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Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho na Recepção e Prepro de Caldo da Cana-de-açucar SILVANA DUARTE DOS SANTOS universidade Federal do Mato Grosso do Sul [email protected] GERSON ODACIR BUDNHAK SEFAZ MS [email protected] CINTHIA VIGIANI ARGERINO ufms [email protected] VALERIA PERON DE SOUZA PINTO UFMS [email protected] ANTONIO RENATO PEREIRA MORO Universidade Federal de Santa Catarina [email protected]

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Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho na Recepção ePrepro de Caldo da Cana-de-açucar

 

 

SILVANA DUARTE DOS SANTOSuniversidade Federal do Mato Grosso do [email protected] GERSON ODACIR BUDNHAKSEFAZ [email protected] CINTHIA VIGIANI [email protected] VALERIA PERON DE SOUZA [email protected] ANTONIO RENATO PEREIRA MOROUniversidade Federal de Santa [email protected] 

 

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ANÁLISE ERGONÔMICA DOS POSTOS DE TRABALHO NA RECEPÇÃO E

PREPARO DE CALDO DA CANA-DE-AÇÚCAR

RESUMO

O setor sucroalcooleiro passa por um período de grande expansão, com aumento considerável

da área plantada de cana e, consequentemente, no processamento desta matéria-prima para a

produção de álcool e açúcar. Esse crescimento é especialmente visível no Estado de Mato

Grosso do Sul, onde a implantação de novas usinas tem sido uma constante nos últimos anos.

Em um setor industrial que se volta ao mercado externo, o binômio produtividade-qualidade

se reflete na necessidade de adoção de uma estrutura produtiva capaz de racionalizar a

utilização do trabalho humano. O objetivo deste trabalho foi identificar os principais aspectos

ergonômicos e sua influência na produtividade dos postos de trabalho encarregados da

recepção e preparo de caldo da cana-de-açúcar em uma usina sucroalcooleira localizada no

Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Aplicou-se um questionário a todos os funcionários

envolvidos no processo de recepção e preparo de caldo da cana-de-açúcar no sentido de

levantar a sua percepção sobre a adequação ou inadequação das condições ergonômicas ao

trabalho por eles exercido. A Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia, expedida pelo

Ministério do Trabalho serviu como parâmetro técnico e legal para a aferição e comparação

dos resultados alcançados.

Palavras-chave: Ergonomia; sucroalcooleiro; produtividade.

ERGONOMIC ANALYSIS OF THE WORK STATIONS USED FOR THE

RECEIVING AND PREPARATION OF CANE SUGAR JUICE

Summary

The sugar and alcohol industry is undergoing a period of great expansion, with considerable

increase in the area planted with sugarcane and consequently in the processing of this raw

material for alcohol and sugar production. This growth is especially noticeable in the State of

MatoGrosso do Sul, Brazil, where the deployment of new sugarcane mills has been constant

in recent years. In an industry, which focuses on the foreign market, the binomial productivity

quality is reflected in the need to adopt a productive structure able to rationalize the use of

human labor. The aim of this study was to identify the ergonomic aspects and their influence

on the productivity of the workstations that are in charge of receiving and preparing sugarcane

juice in a sugarcane mill in the state of MatoGrosso do Sul, Brazil. A questionnaire was

applied to all staff involved in the receipt and preparation of sugarcane juice in order to raise

their awareness about the adequacy or inadequacy of ergonomic conditions in the work

process exercised by them. The Brazilian Regulatory Standard 17 - Ergonomics, issued by the

Ministry of Labor served as a technical legal parameter for measuring and comparing results.

Keywords:ergonomics; sugar and alcohol industry; productivity

INTRODUÇÃO

O setor sucroalcooleiro é um dos mais promissores do agronegócio brasileiro. A

crescente demanda interna e externa por etanol e açúcar garante ao setor um mercado

consumidor bastante sólido nos próximos anos. O crescimento da frota nacional de veículos

“flex” e a gradativa substituição dos combustíveis fósseis por fontes alternativas de energia

permitem ao setor sucroalcooleiro um panorama bastante favorável.

As projeções indicam que em 2020 a frota nacional terá 81% dos carros e 63% das

motos no sistema “flex” e que o PIB do setor saltará de US$ 48 bi para US$ 90 bi nesse

período (ÚNICA, 2012).Por outro lado, o setor sucroenergéticoenfrentará sérios desafios à

sua expansão. A consolidação do etanol como “commodity” global, a abertura do mercado

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norte-americano e o aumento na produção e na produtividade capazes de atender a demanda

são os principais itens em discussão.

Em termos globais, a indústria do etanol necessita de políticas públicas estáveis que

promovam a inovação e os investimentos, em contraposição àquelas que distorcem a

produção e o comércio, prejudiciais para a ampliação da produção de biocombustíveis e o

consumo global. Tais medidas também provocam reações negativas dos consumidores

(KUTAS, 2012). Para Jank (2011), o grande desafio do momento é crescer de forma regular e

sustentável, fugindo da volatilidade e do eterno “stop andgo" que marcam a história recente

do setor sucroalcooleiro.

É nesse novo cenário, marcado pela expansão do consumo de etanol e açúcar que as

organizações industriais do setor devem adotar medidas que promovam o incremento da

produtividade como forma de fazer frente a essa nova demanda e garantir melhores resultados

econômicos. Segundo Jank (2011), é preciso desde já definir políticas públicas e privadas que

restabeleçam a competitividade e ampliem a participação do etanol na matriz de combustíveis

do País. Diversos são os caminhos possíveis para isso, mas os mais inteligentes são: ganhos

de eficiência que reduzam custos agrícolas, agroindustriais e de logística e; mudanças efetivas

na estrutura tributária que reconheçam os benefícios econômicos, ambientais e de saúde

pública do etanol para a sociedade.

