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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA INDUSTRIAL CPGEI LUCIANA MARTINS PEREIRA DE ARAÚJO Análise de Detecção de Fluorescência para Aplicação em Sistemas de Diagnóstico em Saúde DISSERTAÇÃO CURITIBA 2010

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA INDUSTRIAL – CPGEI

LUCIANA MARTINS PEREIRA DE ARAÚJO

Análise de Detecção de Fluorescência para Aplicação em Sistemas de Diagnóstico em Saúde

DISSERTAÇÃO

CURITIBA 2010

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LUCIANA MARTINS PEREIRA DE ARAÚJO

Análise de Detecção de Fluorescência para Aplicação em Sistemas de Diagnóstico em Saúde

.

CURITIBA 2010

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Elétrica e Informática

Industrial da Universidade Tecnológica Federal do

Paraná, como requisito parcial para a obtenção

do grau de Mestre em Ciências – Área de

Concentração: Engenharia Biomédica.

Orientador: Prof. Dr. Fábio Kurt Schneider

Coorientador: Prof. Dr. Gilberto Branco

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UTFPR – Campus Curitiba

A663 Araújo, Luciana Martins Pereira de

Análise de detecção de fluorescência para aplicação em sistemas de

diagnóstico em saúde / Luciana Martins Pereira de Araújo. — 2010.

93 f. : il. ; 30 cm

Orientador: Fábio Kurt Schneider

Co-orientador: Gilberto Branco

Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial.

Área de concentração: Engenharia biomédica, Curitiba, 2010.

Bibliografia: f. 82-9

1. Espectroscopia fluorescente. 2. Európio. 3. Agentes luminescentes – Uso

em diagnóstico. 4. Corantes fluorescentes – Uso em diagnóstico. 5.

Engenharia elétrica – Dissertações. I. Schneider, Fábio Kurt, orient. II.

Branco, Gilberto, co-orient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Programa de Pósgraduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial.

III. Título.

CDD (22. ed.) 621.3

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Dedico esta dissertação a Deus, pois sem Ele, nada seria possível. À minha família pelo incentivo e confiança. Ao meu esposo e minha filha, pelo apoio incondicional, compreensão e motivação. Enfim, a todos que de alguma forma tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido.

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AGRADECIMENTOS

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES,

pelo suporte e apoio financeiro a esse projeto.

Ao Professor Dr. Fábio Kurt Schneider, pela orientação e confiança.

Ao Professor Dr. Arandi Ginane Bezerra Junior e o Dr. Gilberto Branco, pela co-

orientação, apoio, dedicação e partilha.

Aos colegas do CPGEI pelo companheirismo, convívio, estímulo e partilha, em

especial, Claúdio Marquetto, Joyce Klock, Terezinha Strapasson, Leonardo

Zanin, Neusa Grando e Joaquim de Mira.

Aos alunos de Iniciação Científica, Vinícius Oliveira e Eduardo Almeida dos

Santos, pelo apoio e aprendizado partilhado.

Ao colega Wellington Celestino dos Santos, pelo apoio e pela partilha de

aprendizado.

Aos professores, pelo conhecimento compartilhado.

Ao meu esposo Walter Duarte e minha filha Lívia Helena que colaboraram em

todos os momentos, pela paciência, incentivo e amor.

Agradeço a Deus que me deu força e sempre esteve presente em minha vida.

Aos meus pais Evandro Reis Pereira (in memorian) e Maria da Piedade Martins

que sempre me deram força para continuar perseverando rumo ao objetivo a

ser alcançado.

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RESUMO

ARAÚJO, Luciana M. P. Análise de detecção de Fluorescência para Aplicação em Sistemas de Diagnóstico em Saúde 2010. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Curitiba, 2010.

A técnica de espectroscopia de emissão de fluorescência tem sido

utilizada para caracterizar moléculas e compostos moleculares, pois propicia

que fluoróforos sejam usados como elementos de marcação de antígenos e/ou

anticorpos, que servirão para a identificação de doenças. Assim, o objetivo

desta dissertação é analisar a emissão de fluorescência a partir de um novo

composto molecular, desenvolvido pelo Laboratório de Polímeros Paulo Scarpa

(LaPPS/UFPR) em função do elemento químico európio, denominado

complexo LaPPS34M, por meio de um sistema de detecção em estado sólido

resolvido no tempo. As características ópticas como: o espectro de absorção, o

espectro de fluorescência, o deslocamento de Stokes e os tempos de vida de

luminescência resultaram nos parâmetros importantes do complexo para

potenciais aplicações em sistemas biomédicos através do projeto INDI-

SAÚDE/PR.

Palavras-Chave: Fluorescência, Fluoróforo, Espectroscopia, Diagnóstico,

Saúde Pública.

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ABSTRACT

ARAÚJO, Luciana M. P. Fluorescence detection analysis for Application in

Diagnostic Systems in Health. 2010. Graduate Program in Electrical

Engineering and Computer Science Industrial of the Federal Technological

University of Parana). Curitiba. 2010.

The technique of fluorescence emission spectroscopy has been used to

characterize molecules and molecular compounds. Fluorophores can be used

as markup elements of antigens and / or antibodies for identification of disease.

Thus, the objective of this dissertation is to analysis the fluorescence emission

from a new molecular compound, developed by the Laboratory of Polymers

Paulo Scarpa (Lapps / UFPR) according to the chemical element europium,

called complex LaPPS34M, through a solid state detection system resolved

in time. The optical characteristics as: absorption spectrum, fluorescence

spectrum, the Stokes shift and the lifetime of luminescence have resulted in

importants parameters of the complex for potential applications in biomedical

systems by designing INDI-SAÚDE/PR.

Keywords: Fluorescence, Fluorophore, Spectroscopy, Diagnosis, Public Health.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Esquema representativo da marcação do complexo antígeno-

anticorpo por fluoróforo. ................................................................................... 25

Figura 2 - Apresentação do diagrama de Jablonski. ........................................ 26

Figura 3 - Ilustração do deslocamento de Stokes entre o pico de absorção

máxima e o pico de emissão máxima. ............................................................. 32

Figura 4 - Ilustração da estrutura molecular do fluoróforo comercial Cy3. O N+ é

o símbolo do íon nitrogênio e o I- é o símbolo do íon iodo. .............................. 38

Figura 5 - Estrutura molecular do complexo LaPPS34M, com os elementos N

(nitrogênio) e O ( oxigênio), as cadeias aromáticas (representada pelos

hexágonos). ...................................................................................................... 39

Figura 6 - Dimensões, formas e tamanhos das nanopartículas metálicas. ...... 42

Figura 7 - Esquema do processo de FRET entre dois fluoróforos, a fluoresceína

doadora) e a rodamina (receptora), onde r é a distância de mínima de FRET. 44

Figura 8 - Descrição do processo de FRET pelo de diagrama de Jablonski. ... 45

Figura 9 - Desenho esquemático do espectrofotômetro de duplo feixe ........... 49

Figura 10 - Espectro de absorção do fluoroforo Cy3 obtido pelo

espectrofotômetro. ........................................................................................... 51

Figura 11 - Espectro de absorção do complexo LaPPS34M obtido pelo

espectrofotômetro ............................................................................................ 51

Figura 12 - Representação esquemática do sistema de detecção proposto .... 52

Figura 13 - Desenho esquemático do sistema experimental por válvula

fotomultiplicadora R928 (de alta sensibilidade) ................................................ 53

Figura 14 - Desenho esquemático do sistema com o uso da válvula

fotomultiplicadora miniatura (R5600U-01). ....................................................... 54

Figura 15 - Desenho esquemático do sistema experimental por fotodiodo ...... 55

Figura 16 - (a) Dispositivo OPT 301 apresenta um fotodiodo integrado com

amplificador conversor corrente-tensão, (b) resposta espectral do OPT 301, (i)

emissão de luminescência do indicador (LAPPS34M ~ 615 nm) (ii) excitação do

indicador (LAPPS34M ~ 350 nm). .................................................................... 56

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Figura 17 – Espectro de emissão da lâmpada xenon ...................................... 58

Figura 18 - Espectro de emissão de led azul, com comprimento de onda do

pico é 440 nm. .................................................................................................. 59

Figura 19 - Espectro de emissão de led ultravioleta, com comprimento de onda

do pico é 400 nm. ............................................................................................. 59

Figura 20 - Espectro de transmitância do filtro de interferência na região do

vermelho........................................................................................................... 61

Figura 21 - Diagrama representativo da transmitância de luz pela amostra na

cubeta .............................................................................................................. 63

Figura 22 - llustração do espectro de transmitância da cubeta de quartzo ...... 63

Figura 23 - Representação do processo de geração e multiplicação de elétrons

em uma válvula fotomultiplicadora ................................................................... 64

Figura 24 - Circuito de Implementação do Amplificador de Transimpedância . 65

Figura 25 - Espectro de fluorescência do fluoróforo Cy3 obtido pela FASE I

(válvula fotomultiplicadora R928) ..................................................................... 68

Figura 26 - Espectro de absorção e emissão de fluoróforo Cy3 demonstrando o

deslocamento de Stokes obtido pela FASE I. .................................................. 68

Figura 27 - Espectro de fluorescência do complexo LaPPS34M obtido pela

FASE I. ............................................................................................................. 69

Figura 28 - Espectro de absorção e emissão de LaPPS34M demonstrando o

deslocamento de Stokes obtido pela FASE I ................................................... 70

Figura 29 - a)Espectro de Fluorescência do fluoróforo Cy3 e b) o espectro de

fluorescência do Fluoróforo Cy3 conjugado com Nanopartícula de Ouro obtido

pela FASE I. ..................................................................................................... 71

Figura 30 - Espectro de fluorescência (em preto) do complexo LaPPS34M e o

espectro de fluorescência do LaPPS34M ( em verde) conjugado com

nanopartículas de prata obtido pela FASE I. .................................................... 72

Figura 31 - Decaimento de Fluorescência do Complexo LaPPS34M com o uso

da válvula fotomultiplicadora R928 obtido pela FASE I .................................... 74

Figura 32 - Decaimento exponencial de emissão de luminescência do indicador

LaPPS34M pela válvula fotomultiplicadora miniatura R5600U-01 obtido pela

FASE II. ............................................................................................................ 75

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Figura 33 - Sinal elétrico aplicado ao led para excitação do indicador (linha

contínua), sinal de saída do detector na ausência do fluoróforo (linha tracejada)

e sinal de luminescência na presença do fluoróforo (linha contínua) obtido pela

FASE III. ........................................................................................................... 76

Figura 34 - Exponencial de decaimento de emissão de luminescência do

indicador LaPPS34M pelo uso detectores de fotodiodo obtido pela FASE III .. 77

Figura 35 - A) Tamanho das nanopartículas de ouro por DLS, B) Espectro de

absorção das nanopartículas de ouro e C) Espectro de absorção linear para o

colóide de prata ................................................................................................ 95

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características dos Fluoróforos Comerciais em relação aos

comprimentos de onda de absorção e de emissão de fluorescência ............... 31

Tabela 2 - Características ópticas relevantes para um fluoróforo da família Cy-

corante ............................................................................................................. 39

Tabela 3 - Relação entre as fases da pesquisa e os resultados do tempo de

vida de Luminescência ..................................................................................... 77

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1 - Espectrofotômetro de Duplo Feixe UV-Vis. ................................ 50

Fotografia 2 - Montagem do uso das lentes convergentes no experimento de

fluorescência. ................................................................................................... 60

Fotografia 3 - Monocromador do tipo Czerny-Turner. ...................................... 62

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

INDI-SAÚDE Instituto Nacional de Inovação em Saúde Pública

NAT Teste de Ácido Nucléico

DNA Ácido Desoxirribonucléico

HIV Human Immunodeficiency Virus

Ē Intensidade do Campo Elétrico [V/m]

H Intensidade do Campo Magnético [A/m]

RNA Ácido Ribonucléico

ELISA Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay

Cy3 Fluoróforo Comercial Cianina (Cyanine)

Cy4 Fluoróforo Comercial Cianina (Cyanine)

Cy7 Fluoróforo Comercial Cianina (Cyanine)

