anÁlise de viabilidade de empreendimento imobiliÁrio participante do programa minha casa minha...

82
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA PEDRO FERRO DOMINGOS DA COSTA 2018

Upload: others

Post on 23-Sep-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO

PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

PEDRO FERRO DOMINGOS DA COSTA

2018

Page 2: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO

PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

PEDRO FERRO DOMINGOS DA COSTA

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Profa. Thereza C. N. Aquino

RIO DE JANEIRO

Novembro de 2018

Page 3: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO

PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

Pedro Ferro Domingos da Costa

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

________________________________________________

Profa. Thereza Aquino, D.Sc.

______________________________________________

Profa. Elaine Garrido Vazquéz, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Luis Otávio Cocito, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

NOVEMBRO DE 2018

Page 4: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

Costa, Pedro Ferro Domingos

Análise de viabilidade de empreendimento imobiliário

participante do programa Minha Casa Minha Vida / Pedro Ferro –

Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2018.

X, 73 p.:il.; 29,7 cm.

Orientadora: Thereza C. N. Aquino

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Civil, 2018.

Referências Bibliográficas: p.59-60.

1. Análise de Viabilidade. 2. Empreendimento

Imobiliário. 3. Fluxo de Caixa Descontado.

I. D.Sc. Thereza C. N. Aquino II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil III.

Análise de viabilidade de empreendimento imobiliário participante

do programa Minha Casa Minha Vida

Page 5: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

“(...) Se você quer chegar onde a maioria não chega, faça o que a maioria não faz”

Bill Gates

Page 6: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família, Virgínia, Canrobert e Matheus pela inspiração e

motivação a estudar na melhor faculdade de engenharia civil do Brasil, além do

incondicional apoio nessa caminhada.

À empresa RJZ Cyrela que me deu a oportunidade de conhecer o mercado

imobiliário e da construção civil, e também pelo conhecimento e material cedido para o

presente estudo.

Ao corpo docente de engenharia da Escola Politécnica da UFRJ, que contribuíram

para a minha formação profissional e pessoal.

Page 7: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO

PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

Pedro Ferro Domingos da Costa

Novembro de 2018

Orientadora: Thereza Aquino

Em 2009, governo federal lançou o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV),

que tem como objetivo atacar um dos maiores problemas sociais do Brasil, o déficit

habitacional, que atinge todas as regiões do Brasil e atualmente está em 7 milhões de

unidades habitacionais. Desde seu lançamento, mais de 4 milhões de moradias foram

contratadas, e a previsão, a partir de 2018 é de 750 mil unidades contratadas ao ano. Dessa

maneira, faz-se necessário realizar uma análise de viabilidade desse tipo de

empreendimento na visão de uma incorporadora e construtora de imóveis sediada no

município do Rio de Janeiro. O presente trabalho abordará os aspectos da incorporação

imobiliária de empreendimentos residenciais voltados para a baixa renda e participantes

do Programa Minha Casa Minha Vida. Será apresentado o local de construção, a

compatibilidade com as leis locais, o perfil do cliente alvo, a simulação do fluxo de

recebíveis de unidades vendidas através do MCMV, montagem do fluxo de caixa

nominal, de acordo com premissas utilizadas no mercado. A viabilidade será montada

através do método de fluxo de caixa descontado, com a adoção do custo de capital da

empresa, serão interpretados os indicadores da taxa interna de retorno (TIR), valor

presente líquido (VPL), margens e payback para a tomada de decisão.

Palavras-chave: Programa Minha Casa Minha Vida, Viabilidade, Mercado Imobiliário,

Incorporação Imobiliária, Análise Financeira, VPL, TIR.

Page 8: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

Abstract of Undergraduate Project presented to Polytechnic School/UFRJ as a

partial fulfillment of the requirements for the degree of Engineer.

ANALYSIS OF ECONOMIC VIABILITY OF PROPERTY DEVELOPMENT

PARTICIPANT OF THE GOVERNMENT HOUSING PROGRAM

Pedro Ferro Domingos da Costa

November 2018

Adviser: Thereza Aquino

In 2009, the federal government launched the Minha Casa, Minha Vida (MCMV)

program, which aims to tackle one of the biggest social problems in Brazil, the housing

deficit that affects all regions of Brazil and currently stands at 7 million housing units.

Since its launch, more than 4 million homes have been contracted, and the forecast, as of

2018 is 750 thousand units contracted per year. Thus, it is necessary to carry out a viability

analysis of this type of enterprise in the view of a real estate developer and construction

company based in the city of Rio de Janeiro. This study will deal with aspects of the real

estate development of low-income residential projects and participants in the Minha Casa

Minha Vida Program. It will present the construction site, compatibility with local laws,

target customer profile, simulation of receivables flow of units sold through MCMV,

assembling of nominal cash flow, according to assumptions used in the market. The

viability will be based on the discounted cash flow method, with the adoption of the cost

of capital of the company, the internal rate of return (IRR), net present value (NPV),

margin and payback indicators will be interpreted to make a decision.

Keywords: Government Housing Program, Viability, Real Estate Market,

Real Estate Incorporation, Financial Analysis, NPV, IRR.

Page 9: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: DÉFICIT HABITACIONAL BRASILEIRO – 2000 A 2016 – (ADAPTADO DE MINISTÉRIO DAS CIDADES,

2011) ................................................................................................................................................... 3

FIGURA 2:REPRESENTAÇÃO SINTÉTICA DO CICLO DO PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA –

(MOREIRA, VINÍCIUS, MINHA CASA MINHA VIDA EM NÚMEROS, 2017) ........................................ 12

FIGURA 3: VALORES MÁXIMOS PARA UM IMÓVEL PARTICIPANTE DO MCMV – (CARTILHA MCMV,

MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2017 <HTTP://WWW.PLANEJAMENTO.GOV.BR/ASSUNTOS/INVESTIMENTO-

E-PAC/PUBLICACOES-NACIONAIS/CARTILHA-MINHA-CASA-MINHA-VIDA.PDF/VIEW>) ....................... 15

FIGURA 4: EXEMPLIFICAÇÃO DO CÁLCULO DA MARGEM BRUTA ................................................................. 24

FIGURA 5: EXEMPLIFICAÇÃO DO CÁLCULO DA MARGEM LÍQUIDA ............................................................... 25

FIGURA 6: ILUSTRAÇÃO DO PONTO DE EXPOSIÇÃO MÁXIMA DO FLUXO DE CAIXA ...................................... 26

FIGURA 7: ILUSTRAÇÃO DO RETORNO DO INVESTIMENTO (VALOR RESIDUAL DO FLUXO DO FLUXO DE

CAIXA) .............................................................................................................................................. 26

FIGURA 8: PERFIL DO CLIENTE MRV – (MRV, RELAÇÕES COM INVESTIDORES, 2017

<HTTPS://RI.MRV.COM.BR/>) ............................................................................................................. 27

FIGURA 9: DELIMITAÇÃO DO BAIRRO ROCHA – (GOOGLE MAPS, 2018

<HTTPS://WWW.GOOGLE.COM.BR/MAPS>) ......................................................................................... 29

FIGURA 10: LOCALIZAÇÃO DO TERRENO – (GOOGLE MAPS, 2018< HTTPS://WWW.GOOGLE.COM.BR/MAPS>)

.......................................................................................................................................................... 30

FIGURA 11: LOCALIZAÇÃO DO TERRENO – (GOOGLE EARTH, 2018

<HTTPS://WWW.GOOGLE.COM.BR/MAPS/>) ........................................................................................ 30

FIGURA 12: LOCALIZAÇÃO DO TERRENO – (GOOGLE EARTH, 2018

<HTTPS://WWW.GOOGLE.COM.BR/MAPS/>) ........................................................................................ 31

FIGURA 13: FLUXO DE PAGAMENTO DA LINHA "TERRENOS", COM TODAS AS DESPESAS REFERENTE À

AQUISIÇÃO DO TERRENO .................................................................................................................... 31

FIGURA 14: PLANTA BÁSICA DO PROJETO COM ÁREA DE 48,82 M², PADRÃO MCMV – (PRECON

ENGENHARIA < HTTPS://WWW.MEUPRECON.COM.BR/EMPREENDIMENTOS/VILLE-HOLANDA/>) ......... 33

FIGURA 15: CRONOGRAMA DO EMPREENDIMENTO ...................................................................................... 35

FIGURA 16: FLUXO DE RECEBÍVEIS DE TODO O EMPREENDIMENTO, COM BASE NA VELOCIDADE DE VENDAS,

PREÇO MÉDIO ADOTADO E VELOCIDADE DE VENDAS .......................................................................... 40

FIGURA 17: GRÁFICO DO SALDO ACUMULADO ............................................................................................ 46

FIGURA 18: GRÁFICO DO FLUXO DE CAIXA E PAYBACK SIMPLES DO PROJETO - FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA

.......................................................................................................................................................... 50

FIGURA 19: SENSIBILIDADE DO PREÇO M² DE VENDA X VENDAS POR MÊS - FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA 53

FIGURA 20: ANÁLISE DO PREÇO M² DE VENDA X PREÇO M² DE ÁREA CONSTRUÍDA – FONTE: ELABORAÇÃO

PRÓPRIA ............................................................................................................................................. 55

Page 10: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO TOTAL E RESIDENTE EM FAVELA NO MUNICÍPIO DO RIO DE

JANEIRO, 1950/2010 – (ADAPTADO DE CENSOS DEMOGRÁFICOS, IBGE, 2010) .................................. 2

TABELA 2: RENDA FAMILIAR BRUTA E TAXA E JUROS POR FAIXA DO MCMV – (ADAPTADO DE CARTILHA

MCMV, MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2017) ........................................................................................ 14

TABELA 3: RESUMO DAS TRÊS FAIXAS: MONTANTE CONTRATADO EM CADA REGIÃO DO PAÍS – (ADAPTADO

DE MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2017) ................................................................................................. 15

TABELA 4: DIFERENÇA ENTRE IMÓVEIS DE BAIXA E MÉDIA/ALTA RENDA.................................................... 28

TABELA 5: QUADRO DE ÁREAS POR TIPOLOGIA ........................................................................................... 32

TABELA 6: IAT DO PROJETO ........................................................................................................................ 33

TABELA 7: GABARITO DO PROJETO ............................................................................................................. 33

TABELA 8: CÁLCULO DO VGV TOTAL DO EMPREENDIMENTO ..................................................................... 34

TABELA 9: CÁLCULO DO VGV LÍQUIDO DO INCORPORADOR, APÓS DESCONTO DA COMISSÃO .................... 36

TABELA 10: TABELA DE VENDAS PADRÃO PARA EMPREENDIMENTO COMUM (NÃO ENQUADRADO NO

MCMV) ............................................................................................................................................ 37

TABELA 11: TABELA DE VENDAS PADRÃO PARA EMPREENDIMENTO MCMV .............................................. 37

TABELA 12: EXEMPLO DO CÁLCULO DO PRÓ-SOLUTO ................................................................................. 37

TABELA 13: VALOR DO FIT PARA CADA UNIDADE ...................................................................................... 38

TABELA 14: PREMISSAS PARA O CÁLCULO DA DEFLAÇÃO DO REPASSE ASSOCIATIVO ................................. 39

TABELA 15: PREMISSAS DE VENDAS ............................................................................................................ 39

TABELA 16: ORÇAMENTO DE INCORPORAÇÃO............................................................................................. 41

TABELA 17: CÁLCULO DA VERBA DE MARKETING ........................................................................................ 42

TABELA 18: RESUMO DOS CUSTOS COM OBRA ............................................................................................. 43

TABELA 19: ORÇAMENTO DE MANUTENÇÃO ............................................................................................... 44

TABELA 20: VERBA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE ........................................................................ 44

TABELA 21: VERBA DE DESPESAS DE VENDAS ............................................................................................. 44

TABELA 22: VERBA DE DESP. ADMINISTRATIVAS ........................................................................................ 45

TABELA 23: RESUMO DOS INDICADORES DO PROJETO ................................................................................. 47

TABELA 24: RESULTADOS NOMINAIS .......................................................................................................... 48

TABELA 25: RESULTADOS A VALOR PRESENTE (VP) ................................................................................... 48

TABELA 26: RESULTADO NOMINAL POR APARTAMENTO ............................................................................. 51

TABELA 27: RESULTADO NOMINAL POR M² DE ÁREA PRIVATIVA ................................................................. 52

TABELA 28: PRINCIPAIS PREMISSAS ADOTADAS .......................................................................................... 52

Page 11: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

LISTA DE EQUAÇÕES

EQ. 1... ........................................................................................................................................................ 19

EQ. 2...... ..................................................................................................................................................... 20

EQ. 3.... ....................................................................................................................................................... 22

EQ. 4... ........................................................................................................................................................ 23

EQ. 5... ........................................................................................................................................................ 24

EQ. 6 .................................................................................................................................. ..........................25

EQ. 7...... ..................................................................................................................................................... 28

EQ. 8..... ...................................................................................................................................................... 32

EQ. 9 ............................................................................................................................................................38

EQ. 10 ......................................................................................................................................................... 45

EQ. 11 ......................................................................................................................................................... 45

EQ. 12 ......................................................................................................................................................... 50

EQ. 13 ......................................................................................................................................................... 51

Page 12: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BNH – Banco Nacional da Habitação

CAPM – Capital Asset Pricing Model

CEF – Caixa Econômica Federal

CNM – Confederação Nacional de Municípios

COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

FAR- Fundo de Arrendamento Residencial

FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

FGV – Fundação Getúlio Vargas

IAT – Índice de Aproveitamento do Terreno

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IRPJ- Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas

IPTU - Imposto Territorial Urbano

ITBI - Imposto de Transmissão de Bens Imobiliários

INCC – Índice Nacional da Construção Civil

LTV – Loan To Value

PIB – Produto Interno Bruto

PIS/PASEP - Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do

Patrimônio do Servidor Público

PMCMV – Programa Minha Casa, Minha Vida

PNHU - Programa Nacional da Habitação Urbana

PNHR - Programa Nacional da Habitação Rural

RGI – Registro Geral de Imóveis

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SPE – Sociedade de Propósito Específica

TCU – Tribunal de Contas da União

TIR – Taxa Interna de Retorno

TMA – Taxa Mínima de Atratividade

VGV – Valor Geral de Vendas

VPL – Valor Presente Líquido

WACC - Weighted Average Cost of Capital

Page 13: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1

2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR IMOBILIÁRIO .................................................................... 6

2.3.1 PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO E REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO (RET) .......................... 10

2.5.1 MCMV FASE 1:................................................................................................................... 13

2.5.2 MCMV FASE 2:................................................................................................................... 13

2.5.3 MCMV FASE 3 (FASE ATUAL): ............................................................................................ 14

2.5.4 CONTRATAÇÕES DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (MCMV) .............................. 15

3 METODOLOGIA E REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 17

3.1.1 VIABILIDADE DE COMPRA ................................................................................................... 18

3.1.2 VIABILIDADE DE LANÇAMENTO .......................................................................................... 18

3.1.3 VIABILIDADE DE ACOMPANHAMENTO ................................................................................. 18

3.2.1 CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO - CAPITAL ASSET PRICING MODEL (CAPM). ........................... 19

3.2.2 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CPMC) - WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL

(WACC) ............................................................................................................................................ 20

3.3.1 FLUXO DE CAIXA EM MOEDA FORTE ................................................................................... 21

3.3.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ....................................................................................... 22

3.3.3 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) .................................................................................... 22

3.3.4 TEMPO DE RECUPERAÇÃO DO CAPITAL SIMPLES – PAYBACK SIMPLES.................................. 23

3.3.5 MARGEM DE LUCRO ............................................................................................................ 24

3.3.5.1 MARGEM BRUTA ................................................................................................................. 24

3.3.5.2 MARGEM LÍQUIDA .............................................................................................................. 25

3.3.6 EXPOSIÇÃO MÁXIMA – CASH OUT ....................................................................................... 25

3.3.7 VALOR REMANESCENTE DO INVESTIMENTO - CASH IN ........................................................ 26

4 ESTUDO DE CASO – RESIDENCIAL MARACANÃ ............................................................... 27

Page 14: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

4.6.1 PRECIFICAÇÃO ..................................................................................................................... 34

4.6.2 VELOCIDADE DE VENDAS .................................................................................................... 35

4.8.1 COMISSÃO ........................................................................................................................... 36

4.8.2 RECEITA DAS UNIDADES VENDIDAS .................................................................................... 36

4.10.1 INCORPORAÇÃO ................................................................................................................... 41

4.10.2 MARKETING ......................................................................................................................... 42

4.11.1 CARACTERÍSTICAS DA CONSTRUÇÃO .................................................................................. 42

4.11.2 ORÇAMENTO DETALHADO .................................................................................................. 42

4.17.1 INDICADORES ...................................................................................................................... 46

4.17.1.1 LUCRO E MARGEM NOMINAL .............................................................................................. 47

4.17.1.2 LUCRO (VPL) E MARGEM A VALOR PRESENTE (VP) .......................................................... 48

4.17.1.3 CASH OUT, CASH IN E TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) .................................................. 49

4.17.1.4 PAYBACK SIMPLES .............................................................................................................. 50

4.17.1.5 VPL/EXPOSIÇÃO MÁXIMA - CASH IN .................................................................................. 50

4.17.1.6 RESULTADO POR APARTAMENTO ........................................................................................ 51

4.17.1.7 RESULTADO POR M² DE ÁREA PRIVATIVA ........................................................................... 52

4.17.2 SIMULAÇÕES E ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ........................................................................ 52

4.17.2.1 ANÁLISE PREÇO M² DE VENDA X VELOCIDADE DE VENDAS ................................................ 53

4.17.2.2 ANÁLISE PREÇO M² DE VENDA X PREÇO M² DE ÁREA CONSTRUÍDA .................................... 54

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 57

Page 15: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

7

Page 16: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

1

1 INTRODUÇÃO

HISTÓRICO E CONTEXTO ECONÔMICO

O Brasil passou, a partir da segunda metade do século XX, por distintos momentos

econômicos e políticos, e foi na distribuição demográfica que o país viveu uma de suas

maiores mudanças. Uma população antes predominantemente rural, passou a se

movimentar em direção às cidades em um curto espaço de tempo, sendo esse fenômeno

denominado como urbanização. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE), em 1970 o Brasil possuía uma taxa de urbanização de 56% e após 3 décadas,

essa taxa passou para 81%, um crescimento expressivo.

