animação cultural - minha terra · da sensibilização das populações para a preservação e...

20
Directora: Cristina Cavaco www.leader.pt II Série | Nº 32 | Setembro 2005 P 20 Alvarinho P 12 Um fim-de-semana no Vale do Minho “O Mosquete” pela Comédias do Minho / Francisco Botelho P 6 e 7 Animação cultural no Vale do Minho P 4 e 5 Entrevista a Miguel Torres ADRIMINHO Vale do Minho Em Destaque Animação cultural Em Destaque Animação cultural

Upload: nguyenngoc

Post on 11-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Directora: Cristina Cavaco www.leader.pt II Srie | N 32 | Setembro 2005

    P 20 Alvarinho

    P 12 Um fim-de-semana no Vale do Minho

    O M

    osqu

    ete

    pela

    Com

    dia

    s do

    Min

    ho / F

    ranc

    isco

    Bote

    lho

    P 6 e 7 Animao cultural no Vale do Minho

    P 4 e 5 Entrevista a Miguel Torres

    ADRIMINHO

    Vale do Minho

    Em Destaque

    Animao culturalEm Destaque

    Animao cultural

  • 2 PESSOAS E LUGARES | Setembro 2005

    O Pessoas e Lugares - Jornal de Animao da Rede PortuguesaLEADER+ tem por objectivos:

    divulgar e promover o LEADER+; reforar uma imagem positiva do mundo rural.

    O Pessoas e Lugares tem uma periodicidade mensal e a suadistribuio gratuita.

    Se pretender receber o jornal Pessoas e Lugares preencha, porfavor, o formulrio anexo (recorte ou fotocopie) e envie para:

    IDRHaRede Portuguesa LEADER+Av. Defensores de Chaves, n. 61049-063 Lisboa

    Telf.: 21 3184419Fax: 21 3577380

    Ou aceda ao site da Rede Portuguesa LEADER+ www.leader.pte preencha, por favor, on line o formulrio disponvel no linkPessoas e Lugares .

    No caso de desejar receber mais do que um exemplar dedeterminado nmero do jornal Pessoas e Lugares, para distribuirnum evento, por exemplo, pedimos o favor de fazer chegar essainformao ao IDRHa com a devida antecedncia. Obrigado.

    Pedido de envio do Jornal Pessoas e Lugares

    Nome:

    Organizao:

    Funo:

    Morada:

    Cdigo postal:

    Telefone: Fax:

    E-mail:

    Comentrios:

    Recorte ou fotocopie, e envie para: IDRHa, Rede Portuguesa LEADER+ Av. Defensores de Chaves, n. 6 - 1049-063 Lisboa

    a ABRIR

    As contribuies das associaes LEADER para o tema deste nmerodo jornal Pessoas e Lugares ilustram a diversidade de intervenes ea sua importncia estratgica para um processo sustentado de desenvol-vimento dos territrios.A ausncia de produo cultural e uma oferta pouco inovadora sosintomas alarmantes de esvaziamento dos territrios e de progressodo seu lento declnio. Ao invs, uma dinmica forte de actividades cultu-rais contribui para tornar os territrios vivos, atraentes para as popula-es que l vivem e para as que os visitam, sedimenta o sentimentoindividual e colectivo de pertena e auto-estima, constitui uma aberturapara as ligaes com outras regies e com outras culturas, facilitadorada incorporao da inovao.Quem so ento os intervenientes destes processos? As pessoas emprimeiro lugar, organizadas ou no, oriundas dos territrios e as outrasque l decidiram instalar-se trazendo as suas histrias e experincias.As instituies, assumindo, frequentemente, as autarquias locais umpapel central; mas tambm as instituies do Estado, sendo fundamentalque existam opes polticas claras que suportem a descentralizaodas intervenes. Todo o tipo de associaes e colectividades locaisassociadas msica, leitura, teatro, cinema, dana, artes plsticas, des-porto. Instituies sectoriais que pretendam apoiar e promover activida-des culturais associadas de alguma forma ao sector ou ao territrioonde intervm, de que so exemplo alguns museus (do Vinho, do Po,etc.). As universidades e os centros de investigao que possam trazercontributos importantes atravs de uma perspectiva histrica ou antro-polgica da evoluo das actividades culturais e do estudo da mudana.Os operadores tursticos numa ptica de concertao, diversificao eprogramao da oferta local e regional. Os teatros, cinemas, galerias eoutras organizaes que disponham de espaos que possam ser renta-bilizados. E todos os parceiros e/ou patrocinadores privados, empresas,bancos, fundaes. A lista longa e incompleta provando que qualquerum ou qualquer entidade constitui um potencial actor cultural no seuterritrio, quer se situe numa perspectiva de consumidor, quer de pro-dutor, quer nas duas.

    Actividades culturaistornam os territrios vivos

    Iniciativas como as da Comdias do Minho, o teatro na escola, a formaopara amadores, ou a animao a palavra em movimento, o movimentoda palavra, mostram que o trabalho desenvolvido pode ir mais alm edesempenhar um papel importante na formao do pblico.A prestigiada Bienal de Cerveira contou este ano com a presena deuma centena de artistas de 17 pases e estendeu-se a outros municpios.Com o objectivo de dinamizar o turismo cultural local e regional, incen-tivando a participao de diferentes pblicos e a fixao de artistas eintelectuais na regio, preservar e valorizar o patrimnio mvel e imvele colaborar na criao de uma rede concelhia de equipamentos culturais,vai ser constituda a Fundao da Bienal Internacional de Vila Nova deCerveira. A bienal constitui, assim, o exemplo de que interioridadepode rimar com contemporaneidade e a que a abertura para o exteriorconstitui um vector intrnseco da mudana.Outras realizaes como as da Terras Dentro, ADREPES, Terras deSic, Ader-Sousa, Adeliaor, ADL, ARDE, mostram a inesgotvel riquezadas intervenes e as novas dinmicas que surgem inequivocamentenos territrios rurais.Em entrevista ao Pessoas e Lugares, Miguel Torres, da ACERT sublinhaa importncia do envolvimento e articulao dos agentes e actores locaise formula o objectivo de criar um projecto nico de programao ecirculao cultural para a regio no quadro do Projecto COMUM -Rede Cultural.Esta a tambm a opo da ADRIMINHO - Associao de Desenvolvi-mento Rural Integrado do Vale do Minho, com as iniciativas culturaisprofundamente articuladas no territrio e fazendo parte de uma dinmicade animao cultural sustentada, como assinala a sua coordenadoraAna Paula Xavier. Os investimentos imateriais tm pouca visibilidadedonde a necessidade de pensar na questo cultural do territrio comoum todo numa lgica de trabalho intermunicipal defendida e posta emprtica pela associao atravs da implementao de projectosconjuntos.

    Cristina Cavaco

  • Setembro 2005 | PESSOAS E LUGARES 3

    A animao cultural, sendo um tema que tem acompanhado o programaLEADER desde o seu incio, de vital importncia para o desenvolvimen-to das zonas rurais. Animao para que os habitantes de um dado territ-rio se envolvam na resoluo dos problemas dessas zonas, cuidem doseu territrio, protejam o patrimnio, intervenham nas decises relativasa esse espao e, sobretudo, sejam cidados activos para uma melhorqualidade de vida nas zonas onde vivem.A cultura uma parte integrante deste processo pois a cultura, tal comose afirma num recente livro editado pela OCDE (2005) intitulado Cultu-ra e desenvolvimento local, est tambm ligada criao de emprego,exportaes e rendimentos ao nvel local e tornou-se uma componenteimportante para a oferta de bens e servios. Este livro sublinha o impactoda cultura nas economias locais e advoga que a contribuio contempor-nea da cultura para o desenvolvimento econmico no se limita atraco de turistas, j que tambm um factor catalizador para aintegrao social e desenvolvimento sustentvel. Do mesmo modo, aanimao cultural pode ajudar a desenvolver competncias e conheci-mentos locais que podem ser teis para promover a competitividade ereforar as plataformas da interveno local, articuladas em torno denovas formas de governana e desenvolvimento econmico.Os Grupos de Aco Local (GAL) tm desempenhado um papel prepon-derante na sensibilizao e motivao para a cultura e dinamizao ter-ritorial, econmica e social. Na verdade, a interveno LEADER temajudado a contrariar a desvalorizao dos bens culturais, normalmenteassociados s zonas rurais, ultrapassando a sua conotao simplista como folclore e/ou pequenas feiras locais e apoiando pequenos projectosrelacionados como o valor inestimvel do seu patrimnio.

    Apoio do LEADER tem sido fundamental

    Hoje evidencia-se uma nova cultura local, mais aberta s expressesda diversidade e multiculturalidade contempornea, atravs do teatro,do cinema, dos contos e lendas tradicionais, da msica, das bandasfilarmnicas, entre outras. Sob este ponto de vista, a animao cultural utilizada como uma ferramenta especialmente til para a implementa-o de um programa de desenvolvimento rural integrado e participado.As grandes debilidades, associadas insuficincia de recursos financeiros,normalmente limitam ou so obstculo ao aparecimento de projectosde ndole cultural e, nesta medida, tem sido fundamental o apoio doLEADER no encorajamento dos artistas e criadores para o desenvol-vimento de projectos e actividades culturais orientadas para as comuni-dades. Poderemos destacar boas prticas do LEADER+ nesta matria,quer seja ao nvel da valorizao dos bens patrimoniais, quer ao nvelda sensibilizao das populaes para a preservao e valorizao dopatrimnio cultural ou mesmo para a sua revitalizao, de acordo comnovas necessidades sociais.A importncia destes eventos para as comunidades locais mltipla,como se pode observar pelos projectos concludos no mbito doLEADER. Dois exemplos so paradigmticos desta interveno: o pro-

    Animao e desenvolvimentovalorizam a cultura local

    jecto Arte em dois tons, Exposio Internacional de Artes Plsticasorganizada pela Dueceira, na Lous, em 2001 que, no mbito da coopera-o transnacional reuniu, por diversas vezes, artistas de Portugal e Franae a Beauce Arts et Gtinais Culture, evento organizado em Ville dePithiviers (Frana) com o objectivo de construir, em conjunto, uma novaambio artstica e cultural em volta da identidade local de um territrio,acolhendo artistas e actores num polo cultural dinmico e atractivo.Em ambos evidenciam-se algumas das caractersticas comuns destesprojectos: contribuem para uma certa democratizao da cultura, soum estmulo a novas formas de olhar o quotidiano e aceitao denovas propostas para o acolhimento de novos visitantes e ajudam, deum modo geral, a quebrar o fosso entre a cultura e a sociedade.Assim, alguns projectos de animao cultural apoiados pelo LEADER sotambm uma forma de encorajar o pensamento crtico, pois baseiam-sena ideia de que todos podem e devem participar na construo da identida-de cultural, combinando recursos locais com participao cultural, acen-tuando a partilha de responsabilidades entre as vrias partes envolvidas edando mais expresso vida quotidiana das comunidades locais.Porque o debate sobre a cultura e o desenvolvimento econmico temcada vez mais interesse e porque, ao mesmo tempo, proliferam iniciati-vas locais demonstrativas de que as actividades culturais podem seruma alavanca importante para o crescimento econmico e incluso sociale sobretudo, pois contribuem para desenhar a competitividade dosterritrios rurais, o papel do apoio do programa LEADER a projectosde ndole cultural tem sido de extremo significado. Se na esfera polticacorrente a cultura no ainda reconhecida como uma prioridade, paraos que trabalham ao nvel local este tema de importncia-chave paraa mudana de atitudes e comportamentos, relacionados com as novasformas de pensar e viver nos territrios rurais.

    Maria do Rosrio SerafimRede Portuguesa LEADER+/IDRHa

    O mundo rural muito mais do que o lugar onde vivea populao rural, (...) , tambm, uma garantia deprosperidade e qualidade de vida para toda apopulao, tanto a urbana como a rural.

