (548000) para o autor da me-lhor memória que trate da influencia do ta-baco em estudantes.

A sociedade confere uma medalha de honraa cada premiado. "

Os escriptos; devem ser apresentados até 31de Dezembro de 1877.

Um rico pobre.—Uma senhora fallando:com ura commerciantè de Aberdeen (Inglaterra)dava-lhe os parabéns por sua elegante filha tercasado com um marido rico. íi

— Obrigado, respondeu o pai pausada-mente; acredito que ella casou com um homem,rico, mas entendo que elle ô um pobre marido.

Domínio dos velhos.—A Pali MallCazette; jornal inglez, por' oceasião dos annosdo Imperador Guilherme publicou um curiosoestudo comparativo sobro a idade dos prin-cipaes personagens do nosso tempo e os quemais figuraram nos principios deste século.

Bem aò contrario do que então suecedia, amaior pártò das nações do mundo civilisadoestá hoje governada e dirigida pelo velho. -

O imperador da Allemanha, segundo aquellejornal, acaba de completar 84 annos, e den-tro de poucos dias chegará a esta mesmaidade Mr. Thiers, que é 25 dias mais novo.

O Papa tem 85. o cardeal Dupanlonp 75,o primaz de Inglaterra 66, o. rei dos PaizesBaixos 60, o da Dinamarca 59 e o presidente1 da Republica Franceza 69.

Disraeli 72, Gladstono 68, o príncipe Gor-tschakoff 79, Bismarck 63, Grandeville amesma idade, Victor Hugo 75, Garibaldi 70,lord Stratfort de Redcliffe 98, lord Russell 85,Júlio Simon 63, Júlio Favre 68.

Entro as illustrações inglezas, nota-se Cor-lyle com 81 annos, e Tennyson com 67. Aooutro lado do Atlântico têm o sceptro da poe-sia Longílow, que entrou nos 71, e Emersonque tem 75.

Os doze ministros inglezes reunera 660annos, tendo o mais novo 39; ó este sir Mi-chael Hicks Beach.

SECÇÃO PARTICULARDeclaração.

O abaixo assignado, Vigário collado à fre-guezia de S. João de Cariacica, da provinciado Espirito-Santo, reconhecendo que não pôdealterar a sua assignatura sem licença do souExm. Prelado, e do governo imperial, declaraquo continua a assignar-se como «1'antes.

Cariacica, 26 de Abril de 1877.Padre JoAo Ferreira Lopes Wanzeller.

ALMÀNACH BRAZUIROKM,U§TI-ÂB0

Estão à venda alguns exemplares que voltaram do uma das pro-vincias do norte e à disposição das pessoas que o tôm procura-lo.

Cada exemplar • 18000Remettido pelo correio com registro . . . . I8»uu

Não se remette a ninguém, sem o pagamento adiantado.

16 IA MI BO OUVIDOR 16

Decla rn^Sí1».Declaro em nome de minha avó, a Exma.

Sra. D. Antonia Francisca de Andrade, e porordem da mesma, que o Sr, Flavio Fidelis deSouza retira-se «ia administração da fazendado Bom Retiro, do município de IM, poraccordo entro ambos e não por qualquer mo-tivo que seja desairoso a seu caracter, apro-veitaíido a oceasião para agradecer ao mesmosenhor os serviços quo lhe prestou.

Marianna, 1'\ de Abri de 1877.Antônio Gentil Gomes Cândido.

SECÇÃO DE ANNUNCIOS

BELLO QUADROBnconit-ra-ii^ na typugrapbia do

(iAgt»KtvBcii) ua» vistoso quadro re-prrr^eaiáftudí» .Hastas Chrssto juntod» <i>.iiF;tií e Piflato.'»* e toolon os juizesq«<i o «oinid&itiisriirtranri n morte de(Cruz.

vUiiSa gaes-Sííaaagesfiii íesn ao lud»KrtÜDro ca-Jris escudo ta suuíesi^a que|t*roforio.

S&ccoaniMeudti -s'c tao EielEta lylho-graphia á {Díed^do du»« Aleis.

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Exms. Srs. bispo de S. Sebastião do Rio doJaneiro, arcebispo da Bahi.i, bispos do Ceará,do Marianna, do Malto-Grosso, do Rio-Grandede Sul, do Mai'anbáò, do Goyaz, de Olinda,do Pará, da Diamantina o do S. Paulo

PELO

OONEUO M. G. HONORATOHacharJ tm Direito.

Segunda edição ciu.i idosamento augmen-tada. Vonde-se nesta typographia a 2#U00 cadaexemplai: e .cniernado.

O Dr. Autonio FerreiraVianua mudou seu escriptoriopara a rua da Quitanda n. 52,onde estará todos os dias úteis.

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phica e histórica dos decretos, do ConcilioEcumênico do Vaticano ; cartas e instrucçõespastoraesdosSrs. Luiz.Filippi, Bispo dWquila,e Bartholomeu d'Avanzo, Bispo de Calvi eTeano, os quaes ambos tomaram parte multoactiva no Concilio. •—

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das Catacumbas. El a historia do estado daEgreja christã na sua primeira idade média,e, por assim dizer, a epopéa do heroísmo ca-tholico, o poema do martyrio evangélico, e 0cântico dos triumphos da fé.

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que tem tido immensa aceitação.Idem.—Esposa Martyr, 8 vols.... 78800Roger.—O lim da vida, encadern.. W00Bispo do Pard.—Direito contra o direito ou

o Estado sobre tudo. Refutação da theoria dospolíticos na questão religiosa, seguida da res-posta ao Supremo Trib. de Justiça l v. 2M00

PixÁre Sprina Frmtas. — Discurso sohre areligião catholica em face da politica, pronun-ciado na associação catholica portuense, por

,occasião da academia religiosa que teve lugarno dia da Immaculada Conceição de Maria,a 8 de Dezembro de 4874 5J600

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Dous grossos volumes. - nitidamente im-pressos..;.... ,?.• • • • • 85000

Encadernados ,...... 75)5000Esta obra tem tido grande aceitação e é

digna de ler-se pela sua doutrina e elegânciacom que está escripta. /

Idem.—Pio IX. Discurso.gratulatorio pro-nunciado na egreja do Seminário Patriarchalde Santarém por ocr-asião do 30* anniversarioda exaltação do N; SS. Padre "Piò IX ao soliopontifício S600

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