LaPPS34M Complexo de Európio/ Bipiridina/ Dibenzoílmetano

PH Pontecial Hidrogeniônico

NADH Quinona Oxidorredutase

FAD Dinucleotídeo Flavina Adenina

NP Nanopartículas

DLS Espalhamento Dinâmico da Luz

FRET Transferência de Energia de Ressonância de

Fluorescência

Ln Familia dos elementos quimicos dos Lantanídeos

Lu Elemento Químico Lutécio

Y Elemento Químico Ítrio

Sc Elemento Químico Escândio

Na Elemento Químico Sódio

K Elemento Químico Potássio

Sb Elemento Químico Antimônio

Cs Elemento Químico Césio

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Eu Elemento Químico Európio

Eu3+ Representação do Elemento Európio

Tb3+ Representação do Elemento Térbio

C Elemento Químico Carbono

H Elemento Químico Hidrogênio

O Elemento Químico Oxigênio

Au Elemento Químico Ouro

Ag Elemento Químico Prata

Ni Elemento Químico Níquel

Cu Elemento Químico Cobre

La Família dos lantanídeos

N Elemento Químico Nitrogênio

Z Número Atômico dos Elementos Químicos

RMN Ressonância Magnética Nuclear

led Light Emitting Diode

π Orbital pi Ligante e Antiligante

π* Orbital pi Antiligante

λ Comprimento de Onda

S Estado Singleto

S1

Primeiro Estado Singleto Excitado

S2

Segundo Estado Singleto Excitado

S0 Estado Singleto Fundamental

THF Tetrahidrofurano

UV-Vis Espectroscopia na Região do Ultravioleta-Visível

OEM Onda Eletromagnética

PCR Polimerase Chain Reaction

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PMT Photo Multiplier Tube

USB Universal Serial Bus

Gap Fosfeto de Gálio

DC-DC Conversor de Corrente Contínua

UFPR Universidade Federal do Paraná

PR Estado do Paraná

CI Conversões Internas

CSI Cruzamento Interno

LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

DMSO Dimetilsulfóxido

RMSE Quadrado Médio do Erro

LaPPS Laboratório de Polímeros Paulo Scarpa

DO Densidade Óptica

FITC Isotiocianato de Fluoresceína

RITC Rodamina

AT Amplificador de Transimpêdancia

a.u Arbitraries Unites (Unidades Arbitrárias)

ZXA Representação do elemento químico (Z é o número

atômico e A o número de massa)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 19

1.1. MOTIVAÇÃO ............................................................................................. 19

1.2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 20

1.3. OBJETIVOS ............................................................................................... 21

1.3.1. Objetivo Geral ...................................................................................... 21

1.3.2. Objetivos Específicos .......................................................................... 21

1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ............................................................ 23

2. FLUORESCÊNCIA E FLUORÓFORO ....................................................... 24

2.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 24

2.2. COMPLEXO ANTÍGENO- ANTICORPO.................................................... 24

2.3. O FENÔMENO DE FLUORESCÊNCIA ..................................................... 25

2.4. FLUORÓFOROS ....................................................................................... 29

2.4.1. Características Ópticas dos Fluoróforos .............................................. 29

2.4.2. Propriedades dos Fluoróforos Comerciais e dos Complexos

Biomarcadores ................................................................................................. 34

2.4.2.1. Fluoróforo Comercial Cy3 .................................................................... 37

2.4.2.2. Complexo LaPPS34M ......................................................................... 39

2.5. NANOPARTÍCULA .................................................................................... 41

2.5.1. Fluoróforo na Presença de Nanopartículas ......................................... 43

2.6. RESUMO ................................................................................................... 46

3. SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE LUMINESCÊNCIA.................................. 47

3.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 47

3.2. DETERMINAÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO CY3 E DO

COMPLEXO LaPPS34M .................................................................................. 47

3.2.1. Espectrofotômetro de Duplo Feixe ...................................................... 48

3.2.1.1. Espectro de Absorção ......................................................................... 50

3.3. SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE SINAL DE FLUORESCÊNCIA .................. 52

3.4. SISTEMA DE DETECÇÃO DE FLUORESCÊNCIA ................................... 57

3.4.1. Fonte Óptica ........................................................................................ 57

3.4.2. Lentes Convergentes e Filtros ............................................................. 59

3.4.3. Monocromador .................................................................................... 61

3.4.4. Cubeta ................................................................................................. 62

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3.4.5. Válvulas Fotomultiplicadoras ( PMTs) ................................................. 63

3.4.6. Amplificador de Transimpedância........................................................ 65

3.4.7. Aquisição do Processamento do Sinal ................................................ 66

3.5. RESUMO ................................................................................................... 66

4. RESULTADOS .......................................................................................... 67

4.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 67

4.2. ESPECTROS DE FLUORESCÊNCIA........................................................ 67

4.3. ESPECTROS DE FLUORESCÊNCIA COM NANOPARTÍCULAS

METÁLICAS ..................................................................................................... 71

4.4. TEMPOS DE VIDA DE LUMINESCÊNCIA DO FLUORÓFORO E DO

COMPLEXO LaPPS34M .................................................................................. 73

5. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ................................................................... 78

5.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 78

5.2. CARACTERIZAÇÃO DE BIOMARCADORES ........................................... 78

5.3. SISTEMAS DE CUSTO REDUZIDO .......................................................... 80

5.4. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ....................................................................... 81

5.5. TRABALHOS FUTUROS ........................................................................... 81

5.6. PUBLICAÇÕES ......................................................................................... 83

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 84

7. ANEXOS .................................................................................................... 92

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1. INTRODUÇÃO

1.1. MOTIVAÇÃO

Muitas doenças infecciosas, comuns em diversas regioes de países em

desenvolvimento, são tratáveis por meio de medicações apropriadas. Isto tem

prevenido e diminuído, significativamente, a mortalidade e a morbidade das

populações infectadas residentes nestas áreas de risco (MABEY, 2004). Os

métodos de diagnósticos mais rápidos certamente auxiliarão para que as

doenças infecciosas, que apresenta significantes consequências para a saúde

pública, sejam eficientemente controladas se identificadas precocemente

(NICHOL, 2000).

As técnicas tradicionais de diagnóstico laboratorial incluem os métodos

diretos: como a identificação direta do microrganismo por meio da microscopia

óptica, e métodos indiretos: como a inoculação de amostras potencialmente

infectadas em animais e meios de cultura. Além destes, nos últimos vinte anos,

também houve o desenvolvimento de métodos rápidos de diagnóstico, que

proporcionaram um avanço importante, pois os resultados podem ser obtidos

em poucas horas ou até mesmo em minutos (PERUSK, 2003).

Atualmente, várias doenças infecciosas e parasitárias são pesquisadas

pelos métodos imunológicos. Graças à sua simplicidade, o método ELISA

(Enzyme LinkedImmuno Sorbent Assay) permite reconhecer e quantificar

antígenos através de uma reação enzimática (ENGVALL, 1971). Este método

é usado para analisar grande número de indivíduos com um volume pequeno

de amostra (PERUSK, 2003). Os testes moleculares como o PCR (Polimerase

Chain Reaction) em tempo real e os microarranjos líquidos possibilitaram a

marcação do complexo antígeno-anticorpo por sondas fluorescentes com

diferentes espectros de emissão (YANG, 2004).

Ao aplicar os fluoróforos nos estudos diagnósticos, recorre-se a uma

área que está em franca expansão. Novas tecnologias estão sendo

empregadas à procura de diagnósticos mais rápidos e precisos. Neste sentido,

a utilização conjunta da fluorescência através dos fluoróforos levou a criação

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de outra área de pesquisa, chamada de imunofluorescência, que é a ligação do

antígeno e anticorpo através da marcação do anticorpo marcado com uma

molécula fluorescente (VALEUR, 2002),(LAKOWICZ,1999).

1.2. JUSTIFICATIVA

O esforço do sistema nacional de saúde em ampliar o setor de

diagnósticos e conjuntamente integrar a produção acadêmica com o setor

produtivo possibilitou a criação do Instituto Nacional de Inovação em Saúde

Pública (INDI-SAÚDE), que se situa no Instituto Carlos Chagas – Curitiba/PR

(2008). Assim sendo, o objetivo do INDI-SAÚDE, consiste na implantação de

novas tecnologias para a produção de sistemas de diagnóstico centrados em

doenças causadas por microrganismos importantes para a saúde pública no

Brasil. Uma das metas do Instituto é a nacionalização de insumos e sistemas

de diagnóstico relevantes para a saúde pública, envolvendo métodos rápidos

para utilização no local de tratamento (point of care) (INDI, 2008).

Adicionalmente, pretende-se obter procedimentos de multitestes para o

diagnóstico e controle do sangue, ou seja, aqueles capazes de detectar mais

de uma doença simultaneamente.

Os sistemas de diagnósticos desenvolvidos pela Instituto terão seu

alicerce no diagnóstico molecular, como os microarranjos líquidos, por ser o

método moderno para detecção e quantificação de doenças por

microrganismos, como por exemplo doença de chagas e dengue (INDI, 2008).

Um dos estudos do Instituto Nacional de Inovação em Saúde Pública é

a marcação do complexo antígeno-anticorpo através de fluoróforos para

detectar doenças por meio de fluorescência. Essa dissertação representa um

dos projetos a serem desenvolvidos pelo INDI-SAÚDE através do complexo

LaPPS34M, desenvolvido pelo laboratório de polímeros Paulo Scarpa da UFPR

será realizado um estudo de comparação com um fluoróforo comercial Cy3,

amplamente utilizado na tecnologia de microarranjos. Algumas características

ópticas tais como deslocamento de Stokes e o tempo de vida de luminescência

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são avaliados para o estudo do potencial de aplicação do complexo LaPPS34M

como fluoróforo.

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo Geral

O objetivo principal deste trabalho é analisar a detecção de

fluorescência para aplicação em sistemas de diagnósticos com ênfase em um

novo composto molecular - desenvolvido em função do elemento químico

európio (Eu - grupo dos lantanídeos) - denominado complexo LaPPS34M por

meio de um sistema de excitação e detecção em estado sólido resolvido no

tempo.

1.3.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são:

1. Determinar os espectros de absorção do fluoróforo Cy3 e do complexo

LaPPS34M e a relação entre os picos máximos de absorção para as

amostras.

2. Determinar a relação entre os espectros de fluorescência do fluoróforo

Cy3 e do complexo LaPPS34M e os picos máximos de emissão das

amostras

3. Avaliar a relação entre a fluorescência de Cy3 e de LaPPS34M na

presença de nanopartículas e suas implicações na intensidade de

fluorescência.

4. Analisar a detecção de fluorescência com o uso de fotodetectores

(válvula fotomultiplicadora R928, válvula fotomultiplicadora miniatura

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R5600U-01 e de detector optoeletrônico OPT301) e utilizando uma

instrumentação de baixo custo.

5. Determinar o tempo de vida de luminescência do complexo LaPPS34M.

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23

1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

O trabalho está dividido em 5 capítulos, onde neste capítulo 1 são

expressas as motivações, as justificativas e os objetivos gerais e específicos

desta dissertação. O capítulo 2, apresenta uma revisão sobre a luminescência,

com ênfase para a fluorescência e suas propriedades físicas. Descreve-se

ainda alguns fluoróforos e os fatores que afetam o desempenho dos

fluoróforos.

O capítulo 3 apresenta o uso do sistema para a identificação de

emissão fluorescente; com fonte óptica composta de diodos emissores de luz

violeta, chaveados (e controlados) para excitar substâncias fluorescentes em

solução aquosas; e detecção com sensor optoeletrônico.

O capítulo 4 apresenta os resultados usando a instrumentação

implementada quanto à detecção da fluorescência para atingir os objetivos

específicos previamente listados.

Finalmente, o capítulo 5 apresenta uma discussão e as principais

conclusões do trabalho.

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2. FLUORESCÊNCIA E FLUORÓFORO

2.1. INTRODUÇÃO

O capítulo versará sobre a espectroscopia de fluorescência, os

fluoróforos e as propriedades ópticas dos fluoróforos comerciais e do complexo

LaPPS34M.

2.2. COMPLEXO ANTÍGENO- ANTICORPO

Na descricao de imunologia, a interação do antígeno com o anticorpo é

fundamental. Essa relação é denominada de complexo antígeno-anticorpo ou

complexo imune (ALBERTS et al ,1995). A maior parte dos métodos de

diagnósticos baseia-se na detecção do complexo antígeno-anticorpo, ou seja,

quando um antígeno, que é definido como uma substância estranha que induz

uma resposta imune, causa uma produção de anticorpos e/ou linfócitos

sensibilizados que reagem especificamente com a substância ingressa num

organismo (VOET, 1995).

O sistema imunológico do corpo inicia a produção de anticorpos, que

são proteínas que reconhecem um antígeno de forma específica e com alta

afinidade e são produzidos pelos linfócitos B, que se originam na medula óssea.

Os anticorpos são então distribuídos pelo organismo inteiro através do sistema

linfático para neutralizar a ação do antígeno (VOET, 1995). Para que haja

detecção do complexo antígeno-anticorpo é necessário que este esteja

conjugado com um indicador, conforme apresentado na Figura 1.

Os fluoróforos são compostos que emitem luz em certo comprimento

de onda quando excitados por uma radiação luminosa de outro comprimento

de onda, e podem atuar como biomarcadores, quando conjugados com o

complexo antígeno-anticorpo ou estruturas internas de células.

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A marcação descrita na Figura 1 descreve a ligação entre um anticorpo

específico, geralmente de uma espécie diferente da célula, e outro anticorpo,

que seja “anti” o anticorpo utilizado anteriormente, sendo este novo anticorpo

de uma terceira espécie e tendo sido também previamente marcado por algum

fluoróforo, desta maneira, formam-se complexos antígeno-anticorpo marcados,

de forma que esta estrutura é bem mais eficiente na detecção de doenças por

fluorescência e seu uso em diagnósticos.

Figura 1 - Esquema representativo da marcação do complexo antígeno-anticorpo por

fluoróforo.