    Declarao de Sevilha para o Desenvolvimento Rural (Maio de 2005)

    Art

    e em

    doi

    s ton

    s, L

    ous

    (Abr

    il de

    2001

    ) / Jo

    o L

    imo

  • 4 PESSOAS E LUGARES | Setembro 2005

    eM DESTA QUE

    Qual o ponto de situao da animao cultural em meio rural?

    A animao cultural em meio rural, como tambm em meio urbano, sempreviveu muito do associativismo local, das associaes de bairro ou de freguesia.Hoje fala-se da crise do associativismo, porque os jovens no aderem a ele.Paralelamente, comeam a surgir movimentos de gente nova com vontade defazer muita coisa em meio rural. Estamos numa fase transitria entre uma certadecadncia de uma animao cultural clssica, que se prendia mais com o teatro,a msica, os jogos tradicionais, e o surgimento de movimentos de gente maisnova com outro tipo de interesses e uma grande capacidade de associao ede trabalho em parceria para desenvolver projectos que, podendo no se cha-mar de animao cultural, propriamente dita, acabam por l ir buscar as suasrazes. preciso encontrar novas formas de interessar os jovens - faz-losparticipar -, eles mostram-se claramente disponveis para isso. Nota-se tambmuma fuso entre animao cultural e social. A cultura tem um papel muitoimportante no desenvolvimento social destes territrios do interior.

    A cultura no se fecha sobre si prpria, mas liga-se tambma outras reas?

    A cultura uma ptima ferramenta de integrao social. H cada vez mais esseobjectivo de utilizao da cultura como ferramenta para a rea social e mesmopara o desenvolvimento local. A cultura fundamental para a educao, fixao

    Miguel Torres, coordenador do Projecto COMUM - Rede Cultural

    A arte da animao cultural

    Miguel Torres, 35 anos, natural e residente em Tondela, membro da direco daAssociao Cultural e Recreativa de Tondela - ACERT, um dos mentores ecoordenadores do Projecto COMUM - Rede Cultural, tem um diploma europeu emGesto de Projectos Culturais e 20 anos de experincia em animao cultural.Acredita no renascimento do movimento associativo, na animao cultural comoinstrumento inalienvel de desenvolvimento e na responsabilidade de todos perantea cultura. A Rede Cultural permitiu a (re)animao de espaos e projectos culturaisem suspenso na Regio Centro.

    e aumento da auto-estima das pessoas nas suas localidades. Tem um papelcentral no desenvolvimento dos territrios, sendo eles ento do interior comoaqueles onde ns trabalhamos, isso ainda est mais patente.

    As polticas culturais querem apostar na produo epromoo da cultura a nvel local ou continuam a investir nacentralizao dos poderes, infra-estruturas e investimentos?

    Pode falar-se numa poltica cultural dos grandes acontecimentos, como a Expo98, as capitais da cultura ou os programas de animao volta do Euro 2004.Agora tenho srias dvidas que haja uma poltica cultural de interveno local.H muitos projectos que tm uma viso local, no querendo este local dizerque um projecto fechado. H pessoas e projectos que tm uma intervenolocal e comunitria muito forte, organizaes como a nossa que tm essa polticade utilizao da cultura para a interveno local. Mas no me parece que osrgos competentes reconheam a importncia dessa politica.

    A nvel local, que desafios se colocam a este sector deactividade?

    O principal desafio que se nos coloca, a ns que trabalhamos nesta rea, conseguirmos provar que somos fundamentais para o desenvolvimento. Para aapresentao e crescimento de qualquer projecto de desenvolvimento numalocalidade, a cultura cada vez mais uma ferramenta essencial. Esse o grandedesafio: provar aos decisores polticos, autrquicos ou nacionais, que somosum parceiro fundamental para esse processo. No podemos ser postos departe quando est em causa a implementao de projectos de desenvolvimento,tem sido desde sempre a bandeira da ACERT.

    Em que medida o desenvolvimento cultural um motor dodesenvolvimento econmico e social?

    Numa comunidade como Tondela, a ACERT d emprego a cerca de 30 pessoas,o que em termos econmicos representa j um peso importante. A identificaodas pessoas com a actividade cultural e as razes culturais, contribui muito paraa sua fixao. As pessoas tm que se sentir bem com o local onde esto. Ao fimde 30 anos de projecto, podemos contar com jovens que comeam aqui a suaactividade, depois vo estudar para fora e agora anseiam regressar para aqui,porque sabem que tm boas condies de trabalho, uma ptima qualidade devida e um espao onde podem desenvolver um projecto no qual acreditam.Antigamente, tnhamos exactamente o contrrio, o objectivo era sair.

    No que consiste o Projecto COMUM - Rede Cultural?

    O projecto consiste no aproveitamento de infra-estruturas fsicas. Quase todosos municpios, beneficiando de programas europeus, construram espaos cultu-rais que ficaram vazios. Entretanto ns a ACERT e o Cine Clube de Viseu,que nosso parceiro neste projecto ramos, frequentemente, solicitadospor algumas autarquias no sentido de as apoiar na programao cultural destesespaos. Pensmos em conjunto com o Cine Clube de Viseu: porque no proporum projecto para dar resposta s necessidades de programao? Durante cercade ano e meio, dialogmos com os animadores culturais, vereadores da Cultura,presidentes de cmaras municipais e at bibliotecrios para percebermos asansiedades de cada um dos territrios. Depois propusemo-nos, em conjuntocom estes sete parceiros autrquicos, criar um projecto nico de programao

    Mar

    ia d

    o Ro

    srio

    Ara

    nha

  • Setembro 2005 | PESSOAS E LUGARES 5

    e circulao cultural para a regio. Na sequncia disso, candidatmo-nos aoPrograma Operacional do Centro, que financiou uma parte fundamental daRede. Atravs deste projecto crimos uma rede de espaos que permite ir aoencontro de criadores de espectculos sem espaos de apresentao, assimcomo de pequenos projectos associativos com alguma actividade nas reas doteatro, msica, exposies... Por outro lado, organizamos formaes para levaresses projectos associativos a crescer. O projecto tambm contempla umavertente de programao muito forte nas aces de formao para as escolas.Estamos em cada um dos territrios com muitas formaes, que tm porobjectivo criar hbitos de frequncia dos espaos e actividades culturais, deforma a que um dia possamos sair de um territrio, deixando uma pequenasemente, constituda por gente capaz de pegar num espao e dinamiz-lo.Alm disso, fica tambm montada uma rede de relaes entre concelhos vizi-nhos que permite e favorece o trabalho em comum a vrios nveis. O projectoconsiste sobretudo em dar ferramentas s pessoas de diversos concelhos ep-las a conversar entre elas. Verificmos que havia concelhos vizinhos em queos vereadores da Cultura no se contactavam. Ns sentmo-los mesma mesa,uma vez de dois em dois meses para discutir a programao. Hoje, a informaotrocada j ultrapassa o mbito da Rede COMUM. Ou seja, criou-se um circuitode circulao e rentabilizao no s das infra-estruturas fsicas, mas tambmdos projectos de cada um dos territrios.

    Quais foram os principais obstculos que se levantaram aoprojecto?

    Deparmo-nos com espaos fsicos construdos, sem condies tcnicas, oque nos obrigou a constituir uma pequena bolsa de equipamentos que nospermite ir de encontro s necessidades bsicas de cada um dos parceiros. Noobstante, permanecem limitaes. No podemos dar resposta a tudo. H situa-es onde as autarquias tm que pedir material emprestado, havendo mesmoespectculos impossveis de realizar em todos os espaos. Outra das carncias a falta de pessoal. Havia espaos fechados, sem uma pessoa para abrir asportas, um tcnico de luzes, um responsvel de programao... Logo no inciodo projecto, fizemos uma aco de formao para tcnicos de sala e temosestado a promover aces de formao nas diversas autarquias, para constituirequipas bsicas de apoio para cada um dos espaos.

    Quando se iniciou e qual vai ser o desenvolvimento do projecto?

    Comeou em Maio de 2004 e vai prolongar-se at Maio de 2006. Depois vamostentar continu-lo, no sabemos se nos mesmos moldes ou diferentes. Logono incio despertou uma srie de curiosidades noutros concelhos, que tambmquerem aderir. Estamos a estudar, em conjunto com os outros parceiros, como que isso se vai implementar. Uma das grandes riquezas deste processo quetudo passou primeiro por uma profunda discusso com todos os intervenientes,recolhendo os contributos de cada um. Hoje j partimos com uma grandevantagem, com bases de trabalho lanadas e uma rede de relaes a funcionar.

    Em que medida a Rede um projecto inovador?

    A grande inovao deste projecto vem da capacidade de conversar com aspessoas, ouvi-las e responder s suas ansiedades. No impusemos um projecto.Tentmos construir um projecto com as pessoas. A est a inovao. J houveoutras tentativas de associao municipal na rea cultural em Portugal, masque falharam, porque eram impostas, como um chapu que vinha de cimapara baixo. Ns no pretendemos nada disso. No somos detentores de nenhu-ma frmula. Queremos resolver os problemas em conjunto com as pessoas.Isso que tem sido inovador no projecto, da o seu sucesso. Claramente, o

    nosso objectivo dentro de dois, trs, quatro anos ou mesmo j daqui a seismeses, podermos ir embora, deixando os espaos com ferramentas e autono-mia para continuarem a funcionar. Desaparecem assim elefantes brancos deparedes vazias onde nada acontece.

    A nvel local quem so os produtores e consumidores dacultura?

    So antes de mais as pessoas. Na nossa regio existem alguns projectos culturaisfortes. Alm do nosso, temos o Teatro Regional de Montemuro, o GIC naCovilh,... so vrios os projectos na Regio Centro que so produtores culturaisde grandes eventos com capacidade profissional. Depois, em cada um dosconcelhos registam-se muitas associaes, algumas adormecidas, s quais faltavaum pequeno arranque, uma ligao entre elas, e foi isto que tentmos tambmdesenvolver com este projecto. Quanto aos consumidores da cultura so nova-mente tambm as pessoas... O nosso maior consumidor so as escolas e aquelescom quem ns temos insistido mais em trabalhar, na perspectiva da criao depblicos e hbitos de frequncia dos espaos. Um dos problemas era que aspessoas nunca tinham entrado nos espaos. S sabiam que existiam. Depoistambm no havia hbitos de frequncia. Com este projecto comeam a surgirpessoas que frequentam a aco de formao teatral, musical, aulas de danaou ateliers de teatro, de cenografia, e assim se criam hbitos de frequncia dosespaos. Isso tem sido a chave do sucesso deste projecto.

    Como que se articulam os interesses prximos e os meiosdspares dos poderes locais, da sociedade civil e daspopulaes em torno da valorizao da cultura?

    No sei se existe algum mecanismo ou frmula a utilizar. Deveria haver umaproveitamento do tecido associativo. H muitas situaes que podem serfacilitadas se for dada sociedade civil, atravs do tecido associativo, a capacida-de de intervir e decidir. A maior parte do tempo isso no acontece. umapena, porque uma energia desaproveitada ao longo destes anos todos. Emquase todo o lado, h gente com uma grande capacidade de interveno associa-tiva e essa capacidade transformada num bem mais local, associada ao poderde deciso pode revelar-se muito importante para o desenvolvimento.

    Onde que comea e acaba a responsabilidade do Estadonesta matria?

    A capacidade de criao e de interveno dos criadores, dos artistas e do prprioEstado contribui muito para a preservao do patrimnio de cada um de ns.Se o Estado tem a responsabilidade de construir, ns temos responsabilidadesna manuteno, preservao e divulgao da cultura. Tem que haver uma grandeconjugao de esforos. O Estado no se pode demitir de nada, tal como nsno nos devemos demitir. Se somos subvencionados por dinheiros pblicostambm temos grandes responsabilidades.

    Como que definiria a animao cultural?

    A animao cultural um instrumento! Ns pegamos na cultura e atravs delacontribumos para melhorar as condies de vida, o bem-estar e a educaodas pessoas. A animao cultural sobretudo e cada vez mais um instrumentode desenvolvimento.