Apesar da crescente mecanização do setor sucroalcooleiro, ainda é grande o número de

trabalhadores envolvidos diretamente no processo produtivo. Essa dependência em relação ao

capital humano reforça a necessidade de investimentos na melhoria das condições de trabalho.

Dessa forma, a melhoria nos índices de produtividade passa necessariamente pela

reavaliação e adequação ergonômica dos postos de trabalho às reais necessidades dos

trabalhadores. Assim, a oferta de postos de trabalho adequados à atividade desenvolvida pode

propiciar às usinas do setor sucroalcooleiro significativo ganho de produtividade.

Motivado pela perspectiva de crescimento do setor, sobretudo a nível estadual com a

implantação de novas unidades produtivas, este trabalho tem por objetivo identificar os

principais aspectos ergonômicos e sua influência na produtividade dos postos de trabalho

encarregados da recepção e preparo de caldo da cana-de-açúcar em uma usina sucroalcooleira

instalada no Município de Aparecida do Taboado, Mato Grosso do Sul, Brasil.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O intenso processo de mecanização, sobretudo da colheita da cana-de-açúcar e um

elevado estágio de desenvolvimento tecnológico fazem do setor sucroalcooleiro um dos mais

promissores do agronegócio brasileiro. Essa expansão é alavancada pela forte valorização do

açúcar no mercado internacional e a grande frota interna de veículos “flex-fuel” (CONAB,

2011).

Para atender esta demanda as áreas em produção de cana tiveram aumento

considerável, sendo mais significativo nos Estados de: São Paulo (79.520 ha), Minas Gerais

(99.660 ha), Mato Grosso do Sul (84.700 ha) e Goiás (73.120 ha) e Mato Grosso (12.010 ha)

(CONAB, 2011).

No Estado de Mato Grosso do Sul, a expansão do setor sucroalcooleiro teve inicio a

partir de 2006, impulsionado pela proximidade do Estado com os grandes centros

consumidores, grande disponibilidade de área, clima favorável e pelo oferecimento de

interessante pacote de benefícios fiscais (PEREIRA, 2007).

É dentro desse contexto econômico favorável que o setor sucroalcooleiro deve

empreender esforços no sentido de oferecer melhores condições de trabalho a seus

colaboradores e, consequentemente, obter ganhos substanciais na produtividade. Nesse

cenário, é importante que o crescimento do setor sucroalcooleiro seja acompanhado pelo

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desenvolvimento de tecnologias inovadoras e sustentáveis que agreguem valor aos processos

e produtos do segmento para garantir rentabilidade e perenidade no médio e longo prazo

(GRUBISICH, 2010).

Dessa forma, o setor sucroalcooleiro deve empreender esforços no sentido de oferecer

aos seus colaboradores condições de trabalho ergonomicamente adequadas como forma de

preservar a saúde de seus trabalhadores e alavancar sua produtividade. Para Hall (2009), a

tecnologia e a mudança tecnológica afetam, como um todo, setores, nações e o próprio

mundo. Torna-se cada vez mais visível que as influências causais fluem em ambas as

direções. A organização afeta o progresso tecnológico e o avanço técnico, por sua vez, afeta a

estrutura organizacional.

Nesse novo ambiente de trabalho, a ergonomia se encontra na base do processo de

melhoria do desempenho produtivo possibilitando aumentos de produtividade, de qualidade,

diminuição de falhas e como consequência, redução nos custos. Geralmente as melhorias nos

aspectos ergonômicos trazem benefícios para os processos produtivos com melhorias na

produtividade, que podem ser traduzidos em resultados financeiros (MAFRA, 2006).Sen e

Yeow (2003) realizaram um estudo com objetivo de averiguar se as melhorias ergonômicas

podem ter sua viabilidade financeira comprovada em países em desenvolvimento. Nesse

estudo os autores identificaram que as melhorias pouparam mais de US$ 500.000 no primeiro

ano e os custos menos de 2%. Dessa forma, concluiu-se que a proposta era bastante rentável

para a organização. Também, em um ambiente de escritório, a coleta de medidas de resultado

após uma intervenção macroergonômica demonstrou efeitos positivos significativos sobre os

funcionários, como a melhoria na comunicação e colaboração e na eficiência de processos de

negócios - tempo e custo (ROBERTSON et al., 2008).

É nesse contexto de permanente evolução tecnológica que a ergonomia deve ser

utilizada como importante ferramenta na conciliação entre a busca do aumento na

produtividade, fundamental para as organizações, e a preservação da saúde dos trabalhadores.

2.1Produtividade e recursos humanos no setor sucroalcooleiro

Em um ambiente de crescente abertura externa fomentada pela globalização dos

negócios, a produtividade vem se tornando fator de crucial importância para o

desenvolvimento das organizações (ROBBINS, 2006).No decorrer do processo industrial de

produção do álcool e do açúcar, sobretudo nas atividades que envolvem a recepção e preparo

de caldo da cana-de-açúcar, as usinas devem empreender esforços no sentido de maximizar

seus resultados produtivos. Os procedimentos de controlar e avaliar o desempenho das

operações industriais há muito têm sido considerados como imprescindíveis à manutenção da

competitividade das organizações. Principalmente em ambientes mercadológicos em que a

competição vem se acirrando e forçando a redução das margens de lucro; se os

administradores não fundamentarem suas decisões em controles internos adequados, tornar-

se-á cada vez mais difícil que as companhias suportem as ações de concorrência. (WERNKE,

2008).