Em 2050, segundo projeções, a porcentagem da população brasileira que vive em

centros urbanos ficará em 94%.

Figura 1: População residente por situação de domicílio no Brasil – 1940 a 2050 – (Adaptado de

Censos Demográficos, IBGE, 2010)

O ritmo dessa mudança no Brasil foi muito acelerado quando comparado às

economias desenvolvidas, com diversos centros urbanos recebendo grandes fluxos

migratórios em um curto espaço de tempo. Centros esses que não estavam preparados

para esse rápido crescimento urbano, pois a construção da mínima infraestrutura

necessária para abrigar esse grande fluxo não acompanhou esse ritmo de crescimento do

12,9 18,8 31,352,1

80,4111

138

237,7

28,3 33,238,8

41,1

38,6

35,8

31,8

16,3

31%36%

45%

56%

68%

76%81%

94%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0

50

100

150

200

250

300

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2050

MIL

ES

DE

HA

BIT

AN

TE

S

Urbana Rural Urbanização

Page 17: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

2

meio urbano, causando a formação de espaços inadequados à habitação, além do aumento

da violência urbana e da economia informal.

Em especial no município do Rio de Janeiro, esse processo de urbanização, aliado

à imigração e às políticas públicas de “embelezamento da cidade” no início do século

XX, o crescimento de locais inapropriados para a habitação, as conhecidas “favelas”, foi

vertiginoso, chegando a representar aproximadamente 21% da população total da cidade.

Tabela 1: Crescimento da população total e residente em favela no município do Rio de Janeiro,

1950/2010 – (Adaptado de Censos Demográficos, IBGE, 2010)

Diante desse cenário de precariedade habitacional, políticas públicas e reformas

vem sendo implementadas nessa área, em 1964 foi criado o Banco Nacional da Habitação

(BNH) que tinha como função realizar operações de crédito imobiliário, utilizando

recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço do Trabalhador (FGTS). O Banco

desde sua constituição foi importante para transmitir suas funções para a iniciativa

privada, sendo uma prática inédita para a época, como mencionado por Amaury P.

Gremaud, (1996, p.212).

O banco arrecadava os recursos financeiros e em seguida os transferia

para os agentes privados intermediários. Algumas medidas inclusive

demonstravam que havia ao mesmo tempo uma preocupação com o

planejamento das ações de urbanização aliada aos interesses do capital

imobiliário (...) Assim, o BNH era na verdade um eficaz agente de

dinamização da economia nacional desempenhando um importante

papel junto ao capital imobiliário nacional, fugindo do seu objetivo

principal, pelo menos o que era dito, de ser o indutor das políticas

habitacionais para superação do déficit de moradia.

Portanto, o BNH não resistiu à grave crise inflacionária vivida no Brasil durante

à década de 1980, levando a uma forte queda do poder de compra do salário,

Anos Pop. RJ Pop. Favela Cresc. Pop. RJ a.a Cresc. Pop. Fav. a.a Pop. Fav/Pop. RJ

1950 2.375.280 169.305 - - 7,13%

1960 3.300.431 335.063 3,34% 7,06% 10,15%

1970 4.251.918 565.135 2,57% 5,37% 13,29%

1980 5.090.723 722.424 1,82% 2,49% 14,19%

1991 5.480.768 962.793 0,67% 2,65% 17,57%

2000 5.924.620 1.156.743 0,88% 2,06% 19,52%

2010 6.320.532 1.336.786 0,65% 1,62% 21,15%

Page 18: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

3

principalmente da classe média, o público que havia se tornado alvo das políticas

habitacionais deste sistema.

De 1986 (ano de extinção do BNH), até a década de 2000 foram poucas políticas

públicas voltadas para o segmento habitacional relevantes para o país como um todo. Em

2004 foi criada a Política Nacional de Habitação (Lei 10.931) – Programa de Subsídio à

Habitação de Interesse Social.

Lei essa que que possibilitou a criação em 2009 do Minha Casa Minha Vida

(MCMV), lançado em 2009. Desde então, até 2017, esse programa contou com mais de

R$ 294 bilhões investidos, beneficiando mais de 10 milhões de brasileiros, garantindo

acesso à casa própria e a redução da densidade domiciliar no Brasil, permitindo que o

setor de construção civil nacional crescesse de forma relevante nos últimos anos em

relação aos outros setores da economia.

Atualmente, segundo dados do IBGE, esse setor representa aproximadamente

10% do PIB, empregando quase 15 milhões de brasileiros, movimentando o mercado de

capitais e sendo um dos principais vetores de desenvolvimento no meio urbano e rural.

Mesmo com a criação dos programas e políticas habitacionais mencionados, o déficit

habitacional ainda permanece em níveis altos, apontado como 7 milhões de moradias em

2015 (figura 2).

Figura 1: Déficit habitacional brasileiro – 2000 a 2016 – (Adaptado de Ministério das Cidades,

2011)

6,7

5,4

6,9

5,4

6,1

7,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

2000 2008 2010 2012 2014 2016

Milh

ôes

de

Res

iden

cias

Page 19: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

4

Esse segmento do MCMV, o segmento econômico, apresenta-se hoje como a

melhor relação risco x retorno se comparado aos demais segmentos do setor de construção

civil residencial. O déficit habitacional atual, estimado em 7,7 milhões de domicílios,

segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cresceu cerca de 6% desde 2009.

Estima-se que até 2024 o país gere 16,8 milhões de novos núcleos familiares e, desta

forma, torna-se urgente a construção de habitações adequadas para mais de 20 milhões

de famílias nos próximos 6 ou 7 anos. Até 2040 (também por conta da intensa urbanização

apresentada anteriormente), a estimativa é de cerca de 30 milhões de moradias.

A construção habitacional é elemento fundamental e prioritário da agenda política

e econômica do país pelos próximos anos com forte apelo da sociedade aos programas de

acesso à habitação, especialmente o já mencionado Minha Casa Minha Vida (MCMV).

Dado o histórico, contexto e as perspectivas futuras da habitação no Brasil aqui

apresentadas, faz-se necessário o estudo de viabilidade econômica de um

empreendimento imobiliário do segmento econômico enquadrado no MCMV. O presente

estudo irá simular a realização de um empreendimento localizado na cidade do Rio de

Janeiro – RJ, verificar as particularidades do programa, elaborar orçamentos conforme

premissas de mercado, para que seja possível elaborar o fluxo de caixa descontado do

empreendimento e a posterior análise de indicadores. Assim será possível avaliar os riscos

envolvidos e tomar decisões de investimento.

OBJETIVOS DO TRABALHO

O objetivo principal deste trabalho é realizar e avaliar a viabilidade econômica –

financeira de um projeto de habitação popular dentro do programa Minha Casa, Minha

Vida.

Para que isso seja possível, será necessário compreender o conceito de

incorporação imobiliária, as variáveis que influenciam o seu ciclo, entender os pontos

principais que determinam a vida financeira de um projeto residencial voltado para baixa

renda. Para isso, será adotada a metodologia do fluxo de caixa descontado e análise dos

Page 20: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

5

seus resultados como margens, Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno

(TIR) e o payback, avaliando os riscos que devem ser avaliados e quantificados para a

tomada de decisão.

ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho está estruturado em cinco capítulos da seguinte forma:

No primeiro capítulo, Introdução, está retratado o histórico da urbanização

brasileira, o atual cenário de déficit habitacional, o histórico dos programas habitacionais,

a justificativa do tema escolhido e os objetivos a serem alcançados.

No segundo capítulo, Caracterização do Mercado Imobiliário, está descrita a

estrutura das empresas e o modelo de negócios praticado no mercado. Há também a

caracterização do programa Minha Casa Minha Vida, com suas regras, diretrizes e

particularidades a serem utilizadas no estudo de caso.

No terceiro capítulo, Metodologia e Referencial Teórico, estão descritos os

procedimentos metodológicos, demonstrando de qual forma foram obtidos os dados que

embasam o presente estudo, além das informações obtidas através de referências externas

sobre os conceitos a serem abordados no presente estudo.

No quarto capítulo, Estudo de Caso, está a aplicação dos objetivos do trabalho em

um empreendimento imobiliário e a posterior análise dos resultados.

No quinto capítulo, Considerações Finais, é apresentado as limitações do estudo

desenvolvido, críticas e também sugestões para trabalhos posteriores.

Page 21: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

6

2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR IMOBILIÁRIO

EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS

Os empreendimentos imobiliarios são unidades de construção absolutamente

individualizadas, uma vez que cada empreendimento exige um novo terreno, um novo

projeto e um novo planejamento de execução. As limitaçoes para a padronização da

execução inibe a expansão das empresas para areas fora da região de atuação, bem como

a entrada de empresas estrangeiras que não estão acostumadas às condiçoes e praticas de

uma determinada região (MELHADO, 2001).

De acordo com Limmer (2010) a definição de empreendimento e caracterizada

como um projeto que está associado a realizaçoes físicas, unindo desde as ideias iniciais

até a sua concretização. O projeto possui um objetivo a ser executado, seguindo uma serie

de atividades ordenadas com condições de despesas, prazos, qualidade e riscos.

Conforme topico cinco da NBR 14.653-4 (ABNT, 2002), a classificação dos

empreendimentos pode ser efetuada de acordo com o estagio ou de acordo com a base.

Na classificação conforme o estagio os empreendimentos são subdivididos em concepção

ou anteprojeto, projeto, implantação ou execução, pre-operação, operação, paralisado ou

embargado, desativado e desmonte. Na classificação conforme a base os

empreendimentos são subdivididos em sete bases: imobiliaria (ou com exploração do solo

ou com benfeitorias), imobiliarios (com fim de exploração comercial ou serviços),

industrial, rural, comercial e serviços, rural e em concessoes de serviços públicos.

INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA

Adentrando o campo do direito, conforme preconiza o Título II da Lei de

Condomínio e Incorporação, podemos dizer que é considerada Incorporação toda a

atividade exercida com o intuito de promover e realizar a construção, para alienação total

ou parcial de edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades autônomas.

(Lei n.º 4.591/64 - Art. 28, § 2º).

Page 22: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

7

A caracterização do incorporador, é, segundo José Marcelo Tossi Silva (2010,

p.54):

Considera-se incorporador e se sujeita aos preceitos dessa lei toda

pessoa física ou jurídica que promova a construção para alienação total

ou parcial de edificação composta de unidades autônomas, qualquer que

seja sua natureza ou destinação.

Diga-se então, que o incorporador é um empresário, pois se resume em toda

pessoa física ou jurídica, independentemente da sua anterior profissão, ou objeto social,

na qual torna-se incorporador pelo fato de exercer, em caráter permanente ou eventual,

uma certa atividade em unidades autônomas. A vinculação entre as frações ideais de

terreno e negócio jurídico da construção presume-se desde o momento da venda, ou da

promessa de venda, ou da cessão, uma vez que o projeto do edifício já esteja aprovado.

No presente estudo, será apresentada uma incorporação imobiliária do segmento

residencial, sendo assim a incorporadora a dona do negócio que estaremos avaliando, ou

seja, os resultados analisados estarão na visão do incorporador.

Com isso, a incorporadora, por ser a empresa empreendedora, identifica as

oportunidades, faz estudos de viabilidade, adquire o terreno (ou faz permuta permitida

por lei, sem consumir seu landbank), formata o produto a ser desenvolvido. Além de suas

atribuições, a incorporadora tem como principais fornecedores:

Financiador, em geral instituições financeiras, quem empresta o dinheiro para a

realização do empreendimento. Alguns bancos fazem a operação financeira a partir do

compromisso de compra e venda das pessoas físicas, reduzindo riscos para os dois lados

e minimizando a necessidade de capital de giro líquido da incorporadora.

Construtora, que vai realizar obra, sendo remunerada à uma taxa de administração

correspondente à um percentual do custo de obra orçado.

Consultorias de planejamento imobiliário, que dão orientações e subsídios para

que o empreendedor coloque no mercado um produto adequado e realize um bom

negócio.

Page 23: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

8

Escritórios de arquitetura e engenharia, que farão projetos, orçamentos,

cronogramas e memoriais descritivos do empreendimento.

Consultorias especializadas em obtenção de licenças ambientais, licenças de

instalação, manejo e supressão vegetal, aprovações em órgãos públicos, aprovações em

órgãos de preservação do patrimônio cultural, etc.

Empresas de pesquisa de mercado e avaliação imobiliária realizada pela ABNT

NBR 14.653 para determinar qual será o valor de mercado do que se pretende construir e

o Valor Geral de Vendas (VGV) do empreendimento.

Agências de marketing, publicidade e propaganda.

A incorporadora é quem corre mais riscos com o empreendimento, por isso é quem

tem as maiores margens operacionais (lucro). Além disso, ela tem ciclos operacionais e

de caixa mais curtos que a construtora, o que lhe oferece grandes oportunidades de ganho.

Ela é a responsável pelo empreendimento enquanto negócio imobiliário. Está sob sua

responsabilidade a entrega do produto que foi oferecido e no prazo acordado

contratualmente com os clientes.

SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO (SPE)

No estudo, a incorporação do empreendimento se dará por meio de uma SPE

(Sociedade de Propósito Específico), sendo a empresa criada com objetivo determinado

e se encerra após a conclusão da obra, podendo vir a ser renovada para um novo negócio

a critério do incorporador.

As sociedades de propósito específico (SPE) são criadas em todo e qualquer tipo

de processo de incorporação, em caso de viabilização do empreendimento proposto.

Sendo assim, as incorporadoras possuem um leque grande de SPEs em seus portfólios.

Page 24: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

9

De acordo com Castro (2014), a SPE e um “modelo de organização empresarial

pelo qual se constitui uma nova empresa, limitada ou sociedade anônima, com um

objetivo específico, ou seja, cuja atividade é bastante restrita, podendo em alguns casos

ter prazo de existência determinado.”

A lei complementar nº 128 define a Sociedade de Propósito Específico como uma

sociedade com personalidade jurídica, escrituração contábil própria e demais

características comuns às empresas limitada ou sociedades anônimas. Portanto, ao nascer,

uma SPE possui, juridicamente, o direito de adquirir bens móveis, imóveis e participações

em sociedades.

Segundo Boscardin (2015), a maioria das incorporadoras utiliza-se em larga

escala a figura das SPEs para cada empreendimento lançado no mercado imobiliário,

sendo as principais motivações para as incorporadoras imobiliárias utilizarem esses

regimes:

Independência administrativa

Agilidade na contratação de empréstimo bancário para financiamento da obra

Flexibilidade para realização de parcerias

Transparência entre as partes envolvidas no negócio

As incorporadoras passaram a utilizar deste modelo jurídico muito pela

aplicabilidade do patrimônio de afetação no mercado imobiliário. Esta, como já explicado

anteriormente, possui o objetivo de oferecer garantias legais ao comprador em caso de

falência da empresa incorporadora.

Portanto, as SPEs proporcionam ao incorporador uma grande vantagem

competitiva, pois torna-se mais fácil, desta maneira, monitorar toda a entrada e saída de

caixa de cada um dos empreendimentos lançados, alcançando uma maior assertividade

perante a viabilidade corrente dos mesmos.

Page 25: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

10

2.3.1 Patrimônio de Afetação e Regime Especial de Tributação (RET)

A estrutura de uma SPE permite que a sociedade opte pela afetação do patrimônio

da empresa, tendo assim benefícios fiscais. Garantido pela lei n. 10.931, de 2 de agosto

de 2004, que instituiu o Regime Especial Tributário do Patrimônio de Afetação: “A

segregação patrimonial de bens do incorporador para uma atividade específica, com o

intuito de assegurar a continuidade e a entrega das unidades em construção aos futuros

adquirentes, mesmo em caso de falência ou insolvência do incorporador”.

A incorporadora que opta pela instituição do patrimônio de afetação em suas

operações imobiliárias, inclusive mediante a criação de SPE para determinado

empreendimento, tem a seu favor importantes elementos, como:

Diminuição de riscos e melhor segurança para seus clientes e para a instituição

financiadora da obra, assegurando o patrimônio do empreendimento dos bens do

incorporador em caso de falência.

Apuração individualizada no lucro de cada empreendimento.

Transmite maior transparência na gestão de seus empreendimentos perante as

partes envolvidas.

Obtém redução da carga tributária de 6% para 4% (ponto que colabora para o

aumento da margem do empreendimento) através do Regime Especial de Tributação da

Lei Federal nº 10.931/2004, que em seu artigo 4º e seguintes estabeleceu o percentual de

4% da receita recebida, correspondendo ao pagamento mensal e unificado do Imposto de

Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); Contribuição para os Programas de Integração Social

e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP); Contribuição Social

sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

(COFINS).

Page 26: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

11

HABITE-SE

Trata-se do evento em que a incorporadora recebe o aceite de obra após vistoria

física pela Prefeitura, cujo objetivo é a conferência do projeto construído em relação à

última versão do projeto legal aprovado, admitindo-se uma variação máxima de 5%

(cinco) por cento de desvio padrão.

Este aceite, após emitido pela Prefeitura na forma de certidão, deve,

obrigatoriamente, ser averbado no Registo Geral de Imóveis (RGI) competente onde foi

registrado o memorial de incorporação prévio ao lançamento do empreendimento, no

intuito de dar publicidade à efetivação da existência jurídica das unidades, o que permite

futuras transações públicas como por exemplo a escrituração definitiva pública de cada

uma das unidades, além de baixa de hipoteca contra quitação futura do financiamento à

produção ou alienação fiduciária que possa ter sido realizada pela incorporadora para

efeitos de resolução de caixa previamente à conclusão da obra.

