anÁlise dos ganhos de cooperaÇÃo dos arranjos …

103
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS SILVIO DE JESUS BATISTA ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE AÇAFRÃO DE MARA ROSA, CERAMICA VERMELHA E LÁCTEO DE SÃO LUÍS DOS MONTES BELOS EM GOIÁS GOIÂNIA Setembro/2015

Upload: others

Post on 01-Aug-2022

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA DE GOIAacuteS

COORDENACcedilAtildeO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO STRICTO SENSU

MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO E SISTEMAS

SILVIO DE JESUS BATISTA

ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS

ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE

ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAMICA VERMELHA

E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM

GOIAacuteS

GOIAcircNIA

Setembro2015

PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA DE GOIAacuteS

COORDENACcedilAtildeO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO STRICTO SENSU

MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO E SISTEMAS

ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS

ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE

ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E

LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM

GOIAacuteS

SILVIO DE JESUS BATISTA

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas da

Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de ldquoMestre em Engenharia de

Produccedilatildeo e Sistemasrdquo

Orientadora Profa Solange da Silva Dra

GOIAcircNIA

Setembro2015

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo (CIP) (Sistema de

Bibliotecas PUC Goiaacutes)

Batista Siacutelvio de Jesus

B333a Anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) de Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica

Vermelha e Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos em Goiaacutes

[manuscrito] ndash Siacutelvio de Jesus Batista ndash Goiacircnia 2015

103 p il 297 cm

Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

de Goiaacutes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Stricto Sensu em

Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas

ldquoOrientadora Profa Dra Solange da Silvardquo

Referecircncias Bibliograacuteficas p90-96

1 Arranjos Produtivos Locais 2 Ganhos competitivos 3

Redes de Cooperaccedilatildeo I Tiacutetulo

CDU 33845(043)

iv

ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS

ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE

ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA

E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM

GOIAacuteS

SILVIO DE JESUS BATISTA

Esta Dissertaccedilatildeo julgada adequada para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas e aprovada pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes em setembro de 2015

____________________________________

Prof Ricardo Luiz Machado Dr

Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas

Banca examinadora

____________________________________

Profa Solange da Silva Dra

Orientadora

____________________________________

Profa Eliane Moreira Saacute de Sousa Dra

____________________________________

Prof Antocircnio Pasqualeto Dr

____________________________________

Prof Sibelius Lellis Vieira Dr

Goiacircnia ndash Goiaacutes

Setembro2015

iv

v

A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in

memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas

Irene cunhadas cunhados minha namorada

Luana e a Deus

Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva

que me acompanhou incansavelmente

durante todo o processo de construccedilatildeo desta

pesquisa

E a todos que direta ou indiretamente

contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho

vi

ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)

vii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e

contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo

Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa

A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva

Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore

Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e

acadecircmico

Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e

Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica

A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV

Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto

Silvio)

A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo

viii

Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)

ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS

DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS

Silvio de Jesus Batista

Setembro2015

Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos

Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio

usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs

obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior

escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados

e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados

satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de

acompanhamento

Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo

ix

ABSTRACT

ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements

(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The

methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The

results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation

(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services

and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results

despite the distance between the entities involved and accompanying policies

Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 2: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA DE GOIAacuteS

COORDENACcedilAtildeO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO STRICTO SENSU

MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO E SISTEMAS

ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS

ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE

ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E

LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM

GOIAacuteS

SILVIO DE JESUS BATISTA

Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas da

Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de ldquoMestre em Engenharia de

Produccedilatildeo e Sistemasrdquo

Orientadora Profa Solange da Silva Dra

GOIAcircNIA

Setembro2015

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo (CIP) (Sistema de

Bibliotecas PUC Goiaacutes)

Batista Siacutelvio de Jesus

B333a Anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) de Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica

Vermelha e Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos em Goiaacutes

[manuscrito] ndash Siacutelvio de Jesus Batista ndash Goiacircnia 2015

103 p il 297 cm

Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

de Goiaacutes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Stricto Sensu em

Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas

ldquoOrientadora Profa Dra Solange da Silvardquo

Referecircncias Bibliograacuteficas p90-96

1 Arranjos Produtivos Locais 2 Ganhos competitivos 3

Redes de Cooperaccedilatildeo I Tiacutetulo

CDU 33845(043)

iv

ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS

ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE

ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA

E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM

GOIAacuteS

SILVIO DE JESUS BATISTA

Esta Dissertaccedilatildeo julgada adequada para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas e aprovada pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes em setembro de 2015

____________________________________

Prof Ricardo Luiz Machado Dr

Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas

Banca examinadora

____________________________________

Profa Solange da Silva Dra

Orientadora

____________________________________

Profa Eliane Moreira Saacute de Sousa Dra

____________________________________

Prof Antocircnio Pasqualeto Dr

____________________________________

Prof Sibelius Lellis Vieira Dr

Goiacircnia ndash Goiaacutes

Setembro2015

iv

v

A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in

memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas

Irene cunhadas cunhados minha namorada

Luana e a Deus

Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva

que me acompanhou incansavelmente

durante todo o processo de construccedilatildeo desta

pesquisa

E a todos que direta ou indiretamente

contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho

vi

ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)

vii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e

contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo

Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa

A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva

Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore

Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e

acadecircmico

Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e

Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica

A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV

Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto

Silvio)

A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo

viii

Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)

ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS

DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS

Silvio de Jesus Batista

Setembro2015

Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos

Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio

usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs

obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior

escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados

e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados

satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de

acompanhamento

Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo

ix

ABSTRACT

ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements

(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The

methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The

results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation

(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services

and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results

despite the distance between the entities involved and accompanying policies

Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 3: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo (CIP) (Sistema de

Bibliotecas PUC Goiaacutes)

Batista Siacutelvio de Jesus

B333a Anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) de Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica

Vermelha e Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos em Goiaacutes

[manuscrito] ndash Siacutelvio de Jesus Batista ndash Goiacircnia 2015

103 p il 297 cm

Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

de Goiaacutes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Stricto Sensu em

Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas

ldquoOrientadora Profa Dra Solange da Silvardquo

Referecircncias Bibliograacuteficas p90-96

1 Arranjos Produtivos Locais 2 Ganhos competitivos 3

Redes de Cooperaccedilatildeo I Tiacutetulo

CDU 33845(043)

iv

ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS

ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE

ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA

E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM

GOIAacuteS

SILVIO DE JESUS BATISTA

Esta Dissertaccedilatildeo julgada adequada para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas e aprovada pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes em setembro de 2015

____________________________________

Prof Ricardo Luiz Machado Dr

Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas

Banca examinadora

____________________________________

Profa Solange da Silva Dra

Orientadora

____________________________________

Profa Eliane Moreira Saacute de Sousa Dra

____________________________________

Prof Antocircnio Pasqualeto Dr

____________________________________

Prof Sibelius Lellis Vieira Dr

Goiacircnia ndash Goiaacutes

Setembro2015

iv

v

A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in

memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas

Irene cunhadas cunhados minha namorada

Luana e a Deus

Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva

que me acompanhou incansavelmente

durante todo o processo de construccedilatildeo desta

pesquisa

E a todos que direta ou indiretamente

contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho

vi

ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)

vii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e

contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo

Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa

A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva

Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore

Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e

acadecircmico

Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e

Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica

A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV

Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto

Silvio)

