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Análise conteúdo patrocinadores Blocos Categori as Subcate gorias Indicadores Observações Caracte rização do entrevi stado Percurso académic o sou licenciada em economia, mestrado em métodos matemáticos, diretora de marketing desde 2000, o meu percurso profissional aqui (no banco) foi sempre ligada às áreas de marketing e trabalho concretamente na área que nos traz aqui hoje desde 2009 que estou com o segmento dos universitários e universidades. Em termos profissionais estive sempre ligada (ao banco), desde que conclui a licenciatura. P1 sou licenciado em organização e gestão de empresas na área de marketing, depois fiz três pós graduações também relacionadas com a área comercial e de marketing, não comecei na banca mas também não foram atividades muito relevantes. Entrei na área comercial, no (banco), entretanto, com a interação do (banco) com (banco), integrei na área de marketing em 2000, que viemos para (o banco), desde 2000 que estou com o segmento universitário e nesta altura sou o coordenador da área do segmento universitário, que é liderado pela colega, como diretora de segmento. P1 Sou formado em gestão na (IES privada nacional) P2 Comecei em 1994 no (banco), que foi comprado pelo grupo (banco) e por isso fiz toda a minha carreira no (banco), há 20 anos. P2 Sou diretor do banco e as funções são chefe de gabinete do presidente. P2 Não e antes de ter esta atividade e por isso é que o presidente passou o tema para mim, fui responsável do programa (banco) universidades, onde passa o apoio ao ensino superior do banco, tenho esse background também. P2 sou licenciado em geologia, andei uns anos em geologia também e pronto, fiz este percurso, somos licenciados mas não quer dizer que trabalhei na área, mas trabalhei inicialmente, licenciei-me na (IES pública nacional) na faculdade de geologia e já passei por outras coisas que não a geologia.. P3 Sou administrador, um dos administradores, isto tem um presidente e dois administradores sou eu e o meu irmão, basicamente somos nós, é uma estrutura muito simples, são cargos não remunerados, para que se perceba, nós não auferimos qualquer rendimento. A fundação, com o falecimento do Sr. (nome) terá um legado que será adicionado ao seu património, que será esta área toda, esta zona aqui da moradia, que é agregado também a esse património. Mas depois, por outro lado, também ganhou mais despesa porque tudo isto tem que ser mantido, o Sr. (nome) vivia aqui, isto agora faz parte da fundação mas teve um acréscimo de despesa porque há custos associados a toda esta envolvente, mas não é remunerado, nenhum cargo aqui é remunerado e não será porque não é esse o objetivo. Os rendimentos ou são aplicados nos objetivos da fundação ou são aplicados na manutenção do legado que ele tem e o resto são as nossas participações nos negócios P3

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  • Análise conteúdo patrocinadores

    Blocos Categori

    as

    Subcate

    gorias

    Indicadores Observações

    Caracte

    rização

    do

    entrevi

    stado

    Percurso

    académic

    o

    sou licenciada em economia, mestrado em métodos matemáticos, diretora de marketing desde 2000,

    o meu percurso profissional aqui (no banco) foi sempre ligada às áreas de marketing e trabalho

    concretamente na área que nos traz aqui hoje desde 2009 que estou com o segmento dos universitários

    e universidades. Em termos profissionais estive sempre ligada (ao banco), desde que conclui a

    licenciatura. P1

    sou licenciado em organização e gestão de empresas na área de marketing, depois fiz três pós

    graduações também relacionadas com a área comercial e de marketing, não comecei na banca mas

    também não foram atividades muito relevantes. Entrei na área comercial, no (banco), entretanto, com

    a interação do (banco) com (banco), integrei na área de marketing em 2000, que viemos para (o

    banco), desde 2000 que estou com o segmento universitário e nesta altura sou o coordenador da área

    do segmento universitário, que é liderado pela colega, como diretora de segmento. P1

    Sou formado em gestão na (IES privada nacional) P2

    Comecei em 1994 no (banco), que foi comprado pelo grupo (banco) e por isso fiz toda a minha

    carreira no (banco), há 20 anos. P2

    Sou diretor do banco e as funções são chefe de gabinete do presidente. P2

    Não e antes de ter esta atividade e por isso é que o presidente passou o tema para mim, fui responsável

    do programa (banco) universidades, onde passa o apoio ao ensino superior do banco, tenho esse

    background também. P2

    sou licenciado em geologia, andei uns anos em geologia também e pronto, fiz este percurso, somos

    licenciados mas não quer dizer que trabalhei na área, mas trabalhei inicialmente, licenciei-me na (IES

    pública nacional) na faculdade de geologia e já passei por outras coisas que não a geologia.. P3

    Sou administrador, um dos administradores, isto tem um presidente e dois administradores sou eu e

    o meu irmão, basicamente somos nós, é uma estrutura muito simples, são cargos não remunerados,

    para que se perceba, nós não auferimos qualquer rendimento. A fundação, com o falecimento do Sr.

    (nome) terá um legado que será adicionado ao seu património, que será esta área toda, esta zona aqui

    da moradia, que é agregado também a esse património. Mas depois, por outro lado, também ganhou

    mais despesa porque tudo isto tem que ser mantido, o Sr. (nome) vivia aqui, isto agora faz parte da

    fundação mas teve um acréscimo de despesa porque há custos associados a toda esta envolvente, mas

    não é remunerado, nenhum cargo aqui é remunerado e não será porque não é esse o objetivo. Os

    rendimentos ou são aplicados nos objetivos da fundação ou são aplicados na manutenção do legado

    que ele tem e o resto são as nossas participações nos negócios P3

  • Isto é muito familiar. eu trabalhava na (nome empresa), depois quando foi criada a fundação, isto é

    familiar, a presidente é a mulher do Sr. (nome), eu trabalhava na (nome empresa), trabalhava com o

    Sr. (nome) , o meu irmão também trabalhava com ele, embora eu já trabalhasse noutras coisas muito

    antes e mais tarde quando ele me convidou a vir para cá, o meu irmão já cá estava com ele há uns

    anos e vim para cá uns anos depois quando ele me convidou, trabalhei noutras coisas, noutras áreas

    e locais do país. Depois vim para cá e muito naturalmente, porque é também familiar, os

    administradores são as pessoas de confiança dele e manteve-se isso basicamente assim, criou-se a

    fundação, estavam aqui os elementos que ajudaram a criar a fundação porque no fundo nós é que

    criámos a fundação e naturalmente continuámos a administrá-la, que era quem cá estava. P3

    … há sempre uma gestão que tem que ser feita como qualquer empresa porque no fundo se pensarmos

    bem é uma empresa. Eu já tinha estado noutras empresas, cheguei a ter uma ou outra sociedade no

    Porto, diz-me assim, mas é uma gestão muito diferente, não, poderão haver outras fundações com

    outro objeto e que serão diferentes, neste caso não, acaba por ser como gerir uma empresa normal.

    Depois tem o o outro lado destes objetivos dos apoios mas também não é por aí, é uma extensão do

    nosso trabalho e não tem assim nada de particular em termos de gestão P3

    Atividad

    e da

    fundação

    Nós temos os nossos investimentos, a fundação resultou de uma parte de (nome) que aplicou

    na fundação, dinheiro dele, no fundo é isto, e do apoio também de uma empresa do Sr. (nome)

    que era a (nome empresa) que era uma empresa que estava ligada na altura ao ramo

    imobiliário. Portanto, ele fez, foi fazendo, era a atividade dele, foi assim que ele fez a fortuna e

    a fundação depois resultou um bocadinho disso. Hoje em dia o que temos, fazemos os nossos

    investimentos normais, temos algumas coisas do ramo imobiliário, pronto basicamente acabou

    por ser um bocadinho a extensão disso, da área de investimento, temos os nossos investimentos

    financeiros e basicamente é essa a nossa atividade, investimentos financeiros imobiliários e

    projetos associados e daqui é que vêm os nossos rendimentos anuais. Financeiro e imobiliário

    hoje em dia, da forma como está o imobiliário, temos isso um bocado parado mas depois vamos

    gerindo os outros investimentos da melhor maneira P3

    Funções

    no ES

    público

    A e B - não. P1

    Não (desempenhou funções no ES público) P2

    Ensino

    Superio

    r –

    Visão,

    Opiniã

    o

    Ensino

    público

    Evolução

    positiva

    … o ensino do ponto de vista da formação de pessoas qualificadas tem havido uma grande aposta do

    ponto de vista da qualidade do ensino e da especialização é cada vez mais a preocupação com

    componentes de maior ligação ao mundo empresarial e isso é bom, é uma evolução que acho muito

    positiva face ao tempo em que estudei. Hoje em dia o percurso académico chega a ser mais rico

    porque as oportunidades de internacionalização e de experiências no exterior e o contato com outras

    instituições e outras formas de ensino é muito salutar para a formação académica e pessoal dos

    estudantes. P1

    Os entrevistados consideram que

    o ensino superior público tem sido

    alvo de grandes transformações,

    face ao tempo em que eram

    alunos. Salientam, a este nível,

    uma aposta na especialização, na

    internacionalização e um percurso

  • …. o que sinto é isso, por um lado, um grande desejo de qualificação do ensino, com duas grandes

    preocupações que me parecem muito importantes, um ensino ao nível dos maiores padrões

    internacionais, também há rankings para todos os gostos, mas pronto, temos não sei quantas escolas

    portuguesas a virem referenciadas nos mais variados rankings e áreas e isso é bom, assistimos, nas

    saídas para o estrangeiro, ser reconhecida a qualidade do conhecimento técnico, do conhecimento

    académico que é produzido nas nossas escolas, o tema da ligação ao tecido económico, ao mundo

    das empresas, parece-me que também está na agenda de praticamente todas as instituições… P1

    Acho que sim, mas acho que pode (o ensino superior) ser mais otimizado. Acho que serve as

    necessidades do país, mas é um encargo demasiado forte para o estado. P2

    Acho que a qualidade (das pessoas formadas) é boa e se há mudança tem sido para melhor. P2

    Acho que é muito importante as universidades internacionalizarem-se mais do que estão hoje e

    estarmos mais virados para o estudante internacional ou também, acho que o estatuto do estudante

    internacional é uma coisa fundamental para as universidades e acho que se devia investir mais em e-

    learning e em lecionar cursos em mais do que uma língua, em inglês também como têm feito outros

    países de leste, o que tem atraído muitos estudantes de fora, acho que isso é importante para

    ganharmos calo, não estarmos dependentes da demografia portuguesa que está a baixar infelizmente.

