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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out. COMUNICAÇÕES LIVRES Animais de Companhia pp. 319-349 50. Flora fúngica e determinação de micotoxinas em alimentos para animais de companhia [Fungal flora and mycotoxins determination in commercial pet foods] - Martins, M.L.; Martins, H.M.; Bernardo, F. 319 51. Caracterização molecular de diferentes isolados do vírus da Imunodeficiência Felina [Molecular characterization of different isolates of Feline Immunodeficiency Virus] - Duarte, A.; Tavares, L. 321 52. Identificação de animais portadores de Coronavirus Felinos por RT-PCR [Identification of Feline Coronavirus carrier cats by RT-PCR] - Duarte, A.; Fevereiro, M.; Tavares, L. 323 53. Displasia da anca numa família de gatos Persa [Hip dysplasia in a Persian cat family] - Costa, A.; Carreira, M. 325 54. Um caso de Osteossarcoma Osteogénico de localização l4 e l5 num felídeo fêmea[A case of an Osteogenic Osteosarcoma with localization at l4 and l5 in a female cat] - Carreira, M.; Peleteiro, M.C.; Costa, A. 327 55. Estudo preliminar da caracterização dos tumores de mama mais comuns em cadela e gata [A preliminary study about characterization of most common mammary tumours at bitches and female cats] - Carreira, M.; Costa, A.; Dias, V.; Lopes, C. 329 56. Dermatófitos isolados de animais de companhia (cão e gato), em Lisboa, Portugal (2000-2001) [Dermatophytes isolated from pet, dogs and cats, in Lisbon-Portugal (2000-2001)] - Bernardo, F.;Martins, H.M.; Martins, M.L. 331 57. Determinação do nível de imunidade obtido pela vacinação contra a Esgana e a Parvovirose Caninas [Assessment of immunity levels elicited by vaccination against Canine Distemper and Parvovirus] - Almendra, C.; Quintino, L.; Pinto, O.R.; Carmichael, L.; Tavares, L. 333 58. Caracterização clínica e morfológica de linfoma de células B de alto-grau, tipo-Burkitt, em canídeo doméstico [Clinical and morphological approach to Burkitt-type high degree B-cell lymphoma in the Dog] - Correia, J.J.; Cabeçadas, J.M.; Pinto, A.E.; Silva, J.F.; Peleteiro, M.C. 335 59. Caracterização imunohistoquímica, quantificação de DNA e de AgNORs em dois linfomas de células B de Alto-Grau, tipo-Burkitt, em canídeo doméstico [Immunohistochemical characterization, DNA and AgNORs quantification in two cases of Burkitt-type High Degree B-cell lymphoma in the dog] - Correia, J.J.; Cabeçadas, J.M.; Pinto, A.E.; Silva, J.F.; Peleteiro, M.C. 337 60. Hiperplasia quística do endométrio: abordagem clínica [Cystic endometrial hiperplasia: a clinical approach] - Carreira, R.P.; Costa, M. F.; Pires, M.A. 339 61. Estudo dos organizadores nucleolares impregnados pela prata (AgNORs) num caso de carcinoma prostático canino com características peculiares [Study of the silver-stained nucleolar organizer regions (AgNORs) in an uncommon case of canine prostatic carcinoma] - Silva, J.F.; Correia, J.J. 341 62. Notas metodológicas sobre o exame citofotométrico de um adenocarcinoma prostático canino [Notes on the methodology of cytophotometric study of a canine prostatic adenocarcinoma] - Silva, J.F.; Correia, J.J. 343 63. Ocorrência e detecção de b-lactamases AmpC em estirpes de Escherichia coli uropatogénicas de origem canina [Occurrence and detection of AmpC b-lactamases among uropathogenic Escherichia coli of canine origin] - Pomba-Féria, C.; Ferreira, E.; Costa, M.; Ferreira, M.; Duarte Correia, J.; Caniça, M. 345 64. Caracterização de um modelo experimental de hipertensão portal [Characterization of an experimental model of portal hypertension] - Villa de Brito, M.T.; Marques, M.C.; Serra, P.; Duarte Correia, J.H. 347 65. Um caso de necrólise epidérmica tóxica induzida por doses elevadas de griseofluvina em canídeo [A case of toxic epidermal necrolysis induced by high doses of griseofluvin in a dog] - Carreira, M.; Costa, A.; Candeias, K.; Dias, V.; Lopes, C. 349

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

COMUNICAÇÕES LIVRES Animais de Companhia pp. 319-349

50. Flora fúngica e determinação de micotoxinas em alimentos para animais de companhia [Fungal flora

and mycotoxins determination in commercial pet foods] - Martins, M.L.; Martins, H.M.; Bernardo, F. 319

51. Caracterização molecular de diferentes isolados do vírus da Imunodeficiência Felina [Molecular characterization of different isolates of Feline Immunodeficiency Virus] - Duarte, A.; Tavares, L.

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52. Identificação de animais portadores de Coronavirus Felinos por RT-PCR [Identification of Feline Coronavirus carrier cats by RT-PCR] - Duarte, A.; Fevereiro, M.; Tavares, L.

323

53. Displasia da anca numa família de gatos Persa [Hip dysplasia in a Persian cat family] - Costa, A.; Carreira, M.

325

54. Um caso de Osteossarcoma Osteogénico de localização l4 e l5 num felídeo fêmea[A case of an Osteogenic Osteosarcoma with localization at l4 and l5 in a female cat] - Carreira, M.; Peleteiro, M.C.; Costa, A.

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55. Estudo preliminar da caracterização dos tumores de mama mais comuns em cadela e gata [A preliminary study about characterization of most common mammary tumours at bitches and female cats] - Carreira, M.; Costa, A.; Dias, V.; Lopes, C.

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56. Dermatófitos isolados de animais de companhia (cão e gato), em Lisboa, Portugal (2000-2001) [Dermatophytes isolated from pet, dogs and cats, in Lisbon-Portugal (2000-2001)] - Bernardo, F.;Martins, H.M.; Martins, M.L.

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57. Determinação do nível de imunidade obtido pela vacinação contra a Esgana e a Parvovirose Caninas [Assessment of immunity levels elicited by vaccination against Canine Distemper and Parvovirus] - Almendra, C.; Quintino, L.; Pinto, O.R.; Carmichael, L.; Tavares, L.

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58. Caracterização clínica e morfológica de linfoma de células B de alto-grau, tipo-Burkitt, em canídeo doméstico [Clinical and morphological approach to Burkitt-type high degree B-cell lymphoma in the Dog] - Correia, J.J.; Cabeçadas, J.M.; Pinto, A.E.; Silva, J.F.; Peleteiro, M.C.

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59. Caracterização imunohistoquímica, quantificação de DNA e de AgNORs em dois linfomas de células B de Alto-Grau, tipo-Burkitt, em canídeo doméstico [Immunohistochemical characterization, DNA and AgNORs quantification in two cases of Burkitt-type High Degree B-cell lymphoma in the dog] - Correia, J.J.; Cabeçadas, J.M.; Pinto, A.E.; Silva, J.F.; Peleteiro, M.C.

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60. Hiperplasia quística do endométrio: abordagem clínica [Cystic endometrial hiperplasia: a clinical approach] - Carreira, R.P.; Costa, M. F.; Pires, M.A.

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61. Estudo dos organizadores nucleolares impregnados pela prata (AgNORs) num caso de carcinoma prostático canino com características peculiares [Study of the silver-stained nucleolar organizer regions (AgNORs) in an uncommon case of canine prostatic carcinoma] - Silva, J.F.; Correia, J.J.

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62. Notas metodológicas sobre o exame citofotométrico de um adenocarcinoma prostático canino [Notes on the methodology of cytophotometric study of a canine prostatic adenocarcinoma] - Silva, J.F.; Correia, J.J.

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63. Ocorrência e detecção de b-lactamases AmpC em estirpes de Escherichia coli uropatogénicas de origem canina [Occurrence and detection of AmpC b-lactamases among uropathogenic Escherichia coli of canine origin] - Pomba-Féria, C.; Ferreira, E.; Costa, M.; Ferreira, M.; Duarte Correia, J.; Caniça, M.

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64. Caracterização de um modelo experimental de hipertensão portal [Characterization of an experimental model of portal hypertension] - Villa de Brito, M.T.; Marques, M.C.; Serra, P.; Duarte Correia, J.H.

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65. Um caso de necrólise epidérmica tóxica induzida por doses elevadas de griseofluvina em canídeo [A case of toxic epidermal necrolysis induced by high doses of griseofluvin in a dog] - Carreira, M.; Costa, A.; Candeias, K.; Dias, V.; Lopes, C.