Esse termo será usado no trabalho como sinônimo da data de entrega da obra.

PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA

Após a menção do Programa Minha Casa Minha Vida na introdução desse estudo,

entraremos agora em mais detalhes nos seus objetivos, abrangências, características e

resultados. Apresenta-se na figura 4 o entendimento sintético geral do Programa, a partir

da ideia de seu Ciclo (MOREIRA, p.598):

Page 27: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

12

Figura 2:Representação Sintética do Ciclo do Programa Minha Casa, Minha Vida –

(MOREIRA, Vinícius, Minha Casa Minha Vida em Números, 2017)

Conforme Cartilha do Minha Casa Minha Vida (MINISTÉRIO DAS CIDADES,

2017), o PMCMV é um programa de governo, tendo como diretrizes básicas: redução do

déficit habitacional; distribuição de renda e inclusão social; e dinamização do setor de

construção civil e geração de trabalho e renda.

O PMCMV tem por finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e

aquisição de novas unidades habitacionais para famílias com renda mensal bruta de até

R$ 4.650,00 e compreende dois subprogramas: o Programa Nacional da Habitação

Urbana (PNHU)e o Programa Nacional da Habitação Rural (PNHR).

O programa utiliza recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),

e do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS). É gerido pelo Ministério das Cidades e

operacionalizado pela Caixa Econômica Federal.

O MCMV, desde sua concepção em 2009, passou por 3 fases:

Page 28: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

13

2.5.1 MCMV Fase 1:

A Fase 1 teve início em 2009 e seu objetivo principal era popularizar a aquisição

de unidades habitacionais em todo território brasileiro. Com meta de construir 1 milhão

de habitações, o Governo apresentou as condições do programa e cadastrou os

interessados tanto em comprar quanto construir imóveis com o benefício do MCMV.

Inicialmente foram contempladas 3 faixas de renda:

Faixa 1 - Famílias com renda mensal bruta de até R$ 1.600

Faixa 2 - Famílias com renda mensal bruta entre R$ 1.600 e até R$ 3.275

Faixa 3 - Famílias com renda mensal bruta acima de R$ 3.275 até R$ 5.000

De acordo com MINISTÉRIO DAS CIDADES (2017), mais de 40% dos contratos

firmados pelo PMCMV no período 2009-2010 ocorreram em cidades médias, com

população entre 100 e 250 mil habitantes. As cidades médias têm características

importantes para o sucesso do programa, como demanda por residências, disponibilidade

de terrenos a preços mais acessíveis, além de possuir o setor da construção civil

relativamente bem estruturado. Nesse cenário, pode-se considerar que o PMCMV

estimula a economia não só nas grandes cidades, o que contribui para a descentralização

do crescimento.

2.5.2 MCMV Fase 2:

A fase iniciou durante o ano de 2011 e tinha como meta construir 2 milhões de

novas unidades com um investimento de R$125,7 bilhões até o final de 2014. Desse valor,

R$ 72,6 bilhões vieram do Orçamento Geral da União e do FGTS e outros R$ 53,1 bilhões

diretamente dos empréstimos. Nessa fase também se iniciou a participação do Banco do

Brasil no Programa.

Nessa fase as faixas foram:

Faixa 1 - Famílias que ganham uma renda mensal de até R$ 1.600

Page 29: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

14

Faixa 2 - Famílias que ganham entre R$ 1.600 e até R$ 3.600

Faixa 3 - Famílias que ganham acima de R$ 3.600 até R$ 5.000

2.5.3 MCMV Fase 3 (fase atual):

Em 2016 iniciou-se a terceira fase do Programa Minha Casa Minha Vida, que

pretende contratar mais 2 milhões de unidades habitacionais até 2018 com um

investimento de R$ 210 bilhões. Desse montante, R$ 41,2 bilhões virão do Orçamento

Geral da União. Além disso, houve a criação da faixa 1,5 - que beneficia famílias com

uma renda bruta mensal de até R$ 2.350. Essa medida foi tomada pois as famílias dessa

faixa financeira enfrentam dificuldades para encontrar imóveis compatíveis com seu

poder aquisitivo.

As demais faixas também sofreram alterações e tiveram seus limites ampliados

para que ainda mais famílias acessem o programa:

O teto da faixa 1 passou de R$ 1.600 para R$ 1.800

Faixa 1,5 – Famílias que ganham entre R$ 1.800 até 2.350

Faixa 2 – Famílias que ganham entre R$ 3.275 para R$ 3,6 mil

Faixa 3 - Famílias com renda de até R$ 6.500, valor que antes era de R$ 5.000

Os valores das faixas mencionadas acima, bem como as taxas de juros estão

presentes a seguir.

Tabela 2: Renda familiar bruta e taxa e juros por faixa do MCMV – (Adaptado de Cartilha

MCMV, Ministério das Cidades, 2017)

Faixas Renda Familiar Bruta Mensal Taxa de Juros

Faixa 1 R$ 1.800 -

Faixa 1,5 R$ 2.350 5% ao ano

Faixa 2

R$ 2.350 5,5% ao ano

R$ 2.700 6% ao ano

R$ 3.600 7% ao ano

Faixa 3 R$ 6.500 8,16% ao ano

Page 30: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

15

Em relação ao valor do imóvel, ele variará de acordo com a região em que está

localizado, na figura seguinte estão os valores máximos para que um imóvel se enquadre

no programa.

Figura 3: Valores máximos para um imóvel participante do MCMV – (Cartilha MCMV,

Ministério das Cidades, 2017 <http://www.planejamento.gov.br/assuntos/investimento-e-

pac/publicacoes-nacionais/cartilha-minha-casa-minha-vida.pdf/view>)

2.5.4 Contratações do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV)

Após coleta de dados do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério das

Cidades, chegamos aos seguintes números de contratações de 2009 a 2016, em número

de unidades e em Valor Geral de Vendas (VGV):

Tabela 3: Resumo das três faixas: montante contratado em cada região do país – (Adaptado de

Ministério das Cidades, 2017)

Região Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Total

Centro-Oeste 150.023 308.464 55.578 514.065

Nordeste 703.643 472.997 91.759 1.268.399

Norte 219.829 54.480 25.245 299.554

Sudeste 470.713 838.408 304.241 1.613.362

Sul 196.503 525.733 85.615 807.851

Total 1.740.711 2.200.082 562.438 4.503.231

Representatividade 38,7% 48,9% 12,5% 100,0%

Valor Contratado (MM R$) 83.486.235 198.860.636 50.118.952 332.465.823

Page 31: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

16

Diante dos dados coletados, a representatividade das contratações (em número de

unidades contratadas) da Faixa 1 corresponde a quase 40% do total das contratações,

porém essa modalidade não é viável em grandes centros urbanos (RJ, DF e SP) por conta

do preço do landbank.

Desconsiderando a Faixa 1, identifica-se que a Faixa 2 possui a maior

representatividade de contratações no PMCMV e o maior investimento monetário.

Somando-a à Faixa 3, a proporção atinge 61,3%, totalizando mais de 245 milhões de reais

investidos, o que mostra a priorização do provimento habitacional ao extrato da sociedade

que tem melhores condições de se inserir no mercado imobiliário. Para entender esta

relevância, buscou-se explicações em suas características.

A Faixa 1, oferecia subsídio de até 90% do valor do imóvel, sendo que a família

pagaria, no máximo, 5% de sua renda mensal, ou R$ 25, no caso de renda de até R$ 500,

durante dez anos; na Faixa 2, o subsídio ia até R$ 27.500,00, com taxas de 5,5% a 7% de

juros a.a.; e na Faixa 3, não há subsídio, apenas taxa de 8,16% a.a.. Além disso, quanto

maior o nível de renda, maior o custo da unidade habitacional. De forma complementar,

Camargo (2016) comenta que,

(...) a escala dos empreendimentos e a localização dos terrenos, cujos

preços cresceram por estímulo do aumento vertiginoso de

disponibilidade de crédito e recursos injetados no MCMV, são,

ironicamente, justificativas recorrentes por parte do mercado para

atendimento às faixas 2 e 3 (...)

Nesse sentido, fica evidente as melhores oportunidades mercadológicas nas

Faixas 2 e 3, em virtude da atratividade que a configuração das modalidades e seus efeitos

especulativos poderiam proporcionar a empreendedores privados.

Page 32: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

17

3 METODOLOGIA E REFERENCIAL TEÓRICO

VIABILIDADE DECONÔMICA DE UM EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO

Entende-se por viabilidade econômica o estudo econômico detalhado de um

empreendimento. Esta etapa é realizada e atualizada diversas vezes ao longo do processo

de incorporação imobiliária, servindo de base para inúmeras tomadas de decisão, desde a

etapa de prospecção até o fechamento da Sociedade de Propósito Específico (SPE).

Roberto de Souza (2004, p.67) define o assunto:

O estudo de viabilidade do empreendimento consiste em, a partir das

informações coletadas sobre o terreno nas etapas anteriores do processo

de incorporação, simular o empreendimento que poderia ser concebido

e os resultados que se obteriam diante das variáveis do mercado

imobiliário e financeiro – demanda, custos financeiros, disponibilidade

de recursos financeiros, concorrência, etc. – e diante das variáveis do

setor da construção, projetando os indicadores de resultado financeiro

e econômico do empreendimento.

Vale ressaltar que um estudo de viabilidade pode adotar um cenário de fluxo

indexado, quando se considera percentuais de atualização monetária ou um cenário de

moeda forte, que significa aquele valor estável ao longo do tempo, sem os reflexos de

uma instabilidade econômica ou da desvalorização influenciada pela inflação.

Para entendimento da definição deste estudo, é importante considerar a

necessidade de análise do negócio como um todo, etapa por etapa, o que permite a

alocação de receitas, custos e despesas, suas respectivas atividades, prazos para conclusão

de cada uma delas e suas ações precedentes, conforme explicitado ao longo deste trabalho.

Existem 3 principais tipos de viabilidade comumente utilizadas no mercado, a

viabilidade de compra do terreno, a de lançamento e a de acompanhamento.

Page 33: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

18

3.1.1 Viabilidade de Compra

É a primeira a ser elaborada, para que a compra do terreno seja efetuada. Nela

contém o estudo de massa, o anteprojeto executivo, compatibilização com a legislação

local, o mercado alvo (alto, médio, baixo padrão/MCMV), e a estimativa de preço de

venda de acordo com a absorção da região.

3.1.2 Viabilidade de Lançamento

É elaborada com base na viabilidade de compra, pois as premissas iniciais

permanecem. Após um maior estudo do mercado, do projeto, e da elaboração refinada

de todos os orçamentos, além da projeção precisa da receita, o projeto é lançado com essa

viabilidade. Essa será elaborada no estudo de caso do presente trabalho.

3.1.3 Viabilidade de Acompanhamento

É o acompanhamento da viabilidade de lançamento, realizada por algumas

empresas mensalmente, bimestralmente ou mesmo semestralmente. A análise periódica

do fluxo de caixa da viabilidade é de extrema importância, pois permite a apuração do

lucro realizado e projetado para cada empreendimento, além da adoção de novas

estratégias para que o lucro projetado no lançamento seja garantido.

TAXA DE DESCONTO

A taxa de desconto é a taxa que será utilizada para descontar os fluxos futuros do

projeto, ou seja, é utilizada para determinar o valor presente de um investimento feito no

futuro. Essa taxa o reflete o grau de risco de um investimento, pois ajuda o investidor a

ter mais certeza sobre a possibilidade de retorno oferecida pelo ativo no qual ele está

aplicando seu capital, no caso do presente estudo, na incorporação imobiliária de um

empreendimento.

Essa taxa define-se por incluir no modelo financeiro a premissa de que o dinheiro

sofrerá desconto se olhado a valor presente. Ou seja, esse processo converte os fluxos de

Page 34: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

19

caixa futuros em fluxos de caixa presente, trazendo o valor futuro de um ativo para valor

presente.

Conforme Samanez (2002), a taxa de desconto pode ser entendida de duas

maneiras:

Custo de capital próprio - Capital Asset Pricing Model (CAPM).

Custo médio ponderado de capital - Weighted Average Cost of Capital (WACC)

A taxa de desconto, portanto, é a forma que a incorporadora utiliza para valorar o

dinheiro investido no tempo de um projeto imobiliário, e neste caso torna-se fundamental

em razão das curvas de receitas e despesas no fluxo de caixa não serem uniformes e as

despesas ocorrerem antes do que receitas, gerando uma exposição considerável de caixa.

3.2.1 Custo de Capital Próprio - Capital Asset Pricing Model (CAPM).

Para avaliarmos a viabilidade de um projeto, precisamos determinar o volume de

retorno adicional que o investidor deve exigir pelo risco incremental que estará correndo

no empreendimento (prêmio pelo risco). Este retorno mínimo exigido é a Taxa Mínima

de Atratividade (TMA) para o capital próprio a ser utilizada na avaliação econômica. Esta

taxa pode ser obtida pelo método de precificação de ativos do mercado financeiro, o

CAPM – Capital Asset Pricing Model (Samanez, 2002).

𝑇𝑀𝐴 = 𝑇𝐿𝑅 + 𝛽 (𝑅𝑚 − 𝑇𝐿𝑅) Eq. 1

Sendo:

TMA: Taxa Mínima de Atratividade do projeto (custo do capital próprio)

TLR: Taxa Livre de Risco, ou de Risco Zero (teórico, lembre-se!)

RM: Retorno esperado de mercado

Beta: Coeficiente de risco

Page 35: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

20

3.2.2 Custo Médio Ponderado de Capital (CPMC) - Weighted Average Cost of Capital

(WACC)

O weighted Average Cost of Capital (WACC) é o custo médio ponderado do

capital (CMPC), onde a empresa é financiada ao mesmo tempo por capital próprio e

capital de terceiros, ou seja, é uma taxa que pondera o custo de capital dos acionistas e o

custo da dívida, representando o retorno esperado pela empresa. (Gitman, 2010). O custo

da dívida, o valor do capital próprio e o capital de terceiros devem ter seus valores

proporcionais ao mercado.

A partir do cálculo do custo de capital próprio e com o custo de capital de terceiros

faz-se uma ponderação entre tais taxas e os valores de cada recurso, chegando finalmente

à taxa efetiva de desconto utilizada para trazer os fluxos de caixa projetados a valor

presente, taxa essa encontrada pelo modelo WACC.

𝑊𝐴𝐶𝐶 = 𝐾𝑒 𝑥 (

𝐸

𝐷 + 𝐸) + 𝐾𝑑 𝑥 (

𝐷

𝐷 + 𝐸) Eq. 2

Sendo:

WACC: Custo médio ponderado de capital - Weighted Average Cost of Capital

Ke = TMA: Custo de capital próprio

Kd: Custo da dívida

E: Total do patrimônio líquido (equity)

D: Total da dívida (debt)

No estudo de viabilidade a SPE usará um WACC de 11% a.a. para a elaboração

do fluxo de caixa descontado, estando, portanto, dentro da taxa utilizado no mercado.

FLUXO DE CAIXA DESCONTADO

Segundo Ross, Westerfield & Jordan (2002), um dos principais componentes para

auxiliar a administração financeira de uma empresa e estudar a viabilidade de um projeto

chama-se fluxo de caixa, ferramenta gerencial que apoia os administradores no processo

decisório das organizações, bem como permite aos mesmos avaliarem a viabilidade de

Page 36: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

21

um novo projeto. Se os fluxos de caixa são otimizados, obtém-se maior segurança na

utilização do capital empregado.

Essa é e deve ser a preocupação constante das empresas, pois os custos financeiros

podem absorver valores significativos da sua receita operacional, lembrando ainda que

hoje em dia no Brasil o custo de capital de curto prazo é altíssimo.

Ainda dentro do propósito do fluxo de caixa, para se chegar ao estudo de

viabilidade financeira de um projeto é importante à consideração de alguns termos.

Primeiramente deve-se definir a taxa de desconto que trará todos os fluxos projetados a

valores presentes, já que não se pode comparar valores em tempos distintos. Para se

chegar a esta taxa é necessário observar a estrutura de capital da empresa e então fazer

uso do custo de capital próprio ou, segundo Ross, Westerfield & Jordan (2002) "modelo

de precificação de ativos" (CAPM) e do custo de capital de terceiros, como mencionado

no último item.

Ao utilizar essa metodologia, se torna necessário o uso de técnicas e análise de

vários indicadores empregados no mercado que serão expostos a seguir.

3.3.1 Fluxo de Caixa em Moeda Forte

Campos Filho (1992), ao defender o controle através do fluxo de caixa, afirma

que, para fins gerenciais, faz-se necessário que as transações sejam registradas em moeda

forte. Isso significa que os fluxos futuros serão estáveis, sem correção da inflação. No

caso do fluxo de caixa de empreendimentos imobiliários, assume-se que tanto as receitas

quanto as despesas serão corrigidas pela mesma taxa, o Índice Nacional da Construção

Civil (INCC).

Segundo Lima Júnior (2011), o INCC apura a evolução dos custos no setor da

construção (materiais e equipamentos, serviços e mão-de-obra. É a inflação do setor da

construção civil e mercado imobiliário, além de um dos termômetros do nível de atividade

da economia.

Page 37: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

22

O estoque a venda e as parcelas dos clientes do empreendimento serão corrigidas

mensalmente pelo INCC, assim como todos os orçamentos serão corrigidos, sendo mais

expressivo o orçamento de obra.

3.3.2 Valor presente líquido (VPL)

Ross, Westerfield & Jordan (2002) definem que o Valor Presente Líquido (VPL)

demonstra ao investidor qual o valor monetário de determinado investimento para a

empresa hoje. A operacionalização do método consiste em descontar todos os fluxos de

caixa para o instante zero por uma taxa e somar o valor do investimento inicial. Estes

fluxos são, normalmente, descontados pela TMA imposto pela empresa.

