anÁlise dos ganhos de cooperaÇÃo dos arranjos …
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PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA DE GOIAacuteS
COORDENACcedilAtildeO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO STRICTO SENSU
MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO E SISTEMAS
SILVIO DE JESUS BATISTA
ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE
ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAMICA VERMELHA
E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM
GOIAacuteS
GOIAcircNIA
Setembro2015
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA DE GOIAacuteS
COORDENACcedilAtildeO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO STRICTO SENSU
MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO E SISTEMAS
ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE
ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E
LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM
GOIAacuteS
SILVIO DE JESUS BATISTA
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas da
Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de ldquoMestre em Engenharia de
Produccedilatildeo e Sistemasrdquo
Orientadora Profa Solange da Silva Dra
GOIAcircNIA
Setembro2015
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo (CIP) (Sistema de
Bibliotecas PUC Goiaacutes)
Batista Siacutelvio de Jesus
B333a Anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) de Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica
Vermelha e Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos em Goiaacutes
[manuscrito] ndash Siacutelvio de Jesus Batista ndash Goiacircnia 2015
103 p il 297 cm
Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
de Goiaacutes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Stricto Sensu em
Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas
ldquoOrientadora Profa Dra Solange da Silvardquo
Referecircncias Bibliograacuteficas p90-96
1 Arranjos Produtivos Locais 2 Ganhos competitivos 3
Redes de Cooperaccedilatildeo I Tiacutetulo
CDU 33845(043)
iv
ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE
ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA
E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM
GOIAacuteS
SILVIO DE JESUS BATISTA
Esta Dissertaccedilatildeo julgada adequada para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas e aprovada pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes em setembro de 2015
____________________________________
Prof Ricardo Luiz Machado Dr
Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas
Banca examinadora
____________________________________
Profa Solange da Silva Dra
Orientadora
____________________________________
Profa Eliane Moreira Saacute de Sousa Dra
____________________________________
Prof Antocircnio Pasqualeto Dr
____________________________________
Prof Sibelius Lellis Vieira Dr
Goiacircnia ndash Goiaacutes
Setembro2015
iv
v
A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in
memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas
Irene cunhadas cunhados minha namorada
Luana e a Deus
Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva
que me acompanhou incansavelmente
durante todo o processo de construccedilatildeo desta
pesquisa
E a todos que direta ou indiretamente
contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho
vi
ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)
vii
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e
contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo
Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa
A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva
Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore
Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e
acadecircmico
Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e
Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica
A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV
Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto
Silvio)
A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo
viii
Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)
ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS
DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS
Silvio de Jesus Batista
Setembro2015
Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos
Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio
usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs
obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior
escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados
e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados
satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de
acompanhamento
Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo
ix
ABSTRACT
ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements
(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The
methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The
results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation
(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services
and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results
despite the distance between the entities involved and accompanying policies
Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
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cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
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foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
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Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
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Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
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O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
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instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
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Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
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Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
PONTIFIacuteCIA UNIVERSIDADE CATOacuteLICA DE GOIAacuteS
COORDENACcedilAtildeO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO STRICTO SENSU
MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO E SISTEMAS
ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE
ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E
LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM
GOIAacuteS
SILVIO DE JESUS BATISTA
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas da
Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
como requisito parcial para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de ldquoMestre em Engenharia de
Produccedilatildeo e Sistemasrdquo
Orientadora Profa Solange da Silva Dra
GOIAcircNIA
Setembro2015
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo (CIP) (Sistema de
Bibliotecas PUC Goiaacutes)
Batista Siacutelvio de Jesus
B333a Anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) de Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica
Vermelha e Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos em Goiaacutes
[manuscrito] ndash Siacutelvio de Jesus Batista ndash Goiacircnia 2015
103 p il 297 cm
Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
de Goiaacutes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Stricto Sensu em
Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas
ldquoOrientadora Profa Dra Solange da Silvardquo
Referecircncias Bibliograacuteficas p90-96
1 Arranjos Produtivos Locais 2 Ganhos competitivos 3
Redes de Cooperaccedilatildeo I Tiacutetulo
CDU 33845(043)
iv
ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE
ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA
E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM
GOIAacuteS
SILVIO DE JESUS BATISTA
Esta Dissertaccedilatildeo julgada adequada para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas e aprovada pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes em setembro de 2015
____________________________________
Prof Ricardo Luiz Machado Dr
Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas
Banca examinadora
____________________________________
Profa Solange da Silva Dra
Orientadora
____________________________________
Profa Eliane Moreira Saacute de Sousa Dra
____________________________________
Prof Antocircnio Pasqualeto Dr
____________________________________
Prof Sibelius Lellis Vieira Dr
Goiacircnia ndash Goiaacutes
Setembro2015
iv
v
A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in
memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas
Irene cunhadas cunhados minha namorada
Luana e a Deus
Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva
que me acompanhou incansavelmente
durante todo o processo de construccedilatildeo desta
pesquisa
E a todos que direta ou indiretamente
contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho
vi
ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)
vii
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e
contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo
Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa
A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva
Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore
Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e
acadecircmico
Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e
Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica
A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV
Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto
Silvio)
A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo
viii
Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)
ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS
DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS
Silvio de Jesus Batista
Setembro2015
Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos
Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio
usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs
obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior
escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados
e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados
satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de
acompanhamento
Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo
ix
ABSTRACT
ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements
(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The
methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The
results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation
(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services
and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results
despite the distance between the entities involved and accompanying policies
Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo (CIP) (Sistema de
Bibliotecas PUC Goiaacutes)
Batista Siacutelvio de Jesus
B333a Anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) de Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica
Vermelha e Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos em Goiaacutes
[manuscrito] ndash Siacutelvio de Jesus Batista ndash Goiacircnia 2015
103 p il 297 cm
Dissertaccedilatildeo (mestrado) ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica
de Goiaacutes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo Stricto Sensu em
Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas
ldquoOrientadora Profa Dra Solange da Silvardquo
Referecircncias Bibliograacuteficas p90-96
1 Arranjos Produtivos Locais 2 Ganhos competitivos 3
Redes de Cooperaccedilatildeo I Tiacutetulo
CDU 33845(043)
iv
ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE
ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA
E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM
GOIAacuteS
SILVIO DE JESUS BATISTA
Esta Dissertaccedilatildeo julgada adequada para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas e aprovada pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes em setembro de 2015
____________________________________
Prof Ricardo Luiz Machado Dr
Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas
Banca examinadora
____________________________________
Profa Solange da Silva Dra
Orientadora
____________________________________
Profa Eliane Moreira Saacute de Sousa Dra
____________________________________
Prof Antocircnio Pasqualeto Dr
____________________________________
Prof Sibelius Lellis Vieira Dr
Goiacircnia ndash Goiaacutes
Setembro2015
iv
v
A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in
memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas
Irene cunhadas cunhados minha namorada
Luana e a Deus
Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva
que me acompanhou incansavelmente
durante todo o processo de construccedilatildeo desta
pesquisa
E a todos que direta ou indiretamente
contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho
vi
ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)
vii
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e
contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo
Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa
A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva
Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore
Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e
acadecircmico
Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e
Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica
A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV
Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto
Silvio)
A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo
viii
Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)
ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS
DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS
Silvio de Jesus Batista
Setembro2015
Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos
Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio
usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs
obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior
escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados
e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados
satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de
acompanhamento
Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo
ix
ABSTRACT
ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements
(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The
methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The
results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation
(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services
and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results
despite the distance between the entities involved and accompanying policies
Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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SEBRAE - Serviccedilo de Apoio a Micro e Pequenas Empresas Metodologia de desenvolvimento de arranjos produtivos locais Projeto Promos - SEBRAE - BID versatildeo 20 Renato Caporali e Paulo Volker (organizadores) ndash Brasiacutelia SEBRAE 2004 SEBRAE - SERVICcedilO DEAPOIO A PEQUENAS E MICRO EMPRESAS Termo de
Referecircncia para Atuaccedilatildeo do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais
Ediccedilatildeo SEBRAE 1ordf Ediccedilatildeo Brasiacutelia 2003
SECTEC Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsectecgogovbrportalwp-contentuploads201007apls1pdfgt Acesso em 20 de setembro de 2014 SEGPLAN Secretaria de Planejamento Arranjos Produtivos Locais ndash APLs Disponiacutevel em ltwwwsegplangogovbrportal (2006) apls1pdfgt Acesso em 13 de maio de 2014
96
SOUZA J A Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um
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RS Satildeo Leopoldo RS 2012
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Recife-PE VERSCHOORE FILHO JR Redes de cooperaccedilatildeo interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e Benefiacutecios para um modelo de Gestatildeo Tese de
doutorado apresentado ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Administraccedilatildeo da UFRG
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de Sergipe REGE USP Satildeo Paulo ndash SP Brasil v 20 n 1 p 21-42 janmar 2013
ZANCAN C SANTOS P da C F dos CRUZ N J T da Mecanismos de
coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores
de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013
97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
iv
ANAacuteLISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS
ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS (APLs) DE
ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA
E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS DOS MONTES BELOS EM
GOIAacuteS
SILVIO DE JESUS BATISTA
Esta Dissertaccedilatildeo julgada adequada para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas e aprovada pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia da Produccedilatildeo e Sistemas da Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes em setembro de 2015
____________________________________
Prof Ricardo Luiz Machado Dr
Coordenador do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas
Banca examinadora
____________________________________
Profa Solange da Silva Dra
Orientadora
____________________________________
Profa Eliane Moreira Saacute de Sousa Dra
____________________________________
Prof Antocircnio Pasqualeto Dr
____________________________________
Prof Sibelius Lellis Vieira Dr
Goiacircnia ndash Goiaacutes
Setembro2015
iv
v
A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in
memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas
Irene cunhadas cunhados minha namorada
Luana e a Deus
Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva
que me acompanhou incansavelmente
durante todo o processo de construccedilatildeo desta
pesquisa
E a todos que direta ou indiretamente
contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho
vi
ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)
vii
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e
contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo
Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa
A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva
Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore
Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e
acadecircmico
Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e
Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica
A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV
Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto
Silvio)
A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo
viii
Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)
ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS
DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS
Silvio de Jesus Batista
Setembro2015
Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos
Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio
usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs
obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior
escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados
e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados
satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de
acompanhamento
Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo
ix
ABSTRACT
ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements
(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The
methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The
results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation
(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services
and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results
despite the distance between the entities involved and accompanying policies
Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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coordenaccedilatildeo na formaccedilatildeo de redes de cooperaccedilatildeo Associaccedilatildeo dos produtores
de vinhos finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) 2013
97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
v
A minha matildee (Ana) meu pai Acircngelo (in
memorian) irmatildeos sobrinhos e sobrinhas
Irene cunhadas cunhados minha namorada
Luana e a Deus
Agrave minha orientadora Dra Solange da Silva
que me acompanhou incansavelmente
durante todo o processo de construccedilatildeo desta
pesquisa
E a todos que direta ou indiretamente
contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo deste trabalho
vi
ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)
vii
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e
contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo
Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa
A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva
Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore
Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e
acadecircmico
Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e
Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica
A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV
Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto
Silvio)
A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo
viii
Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)
ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS
DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS
Silvio de Jesus Batista
Setembro2015
Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos
Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio
usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs
obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior
escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados
e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados
satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de
acompanhamento
Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo
ix
ABSTRACT
ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements
(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The
methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The
results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation
(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services
and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results
despite the distance between the entities involved and accompanying policies
Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
vi
ldquoA vida eacute tudo aquilo que acontece enquanto estamos fazendo planos para elardquo (John Lennon)
vii
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e
contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo
Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa
A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva
Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore
Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e
acadecircmico
Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e
Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica
A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV
Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto
Silvio)
A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo
viii
Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)
ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS
DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS
Silvio de Jesus Batista
Setembro2015
Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos
Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio
usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs
obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior
escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados
e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados
satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de
acompanhamento
Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo
ix
ABSTRACT
ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements
(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The
methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The
results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation
(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services
and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results
despite the distance between the entities involved and accompanying policies
Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
vii
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenccedilatildeo e
contribuiccedilotildees dedicadas a esta dissertaccedilatildeo
Aos APLs e seus funcionaacuterios que colaboraram para a realizaccedilatildeo desta pesquisa
A minha Amiga Professora e Orientadora Dra Solange Silva
Agrave equipe do Prof Jorge Verschoore
Aos docentes e ao funcionaacuterio Ernane Vaz do MEPROS pelo apoio institucional e
acadecircmico
Agrave Direccedilatildeo da Faculdade Anicuns e UEG Campus Sanclerlacircndia e Jataiacute aos Alunos e
Professores do Curso de Administraccedilatildeo e Logiacutestica
A todos os Amigos do Programa Educando e Valorizando a Vida ndash EVV
Aos colegas e amigos de mestrado (Rachel Marinalva Joatildeo Jorcivan Adrielle Roberto
Silvio)
A todos que direta ou indiretamente participaram deste estudo
viii
Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)
ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS
DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS
Silvio de Jesus Batista
Setembro2015
Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos
Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio
usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs
obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior
escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados
e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados
satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de
acompanhamento
Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo
ix
ABSTRACT
ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements
(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The
methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The
results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation
(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services
and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results
despite the distance between the entities involved and accompanying policies
Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
viii
Resumo da Dissertaccedilatildeo apresentada ao MEPROSPUC Goiaacutes como parte dos requisitos para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia de Produccedilatildeo e Sistemas (MSc)
ANALISE DOS GANHOS DE COOPERACcedilAtildeO DOS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
(APLs) DE ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA CERAcircMICA VERMELHA E LAacuteCTEO DE SAtildeO LUIacuteS
DOS MONTES BELOS EM GOIAacuteS
Silvio de Jesus Batista
Setembro2015
Orientadora Solange da Silva Dra Este trabalho busca analisar os ganhos resultantes da cooperaccedilatildeo dos Arranjos Produtivos
Locais (APLs) Ceracircmica Vermelha APL Accedilafratildeo de Mara Rosa e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos A metodologia utilizada foi a de estudo de caso de caraacuteter exploratoacuterio
usando entrevistas semiestruturadas Os resultados obtidos provaram que todos estes APLs
obtiveram ganhos tais como a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior
escala e poder de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura e serviccedilos especializados
e os laccedilos relacionais Concluiu-se que os APLs pesquisados apresentam resultados
satisfatoacuterios apesar do distanciamento entre os entes envolvidos e as poliacuteticas de
acompanhamento
Palavras-chave Arranjos Produtivos Locais Ganhos competitivos e Redes de Cooperaccedilatildeo
ix
ABSTRACT
ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements
(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The
methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The
results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation
(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services
and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results
despite the distance between the entities involved and accompanying policies
Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
ix
ABSTRACT
ANALYSIS OF COOPERATION GAINS OF LOCAL PRODUCTION ARRANGEMENTS (APLs) OF SAFFRON OF MARA ROSA CERAMIC RED AND ARE LACTEO LUIS HILLS BEAUTIFUL IN GOIAacuteS This work seeks to analyze the gains from cooperation of Local Productive Arrangements
(APLs) Red Ceramic APL Saffron Mara Rosa and APL Dairy Satildeo Luiacutes de Montes Belos The
methodology used was the case study exploratory using semistructured interviews The
results proved that all these APLs made gains such as learning trade relations negotiation
(larger scale and market power) market innovation infrastructure and specialized services
and relational ties It was concluded that the clusters surveyed have satisfactory results
despite the distance between the entities involved and accompanying policies
Keywords Productive Local Arrangements Competitive gains Cooperation Networks
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
x
SUMAacuteRIO SUMAacuteRIO x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE FIGURAS xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS xiii
INTRODUCcedilAtildeO 15
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO 19
11 Definiccedilatildeo de Clusters 19
12 Arranjos Produtivos Locais 24
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 34
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs 35
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial 40
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs 44
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA 52
21 Desenho da Pesquisa 52
22 Escolha dos APLs 54
23 Coleta de dados 55
24 Anaacutelise dos dados 57
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO 58
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes 58
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 61
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 64
33 APL Ceracircmica Vermelha 70
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha ndash Estrela do Norte 72
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 77
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 81
35 Anaacutelise conjunta dos APLs 85
CONCLUSOtildeES 87
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas 97
ANEXO 1 100
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs 31
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs 39
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo 43
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs 50
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa 56
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 56
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 70
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha 77
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 84
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs 86
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial 21
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster 23
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL 26
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs 34
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas 37
Figura 6 - Desenho da pesquisa 53
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa 62
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo 65
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo 65
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra 66
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo 67
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa 68
Figura 13 - Investimento em Tecnologia 73
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos 75
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 78
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos 80
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio 82
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos 83
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGDR ndash Agecircncia Goiana do Desenvolvimento Regional
AGENCIARURAL ndash Agecircncia Goiana Rural
AGETOP ndash Agecircncia Goiana de Transportes e Obras
AGETUR ndash Agecircncia Goiana de Turismo
APL ndash Arranjo Produtivo Local
APROVALE ndash Associaccedilatildeo dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos
ASCENO ndash Associaccedilatildeo dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes
BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento
CNPq ndash Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico
COOPERACcedilAFRAtildeO ndash Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo
EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Produtos Agropecuaacuterios
EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica
FAPEG ndash Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes
FIEG ndash Federaccedilatildeo das Induacutestrias de Goiaacutes
FINEP ndash Financiadora de Estudos de Projetos
GTP ndash Grupo de Trabalho Permanente
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica
IFG ndash Instituto Federal Goiano
IPID ndash Iacutendice do Potencial Interno de Desenvolvimento
MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
MCT ndash Ministeacuterio de Ciecircncia e Tecnologia
MDA ndash Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
MDIC ndash Ministeacuterio de Desenvolvimento
MI ndash Ministeacuterio da Integraccedilatildeo
MMCB ndash Mitsubishi Motors Corporation Brasil
MME ndash Ministeacuterio das Minas e Energia
MPEs ndash Micro e Pequenas Empresas
NDI ndash Novos Distritos Industriais
xiv
PAC ndash Programa de Aceleraccedilatildeo e Crescimento
PD ndash Plano de Desenvolvimento
PIS ndash Plataforma Industrial Sateacutelite
PPA ndash Plano Plurianual
PRC ndash Programa de Rede de Cooperaccedilatildeo
PRONAFI ndash Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
RCEs ndash Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial
RG ndash Rede Goiana
SEAGRO ndash Secretaria de Estado da Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo
SEBRAE ndash Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas
SECTEC ndash Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
SEDAI ndash Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais - RS
SEGPLAN ndash Secretaria de Estado de Gestatildeo e Planejamento
SENAI ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT ndash Serviccedilo Nacional de Aprendizagem e Transporte
SIC ndash Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
SLMB ndash Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
SPILs ndash Sistemas Produtivos Inovativos Locais
UCG ndash Universidade Catoacutelica de Goiaacutes
UEG ndash Universidade Estadual de Goiaacutes
UFG ndash Universidade Federal de Goiaacutes
UNISINOS ndash Universidade do Vale do Rio dos Sinos
15
INTRODUCcedilAtildeO
O seacuteculo XX foi marcado por diversos fatores econocircmicos gerando mudanccedilas
nas relaccedilotildees entre organizaccedilotildeesempresas associados e clientes Os fatores que
mais se destacaram foram agraves mudanccedilas tecnoloacutegicas instituiccedilotildees e relaccedilotildees entre
seus membros que passaram a ter papel relevante para o desenvolvimento das
mesmas
As relaccedilotildees interempresariais tornaram-se um verdadeiro instrumento de
desenvolvimento para os empresaacuterios e a economia local destacando-se as Redes de
Cooperaccedilatildeo (RCEs) Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os Clusters Industriais
Estas aglomeraccedilotildees de empresas voltadas para o desenvolvimento de accedilotildees
conjuntas e compartilhamento de conhecimento com envolvimento e participaccedilatildeo de
instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas buscam transformar as organizaccedilotildees tornando-as
mais competitivas e desenvolvidas frente agraves novas demandas das organizaccedilotildees
globalizadas na busca de formaccedilatildeo de alianccedilas para melhorar seu desempenho
Alguns exemplos claacutessicos de aglomeraccedilotildees em formas de APLs satildeo os
distritos industriais da chamada Terceira Itaacutelia o distrito de Tiruppur na Iacutendia o Vale
do Siliacutecio nos Estados Unidos (EUA) o Programa Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) do
Governo do Rio Grande do Sul e o Vale dos Vinhedos no Brasil (FEITOSA 2009
CASTANHAR 2006 GALVAtildeO 2000 PORTER 1998 BALESTRIN VERSCHOORE E
REYES JUNIOR 2010 AMATO NETO 2009)
Os clusters na definiccedilatildeo de Porter (1998) satildeo como a uniatildeo de empresas de um
setor em uma mesma aacuterea territorial as quais agregam ao longo de toda cadeia de
valor
16
Os APLs satildeo ldquoum aglomerado de empresas localizadas em um mesmo territoacuterio
que apresentam especializaccedilatildeo produtiva e mantecircm viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo
cooperaccedilatildeo e aprendizagem entre si e com atores locais sendo eles puacuteblicos ou
privados Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE 2003 p 12)
Cassiolato amp Lastres (2003) tratam os APLs como conjuntos de atores
econocircmicos poliacuteticos e sociais de um mesmo territoacuterio com foco em conjunto de
atividades econocircmicas e que tenham seus viacutenculos e interdependecircncia envolvendo a
participaccedilatildeo e interaccedilatildeo das instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas
Os sistemas produtivos vecircm passando por enormes transformaccedilotildees Em
contrapartida haacute a necessidade por parte das empresas de readaptaccedilatildeo que
envolve todo seu processo de produccedilatildeo Os APLs envolvem todos os atores com
fortes relaccedilotildees na busca de objetivos comuns a fim de assegurar a qualidade de vida
de todos que fazem parte da cadeia
No dia 12 agosto de 2004 atraveacutes do Decreto n 5990 foi instituiacuteda a Rede
Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) composta pelas
instituiccedilotildees Serviccedilo de Apoio agrave Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-GO) Serviccedilo
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-GO) as secretarias de Estado de
Ciecircncia e Tecnologia (SECTEC) de Induacutestria e Comeacutercio (SIC) de Planejamento
(SEGPLAN) de Agricultura (SEAGRO) Agecircncia Goiana de Turismo (AGETUR)
Agecircncia de Fomento do Estado de Goiaacutes e a Agecircncia Goiana de Desenvolvimento
Regional (AGDR) A RG-APL tem como coordenadora a SECTEC
O objetivo geral deste trabalho eacute o de analisar os APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa
Ceracircmica Vermelha e o Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos focando na identificaccedilatildeo
dos ganhos de cooperaccedilatildeo obtidos nestes APLs
17
A pergunta de pesquisa deste trabalho eacute - Quais satildeo os ganhos resultantes do
trabalho em cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha e o
Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos em Goiaacutes
Esta pesquisa apresenta como objetivos especiacuteficos
bull Identificar os ganhos obtidos nestes APLs
bull Verificar os pontos fracos e fortes destes APLs
A pesquisa adotada neste trabalho eacute o de estudo de caso muacuteltiplos com caraacuteter
exploratoacuterio Foi realizado levantamento bibliograacutefico e entrevistas semiestruturadas
com membros de 03 (trecircs) APLs em Goiaacutes a saber APL de accedilafratildeo em Mara Rosa
APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos A escolha desses arranjos foi baseada em Castro et al (2010 p 352) que
destaca os mesmos com respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas
Esta pesquisa justifica-se pela escassa de literatura sobre anaacutelise dos resultados
dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs no Estado de Goiaacutes
A relevacircncia desta pesquisa se deve ao fato de que com o aumento da
competitividade das empresas faz com que elas analise o desenvolvimento
organizacional Considera-se que quando as empresas satildeo organizadas em APLs
ganham forccedilas para encontrar soluccedilotildees que de forma isolada natildeo conseguiriam Os
APLs satildeo importantes para a concorrecircncia para a produtividade e para impulsionar o
processo de inovaccedilatildeo e a criaccedilatildeo de negoacutecios empreendedores O estudo dos
arranjos poderaacute apresentar agraves empresas a importacircncia que os ganhosresultados de
cooperaccedilatildeo representam para elas e ainda sugerir melhorias para aumentar estes
ganhos
Esta pesquisa poderaacute contribuir com a sociedade goiana registrando a histoacuteria
de alguns APLs do Estado de Goiaacutes desde sua formaccedilatildeo ateacute sua consolidaccedilatildeo Aleacutem
18
disso traz para a academia e Micro e Pequenas Empresas (MPEs) conhecimentos
teoacutericos sobre funcionamento governanccedila vantagens e desafios ressaltando os
ganhos resultantes do trabalho em cooperaccedilatildeo
Esta dissertaccedilatildeo estaacute estruturada em 4 capiacutetulos
A introduccedilatildeo traz a questatildeo de pesquisa os objetivos a delimitaccedilatildeo e as
justificativas de realizaccedilatildeo deste estudo
O capiacutetulo 1 apresenta o referencial teoacuterico os principais conceitos origens
estrutura funcionamento governanccedila sobre os Clusters APLs e RCEs bem como o
estado da arte por meio de estudos que foram apresentados entre os anos de 2006 a
2014
O capiacutetulo 2 descreve os aspectos metodoloacutegicos utilizados para realizaccedilatildeo da
pesquisa
O capiacutetulo 3 traz a anaacutelise dos resultados obtidos na realizaccedilatildeo das pesquisas in
loco nos APLs
Por fim a conclusatildeo composta pelas consideraccedilotildees finais e sugestotildees para
estudos futuros
19
CAPIacuteTULO 1 ndash REFERENCIAL TEOacuteRICO
Este capiacutetulo trata da origem definiccedilatildeo governanccedila vantagens e desafios no
desenvolvimento dos Clusters APLs e RCEs Tambeacutem eacute apresentado o estado da
arte de estudos deste tema
11 Definiccedilatildeo de Clusters
Os estudos sobre aglomeraccedilotildees iniciaram-se com Marshall por volta de 1890
que tratou das externalidades das localizaccedilotildees industriais (MASQUIETTO NETO E
GIULIANI 2010) A busca de novos tipos de estruturas organizacionais estrateacutegias e
modelos de gestatildeo fizeram com que estudiosos apresentassem vaacuterias formas de
organizaccedilatildeo de empresas os chamados Clusters Distritos Industriais Arranjos
Produtivos Locais e Redes de Cooperaccedilatildeo (MARSHAL 1920 PORTER 1998
TODEVA 2006 FRANCO 2007 AMATO NETO 2009 BALESTRIN VERSCHOORE
e REYS JUNIOR 2010 REIS e NETO 2012 CASANUEVA CASTRO e GALAN
2012 GIULIANI 2013)
De fato jaacute desde os anos 60 percebe-se uma mudanccedila na organizaccedilatildeo de
empresas Eacute o caso do sul da Alemanha onde foi instalado um distrito industrial
caracterizado por grande concentraccedilatildeo de Pequenas e Meacutedias empresas (PMEs) nas
aacutereas tecircxtil relojoeira e de construccedilatildeo de maacutequinas (FEITOSA 2009)
Outro aglomerado que se destacou foi a chamada Terceira Itaacutelia Definido como
um APL e criado nos anos 70 esse aglomerado compreende os distritos industriais da
Itaacutelia Setentrional da qual fazem parte as microrregiotildees de Vecircneto Trentino Friuli-
Venezia Giulia Toscana Marche e parte da Lombardia (COSTA 2010)
20
Um caso especial de aglomerado tambeacutem nos anos 70 foi o distrito industrial
Tiruppur no sul da Iacutendia onde coexistem vaacuterias MPEs com estabelecimentos de
grande porte empregando milhares de trabalhadores (GALVAtildeO 2000)
Jaacute nos anos 80 o Vale do Siliacutecio na Califoacuternia Estados Unidos (EUA) foi
caracterizado como uma regiatildeo microeletrocircnica ficando conhecida como um
aglomerado de empresas de alta tecnologia e software (CASTANHAR 2006)
No Brasil em 1995 no Vale dos Vinhedos a Associaccedilatildeo dos Produtores de
Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (APROVALE) - RS contava com 26 viniacutecolas
associadas e 43 empreendimentos de apoio ao turismo como hoteacuteis pousadas
restaurantes artesanatos queijarias ateliecircs de artesanato dentre outros
(APROVALE 2014)
Em 2004 o Grupo de Trabalho Permanente (GTP-APL) e Ministeacuterio do
Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) que tinham como princiacutepio
estimular o aumento de competitividade e sustentabilidade econocircmica identificaram
460 arranjos Em 2005 o nuacutemero de arranjos passou a 957 com 83 no sul do paiacutes
(REDESIST 2007)
No ano de 2004 no estado de Goiaacutes atraveacutes do Decreto n 5990 foi criada a
RG-APL atraveacutes das seguintes instituiccedilotildees em Goiaacutes SEBRAE-GO SENAI-GO
SECTEC SIC SEGPLAN SEAGRO AGETUR a Goiaacutes Fomento e a AGDR A
coordenadora foi a SECTEC que explicitava o conceito de APL adotado no Estado de
Goiaacutes O objetivo desses arranjos produtivos era promover o desenvolvimento regional
por meio de estiacutemulo agrave cooperaccedilatildeo entre capacidade produtiva local instituiccedilotildees de
pesquisa agentes de desenvolvimento e poderes federal estadual e municipal com
vistas agrave dinamizaccedilatildeo dos processos locais de inovaccedilatildeo (REDESIST 2007)
Em 2007 a RedeSist introduziu os primeiros conceitos sobre APLs e Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais (SPILs) Com isso o estudo de APLs e SPILs tornou-se
21
cada vez mais importante devido agrave necessidade de avanccedilar no conhecimento de
ferramentas de gestatildeo visando ao desenvolvimento das empresas e instituiccedilotildees de
forma integrada e sustentada a fim de ampliar a produccedilatildeo de bens e serviccedilos na