Na visão de Martins e Laugeni (2006), a procura incessante da produtividade passa a

ser o foco de tudo: formas de se medir a produtividade, de administrá-la e, consequentemente,

aumentar os resultados das empresas torna-se preocupação constante de todos os seus

gerentes e diretores. A manutenção e desenvolvimento do status competitivo de uma

organização passam, indubitavelmente, pela melhoria da produtividade.

Quanto ao setor sucroalcooleiro, para Grubisich (2010), nos últimos anos, o segmento

consolidou seu potencial nacionalmente e, por sua competência, abre oportunidades no

mercado internacional, assegurando a liderança na produção de energia limpa e renovável.

Hoje, o setor passa por uma mudança em seu modelo de negócio, no qual as operações

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agroindustriais são fortemente integradas e combinam competitividade e sustentabilidade.

Assim, as boas perspectivas que se desenham para o setor sucroalcooleiro nos

próximos anos, devem fazer com que o setor considere a necessidade de fornecer melhores

condições de trabalho a seus colaboradores. Antes de uma imposição legal, o oferecimento de

condições de trabalho ergonomicamente adequadas permitirá que o setor incremente sua

produtividade industrial.

Nesse sentido, Sanches et al., (2009), alerta que a saúde do trabalhador ganha

importância na medida em que a ocorrência de acidentes ou de doenças, além de apresentar

uma diminuição da produtividade e custos adicionais de produção, pode prejudicar a imagem

da empresa no mercado.

Assim, a implantação de melhorias nas condições ergonômicas poderá permitir o

desenvolvimento de novas técnicas industriais que, certamente resultarão num sistema

produtivo menos desgastante, mais eficiente e afeito às necessidades dos trabalhadores.

Na visão de Zem (2011), o maior desafio do setor sucroenergético é crescer em

produtividade. Para o autor, há ainda um enorme potencial a ser explorado no Brasil, que deve

permitir um aumento significativo na produção nacional, por meio do aprimoramento de

processos industriais no que se refere à energia e trabalho, com uma ampla visão de mercado.

Dentro deste enfoque a adequação ergonômica dos postos de trabalho contribuirá

decisivamente para aumento da produtividade industrial.

Há que se considerar que a melhora nos índices de produtividade também traz

benefícios para os colaboradores. Para Moreira (2004), em relação aos trabalhadores, houve

no último século uma redução substancial na jornada de trabalho; pode-se considerar que o

benefício fundamental da produtividade vem também na forma de melhores condições de

trabalho, mais assistência ao trabalhador e, acima de tudo, na manutenção ou melhoria de

níveis salariais.

O ciclo de produção sucroalcooleiro envolve basicamente as seguintes etapas: plantio,

colheita, recepção, moagem da cana-de-açúcar, produção de açúcar/álcool e armazenamento e

distribuição do açúcar/álcool. Por sua vez, o processo de fabricação de açúcar e álcool visa,

sinteticamente, à extração do caldo contido na cana, seu preparo e concentração, culminando

nos vários tipos de açucares. O mesmo caldo, preparado de forma específica, resulta, através

da fermentação microbiológica, com posterior destilação, no álcool etílico, fornecido nas

opções: anidro ou hidratado (DAL BEM, 2003).

Na etapa de recepção, promove-se a transferência da cana-de-açúcar dos caminhões

transportadores para a área de produção da usina. O procedimento de recepção é uma das

etapas mais importantes de todo o processo produtivo sucroalcooleiro. O sistema de recepção,

que compreende operações como pesagem, amostragem, armazenagem intermediária e

descarga de cana nas moendas, devem operar com um fluxo de cana transportada do campo à

usina que permita alimentação uniforme das moendas. Caso contrário, pode haver paradas nas

moendas, o que é altamente prejudicial por conta dos altos custos da ociosidade de máquinas.

Manter a moenda funcionando com quantidade de cana insuficiente gera desperdícios de

energia, desgaste desnecessário dos equipamentos, etc. (EMBRAPA, 2006).

Também, a permanência por períodos além do necessário de veículos transportadores

no pátio de descarregamento pode acarretar custos adicionais à produção, como ociosidade de

máquinas e operários, tanto na moagem como na colheita da cana.

2.2Norma regulamentadora 17 – NR 17 Ergonomia e sua aplicação à atividade de produção

sucroalcooleira

Quando o posto de trabalho não atende aos requisitos ergonômicos não só os

trabalhadores e as empresas são prejudicados, mas a sociedade como um todo arca com os

prejuízos. Das consequências resultantes da não adequação aos parâmetros ergonômicos

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podem ser destacadas a ineficiência da produção, a diminuição do tempo de atividade

laborativa e a saturação do sistema previdenciário (BRASIL, 2004).

Boas condições de trabalho significam: postos de trabalho ergonomicamente

projetados; controle sobre fatores ambientais adversos como, por exemplo, iluminação,

temperatura, ruído, vibrações; objetos de trabalho sem perigos mecânicos, físicos e químicos;

treinamento adequado para o trabalho; regimes de pausas que possibilitem a recuperação das

funções fisiológicase etc. Enfim, as condições de trabalho englobam tudo que se relaciona

com o trabalho, tanto os aspectos positivos como os negativos, e em consequência, tudo que

afeta o trabalhador (VIEIRA, 1995).

A atual Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia, estabelecida pelo Ministério do

Trabalho por meio da Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 1990, define os parâmetros que

permitam a adaptação das condições de trabalho às características parafisiológicas dos

trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho

eficiente (BRASIL, 2002).