A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo

viii

Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)

ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS

DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS

Silvio de Jesus Batista

Setembro2015

Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos

Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio

usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs

obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior

escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados

e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados

satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de

acompanhamento

Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo

ix

ABSTRACT

ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements

(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The

methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The

results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation

(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services

and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results

despite the distance between the entities involved and accompanying policies

Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 4: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

iv

ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS

ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE

ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA

E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM

GOIAacuteS

SILVIO DE JESUS BATISTA

Esta Dissertaccedilatildeo julgada adequada para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas e aprovada pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes em setembro de 2015

____________________________________

Prof Ricardo Luiz Machado Dr

Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas

Banca examinadora

____________________________________

Profa Solange da Silva Dra

Orientadora

____________________________________

Profa Eliane Moreira Saacute de Sousa Dra

____________________________________

Prof Antocircnio Pasqualeto Dr

____________________________________

Prof Sibelius Lellis Vieira Dr

Goiacircnia ndash Goiaacutes

Setembro2015

iv

v

A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in

memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas

Irene cunhadas cunhados minha namorada

Luana e a Deus

Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva

que me acompanhou incansavelmente

durante todo o processo de construccedilatildeo desta

pesquisa

E a todos que direta ou indiretamente

contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho

vi

ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)

vii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e

contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo

Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa

A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva

Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore

Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e

acadecircmico

Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e

Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica

A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV

Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto

Silvio)

A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo

viii

Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)

ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS

DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS

Silvio de Jesus Batista

Setembro2015

Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos

Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio

usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs

obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior

escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados

e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados

satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de

acompanhamento

Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo

ix

ABSTRACT

ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements

(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The

methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The

results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation

(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services

and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results

despite the distance between the entities involved and accompanying policies

Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 5: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

v

A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in

memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas

Irene cunhadas cunhados minha namorada

Luana e a Deus

Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva

que me acompanhou incansavelmente

durante todo o processo de construccedilatildeo desta

pesquisa

E a todos que direta ou indiretamente

contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho

vi

ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)

vii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e

contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo

Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa

A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva

Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore

Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e

acadecircmico

Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e

Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica

A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV

Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto

Silvio)

A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo

viii

Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)

ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS

DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS

Silvio de Jesus Batista

Setembro2015

Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos

Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio

usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs

obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior

escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados

e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados

satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de

acompanhamento

Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo

ix

ABSTRACT

ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements

(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The

methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The

results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation

(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services

and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results

despite the distance between the entities involved and accompanying policies

Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 6: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

vi

ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)

vii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e

contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo

Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa

A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva

Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore

Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e

acadecircmico

Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e

Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica

A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV

Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto

Silvio)

A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo

viii

Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)

ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS

DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS

Silvio de Jesus Batista

Setembro2015

Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos

Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio

usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs

obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior

escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados

e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados

satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de

acompanhamento

Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo

ix

ABSTRACT

ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements

(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The

methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The

results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation

(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services

and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results

despite the distance between the entities involved and accompanying policies

Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 7: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

vii

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e

contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo

Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa

A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva

Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore

Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e

acadecircmico

Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e

Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica

A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV

Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto

Silvio)

A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo

viii

Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)

ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS

DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS

Silvio de Jesus Batista

Setembro2015

Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos

Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio

usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs

obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior

escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados

e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados

satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de

acompanhamento

Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo

ix

ABSTRACT

ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements

(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The

methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The

results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation

(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services

and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results

despite the distance between the entities involved and accompanying policies

Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 8: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

viii

Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)

ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS

(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS

DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS

Silvio de Jesus Batista

Setembro2015

Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos

Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio

usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs

obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior

escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados

e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados

satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de

acompanhamento

Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo

ix

ABSTRACT

ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements

(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The

methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The

results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation

(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services

and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results

despite the distance between the entities involved and accompanying policies

Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 9: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

ix

ABSTRACT

ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements

(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The

methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The

results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation

(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services

and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results

despite the distance between the entities involved and accompanying policies

Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 10: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

x

SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x

LISTA DE QUADROS xi

LISTA DE FIGURAS xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii

INTRODUCcedilAtildeO 15

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19

11 Definiccedilatildeo de Clusters 19

12 Arranjos Produtivos Locais 24

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52

21 Desenho da Pesquisa 52

22 Escolha dos APLs 54

23 Coleta de dados 55

24 Anaacutelise dos dados 57

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64

33 APL Ceracircmica Vermelha 70

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81

35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85

CONCLUSOtildeES 87

REFEREcircNCIAS 90

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97

ANEXO 1 100

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 11: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86

xii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37

Figura 6 - Desenho da pesquisa 53

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68

Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional

AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural

AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras

AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo

APL ndash Arranjo Produtivo Local

APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos

ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes

BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento

CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios

EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica

FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes

FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes

FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos

GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica

IFG ndash Instituto Federal Goiano

IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento

MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia

MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento

MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo

MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil

MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia

MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas

NDI ndash Novos Distritos Industriais

xiv

PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento

PD ndash Plano de Desenvolvimento

PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite

PPA ndash Plano Plurianual

PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo

PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial

RG ndash Rede Goiana

SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo

SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas

SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS

SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento

SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural

SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte

SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais

UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes

UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes

UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes

UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos

15

INTRODUCcedilAtildeO

O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas

nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que

mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre

seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das

mesmas

As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de

desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de

Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais

Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees

conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de

instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as

mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees

globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho

Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os

distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale

do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do

Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009

CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E

REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)

Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um

setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de

valor

16

Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio

que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo

cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou

privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)

Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores

econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de

atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a

participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas

Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em

contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que

envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com

fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida

de todos que fazem parte da cadeia

No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede

Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas

instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de

Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento

(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)

Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento

Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC

O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa

Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo

dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs

17

A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do

trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o

Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes

Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos

bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs

bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs

A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter

exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas

com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa

APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que

destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas

Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados

dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes

A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da

competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento

organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs

ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os

APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o

processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos

arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de

cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes

ganhos

Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria

de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem

18

disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos

teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os

ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo

Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos

A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as

justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo

O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens

estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o

estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a

2014

O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da

pesquisa

O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in

loco nos APLs

Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para

estudos futuros

19

CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO

Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no

desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da

arte de estudos deste tema

11 Definiccedilatildeo de Clusters

Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890

que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E

GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e

modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de

organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos

Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998

TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE

e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN

2012 GIULIANI 2013)

De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de

empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial

caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas

aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)

Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como

um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da

Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-

Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)

20

Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial

Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de

grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)

Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi

caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um

aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)

No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de

Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas

associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas

restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros

(APROVALE 2014)

Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do

Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio

estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram

460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes

(REDESIST 2007)

No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a

RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO

SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A

coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de

Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional

por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de

pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com

vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)

Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas

Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se

21

cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de

ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de

forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na

busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)

De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por

meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de

distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1

Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial

Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)

Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um

grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante

para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani

2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da

cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de

interaccedilatildeo

Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de

aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade

22

principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte

apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que

se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido

Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)

Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um

papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo

vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde

existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente

presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada

aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)

Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente

da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais

competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o

desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)

Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais

APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro

2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram

que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover

melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros

Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das

empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de

redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do

conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que

23

para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas

podem formar os APLs

Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade

horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees

especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das

fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO

2012 SCHMITZ 1995)

A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters

industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das

PMEs (NADAE et al 2014)

Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster

Fonte Nadae et al (2014 p 780)

Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge

a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e

transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela

governanccedila

24

Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus

benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve

encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo

para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees

desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de

implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al

2014)

Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo

de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer

possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para

ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de

implantaccedilatildeo

Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de

auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica

entre as empresas e a governanccedila

12 Arranjos Produtivos Locais

Os APLs satildeo definidos como

Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)

Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um

aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um

conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo

25

que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a

participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou

melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e

serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de

representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e

privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e

financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a

formaccedilatildeo de recursos humanos

Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua

definiccedilatildeo de APL

A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos

clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)

Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs

passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias

alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como

aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um

conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e

interdependecircncia

Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e

desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas

em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e

aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de

empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa

Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um

processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados

26

entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si

para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios

de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees

conforme apresentado na Figura 3

Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL

Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)

Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o

mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a

mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de

relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar

o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees

que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como

a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar

b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo

visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os

atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como

nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees

27

desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)

governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo

c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da

competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a

estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e

produccedilatildeo

d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a

partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do

arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel

de competitividade e

e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de

fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de

orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas

Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer

necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL

depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a

confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por

uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL

Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto

de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para

identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem

como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos

satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo

territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem

para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

28

Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados

satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de

articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual

ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial

para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees

Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por

escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de

identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi

na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al

2010 p 16)

Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e

estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um

horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo

Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos

enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo

de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a

partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos

somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem

esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de

suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)

problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia

brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e

cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas

empresas

29

As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)

No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de

empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em

cooperar uma com as outras

Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e

consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os

mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento

e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a

finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves

empresas ao setor e agrave regiatildeo

Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que

ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a

formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees

conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos

pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)

Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem

assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas

Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal

dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo

local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento

dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre

as empresas

30

Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a

formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica

econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de

um APL voltado agrave representatividade de seus membros

De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma

1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais

2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito

3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos

4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia

5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees

6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a

aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )

A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo

ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave

integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos

ou privados

Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de

empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de

inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos

31

121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por

Cassiolato e Lastres tais como

a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees

podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)

O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de

desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e

aprofundamento em investimento local

O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL

podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo

Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

Vantagens Desafios

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Produtos elaborados sem o controle de qualidade

Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Falta de investimento em tecnologia

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados

Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing

Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados

Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL

Fonte Santanna (2013 p 47)

32

Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de

desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam

o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e

conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a

aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios

satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam

natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as

poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora

De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a

presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila

entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das

associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o

poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da

empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas

Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros

Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas

cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus

integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e

aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo

cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do

conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a

economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e

entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e

oportunidades de crescimento aos associados

De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser

condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia

33

regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de

alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes

1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL

2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL

(com capital proacuteprio ou de terceiros)

3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos

4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de

empresas cuja sede estaacute no APL

5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL

6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL

7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais

8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e

estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas

9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL

10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL

11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou

estrateacutegicas do setor

12 Grau de confianccedila preexistente no local

Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a

estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento

inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados

De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir

para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso

eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio

O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer

parte de um APL conforme ilustra a Figura 4

34

Figura 4 ndash Vantagens dos APLs

Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)

Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da

integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e

aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos

122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs

A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas

condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das

empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para

economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais

expressivas satildeo

a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos

estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo

b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

e inovativa

c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente

dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas

35

d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do

arranjo

e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo

inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo

Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados

ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua

contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado

de forma isolada

13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs

Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em

redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no

desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em

conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)

destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de

recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais

Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo

Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre

as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)

A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como

uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o

mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os

consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas

conseguem desenvolver sozinhas

Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de

uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas

36

recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem

maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a

ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e

instituiccedilotildees

De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso

em suas relaccedilotildees graccedilas ao

Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de

paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de

decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados

por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo

como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma

(BARCELLOS et al 2012 p 51)

Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo

das empresas em cooperar umas com as outras

Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos

organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de

coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de

cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais

A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia

alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees

de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de

recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica

(FRANCO 2007)

Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de

empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua

individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos

com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda

37

que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a

transaccedilatildeo de recursos

A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave

falha da alianccedila

Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas

Fonte Park e Ungson (2001)

Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas

relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes

da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional

que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila

e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a

cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou

resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns

entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas

agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de

todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem

Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de

prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido

38

(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado

acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os

resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo

a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos

relacionados agrave cooperaccedilatildeo

Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas

empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes

de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados

raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento

individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para

participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte

entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos

Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve

possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos

Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso

Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o

Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos

39

Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs

Redes Clusters APLs

Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo

Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo

Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade

Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada

Estatildeo baseados em acordos contratuais

Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade

Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais

Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos

Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada

Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala

Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo

Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes

Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade

Natildeo haacute presenccedila de outros

atores aleacutem das entidades

empresariais independentes

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Concentraccedilatildeo geograacutefica de

empresas

Natildeo implica necessariamente

na proximidade espacial de

seus integrantes

Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio

Concentraccedilatildeo setorial de empresas

Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees

Mix de competiccedilatildeo e

cooperaccedilatildeo

Empresas de pequeno meacutedio porte

Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)

Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes

Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam

semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso

entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o

APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as

Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL

40

principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica

necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE

e SILVA 2012)

131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial

Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os

resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado

geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e

conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE

2008)

Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado

destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter

ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com

seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e

acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade

Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos

integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra

de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo

Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos

serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela

rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes

garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento

de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede

41

Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as

praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta

vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais

de informaccedilatildeordquo

No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a

reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que

podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das

relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)

Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de

confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de

caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre

os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar

as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila

laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a

reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais

A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes

maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas

rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de

cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um

acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de

comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e

aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das

atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento

de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e

serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos

de negoacutecios

42

Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees

assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o

niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e

aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo

Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado

relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu

crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem

daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas

Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e

maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de

negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)

As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os

indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo

aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)

Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de

empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de

mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da

escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis

Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os

envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de

relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de

Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a

sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a

emergecircncia da confianccedila e do capital

Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo

como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees

43

de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam

que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens

de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e

investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)

Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a

geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere

(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os

principais benefiacutecios das RCEs

Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo

Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)

44

A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e

os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos

mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o

alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta

(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)