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

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Animais de Companhia

Flora fúngica e determinação de micotoxinas em alimentos para animais de companhia

Maria Lígia Martins, H. Marina Martins e Fernando Bernardo1

Laboratório Nacional Investigação Veterinaria – Estrada de Benfica, 701, 1549-011, Lisboa,

Portugal. <[email protected]>; 1 CIISA-Faculdade Medicina Veterinária –Polo Universitário da Ajuda- Rua Professor Cid Santos, 1300-477, Lisboa- Portugal.

[email protected]

O papel das contaminações fúngicas e da presença de micotoxinas nos alimentos destinados a animais de companhia não está devidamente avaliado em Portugal. Os autores referem a identificação da micoflora e a presença de micotoxinas em 60 amostras de alimentos para animais de companhia, sendo 20 amostras de alimentos para cães, 20 para gatos, 10 para piriquitos e 10 para catatuas. A contagem e identificação dos agentes fúngicos foram efectuados por métodos micológicos convencionais e a pesquisa de micotoxinas, aflatoxinas (AFBs), ocratoxina A (OTA), fumonisina B1 (FB1) e deoxynivalenol (DON) foi determinada por cromatografia líquida de alta resolução (HPLC). Os limites de detecção foram: 1.0 µg/kg para aflatoxinas, 2.0µg/kg para ocratoxina A, 10 µg/kg para fumonisina B1 e 100 µg/kg para deoxinivalenol.

O nível de contaminação fúngica foi muito baixa em todas as amostras. O género mais frequente foi Aspergillus com 58,3 %, seguido do Penicillium e de Mucor com 38,3%. Nenhuma amostra continha aflatoxinas. Ocratoxina A foi detectada em 5 amostras ( 8,3%) com níveis que oscilaram de 2,0 a 3,6 µg/kg. Fumonisina B1 e deoxinivalenol estavam presentes em três amostras (5,0%) com níveis de contaminação de 12,0 a 24,0µg/kg e 100,0 a 130,0µg/kg respectivamente. Estas micotoxinas (OTA, FB1 e DON), foram detectadas apenas nos alimentos para cães.

Estes resultados confirmam a presença de flora fúngica e de micotoxinas em alimentos para animais de companhia, representando um perigo potencial para a respectiva saúde.

Palavras chave: fungos, micotoxinas, animais de companhia, HPLC

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

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Fungal flora and mycotoxins determination in commercial pet food

Maria Lígia Martins, H. Marina Martins and Fernando Bernardo1

Laboratório Nacional Investigação Veterinaria – Estrada de Benfica, 701, 1549-011, Lisboa,

Portugal. <[email protected]>; 1 CIISA-Faculdade Medicina Veterinária –Polo Universitário da Ajuda- Rua Professor Cid Santos, 1300-477, Lisboa- Portugal.

[email protected]

The role of fungi and mycotoxins contamination in pet foods is not conveniently evaluated in Portugal. The authors report the identification of mycoflora and mycotoxins determination in 60 samples of dry pet foods; 20 to dogs, 20 to cats and 20 to domestic birds food (10 to canaries and 10 to parrots) belonging to different imported brands. Moulds evaluation was determined using a convencional method. The mycotoxins, aflatoxins (AFBs), ochratoxin A (OTA), fumonisin B1 (FB1) and deoxynivalenol (DON) were analysed by high performance liquid chromatoghraphy (HPLC). The detection limits were: 1.0 µg/kg for aflatoxins, 2.0 µg/kg for ochratoxin A, 10 µg/kg for fumonisin B1 and 100.0 µg/kg for deoxynivalenol.

All samples had very low fungi counts. The predominant genera were Aspergillus (58.3%), Penicillium (38.3%) and Mucor (38.3%). Aflatoxins were not detected in any sample. Ochratoxin A was detected in five samples (8.3%)with levels ranging from 2.0 to 3.6 µg/kg. Fumonisin B1 and deoxynivalenol were present in three samples (5%) with levels ranging from 12.0 to 24.0 µg/kg and 100 to 130 µg/kg respectively. The mycotoxins (OTA, FB1 and DON) were detected only in dog foods samples.

The data presented in this study confirm the fungi contamination and the presence of the mycotoxins in foods for pets and that can possibly represent a hazard for these animals.

Key words: fungi, mycotoxins, pet food, HPLC

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Animais de Companhia

Caracterização molecular de diferentes isolados do vírus da Imunodeficiência Felina

Ana Duarte e Luís Tavares

Laboratório de Virologia e Imunologia, Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. R. Prof. Cid dos

Santos, Polo Universitário – Alto da Ajuda, 1300-477 Lisboa, Portugal

O Virus da Imunodeficiência Felina (FIV) é um Lentivírus patogénico que provoca nos felinos domésticos uma síndrome de imunodeficiência adquirida com uma patogenia de infecção similar ao Virus da Imunodeficiência Humana (HIV).

De forma a conhecer a incidência deste vírus na população felina da área da Grande Lisboa, efectuou-se um rastreio serológico a animais sujeitos a análises clínicas no Hospital Escolar da FMV, durante o período compreendido entre os meses de Fevereiro e Julho de 2002, tendo sido processadas 239 amostras de sangue e identificados 29 animais seropositivos (12,3%) . Todas as amostras positivas foram sujeitas a PCR para amplificação de duas regiões genómicas do provírus, nomeadamente um fragmento de 329 pb que codifica o extremo amina da proteína da cápside viral, incluído no gene estrutural gag, altamente conservado, e uma região variável do gene env, de 550 pb, onde se localiza o domínio neutralizante principal .

À semelhança do HIV, também o FIV é classificado em diferentes subtipos filogenéticos (A - E) os quais apresentam alguma variação nas suas propriedades biológicas. Para subtipagem dos diferentes FIVs isolados efectuaram-se ensaios de RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism) a partir dos fragmentos de 329 pares de bases.

Os resultados obtidos já permitiram identificar a presença de pelo menos três subtipos distintos nas amostras processadas, com consequente conhecimento da epidemiologia molecular do FIV.

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Molecular characterization of different isolates of Feline Immunodeficiency Virus

Ana Duarte e Luís Tavares

Laboratório de Virologia e Imunologia, Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. R. Prof. Cid dos

Santos, Polo Universitário – Alto da Ajuda, 1300-477 Lisboa, Portugal

Feline Immunodeficiency Virus (FIV) is a pathogenic Lentivirus associated with an immunodeficiency like syndrome in the domestic cat, presenting a pathogenesis similar to Human Immunodeficiency Virus (HIV).

In this work a serological survey was performed in animals attending the Vet Hospital of the Veterinary Faculty of Lisbon and subjected to clinical analysis, between February 2002 and July 2002. From 239 cats tested, 29 were identified as seropositive (12,3%).

Two genomic regions of all the positive samples were amplified by PCR: a 329bp fragment coding for the amino terminal of the capside protein, included in the structural gag gene and a 550bp fragment, corresponding to the hipervariable region of the env gene, responsible for the principal neutralizing domain.

Similarly to HIV, FIV is classified in different phylogenetic subtypes (A-E) which present some variation in their biological properties. In order to subtype the positive isolates the 329bp fragments were subjected to RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism Assays).

Three different subtypes were already identified allowing the study of the molecular epidemiology of FIV.

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Animais de Companhia

Identificação de animais portadores de Coronavirus Felinos por RT-PCR

Ana Duarte 1, Miguel Fevereiro 2, Luís Tavares 1

1 Laboratório de Virologia e Imunologia, Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. R. Prof. Cid dos

Santos, Polo Universitário – Alto da Ajuda, 1300-477 Lisboa, Portugal; 2 Departamento de Virologia, Laboratório Nacional de Investigação Veterinária

O Corona Vírus Felino (FeCoV) e o Vírus da Peritonite infecciosa Felina (FIPV) são agentes patogénicos dos Felídeos, sendo considerados como dois biotipos virais com diferente potencial patogénico e indistinguíveis pelos actuais meios de diagnóstico.

A detecção de anticorpos é indicativa de exposição mas não de infecção viral activa. O único método que permite o conhecimento real da prevalência da infecção por coronavírus é amplificação de sequências virais por RT-PCR, a partir de amostras biológicas.

Com o objectivo de iniciar o estudo da infecção por FeCoV nos gatos da região de Lisboa efectuou-se um rastreio virológico através da amplificação por RT-PCR de uma região parcial do gene 7b situado no extremo 3’do genoma viral, a partir de diferentes materiais biológicos.

Foram analisadas 119 amostras, entre Janeiro/2001 e Julho/2002, tendo sido identificadas 37 amostras positivas (32%). Alguns destes gatos apresentavam um quadro sintomatológico de Peritonite Infecciosa Felina (29,4%).