𝑉𝑃𝐿 = ∑𝐹𝐶𝑡

(1 + 𝑖)𝑛

𝑛=𝑁

𝑛=0

Eq. 3

Sendo:

VPL: Valor presente líquido

FCt: Valores do fluxo de caixa no momento t

i: WACC (Custo médio ponderado de capital - Weighted Average Cost of Capital)

n: período de tempo

Logo, um VPL positivo significa que o investimento terá um retorno acima da

TMA e traz consigo a constatação de que o projeto se mostra viável naquele momento.

Esse indicador financeiro auxilia os investidores nas tomadas de decisão quanto aos

projetos que serão executados, ou não, ao longo do tempo. Da mesma forma, um VPL

negativo atesta que o investimento não é capaz de gerar o retorno mínimo esperado pela

empresa, podendo até mesmo gerar prejuízos para a mesma.

3.3.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)

A Taxa Interna de Retorno (TIR) é definida por Ross, Westerfield & Jordan

(2002), como a taxa de juros que anula o valor presente líquido (VPL) de um

empreendimento. Essa taxa é conhecida como sendo a mínima taxa necessária para

Page 38: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

23

retorno do investimento, ou seja, o projeto será interessante se a taxa interna de retorno

for superior à TMA.

Para que a operação se torne viável, é necessário que o valor encontrado na

verificação do VPL seja maior que zero. Para encontrar o valor da TIR é necessário

colocar a equação em função de “i”, onde o coeficiente “i” representara a TIR.

Gitman, (2010) define que a Taxa Interna de Retorno representa a rentabilidade

de um investimento por unidade tempo e a taxa de juros composto que retorna o VPL de

um investimento a zero. A partir da ótica da matemática, a TIR é a projeção da taxa de

juros a ser aplicada sobre o valor presente das entradas de caixa para igualar ao valor

presente das saídas do investimento, podendo ser representado pela equação abaixo:

0 = ∑𝐸𝐶𝑡

(1 + 𝑖)𝑛 − ∑

𝑆𝐶𝑡

(1 + 𝑖)𝑛

𝑁

𝑛=0

𝑁

𝑛=0

Eq. 4

Sendo:

SC: saídas de caixa no momento t

EC: entradas de caixa no momento t

i: representação da TIR

n: período de análise

Com o objetivo de comparação de rentabilidade, a taxa interna de retorno

representa a taxa com que o capital é remunerado durante o período de investimento.

Quando se iguala o cálculo da TIR à zero significa que o valor recebido é igual ao valor

investido. Esse indicador é muito usado para comparar diferentes tipos de investimentos,

como por exemplo aplicações financeiras.

3.3.4 Tempo de Recuperação do Capital Simples – payback simples

O payback simples é determinado pelo tempo em que o acionista é de fato

reembolsado pelo investimento realizado, ou seja, trata-se do momento em que o fluxo

de caixa acumulado se torna positivo.

Page 39: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

24

Nos projetos de desenvolvimento imobiliários não enquadrados no programa

Minha Casa Minha Vida, o payback costuma ser longo sempre ocorrendo no final da obra,

no momento do recebimento do repasse, variando entre 20 e 40 meses. Isso ocorre, pois,

o fluxo de caixa é negativo por muito tempo.

Esse indicador não é muito utilizado na análise dos empreendimentos

imobiliários, pois é de conhecimento do mercado que os projetos imobiliários são de ciclo

longo.

3.3.5 Margem de Lucro

Segundo Lima Júnior (1993), esse indicador é o principal índice para tomada de

decisão de uma incorporadora em relação a aquisição de um novo negócio, calculado pela

razão entre o VPL e o Valor Geral de Vendas (VGV) à valor presente. Traz a informação

percentual do lucro sobre a receita do negócio, ou seja, do montante que entra no caixa

da empresa, o quanto, percentualmente, representa o lucro. É muito comum utilizado dois

tipos de margens, bruta e líquida.

𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 =

𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 − 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠

𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎=

𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜

𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 Eq. 5

3.3.5.1 Margem Bruta

É calculado considerando somente os custos e despesas relacionados à operação

do empreendimento: impostos, terreno, custo de obra, manutenção e incorporação.

Subtraindo esses itens da receita, é possível obter o lucro bruto.

Figura 4: Exemplificação do cálculo da margem bruta

Receita 1.000.000

Despesas e Custos 800.000-

Lucro Bruto 200.000

Margem Bruta 20,00%

Page 40: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

25

3.3.5.2 Margem Líquida

É calculado considerando todos os custos e despesas necessários para a

implantação do empreendimento. Ao subtrair esses valores da receita, é possível obter o

lucro líquido. O cálculo pode ser feito com valores nominais ou valores à valor presente

(VP). No mercado, o principal indicador de um projeto imobiliário é a margem líquida à

valor presente.

Figura 5: Exemplificação do cálculo da margem líquida

𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑉𝑃 =

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑉𝑃 (𝑉𝑃𝐿)

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑉𝑃 Eq. 6

3.3.6 Exposição Máxima – Cash Out

É o indicador com propósito de mostrar qual será o valor total de investimento

necessário para a operação se desenvolver. A conta acumula todos as saídas projetadas

para os meses de investimento, sendo o maior valor negativo o valor da exposição

máxima, ou mesmo o valor a ser investido no projeto.

A figura abaixo ilustra o comportamento padrão do fluxo de caixa de uma

incorporação imobiliária, apontando no ponto mais extremo inferior sendo o valor da

exposição máxima de caixa do projeto.

Exposição máxima também pode ser denominado como cash out, termo o inglês

que significa o dinheiro “gasto” ou saída de caixa.

Receita 1.000.000

Despesas e Custos 800.000-

Lucro Bruto 200.000

Outras despesas 90.000-

Lucro Líquido 110.000

Margem Líquida 11,00%

Page 41: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

26

Figura 6: Ilustração do ponto de exposição máxima do Fluxo de Caixa

3.3.7 Valor Remanescente do Investimento - Cash In

É o indicador que mostrará o valor residual do investimento na perpetuidade, ou

seja, o valor remanescente do investimento. É muito utilizado no mercado juntamente

com o cash out.

Cash out: valor investido

Cash in: valor recebido na perpetuidade

Figura 7: Ilustração do retorno do investimento (valor residual do fluxo do Fluxo de Caixa)

Exposição Máxima

-4.000.000

-3.000.000

-2.000.000

-1.000.000

-

1.000.000

2.000.000

3.000.000

Cash In

-4.000.000

-3.000.000

-2.000.000

-1.000.000

-

1.000.000

2.000.000

3.000.000

Page 42: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

27

4 ESTUDO DE CASO – RESIDENCIAL MARACANÃ

Nessa seção do trabalho, será apresentado o estudo de caso de um

empreendimento imobiliário do programa Minha Casa Minha Vida no município do Rio

de Janeiro, adotando premissas e métodos de avaliação praticados no mercado

imobiliário. A data base do estudo é setembro/18, todos os índices, correções e fluxo de

caixa previstos estão a partir dessa data, sendo adotada como o mês 0, coincidindo com a

data de lançamento do empreendimento. O cronograma do projeto será detalhado mais

adiante.

No estudo não será considerado a obtenção de financiamento para o custeio da

obra (financiamento pessoa jurídica), pois considerando o pequeno porte da

incorporadora, a obtenção de crédito é muito dificultada no presente momento do

mercado.

ESTUDO DO MERCADO ALVO

O mercado alvo do PMCMV é composto por famílias com renda bruta de até R$

6.500 por ano, sendo assim necessário o foco do modelo de negócios em habitações de

baixa renda. A procura de imóveis por esse tipo de cliente se dá em busca do primeiro

imóvel, na maioria das vezes solteiros/noivos e também são jovens, sendo a maior parcela

com até 30 anos. Abaixo, segundo levantamento do perfil do cliente da MRV, estão as

principais características aqui mencionadas (MRV, Relações com Investidores, 2017):

Figura 8: Perfil do cliente MRV – (MRV, Relações com Investidores, 2017

<https://ri.mrv.com.br/>)

Page 43: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

28

A sigla LTV significa Loan To Value, que traduzido é valor financiado do imóvel

em relação ao seu valor de mercado, sendo o último avaliado pelo banco que concede o

empréstimo:

𝐿𝑇𝑉 =

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑖𝑚ó𝑣𝑒𝑙

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑖𝑚ó𝑣𝑒𝑙 Eq. 7

Esse cliente de baixa renda se difere bastante do cliente que busca imóveis de

média/alta renda, pois suas necessidades são distintas. O produto é diferente, o funding

(meio financiador dos empréstimos) e o fluxo de caixa para o incorporador, como

veremos mais adiante, é diferente, como podemos ver na tabela a seguir.

Tabela 4: Diferença entre imóveis de baixa e média/alta renda

Ciente do mercado alvo e do perfil dos clientes potenciais do PMCMV, busca-se

uma região que atraia a demanda de tais clientes e que ao mesmo tempo seja escassa a

oferta de lançamentos de empreendimentos para a baixa renda.

LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Ao realizar uma breve prospecção de terrenos no município do Rio de Janeiro,

escolhemos a macrorregião da Zona Norte, típica de empreendimentos MCMV por

justamente haver enorme demanda (elevado déficit habitacional, presença de favelas) e

baixa oferta de imóveis adequados para a habitação popular. Ao analisar terrenos nessa

zona, o mais atrativo foi o localizado no bairro Rocha, sendo esse o mais próximo da

região central da cidade.

O terreno do empreendimento está localizado na Rua General Belford, número

374, no bairro Rocha. Como já mencionado, o bairro está situado na Zona Norte do

Imóveis Baixa Renda Imóveis Média/Alta Renda

Racional de Compra Prestação menor que o aluguel

Motivo da Compra Necessidade (1º imóvel) Upgrade

Funding Abundante e taxas inalteradas Escassso e dependente da SELIC

Produto Padronizado Exclusivo

Repasse Financiamento Ao longo da obra Pós-chaves

Fluxo de Caixa do Incorporador Recebimento de acordo com a construção Parcela financiamento pós-obra

Page 44: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

29

município do Rio de Janeiro, sendo seu IDH, no ano 2000 o 59º melhor da cidade, de um

total de 160. De classe média e média-baixa, tem como área limítrofe os bairros do Jacaré,

Manguinhos, Benfica, São Francisco Xavier, Riachuelo e Vila Isabel. É separado deste

último pela Serra do Engenho Novo.

Figura 9: Delimitação do bairro Rocha – (Google Maps, 2018

<https://www.google.com.br/maps>)

É cortado pela linha férrea pelas estações São Francisco Xavier e Riachuelo. É de

fácil acesso aos principais bairros do município. Hoje a área do Rocha é

predominantemente residencial, mas de herança de muitas indústrias, tais quais, Sarsa,

Mirurgia, Long Life, Royal Labe, entre outras.

Apresenta como principais autovias a 24 de maio, que liga o Rocha ao Méier, a

Rua Ana Néri e a Avenida Brasil, que liga os moradores do bairro até a Tijuca em poucos

minutos. Caracteriza-se por ser um bairro de ótimo acesso para praticamente todas as

regiões da cidade.

A seguir, segue a localização exata do terreno que será localizado o

empreendimento do presente estudo:

Page 45: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

30

Figura 10: Localização do terreno – (Google Maps, 2018< https://www.google.com.br/maps>)

Figura 11: Localização do terreno – (Google Earth, 2018 <https://www.google.com.br/maps/>)

Page 46: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

31

Figura 12: Localização do terreno – (Google Earth, 2018 <https://www.google.com.br/maps/>)

TERRENO

O terreno é composto por um lote e 4 casas, totalizando 6.877,20 m². O valor

negociado totaliza R$ 7.700.000, um valor de R$ 1.119,64/m², adequado aos preços

praticados na região. O pagamento será realizado em 10 parcelas iguais de R$ 770.000,

sem correção a partir do mês de fechamento do negócio.

Além do pagamento do terreno, será necessário o desembolso do Imposto de

Transmissão de Bens Imobiliários (ITBI), de 3% do valor de negociação, despesas

jurídicas, corretagem de 4% do valor de negociação e valores de despesas diversas. Com

isso o fluxo de pagamento da linha “terrenos”, esta apresentado a seguir:

Figura 13: Fluxo de pagamento da linha "terrenos", com todas as despesas referente à aquisição

do terreno

DataPagamento de

TerrenoITBI

Despesas

Jurídicas Diversos Comissão Terreno

Despesas de

Terrenos

ago/18 - - - - - -

set/18 (770.000) (231.000) (25.000) (25.000) (308.000) (1.359.000)

out/18 (770.000) - - - - (770.000)

nov/18 (770.000) - - - - (770.000)

dez/18 (770.000) - - - - (770.000)

jan/19 (770.000) - - - - (770.000)

fev/19 (770.000) - - - - (770.000)

mar/19 (770.000) - - - - (770.000)

abr/19 (770.000) - - - - (770.000)

mai/19 (770.000) - - - - (770.000)

jun/19 (770.000) - - - - (770.000)

Page 47: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

32

LEGISLAÇÃO

Segundo o Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro, instituído pela Lei

Complementar n.º 111 de 1º de fevereiro de 2011, o terreno localizado na Rua General

Belford, número 374, está enquadrado na Macrozona de Ocupação Incentivada e na Zona

Residencial 5.

Possuí Índice de Aproveitamento do Terreno (IAT) de 2,10 e gabarito máximo

permitido de 45,0 m. Todos os dados extraídos do portal da Secretaria Munincipal de

Urbanismo estão presentes no Anexo 9.

𝐼𝐴𝑇 =

Á𝑟𝑒𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑟𝑢í𝑑𝑎

Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 ≤ 2,10 Eq. 8

CARACTERÍSTICAS GERAIS E ESTUDO DE MASSA

Ao realizar o estudo do terreno, foi feito o estudo de massa para verificar a

viabilidade de construção de unidades habitacionais no local, atendendo a legislação

apresentada.

Foi feita a concepção de 183 vagas cobertas e 235 unidades, divididas em 2 blocos,

117 unidades no bloco 01 e 118 unidades no bloco 02. Elas serão distribuídas em 14

andares tipo, com 8 unidades por andar. O bloco 01 terá 5 unidades no térreo e o bloco

02, 6 unidades no térreo.

As unidades terão com 2 tipologias: 2 quartos com 48,82 m² e 2 quartos com 48,01

m². A quantidade de cada tipologia, assim como a área privativa total está ilustrada

abaixo:

Tabela 5: Quadro de áreas por tipologia

Tipo Quantidade Área m²

2 Quartos 118 48,82

2 Quartos 117 48,05

Total 235 11.382,81

Page 48: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

33

Figura 14: Planta básica do projeto com área de 48,82 m², padrão MCMV – (Precon Engenharia

< https://www.meuprecon.com.br/empreendimentos/ville-holanda/>)

Com isso, o empreendimento possui uma área privativa total (área vendável) de

11.382,8 m². Considerando uma eficiência característica dos projetos MCMV de 0,80, a

área construída do empreendimento será de 14.223,95 m² e altura de 43,40 m.

Os dados do projeto estão assim compatíveis com a legislação apresentada,

conforme apresentado no Anexo 1.

Tabela 6: IAT do projeto

Tabela 7: Gabarito do projeto

IAT Permitida 3,00

Área do Terreno (m²) 6.877,20

Área Construída (m²) 14.223,95

IAT do Projeto 2,07

IAT

Gabarito Permitido (m) 45,00

Gabarito do Projeto (m) 43,40

Gabarito

Page 49: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

34

PRECIFICAÇÃO E VELOCIDADE DE VENDAS

4.6.1 Precificação

A precificação do empreendimento será feita de modo a compatibilizar o preço do

m² aceito pelo mercado e o valor máximo da unidade limitado às faixas do programa

MCMV. Para viabilizarmos o projeto, ele se enquadrará na faixa 3 no MCMV, podendo

a unidade ser precificada no valor máximo de R$ 240.000, como mencionado na figura

3. Esse valor não é corrigido, permanecendo fixo até que haja uma nova

resolução/reajuste no PMCMV.

Após uma análise do mercado de empreendimentos de baixa renda da região,

adotaremos o valor de R$ 4.500/m² e chegaremos em um Valor Geral de Vendas (VGV)

abaixo:

Tabela 8: Cálculo do VGV total do empreendimento

O Valor de R$ 217.935 é adequado pois está abaixo do teto da faixa 3, isso trará

dois benefícios ao empreendimento:

Permitirá boa dispersão entre as unidades do empreendimento

Será possível reajustar o preço das unidades até que atinja o valor de R$ 240.000

Após a elaboração do cronograma de lançamento, da adoção das premissas para

os orçamentos e posterior elaboração do fluxo de caixa do projeto, será possível analisar

o impacto do preço do m² de venda na margem do empreendimento. Adotaremos o VGV

de R$ 51.214.725 para o presente estudo.

Descrição Valor

Área Privativa Média 48,44 m²

Preço Médio do m² 4.500R$

Tícket Médio 217.935R$

Unidades em Estoque 235

VGV Total 51.214.725R$

Page 50: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

35

Esse VGV será utilizado como base para várias premissas de orçamento, pois

muitas delas são arbitradas sendo um percentual desse montante, veremos adiante no

tópico que todos os orçamentos serão explicados.

4.6.2 Velocidade de Vendas

Para o presente empreendimento, será adotada uma velocidade de vendas de 12

meses, ou seja, planeja-se zerar o estoque de lançamento de 235 unidades no período de

um ano. Com isso, projetamos vendas de 20 unidades por mês, na média.

Esse número é bem factível e até mesmo conservador, pois a alta demanda por

unidades do programa MCMV, aliado à facilidade de aprovação de crédito junto à Caixa

Econômica Federal (CEF), proporcionam uma alta liquidez a esse produto.