busca de desenvolvimento local de uma determinada regiatildeo (REDESIST 2007)
De acordo com Piekarski e Torkomian (2004) as empresas se aglomeram por
meio de relaccedilotildees entre fornecedor e consumidor compradores ou canais de
distribuiccedilatildeo tecnologias ou matildeo de obra em comum conforme a Figura 1
Figura 1 - Sistematizaccedilatildeo de arranjo produtivo local ou cluster industrial
Fonte Piekarski amp Torkomian (2004)
Conforme a Figura 1 a sistematizaccedilatildeo do arranjo eacute caracterizada como um
grupo de empresas e organizaccedilotildees em que cada um dos componentes eacute importante
para a competitividade individual das demais (Masqueitto Sacomano Neto e Giuliani
2010) O objetivo macro da sistematizaccedilatildeo eacute atingir um mercado especifico atraveacutes da
cadeia produtiva que venha agregar valor para os clientes ao final do processo de
interaccedilatildeo
Adicionalmente Cassiolato e Szapiro (2002) afirmam que o conceito de
aglomerado de empresas torna-se explicitamente associado agrave competitividade
22
principalmente a partir do iniacutecio dos anos 1990 o que explica parcialmente seu forte
apelo para os formuladores de poliacuteticas puacuteblicas e privadas por ser um fenocircmeno que
se relaciona diretamente ao local em que estaacute inserido
Os distritos industriais clusters arranjos produtivos locais sistemas de produccedilatildeo e aglomerados ou de empresas independentemente do termo utilizado tornam-se tanto objeto de pesquisa quanto objeto de accedilotildees e poliacuteticas industriais sendo considerados como fatores indispensaacuteveis para a promoccedilatildeo do desenvolvimento local e regional (OLIVARES e DALCOL 2014 p 834)
Ainda de acordo com os autores o aglomerado de empresas desempenha um
papel essencial na melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees mesmo porque satildeo
vaacuterias as pesquisas que consubstanciam tal afirmaccedilatildeo verificando-se que onde
existem aglomeraccedilotildees de empresas o desenvolvimento se faz predominantemente
presente Surge entatildeo uma forma de enxergar o desenvolvimento local denominada
aglomerado produtivo (OLIVARES e DALCOL 2014)
Para Nadae et al (2014 p 778) os Cluster industriais surgem principalmente
da necessidade das (MPEs) formarem alianccedilas e parcerias para se tornarem mais
competitivas Os Clusters ou APLs satildeo considerados fatores essenciais para o
desenvolvimento regional e local (OLIVARES e DALCOL 2014)
Na literatura surgiram vaacuterias abordagens sobre clusters distritos industriais
APLs e redes Autores como (Porter 1998 Krugman 1991 Cassiolato e Zsapiro
2002 Olivares e Dalcol 2014 Reis e Amato Neto 2012) por exemplo consideram
que os aglomerados potencializam os ganhos de eficiecircncia coletiva aleacutem de prover
melhor qualidade de vida educaccedilatildeo e infraestrutura a seus membros
Os autores Casanueva Castro e Galaacuten (2012) destacam que cada uma das
empresas que fazem parte de um cluster pode ser incorporada a diferentes tipos de
redes e estrutura a fim de facilitar o acesso a vaacuterias formas de informaccedilatildeo e do
conhecimento entre seus membros Delalibera Lima e Turrioni (2013) destacam que
23
para que a PMEs superem suas limitaccedilotildees gerenciais ou tecnoloacutegicas as empresas
podem formar os APLs
Porter (1999) destacou que eacute necessaacuterio que os clusters tenham verticalidade
horizontalidade agecircncias governamentais e instituiccedilotildees que oferecem qualificaccedilotildees
especializadas O sucesso dos clusters passa pela confianccedila flexibilidade das
fronteiras entre as empresas reciprocidade e cooperaccedilatildeo (REIS e AMATO NETO
2012 SCHMITZ 1995)
A Figura 2 apresenta as praacuteticas introdutoacuterias de gestatildeo integrada em Clusters
industriais Trata-se de simples aplicaccedilatildeo sendo direto e adequado agrave realidade das
PMEs (NADAE et al 2014)
Figura 2 - Fases do meacutetodo para desenvolvimento de praacuteticas integradas em cluster
Fonte Nadae et al (2014 p 780)
Conforme a Figura 2 nas fases do meacutetodo de desenvolvimento do cluster surge
a necessidade de integrar todas as 3 etapas de forma sineacutergica boa comunicaccedilatildeo e
transparecircncia entre as mesmas para o alcance dos objetivos propostos pela
governanccedila
24
Na etapa de planejamento a governanccedila deve pensar no meacutetodo em seus
benefiacutecios nas dificuldades e nos recursos despendidos A governanccedila deve
encarregar de confeccionar um plano de metas e accedilotildees um cronograma de execuccedilatildeo
para o cluster e para as empresas associadas Com objetivo de controlar as accedilotildees
desempenhadas pelas empresas associadas a fim de enfatizar os objetivos de
implantaccedilatildeo e os benefiacutecios a serem conseguidos pelas empresas (NADAE et al
2014)
Na etapa de implantaccedilatildeo a governanccedila deve auxiliar as empresas no processo
de implantaccedilatildeo do meacutetodo na documentaccedilatildeo verificar os prazos e esclarecer
possiacuteveis duacutevidas das empresas Aleacutem disso deve monitorar as atividades para
ocorram conforme planejado a fim de corrigir erros ou dificuldades nas accedilotildees de
implantaccedilatildeo
Por fim a etapa da avaliaccedilatildeo e manutenccedilatildeo deve ser contiacutenua acompanhada de
auditorias treinamento programas de qualidade e realizar reuniotildees de analise criacutetica
entre as empresas e a governanccedila
12 Arranjos Produtivos Locais
Os APLs satildeo definidos como
Agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais ligados a um mesmo setor ou atividade econocircmica que possuem viacutenculos produtivos e institucionais entre si de modo a proporcionar aos produtores um conjunto de benefiacutecios relacionados com a aglomeraccedilatildeo das empresas Configura-se em um sistema complexo em que operam diversos subsistemas de produccedilatildeo logiacutestica e distribuiccedilatildeo comercializaccedilatildeo desenvolvimento tecnoloacutegico (PampD) laboratoacuterios de pesquisa centros de prestaccedilatildeo de serviccedilos tecnoloacutegicos e onde os fatores econocircmicos sociais e institucionais estatildeo fortemente entrelaccedilados (SUZIGAN 2006 p 3)
Lastres Cassiolato e Maciel (2003) complementam que os APLs satildeo um
aglomerado territorial de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com foco em um
conjunto especiacutefico de atividades econocircmicas os quais apresentam viacutenculos mesmo
25
que incipientes Ainda de acordo como esses autores os APLs devem envolver a
participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de empresas que incluam produtoras de bens e serviccedilos ou
melhor as fornecedoras de insumos e equipamentos prestadoras de consultoria e
serviccedilos comercializadoras clientes e outros e suas variadas formas de
representaccedilatildeo e associaccedilatildeo Aleacutem dessas outras diversas instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para o desenvolvimento de pesquisa engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e
financiamento como tambeacutem as escolas teacutecnicas e universidades voltadas para a
formaccedilatildeo de recursos humanos
Por outro lado realccedila-se a importacircncia da integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo em sua
definiccedilatildeo de APL
A integraccedilatildeo ou organizaccedilatildeo de um conjunto de pequenas e meacutedias firmas eou a presenccedila de cooperaccedilatildeo relacionada agrave atividade principal de um conjunto de firmas A interaccedilatildeo ou a cooperaccedilatildeo podem se estender ateacute agraves instituiccedilotildees de ensino associaccedilotildees comerciais sindicatos aos concorrentes aos fornecedores aos
clientes e tambeacutem ao governo (CAMPOS et al 2004 p 58)
Essa integraccedilatildeo faz com que as diversas empresas que compotildeem os APLs
passem a interagir com as instituiccedilotildees e parceiros a fim de desenvolver parcerias
alianccedilas inovaccedilatildeo e conhecimento Brito e Albagli (2003) definem APLs como
aglomeraccedilotildees territoriais de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais com eixo em um
conjunto caracteriacutestico de atividades econocircmicas e que apresenta sinergia ligaccedilatildeo e
interdependecircncia
Jaacute o SEBRAE (2004) que desempenha atividades na busca de incentivar e
desenvolver projetos definem APLs como aglomeraccedilotildees de empresas identificadas
em um mesmo territoacuterio com viacutenculo de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e
aprendizagem entre si e com os outros produtores locais tais como associaccedilotildees de
empresas instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas de creacutedito aprendizagem e pesquisa
Ainda de acordo com o SEBRAE (2003) os APLs devem apresentar um
processo de desenvolvimento que contemple 04 (quatro) componentes articulados
26
entre si a fim de estimular a atuaccedilatildeo poliacutetica com redes locais interagindo entre si
para a construccedilatildeo de pactos e poliacuteticas de relacionamento em seus diferentes meios
de atuaccedilatildeo com vistas a desenvolver a formulaccedilatildeo de estrateacutegia de atuaccedilatildeo e accedilotildees
conforme apresentado na Figura 3
Figura 3 - Dinacircmica do funcionamento de um APL
Fonte Termo de referecircncia de atuaccedilatildeo do sistema SEBRAE em APL (2003 p7)
Conforme a Figura 3 a dinacircmica do funcionamento de um APL precisa fazer o
mapeamento de todas as informaccedilotildees para tomada de decisotildees que objetivem a
mobilizaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo dos APLs para a construccedilatildeo de poliacuteticas de
relacionamento em seus diferentes niacuteveis de funcionamento de forma a proporcionar
o processo de desenvolvimento do APL O SEBRAE (2003) apresenta algumas accedilotildees
que deveratildeo constar para que o APL possa se desenvolver tais como
a) Fornecer informaccedilotildees que permitam tomar decisotildees acerca de onde atuar
b) Definir conjunto das accedilotildees de articulaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo
visando desencadear o processo de envolvimento e aproximaccedilatildeo entre os
atores locais e a construccedilatildeo das poliacuteticas de relacionamento bem como
nivelar conceitos com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do SEBRAE em APLs As accedilotildees
27
desse componente podem ser agrupadas em trecircs grandes dimensotildees (a)
governanccedila (b) identidade territorial e (c) interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo
c) O diagnoacutestico do APL deveraacute considerar as diferentes dimensotildees da
competitividade (empresarial estrutural e sistecircmica) bem como permitir a
estruturaccedilatildeo de accedilotildees em torno de dois eixos centrais ndash mercado e
produccedilatildeo
d) Definir os principais elementos estrateacutegicos e accedilotildees decorrentes para que a
partir de uma visatildeo de futuro compartilhada as empresas participantes do
arranjo possam transformar proximidade espacial em aumento sustentaacutevel
de competitividade e
e) A definiccedilatildeo de indicadores e metas associadas a estes aspectos eacute de
fundamental importacircncia para o estabelecimento de um sentido de
orientaccedilatildeo para as diversas iniciativas
Para Lopes e Baldi (2005) as etapas do APLs natildeo precisam obedecer
necessariamente a uma ordem Elas devem conter a vontade de formar um APL
depois decisotildees sobre os parceiros envolvidos em sua composiccedilatildeo Nesta etapa a
confianccedila e a cooperaccedilatildeo tornam-se ponto chave para o sucesso da formaccedilatildeo e por
uacuteltimo a dinacircmica de evoluccedilatildeo do APL
Por sua vez a rede goiana do APL que foi criada pelo Decreto 5990 de agosto
de 2004 atraveacutes do Governo Estadual natildeo define nenhuma metodologia para
identificaccedilatildeo de arranjos O conceito aparece no decreto de criaccedilatildeo da rede bem
como os criteacuterios de seleccedilatildeo dos APLs Para o governo de Goiaacutes (2004) os arranjos
satildeo aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados no mesmo
territoacuterio que tenham viacutenculos de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem
para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
28
Ainda de acordo com o governo de Goiaacutes os criteacuterios para seleccedilatildeo explicitados
satildeo os seguintes apresentar real ou potencialmente viacutenculos consistentes de
articulaccedilatildeo interaccedilatildeo e cooperaccedilatildeo ter participaccedilatildeo expressiva na economia estadual
ou local revelar capacidade ou potencial de protagonismo local e demonstrar potencial
para o desenvolvimento tecnoloacutegico e a incorporaccedilatildeo de inovaccedilotildees
Na verdade observa-se que a escolha dos APLs acontecia principalmente por
escolhas poliacuteticas mesmo antes das suas proacuteprias definiccedilotildees ldquoO processo de
identificaccedilatildeoseleccedilatildeo de arranjos para efeito de apoio por parte das instituiccedilotildees natildeo foi
na maioria dos casos decorrente dos seus criteacuterios explicitados (CASTRO et al
2010 p 16)
Mytelka e Farinelli (2005 p 372) destacam que ldquoas poliacuteticas bem elaboradas e
estruturadas de apoio satildeo necessaacuterias para estimular novos haacutebitos e praacuteticas em um
horizonte de tempo mais amplo do que o usualrdquo
Teixeira (2008) ressalta algumas consideraccedilotildees a serem observadas na
formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas para APLs (1) a maioria dos problemas competitivos
enfrentados pelos APLs eacute bastante simples e baacutesico (tais como a qualificaccedilatildeo da matildeo
de obra qualidade e produtividade acesso a mercados) podendo ser enfrentados a
partir de accedilotildees efetivas e concretas das agecircncias que datildeo suporte aos arranjos
somadas agraves accedilotildees dos empresaacuterios que precisam estar dispostos a empreenderem
esforccedilos coletivos (2) o baixo niacutevel de cooperaccedilatildeo entre as empresas e agecircncias de
suporte constitui um problema que exige uma atenccedilatildeo maior e mais focada (3)
problemas sistecircmicos com origem nas condiccedilotildees macroeconocircmicas da economia
brasileira (problemas tributaacuterios juros altos dificuldades de acesso a creacuteditos e
cacircmbio desfavoraacutevel) afetam profundamente as aglomeraccedilotildees de pequenas
empresas
29
As aglomeraccedilotildees produtivas passam a ser entendidas como organizaccedilotildees heterogecircneas que aprendem inovam e evoluem e nas quais os conhecimentos externos e os fluxos de informaccedilotildees assumem importacircncia fundamental na ldquofertilizaccedilatildeo cruzadardquo dos agentes nos spillovers de conhecimento que potencializam a localidade um efeito sineacutergico positivo e no bojo do relacionamento e da interdependecircncia entre empresas e destas com outras instituiccedilotildees locais responsaacuteveis pela pesquisa desenvolvimento e difusatildeo de conhecimento tecnoloacutegico (COSTA 2010 p 128)
No entendimento do autor a aglomeraccedilatildeo representa todo o seguimento de
empresas em torno de uma atividade comum com a preacute-disposiccedilatildeo das mesmas em
cooperar uma com as outras
Mattioda et al (2009) diz que os APLs necessitam de maior sistemaacutetica e
consistecircncia para galgar niacuteveis superiores de evoluccedilatildeo bem como esclarece que os
mesmos requerem uma melhor estruturaccedilatildeo da sua governanccedila de desenvolvimento
e aprimoramento das relaccedilotildees e dos viacutenculos de cooperaccedilatildeo entre os atores com a
finalidade de se estruturar e de implementar resultados mais significativos agraves
empresas ao setor e agrave regiatildeo
Lima (2011 p 115) descreve que ldquohaacute um amplo consenso na literatura que
ambientes com grandes concentraccedilotildees de empresas de um mesmo setor favorecem a
formaccedilatildeo de redes de empresas a troca de conhecimentos e a realizaccedilatildeo de accedilotildees
conjuntasrdquo Essa realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas requer a existecircncia de conhecimentos
pertinentes e meacutetodos para coordenaccedilatildeo (LOPES 2014 p 31)
Na estrutura da governanccedila Arauacutejo (2014 p 56) destaca que os APLs podem
assumir diversas formas em sua estrutura de governanccedila em uma rede de empresas
Desse modo natildeo haacute uma foacutermula maacutegica ou uma receita uacutenica A forma ideal
dependeraacute do tamanho das empresas que formam o arranjo ou sistema produtivo
local de suas caracteriacutesticas de produccedilatildeo da cultura do sentimento de pertencimento
dos integrantes do tipo de produto da divisatildeo do trabalho e da interdependecircncia entre
as empresas
30
Segundo a autora haacute diversos fatores que devem ser analisados para que a
formaccedilatildeo dessa estrutura alcance seu ecircxito tendo representatividade poliacutetica
econocircmica e social que tenham a aceitaccedilatildeo de toda a aglomeraccedilatildeo na construccedilatildeo de
um APL voltado agrave representatividade de seus membros
De acordo com os autores a classificaccedilatildeo dos APLs pode ser da seguinte forma
1 Dimensatildeo territorial constitui recorte especiacutefico de anaacutelises e accedilotildees poliacuteticas levando em consideraccedilatildeo a proximidade ou concentraccedilatildeo geograacutefica e o compartilhamento de visotildees e valores econocircmicos sociais e culturais
2 Diversidade de atividades e atores econocircmicos poliacuteticos e sociais abrange a participaccedilatildeo e a interaccedilatildeo de todos os atores envolvidos no processo Envolve tambeacutem as organizaccedilotildees puacuteblicas e privadas voltadas para formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo de recursos humanos pesquisa desenvolvimento e engenharia poliacutetica promoccedilatildeo e creacutedito
3 Conhecimento taacutecito como processam compartilham e socializam o conhecimento por parte de seus entes envolvidos
4 Inovaccedilatildeo e aprendizado interativos significa a transmissatildeo de conhecimento e a ampliaccedilatildeo de sua capacidade produtiva e inovatoacuteria de toda a cadeia
5 Governanccedila reporta-se aos diferentes modos de coordenaccedilatildeo entre os agentes e atividades que envolvem da produccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo de bens e serviccedilos e tambeacutem o processo de geraccedilatildeo disseminaccedilatildeo e uso de conhecimentos e inovaccedilotildees
6 Grau de enraizamento diz respeito agraves articulaccedilotildees e ao envolvimento dos mais variados agentes dos APLs com as capacitaccedilotildees com o RH teacutecnico-cientiacuteficos e financeiros da mesma forma que os elementos determinantes no grau de enraizamento como a agregaccedilatildeo de valor a origem e o controle das organizaccedilotildees e o destino da produccedilatildeo em toda a
aldeia global (LASTRES CASSIOLATO e MACIEL 2003 p 07 )
A formaccedilatildeo dos APLs encontra-se associada a seu viacutenculo territorial podendo
ser regional ou local a sua cultura sua poliacutetica economia e fatores favoraacuteveis agrave
integraccedilatildeo e cooperaccedilatildeo e agrave confianccedila entre os entes envolvidos sejam eles puacuteblicos
ou privados
Para Dias (2011) o APL eacute como uma aglomeraccedilatildeo atraveacutes da concentraccedilatildeo de
empresas e SPIL com uma integraccedilatildeo maior focando a aprendizagem na geraccedilatildeo de
inovaccedilatildeo e na busca da melhoria contiacutenua da qualidade de produtos e processos
31
121 Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Na abordagem de APL haacute algumas vantagens que satildeo destacadas por
Cassiolato e Lastres tais como
a) Mostra uma unidade de anaacutelise que difere da tradicional pautada na empresa setor permitindo estabelecer uma ligaccedilatildeo entre o territoacuterio e as atividades econocircmicas que fazem parte dos APLs b) Reuacutene suas atenccedilotildees a grupos de agentes econocircmicos e atividades relacionadas com caracterizaccedilatildeo inovativa e produtiva c) Averigua o espaccedilo onde ocorre o aprendizado no qual satildeo criadas as capacitaccedilotildees produtivas e inovadoras das quais surgem os conhecimentos taacutecitosd) Representa o niacutevel no qual as poliacuteticas de promoccedilatildeo do aprendizado inovaccedilatildeo e criaccedilatildeo de capacitaccedilotildees
podem ser definidas ou seja efetivas (CASSIOLATO e LASTRES 2003 P10)
O APL busca promover a convergecircncia entre as organizaccedilotildees em termos de
desenvolvimento fortalecimento de parcerias que vissem a manutenccedilatildeo e
aprofundamento em investimento local
O Quadro 1 sintetiza as vantagens e desafios que os atores envolvidos no APL
podem ter ou enfrentar ao participar de uma aglomeraccedilatildeo
Quadro 1 ndash Vantagens e Desafios dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
Vantagens Desafios
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Produtos elaborados sem o controle de qualidade
Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Falta de investimento em tecnologia
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados
Falta de preocupaccedilatildeo quanto agrave introduccedilatildeo de novos produtos e novas formas de produccedilatildeo
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Despreparo na conduccedilatildeo das poliacuteticas de compras e marketing
Forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Falta de integraccedilatildeo com os agentes puacuteblicos e privados
Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Fornecedores despreparados para atender as necessidades da produccedilatildeo
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Falta competecircncia administrativa ou qualificaccedilatildeo dos gestores no APL
Fonte Santanna (2013 p 47)
32
Conforme o Quadro 1 os APLs representam uma possibilidade de
desenvolvimento em todos os setores produtivos auxiliam a reduzir custos aumentam
o ganho de eficiecircncia coletiva acumulo de capital social troca de experiecircncias e
conhecimentos melhoram o dinamismo regional e poliacuteticas de credito facilita a
aquisiccedilatildeo de mateacuterias primas e qualifica a matildeo de obra Por outro lado os desafios
satildeo constantes principalmente quando os entes envolvidos no APL natildeo participam
natildeo colaboram natildeo interagem e natildeo estatildeo em sintonia com a governanccedila e com as
poliacuteticas do APL bem como o despreparo de toda cadeia produtiva e gestora
De acordo com Puga (2003) uma caracteriacutestica marcante dos APLs eacute a
presenccedila de um capital social com definiccedilatildeo do seu grau de cooperaccedilatildeo e confianccedila
entre seus associados O autor ressalta as vantagens das MPEs de fazer parte das