Antes de sua elaboração não havia normatização alguma em que o Ministério do

Trabalho e Emprego pudesse se apoiar para obrigar as empresas a alterar a forma como era

organizada a produção. Dessa forma, a fiscalização sobre as condições ergonômicas

oferecidas pelas empresas ficava muito prejudicada, carente de embasamento legal (BRASIL,

2002).

As Normas Regulamentadoras expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego são

de observância obrigatória pelas empresas públicas e privadas e pelos órgãos públicos da

administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo, Executivo e

Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho.

(BRASIL, 2004)

O objetivo da NR 17 é caracterizar a ergonomia como um importante instrumento para

garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, bem como a produtividade das empresas

(BRASIL, 2002).Siqueira e Pasqualetto (2006) advertem que, na área industrial

sucroalcooleira deve-se dar especial atenção ao monitoramento sistemático das condições de

saúde dos colaboradores, sobretudos os operadores da unidade industrial e os colaboradores

envolvidos na preparação de calda.

Além disso, Silva (2009) alerta que grande parte das atividades laborais desenvolvidas

nas usinas são realizadas nos denominados espaços confinados que são ambientes não

projetados para a ocupação humana contínua. Locais próximos a silos, tanques, caldeiras,

entre outros, representam grande risco à saúde dos trabalhadores, devendo ser observados

todos os procedimentos e equipamentos de proteção.

Nesse sentido, Scopinho (2000), afirma que, quanto às condições de trabalho, sabe-se

que os ambientes industriais e as frentes de trabalho rural das usinas e destilarias

caracterizam-se pela insalubridade, periculosidade e penosidade. Para as empresas, isto

significa aumento nos índices de absenteísmo e de rotatividade, o que interfere no rendimento

e na qualidade do trabalho. E como, apesar do aparato tecnológico disponível, elas ainda não

prescindem do trabalho humano, as estratégias de gestão são redefinidas para melhor adequá-

lo às atuais exigências do processo produtivo da cana, do açúcar e do álcool, no que se refere

à produtividade, à qualidade e à redução dos custos de produção.

Dessa forma, a norma regulamentadora 17 – Ergonomia tem amplo campo de

aplicação ao setor sucroalcooleiro, podendo servir de importante ferramenta na melhoria das

condições de trabalho imposta aos trabalhadores do setor.

3 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido em uma usina sucroalcooleira de Aparecida do Taboado,

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município situado na região Leste do Estado de Mato Grosso do Sul, denominada também de

região do “bolsão sul-mato-grossense”, distante 400 Km da Capital Campo Grande, com uma

população de 22.320 habitantes e uma área territorial de 2.750.153 Km2, segundo dados do

IBGE (2010).O Município de Aparecida do Taboado possui uma área plantada de cana-de-

açúcar que totaliza 18.335 hectares, produzindo 1.466.800 toneladas de cana-de-açúcar com

rendimento médio de 80.000 quilogramas por hectare (IBGE, 2009).

Atualmente toda a cana-de-açúcar colhida pela usina é própria. São produzidos

65.000.000 litros de álcool e 1.800.000 sacas de 50 kg de açúcar. Com relação à produção de

álcool e açúcar no Estado de Mato Grosso do Sul, dados recentes mostram que a produção de

açúcar em 2010 foi de 1,328 milhão de toneladas e a produção de etanol totalizou 1,849

bilhão de litros (BIOSUL, 2011).A partir de 2008, com vistas a aumentar sua eficiência, a

usina automatizou praticamente 100% do seu parque industrial. Atualmente, emprega 253

trabalhadores, envolvidos nas mais diversas funções produtivas.

Especificamente na atividade de recepção e preparo do caldo de cana-de-açúcar, a

organização emprega vinte funcionários alocados nas mais diversas funções.

Os auxiliares de serviços gerais, rotineiramente operam o sistema de balança,

certificando que os caminhões quando da pesagem de cana de açúcar, estejam dispostos

corretamente na plataforma da balança. A tarefa consiste em conectar o cabo de aço, existente

na carroceria do caminhão visando engatar o cabo no “balanção” e efetuar o descarregamento

operando o comando eletromecânico do “hillo", tombando lateralmente a carga de cana.

No período de safra, essa atividade é executada em média, seis vezes a cada hora,

sendo que cada veiculo de transporte possui em média seis ganchos com peso individual de

3,70 kg. Também, realizam a limpeza no setor utilizando vassouras, pá ou enxada quando

ocorre falta de transporte de cana. A limpeza embaixo da mesa alimentadora é efetuada

utilizando-se vassouras, água, pá ou enxada com cabo longo.

Os analistas de laboratório executam análises físico-químicas de matérias-primas,

materiais, produtos, acabados, insumos e águas, para certificar a conformidade com

especificações definidas, coletam amostras nos diversos setores da indústria, preparar, limpar,

regular e aferir equipamentos determinam índices das propriedades analisadas. Ao final,

elaboram relatórios sobre os resultados. Toda a tarefa exercida pelos analistas de laboratório é

coordenada por um líder de laboratório industrial, que deve acompanhar a execução das

coletas de amostras e pontos de amostragem, análises dos produtos da indústria em fase de

processo, verificando os resultados obtidos e anotados no boletim diário, mantendo controle

de consumo e estoque de produtos químicos utilizados para preparos de soluções,

acompanhando o funcionamento dos equipamentos e orientando o pessoal. Também, controla

e repõe o material utilizado no laboratório, providenciando a manutenção dos equipamentos

quando necessário e zelando pela ordem e limpeza do local de trabalho. Informa as chefias

envolvidas no processo caso ocorra alguma irregularidade no processo detectado pelos

resultados obtidos através da análise.