14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs

Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave

RCEs

Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes

bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os

APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em

Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por

Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e

Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de

Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo

Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial

interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do

Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial

Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de

desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial

interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel

para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais

capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local

centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social

do APL apresentaram os melhores resultados

45

Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional

da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do

Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto

da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as

perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo

fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas

pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos

de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees

para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo

ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo

Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a

clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela

governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e

seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os

autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das

incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos

fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas

Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs

para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que

os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais

profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se

realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora

para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores

concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a

criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na

construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes

46

Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas

estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de

cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de

coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram

importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura

organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos

interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de

inovaccedilotildees

Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo

entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de

APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs

estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os

mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores

aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais

gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias

Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa

e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila

Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos

empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas

Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do

Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o

estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado

pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o

desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as

caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi

relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma

47

marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a

competitividade do aglomerado

Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs

intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos

coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)

aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais

Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo

procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo

a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do

Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em

convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI

RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de

confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave

extinccedilatildeo da rede

Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar

os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de

Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil

dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas

participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores

concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a

atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos

rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local

Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes

de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar

fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em

termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os

48

autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram

alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de

indicadores de produtividade

Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas

para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de

APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um

papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno

segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar

a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando

que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas

Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a

avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o

desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado

do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios

estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e

resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido

possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de

uma base de referecircncia em gestatildeo de redes

Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos

competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar

os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas

Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do

Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de

3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos

proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de

49

soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo

relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos

Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos

para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram

instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e

VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em

redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de

competitividade para empresas de menor porte

Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu

120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele

destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha

como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo

de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de

gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e

comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de

cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de

soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais

Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que

nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais

A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters

APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4

50

Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs

Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo

Arranjos Produtivos Locais da

induacutestria automobiliacutestica no

estado de Goiaacutes Brasil

Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade

Federal de Uberlacircndia ao

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em

Economia ndash UFU

A mensuraccedilatildeo do potencial

interno de desenvolvimento de

um Arranjo Produtivo Local uma

proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica

Marini e

Silva

2014 Revista Brasileira de Gestatildeo

Urbana (Brazilian Journal of

Urban Management) v 6 n 2 p

236-248 maioago 2014

A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes

de cooperaccedilatildeo empresarial

Balestrin

Verschoore

e Peruacutecia

2014

Revista de Administraccedilatildeo e

Contabilidade da Unisinos Vol11

n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014

Meacutetodo para desenvolvimento de

praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais

Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4

p776-786 octdez 2014

O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade

cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro

e pequenas empresas brasileiras

Sales Sales

e Sales

2013

XXXIII - Encontro Nacional de

Engenharia de Produccedilatildeo

A Gestatildeo dos Processos de

Produccedilatildeo e as Parcerias Globais

para o Desenvolvimento

Sustentaacutevel dos Sistemas

Produtivos

Salvador BA Brasil 08 a 11 de

outubro de 2013

Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS

Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS

Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre

os agentes institucionais e

econocircmicos podem influenciar o

desenvolvimento de APLs no

Estado de Sergipe

Zambrana e

Teixeira

2013

REGE USP Satildeo Paulo ndash SP

Brasil v 20 n 1 p 21-42

janmar 2013

Caracteriacutesticas dos Arranjos

Produtivos Locais (APLs) do

vinho da Regiatildeo do Vale do Rio

do Peixe no Meio-Oeste

Catarinense

Duarte

2012

Revista Evidencia Joaccedilaba v 12

n 2 p 123-136 julho dezembro

de 2012

Insucesso em redes de

cooperaccedilatildeo

Barcellos

Borella

Peretti e

Galelli

2012

Revista Portuguesa e Brasileira

de Gestatildeo Estudos multicasos

Vol 11 n 4 p49-57

Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo

Produtivo Local (APL) de

petroacuteleo gaacutes e energia no

processo de inserccedilatildeo das micro e

pequenas empresas de Duque de

Caxias (RJ)

Dutra Filardi

e Freitas

2011

VII ndash Congresso Nacional de

Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13

de agosto de 2011 ISSN 1984

9354

Anaacutelise criacutetica do mapeamento e

poliacuteticas para arranjos produtivos

Castro e

Estevam

2010

Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS

UFSC RedeSist e FEPESE Rio

51

locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010

Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional

Teixeira Laureano e

Ferreira

2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo

Construccedilatildeo de um modelo de

referecircncia para a avaliaccedilatildeo de

redes de cooperaccedilatildeo

empresariais

Bortolasso

2009

Dissertaccedilatildeo de mestrado

apresentado ao programa de poacutes-

graduaccedilatildeo em Engenharia de

Produccedilatildeo e sistemas pela

UNISINOS

Ganhos competitivos das

empresas em redes de

cooperaccedilatildeo

Balestrin e

Verschoore

2008

Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica

- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2

janjun 2008

Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia

Balestrin e Verschoore

2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre

Redes de cooperaccedilatildeo

interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e

Benefiacutecios para um modelo de

Gestatildeo

Verschoore

Filho

2006 Tese de doutorado apresentado

ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo

em Administraccedilatildeo da UFRG

Fonte Produzido pelo autor (2014)

continuaccedilatildeo

52

CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA

Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em

duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos

21 Desenho da Pesquisa

A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de

caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de

caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose

caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e

aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa

exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser

pesquisado

Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao

estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e

das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como

vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora

complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de

grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem

busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa

tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)

O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos

muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o

objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o

qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al

(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)

53

com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo

entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa

realizado em trecircs fases distintas

Figura 6 - Desenho da pesquisa

Fonte Adaptado Estivalete (2007)

54

Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da

cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte

e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de

abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder

de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos

relacionais

22 Escolha dos APLs

O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de

apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o

relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de

Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do

Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de

Goiaacutes

De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser

apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de

empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno

do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36

iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais

consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara

Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos

do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram

avanccedilos mais significativos

Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos

estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias

55

incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo

sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande

preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos

de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos

cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia

atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e

Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)

23 Coleta de dados

Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o

objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs

escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do

questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida

autorizaccedilatildeo dos autores

Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no

APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos

e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs

APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por

meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No

APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista

O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram

escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros

contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a

entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em

que foram solicitados

56

As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base

de dados da pesquisa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste

trabalho conforme apresentado no Quadro 5

Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho

Correa Filho

Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1

Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2

Fonte Pesquisador (2014)

Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram

identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa

alguns dos atores que fazem parte deste APL

Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise

Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL

Benedito Cardoso Laureano

Laureano

Diretora da UEGSLMB

Parceiro 1 ndash Aracele Pales

Pales

Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB

Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles

Salles

Fonte Pesquisador (2014)

O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do

APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais

associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa

57

24 Anaacutelise dos dados

Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas

os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)

desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de

Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as

visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na

anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos

Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados

obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos

resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo

ao objetivo desta pesquisa

58

CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como

detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa

Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo

apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo

de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e

posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os

resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado

laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)

31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes

Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs

em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em

APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos

(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o

Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de

Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2

arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de

Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde

O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta

instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de

confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se

tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e

ESTEVAM 2010)

59

Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a

ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE

Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram

se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades

tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e

Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o

objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar

poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes

do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007

Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual

foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos

arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de

Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de

aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas

e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST

2009)

Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC

(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo

APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba

APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura

APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo

APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos

APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas

60

APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura

APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte

APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos

APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes

APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas

Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149

participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55

dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros

segmentos

As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para

vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por

funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores

associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas

Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os

APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais

estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve

quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles

Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos

com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o

cluster

O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de

suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes

como polo ou cadeias produtivas

61

No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco

era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir

as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social

O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente

modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais

32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE

2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511

habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)

Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio

norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-

se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso

Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e

Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153

(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239

GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que

tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio

No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA

RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do

sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)

Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante

especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG

equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que

contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL

ou seja os associados

62

No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do

municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de

processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho

para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN

AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do

Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)

Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento

do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio

(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a

fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)

Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de

Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e

sendo colocado para secagem

Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Gouthier (2011)

63

O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez

mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria

na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER

2011)

Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de

Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e

apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de

APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos

quais se destacam

O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental

Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local

Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)

Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava

com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em

2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que

foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados

cujo grupo contava com 63 cooperados

De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL

contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo

ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas

com dois (02) funcionaacuterios

64

321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de

Mara Rosa

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas

aplicadas aos 03 membros do APL

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio

aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que

natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que

tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro

lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na

industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o

produto

A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de

espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a

demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o

desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima

Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees

tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo

de accedilafratildeo destaca Machado

O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em

situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado

senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura

A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada

por parte do associado

65

Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente

desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da

mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja

o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9

apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento

da mateacuteria-prima

Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo

Fonte Pesquisador (2014)

66

Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma

vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8

(texto) E depois para a secagem

Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra

Fonte Pesquisador (2014)

A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do

APL e de visitas em feiras da aacuterea

O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia

para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos

associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e

inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros

De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a

ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a

qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no

financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do

Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo

baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito

destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade

67

Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se

tornou oneroso

O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees

entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-

se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o

financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o

proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como

benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de

tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do

accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade

Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos

especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre

os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra

para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o

momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no

processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um

com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do

Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual

Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo

Fonte pesquisador (2014)

68

Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a

prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os

associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao

descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o

entrevistado

ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)

A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas

BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes

Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos

em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas

relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado

Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees

com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de

69

negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os

fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas

negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com

a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a

natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia

externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros

Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar

seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do

momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc

tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo

negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado

Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao

produto devido agrave concorrecircncia indianardquo

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve

melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados

do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita

do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado

Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo

distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas

quantidades altas de associados inativos em torno de 55

No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria

Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem

comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na

colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio

O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as

respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco

70

Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

Mercado infinito (Correa Filho)

Cooperativa para industrializar (Correa Filho)

Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e

Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)

O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)

O atravessador (Correa Filho)

Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)

Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)

Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)

Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)

Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)

Confianccedila no negoacutecio (Associados) e

Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)

Fonte Pesquisador (2014)

O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das

accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o

arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de

qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma

desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados

33 APL Ceracircmica Vermelha

De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo

dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude

nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste

e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e

71

Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados

principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute

Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso

Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do

Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de

Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser

mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a

Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com

produtos de alto valor agregado

Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis

contempla duas etapas baacutesicas

(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos

No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava

presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos

para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio

Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos

Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto

Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo

Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40

empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como

72

cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das

empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais

O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que

ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de

Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano

de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do

APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e

buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau

de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com

foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos

Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto

tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos

demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional

331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica

Vermelha ndash Estrela do Norte

Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL

Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont

Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano

de Desenvolvimento deste APL

Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica

Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute

73

foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com

todo o arranjo

Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise

comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos

advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias

participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena

parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo

baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo

destaca o gestor

O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos

mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas

oportunidades

A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que

compotildeem o APL estatildeo investindo

Figura 13 - Investimento em Tecnologia

Fonte Pesquisador (2014)

74

A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a

cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de

Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por

objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo

Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se

principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros

Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na

aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das

empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho

satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute

maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia

facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima

ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil

O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma

negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo

dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo

Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca

que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas

Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento

na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007

Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza

principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na

medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado

viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)

Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente

75

aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a

fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo

O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees

entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos

especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem

de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base

mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG

e Universidades

A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos

projetos e pesquisa da argila e produtos

Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos

Fonte Pesquisador (2014)

Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados

na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por

parte de alguns associados

76

Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na

ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de

confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e

consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)

Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a

este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram

entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave

comunidade

No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia

do crescimento do nuacutemero de associados da rede

O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com

uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar

melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais

destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e

principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do

APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e

das soluccedilotildees que envolvem o APL

Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in

loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como

credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do

grupo

Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e

observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8

77

Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Matildeo de obra qualificada

(associado)

Infraestrutura (associado e

pesquisador)

Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos

ceramistas (associado)

Ampliaccedilatildeo da confianccedila

(associado)

Inovaccedilotildees coletivas (associado)

Forccedila de mercado (associado)

Marketing (associado e

pesquisador)

Poder de Barganha (associado)

Fonte Pesquisador (2014)

Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal

para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em

pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade

desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva

formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo

Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de

modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as

normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de

Qualidaderdquo

34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo

corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo

do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de

apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de

produtos de leite e derivados

78

O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua

abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de

Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute

Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis

A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes

Belos com todos seus atores

Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da

atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se

concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que

bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia

bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas

79

instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios

bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira

bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores

bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas

bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais

bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado

bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e

bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas

De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e

eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos

preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de

vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios

Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros

Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo

APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9

80

Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

ACcedilOtildeES METAS

APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa

PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola

Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor

Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento

PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL

Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira

Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos

Fonte Adaptado RG-APL (2012)

De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da

microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais

de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite

trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de

laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de

cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de

Montes Belos

Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos

Fonte SEGPLAN (2006)

81

341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo

Luiacutes dos Montes Belos

Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados

por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de

entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se

que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros

do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e

inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em

Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE

Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos

sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre

agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de

experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a

ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo

Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de

custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos

De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que

o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo

O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)

Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram

Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os

82

membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave

lucratividade e rentabilidade do APL

A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim

de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento

e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia

Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio

Fonte Pesquisador (2014)

Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos

ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural

(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles

A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)

83

As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing

capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e

difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da

ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a

criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG

A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico

estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL

Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Fonte Pesquisador (2014)

Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales

(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de

parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de

observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo

foi a seguinte

A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)

84

Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder

de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das

atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais

amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL

e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe

envolvimento de ambas as partes

Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve

parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com

referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que

ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo

No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos

familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao

distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados

comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos

associados na entrevista

Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

Estrutura fundiaacuteria (Laureano)

Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)

Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)

Laccedilos familiares (Pales e Salles)

Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)

Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)

Fonte Pesquisador (2014)