Para confirmar a especificidade da prova, alguns dos fragmentos amplificados foram sujeitos a um ensaio de RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism), com identificação do alvo DraI previamente descrito para a região amplificada. Aos restantes foi efectuada uma reacção de RT-PCR paralela, utilizando um par de primers distintos, embora situados igualmente no gene 7b do genoma viral.

A utilização de RT-PCR revelou-se uma prova eficaz, não só como meio de diagnóstico da Peritonite Infecciosa, como também na identificação de animais portadores, permitindo aferir correctamente qual a prevalência viral na população felina.

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Identification of Feline Coronavirus carrier cats by RT-PCR

Ana Duarte 1, Miguel Fevereiro 2, Luís Tavares 1

1 Laboratório de Virologia e Imunologia, Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. R. Prof. Cid dos

Santos, Polo Universitário – Alto da Ajuda, 1300-477 Lisboa, Portugal; 2 Departamento de Virologia, Laboratório Nacional de Investigação Veterinária

Feline CoronaVirus (FeCoV) and the Feline Infectious Peritonite Virus (FIPV) are feline pathogens and considered as two biotypes with different pathogenic potential, although not differentiated by diagnostic methodology.

Antibody detection is not indicative of viral presence and the identification of carrier animals is only possible by the use of RT-PCR, allowing the amplification of viral sequences from biological samples.

In order to study de prevalence of FeCoV infection in the feline population of Lisbon a virological survey was initiated by RT-PCR, with the partial amplification of gene 7b located in the 3’ end of the viral genome.

One hundred and nineteen samples were tested, between January/2001 and July/2002, allowing the identification of 37 positive samples (32%). From these cats 29,4% had a clinical suspicion of FIP.

To confirm the specificity of the RT-PCR some of the fragments amplified were subjected to Restriction Fragment Length Polymorphism (RFLP) assay for the detection of one DraI site previously referred for this genomic region of the FeCoV. On others a second RT-PCR were performed in parallel, using a different pair of primers, within the 7b) gene. Some samples were cloned and sequenced.

The use of RT-PCR proved to be useful as a diagnostic tool for FIP as well as in the identification of carrier cats, allowing the correct assessment of viral prevalence in the feline population.

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Animais de Companhia

Displasia da anca numa família de gatos Persa

Alexandra Costa1; Miguel Carreira2

1 Médica Veterinária, Centro de Medicina Veterinária São Francisco de Assis (CMVSFA),

Barreiro; 2 Assistente de Cirúrgia da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa; Centro de Medicina Veterinária São Francisco de Assis (CMVSFA), Barreiro

Um felídeo, fêmea, 3 anos de idade, raça Presa, apresentou-se à consulta no CMVSFA, com história de claudicação e relutância ao andamento há já 30 dias. O exame ortopédico evidenciou marcha anormal com dificuldade de suporte de peso na cintura pélvica, claudicação exuberante dos membros pélvicos, relutância ao andamento, crepitação da articulação coxofemoral presente ao andamento e à palpação, evidência de dor à palpação da articulação coxofemoral, sinal de Ortolani positivo, atrofia dos músculos da região pélvica e luxação bilateral das rótulas tipo grau IV. O exame radiográfico padronizado à articulação coxofemoral, confirmou o diagnóstico de Displasia da Anca bilateral. Foi efectuada uma artroplastia com excisão da cabeça do fémur e ovariohisterectomia. Na altura da consulta, a doente estava a amamentar uma ninhada de 4 gatinhos (3 fêmeas e 1 macho), sendo que uma das fêmeas manifestou a mesma sintomatologia da mãe aos seis meses de idade, confirmando-se também o diagnóstico de Displasia de Anca bilateral; nos restantes irmãos foi efectuado o rastreio e confirmado o diagnóstico de Displasia da Anca, sem contudo apresentarem sinais clínicos de doença.

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Hip dysplasia in a Persian cat family

Alexandra Costa1; Miguel Carreira2

1 Veterinary Surgeon, Veterinary Medicine Center São Francisco de Assis (CMVSFA), Barreiro; 2 Assistent Professor of Surgery from Faculty of Veterinary Medicine Lisbon; Veterinary Medicine

Center São Francisco de Assis (CMVSFA), Barreiro

A cat, female, 3 years old, Persian breed, was presented to the CMVSFA, with history of lameness and reluctance to move since 30 days ago. The orthopaedics exam, reveal abnormal gait and walking with difficulty in supporting weigh at pelvis, reluctance to walking, sounds at coxofemoral joint at walking and palpation, pain at palpation of joint, positive Ortolani sign, atrophy of pelvic region muscles and medial bilateral patella luxation in grade IV. The standard radiography exam of hip joint, confirm the diagnostic of bilateral Hip Dysplasia. It was made and arthroplasty with excision of the head of femurs and an ovariohisterectomy. At moment of consultation, the patient was feeding 4 kittens (3 females and 1 male), at the age of 6 months one of the females showed the same sintomatology then mother, and it was confirmed too the diagnostic of bilateral Hip Dysplasia. The rest of brothers were submitted too a survey of the disease and all of then presented it, without showing any signs of clinical disease

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Animais de Companhia

Um caso de Osteossarcoma Osteogénico de localização L4 e L5 num felídeo fêmea [A case of an Osteogenic Osteosarcoma with localization at L4 and L5 in a

female cat]

Miguel Carreira1; Conceição Peleteiro2; Alexandra Costa3

1 Assistente de Cirúrgia da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa; Centro de Medicina

Veterinária São Francisco de Assis (CMVSFA) - Barreiro; 2 Professora Catedrática de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa; 3 Médica Veterinária, Centro de

Medicina Veterinária São Francisco de Assis (CMVSFA) - Barreiro

Resumo Um felídeo, fêmea, 8 anos de idade, raça Bosque da Noruega, apresentou-se à consulta no

CMVSFA com história de paralisia progressiva dos membros pélvicos há já cerca de 45 dias. A avaliação da doente compreendendo o exame objectivo, neurológico e ortopédico, hemograma, bioquímicas séricas e exame radiográfico à região lombar, possibilitou identificar uma zona de destruição óssea evidente ao nível das vértebras L4 e L5. A realização de uma PAFF permitiu diagnosticar Osteossarcoma Osteogénico (confirmado com análise histopatológica do material retirado ao exame de necrópsia). Os Osteossarcomas Osteogénicos são tumores ósseos frequentes, de localização principal em ossos longos, sendo pouco referida localizações em ossos curtos, como sejam as vértebras.

Summary A cat, female, 8 years old, Norway Woods breed, was presented to consultation at

CMVSFA, with history of progressive paralysis of pelvic members since 45 days ago. The patient was evaluated with a physical, neurological and orthopaedics exam, hemogram, serum biochemistries and a radiographic exam to the lumbar spine, witch allowed to identify an area with bone destruction at L4 an L5. It was made a FNAP, which revealed an Osteogenic Osteosarcoma (confirmed with the histopathological analysis done at the material removed at the time of necropsy). The Osteogenic Osteosarcomas are bone tumours frequently seen in long bones; localizations like this one, at vertebras are not common.

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

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Animais de Companhia

Estudo preliminar da caracterização dos tumores de mama mais comuns em cadela e gata [A preliminary study about characterization of most common

mammary tumours at bitches and female cats]

Miguel Carreira1; Alexandra Costa 2; Vanda Dias 2; Célia Lopes 2

1 Assistente de Cirúrgia da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa; Centro de Medicina

Veterinária São Francisco de Assis (CMVSFA), Barreiro; 2 Médica Veterinária, Centro de Medicina Veterinária São Francisco de Assis (CMVSFA), Barreiro

Resumo Um estudo preliminar desenvolvido em 70 cadelas e 42 gatas, considerando várias raças, e

com uma média de idades de 7,5 anos e 10 anos respectivamente; apresentadas à consulta no CMVSFA com nódulos de localização mamária, permitiu caracterizar com recurso a Citologia e Análise Histopatológica os principais tipos de nódulos encontrados em mamas. Em canídeos, o principal tipo de tumor de mama encontrado é o Carcinoma Tubular Complexo (25%), enquanto que na gata é o Carcinoma Tubulo-Papilífero Simples (72,7%). Os restantes tipos de neoplasias encontram-se distribuídos de forma semelhante na população de ambas as espécies, como é o exemplo do Cistoadenocarcinoma papilífero simples (6,25 % para cadelas e 9,09 % para gatas). A Hiperplasia Glandular Lactogénica Benigna, está também presente em canídeos e felídeos fêmeas com iguais valores percentuais (6,25 % para cadelas e 9,09 % para gatas).