associaccedilotildees pois elas viabilizam a realizaccedilatildeo de investimentos em capital fixo o
poder de barganha com credores a reduccedilatildeo de custos a influecircncia poliacutetica da
empresa e o tempo em que consegue atender o mercado nas diversas demandas
Isso se deve agrave proximidade local entre cooperados dentre outros
Portanto a formaccedilatildeo dos APLs compreende a formaccedilatildeo de diversas
cooperaccedilotildees que compotildeem o campo das aglomeraccedilotildees ficando a cargo dos seus
integrantes desenvolver accedilotildees que venham trazer confianccedila muacutetua inovaccedilatildeo e
aprendizagem para a melhoria de toda a aglomeraccedilatildeo aleacutem da integraccedilatildeo
cooperaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos reduccedilatildeo dos riscos e compartilhamento do
conhecimento Esses fatores trazem um melhor desenvolvimento tanto para a
economia local quanto para a regional buscando-se aproveitar as vantagens e
entender os desafios fazendo com que esses se transformem em vantagens e
oportunidades de crescimento aos associados
De acordo com Santos Diniz e Barbosa (2004 p 38) embora possam natildeo ser
condiccedilotildees suficientes ou necessaacuterias os principais fatores nos APLs e na economia
33
regional que podem ser destacados como grande importacircncia ou fatores capazes de
alavancar o desenvolvimento dos APLs satildeo os seguintes
1 Sedes administrativas das empresas estarem no APL
2 Parte significativa das decisotildees de financiamento a investimento estarem no APL
(com capital proacuteprio ou de terceiros)
3 Natildeo pertencer a sistemas industriais perifeacutericos
4 Propriedades de marcas e tecnologias de produtos serem principalmente de
empresas cuja sede estaacute no APL
5 Desenvolvimento de maacutequinas e insumos especializados ser realizado no APL
6 Desenvolvimento de produtos ser realizado no APL
7 Cooperaccedilatildeo institucionalizada oferecendo serviccedilos fundamentais
8 Sensibilidade de entidades governamentais agraves necessidades de entidades do APL e
estreita cooperaccedilatildeo entre essas entidades e o representante das empresas
9 Presenccedila de instituiccedilotildees de desenvolvimento tecnoloacutegico no APL
10 Planejamento estrateacutegico permanente e participativo no APL
11 Acesso agrave matildeo de obra especializada capacitada para atividades criativas ou
estrateacutegicas do setor
12 Grau de confianccedila preexistente no local
Todos os itens descritos pelos autores representam o desenvolvimento e a
estruturaccedilatildeo dos APLs permitindo maior seguranccedila cooperaccedilatildeo planejamento
inovaccedilatildeo aprendizagem e avanccedilo em tecnologia aos associados
De acordo com Arauacutejo (2014) a perspectiva eacute que os APLs possam contribuir
para a melhoria dos indicadores de renda emprego e qualidade de vida Aleacutem disso
eles podem proporcionar melhor niacutevel de desenvolvimento regional a um territoacuterio
O SEBRAE apresenta o ciclo de vantagens que o associado pode obter ao fazer
parte de um APL conforme ilustra a Figura 4
34
Figura 4 ndash Vantagens dos APLs
Fonte SEBRAE Adaptado de Porter (1998)
Conforme a Figura 4 as vantagens apresentadas constatam o fortalecimento da
integraccedilatildeo das relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos acesso agrave inovaccedilatildeo e
aprendizagem aleacutem de instituiccedilotildees e bens puacuteblicos
122 Fracassos dos Arranjos Produtivos Locais - APLs
A abordagem de Villashi Filho e Campos (2000 p 3 e 4) foram constatadas
condiccedilotildees que prejudicam o desempenho competitivo de segmentos da localidade das
empresas inseridas em APL o que demonstra um cenaacuterio preocupante para
economias que querem ser competitivas no mercado global As condiccedilotildees mais
expressivas satildeo
a) Baixa escolaridade da forccedila de trabalho na grande maioria dos arranjos
estudados a maior parte dos trabalhadores tem no maacuteximo primeiro grau completo
b) Falta de financiamento da produccedilatildeo e da ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
e inovativa
c) Baixo grau de articulaccedilatildeo entre os elementos do arranjo isoladamente
dinacircmicos mas com baixa geraccedilatildeo de externalidades positivas
35
d) Falta de poliacuteticas puacuteblicas natildeo necessariamente governamentais mas do
arranjo
e) Falta de relaccedilotildees expliacutecitas de cooperaccedilatildeo voltadas para a capacitaccedilatildeo
inovativa tanto entre empresas quanto entre os elementos dinacircmicos do arranjo
Por fim segundo Canaan (2013) os benefiacutecios dos planos e projetos voltados
ao desenvolvimento de APLs englobam diversas parcerias e alianccedilas possiacuteveis Sua
contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento do paiacutes em diversas regiotildees tem se aglomerado
de forma isolada
13 Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial - RCEs
Algumas pesquisas tecircm mostrado que as empresas que estatildeo participando em
redes de cooperaccedilatildeo tecircm aumentado sua competitividade na produccedilatildeo no
desenvolvimento de novos produtos na busca por novas tecnologias e em
conhecimento de fornecedores Balestrin Verschoore e Reyes Junior (2010 p 462)
destacam que a RCEs facilita a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a transaccedilatildeo de
recursos para alcanccedilar objetivos organizacionais
Ainda de acordo com os autores definem as Redes de Cooperaccedilatildeo
Interorganizacional como estruturas decorrentes do relacionamento cooperado entre
as organizaccedilotildees na busca do coletivo (THOMPSON 2003 TODEVA 2006)
A cooperaccedilatildeo entre empresas na forma de redes desponta neste seacuteculo como
uma quebra de paradigma na conduccedilatildeo dos diversos negoacutecios que compotildeem o
mercado conforme Verschoore Filho (2006) Esse autor destaca ainda que os
consumidores deste seacuteculo exigem competecircncias aleacutem daquelas que as empresas
conseguem desenvolver sozinhas
Ainda de acordo com Verschoore Filho (2006) as empresas que participam de
uma rede passam a ser percebidas com distinccedilatildeo em sua aacuterea de atuaccedilatildeo Elas
36
recebem credibilidade e reconhecimento de clientes e usuaacuterios Com isso garantem
maior legitimidade em suas accedilotildees empresariais A formaccedilatildeo de rede possibilita a
ampliaccedilatildeo da forccedila de accedilatildeo de uma empresa atraveacutes da uniatildeo com outras empresas e
instituiccedilotildees
De acordo com Barcellos et al as redes de cooperaccedilatildeo tecircm alcanccedilado sucesso
em suas relaccedilotildees graccedilas ao
Aprendizado cooperaccedilatildeo desenvolvimento de lideranccedilas quebra de
paradigmas confianccedila estrateacutegias utilizadas para a tomada de
decisotildees comprometimento percepccedilatildeo de valor satildeo atributos citados
por gestores de empresas associadas a uma Rede de Cooperaccedilatildeo
como necessaacuterios para a manutenccedilatildeo e ascensatildeo da mesma
(BARCELLOS et al 2012 p 51)
Os autores destacam ainda que o iniacutecio do sucesso de RCEs eacute a predisposiccedilatildeo
das empresas em cooperar umas com as outras
Zancan Santos e Cruz (2013 p195) entendem que RCEs satildeo arranjos
organizacionais uacutenicos com estrutura formal proacutepria com mecanismos de
coordenaccedilatildeo especiacuteficos relaccedilotildees de propriedade singulares e praacuteticas de
cooperaccedilatildeo caracteriacutesticas que transcendem esforccedilos individuais
A cooperaccedilatildeo entre as empresas tem sido sugerida como uma estrateacutegia
alternativa para a abertura de suas fronteiras principalmente para vencer limitaccedilotildees
de ordem econocircmica tecnoloacutegica e dimensional quando a empresa natildeo dispotildee de
recursos de curto prazo na procura de uma concepccedilatildeo mais adaptaacutevel e dinacircmica
(FRANCO 2007)
Para Balestrin e Verschoore (2008) as RCEs satildeo compostas por grupos de
empresas relacionadas que apresentam objetivos comuns mas mantecircm sua
individualidade com participaccedilatildeo direta nas decisotildees divisatildeo de benefiacutecios e ganhos
com os demais membros em busca da coletividade Os autores acrescentam ainda
37
que as RCEs tecircm a capacidade de facilitar a realizaccedilatildeo de accedilotildees conjuntas e a
transaccedilatildeo de recursos
A Figura 5 apresenta um modelo integrativo de fracasso de alianccedilas que leva agrave
falha da alianccedila
Figura 5 - Modelo integrativo de fracasso das alianccedilas
Fonte Park e Ungson (2001)
Conforme a Figura 5 no modelo descrito pelos autores os problemas
relacionados com a confianccedila reputaccedilatildeo e comprometimento entre os componentes
da rede enfraquecem os objetivos desejados dessa configuraccedilatildeo interorganizacional
que satildeo de equidade eficiecircncia e adaptaccedilatildeo em uma RCE levando agrave falha na alianccedila
e consequentemente ao seu insucesso Ainda de acordo com os autores em geral a
cooperaccedilatildeo termina quando alguma das partes percebe tratamento desigual ou
resultados incompatiacuteveis com sua contribuiccedilatildeo advindos da falta de objetivos comuns
entre os integrantes Monitorar as expectativas e o quanto estas continuam alinhadas
agrave medida que a rede avanccedila eacute importante para manter o interesse de colaboraccedilatildeo de
todas as partes e estimular a continuidade do processo de aprendizagem
Por outro lado o sucesso da cooperaccedilatildeo eacute definido pela capacidade de
prosperar a partir de um relacionamento e pela viabilidade do acordo estabelecido
38
(BAIRD et al 1990) A cooperaccedilatildeo atraveacutes de seus parceiros leva ao aprendizado
acerca de sua tecnologia suas rotinas e periacutecia de gestatildeo (KOGUT 1998) Com os
resultados de colaboraccedilatildeo e a estabilidade das empresas associadas todas passaratildeo
a competir mais eficientemente e eficazmente melhorando todos os aspectos
relacionados agrave cooperaccedilatildeo
Barcellos et al (2012) apontam os motivos para abandono da rede pelas
empresas pesquisadas que representam as possiacuteveis causas de insucesso das redes
de cooperaccedilatildeo tais como problemas de relacionamento expectativas de resultados
raacutepidos falta de confianccedila resistecircncia a mudanccedilas falta de comprometimento
individualismo natildeo compartilhamento das informaccedilotildees falta de preparo para
participaccedilatildeo em redes baixo niacutevel de instruccedilatildeo dos participantes diferenccedila de porte
entre os integrantes falta de lideranccedila e divergecircncia de objetivos
Ainda com base nos autores eacute possiacutevel afirmar que cada associado deve
possuir uma disposiccedilatildeo deixar seu lado individualista em favor dos ganhos coletivos
Caso contraacuterio a rede estaraacute permanentemente vulneraacutevel e exposta ao insucesso
Apesar de muitos autores definirem Redes Cluster e APLs como sinocircnimos o
Quadro 2 apresenta diferenccedilas entre os mesmos
39
Quadro 2 - Diferenccedilas entre Redes Clusters e APLs
Redes Clusters APLs
Permitem acesso a serviccedilos especializados a baixo custo
Atraem serviccedilos especializados necessaacuterios agrave regiatildeo
Experiecircncias Linhas de produtos com qualidade
Tecircm restriccedilatildeo em membros Tecircm abertura em membros Infraestrutura de apoio especializada ou qualificada
Estatildeo baseados em acordos contratuais
Estatildeo baseados em valores sociais os quais promovem confianccedila e reciprocidade
Facilidade de acesso agrave pesquisa e tecnologia e facilidade de acesso a novos mercados forccedila para atuaccedilatildeo em mercados internacionais
Facilitam as empresas agrave participaccedilatildeo em negoacutecios complexos
Geram uma demanda para mais empresas com capacidade similar ou relacionada
Economias de custo de transaccedilatildeo e de escala
Estatildeo baseadas em cooperaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Estatildeo baseados em cooperaccedilatildeo e participaccedilatildeo
Tecircm negoacutecio em comum Tecircm uma visatildeo coletiva Fornecedores especializados e bom sistema logiacutestico negociaccedilatildeo vantajosa de fretes
Existecircncia ou natildeo de acordos contratos formais
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Desenvolvimento de novos produtos e manutenccedilatildeo de margens e rentabilidade
Natildeo haacute presenccedila de outros
atores aleacutem das entidades
empresariais independentes
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Concentraccedilatildeo geograacutefica de
empresas
Natildeo implica necessariamente
na proximidade espacial de
seus integrantes
Formado por empresas e instituiccedilotildees de apoio
Concentraccedilatildeo setorial de empresas
Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees Introduccedilatildeo de inovaccedilotildees
Mix de competiccedilatildeo e
cooperaccedilatildeo
Empresas de pequeno meacutedio porte
Fonte adaptado Rosenfeld (1997) (Gonccedilalves Leite e Silva 2012) e (Verschoore Filho 2006)
Conforme o Quadro 2 nas analises apresentadas sobre as definiccedilotildees de Redes
Clusters e APLs constatou-se que Clusters e APLs satildeo os que mais apresentam
semelhanccedilas Da forma como os Arranjos vecircm sendo conceituados leva-se a um falso
entendimento de que os dois seriam um tipo uacutenico ou sinocircnimo Vale ressalvar que o
APL estaacute concentrado no porte das pequenas empresas que os compotildee Por fim as
Redes apresentam caracteriacutesticas distintas em relaccedilatildeo aos Cluster e APL
40
principalmente em relaccedilatildeo agrave sua composiccedilatildeo proximidade dos membros e natildeo implica
necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes (GONCcedilALVES LEITE
e SILVA 2012)
131 Ganhos de Cooperaccedilatildeo Empresarial
Existem cinco ganhos competitivos que facilitam a compreensatildeo sobre os
resultados das redes de cooperaccedilatildeo tais como maior escala e poder de mercado
geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas reduccedilatildeo de custos e riscos acuacutemulo de capital social e
conhecimento aprendizagem coletiva e inovaccedilatildeo (BALESTRIN e VERSHOORE
2008)
Os ganhos competitivos referentes a ganhos de escala e poder de mercado
destacam que quanto maior o nuacutemero de empresas maior a capacidade de obter
ganhos de escala e poder de mercado Isso representa maior poder de barganha com
seus fornecedores forccedila de mercado e ainda de acordo com (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) possibilita maior ganho de negociaccedilatildeo em suas relaccedilotildees e
acordos comerciais e com acreacutescimo de representatividade e credibilidade
Na visatildeo de GROHMANN et al (2010 p25) eacute reforccedilado que a ldquouniatildeo dos
integrantes faz com que consigam maior facilidade descontos e vantagens na compra
de materiais necessaacuterios para o seu crescimentordquo
Os ganhos competitivos referentes a soluccedilotildees coletivas reportam-se aos
serviccedilos conhecimento tecnologia produtos e infraestrutura disponibilizados pela
rede para o associado a fim de gerar ganhos muacutetuos a todos os participantes
garantindo apoio a accedilotildees de maior amplitude (BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Por fim destaca que a manutenccedilatildeo dessas accedilotildees coletivas pode gerar fortalecimento
de seus viacutenculos e laccedilos mais estreitos aos associados da rede
41
Ainda de acordo com Balestrim e Verschoore (2008 p6) ldquocomparando com as
praacuteticas das RCEs o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo apresenta
vantagem de permitir o raacutepido acesso agraves novas tecnologias por meio de seus canais
de informaccedilatildeordquo
No entanto a reduccedilatildeo dos custos e riscos pelas redes de cooperaccedilatildeo facilita a
reduccedilatildeo de determinadas accedilotildees e investimentos praticados pelos associados que
podem dividir os custos e os riscos As redes facilitam o amadurecimento das
relaccedilotildees possibilitando acesso de recursos inexistentes na empresa associada
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2008)
Os ganhos competitivos das redes de cooperaccedilatildeo referentes ao acuacutemulo de
confianccedila e capital segundo Balestrin e Verschoore (2008) eacute o conjunto de
caracteriacutesticas de um determinado grupo de pessoas que englobam as relaccedilotildees entre
os mesmos Ainda segundo os autores os benefiacutecios das redes que buscam estreitar
as relaccedilotildees sociais por meio do capital podem variar desde ampliaccedilatildeo da confianccedila
laccedilos familiares e coesatildeo interna As redes representam uma alternativa para a
reduccedilatildeo das accedilotildees oportunistas sem custos burocraacuteticos e contratuais
A aprendizagem e inovaccedilatildeo podem variar sua aprendizagem de diferentes
maneiras em uma rede de cooperaccedilatildeo seja por meio da interaccedilatildeo ou de praacuteticas
rotineiras Balestrin e Verschoore (2008) e Aranha (2009) descrevem que as redes de
cooperaccedilatildeo possibilitam o desenvolvimento de estrateacutegias coletivas de inovaccedilatildeo e um
acesso raacutepido agraves novas ferramentas tecnoloacutegicas por meio de seus canais de
comunicaccedilatildeo As redes que participam do ganho competitivo de inovaccedilatildeo e
aprendizagem podem reduzir a lacuna entre a concepccedilatildeo e a execuccedilatildeo das
atividades Os autores definem a inovaccedilatildeo e a aprendizagem como compartilhamento
de ideias e de experiecircncias entre seus membros resultando em novos produtos e
serviccedilos e permitindo o acesso a novos conhecimentos externos mercados e modelos
de negoacutecios
42
Jaacute no entendimento de Grohmann et al (2010 p 26) ldquoa troca de informaccedilotildees
assume importacircncia central na relaccedilatildeo interempresarial na medida em que eleva o
niacutevel de conhecimento do grupo funcionando como um benchmarking interno e
aumentando as chances de um maior aprendizado entre os associadosrdquo
Por fim Verschoore Filho (2006 p 201) quanto ao benefiacutecio denominado
relaccedilotildees sociais ldquobusca se aprofundar as relaccedilotildees entre os indiviacuteduos o seu
crescimento do sentimento de famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo aleacutem
daquelas puramente econocircmicasrdquo O autor complementa ainda que a cooperaccedilatildeo nas
Redes permite que os associados (empresas) acessem novos conceitos e meacutetodos e
maneiras de abordar a gestatildeo a resoluccedilatildeo de problemas e desenvolvimento de
negoacutecios (VERSCHOORE FILHO 2006 p 108)
As relaccedilotildees sociais referem-se ldquoao aprofundamento das relaccedilotildees entre os
indiviacuteduos ao crescimento do sentimento famiacutelia e evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do grupo
aleacutem daquelas puramente econocircmicasrdquo (VERSCHOORE 2006 p 114)
Balestrin e Verschoore (2008 p 4) afirmam que quanto maior o nuacutemero de
empresas maior a capacidade da rede em obter ganhos de escala e poder de
mercado Verschoore Filho (2006 p 198) destaca que os ganhos derivados da
escala e do aumento do poder de mercado das redes satildeo amplamente perceptiacuteveis
Ainda de acordo com Balestrin e Verschoore (2008 p 12) apontam que os
envolvidos nas redes de cooperaccedilatildeo valorizam as relaccedilotildees sociais como fonte de
relacionamentos pessoais e de benefiacutecios intangiacuteveis e natildeo econocircmicos Na visatildeo de
Grohman et al (2010 p 29) um dos grandes benefiacutecios das redes de cooperaccedilatildeo eacute a
sua capacidade de proporcionar em seu interior as condiccedilotildees necessaacuterias para a
emergecircncia da confianccedila e do capital
Balestrin e Verschoore (2008) elucidaram o benefiacutecio aprendizagem e inovaccedilatildeo
como o compartilhamento de ideias e de experiecircncias entre os associados a as accedilotildees
43
de marca inovadora desenvolvidas pelos seus membros Os autores complementam
que ldquoos ganhos associados agrave reduccedilatildeo de custos e riscos estatildeo ligados agraves vantagens
de dividir entre os associados os custos e os riscos de determinadas accedilotildees e
investimentos comuns (BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p 21)
Por fim o acesso a soluccedilotildees a geraccedilatildeo de soluccedilotildees coletivas tende a permitir a
geraccedilatildeo e disponibilizaccedilatildeo de soluccedilotildees a partir da rede na qual a empresa se insere
(BALESTRIN e VERSCHOORE 2010 p21) No Quadro 3 satildeo apresentados os
principais benefiacutecios das RCEs
Quadro 3 - Ganhos competitivos das Redes de Cooperaccedilatildeo
Fonte Balestrin e Verschoore (2008 p 120)
44
A importacircncia da utilizaccedilatildeo de estrateacutegias de cooperaccedilatildeo com os concorrentes e
os participantes das cadeias de fornecimento podem ser vistos natildeo soacute como inimigos
mas tambeacutem como aliados uma vez que ambos podem proporcionar agrave empresa o
alcance de outros mercados novos produtos e serviccedilos de maneira conjunta
(BALESTRIN VERSCHOORE e PERUacuteCIA 2014 ARANHA 2009 OLIVER 1990)
14 Estado da arte de Clusters APLs e RCEs
Nesta etapa eacute apresentado o estado da arte referente aos Clusters APLs e agrave
RCEs
Arauacutejo (2014) estudou os APLs da Induacutestria Automobiliacutestica no Estado de Goiaacutes
bem como sua contribuiccedilatildeo para o desenvolvimento regional A autora concluiu que os
APLs da Induacutestria Automobiliacutestica formados em Catalatildeo e regiatildeo bem como em
Anaacutepolis e regiatildeo podem ser classificados de acordo com a tipologia proposta por
Markusen (1995) como predominantemente Novos Distritos Industriais (NDI) e
Plataforma Industrial Sateacutelite (PIS) Ressalta ainda que eacute possiacutevel que o APL de
Catalatildeo e regiatildeo consiga atingir grau de territorialidade ldquomeacutediordquo em um futuro proacuteximo
Marini e Silva (2014) propuseram uma metodologia para mensurar o potencial
interno de desenvolvimento de um Arranjo Produtivo em uma APL de Confecccedilotildees do
Sudoeste do Paranaacute Os autores concluiacuteram que a mensuraccedilatildeo Iacutendice do Potencial
Interno de Desenvolvimento (IPID) demonstrou tecnicamente as condiccedilotildees internas de
desenvolvimento desses APLs revelando que se trata de um APL com um potencial
interno de desenvolvimento muito bom atingindo praticamente 70 da escala possiacutevel
para o IPID Ademais nessa mensuraccedilatildeo o capital social (atributos territoriais
capacidade inovativa atributos sociais e interaccedilatildeo rede social) e a governanccedila local
centralidade comunicaccedilatildeo e relacionamento praacuteticas democraacuteticas e sinergia social
do APL apresentaram os melhores resultados
45