    P2

    … otimização, mais eficiência e mais abertura ao exterior, mais internacionalização. P2

    mais rico dos estudantes e o facto

    de o ensino nacional ser

    reconhecido internacionalmente.

    Outro entrevistado considera que

    o ES público é um grande encargo

    para o país e que deveria ser mais

    otimizado, embora sirva as

    necessidades do país, que deveria

    haver mais internacionalização

    por causa da questão da

    demografia e que também se devia

    ensinar em inglês, de modo a

    fomentar essa

    internacionalização.

    Falta de

    financia

    mento

    … todos vemos as notícias que efetivamente do ponto de vista financeiro, as escolas debatem-

    se com problemas graves de sustentabilidade e a necessidade de procurar novas formas de

    financiamento dessa qualidade que se pretende e desse estatuto internacional que muitas delas

    pelo menos as grandes casas estão a apostar, numa altura em que também os seus utilizadores,

    portanto, os seus destinatários estão com mais dificuldades financeiras e realmente preocupa-me

    imenso o nível de abandono e o nível de dependência de bolsas e realmente as condições

    extremamente difíceis em que grande parte dos estudantes conseguem, ainda assim chegar ao fim do

    percurso académico… P1

    Um dos entrevistados salientam as

    dificuldades financeiras das IES e

    dos alunos e sobre a necessidade

    de procura de novas fontes de

    financiamento.

    Pressão

    dos

    custos

    diminui

    qualidad

    e no

    ensino

    … acho que há outra diferença que é a pressão dos custos, da contenção de custos e a pressão em

    mostrarmos resultados estatisticamente favoráveis faz com que o grau ou a qualidade dos estudantes

    que saem do ensino secundário é muito menos exigente porque o que é preciso é andar para a frente

    e por isso os alunos quando chegam ao ensino superior parecem menos maduros, menos qualificados

    do que as nossas gerações e isso depois também acaba por se refletir nos desenvolvimentos à frente,

    portanto, logo na base P1

    Um entrevistado considera que o

    facto de se dar uma importância

    exagerada aos resultados e às

    estatísticas pode por em questão a

    qualidade do ensino.

    Mercado

    de

    trabalho

    …. a entrada no mundo do trabalho que aí temos efetivamente estrangulamentos muito graves,

    sobretudo nos últimos anos e com toda a consequência que traz relativamente a empregos menos

    Os entrevistados referem-se ainda

    à falta de emprego dos licenciados

    e da redução do número de alunos

  • qualificadas ou então saídas do país e portanto a falta de oportunidades que existe para as pessoas

    porem em prática todo o investimento que com sacrifício foi feito ao longo dos anos dos cursos. P1

    Sentimos isso perfeitamente, quer dizer, é um mercado que por aquilo que conhecemos está com

    alguma tendência para se estreitar, menos cursos abertos, menos preenchimento de vagas, mais cursos

    com falta de inscrições e depois mais do que isso, o próprio abandono durante o curso, as interrupções

    e isso acaba por no fundo prejudicar muito a própria aposta do país e das escolas… P1

    … os cursos têm um tempo menor, depois há os mestrados e as pessoas, muitas vezes o que é que

    acontece? a perspetiva de mercado não é nada fácil, os alunos, muitos alunos ou aqueles que

    conseguem continuam pelo mestrado, vão por ali fora, não sei qual o limite, faz mestrado,

    doutoramento e depois? P3

    A perspetiva que tenho sinceramente relativamente a um aluno universitário hoje em dia não é muito

    positiva, tirando um ou outro curso que poderá ter alguma relevância no mercado de trabalho porque

    este mercado é fundamental … a universidade dá-nos formação e depois não precisamos de trabalhar

    exatamente no que nos formamos, mas o objetivo principal devia ser esse, criar precisamente essa tal

    massa crítica que depois viesse em força para o mercado de trabalho, fosse vocacionada naquela área

    ou não… Quando chegamos ao mercado de trabalho, a perspetiva é só uma, as empresas querem

    fazer dinheiro e os conhecimentos que adquirimos nem os aplicamos, aquelas coisas que estiveram

    horas a moer-nos a paciência, depois não têm aplicabilidade, mas para que serviu? deu-me alguma

    autonomia, deu-me capacidade de observar e raciocinar sobre as coisas e desenrascar-me mas

    isso não chega se depois não tenho cá fora mercado… P3

    no ensino superior e o crescimento

    do abandono no ES. Os alunos

    continuam a estudar, muitos

    porque não têm outra alternativa e

    prosseguem. Um dos

    entrevistados refere ainda que

    raramente se utilizam os

    conhecimentos teóricos

    aprendidos no ensino superior

    mas utilizam-se outras

    competências como “deu-me

    alguma autonomia, deu-me

    capacidade de observar e

    raciocinar sobre as coisas e

    desenrascar-me mas isso não

    chega se depois não tenho cá fora

    mercado…”

    Carência

    s ao nível

    da

    formação

    no ensino

    secundári

    o

    …. tornaste os últimos anos como anos de preparação para uma prova, quer dizer, resume-se a isso,

    vimos que o ensino secundário é muito isso, o que tenho que fazer para passar naquela prova, ora

    aquilo é um ato isolado de avaliação, não dá traquejo, não dá preparação de base, admito que muito

    daquilo que entra na cabeça, enlatado para aquele momento, uma vez ultrapassado aquele obstáculo

    se esfuma rapidamente, imagino que sim. P1

    Claro que as generalidades têm sempre um perigo mas parece-me que aquilo que presenciamos

    indicia isso e é verdade que nestas gerações encontramos pessoas saídas mais recentemente do ensino

    superior que sabem pensar, efetivamente têm muito mais iniciativa, está a apostar-se muito em

    competências, mais do que o conhecimento académico, muito em competências pessoais de

    liderança, proatividade, tudo isso, acho que isso é importantíssimo mas depois há ali ferramentas

    básicas que vêm de trás que falham muito e isso nota-se claramente. P1

    Os entrevistados referem que

    atualmente se está a apostar

    “competências, mais do que o

    conhecimento académico, muito

    em competências pessoais de

    liderança, proatividade, tudo isso,

    acho que isso é importantíssimo,

    mas depois há ali ferramentas

    básicas que vêm de trás que

    falham muito e isso nota-se

    claramente…”

    Racionali

    zação da

    rede de

    ES

    Acho que há universidades a mais, acho que a rede de ensino superior não está otimizada e sinto que

    há alguma ineficiência nas universidades públicas em geral em termos de custos, de estrutura

    de custos das universidades, é a minha opinião sem conhecer a fundo o tema. P2

    ... as perspetivas de trabalho para um aluno universitário, em primeiro lugar acho que há muitos

    cursos e acho que não estão enquadrados na realidade de oferta de emprego, acho que há cursos que

    Dois entrevistados referem-se à

    necessidade de reorganização de

    rede do ensino superior, por um

    lado porque “… há alguma

    ineficiência nas universidades

  • pura e simplesmente deveriam deixar de existir, mas depois há que manter um determinado status

    quo, as coisas estão montadas de tal maneira que não se podem fechar de um momento para o outro,

    mas acho que começa por esse lado. P3

    (desfasamento entre a formação oferecida e a realidade). Claro, porque são sempre os interesses

    económicos instalados, é isso que manda, que governa, são interesses porque é muito difícil chegar

    à UBI e dizer meus amigos fechem, porque há empregos, porque há não sei o quê, fechem porque

    vocês não têm alunos e isto não dá. Mas a perspetiva, acho que é como tudo na vida, uma empresa

    quando não funciona, fecha, vai à falência, muda de ramo ou ela própria se reinventa, epá,

    reinventem-se, não podem continuar assim porque depois todo o dinheiro que está a ir para aquelas

    instituições não pode ser aplicado noutras com outros objetivos. P3

    O ensino devia ser reformulado, há cursos quer deviam acabar, a perspetiva devia ser, não só esta

    mas fundamentalmente, enquadrarem-se com a vida do trabalho, é trabalho e depois há o retorno,

    portanto, a própria economia funcionaria e financiar-se-ia, acho eu, poderá ser mais fácil dizer que

    fazer porque somos completamente desequilibrados, não temos contas públicas equilibradas, temos

    o desemprego nos níveis que temos, mas tínhamos que começar por algum lado, dizer, não há

    dinheiro para isso e o que fala são os números e isso é o costume, é verdade, o que fala são os

    números. P3

    públicas em geral em termos de

    custos, de estrutura de custos das

    universidades… “ e porque existe

    um desfasamento entra a

    formação e as necessidades do

    mercado de trabalho, acabar com

    certos cursos e o ensino superior

    estar mais enquadrado com a vida

    do trabalho.

    Licencia

    dos a

    mais

    … a questão é qual a expetativa que tem pelo facto de ser licenciado porque todos temos a expetativa

    que devemos chegar ao 12º ano, é um limiar mínimo e obrigatório a que temos que chegar, mas se

    tivéssemos a expetativa que 80% da população deveria ter a licenciatura, desde que pelo facto de ter

    a licenciatura as pessoas não achem que têm que ser diretoras das empresas mas sim faz parte da

    formação pessoal e académica e tivéssemos esse patamar de exigência no país, quanto maior o

    conhecimento, mais estaremos preparados para conseguir valor... P1

    para responder a essa pergunta, há uma pergunta anterior que é que país é que queremos, no fundo

    quais as grandes opções estratégicas do país, em que é que me quero especializar, qual o meu papel

    no mundo, na europa, se sou um país de mão de obra barata, ficamos pelo 9º ano, mas se me quero

    diferenciar e ter um determinado nível de aposta em determinados setores, acho que isso tem, que ser

    traduzido para o grau de preparação e de qualificação dos nossos jovens e daqueles que vão assegurar

    o futuro do país, portanto, não consigo dissociar do que se quer, tem que haver uma visão estratégica

    para o país de seleção das áreas e isso também determina quais as áreas de formação que devem ser

    mais incentivadas e mais apoiadas face a outras, não está tudo no mesmo plano. P1

    Não, acho que deveria haver mais (licenciados) P2

    a falta de emprego (dos licenciados) é passageira P2

    … Não acho que há licenciados a mais, há licenciados a mais em determinados cursos que depois

    não têm mercado de trabalho porque a formação das pessoas só enriquece o país e não o contrário.