CRONOGRAMA DE LANÇAMENTO

O cronograma de lançamento do empreendimento será elaborado a partir do mês

0, agosto/18, sendo o lançamento do projeto no mês seguinte (setembro/18), ou seja, o

início das vendas. Após 6 meses do lançamento, será o início da obra, com duração de 26

meses, terminando no habite-se:

Lançamento – início obra: 6 meses

Início obra – habite-se: 26 meses

Figura 15: Cronograma do empreendimento

0 6 32

26 meses

Lançamento Término da Obra e Habite-se

6 meses

Início das Obras

Page 51: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

36

COMISSÃO E RECEITA

4.8.1 Comissão

A comissão comumente adotada no mercado de empreendimentos MCMV é de

4% a 5% do VGV bruto, no presente trabalho será adotado o valor de 4,5% a ser pago

indiretamente à imobiliária de vendas. Esse pagamento indireto é de fundamental

importância, pois no momento da compra, o cliente fará dois pagamentos, um para a

incorporadora (ato) e o para a imobiliária (comissão), dessa maneira o VGV líquido da

incorporadora será o VGV bruto descontado da comissão.

Como o regime tributário da SPE é de lucro presumido aderido ao RET (como

visto no tópico 2.2.1), a base de cálculo de impostos é a receita. Se o pagamento da

comissão for feito diretamente para a incorporadora e realizado um posterior repasse para

a imobiliária, a base de receitas aumentará e incidirá impostos. Para evitar essa dupla

taxação e um maior gasto com impostos, é importante que o pagamento da comissão seja

indireto (do cliente para a imobiliária).

Tabela 9: Cálculo do VGV líquido do incorporador, após desconto da comissão

4.8.2 Receita das Unidades Vendidas

Para que seja feita uma projeção de receita de empreendimentos imobiliários, é

necessário adotar uma tabela de vendas padrão, pois o fluxo de recebíveis varia muito de

acordo com as propostas recebidas pelos clientes. Como o resultado do empreendimento

é feito analisando o VPL, o desconto de cada unidade será calculado em relação à essa

tabela padrão.

Em empreendimentos imobiliários comuns, a tabela de vendas mais adotada no

mercado é a seguinte:

VGV Bruto 217.935

Comissão (4,5%) 9.807

VGV Líquido 208.128

Page 52: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

37

Tabela 10: Tabela de vendas padrão para empreendimento comum (não enquadrado no MCMV)

No Anexo 2 está apresentado o fluxo de recebíveis de uma unidade de um projeto

imobiliário comum (não enquadrado no MCMV),

Por se tratar de um empreendimento MCMV, adotaremos a seguinte tabela –

valores % em relação ao VGV líquido (descontado o pagamento da comissão):

Tabela 11: Tabela de vendas padrão para empreendimento MCMV

Ato: e o valor pago à vista pelos clientes, tambem chamado de “entrada”, que sera

utilizado para pagamento de comissão da venda do imóvel

Pró-soluto: trata-se de uma especificidade do PMCMV, são parcelas pagas desde

a compra do imóvel até a entrega das chaves, é calculado pela diferença entre o valor

financiado e o valor do imóvel, descontado o valor pago de entrada. Esse tipo de parcela

é muito frequente, pois nem sempre a capacidade de financiamento do cliente comporta

o montante necessário da unidade.

Tabela 12: Exemplo do cálculo do pró-soluto

Ato 10%

Mensais 25%

Financiamento 65%

Tabela de Vendas

Ato 5%

Pró-Soluto 15%

Financiamento 80%

Tabela de Vendas

Tipo Valor %

VGV Bruto 217.935

Comissão 9.807

VGV líquido 208.128 100%

Entrada (-) 10.406 5%

Financiamento (-) 166.502 80%

Pró Soluto (=) 31.219 15%

Page 53: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

38

Financiamento: é a parcela de financiamento da unidade, sendo essa paga pelo

banco financiador, e não pelo cliente como no ato e no pró-soluto

Serão necessários maiores detalhes sobre essa parcela de financiamento, pois

existem algumas particularidades no MCMV. Em um empreendimento não enquadrado

no programa (incorporação comum), o recebimento da parcela de financiamento,

denominado de “repasse” e feito apos a entrega do projeto. O fluxo apresentado no anexo

1 ilustra esse recebimento, ocorrendo após o término da obra, o montante de R$ 152.800

corresponde a 80% do VGV líquido.

Em contraste com o recebimento pós habite-se na incorporação comum, no

programa MCMV, esse recebimento é feito durante o período de obra, sendo necessário

a abordagem dos clientes para a assinatura do repasse junto à CEF logo após a venda das

unidades. A liberação (repasse) dos valores financiados do cliente junto à CEF para a

incorporadora será feita de duas formas: repasse do terreno e repasse associativo,

respeitando a curva de obra.

Repasse do Terreno: a Caixa Econômica Federal fará a avaliação do terreno, e de

acordo com a fração ideal de cada unidade (FIT), o valor correspondente à essa fração

será liberado na assinatura do repasse, após o percentual mínimo de 2% de obra concluída

(avanço físico que será medido mensalmente pelo banco).

𝐹𝐼𝑇 =

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝐴𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑇𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 Eq. 9

Tabela 13: Valor do FIT para cada unidade

Repasse Associativo: A diferença entre o valor financiado total do cliente e o FIT,

será o valor a ser liberado no repasse associativo. Esses valores serão liberados conforme

curva de obra e após o percentual mínimo de 20% de obra concluída (avanço físico que

Avaliação do Terreno 7.000.000

Número de Unidades 235

FIT 29.787

Repasse do Terreno

Page 54: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

39

será medido mensalmente pelo banco). Um percentual de 5% será retido após o final das

obras, que só será liberado pela Caixa Econômica Federal após a confirmação de

conformidade do empreendimento com as regras de qualidade com o PMCMV.

No Anexo 3 está apresentado o fluxo de recebíveis de uma unidade enquadrada

no PMCMV, com todos os tipos de parcelas separadas.

Deflação do Saldo a Receber do Associativo: conforme a Cartilha da Caixa

Econômica Federal (2017), os valores a receber do financiamento associativo serão

corrigidos pelo índice da poupança, projetado na viabilidade em 4,91% a.a..

Como explicado no item “Fluxo de Caixa em Moeda Forte”, os valores futuros de

receitas e gastos serão corrigidos pelo INCC, projetado em 6% a.a.. A diferença entre

essas taxas é tida como uma deflação na receita, portanto o percentual de 1,04%

(diferença entre a correção da receita e do INCC), será imputada no fluxo como uma

despesa.

Tabela 14: Premissas para o cálculo da deflação do repasse associativo

Com o entendimento dos recebíveis de uma unidade, foi feita a projeção de

receitas para todo o empreendimento, de acordo com as premissas adotadas

anteriormente:

Tabela 15: Premissas de vendas

INCC Projetado 6,00%

Poupança 4,91%

Deflação 1,04%

Recebimento Associativo

Velocidade de Vendas (meses) 12

Vendas/Mês 20

Preço m² 4.500R$

Preço médio 217.935R$

VGV Bruto 51.214.725R$

VGV Líquido 48.910.062R$

Premissas de Venda

Page 55: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

40

Figura 16: Fluxo de recebíveis de todo o empreendimento, com base na velocidade de vendas,

preço médio adotado e velocidade de vendas

IMPOSTOS

Como descrito no tópico 2.2.1, a SPE do empreendimento está enquadrada no

regime de lucro presumido aderido ao RET (Regime Especial de Tributação) e estabelece

um percentual de impostos de 4% sobre a receita, sendo pago no mês N+1 após apuração

da entrada dos valores.

No Anexo 5 (Fluxo de Caixa Consolidado), estão presentes os valores

desembolsados com impostos, de acordo com as entradas de caixa.

ORÇAMENTOS

Essa seção do estudo é de fundamental importância, pois os valores/premissas

aqui adotadas são previsões futuras de gastos, e é papel do incorporador garantir que esses

Data Ato Pró-Soluto Repasse Terreno Associativo Deflação Associativo Receita Total

ago/18 - - - - - -

set/18 208.160 18.924 - - (4.726) 222.357

out/18 208.160 38.439 - - (7.089) 239.509

nov/18 208.160 58.583 - - (9.453) 257.291

dez/18 208.160 79.399 - - (11.816) 275.743

jan/19 208.160 100.933 - - (14.179) 294.914

fev/19 208.160 123.236 - - (16.542) 314.854

mar/19 208.160 146.365 - - (18.905) 335.619

abr/19 208.160 170.383 595.745 - (21.268) 953.019

mai/19 208.160 195.362 595.745 - (23.631) 975.636

jun/19 208.160 221.382 595.745 - (25.995) 999.292

jul/19 208.160 248.534 595.745 - (27.767) 1.024.671

ago/19 156.120 269.823 595.745 - (27.767) 993.920

set/19 - 269.823 595.745 - (27.767) 837.800

out/19 - 269.823 595.745 - (27.767) 837.800

nov/19 - 269.823 595.745 - (27.767) 837.800

dez/19 - 269.823 595.745 - (27.767) 837.800

jan/20 - 269.823 595.745 - (27.767) 837.800

fev/20 - 269.823 595.745 - (26.333) 839.234

mar/20 - 269.823 446.809 1.658.960 (24.900) 2.350.692

abr/20 - 269.823 - 1.658.960 (23.132) 1.905.651

mai/20 - 269.823 - 2.045.567 (21.328) 2.294.062

jun/20 - 269.823 - 2.088.094 (19.454) 2.338.463

jul/20 - 269.823 - 2.169.281 (17.509) 2.421.595

ago/20 - 269.823 - 2.250.468 (15.598) 2.504.693

set/20 - 269.823 - 2.211.808 (13.830) 2.467.800

out/20 - 269.823 - 2.045.567 (11.861) 2.303.529

nov/20 - 269.823 - 2.279.345 (10.025) 2.539.143

dez/20 - 269.823 - 2.124.702 (8.388) 2.386.137

jan/21 - 269.823 - 1.893.645 (6.785) 2.156.682

fev/21 - 269.823 - 1.854.985 (5.253) 2.119.555

mar/21 - 269.823 - 1.773.797 (3.877) 2.039.743

abr/21 - 269.823 - 1.592.092 (2.535) 1.859.380

mai/21 - 269.823 - 1.553.431 (1.388) 1.821.866

jun/21 - - - 1.326.660 (1.388) 1.325.272

jul/21 - - - - - -

ago/21 - - - 1.606.703 - 1.606.703

set/21 - - - - - -

Page 56: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

41

orçamentos sejam respeitados. Além de controlar os gastos em valores nominais, é

imprescindível respeitar a curva desses gastos, pois o fluxo de caixa descontado (que será

elaborado adiante) leva em conta o período em que ocorrem esses gastos, portanto a

margem do empreendimento pode ser impactada se ocorrerem gastos antes do previsto,

por exemplo.

Os orçamentos estão separados em:

Terrenos (tópico 4.3)

Incorporação

Marketing

Obra

Relacionamento com o Cliente

Manutenção

Despesas de Vendas

Despesas Administrativas

4.10.1 Incorporação

No orçamento de incorporação estão os gastos de licenças, medidas

compensatórias, despesas jurídicas para a legalização do projeto, demolição da estrutura

existente no terreno adquirido e Imposto Territorial Urbano (IPTU) do terreno até a

entrega do empreendimento.

Para cada item desse orçamento, foram adotados valores conforme práticas de

mercado que se relacionam com a dimensão de 6.460,46 m² do terreno.

Tabela 16: Orçamento de incorporação

Desp. de Incorporação 192.000

Despesas Jurídicas 45.000

IPTU 270.000

Licenças 90.000

Demolição 650.000

Medida Compensatória 100.000

Total 1.347.000

Orçamento de Incorporação

Page 57: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

42

4.10.2 Marketing

As despesas de marketing com o empreendimento serão adotadas conforme

prática de mercado, representando um percentual de 4% do VGV bruto, totalizando R$

2.048.904.

Tabela 17: Cálculo da verba de marketing

Esses gastos ocorrerão enquanto houver unidades em estoque, de acordo com a

velocidade de vendas adotada de 12 meses.

OBRA

O orçamento de obra em empreendimentos imobiliários é responsável por 60% a

70% de todos os gastos, sendo necessária uma maior atenção à sua elaboração.

4.11.1 Características da Construção

Empreendimento residencial com 2 blocos, 235 unidades, térreo mais 14 pavimentos tipo,

sendo 8 unidades por pavimento. 2 elevadores por bloco, 4 no total. Estrutura em

alvenaria estrutural, fachada em monocapa, fundação em estaca hélice.

4.11.2 Orçamento Detalhado

O orçamento apresentado foi baseado com o custo de construção fornecido pela

construtora RJZ Cyrela, de acordo com o padrão construtivo MCMV.

De acordo com o projeto do presente estudo, a área construída é de 14.223,95 m²,

e adotando um custo de R$ 1.700/m², chegaremos em um custo raso global de R$

VGV Total 51.222.600

% de Marketing 4,00%

Verba de Marketing 2.048.904

Page 58: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

43

24.180.715, distribuído entre as diversas linhas de gasto conforme apresentado no

orçamento, Anexo 4.

Sobre o custo raso de obra apresentado, incidirá taxa de administração, podendo

ser adotada gerencialmente (caso a construção seja feita pela própria incorporadora), ou

efetiva, sendo realizado os pagamentos mensais à construtora. Foi adotada a taxa de 10%

sobre o custo raso, sendo paga no mesmo mês dos desembolsos de obra.

Com isso, o orçamento total de obra é de R$ 26.598.787, equivalente à 1.870/m²

de área construída, em linha com os orçamentos de empreendimentos enquadrados no

PMCMV.

Tabela 18: Resumo dos custos com obra

Os desembolsos de obra serão distribuídos conforme curva padrão de 26 meses,

segmento MCMV, também fornecida pela construtora RJZ Cyrela.

O prazo de obra estabelecido é de 26 meses (cronograma físico), iniciando no mês

6 até o 32. Já o cronograma financeiro, que será utilizado no fluxo de desembolsos, tem

a duração de 38 meses, iniciando no mês 1 até o 38.

MANUTENÇÃO

O orçamento de manutenção após a entrega do empreendimento por eventuais

problemas construtivos, adotado é de 2% do custo raso de obra, sendo gastos

uniformemente em 24 meses a partir do 2º mês após a entrega da obra (habite-se).

Área Privativa (m²) 11.382,80

Área Construída (m²) 14.223,95

Eficiência 0,80

Custo raso/m² (Área Construída) 1.700R$

Custo Raso 24.180.715R$

Tx. Adm. (10%) 2.418.072R$

Custo de Construção Total 26.598.787R$

Custo total/m² (Área Construída) 1.870R$

Custo de Construção

Page 59: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

44

Tabela 19: Orçamento de manutenção

RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

Para que o empreendimento seja entregue com a qualidade necessária pela

incorporadora, é necessário o orçamento de verba para a realização de uma assembleia de

condomínio, kits de entrega de chaves, etc. Foi adotado um percentual de 0,3% sobre o

VGV bruto. Esse valor será despendido um mês após o habite-se em uma única parcela.

Tabela 20: Verba de relacionamento com o cliente

DESPESAS DE VENDAS

As despesas de vendas, junto com as despesas de marketing, são usadas para

alavancar as vendas do empreendimento, sendo as de vendas especialmente gastos com

premiação e campanhas focada nas imobiliárias e não nos clientes, como feito em

marketing. Foi adotada uma verba de 3% sobre o VGV bruto, sendo gastas enquanto

houver estoque a ser vendido (12 meses).

Tabela 21: Verba de despesas de vendas

Custo Raso 24.180.715

% de Manutenção 2,00%

Verba de Manutenção 483.614

VGV Bruto 51.222.600

% Rel. Cliente 0,30%

Verba de Rel. Cliente 153.668

VGV Bruto 51.222.600

% Desp. Vendas 0,30%

Verba de Desp. de Vendas 153.668

Page 60: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

45

DESPESAS ADMINISTRATIVAS

O orçamento de despesas administrativas engloba somente a taxa de medição de

avanço de obra pelo banco, no caso do presente trabalho será a Caixa Econômica Federal,

com o custo de R$ 1.400 por mês.

Tabela 22: Verba de desp. administrativas

FLUXO DE CAIXA CONSOLIDADO

Após a definição do VGV do empreendimento, do cronograma de recebíveis de

acordo com a velocidade de vendas e do fluxo de desembolso dos orçamentos (custos e

despesas), é estabelecido um fluxo de caixa consolidado, ilustrado no anexo 7. Esse fluxo

é o somatório mensal de todas as entradas e saídas de caixa.

Com a obtenção do fluxo consolidado, poderemos fazer a análise do saldo mensal

e acumulado do empreendimento, em que poderemos analisar vários indicadores a partir

dessas informações.

𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 = ∑ 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 + ∑ 𝑆𝑎í𝑑𝑎𝑠 Eq. 10

𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝐴𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀ê𝑠 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 + 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀ê𝑠 𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙 Eq. 11

Uma melhor análise do saldo acumulado é feita graficamente.

Taxa de Medição de Obra 1.400/mês

Meses 42

Verba Desp. Adm. 58.800

Page 61: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

46

Figura 17: Gráfico do saldo acumulado

Ao analisarmos o saldo, é possível identificar o prazo de investimento do projeto,

que vai do mês 0 (ago/18) ao mês 58 (jun/23), totalizando 58 meses ou 4 anos e 10 meses.

Prazo esse característico dos empreendimentos imobiliários, chamados de ciclo longo.

No Anexo 5 está representado o fluxo de caixa consolidado do projeto, com as

receitas e todas as despesas, mês a mês.

RESULTADOS E ANÁLISES

4.17.1 Indicadores

Para que a análise de viabilidade do empreendimento seja feita, é necessário a

comparação de vários indicadores. Na figura abaixo podemos encontrar a apuração de

todos esses indicadores e uma posterior explicação e análise de cada um.