Fonte: Modificado de FERREIRA, 2001

2.3. O FENÔMENO DE FLUORESCÊNCIA

Quando os fótons são absorvidos por uma molécula, a mesma é levada

a um estado excitado. Após um determinado tempo, há o retorno da molécula

ao estado fundamental (ou estado não excitado) com a possível emissão de

parte da energia absorvida na forma de energia radiante (WILLARD, 1988).

Uma forma mais clara de visualização dos estados de excitação das

moléculas é apresentada pelo diagrama de Jablonski (Erro! Fonte de referência não

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encontrada.), que relaciona as transições que ocorrem entre os níveis básicos de

energia e os níveis excitados, bem como as reemissões de energia radiante

(ATVARS, 2002).

Inicialmente, a partir da absorção de radiação, a molécula é promovida

para um estado excitado singleto Sn (Erro! Fonte de referência não encontrada.).

Posteriormente, a molécula se desativa por relaxamento, através dos níveis

vibracionais de estados eletrônicos, até atingir o primeiro nível vibracional do

estado excitado singleto de menor energia S1. Este processo de relaxamento

recebe o nome de conversão interna (EISBERG, 1988).

Figura 2 - Apresentação do diagrama de Jablonski.

Fonte: Própria

A partir do estado singleto S1, existem alguns caminhos possíveis para

a molécula retornar ao estado fundamental:

(a) se não há diferença de energia entre o estado excitado e estado

fundamental existi a possibilidade de sobreposição de níveis vibracionais, a

molécula pode ser levada ao mais baixo nível vibracional do estado excitado

por relaxamento vibracional sem emissão de radiação eletromagnética, ou seja,

ocorre um cruzamento interno.

(b) se, no entanto, a diferença energética entre o estado excitado e

estado fundamental for relativamente grande, a desativação para o estado

fundamental se dá com emissão de radiação na forma de fluorescência

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(VALEUR, 2002). Isto quer dizer que o spin1 do estado excitado mantém sua

orientação original e há uma maior probabilidade de acontecer essa

configuração. Corresponde a um fenômeno rápido, na ordem de 10-9 a 10-7

segundos (EISBERG, 1988).

(c) se ocorrer um cruzamento entre sistemas, que é a transferência de

elétrons entre estados de diferentes multiplicidades de spins. Outro fenômeno

de desativação se faz presente é a fosforescência. Esta representa emissão de

fótons após as transições do estado singleto para o estado tripleto, isto é, neste

tipo de fenômeno o spin se mantém de forma contrária da sua posição inicial e

o tempo de duração é maior, na ordem de 10-3 s a 10 s (AMANDO,2004).

O uso da fluorescência é um dos métodos para aplicação em sistemas

de diagnósticos, utilizados pelo Instituto Nacional de Inovação para

Diagnósticos em Saúde Pública do Paraná (INDI-SAÚDE/PR), que busca

sondas fluorescentes de baixo custo que possam ser utilizadas em kits

diagnósticos para a detecção de doenças por microorganismos demandas do

sistema de saúde pública nacional.

O complexo LaPPS34M faz parte das sondas fluorescentes compostas

de Európio (Eu3 +) ou Térbio (Tb3 +) que estão sendo estudados para

aplicação em sistemas biomédicos (ALBANI, 2007). Os tempos de vida dos

fluoróforos destes elementos estão na escala de tempo de milisegundos e

surgem de transições entre os orbitais f dos átomos. Possuem características

ópticas relevantes na marcação de doenças, pois têm grande fotoestabilidade.

a) Fatores que afetam a fluorescência

Há uma grande variedade de fluoróforos e, consequentemente, uma

gama de espectros de absorção e emissão, além de uma diferenciação dos

1 O spin corresponde a um grau de liberdade interno do elétron,e, embora seja descrito como

de forma aproximada com o movimento do elétron em torno do seu próprio eixo, é uma

propriedade intrínseca da partícula (CARUSO, 2006).

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tempos de vida de luminescência para cada biomarcador. A detecção de

fluorescência pode então sofrer modificações na sua intensidade com as

mudanças de temperatura, pH, a possibilidade de interação com solvente,

viscosidade, polarização, pressão e suas interações com os solutos

(VALEUR,2002),(LAKOWICZ,1999).

O aumento da temperatura tem como consequência um aumento na

eficiência dos processos de conversões internas (CI) na desativação do estado

excitado (Figura 02). No entanto, por ser um fenômeno de tempo de vida

relativamente curto, esse fator é menos crítico no caso da fluorescência, o que

permite fácil observação do fenômeno na temperatura ambiente (BASSI, 2001).

Para o caso do pH, a fluorescência de compostos aromáticos com

funcionalidades ácidas ou básicas apresentam forte dependência com o pH,

desta forma, é importante manter o pH das amostras sempre constante.

A presença de outros grupos químicos, como o oxigênio dissolvido,

pode levar a uma diminuição da fluorescência pelo aumento do cruzamento

inter sistemas (CSI), conforme Erro! Fonte de referência não encontrada..

O decréscimo na viscosidade da solução que possui o fluoróforo leva a

diminuição da taxa de colisões moleculares levando a uma diminuição da

difusão dos fótons de fluorescência

Os solventes contendo átomos pesados acarretam na diminuição da

energia relativa do estado excitado. Essa diminuição de energia pode levar a

um aumento da eficiência das conversões internas (CI) e em contrapartida a

diminuição da fluorescência (BASSI, 2001).

Todos os fatores acima mencionados contribuem para que a

fluorescência seja atenuada. Os testes foram realizados a temperatura

ambiente, com o pH 7 fixo, a viscosidade é mantida constante e a diluição foi

realizada para manter a razão entre solvente e soluto sempre a mesma. Nesta

dissertação as condições acima elencadas foram necessárias para manter o

sistema constante ao longo das experiências ora realizadas

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2.4. FLUORÓFOROS

Os fluoróforos formam um grupo químico que fluoresce quando

exposto a luz de um determinado comprimento de onda. Cada fluoróforo tem

um espectro de emissão e de excitação característico.

Prasad (2003) classifica os fluoróforos em duas categorias, os

fluoróforos intrínsecos ou naturais, e os fluoróforos biomarcadores, não

naturais.

Os fluoróforos intrínsecos são aqueles que ocorrem naturalmente. As

proteínas como triptofano, tirosina e a fenilalamina, e algumas enzimas NADH,

FAD e Ribofavin encontrados dentro das células e dos tecidos são

caracterizados como fluoróforos intrínsecos, alguns destes fluoróforos

encontram-se ilustrados no anexo A. Eles podem ser usados para estudar as

estruturas dinâmicas das células e das proteínas. Também servem como

parâmetros para os estudos de autofluorescência (LAKOWICZ,1999).

Os fluoróforos extrínsecos são aqueles que são adicionados a uma

amostra e chamados também de biomarcadores. Os fluoróforos comerciais

como a família das sondas cyanines são representativas desse grupo,

representados no anexo B. As fluorescências advindas de sondas

fluorescentes apresentam alta intensidade, são estáveis durante iluminação

contínua e não perturbam o processo ou a biomolécula onde está sendo

estudada (LAKOWICZ,1999).

O fluoróforo comercial Cy3 e o complexo LaPPS34M são sintetizados

em laboratórios e classificam-se como fluoróforos extrínsecos, sendo

caracterizados como biomarcadores.

2.4.1. Características Ópticas dos Fluoróforos

Algumas propriedades, como os espectros de absorção e de emissão, o

deslocamento de Stokes e o tempo de vida de luminescência, fazem com que

os fluoróforos tenham grande aplicação na biologia molecular, medicina e

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engenharia biomédica principalmente relacionada aos diagnósticos e

tratamentos de várias doenças, tais como doença de chagas, dengue e

hepatite (HAUGLAND,1996).

a) Absorção e Emissão

A intensidade do feixe luminoso diminui ao atravessar qualquer meio

absorvente, de acordo com a seguinte lei exponencial geral.

(Eq.1)

em que e são respectivamente as intensidades do feixe incidente e do

feixe transmitido, é o coeficiente de absorção (cm-1), dependente do

comprimento de onda e é o comprimento do meio absorvente (cm).

Define-se a transmitância como:

(Eq. 2)

e absorbância (Abs) ou densidade óptica (DO) como:

(Eq. 3)

Quando o meio absorvente é uma solução com uma dada concentração c, é

comum relacionar com a concentração, sendo:

(Eq. 4)

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Onde se designa por coeficiente de extinção molar ou absortividade molar

e c é a concentração da solução em estudo. Se a concentração for expressa

em M (mol-1), será expresso em M-1 cm-1.

Usando as relações anteriores pode-se então escrever:

(Eq. 5)

Esta relação representa a forma usual da Lei de Beer, que prevê para soluções

diluídas em apenas uma espécie de absorvente, uma proporcionalidade direta

entre a concentração e a absorbância. A constante de proporcionalidade é o

coeficiente de extinção molar, , que é a medida da intensidade da banda de

absorção, ou seja, a intensidade de energia da transição para cada

comprimento de onda.

Na Tabela 1 estão listados os comprimentos de onda de absorção e

emissão de fluorescência para alguns fluoróforos encontrados comercialmente.

Tabela 1 - Características dos Fluoróforos Comerciais em relação aos comprimentos de

onda de absorção e de emissão de fluorescência

Fluoróforos

Acridime Orange 502 526

Alexa Fluor 532 532 553

Cy3 548 562

Cy7 710 805

FITC 490 520

RITC 570 595

FDA 495 520

Fonte: Modificado de HAUGLAND, 1996

b) Deslocamento de Stokes

A natureza do solvente e o ambiente local produzem profundos efeitos

sobre o espectro eletrônico das moléculas. Esses efeitos são a origem do

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deslocamento de Stokes (Δλ), que é a diferença do comprimento de onda entre

as posições do máximo dos espectros de excitação e emissão, da mesma

transição eletrônica. Esta foi uma das primeiras observações do fenômeno

conhecido como fluorescência, descrito pelo físico irlândes G. G. Stokes, em

1852 (LAKOWICZ, 1999), (ABBYAD et al, 2007). Uma causa comum para o

deslocamento de Stokes é a rápida relaxação da estrutura para níveis

vibracionais mais baixos a partir de S1 demonstrado na Figura 2.

A Figura 3 representa um desenho esquemático de um exemplo dos

espectros típicos de fluorescência para moléculas, onde podemos ver

representado o deslocamento de Stokes (Stokes Shift). Essa característica

óptica é importante para diferenciar os espectros de absorção e emissão para

cada molécula estudada. No caso específico desta dissertação o complexo

LaPPS34M será responsável por um deslocamento de Stokes de

aproximadamente 200 nm.

Figura 3 - Ilustração do deslocamento de Stokes entre o pico de absorção máxima e o

pico de emissão máxima.

Fonte: Modificado de MGUILBAULT, 1990

Para aplicações em sistemas biomédicos e biológicos é necessário que

os espectros de absorção e emissão sejam localizados em comprimentos de

onda distintos no espectro eletromagnético para que haja uma facilidade na

detecção de fluorescência por parte da instrumentação. No caso do complexo

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LaPPS34M a absorção se dá na região do azul (350 nm) e a emissão se dá na

região do vermelho (615 nm).

A equação 6 descreve as transições possíveis para que ocorra o

deslocamento de Stokes. O comprimento de onda de absorção (ou o espectro

de absorção da molécula) descreve a variação de energia entre dois estados.

(Eq. 6)

Onde:

E1 corresponde ao nível de energia fundamental [J];

E2 é o nível de energia do estado excitado [J]

ħ a constante de Planck [6,62 x 10-34 J.s]

c a velocidade de propagação da luz [ km/s]

é o comprimento de onda de emissão [nm]

c) Tempos de Vida de Luminescência

A fluorescência tem sido usada para estudar vários sistemas químicos,

físicos e biológicos (LAKOWICZ,1991), (JAMESON,1991). Apesar da grande

quantidade de informações que se consegue com medidas estáticas, é

interessante examinar também a fluorescência resolvida no tempo, ou seja,

através da análise do tempo de vida é possível verificar se uma amostra

contém vários fluoróforos distintos, pois neste caso o que se espera é mais de

um tempo de vida. No caso de um único tipo de fluoróforo, os dados resolvidos

no tempo podem indicar a influência do meio em que se encontra o fluoróforo

uma vez que isto pode alterar o tempo de vida de luminescência.

Há duas técnicas para se obter dados de fluorescência resolvidos no

tempo. Na primeira, uma amostra é excitada com um pulso de luz e observa-se

a fluorescência em função do tempo. Na segunda técnica, a amostra é excitada

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com luz modulada e a fluorescência em função do tempo é obtida da resposta

em frequência da emissão. Nos dois casos o objetivo é obter os parâmetros

que descrevem a fluorescência em função do tempo.

Os tempos de vida de luminescência dos fluoróforos podem variar de

10-12 a centenas de 10-9 s. Este tempo corresponde ao intervalo temporal para

que haja um decaimento exponencial partindo do valor máximo até 36,8%.

(isto é, 1/e).

A equação a seguir relaciona os parâmetros para a obtenção dos

valores do tempo de vida de luminescência dos fluoróforos.