Summary A preliminary study involving 70 bitches and 42 female cats, considering a variety of

breeds, with a age average of 7,5 years old to bitches and 10 years old to cats; presented to consultation of CMVSFA with mammary gland nodules, allowed to make the characterization using the Cytological and Histopathological analysis of the most common types of nodules evaluated in mammary glands. In bitches, the most common type of mammary tumour is Complex Tubular Carcinoma (25%), and in female cats is the Simple Tubular-Papilifer Carcinoma (72,7%). The other types of mammary tumours are distributed at both populations in a similar way like the Papilifer Cystoadenocarcinoma (6,25% for bitches and 9,09% for female cats). The Benign Lactogenic Glandular Hyperplasia, it is present in both species with the same representation (6,25% for bitches and 9,09% for female cats).

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Animais de Companhia

Dermatófitos isolados de animais de companhia (cão e gato), em Lisboa, Portugal (2000-2001) [Dermatophytes isolated from pet, dogs and cats, in

Lisbon-Portugal (2000-2001)]

F. Bernardo1, H. Marina Martins2 e M. Lígia Martins2

1 CIISA-Faculdade Medicina Veterinária –Polo Universitário da Ajuda- Rua Professor Cid Santos, 1300-477 Lisboa, Portugal. <[email protected]> 2 Laboratório Nacional Investigação Veterinaria – Estrada

de Benfica , 701, 1549-011 Lisboa, Portugal. <ligia.martins @lniv.min-agricultura.pt> <[email protected]>

Resumo

Durante dois anos (2000-2001), foram analisadas 248 amostras de pêlos e escamas cutanêas de cães e 95 de gatos.

Os exames micológicos revelaram dermatófitos em 24,2 % das amostras obtidas de gatos e 10.1 % dos cães. Microsporum canis foi a espécie de maior incidência (65,3%) nos gatos infectados e 72.0 % dos cães. Outras espécies de dermatófitos encontrados foram: Microsporum gypseum (10,4%), Microsporum vanbreuseghemii (2,1%), Microsporum nanum (4,2%), Trichophyton mentagrophytes (8,3%). Trichophyton terrestre e T. ajelloi foram isolados uma vez (2,1%). Em 148 amostras (43,2 %) foram encontrados diversos agentes fúngicos contaminantes, com predomínio de: Alternaria spp. (35,8%), Penicillium spp. (14,2%), Candida sp. (18.9%) e Cladosporium spp. (12,8%).

Alguns destes fungos têm sido referidos como alergenos potenciais.

Palavras chave: Dermatófitos, animais de companhia, cão, gato.

Summary During two years (2000-2001), 248 samples of skin scrapings and hair, obtained from dogs

and 95 samples from cats were examined for dermatophytes infection.

Cats had a significantly higher proportion of positive cultures (24.2%) than dogs (10.1%). Microsporum canis was isolated in 65.3% of infected cats and 72.0 % of dogs. The other dermatophytes isolated belong to diverse species: Microsporum gypseum (10.4%), Microsporum vanbreuseghemii (2.1%), and Microsporum nanum (4.2%), was isolated on only two ocasions. Trichophyton mentagrophytes was isolated in 8.3% of the positive samples; Trichophyton terrestre and T. ajelloi were found once (2.1%). In 148 samples (43.2 %) were found contaminations with other fungi. The most prevalent were Alternaria spp. (35.8%), Penicillium spp. (14.2%), Candida sp. (18.9%) and Cladosporium spp. (12.85%).

Some of these fungi have potential allergenic activity.

Key word: Dermatophytes, pet, dog, cat.

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Animais de Companhia

Determinação do nível de imunidade obtido pela vacinação contra a Esgana e a Parvovirose Caninas

Cláudia Almendra, Luís Quintino, Olívia Relvas Pinto, Leland Carmichael e Luís Tavares

Laboratório de Virologia e Imunologia, Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. R. Prof. Cid dos

Santos, Polo Universitário – Alto da Ajuda, 1300-477 Lisboa, Portugal

O nível da resposta imunitária humoral em cães vacinados foi avaliado neste estudo. Para isso foram colhidas amostras de sangue nas quais se realizaram dois testes: Seroneutralização para o vírus da Esgana e Inibição da Hemaglutinação para o vírus da Parvovirose. Foram avaliados animais adultos e primovacinados, saudáveis, de diferentes raças, idades e sexos, provenientes de consultas de rotina no Hospital Escolar da FMV, de clínicas privadas ou de criadores, num total de 645 amostras.

Os resultados obtidos e a informação recolhida para cada grupo etário permitiram avaliar a eficácia dos diferentes programas de vacinação utilizados. A quantificação dos anticorpos antivirais revelou que, na maioria dos casos, existe uma resposta adequada, embora na Esgana as falhas de imunidade sejam muito mais frequentes do que na Parvovirose. Embora a reduzida dimensão dos grupos constituídos para avaliar os diversas parâmetros em estudo, nem sempre permita tirar conclusões com suficiente confiança estatística, a informação obtida fornece indícios acerca da influência de variáveis, como a idade na primeira inoculação, número de inoculações, associação de antigénios, etc. no estabelecimento da imunidade. Permite ainda avaliar a duração da imunidade e a necessidade ou não de proceder a revacinações anuais.

Deste trabalho pode concluir-se que a avaliação da imunidade em canídeos, através de testes serológicos, é muito útil para estudar a eficácia da vacinação, dando ao clínico uma base científica, racional e segura para escolher o melhor protocolo de vacinação a instituir, e simultaneamente, detectar situações de animais vacinados mas não protegidos contra as doenças em causa.

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Assessment of immunity levels elicited by vaccination against Canine Distemper and Parvovirus

Cláudia Almendra, Luís Quintino, Olívia Relvas Pinto, Leland Carmichael and Luis Tavares

Laboratório de Virologia e Imunologia, Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. R. Prof. Cid dos

Santos, Polo Universitário – Alto da Ajuda, 1300-477 Lisboa, Portugal

The level of humoral immune response in vaccinated dogs was evaluatred in this study. Several blood samples were collected and two tests performed: Seroneutralization for Canine Distemper Virus and Hemagglutination Inhibition for Canine Parvovirus. Serum samples (n = 645) were obtained from adults and puppies, of different breeds, ages and sexes, and randomly selected between those that came to health care visits in the faculty’s hospital, private clinics or belonging to dog breeders.

The results and the information obtained, allowed us to evaluate the effectiveness of the different vaccination programs used. The quantification of antibodies revealed that, in the majority of the cases, animals had an adequate response, although immunity failures were detected much more frequently for distemper than for parvovirus. Although the small dimension of the groups selected to study the several parameters did not always allowed to withdraw conclusions with enough statistic confidence, the information obtained indicates that the influence of some variables (age at first inoculation, number of inoculations, antigen association, etc.) are important for immunity establishment. Duration of immunity and the need for to annual revaccinations were also assessed.

Evaluation of immunity through serological tests proved very useful to study the effectiveness of vaccination, providing the clinician with a scientific, rational and secure basis to choose the best vaccination protocol. Simultaneously, it allows detection of situations in which vaccinated animals are not protected.

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Animais de Companhia

Caracterização clínica e morfológica de linfoma de células B de alto-grau, tipo-Burkitt, em canídeo doméstico

J. J. Correia1, J. M. Cabeçadas2, A. E. Pinto2, J. F. Silva1, M. C. Peleteiro1

1Faculdade de Medicina Veterinária, Pólo Universitário da Ajuda, Rua Prof. Cid dos Santos, 1300-

477 Lisboa; 2Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil, Rua Prof. Lima Basto 1099-023 Lisboa

Em 53 casos de linfoma analisados no Serviço de Anatomia Patológica da FMV, entre 1996 e 2001, diagnosticaram-se dois linfomas tipo-Burkitt:

Caso 1. "Kemi", 7 meses, Husky Siberiano, fêmea, com linfadenomegália generalizada, caquexia e diarreia. Diagnosticou-se linfoma maligno por punção aspirativa com agulha fina (PAAF) do linfonodo. Hemograma: leucócitos 86,8x103/µl, eritrócitos 6,16x106/µl, plaquetas 28x103/µl, hemoglobina 9,4g/dl, hematócrito 41,9%, V.C.M. 68 fl, H.C.M. 15,3 pg e C.H.C.M. 22,4 g/dl. Fórmula leucocitária: 83% L e 17% N segmentados. Bioquímica: ALT 142 U/L, AST 153 U/L, Cálcio >16,00 mg /dl, Creatinina 6,08 mg/dl e Ureia 65,5 mg /dl. Passados 22 dias foi eutanasiada. Necrópsia: esplenomegália moderada, nódulo gástrico com 5 mm Ø, espessamento da parede intestinal e hipertrofia dos linfonodos mesentéricos. A histopatologia identificou linfoma no fígado, intestino delgado, estômago, linfonodos, rim, medula óssea e sangue.