    Entrevista de Maria do Rosrio Aranha

    Comum: uma rede de programao cultural

    Associaes promotoras: ACERT e Cine Clube de Viseu

    Autarquias parceiras: Aguiar da Beira, Mangualde, Oliveira de Frades, SantaComba Do, Sever do Vouga, Tondela e VouzelaTerritrio: Regio Centro

    Populao abrangida: superior a 100 mil habitantes

    Aces culturais:224, ou seja, 16 eventos anuais (incluindo quatro formaes) / municpio

    Tempo do projecto: 2 anos

    Para saber mais: www.comum.net

    A cultura fundamental para a educao,fixao e aumento da auto-estima

    Mar

    ia d

    o Ro

    srio

    Ara

    nha

  • 6 PESSOAS E LUGARES | Setembro 2005

    eM DESTA QUE

    Uma companhia de teatro, uma bienal de artes, uma rede cultural trans-fronteiria ou os Caminhos de Santiago. Um conjunto de iniciativas cultu-rais que no surgem desarticuladas no territrio. Fazem parte de umadinmica de animao cultural que queremos sustentada, assinala AnaPaula Xavier, coordenadora da ADRIMINHO - Associao de Desenvol-vimento Rural Integrado do Vale do Minho.Desde o programa LEADER II, que o sector cultural encarado pelostcnicos da ADRIMINHO como uma rea que gostvamos de ver maistrabalhada e representativa da nossa estratgia. Ana Paula Xavier acre-dita que as pessoas das zonas rurais tm direito de aceder a informaocultural como as da cidade.

    Vale do Minho

    Animao edinamizao cultural

    Resultado desta vontade, a actuao da associao pauta-se por umalgica de interveno integrada de apoio e dinamizao de actividadesculturais. O princpio norteia a interveno consoante as exigncias.De acordo com Ana Paula Xavier, as Comdias do Minho nascerampara colmatar uma necessidade: a inexistncia de uma companhia deteatro no territrio. Por isso, a iniciativa promovida pelas cinco cmarasdo Vale do Minho tem o apoio da ADRIMINHO. No apoio LEADER sComdias do Minho procuramos apoiar no a associao, mas as activida-des desenvolvidas, que englobam os espectculos e a formao, aonvel das escolas e associaes scio-culturais. Pretende-se formar pbli-co, mas tambm desenvolver competncias.A filosofia expande-se para outras actividades como a Bienal Internacionalde Arte de Vila Nova de Cerveira, tambm apoiada no quadro doLEADER. Um evento muito importante para a regio, que atrai visitan-tes da Galiza e de todo o pas. Ajudou a criar o nome de Cerveira - aVila das Artes. Reflexo da influncia desta iniciativa, a criao da Casado Artista em Vila Nova de Cerveira, aberta a artistas para estgios,alojamento e atelis, apoiada pelo LEADER II.A dinmica surge tambm indissociada da utilizao de programas comosuporte financeiro. No mbito do ON - Operao Norte (ProgramaOperacional da Regio Norte), a associao est a trabalhar na animaoe dinamizao dos centros histricos. O objectivo envolver todo oAlto Minho na criao de uma marca que so os centros histricos doAlto Minho. Pretende-se dar formao a tcnicos de cmaras, institui-es culturais e comerciais, para a criao de uma rede cultural.Este tambm o objectivo da candidatura ao INTERREG III A, um projecto

    Animao cultural transfronteiria

    Os municpios do Vale do Minho, agregados na Comunidade Intermu-nicipal do Vale do Minho, em conjunto com a Deputao Provincial dePontevedra e o apoio do programa INTERREG, tm em curso a elabo-rao e a operacionalizao de um Plano Estratgico do Vale do Minhopara o horizonte do prximo Quadro Comunitrio, e que ter em contao lanamento de uma Associao Municipal Transfronteiria.Prepara-se, pois, o quadro institucional e programtico que permitiruma interveno continuada e articulada dos territrios contguos aoMinho. Mas trabalha-se, desde j, na articulao cultural. Neste Veroteve lugar o Encontro Luso-Galaico de Bibliotecas que reforaram oscontactos das estruturas de animao cultural de ambos os lados da fron-teira, funcionando com carcter de continuidade uma Rede de Bibliotecasdo Vale do Minho, dinamizada por um grupo de trabalho informal. Elanam-se projectos bvios, como a criao de uma Eco Rota do Minho,para a promoo do rio em termos ambientais, envolvendo todos osmunicpios ligados ao rio, prevendo-se a criao de pontos de observaoe de interpretao ambiental.Mas o projecto mais emblemtico envolve nada mais, nada menos, doque as fortalezas do Minho. Criadas para garantir a soberania poltica e,consequentemente, a separao dos territrios, so hoje imaginadas naptica da aproximao e da unio. Est j em execuo um Plano Directorque dever ser apresentado publicamente em Outubro e que definir ainterveno do projecto, prevendo-se, entre outras intervenes, acriao de dois centros de interpretao, um de cada lado da fronteira,para dinamizar o riqussimo patrimnio cultural da Galiza e do Minho epara deixar, bem patente, esta realidade inexorvel a de que a Galiza eo Minho so como dois namorados que o rio traz separados quase desdeo nascimento, e que o tempo h-de chegar em que tenham de pensarem fazer o casamento.

    Francisco Botelho

    Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira

    Desdobragem 16-5-86, de Eurico Gonalves, foi a obra distinguida pelo jri da XIII BienalInternacional de Arte De Vila Nova de Cerveira com o Grande Prmio Bienal de Cerveira. Sobo tema A relao da Arte com a Academia no Sculo XXI - Criatividade e Dinamismo, a XIIIBienal de Cerveira, que decorreu de 20 de Agosto a 17 de Setembro, contou com a presenade cerca de uma centena de artistas de 17 pases.Pela primeira vez, o certame estendeu-se aos restantes municpios do Vale do Minho e vizinha Galiza. Assim, alm das nove exposies patentes em Vila Nova de Cerveira (FrumCultural - principal palco do certame -, Galeria Projecto, ETAP, Galeria da Pousada D. Dinis,Salo dos Bombeiros, Casa do Arteso, edifcio da antiga escola primria, Convento de S. Paioe Centro Cultural de Campos), a bienal pde ser visitada em Valena (ex-Alfndega), Paredesde Coura (Centro Cultural), Mono (Casa Museu) e Melgao (Casa de Cultura) e nas localidadesgalegas de Tui (rea Panormica) e Tominho (Casa da Cultura).De acordo com Henrique Silva, director da bienal, foi um desafio um pouco difcil mas queveio, de alguma forma, de encontro a uma preocupao antiga: a fraca participao da populaolocal. Segundo Henrique Silva, quando foi criada, em 1978, a ideia era que a bienal ficasseintegrada na regio como uma festa local mas foi-se distanciando, porque se teve de optarentre uma festa regional e uma festa nacional seno internacional. Os ltimos 10 anos foramum trabalho de afirmao a nvel nacional. Agora o desafio a nvel internacional.Para isso, e com o objectivo de dinamizar o turismo cultural local e regional, incentivando aparticipao de diferentes pblicos e a fixao de artistas e intelectuais na regio, preservar evalorizar o patrimnio mvel e imvel e colaborar na criao de uma rede concelhia deequipamentos culturais, vai ser constituda a Fundao da Bienal Internacional de Vila Nova deCerveira. Alm da promoo das artes contemporneas, a fundao, j aprovada pelo executivomunicipal, ter igualmente como responsabilidade a organizao das bienais de arte, at aqui acargo da Associao Projecto - Ncleo de Desenvolvimento Cultural.A bienal de Cerveira no se esgota, porm, nas exposies que de dois em dois anos atraemmilhares de visitantes de todo o pas e de Espanha (Galiza, sobretudo). O programa incluitambm espectculos, conferncias, ateliers, visitas guiadas. um plo de encontro e de trocade experincias em reas to diversificadas como gravura, cermica, pintura, desenho, escultura,artes digitais, sendo ou no ano de bienal.

    Paula Matos dos Santos

    Expo

    sio

    da B

    iena

    l de

    Arte

    de

    V. N

    . de

    Cer

    veira

    / Jo

    o Li

    mo

  • Setembro 2005 | PESSOAS E LUGARES 7

    transfronteirio, que tambm envolve a ADRAT - Associao de Desenvol-vimento da Regio do Alto Tmega. A Valorizao da Rede Galaico-portu-guesa dos Centros de Interpretao Museolgica engloba a recuperaode espaos museolgicos com base numa marca: Rede de Turismo CulturalGalaico-Portuguesa. Atravs desta rede, pretende-se definir requisitosdos espaos museolgicos e assegurar a divulgao da iniciativa atravsde uma rede telemtica, a plataforma virtual www.roteirodevivencias.net.No mbito do programa LEADER, a interveno alargada. Existe umprojecto, em cooperao com a ADRIL - Associao de DesenvolvimentoRural Integrado do Lima, de recuperao dos Caminhos de Santiago.No percurso Ponte Lima Paredes de Coura Valena Santiago deCompostela, est feito o levantamento cartogrfico e estado de conser-vao. Agora, pretende-se alargar o trabalho a outros percursos. Outraactividade apoiada a bibliomvel, uma carrinha com equipamentoinformtico e livros, que faz o percurso pelas zonas rurais mais distantes,para as pessoas terem acesso a livros e Internet. Outros instrumentosfinanceiros so utilizados em complementaridade. o caso da MedidaAGRIS, que visa recuperar patrimnio e encaixa plenamente na nossaestratgia LEADER+.A aposta numa interveno de dinamizao cultural difcil. Osinvestimentos imateriais tm pouca visibilidade, e muito distinta dalgica do beto e das infraestruturas. Mas a ADRIMINHO sente que amentalidade est a mudar. O que resulta de um trabalho em progres-so, que passa pela sensibilizao e motivao de tcnicos das autarquiase outras instituies com competncias para pensarem no conjunto doterritrio Vale do Minho.

    Comdias do Minho

    As pancadinhas de Molire soam na penumbra silenciosa da sala e um foco de luzacende-se e ilumina o rosto pintado de Angelo, a figura principal da pea Mosquete,de Angelo Beolco. Uma comdia refinada da dramaturgia do sc. XVI, elaboradacom dinamismo burlesco, que chega a Cristoval, uma pequena freguesia no concelhode Melgao, com 619 habitantes, pelas mos da Comdias do Minho - Associaopara a Promoo de Actividades Culturais no Vale do Minho.Projecto teatral que iniciou actividade em Junho de 2004, a partir da iniciativa de cincoconcelhos do Vale do Minho: Melgao, Mono, Valena, Paredes de Coura e VilaNova de Cerveira, a Comdias do Minho uma associao sem fins lucrativos e umacompanhia profissional de teatro. Segundo Joana Rodrigues, presidente da Direco,o projecto surge da vontade de cinco municpios de criarem e poderem oferecer populao actividade cultural que pudesse responder s especificidades da populao,e assenta na convico de que o teatro pode ser o motor da descentralizao cultural,e criar condies de combate desertificao e reduo dos custos da interioridade.A Comdias do Minho vem responder inexistncia de uma companhia de teatrono Vale do Minho. O recurso a companhias de fora uma soluo incomparvel. Deacordo com a directora de produo Cludia Regina, com o teatro de fora, essesactores e essas peas nunca teriam o envolvimento com a comunidade que estesactores acabam por ter.O trabalho da Comdias do Minho no se restringe aos espectculos. Para JoanaRodrigues, to importante como as representaes a actividade que temos comas comunidades, ao nvel da formao e animao. Formaes de Iniciao linguagem teatral, O teatro na escola ou Formao para amadores, e a animaoA palavra em movimento, o movimento da palavra compem o leque deactividades. A nica dificuldade responder s especificidades de cada concelho,mas Cludia Regina acredita que as Comdias do Minho so uma das poucascompanhias que esto a cumprir a funo de formar pblico.A confirmao de que o projecto vem responder a uma necessidade observa-se nareceptividade do pblico. Temos pblico nas salas, sentado nossa espera, garanteCludia Regina, para quem esta situao implica uma grande responsabilidade determos um bom produto cultural para lhes dar.