(Eq. 7)

Onde é a intensidade de luminescência inicial no instante de t igual a 0, e

seguido de que é o tempo de vida de luminescência do fluoróforo. Esta

variável pode também ser descrita como

Γ + krn)–1.

(Eq. 8)

Onde Γ representa à taxa de emissão do fluoróforo e krn a taxa de decaimento

não radiativa do estado fundamental.

Geralmente, para os fluoróforos comerciais os tempos de vida estão

em torno de 10-9 s. O Cy3 tem o tempo de vida de luminescência em torno de

0,3 ns e é utilizado na marcação de complexos imunes, pois é invariável ao pH

(entre 3 a 7) e a temperatura, mantendo sua estabilidade perante outros

fluoróforos, tais como a fluoresceína (MUJUMDAR et al, 1996).

2.4.2. Propriedades dos Fluoróforos Comerciais e dos Complexos

Biomarcadores

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A seleção de um marcador ou de um complexo biomarcador, é

influenciada por fatores tais como as características espectrais. As

características do instrumento de detecção são fundamentais para que haja

precisão na coleta dos dados. Os parâmetros dos instrumentos a serem

considerados incluem o tipo de fonte de excitação, os filtros ópticos utilizados

para a discriminação do sinal e de sensibilidade, e os detectores, ou seja, a

forma como será adquirido os dados.

As características importantes dos marcadores na otimização são o

espectro de excitação, o deslocamento de Stokes, a emissão espectral e o

tempo de vida de luminescência. Outros fatores, incluindo o coeficiente de

extinção, o rendimento quântico de fluorescência, fotoestabilidade e a

sensibilidade ambiental, determinam a intensidade de luminescência de

biomoléculas marcadas. Além disso, os efeitos das características físicas do

marcador sobre a rotulagem influenciam na eficiência e estrutura biológica das

moléculas (HAUGLAND,1996).

Uma abordagem utilizada amplamente é determinar qual o marcador

ou quais os marcadores que são mais adequados para uma determinada

aplicação. O desempenho de um fluoróforo está diretamente relacionado com

as propriedades químicas e seus conjugados de ácidos nucléicos

(HAUGLAND,1996).

O rendimento quântico de fluorescência é uma medida da eficiência

com que a molécula excitada é capaz de converter a radiação luminosa

absorvida em emitida. É definida como a fração de fótons absorvidos que são

convertidos em emissão de fluorescência. O rendimento quântico é muito

sensível ao ambiente, ao pH, a temperatura e a estrutura do fluoróforo

(PRASAD, 2003).

Fotoestabilidade é a capacidade que tem um fluoróforo de sofrer

repetidos ciclos de excitação e de emissão sem ser destruído, enquanto no

estado excitado.

O ambiente tem um forte efeito em alguns fluoróforos e mínimos sobre

outros. Os mais fortes fatores ambientais que afetam o rendimento de

fluorescência são o pH e a escolha do solvente.

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O coeficiente de extinção molar (ε) é a capacidade que um mol2 de uma

substância tem em absorver luz num dado comprimento de onda, ou o quão

fortemente uma substância absorve radiação a uma determinada frequência.

Esta capacidade é muito importante na determinação da quantidade de

radiação luminosa que pode gerar uma molécula através da emissão de

fluorescência (PRASAD, 2003).

A maioria dos fluoróforos de uso comercial ou complexos

biomarcadores têm coeficientes de extinção molar em seu comprimento de

onda de absorção máxima variando entre 5.000 e 200.000 L mol−1cm−1

(HAUGLAND, 1996). Em geral, marcadores, com grandes deslocamentos de

Stokes tendem a ter coeficientes de extinção relativamente pequenos,

enquanto que os marcadores com pequenas mudanças no deslocamento de

Stokes tendem a ter coeficientes de extinção relativamente grandes.

Algumas características dos fluoróforos para que se possa ter

biomarcadores de qualidade, são:

1) Os marcadores devem produzir sinais luminosos, que são

espectralmente distinguíveis da excitação e da emissão;

2) Fluoróforos devem ser compatíveis com a instrumentação disponível;

3) Os marcadores e seus conjugados devem ser estáveis em relação ao

pH, temperatura e condições de iluminação necessária para a análise.

Além disso, alguns dos fatores que influenciam no desempenho dos

fluoróforos, são:

1) Os espectros de excitação e emissão de acordo com a fonte de

excitação e filtro de comprimentos de onda de emissão;

2) O rendimento quântico de fluorescência do marcador;

3) A fotoestabilidade do marcador;

4) O meio onde o marcador se encontra, e

2 O mol é definido como sendo a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas

entidades elementares quantos são os átomos contidos em 0,012 kg de carbono 12

(SOLOMONS, 2009).

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5) O coeficiente de extinção molar.

A banda espectral e a pureza do corante também são fatores

importantes que afetam a análise do fluoróforo. A importância da largura de

banda espectral, especialmente no espectro de emissão, concentra-se na

capacidade dos instrumentos em distinguir um marcador do outro (PRASAD,

2003).

O uso dos fluoróforos como biomarcadores abre a possibilidade de

pesquisas de como novos fluoróforos podem se enquadrar nas características

necessárias para aplicação em sistemas biomédicos. Nesta dissertação

analisa-se o complexo LaPPS34M em comparação com o fluoróforo Cy3 para

demonstrar as possíveis aplicações deste novo complexo em biomédica e

também nos projetos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Inovação em

Saúde Pública (INDI-SAÚDE).

2.4.2.1. Fluoróforo Comercial Cy3

Há uma grande quantidade de marcadores ou fluoróforos. A família

Cyanine (Cy) são marcadores fluorescentes. Esta família de fluoróforos tem

grande intensidade de fluorescência em relação à emissão de cores, possuindo

faixas espectrais distintas e estão disponíveis em diferentes composições

químicas permitindo rotulagem via amina ou grupos tiol. O fluoróforo Cyanine

proporciona alta sensibilidade e é fotoestável (ERNST,1989).

O marcador Cy3 tem emissão na região do verde e pode ser

sintetizado com grupos reativos em cada um dos radicais [R] ou ambas as

cadeias laterais, de modo que o fluoróforo pode ser quimicamente ligado a

qualquer ácido nucléico ou moléculas de proteínas (ERNST,1989). Na Figura 4

apresenta-se a estrutura molecular do Cy3. Os Radicais [R] representam os

grupos aminas ou tiol aos quais a molécula pode se ligar. Os números 1, 2 e 3

representam as posições das ramificações que compõem a estrutura molecular

do fluoróforo.

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Figura 4 - Ilustração da estrutura molecular do fluoróforo comercial Cy3. O N+ é o

símbolo do íon nitrogênio e o I- é o símbolo do íon iodo.

Fonte: Modificado de LAUREN et al,1988

O Cy3 constitui uma família molecular com solubilidade em água, e

tolerância ao Dimetilsulfóxido (DMSO), com comprimento de onda de excitação

da ordem de 550 nm e de emissão da ordem de 570 nm (ambos na faixa de

emissão do verde). A marcação em sistemas médicos e biológicos é

direcionada para identificação e quantificação do complexo antígeno-anticorpo

ou de estruturas internas da célula. Os Cy3 são usados em uma ampla

variedade de aplicações. Para rotulagem de proteínas e ácidos núcleicos tal

como descrito pelos trabalhos de WILTSHIRE, 2000, e para localização de

DNA e RNA (XIAO, 2007).

Esta classe de marcadores é insensível ao pH na faixa entre 3-10 e é

fotoestável. A fluorescência advinda desse marcador permanece por mais

tempo, caracterizado pela fotoestabilidade. As características ópticas da família

de Cy’s, que refletem a qualidade de um fluoróforo, são apresentadas na

Tabela 2.

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Tabela 2 - Características ópticas relevantes para um fluoróforo da família Cy-corante

Cy-

corante

Peso Molecular [u]

λABS

[nm]

λEm

[nm]

Rendimento Quântico

Coeficiente de

extinção molar

[M-1

.cm-1

]

Tempo de

vida [ns]

Cy3 765,9 548 562 <0,3 0.04 0,30

Cy4 791,9 646 664 1.0 0.24 0,25

Cy5 792,1 649 670 0,28 0,15 1,0

Fonte: adaptada de Mujumdar, R.B., et al,1993

2.4.2.2. Complexo LaPPS34M

O complexo tem a estrutura molecular composta por

európio/bipiridina/dibenzoílmetano na concentração de 1:1:3. A estrutura

molecular é demonstrada na Figura 5, e apresenta a faixa de comprimento de

onda de absorção na região do azul e emissão de fluorescência na região do

vermelho (AKCELRUD, 2010)..

Figura 5 - Estrutura molecular do complexo LaPPS34M, com os elementos N (nitrogênio)

e O ( oxigênio), as cadeias aromáticas (representada pelos hexágonos).

Fonte : Lapps/UFPR,(2010)

O elemento químico európio (63Eu152) pertence à família dos

lantanídeos que compreende os elementos do lantânio (57La138,9) ao lutécio

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(71Lu), entre os quais se incluem o ítrio (39Y89) e o escândio (21Sc45),(LEE,

1999).

Esses elementos são aplicados na investigação das propriedades e

funções de sistemas biomédicos e na identificação de substâncias biológicas.

Eles são usados principalmente como sondas espectroscópicas no estudo de

biomoléculas e suas funções, por exemplo em marcadores biológicos para

acompanhar o caminho percorrido pelos medicamentos no homem e em

animais; também como marcadores em imunologia e, como agentes de

contraste em diagnóstico não invasivo de patologias em tecidos por imagem de

ressonância magnética nuclear (MARTINS, 2005).

A semelhança entre as características físicas e químicas dos

elementos lantanídeos (SÁ, 2000) faz com que eles sejam mais estáveis. LUI

(1997) descreve o estudo de fluorescência resolvida no tempo onde se

encontrou os tempos de vida de luminescência dos sistemas contendo európio

em torno de microsegundos. A presença do elemento európio em alguns

complexos ou polímeros faz com que a luminescência esteja presente (LIMA,

2005). Há uma transferência de energia intramolecular do íon metálico central e

esse efeito é chamado de efeito antena3 .

Dentre os lantanídeos, os íons Eu(III) e Tb(III), são os mais utilizados

como sondas espectroscópicas, nas quais os elementos considerados

quelatos 4 destes elementos são os mais convenientes como sondas

luminescentes para sistemas biológicos. Isto se deve ao fato de os mesmos

serem estáveis e a transferência de energia do quelato para o íon Ln poder

atingir eficiência de aproximadamente 100% (BÜNZLI, 1989), fazendo com que

a luminescência seja intensa, apresentando assim, alto rendimento quântico.

Os tempos de vida de luminescência destes complexos são longos (100 a

1000 µs); a diferença de energia entre a absorção do ligante e a emissão do

íon (deslocamento de Stokes) é muito grande, acima de 200 nm; possuem alta

3 O processo de conversão de luz, chamado de efeito antena, envolve a absorção de radiação

ultravioleta através dos ligantes, que atuam como antenas, a transferência de energia do

estado excitado do ligante para os níveis 4f do íon metálico e a emissão de radiação se dá no

visível, característica do íon metálico ( LIMA, 2005) 4 Quando, em uma molécula, o átomo de metal possui ligantes coordenados a ele,sendo que,

cada um desses ligantes efetua duas ligações ou mais com este metal, essa molécula é considerada um quelato ( SALIBA,2009)

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sensibilidade de detecção; têm facilidade de se ligarem ao reagente

bioanalítico para marcação de antígenos e/ou anticorpos (BÜNZLI, 1989).

O complexo LaPPS34M que é estudado em relação ao fluoróforo

comercial Cy3, apresenta maior tempo de luminescência, em torno de 110 μs a

114,5 μs, como está demonstrado nas figuras 30 e 32.

2.5. NANOPARTÍCULA

A nanotecnologia refere-se à técnica utilizada para manipular

estruturas na ordem de 10-9 m, tornando possível a criação de estruturas

funcionais em nano escala. Elas podem ser produzidas a partir de diferentes

materiais e formas (LIU, 2006).

As nanopartículas são utilizadas em uma grande variedade de áreas,

incluindo materiais avançados, eletrônica, magnetismo, optoeletrônica,

biomedicina, fármacos e cosméticos (ZUO et al, 2007). Há várias

nanopartículas como as de materiais metálicos, por exemplo: ouro (Au), prata

(Ag), níquel (Ni), cobre (Cu), semicondutores e os polímeros.

A Figura 6 apresenta as nanopartículas metálicas em diferentes

dimensões, formas e composições e produzem materiais com distintas

propriedades de dispersão da luz. Outra característica visível na figura é a

variação na cor das nanopartículas metálicas (ROSI et al, 2005).

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Figura 6 - Dimensões, formas e tamanhos das nanopartículas metálicas.

Fonte: Modificado de ROSI et al, (2005)

A utilização de nanopartículas possibilita que ao conjugá-las

conjuntamente com fluoróforos, há um aumento da intensidade de

fluorescência (LAKOWICZ, 2001). A intensificação do sinal permite que a

detecção de fluorescência seja ampliada por causa da transferência de energia

de ressonância.