Balestrin Verschoore e Peruacutecia (2014) trazem em seu artigo a visatildeo relacional
da estrateacutegia evidecircncias empiacutericas em RCEs localizadas no Estado do Rio Grande do
Sul levantando evidecircncias de como as atuais praacuteticas de accedilatildeo coletiva no contexto
da cooperaccedilatildeo empresarial poderatildeo complementar ou ateacute mesmo questionar as
perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia organizacional O estudo
fundamentou-se em uma visatildeo relacional revisitando trecircs abordagens claacutessicas nas
pesquisas sobre o tema estrutura da induacutestria visatildeo baseada em recursos e custos
de transaccedilatildeo Os autores encontraram evidecircncias que permitiram formular indagaccedilotildees
para as perspectivas dominantes no campo da estrateacutegia tais como colaboraccedilatildeo
ativos gerados coletivamente e reduccedilatildeo dos custos de transaccedilatildeo
Nadae et al (2014) propocircs um meacutetodo para que as empresas pertencentes a
clusters industriais desenvolvam-se coletivamente por meio de accedilotildees guiadas pela
governanccedila praacuteticas integradas introdutoacuterias de gestatildeo da qualidade meio ambiente e
seguranccedila e sauacutede do trabalho no cluster metal-mecacircnico de Sertatildeozinho-SP Os
autores concluiacuteram que o meacutetodo proposto contribuiraacute para a diminuiccedilatildeo das
incertezas dos custos e do tempo do processo bem como para a simplificaccedilatildeo dos
fluxos de informaccedilotildees e procedimentos dessas empresas
Sales Macedo Sales e Lacerda Sales (2013) identificaram o papel dos APLs
para a competitividade cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas MPEs brasileiras Concluiacuteram que
os APLs assumem um papel relevante e promissor para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo No entanto eacute preciso conhecer e compreender mais
profundamente a realidade e as caracteriacutesticas desses arranjos para identificar se
realmente existe essa cooperaccedilatildeo de que forma ela acontece e como ela colabora
para tornar os empreendimentos mais competitivos e inovadores Esses autores
concluem que aprofundar os estudos e as pesquisas sobre esses pontos e sobre a
criaccedilatildeo o apoio e o desenvolvimento do APLs podem colaborar de forma decisiva na
construccedilatildeo e promoccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas de desenvolvimento do paiacutes
46
Zancan Santos e Cruz (2013) apresentaram e analisaram as caracteriacutesticas
estruturais e os mecanismos de coordenaccedilatildeo envolvidos na formaccedilatildeo de rede de
cooperaccedilatildeo da APROVALE Os autores concluiacuteram que os mecanismos de
coordenaccedilatildeo gerenciamento da mobilidade do conhecimento e estabilidade foram
importantes no processo de formaccedilatildeo de rede que resultou na criaccedilatildeo de estrutura
organizacional ineacutedita para os associados que englobou relacionamentos
interorganizacionais relacionados agrave transferecircncia de conhecimento e a criaccedilatildeo de
inovaccedilotildees
Zambrana e Teixeira (2013) analisaram como a governanccedila e a cooperaccedilatildeo
entre os agentes institucionais e econocircmicos podem influenciar no desenvolvimento de
APLs no Estado de Sergipe Nas conclusotildees do trabalho observou-se que nos APLs
estudados predominam MPEs com baixo niacutevel tecnoloacutegico e que utilizam os
mercados localregional e regionalnacional como destinos da produccedilatildeo Os maiores
aglomerados em nuacutemero de unidades produtivas existentes e de empregos formais
gerados foram o de Ceracircmica Vermelha de Itabaianinha e o de Confecccedilotildees de Tobias
Barreto A natureza da coordenaccedilatildeo entre as empresas localizadas tende a ser baixa
e eacute caracterizada por competiccedilatildeo descomedida e baixos niacuteveis de confianccedila
Constatou-se que a praacutetica da concorrecircncia desleal tem provocado o isolamento dos
empresaacuterios reduzindo a probabilidade de ocorrecircncia de accedilotildees conjuntas
Duarte (2012) fez uma anaacutelise da situaccedilatildeo do APL do vinho da regiatildeo do Vale do
Rio do Peixe no meio-oeste catarinense com o objetivo de identificar a estrutura e o
estaacutegio de desenvolvimento na eacutepoca Com isso segundo o autor ficou demonstrado
pelo estudo realizado que o APL natildeo eacute estruturado de forma a contribuir para o
desenvolvimento da regiatildeo Entretanto concluiu-se que a regiatildeo reuacutene todas as
caracteriacutesticas necessaacuterias para o desenvolvimento do setor viniacutecola Tambeacutem foi
relatado que o baixo niacutevel de relaccedilatildeo interempresas bem como a ausecircncia de uma
47
marca regional que identifique a origem territorial do produto tem sido crucial para a
competitividade do aglomerado
Souza (2012) analisou os ganhos coletivos proporcionados pelas RCEs
intercooperativas na rede DALACTORS e concluiu que foram percebidos ganhos
coletivos tais como a) escala e poder de mercado b) acesso a soluccedilotildees c)
aprendizagem e inovaccedilatildeo d) reduccedilatildeo de custos e riscos e) relaccedilotildees sociais
Barcellos et al (2012) estudaram o insucesso em redes de cooperaccedilatildeo
procurando identificar as possiacuteveis causas que levaram algumas redes de cooperaccedilatildeo
a encerrarem suas atividades Foram pesquisadas 06 (seis) RCEs que faziam parte do
Programa de Redes de Cooperaccedilatildeo (PRC) da Universidade de Caxias do Sul em
convecircnio com a Secretaria de Desenvolvimento de Assuntos Internacionais (SEDAI
RS Os autores concluiacuteram que os aspectos associados ao individualismo e agrave falta de
confianccedila comprometimento e lideranccedila estatildeo entre os motivos que levaram agrave
extinccedilatildeo da rede
Dutra Filardi e Freitas (2011) fizeram uma pesquisa com o objetivo de analisar
os impactos da criaccedilatildeo do APL de Petroacuteleo e Gaacutes e Energia no municiacutepio de Duque de
Caxias e o processo de inserccedilatildeo das MPEs nesse arranjo buscando identificar o perfil
dessas empresas e as principais dificuldades encontradas pelas empresas
participantes e natildeo participantes do mesmo A pesquisa permitiu aos autores
concluiacuterem que o APL de petroacuteleo gaacutes e energia aumentou significativamente a
atividade empresarial de Duque de Caxias acarretando maior geraccedilatildeo de empregos
rentabilidade financeira e consequentemente uma alavancagem na economia local
Teixeira Laureano e Ferreira (2010) estudaram o APL de Laacutecteos de Satildeo Luiacutes
de Montes Belos (APLL) no Estado de Goiaacutes tendo como objetivo relacionar
fundamentaccedilatildeo teoacuterica e metodoloacutegica com os resultados alcanccedilados pelo APLL em
termos de educaccedilatildeo relacionada ao desenvolvimento regional e agrave atividade leiteira Os
48
autores concluiacuteram que os resultados praacuteticos em termos de criaccedilatildeo de cursos foram
alcanccedilados com reflexos positivos para o aumento de produccedilatildeo de leite e melhoria de
indicadores de produtividade
Castro e Estevam (2010) fizeram uma anaacutelise criacutetica do mapeamento e poliacuteticas
para APLs no Estado de Goiaacutes financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) e destacaram que Goiaacutes acumula uma experiecircncia de 10 anos no uso de
APLs como instrumento de poliacutetica puacuteblica Concluiacuteram que o estado cumpriu um
papel importante ao apoiar a partir da exploraccedilatildeo de seu potencial endoacutegeno
segmentos e territoacuterios relegados pelas poliacuteticas tradicionais Entretanto ao se limitar
a um papel de poliacutetica compensatoacuteria ficou muito aqueacutem de seu potencial destacando
que faltou efetividade e integraccedilatildeo agraves poliacuteticas puacuteblicas
Bortolasso (2009) estudou a construccedilatildeo de um modelo de referecircncia para a
avaliaccedilatildeo de RCEs propondo um modelo de avaliaccedilatildeo da gestatildeo capaz de apoiar o
desenvolvimento de redes que operam por meio da metodologia do PRC no Estado
do Rio Grande do Sul A autora propocircs um modelo consolidado em sete criteacuterios
estrateacutegia estrutura da rede processos coordenaccedilatildeo lideranccedila relacionamento e
resultados Por fim a autora ressaltou que a aplicaccedilatildeo do modelo desenvolvido
possibilita a avaliaccedilatildeo e a comparaccedilatildeo das praacuteticas de gestatildeo bem como a criaccedilatildeo de
uma base de referecircncia em gestatildeo de redes
Balestrin e Verschoore (2008) em um artigo pesquisaram os ganhos
competitivos das empresas em redes de cooperaccedilatildeo buscando identificar e mensurar
os principais ganhos competitivos proporcionados agraves empresas associadas
Estudaram 120 redes do PRC sendo esse estudo desenvolvido pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Sul Concluiacuteram que 443 proprietaacuterios de uma populaccedilatildeo de
3083 empresas associadas confirmaram a importacircncia dos cinco ganhos competitivos
proporcionados pelas RCEs agraves empresas na seguinte sequecircncia provisatildeo de
49
soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado aprendizagem e inovaccedilatildeo
relaccedilotildees sociais reduccedilatildeo de custos e riscos
Em decorrecircncia da percepccedilatildeo de que a cooperaccedilatildeo gera ganhos competitivos
para as empresas governos e entidades privadas ao redor do mundo foram
instituiacutedas poliacuteticas de promoccedilatildeo e apoio de iniciativas de redes (BALESTRIN e
VERSCHOORE 2008) Os autores estabeleceram a ideia de que a participaccedilatildeo em
redes de cooperaccedilatildeo pode ser entendida como um instrumento de ganhos de
competitividade para empresas de menor porte
Verschoore Filho (2006) em sua tese de doutorado sobre redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais cuja pesquisa foi desenvolvida no Rio Grande do Sul envolveu
120 participantes de uma amostra de 443 empresas que participaram do PRC Ele
destaca que a identificaccedilatildeo de atributos e benefiacutecios para um modelo de gestatildeo tinha
como objetivo identificar e compreender os principais fatores que afetavam a gestatildeo
de redes de cooperaccedilatildeo O autor conclui que existiam os cinco seguintes atributos de
gestatildeo de redes mecanismos sociais aspectos contratuais motivaccedilatildeo e
comprometimento integraccedilatildeo com flexibilidade e organizaccedilatildeo estrateacutegica Aleacutem de
cinco benefiacutecios como ganhos de escala e de poder de mercado provisatildeo de
soluccedilotildees aprendizagem e inovaccedilatildeo reduccedilatildeo de custos e riscos e relaccedilotildees sociais
Por fim o autor confirma a importacircncia dos dez fatores identificados ressaltando que
nenhum se destaca significativamente em relaccedilatildeo aos demais
A bibliografia estudada para elaborar o estudo do estado da arte sobre Clusters
APLs e RCEs nacionais e internacionais estatildeo relacionadas no Quadro 4
50
Quadro 4 - Estado da Arte sobre Clusters APLS e RCEs
Tiacutetulo Autores Ano Veiacuteculo
Arranjos Produtivos Locais da
induacutestria automobiliacutestica no
estado de Goiaacutes Brasil
Araujo 2014 Tese apresentada agrave Universidade
Federal de Uberlacircndia ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Economia ndash UFU
A mensuraccedilatildeo do potencial
interno de desenvolvimento de
um Arranjo Produtivo Local uma
proposta de aplicaccedilatildeo praacutetica
Marini e
Silva
2014 Revista Brasileira de Gestatildeo
Urbana (Brazilian Journal of
Urban Management) v 6 n 2 p
236-248 maioago 2014
A visatildeo relacional da estrateacutegia
Evidencias empiacutericas em redes
de cooperaccedilatildeo empresarial
Balestrin
Verschoore
e Peruacutecia
2014
Revista de Administraccedilatildeo e
Contabilidade da Unisinos Vol11
n1 p47-58 janeiromarccedilo 2014
Meacutetodo para desenvolvimento de
praacuteticas de gestatildeo integrada em
clusters industriais
Nadae et al 2014 Revista Production v 24 n 4
p776-786 octdez 2014
O papel dos arranjos produtivos
locais para a competitividade
cooperaccedilatildeo e inovaccedilatildeo nas micro
e pequenas empresas brasileiras
Sales Sales
e Sales
2013
XXXIII - Encontro Nacional de
Engenharia de Produccedilatildeo
A Gestatildeo dos Processos de
Produccedilatildeo e as Parcerias Globais
para o Desenvolvimento
Sustentaacutevel dos Sistemas
Produtivos
Salvador BA Brasil 08 a 11 de
outubro de 2013
Ganhos coletivos nas redes de cooperaccedilatildeo intercooperativas Um estudo de caso sobre Rede DALACTO ndash RS
Souza 2012 Dissertaccedilatildeo de mestrado apresentado ao Programa de Poacutes Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais da UNISINOS - RS
Governanccedila e cooperaccedilatildeo entre
os agentes institucionais e
econocircmicos podem influenciar o
desenvolvimento de APLs no
Estado de Sergipe
Zambrana e
Teixeira
2013
REGE USP Satildeo Paulo ndash SP
Brasil v 20 n 1 p 21-42
janmar 2013
Caracteriacutesticas dos Arranjos
Produtivos Locais (APLs) do
vinho da Regiatildeo do Vale do Rio
do Peixe no Meio-Oeste
Catarinense
Duarte
2012
Revista Evidencia Joaccedilaba v 12
n 2 p 123-136 julho dezembro
de 2012
Insucesso em redes de
cooperaccedilatildeo
Barcellos
Borella
Peretti e
Galelli
2012
Revista Portuguesa e Brasileira
de Gestatildeo Estudos multicasos
Vol 11 n 4 p49-57
Impactos da criaccedilatildeo do Arranjo
Produtivo Local (APL) de
petroacuteleo gaacutes e energia no
processo de inserccedilatildeo das micro e
pequenas empresas de Duque de
Caxias (RJ)
Dutra Filardi
e Freitas
2011
VII ndash Congresso Nacional de
Excelecircncia em Gestatildeo 12 e 13
de agosto de 2011 ISSN 1984
9354
Anaacutelise criacutetica do mapeamento e
poliacuteticas para arranjos produtivos
Castro e
Estevam
2010
Convecircnio de cooperaccedilatildeo BNDS
UFSC RedeSist e FEPESE Rio
51
locais no Estado de Goiaacutes de Janeiro 2010
Arranjo Produtivo Local de Laacutecteos Satildeo Luiacutes de Montes Belos - Goiaacutes Ensino para desenvolvimento regional
Teixeira Laureano e
Ferreira
2010 ldquoArtigo apresentado no VIII Congresso Latinoamericano de Sociologia Rural Porto de Galinhas PE 2010rdquo
Construccedilatildeo de um modelo de
referecircncia para a avaliaccedilatildeo de
redes de cooperaccedilatildeo
empresariais
Bortolasso
2009
Dissertaccedilatildeo de mestrado
apresentado ao programa de poacutes-
graduaccedilatildeo em Engenharia de
Produccedilatildeo e sistemas pela
UNISINOS
Ganhos competitivos das
empresas em redes de
cooperaccedilatildeo
Balestrin e
Verschoore
2008
Revista Administraccedilatildeo Eletrocircnica
- USP Satildeo Paulo v 1 n 1 art 2
janjun 2008
Redes de Cooperaccedilatildeo Empresarial estrateacutegias de gestatildeo na nova economia
Balestrin e Verschoore
2008 Editora Bookman 2008 Porto Alegre
Redes de cooperaccedilatildeo
interorganizacionais A
identificaccedilatildeo de atributos e
Benefiacutecios para um modelo de
Gestatildeo
Verschoore
Filho
2006 Tese de doutorado apresentado
ao Programa de poacutes-graduaccedilatildeo
em Administraccedilatildeo da UFRG
Fonte Produzido pelo autor (2014)
continuaccedilatildeo
52
CAPIacuteTULO 2 ndash METODOLOGIA
Este capiacutetulo apresenta a metodologia aplicada nesta dissertaccedilatildeo dividida em
duas partes desenho da pesquisa e os procedimentos metodoloacutegicos
21 Desenho da Pesquisa
A metodologia do trabalho tem cunho teoacutericobibliograacutefico praacuteticoestudo de
caso e natureza exploratoacuteria qualitativa Quanto aos fins a pesquisa adotada eacute de
caraacuteter exploratoacuterio e qualitativo que de acordo com Santos (2005 p 173) ldquose
caracteriza pela existecircncia de poucos dados disponiacuteveis objetiva aprofundar e
aperfeiccediloar as ideias sendo simples e objetivardquo Na visatildeo de Mattar (2005) a pesquisa
exploratoacuteria visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema a ser
pesquisado
Ao se destacar o modelo qualitativo Minayo (2010 p 57) define como ao
estudo da histoacuteria das relaccedilotildees das representaccedilotildees das crenccedilas das percepccedilotildees e
das opiniotildees produtos das interpretaccedilotildees que os humanos fazem a respeito de como
vivem constroem seus artefatos e a si mesmos sentem e pensam A autora
complementa que as abordagens qualitativas atendem melhor agrave investigaccedilatildeo de
grupos de relaccedilotildees e anaacutelise de documentos Aleacutem disso esse tipo de abordagem
busca a precisatildeo evitando desperdiacutecio na anaacutelise de dados A pesquisa qualitativa
tem como foco os processos de objeto de estudo (MIGUEL 2012)
O meacutetodo de pesquisa a ser utilizado neste trabalho eacute o estudo de casos
muacuteltiplos Segundo Marconi e Lakatos (2011 p 188) essa estrateacutegia eacute utilizada com o
objetivo de conseguir informaccedilotildees eou conhecimentos acerca de um problema para o
qual se procura uma resposta que se queira comprovarrdquo Jaacute na visatildeo de Miguel et al
(2012 p 66) o estudo de caso eacute ldquoanaacutelise aprofundada de um ou mais objetos (casos)
53
com o uso de muacuteltiplos instrumentos de coletas de dados e presenccedila da interaccedilatildeo
entre pesquisador e objeto de pesquisardquo A Figura 6 apresenta o desenho da pesquisa
realizado em trecircs fases distintas
Figura 6 - Desenho da pesquisa
Fonte Adaptado Estivalete (2007)
54
Destaca-se como limitaccedilatildeo do estudo elencar os ganhos obtidos da
cooperaccedilatildeo dos APLs Accedilafratildeo de Mara Rosa Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte
e Laacutecteos de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Esses APLS foram selecionados no Estado de Goiaacutes com o objetivo de
abordar a aprendizagem as relaccedilotildees comerciais a negociaccedilatildeo (maior escala e poder
de mercado) inovaccedilatildeo de mercado infraestrutura serviccedilos especializados e os laccedilos
relacionais
22 Escolha dos APLs
O criteacuterio de escolha dos 03 (trecircs) APLs para o estudo de caso muacuteltiplos foi o de
apresentarem respostas mais consistentes e poliacuteticas mais continuadas segundo o
relatoacuterio da RedeSist (2010) Desta forma foram selecionados os APL do Accedilafratildeo de
Mara Rosa no municiacutepio de Mara Rosa o APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do
Norte e o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos todos situados no Estado de
Goiaacutes
De acordo com Campos (2010) no ano de 2004 os APLs que passaram a ser
apoiados e induzidos a articularem entre si poliacuteticas de inclusatildeo e geraccedilatildeo de
empregos e renda em algumas regiotildees (Norte Nordeste Noroeste Oeste e entorno
do Distrito Federal) mais atrasadas do Estado pela RG-APL que continha 36
iniciativas de arranjos sendo que apenas 9 desse total receberam respostas mais
consistentes e poliacuteticas continuadas Dentre elas estatildeo os APLs de Accedilafratildeo de Mara
Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos objetos
do campo de estudo do pesquisador e que segundo o relatoacuterio apresentaram
avanccedilos mais significativos
Os avanccedilos aos quais se referem o relatoacuterio de Campos (2010) estatildeo nos
estabelecimentos de redes envolvendo instituiccedilotildees de conhecimento melhorias
55
incrementais de processos e de produtos busca por processos de exploraccedilatildeo
sustentaacuteveis e ateacute desenvolvimento de equipamentos Destaca-se tambeacutem a grande
preocupaccedilatildeo com a qualificaccedilatildeo de recursos humanos dos quais foram criados cursos
de niacutevel teacutecnico superior e poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de foco na produccedilatildeo de laacutecteos
cursos tecnoloacutegicos do leite laticiacutenio escola e pesquisa e transferecircncia de tecnologia
atraveacutes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria (EMBRAPA) gado de leite e
Universidade Estadual de Goiaacutes (UEG)
23 Coleta de dados
Foram realizadas entrevistas utilizando um questionaacuterio semiestruturado com o
objetivo de obter dados sobre os resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo nos APLs
escolhidos Este questionaacuterio estaacute apresentado no Apecircndice 1 e foi uma adaptaccedilatildeo do
questionaacuterio elaborado pelos pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS) utilizado no Projeto PRCRCEs convecircnio 0012012 com a devida
autorizaccedilatildeo dos autores
Os questionaacuterios foram aplicados aos associados dos APLs sendo trecircs (03) no
APL Accedilafratildeo de Mara Rosa trecircs (03) no APL de Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos
e 01 (um) no APL Ceracircmica Vermelha de Estrela do Norte As entrevistas nos trecircs
APLs do Estado de Goiaacutes foram agendadas previamente e realizadas em 2014 por
meio de visitas in loco as quais foram gravadas com a permissatildeo dos associados No
APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes natildeo foi permitida gravar a entrevista
O processo de seleccedilatildeo dos entrevistados ocorreu em visita in loco e foram
escolhidos associados que estivessem ativos dentro do APL pesquisado Outros
contatos foram realizados poreacutem muitos associados natildeo quiseram responder a
entrevista devido ao pouco conhecimento da situaccedilatildeo atual do APL no periacuteodo em
que foram solicitados
56
As entrevistas foram transcritas na iacutentegra e encontram-se disponiacuteveis na base
de dados da pesquisa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos membros desse APL Estes entrevistados seratildeo identificados neste
trabalho conforme apresentado no Quadro 5
Quadro 5 - Entrevistados do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Presidente do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa Sr Brasiliano Correa Filho
Correa Filho
Associado 1 ndash Narciso Gonccedilalves Machado Machado 1
Associado 2 ndash Antocircnio G Machado Machado 2
Fonte Pesquisador (2014)
Jaacute os entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luis de Montes Belos foram
identificados neste trabalho conforme apresentado no Quadro 6 que representa
alguns dos atores que fazem parte deste APL
Quadro 6 - Entrevistados do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Descriccedilatildeo dos entrevistados Identificaccedilatildeo na anaacutelise
Diretor de Desenvolvimento Industrial do APL
Benedito Cardoso Laureano
Laureano
Diretora da UEGSLMB
Parceiro 1 ndash Aracele Pales
Pales
Coordenador do Curso de Tecnologia da UEGSLMB
Parceiro 2 ndash Flavio de Castro Salles
Salles
Fonte Pesquisador (2014)
O entrevistado do APL Ceracircmica Vermelha foi o gestor do
APL o Sr Belmont Amado que seraacute identificado na pesquisa por ldquoAmadordquo Os demais
associados natildeo se dispuseram a contribuir com a pesquisa
57
24 Anaacutelise dos dados
Como fonte de coleta de dados aleacutem das entrevistas realizadas foram utilizadas