O microbiologista, por sua vez, executa analises microbiológicas do processo de

produção, quantificar/classificar os micro-organismos, para controlar formação de

subprodutos que interferem na eficiência e rendimento industrial; prepara soluções e

equipamentos para cada tipo de análise; efetua limpeza/esterilização nos materiais utilizados e

elabora relatórios sobre os resultados obtidos.

O supervisor de produção, ou supervisor de atividades de recepção efetua o

planejamento e controle de produção, planeja paradas no processo e acompanha serviços de

manutenção mecânica executados. Também, zela pelo cumprimento das metas de produção,

prepara relatórios operacionais e de acompanhamento.

Por fim, os auxiliares e técnicos de planejamento e controle de manutenção (PCM),

efetuam atividades de planejamento e controle de manutenção, analisam informações dos

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serviços realizados e sugerem ações de melhorias. Também, realizam procedimentos de

identificação e cadastramento dos equipamentos industriais, preparam relatórios operacionais

e de acompanhamentos e mantém atualizada lista de equipamentos essenciais e/ou críticos

bem como arquivo de setor.

Por meio dos levantamentos realizados, verificou-se que na usina, os trabalhadores

envolvidos diretamente no processo de recepção e preparo do caldo da cana-de-açúcar somam

vinte pessoas, distribuídas da seguinte forma: 07 exercem a atividade de auxiliares de serviços

gerais (35%), 02 desenvolvem atividades de auxiliares de planejamento e controle da

manutenção (PCM) (10%), 01 técnico de planejamento e controle da manutenção PCM (5%),

Também, completam o grupo, 07 analistas de laboratório (35%), 01 microbiologista (5%), 01

supervisor de produção (5%) e 01 líder de laboratório (5%).

A pesquisa por meio de questionários foi realizada junto a 20 funcionários

encarregados da recepção e preparo do caldo da cana-de-açúcar. Os funcionários foram

submetidos a um questionário estruturado, contendo perguntas abertas e fechadas, totalizando

31 questões, no qual foram indagados sobre as condições ergonômicas de seus postos de

trabalho, conforme modelo em apêndice.

As entrevistas foram realizadas individualmente nos dias 03 e 04 de outubro de 2011.

Os dados coletados foram digitalizados em planilha Excel e submetidos ao programa de

computador Sphinx Léxica 5.0, onde foi realizada a análise individual das questões e,

posteriormente, o cruzamento das mesmas para uma melhor compreensão dos dados.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Da análise dos questionários aplicados aos trabalhadores, verifica-se que, em relação

ao nível de escolaridade predominam os trabalhadores que possuem ensino médio completo

(35%), seguido dos que possuem ensino superior incompleto (25%). Nos extremos, verifica-

se que apenas 10% dos trabalhadores possuem nível superior completo. Ainda, 15%

declararam possuir ensino médio incompleto. Quando se analisa a faixa etária dos

trabalhadores, conclui-se que a grande maioria é jovem, possuindo entre 21 e 30 anos de idade

(40%). Entre 31 e 40 anos contam 35% dos trabalhadores. Nos extremos, 10% contam com

idade entre 18 e 20 anos e 15% têm entre 41 e 50 anos de idade.

Em relação ao gênero dos trabalhadores encarregados da recepção e preparo do caldo

de cana-de-açúcar, verificou-se que a predominância é do gênero masculino (65%), enquanto

35% são do gênero feminino. Verifica-se que atividades que requerem um esforço físico

maior, tais como auxiliares e técnicos de planejamento e controle de manutenção (PCM) e

auxiliares de serviços gerais são exercidos por trabalhadores do gênero masculino. Os

trabalhadores do gênero feminino estão distribuídos principalmente entre os que exercem

atividades de microbiologista e analistas de laboratório.

Quando se analisa o nível salarial dos trabalhadores, percebe-se que 35% dos

entrevistados percebem uma remuneração mensal que varia entre R$ 1.200,00 a R$ 1.500,00.

Também, 10% dos entrevistados dizem ganhar mais do que R$ 1500,00 mensais. A menor

faixa remuneratória apontada pelos entrevistados (R$ 500,00 a R$ 700,00) é percebida por

15% dos trabalhadores. Os menores salários são atribuídos à função de auxiliar de serviços

gerais, sendo que 57% dos trabalhadores desta função possuem um rendimento mensal entre

R$ 500,00 e R$ 700,00.

Quando indagados sobre o tempo em que trabalham na usina, verifica-se que 25% dos

trabalhadores atuam na usina há menos de um ano, 20% de um a três anos e também 25%

estão na empresa por um período de cinco a dez anos. Verifica-se também, que não há

qualquer trabalhador encarregado da recepção e preparo de caldo da cana-de-açúcar que atue

na empresa há mais de 10 anos (Tabela 1).

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TABELA 1 – Tempo que os trabalhadores encarregados da recepção e preparo de caldo da

cana-de-açúcar trabalham na Usina

Tempo (em anos) Freq. %

Menos de 1 ano

Entre 1 e 3 anos

Entre3 e 5 anos

Entre 5 e 10 anos

Acima de 10 anos

Não resposta

5

4

5

5

0

1

25%

20%

25%

25%

0,0%

5%

Total 20 100% Fonte: Dados da pesquisa

Em uma análise inicial pode-se concluir que rotatividade de pessoal é bastante

elevada, podendo ser um fator que influencie diretamente na produtividade. Para Chiavenato

(1999), a rotatividade não é uma causa, mas o efeito de algumas variáveis externas e internas.