    Joo Limo

    Tradio Oral Galaico-Portuguesa

    A candidatura da Tradio Oral Galaico-Portuguesa a Patrimnio Oral e Imaterialda Humanidade foi apresentada UNESCO em Outubro de 2004, para concorrer 3 Proclamao das Obras-Mestras Patrimnio da Humanidade, prevista para oprximo dia 25 de Novembro.A candidatura sustenta-se na profunda identidade cultural existente entre as comuni-dades galega e portuguesa, e que abarca um extenso conjunto de manifestaesque vo da literatura oral, msica e dana, passando pelas formas de cultura ligadass actividades agro-martimas e fluviais, agrrias, artes e ofcios, manifestaes festivas,pela simbologia e a prpria afinidade lingustica.Salvaguardar e difundir este patrimnio para o futuro o objectivo desta candidatura.Uma iniciativa promovida pela Associao Cultural e Pedaggica Ponte... nas ondas!,em que participam a Rede de Escolas Associadas UNESCO bem como associaes,entidades e instituies do Norte de Portugal e da Galiza.Tal como preconizam as directrizes da UNESCO, esta candidatura nasceu da socieda-de civil, portadora do patrimnio oral e foi continuando a somar vontades de associa-es, entidades e instituies at, finalmente, sensibilizar os governos dos dois pases.A ideia comeou a germinar em 2001, data em que a UNESCO realizou as primeirasproclamaes de Obras-Mestras do Patrimnio Imaterial, e a Associao Ponte...nas ondas! promoveu em escolas da Galiza e do Norte de Portugal a dinamizao dopatrimnio comum.Desde ento, com o intuito de sensibilizar toda a sociedade, tm vindo a ser realizadas,com o apoio de vrias entidades pblicas e privadas, diversas actividades de promooe divulgao do patrimnio Imaterial Galego-Portugus. Entre as que se tm realizadoem Portugal, destaque para a Apresentao Pblica da Candidatura, na Antiga Alfn-dega do Porto, em Fevereiro, e a Mostra do Patrimnio, que decorreu entre 3 e 5de Junho, em Melgao. O evento, promovido pela Cmara Municipal de Melgao,contou com a presena de inmeros portadores do patrimnio dos dois lados doMinho e foi apoiado pelo programa LEADER+ atravs da ADRIMINHO - Associaode Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho.

    Paula Matos dos Santos

    Por isso, a lgica de animao defendida pela ADRIMINHO no se restringeao apoio realizao de eventos, mas incide em pessoas e entidades ligadosao sector. Segundo Ana Paula Xavier, preciso colocar todas as entidadesa pensar na questo cultural do territrio como um todo. Uma lgica detrabalho intermunicipal defendida e aplica pela ADRIMINHO atravs daimplementao de projectos conjuntos.

    Joo Limo

    O M

    osqu

    ete

    pel

    a Com

    dia

    s do

    Min

    ho / J

    oo

    Lim

    o

  • 8 PESSOAS E LUGARES | Setembro 2005

    eM DESTA QUE

    A temtica do lazer tem vindo a assumir um papel de destaque nasltimas dcadas. O crescimento da sua importncia social deve-se avrios factores: o reconhecimento do seu interesse para a melhoria daqualidade de vida das zonas rurais, o crescimento de um sector econmi-co ligado ao entretenimento, com capacidades para estimular a dinmicalocal, e o reconhecimento das intervenes no mbito da cultura comopotenciais possibilidades de tornar mais atractivas as zonas rurais e deconstruo de uma ordem social mais justa.A animao ldica, cultural, desportiva ou de lazer uma componentefortemente presente na estratgia da ADREPES - Associao para oDesenvolvimento Rural da Pennsula de Setbal, dada a sua contribuiode forma integrada e sustentvel para o desenvolvimento do seu territ-rio, possibilitando s populaes locais uma melhoria da qualidade devida e a preservao da sua identidade cultural.Neste sentido, a ADREPES, tem promovido alguns projectos sociocultu-rais, no mbito do programa LEADER+, que importa destacar.A exposio fotogrfica Luz, a Luz Oculta da Serra dArrbida, promo-vida pelo Centro de Estudos Bocageanos dirigida s populaes dostrs concelhos circundantes Serra da Arrbida (Palmela, Sesimbra eSetbal). Entre as actividades desta associao cultural distinguem-se: apublicao de seis obras, as mltiplas palestras e conferncias realizadas,o acompanhamento de vrios investigadores, as aces nas escolas, ossaraus poticos, a organizao de exposies e a publicao de duas pginasmensais na imprensa local - uma de carcter cultural, outra dando vozaos alunos das escolas bsicas e secundrias dos concelhos de Setbal ePalmela. Este ano, o Centro de Estudos Bocageanos, em parceria com aCmara Municipal de Setbal e a LASA - Liga de Amigos de Setbal eAzeito, organiza o bicentenrio da morte de Bocage. Ao longo do ano,o poeta revisitado em mltiplas actividades de carcter erudito e popular,tendo como pblico-alvo as escolas e a populao em geral.Promovida pela Cmara Municipal de Sesimbra, a VII edio da ZimbraMel2005 - Feira do Mel da Pennsula de Setbal, contou com o apoio daADREPES. Para alm da mostra de mel e seus derivados, a feira promoveo po, o vinho, queijos, artesanato e outros produtos regionais, variadosconcursos, animao e colquios. Atravs da animao infantil pretende--se despertar nas crianas o gosto pelos produtos da colmeia e oconhecimento da vida das abelhas em comunidade.

    Em 2004 a ADREPES financiou a feira Festa Frutos e Sabores da Arrbida,promovida pela Cmara Municipal de Setbal. Alm de uma exposiodos recursos tursticos, dos produtos agro-alimentares e artesanais daregio, o programa desta feira apresentou uma componente de animaocom jogos tradicionais, aces de sensibilizao ambiental, oficinas dear livre e espectculos. Este ano, a ADREPES aproveitou a sua realizaopara promover o II Encontro de Artes e Ofcios, que contou com apresena de 41 artesos da Pennsula de Setbal.Viver Melhor, Viver com Autonomia foi um projecto promovido pelaCmara Municipal de Palmela, em colaborao com o Centro Social deLagameas, a Unio Social Sol Crescente da Marateca e a Associao deConvvio para idosos de Cabanas, com o objectivo de desenvolver aulasde exerccio fsico e mobilidade articular para os idosos que frequentamos respectivos Centros de Dia.

    Promover e divulgar os recursos do territrio

    Inserido nas comemoraes do Dia do Ambiente, surgiu o projectoEducao Ambiental. Promovido pela AFLOPS - Associao de Produto-res Florestais, com o objectivo de sensibilizar e informar a populaodo distrito de Setbal sobre a importncia da floresta e do ambiente, oprojecto pretendeu intervir naquelas duas reas (Floresta e Ambiente),com a colaborao das escolas, tendo sido criados espaos de informa-o, animao e sensibilizao ambiental em alguns espaos pblicosdo distrito de Setbal (Sesimbra, Moita, Montijo e Palmela).Sons da Ruralidade um projecto da responsabilidade da ADREPES,que consiste na emisso de programas radiofnicos, durante 10 meses,em quatro rdios locais (Popular FM; Rdio PAL; Rdio Santiago; EcoFm),por forma a abranger toda a rea de interveno da associao.Promovido pela ADREPES, o projecto Conhecer a Cultura da Pennsulade Setbal visa promover e divulgar os recursos existentes no territriode interveno, atravs da exibio de 12 programas televisivos na RTP- a Dois -, visando: disponibilizar informao sobre a agricultura e omundo rural; promover um conjunto de actividades e iniciativas ligadasaos diversos sectores da regio, permitindo a interligao e o desenvol-vimento dos vrios actores econmicos; abordar vrias temticas rela-cionadas com o territrio (apicultura, vinicultura, agricultura biolgica,agricultura tradicional, zona florestal, floricultura, montado de sobro,pecuria, suinicultura, entre outros); e promover as feiras, festas e roma-rias da regio, valorizando as tradies locais. O principal objectivo dosprogramas televisivos sensibilizar todos os intervenientes nesta reapara a necessidade de organizar esses mesmos recursos, no sentido detornar a actividade turstica sustentvel.Para alm dos projectos financiados pela associao, importa destacar otrabalho desenvolvido pelo teatro O Bando. Um associado da ADREPESque se encontra sedeado em Vale de Barris, Palmela, e que desenvolve asua actividade em todo o pas e alm fronteiras. Neste momento, a suaprogramao conta a nvel internacional com a participao na rede MagicNet e no projecto ODISSEIA EUROPA. A nvel nacional tm frequentesexibies por todo o pas, nomeadamente, a Residncia Artstica emQuerena, iniciativa Faro Capital Nacional da Cultura 2005.

    ADREPES

    Animao culturalna Pennsula de Setbal

    AD

    REPE

    S

  • Setembro 2005 | PESSOAS E LUGARES 9

    Vale do Minho

    Rio

    Min

    ho / A

    DRI

    MIN

    HO

    TeRRITRIOS

    Constitudo por seis concelhos: Melgao, Mono, Paredes de Coura, Valen-a, Vila Nova de Cerveira e Caminha, dos dez que compem o distrito deViana do Castelo, o territrio da ADRIMINHO - Associao de Desenvolvi-mento Rural Integrado do Vale do Minho expande-se por 944,1 km2, aolongo de 123 freguesias. Melgao e Mono so os concelhos com maiorrea, com 239 km2 e 211,5 km2, respectivamente.O territrio coincidente com a sub-regio do Vale do Minho, constituin-do-se como um espao contnuo e homogneo que, segundo Ana PaulaXavier, coordenadora do Grupo de Aco Local (GAL) da ADRIMINHO,se caracteriza pela coerncia geogrfica, apenas contrariada pela recentecriao da Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho, que exclui o con-celho de Caminha.Ao nvel da demografia do territrio, e de acordo com os Censos de 2001, oVale do Minho detm uma populao de 79.631 indivduos, cerca de -4,76por cento, em relao a 1991. Tendncia contrria NUT III Minho - Lima,em que os 250.275 indivduos correspondem a um aumento de 0,1 por centodo efectivo populacional.Para esta evoluo demogrfica contrria tendncia da NUT contribuemas descidas em cinco dos seis concelhos da zona de interveno. Melgao(-9,3%), Mono (-8,5%) e Paredes de Coura (-8,3 por cento) registam asdescidas mais acentuadas. Pelo contrrio, Caminha o nico municpio emque se verifica um aumento (5,3 por cento).A tendncia para a quebra populacional acentua-se nas classes de idadesmais jovens. Os nmeros de Variao da Populao Residente, entre 1991e 2001 0 a 14 anos so preocupantes. No conjunto dos seis concelhos doVale do Minho observa-se uma descida de -32,36 por cento. Melgao , mais

    Territrio perifrico de fronteira, a localizaodo Vale do Minho no corredor econmico entrePortugal e Galiza abre perspectivas dedesenvolvimento. No entanto, a estratgiaterritorial abre outras fronteiras atravs daaposta no sector cultural, nomeadamente nodomnio da animao.