    Agora, é dramático alguém não ter trabalho e vai a uma entrevista e alguém diz, nós até gostamos de

    Os entrevistados são unânimes ao

    referirem que não existem

    licenciados a mais, que até

    deveriam haver mais, mas que a

    questão se põe a outros níveis

    como:

    - a expetativa que os alunos têm

    por serem licenciados;

    - que níveis de qualificação e

    especialização e mão de obra é

    que o país precisa, necessidade de

    visão estratégica;

    - há licenciados a mais em

    determinados cursos que depois

    não têm saída profissional, dado

    que o país assim investe um pouco

    a fundo perdido.

  • si mas não pode ficar porque tem habilitações a mais, para alguém que andou uma vida a estudar, é

    uma frustração, quer dizer, ando a licenciar-me e depois vou trabalhar como caixa de supermercado,

    não que seja um trabalho depreciativo, não é nessa perspetiva, se queremos trabalhar, trabalhamos

    no que é preciso. Mas é a formação, é o país estar a investir em alguém para depois o mandar para a

    rua. Esse investimento é que está errado, devia ser reformulado, sei que há outros interesses em jogo

    e por isso... penso que li ou vi na televisão, que ficaram muitos cursos por preencher, porque parece

    que já há uma perspetiva dos próprios alunos em procurar cursos com uma saída profissional,

    portanto, alguns são abandonados mas acho que há alguns que deviam acabar com eles. Não há

    licenciados a mais, há licenciados a mais em cursos que não deviam existir. P3

    Emigraçã

    o

    qualifica

    da

    … o estado esteve a investir em alguém que depois de estar dotado com todos os instrumentos que

    são necessários para começar a gerar riqueza vai embora gerar riqueza noutro país, por isso, quem

    receber estes estudantes de ensino superior, deve ficar muito agradado porque não investiu, não

    gastou dinheiro na geração deste saber e agora absorve, consegue absorver estes geradores de riqueza

    económica nesses próprios países. Há a questão económica e há outra questão bastante relevante que

    é a questão social porque num país em que cada vez há menos crianças, se são estas pessoas que

    tendencialmente poderão ter maior conforto financeiro para terem menos problemas em criarem

    novas gerações e novas famílias, se já temos poucos e depois são estes que acabam, por sair e por

    isso há aqui questões económicas e sociais que são estruturais e é difícil depois recuperar e é de facto

    preocupante estar a diminuir constantemente o número de nascimentos em Portugal. P1

    acho que quem está a emigrar são os grandes talentos e isso preocupa-me mas tenho esperança que

    voltem e como digo as crises são sempre passageiras e acho que isto anda em ciclos e seguramente

    acho que vamos entrar num ciclo positivo agora. P2

    acho que a perspetiva é, os alunos tentam manter-se nos mestrados, tentam manter-se depois nos

    doutoramentos porque a perspetiva lá fora não é a melhor e quando nos aconselham a ir para o

    estrangeiro, quer dizer, há um investimento nos alunos e na formação e depois aconselham-nos a sair,

    há aqui qualquer coisa que está errada, a investigação, os apoios à investigação é só notícias a dizer

    cortes, cortes, um país que não tem investigação não sei para onde vai, se nos levam os poucos que

    temos que investigam, acabam por nos levar a massa crítica. P3

    Os entrevistados revelam-se

    preocupados com a emigração de

    pessoas qualificadas, dado que o

    estado investiu e agora estas

    pessoas vão gerar riqueza e

    conhecimento noutro país, que os

    deve acolher com agrado, “… há

    um investimento nos alunos e na

    formação e depois aconselham-

    nos a sair, há aqui qualquer coisa

    que está errada, a investigação,

    os apoios à investigação é só

    notícias a dizer cortes, cortes, um

    país que não tem investigação não

    sei para onde vai, se nos levam os

    poucos que temos que investigam,

    acabam por nos levar a massa

    crítica.” Há a esperança que estas

    pessoas regressem um dia.

    Ensino

    privado

    Papel de

    nicho, de

    complem

    entaridad

    e que não

    realiza

    … os casos que conhecemos, dos jornais, é uma panóplia muito alargada, desde os casos de claro

    insucesso ou de benefício muito duvidoso, a casos em que efetivamente são escolas reconhecidas

    internacionalmente e estão nos tais famosos rankings, portanto, há de tudo. Acho que pode caber ao

    ensino privado um papel digamos de nicho, por exemplo, apostas em determinadas áreas de

    especialização que não têm massa crítica possivelmente no ensino público e pode haver aí um papel

    para o ensino privado... P1

    … a licenciatura no ensino privado e de facto, a razão de ser do ensino privado, ainda por cima foi

    na altura do boom das universidades do privado, de facto foi para colmatar a circunstância de o ensino

    O ensino privado é muito variável

    em termos de qualidade de

    instituição para instituição,

    embora hajam poucas instituições

    de qualidade. Os entrevistados

    referem o facto de o ensino

    privado ter surgido e se alimentar

    das sobras do ensino público, que

  • público não conseguir abarcar todos os estudantes que queriam entrar para o ensino, por isso havia

    as sobras e nesse caso as sobras iam ocupar os do ensino por isso há direito, há gestão, há todos os

    cursos clássicos, para além dos nichos, há os clássicos porque não havia espaço no público. P1

    … quando entrei no mercado de trabalho não havia a proliferação ainda de ensino privado que há

    hoje, mas havia uma coisa que já se sentia, uma média trazida de uma escola do ensino público e

    felizmente estamos a falar de uma época em que as médias contavam imenso… nas candidaturas para

    emprego, a minha média de 15 não era igual à média de 15 … se fossemos depois ver a composição,

    a própria estrutura do curso, quer dizer, o grau de exigência era a esse nível, portanto, o tipo de

    disciplinas que compunham os cursos P1

    … no fundo o ensino privado, não sou dessa época, proliferou para cumprir esse papel para no fundo

    dar escoamento à procura que não era satisfeita pelo ensino público e o problema é que vais

    estreitando e o ensino público e vais alargando a possibilidade de entrada no ensino privado e depois

    como é que avaliamos o mérito, como avaliamos no fundo o desempenho académico nos dois

    mundos. Isto realmente é muito difícil estarmos aqui a generalizar porque de facto há de tudo,

    infelizmente no ensino privado há de tudo, aí percorremos uma escala muito grande P1

    … o mercado fez o seu papel, fez a sua triagem P1

    … as próprias empresas nos seus processos de recrutamento começaram a diferenciar a

    proveniência e isso quer dizer alguma coisa P1

    … essa triagem o mercado acabou de fazer, tanto que com a diminuição do número de alunos, desde

    há seis anos para cá, o número de vagas do ensino privado diminuiu 46% e isso é um número... P1

    … mas aí felizmente tem mais a ver com questões económicas do que com outra coisa porque

    efetivamente tens cada vez menos famílias com condições porque antigamente, com um maior

    desafogo financeiro, havia famílias que conseguiam fazer o sacrifício de pagar as despesas no ensino

    privado, hoje em dia, esse número de famílias reduziu drasticamente e vê-se cada vez mais um

    investimento que parece não ter retorno, também tem a ver com isso, mas acho que tem mais a ver

    com as condições económicas das famílias do que propriamente não haver vontade. P1

    … A questão da qualidade de ensino do privado varia de facto de escola para escola. Estive na

    Moderna e de facto há de tudo e isto porque depende dos professores, não era algo que fosse instituído

    pela instituição, era a qualidade dos próprios professores…... P1

    Acho que é saudável, acho que infelizmente o ensino privado em Portugal tem dois ritmos, tem duas

    ou três escolas boas e o resto francamente abaixo do que deveria ser uma universidade em termos de

    qualidade, mas acho que era saudável haver mais universidades privadas e boas. P2

    Acho que é concorrencial mas acho que devia ocupar um espaço dirigido para determinados nichos

    que o ensino público não cobre, devia ser complementar, hoje é concorrencial. P2

    Acho que devia ser complementar, não tenho grande conhecimento do ensino privado, como

    funciona, presumo que deve ser como gerir uma empresa. O ensino privado tem apoios do estado e

    poderia ter um papel de nicho mas

    não acontece assim, é

    concorrencial. Também o facto de

    o mercado de trabalho selecionar

    os alunos por origem de IES de

    formação, privilegiando as IES

    públicas, uma vez que têm mais

    credibilidade e qualidade nos

    cursos, exceção feita à U Católica.

    Que o mercado e os alunos foram

    fazendo uma triagem, mas que

    também a diminuição de alunos

    no privado se deve à crise

    económica e à falta de

    possibilidades de frequentar este

    ensino. Os entrevistados referem

    que não existe qualquer questão

    na existência de ensino privado,

    que deveria ser complementar e

    que quem tem capacidade de

    pagar vai para o privado. E que

    este ensino tem outras motivações

    para além do ensino.

  • depois tem rendimentos daquilo que lhe vem das propinas, que são mais elevadas. E a qualidade do

    ensino é melhor, não tenho essa perspetiva, a ideia que tenho é que não é P3

    O ensino privado cá fora no mercado que tem aceitação, tem saída, os alunos que vêm do privado, é

    Católica, a mim não me causa nenhum constrangimento existir o ensino privado e o ensino público,

    desde que seja enquadrado e que viva por si, sinceramente, acho que vai para o ensino privado quem

    tem a capacidade e pode pagar, é mesmo assim. P3

    Toda a vida fui aluno do publico, nunca andei no privado e não me parece que tenha tido uma má

    formação. Agora estabelecer essa diferença, conheço pessoas que vêm do privado com uma ótima

    formação e há pessoas que vêm do público com uma ótima formação e ao contrário, porque há

    algumas privadas muito más e se calhar algumas públicas também não são grande coisa. É esta a

    perspetiva que tenho como ex-aluno, estando de fora e não lidando com a universidade, não estando

    lá dentro. P3

    O ensino público tem outro objetivo, aqui há uns anos, se calhar a perspetiva do ensino público era

    diferente, existia só o público e só chegava em determinada situação financeira, determinadas

    famílias, portanto, apesar de ser público era exclusivista. Depois isto democratizou-se e ainda bem.