Caso 2. "Wolf", 8 anos, Doberman, macho. Diagnosticou-se linfoma maligno por PAAF do linfonodo. Passados 49 dias foi eutanasiado. Necrópsia: lesões tumorais na cavidade torácica com invasão das pleuras visceral e parietal com nódulos de 2-3 mm Ø. Observou-se edema intermandibular subcutâneo, das extremidades dos membros posteriores e do escroto. Verificou-se hipertrofia moderada do baço, que apresentava múltiplos nódulos à superfície com 2-3 mm de Ø. A próstata mostrava alguns nódulos com 2-3 mm Ø. A linfadenomegália era generalizada e muito marcada. A histopatologia identificou linfoma na amígdala, baço, fígado, íleon, linfonodos, próstata, pulmão, medula óssea e sangue.

Os tumores eram idênticos: difusos, padrão de “céu estrelado”, células de tamanho médio, núcleos com múltiplos nucléolos dispersos, pouco perceptíveis e mitoses muito abundantes (Caso 2: 91 mitoses/10 campos, x400). A imunomarcação com os anticorpos BLA36 e CD3 demonstrou tratar-se de um linfoma de células B.

Agradecimento à técnica Maria do Rosário Luís (FMV) pelo apoio valioso dispensado.

Este trabalho foi financiado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal (CIISA), através do projecto "Contribuição para o Estudo do Linfoma Maligno no Cão" (30.Linfoma).

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Clinical and morphological approach to Burkitt-type High Degree B-cell lymphoma in the dog

J. J. Correia1, J. M. Cabeçadas2, A. E. Pinto2, J. F. Silva1, M. C. Peleteiro1

1Faculdade de Medicina Veterinária, Pólo Universitário da Ajuda, Rua Prof. Cid dos Santos, 1300-

477 Lisboa; 2Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil, Rua Prof. Lima Basto 1099-023 Lisboa

In the Pathology Service of the FMV, two cases of Burkitt-type lymphoma were diagnosed out of a total of 53 lymphomas, studied over the period 1996 to 2001.

Case 1. "Kemi", 7 months, Siberian Husky, female, with generalized lymph node enlargement, caquexia and diarrhea. Malignant lymphoma was diagnosed by lymph node fine needle aspiration cytology (FNAC). Hemogram: WBC 86,8x103/µl, RBC 6,16x106/µl, PLT 28x103 /µl, hemoglobin 9,4g /dl, hematocrit 41,9%, MCV 68 fl, MCH 15,3 pg and MCHC 22,4 g/dl.WBC differential count: 83% L and 17% segmented N. Biochemistry: ALT 142 U/L, AST 153 U/L, Calcium >16,00 mg/dl, Creatinine 6,08 mg/dl and Urea 65,5 mg/dl. Euthanasia was performed 22 days later. Necropsy: moderate splenomegaly, 5 mm Ø gastric nodule, intestinal wall thickening and mesenteric lymph node hypertrophy. Histopathological exam revealed lymphoma in the liver, small intestine, stomach, lymph nodes, kidney, bone marrow and blood.

Case 2. "Wolf", 8 years, Doberman, male. Malignant lymphoma was diagnosed by lymph node FNAC. Euthanasia was performed 49 days later. Necropsy: thoracic cavity tumoral lesions with visceral and parietal pleural invasion with 2-3 mm Ø nodules; intermandibular, hind limbs extremities and scrotum edema; moderate spleen hypertrophy with superficial multiple 2-3 mm Ø nodules; prostate gland showing few 2-3 mm Ø nodules. A marked and generalized lymphoadenomegaly was present. Histopathological exam revealed lymphoma in the tonsils, spleen, liver, ileum, lymph nodes, prostate, lungs, bone marrow and blood.

Both tumors were identical: diffuse, “starry sky” pattern, medium sized cells, nucleus with multiple not very perceivable and disperse nucleolus and very frequent mitosis (Case 2: 91 mitosis/10 fields, x400). Immunohistochemistry revealed the tumors consisted of B cells, as they were BLA36+ and CD3−.

We thank technician Maria do Rosário Luís (FMV) for her valuable assistance.

This work was financed by Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal (CIISA), through project "Contribuição para o Estudo do Linfoma Maligno no Cão" (30.Linfoma).

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Animais de Companhia

Caracterização imunohistoquímica, quantificação de DNA e de AgNORs em dois linfomas de células B de Alto-Grau, tipo-Burkitt, em canídeo doméstico

J. J. Correia1, J. M. Cabeçadas2, A. E. Pinto2, J. F. Silva1, M. C. Peleteiro1

1Faculdade de Medicina Veterinária, Pólo Universitário da Ajuda, Rua Prof. Cid dos Santos, 1300-477 Lisboa; 2Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil, Rua Prof. Lima Basto 1099-

023 Lisboa

Foram estudados dois casos de linfoma de Burkitt em canídeos domésticos identificados como C1) "Kemi", fêmea, 7 meses, Husky Siberiano e C2) "Wolf", macho, 8 anos, Doberman, Como controle utilizaram-se linfonodos de dois canídeos: C3) macho, de raça e idade indeterminadas, sem alterações e C4) macho, 3 anos, Doberman, com hiperplasia linfóide devido a leishmaniose.

As técnicas utilizadas foram: 1) caracterização por imunohistoquímica indirecta em C1, C2 e C3 (controle da especificidade); 2) análise do DNA por citometria de fluxo em C2 e C3 e 3) contagem dos organizadores nucleolares (AgNORs) em todos os casos.

Resultados obtidos:

1) Immunohistoquímica – Em C1 e C2 - BLA36+ (Dako-M533), CD3− (Dako-A0452), CD10− (Novocastra-270), BCL2− (Novocastra), Tdt− (Dako-A3524). O grau de proliferação foi avaliado pela positividade ao Ki-67 (Dako-M7240) com C1=88% e C2=54%.

2) Análise do DNA - Ambos os casos analisados foram classificados como diplóides, sendo a percentagem de células em fase S de C3=7,5% e C2=22,3%.

3) Média e desvio-padrão de AgNORs (mínimo de 100 células contadas) - linfonodo normal, C3 – 1,07 ± 0,36, linfonodo com hiperplasia reaccional, C4 – 1,51 ± 0,91, linfoma de Burkitt, C1 e C2, respectivamente, com 3,31 ± 1,40 e 2,35 ± 1,09. Para se testar a possibilidade de as médias serem diferentes, usou-se um teste “t” bilateral (nível de significância de 0,05), após comparação das variâncias com o teste F. Houve diferenças significativas entre C3 x C4 (p = 0,009), C3 x C1 (p < 0,00001), C3 x C2 (p < 0,00001), C4 x C1 (p < 0,00001) e C4 x C2 (p = 0,0004).

Os autores agradecem à técnica Teresa Pereira (IPOFG) o valioso apoio dispensado.

Este trabalho foi financiado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal (CIISA), através do projecto “Contribuição para o Estudo do Linfoma Maligno no Cão” (30.Linfoma).

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Immunohistochemical characterization, DNA and AgNORs quantification in two cases of Burkitt-type High Degree B-cell lymphoma in the dog

J. J. Correia1, J. M. Cabeçadas2, A. E. Pinto2, J. F. Silva1, M. C. Peleteiro1

1Faculdade de Medicina Veterinária, Pólo Universitário da Ajuda, Rua Prof. Cid dos Santos, 1300-477 Lisboa; 2Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil, Rua Prof. Lima Basto 1099-

023 Lisboa

Two cases of canine Burkitt lymphoma were studied in dogs identified as C1) “Kemi”, Siberian Husky female, 7 months old and C2) “Wolf”, Doberman male, 8 years old. Lymph nodes from two other dogs were used as controls: C3) undetermined breed male, age unknown and with no significant changes and C4) Doberman male, 3 years old, with lymph node hyperplasia due to leishmaniasis.

The following techniques were used: 1) cellular characterization by indirect immunohistochemistry in C1 and C2, with C3 being used as specificity control; 2) DNA analysis by flow cytometry in C2 and C3 and 3) estimate of nucleolar organizers in all cases.

The results obtained were the following:

1) Immunohistochemistry – Both tumour cells were BLA36+ (Dako-M533), CD3− (Dako-A0452), CD10− (Novocastra-270), BCL2− (Novocastra), Tdt− (Dako-A3524). Proliferation index was evaluated with Ki-67 marking (Dako-M7240). Positive values were: C1=88% and C2=54%.

2) DNA analysis - Both cases studied were classified as diploid; the S-phase fraction values were: C3=7,5% (control) and C2=22,3% (Burkitt lymphoma).