(10.000.000)

(8.000.000)

(6.000.000)

(4.000.000)

(2.000.000)

-

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

ago

/18

no

v/1

8

fev/

19

mai

/19

ago

/19

no

v/1

9

fev/

20

mai

/20

ago

/20

no

v/2

0

fev/

21

mai

/21

ago

/21

no

v/2

1

fev/

22

mai

/22

ago

/22

no

v/2

2

fev/

23

mai

/23

Page 62: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

47

Tabela 23: Resumo dos indicadores do projeto

O presente trabalho irá analisar os seguintes indicadores:

Lucro e Margem Nominal

Lucro (VPL) e Margem a Valor Presente (VP)

Cash In, Cash Out e Taxa Interna de Retorno (TIR)

Payback

VPL/Exposição Máxima

Resultado por Apartamento

Resultado por m² de Área Privativa

4.17.1.1 Lucro e Margem Nominal

A primeira análise comumente analisada em empreendimentos imobiliários são

os resultados nominais, ou seja, sem considerar o conceito do valor do dinheiro no tempo,

sem juros.

Tipo Nominal % VP %

Receita 48.356.027 100,0% 39.753.600 100,0%

Impostos 1.934.241- -4,0% 1.576.375- -4,0%

Terrenos 8.289.000- -17,1% 7.926.556- -19,9%

Incorporação 1.347.000- -2,8% 1.263.666- -3,2%

Obra 26.598.787- -55,0% 22.019.333- -55,4%

Manutenção 483.614- -1,0% 323.340- -0,8%

Marketing 2.048.904- -4,2% 1.937.168- -4,9%

Vendas 153.668- -0,3% 145.288- -0,4%

Rel. Cliente 153.668- -0,3% 114.332- -0,3%

Desp. Adm. 58.800- -0,1% 49.044- -0,1%

Lucro 7.288.346 4.398.498

Margem 15,07% 11,06%

Cash In 8.314.013-

Cash Out 7.288.346

In/Out 88%Total Impostos

Exposição Máxima 8.314.013-

VPL/Exposição Máxima 53%

Page 63: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

48

Tabela 24: Resultados nominais

O lucro de R$ 7.288.346 é bastante satisfatório ao analisarmos a margem sobre a

receita de 15,07%, porém esse resultado sem considerar o prazo de investimento não é

suficiente para aferir a viabilidade do projeto.

4.17.1.2 Lucro (VPL) e Margem a Valor Presente (VP)

Nesse tópico serão abordados o VPL e a margem a valor presente do projeto. Esse

indicador de margem é o mais utilizado no mercado, tendo cada empresa do setor uma

margem “meta”. Como mencionado anteriormente, utilizaremos o WACC de 11% a.a.

para o cálculo do VPL.

Tabela 25: Resultados a valor presente (VP)

Tipo Nominal (R$) %

Receita 48.348.612 100,0%

Impostos 1.933.944- -4,0%

Terrenos 8.289.000- -17,1%

Incorporação 1.347.000- -2,8%

Obra 26.598.787- -55,0%

Manutenção 483.614- -1,0%

Marketing 2.048.589- -4,2%

Vendas 153.644- -0,3%

Rel. Cliente 153.644- -0,3%

Desp. Adm. 58.800- -0,1%

Lucro 7.281.589

Margem 15,06%

Tipo VP (R$) %

Receita 39.747.609 100,0%

Impostos 1.576.137- -4,0%

Terrenos 7.926.556- -19,9%

Incorporação 1.263.666- -3,2%

Obra 22.019.333- -55,4%

Manutenção 323.340- -0,8%

Marketing 1.936.870- -4,9%

Vendas 145.265- -0,4%

Rel. Cliente 114.314- -0,3%

Desp. Adm. 49.044- -0,1%

Lucro 4.393.082

Margem 11,05%

Page 64: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

49

O VPL de R$ 4.398.498 e a margem de 11,06% são resultados satisfatórios, pois

está dentro da margem esperada pelas empresas do mercado imobiliário quando

analisados empreendimentos MCMV, que fica entre 10% e 18%, considerando o WACC

de 11%.

É importante a análise da representatividade do custo de terrenos e obras, com

19,9% e 55,4% respectivamente. Isso significa que uma variação de 1% no custo de obra

a valor presente, fará com que a margem varie 0,55%, aproximadamente 5% da margem

esperada de 11,06%.

4.17.1.3 Cash Out, Cash In e Taxa Interna de Retorno (TIR)

Esses termos são para denominar o montante total despendido (aportado) no

empreendimento (cash out) e o saldo final após todas as entradas e saídas de caixa (cash

in). Esses valores são identificados ao analisar o fluxo de caixa acumulado do projeto no

Anexo8.

Cash out: R$ 8.314.456

Cash in: R$ 7.281.589

Com isso, significa que será necessário o aporte de R$ 8.314.456 para realização

do projeto, atingindo a exposição máxima no mês de fev/20, ou seja, exposição máxima

é justamente o valor de cash in. Podemos afirmar que, se no mês 0 (ago/18) fosse aportado

esse valor de R$ 8.314.456 o empreendimento não teria necessidade de caixa,

considerando claro o fluxo de caixa elaborado.

Após o aporte do valor necessário de R$ 8.314.456 (cash out), o saldo futuro após

todas entradas e saídas de caixa, será de R$ 7.281.589 (cash in). Podemos concluir que

após o aporte de R$ 8.314.459, sobrará R$ 7.281.589, chegando na relação In/Out de

87,6%, pois apos o “pagamento” dos aportes, o projeto tera um saldo positivo de R$

7.288.346. A relação In/Out é sinônimo do retorno sobre o investimento (ROI), que será

de 87,6%.

Page 65: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

50

𝐼𝑛

𝑂𝑢𝑡=

7.281.589

8.314.456= 87,6% Eq. 12

Um melhor indicador quando considerado o fluxo apresentado e valores nominais

é a TIR, calculada em 40,1%. Podemos interpretar que o investimento foi remunerado a

uma taxa de 40,1% a.a..

𝑇𝐼𝑅 = 40,1%

4.17.1.4 Payback Simples

Ao analisarmos o fluxo de caixa do empreendimento graficamente, identificamos

o payback simples acontecendo no 27º mês:

Figura 18: Gráfico do fluxo de caixa e payback simples do projeto - fonte: elaboração própria

4.17.1.5 VPL/Exposição Máxima - Cash In

O resultado In/Out considera valores nominais, não levando em conta o valor do

dinheiro no tempo, então uma análise mais completa, para que seja feita uma comparação

com investimentos financeiros, é necessária uma análise do cash out a valor presente, que

é justamente o VPL apresentado anteriormente.

Payback Simples: 27º mês

(10.000.000)

(8.000.000)

(6.000.000)

(4.000.000)

(2.000.000)

-

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

ago

/18

ou

t/1

8

dez

/18

fev/

19

abr/

19

jun

/19

ago

/19

ou

t/1

9

dez

/19

fev/

20

abr/

20

jun

/20

ago

/20

ou

t/2

0

dez

/20

fev/

21

abr/

21

jun

/21

ago

/21

ou

t/2

1

dez

/21

fev/

22

abr/

22

jun

/22

ago

/22

ou

t/2

2

dez

/22

fev/

23

abr/

23

jun

/23

Page 66: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

51

Assim chegamos à relação:

𝑉𝑃𝐿

𝐸𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎=

4.398.498

8.314.456= 52,8% Eq. 13

O retorno sobre o investimento (ROI) à valor presente será de 52,8%. Ao

considerar o prazo de investimento de 4 anos e 10 meses, é um resultado bem satisfatório

quando comparado à investimentos em produtos financeiros.

4.17.1.6 Resultado por Apartamento

Além da análise dos resultados do empreendimento, é interessante a análise

nominal por apartamento, considerando o preço médio de venda, descontado o pagamento

de comissão.

Tabela 26: Resultado nominal por apartamento

É possível analisar o preço de custo por apartamento, sendo de R$ 174.753. Após

a apuração da receita de R$ 205.770 pela SPE e posterior pagamento de todos os gastos,

cada apartamento gerará um lucro de R$ 30.985 para a empresa.

Tipo Nominal (R$) %

Receita 205.739 100,0%

Impostos 8.230- -4,0%

Terrenos 35.272- -17,1%

Incorporação 5.732- -2,8%

Obra 113.186- -55,0%

Manutenção 2.058- -1,0%

Marketing 8.717- -4,2%

Vendas 654- -0,3%

Rel. Cliente 654- -0,3%

Desp. Adm. 250- -0,1%

Lucro por Apartamento 30.985

Margem 15,06%

Page 67: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

52

4.17.1.7 Resultado por m² de Área Privativa

Outra análise importante é a do resultado nominal por m² de área privativa,

considerando também a receita média descontado o pagamento da comissão.

Tabela 27: Resultado nominal por m² de área privativa

O custo de cada m² de área privativa é de R$ 3.608, sendo o custo de obra

responsável por 65% desse custo, totalizando R$ 2.337. O lucro apurado por m² é de R$

640.

4.17.2 Simulações e Análise de sensibilidade

Até o presente momento, o estudo se preocupou em analisar o projeto segundo

diversas premissas pré-estabelecidas, sendo as mais importantes:

Tabela 28: Principais premissas adotadas

Tipo Nominal (R$) %

Receita 4.248 100,0%

Impostos 170- -4,0%

Terrenos 728- -17,1%

Incorporação 118- -2,8%

Obra 2.337- -55,0%

Manutenção 42- -1,0%

Marketing 180- -4,2%

Vendas 14- -0,3%

Rel. Cliente 14- -0,3%

Desp. Adm. 5- -0,1%

Lucro por m² 640

Margem 15,06%

Preço m² de Venda 4.500R$

Vendas/mês 20 Unidades

Custo/m² (Área Construída) 1.700R$

Premissas

Page 68: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

53

Porém para uma melhor análise de viabilidade, é preciso executar simulações e

análises de sensibilidade dessas premissas adotadas, assim será possível direcionar o

planejamento do projeto de acordo com as premissas mais sensíveis.

4.17.2.1 Análise Preço m² de Venda x Velocidade de Vendas

Ao simularmos diversos preços de m² de venda com diferentes valores de vendas

por mês, chegamos a vários valores de margem VP para cada cenário, destacando o

adotado no estudo:

Figura 19: Sensibilidade do preço m² de venda x vendas por mês - fonte: elaboração própria

Ve

loci

dad

e d

e V

en

das

(m

ese

s)4.

500

34

3024

2017

1514

1211

1010

98

87

Ve

nd

as P

or

s11

%7

810

1214

1618

2022

2426

2830

3234

3.90

0

-2,7

7%-2

,23%

-1,7

9%-1

,49%

-1,2

8%-1

,11%

-0,9

6%-0

,88%

-0,7

9%-0

,72%

-0,6

4%-0

,60%

-0,5

6%-0

,51%

-0,4

9%

4.00

0

-0,4

5%0,

08%

0,49

%0,

77%

0,98

%1,

14%

1,27

%1,

35%

1,44

%1,

50%

1,58

%1,

62%

1,65

%1,

70%

1,72

%

4.10

0

1,77

%2,

27%

2,66

%2,

93%

3,12

%3,

27%

3,40

%3,

48%

3,56

%3,

62%

3,69

%3,

73%

3,76

%3,

81%

3,83

%

4.20

0

3,88

%4,

36%

4,73

%4,

99%

5,17

%5,

31%

5,43

%5,

50%

5,58

%5,

64%

5,71

%5,

74%

5,77

%5,

81%

5,83

%

4.30

0

5,89

%6,

35%

6,70

%6,

95%

7,12

%7,

25%

7,37

%7,

44%

7,51

%7,

56%

7,63

%7,

66%

7,69

%7,

73%

7,75

%

4.40

0

7,81

%8,

26%

8,59

%8,

82%

8,98

%9,

11%

9,22

%9,

29%

9,35

%9,

40%

9,47

%9,

50%

9,52

%9,

56%

9,58

%

4.50

0

9,65

%10

,08%

10,3

9%10

,61%

10,7

6%10

,89%

10,9

9%11

,05%

11,1

2%11

,17%

11,2

3%11

,26%

11,2

8%11

,32%

11,3

3%

4.60

0

11,4

1%11

,82%

12,1

2%12

,32%

12,4

7%12

,59%

12,6

9%12

,74%

12,8

0%12

,85%

12,9

1%12

,94%

12,9

6%13

,00%

13,0

1%

4.70

0

13,0

9%13

,49%

13,7

7%13

,97%

14,1

0%14

,21%

14,3

1%14

,36%

14,4

2%14

,47%

14,5

2%14

,55%

14,5

7%14

,61%

14,6

2%

4.80

0

14,7

0%15

,09%

15,3

5%15

,54%

15,6

7%15

,78%

15,8

7%15

,92%

15,9

7%16

,02%

16,0

7%16

,09%

16,1

1%16

,15%

16,1

6%

4.90

0

16,2

5%16

,62%

16,8

8%17

,05%

17,1

8%17

,28%

17,3

7%17

,41%

17,4

6%17

,50%

17,5

6%17

,58%

17,6

0%17

,63%

17,6

4%

5.00

0

17,7

3%18

,09%

18,3

4%18

,50%

18,6

2%18

,72%

18,8

0%18

,85%

18,8

9%18

,93%

18,9

8%19

,00%

19,0

2%19

,05%

19,0

6%

5.10

0

19,1

6%19

,51%

19,7

4%19

,90%

20,0

1%20

,10%

20,1

8%20

,22%

20,2

7%20

,31%

20,3

6%20

,38%

20,3

9%20

,42%

20,4

3%

Pre

ço m

² V

en

da

Page 69: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

54

Uma variação de R$ 100 no preço do m² leva a um impacto médio de 1,7% na

margem do projeto, e o aumento/diminuição na velocidade de vendas em 2 unidades/mês,

acarreta em um impacto de 0,1% na margem.

Dessa forma, é possível inferir que a variação no preço do m² de venda leva a um

impacto muito mais significativo na margem do que a velocidade de vendas, ou seja, é

preferível conservar o preço do m² mesmo que as vendas sejam realizadas mais

lentamente. Isso é uma característica dos empreendimentos imobiliários, pois as vendas

não são recebidas à vista, e sim a prazo, conforme fluxo apresentado anteriormente (sinal,

mensais e repasse).

Ao antecipar as vendas, anteciparemos somente as parcelas de sinais e algumas

mensais, o repasse será feito durante a obra, o efeito dessa antecipação no VPL é menor

do que a variação da receita em si, ou seja, alteração do VGV.

4.17.2.2 Análise Preço m² de Venda x Preço m² de Área Construída

Ao simularmos diversos preços de m² de venda com diferentes preços de m² de

área construída, chegamos a vários valores de margem VP para cada cenário, destacando

novamente o adotado no estudo:

Page 70: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

55

Figura 20: Análise do preço m² de venda x preço m² de área construída – fonte: elaboração

própria

Essa é a análise mais realizada em empreendimentos do PMCMV, pois como

comentado no tópico de orçamentos, a representatividade do custo de obra em relação à

receita ou mesmo em relação a todos os custos é muito alto. Uma pequena variação nesse

custo pode ser muito onerosa para a margem/resultado do projeto.

Considerando o preço médio do m² de venda de R$ 4.500, uma variação de 3,0%

no preço de m² de construção leva a um impacto médio de 2,7% na margem do

empreendimento. Ao mesmo tempo, considerando R$ 1.700 o custo do m² de construção,

Pre

ço m

² C

on

stru

ção

11%

1.37

4

1.

416

1.46

0

1.

505

1.55

2

1.

600

1.64

9

1.

700

1.75

1

1.

804

1.85

8

1.

913

1.97

1

2.

030

2.09

1

3.74

8

8,43

%6,

75%

5,01

%3,

23%

1,39

%-0

,51%

-2,4

6%-4

,48%

-6,5

0%-8

,57%

-10,

71%

-12,

92%

-15,

19%

-17,

52%

-19,

93%

3.86

4

10,8

3%9,

20%

7,52

%5,

78%

4,00

%2,

16%

0,26

%-1

,70%

-3,6

6%-5

,67%

-7,7

5%-9

,89%

-12,

09%

-14,

36%

-16,

70%

3.98

4

13,1

6%11

,58%

9,95

%8,

27%

6,53

%4,

74%

2,90

%1,

00%

-0,9

0%-2

,86%

-4,8

7%-6

,95%

-9,0

9%-1

1,29

%-1

3,56

%

4.10

7

15,4

3%13

,89%

12,3

1%10

,68%

8,99

%7,

26%

5,47

%3,

62%

1,78

%-0

,12%

-2,0

8%-4

,09%

-6,1

7%-8

,30%

-10,

51%

4.23

4

17,6

3%16

,14%

14,6

0%13

,02%

11,3

8%9,

70%

7,96

%6,

17%

4,38

%2,

54%

0,64

%-1

,32%

-3,3

3%-5

,41%

-7,5

4%

4.36

5

19,7

7%18

,32%

16,8

3%15

,29%

13,7

1%12

,07%

10,3

9%8,

65%

6,91

%5,

12%

3,28

%1,

38%

-0,5

8%-2

,59%

-4,6

6%

4.50

0

21,8

5%20

,44%

18,9

9%17

,50%

15,9

6%14

,37%

12,7

4%11

,05%

9,37

%7,

63%

5,84

%4,

00%

2,10

%0,

14%

-1,8

7%

4.63

5

23,8

0%22

,44%

21,0

3%19

,58%

18,0

9%16

,55%

14,9

6%13

,32%

11,6

8%9,

99%

8,26

%6,

47%

4,62

%2,

72%

0,77

%

4.77

4

25,7

1%24

,38%

23,0

2%21

,61%

20,1

5%18

,66%

17,1

1%15

,52%

13,9

3%12

,29%

10,6

0%8,

86%

7,07

%5,

23%

3,33

%

4.91

7

27,5

6%26

,27%

24,9

4%23

,57%

22,1

6%20

,71%

19,2

1%17

,66%

16,1

2%14

,53%

12,8

9%11

,20%

9,46

%7,

66%

5,82

%

5.06

5

29,3

6%28

,10%

26,8

2%25

,49%

24,1

2%22

,70%

21,2

5%19

,74%

18,2

4%16

,70%

15,1

0%13

,46%

11,7

7%10

,03%

8,24

%

5.21

7

31,1

0%29

,89%

28,6

4%27

,34%

26,0

1%24

,64%

23,2

3%21

,77%

20,3

1%18

,81%

17,2

6%15

,66%

14,0

2%12

,33%

10,5

9%

5.37

3

32,8

0%31

,62%

30,4

0%29

,15%

27,8

6%26

,52%

25,1

5%23

,73%

22,3

2%20

,86%

19,3

5%17

,81%

16,2

1%14

,57%

12,8

8%

Pre

ço m

² V

en

da

Page 71: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

56

uma variação do mesmo percentual de 3% no preço do m² de venda leva a um impacto

médio de 1,42% na margem do projeto.