os dados contidos na anaacutelise do Plano de Desenvolvimento dos APLs (2006-2007)
desenvolvido com apoio do governo de Goiaacutes SECTEC RG-APL Banco Nacional de
Desenvolvimento (BNDES) Relatoacuterio da RedeSist e MDIC Aleacutem disso durante as
visitas in loco foram realizadas observaccedilotildees as quais tambeacutem foram inseridas na
anaacutelise e discussatildeo dos resultados obtidos
Assim foram realizadas anaacutelise qualitativa e interpretaccedilatildeo destes resultados
obtidos nestas 3 fontes citadas acima sendo foi possiacutevel identificar os ganhos
resultantes da cooperaccedilatildeo dos APLs pesquisados no Estado de Goiaacutes respondendo
ao objetivo desta pesquisa
58
CAPIacuteTULO 3 - RESULTADOS e DISCUSSAtildeO
Este capiacutetulo traz o histoacuterico dos APLS em Goiaacutes bem como assim como
detalhes dos trecircs arranjos seguintes selecionados para a pesquisa
Os principais resultados do estudo de caso nos referidos APLs estatildeo
apresentados nos toacutepicos seguintes Primeiramente foi analisado o APL de Accedilafratildeo
de Mara Rosa depois o APL Ceracircmica Vermelha em Estrela do Norte e
posteriormente o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos a fim de identificar os
resultados da cooperaccedilatildeo (aprendizagem relaccedilotildees comerciais inovaccedilatildeo de mercado
laccedilos relacionais melhores condiccedilotildees nas negociaccedilotildees reduccedilatildeo de custos e riscos)
31 Poliacutetica de APLs em Goiaacutes
Castro e Estevam (2010) reportam que as primeiras accedilotildees de apoio aos APLs
em Goiaacutes ocorreram em 2000 atraveacutes do programa de Plataformas Tecnoloacutegicas em
APLs conduzido pelo MCT e suas agecircncias Financiadoras de Estudos e Projetos
(FINEP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico (CNPq) o
Ministeacuterio da Integraccedilatildeo Nacional (MI) e Foacuterum Nacional de Secretaacuterios Estaduais de
Ciecircncia e Tecnologia Esta poliacutetica puacuteblica teve apoio do governo goiano apoiando 2
arranjos e colocando-os como projetos-piloto Trata-se do APL farmacecircutico de
Goiacircnia-Anaacutepolis e do APL de Gratildeos Aves e Suiacutenos de Rio Verde
O SEBRAE-GO foi bastante ativo na criaccedilatildeo de APLS Por volta de 2001 esta
instituiccedilatildeo assumiu a coordenaccedilatildeo dos esforccedilos de articulaccedilatildeo da induacutestria de
confecccedilotildees no municiacutepio de Jaraguaacute utilizando o conceito de arranjo que logo se
tornou uma referecircncia nas discussotildees nacionais sobre a temaacutetica (CASTRO e
ESTEVAM 2010)
59
Conforme Castro (2010) a partir de 2001 o nuacutemero de arranjos comeccedilaram a
ser apoiados em Goiaacutes por oacutergatildeos puacuteblicos e outras instituiccedilotildees aleacutem do SEBRAE
Estes passaram a adotar o conceito na formulaccedilatildeo de suas poliacuteticas as quais foram
se ampliando paulatinamente Jaacute em 2003 formou-se um foacuterum informal de entidades
tais como SIC SECTEC aleacutem da SEPLAN SEAGRO AGETUR SEBRAE e
Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes (FIEG) atraveacutes do SENAI com o
objetivo de estabelecer prioridades de apoio e integrar accedilotildees bem como impulsionar
poliacuteticas de apoio aos arranjos produtivos elaboradas pelo Governo Federal atraveacutes
do Planejamento Plurianual (PPA) dos anos de 2004 a 2007
Os APLs mais antigos em termos da iniciativa de apoio do governo estadual
foram localizados principalmente na regiatildeo norte e centro de Goiaacutes Eacute o caso dos
arranjos dos segmentos de Confecccedilotildees de Calccedilados e de Moacuteveis de Goiacircnia de
Confecccedilotildees de Jaraguaacute APL Farmacecircutico de Anaacutepolis dentre outros Trata-se de
aglomeraccedilotildees que possuiacuteam em geral sindicatos ou associaccedilotildees empresariais ativas
e que demandaram apoio do governo estadual eou do SEBRAE-GO (REDESIST
2009)
Os nuacutemeros dos APLs em Goiaacutes de acordo com informaccedilotildees da SECTEC
(2012) chegam a 52 no ano de 2012 sendo 22 consolidados e 30 em formaccedilatildeo
APL Sudoeste Goiano (5) ndash APL Vinicultura APL Gratildeos Suiacutenos e Aves APL Algodatildeo APL Confecccedilatildeo Rio Verde e APL Aquicultura Paranaiacuteba
APL Sul Goiano (2) ndash APL Turismo Rio Quente e APL de Bananicultura
APL Sudeste Goiano (7) (Estrada de Ferro) ndash APL Cachaccedila de Orizona APL Orgacircnicos de Silvacircnia APL Gratildeos da Estrada de Ferro APL Laacutecteo da Estrada de Ferro APL Aquicultura Satildeo Simatildeo e APL de Confecccedilatildeo de Catalatildeo
APL Metropolitana de Goiacircnia (10) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia Confecccedilatildeo Moda Feminina APL Farmacecircutico APL Moveleiro Goiacircnia APL Feacutecula de Bela Vista APL Aacuteudio Visual APL Tecnologia da Informaccedilatildeo APL Couro e Calccediladista APL Apicultura e APL Orgacircnicos
APL do Distrito Federal (5) ndash APL Gamas Joias e Artesanato Mineral APL Turismobovino Formosa APL Quartzito Pirenoacutepolis APL Fruticultura e APL de Confecccedilatildeo de Aacuteguas Lindas
60
APL Nordeste Goiano (2) ndash APL Frutas Nativas do Cerrado e APL Ovinocaprinocultura
APL Norte Goiano (4) ndash APL Ceracircmica Vermelha APL de Accedilafratildeo APL Aquicultura Serra da Mesa e APL Mel do Norte
APL Centro Goiano (6) ndash APL ConfecccedilatildeoModaDesign Jaraguaacute APL Biodiesel APL Moveleiromadeireiro Vale do Satildeo Patriacutecio APL Farmacecircutico APL Sucro-aucoleireiro e APL Orgacircnicos
APL Noroeste Goiano (3) ndash APL Aquicultura Grande Goiacircnia APL Orgacircnicos e APL Laacutecteos de Goiaacutes
APL Oeste Goiano (9) ndash APL Carne de Jussara APL Mandioca e derivados de Iporaacute APL Fitoteraacutepicos APL confecccedilatildeo Sanclerlacircndia APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos APL Biodiesel APL Orgacircnico APL Turismo e Ecoturismo Caiapocircnia e APL Ecoturismo de Piranhas
Os dados da Secretaria demonstram que dos 246 municiacutepios do Estado 149
participam de pelo menos um APL Os segmentos que mais se destacam satildeo 55
dos APLs satildeo de agronegoacutecio 17 de vestuaacuterio 6 de base mineral entre outros
segmentos
As primeiras equipes teacutecnicas do APL em Goiaacutes que desenvolveram o PD para
vaacuterios APLs no referido estado que surgiram no ano de 2004 eram compostas por
funcionaacuterios das SIC AGDR SEPLAN representantes municipais produtores
associaccedilotildees das categorias SEBRAE agecircncias e entidades puacuteblicas
Conforme Castro e Estevam (2010 p 14) sobre a poliacutetica do governo para os
APLs ldquopraticamente natildeo existem accedilotildees de apoio a APLs nos setores mais
estruturados e dinacircmicos da economia goianardquo Os autores destacam que houve
quatro momentos de experiecircncia de identificaccedilatildeo e seleccedilatildeo dos arranjos sendo eles
Primeiramente aglomeraccedilotildees bem estruturadas em segmentos estrateacutegicos
com grande peso na economia goiana com conceito impliacutecito Basicamente o
cluster
O segundo momento reporta-se ao apoio agraves MPEs nas quais as instituiccedilotildees de
suporte atuam respondendo agraves demandas de aglomeraccedilotildees jaacute existentes
como polo ou cadeias produtivas
61
No terceiro momento a partir da criaccedilatildeo da RG-APL em 2004 quando o foco
era a induccedilatildeo e articulaccedilatildeo de arranjos em regiotildees deprimidas a fim de reduzir
as desigualdades regionais e de inclusatildeo econocircmica e social
O quarto momento eacute a continuidade do terceiro mas embalado pelo crescente
modismo do conceito e percepccedilatildeo dos agentes locais
32 APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatiacutestica (IBGE
2014) em 2014 o municiacutepio de Mara Rosa conta com uma populaccedilatildeo de 10511
habitantes com aacuterea da unidade territorial de 1687905 km2 (IBGE 2014)
Conforme o IBGE o municiacutepio de Mara Rosa estaacute situado na regiatildeo meacutedio
norte de Goiaacutes a 348 km de Goiacircnia e pertence agrave microrregiatildeo de Porangatu Limita-
se com os seguintes municiacutepios Porangatu Mutunoacutepolis Estrela do Norte Formoso
Campinorte Nova Iguaccedilu Amaralina Pilar de Goiaacutes Santa Terezinha de Goiaacutes e
Crixaacutes A aacuterea total do municiacutepio eacute de 3770 kmsup2 sendo servida pela Rodovia BR-153
(localizaccedilatildeo estrateacutegica agraves margens da BR-153 a Beleacutem-Brasiacutelia) Rodovia GO-239
GO-445 e por vaacuterias vias municipais suprindo as necessidades do municiacutepio no que
tange agrave logiacutestica de acesso terrestre rodoviaacuterio
No ano de 1986 a Universidade Federal de Goiaacutes (UFG)CNPq e AGEcircNCIA
RURAL jaacute desenvolviam trabalhos de estudos da cadeia produtiva do accedilafratildeo e do
sistema produtivo local conforme dados da RG-APL (2007)
Castro (2010) destaca que o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute bastante
especiacutefico e rico Neste mesmo periacuteodo foram produzidos eou adaptados pela UFG
equipamentos como fatiador forno polidor brunidor estufa e secadora industrial que
contribuiacuteram para um desenvolvimento tecnoloacutegico dos atores que compotildeem o APL
ou seja os associados
62
No iniacutecio do ano de 2001 a SIC recebeu a visita do prefeito e entidades do
municiacutepio que solicitavam o apoio para a implantaccedilatildeo de uma induacutestria de
processamento de accedilafratildeo Nesse mesmo ano foi constituiacutedo um grupo de trabalho
para a consecuccedilatildeo do projeto formado pela SECTEC AGDR SEAGRO SEPLAN
AGETOP SEBRAE Ministeacuterio da Agricultura e Abastecimento (MAPA) Banco do
Brasil Universidade Catoacutelica de Goiaacutes (UCG) e MIN (RG-APL 2007)
Jaacute no iniacutecio de 2002 foi criado o Consoacutercio Intermunicipal de Desenvolvimento
do Meacutedio Norte Goiano por intermeacutedio do Ministeacuterio do Desenvolvimento Agraacuterio
(MDA) e Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (PRONAF) a
fim de estabelecer integraccedilatildeo vertical entre os municiacutepios da regiatildeo (RG-APL 2007)
Em 24 de junho de 2003 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Accedilafratildeo de
Mara Rosa (COOPERACcedilAFRAtildeO) A Figura 7 mostra o accedilafratildeo que foi colhido e
sendo colocado para secagem
Figura 7 - Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Gouthier (2011)
63
O accedilafratildeo eacute utilizado como condimento e como erva medicinal sendo cada vez
mais valorizado no mercado internacional O Brasil eacute o maior produtor desta especiaria
na Ameacuterica Latina com 90 dessa produccedilatildeo advinda de Mara Rosa (GOUTHIER
2011)
Em maio de 2007 foi criado um processo de elaboraccedilatildeo do Plano de
Desenvolvimento atraveacutes do Planejamento Estrateacutegico com o objetivo de fomentar e
apoiar accedilotildees de desenvolvimento social e econocircmico atraveacutes da metodologia de
APLs Este Plano levou em consideraccedilatildeo a realidade local e o contexto regional dos
quais se destacam
O aumento do capital social favorecendo a sustentabilidade econocircmica e ambiental
Internalizar conceitos e praacuteticas de planejamento com foco na valorizaccedilatildeo de identidade local
Promover a integraccedilatildeo entre poliacuteticas programas projetos e accedilotildees de desenvolvimento buscando parcerias e alianccedilas estrateacutegicas entre instituiccedilotildees puacuteblicas e privadas visando o desenvolvimento e fortalecimento do APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa e regiatildeo (RG-APL 2007 p7)
Conforme RG-APL (2007) o APL do Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2003 contava
com a participaccedilatildeo de 23 cooperados que constituiacuteram a COOPERACcedilAFRAtildeO Em
2006 foi construiacuteda a unidade de processamento e comercializaccedilatildeo do accedilafratildeo que
foi considerado um aumento no amadurecimento e na credibilidade dos associados
cujo grupo contava com 63 cooperados
De acordo com o Gestor do APL Accedilafratildeo de Mara Rosa em 2014 o APL
contava com mais de 70 cooperados alguns anos atraacutes Atualmente apenas 30 estatildeo
ativos A unidade de processamento jaacute teve ateacute cinco (5) funcionaacuterios hoje apenas
com dois (02) funcionaacuterios
64
321 Anaacutelises dos Ganhos de cooperaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de
Mara Rosa
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Accedilafratildeo de Mara Rosa foram identificados por meio de entrevistas semiestruturadas
aplicadas aos 03 membros do APL
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas do referido APL quanto ao benefiacutecio
aprendizagem e inovaccedilatildeo A fala dos entrevistados Narciso e Antocircnio mostram que
natildeo houve inovaccedilatildeo principalmente sobre a extraccedilatildeo da mateacuteria prima do solo o que
tem dificultado a colheita do accedilafratildeo e causado prejuiacutezo aos associados Por outro
lado Correa Filho disse que houve inovaccedilatildeo no APL destacando os avanccedilos na
industrializaccedilatildeo do produto via COOPERACcedilAFRAtildeO que passou a industrializar o
produto
A falta de incentivo puacuteblico principalmente por parte do municiacutepio falta de
espaccedilo para secagem e armazenagem maacutequinas obsoletas e fracas para atender a
demanda satildeo alguns dos problemas enfrentados pelo APL para melhorar o
desempenho dos associados principalmente para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima
Em Mara Rosa e regiatildeo as mudanccedilas satildeo muito lentas sem inovaccedilotildees
tecnoloacutegicas significativas que possam contribuir para ampliar o volume da produccedilatildeo
de accedilafratildeo destaca Machado
O cozimento do produto ainda eacute realizado pelo proacuteprio agricultor na lavoura em
situaccedilotildees precaacuterias para reduzir o custo em 10 conforme a fala de Machado
senatildeo a induacutestria cobra menos do produto in natura
A Figura 8 apresenta o cozimento do accedilafratildeo ainda na lavoura que eacute realizada
por parte do associado
65
Figura 8 ndash Cozimento do accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
No quesito inovaccedilatildeo os resultados das anaacutelises demonstraram o ambiente
desfavoraacutevel agrave inovaccedilatildeo por parte dos associados principalmente na extraccedilatildeo da
mateacuteria prima Por outro lado Correa Filho destaca que ldquoquanto mais envolvido esteja
o associado mais relevante se torna esse benefiacutecio e vice-versardquo A Figura 9
apresenta algumas maacutequinas desenvolvidas pela UFG e utilizadas no processamento
da mateacuteria-prima
Figura 9 - Equipamentos desenvolvidos pela UFG para a industrializaccedilatildeo do Accedilafratildeo
Fonte Pesquisador (2014)
66
Na Figura 10 eacute mostrado o processo de separaccedilatildeo do Accedilafratildeo com a terra Uma
vez separados o produto passa para o processo de cozimento conforme Figura 8
(texto) E depois para a secagem
Figura 10 - Separaccedilatildeo do accedilafratildeo e da terra
Fonte Pesquisador (2014)
A aprendizagem ocorre por ocasiatildeo de cursos palestras oferecidas na sede do
APL e de visitas em feiras da aacuterea
O que fica evidente eacute que aprendizagem e inovaccedilatildeo satildeo de muita importacircncia
para a sobrevivecircncia do APL necessitando de um pouco mais de envolvimento dos
associados para trazer aos mesmos mais experiecircncias novas ideias informaccedilotildees e
inovaccedilotildees que favoreccedilam o crescimento de seus membros
De acordo com o entrevistado Correa Filho ldquona verdade o cooperado soacute tem a
ganhar sendo cooperado mesmo porque precisamos baixar os custos e aumentar a
qualidaderdquo Machado 2 diz que ldquonatildeo houve reduccedilatildeo de custos mas sim melhoria no
financiamento e creacutedito atraveacutes da Cooperativardquo Um dos riscos destacado no APL do
Accedilafratildeo de Mara Rosa eacute o momento da colheita em que o produto tem seu preccedilo
baixo e matildeo de obra cara para a extraccedilatildeo do produto na lavoura Nesse quesito
destaca-se o crescimento pequeno da ampliaccedilatildeo do faturamento e da lucratividade
67
Isso se deve principalmente agrave falta de recursos e arrendamento da terra que se
tornou oneroso
O benefiacutecio de reduccedilatildeo de custos e riscos procura compartilhar todas as accedilotildees
entre os participantes a fim de dividir os resultados por eles alcanccedilados Assim pode-
se destacar o acesso a recursos natildeo existentes por parte do produtor como o
financiamento e novas linhas de creacutedito junto aos associados do APL melhorando o
proacuteprio relacionamento entre os cooperados Isso foi apontado por Machado 1 como
benefiacutecio muito importante para o associado uma vez que ldquorepresenta o resultado de
tudo que foi planejado no iniacutecio do ano traz esperanccedila de melhoria na produccedilatildeo do
accedilafratildeo para todos os associadosrdquo e consequentemente aumenta a produtividade
Quanto ao acesso a soluccedilotildees no quesito infraestrutura e serviccedilos
especializados para o aumento da competitividade haacute certo descontentamento entre
os associados os quais alegam a falta de infraestrutura para escoamento da safra
para o armazenamento do produto e maquinaacuterio inadequado desde a colheita ateacute o
momento da secagem do produto O entrevistado Machado 2 ldquonatildeo houve melhoria no
processo visto que o serviccedilo do plantio e colheita do accedilafratildeo eacute todo manual cada um
com sua maneira Na Figura 11 observa-se que todo processo de secagem do
Accedilafratildeo eacute todo no sistema manual
Figura 11 - Secagem do Accedilafratildeo
Fonte pesquisador (2014)
68
Nas anaacutelises das entrevistas observou-se a melhoria no acesso ao creacutedito e a
prospecccedilatildeo de oportunidades O fator infraestrutura ldquonatildeo obteve avanccedilos conforme os
associados necessitavamrdquo destaca Correa Filho Isso se deve principalmente ao
descaso da antiga equipe gestora que administrava o APL complementa o
entrevistado
ldquohouve sim uma melhoria na imagem do APL por parte de pessoas fora da regional principalmente depois que colocaram umas placas sobre o APL ao contraacuterio da regiatildeo em que as pessoas comunidade mercado e empresaacuterios natildeo valorizam e natildeo datildeo credibilidade e confianccedila ao negoacuteciordquo (MACHADO 2 2014)
A Figura 12 apresenta a divulgaccedilatildeo do APL por meio de placas espalhadas nas
BRs e GOs que cortam o estado de Goiaacutes
Figura 12 ndash Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha os resultados colhidos
em decorrecircncia dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs apresentaram um aumento nas
relaccedilotildees comerciais na credibilidade e na forccedila de mercado
Vale destacar uma melhoria significativa no APL principalmente nas relaccedilotildees
com os associados Pode-se afirmar que os benefiacutecios oriundos das condiccedilotildees de
69
negociaccedilatildeo que envolviam o APL obtiveram ganhos de cooperaccedilatildeo com os
fornecedores ldquoO papel do atravessador que antes provocava um desencontro nas
negociaccedilotildees atraveacutes da variaccedilatildeo do preccedilo atualmente eacute um problema resolvido com
a gestatildeo do APL conforme relata o entrevistado Correa Filho Destaca-se tambeacutem a
natildeo agregaccedilatildeo de valor no preccedilo do produto final do accedilafratildeo devido agrave concorrecircncia
externa e o preccedilo do arrendamento da terra junto aos fazendeiros
Por uacuteltimo por meio de uma RCE as empresas associadas conseguem ampliar
seu mercado suas relaccedilotildees comerciais sua credibilidade e legitimidade a partir do
momento em que comeccedila a aparecer o mercado ldquoAs exigecircncias aparecendo vocecirc
tem que ser mais raacutepido a prestar serviccedilos Por exemplo empresas de Satildeo Paulo natildeo
negociam com produtor e sim com empresardquo relata Correa Filho O entrevistado
Machado 2 relata que ldquohouve um aumento nas vendas mas natildeo agrega valor ao
produto devido agrave concorrecircncia indianardquo
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que natildeo houve
melhoria Alegam estarem muito distantes uns dos outros estatildeo meio desconfiados
do sistema destaca Machado 1 A falta de motivaccedilatildeo confianccedila no plantio e colheita
do accedilafratildeo reforccedila a desconfianccedila destacada pelo entrevistado
Na anaacutelise da entrevista observa-se que os resultados indicam certo
distanciamento entre os associados e a gestatildeo do APL Isso se justifica pelas
quantidades altas de associados inativos em torno de 55
No quesito relaccedilotildees sociais os entrevistados disseram que natildeo houve melhoria
Eles ldquoestatildeo meio desconfiados do sistema estatildeo distantes uns dos outros sem
comunicaccedilatildeordquo destaca Machado 2 Ele enfatiza que falta confianccedila no plantio e na
colheita do Accedilafratildeo ou seja no negoacutecio
O Quadro 7 apresentam os pontos fortes e fracos que do APL conforme as
respostas dos entrevistados e as observaccedilotildees realizadas pelo pesquisador em in loco
70
Quadro 7 - Pontos fortes e fracos do APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Terra propiacutecia (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
Mercado infinito (Correa Filho)
Cooperativa para industrializar (Correa Filho)
Forccedila de mercado desde que haja fidelidade por parte do associado (Correa Filho) e
Garantia de credito (Correa Filho Machado 1 e Machado 2)
O descaso das autoridades municipais (pesquisador e associados)
O atravessador (Correa Filho)
Falta de fidelidade do cooperado (Correa Filho)
Falta de agregaccedilatildeo no valor do produto (Correa Filho)
Falta de motivaccedilatildeo por parte do associado (Pesquisador e Correa Filho)
Documentaccedilatildeo necessaacuteria para atender a merenda escolar (Correa Filho)
Arrendamento da terra (quebra de contrato) por parte do fazendeiro (Machado 1 e Machado 2)
Confianccedila no negoacutecio (Associados) e
Inovaccedilotildees coletivas e preccedilo (pesquisador e associados)
Fonte Pesquisador (2014)
O estudo deste APL permitiu constatar que o arranjo sofre com o descaso das
accedilotildees puacuteblicas a cada gestatildeo puacuteblica Isso tem provocado um distanciamento entre o
arranjo e os governos Outro fator de destaque eacute o fato de que a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
eacute bem menor do que o esperado no cultivo e na colheita provocando a falta de
qualificaccedilatildeo de matildeo de obra para a extraccedilatildeo da mateacuteria prima e gerando uma
desmotivaccedilatildeo enorme por parte dos associados
33 APL Ceracircmica Vermelha
De acordo com o PD (2007) no ano de 1999 quando foi criada a Associaccedilatildeo
dos Ceramistas do Norte do Estado de Goiaacutes (ASCENO) iniciou-se uma nova atitude