    uma vez, o concelho mais atingido, com uma quebra de -41 por cento, nomuito distante dos valores de Mono e Paredes de Coura, com -39,7% e-38,1 por cento, respectivamente. Todos os concelhos sofrem descidas acen-tuadas nesta classe de idades, sendo Caminha o menos atingido, com -24,2por cento. Tendncia que sustenta uma descida mais acentuada do que naNUT Minho - Lima, que regista -26,9 por cento.Em sentido contrrio, na classe de idades com 65 ou mais anos observa-se uma subida em todos os concelhos, que atinge os expoentes mais eleva-dos em Caminha (23,6%), Melgao (19,5%) e Mono (17,3 por cento).Resultado deste crescimento, o Vale do Minho apresenta uma subidapopulacional entre este escalo etrio, na ordem dos 16,48 por cento. Valorum pouco abaixo dos 20 por cento registados em Minho - Lima, mas quecontribui para o elevado ndice de envelhecimento de 161,3 por cento,muito acima dos valores registados na NUT (111,1 por cento) e, especial-mente, na Regio Norte (67,8 por cento).No captulo da educao, o territrio tem assistido a um investimento nosector, que se materializou em exemplos como a Escola Profissional do AltoMinho Interior ou a COOPETAPE - Cooperativa de Ensino, crl. Uma dinmicaque leva Ana Paula Xavier a afirmar que em termos de ensino profissional,penso que estamos bem servidos. No domnio do ensino universitrio, oInstituto Politcnico de Viana do Castelo dispe de plos como a EscolaSuperior de Cincias Empresariais (Valena) e a Escola Superior de Desportoe Lazer (Melgao) deslocados para o territrio da ADRIMINHO, alm daexistncia da Escola Superior Gallaecia, em Vila Nova de Cerveira.A localizao perifrica, encostada fronteira, deriva em estrangulamentose dificuldades, mas a existncia de um troo comum com a regio da Galizaimplica afinidades culturais, econmicas e sociais que se podem constituircomo elemento potenciador de desenvolvimento do territrio.Nos 70 km que vo de Caminha a Melgao existem quatro pontes interna-cionais (duas em Valena - Tui, uma em Mono - Salvaterra e uma emMelgao: Peso - Tomio), e duas travessias de ferries (Caminha - A Guardae Vila Nova de Cerveira - Tomio). Comunicaes transfronteirias quecontribuem para o aumento de importncia geoeconmica no corredoreconmico Porto/Corunha.Oportunidade latente, para j os dados dos Censos de 1991 indicam que osector primrio mantm um peso elevado na economia da regio, corres-pondendo a 35,6 por cento da ocupao. Na base deste peso esto algumas

  • 10 PESSOAS E LUGARES | Setembro 2005

    Zona de Interveno LEADER+

    TeRRITRIOS

    das actividades mais caractersticas do territrio. Caso do sector vincola,em particular com os vinhos verdes, ou a criao de bovino barroso e degado caprino, alm de alguma produo de leite, por todo o territrio demontanha. Importante ainda salientar a importncia econmica da pescada lampreia, em vrios concelhos, mas especialmente em Caminha.Os 34,8 por cento do sector secundrio tm a sua sustentao em doisconcelhos muito fortes: Valena e Vila Nova de Cerveira. Indstrias comoa de componentes para automvel, plsticos, ou associadas pesca, implicama existncia de duas zonas industriais cheias. Por fim, o sector tercirioacaba por ter o maior peso na economia local, correspondente a 39,7 porcento de ocupao.Presente e futuro apontam o turismo como um sector de elevado potencialeconmico. Apesar de Ana Paula Xavier reconhecer que a regio sofre deser zona de passagem, paisagem, e patrimnio ambiental e arquitectnicoconstituem elementos de atractividade.

    Paisagem forte produto turstico

    A paisagem assinalada como produto turstico preferido por 38% deespanhis, 35% de ingleses, 33% de portugueses e 30 por cento de france-ses. Riqueza associada dimenso de proteco ambiental, na qual o territ-rio apresenta um alargado conjunto de espaos protegidos. Destacam-se oParque Nacional da Peneda do Gers, Serra DArga (incluso na Rede Natu-ra), Mata Nacional do Camarido, Esturio do Rio Minho e Coura, PaisagemProtegida de Corno de Bico, e Orla Costeira de Caminha.Outro ponto forte o valioso patrimnio histrico e arquitectnico, presentenos seis concelhos. Melgao, onde Portugal comea..., apresenta o centrohistrico de traos medievais, com castelo e torre de menagem, Casa doSolar do Alvarinho, Igreja Matriz e Convento das Carvalhias, complementa-do pelas igrejas de S. Salvador de Paderne e Matriz de Castro Laboreiro. EmCaminha encontra-se a praa quinhentista Conselheiro Silva Torres, centrohistrico da vila, com o Chafariz do Terreiro, Paos do Concelho e Torredo Relgio, a Casa dos Pitas (manuelino tardio), ou a Igreja Matriz renascen-tista, alm da Capela de So Pedro de Varais, na freguesia de Vile. Mono,terra das termas e do Alvarinho, tem as muralhas, Ponte de Mouro, IgrejaMatriz, Palcio da Brejoeira, Mosteiro de Longos Vales, ou Torre de Lapela.Enquanto Paredes de Coura, a Terra de Coyra como lhe chamou D. ManuelI, guarda vestgios da passagem da Via Militar Romana de Braga a Astorgacomprovada nos oito marcos milirios existentes no concelho, troos medie-vais do Caminho Portugus de Santiago, Capela do Ecce-Homo em Padro-nelo, igreja velha de Vasces e igreja romnica de S. Pedro de Rubies.No interior do permetro amuralhado de Valena, pode-se apreciar o Cam-po de Marte com o seu Paiol Geral, o barroco da Capela Militar do Bom

    Jesus e da Capela de S. Sebastio, assim como a esttua de S. Teotnio.Alm da Igreja de Santa Maria dos Anjos e Capela de Nossa Senhora doPranto. Vila Nova de Cerveira, a vila das artes, dispe do castelo, Monteda Capela do Esprito Santo (origem castreja), Fonte da Vila, Igreja Matriz,Solar dos Castros, Capela de S. Roque, alm da escultura em ferro do ReiCervo, da autoria de Jos Rodrigues.A par desta preservao do patrimnio histrico, tem existido uma apostana criao de espaos museolgicos e de apoio produo artstica, deque so exemplo o Museu Regional de Paredes de Coura, Museu de Cinemade Melgao, Museu de Arte Contempornea da Bienal de Cerveira, Aqua-museu, Casa do Curro, Casa do Artista Pintor Jaime Isidoro e Casa doArteso, alm de incentivos a estratgias de animao cultural. Mono, aterra da Coca, da Santa Coca, da luta do bem sobre o mal, faz destafesta um dos tradicionais eventos de animao cultural. Estratgia que, naactualidade, se prolonga em actividades como a Rota dos Vinhos Verdes,os Caminhos de Santiago, o apoio companhia de teatro Comdias doMinho, Bienal de Artes de Vila Nova de Cerveira, ou mesmo nos festivaisde msica de Paredes de Coura e Vilar de Mouros.Trunfos estratgicos, a que se juntam os tradicionais espaos dedicados aotermalismo como Mono e Caminha, as praias (Moledo), a ecopista deValena a Mono, ou a Branda da Aveleira (alojamento turstico).No mbito da gastronomia, dizia Ramalho Ortigo que a maneira como secozinha e o que se cozinha marca o ndice de civilizao de um povo.Marcado pelo vinho Alvarinho, que ganhou fama desde o sc. XVI, quandoos ingleses importavam vinho branco de Mono, o Vale do Minho desfilapredicados civilizacionais na lampreia seca assada, arroz e cabidela delampreia, salmo e svel de escabeche, solha seca assada, bacalhau SoTeotnio, trutas do Rio Coura, enchidos e cabrito da Serra dArga, cabritode Anhes ou meixo com molho picante.Sobra ainda o artesanato, patente na cermica, tecelagem, cestaria, bordadose rendas, artefactos de madeira, brinquedos, artes de metal, e artes decorativas.

    Joo LimoPare

    des d

    e C

    ouro

    / Jo

    o Li

    mo

    Mel

    gao

    / Jo

    o L

    imo

  • Setembro 2005 | PESSOAS E LUGARES 11

    Textos de Paula Matos dos Santos

    ADRIMINHOAssociao de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho

    rgos sociaisDireco: Presidente Associao de Municpios do Vale do Minho | Vice-Presidente Associao de Agricultores de Paredes de Coura | TesoureiroAssociao de Produtores Florestais do Vale do Minho | Secretrio Unio Empresarial do Vale do Minho | Vogal ADEMINHO - Escola Profissionaldo Alto Minho Interior | 1 Suplente Associao dos Jovens Agricultores do Minho | 2 Suplente APA - Associao de Produtores de Alvarinho |Mesa da Assembleia-geral: Presidente Regio de Turismo do Alto Minho | Vice-Presidente Associao Cultural, Recreativa e Desportiva -Melgao Radical | Secretrio ACEB - Associao para a Cooperao Entre Baldios | Suplente AGRESTA - Associao de Agricultores do Minho |Conselho Fiscal: Presidente Caixa de Crdito Agrcola Mtuo do Alto Minho | Secretrio Adega Cooperativa Regional de Mono | RelatorTURIHAB - Associao de Turismo de Habitao

    Associados / Parceria LEADER+ (GAL)Associao de Municpios do Vale do Minho; Regio de Turismo do Alto Minho; Associao de Agricultores de Paredes de Coura; Associao deProdutores Florestais do Vale do Minho; Unio Empresarial do Vale do Minho; ADEMINHO - Escola Profissional do Alto Minho Interior; Associaodos Jovens Agricultores do Minho; APA - Associao de Produtores de Alvarinho; ACIVAC - Associao Comercial e Industrial dos Vales do ncorae Coura; Associao Comercial e Industrial dos Concelhos de Mono e Melgao; AGRESTA - Associao de Agricultores do Minho; Caixa deCrdito Agrcola Mtuo do Alto Minho; Adega Cooperativa Regional de Mono; TURIHAB - Associao de Turismo de Habitao; AssociaoCultural, Recreativa e Desportiva - Melgao Radical; ACEB - Associao para a Cooperao Entre Baldios; Clube Celtas do Minho; Projecto Ncleode Desenvolvimento Cultural de Vila Nova de Cerveira; COOPETAPE - Cooperativa de Ensino, CRL; Quintas de Melgao, Agricultura e Turismo, SA

    PDL LEADER+

    Melhorar a qualidade de vida nas zonas rurais

    Equipa Tcnica do GAL

    Ana Paula XavierCoordenadora

    Comecei a trabalhar na ADRIMINHOtinha 24 anos, recorda Ana Paula Xa-vier. A associao acabava de ser cons-

    tituda, pelo que a elaborao do PAL LEADER II foi o seuprimeiro desafio. Ana Paula Xavier sublinha a sua poucaexperincia na altura mas a verdade que, para alm docurso de Engenharia Agrria, na Escola Superior Agrria deBragana - ao qual acrescentou posteriormente uma licen-ciatura em Gesto e Organizao de Recursos Rurais, EscolaSuperior Agrria de Ponte de Lima -, levava j alguma baga-gem profissional. Participara na construo do PDAR daTerra Quente, leccionou em Vila Flor e Carrazeda deAnsies e fez um curso de Jovens Agentes de Desenvolvi-mento Local, apoiado pela CCRNorte. Natural de Mirande-la, Ana Paula Xavier encontrava-se j em Valena a fazerum estudo para a Associao de Municpios do Vale do Mi-nho - constituda meses antes -, quando surge a necessidadede criar a ADRIMINHO. Convidada a corporizar a equipa,no hesita. Passados 11 anos, a metodologia LEADER co-mea a ser uma prtica de actuao.

    Henrique TavaresGestor Financeiro

    Concluda a licenciatura em Economia(Universidade Portucalense, Porto),Henrique Tavares regressa a Viana do

    Castelo, de onde natural e reside. Chega ADRIMINHOem 1996, aps um ano cheio de experincias: vrios est-gios, um curso de formao de formadores e a leccionar.Ainda que desconhecendo a rea, Henrique Tavares candi-data-se a um lugar na ADRIMINHO. Fica. A associao tomao seu rumo, cresce e depois complicado sair porque,diz, uma actividade muito activa, onde se lida com muitassituaes e nos sentimos recompensados quando vemosos projectos que incentivmos e apoimos.Defendendo que no meio rural a obra feita tem outra di-menso, Henrique Tavares no tem dvidas que aADRIMINHO j fez muito mas que ainda necessrio fazermais, at porque esse o nosso papel. Temos cada vezmais conscincia da necessidade de complementar os instru-mentos financeiros disponveis mas, se tivesse uma dotaofinanceira muito superior, o LEADER poderia ser um instru-mento nico.