Dentre as variáveis externas estão a conjuntura econômica, oferta e procura do mercado de

recursos humanos, entre outros. Dentre as variáveis internas, destaca-se a política salarial e de

benefícios oferecidas pela organização, as oportunidades de crescimento interno e as

condições físicas e psicológicas de trabalho. Ainda, segundo o mesmo autor, a rotatividade

custa caro às organizações por envolver diversos custos, tais como custos de recrutamento,

seleção e treinamento.

Quando indagados se possuem conhecimento acerca da ergonomia, 60% dos

entrevistados responderam que sabem o que significa o termo ergonomia (figura 1). Dentre os

40% que afirmaram não saber o que é ergonomia, destaca-se o grupo de auxiliares de serviços

gerais, sendo que 57% dos integrantes desta função específica não conhecem o significado do

termo. Quando perguntados sobre onde ouviram falar sobre ergonomia, dentre os 60% que

responderam saber o que é ergonomia, 30% dizem ter obtido informações em treinamentos

oferecidos pela empresa e 15% durante sua formação profissional.

Figura 1 – Possui conhecimento acerca da ergonomia

Fonte: Dados da pesquisa

Quando perguntados se acreditam que o seu trabalho ofereça riscos à sua saúde ou

integridade física, 85% dos entrevistados responderam positivamente, enquanto 15%

acreditam não sujeitarem-se a riscos enquanto realizam suas atividades.

Dentre os riscos apontados, o grupo de auxiliares de serviços gerais destaca o sol, a

chuva, animais peçonhentos e o barulho como principais preocupações. Os analistas

laboratoriais destacam a preocupação com uma possível Intoxicação pela manipulação de

inflamáveis e produtos químicos.

60,0%

40,0%

sim

não

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Quando perguntados se já sofreram algum acidente no exercício das atividades

laborais na usina, 80% responderam nunca ter sofrido qualquer acidente e 20% afirmaram ter

sofrido algum tipo de acidente (Figura 2). Dentre os trabalhadores que afirmam ter sofrido

algum tipo de acidente durante a atividade laboral, 60% estão enquadrados na função de

auxiliar de serviços gerais.

Figura 2 - Sofreu algum acidente no exercício das atividades laborais

Fonte: Dados da pesquisa

Ainda, dentre os que sofreram acidentes no local de trabalho, 80% necessitaram

afastamento do trabalho por ocasião das lesões. Houve um afastamento de 30 dias, um

afastamento de 15 dias e dois afastamentos de 02 dias.Para Chiavenato (1999), além das

lamentáveis perdas humanas, os acidentes também provocam perdas financeiras para o

acidentado, sua família, para a organização e para a sociedade. O acidente constitui um fator

altamente negativo e suas causas e custos devem ser analisados para se removerem eventuais

condições inseguras e atos inseguros.

Quando solicitados a responder se considera seu trabalho desgastante do ponto de vista

físico ou psicológico (Tabela 2), 60% responderam afirmativamente e 40% responderam não

considerá-lo desgastante. Frise-se que 71% dos integrantes da função de auxiliar de serviços

gerais consideraram seu trabalho desgastante e 62% dos integrantes da função de analista de

laboratório consideraram sua rotina de trabalho desgastante física ou psicologicamente.

TABELA 2 – Trabalho desgastante do ponto de vista físico ou psicológico

Trabalho desgastante Freq. %

Não

Sim, fisicamente desgastante

Sim, psicologicamente desgastante

8

8

4

40%

40%

20%

Total 20 100% Fonte: Dados da pesquisa

Também, a totalidade dos entrevistados afirmou que a empresa não oferece qualquer

acompanhamento psicológico por profissional da área.

Quando perguntados se consideram seu trabalho repetitivo, 75% responderam

afirmativamente. Destaque-se que 75% dos integrantes da função de analista laboratorial e

71% dos integrantes da função de auxiliares de serviços gerais acreditam que suas atividades

laborais são repetitivas (Figura 3).

20%

80%

sim

não

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Figura 3 – Consideram seu trabalho repetitivo.

Fonte: Dados da pesquisa

Como consequência, foi perguntado aos entrevistados se já sentiram dores ocasionadas

pela execução de tarefas repetitivas. O resultado alcançado mostra que 25% dos entrevistados

nunca sentiram dores. 15% afirmam sentir dores todos os dias, 25% sentem dores uma vez

por semana e 35% afirmam sentir dores ocasionadas pela repetição de tarefas somente quando

expostos a uma carga excessiva de trabalho (Figura 4).

Figura 4 – Dores ocasionadas pela repetição na execução de tarefas.

Fonte: Dados da pesquisa

A título de comparação, Santos (2009), quando da análise das condições ergonômicas

impostas às trabalhadoras do setor de produção de confecções, revela que 61,5% das

trabalhadoras afirmaram sentir algum tipo de dor ocasionada pela repetição na execução de

tarefas.

Quando solicitados a responder se as dores têm ocasionado diminuição no rendimento

do seu trabalho, 70% responderam negativamente. Dos 30% que responderam que as dores

têm diminuído seu rendimento laboral, 37,5% dizem que a redução foi de 50%, outros 25%

afirmam que a redução foi de 30% e, ainda, 25% responderam que a redução foi da ordem de

20%.Dentre o grupo que afirma ter diminuído seu rendimento produtivo por ocasião das

dores, destaca-se o de auxiliar de serviços gerais, onde 57% de seus integrantes foram

afirmativos em suas respostas.É importante destacar que 75% dos trabalhadores sentem, em

maior ou menor proporção algum tipo de dor ocasionada pela repetição de tarefas. Tal índice

pode ser considerado alto, merecendo análise pormenorizada da organização e tomada de

medidas que minimizem tais problemas. O mobiliário, as ferramentas e a postura adotada

pelos trabalhadores devem ser adequados ao exercício de suas atividades.