    Agora, a perspetiva parece quase a de tornar o ensino público em privado, isto é, todo o ensino passar

    a privado, mas isso é a perspetiva que vejo em tudo, na saúde e tudo, que é uma perspetiva muito

    mercantilista. P3

    Estado

    deve

    garantir a

    igualdad

    e de

    oportuni

    dades

    Acho que há setores do estado que têm que estar no estado. O ensino pode haver privado mas tem

    sempre que existir o público porque senão isso vai levar à exclusão social, há diferenciação das

    classes e o ensino serviu para quebrar essas barreiras, permitiu às pessoas vir de baixo, fazer

    aquele percurso social e mudar, o que é normal e isso torna a sociedade melhor, porque a torna

    mais justa e nivelada, nivela por cima, dá-me a ideia de que vai haver um retrocesso, as

    universidades estão a perder autonomia, cada vez têm menos dinheiros, as famílias cada vez

    têm mais dificuldade. P3

    … depois há aquela questão do financiamento do estado aos privados que acho que deveria terminar

    porque não estão a financiar alunos nenhuns, estão a financiar administradores que fazem fortunas e

    têm coleções de carros como vi há tempos naqueles colégios, não é universitário mas se calhar

    também tem ligações, e que têm essas instituições privadas com apoios absurdos do estado e esse

    dinheiro é que é mal aplicado. Queres ir para o privado, sim senhor, paga, se tem dinheiro paga. O

    privado devia ser um ensino de excelência porque se for muito bem pago, têm obrigação de ter os

    melhores professores, digo eu. O problema nisto tudo, não se consegue mudar as coisas porque não

    há vontade política porque isto mexe com muitos interesses instalados porque se a perspetiva fosse

    outra mudavam. P3

    Um dos entrevistados refere a

    importância de o estado continuar

    a ser um estado social,

    considerando que deveriam existir

    áreas que não deveriam sair do

    estado, como a educação.

    Por outro lado, considera que o

    estado deveria parar de financiar

    os privados, dado que o

    financiamento não vai para os

    alunos e sim para gestores, com

    interesses de lucro.

  • Processo

    de

    Bolonha

    Licencia

    dos antes

    e depois

    … o que acho é que se isto fosse perfeito, a entrada até mais precoce no mundo do trabalho, após a

    licenciatura, as pessoas vêm menos equipadas em termos de conhecimentos técnicos mas

    também vêm numa fase talvez mais maleável e acho que é importante aliar estes dois tipos de

    experiência, o mais cedo possível, a experiencia do mundo do trabalho com o conhecimento

    académico, porque eles entrosam-se muito … até acho que o facto de ter passado para uma

    licenciatura de três anos em que no fundo traz as ferramentas básicas e as pessoas depois, à medida

    que vão trabalhando, vão tendo a perceção daquilo que efetivamente gostam, daquilo em que querem

    especializar-se, qual o mestrado ou a pós graduação ou assim que para eles faz sentido do ponto de

    vista da consciência que tomaram relativamente à aplicação prática seria benéfico. Mas não estamos

    a assistir a nada disso, isso era no mundo ideal, a realidade é como temos um estrangulamento no

    mercado de trabalho e o que acontece é que passam da licenciatura para o mestrado mais ou menos

    na mesma, portanto, continuam desligados do mundo de trabalho e portanto, desse ponto de vista

    acho que não se ganha assim tanto com a reestruturação pré e pós Bolonha. P1

    … do ponto de vista do objetivo original parece-me concetualmente bem pensado só que depois

    temos uma série de distorções derivadas à conjuntura do contexto económico do nosso país em

    concreto atravessa porque pronto não será assim noutras realidades portanto se calhar as coisas têm

    outro sentido e são feitas com uma maior integração entre as duas componentes, no nosso caso não,

    é um adiar, porque um mestrado, a segunda fase é um adiar da entrada no mercado de trabalho...

    P1

    …. um mestrado, na mesma área de ensino que a licenciatura, sem precisar nenhum caso, mas vai

    dar exatamente as mesmas matérias e por isso ou ele muda de área de formação e aí sim é bom e rico

    para diversificar ou se fica na mesma área da licenciatura vai voltar a recorrer nos temas... P1

    … acho também que todas as experiências em que possa … ser dado ao estudante uma maior

    flexibilidade e uma maior consciência daquilo que verdadeiramente lhe interessa, porque acho que

    há uma primeira fase em que ele deve vir equipado com um conhecimento o mais geral possível,

    depois ser-lhe dada a possibilidade, através de experiências e aí é que se joga um bocadinho a ligação

    entre a escola e as empresas, ter possibilidade mesmo de fazer experiências, mesmo que fossem

    curtas, em empresas que ele possa efetivamente tomar consciência sobre o que gostaria de

    desenvolver o seu conhecimento, as suas capacidades, com certeza que teremos pessoas muito melhor

    formadas, muito mais empenhadas, motivadas e com escolhas mais certas e hoje em dia acho que a

    coisa é assim um bocadinho, todos conhecemos no fundo os exemplos de pessoas que seguem para

    o mestrado mais pelo grau, não arranjam nada que fazer e então pronto é um bocado isso mas acho

    que a ideia original era boa. P1

    Acho que a atual licenciatura de Bolonha não pode ser equiparada à antiga licenciatura. Quando

    quero um aluno equivalente à antiga licenciatura, vou buscar um aluno de mestrado, se eu tiver isto

    presente, acho que a alteração é positiva. quando comparamos um aluno de Bolonha com um aluno

    O mercado de trabalho, para estes

    entrevistados, faz discriminação

    entre as licenciaturas pré e pós

    Bolonha: “…a atual licenciatura

    de Bolonha não pode ser

    equiparada à antiga licenciatura.

    Quando quero um aluno

    equivalente à antiga licenciatura,

    vou buscar um aluno de mestrado,

    se eu tiver isto presente, acho que

    a alteração é positiva. quando

    comparamos um aluno de

    Bolonha com um aluno da

    licenciatura antiga, obviamente

    que há perda de competências no

    aluno de licenciatura de Bolonha

    porque é um aluno mais novo, é

    um aluno com menos maturidade

    e com menos formação e por isso

    não pode ser comparado.”

    Consideram que a ideia está bem

    concebida, de formar os

    estudantes com competências

    básicas que depois pode

    aprofundar no mercado de

    trabalho “…as pessoas vêm

    menos equipadas em termos de

    conhecimentos técnicos mas

    também vêm numa fase talvez

    mais maleável e acho que é

    importante aliar estes dois tipos

    de experiência, o mais cedo

    possível, a experiencia do mundo

    do trabalho com o conhecimento

    académico, porque eles entrosam-

    se muito… “. Que o mestrado é

  • da licenciatura antiga, obviamente que há perda de competências no aluno de licenciatura de Bolonha

    porque é um aluno mais novo, é um aluno com menos maturidade e com menos formação e por isso

    não pode ser comparado. P2

    Acho que a alteração é benéfica mas como empregador só posso comparar a antiga licenciatura ao

    atual mestrado e aí vejo vantagens, ganha também flexibilidade porque se quiser um aluno com um

    bocadinho menos de qualificações do que um mestrado, vou buscar um aluno de licenciatura, que se

    calhar é equivalente ao que antes chamávamos de bacharelato, que também existia só que agora existe

    com mais quantidade, por isso não vejo como uma alteração negativa, vejo como uma evolução

    positiva que traz flexibilidade ao sistema e que aumenta a qualidade dos que acabam o

    mestrado. P2

    um “…é um adiar da entrada no

    mercado de trabalho…” e não

    está a funcionar como foi

    concebido, de integração e

    desenvolvimento, especialização

    no local de trabalho. No entanto,

    um dos entrevistados considera

    que não é “…

    Papel do

    estado

    Regulaçã

    o

    … deve ser regulador mas deve ser também... P1

    …não deve ser só regulador...sabemos que a lógica do ensino privado vai ser vou apostar

    naquilo que me dá mais lucro, onde gasto menos dinheiro e retiro mais proveito e isto pode não

    ser necessariamente o que mais interessa ao país. o país pode precisar de investir em

    determinadas áreas cujo desenvolvimento é mais caro, implica mais infraestruturas em que o

    investimento é maior mas são as mais essenciais para o país portanto isto não pode ficar ao

    cuidado de qualquer interesse privado, é um ativo tão importante, fundamental e estratégico

    para o futuro do país que me parece que deve emanar diretamente do estado. P1

    Acho que estão certos acho que dentro da regulação, acho que é normal assegurar o bom

    funcionamento das instituições, nomeadamente quanto à boa gestão dessas universidades, que acho

    que nem sempre acontece…. Acho que deve ser esse o papel, esses três pontos que refere, não precisa

    acrescentar mais nenhum desde que sejam bem feitos. P2

    … sendo eu privado não me parece que isto fique bem entregue aos privados, acho que não, deixem

    os privados onde estão, a economia move-se com os privados quando a economia mexe não foi o

    estado que fez nada, foram os privados que tiveram necessidade de fazer mexer e poderia mexer mais

    mas às vezes o estado na sua função reguladora, aí é uma desgraça, devia ser muito mais

    regulador no que respeita aos privados, o estado empata muito os privados porque os privado

    precisam também, na sua atividade também lidam com o estado e o estado empata

    completamente, às vezes a burocracia é uma coisa impressionante e às vezes nem é a burocracia,

    às vezes chama-se outra coisa que é o interesse, aquele interesse. P3

    O papel de regulador do estado é

    referido pelos entrevistados como

    essencial perante o ensino

    superior, embora não deva ser só

    esse o seu papel. No entanto, o

    estado tem que desempenhar

    melhor este papel pois “… às

    vezes o estado na sua função

    reguladora, aí é uma desgraça,

    devia ser muito mais regulador no

    que respeita aos privados…

    empata muito os privados porque

    os privados precisam também, na

    sua atividade também lidam com

    o estado e o estado empata

    completamente, às vezes a

    burocracia é uma coisa

    impressionante e às vezes nem é a

    burocracia, às vezes chama-se

    outra coisa que é o interesse”

    Visão

    estratégic

    a

    Temos défices graves de qualificação em algumas áreas, apesar do número de licenciados. É verdade

    que as nossas escolas produzem talentos e pessoas com qualidade que é reconhecida

    internacionalmente, temos que ser coerentes e consequentes nestas escolhas e acho que aí é um papel

    que só cabe ao estado porque saindo do estado sabemos perfeitamente que as lógicas predominantes

    são de interesses económicos, de interesses de grupos, quando olhamos para o setor privado... P1

    … outras motivações que não sejam o core do conhecimento.. P1

    O estado necessita de cuidar

    melhor do ensino superior

    público, não deixando que outros

    interesses, “…outras motivações

    que não sejam o core do

    conhecimento…” o façam.