    Mnica FernandesTcnica

    Fazer o acompanhamento dosprojectos no mbito do programaLEADER+ e da Medida AGRIS, da

    candidatura execuo, so as funes de MnicaFernandes na ADRIMINHO. A oportunidade de entrar paraa associao surgiu em Janeiro de 2003, antes mesmo daconcluso do curso de Engenharia Civil e do Ambiente, naEscola Superior de Tecnologia e Gesto, Instituto Politcnicode Viana do Castelo. Natural de Melgao, onde nasceu h 25anos, Mnica Fernandes vive actualmente em Ponte de Lima.Os cerca de 35 quilmetros que a separam de Valena noconstituem obstculo de maior, graas nova auto-estrada,sublinha.

    Clia Viana ArajoAdministrativa

    Natural de Valena, 23 anos, Clia VianaArajo est na ADRIMINHO desdeMaro de 2002. Tinha terminado o cur-

    so tcnico-profissional de Secretariado quando teve conheci-mento da existncia de uma vaga na associao. Enviei ocurrculo, chamaram-me para entrevista e fui seleccionada.Gostei, fiquei e espero continuar. Como a equipa pequena,Clia Viana Arajo, para alm das funes de atendimento,ajuda os promotores nos formulrios do LEADER+ e d umamo nas feiras quando preciso. aqui que, diz, sentimosque muita gente conhece a ADRIMINHO.

    A constituio da ADRIMINHO, emAgosto de 1994, foi uma questo deoportunidade, revela a coordenadorado Grupo de Aco Local (GAL) daADRIMINHO, Ana Paula Xavier.Uma vez que o Vale do Minho no

    tinha sido alvo do programa LEADER I, algumas entidades daregio - motivadas at pela experincia vizinha do Vale doLima - comearam a criar condies no sentido de constituiruma entidade que pudesse implementar o LEADER II naregio. De acordo com Ana Paula Xavier, o processo foitranquilo, tendo assinado a escritura de constituio daADRIMINHO 15 entidades consideradas representativas daregio. Nmero que apenas viria a sofrer alteraes significa-tivas no final do LEADER II quando, face aos resultados atingi-dos, a ADRIMINHO decidiu convidar o Clube Celtas do Mi-nho, Melgao Radical, ACEB, Projecto Ncleo de Desenvol-vimento Cultural de Vila Nova de Cerveira, COOPETAPE eQuintas de Melgao.Ainda que a associao tenha sido criada para gerir o LEADER IIno Vale do Minho, a aco da ADRIMINHO no se tem limita-do a este programa. Toda a estratgia de actuao da associa-o tem sido desenvolvida e melhorada ao longo dos anosmediante a implementao de diversos programas e instru-mentos de apoio. Hoje, como nunca, sabe-se que este ocaminho, como refere Henrique Tavares. Temos cada vezmais conscincia da necessidade de complementar os instru-mentos financeiros disponveis. Ainda que o LEADER permi-

    ta, de facto, uma gesto muito mais prxima das pessoas,Henrique Tavares no tem dvidas: O LEADER s poderiaser um instrumento nico se tivesse uma dotao financeiramuito superior.Por isso, a par de um PAL LEADER II orientado em torno daagricultura, turismo e ambiente, a ADRIMINHO constituiu,atravs do projecto NOW, um Ncleo de Apoio Mulher Ruralpara motivar, formar e apoiar as mulheres rurais de modo afacilitar a sua integrao no mercado de trabalho, e foi buscaro ADAPT de forma a contribuir para a modernizao e actuali-zao da capacidade das empresas e dos trabalhadores dosector turstico, atravs de formao profissional adequada.Actualmente, alm do LEADER+ a ADRIMINHO conta comum PI (Plano de Interveno) aprovado no AGRIS e mais trsem fase de aprovao, e dois projectos no ON - OperaoNorte (Programa Operacional da Regio do Norte) - Medida2.5, na rea da formao profissional.Porque a associao tem vindo a conseguir impor-se no terri-trio, no obstante as dificuldades nalguns momentos, come-a-se a pensar na certificao da qualidade dos servios presta-dos pela ADRIMINHO, atravs da norma ISO 9001:2000.

    ADRIMINHOAv. Miguel Dantas, 694930-678 ValenaTelefone: 251 825811/2Fax: 251 825620E-mail: [email protected]: www.adriminho.pt

    Melhoria da qualidade de vida das zonas rurais. em tornodeste tema federador que foram identificados os principaisobjectivos do Plano de Desenvolvimento Local (PDL) daADRIMINHO, no mbito do LEADER+: reforo da capacida-de de empreendimento e de iniciativa empresarial; diversifica-o da economia rural, valorizao e promoo dos produtoslocais; promoo de novas estruturas e modos de comerciali-zao para produtos locais; ordenamento e qualificao doespao rural e valorizao dos recursos naturais.Resultado de uma reflexo conjunta entre diversas entidadesda Zona de Interveno (ZI) - associados, autarquias e outrasinstituies locais -,o PDL LEADER+ da ADRIMINHO d,de forma global, seguimento estratgia definida para oLEADER II, assente na fileira Agricultura, Turismo e Ambiente.Segundo Ana Paula Xavier, se conseguirmos criar condiespara que as pessoas gostem de c estar, evitamos pelo menosque elas saiam. Por isso, uma das apostas deste PDL recaina rea cultural. Esta uma rea que, desde o LEADER II,gostvamos de ver mais trabalhada, porque, defende, aspessoas das zonas rurais tm o direito de aceder informaocultural tal como as da cidade. Projectos iniciados noLEADER II, como as bibliomveis (bibliotecas rurais itineran-tes), repetem-se no LEADER+. Outros, como, as Comdiasdo Minho, surgem para consolidar a estratgia. A nossa

    grande preocupao pr as entidades a pensar na questocultural no territrio como um todo.Reflexo do prprio territrio, o sector primrio continua ater muito peso na estratgia de desenvolvimento para o Valedo Minho. Para Ana Paula Xavier, no obstante a ADRIMINHOter apoiado muitos projectos no LEADER II, importantecontinuar a faz-lo porque a manuteno dos espaos rurais fundamental. Este PDL contempla, assim, a agricultura, afloresta e a pesca artesanal - actividades tradicionais que tma ver com a dinmica econmica do territrio. Mas tambmo artesanato, as pequenas e mdias empresas, o ambiente, opatrimnio e o turismo. Sempre na perspectiva do desenvolvi-mento integrado e sustentado do Vale do Minho.Segundo Ana Paula Xavier, o nmero de projectos aprovadosno ilustra a procura: mais de 200 intenes de candidaturasderam entrada na ADRIMINHO. Contas feitas, at 1 de Agos-to ltimo, a ADRIMINHO aprovou 36 projectos na Medida 1(Investimentos), 21 na Medida 2 (Aces Imateriais). Conside-rando a Medida 4, o investimento total aprovado no Vector 1(Desenvolvimento Rural) situa-se nos 4.409.577,11 euros. NoVector 2 (Cooperao), os seis projectos aprovados at 31de Maio ltimo totalizam 217.927,12 euros de investimentototal. Com um PDL LEADER+ de 4.915,24 euros a verbaencontra-se, naturalmente, esgotada.

  • 12 PESSOAS E LUGARES | Setembro 2005

    Um fim-de-semana no Vale do Minho

    Ao longo do Minho

    para dormir

    para comer

    para visitar

    para levar

    TeRRITRIOS

    Branda da AveleiraGave - MelgaoTel.: 251 487360 / 93 389 42 59www.brandadaaveleira.com

    Casa da EiraLaos - Gondomil (Valena)Tel.: 251 921 905 / 93 958 23 51

    Sonho da SerraParedes de CouraTel.: 251 788 041

    Hotel Monte de PradoMelgaoTel.: 251 400 130

    Hotel Termas de MonoMonoTel.: 251 640 110

    Estalagem da BoegaVila Nova de CerveiraTel.: 251 700 500

    O ConselheiroParedes de CouraTel.: 251 782 610

    Adega do SossegoPeso - MelgaoTelf.: 251 404 308

    PanoramaMelgaoTel.: 251 410 400

    Casa das VelhasVila Nova de CerveiraTel.: 251 708 482

    ManValenaTel.: 251 823 402

    Quinta da OliveiraMonoTel.: 251 653 235

    Ecopista (Mono/Valena); Parques de pescaCasa do Xisto (Paredes de Coura) e da Rainha(Mono); Museu Etnogrfico de Paredes deCoura; Casa do Curro (Mono); CentroInterpretativo da Natureza da Serra dArga(Caminha); Praia Fluvial do Taboo (Paredes deCoura); Termas do Peso (Melgao)

    Zona Protegida de Corno de Bico (Paredes deCoura); Porta de Lamas do Mouro - ParqueNacional da Peneda-Gers (Melgao);Aquamuseu de Vila Nova de Cerveira; Museudo Cinema ( Melgao); Torre de Menagem(Melgao); Ncleo Museolgico de CastroLaboreiro (Melgao); Parque Termal de Mono

    Artesanato em Linho (Rosa Ferreira - Lugar deAlvaria/Argela - Caminha); Vinho Alvarinho(Solar do Alvarinho - Melgao; Quintas deMelgao; Pao do Alvarinho - Mono; Adegade Mono); Fumeiro (Edmundo DominguesVila/Castro Laboreiro - Melgao; RobertoRodrigues Rodeiro/Castro Laboreiro -Melgao;Solar do Alvarinho - Melgao); Cermica (JosMeleiro - Lagiela/Cambeses - Mono; EPRAMI- Paredes de Coura; Joo Carvalho - Vila Praiade ncora - Caminha); Joalharia (LilianaGuerreiro - S. Bento/Cossourado - Paredes deCoura); Trabalho Artesanal em Vidro (IsabelGonalves - Zona Industrial de S. Pedro daTorre/Pedras Brancas - Valena)

    No me atrevo, desta vez, a sugerir um percurso. Deixo-lheapenas sugestes temticas. Enverede pela que quiser, ou entomisture-as a seu bel-prazer.Comecemos pelo patrimnio. tanto e to diversificado quejustifica a primeira sugesto. V at ponta do concelho de Mel-gao, at Castro Laboreiro. Voc merece o atrevimento de subiro ngreme caminho que conduz ao Castelo de Castro Laboreiro,para conquistar a fortaleza. E para se deslumbrar com a paisagemque a 360 se lhe proporciona, medida que vai subindo. Desadepois com os olhos cheios e os pulmes lavados. Percorra tran-quilamente a estrada para Melgao e detenha-se em Lamas deMouro. H stios que simulam perfeitamente o paraso e esteser um deles. Refresque-se com a natureza e aproveite parausufruir das modernas instalaes ao servio do Parque Nacionalda Peneda-Gers, que ali tem a sua porta norte.V depois at vila de Melgao. Percorra as ruas medievais,visite o Castelo. Aprecie o Fosso Medieval, cuidadosamentepreservado. Deixe-se ficar por um dos jardins, usufrua dasnumerosas esplanadas. Se tiver tempo d uma saltada ao Museudo Cinema para se deliciar com o passado da stima arte. Evisite o Solar do Alvarinho, claro.Se quiser, d uma saltada Igreja do Convento de Paderne, rom-nica do sculo XIII, com planta de cruz latina. Ou ento, na encostada serra da Peneda, visite a Igreja do Mosteiro de Fies, outroexemplar do sculo XIII. Visite uma das brandas ou inverneiras,aldeias ocupadas em forma de alternncia, umas utilizadas no Vero(brandas ou verandas) e outras no Inverno (inverneiras).Sempre seguindo o rio Minho, desa um pouco mais at Mono.Entre nas muralhas e v at Casa do Curro, um belo solar dosculo XVIII, hoje desempenhando funes de Turismo, exposi-o de artesanato e tambm Pao do Alvarinho. Deixe-se ficarpela Praa de Deu-la-deu, o centro social de Mono, v at fonte da Vila, manuelina, descubra os meandros da praa-forte.Ensaie uma deslocao ao Palcio da Brejoeira, edifcio do come-o do sculo XIX e que um dos mais significativos edifciossenhoriais de Portugal. E j a caminho de Valena, d uma saltadaa Lapela, para contemplar a Torre medieval na sua imponnciade 35 metros de altura.Em Valena entre com cuidado na fortaleza. O comrcio prolife-ra por todo o lado, mas o espao nico. Valena hoje um doscentros histricos mais harmoniosos e conservados, com umavida intensa e diversificada. Debrue-se nas muralhas a contem-plar o Minho e, do outro lado, a praa de Tui. Ali to perto. Nolhe proponho uma digresso ao outro lado, hoje fcil pelos novos