Também, deve-se destacar que percentual dos que afirmaram ter reduzido seu

rendimento laboral por ocasião das dores (30%) é preocupante, sobretudo porque dentre estes,

87% afirmam ter reduzido seu rendimento entre 20% e 50%.

não 5

sim 15

25,0%

15,0%

25,0%

35,0%

Não sente dores

Sim, todos os dias sente dores

sente dores uma vez por semana

sente dores apenas após excessiva carga de trabalho

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O grupo integrado pelos auxiliares de serviços gerais merece um acompanhamento

mais detalhado pela organização visto terem sido aqueles que afirmaram com maior

frequência ter diminuído seu rendimento laboral por ocasião das dores.

Na busca de uma análise pontual sobre os diversos fatores ergonômicos que

influenciam a execução das atividades laborais na usina, foi solicitado aos trabalhadores que

avaliassem cada um dos itens sugeridos como adequados ou inadequados, de acordo com sua

percepção sobre o atendimento daquele especifico item às suas necessidades.

Quando o item posto à análise é a iluminação do ambiente de trabalho, 70% dos

trabalhadores avaliaram como adequada ao trabalho que realizam. A Norma Regulamentadora

17 – Ergonomia,estabelece em seu item 17.5.3que a iluminação, natural ou artificial, geral ou

suplementar, deve ser adequada à natureza da atividade. (BRASIL, 2004).ANBR5413 -

Norma de Iluminação, estabelece que os níveis de iluminância para interiores deve ser de 200

LUX para indústrias e de 500 LUX para laboratórios.

A temperatura no ambiente de trabalho foi avaliada como inadequada por 50% dos

entrevistados. A NR 17 estabelece em seu item 17.5.2. que, nos locais de trabalho onde são

executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas

de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre

outros, é recomendado um índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três

graus centígrados).A abordagem para verificar as condições de conforto térmico inicia-se por

uma fase exploratória. Essa fase compreende a observação da situação de trabalho

complementada por entrevistas com os trabalhadores a respeito do conforto térmico

(BRASIL, 2004).

Para Morais (2008), os efeitos mais conhecidos que podem decorrer da exposição ao

calor são: vasodilatação periférica (aumento da circulação sanguínea na superfície do corpo,

onde há a troca de calor com o ambiente), intermação ou insolação (a pele se apresenta seca,

quente e avermelhada, aparecendo sintomas de tonturas, vertigens, tremores, convulsões e

delírios), prostração térmica (a pele se apresenta pálida, úmida, com temperatura variando

entre subnormal e levemente aumentada, aparecendo sintomas de dor de cabeça, tontura, mal

estar, fraqueza, inconsciência), cãibras de calor (devido a perda excessiva de cloreto de sódio

pelos músculos em consequências da sudorese intensa, apresentando sintomas de espasmos

dolorosos e violentos, nos músculos mais solicitados durante o esforço físico), catarata

(opacificação do cristalino).

A ventilação do ambiente de trabalho também foi avaliada sendo considerada

inadequada para 35% dos entrevistados.

Quando perguntados sobre a quantidade de poeira existente no ambiente de trabalho,

80% dos trabalhadores a consideraram inadequada para o exercício da atividade laboral. Na

mesma esteira, quando perguntados sobre como avaliam a proteção contra a chuva, sol e

intempéries durante a realização do trabalho, 50% dos trabalhadores afirmam que a proteção

oferecida é inadequada.

Na visão de Gonzaga (2008), A NR–17 não fez menção às condições climáticas.

Entretanto o sol, o calor, as chuvas, os ventos, as poeiras levam ao desconforto e também

interferem na atividade.

O nível de ruídos existente no ambiente de trabalho foi considerado inadequado para

85% dos trabalhadores. O ruído provocado pelo maquinário não é problema exclusivo da

linha de produção sucroalcooleira. Para Santos (2009), 80% das trabalhadoras do setor de

produção de confecções queixam-se que o ruído provocado pelas máquinas é excessivo.

A NR-17 estabelece que o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até

65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não-superior a 60 dB. Também,

estabelece que tais parâmetros devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de

ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do

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trabalhador.

É desejável que haja redução do ruído ao nível mais baixo possível que pode ser

obtida pela tomada de medidas técnicas na fonte. Por exemplo, substituição de impressoras

matriciais por impressoras a jato tinta ou a laser. Ou agindo sobre o meio ambiente: colocação

de divisórias acústicas ou tratamento acústico em paredes, janelas, tetos e pisos. Pode-se

também reorganizar o trabalho: diminuição da concentração de pessoas por área num setor,

por exemplo. (BRASIL, 2004).Sabe-se que sons acima dos 65 dB podem contribuir para

aumentar os casos de insônia, estresse, comportamento agressivo e irritabilidade, entre outros.

Níveis superiores a 75 dB podem gerar problemas de surdez e provocar hipertensão arterial.

(UFRRJ, 2007).