  • … corremos o risco de haver desvios sérios em relação àquilo que é o interesse do país... P1

    sendo a formação um ativo tão importante, é um ativo estratégico de um país, acho que é qualquer

    coisa que não pode ser inalienável do papel do estado, portanto, o estado tem que cuidar desse

    ativo da forma mais eficiente, por um lado, e com a visão estratégica relativamente àquilo que

    efetivamente interessa ao país, para a sustentabilidade do país portanto não é qualquer coisa que seja

    alienável e que se permita ficar exposto mais a interesses de natureza economicista ou de outra

    natureza qualquer... um dos indicadores de desenvolvimento de um país é precisamente a quantidade

    e a qualidade dos talentos que produz, não é só do sucesso escolar, é no fundo da preparação, da

    qualificação técnica dos seus cidadãos do ponto de vista substancial e não só estatisticamente... P1

    Necessita de desenvolver uma

    visão estratégica, uma vez que a

    educação é “…um ativo

    estratégico de um país, acho que é

    qualquer coisa que não pode ser

    inalienável do papel do estado,

    portanto, o estado tem que cuidar

    desse ativo da forma mais

    eficiente…”

    Estado

    social

    Acho que há setores que deviam continuar no estado, a saúde, a educação, poderão haver outros, a

    justiça, qualquer dia privatizam a justiça, não imagino uma cosia dessas, gostava de ter uma

    perspetiva... o privado é para os privados, a economia deve funcionar com os privados, agora há

    setores que não, o estado tem que intervir, tem que haver aqui um nivelamento e se as pessoas não

    têm acesso à educação nem à saúde nem à justiça, fechamos e mudamo-nos todos para o Canadá...P3

    … continuo a achar que o estado deve estar na educação, tem que arranjar mecanismos para financiar,

    o país não entrou quase na bancarrota por causa da educação e do investimento em educação, entrou

    na bancarrota porque foi mal gerido, o estado tem que ser gerido por pessoas competentes… há

    empresas do estado que são bem geridas e apesar disso eles vendem-nas, então porque é que outra

    parte é mal gerida ,o que se passa lá, se for ver são negócios paralelos, interesses.P3

    … O estado deve assegurar a educação, financiá-la, regulá-la, continuo a dizer, pagamos muitos

    impostos, a carga fiscal é brutal não me digam que esta carga não serve para isto serve para quê? se

    o estado vai buscar impostos depois vai aplicá-los em que é nestas coisas, saúde, educação, apoios,

    no que tem que apoiar, servir os cidadãos, acho que isso é função do estado.P3

    Um dos entrevistados salienta o

    papel de financiador e social do

    estado e considera que os

    impostos devem ser aplicados a

    servir os cidadãos em áreas como

    a saúde e a educação.

    Financi

    amento

    do

    Ensino

    superio

    r

    Partilha

    de custos

    (propinas

    )

    Responsa

    bilização

    do aluno

    Propinas

    com

    sistema

    de bolsas

    eficiente

    acho que as duas formulações têm alguma coisa de verdade (responsabilização ou equidade),

    agora acho que falta um fator que é eu reconhecer no ato do pagamento da propina o

    investimento pessoal que cada um está a fazer, ou seja, ter uma componente de mérito

    associada... parece-me que não interessa aquela pessoa que tem capacidade financeira para

    continuar a ser cábula a vida inteira e pronto, está lá durante dez anos e também não me parece

    que seja justo a sociedade, o contribuinte em geral estar a financiar os estudos aos cábulas,

    portanto falta aqui distinguir os que são cábulas dos que não são, aqueles que efetivamente têm

    aproveitamento, interesse, motivação, querem fazer daquilo uma opção consciente de vida e

    acho que a sociedade está disponível para apostar nestas casos, acho que falta introduzir aí um

    fator que esteja relacionado com a produtividade, o mérito. P1

    Agora, obviamente que entrando num esquema destes temos que ter a garantia que sabemos medir

    isso, não há desvios nessa... teoricamente acho que é qualquer coisa no meio termo nem é realmente

    ser demasiado permissivo, acho que devemos dar oportunidade a todos e devemos continuar a

    Todos os entrevistados

    consideram que o estado não tem

    condições para que o ensino seja

    gratuito e quem pode deve pagar,

    mas quem não pode deve ser

    ajudado, desde que tenha mérito.

    Um dos entrevistados refere que a

    propina é justa e que o sistema de

    bolsas também, embora outro

    entrevistado discorde da justiça do

    sistema de bolsas. Baseados na

    sua experiência de antigos alunos,

    todos os entrevistados concordam

  • financiar aqueles que realmente justificam a oportunidade que lhes foi dada, aqueles que não

    justificam, todo nós somos do tempo e encontrámos casos de fulanos que eram quase avós e andavam

    pelos bancos da universidade. P1

    … Acho que o sistema atual de propinas é bastante justo, acho que proporciona a participação mesmo

    dos mais desfavorecidos porque é uma propina bastante baixa e por outro lado, responsabiliza os

    alunos, contribuindo com a propina mínima e os mais desfavorecidos ainda têm acesso a uma bolsa

    para ajudar a pagar isso e por isso acho que é um bom sistema. Acho que o atual sistema não

    discrimina negativamente os alunos estrangeiros e acho que deviam pagar mais. Há que haver

    aqui um equilíbrio entre o não discriminar os mais desfavorecidos, que devem ter direito a uma

    bolsa mas devem ser responsabilizados pagando qualquer coisa nem que seja dessa bolsa e

    deve-se exigir resultados a esses alunos e deve ter-se aqui uma abertura ao exterior porque são

    alunos que pagam mais e que podem subsidiar os outros também e ajudar as universidades a

    fazer face aos seus custos. P2

    é uma questão difícil porque quando somos nós a pagar, pensamos que devia ser gratuito. aqui há

    duas questões, porque é que uns pagam propinas e outros não? não queremos uma sociedade igual,

    mas a sociedade não é igual, acho que o estado em determinadas situações, o ensino devia ser gratuito

    mas também acho que há famílias que podem pagar e o ensino precisa de... as universidades precisam

    de dinheiro, acho que isto tem que ser equitativo, acho que o espetro deve ser esse, a contribuição na

    medida do possível e quando digo contribuição não digo tornar as propinas uma coisa brutal em

    termos de custo, deve ser estudado, analisado, não sei como funciona mas ele nunca é totalmente

    gratuito. P3

    … e o sistema de bolsas não é muito bom e por isso acontecem estes problemas da consciência social

    e dos alunos com dificuldades.P3

    O que mais me agradaria era que o ensino fosse gratuito, essa era a situação ideal mas nós não

    temos condições, acho que o país não tem condições e então as pessoas vão contribuindo em

    função da sua possibilidade, não com este limite, tens que pagar mil euros, não o que podes

    pagar? embora isto depois tivesse que ser muito bem estudado, um crivo apertado porque

    lembro-me de quando andava a estudar havia alunos que tinham bolsas e os pais tinham uma

    situação económica muito superior a quem não tinha bolsa, tinham profissões liberais, não

    declaravam propriamente um rendimento real, … não sei agora qual o crivo, presumo que seja

    o IRS e pouco mais, não estou a ver outras formas e muitas vezes era injusto, acho que a

    perspetiva era ensino superior, o estado tem que financiar, porque se o estado financiar o ensino

    e se tivermos efetivamente matéria prima, nós conseguimos aplicar essa matéria prima em

    melhorar e fazer com que o país cresça, agora isto tem que ser um ciclo.P3

    ser necessária a responsabilização

    dos alunos pois existem alunos

    que permanecem muito tempo no

    ensino superior e isto é

    dispendioso para o estado e

    injusto para os contribuintes. Por

    outro lado, um dos entrevistados

    refere que as IES precisam de

    financiamento e que é necessária

    maior fiscalização a nível da

    atribuição de bolsas. Consideram

    que os alunos internacionais

    deveriam pagar mais de propinas.

  • Ajudas

    ligadas

    ao mérito

    … colocava todas as propinas aos 5000 e 6000 euros que são os custos reais do ensino, todos ficavam

    com a noção de que é quanto aquilo custa, de uma maneira geral, os contribuintes têm que participar

    para que aquele aluno esteja a ter a formação superior e de facto o estado em vez de cobrar os mil

    euros, financiava os 5000… para aquelas situações em que se iam deixando ficar, no ano seguinte já

    não eram 5000, o estado … já só financiava com 4000, no ano a seguir, 3000 e por isso, se ele quisesse

    efetivamente continuar e mantivesse razões plausíveis, porque há questões de saúde, a razão de não

    estar a ter um caminho normal de ensino superior assumia pessoalmente as responsabilidades porque

    de facto os contribuintes não têm que assumir essa responsabilidade e nesse modelo ficamos todos

    conscientes de qual o custo que isto tem e quanto é que os contribuintes estão a contribuir para a

    formação de cada um. P1

    … o estado dava um cheque integral. Eu considero, como disse a colega que é perfeitamente

    estrutural o estado preparar os cidadãos com conhecimento e que esse conhecimento seja gerador de

    riqueza e que consigamos fazer essa transformação e por isso a geração de conhecimento acho que

    cabe ao estado ter essa participação e por isso nem sequer havia propinas de mil euros, um aluno que

    de facto, em todo o seu percurso de ensino cumpriu o seu papel e por isso estar a receber

    conhecimento é estar a gerar à partida riqueza para o país, que depois em fase de atividade

    profissional no fundo vai aplicar esse conhecimento, com toda a importância que isso tem depois na

    geração de impostos, não me chocava nada que os mil euros que se pagam atualmente não se

    pagassem, pagar-se-ia de facto naquelas circunstâncias em que não houvesse aproveitamento e por

    isso a lógica da meritocracia sem favores, sou apologista. P1

    Um dos entrevistados apresenta

    um esquema de pagamento de

    propinas ligado ao mérito, que o

    estado deveria financiar o ensino

    na totalidade e que depois ia

    diminuindo o financiamento a

    cada ano a mais que os alunos

    estivessem no ES. Dentro de uma

    lógica meritocrática, dois

    entrevistados admitem o ensino

    gratuito nestes moldes.