3) The mean and standard deviation for AgNORs in, at least, 100 nucleus of lymphoid cells was the following: normal lymph node, C3 – 1,07 ± 0,36, reactive hyperplasia, C4 – 1,51 ± 0,91, Burkitt lymphoma cases, C1 and C2, respectively, 3,31 ± 1,40 and 2,35 ± 1,09. The statistical significance of mean differences was evaluated with a bilateral t-test (0,05 significance level), after a variance F-test comparison. Significant differences were found between C1 x C2 (p = 0,009), C1 x C3 (p < 0,00001), C1 x C4 (p < 0,00001), C2 x C3 (p < 0,00001) and C2 x C4 (p = 0,0004).

The authors wish to thank the technician Teresa Pereira (IPOFG) for her valuable assistance.

This work was financed by the “Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal"” (CIISA), through the project “Contribution to the study of malignant lymphoma in the dog”.

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

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Animais de Companhia

Hiperplasia quística do endométrio: abordagem clínica

Carreira, R.P. 1; Costa, M. F. 2; Pires, M.A. 2

1 Depart. Zootecnia e 2 Departamento de Patologia e Clínicas Veterinárias

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Apart. 1013, 5001-911 Vila Real codex

<[email protected]>

De acordo com os dados estatísticos facultados pelo Laboratório de Histologia e Anatomia Patológica da UTAD, relativamente aos últimos 7 anos, a hiperplasia endométrica quística parece ser a patologia uterina com maior incidência nas cadelas. Na sua etiopatogenia observa-se de uma disfunção de natureza endócrina que predispõe o endométrio à infecção. Esta patologia apresenta diferentes fases evolutivas; em consequência, a rapidez de diagnóstico depende, por um lado da acuidade do proprietário do animal para detectar comportamentos “anómalos” durante ou após um cio, mas também da velocidade intrínseca da patologia, que se encontra relacionada com características próprias ao animal. Nas suas fases iniciais, os animais mantêm-se clinicamente assintomáticos, podendo no entanto observar-se-se uma diminuição da fertilidade. À medida que o processo evolui, com a formação de mucometra e posterior infecção do conteúdo uterino, aparecem os primeiros sinais clínicos. Nestas duas fases, as informações fornecidas pelos meios auxiliares permitem elaborar um diagnóstico definitivo, permitindo ao clínico aconselhar o tratamento possível. Embora nalguns países se estejam já a ensaiar protocolos de tratamento com antiprogestinas e/ou inibidores dos seus receptores, neste momento, em Portugal, o tratamento possível passa pela cirurgia (ovariohisterectomia).

Neste trabalho, pretende-se fazer uma abordagem diferencial, das situações clínicas de hiperplasia endométrica quística e de piómetra, enquanto entidades distintas, embora por vezes concorrentes, recorrendo para isso a alguns casos clínicos.

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Cystic endometrial hiperplasia: a clinical approach

Carreira, R.P. 1; Costa, M. F. 2; Pires, M.A. 2

1 Depart. Zootecnia and 2 Departamento de Patologia e Clínicas Veterinárias

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Apart. 1013, 5001-911 Vila Real codex

<[email protected]>

According to statistical data provided by Histology and Anatomo-pathology Lab from UTAD, reporting to the last 7 years, cystic endometrial hiperplasia (CEH) seems to be the major pathology attending the uterus of the bitch. Its etiopathogenesis bases on an endocrine dysfunction that predisposes the infection of the endometrium. CEH presents different evolutionary stages; by consequence, the time taked to diagnosis depends, on one side, of the accuracy of the owner for “abnormal” behaviors during and after estrous, but also depends on the speed of this evolutionary process, which in turn is concerned with the animal own defenses. On initial stages, females may remain assymptomatic, yet revealing a decline on fertility. With time, the evolution of the process leads to mucometra and later infection of uterine content; it’s when clinical signs appears. On these stages, auxiliar diagnostic allows clinician to diagnose and prescribe the best treatment.

On several countries some new medical treatments with antiprogestins and/or progesterone receptors inhibitors are assayed; however, in Portugal, the only treatment recommended is surgical therapy (ovariohysterectomy). With this work we intend to establish a clinical approach to CEH and pyometra, starting from the point of view that they are distinct entities and yet some times concurrent.

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Animais de Companhia

Estudo dos organizadores nucleolares impregnados pela prata (AgNORs) num caso de carcinoma prostático canino com características peculiares

J.F. Silva e J.J. Correia

SEPAT, DEMOC, Faculdade de Medicina Veterinária - UTL, Rua Prof. Cid dos Santos (Polo Universitário - Alto da Ajuda), 1300-477 Lisboa, Portugal

Um cão vadio, de raça e idade indeterminadas (mais de 6 anos), foi abatido no Canil e Gatil Municipal (Lisboa) a 93/06/21 e necropsiado sumariamente, com vista à colheita da próstata.

Macroscopicamente, a próstata apresentava-se esférica, de superfície lisa, simétrica e de volume normal ou ligeiramente diminuído para a corpulência e idade. Os órgãos toraco-abdominais não apresentavam alterações significativas, nomeadamente presença de possíveis lesões metastásicas. Ao microscópio, a periferia do corte histológico da próstata apresentava áreas extensas de atrofia dos tubulo-alvéolos com concomitante hiperplasia das células basais e focos de hiperplasia benigna e de tubulo-alvéolos normais. A zona médio-central estava ocupada por um adenocarcinoma (CaP) moderadamente diferenciado (grau 6 de Gleason) e focos de prostatic intraepithelial neoplasia – PIN.

Os organizadores nucleolares foram visualizados por impregnação argêntica (AgNORs) e o seu número médio calculado a partir de 120 núcleos de áreas de atrofia (1,22 ± 0,52), hiperplasia benigna (1,35 ± 0,58), PIN (2,02 ± 0,85) e CaP (2,16 ± 1,01). Não houve diferenças significativas nos pares atrofia x hiperplasia e PIN x CaP; houve nos pares atrofia x PIN, hiperplasia x PIN, atrofia x CaP e hiperplasia x CaP. Em oito CaP caninos, a média de AgNORs variou entre 2,76 e 4,68.

A contagem de AgNORs confirmou os resultados do exame anatomo – histopatológico, sendo este CaP aparentemente de “malignidade atenuada” ou mesmo “carcinoma latente”, o que, ao contrário do que sucede no homem, é raro no cão. De referir as lesões de PIN, que só recentemente foram assinaladas no cão (1997).

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Study of the silver-stained nucleolar organizer regions (AgNORs) in an uncommon case of canine prostatic carcinoma

J.F. Silva e J.J. Correia

SEPAT, DEMOC, Faculdade de Medicina Veterinária - UTL, Rua Prof. Cid dos Santos (Polo Universitário - Alto da Ajuda), 1300-477 Lisboa, Portugal

A stray mongrel dog with unknown age (more than 6 years old) was euthanatized at the Municipal Animal Shelter of Lisbon in 93/06/21 and summarily necropsied in order to collect his prostate.

Macroscopically, the prostate was spherical, symmetrical, smooth – surfaced and its volume was normal or slightly atrophic. The thoracoabdominal organs showed no significant alterations, namely possible metastatic lesions. At histologic examination, the periphery of the gland showed extensive areas of tubuloalveolar atrophy with basal cell hyperplasia and foci of normal and hyperplastic tubuloalveoli. The mediocentral zone of the tissue section harboured lesions of moderately differentiated adenocarcinoma (PCa) – Gleason grade 6 – and prostatic intraepithelial neoplasia (PIN).

The nucleolar organizer regions (AgNORs) were stained with silver nitrate and their mean number was evaluated from 120 nuclei in areas of atrophy (1,22 ± 0,52), benign hyperplasia (1,35 ± 0,58), PIN (2,02 ± 0,85) and PCa (2,16 ± 1,01). There was no significant difference in the pairs atrophy x hyperplasia and PIN x PCa; significant difference was found in the pairs atrophy x PIN, hyperplasia x PIN, atrophy x PCa and hyperplasia x PCa. Comparatively, in 8 canine PCa, the AgNOR mean ranged from 2,76 and 4,68.

The AgNOR count confirmed the anatomohistopathological examination and this PCa has attenuated malignancy; it can even be a latent PCa, which, contrarily to what happens in man, is rare in the dog. It must be stressed that PIN lesions were only recently described in the canine species (1997).

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

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Animais de Companhia

Notas metodológicas sobre o exame citofotométrico de um adenocarcinoma prostático canino

J.F. Silva e J.J. Correia

SEPAT, DEMOC, Faculdade de Medicina Veterinária - UTL, Rua Prof. Cid dos Santos (Polo Universitário - Alto da Ajuda), 1300-477 Lisboa, Portugal

Neste estudo, ponderam-se algumas características citofotométricas de um carcinoma prostático (CaP) observado num cão vadio, de raça e idade indeterminadas (mais de 6 anos). Na altura da necrópsia, fez-se um “imprint” da superfície de corte da próstata, posteriormente corado pelo método de Feulgen para exame citofotométrico, cujo histograma foi diplóide (valor modal = 2,14 c), com baixo índice proliferativo (3,9%).