As aplicações dessa tecnologia são a caracterização e o

aprimoramento de novos biomarcadores, como por exemplo, para o

diagnóstico de câncer e a detecção de doenças infecciosas por micro-

organismos (SOKOLOV, 1998) e (SIWACH, 2009).

O aumento da intensidade de fluorescência do fluoróforo Cy3 e do

complexo LaPPS34M foi realizado com o uso de nanopartículas de ouro e

prata e servirão de parâmetros para a otimização do sistema de

instrumentação desenvolvido com a finalidade de obter as características

ópticas das amostras. As nanopartículas utilizadas foram produzidas pela

UFPR e sua produção e caracterização estão apresentadas no anexo C.

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2.5.1. Fluoróforo na Presença de Nanopartículas

A transferência de energia de ressonância de fluorescência

(Fluorescence Resonance Energy Transfer - FRET) é uma técnica para a

caracterização de interações à distância. É uma das poucas ferramentas

disponíveis que é capaz de medir as interações intermoleculares e a distância

intramolecular tanto in vivo quanto in vitro (SELVIN, 2000). É um processo pelo

qual um doador não radiativo do estado excitado (e.g., um fluoróforo) transfere

energia para um estado receptor através de interações de longo alcance

dipolo-dipolo (LAKOWICZ, 1999).

A FRET envolve a excitação de um fluoróforo doador por incidência de

luz dentro do seu espectro de absorção. Essa absorção de radiação eleva o

fluoróforo a uma maior energia, estado excitado, que normalmente decai

(retorno ao estado fundamental) com um espectro de emissão característico.

Se, no entanto, outro fluoróforo ou nanopartículas (o receptor) existe nas

proximidades do doador há uma sobreposição do espectro de absorção do

receptor ao espectro de emissão do doador e, em seguida a possibilidade de

transferência de energia não-radiativa entre o doador e o receptor (PRASAD,

2003).

A Figura 7 mostra a sobreposição do espectro de absorção da proteína

fluorescente fluoresceína e do espectro de emissão da proteína fluorescente

rodamina possibilitando uma forte interação FRET.

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Figura 7 - Esquema do processo de FRET entre dois fluoróforos, a fluoresceína doadora)

e a rodamina (receptora), onde r é a distância de mínima de FRET.

Fonte: Modificado de SAPSFORD et al, 2006.

Em geral, o doador e o receptor são diferentes. O FRET é detectado

pelo aparecimento de fluorescência do receptor ou por extinção de

fluorescência do doador.

Em uma molécula os elétrons migram do estado fundamental (So) para

um nível de vibração mais elevada, de forma rápida com tempos da ordem de

pico segundos. Estes elétrons decaem para o nível mais baixo de vibração (S1)

e, eventualmente, dentro de nanosegundos, voltam para o estado (So) e um

fóton de luz é emitido (LAKOWICZ et al, 2008).

Na transferência de energia de ressonância o fóton não é emitido, mas

a energia é transferida para a molécula receptora, cujos elétrons por sua vez,

tornam-se excitados. Isto está apresentado na Figura 6, por meio de um

diagrama de Jablonski para o processo de FRET.

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Figura 8 - Descrição do processo de FRET pelo de diagrama de Jablonski.

Fonte: Própria

O FRET pode resultar em uma diminuição da fluorescência da

molécula doadora como em um aumento da fluorescência do receptor. O

método estabelece a medida da interação entre o fluoróforo e a superfície das

nanopartículas A taxa de transferência de energia é dependente de muitos

fatores, tais como o grau de sobreposição espectral entre o doador e o

receptor, a orientação relativa dos dipolos de transição, e mais importante, a

distância entre o doador e receptor nas moléculas. Geralmente o FRET ocorre

nos sistemas biomédicos em dimensões (r) em torno de 2 a 10 nm (CHEN,

2007).

Quando se conjuga as nanoparticulas com fluoróforos ou complexos

há um aumento da intensidade de fluorescência. A Figura 30 representa o

resultado do fenômeno de FRET para o caso de nanopartículas de prata

conjugadas com o bioindicador LaPPS34M.

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2.6. RESUMO

Neste capítulo, apresentou-se que a medição de fluorescência apresenta

potencialidade para sistemas de diagnósticos rápidos utilizando um

biomarcador fluorescente.

Para a caracterização óptica deste indicador fluorescente utilizou-se os

espectros de absorção e emissão da substância ou complexo, o deslocamento

de Stokes entre a absorção e emissão e o tempo de vida do emissão de

luminescência.

Normalmente, o Cy3 é o indicador mais utlizado para a marcação do

complexo antígeno-anticorpo, entretanto, este trabalho utililizará o novo

complexo LaPPS34M (Lapps/UFPR) para a emissão de fluorescência devido

ao maior tempo de emissão (na ordem de 100s) e deslocamento de Stokes

(em torno de 200 nm).

Adicionalmente, o uso de nanopartículas possibilitará a intensificação

do sinal de fluorescência quando houver a conjugação de fluoróforos com as

nanopartículas.

No capítulo a seguir, apresenta-se uma descrição dos elementos

utilizados na implementação de um sistema de aquisição de fluorescência.

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3. SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE LUMINESCÊNCIA

3.1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo é apresentado o sistema implementado para a detecção

da emissão de fluorescência dos fluoróforos Cy3 e LaPPS34M. Dentro deste

sistema, utilizou-se para a detecção de fluorescência, a válvula

fotomultiplicadora R928 e a válvula fotomultiplicadora miniatura R5600U-01 e,

posteriormente, por um componente optoeletrônico OPT 301.

3.2. DETERMINAÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO CY3 E DO

COMPLEXO LaPPS34M

A análise de elementos químicos, as estruturas internas dos compostos

e o levantamento de dados físico-químicos da absorção, emissão e dispersão

da interação da luz com as amostras são essenciais para descrever o

comportamento e natureza dos compostos orgânicos (LEE, 1999).

A absorção de radiação eletromagnética que acontece na região do

ultravioleta e também do visível, é estudada através da espectroscopia de

absorção. Se o objeto de interesse é a emissão, obtém-se tal espectro pela

espectroscopia de emissão. Há outros tipos de espectroscopia como de

infravermelho, de microondas, Raman, de fluorescência, de raios x, de plasma,

fotoacústica e de ressonância magnética (OKUNO, 1982).

Para que haja interação entre a luz incidente e a amostra deve haver

ressonância. A radiação eletromagnética e as partículas da amostra devem ter

a mesma frequência, e isto só é possível se a energia de excitação for maior

que a fundamental levando às transições eletrônicas entre os níveis de energia

(EISBERG, 1988).

A absorção molecular se dá através da soma das contribuições de

vários níveis de energia, a rotacional, vibracional e eletrônica. O movimento de

translação da molécula como um todo não modifica as posições relativas das

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partículas que a constituem, entretanto as ligações intermoleculares e os

ângulos entre as ligações vibram, enquanto que a estrutura nuclear gira como

um todo. Podemos desprezar os movimentos de rotação e vibração das

moléculas, pois as velocidades eletrônicas são pelo menos mil vezes maiores

que as nucleares (BASSI, 2001).

3.2.1. Espectrofotômetro de Duplo Feixe

Para a determinação o espectro de absorção e emissao dos fluoróforos

Cy3 e LaPPS34M, utilizou-se um espectrofotômetro para as regiões do

ultravioleta, do visível e do infravermelho.

O espectrofotômetro apresenta uma fonte de radiação eletromagnética

de espectro contínuo, um porta amostra, um monocromador e um detector

(Figura 9). Nos espectrofotômetros de feixe simples a radiação só atravessa a

amostra e nos espectrofotômetros de feixe duplo mede-se simultaneamente a

intensidade transmitida pela amostra e a transmitida por um padrão de

referência, a diferença das duas intensidades é aquela absorvida pela amostra.

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Figura 9 - Desenho esquemático do espectrofotômetro de duplo feixe

Fonte: Própria

O equipamento disponível no laboratório de óptica da UTFPR consiste

em um espectrofotômetro de duplo feixe UV-VIS, modelo DB – 1880S,

composto de duas fontes óticas, uma lâmpada de tungstênio – halogênio ( para

a região do visível) e outra de deutério (para a região do ultravioleta). Tem-se

internamente dois monocromadores que permitem a passagem de uma faixa

estreita do espectro da energia incidente com um comprimento de onda

específico, que varia de 190 nm a 1100 nm. A cubeta onde se coloca a amostra

é de quartzo com volume de 3,5 ml e o comprimento do caminho óptico, pelo

qual se dará a interação da radiação e a substância da amostra, é definido pelo

diâmetro interno da cubeta na ordem de 10 mm. A fotografia 1 representa o

equipamento disponível no laboratório de óptica da UTFPR.

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Fotografia 1 - Espectrofotômetro de Duplo Feixe UV-Vis.

Fonte: Própria

O sistema descrito foi utilizado para se obter os espectros de absorção

do fluoróforo comercial Cy3, o espectro de absorção do complexo LaPPS34M,

e a resposta espectral dos filtros utilizados no experimento.

3.2.1.1. Espectro de Absorção

Os espectros de absorção do fluoróforo comercial Cy3 e o do complexo

LaPPS34M foram obtidos pelo espectrofotômetro descrito no item 3.2.1. O

fluoróforo Cy3 foi diluído em uma solução tampão na proporção 1:1, isto é, 1 ml

de soluto em 1 ml de solvente e colocado na cubeta de quartzo e transportada

ao espectrofotômetro. Observa-se que a absorção do fluoróforo Cy3 acontece

na região compreendida entre 530nm e 560nm, com um pico máximo em

550 nm, conforme vizualiza-se na Figura 6. O espectro de absorção do

complexo LaPPS34M foi obtido diluindo a amostra em solução de

tetrahidrofurano (THF), seguindo o mesmo procedimento no qual foi obtido o

espectro de absorção do fluoróforo Cy3. A Figura 6 representa o gráfico do

complexo LaPPS34M com um pico máximo (principal) em 400nm e outro

secundário em 300nm.

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Figura 10 - Espectro de absorção do fluoroforo Cy3 obtido pelo espectrofotômetro.

Fonte: Própria

Figura 11 - Espectro de absorção do complexo LaPPS34M obtido pelo espectrofotômetro

Fonte: Própria

Os resultados indicam que no caso do fluoróforo Cy3, os dados

coletados no laboratório da UTFPR correspondem ao disponível na literatura,

pois o pico máximo de absorção se encontra em 550 nm, conforme

apresentado na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Para o estudo do

complexo LaPPS34M percebe-se a presença de dois picos, sendo que a maior

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absorbância se encontra em 400 nm, como demonstrado na Erro! Fonte de

referência não encontrada..

3.3. SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE SINAL DE FLUORESCÊNCIA

Para a detecção da luminescência, foi implementado um sistema de

detecção de acordo com a Figura 12. O sistema é composto por (a) uma fonte

óptica acoplada a um gerador de sinais utilizado para a excitação do fluoróforo,

(b) um fluoróforo em uma cubeta posicionada de forma que o caminho óptico

de excitação e de detecção formem um ângulo de 90 graus para minimizar a

energia de excitação que incide no sensor de luminescência, (c) lente

convergente para orientar o feixe incidente d) Monocromador ou filtro óptico

para emissão, (e) um fotodetector de estado sólido, (f) um amplificador de

transimpedância, (g) e (h) representam o sistema de aquisição e

processamento de sinais através do osciloscópio e computador padrão.

Figura 12 - Representação esquemática do sistema de detecção proposto

Fonte: Própria

O método proposto será dividido em três fases devido a utilização de

três distintos optodetectores (válvula fotomultiplicadora R928, válvula

fotomultiplicadora miniatura R5600U-01 e detector optoletrônico OPT301):

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A fase I é constituída da coleta de dados a partir da instrumentação

com o uso da válvula fotomultiplicadora R928, conforme pode ser visto na

Figura 13

Figura 13 - Desenho esquemático do sistema experimental por válvula fotomultiplicadora

R928 (de alta sensibilidade)

Fonte: Própria

A instrumentação descrita na Figura 13 possibilita a obtenção do

espectro de fluorescência e o tempo de vida de luminescência da amostra

LaPPS34M na fase 1, bem como o espectro de fluorescência do fluoróforo

comercial Cy3, cujo sistema de detecção baseia-se na utilização da válvula

fotomultiplicadora grande. O sistema é composto por (a) uma fonte óptica

acoplada a um gerador de sinais utilizado, neste caso led´s ultravioleta e azul

(b) uma cubeta de quartzo contendo a amostra, (c) uma lente convergente d)

um monocromador para selecionar o comprimento de onda de emissão modelo

SpectraPro 275 (Acton Research Co., U.S.A) com distância focal de 275 mm,

sistema óptico do tipo Czerny-Turner, (d) uma válvula fotomultiplicadora grande

tipo janela lateral R928 (Hamamatsu Co.,U.S.A), (e) um amplificador de

transimpedância, (f) e (g) um sistema de aquisição e processamento de sinais.