    Estraté

    gias de

    obtençã

    o de

    fundos

    pela

    institui

    ção

    Alternati

    vas

    financia

    mento

    ES

    público

    Maior

    relação

    com as

    empresas

    concordo porque as próprias instituições podem ter benefícios dessa relação com as IES, sou defensor

    de que deve de haver uma maior relação entre as empresas e as IES, quer do ponto de vista prático,

    de prototipagem, de novos desenvolvimentos nas áreas empresariais, haja a possibilidade de as

    academias serem polos de inovação para as empresas e por isso se as academias geram riqueza

    e geram algo de novo às empresas, é natural que se vejam ressarcidas desse valor acrescentado

    no sentido de estarem dotadas dos recursos para continuarem a gerar esses desenvolvimentos, seja para a compra de maquinaria, para financiar doutoramentos, daquilo que é necessário para o

    normal funcionamento da academia e por isso, sendo defensor da relação entre as empresas com as

    universidades, acho também natural que haja o financiamento e a participação das empresas no

    financiamento das universidades. P1

    (Concorda com a participação do financiamento externo de outras entidades, tecido empresarial na

    universidade). Completamente. P3

    (Acha que pode haver influência de) interesses instalados, há sempre, não há hipótese, mas isso sem

    dúvida, mas aqui a perspetiva poderia ser outra. … há uma determinada verba que é entregue à

    universidade, se for bem gerida e vem de uma instituição, de um banco ou o que quer que seja, porque

    não? também não podemos estar naquela de que a universidade é só pública então é só do público,

    Os entrevistados concordam com

    o financiamento externo ao ensino

    superior, que deve existir um

    maior entrosamento entre as

    empresas e o ensino superior

    “…quer do ponto de vista prático,

    de prototipagem, de novos

    desenvolvimentos nas áreas

    empresariais, haja a

    possibilidade de as academias

    serem polos de inovação para as

    empresas e por isso se as

    academias geram riqueza e geram

    algo de novo às empresas, é

    natural que se vejam ressarcidas

    desse valor acrescentado no

  • aqui ninguém entra, acho que não, se não também não entrávamos e acho que há coisas que podem

    ser feitas, constituições como as nossas, como a fundação, que não o trabalho normal da universidade

    que é preparar, formar, ensinar, mas dentro dessa formação, acho que apoios que devem vir das

    instituições que tem interesse para as universidades, falo da investigação, acho que há coisas

    fundamentais e que nem sempre o estado pode financiar essas coisa, isso à primeira vista não me

    causa nenhuma rejeição. P3

    … com estes cortes à universidade, quando se corta na educação, acho que se corta no futuro, quando

    se corta na formação, educação, está-se a cortar no futuro do país, esta é a minha ótica e acho que

    é o que está a acontecer hoje. Mas as universidades não deviam ir à procura de outras formas de

    financiamento… acho que não, nem os ex-alunos têm, lá fora têm, nos EUA têm. Pergunta-se se as

    fundações podem dizer algo sobre isso, as fundações podem e devem apoiar mas nem todas têm a

    mesma vocação que nós, temos vocação para apoiar a investigação de determinada área, a maior

    parte das que existe apoia a solidariedade social e pouco mais e algumas nem sei que apoios fazem...

    mas isso é uma questão das fundações, que nós somos visto da mesma forma, quando se falar muito

    das fundações, as pessoas associam logo, aquilo é qualquer coisa ali para ganharem dinheiro do

    estado.... estamos fora disso, se calhar por isso não somos muito falados mas estamos completamente

    fora disso, vivemos do nosso rendimento, apoiamos na medida em que conseguimos apoiar, depende

    também dos estatutos e da vocação para que nos criámos. P3

    sentido de estarem dotadas dos

    recursos para continuarem a

    gerar esses desenvolvimentos…”.

    Outro entrevistado refere que as

    IES devem procurar

    financiamento, “…também não

    podemos estar naquela de que a

    universidade é só pública então é

    só do público, aqui ninguém

    entra, acho que não… acho que

    apoios que devem vir das

    instituições que tem interesse

    para as universidades…”

    Conselho

    geral

    sim, o presidente tem (assento no CG), mas não tenho presente, sei que participa quando há as

    reuniões… mas não tenho presente os temas que são abordados nessas reuniões, as agendas porque

    há outros CG onde também há participação de elementos do banco mas penso que é mais na

    perspetiva de ligação ao meio ao ensino, no fundo que medidas podem ser implementadas para

    dinamizar esta relação entre as empresas e a escola mas em termos de conteúdo P1

    concordo 100%, acho que foi uma medida muito útil, acho é que a nossa sociedade, os membros

    externos ainda não estão sensibilizados o suficiente para terem uma intervenção ativa, por isso,

    fazem parte dos conselhos mas têm uma intervenção pouco ativa mas isto acho que é um

    caminho que se está a percorrer e vai ser muito útil para a universidade portuguesa. P2

    (Algum elemento da vossa entidade tem assento no CG) sim. mas não sou eu. P2

    Concordo e pode ser que esta abertura à sociedade civil, é a forma de a sociedade civil entrar na

    sociedade e poder finalmente o diálogo ser diferente, porque a universidade é um mundo muito

    próprio e muitas vezes olha com alguma desconfiança e não é a melhor perspetiva. Imagine alguém

    que dirige uma universidade e tem a perspetiva da sociedade civil, basta dizerem, não é o nosso meio,

    está tudo definido, percebe-se que é impossível que a sociedade civil entre lá, que este não é doo

    nosso meio, somos todos do mesmo meio… É uma aproximação e pode ser se calhar a forma de as

    universidades se conseguirem financiar de outra forma porque a tendência vai ser cortar, portanto, a

    Os entrevistados concordam com

    a presença de membros externos

    na governança do ensino superior,

    sendo que duas das entidades têm

    assento no CG de IES. Referem

    que apesar de “…os membros

    externos ainda não estão

    sensibilizados o suficiente para

    terem uma intervenção ativa, por

    isso, fazem parte dos conselhos

    mas têm uma intervenção pouco

    ativa mas isto acho que é um

    caminho que se está a percorrer e

    vai ser muito útil para a

    universidade portuguesa.” E que

    pode ser uma forma de angariar

    financiamento.

  • perspetiva neste momento é financeira, económica e é corta, corta, porque eles não têm mais ideias…

    P3

    Apoios

    concedi

    dos

    A

    entidades

    públicas

    ou

    privadas

    … a racionalidade da nossa participação no ensino é uma racionalidade económico financeira, …

    tanto que há grandes escolas que tem relação connosco… aquilo que pretendemos de facto é conceder

    vantagens aos estudantes de ensino superior, independentemente de ser no ensino público ou no

    privado… P1

    … temos um programa de responsabilidade social que se chama banco universidades, através do qual

    celebramos acordos com as várias universidades que podem ser privadas ou públicas e ao abrigo do

    qual apoiamos iniciativas a fundo perdido, bolsas, projetos científicos, etc. É claro que tem sido muito

    mais premente o apoio às universidades públicas do que privadas, até porque há mais públicas do

    que privadas, representam cerca de 70% do ensino português ou até mais hoje e por isso a grande

    maioria, fatia dos apoios que damos é esmagadora no setor público mas também apoiamos alguns

    privados, isto por um lado. P2

    … já tivemos outros, já foi com a UNova de lisboa, já foi com, a UPorto, com a faculdade de

    economia, já tivemos a apoiar uma escola mas tinha a ver com alunos deficientes mas que era a

    criação de uma carpintaria… P3

    ... Estamos com a ULisboa desde 2007 consecutivamente, sempre a renovar os protocolos, com os

    outros, por exemplo, a UNova de lisboa fizemos dois financiamentos, um relacionado com o

    Alzheimer, outro já não me lembro, projetos de investigação... P3

    Na escolha da instituição para a

    concessão de apoios, os

    entrevistados referem que podem

    ser instituições públicas ou

    privadas, embora um deles refira

    que a maior parte dos acordos são

    celebrados com entidades

    públicas, uma vez que são a maior

    parte das IES.

    Cartão de

    estudante

    … quase toda a oferta que está associada aos alunos que é tangibilizada no cartão para os estudantes,

    de facto, tudo se inicia no cartão, ou seja, a escola deia de ter custos na emissão do cartão, deixa de

    ter custos de todo o processo administrativo com a atribuição do cartão e todo esse custo decorre do

    lado d(o banco) P1

    Há duas hipóteses, um cartão sem a vertente bancária ou um cartão com a vertente bancária, o

    primeiro é um cartão de identificação embora dotado da mesma tecnologia do cartão com a vertente

    bancária, associado à vertente bancária tem todas as vantagens de não pagar despesas de

    manutenção, não paga o cartão, tem as poupanças com as taxas majoradas, o crédito pessoal

    tem benefícios nas comissões, na taxa, no caso dos estudantes de facto aquilo é tudo a zero, não

    pagam rigorosamente nada durante o período em que estiverem a estudar e independentemente

    da idade. de facto, no ensino superior, do ponto de vista estratégico, (o banco), desde há 20 anos que

    começou este programa tem assumido a função de banco de apoio e é de facto banco de apoio às

    escolas e aos estudantes porque dota-os daqueles que são os instrumentos básicos na relação

    financeira e o proveito é que não se cobra nada aos estudantes. P1

    … emitimos também o cartão de estudante, temos mais de cem mil cartões ativos, com ou sem, se o

    estudante quiser ter conta tem, se não quiser não tem, tem só o cartão de identificação e por isso

    estamos muito presentes no ES…. P2

    As entidades bancárias emitem os

    cartões de estudante, com conta

    associada ou não, sem qualquer

    custo para as IES, tendo “…todas

    as vantagens de não pagar

    despesas de manutenção, não

    paga o cartão, tem as poupanças

    com as taxas majoradas, o crédito

    pessoal tem benefícios nas

    comissões, na taxa, no caso dos

    estudantes de facto aquilo é tudo

    a zero, não pagam rigorosamente

    nada durante o período em que

    estiverem a estudar e

    independentemente da idade.”