nas empresas que passaram a buscar conexatildeo com as novas tecnologias do Sudeste
e Sul do Paiacutes atraveacutes da participaccedilatildeo em Congressos e Feiras de niacuteveis Estadual e
71
Nacional Nesse contexto surgiram as oportunidades de abertura de novos mercados
principalmente no Vale do Satildeo Patriacutecio (Goiaacutes) Estado do Tocantins Sul do Paraacute
Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso
Ainda conforme o PD (2007) com a criaccedilatildeo do APL Ceracircmica Vermelha do
Norte de Goiaacutes e a iminente implantaccedilatildeo da Ferrovia Norte-Sul o objeto do Plano de
Aceleraccedilatildeo do Crescimento (PAC) o cenaacuterio para alavancar o setor natildeo poderia ser
mais oportuno Os ceramistas estavam confiantes nessa nova oportunidade de levar a
Ceracircmica do Norte de Goiaacutes aos rincotildees do Brasil e talvez aleacutem das fronteiras com
produtos de alto valor agregado
Ainda de acordo com RG-APL (2007 p 10) a consolidaccedilatildeo do APL da
Ceracircmica Vermelha do Norte Goiano em bases competitivas e sustentaacuteveis
contempla duas etapas baacutesicas
(1) A preparaccedilatildeo e articulaccedilatildeo inicial (2) o desenvolvimento e implementaccedilatildeo Na etapa (1) jaacute foram realizados ateacute o presente momento estudos prospectivos reuniotildees de sensibilizaccedilatildeo e mobilizaccedilatildeo local estruturaccedilatildeo da governanccedila e a realizaccedilatildeo do Planejamento Estrateacutegico Em continuidade deveratildeo ser elaborados os projetos de desenvolvimento e de captaccedilatildeo de recursos Na etapa (2) deveratildeo ser implementados os projetos de PampD infraestrutura capacitaccedilatildeo e mercadologia de modo a adequar as empresas para obtenccedilatildeo de certificaccedilatildeo de produccedilatildeo e de qualidade em produtos e processos
No ano de 2007 segundo o PD a induacutestria de Ceracircmica Vermelha estava
presente em vinte e dois municiacutepios da mesorregiatildeo norte do estado subdivididos
para efeitos do Projeto APL em sete microrregiotildees sendo eles Rialma Carmo do Rio
Verde Rubiataba Ipiranga Itapaci Santa Terezinha de Goiaacutes Crixaacutes Campos
Verdes Nova Iguaccedilu Alto Horizonte Campinorte Uruaccedilu Niquelacircndia Barro Alto
Goianeacutesia Mara Rosa (sede) Estrela do Norte Multunoacutepolis Trombas Minaccedilu Satildeo
Miguel do Araguaia e Porangatu perfazendo 36 empresas
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano envolve 22 municiacutepios e mais de 40
empresas todos situados entre o Vale do Satildeo Patriacutecio e o Norte de Goiaacutes tendo como
72
cidade polo o municiacutepio de Estrela do Norte Segundo Amado apenas 50 das
empresas associadas participam das reuniotildees trimestrais
O APL Ceracircmica Vermelha elaborou um novo planejamento estrateacutegico que
ficou pronto em 2014 Segundo Guerra (2014) Diretor do departamento de
Transformaccedilatildeo e Tecnologia Mineral do Ministeacuterio de Minas e Energia (MME) o Plano
de Accedilotildees Estrateacutegicas visa alcanccedilar o desenvolvimento competitivo e sustentaacutevel do
APL nos proacuteximos 20 anos trazendo benefiacutecios para a sociedade da regiatildeo e
buscando por meio de parceria com os governos estadual e municipal elevar o grau
de escolaridade da comunidade local As accedilotildees estrateacutegicas seratildeo realizadas com
foco em pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
aleacutem da formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
O APL Ceracircmica Vermelha do Norte goiano faz parte de um projeto dos
Ministeacuterios de Ciecircncia e Tecnologia (MTC) e de Minas e Energia (MME) O projeto
tem como ideia fazer desse APL um projeto piloto que poderaacute ser replicado aos
demais APLs do setor mineral existentes no territoacuterio nacional
331 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Ceracircmica
Vermelha ndash Estrela do Norte
Os ganhos competitivos que os associados obtiveram ao fazer parte do APL
Ceracircmica Vermelha foram identificados por meio de entrevista aplicada ao Belmont
Amado (Gestor) por meio de observaccedilatildeo (in loco) e anaacutelise dos dados contidos Plano
de Desenvolvimento deste APL
Os resultados analisados indicam ganhos de cooperaccedilatildeo no APL Ceracircmica
Vermelha e que alcanccedilaram resultados satisfatoacuterios Amado disse que os ganhos soacute
73
foram possiacuteveis graccedilas agrave colaboraccedilatildeo dos associados das alianccedilas e parceiras com
todo o arranjo
Com relaccedilatildeo aos benefiacutecios aprendizagem e inovaccedilatildeo os resultados da anaacutelise
comprovam que todos ganham em fazer parte do arranjo principalmente nos ganhos
advindos das experiecircncias que satildeo compartilhadas atraveacutes das assembleias
participaccedilatildeo em feiras congressos etc Por outro lado percebe-se que uma pequena
parcela dos associados ainda tem receio em participar de tal benefiacutecio Isso se daacute pelo
baixo niacutevel de escolaridade e consciecircncia da importacircncia do benefiacutecio para o arranjo
destaca o gestor
O acesso agrave aprendizagem e inovaccedilatildeo representa acesso a novos clientes novos
mercados novos conceitos e meacutetodos de trabalho e ao aproveitamento de novas
oportunidades
A Figura 13 mostra os investimentos em tecnologia que as ceracircmicas que
compotildeem o APL estatildeo investindo
Figura 13 - Investimento em Tecnologia
Fonte Pesquisador (2014)
74
A entrevista com Amado revelou que a gestatildeo do APL conseguiu trazer para a
cidade de Uruaccedilu um curso teacutecnico de ceramistas atraveacutes do Instituto Federal de
Goiaacutes (IFG) contribuindo para a formaccedilatildeo e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra que tem por
objetivo atender agraves necessidades de formaccedilatildeo profissional dos associados do arranjo
Observou-se que o Acesso agrave Aprendizagem e Inovaccedilatildeo no APL destacou-se
principalmente na troca de informaccedilotildees com outras empresas da aacuterea em outros
Estados atraveacutes da participaccedilatildeo em feiras assembleias congressos e cursos na
aacuterea Registra-se tambeacutem o avanccedilo tecnoloacutegico no sistema de produccedilatildeo das
empresas a melhoria nas relaccedilotildees comerciais entre os associados e um ganho
satisfatoacuterio principalmente pela localizaccedilatildeo do APL bem como pela logiacutestica que ldquoeacute
maravilhosa destaca Amado Ou seja o local em que estatildeo localizados propicia
facilidades no transporte entregas de produto acabado e recepccedilatildeo de mateacuteria prima
ligado pela BR 153 aos Estados do Norte e Centro Oeste do Brasil
O ponto negativo a destacar conforme descrito por Amado eacute que natildeo haacute uma
negociaccedilatildeo coletiva as negociaccedilotildees satildeo individuais bem como haacute pouca participaccedilatildeo
dos associados nos eventos promovidos pelo APL em torno de 50rdquo
Na etapa da entrevista relacionada agrave reduccedilatildeo de custos e riscos Amado destaca
que se algo agrega valor os associados comeccedilam a tomar medidas compartilhadas
Com isso podem-se reduzir os custosrdquo Ele complementa que houve um incremento
na produccedilatildeo e um aumento na receita a partir de 2007
Conclui-se que a reduccedilatildeo de custos e riscos no APL se caracteriza
principalmente nas atividades compartilhadas e na confianccedila entre os associados Na
medida em que melhora a produccedilatildeo aumenta a lucratividade do associado
viabilizando as accedilotildees de investimentos na busca do objetivo comum (SOUZA 2012)
Destaca-se nesse benefiacutecio a confianccedila em novos investimentos principalmente
75
aqueles que buscam inovar que trocam informaccedilotildees sobre novas tecnologias para a
fabricaccedilatildeo e melhoria de produccedilatildeo
O ganho competitivo acesso a soluccedilotildees demonstra que o APL realiza accedilotildees
entre os associados tais como Consultorias (SEBRAE) Treinamentos Serviccedilos
especializados voltados agrave melhoria da produccedilatildeo e qualidade de seus produtos Aleacutem
de oficinas de trabalho com a participaccedilatildeo de Ceramistas Simpoacutesio de APL de base
mineral Seminaacuterios nacionais de APLs e parcerias puacuteblicas atraveacutes da SECTEC IFG
e Universidades
A Figura 14 apresenta o laboratoacuterio do APL onde satildeo elaborados os novos
projetos e pesquisa da argila e produtos
Figura 14 - Laboratoacuterio de anaacutelise de argila e produtos
Fonte Pesquisador (2014)
Por outro lado alguns benefiacutecios de Acesso a Soluccedilotildees que foram destacados
na entrevista como negativo satildeo o marketing e o investimento em infraestrutura por
parte de alguns associados
76
Nos laccedilos relacionais destaca-se o bom conviacutevio familiar coletivo que resulta na
ampliaccedilatildeo da confianccedila entre os associados Quanto mais elevado o niacutevel de
confianccedila em uma sociedade maiores as chances de haver cooperaccedilatildeo e
consequentemente obter mais benefiacutecios (SOUZA 2012)
Esta pesquisa permitiu concluir que os ganhos obtidos neste APL referente a
este benefiacutecio foram a ampliaccedilatildeo da confianccedila e laccedilos familiares que se destacaram
entre os associados bem como a credibilidade das empresas associadas junto agrave
comunidade
No benefiacutecio ganhos de escala e poder de barganha vale destacar a importacircncia
do crescimento do nuacutemero de associados da rede
O APL Ceracircmica Vermelha embora com pouco tempo de mercado conta com
uma quantidade razoaacutevel de associados mas apresenta dificuldade em desempenhar
melhor o seu poder de barganha sua forccedila de mercado e suas relaccedilotildees comerciais
destaca Amado Isso se explica pelo pouco envolvimento dos associados no APL e
principalmente pelo grau de escolaridade Amado disse dos 43 que fazem parte do
APL 13 seria o suficiente para os associados se conscientizarem dos problemas e
das soluccedilotildees que envolvem o APL
Este trabalho permitiu atraveacutes da entrevista da anaacutelise do PD e observaccedilotildees (in
loco) que o APL estudado possui alguns benefiacutecios que vale destacar tais como
credibilidade legitimidade e representatividade os quais facilitam o crescimento do
grupo
Os pontos fortes e fracos destacados por Amado pela analise do PD e
observaccedilotildees do pesquisador estatildeo apresentados no Quadro 8
77
Quadro 8 - Pontos fortes e fracos do APL Ceracircmica Vermelha
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Matildeo de obra qualificada
(associado)
Infraestrutura (associado e
pesquisador)
Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos
ceramistas (associado)
Ampliaccedilatildeo da confianccedila
(associado)
Inovaccedilotildees coletivas (associado)
Forccedila de mercado (associado)
Marketing (associado e
pesquisador)
Poder de Barganha (associado)
Fonte Pesquisador (2014)
Vale destacar que no ano de 2014 este APL foi escolhido pelo Governo Federal
para implementar accedilotildees estrateacutegicas as quais seratildeo realizadas com foco em
pesquisa desenvolvimento tecnoloacutegico e inovaccedilatildeo para sustentabilidade
desenvolvimento de pessoas agregaccedilatildeo e adensamento de valor agrave cadeia produtiva
formalizaccedilatildeo e representaccedilatildeo
Segundo Guerra (2014) Diretor do MME ldquoa ideia eacute criar um programa de
modernizaccedilatildeo do parque industrial dos ceramistas do norte goiano cumprindo as
normas teacutecnicas e regulamentadoras para participar do Programa Setorial de
Qualidaderdquo
34 APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
O Oeste goiano do Estado de Goiaacutes eacute composto por 43 municiacutepios Essa regiatildeo
corresponde a 6 do PIB goiano e sua populaccedilatildeo gira em torno de 6 da populaccedilatildeo
do Estado conforme dados PD (2006) O APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
tem seu estaacutegio de organizaccedilatildeo articulado e priorizado e as principais instituiccedilotildees de
apoio satildeo SEGPLAN e SEBRAE-GO O ramo econocircmico do APL eacute a induacutestria de
produtos de leite e derivados
78
O municiacutepio sede do APL eacute a cidade de Satildeo Luiacutes de Montes Belos e sua
abrangecircncia compreende as cidades de Adelacircndia Anicuns Aurilacircndia Buriti de
Goiaacutes Cachoeira Coacuterrego do Ouro Fazenda Nova Firminoacutepolis Ivolacircndia Moiporaacute
Mossacircmedes Nazaacuterio Novo Brasil e Palminoacutepolis
A Figura 15 apresenta a formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes
Belos com todos seus atores
Figura 15 - Formataccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
Segundo o RG-APL (2012) a regiatildeo oeste apresentou a maior concentraccedilatildeo da
atividade leiteira com um nuacutemero maior de produtores de leite Laacute tambeacutem se
concentra o maior nuacutemero de laticiacutenios formais da regiatildeo A Rede destaca ainda que
bull Conta com mais de 5000 produtores de leite distribuiacutedos em dezoito municiacutepios com sua produccedilatildeo leiteira sendo captada por 11 empresas de laticiacutenios com sede na microrregiatildeo e 03 outras grandes empresas do entorno de Goiacircnia
bull Integram esse APL empresas fornecedoras de insumos agropecuaacuterios (faacutebricas de raccedilatildeo casas agropecuaacuterias etc) maacutequinas e equipamentos assistecircncia teacutecnica e extensatildeo rural escolas de ensino teacutecnico-profissional de niacutevel poacutes-meacutedio e superior universidades (Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG e Faculdade Montes Belos ndash FMB) entidades de classe (sindicatos de produtores de trabalhadores rurais e de laticiacutenios) cacircmara de dirigentes lojistas
79
instituiccedilatildeo de creacutedito (BB) e prefeituras municipais (secretarias de agricultura ou oacutergatildeo equivalente) produtores de leite associaccedilotildees de produtores cooperativas empresas de transporte e induacutestrias de laticiacutenios
bull Nos 18 municiacutepios haacute 5063 produtores de leite produzindo para o mercado onde estima-se que 11644 pessoas se ocupem diretamente da produccedilatildeo leiteira
bull Na induacutestria de laticiacutenios segundo a SEGPLAN junto agraves empresas haacute atualmente (dez06) 682 pessoas ocupadas no processamento de leite entre empregados e empregadores
bull As casas agropecuaacuterias (23) faacutebricas de raccedilatildeo (12) assistecircncia teacutecnica (01) defesa animal (01) vendas e manutenccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos agropecuaacuterios (03) instituiccedilotildees de ensino e pesquisa (04) tecircm conforme estimativa da SEGPLAN baseada em entrevistas com empresaacuterios dos segmentos 283 pessoas ocupadas
bull As propriedades com dedicaccedilatildeo a atividade leiteira com produccedilatildeo para o mercado durante os 12 meses do ano representam 5704 das propriedades rurais da microrregiatildeo e o pessoal nelas empregado 642 das pessoas ocupadas nas propriedades rurais
bull O mercado consumidor do leite produzido no Estado de Goiaacutes eacute o nacional 15 para o mercado local (Goiaacutes) e 85 para outros estados distribuiacutedos da seguinte forma regiatildeo Sudeste ndash 55 Nordeste ndash 17 Norte ndash 8 Centro-Oeste e Sul ndash 5 A produccedilatildeo de leite da MRSL 6 eacute consumido na proacutepria regiatildeo e os outros 94 vatildeo para o mercado nacional como acima destacado
bull O leite processado na induacutestria local transforma-se nos seguintes produtos leite longa vida (32) queijo (26) leite e soro em poacute (20) achocolatado e outras bebidas laacutecteas (16) doce de leite (05) e manteiga (01) e
bull A regiatildeo produz cerca de 11900 litroskm2 ano podendo elevar essa produccedilatildeo para 30000 litros a partir de um conjunto de accedilotildees bem estruturadas estrategicamente pensadas
De acordo com Castro (2010) destacam que o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos ocupa um papel de destaque uma vez que reagiu de forma raacutepida e
eficiente aos estiacutemulos da poliacutetica puacuteblica pois todos os atores envolvidos
preocupavam-se com a qualificaccedilatildeo dos recursos humanos resultando na criaccedilatildeo de
vaacuterias frentes de conhecimento tais como Curso Superior em Agronegoacutecios
Laticiacutenios Bovinocultura Tecnologia de Alimentos dentre outros
Algumas accedilotildees que jaacute foram realizadas de acordo com a RG-APL (2012) pelo
APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos satildeo apresentadas no Quadro 9
80
Quadro 9 - Algumas accedilotildees jaacute realizadas pelo APL de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
ACcedilOtildeES METAS
APL priorizado pelo GTPAPL em 2006 Agenda proativa
PDP aprovado pelo GTPAPL Estruturaccedilatildeo do CTL =gt operacionalizaccedilatildeo do Laticiacutenio-escola
Estruturaccedilatildeo da Governanccedila ndash Foacuterum e Conselho Gestor
Viagens teacutecnicas - reuniotildees teacutecnicas e de planejamento
PDP aprovado pelo GTPAPL Criaccedilatildeo de uma OSCIP para a gestatildeo de negoacutecios do APL
Curso teacutecnico em Pecuaacuteria Leiteira Monitoramento de indicadores
Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em bovinocultura leiteira
Projeto de boas praacuteticas de fabricaccedilatildeo de produtos laacutecteos
Fonte Adaptado RG-APL (2012)
De acordo com Quadro 8 o Oeste Goiano conta com 18 municiacutepios da
microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos integrados ao APL laacutecteo produzindo mais
de 150 milhotildees de litros de leite por ano e beneficiando produtores de leite
trabalhadores rurais fornecedores de insumos transportadoras induacutestrias de
laticiacutenios instituiccedilotildees de ensino e pesquisa estudantes universitaacuterios e professores de
cursos afins (RG-APL 2012) A Figura 16 mostra a microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de
Montes Belos
Figura 16 - Microrregiatildeo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos
Fonte SEGPLAN (2006)
81
341 Anaacutelise dos resultados de cooperaccedilatildeo do APL Laacutecteo de Satildeo
Luiacutes dos Montes Belos
Esta pesquisa constatou que os ganhos competitivos obtidos pelos associados
por fazerem parte do APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos identificados por meio de
entrevistas estatildeo apresentadas nesta seccedilatildeo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas analise do PD e observaccedilatildeo in loco concluiu-se
que aprendizagem e inovaccedilatildeo foram bem acolhidas e desenvolvidas pelos membros
do APL Os entrevistados destacaram algumas atividades que fortaleceram e
inovaram o APL como trabalho em parceria criaccedilatildeo do curso de Tecnologia em
Laticiacutenios e palestras atraveacutes da FAEG e SEBRAE
Laureano (2014) destaca que ldquohouve aproximaccedilatildeo entre agentes econocircmicos
sociais e poliacuteticos especialmente de lideranccedilas mas houve maior interaccedilatildeo entre
agentes econocircmicos dentro do seu elo na cadeia produtiva com grande troca de
experiecircncia e participaccedilatildeo em eventos de capacitaccedilatildeordquo Flavio destaca a
ldquodisseminaccedilatildeo do conhecimentordquo
Apoacutes a anaacutelise das entrevistas deste APL quanto ao benefiacutecio reduccedilatildeo de
custos e riscos verificou-se que os membros do APL valorizaram os ganhos obtidos
De acordo com Pales (2014) ldquoo investimento foi no Laticiacutenio Escola mas destaca que
o mesmo natildeo estaacute em funcionamentordquo
O maior exemplo eacute o Laticiacutenio Montes Belos que processa em torno de 120000ldia e aquela eacutepoca processa algo em torno de 20000 Ldia Tambeacutem o Laticiacutenio MB de Satildeo Joatildeo da Parauacutena e o Peacuterola de Adelacircndia obtiveram grande crescimento O maior crescimento entretanto deu-se na cooperativa de Palminoacutepolis - COOMAP (LAUAREANO 2014)
Esta pesquisa permitiu concluir que as accedilotildees compartilhadas no APL foram
Atividades compartilhadas confianccedila em novos investimentos e produtividade Os
82
membros Pales (2014) e Salles (2014) desconhecem os resultados quanto agrave
lucratividade e rentabilidade do APL
A Figura 17 apresenta o Laticiacutenio Escola criado em parceria com a UEG a fim
de estreitar o relacionamento entre os parceiros envolvidos aprimorar o conhecimento
e desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de toda a cadeia
Figura 17 - Laticiacutenio Escola - Parceria UEGAPL Laticiacutenio
Fonte Pesquisador (2014)
Dessa forma nesse quesito a anaacutelise das entrevistas revelou a cooperaccedilatildeo dos
ganhos entre seus membros Destacam-se principalmente na propriedade rural
(fazenda) atraveacutes do Programa Balde Cheio afirma Salles
A vinda do escritoacuterio regional do SEBRAE para SLMB bem como a criaccedilatildeo dos Cursos Teacutecnico em Pecuaacuteria de Leite Tecnologia em Laticiacutenios e Tecnologia de Alimentos satildeo resultados diretos da estruturaccedilatildeo do APL Laacutecteo O serviccedilo de creacutedito do BB via seu programa de Desenvolvimento Regional Sustentaacutevel ndash DRS Leite uma vez alinhado ao trabalho do APL em convergecircncia promovida por ambos os projetos proporcionou muito mais recursos para creacutedito e as prefeituras passaram a tratar melhor o produtor de leite no que tange agrave conservaccedilatildeo de estradas serviccedilos de cascalhamento de currais e construccedilatildeo de silagens e canaviais E toda a articulaccedilatildeo e visibilidade que o APL Laacutecteo ganhou tambeacutem proporcionou inuacutemeros aportes de recursos puacuteblicos na construccedilatildeo de laboratoacuterios laticiacutenio escola maacutequinas e equipamentos realizaccedilatildeo e participaccedilatildeo em feiras e eventos (LAUREANO 2014)
83
As observaccedilotildees in loco permitiram perceber algumas accedilotildees de marketing
capacitaccedilatildeo tecnologia treinamentos com objetivo de melhorar o conhecimento e
difundir as experiecircncias entre seus membros Laureano (2014) destaca a adoccedilatildeo da
ordenha mecacircnica que representa o avanccedilo da tecnologia do campo bem como a
criaccedilatildeo da Fazenda Escola pela UEG
A Figura 18 mostra um tipo de divulgaccedilatildeo do APL pelo Estado sendo o uacutenico
estilo de marketing adotado pelo APL para divulgar o APL
Figura 18 - Placa de divulgaccedilatildeo do APL de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Fonte Pesquisador (2014)
Quanto aos ganhos de escala e de poder de barganha a declaraccedilatildeo de Pales
(2014) destaca que o contato com as empresas associadas abriu possibilidade de
parcerias com todos os entes envolvidos no APL Outro fato importante de
observaccedilatildeo eacute reportado por Laureano (2014) referente a esse ganho cuja declaraccedilatildeo
foi a seguinte