85

Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta

de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade

das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso

resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e

diminuiccedilatildeo do capital social no APL

35 Anaacutelise conjunta dos APLs

Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa

apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos

constatados nestes arranjos

86

Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs

Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA

APL CERAcircMICA VERMELHA

APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS

Ganhos de escala e poder de barganha

Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais

Representatividade Credibilidade Legitimidade

Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade

Provisatildeo de soluccedilotildees

Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade

Infraestrutura Matildeo de obra qualificada

Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito

Aprendizagem e Inovaccedilatildeo

Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria

Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista

Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado

Reduccedilatildeo de custos e riscos

Produtividade Atividades e compartilhadas

Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos

Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos

Relaccedilotildees sociais

Laccedilos familiares

Coesatildeo interna e Acumulo de capital social

Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)

Pontos fortes

Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito

Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas

Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva

Pontos fracos

Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees

Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha

Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel

Fonte Elaborado pelo autor (2014)

87

CONCLUSOtildeES

Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo

referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os

seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado

aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos

APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de

Satildeo Luiacutes dos Montes Belos

Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado

(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing

compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e

atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)

Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e

poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de

soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo

(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e

experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos

(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por

fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)

Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de

cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e

legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde

Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo

88

(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor

agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio

escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em

novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila

parcialmente)

Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no

APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e

colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila

preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado

marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes

Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros

envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de

funccedilotildees por parte de alguns envolvidos

Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes

relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL

Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo

do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente

no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista

e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo

e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva

Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo

distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs

tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades

puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e

concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias

individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos

89

humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do

arranjo empresarial

Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas

para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de

consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica

capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de

seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias

macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver

vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do

apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o

desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila

esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e

ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)

Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade

nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio

tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo

aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias

locais

Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou

semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes

90

REFEREcircNCIAS

AMATO NETO J Gestatildeo de sistemas locais de produccedilatildeo e inovaccedilatildeo (clusters

APLs) um modelo de referecircncia Satildeo Paulo Atlas 2009

APROVALE Associaccedilatildeo dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos

2014 Disponiacutevel emlt wwwvvcombrgt Acesso em 29102014

ARANHA J A S Interfaces a chave para compreender as pessoas e suas

relaccedilotildees em ambiente de inovaccedilatildeo Satildeo Paulo Saraiva 2009

ARAUacuteJO Vanessa Marzano Arranjos Produtivos Locais da Induacutestria

Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes Brasil [manuscrito] Vanessa Marzano Arauacutejo

- 2014 226 f il figs tabs Tese de Doutorado - UFU ndash MG

BAIRD I S LYLES M A JI S amp WHARTON R Joint venture success a Sino-US

perspective International Studies of Management amp Organization 20(1) 126-130

1990

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Ganhos competitivos das empresas em

redes de cooperaccedilatildeo Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica - USP Satildeo Paulo v 1 n 1

art 2 janjun 2008Porto Alegre Bookman 2008a

BALESTRIN Alsones VERSCHOORE J R Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia Porto Alegre Bookman 2008b BALESTRIN A VERSCHOORE J R e REYS JUNIOR E O Campo de Estudo sobre Redes de Cooperaccedilatildeo Interorganizacional no Brasil Curitiba 2010 BALESTRIN A VERSCHOORE J R PERUCIA A A visatildeo relacional da estrateacutegia

Evidencias empiacutericas em redes de cooperaccedilatildeo empresarial Revista de

Administraccedilatildeo e Contabilidade da Unisinos Vol11 n1 p47-58 janeiromarccedilo

2014

BARCELOS P BORELLA M PERETTI J e GALELLI A Insucesso em redes de cooperaccedilatildeo Revista Portuguesa e Brasileira de Gestatildeo Estudo multicasos RS P 50-57 2012 BORGES Murilo Sousa Anaacutelise das mudanccedilas socioeconocircmicas tecnoloacutegicas e ambientais no APL do Accedilafratildeo em Mara Rosa e regiatildeo ndash Goiaacutes (1997 ndash 2009) Dissertaccedilatildeo de mestrado em Agronegoacutecio pela UFG 2009 Goiacircnia GO BORTOLASSO I V Proposta de Construccedilatildeo de um Modelo de Referecircncia para a Avaliaccedilatildeo de Redes de Cooperaccedilatildeo Empresariais 2009 Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash UNISINOS Satildeo Leopoldo BOTASSO SO PINHEIRO VCN etal Plano de Desenvolvimento APL da

Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano Rede Goiana de APL Goiacircnia 2007

91

httpwwwsgcgoiasgovbruploadarquivos2012-09apl-de-ceramica-vermelha-do-

norte-goiano1pdf acesso em 15 de julho de 2014

BRITO J amp ALBAGLI S Glossaacuterio de arranjos e sistemas produtivos e

inovativos locais REDESIST Redes de pesquisa em sistemas produtivos locais

Rio de Janeiro 2003

BUENO A M Arranjos produtivos locais anaacutelise da caracterizaccedilatildeo do APL de

ponta grossa com base nos indicadores Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Engenharia

de Produccedilatildeo do Campus Ponta Grossa da UTFPR Ponta Grossa 2006

CAMPOS R R Aprendizagem por interaccedilatildeo pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais In LASTRES H M M CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Relume Dumaraacute Editora 2004 CANAAN R P Gemas e Joias A gestatildeo pelo design aplicada agrave cadeia de valor de Arranjos Produtivos Locais Dissertaccedilatildeo de Mestre em Design pela EMG Belo Horizonte 2013

CASANUEVA C CASTRO I GALAacuteN J L Informational networks and innovation in mature industrial clusters Journal of Business Research 2012 CASSIOLATO J LASTRES H O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas In LASTRES H CASSIOLATO J MACIEL M (Orgs) Pequena Empresa Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Local Rio de Janeiro Ed Relum e Damaraacute 2003 CASSIOLATO J E SZAPIRO M Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil Rio de Janeiro 2002 Disponiacutevel em ltwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 6 de agosto de 2014 CASTANHAR J C Arranjos Produtivos Locais como estrateacutegia de interiorizaccedilatildeo da atividade econocircmica com dinamismo e reduccedilatildeo de desigualdade Rio de Janeiro 2006 CASTRO S de C ESTEVAM L A Anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas para arranjos produtivos locais no Estado de Goiaacutesrdquo In Campos R etal (org) Poliacuteticas Estaduais para arranjos produtivos locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Capiacutetulo 10 Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrgt Acesso em 15 de julho de 2014

CASTRO RR (Coord) Anaacutelise do Mapeamento e das Poliacuteticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatoacuterio Final Siacutentese dos Resultados Conclusotildees e Recomendaccedilotildees ndash Goiaacutes Rio de Janeiro 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwredesistieufrjbrresultadostesesgt Acesso em 18 de agosto de 2014

COSTA E J M Arranjos produtivos locais poliacuteticas puacuteblicas e desenvolvimento regional Brasiacutelia Mais Graacutefica 2010 DELALIBERA P H A LIMA R S TURRIONI J B Pesquisa levantamento para anaacutelise do modelo de compras conjuntas adotado em arranjos produtivos locais de Minas Gerais Itajubaacute MG 2013