A fase II é constituída de (a) uma fonte óptica composta de um diodo

emissor de luz ultravioleta,(b) uma câmara de amostra que contém saída que

direcionam o feixe de luz do diodo emissor de luz para o filtro, (c) um filtro que

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serve para selecionar o comprimento de onda de emissão de fluorescência, (d)

uma válvula fotomultiplicadora miniatura em modelo R5600U-01 ultra compacto

com 10 mm de comprimento, 15 mm de diâmetro e janela óptica (fotocatodo)

de 8 mm de diâmetro. São ainda componentes da fase II, (e) um amplificador

de transimpedância usado para converte o sinal luminoso em tensão elétrica (f)

um osciloscópio que permite a captação dos sinais e (g) um computador

padrão para realizar o tratamento dos dados.

O tamanho reduzido da válvula e do filtro de interferência permitiu a

acomodação deste conjunto em uma das saídas da câmara de amostras,

configurando um sistema compacto conforme o esquema apresentado na

Figura 14.

Figura 14 - Desenho esquemático do sistema com o uso da válvula fotomultiplicadora

miniatura (R5600U-01).

Fonte: Própria

No caso específico do sistema com o uso da válvula fotomultiplicadora

miniatura (R5600U-01), a câmara de amostra é adaptada para que a amostra

seja utilizada em um tubo de ensaio, tamanho de 2 cm de diâmetro e 10 cm de

altura. O complexo LaPPS34M foi diluído em tetrahidrofurano (THF) colocado

no tubo de ensaio e posteriormente na câmara de amostra. Através da

configuração descrita na Figura 14, permite-se obter o tempo de vida de

luminescência.

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A fase III corresponderá pelo uso da mesma instrumentação com

detector optoleletrônico, a ilustração do desenho esquemático do sistema é

apresentada na Erro! Fonte de referência não encontrada..

Figura 15 - Desenho esquemático do sistema experimental por fotodiodo

Fonte: Própria

A instrumentação descrita na Erro! Fonte de referência não encontrada.

possibilita a obtenção do tempo de vida de luminescência da amostra

LaPPS34M na fase 3, cujo sistema de detecção baseia-se na utilização do

fotodiodo OPT301. O sistema é composto por (a) uma fonte óptica acoplada a

um gerador de sinais utilizado para a excitação do indicador, (b) um indicador

em uma cubeta posicionada de forma que o caminho óptico de excitação e de

detecção formam um ângulo de 90 graus, (c) filtro óptico para permitir a

emissão, (d) um fotodetector de estado sólido, (e) amplificador de

transimpedância é utilizado para converter o sinal luminoso em sinal elétrico (f)

um sistema de aquisição e processamento de sinais.

A fonte óptica corresponde ao diodo emissor de luz na faixa do violeta

com comprimento de onda para o pico de emissão em 400 nm. Aplica-se um

sinal com frequência de 100Hz (periodo de 10 ms) e duty cicle de

aproximadamente 15%, isto é, pulso de 1.5 ms. Esse sinal foi aplicado

utilizando-se o gerador de sinais AFG3000 da Tektronix.

A amostra LaPPS34M. foi diluída em uma solução de tetrahidrofurano

(THF) na proporção 1:1, isto é, 10 ml de soluto em 10 ml de solvente e

colocada num tubo de ensaio de 2 mm de diâmetro.

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No caminho óptico da emissão foi acrescido um filtro de interferência

com o espectro de transmitância apresentado na Figura 20. Observa-se que a

resposta desse filtro apresenta elevada transmitância na região de emissão do

complexo LAPPS34M. O filtro foi adicionado ao sistema com a intenção de

minimizar qualquer interferência da energia de excitação no fotodetector

permitindo a passagem da energia emitida pelo indicador.

A detecção do sinal de fluorescência foi obtida por um fotodiodo

OPT301, com janela fotosensível de 2,29 mm x 2,29 mm (OPT301, 1994). O

fotodetector tem um amplificador conversor corrente-tensão integrado no

mesmo encapsulamento. A Erro! Fonte de referência não encontrada.a

apresenta o circuito interno do OPT301 e a Erro! Fonte de referência não

encontrada.b é a resposta espectral do sensor.

Figura 16 - (a) Dispositivo OPT 301 apresenta um fotodiodo integrado com amplificador

conversor corrente-tensão, (b) resposta espectral do OPT 301, (i) emissão de

luminescência do indicador (LAPPS34M ~ 615 nm) (ii) excitação do indicador (LAPPS34M

~ 350 nm).

Fonte: Burr-Brown Corporation, 1994

Da figura 16(b), a resposta espectral do detector optoreletrônico

apresenta: (a) uma boa resposta para a emissão de luminescência do indicador

(LAPPS34M ~ 615 nm) e (b) uma resposta inferior para a excitação do

indicador (LAPPS34M ~ 350 nm).

Os sinais foram adquiridos com um osciloscópio digital modelo

TDS2002B (Tektronix, Beaverton, OR, U.S.A.). Os sinais são digitalizados e

(i)

(ii)

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armazenados em um dispositivo via interface serial USB. Após transferidos

para um computador os dados são processados utilizando uma função

Dynamic Fit Wizard do programa Sigmaplot 11.0 para determinação dos

parâmetros de uma ou mais exponenciais. O parâmetro de tempo de

decaimento da exponencial corresponde ao tempo de vida de luminescência do

indicador LaPPS34M.

Na fase I, II e III com a utilização dos sistemas descritos nas figuras 13,

14 e 15 foram coletadas as características ópticas necessárias para

caracterizar o fluoróforo estudado, ou seja, o complexo LaPPS34M.

O levantamento dos espectros de absorção, de emissão de

fluorescência e os tempos de vida de luminescência são os parâmetros

relevantes para a consolidação das características ópticas de um fluoróforo. A

descrição do uso de nanopartículas de ouro e prata servirão para demonstrar a

possibilidade de intensificar o sinal de intensidade de fluorescência nos

sistemas utilizados.

3.4. SISTEMA DE DETECÇÃO DE FLUORESCÊNCIA

Em um sistema de detecção de luminescência típico, um feixe de luz

de alta intensidade passa através de lentes convergentes para orientar o feixe

a passar pela cubeta. O feixe de luz de excitação passa através de uma cubeta

contendo a amostra (Figura 12). Para evitar a detecção do feixe incidente,

pode-se fazer a observação da fluorescência em ângulo reto com o feixe

incidente, pois a amostra irá emitir em todas as direções. A luz emitida

(luminescência) passa através de um monocromador para a análise do

comprimento de onda e depois vai para um detector fotossensível (válvula

fotomultiplicadora). Os comprimentos de onda são detectados e apresentam a

intensidade de emissão como uma função do comprimento de onda da luz

emitida (WILLARD, 1988).

e: Própria

3.4.1. Fonte Óptica

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A fonte óptica deve ceder energia radiante para a faixa de comprimento

de onda de absorção do estudo. Há vários tipos de fontes ópticas que podem

ser utilizadas para obter a fluorescência como: diodos emissores de luz Light-

Emitting Diodes (led) e os dispositivos de Light Amplification by Stimulated

Emission of Radiation (LASER).

A excitação advinda dos marcadores fluorescentes gera pulsos na faixa

de nano segundos. A fonte óptica deve ser capaz de fornecer um espectro de

energia abrangente. Os diodos representam a fonte óptica escolhida por

apresentarem um baixo custo e grande diversidade de comprimentos de onda.

Para a obtenção do tempo de vida de luminescência da molécula

LaPPS34M utilizou-se uma lâmpada xênon de arco curto (1,5 mm) para

excitação pulsada tipo FX-249 (EG&G ELETRO-OPTICS, U.S.A). A Figura 17

representa o espectro de emissão. Esta lâmpada possibilita excitações na faixa

de 7J e potência média de 20 W e trabalha com tensões de até 1500 V com

taxas de repetições de até 500 Hz. A faixa espectral está entre 310 a 1100 nm.

Figura 17 – Espectro de emissão da lâmpada xenon

Fonte: Própria

Utilizou-se conjuntamente uma fonte de disparo da lâmpada tipo PS-

302 (EG&G ELETRO-OPTICS, U.S.A), a tensão de saída pode ser regulada

entre 400 e 1500 V, com pulsos com tensão de 3V com duração de 1 a 100 μs.

300 400 500 600 700 800

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Em

issã

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ela

tiva [a.u

]

Comprimento de Onda [nm]

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As figuras 18 e 19 representam os espectros de emissão dos dois leds

utilizados no experimento, os espectros de emissão do led azul e do ultravioleta

foram obtidos utilizando o sistema descrito pela Figura 12.

Figura 18 - Espectro de emissão de led azul, com comprimento de onda do pico é 440 nm.

Fonte: Própria

Figura 19 - Espectro de emissão de led ultravioleta, com comprimento de onda do pico

é 400 nm.

Fonte: Própria

3.4.2. Lentes Convergentes e Filtros

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A lente convergente utilizada no experimento de fluorescência serviu

para redirecionar a luz que vem da fonte óptica, neste caso do diodo emissor

de luz (led) para o foco. A amostra era colocada na posição focal em relação à

lente. Foram utilizadas duas lentes convergentes de 15 cm e 5 cm de distância

focal respectivamente, como mostra o esquema de montagem do sistema de

detecção representado na Fotografia 2.

Fotografia 2 - Montagem do uso das lentes convergentes no experimento de

fluorescência.

Fonte: Própria

Os filtros em geral selecionam os comprimentos de onda que são

transmitidos através de absorção, pela interação da energia radiante incidente

com o material do filtro. Eles possibilitam a passagem de comprimentos de

onda acima ou abaixo de um valor específico; caracterizam-se por não serem

sensíveis ao ângulo de incidência da radiação e são muito utilizados em

sistemas óticos para selecionar as faixas de frequência desejáveis.

No experimento de fluorescência, para a obtenção do tempo de vida do

complexo LaPPS34M foram utilizado filtros de 614 nm e 640 nm. A Figura 20

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61

representa o espectro de transmissão de um filtro de interferência na região do

vermelho.

Figura 20 - Espectro de transmitância do filtro de interferência na região do vermelho

Fonte: Própria

3.4.3. Monocromador

A função de um monocromador é permitir a passagem de uma faixa

estreita do espectro da energia radiante centrada em um comprimento de onda

específico. O monocromador utilizado no experimento de detecção de

fluorescência foi o SpectraPro 275 (Acton Research Co., U.S.A) com distância

focal de 275 mm, sistema óptico do tipo Czerny-Turner, conforme mostra a

Fotografia 3. O equipamento permite o controle local ou remoto da velocidade

de varredura, comprimentos de onda inicial e final, avanço passo a passo, para

uma das duas grades possíveis de serem acopladas.

A 1ª Grade possui 1200 ranhuras/mm, comprimento de onda de

transmissão de 300nm, e a 2ª Grade possui 1200 ranhuras/mm, comprimento

de onda de 500 nm (Acton Research Co., 1992). As fendas foram fixadas em

3,0 mm, tanto na entrada com na saída, possibilitando um controle da faixa de

passagem do comprimento de onda e da resolução. A resolução máxima está

em torno de 0,1 nm medido para um comprimento de onda a 435,8 nm com

uma grade difratora de 1200 ranhuras/mm.

600 700 800 900 1000 1100

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Tra

nsm

itân

cia

[%

]

Comprimento de Onda [nm]

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Para o experimento foi escolhida a grade 1 por estar de acordo com a

região do espectro do de fluorescência desejado com a largura da fenda

mantida constante em 3 mm.

Fotografia 3 - Monocromador do tipo Czerny-Turner.

Fonte: Própria

3.4.4. Cubeta

A cubeta do tipo 111–OS (Hellmasulamericana Ltda) para os estudos

de fluorescência possui todas as laterais polidas de quartzo, possibilitando que

a transmitância seja alta para a faixa de comprimento de onda de excitação e

emissão, permitindo que a luz de excitação entre em uma direção e possa ser

detectada em outra direção, perpendicular a da excitação, diminuindo assim a

incidência de radiação de excitação no detector. A câmara de amostra utilizada

possui um caminho óptico de 10 mm, conforme ilustrado na Figura 21.

Na Figura 22 é representado o espectro de transmitância da cubeta de

quartzo. Na faixa correspondente a absorção da amostra LaPPS34M, a cubeta

de quartzo é apropriada, pois tem pouca absorção no ultravioleta.

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63

Figura 22 - llustração do espectro de transmitância da cubeta de quartzo

Fonte: BRANCO, 1997

3.4.5. Válvulas Fotomultiplicadoras ( PMTs)

Figura 21 - Diagrama representativo da transmitância de luz pela amostra na cubeta

Fonte: Modificado de BRANCO, 1997

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A detecção é realizada através da transformação dos sinais ópticos em

sinais elétricos com o uso de sensores opto-eletrônicos. Um dos sensores

utilizados foi uma válvula fotomultiplicadora tipo janela lateral R928

(Hamamatsu Co.,U.S.A) com sensibilidade do catodo de 352 μA/lúmen, com

corrente de anodo na ausência de energia radiante incidente de 4,5 nA. O

tempo de subida do sinal é de 2,2 ns e a resposta espectral óptica varia de 190

a 900 nm. Utilizou-se uma fonte de alta tensão para a polarização da válvula,

conversor DC-DC tipo C1309-04 ( Hamamatsu Co., U.S.A) com tensão de

entrada de 13 a 24 V e corrente de 160 mA. A tensão de saída regulada foi de

190 a 1100 V.