A melhor experiecircncia nesse sentido foi a melhor negociaccedilatildeo alcanccedilada pelo setor de produccedilatildeo especialmente da cooperativa de produtores de Palminoacutepolis cujo sucesso e crescimento inspirou outras associaccedilotildees e cooperativas que passaram a negociar de igual forma e tendo como referenciais os valores por esta obtidos (LAUREANO 2014)
84
Nota-se nesse ganho que a cooperaccedilatildeo entre seus associados traz maior poder
de negociaccedilatildeo favorece o crescimento do APL potencializa a competitividade das
atividades desempenhadas pelos mesmos Percebe-se que as relaccedilotildees comerciais
amplas natildeo foram percebidas por Salles (2014) alegando que a relaccedilotildees entre o APL
e os entes envolvidos estatildeo distantes existem falhas na comunicaccedilatildeo e natildeo existe
envolvimento de ambas as partes
Quanto agraves relaccedilotildees sociais a maioria dos entrevistados acredita que houve
parcialmente melhoria e alegam que haacute certo distanciamento entre os envolvidos Com
referecircncia agrave ampliaccedilatildeo da confianccedila Laureano (2014) percebe que
ldquoalgumas sim outras natildeo Houve a entrada de muitos novos produtores mais profissionalizados No segmento de induacutestria praticamente natildeo houve mudanccedila A realizaccedilatildeo de investimentos em todos os elos da cadeia produtiva mostra o grau de confianccedila na atividaderdquo
No entanto percebe-se nesse APL uma enorme dificuldade em fazer laccedilos
familiares reciprocidade e coesatildeo interna Isso se deve principalmente ao
distanciamento entre os entes envolvidos que satildeo governo universidade associados
comeacutercio etc O Quadro 10 apresenta os pontos fortes e fracos destacados pelos
associados na entrevista
Quadro 10- Pontos fortes e fracos do APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Estrutura fundiaacuteria (Laureano)
Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo (Laureano)
Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva (Laureano)
Laccedilos familiares (Pales e Salles)
Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos (Pales Salles e Pesquisasor)
Presenccedila de fortalecimento do APL (Pales Salles e Pesquisasor)
Fonte Pesquisador (2014)
85
Nas observaccedilotildees e anaacutelise dos resultados apresentados no APL nota-se falta
de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos nos uacuteltimos 5 anos devido agrave descontinuidade
das poliacuteticas puacuteblicas e distanciamento entre os atores envolvidos no APL Isso
resultou na diminuiccedilatildeo da cooperaccedilatildeo desconfianccedila nas poliacuteticas puacuteblicas e
diminuiccedilatildeo do capital social no APL
35 Anaacutelise conjunta dos APLs
Esta seccedilatildeo apresenta uma siacutentese dos dados coletados nesta pesquisa
apresentados no Quadro 11 Aleacutem disso satildeo apresentados os pontos fortes e fracos
constatados nestes arranjos
86
Quadro 11 - Anaacutelise dos resultados dos ganhos de cooperaccedilatildeo dos APLs
Aspecto APL ACcedilAFRAtildeO DE MARA ROSA
APL CERAcircMICA VERMELHA
APL LAacuteCTEO DE SAO LUIS DOS MONTES BELOS
Ganhos de escala e poder de barganha
Forccedila de mercado e Relaccedilotildees comerciais
Representatividade Credibilidade Legitimidade
Forccedila de mercado Poder de Barganha Legitimidade
Provisatildeo de soluccedilotildees
Marketing compartilhado e Garantia de credibilidade
Infraestrutura Matildeo de obra qualificada
Marketing Compartilhado Capacitaccedilatildeo (Programa Balde Cheio) Criaccedilatildeo da Fazenda Escola Garantia ao creacutedito
Aprendizagem e Inovaccedilatildeo
Disseminaccedilatildeo coletiva Induacutestria
Inovaccedilotildees coletivas Ampliaccedilatildeo do valor agregado Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista
Criaccedilatildeo do Curso de Tecnologia Disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e experiecircncias e Ampliaccedilatildeo de valor agregado
Reduccedilatildeo de custos e riscos
Produtividade Atividades e compartilhadas
Atividades compartilhadas Produtividade e Confianccedila em novos investimentos
Atividades compartilhadas Criaccedilatildeo do Laticiacutenio Escola Produtividade Cooperativa dos Produtores de Palminopoacutelis e Confianccedila em novos investimentos
Relaccedilotildees sociais
Laccedilos familiares
Coesatildeo interna e Acumulo de capital social
Houve parcialmente (ampliaccedilatildeo da confianccedila)
Pontos fortes
Relaccedilotildees Comerciais Terra Mercado Cooperativa e Creacutedito
Mao de obra qualificada Infraestrutura Criaccedilatildeo de curso teacutecnico dos ceramistas Ampliaccedilatildeo da confianccedila e Inovaccedilotildees coletivas
Estrutura fundiaacuteria Ambiente associativismo e cooperativista em ascensatildeo e Disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo para a atividade em todos os elos da cadeia produtiva
Pontos fracos
Matildeo de obra Tecnologia para plantaccedilatildeo e colheita Arrendamento da terra Motivaccedilatildeo Documentaccedilatildeo e Confianccedila Preccedilo Inovaccedilotildees
Forccedila de mercado Marketing e Poder de Barganha
Laccedilos familiares Falta de atuaccedilatildeo dos membros envolvidos Presenccedila de fortalecimento do APL Nem todos desenvolveram seu papel
Fonte Elaborado pelo autor (2014)
87
CONCLUSOtildeES
Essa pesquisa teve como objetivo a anaacutelise dos ganhos de cooperaccedilatildeo
referenciados pelos estudos de Balestrin e Verschoore (2008) que satildeo os
seguintes (provisatildeo de soluccedilotildees ganhos de escala e de poder de mercado
aprendizagem e inovaccedilatildeo relaccedilotildees sociais e reduccedilatildeo de custos e riscos) dos
APLs de Accedilafratildeo de Mara Rosa APL Ceracircmica Vermelha e APL Laacutecteos de
Satildeo Luiacutes dos Montes Belos
Baseados nos estudos o APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo para o associado nos seguintes quesitos escala e poder de mercado
(forccedila de mercado e relaccedilotildees comerciais) provisotildees de soluccedilotildees (marketing
compartilhado capacitaccedilatildeo e garantia de credibilidade) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(disseminaccedilatildeo coletiva e induacutestria ) a reduccedilatildeo de custos e riscos (produtividade e
atividades compartilhadas) relaccedilotildees sociais (laccedilos familiares)
Jaacute o APL de Ceracircmica Vermelha apresentou ganhos de cooperaccedilatildeo escala e
poder de mercado (representatividade credibilidade e legitimidade) provisotildees de
soluccedilotildees (infraestrutura e matildeo de obra qualificada) aprendizagem e inovaccedilatildeo
(inovaccedilotildees coletivas ampliaccedilatildeo do valor agregado disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e
experiecircncias e criaccedilatildeo do curso teacutecnico em ceramista) reduccedilatildeo de custos e riscos
(atividades compartilhadas produtividade e confianccedila em novos investimentos) e por
fim o ganho em relaccedilotildees sociais (coesatildeo interna e acuacutemulo de capital social)
Por uacuteltimo o APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes Belos apresentou ganhos de
cooperaccedilatildeo escala e poder de mercado (forccedila de mercado poder de barganha e
legitimidade) provisotildees de soluccedilotildees (marketing compartilhado capacitaccedilatildeo (Balde
Cheio) criaccedilatildeo da Fazenda Escola e garantia ao creacutedito) aprendizagem e inovaccedilatildeo
88
(Criaccedilatildeo do curso de tecnologia disseminaccedilatildeo de informaccedilotildees e ampliaccedilatildeo do valor
agregado) reduccedilatildeo de custos e riscos (atividades compartilhadas criaccedilatildeo do laticiacutenio
escola produtividade cooperativa dos produtores de Palminopoacutelis confianccedila em
novos investimentos ganho em relaccedilotildees sociais (ampliaccedilatildeo da confianccedila
parcialmente)
Esta pesquisa permitiu identificar que os principais pontos fracos encontrados no
APL de Accedilafratildeo de Mara Rosa foram matildeo de obra tecnologia para plantaccedilatildeo e
colheita do accedilafratildeo arrendamento da terra motivaccedilatildeo documentaccedilatildeo confianccedila
preccedilo e inovaccedilotildees Jaacute no APL Ceracircmica Vermelha foram forccedila de mercado
marketing e poder de barganha Finalmente no APL Laacutecteo de Satildeo Luiacutes de Montes
Belos os pontos fracos foram os laccedilos familiares falta de atuaccedilatildeo dos membros
envolvidos presenccedila de fortalecimento do APL e insuficiecircncia no desenvolvimento de
funccedilotildees por parte de alguns envolvidos
Os pontos fortes identificados no APL Accedilafratildeo de Mara Rosa foram os seguintes
relaccedilotildees comerciais terra propiacutecia mercado cooperativa e creacutedito Jaacute no APL
Ceracircmica Vermelha destacaram-se a matildeo de obra qualificada infraestrutura criaccedilatildeo
do curso de ceramistas ampliaccedilatildeo da confianccedila e inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Finalmente
no APL Satildeo Luiacutes de Montes Belos foram a estrutura fundiaacuteria ambiente associativista
e cooperativista em ascensatildeo disponibilidade de oportunidade constante de formaccedilatildeo
e capacitaccedilatildeo para atividades em todos os elos da cadeia produtiva
Nas observaccedilotildees realizadas in loco nos APLs estudados constatou-se certo
distanciamento ou seja natildeo haacute laccedilos relacionais fortes entre os envolvidos nos APLs
tais como o governo associados empresas parceiros sociedade e entidades
puacuteblicas e privadas Aleacutem disso foram observadas accedilotildees com baixa efetividade e
concretizaccedilatildeo causadas por falta de confianccedila natildeo compartilhamento de ideias
individualismo falta de comprometimento disposiccedilatildeo interna carecircncia de recursos
89
humanos e competiccedilatildeo predatoacuteria o que impede a articulaccedilatildeo e fortalecimento do
arranjo empresarial
Como proposta de melhoria sugere-se a criaccedilatildeo de linhas de creacutedito especiacuteficas
para execuccedilatildeo de accedilotildees de inovaccedilatildeo em empresas participantes dos APLs criaccedilatildeo de
consoacutercioredes programas de acesso ao mercado capacitaccedilatildeo tecnoloacutegica
capacitaccedilatildeo de matildeo de obra e gerencial qualidade produtividade e certificaccedilatildeo de
seus produtos concessatildeo de subsiacutedios e incentivos fiscais poliacuteticas de melhorias
macroeconocircmicas (juros tributos cacircmbio taxa de crescimento) desenvolver
vantagens competitivas dinacircmicas (aprendizagem e inovaccedilatildeo) constantes aleacutem do
apoio governamental para projetos de pesquisa de universidades que foquem o
desenvolvimento de produtos para MPEs organizadas em APLs e que sua governanccedila
esteja presente em todas as instituiccedilotildees puacuteblicas (CASTRO et al 2010 CASTRO e
ESTEVAM 2010 MASQUIETTO SACOMANO NETO e GIULIAN 2010)
Conclui-se que para que ocorram ganhos de cooperaccedilatildeo em sua totalidade
nos APLs eacute necessaacuterio comprometimento e uniatildeo dos seus componentes e apoio
tanto dos oacutergatildeos privados quanto dos puacuteblicos para incentivar a inovaccedilatildeo
aprendizagem e cooperaccedilatildeo fomentando assim o desenvolvimento das economias
locais
Para dar continuidade a esta pesquisa sugere-se comparar se haacute diferenccedilas ou
semelhanccedilas entre os ganhos competitivos de APLs e RCEs no Estado de Goiaacutes
90
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97
APEcircNDICE 1 ndash Questionaacuterio utilizado nas entrevistas
PROJETO DE APLREDE DE COOPERACcedilAtildeO CONVEcircNIO 0012012
FICHA DE CADASTRO Consultor SILVIO DE JESUS BATISTA Data Duraccedilatildeo da entrevista Local da entrevista FICHA DE CADASTRO DO APL Nome do APL Tempo de existecircncia do APL UniversidadeRegiatildeo Nordm de associados do APL Setor Econocircmico( ) Comeacutercio ( ) Induacutestria ( ) Serviccedilo ( ) Agronegoacutecio ( ) ONG GOV Segmento de atuaccedilatildeo Tem executivo eou gestor O APL tem sede ( ) Sim ( ) Natildeo Endereccedilo da sede Bairro Cidade Email Site
DADOS DO PRESIDENTE Nome do Presidente Telefone Fixo ( ) Site Data de Nascimento Sexo ( ) Fem ( ) Masc Niacutevel de Escolaridade ( ) Ensino Meacutedio Incompleto ( ) Ensino Meacutedio Completo ( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Especializaccedilatildeo ( ) Mestrado ( ) Doutorado DADOS DO PRINCIPAL CONTATO DO APL Nordm de funcionaacuterios do APL Informaccedilotildees Adicionais
ENTREVISTADO EMPRESA QUE DIRIGE CARGO NO APL E-mail Sexo ( ) Fem ( ) Masc Telefone Fixo Celular
98
CRITEacuteRIO RESULTADOS Proporcionados pelo APL 1 A participaccedilatildeo no APL proporcionou aprendizagem para as empresas
associadas (mercado produto fornecedor processos ferramentas gestatildeo )
2 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a ampliaccedilatildeo das relaccedilotildees comerciais para as empresas associadas (novos clientes novos fornecedores novos prestadores de serviccedilos)
3 A participaccedilatildeo no APL proporcionou melhores condiccedilotildees de negociaccedilatildeo para as empresas associadas (prazos preccedilos condiccedilotildees benefiacutecios extras patrociacutenios )
4 A participaccedilatildeo no APL proporcionou inovaccedilatildeo de mercado para as empresas
associadas (oferta de novos produtos oferta de novos serviccedilos ) 5 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a reduccedilatildeo de custos e riscos para as
empresas associadas (custos operacionais custos de transaccedilatildeo riscos de investimento )
6 A participaccedilatildeo no APL proporcionou a contrataccedilatildeo de infraestrutura e serviccedilos especializados para o aumento da competitividade das empresas associadas (consultorias CD )
7 A participaccedilatildeo no APL estreitou os laccedilos relacionais entre os associados da rede
Absorvidos pela empresa 8 Houve ampliaccedilatildeo do faturamento das empresas associadas 9 Houve ampliaccedilatildeo da lucratividade das empresas associadas 10 Houve ampliaccedilatildeo do nuacutemero de funcionaacuterios das empresas associadas 11 Houve melhorias nas instalaccedilotildees das empresas associadas 12 Houve melhoria na credibilidade das empresas associadas (comunidade
mercado local regional nacional )
99
13 Houve aumento da confianccedila no proacuteprio negoacutecio pelas empresas associadas
14 Houve aumentou da autoconfianccedila dos empresaacuterios associados
15 A participaccedilatildeo no APL melhorou a qualidade de vida dos empresaacuterios
associados
16 Quais os pontos fortes do APL E quais os pontos fracos
Muito Obrigado
100
ANEXO 1
GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS
Gabinete Civil da Governadoria Superintendecircncia de Legislaccedilatildeo
DECRETO Nordm 5990 DE 12 DE AGOSTO DE 2004
Institui a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais e daacute outras providecircncias
O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIAacuteS no uso de suas atribuiccedilotildees constitucionais e legais especialmente a do art 7o sect 10 inciso II da Lei no 13456 de 16 de abril de 1999 e tendo em vista o que consta do Processo no 24529141
D E C R E T A
Art 1o Eacute instituiacuteda na Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia a Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Paraacutegrafo uacutenico Para os efeitos deste Decreto consideram-se Arranjos Produtivos Locais os aglomerados de agentes econocircmicos poliacuteticos e sociais localizados em um mesmo espaccedilo territorial que apresentem real ou potencialmente viacutenculos consistentes de articulaccedilatildeo interaccedilatildeo cooperaccedilatildeo e aprendizagem para a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica
Art 2o A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais criada por este Decreto tem por finalidade empreender accedilotildees que objetivam a
I - estabelecer promover organizar e consolidar a poliacutetica estadual de inovaccedilatildeo tecnoloacutegica local atraveacutes da constituiccedilatildeo e o fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais
II - apoiar e incentivar o desenvolvimento cientiacutefico tecnoloacutegico e de inovaccedilatildeo estimulando accedilotildees nas cadeias produtivas de destaque no Estado
III - colaborar na captaccedilatildeo de recursos financeiros para aplicaccedilatildeo no desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
IV - criar e manter o Banco de Dados para armazenar dados informaccedilotildees e identificaccedilatildeo relativos a Arranjos Produtivos Locais existentes e a serem implantados no Estado
101
V - selecionar os setores produtivos e as regiotildees a serem apoiados por recursos do Estado na implementaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais
VI - incentivar e apoiar a qualificaccedilatildeo e a especializaccedilatildeo de matildeo-de-obra para o setor produtivo das aacutereas de apoio a Arranjos Produtivos Locais
VII - difundir e estimular a formaccedilatildeo de Arranjos Produtivos Locais com demonstraccedilatildeo de sua importacircncia para a economia local e regional
VIII - criar condiccedilotildees de avaliaccedilatildeo do andamento de cada Plataforma Tecnoloacutegica visando observar os resultados concretos e os benefiacutecios gerados para o Estado em funccedilatildeo da sua implantaccedilatildeo
IX - estabelecer as condiccedilotildees indispensaacuteveis agraves accedilotildees cooperativas dos setores puacuteblicos e privados com o intuito de garantir a aplicaccedilatildeo maacutexima de conhecimentos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos atualizados bem como auxiliar no desenvolvimento de tecnologias apropriadas agraves necessidades de cada regiatildeo
X - prestar assessoramento e informaccedilotildees a todas as pessoas fiacutesicas ou juriacutedicas interessadas nos objetivos estabelecidos neste Decreto
XI - realizar accedilotildees e desenvolver atividades afins e complementares
Art 3o - A Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seraacute integrada por um representante titular e suplente de cada um dos seguintes oacutergatildeos e entidades
I - Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Irrigaccedilatildeo - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
II - Secretaria de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
III - Secretaria de Induacutestria e Comeacutercio
IV - Secretaria de Infra-estrutura
V - Secretaria de Gestatildeo e Planejamento - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
V - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento
VI - Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hiacutedricos - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VI - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Industrial
VI-A ndash Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Regiatildeo Metropolitana de Goiacircnia
102
- Acrescido pelo Decreto nordm 7722 de 13-09-2012
VII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Regional
VIII - Agecircncia Goiana de Assistecircncia Teacutecnica Extensatildeo Rural e Pesquisa Agropecuaacuteria do Estado de Goiaacutes -EMATER- - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
VIII - Agecircncia Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiaacuterio
IX - Agecircncia de Fomento de Goiaacutes SA
X - Federaccedilatildeo da Agricultura e Pecuaacuteria de Goiaacutes - FAEG
XI - Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Goiaacutes - FIEG
XII - Serviccedilo de Apoio agraves Micro e Pequenas Empresas em Goiaacutes - SEBRAE
XIII - Universidade Federal de Goiaacutes - UFG
XIV - Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - PUC GO - Redaccedilatildeo dada pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XIV - Universidade Catoacutelica de Goiaacutes - UCG
XV - Universidade Estadual de Goiaacutes - UEG
XVI - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria -EMBRAPA-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVII Fundaccedilatildeo de Amparo agrave Pesquisa do Estado de Goiaacutes -
FAPEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
XVIII - Federaccedilatildeo dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiaacutes -FETAEG-
- Acrescido pela Lei nordm 7289 de 11-4-2011
Art 4o A Coordenaccedilatildeo da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Local compete ao titular da Secretaria de Ciecircncia e Tecnologia que seraacute responsaacutevel pelo acompanhamento e controle da execuccedilatildeo das accedilotildees desenvolvidas pela Rede sendo suas atribuiccedilotildees ainda
I - prestar informaccedilotildees sobre os trabalhos desenvolvidos pela Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais bem como quanto aos seus resultados ao Governador do Estado de Goiaacutes
II - promover junto aos oacutergatildeos da administraccedilatildeo puacuteblica direta e
103
indireta com a cooperaccedilatildeo dos respectivos titulares a adoccedilatildeo de medidas necessaacuterias agrave realizaccedilatildeo efetiva dos objetivos da Rede
III - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas estaduais voltadas agrave efetividade orccedilamentaacuteria aos Arranjos Produtivos Locais
IV - propor ao Chefe do Poder Executivo a adoccedilatildeo das providecircncias necessaacuterias agrave fiel execuccedilatildeo das atividades a serem desenvolvidas pela Rede
V - avaliar os resultados alcanccedilados com a implantaccedilatildeo das accedilotildees propostas pela Rede propondo e implementando as alteraccedilotildees que se fizerem necessaacuterias ao Chefe do Poder Executivo
Art 5o A Coordenaccedilatildeo a que se refere o art 4o deste Decreto contaraacute com uma Comissatildeo Teacutecnica composta por representantes nomeados livremente pelo Governador do Estado
Paraacutegrafo uacutenico As entidades oacutergatildeos e demais instituiccedilotildees de qualquer natureza juriacutedica incluem-se no acircmbito da Rede de que trata este Decreto independentemente de qualquer relaccedilatildeo de convecircnio ou contrato visando atendimento dos afins a que se dispotildee este Decreto
Art 6o As normas de funcionamento da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais seratildeo instituiacutedas mediante regimento interno proacuteprio a ser apreciado e aprovado por ato do Chefe do Poder Executivo
Art 7o As omissotildees e controveacutersias acaso existentes na aplicaccedilatildeo deste Decreto seratildeo resolvidas pelo plenaacuterio da Rede Goiana de Apoio a Arranjos Produtivos Locais
Art 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
PALAacuteCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIAacuteS em Goiacircnia 12 de agosto de 2004 116o da Repuacuteblica
MARCONI FERREIRA PERILLO JUacuteNIOR Ivan Soares de Gouvecirca Denise Aparecida Carvalho
(DO de 17-08-2004)
Este texto natildeo substitui o publicado no DO de 17-08-2004