Com isso, o impacto na margem resultante da variação do custo de obras é muito

relevante para a viabilidade do empreendimento. Um desvio/estouro de obras em 3%

acima do custo orçado pode tornar o projeto inviável.

Page 72: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

57

5 CONCLUSÃO

O Brasil nos últimos 50 anos vivenciou um grande aumento populacional nas

grandes regiões metropolitanas, tanto pelo crescimento da população em si, quanto pela

urbanização. Urbanização essa que foi muito acelerada desde a década de 70, em que a

taxa era de 56%, passando para 81% 30 anos depois. Em números absolutos, houve um

acréscimo de 86 milhões de pessoas às zonas urbanas.

Infelizmente políticas públicas de infraestrutura e habitação não acompanharam

esse fenômeno, levando a um enorme déficit de serviços públicos, estrutura e déficit

habitacional. Mesmo com a criação de alguns programas governamentais para a

mitigação desses efeitos (Banco Nacional da Habitação, Política Nacional de Habitação),

foram pouco eficientes na diminuição desses indicadores. Desde 2000, o déficit

habitacional permanece em torno de 7 milhões de moradias.

Atualmente o programa governamental habitacional que mais vem obtendo

sucesso, com a média de 500 mil moradias contratadas anualmente, desde a sua criação

em 2009, é o Programa Minha Casa Minha Vida. Suas contratações vêm aumentando ano

a ano, com o objetivo de diminuir o déficit, além de gerar inúmeros benefícios

econômicos e sociais, é uma grande oportunidade para incorporação imobiliária.

Com o conhecimento do programa, das particularidades da estrutura jurídica e

societária de empresa voltadas para a incorporação imobiliária, é possível escolher uma

localidade e posteriormente um terreno para a incorporação de um projeto enquadrado no

MVMC. A adoção do preço de venda de acordo com o praticado no mercado é de extrema

importância para que o produto tenha liquidez e performe de acordo com as premissas

adotadas.

O presente estudo analisou a viabilidade de um empreendimento enquadrado no

Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), faixa 3, localizado no bairro Rocha, na

Zona Norte do Rio de Janeiro. Foi realizado um estudo da região, do mercado alvo e

posteriormente elaborado um estudo de massa de acordo com a legislação do município.

Page 73: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

58

Após a coleta de dados praticados pelo mercado, foi possível estabelecer a precificação

do produto e adoção de premissas de vendas e orçamentos, todos esses detalhados.

Para que a análise dos resultados fosse elaborada, foram utilizadas referências de

especialistas e também práticas de mercado, mais especificamente as adotadas na empresa

RJZ Cyrela. Os principais riscos identificados foram relativos à receita (localização,

mercado alvo) e orçamento (obra e terrenos).

Caso o produto seja mal localizado, mal dimensionado/precificado, o mesmo não

irá atingir o público alvo desejado, com isso o investimento pode se apresentar totalmente

inviável, sendo essa etapa a mais importante na incorporação. O cuidado com os

orçamentos é o segundo item de maior importância, principalmente a linha de obra e

terrenos, representando juntos 75% da receita e 85% dos custos, qualquer pequena

variação pode também inviabilizar o projeto.

De acordo com o produto elaborado, premissas de receitas e orçamentos, adotando

o custo de capital de 11% a.a., a margem a valor presente de 11,06% é satisfatória para o

investimento. Se analisarmos a margem do investimento, a TIR de 40,1% é outro

indicador com resultado muito satisfatório.

Uma limitação do estudo apresentado é a viabilidade de um projeto limitado à

faixa 3 do programa MCMV, que enquadra famílias de até R$ 6.500 de renda bruta

mensal, não atingindo assim a camada mais necessitada da população que compõe o

enorme déficit habitacional.

Uma sugestão para futuros trabalhos seria o estudo da viabilidade de

empreendimentos enquadrados nas faixas 1,5 e 2 do programa, em terrenos com uma boa

localização. Além disso, um estudo da efetividade do programa Minha Casa Minha Vida,

englobando os aspectos econômicos e sociais a longo prazo, é também de grande

importância. Dessa maneira será possível avaliar e projetar o futuro da questão

habitacional brasileira.

Page 74: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFRICAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14653-4:

Avaliação de bens - Empreendimentos. Rio de Janeiro, 2002.

BOSCARDIN, Ivan Mercadante. Direito Imobiliário. São Paulo, 2015.

BRASIL. Lei n. 10.931, de 02 de agosto de 2014 Regime Especial Tributário do

Patrimônio de Afetação. Brasília, 2014.

CAMARGO, C. M. Minha Casa Minha Vida Entidades: entre os direitos, as urgências e

os negócios - Universidade de São Paulo, São Carlos, 2016.

CAMPOS FILHO, A. Fluxo de Caixa em Moeda Forte. São Paulo, Atlas, 1992.

CASTRO, Luiz Humberto. Sociedade de Propósito Específico. Brasília: Sebrae, 2014.

CNM, Política Nacional de Habitação, 2012. Disponível em <www.cnm.org.br>

DE SOUZA, Roberto. Sistema de Gestão para Empresas de Incorporação Imobiliária. São

Paulo: Atlas, 2004.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12ª edição. São Paulo:

Pearson, 2010.

GREMAUD, Amaury P. et al. Economia Brasileira Contemporânea. 4a edição. São

Paulo: Atlas, 1996.

IBGE, Censo Demográfico, 2010. Disponível em <www.ibge.gov.br>

LIMA JUNIOR, João da Rocha. Análise de Investimentos: Princípios e Técnicas para

Empreendimentos - USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil. São Paulo,

1993.

Page 75: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

60

LIMA JUNIOR, João da Rocha; MONETTI, Eliane; ALENCAR, Claudio Tavares de.

Real Estate - Fundamentos Para Análise de Investimentos. São Paulo, 2011.

LIMMER, Carl V. Planejamento, Orçamentação e Controle de Projetos e Obras. Rio de

Janeiro: LTC, 2010.

MELHADO, S. B. Gestão, Cooperação e Integração para um novo modelo voltado à

qualidade do processo de projetos na construção de Edifícios. Escola Politecnica,

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.

MINISTÉRIO DAS CIDADES. Déficit Habitacional no Brasil 2008. Elaborado por:

Fundação João Pinheiro, Centro de Estatística e Informações. Brasília: Ministério das

Cidades, 2011.

MINITÉRIO DAS CIDADES. Cartilha - Minha Casa Minha Vida. Brasília: Ministério

das Cidades, 2017.

MOREIRA, Vinícius. Minha Casa Minha Vida em Números. João Pessoa, 2017.

MRV, Relações com Investidores, 2017. Disponível em: <www.ri.mrv.com.br>

PRECON ENGENHARIA, Ville Holanda, Disponível em:

<https://www.meuprecon.com.br/empreendimentos/ville-holanda/>

ROSS, Stephen A; WESTERFIELD, Randolph W.; JORDAN, Bradford D. Fundamentos

de Administração Financeira. AMGH, 2013.

SAMANEZ, Carlos Patricio. Matemática Financeira - Aplicação à análise de

investimentos. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

SILVA, José Marcelo T., Incorporação Imobiliária. Rio de Janeiro: Atlas, 2010.

Page 76: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

61

ANEXOS

ANEXO 1

Legislação do projeto – fonte: SMU Rio de Janeiro

Page 77: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

62

ANEXO 2

Exemplo de fluxo de recebíveis de unidade de um empreendimento não

enquadrado no programa MCMV.

1 Lançamento set/18 0,0% 19.100 19.100

2 out/18 0,1% 1.632 1.632

3 nov/18 0,3% 1.632 1.632

4 dez/18 0,6% 1.632 1.632

5 jan/19 0,8% 1.632 1.632

6 fev/19 1,1% 1.632 1.632

7 Início Obra mar/19 1,4% 1.632 1.632

8 abr/19 2,0% 1.632 1.632

9 mai/19 3,7% 1.632 1.632

10 jun/19 5,1% 1.632 1.632

11 jul/19 6,7% 1.632 1.632

12 ago/19 8,5% 1.632 1.632

13 set/19 10,5% 1.632 1.632

14 out/19 11,5% 1.632 1.632

15 nov/19 15,2% 1.632 1.632

16 dez/19 18,9% 1.632 1.632

17 jan/20 22,6% 1.632 1.632

18 fev/20 26,5% 1.632 1.632

19 mar/20 30,5% 1.632 1.632

20 abr/20 35,4% 1.632 1.632

21 mai/20 40,4% 1.632 1.632

22 jun/20 45,6% 1.632 1.632

23 jul/20 51,0% 1.632 1.632

24 ago/20 56,3% 1.632 1.632

25 set/20 61,2% 1.632 1.632

26 out/20 66,7% 1.632 1.632

27 nov/20 71,8% 1.632 1.632

28 dez/20 76,3% 1.632 1.632

29 jan/21 80,7% 1.632 1.632

30 fev/21 85,0% 1.632 1.632

31 mar/21 88,7% 1.632 1.632

32 abr/21 92,4% 1.632 1.632

33 Habite-se mai/21 95,4% 1.632 1.632

34 jun/21 97,3% 135.808 135.808

RepasseReceita

TotalN Evento Data

Curva de

ObraAto Mensais

Page 78: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

63

ANEXO 3

Exemplo de fluxo de recebíveis de unidade de um empreendimento enquadrado

no programa MCMV.

1 Lançamento set/18 0,0% 10.406 946 11.352

2 out/18 0,1% 946 946

3 nov/18 0,3% 946 946

4 dez/18 0,6% 946 946

5 jan/19 0,8% 946 946

6 fev/19 1,1% 946 946

7 Início Obra mar/19 1,4% 946 946

8 abr/19 2,0% 946 29.787 30.733

9 mai/19 3,7% 946 946

10 jun/19 5,1% 946 946

11 jul/19 6,7% 946 946

12 ago/19 8,5% 946 946

13 set/19 10,5% 946 946

14 out/19 11,5% 946 946

15 nov/19 15,2% 946 946

16 dez/19 18,9% 946 946

17 jan/20 22,6% 946 7.058 8.004

18 fev/20 26,5% 946 7.058 8.004

19 mar/20 30,5% 946 8.703 9.649

20 abr/20 35,4% 946 8.884 9.830

21 mai/20 40,4% 946 9.229 10.175

22 jun/20 45,6% 946 9.575 10.521

23 jul/20 51,0% 946 9.410 10.356

24 ago/20 56,3% 946 8.703 9.649

25 set/20 61,2% 946 9.698 10.644

26 out/20 66,7% 946 9.040 9.986

27 nov/20 71,8% 946 8.057 9.003

28 dez/20 76,3% 946 7.892 8.838

29 jan/21 80,7% 946 7.547 8.493

30 fev/21 85,0% 946 6.774 7.720

31 mar/21 88,7% 946 6.609 7.555

32 abr/21 92,4% 946 5.644 6.590

33 Habite-se mai/21 95,4% 946 - 946

34 jun/21 97,3% - 6.836 6.836

NCurva de

ObraAto

Receita

TotalPró-Soluto

Repasse

Associativo

Repasse

TerrenoEvento Data

Page 79: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

64

ANEXO 4

Orçamento de obra, alvenaria estrutural MCMV.

PEP Serviços Valor

1 Projetos e Tributos 993.776

2 Instalações Provisórias 650.202

3 Máquinas e Equipamentos 414.519

4 Administração e Operação de Canteiro 3.434.817

5 Contas e Consumos Correntes 621.213

6 Trabalhos em Solo 166.492

7 Fundações e Contenções 1.028.394

8 Estrutura 4.796.748

9 Alvenarias, Paredes e Panéis 347.371

10 Esquadrias de Madeira 432.067

11 Esquadrias Metálicas 846.527

12 Vidros e Policarbonatos -

13 Impermeabilização 286.539

14 Revestimentos 844.527

15 Revestimento de Fachadas 1.285.589

16 Pintura 797.745

17 Pisos e Pavimentações 879.265

18 Louças e Metais 163.220

19 Instalações Elétricas 4.031.181

20 Iluminação 28.372

21 Instalações Hidráulicas -

22 Instalações de Incêndio 71.807

23 Acabamentos Especiais e Decoração 477.771

24 Serviços Complementares e Infraestrutura -

25 Elevadores 625.003

26 Mármores e Granitos 265.995

27 Equipamentos Eletrônicos -

28 Limpeza 109.274

29 Ar Condicionado e Exaustão Mecânica 98.599

30 Imprevistos e Saldo Global 483.704

24.180.715 Total

Page 80: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

65

ANEXO 5

Fluxo de caixa consolidado, saldo mensal e saldo acumulado.

Dat

aR

ece

ita

Tota

lTo

tal I

mp

ost

os

De

spe

sas

de

Te

rre

no

sD

esp

esa

s d

e

Inco

rpo

raçã

oM

arke

tin

gD

esp

esa

s d

e O

bra

Re

l. C

lie

nte

De

spe

sas

de

Man

ute

nçã

oD

esp

esa

s d

e V

en

das

De

spe

sas

Ad

min

istr

ativ

asSa

ldo

Me

nsa

lSa

ldo

Acu

mu

lad

o

ago

/18

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

set/

18

222.3

23

-

(1.3

59.0

00)

(160.0

00)

(170.7

16)

(29.3

74)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(1.5

10.9

70)

(1.5

10.9

70)

ou

t/1

8239.4

73

(8.8

93)

(770.0

00)

(13.5

00)

(170.7

16)

(52.1

31)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(789.9

70)

(2.3

00.9

40)

no

v/1

8257.2

51

(9.5

79)

(770.0

00)

(13.5

00)

(170.7

16)

(68.0

14)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(788.7

61)

(3.0

89.7

02)

dez

/18

275.7

01

(10.2

90)

(770.0

00)

(763.5

00)

(170.7

16)

(68.0

14)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(1.5

21.0

22)

(4.6

10.7

24)

jan

/19

294.8

69

(11.0

28)

(770.0

00)

(13.5

00)

(170.7

16)

(65.1

63)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(749.7

41)

(5.3

60.4

66)

fev/

19

314.8

06

(11.7

95)

(770.0

00)

(13.5

00)

(170.7

16)

(78.1

96)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(743.6

04)

(6.1

04.0

70)

ma

r/1

9335.5

69

(12.5

92)

(770.0

00)

(13.5

00)

(170.7

16)

(169.4

24)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(814.8

67)

(6.9

18.9

37)

ab

r/1

9952.9

65

(13.4

23)

(770.0

00)

(6.0

00)

(170.7

16)

(443.1

09)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(464.4

86)

(7.3

83.4

23)

ma

i/1

9975.5

78

(38.1

19)

(770.0

00)

(6.0

00)

(170.7

16)

(396.1

92)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(419.6

52)

(7.8

03.0

75)

jun

/19

999.2

31

(39.0

23)

(770.0

00)

(6.0

00)

(170.7

16)

(422.2

57)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

(422.9

68)

(8.2

26.0

43)

jul/

19

1.0

24.6

06

(39.9

69)

-

(6.0

00)

(170.7

16)

(474.3

88)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

319.3

30

(7.9

06.7

13)

ago

/19

993.8

60

(40.9

84)

-

(96.0

00)

(170.7

16)

(523.9

12)

-

-

(12.8

04)

(1.4

00)

148.0

45

(7.7

58.6

69)

set/

19

837.7

64

(39.7

54)

-

(26.0

00)

-

(265.8

66)

-

-

-

(1.4

00)

504.7

44

(7.2

53.9

24)

ou

t/1

9837.7

64

(33.5

11)

-

(6.0

00)

-

(974.8

40)

-

-

-

(1.4

00)

(177.9

87)

(7.4

31.9

11)

no

v/1

9837.7

64

(33.5

11)

-

(6.0

00)

-

(993.0

86)

-

-

-

(1.4

00)

(196.2

32)

(7.6

28.1

44)

dez

/19

837.7

64

(33.5

11)

-

(6.0

00)

-

(993.0

86)

-

-

-

(1.4

00)

(196.2

32)

(7.8

24.3

76)

jan

/20

837.7

64

(33.5

11)

-

(6.0

00)

-

(1.0

42.6

10)

-

-

-

(1.4

00)

(245.7

56)

(8.0

70.1

32)

fev/

20

839.1

97

(33.5

11)

-

(6.0

00)

-

(1.0

42.6

10)

-

-

-

(1.4

00)

(244.3

23)

(8.3

14.4

56)

ma

r/2

02.3

50.3

44

(33.5

68)

-

(6.0

00)

-

(1.3

03.2

63)

-

-

-

(1.4

00)

1.0

06.1

14

(7.3

08.3

42)

ab

r/2

01.9

05.3

03

(94.0

14)

-

(6.0

00)

-

(1.3

31.9

34)

-

-

-

(1.4

00)

471.9

55

(6.8

36.3

87)

ma

i/2

02.2

93.6

41

(76.2

12)

-

(6.0

00)