As válvulas fotomultiplicadoras (PMT - photo multiplier tube) combinam

uma camada fotosensível de metais alcalinos (multialkali: Na-K-Sb-Cs)

denominada de fotocatodo, e um multiplicador de elétrons que consiste em

uma série de dinodos cobertos com um material de alta emissão secundária

(metal channel dynode). O fotocatodo converte fótons incidentes em

fotoelétrons e estes são multiplicados de dinodo para dinodo atingir o anodo,

conforme a Figura 23.

Figura 23 - Representação do processo de geração e multiplicação de elétrons em uma

válvula fotomultiplicadora

Fonte: BRANCO,1997

Um conjunto de resistores divide a tensão de polarização para os

diversos dinodos. O ganho total (G) da válvula corresponde ao número de

estágios n multiplicado pelo fator de emissão secundária por estágio f , sendo

dado por:

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65

G f n (Eq.12)

Os valores assumidos por f apresentam-se na faixa de 3 a 10, sendo

que para dinodos recobertos com GaP (Fosfeto de Gálio), o fator de emissão

secundária pode alcançar 50. Esta larga capacidade de amplificação interna,

permite a utilização das PMTs na medição de sinais luminosos com baixos

níveis de intensidade, na faixa de 10-14 a 10-4 lúmens, sendo que 1 lúmen

corresponde a 1,47 mW (BRANCO, 1997).

3.4.6. Amplificador de Transimpedância

Para converter a corrente do sensor optoeletrônico em um nível de

tensão, utiliza-se um amplificador de transimpedância.

O circuito apresentado na Figura 24 foi montado em circuito impresso e

introduzido numa caixa metálica. O circuito possui capacitores para estabilizar

a tensão de alimentação, diodos (1N4148) de proteção na entrada e diodo para

alimentação da tensão de saída. O amplificador operacional foi o OP 627 com

baixa corrente de fuga e offset e alta impedância de entrada com baixo valor

capacitivo, alto ganho de malha aberta, ampla largura de banda de 16 MHz

assim como variação da tensão de saída.

Figura 24 - Circuito de Implementação do Amplificador de Transimpedância

Fonte: SCHNEIDER, 1995

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3.4.7. Aquisição do Processamento do Sinal

Os sinais foram adquiridos com um osciloscópio digital modelo

TDS2002B (Tektronix, Beaverton, OR, U.S.A.). Os sinais são digitalizados e

armazenados em um dispositivo via interface serial USB. Depois de

transferidos para um computador os dados são processados. Utilizou-se uma

função Dynamic Fit Wizard do programa Sigmaplot 11.0 para determinação dos

parâmetros de uma exponencial

3.5. RESUMO

Implementou-se um sistema de detecção de fluorescência com 3

distintos detectores ópticos, denominados de fases I (válvula fotomultiplicadora

R928), II (válvula fotomultiplicadora miniatura R5600U-01) e III (detector

optoeletrônico OPT301). De acordo com os detectores e as suas medidas dos

tempo de emissão de fluorescência, estes servirão de referência para a

construção de equipamentos de baixo custo e maior resistência mecânica.

O capítulo 4 a seguir apresenta os ensaios realizados para a

determinação dos tempos de vida da fluorescência com a instrumentação

implementada e o marcador LaPPS34M.

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4. RESULTADOS

4.1. INTRODUÇÃO

No sistema desenvolvido, a detecção de fluorescência foi feita por

meio de (a) válvulas fotomultiplicadoras e (b) um detector optoeletrônico. Os

resultados deste trabalho são apresentados neste capítulo na seguinte

sequência:

a) Os espectros de emissão de Fluorescência do Cy3 e do complexo

LaPPS34M;

b) Os espectros de emissão de fluorescência conjugados com

nanopartículas do Cy3 e do complexo LaPPS34M;

c) O tempos de vida de luminescência do complexo LaPPS34M.

4.2. ESPECTROS DE FLUORESCÊNCIA

a) Fluoróforo Cy3

Os espectros de fluorescência de Cy3 foram obtidos através da fase I

descrita no item 3.3. A amostra de fluoróforo comercial Cy3 foi diluída em

solução tampão na proporção de 1:1 e colocada na cubeta de quartzo. A Figura

25 representa o gráfico da região do espectro de emissão.

O fluoróforo Cy3 apresenta excitação na região do azul e região

espectral de emissão variando de 530 nm a 580 nm, com um pico máximo em

564 nm. Os dados experimentais foram obtidos com pulsos de 75 μs com

frequência de 147,3 Hz. A válvula fotomultiplicadora R928 foi mantida a 800 V

e as fendas do monocromador mantidas com abertura de 3 mm.

O deslocamento de Stokes do fluoróforo Cy3 é pequeno entre a

excitação e a emissão, em torno de aproximadamente 15 nm, indicando a

aproximação entre os picos do espectro de excitação e emissão concentrando-

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se na região do verde, com a excitação na região do azul, isto dificultaria, no

filtro óptico, separar emissão de recepção.

Figura 25 - Espectro de fluorescência do fluoróforo Cy3 obtido pela FASE I (válvula

fotomultiplicadora R928)

Fonte: Própria

A Figura 26 representa o deslocamento de Stokes do fluoróforo Cy3

demonstrando a variação para o complexo em torno de 20 a 50 nm.

Figura 26 - Espectro de absorção e emissão de fluoróforo Cy3 demonstrando o

deslocamento de Stokes obtido pela FASE I.

Fonte: Própria

520 540 560 580 600 620

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Em

issã

o d

e F

luo

rescê

ncia

[a

.u]

Comprimento de Onda [nm]

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69

b) Complexo LaPPS34M

Na Fase I descrita no item 3.3 o complexo LaPPS34M foi diluído em

solução de tetrahidrofurano (THF) cuja a fórmula molecular é representada por

C4 H8 O, na proporção de 1:1. Pulsos ópticos de 3 ms com frequência de

114 Hz foram obtidos de forma experimental. A válvula fotomultiplicadora R928

foi mantida em 700 V e a abertura das fendas do monocromador em 3 mm. A

região espectral de emissão acontece entre 600 nm e 630 nm, com um pico

máximo em 615 nm conforme a Figura 27. Essa caracterização óptica indica

que a molécula tem um grande O deslocamento de Stokes entre os picos do

espectro de excitação e emissão, e esta variação ocorre entre a região do azul

(excitação) e a região do vermelho (emissão).

Figura 27 - Espectro de fluorescência do complexo LaPPS34M obtido pela FASE I.

Fonte: Própria

A Figura 28 representa o deslocamento de Stokes do complexo

LaPPS34M demonstrando a variação para o complexo em torno de 200 a 250

nm.

580 590 600 610 620 630 640

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Em

issã

o d

e F

luo

rescê

ncia

[a

.u]

Comprimento de onda [nm]

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Figura 28 - Espectro de absorção e emissão de LaPPS34M demonstrando o

deslocamento de Stokes obtido pela FASE I

Fonte: Própria

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71

4.3. ESPECTROS DE FLUORESCÊNCIA COM NANOPARTÍCULAS

METÁLICAS

a) Fluoróforo Cy3

O fluoróforo Cy3 foi conjugado com nanopartículas de ouro e a Figura

29 representa os espectros de fluorescência. No anexo C segue a descrição da

formação e caracterização das nanopartículas. Segundo a teoria de FRET

descrita na seção 2.7.1 quando um fluoróforo se encontra na presença de

nanopartículas pode haver um aumento da intensidade de fluorescência e um

decréscimo do tempo de vida.

O gráfico da Figura 29 demonstra que o fluoróforo comercial Cy3 na

presença de nanopartículas de ouro apresenta um deslocamento espectral, no

sentido de menores comprimentos de onda, com um aumento de

aproximadamente 170% no valor da intensidade de fluorescência, demonstrada

pelo aumento da intensidade de sinal do sistema, confirmando a teoria de que

a presença de nanopartículas modifica a fluorescência.

Figura 29 - a)Espectro de Fluorescência do fluoróforo Cy3 e b) o espectro de fluorescência do

Fluoróforo Cy3 conjugado com Nanopartícula de Ouro obtido pela FASE I.

Fonte: Própria

520 540 560 580 600 620

12

14

16

18

20

22

24

26

Em

issã

o d

e F

luo

rescê

ncia

[a

.u]

Comprimento de Onda [nm]500 520 540 560 580 600

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Inte

nsi

dad

e d

e F

luo

resc

ên

cia

[a.u

]

Comprimento de Onda [nm]

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b) Complexo LaPPS34M

No estudo do complexo LaPPS34M, a escolha das nanopartículas de

prata se deu em virtude de que o espectro de absorção destas nanopartículas

ocorre na região do espectro de absorção do complexo, o que segundo a teoria

de FRET (seção 2.5.1) ocasiona uma intensificação da fluorescência. Neste

caso, a absorção das nanopartículas de prata acontece em 400 nm e a

absorção do complexo está na faixa de 350 nm a 400 nm.

A Erro! Fonte de referência não encontrada. representa o gráfico do espectro

de fluorescência do complexo LaPPS34M, demonstrando que há uma

modificação do sistema com a introdução das nanopartículas de prata. A

amostra foi diluída em etanol na proporção de 1:1, isto é, 10 ml de soluto em 10

ml de solvente. E posteriormente a colocação de nanopartículas de prata na

proporção de 1 ml para 2 ml da solução de LaPPS+Etanol numa cubeta de

quartzo de 3.5 ml.

O sistema foi iluminado com diodo ultravioleta usando a

instrumentação descrita na seção 3.4.1. Observa-se um aumento da

intensidade de fluorescência com a conjugação do LaPPS34M com

nanopartículas de prata, em torno de 15% do valor inicial. Esta constatação

condiz perfeitamente com o esperado pela teoria descrita por LAKOWICZ,

1999.

Figura 30 - Espectro de fluorescência (em preto) do complexo LaPPS34M e o espectro

de fluorescência do LaPPS34M ( em verde) conjugado com nanopartículas de prata

obtido pela FASE I.

740 760 780 800 820 840 860 880 900

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

LaPPS34M

LaPPS34M com Ag

Inte

nsid

ad

e d

e F

luo

rescê

ncia

[a.u

]

Comprimento de Onda [nm]

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Fonte: Própria

4.4. TEMPOS DE VIDA DE LUMINESCÊNCIA DO FLUORÓFORO E DO

COMPLEXO LaPPS34M

a) Fluoróforo Cy3

Geralmente para os fluoróforos comerciais os tempos de vida estão em

torno de 10-9 s. O Cy3 tem o tempo de vida de 0.3 ns (HAHN, 2000). A medida

do tempo de vida do fluoróforo comercial Cy3 não foi possível de ser realizada

pela instrumentação construída para a detecção de fluorescência, uma vez que

o sistema de detecção não é capaz de observar eventos tão rápidos em função

da resposta em frequência do circuito optoeletrônico.

b) O complexo LaPPS34M

O complexo LaPPS34M utilizado para estudar a fluorescência permite

uma estabilidade maior e também, como visto anteriormente, possui o tempo

de vida de luminescência em torno de 100 a 1000 µs (BÜNZLI, 1989). A

instrumentação descrita na fase I (seção 3.2) desta dissertação possibilitou a

medida do tempo de vida do complexo e confirmou o dado que consta na

literatura. Na Figura 31 está apresentado o gráfico de decaimento de

fluorescência do complexo LaPPS34M observado com o sistema de aquisição

com a válvula fotomultiplicadora R928 descrita na Figura 13. O tempo de vida

de luminescência obtido é de 110 μs.

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Figura 31 - Decaimento de Fluorescência do Complexo LaPPS34M com o uso da válvula

fotomultiplicadora R928 obtido pela FASE I

Fonte: Própria

Para o caso da fase II com o uso de uma válvula fotomultiplicadora

miniatura, conforme descrita na figura 15, o valor do tempo de vida de

luminescência é dado por 109,5 μs, confirmando os dados relatados nas fases I

anterioremente mencionada e também descrito por BÜNZLI, 1989, que o tempo

de vida de luminescência é longo para composto na presença de európio em

sua estrutura molecular. A Figura 32 ilustra o decaimento exponencial de

emissão de luminescência do indicador LaPPS34M pela válvula

fotomultiplicadora miniatura R5600U-01. O valor do tempo de vida foi obtido

através da composição duas funções exponenciais (tempo de vida de

fluorescência e resposta temporal da Val/vula fotomultiplicadora miniatura).

0,0000 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008 0,0010

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

Inte

nsid

ad

e d

e S

ina

l [a

.u.]

Tempo [s]

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75

Figura 32 - Decaimento exponencial de emissão de luminescência do indicador LaPPS34M

pela válvula fotomultiplicadora miniatura R5600U-01 obtido pela FASE II.

Fonte: Própria

A partir da fase III a Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta o

sinal elétrico aplicado ao diodo emissor de luz (led) para excitação do indicador

(linha contínua), o sinal de saída do detector na ausência do fluoróforo (linha

tracejada) e o sinal de luminescência na presença do fluoróforo (linha

contínua). Todos os sinais foram normalizados para apresentarem valor igual a

1 antes do início do decaimento.