    A Natureza foi prdiga com o Minho. F-lo rio entre encostassolarengas, que cedo atraram gente. Gente que teve de se prepararpara a defesa do territrio, edificando aquilo que hoje um inestimvelpatrimnio arquitectnico. A Natureza e os homens fizeram desteextremo norte de Portugal uma terra de eleio. Com uma forteidentidade. Uma terra para a descoberta de muitos fins-de-semana.

    acessos rodovirios. S aceitaria que se atrevesse a passar o riona velha ponte modelo Eiffel, com dois tabuleiros, um para acirculao dos comboios, outro para a dos automveis.Demande depois Vila Nova de Cerveira, a Vila das Artes, comoj chamada pelo papel da sua Bienal de Artes Plsticas. Percorraas ruas da vila e deslumbre-se com a marca do passado, agoracozida com as manifestaes do melhor das artes modernas.Visite o Museu da Bienal e o recente Aquamuseu, uma unidadede interpretao e divulgao do rio Minho.Atreva-se depois a ultrapassar os contrafortes da Serra de Arga,em direco a Paredes de Coura. Observe o Pelourinho e osantigos Paos do Concelho, visite o Museu Regional e o CentroCultural.Se no quiser optar pelo patrimnio, dedique-se Natureza.Descubra as pesqueiras do Minho e as inmeras povoaes ribei-rinhas. Aventure-se at aos numerosos cais. Entre num barco eobserve as belssimas margens.Mas se quiser internar-se nas montanhas circundantes, deixo-lheduas sugestes. A primeira a de franquear o nosso nico parquenacional, o da Peneda-Gers. A segunda, mais original, a de desco-brir a Paisagem Protegida de Corno do Bico, em Paredes de Coura.Os percursos sinalizados permitem-lhe internar-se na naturezasem se perder. Estruturas de apoio, discretas mas eficazes, propor-cionam-lhe a contemplao da natureza e a descoberta de faunae flora riqussimas. E um cuidado menu de percursos pedestrespode franquear-lhe a descoberta de toda a regio.Se lhe restar tempo e disposio, sempre poder percorrer debicicleta, a p ou a cavalo, a recente ciclovia que liga Valena aMono, utilizando o antigo percurso de comboio. o percursoideal para compreender a agricultura e o povoamento destazona ribeirinha do Minho.Mas outra opo poderia ser a sua. A dos sabores. Que passampelo delicioso nctar da uva, o Alvarinho, um dos vinhos maiselaborados do mundo. Descubra a cultura do vinho. Visite umadas muitas casas que o produzem. Saboreie o lquido acompanha-do de um bom enchido ou de um bom queijo. Converse comas pessoas que lhe transmitem o seu amor pela terra e pelosseus produtos. V Casa do Curro em Mono, ou ao Solar doAlvarinho em Melgao e faa uma boa introduo. Saboreie oAlvarinho em qualquer um dos restaurantes que frequente. Estevinho fruto da terra bere, do sol frtil e do suor entranhadodas gentes do Minho. Por isso nico. Por isso merece a devoode muitos fins-de-semana.

    Francisco Botelho

    Paisa

    gem

    Pro

    tegi

    da d

    e C

    orno

    de

    Bico

    / Jo

    o Li

    mo

    Cas

    a do

    Arte

    so

    (V. N

    . de

    Cer

    veira

    ) / P

    aula

    Mat

    os d

    os Sa

    ntos

  • Setembro 2005 | PESSOAS E LUGARES 13

    eM DESTA QUE

    Virada para o Oceano, lhavo uma cidade marinheira e um concelhocom um patrimnio ligado ao mar, s actividades piscatrias das peque-nas povoaes e pesca do bacalhau no mar do Norte.Numa poca em que o desenvolvimento das novas tecnologias pareceser um imperativo urgente e indiscutvel, e a tendncia da populao,sobretudo da mais jovem, parece ir no sentido de um crescente desinte-resse pela salvaguarda das tradies, qual o futuro deste (e de outros)parasos culturais?A valorizao e promoo do patrimnio cultural, a gesto integradados recursos, a sua acessibilidade e dinamizao, teriam que representaruma etapa importante no processo de planeamento do desenvolvimentosocio-econmico para estas reas. Para alm dos benefcios ligados revitalizao de actividades econmicas tradicionais e gerao deemprego, a valorizao do patrimnio responde exigncia de ensinars novas geraes no s a utilizao dos modernos meios de comunica-o mas, primeiro que tudo, os prprios contedos a comunicar; isto, transmitir as suas referncias culturais, como base necessria para oencontro com outras realidades, recuperando o processo que os antigosgregos chamavam de paideia, a formao do homem livre, livre de seafirmar plenamente com base no seu patrimnio cultural, para umacompetio e colaborao leal com os outros. com base nestes pressupostos e reflexes, com o objectivo de dinami-zar e tornar mais acessvel o patrimnio cultural aos visitantes e popula-o local, que a HERA - Associao para a Valorizao e Promoo doPatrimnio est a colaborar na realizao de um projecto promovidopela Cmara Municipal de lhavo: a criao de uma Rede de PercursosPedestres, constituda por Trilhos de Natureza e Trilhos Urbanos, noterritrio do concelho.

    Percursos esto homologados

    A primeira fase deste projecto contemplou a criao do Trilho da Nature-za Entre a Ria e o Mar e do Trilho Urbano Costa Nova. Os percursos,inaugurados no passado dia 26 de Junho, encontram-se homologados,seguindo todas as normas da Federao de Campismo e Montanhismode Portugal, e complementados com painis descritivos e informativos.Com cerca de 11 quilmetros, ao longo da costa litoral, entre a Barra ea Costa Nova, e do Canal de Mira, o trilho Entre a Ria e o mar focaparticularmente o interesse naturalstico do sistema dunar da praia daBarra e da Costa Nova e da zona ribeirinha.O trilho urbano Costa Nova, com cerca de trs quilmetros de exten-so, apresenta como tema especfico a herana cultural da Costa Nova,povoao cujas origens esto intimamente ligadas arte da pesca e aomar. O levantamento dos recursos culturais, efectuado pela associaoHERA, no mbito deste projecto, registou a presena de um grande patri-mnio cultural, que se manifesta nas mais variadas formas: gastronomia,arquitectura, paisagem lagunar, conchas que decoram as casas tpicas eat na fascinante forma de ser dos habitantes, na sua maioria pescadores.Costa Nova surgiu no incio do sculo XIX, como stio onde se praticavaa Arte Xvega, actividade piscatria realizada com barcos caractersticosem forma de meia-lua. Na verdade, inicialmente s eram edificadosneste stio, e a poucos metros do mar, os palheiros (construes demadeira cobertas com canio, e da talvez o nome palheiro) paraguardar as alfaias da apanha das algas e da faina. Mais tarde, devido

    Rede de percursos pedestres

    Entre a ria e o mar

    abundncia do peixe, os pescadores e os mercadores de pescado come-aram a transferir-se definitivamente para este local com as suas famlias:os palheiros, anteriormente utilizados como armazm, foram ento con-vertidos em habitaes, e outros foram surgindo, apresentando novascaractersticas arquitectnicas e estticas. Este local tornou-se to suges-tivo que, a partir do 1822, representou um destino turstico para famliasda alta burguesia. Os novos palheiros, pintados s riscas, representamainda hoje o ex-libris da Costa Nova.Na idealizao e planificao deste trilho atribui-se particular destaque presena dos palheiros, para o patrimnio arquitectnico e culturalque representam. Mas pretendeu-se ir mais alm: o pitoresco mercadodo peixe, o bairro e o cais dos pescadores, representam s algumas dasetapas sugeridas no trilho, que prev uma forte interaco do visitantecom a populao local.O grande desafio das entidades envolvidas no projecto conseguir imple-mentar a ideia de que possvel desenvolver uma rea, embora perifrica,de forma sustentvel e integrada, atravs da dinamizao dos seus prpriosrecursos, da sua riqueza histrica, cultural e paisagstica, potenciando ediversificando a sua oferta turstica, mas tambm aumentando a sensibilida-de ambiental e a conscincia histrico-cultural, logo a auto-estima, daprpria populao local.Um desafio que no prev derrotas, e que pretende ser exemplar parao desenvolvimento de outras reas similares.

    Fabio CarbonePresidente da HERA

    HERAE-mail: [email protected]

    HERA

  • 14 PESSOAS E LUGARES | Setembro 2005

    eM DESTA QUE

    Uma das aces de maior sucesso promovida pelaTerras de Sic - Associao de Desenvolvimento, como apoio do programa LEADER, foi a Feira do queijoRabaal.Com o tempo e o sucesso decorrente das dinmicascriadas, pensou-se ampliar a feira, abrindo-a a outrosprodutos e aces. Se assim se pensou, melhor seexecutou. Em Maio de 2005 realizou-se a I Exposic.Mais do que uma mostra de produtos e sabores danossa regio, a Exposic foi um certame que procuroudar visibilidade ao mundo rural.Ao apostar nos produtos locais, como factor de afir-mao e dinamizao econmica do territrio, nonos devemos abstrair de quem os produz. As manifes-

    taes do que somos e temos so vitais para aumentar a atractividadedas zonas rurais. As feiras, as mostras gastronmicas e da cultura regionalso essenciais para a recuperao do orgulho e dignidade das populaes.Feiras como a Exposic permitem a reconstruo de uma identidadepor parte de grupos, de comunidades e de territrios, e a (re)conquistada cidadania, como direito e responsabilidade de todos, e so elementosculturais e tursticos de inigualvel importncia. Passo a passo, a Exposicpode e deve afirmar-se como uma referncia cultural da regio dasTerras de Sic. Sente-se que a populao est envolvida nestes eventose isso meio caminho andado para o seu sucesso.Organizada pela Terras de Sic, a Exposic visou preservar o patrimniocultural, enaltecendo os nossos recursos endgenos, propiciando o seudesenvolvimento sustentado. Potenciar as nossas riquezas naturais,histricas e culturais um importante desafio a vencer. Apostar no quede melhor temos fundamental para a nossa auto-estima, confiana eesperana no futuro.