  • Créditos

    aos

    estudante

    s

    sim, a taxa de juro é bastante mais baixa, estamos a falar neste momento de Euribor +3,5% e sobre

    este valor há o benefício do que são nossos clientes e o Euribor fica a +3, nesta altura, para um crédito

    pessoal que pode ir até 16 anos, Euribor +3 é quase o custo do dinheiro e por isso também a esse

    nível procurámos também ter sempre todo o beneficio para os estudantes. Claro que isto, a lógica é,

    ele tem o crédito connosco e depois durante o período que tem crédito connosco conseguimos que

    seja nosso cliente durante esse tempo. Se existe a perspetiva de apoio e no caso do banco posso dizer

    que a perspetiva é genuinamente de apoio a todos os níveis hierárquicos, sentimos que somos úteis

    aos estudantes, como é lógico isto é uma empresa e tem que ter sempre subjacente uma racionalidade

    económico financeira daquilo que não ganhamos ou deixamos de ganhar ou até mesmo perdemos no

    momento atual enquanto é estudante, temos a perspetiva de no futuro, merecendo a confiança dos

    estudantes depois então retê-lo na fase me que passa para a vida ativa. Com esta história da genuidade,

    de sermos um banco de apoio, não estou a dizer que somos uma empresa altruísta só por ser e

    enquanto empresa, para manter a nossa sustentabilidade temos que ter ganhos para manter a empresa

    até porque também é uma empresa do estado. P1

    Não é bem isso, se o estudante não pagar o estado reembolsa ao banco a totalidade do crédito

    desse estudante até 10% do total do valor que o banco concedeu ao estudante, portanto, os

    primeiros 10% de estudantes que incumprirem é ressarcido, se houver mais que 10% de

    incumprimento, é o banco que assume esse risco e posso dizer-lhe que 10% é capaz de ser curto,

    portanto, o banco já está a assumir alguma parte do incumprimento. P2

    Vamos continuar com este tipo de crédito, estamos satisfeitos porque faz parte da nossa estratégia de

    estarmos muito presentes no ensino superior, achamos que os estudantes universitários são os futuros

    profissionais, os futuros líderes, os futuros diretores de empresas e técnicos superiores e por isso,

    mesmo que tenhamos que prescindir de rentabilidade porque este crédito tem zero de rentabilidade

    para o banco, porque tem taxas baixíssimas, mesmo que tenhamos que assumir alguma parte de

    incumprimento, achamos que vale a pena investir neste segmento, por isso, o balanço que fazemos é

    positivo e queremos continuar a ser o banco das universidades. P2

    Por outro lado temos, no mesmo departamento uma equipa de pessoas a pensar nos estudantes, no

    que os estudantes precisam e temos uma série de produtos e serviços para estudantes, entre os quais

    o financiamento para o ensino superior na ótica do estudante, ou seja, crédito para estudar. P2

    São duas coisas completamente distintas, uma é o apoio ao abrigo de um programa de

    responsabilidade social para universidades, outra é o apoio a estudantes que também é visto como

    responsabilidade social porque não queremos ganhar dinheiro com este tipo de crédito, mas é

    crédito, não é a fundo perdido, é um apoio que o aluno depois retribui ao banco ainda que em

    condições muito boas, portanto, comercialmente, não são equiparáveis aos outros créditos que

    damos para habitação, etc e que é a atividade normal do banco. P2

    As entidades bancárias também

    possibilitam que os estudantes

    tenham créditos para estudar, com

    características particulares, uma

    taxa de juro mais baixa: “… o

    apoio a estudantes que também é

    visto como responsabilidade

    social porque não queremos

    ganhar dinheiro com este tipo de

    crédito, mas é crédito, não é a

    fundo perdido, é um apoio que o

    aluno depois retribui ao banco

    ainda que em condições muito

    boas, portanto, comercialmente,

    não são equiparáveis aos outros

    créditos que damos para

    habitação, etc e que é a atividade

    normal do banco…” e “… o

    Euribor fica a +3, nesta altura,

    para um crédito pessoal que pode

    ir até 16 anos, Euribor +3 é quase

    o custo do dinheiro e por isso

    também a esse nível procurámos

    também ter sempre todo o

    beneficio para os estudantes.”

    Uma das entidades bancárias

    introduziu um conceito de

    avaliação de crédito baseado na

    meritocracia, variando as

    prestações do crédito a pagar

    conforme o desempenho do

    estudante. Se o estudante não

    pagar, “…o estado reembolsa ao

    banco a totalidade do crédito

    desse estudante até 10% do total

    do valor que o banco concedeu ao

  • O financiamento aos estudantes, como temos esta presença muito forte nas universidades … O

    problema do financiamento a um estudante é que o estudante não tem rendimentos, como não tem

    rendimentos é muito difícil aprovar um crédito para um estudante, ou é um trabalhador estudante e

    com os rendimentos que tem devolve ao banco ou então sai fora de toda a lógica que temos de

    emprestar dinheiro… introduzimos um novo conceito de avaliação de crédito que tem a ver com a

    meritocracia, se é um estudante aplicado com determinadas notas, acreditamos que no futuro vai ser

    um bom profissional e vai ter rendimentos. Então, criámos um crédito, a primeira vez que foi lançado

    foi em 2004, chamávamos na altura crédito bolsa, depois até mudámos o nome para não criar a

    sensação de que aquilo era uma bolsa a fundo perdido e era um crédito com carência durante o curso,

    emprestávamos dinheiro, não todo de uma vez, íamos emprestando ao longo do ano para ele pagar

    as propinas, não tinha que devolver o crédito até acabar o curso, ainda tinha mais um ano de carência

    para poder consolidar a sua vida profissional e depois devolvia em prestações mensais, durante três

    ou quatro anos, depois desse ano de carência e um dos fatores fundamentais a ter aqui era ele ter boas

    notas, se não tivesse boas notas tinha um preço mais caro, se tivesse boas notas tinha um preço mais

    barato e isto foi uma novidade na altura e em 2007, quando o ministério do ES, na altura, lançou os

    créditos para estudantes com garantia mútua, foi baseado neste nosso crédito, nós até participámos

    na equipa de trabalho que criou esses créditos. quando apareceram esses com garantia mútua, por

    maioria de razão desapareceram os anteriores porque estes tinham mais vantagens para os alunos e

    para o banco porque partilhava o risco com o estado, porque o estado dava uma garantia para 10%

    da carteira que o banco atribuísse, concedesse a estudantes. Desde 2007 que o (o banco) tem sido dos

    bancos mais ativos na concessão deste tipo de créditos e aumentámos os prazos, oi reembolso do

    crédito pode ser, inicialmente eram três ou quatro anos, agora já vai em dez anos, as prestações ficam

    muito mais suaves e concedemos, todos os anos, não tenho de cor os números mas uns largos milhões

    de euros de empréstimos deste género e esta é a história dos empréstimos aos estudantes. P2

    estudante, portanto, os primeiros

    10% de estudantes que

    incumprirem é ressarcido, se

    houver mais que 10% de

    incumprimento, é o banco que

    assume esse risco e posso dizer-

    lhe que 10% é capaz de ser curto,

    portanto, o banco já está a

    assumir alguma parte do

    incumprimento”. As entidades

    têm um departamento próprio

    para tratar destes créditos e a

    expetativa é que os alunos se

    tornem ou permaneçam clientes

    do banco, com rendimentos

    elevados, dado terem frequentado

    o ES.

    Atitude

    das IES

    recetoras

    dos

    benefício

    s

    … há situações em que são as escolas que vêm ter connosco e solicitam esta relação de parceria e há

    situações em que somos nós que tomamos a iniciativa de ir ter com as escolas com vontade de

    estabelecermos parceria. Éramos parceiros, por exemplo, da UCoimbra, de largos anos, com uma

    relação extraordinária, em que houve um ano que foi aberto concurso e nós perdemos o protocolo, o

    que não quer dizer que no próximo período de renovação, não nos apresentemos também com

    vontade de ir a concurso e ganhar a relação de parceria com essa escola. as escolas lançam concursos

    para ver quem é o parceiro financeiro. P1

    as universidades pedem bastante, mais do que podemos dar, mas já para contrariar isso,

    fazemos esses acordos de médio, longo prazo, onde ficam logo estabelecidos os limites do que

    podemos atribuir. Isso tem uma vantagem para nós, que orçamentamos logo para cada ano o

    que vamos gastar e para a universidade tem a vantagem de saber com o que pode contar, já

    sabe que acima daquilo não há, não podemos. Tipicamente quando chega ao fim de um contrato, de

    Em relação à atitude das IES

    perante estes patrocínios, os

    entrevistados revelam posições

    contraditórias. No caso das

    entidades bancárias, é referido que

    podem ser as IES a contatar ou os

    bancos a contatar as IES e que as

    IES “…pedem bastante, mais do

    que podemos dar, mas já para

    contrariar isso, fazemos esses

    acordos de médio, longo prazo,

    onde ficam logo estabelecidos os

  • um convénio e renovamos o convénio, há geralmente uma pressão forte das universidades para

    aumentarmos os apoios e etc, que tem que ser gerido com bom senso. P2

    Independentemente de um objetivo, por exemplo, de uma fundação, nós tínhamos um interesse... é

    assim, estamos a alocar rendimentos nossos, uma parte das verbas são dos nossos rendimentos, mas

    temos um objetivo por isso é que somos uma fundação e somos obrigados por lei a aplicar uma

    percentagem dos rendimentos nesses apoios, portanto, até aí nada a dizer, epá mas acho que as

    instituições deviam de vir ter connosco… É evidente que as instituições têm que vir ter connosco,

    senão vêm ter connosco é porque também não precisam. P3

    Nós não publicitamos, a verdade é essa . P3

    (como chegou ao conhecimento das universidades) Tivemos nós que ir ter com eles, mas também,

    fomos à procura das universidades e não tivemos resposta, aconteceu isso com a UAveiro, com a