92

DIAS C N Arranjos Produtivos Locais (APLs) como Estrateacutegia de Desenvolvimento Editora Unijuiacute ano 9 n 17 Janeiirojunho 2011 p 93-122 DUARTE V N Caracteriacutesticas dos arranjos produtivos locais o caso do vinho na regiatildeo do vale do Rio do Peixe Revista Evidencia Joaccedilaba v 12 n 2 p 123-136 julho dezembro de 2012SC 2012 DUTRA R T FILARDI F e FREITAS A Impactos da Criaccedilatildeo do arranjo produtivo local (APL) de petroacuteleo gaacutes e energia no processo de inserccedilatildeo das micro e pequenas empresas de Duque de Caxias (RJ) VII Congresso Nacional de excelecircncia e gestatildeo Duque de Caxias RJ 2011 ERBER F S Eficiecircncia coletiva em arranjos produtivos locais industriais comentando o conceito Belo Horizonte MG 2008 ESTIVALETE V de F B O Processo de aprendizagem em redes horizontais do elo

varejista do agronegoacutecio do niacutevel individual ao interorganizacional Tese de doutorado

UFRS Porto Alegre 2007

FEITOSA C O Aglomeraccedilotildees Industriais como fator de desenvolvimento regional um estudo de caso no Nordeste brasileiro Brasil 2009 httpwwweumednetlibros-gratis2009a521 acesso 29102014

FRANCO M J B Tipologia de processos de cooperaccedilatildeo empresarial uma investigaccedilatildeo empiacuterica sobre o caso portuguecircs Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Rio de janeiro v11 n 3 2007

GALVAtildeO OJA Cluster e Distritos Industriais Estudos de casoa de paiacuteses selecionados e implicaccedilotildees de poliacuteticas Brasiacutelia 2000

GIULIANI E Network dynamics in regional clusters Evidence from Chile Research Policy Pisa Italy 2013

GODIN P R Poliacuteticas puacuteblicas para arranjos produtivos locais os casos dos APLs de moacuteveis de Uberlacircndia e de biotecnologia de Uberaba - 2011 GONCcedilALVES A T P LEITE M S A SILVA R M Um estudo preliminar sobre as definiccedilotildees e as diferenccedilas dos principais tipos de Arranjos Empresariais Universidade Federal da Paraiacuteba ndash UFPB Revista Produccedilatildeo Online Florianoacutepolis SC v12 n 3 p 827-854 julset 2012 GOUTHIER D httpwwwjornalopcaocombrpostsultimas-noticiasmara-rosa-lanca-3-feira-do-acafrao (2011) Acesso em 13 de abril de 2014 GOVERNO DE GOIAacuteS Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) 2004 Disponiacutevel em lthttpwwwgoiasgovbrgt Acesso em 14 de agosto de 2014 GROHMANN M Z etal Redes de cooperaccedilatildeo de pequenas e meacutedias empresas Os fatores competitivos aplicados em uma rede de imobiliaacuterias Gestatildeo amp Regionalidade Vol26 Nordm 78 RS 2010 pp 18-35 GRUPO DE TRABALHO PERMANENTE (GTP) Arranjos produtivos Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbr Acesso em 20 de setembro de 2014

93

GUERRA E Diretor do Departamento de Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral (DTTM) da Secretaria de Geologia Mineraccedilatildeo e Transformaccedilatildeo Mineral (SGM) do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) IPEA

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica Dados da cidade de Mara Rosa

httpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=521280ampsearch=goias|mara

-rosa Acesso em 16 de maio de 2014

KOGUT B Joint ventures theoretical and empirical perspectives Strategic

Management Journal 9(4) 319-332 1998

KRUGMAN P R Geography and Trade Leuvan University Press Belgium MIT

Press Cambridge Massachusetts 1991

LASTRES H CASSIOLATO J E MACIEL M L Pequena empresa cooperaccedilatildeo e desenvolvimento local Rio de Janeiro 2003 LIMA RP Proposta de um modelo de gestatildeo de desempenho e conhecimento para aglomerados industriais Texto de qualificaccedilatildeo apresentado agrave Escola de Engenharia de Satildeo Carlos da Universidade de Satildeo Paulo Engenharia de Produccedilatildeo 2011 LOPES F D BALDI M Laccedilos sociais e formaccedilatildeo de arranjos organizacionais cooperativos - proposiccedilatildeo de um modelo de anaacutelise Revista de Administraccedilatildeo Contemporacircnea Curitiba v 9 n 2 p 81-101 abrjun 2005

LOPES DRG Troca de informaccedilatildeo e accedilotildees conjuntas desenvolvidas pelo grupo de Big Bandes movimentos elefantes Dissertaccedilatildeo de mestrado em Administraccedilatildeo Universidade Municipal de Satildeo Caetano do Sul 2014 MARCONI M de A e LAKATOS E M Metodologia Cientiacutefica 6ordm ed 2011 MARINI M JSILVA C LS A mensuraccedilatildeo do potencial interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo Local uma Proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica Revista Brasileira de Gestatildeo Urbana v 6 n 2 p 236-248 maioagosto 2014 MARSHALL A Principles of economic 8ordm edition Londres Macmillan 1920 MASQUIETTO C D SACOMANO NETO M GIULIANI A C Identificaccedilatildeo de arranjos produtivos locais o caso do arranjo produtivo local do aacutelcool de piracicaba Gestatildeo amp Regionalidade - Vol 26 - Nordm 77 - mai-ago2010 MATTAR F N Pesquisa de Marketing metodologia e planejamento 6 ed Satildeo Paulo Atlas 2005 MATTIODA E SEVERO E A NODARI C H MALAFAIA G C OLEA P M Indicativos de sucesso e fracasso em arranjos produtivos locais o caso do setor metal-mecacircnico automotivo da serra gauacutecha P 1-13 Salvador BA 2009

94

MIGUEL P A C (org) Metodologia de Pesquisa em Engenharia de Produccedilatildeo e Gestatildeo de Operaccedilotildees Rio de Janeiro Elsevier 2 ed 2012

MINAYO MC de S O desafio do conhecimento Pesquisa qualitativa em sauacutede 12ordf Ed Satildeo Paulo Hucitec-abrasco 2010

MITELKA L FARINELLI F De aglomerados locais a sistemas de inovaccedilatildeo In LASTRES H M M CASSIOLATO J E ARROIO A Conhecimento sistemas de inovaccedilatildeo e desenvolvimento Rio de Janeiro Editora UFRJ 2005

NADAE J de GALDAMEZB E V C CARPINETTIC L C SOUZAD F B de

OLIVEIRA J de Meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas de gestatildeo integrada em

clusters industriais Production v 24 n 4 p 776-786 octdec 2014

OLIVARES G L DALCOL PRT Avaliaccedilatildeo da contribuiccedilatildeo de aglomerados

produtivos para o desenvolvimento local no estado do Rio de Janeiro Production v

24 n 4 p 833-846 octdec 2014

PARK S H e UNGSON G R Interfirm rivalry and managerial complexity a conceptual framework of alliance failureraquo Organization Science vol 12(1) janeiro-fevereiro 2001 PD - Plano de Desenvolvimento APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e Regiatildeo SECTEC

RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2007

httpwwwmdicgovbrportalmdicarquivosdwnl_1248268492pdf acesso em

15072014

PD - Plano de Desenvolvimento APL do Satildeo Luiacutes dos Montes Belos SECTEC RG-

APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Goiacircnia 2006

httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosdwnl_1248268784pdf

PIEKARSKI Ana Elisa T amp TORKOMIAN Ana Luacutecia V Identificaccedilatildeo de clusters industriais uma anaacutelise de meacutetodos quantitativos In IX SIMPOacuteSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO ndash SIMPEP Anaishellip Bauru AbeproUnesp 2004 PORTER M E Cluster and new economics of competition Harvard Business Review 1998 PORTER M E Aglomerados e competiccedilatildeo Novas agendas para empresas governos e instituiccedilotildees Competiccedilatildeo estrateacutegias competitivas essenciais Rio de Janeiro 1999 PUGA F P Texto para discussatildeo do BNDES- 99 - Alternativas de Apoio a MPMES localizadas em arranjos produtivos locais - Rio de Janeiro Junho 2003 Disponiacutevel em lt HTTP wwwbndesgovbr gt Acesso em 07 de setembro de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos LocaisRio de Janeiro RedeSist ndash IEUFRJ 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwieufrjbrredesistgt Acesso em 13 maio de 2014 REDESIST Rede de Pesquisas em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais RedeSistndashIEUFRJ2009 Disponiacutevel lt httpwwwredesistieufrjbrresultadosteses Acesso em 13 maio de 2014

95

REDESIST Disponiacutevel httpwwwredesistieufrjbrresultadosresultados (2010) -publicacoespublicacoes-artigos Acesso em 20 de abril 2014 REIS A P dos AMATO NETO J Aprendizagem por cooperaccedilatildeo em rede praacuteticas de conhecimento em arranjos produtivos locais de software Produccedilatildeo v 22 n 3 p 345-355 maioago 2012 RG-APL Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais Panorama dos

APLs de Goiaacutes Relatoacuterio Semestral da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos

Produtivos Locais SECTEC Goiacircnia 2012

ROSENFELD S A Brinding business clusters into the mainstream of economic

development In European Planning Studies Abingdon Carfax v 5 n 1 p 3-23

1997

SALES R L SALES A V de M e SALES P P L O papel dos arranjos produtivos

locais para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro e pequenas empresas

brasileiras In XXXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produccedilatildeo - ENEGEP

Anais Salvador BA 2013

SANTANNA L A N de Arranjos Produtivos Locais Potenciais Um Estudo sobre

o Setor Moveleiro no Municiacutepio de Duque de Caxias Dissertaccedilatildeo de mestrado

Universidade do Grande Rio rdquoProf Joseacute de Souza Herdy - UNIGRANRIO Rio de

Janeiro 2013

SANTOS G A G dos DINIZ EJ e BARBOSA E K Arranjos produtivos locais e

o desenvolvimento regional In Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e

Social Seminaacuterio BNDES sobre Arranjos Produtivos Locais Belo Horizonte 2004

v11 n 22 p 151-179

SCHMITZ H Collective efficiency growth path for small-scalle industry Journal of

Development Studies v 31 n 4 1995

SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de

Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais

Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003

SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014

96

SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um

estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS Dissertaccedilatildeo de mestrado UNISINOS -

RS Satildeo Leopoldo RS 2012

SUZIGAN W (Coordenador) Identificaccedilatildeo mapeamento e caracterizaccedilatildeo estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil Relatoacuterio consolidado ndash 2006 Satildeo Paulo httpgeeinfclarunespbrarquivosclusterpublicacaoarquivosrelatoriosRelat_final_IPEA28fev07pdf acesso em 03092014

TEIXEIRA S R LAUREANO B C FERREIRA J R Arranjo Produtivo Local de

Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento

regional VIII Congreso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE

2010 Disponiacutevel em lthttpwwwalasruorgwp-contentuploads201107GT2-SERGIO-

TEIXEIRApdfgt Acesso em 15 de julho de 2014

TEIXEIRA F- Poliacuteticas Puacuteblicas para o Desenvolvimento Regional e Local O que Podemos Aprender com os Arranjos Produtivos Locais (Apls) Organizaccedilotildees e Sociedade v15 - n46 - JulSet 2008 THOMPSON G F Between hierarchies and markests the logic and limits of network form of organization New York Oxford University Press 2003 TODEVA E Busines networks strategy and structure New York Taylor amp Francis 2006 VENTURI J L Bases conceituais e estruturais para a formaccedilatildeo e desenvolvimento de redes de empresas Rio do Sul SC Nova Era 2008 Venturini J C Wegner D Braga A L Pereira B A D Desistecircncia da Cooperaccedilatildeo e Encerramento de Redes Interorganizacionais em que Momento essas Abordagens se Encontram IV encontro de Estudos em Estrateacutegia 21 a 23 de junho de 2009

Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A

identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de

doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG

Porto Alegre 2006

VILLASCHI FILHO A CAMPOS R R Arranjos e Sistemas Produtivos Locais no Brasil e Poliacuteticas para uma Economia do Conhecimento e do Aprendizado Rio de Janeiro IEUFRJ 2000 httpredesistieufrjbrdadosntphpprojeto=nt2gt Acesso em 30 de outubro de 2014 ZAMBRANA A A TEIXEIRA R M Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre os agentes

institucionais e econocircmicos podem influenciar o desenvolvimento de APLs no Estado

de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013

ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de

coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores

de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013

97

APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas

PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012

FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site

DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais

ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular

98

CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas

associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )

2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)

3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )

4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas

associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as

empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )

6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )

7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede

Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade

mercado local regional nacional )

99

13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas

14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados

15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios

associados

16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos

Muito Obrigado

100

ANEXO 1

GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS

Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo

DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004

Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141

D E C R E T A

Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a

I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais

II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado

III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais

IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado

101

V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais

VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais

VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional

VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo

IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo

X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto

XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares

Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades

I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio

IV - Secretaria de Infra-estrutura

V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento

VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial

VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia

102

- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012

VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional

VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio

IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA

X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG

XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG

XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE

XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG

XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG

XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG

XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -

FAPEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de

Goiaacutes -FETAEG-

- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011

Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda

I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes

II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e

103

indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede

III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais

IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede

V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo

Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado

Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto

Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo

Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais

Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica

MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho

(DO de 17-08-2004)

Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004

Page 12: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 13: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 14: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 15: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 16: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 17: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 18: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 19: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 20: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 21: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 22: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 23: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 24: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 25: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 26: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 27: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 28: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 29: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 30: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 31: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 32: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 33: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 34: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 35: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 36: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 37: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 38: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 39: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 40: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 41: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 42: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 43: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 44: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 45: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 46: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 47: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 48: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 49: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 50: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 51: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 52: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 53: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 54: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 55: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 56: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 57: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 58: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 59: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 60: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 61: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 62: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 63: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 64: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 65: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 66: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 67: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 68: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 69: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 70: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 71: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 72: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 73: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 74: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 75: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 76: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 77: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 78: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 79: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 80: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 81: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 82: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 83: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 84: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 85: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 86: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 87: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 88: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 89: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 90: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 91: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 92: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 93: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 94: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 95: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 96: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 97: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 98: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 99: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 100: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 101: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 102: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …
Page 103: ANÁLISE DOS GANHOS DE COOPERAÇÃO DOS ARRANJOS …