Morais (2008), quando da realização de Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais, emusinas de cana-de-açúcar, mostra que o nível de ruído a que está exposto um

analista de laboratório, no interior do laboratório chega a 65dB (A). Quando realizam coletas

das amostras em ambientes fora do laboratório, os níveis de ruído chegam a 79 a 101 dB(A)

na moeda, 82 a 96 dB(A) na fabrica de açúcar, 78 a 100 dB(A) na Produção de Vapor, 78 a

100 dB(A) na fabricação de Álcool e 76 a 93 dB(A) no Tratamento de Caldo. Para os

auxiliares de serviços gerais encarregados da recepção da cana-de-açúcar, os níveis de ruído

encontrado varia entre 74 a 89 dB(A), em função do descarregamento de cana.

Em relação aos equipamentos, máquinas e ferramentas, 60% dos trabalhadores

afirmam ser adequados à execução das atividades. A NR-17 estabelece, em seu item 17.4.1.

que todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às

características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

Os equipamentos, as condições ambientais e a organização do trabalho também devem

ser adaptados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho

(leia-se, às exigências da tarefa), levando em conta também à sensação de conforto, isto é, os

trabalhadores têm de ser consultados e deverão aprovar os equipamentos, as condições

ambientais e a organização do trabalho, pois só eles podem atestar seu conforto ou não.

(BRASIL, 2004).

Quando o item analisada são os equipamentos de segurança, 70% dos trabalhadores

afirmam ser adequados ao exercício de suas atividades. Para Morais (2008), aos analistas de

laboratório e microbiologistas, deve ser obrigatório o uso de protetores auditivos tipo concha

ou plug de inserção, capa 7/8 térmica, protetor facial e luva de raspa c/ revestimento, durante

o trabalho com forno aberto. Também, calçado de segurança, luvas de raspa, luvas de PVC,

respirador descartável P2, óculos de segurança, capacete.Ainda, segundo o mesmo autor, aos

auxiliares de serviços gerais e supervisor de recepção e moagem deve ser obrigatório o uso de

protetor auricular tipo plug ou concha, calçado e óculos de segurança, luvas de raspa,

capacete, óculos de proteção. Também, conjunto de PVC, bota de borracha, luva de PVC

(durante a limpeza). Para a função de auxiliar em PCM e técnico em PCM recomenda-se o

uso de protetores auditivos tipo concha ou plug de inserção, calçado de segurança com

biqueira de aço, luvas de raspa, óculos Proteção, creme protetor para as mãos, e capacete.

Além disso, deve-se estudar a possibilidade de eliminação do uso de produtos agressivos

utilizados na limpeza de peças e equipamentos, com o objetivo de preservar a saúde dos

funcionários e meio ambiente.

Quando indagados sobre o fornecimento de água para hidratação corporal, 65%

responderam ser adequada à atividade que desempenham.

Foi também perguntado aos trabalhadores se acaso implantadas melhorias nos

aspectos ergonômicos ligados às condições de trabalho tais como: melhoria na iluminação, na

temperatura, na ventilação, nos níveis de poeira, nos equipamentos etc., sua produtividade

aumentaria. Responderam afirmativamente 90% dos trabalhadores (Tabela 3).

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TABELA 3 – Melhor adequação dos aspectos ergonômicos e sua influência na produtividade.

Melhor adequação ergonômica Freq. %

Sim, aumentaria a produtividade

Não aumentaria a produtividade

18

2

90%

10%

Total 20 100% Fonte: Dados da pesquisa

Dos ocupantes do cargo de auxiliar de serviços gerais que afirmaram que a melhoria

nas condições ergonômicas resultaria aumento de produtividade, 57% indicaram que tal

aumento seria na ordem de 45% em média. Dentre os auxiliares e técnicos em PCM a média

de aumento de produtividade seria de 63% em média, acaso fossem implantadas melhores

condições ergonômicas.Os analistas de laboratório e o líder de laboratório afirmaram que o

incremento na produtividade seria de 62,14% em média, acaso implantadas melhores

condições ergonômicas.

Foi também perguntado aos trabalhadores se acaso implantadas melhorias nos

aspectos ergonômicos ligados às condições de trabalho tais como: melhoria na iluminação, na

temperatura, na ventilação, nos níveis de poeira, nos equipamentos etc., as dores ocasionadas

pela repetição na execução de tarefas diminuiria. Responderam afirmativamente 70% dos

trabalhadores (Figura 5).

Figura 5 – Implantação de melhorias nos aspectos ergonômicos e sua influência na redução das dores

ocasionadas pela repetição na execução de tarefas.

Fonte: Dados da pesquisa

Como comparação, Santos (2009) em estudo sobre a ergonomia e sua influência sobre

a produtividade das trabalhadoras do setor de produção de confecções,afirma que 77% das

colaboradoras acreditam que sua produtividade aumentaria significativamente caso fossem

implementadas melhorias nos aspectos ergonômicos.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos neste estudo permitem concluir que os trabalhadores

encarregados da recepção e preparo do caldo de cana da usina tem consciência de que o

20%

70%

10%

Sem resposta Sim, diminuiria Não diminuiria

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exercício de sua atividade laboral oferece riscos à sua saúde e integridade física e que tais

atividades são repetitivas.

Também, conclui-se que a produtividade de 30% dos funcionários lotados no setor de

recepção e preparo de caldo da cana é afetada na ordem de 20% a 50% devido a dor pelo

esforço repetitivo na execução de suas tarefas.

As atividades desenvolvidas pelos auxiliares de serviços gerais é a que merece maior

atenção por parte da organização, visto que 57% dos seus integrantes afirmaram ter reduzida

sua produtividade por ocasião de dores.Verificou-se também que a temperatura, a poeira e o

ruído são os aspectos ergonômicos que mais desagradam e preocupam os trabalhadores,

diminuindo sua produtividade.

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