    UPorto, a UL acolheu muito bem esta ideia, tudo bem, agora estamos a preparar o site para nos

    tornarmos mais visíveis …P3

    Mas realmente tem sido assim, nós é que temos ido ao encontro, depois da parceria que tivemos com

    a UL e ela continuou naturalmente e aí já não era preciso ir ao encontro da UL, mas mesmo assim,

    neste caso de apoio que demos à conferência na faculdade de economia em que eles tomaram

    conhecimento, haviam apoios, ficaram a saber quem era a fundação, quais os nossos objetivos, até

    onde poderíamos ir, não passou daí, nunca mais nos contataram, isso é que é estranho porque tendo

    conhecimento porque é que não vêm ter connosco? Nada é garantido mas se não o fizerem é que não

    existe e aconteceu isso, foi o caso que lhe falei e tem sido assim. Mas para além disso, mesmo assim

    temos chegado a alguns lados porque entretanto na UNova de lisboa temos um programa da

    investigação da doença de Alzheimer, um financiamento lá do CEGOC e vieram ter connosco nesse

    caso, portanto, há alguma divulgação. De que forma isso penetrou na sociedade, também somos uma

    fundação humilde… P3

    Agora com a nova reitoria que não conhecia o trabalho, ficaram muito surpreendidos com a qualidade

    que o ano passado me transmitiram, ficaram muito surpreendidos com a qualidade dos trabalhos, mas

    mesmo dentro da universidade muitas vezes não se tem a perspetiva, às vezes acho que nem

    conhecem, sinceramente, não sei se não é suficientemente divulgado dentro do próprio meio

    académico mas isso já faz parte da própria universidade que tem que ter esse cuidado, se só é

    divulgado dentro daquele nicho muito próprio dos alunos e de alguns professores, não sei, digo isto

    porque me transmitiram assim, ficaram até surpreendidos por haver um mecenas como a

    fundação a fazer este trabalho dentro da própria universidade, portanto às vezes a

    universidade... mas há outras universidades, conheço pessoas da UPorto mas não nos contatam,

    poderíamos não poder ajudar mas não temos eco, esta história do núcleo de investigação, o próprio

    responsável, que é um conhecido professor ligado à parte da economia, enviou um mail, na altura

    disse-lhe atenção que nós em novembro reunimos… eu disse que precisava das coisas em outubro

    limites do que podemos atribuir.

    Isso tem uma vantagem para nós,

    que orçamentamos logo para

    cada ano o que vamos gastar e

    para a universidade tem a

    vantagem de saber com o que

    pode contar…”. Por outro lado, a

    fundação refere que tem que

    contatar as IES porque parece que

    “… há um pudor vou chamar-lhe

    assim, em pedir dinheiro, parece

    que é assim um bocadinho

    vexatório...”, admitindo ao

    mesmo tempo que também não

    existe muita publicidade da sua

    instituição e daí também não

    haver muitas IES que conheçam.

    Refere que nos contatos que fez,

    algumas IES nem sequer

    responderam à oferta de apoio,

    enquanto que outras “…ficaram

    até surpreendidos por haver um

    mecenas como a fundação a fazer

    este trabalho dentro da própria

    universidade, portanto às vezes a

    universidade... mas há outras

    universidades, conheço pessoas

    da (universidade) mas não nos

    contatam, poderíamos não poder

    ajudar mas não temos eco… “.

  • para reunirmos em novembro e quer dizer mandaram-me um mail no fim de novembro a agradecer

    o apoio que tinha dado numas festas que eles fizeram coim conceituados economistas de vários

    países, manda-me depois de termos falado sobre isso, no dia 23/11, já tínhamos feito a nossa

    aprovação em função do que tínhamos para apoiar e dizem-me que ainda estão a preparar o orçamento

    para enviar, quer dizer, há qui qualquer coisa que me escapa, se lhe digo que tem que ter em outubro,

    não pode a dia 23 de novembro estar a enviar a dizer que estão a preparar o orçamento para enviar

    mas eu não recebi nada. apesar de me terem enviado aquele email nunca cheguei a receber nada,

    ficou por ali... P3

    … No início quando a fundação começou, para a utilidade pública precisava de começar a apoiar

    porque tinha que o fazer pelos estatutos… os contatos que fizemos, porque tínhamos necessidade

    disso, na UAveiro, em particular, na altura, não obtivemos qualquer resposta e isso é estranho.

    Quando digo isto e falo isto e falei isto com os novos reitores e ficam espantados, mas isto é a

    realidade.... as universidades também deviam puxar por ela, ir à procura de, vão receber mais nãos

    do que sins mas isso não tenham dúvidas porque a sociedade não está preparada para isto mas se não

    tentarem não têm hipótese. mas quando é ao contrário... acho que há um pudor vou chamar-lhe

    assim, em pedir dinheiro, parece que é assim um bocadinho vexatório... P3

    … imagine que as universidades têm um departamento para isto ou alguém num departamento que

    faz este trabalho de contacto e isso mas as próprias universidades não têm apetência para isso porque

    a perspetiva é pedir dinheiro... mas não é pedir dinheiro, é financiarem-se, é um financiamento, são

    projetos, é financiarem projetos em colaboração com a fundação, é uma perspetiva diferente mas

    acho que não existe. Não sei como funciona com as instituições privadas, não sei se são eles que vêm

    às universidades, como o Santander, a EDP ou se são as universidades que vão lá, não faço ideia.

    Mas a universidade tem que ter interesse, também tem interesses então porque não ter esta perspetiva

    de vamos à sociedade civil e vamos buscar financiamentos porque o estado já não financia e tem que

    se ir buscar a algum lado. E como a perspetiva é gerirem aquilo quase como empresas, é essa a ideia

    que tenho, têm que se mexer, acho que há projetos que interessam, pode não ser uma fundação, não

    estou a falar de fundação, outro tipo de mecenas, porque não um particular, alguém que esteve na

    universidade P3

    Escolha

    da

    instituiçã

    o

    há um misto… um banco universal e por isso não faz exclusões de escolas. Claro que como é lógico,

    preferimos as escolas com maior dimensão, com maior massa crítica porque toda a operação se

    torna mais eficiente, mas aqui há um misto… P1

    … em traços gerais que temos cerca de 40 convénios com universidades, muitos são celebrados, por

    exemplo quando uma universidade tem autonomia, fazemos o acordo diretamente com a faculdade.

    temos cerca de 40 acordos, temos 16 balcões… cerca de 15 quiosques… P2

    … temos uma equipa só a trabalhar a relação com as universidades, essa equipa conhece todos os

    reitores e todas as universidades, não são assim tantas como isso, apesar de serem bastantes, conhece-

    Apesar de não haver qualquer

    critério de exclusão de IES, todas

    as entidades tendem a procurar

    IES de maior dimensão,

    visibilidade por diferentes

    motivações que tem a ver com a

    sua atividade. Assim, por parte

    dos bancos, são preferíveis

  • os todos, tem uma relação frequente com todos, mesmo os que não têm acordos connosco, temos

    também o portal …, que é do grupo … e tem no seu conselho de administração o reitor, por isso

    temos uma relação muito frequente com os líderes do ES e sempre que há oportunidade de estabelecer

    um acordo que seja de mútuo interesse para ambas as partes, celebra-se esse acordo. P2

    Não temos nenhum critério de exclusão de IES, há é instituições mais dinâmicas que outras, que

    têm projetos mais interessantes e que consideramos de maior valor para o país e por isso

    começamos por esses. Diria que mais do que escolher universidades, escolhemos universidades

    com projetos que nos agradam mais ou menos e por isso vamos por aí. P2

    (contratos de médio longo prazo) mínimo de três, máximo de cinco. os nossos acordos são entre três

    e cinco anos. P2

    precisávamos de ter relevância porque estávamos à procura da utilidade pública, tínhamos que

    apresentar trabalho, digamos, e as universidades...podemos falar dos politécnicos, sem

    desprimor mas a universidade tem outra dimensão e outro impacto, outra visibilidade, portanto,

    mesmo quando isto é analisado pelos burocratas do estado, que muitos deles também vêm das

    universidades, outros vêm do privado ou vão lá só fazer os exames... a perspetiva era essa, porque

    nos pediam para apresentar… o que é que fizeram, de acordo com os vossos estatutos que seja

    relevante e como a nossa área é o apoio à investigação científica, à investigação económica, fomos à

    universidade, também era o que estava mais próximo, quer dizer, começámos aqui, pronto, não

    começámos tão próximos porque chegámos a ir a Aveiro.P3

    Mas a perspetiva também é essa, eu estudei no Porto, o meu irmão estudou em Aveiro… às vezes

    são as questões afetivas que nos levam. por isso é que isto do Porto fiquei triste porque sou um ex-

    aluno. E depois foi-se caminhando, vamos à UL, porque não, não calhou Coimbra, não pensámos

    mas podia ser, como foi bem acolhido, avançámos e depois estabelecemos uma relação muito boa e

    depois já tem a ver com os afetos… P3

    … também não nos pudemos alargar muito porque temos o nosso limite em termos orçamentais

    porque não nos é permitido. Se um dia as coisas também mudarem, se pudermos alargar um

    bocadinho mais e ir mais longe iremos com certeza mas os tempos também não são nada, é mas de

    corte do que outra coisa. hoje em dia temos utilidade pública ou não termos é quase igual, andámos

    aqui cinco ou seis anos a batalhar pela utilidade pública, quando temos utilidade pública, entram com

    a nova lei das fundações e retiram ali aqueles benefícios … P3

    “…escolas com maior dimensão,

    com maior massa crítica porque

    toda a operação se torna mais

    eficiente… “ e também porque

    existem “… instituições mais

    dinâmicas que outras, que têm

    projetos mais interessantes e que

    consideramos de maior valor

    para o país e por isso começamos

    por esses. Diria que mais do que

    escolher universidades,

    escolhemos universidades com

    projetos que nos agradam mais ou

    menos…”. Os bancos têm uma

    equipa dedicada às universidades,

    que estabelece contatos com o

    maior número de escolas

    possíveis, mesmo não estando

    dentro dessa escola.

    Da parte da fundação, as

    motivações de escolha de uma

    instituição de maiores dimensões

    teve a ver com a necessidade de

    “… ter relevância porque

    estávamos à procura da utilidade

    pública, tínhamos que apresentar

    trabalho...podemos falar dos

    politécnicos, sem desprimor mas a

    universidade tem outra dimensão

    e outro impacto, outra

    visibilidade…”

    Benefíci

    os para