-

(1.3

86.6

71)

-

-

-

(1.4

00)

823.3

58

(6.0

13.0

30)

jun

/20

2.3

38.0

34

(91.7

46)

-

(6.0

00)

-

(1.4

41.4

08)

-

-

-

(1.4

00)

797.4

80

(5.2

15.5

50)

jul/

20

2.4

21.1

50

(93.5

21)

-

(6.0

00)

-

(1.4

15.3

43)

-

-

-

(1.4

00)

904.8

86

(4.3

10.6

64)

ago

/20

2.5

04.2

33

(96.8

46)

-

(96.0

00)

-

(1.3

03.2

63)

-

-

-

(1.4

00)

1.0

06.7

25

(3.3

03.9

39)

set/

20

2.4

67.3

47

(100.1

69)

-

(6.0

00)

-

(1.4

60.8

77)

-

-

-

(1.4

00)

898.9

01

(2.4

05.0

38)

ou

t/2

02.3

03.1

07

(98.6

94)

-

(6.0

00)

-

(1.3

56.6

16)

-

-

-

(1.4

00)

840.3

97

(1.5

64.6

41)

no

v/2

02.5

38.6

76

(92.1

24)

-

(6.0

00)

-

(1.2

00.8

36)

-

-

-

(1.4

00)

1.2

38.3

16

(326.3

25)

dez

/20

2.3

85.6

99

(101.5

47)

-

(6.0

00)

-

(1.1

74.7

71)

-

-

-

(1.4

00)

1.1

01.9

81

775.6

56

jan

/21

2.1

56.2

88

(95.4

28)

-

(6.0

00)

-

(1.1

20.0

34)

-

-

-

(1.4

00)

933.4

26

1.7

09.0

82

fev/

21

2.1

19.1

67

(86.2

52)

-

(6.0

00)

-

(997.5

27)

-

-

-

(1.4

00)

1.0

27.9

88

2.7

37.0

70

ma

r/2

12.0

39.3

70

(84.7

67)

-

(6.0

00)

-

(971.4

62)

-

-

-

(1.4

00)

975.7

41

3.7

12.8

11

ab

r/2

11.8

59.0

41

(81.5

75)

-

(6.0

00)

-

(818.5

71)

-

-

-

(1.4

00)

951.4

95

4.6

64.3

06

ma

i/2

11.8

21.5

34

(74.3

62)

-

(6.0

00)

-

(495.2

40)

-

-

-

(1.4

00)

1.2

44.5

32

5.9

08.8

39

jun

/21

1.3

25.0

24

(72.8

61)

-

-

-

(260.6

53)

(153.6

44)

-

-

(1.4

00)

836.4

66

6.7

45.3

04

jul/

21

-

(53.0

01)

-

-

-

(166.8

18)

-

(20.1

51)

-

(1.4

00)

(241.3

69)

6.5

03.9

35

ago

/21

1.6

06.4

02

-

-

-

-

(104.2

61)

-

(20.1

51)

-

(1.4

00)

1.4

80.5

91

7.9

84.5

26

set/

21

-

(64.2

56)

-

-

-

(88.6

22)

-

(20.1

51)

-

(1.4

00)

(174.4

29)

7.8

10.0

97

ou

t/2

1-

-

-

-

-

(52.1

31)

-

(20.1

51)

-

(1.4

00)

(73.6

81)

7.7

36.4

16

no

v/2

1-

-

-

-

-

(46.2

15)

-

(20.1

51)

-

(1.4

00)

(67.7

66)

7.6

68.6

50

dez

/21

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

(1.4

00)

(21.5

51)

7.6

47.1

00

jan

/22

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

(1.4

00)

(21.5

51)

7.6

25.5

49

fev/

22

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

(1.4

00)

(21.5

51)

7.6

03.9

99

ma

r/2

2-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.5

83.8

48

ab

r/2

2-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.5

63.6

97

ma

i/2

2-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.5

43.5

47

jun

/22

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.5

23.3

96

jul/

22

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.5

03.2

46

ago

/22

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.4

83.0

95

set/

22

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.4

62.9

44

ou

t/2

2-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.4

42.7

94

no

v/2

2-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.4

22.6

43

dez

/22

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.4

02.4

93

jan

/23

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.3

82.3

42

fev/

23

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.3

62.1

91

ma

r/2

3-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.3

42.0

41

ab

r/2

3-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.3

21.8

90

ma

i/2

3-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.3

01.7

40

jun

/23

-

-

-

-

-

-

-

(20.1

51)

-

-

(20.1

51)

7.2

81.5

89

jul/

23

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

7.2

81.5

89

Page 81: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

66

ANEXO 6

Investimento e retorno no empreendimento.

Data Receita Total Total Impostos Saldo Mensal Saldo Acumulado InvestimentoAcumulado após

Investimento Retorno

Investimento x

Retorno

ago/18 - - - - - - - -

set/18 222.323 - (1.510.970) (1.510.970) (1.510.970) - - (1.510.970)

out/18 239.473 (8.893) (789.970) (2.300.940) (789.970) - - (789.970)

nov/18 257.251 (9.579) (788.761) (3.089.702) (788.761) - - (788.761)

dez/18 275.701 (10.290) (1.521.022) (4.610.724) (1.521.022) - - (1.521.022)

jan/19 294.869 (11.028) (749.741) (5.360.466) (749.741) - - (749.741)

fev/19 314.806 (11.795) (743.604) (6.104.070) (743.604) - - (743.604)

mar/19 335.569 (12.592) (814.867) (6.918.937) (814.867) - - (814.867)

abr/19 952.965 (13.423) (464.486) (7.383.423) (464.486) - - (464.486)

mai/19 975.578 (38.119) (419.652) (7.803.075) (419.652) - - (419.652)

jun/19 999.231 (39.023) (422.968) (8.226.043) (422.968) - - (422.968)

jul/19 1.024.606 (39.969) 319.330 (7.906.713) - 319.330 - -

ago/19 993.860 (40.984) 148.045 (7.758.669) - 467.375 - -

set/19 837.764 (39.754) 504.744 (7.253.924) - 972.119 - -

out/19 837.764 (33.511) (177.987) (7.431.911) - 794.132 - -

nov/19 837.764 (33.511) (196.232) (7.628.144) - 597.900 - -

dez/19 837.764 (33.511) (196.232) (7.824.376) - 401.667 - -

jan/20 837.764 (33.511) (245.756) (8.070.132) - 155.911 - -

fev/20 839.197 (33.511) (244.323) (8.314.456) (88.412) - - (88.412)

mar/20 2.350.344 (33.568) 1.006.114 (7.308.342) - 1.006.114 1.006.114 1.006.114

abr/20 1.905.303 (94.014) 471.955 (6.836.387) - 1.478.069 471.955 471.955

mai/20 2.293.641 (76.212) 823.358 (6.013.030) - 2.301.426 823.358 823.358

jun/20 2.338.034 (91.746) 797.480 (5.215.550) - 3.098.906 797.480 797.480

jul/20 2.421.150 (93.521) 904.886 (4.310.664) - 4.003.792 904.886 904.886

ago/20 2.504.233 (96.846) 1.006.725 (3.303.939) - 5.010.517 1.006.725 1.006.725

set/20 2.467.347 (100.169) 898.901 (2.405.038) - 5.909.418 898.901 898.901

out/20 2.303.107 (98.694) 840.397 (1.564.641) - 6.749.814 840.397 840.397

nov/20 2.538.676 (92.124) 1.238.316 (326.325) - 7.988.130 1.238.316 1.238.316

dez/20 2.385.699 (101.547) 1.101.981 775.656 - 9.090.111 1.101.981 1.101.981

jan/21 2.156.288 (95.428) 933.426 1.709.082 - 10.023.537 933.426 933.426

fev/21 2.119.167 (86.252) 1.027.988 2.737.070 - 11.051.525 1.027.988 1.027.988

mar/21 2.039.370 (84.767) 975.741 3.712.811 - 12.027.267 975.741 975.741

abr/21 1.859.041 (81.575) 951.495 4.664.306 - 12.978.762 951.495 951.495

mai/21 1.821.534 (74.362) 1.244.532 5.908.839 - 14.223.294 1.244.532 1.244.532

jun/21 1.325.024 (72.861) 836.466 6.745.304 - 15.059.760 595.096 595.096

jul/21 - (53.001) (241.369) 6.503.935 - 14.818.391 - -

ago/21 1.606.402 - 1.480.591 7.984.526 - 16.298.982 777.654 777.654

set/21 - (64.256) (174.429) 7.810.097 - 16.124.553 - -

out/21 - - (73.681) 7.736.416 - 16.050.872 - -

nov/21 - - (67.766) 7.668.650 - 15.983.106 - -

dez/21 - - (21.551) 7.647.100 - 15.961.555 - -

jan/22 - - (21.551) 7.625.549 - 15.940.005 - -

fev/22 - - (21.551) 7.603.999 - 15.918.454 - -

mar/22 - - (20.151) 7.583.848 - 15.898.304 - -

abr/22 - - (20.151) 7.563.697 - 15.878.153 - -

mai/22 - - (20.151) 7.543.547 - 15.858.002 - -

jun/22 - - (20.151) 7.523.396 - 15.837.852 - -

jul/22 - - (20.151) 7.503.246 - 15.817.701 - -

ago/22 - - (20.151) 7.483.095 - 15.797.551 - -

set/22 - - (20.151) 7.462.944 - 15.777.400 - -

out/22 - - (20.151) 7.442.794 - 15.757.249 - -

nov/22 - - (20.151) 7.422.643 - 15.737.099 - -

dez/22 - - (20.151) 7.402.493 - 15.716.948 - -

jan/23 - - (20.151) 7.382.342 - 15.696.798 - -

fev/23 - - (20.151) 7.362.191 - 15.676.647 - -

mar/23 - - (20.151) 7.342.041 - 15.656.496 - -

abr/23 - - (20.151) 7.321.890 - 15.636.346 - -

mai/23 - - (20.151) 7.301.740 - 15.616.195 - -

jun/23 - - (20.151) 7.281.589 - 15.596.045 - -

jul/23 - - - 7.281.589 - 15.596.045 - -

Page 82: ANÁLISE DE VIABILIDADE DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO PARTICIPANTE DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDAmonografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027759.pdf · Em 2009, governo

67

ANEXO 7

Capa da viabilidade de lançamento do empreendimento.

Dat

a B

ase

: ag

ost

o/2

01

8

Elab

ora

do

po

r: P

ed

ro F

err

o

Terr

en

os

Pre

ço M

éd

io m

²

x=

x=

Inco

rpo

raçã

o

Ve

nd

as

Enge

nh

aria

Fin

ance

iro

x

=P

resi

de

nci

a

x

%%

%

100

,00

%10

0,0

0%

101,16

%10

1,16

%

-1,16%

-1,16%

-4,0

0%

-4,0

0%

-17

,14

%-1

7,1

4%

-15,9

3%

-15,9

3%

-0,6

4%

-0,6

4%

-0,5

8%

-0,5

8%

-4,2

4%

-4,2

4%

Inco

rpo

raçã

o

-55

,01%

-55

,01%

-50,0

1%-5

0,0

1%

-5,0

0%

-5,0

0%

VP

L

-2,7

9%

-2,7

9%

Mar

gem

VP

L

-0,3

2%

-0,3

2%

-1,0

0%

-1,0

0%

De

spe

sas

e C

ust

os

Tota

l

-0,3

2%

-0,3

2%

Mar

gem

Bru

ta

-0,1

2%

-0,1

2%

Exp

osi

ção

Máx

ima

15,0

6%

15,0

6%

VPL

/Rec

eita

Lucr

o N

om

inal

Mar

gem

No

min

al

-11,

5%V

PL

-8,7

%M

arge

m V

P

-5,9

%C

ash

Ou

t

-3,0

%C

ash

In

0,0%

In/O

ut

3,0%

TIR

6,1%

Pay

bac

k

9,3%

Re

sult

ado

/A

par

tam

en

to

12,6

%R

esu

ltad

o/m

² d

e Á

rea

Pri

vati

va

End

ere

ço: R

ua

Ge

ne

ral B

elf

ord

, 374

- R

och

a -

Rio

de

Jan

eir

o -

RJ

RES

IDEN

CIA

L M

AR

AC

AN

Ã

-8.3

14.4

56

7.28

1.58

9

87,5

8%

40,1

0%

27 m

ese

s

30.9

85 640

4.50

0,00

4,74

%7,

26%

9,70

%12

,07%

14,3

7%16

,55%

18,6

6%20

,71%

22,7

0%

15,0

6%

4.39

3.08

2

-33.

109.

032

4.39

3.08

2

16,7

0%

11,0

5%

Tick

et

dio

Un

id. E

sto

qu

e

1,00

235,

00

DA

DO

S D

O E

STU

DO

AP

RO

VA

ÇÃ

O

Áre

a P

vt. C

ob

ert

a

/Áre

a P

vt.T

ota

l

0,80

Áre

a C

on

stru

ída

Áre

a P

vt. T

ota

lC

ust

o R

aso

de

Ob

ra

51.2

14.7

25,0

0

Efic

iên

cia

48,4

3 m

²21

7.93

5,00

1,76

Cu

sto

Co

nst

ruíd

oC

ust

o m

² P

vt T

ota

l+

10,0

%+

2,0%

Ap

rove

itam

en

to14

.223

,95

11.3

81,0

5 m

²Tx

Ad

m. G

ere

nci

al

=C

ust

o d

e O

bra

To

tal

1.70

0,00

2.12

4,65

26.5

98.7

87

Man

ute

nçã

o24

.180

.715

R$

p/

Are

a To

tal

Cu

sto

do

Te

rre

no

a V

P0,

00%

0,00

235

0,00

6.46

0,46

1.13

6,55

% d

o t

err

en

o P

erm

uta

do

Áre

a P

erm

uta

da

Pe

rmu

ta

Tota

l

Un

idad

es

Un

ids.

Pe

rmu

tas

Áre

a d

o T

err

en

o

R$

p/

Are

a Lí

q.

7.34

2.65

6

0,00

%0,

00%

235

0,00

6.46

0,46

1.30

3,47

% d

e P

erm

uta

Fin

ance

ira

% P

erm

uta

Fís

ica

0,00

%V

agas

Vin

cula

das

Vag

as E

xtra

rea

do

Te

rre

no

Liq

.

WA

CC

Un

idad

es

Ve

nd

idas

048

.910

.062

48.9

10.0

62R

ece

itas

39.7

47.6

09

DES

CR

IÇÃ

OR

EALI

ZAD

O C

OR

RIG

IDO

A R

EALI

ZAR

NO

MIN

AL

TOTA

LR

ESU

LTA

DO

S A

VP

Re

ceit

a0

48.3

48.6

1248

.348

.612

DES

CR

IÇÃ

O

Imp

ost

os

0-1

.933

.944

-1.9

33.9

44V

alo

r P

ago

no

Te

rre

no

-7.3

42.6

56

De

flaç

ão0

-561

.451

-561

.451

Imp

ost

os

-1.5

76.1

37

Pag

ame

nto

0-7

.700

.000

-7.7

00.0

00M

arke

tin

g-1

.936

.870

Terr

en

o0

-8.2

89.0

00-8

.289

.000

Ou

tras

De

spe

sas

de

Te

rre

no

-583

.900

Ou

tro

s0

-281

.000

-281

.000

Ve

nd

as-1

45.2

65

Co

mis

são

0-3

08.0

00-3

08.0

00C

ust

o d

e O

bra

-22.

019.

333

Ob

ra0

-26.

598.

787

-26.

598.

787

Mar

keti

ng

0-2

.048

.589

-2.0

48.5

89

Tx. A

dm

.0

-2.4

18.0

72-2

.418

.072

Cu

sto

Ras

o0

-24.

180.

715

-24.

180.

715

-163

.358

Ou

tro

s

Re

l. C

lie

nte

0-1

53.6

44-1

53.6

44In

corp

ora

ção

0-1

.347

.000

-1.3

47.0

00

Ve

nd

as0

-153

.644

-153

.644

Man

ute

nçã

o0

-483

.614

-483

.614

-3,0

0%-5

,91%

-8,7

3%3,

00%

6,09

%9,

27%

-58.

800

fev-

20

7.28

1.58

9

07.

281.

589

7.28

1.58

9V

PL/

Exp

osi

ção

Máx

ima

52,8

4%

Ou

tras

De

spe

sas

0-5

8.80

08.

314.

456

-

-4,8

7%4.

107

8,99

%5,

47%

3,62

%3.

984

6,53

%2,

90%

1,00

%

9,99

%8,

26%

5,12

%3,

28%

4.50

015

,96%

12,7

4%11

,05%

9,37

%7,

63%

4.36

513

,71%

10,3

9%8,

65%

6,91

%

4.77

420

,15%

17,1

1%15

,52%

13,9

3%4.

635

18,0

9%14

,96%

13,3

2%11

,68%

Áre

a P

vt. M

éd

iaV

GV

To

tal

0,00

%

5,84

%

4,38

%2,

54%

0,64

%1,

78%

-0,1

2%-2

,08%

1.70

01.

552

1.60

01.

649

1.75

11.

804

1.85

8

Re

sult

ado

Líq

uid

o N

om

inal

4.23

411

,38%

7,96

%6,

17%

-0,9

0%-2

,86%

Pre

ço P

or

PV

T

SEN

SIB

ILID

AD

E -

CU

STO

DO

CO

NST

RU

ÍDO

X P

REÇ

O D

O m

² P

RIV

ATI

VO

IND

ICA

DO

RES

Cu

sto

Po

r m

² P

VT

11,0

5%

-323

.340

-1.2

63.6

66

Man

ute

nçã

o

16,7

0%15

,10%

5.06

524

,12%

21,2

5%19

,74%

18,2

4%

12,2

9%10

,60%

4.91

722

,16%

19,2

1%17

,66%

16,1

2%14

,53%

12,8

9%