0,0002 0,0004 0,0006 0,0008 0,0010

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

Inte

nsid

ad

e R

ela

tiva d

e S

ina

l [a

.u]

Tempo [s]

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Figura 33 - Sinal elétrico aplicado ao led para excitação do indicador (linha contínua),

sinal de saída do detector na ausência do fluoróforo (linha tracejada) e sinal de

luminescência na presença do fluoróforo (linha contínua) obtido pela FASE III.

Fonte: Própria

Na Erro! Fonte de referência não encontrada. é possível observar que a

resposta do circuito detector não é tão rápida quanto a que seria observada

utilizando detectores de maior velocidade (e.g., válvula fotomultiplicadora). É

possível observar a resposta temporal referente à luminescência do complexo

LaPPS34M destacada da resposta do sistema sensor na ausência do

complexo. Sabe-se, portanto, que a luminescência desse complexo pode ser

observada por detectores de estado sólido de baixo custo que tenham

sensibilidade aproximada a do fotodetector utilizado (i.e., 0.47A/W para

comprimento de onda de 650nm) mas que tenham uma resposta temporal mais

rápida que a do OPT301 (i.e., típico “rise time” de 90 μs, tempo para transição

de 10% a 90% do sinal).

Após o tratamento dos dados obteve-se o tempo de vida de

fluorescência do complexo LaPPS34M, correspondendo ao valor de 114,5 μs.

A Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta os detalhes dos pontos

amostrados para o decaimento de luminescência e a curva exponencial

ajustada (linha contínua). O valor do tempo de vida foi obtido através da

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composição duas funções exponenciais (tempo de vida de fluorescência e

resposta temporal do fotodiodo).

Figura 34 - Exponencial de decaimento de emissão de luminescência do indicador

LaPPS34M pelo uso detectores de fotodiodo obtido pela FASE III

Fonte: Própria

Por fim é possível estabelecer que há uma correlação entre os tempos

de vida de luminescência para as três fases estudadas ao longo dessa

dissertação. A Tabela 3 representa os resultados encontrados.

Tabela 3 - Relação entre as fases da pesquisa e os resultados do tempo de vida de

Luminescência

Método de Medição Tempo de Vida de Luminescência [μs]

FASE I (válvula fotomultiplicadora R928) 110,0

FASE II (válvula fotomultiplicadora R5600U-01) 109,5

FASE III (detector optoeletrônico OPT301) 114,5

Fonte : Própria

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5. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

5.1. INTRODUÇÃO

A detecção usando válvula fotomultiplicadora e fotodiodo possibilitou a

medição de parâmetros para avaliar a utilização de novas moléculas e/ou

complexo em sistemas biológicos ou médicos. A obtenção dos espectros de

absorção, de emissão de fluorescências, de emissão de fluorescências na

presença de nanopartículas e os tempos de vida de luminescência demonstram

que o complexo LaPPS34M assim como o fluoróforo comercial Cy3 possuem

características ópticas necessárias para serem biomarcadores.

5.2. CARACTERIZAÇÃO DE BIOMARCADORES

a) Fluoróforo Cy3

A fase I possibilitou fazer a caracterização de possíveis fluoróforos para

aplicação em sistemas biomédicos e de diagnósticos em saúde. O estudo do

fluoróforo Cy3 e também do complexo LaPPS34M demonstra a necessidade de

obter as características ópticas que são importantes para a utilização de

biomarcadores.

Os espectros de absorção e de emissão do fluoróforo comercial Cy3

demonstram que há um deslocamento de Stokes pequeno, correspondente a

um deslocamento de 20 a 50 nm. Essa variação é muito pequena e dificulta a

detecção quando a instrumentação é de baixa resolução. Adicionalmente, a

proximidade dos espectros de absorção e de emissão dificulta até mesmo

diferenciar o espectro de emissão do diodo utilizado, escolhido para emitir na

região de absorção do marcador, do espectro de fluorescência do fluoróforo

Cy3.

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Os espectros de fluorescência do marcador conjugado com

nanopartículas metálicas, sejam elas de prata ou de ouro, sinalizou uma

variável para caracterizar os candidatos a novos fluoróforos. A utilização de

nanopartículas, que pode resultar no aumento de intensidade de fluorescência,

possibilita que o sistema de detecção de fluorescência possa ser mais simples

permitindo que um fotosensor com uma menor sensibilidade seja utilizado.

Pode-se observar que o fluoróforo comercial Cy3 conjugado com nanopartícula

de ouro propicia um aumento da intensidade de fluorescência de

aproximadamente 170% em relação ao espectro de fluorescência na ausência

de nanopartícula.

b) Complexo LaPPS34M

O grande deslocamento de Stokes do complexo LaPPS34M garante

que a absorção e a emissão se darão em regiões distantes do espectro. Essa

variação espectral permite uma precisão do sinal de fluorescência que é

fundamental para sistemas de detecção que utilizam detectores por válvulas

fotomultiplicadoras, válvulas fotomultiplicadoras miniaturas ou fotodiodos. Um

dos erros associados à detecção de fluorescência é o mascaramento do sinal

de fluorescência pelo sinal advindo dos diodos, impossibilitando a

confiabilidade na instrumentação desenvolvida.

Outro aspecto verificado no caso do complexo LaPPS34M é o

deslocamento do comprimento de onda de 615 nm para 820 nm na presença

de diferentes solventes conforme observa-se nas figuras 27 (espectro de

fluorescência em tetrahidrofurano) e a figura 30 (espectro na presença de

etanol). Alguns fatores devem ter contribuído para tal mudança, como: a

diluição do complexo em diferentes solventes e a presença de nanopartículas

de prata.

O tempo de vida de luminescência fornece informações que

possibilitam identificar e quantificar o tempo médio que a molécula passa no

estado excitado antes de retornar ao estado fundamental. No caso do

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fluoróforo comercial Cy3, o tempo de vida de luminescência se encontra em

torno de 0,3 ns, o que representa um tempo de luminescência curto.

No caso do complexo LaPPS34M verificou-se através do gráfico do

tempo de vida de luminescência, demonstrado na figura 31, 32 e 34, que o

tempo de decaimento da amostra varia entre 110 μs ( com o uso de válvula

fotomultiplicadora R928), 109,5 μs ( com o uso da válvula fotomultiplicadora

miniatura R5600U-01) e 114,5 μs (com uso do detector optoeletrônico OPT301)

Esse tempo elevado de luminescência é adequado para aplicações

biomédicas, onde é interessante o uso de moléculas com tempos de vida de

luminescência maiores, caracterizando uma nova classe interessante de

fluoróforos.

5.3. SISTEMAS DE CUSTO REDUZIDO

As fases I, II e III evidenciam a busca por um sistema de detecção de

fluorescência que reduza os custos de aquisição e processamento de dados.

Na fase I o uso da válvula fotomultiplicadora R928 encarece o sistema

proposto, tendo em vista a necessidade futura de se projetar equipamentos de

detecção de fluorescência que sejam compactos e tenha um custo reduzido.

Na fase II com o uso da válvula fotomultiplicadora miniatura R5600U-01 que é

mais barata que a anteriormente mencionada, é possível obter dados

confiáveis com uma redução de custo em torno de 30%. A fase III demonstra a

possibilidade de redução ainda maior dos custos utilizando detectores

optoeletrônicos. Nos três casos o estudo da fluorescência resolvida no tempo,

garante a escolha de um sistema eficiente pra a detecção de fluorescência.

Concluiu-se que a identificação de fluorescência por meio do uso do

complexo LaPPS34M possibilita a indicação da amostra estudada para

aplicações em sistemas biomédicos que necessitem de biomarcadores, pois as

características ópticas relevantes como espectro de absorção e emissão, o

deslocamento de Stokes e o tempo de vida de luminescência apresentam

superioridade nas características ópticas em relação aos fluoróforos comerciais

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já em uso, como o Cy3. O complexo apresenta características ópticas

importantes para estudos de identificação e quantificação de microorganismos.

Assim, desta maneira, sinalizamos o uso do complexo de európio – LaPPS34M

para utilização nos projetos do Instituto Nacional de Inovação em Saúde

Pública (INDI-Saúde), que se situa no Instituto Carlos Chagas – Curitiba/PR.

5.4. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Um dos fatores limitantes observado neste estudo foi à necessidade de

contornar obstáculos referentes à detecção do sinal de fluorescência utilizando

um equipamento de baixo custo. O sistema utilizado, baseado na válvula

fotomultiplicadora encarece o processo e inviabiliza equipamentos de leitura do

tipo point-of-care.

A necessidade de se testar a emissão de fluorescência para outros

detectores, como fotodiodos, se tornam fundamentais quando estamos

interessados em sistemas de leituras ópticas de baixo custo, e que possam ser

colocados em equipamentos que façam interpretações de diagnósticos nos

locais de atendimento do paciente.

Outra limitação é que os fluoróforos utilizados devem apresentar

grandes deslocamentos de Stokes para que os sistemas de detecção de

fluorescência dos equipamentos possam com precisão distinguir os espectros

de absorção e emissão sem a necessidade de uso de componentes especiais

e de custo elevado.

5.5. TRABALHOS FUTUROS

Os resultados deste estudo sugerem novos trabalhos que incorporem a

necessidade de testar novos complexos, aproveitando que o laboratório de

Polímeros Paulo Scarpa – LaPPS, da Universidade Federal do Paraná, possui

um acervo de complexos e polímeros que podem desempenhar o papel de

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possíveis biomarcadores, tanto nos processos industriais como em processos

biológicos e médicos. Essa interação entre as instituições faz com que novos

estudos possam ser direcionados na busca de efetivar a participação desses

novos complexos em estudos que priorizem o diagnóstico e tratamento de

doenças.

Salienta-se também que a inserção dessa dissertação nos estudos do

Instituto Nacional de Inovação em Saúde Pública (INDI-Saúde), possibilita

contribuir com novos trabalhos relacionados ao tema e também servir de

alicerce para o desenvolvimento de equipamentos de detecção de

fluorescência de baixo custo, condição primordial para o avanço tecnológico do

país visando a independência externa relacionada aos sistemas de

identificação e tratamento de doenças.

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3- Araújo, L.M.P.; dos Santos, E. A. ; Schneider, F.K.; Branco,G.; Turchett D.A.;

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4- Dos Santos, E. A.; Schneider, F.K.; Araújo, L.M.P.; Branco,G.; Simas, A. G.; Branco,G.; Sistema de Detecção de Fluorescência para Análise de Complexo Antígeno-Anticorpo com Indicadores Fluorescentes. Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICITE 2010), realizado de 06 a 08 de Outubro, no Campus de Cornélio Procópio/ UTFPR, Paraná, 2010.

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7. ANEXOS

ANEXO A FLUORÓFOROS INTRÍNSECOS

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ANEXO B FLUORÓFOROS EXTRÍNSECOS OU

BIOMARCADORES

FLUORESCEÍNA

Rodamina B

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ANEXO C PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS

NANOPARTÍCULAS

A produção e caracterização das nanoparticulas (NP) se deram por

ablação a laser em meio líquido utilizando alvos metálicos (ULLMANN, 2002).

Os alvos utilizados foram de Au, e Ag. A ablação foi realizada usando a

linha de emissão 1064 nm de um laser Nd:YAG Quantronix Model 117

operando em modo Q-switched, com duração de pulso de 150 ns e taxa de

repetição de 300 Hz. O feixe laser foi guiado para a amostra através de dois

espelhos e focalizado por uma lente de 50 mm de distância focal formando um

spot de 40 µm. Para todos os alvos foi utilizada água bidestilada como meio

liquido. A coluna de água formada sobre a superfície dos alvos era de 2 mm,

exceto para o alvo de ouro onde a coluna era de 3 mm.

A caracterização das partículas foi realizada utilizando as técnicas de

espalhamento dinâmico de luz (DLS) para obtenção da distribuição de tamanho

das partículas, e por absorção linear de luz (UV-VIS) para estudo das

atividades ópticas. O DLS foi realizado com o equipamento BI-200SM ver. 2.0

da Brookhaven utilizando como fonte de luz a emissão de 632.8 nm de um

laser de HeNe com potência de 75 mW máxima. em modo continuo (CW). A

obtenção da distribuição de tamanho foi através do modelo NNLS5.

Os gráficos abaixo representam os resultados dos espectros de

absorção das nanopartículas de ouro e prata, e também a caracterização por

DLS do tamanho das nanopartículas de ouro, que fazendo aproximação para

as nanopartículas de prata o tamanho se mantém constante.

5 O modelo NNLS (Non-Negative Least-Squares) constitui em uma distribuição não negativa

dos mínimos quadrados para mostrar a distribuição do tamanho das nanopartículas, função do

MATLAB, construído por CL Lawson, RJ Hanson, 1974. (LAWSON, 1974)

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(A) (B)

( C )

Figura 35 - A) Tamanho das nanopartículas de ouro por DLS, B) Espectro de absorção

das nanopartículas de ouro e C) Espectro de absorção linear para o colóide de prata

Fonte: (SANTOS, 2010)

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