Macroscopicamente, a próstata aparentava estar normal ou ligeiramente atrofiada. O exame do “imprint” fez-se antes da observação de cortes histológicos. Os exames macroscópico e citofotométrico indicavam ausência de CaP. Ao microscópio, a periferia do corte histológico da próstata apresentava áreas extensas de atrofia dos tubulo-alvéolos com concomitante hiperplasia das células basais e focos de hiperplasia benigna e de tubulo-alvéolos normais. A zona médio-central estava ocupada por um CaP moderadamente diferenciado (grau 6 de Gleason) e focos de prostatic intraepithelial neoplasia – PIN.

O exame citométrico da árera de CaP num corte histológico corado pelo método de Feulgen revelou um histograma aneuplóide (valor modal = 3,37 c). Os resultados do exame do “imprint” devem-se a terem sido analisados apenas núcleos de células glandulares normais, atróficas ou hiperplásicas e de células basais, que ocupavam a maior parte da área de corte.

Este caso comprova a necessidade de recorrer ao exame citofotométrico de cortes histológicos para avaliação da ploidia de lesões com áreas restritas, embora o fenómeno de “capping” não permita a obtenção de dados exactos sobre o índice proliferativo.

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

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Notes on the methodology of cytophotometric study of a canine prostatic adenocarcinoma

J.F. Silva and J.J. Correia

SEPAT, DEMOC, Faculdade de Medicina Veterinária - UTL, Rua Prof. Cid dos Santos (Polo Universitário - Alto da Ajuda), 1300-477 Lisboa, Portugal

In this study, some cytophotometrical characteristics of a prostatic carcinoma (PCa) occurring in a stray mongrel dog of unknown age (more than 6 years old) are pondered. During the necropsy, an imprint of the cut surface of the prostate was made and subsequently stained by the Feulgen’s method. The cytophotometric analysis of that imprint yelded a diploid (modal value = 2,14 c) histogram with low proliferative index (3,9 %).

The prostate presented macroscopic features of a normal or slightly atrophic gland. The imprint examination was made before the histologic study of tissue sections was available. The macroscopic and cytophotometric analyses suggested an absence of PCa. The histologic observation revealed that large areas of tubuloalveolar atrophy with basal cell hyperplasia and foci of normal and hyperplastic tubuloalveoli occupied the periphery of the prostate. The mediocentral zone of the gland harboured a moderately differentiated PCa (Gleason grade 6) and foci of prostatic intraepithelial neoplasia – PIN.

The selective cytophotometric analysis of the PCa in a Feulgen – stained tissue section yelded an aneuploid histogram (modal value = 3,37 c). The diploid histogram obtained with the imprint examination is explained by the fact that the smear only contained benign cells (basal and tubuloalveolar – atrophic and hyperplastic), which occupied the greater part of the gland.

This case proves the need of cytophotometric analysis of tissue sections to evaluate the ploidy of small lesions, though the “capping” phenomenon doesn’t allow the proliferative index exact quantification.

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

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Animais de Companhia

Ocorrência e detecção de ββ-lactamases AmpC em estirpes de Escherichia coli uropatogénicas de origem canina

Constança Pomba-Féria1, Eugénia Ferreira2, Marta Costa1, Mónica Ferreira2,

José Duarte Correia1 and Manuela Caniça2

1 CIISA, Faculdade de Medicina Veterinária, UTL, Lisboa, Portugal

2 Unidade de Resistência a Antibióticos, NIH Dr. Ricardo Jorge, Lisboa, Portugal

As β-lactamases AmpC são cefalosporinases que conferem resistência a uma grande variedade de antibióticos β-lactâmicos podendo causar graves problemas terapêuticos. As estirpes de E. coli produtoras de AmpC são frequentemente resistentes às cefamicinas e aos inibidores de β-lactamases e susceptíveis às cefalosporinas de quarta geração.

Setenta e dois isolados, obtidos de cães com infecção do tracto urinário, foram caracterizados pela técnica de concentração inibitória mínima por microdiluição. Resistência à amoxicilina ocorreu em 26 (36%) estirpes. As β-lactamases responsáveis por esta resistência foram caracterizadas por focagem isoeléctrica (IEF) e PCR para a detecção dos genes blaTEM, blaOXA-1, blaSHV e ampC. A presença do gene ampC foi detectada e a IEF demonstrou que 7 isolados produziam β-lactamases AmpC, focalizando a pI 9,0-9,6, em associação com enzimas TEM-1 (6 estirpes) e SHV (1 estirpe). Uma estirpe produzia somente AmpC (pI 9,0), responsável por um fenótipo de resistência semelhante ao encontrado no Enterobacter spp. com hiperprodução permanente de AmpC por desrepressão génica. Cinco estirpes produtoras de AmpC tinham um elevado nível de resistência à associação amoxicilina/ácido calvulânico (2048 a 256 µg/ml). Três estirpes eram resistentes à cefoxitina (128 a 64 µg/ml) e uma estirpe, produtora só de AmpC, demonstrou baixo nível de resistência à cefoxitina (16 µg/ml). As estirpes FMV78 e FMV188 produziam as enzimas AmpC e TEM-1 simultaneamente. A resistência à cefoxitina, nestas duas estirpes, foi mediada somente pelas β-lactamases AmpC, dado que a sequenciação nucleotídica dos genes blaTEM-1 não revelou mutações características de β-lactamases de espectro estendido.

Neste estudo, demonstrámos a ocorrência de β-lactamases AmpC em estirpes de E. coli (88/72) uropatogénicas de origem canina. A detecção de AmpC é difícil, necessitando de um laboratório de referência para realização de focagem isoeléctrica e sequenciação nucleotídica génica. Este trabalho demonstra a necessidade da vigilância da resistência aos antibióticos em Medicina Veterinária.

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Occurrence and detection of AmpC ββ-lactamases among uropathogenic Escherichia coli of canine origin

Constança Pomba-Féria1, Eugénia Ferreira2, Marta Costa1, Mónica Ferreira2, José Duarte Correia1 and Manuela Caniça2

1 CIISA, Faculty of Veterinary Medicine, UTL, Lisbon, Portugal

2 Antibiotic Resistance Unit, NIH Dr. Ricardo Jorge, Lisbon, Portugal

AmpC β-lactamases are cephalosporinases that confer resistance to a wide variety of β-lactam drugs and thereby create serious therapeutic problems. E. coli AmpC producing strains are frequently resistant to cephamycins and β-lactamase inhibitors and susceptible to fourth-generation cephalosporins.

Seventy-two isolates collected from canine urinary tract infections were characterized using minimal inhibitory concentration microdilution method. Amoxicillin resistance was found in 26 (36%) strains. β-lactamases responsible for resistance were further characterized by isoelectric focusing (IEF) and PCR for detection of blaTEM, blaOXA-1, blaSHV and ampC genes. PCR detected the presence of the ampC gene and IEF showed that 7 isolates produced AmpC β-lactamase focusing at pI 9,0- 9,6 in combination with TEM-1 (6 strains) and SHV enzymes (1 strain). One strain produced AmpC alone (pI 9,0) which was responsible for a resistance phenotype similar to that found in derepressed Enterobacter spp.. Five AmpC producing strains were highly resistant to co-amoxiclav (2048 to 256 µg/ml). Three strains were resistant to cefoxitin (128 to 64 µg/ml) and one strain producing AmpC alone showed a low level of resistance to cefoxitin (16 µg/ml). Strains FMV78 and FMV188 produced TEM-1 and AmpC enzymes simultaneously. The resistance to cefoxitin in these two strains was mediated by AmpC β-lactamases alone, since nucleotide sequencing of blaTEM-1 genes did not reveal mutations characteristic of extended-spectrum β-lactamases.

In this study, we demonstrated the ocurrence of AmpC β-lactamases among uropathogenic E. coli (8/72 strains) of canine origin. AmpC detection is difficult, demanding a reference laboratory for β-lactamase isoelectric focusing and gene nucleotide sequencing. This work shows the need for antimicrobial resistance surveillance in Veterinary Medicine.

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Animais de Companhia

Caracterização de um modelo experimental de hipertensão portal

Maria Teresa Villa de Brito1, M.C.Marques2, P. Serra1, J.H. Duarte Correia1

1 Secção de Clínica, Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal (CIISA),

Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa, Rua Professor Cid dos Santos, Pólo Universitário do Alto da Ajuda, 1300-477 Lisboa, Portugal. 2 Faculdade de Farmácia,

Universidade de Lisboa, Avenida das Forças Armadas, Lisboa, Portugal.