    Preservar a cultura e os saber-fazer

    No mbito da Exposic, a Terras de Sic promoveu um dia dedicado scrianas. Fazer com que as camadas mais jovens da populao compre-endam a importncia de preservar a cultura e os saber-fazer dos seusantepassados uma preocupao nossa. Assim se ensinam os jovens aolhar para a comunidade como uma preocupao de todos. Preservaro nosso patrimnio cultural reconhecer a histria e uma identidadecomum.Sendo espaos de festa e alegre convivncia, as feiras devem ser tambmespaos nicos de debate sobre o desenvolvimento da regio. Nestesentido, a Exposic promoveu debates sobre Produtos locais e a identi-dade do territrio. O desenvolvimento dos territrios rurais far-se-pelo pluralismo e a discusso de ideias, por elas que as comunidadesse constituem, crescem e desenvolvem. pelas ideias que os territrios

    I Exposic

    formam a sua vontade e os seus projectos assentes num destino comum.A manifestao da cultura de um povo o espelho de uma identidadenica e viva. Por isso, certames como a Exposic caracterizam-se poruma multiplicidade de actividades e eventos. Assim, inserida na I Exposicesteve tambm a XVI Feira do queijo Rabaal, o XVI Festival de Folcloreda Serra de Sic, o V Festival Gastronmico do Cabrito e Borrego deSic e a I Mostra do Azeite e Mel de Sic.Naturalmente que estes eventos tm como objectivo futuro a construode uma grande vontade e finalidade de ultrapassar as desvantagenseconmicas e sociais. Neste sentido, a iniciativa comunitria LEADER eos Grupos de Aco Local (GAL) so uma mais-valia na manuteno ecriao dessas dinmicas.O futuro da nossa regio depende da criatividade de todos e da capacida-de de nos organizarmos e publicitarmos o que temos e fazemos. Huma identidade comum e um passado que nos caracteriza e que ser aalavanca efectiva de mais desenvolvimento econmico, cultural e social.Cabe tambm aos GAL explorar este passado. Tenhamos conscinciadas nossas debilidades, mas tenhamos esperana sobre as oportunidadesde sustentabilidade de crescimento da regio.A identidade e a auto-estima dos que habitam os territrios rurais temque ser reforada diariamente; a afirmao de cada um de ns, ser aafirmao de todos. Pensar no futuro das Terras de Sic e de manifesta-es culturais como a Exposic apelar disponibilidade de todos naconstruo de um futuro comum. por acreditarmos na cultura de umpovo, na juventude desta regio, que continuamos optimistas e esperan-ados no futuro.A Exposic uma forma festiva de mostrar a alma deste povo; umaforma animada de se mostrar o que melhor se faz na regio da Terrasde Sic. Acreditamos que a mostra da nossa cultura e gastronomia um sinal de que estamos vivos e orgulhosos do que somos. Tenhamosambio e orgulho na nossa terra e nas suas gentes. com as pessoas,com o seu saber autntico que se ergue e mantm o dinamismo deuma regio. com as pessoas que se forja o desenvolvimento de umaterra, com elas que se gera e acrescenta inteligncia colectiva e seprojecta uma viso: o mundo rural e um enorme e grandioso futuro.

    Terras de Sic

    Terr

    as de

    Sic

  • Setembro 2005 | PESSOAS E LUGARES 15

    Desde h largos anos que a Terras Dentro - Asso-ciao para o Desenvolvimento Integrado deMicro-regies Rurais promove e apoia iniciativasde animao territorial, tais como feiras, col-quios, espaos temticos, conferncias, dias co-memorativos e festivais de msica, entre outroseventos.A nvel nacional, a Feira Cuba LEADER talvezseja o mais representativo. Iniciativa promovidapela Terras Dentro em 1993 com o apoio doprograma LEADER I e que reuniu em Cuba di-

    versos Grupos de Aco Local LEADER de Portugal e tambm de diversos pases daEuropa. Esta iniciava de carcter nico no desenvolvimento rural caracteriza-se pelamescla de costumes e culturas, intercmbio de experincias e saberes, e convvioentre os povos das diferentes regies rurais. O funcionamento desta feira totalmentediferente do usual, pois a cada associao de desenvolvimento local -lhe entregueum espao de natureza rural (adegas, cases agrcolas, casas rurais,...) na vila, onde exposto o artesanato, os produtos e a gastronomia.Dado o sucesso desta iniciativa, que conta com a promoo turstica e patrimonial,etnogrfica, gastronmica e cultural do trabalho e das pessoas dos diversos territrios,a Terras Dentro e a Cmara Municipal de Cuba voltaram a promov-la em 1994,1999, 2000 e 2001, sempre com o apoio dos programas LEADER I e II.Outro evento de relevante expresso regional promovido pela Terras Dentro aFeira do Montado, em Portel. Esta feira a maior mostra de actividades econmicas,culturais e ambientais no que respeita floresta mediterrnica de Montado, tendosido organizada pela primeira vez pela Terras Dentro e pela Cmara Municipal dePortel em 2000, tambm com o apoio do programa LEADER II.Aps cinco anos, esta feira temtica agora o principal frum de discusso regionalsobre o Montado, sendo referncia para toda a fileira florestal, apresentando-se aquiexpositores de todo o pas, com especial enfoque para agro-alimentares, cortia,actividades ambientais e tursticas, entre muitas outras. So diversas as iniciativas queaqui se desenvolvem, tais como colquios, demonstraes de tecnologia agro-florestal,exposio de animais autctones e de espcies cinegticas, maquinaria agrcola eflorestal, projectos de investigao, etc., sendo que o certame se distingue pelaqualidade que coloca na apresentao geral e na constante inovao anual.De realar tambm a organizao da Mostra do Nosso Po; evento dedicado aoproduto mais genuno do Alentejo, o po Alentejano. Esta iniciativa promovida pelaTerras Dentro e pela Cmara Municipal de Cuba, decorre em Setembro desde hcinco anos e consta de uma mostra e venda de po e bolos de padaria, exposiestemticas, ateliers de fabrico de po e bolos, seminrios.A Terras Dentro j promoveu tambm Espaos Temticos sobre artesanato, agro-alimenta-res, ambiente, e outras vrias actividades econmicas e desenvolveu assessorias a autarquiaspara a organizao de mostras de actividades econmicas ou outros projectos de animao;semanas do ambiente, da reciclagem ou sensibilizao para a conservao da natureza;encontros de cultura, de grupos corais, de bandas filarmnicas, de poetas populares;aces de promoo territorial em lugares distantes, encontros de empresrios ou atgrandes feiras, tais como a MANIFesta 2003 ou a Feira da Intercultura em 2004.A promoo e organizao dos eventos da responsabilidade do Sector de RelaesPblicas, Promoo e Eventos da Terras Dentro que tem como objectivos dinamizaro tecido produtivo local, reforar a identidade regional e promover dinmicas territo-riais de desenvolvimento. Objectivos que so atingidos apostando forte em parceriascom autarquias e entidades representativas dos sectores de actividade, promovendoo empoderamento dos actores envolvidos de modo a que estes se apropriem dasiniciativas e se autonomizem. A Terras Dentro surge assim com o uma entidade cataliza-dora destes processos de desenvolvimento. Alm disso, enquanto promotora de col-quios, seminrios e outras iniciativas similares, tambm objectivo da Terras Dentrotransferir competncias, acordar conscincias, instigar o debate, aumentar a massacrtica da sociedade alentejana, acreditando que nesse sentido que tambm se iniciamprojectos de desenvolvimento...

    Henrique Sim-SimCoordenador do Sector de Relaes Pblicas, Promoo e Eventos/Terras Dentro

    Eventos por Terras Dentro Este jornal revela o que se tem em termos de valorizaodo meio rural o que, no meu ponto de vista, de extremaimportncia e merece ser mais divulgado.

    Marisa Raquel Pereira MarquesTcnica de Turismo Ambiental, Ourm

    Na qualidade de docente de sociologia rural e turismorural creio que esta publicao bastante importante epor isso deve estar na biblioteca de qualquer escola agrriapara que possa ser consultada e lida por todos os que seinteressam pela questes do mundo rural.

    Lus CarneiroProf. - Escola Superior Agrria de Viseu

    Abordmos o programa LEADER+ no tema NovasOportunidades para as reas rurais em Geografia 11ano. Ao preparar a aula os alunos vo pesquisar o stiopara perceberem melhor em que consiste o programa econtactarem com diferentes realidades locais. Cada parde alunos ir procurar informao para apresentar turmauma das associaes locais. A mais prxima a Adrimag.

    Isabel Amorim CostaProf. Geografia - Escola Secundria Soares Basto, Arrifana

    Descobri o vosso jornal por mero acaso na Internet efiquei logo apaixonada pelos temas tratados. Sou naturalde uma bonita aldeia transmontana e o meu trabalho pro-fissional tambm est ligado ao meio rural, e sinto que oPessoas e Lugares tambm fala um pouco de mim...Agradeo a amabilidade e a prontido com que me foienviado este fantstico jornal. Adoraria continuar areceb-lo.

    Madalena Magalhes

    Gostaria de parabenizar os colaboradores pela informaocontida em cada edio do jornal Pessoas e Lugares,visto que serviu de suporte para a concretizao de diver-sos trabalhos acadmicos e , actualmente um dos meiosde excelncia para estar em contacto com as actividadesna rea do turismo, na qual sou licenciada.

    Isaura Maria Antunes dos SantosLeiria

    Alentejana, do concelho de Nisa, a viver em Coimbra h26 anos, descobri a vossa publicao procura de lugarese de notcias do meu Alentejo.

    Teresa de Jesus Semedo FidalgoFarmacutica - Centro Hospitalar de Coimbra

    O Pessoa e Lugares aborda variados temas que muitome interessam (desenvolvimento rural, desertificao,sustentabilidade ambiental, conservao de recursos,etc.), e que me ajudaram a compreender a realidade daagricultura portuguesa e contriburam para a minha forma-o profissional (acadmica) bem como pessoal.

    Lus Manuel de Avelar Camarinha MoraEstudante - Eng. Agrcola, Universidade de vora

    Ao pesquisar informao sobre o programa LEADERdescobri o vosso jornal e verifiquei que tem vrios artigoscom interesse para os meus alunos lerem e comentarem.

    Maria Madalena Andrade FerreiraProf. - Escola Secundria Jos Afonso, Pinhal de Frades

    IDRHaRede Portuguesa LEADER+Av. Defensores de Chaves, n. 61049-063 Lisboa

    Fax: 21 357 73 80

    E-mail:[email protected]

    CaRTAS ABER TAS

    Terr

    as D

    entr

    o

  • 16 PESSOAS E LUGARES | Setembro 2005

    eM DESTA QUE

    semelhana dos dois ltimos anos, a Ader-Sousa - Associao de De-senvolvimento Rural das Terras de Sousa est a organizar os Encontrosde Msica das Terras de Sousa. A edio deste ano decorre entre 15 deSetembro e 7 e Outubro e conta com a realizao de 20 concertos nototal, 10 de msica erudita (fundamentalmente barroca), cinco concertospopulares (jazz e fado, contando com artistas conceituados, como KtiaGuerreiro e os TVG Jazz) e cinco concertos pedaggicos para crianas.A grande novidade da III edio dos Encontros de Msica das Terras deSousa a constituio do Ensemble dos Encontros de Msica das Terrasde Sousa, o qual realizar 10 concertos, cinco pedaggicos para ascrianas da regio e cinco concertos para o pblico em geral.O Ensemble das Terras de Sousa nasceu com o objectivo principal decorresponder a uma necessidade cultural que se tinha vindo a constatarna regio. Mas tambm: dar suporte artstico e promover a autonomiados Encontros de Msica das Terras de Sousa, criar uma plataforma dedivulgao dos valores musicais com qualidade na regio, divulgar aregio no mbito cultural, dar suporte musical ao projecto educativo ede formao dos Encontros de Msica das Terras do Sousa (concertospedaggicos), com a finalidade de criar pblico, formar o futuro pblicoe sensibilizar as crianas para a audio de msica erudita, e apoiaroutros projectos educativos e culturais da regio no futuro.Os concertos dos Encontros de Msica das Terras de Sousa decorremem monumentos que fazem parte da Rota do Romnico do Vale doSousa - igrejas e outros espaos pblicos dos centros urbanos e em

    Encontros de Msicadas Terras do Sousa

    A Adrimag - Associao de Desenvolvimento Rural Integrado das SerrasMontemuro, Arada e Gralheira, em parceria com a Cmara Municipalde Arouca, o Posto de Turismo de Arouca (Regio de Turismo Rota daLuz), Manuel Bastos - Doaria Conventual, Real Irmandade Rainha SantaMafalda e o Instituto Portugus do Patrimnio Arquitectnico (IPPAR),Porto, promoveu, de 29 de Abril a 2 de Maio ltimo, no Mosteiro