A hipertensão portal (HP) caracteriza-se por vasodilatação arterial, hipotensão arterial geral, aumento dos débitos cardíaco e regional mesentérico e vasos colaterais porto-sistémicos. Para estudar as alterações hemodinâmicas observadas na HP têm sido utilizados vários modelos experimentais. A finalidade deste trabalho foi validar um modelo experimental de HP pré-hepática no coelho por laqueação parcial da veia porta (LPVP). Utilizaram-se 2 grupos de coelhos machos, híbridos da Nova Zelândia (3.0+0,250 kg). O primeiro, constituído por coelhos normais (CN, n=12), foi usado como grupo testemunha, e o segundo por coelhos com HP induzida (CHP, n=12). Os CHP foram utilizados 6 semanas após realização da LPVP. Mediram-se os seguintes parâmetros hemodinâmicos: débito portal (DP), pressão da veia porta (Pvp); pressão da aorta abdominal (PA) e débito da artéria mesentérica cranial (DAMC). A resistência desta artéria (RAMC) foi calculada. Colheram-se amostras de sangue para realização de testes de função e lesão hepática. Recolheram-se fragmentos do fígado para análises histopatológicas post mortem. Os resultados são apresentados em média+erro padrão da média. A análise estatística foi realizada pelo teste ANOVA e um valor de P<0,05 foi considerado significativo.

Os CHP apresentaram valores de DP inferiores (P<0,01) e valores de Pvp superiores (P<0,01) aos CN (DP=73,82±3,54ml/min e Pvp=22,17±0,76mm Hg vs DP=135,10±5,45ml/min e Pvp=11,25±0,26 mmHg. A PA dos CHP foi inferior (65,99±2,69 mm Hg vs 82,98±2,02 mm Hg, P<0,01). Os CHP apresentaram valores de DAMC superiores (P<0,0001) e valores de RAMC inferiores (P<0,001) aos CN (DAMC=147,20±7,08 ml/min/kg e RAMC=0,45±0,01 mm Hg.ml-1.min-1.Kg-1 vs DAMC=78,36±4,76 ml/min/kg e RAMC=1,11±0,08 mm Hg.ml-1.min-1.Kg-1. Apenas se registaram alterações da ALT, AST e LDH nos CHP (ALT: 173,60±5,5 UI/l vs 45,6±3,63 UI/l; AST: 88,00±16,94 UI/l vs 14,05±1,56UI/l e LDH: 561,40±57,86 UI/l vs 317,8±42,17 UI/l, P<0,05). O tempo de protrombina foi superior nos CHP (14,52±1,90 s vs 8,97±0,08 s, P<0,05). Nos CHP encontraram-se lesões histopatológicas discretas.

A LPVP em coelhos é um modelo reproduzível que origina uma exuberante circulação colateral e uma vasodilatação esplâncnica num espaço de tempo relativamente curto. Pela sua baixa mortalidade e morbilidade, demonstrou ser um bom modelo para o estudo das alterações hemodinâmicas observadas na HP.

Palavras chave: coelho, hipertensão portal, alterações hemodinâmicas, pressão portal, débito portal, pressão arterial, artéria mesentérica, testes hepáticos.

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

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Characterization of an experimental model of portal hypertension

Maria Teresa Villa de Brito1, M.C.Marques2, P. Serra1, J.H. Duarte Correia1

1 Secção de Clínica, Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal (CIISA),

Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa, Rua Professor Cid dos Santos, Pólo Universitário do Alto da Ajuda, 1300-477 Lisboa, Portugal. 2 Faculdade de Farmácia,

Universidade de Lisboa, Avenida das Forças Armadas, Lisboa, Portugal.

Arterial vasodilation, arterial hypotension, increased cardiac output, increased regional mesenteric plasma volume and portosystemic shunting characterize portal hypertension (PH).

Many experimental animal models have been used for the study of hemodynamic changes observed in PH. The aim of this study was to contibute for the validation of an experimental model of pre-hepatic PH in the rabbit, using parcial portal vein ligation (PPVL). The study was carried out using New Zealand rabbits (3.0 ± 0.250 Kg) divided in two groups. The first group of animals (NR, n=12) was used as control and the second group were rabbits with induced PH (PHR, n=12). PH was developed six weeks after PPVL. The following hemodynamic parameters were measured: portal vein blood flow (BFPV); portal venous pressures (PVP); aortic abdominal pressures (PA); cranial mesenteric artery blood flow (BFCMA). Resistance (RCMA) was calculated. Blood samples were taken for liver tests. At the end of the experiments the animals were killed and liver biopsies were taken for histopathologic examination. Results are expressed as mean + S.E.M and statistic analysis was performed by the ANOVA test and considered significant at P< 0,05. PHR showed decreased values of BFPV (P<0,01) and increased Pvp values (P<0,01) when compared with NR (BFPV =73,82±3,54ml/min and PPV=22,17±0,76mm Hg vs BFPV =135,10±5,45ml/min and PPV=11,25±0,26 mmHg. PA of PHR were lower (65,99±2,69 mm Hg vs 82,98±2,02 mm Hg, P<0,01). PHR had increased values of BFCMA (P<0,0001) and RCMA decreased values (P<0,001) when compared to NR (BFCMA=147,20±7,08 ml/min/kg and RCMA =0,45±0,01 mm Hg.ml-1.min-

1.Kg-1 vs BFCMA=78,36±4,76 ml/min/kg and RCMA=1,11±0,08 mm Hg.ml-1.min-1.Kg-1. Only ALT, AST and LDH were changed in PHR (ALT:173,60±5,5 UI/l vs 45,6±3,63 UI/l; AST:88,00±16,94 UI/l vs 14,05±1,56UI/l and LDH: 561,40±57,86 UI/l vs 317,8±42,17 UI/l, P<0,05). Protrombin time was increased in PHR (14,52±1,90 s vs 8,97±0,08 s, P<0,05). In PHR we found discreet histopathologic changes.

The PPVL in rabbitts is a reproductible model that induces portosystemic shunting and splanchnic vasodilation in a relatively short time. The low mortality and morbility observed makes it a good model for the study of the hemodynamic changes observed in PH.

Key words: rabbit, portal hypertension, hemodynamic changes, portal pressure, portal vein blood flow, arterial pressure, mesenteric artery, liver tests.

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Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out.

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Animais de Companhia

Um caso de necrólise epidérmica tóxica induzida por doses elevadas de griseofluvina em canídeo [A case of Toxic Epidermal Necrolysis induced by high

doses of griseofluvin in a dog]

Miguel Carreira1; Alexandra Costa 2; Karin Candeias 2; Vanda Dias 2; Célia Lopes 2

1 Assistente de Cirúrgia da Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa; Centro de Medicina

Veterinária São Francisco de Assis (CMVSFA) - Barreiro; 2 Médica Veterinária, Centro de Medicina Veterinária São Francisco de Assis (CMVSFA)- Barreiro

Resumo Um canídeo, fêmea, 6 anos de idade, 4,5 kg de p.v., raça indeterminada, apresentou-se à

consulta no CMVSFA com história de anorexia, prostração, vómitos biliares, melena; prurido e alopécia peri-orbital, mento, face ventral do pescoço, períneo, base da cauda, mãos e pés; queda das unhas e relutância ao andamento. Estava a ser medicada há já 21 dias com Griseofluvina com uma dose de aproximadamente 112 mg/ kg de p.v., sid, dada por via oral. O exame objectivo revelou caquexia, desidratação intensa (± 10 %), anemia acentuada (1,9 x 109/µl), leucocitose (25 x 109/µl), elevação dos enzimas hepáticos, icterícia, dor abdominal, ulceras em toda a extensão da pele e em ambas as córneas. A morte da doente 5 dias mais tarde, possibilitou o recurso ao exame de necrópsia, a qual revelou uma Cirrose Hepática exuberante e lesões de Necrólise Epidérmica Tóxica, ambas associadas à administração de Griseofulvina em doses muito elevadas e durante um período prolongado de tempo.

Summary A dog, female, 6 years old, cross-breed, weigh of 4,5 kg, was presented to evaluation at

CMVSFA, with history of anorexia, lethargy, biliary vomiting, melena, prurytis and alopecia at orbicular area, mento, ventral area of neck, perineal, base of tail, hands and foots, loss of nails and reluctance at walking. The dog was treated with Griseofluvin at a dosage approximately 112 mg/Kg, sid, given orally for 21 days. The physical exam revealed cachexia, intense dehydratation (± 10 %), anaemia (1,9 x 109/µl), leukocytosis (25 x 109/µl), and elevation of hepatic enzymes, jaundice, abdominal pain, and ulcers all over the skin and in both corneas. The patient died 5 days latter, and the necropsy exam, revealed exuberant Hepatic Cirrhosis and lesions of Toxic Epidermal Necrolysis, associated with the administration of high doses of Griseofluvin for a long period of time.