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SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 ANO 16 - Nº 74 INFORMATIVO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS @ Angus newS J ornal

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SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015ANO 16 - Nº 74

I N F O R M A T I V O O F I C I A L D A A S S O C I A Ç Ã O B R A S I L E I R A D E A N G U S

@Angus newSJornal

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS2

EDITORIAL

E X P E D I E N T E AssociAção BrAsileirA de Angus

Angus@newScoordenação: Katiulci Santos ([email protected])

Jornalistas responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834colaboradores: Jorn. Alexandre Gruszynski, Jorn. Carolina Jardine, Jorn. Marina Corrêa, Jorn. Nelson Moreira, Jorn. Nicolau Balaszow e articulistasdepartamento comercial: Agência Ciranda - Para anunciar, ligue 51 3231.6210 // 51 8116.9789 e 51 8116.9786 Edição, Diagramação, Arte e Finalização: Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 - Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 - CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS www.agenciaciranda.com.br :: [email protected]

Associação Brasileira de Angus - Largo Visconde de Cairu, 12 - conj. 901 - CEP 90.030-110 - Porto Alegre - RS - www.angus.org.br - [email protected] - Fone: 51 3328.9122* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.Foto de capa: Divulgação Angus

NESTA EDIÇÃOnovos mercados para a carne Angus 3carne Angus no Pará 10susana salvador preside conselho Técnico 16reunião anual dos técnicos Angus 20Técnicos Angus em ação 24Testes de Performance crV lagoa e embrapa 28Turbina eólica 38Artigo: Paulo de castro Marques 40

doenças e remédios 42exposições e leilões 44Artigo: Márcia dutra de Barcellos 52Angus líder na expointer 2015 54Perfil: José Paulo dornelles cairoli 60Angus do chef: Maminha recheada 63

Foto-pintura

FOTO PREMIADA - Angus@newS publica fotos de profissionais, criadores e leitores que apresentarem a raça Angus e o seu meio de uma forma inusitada.

Envie sua foto para: [email protected]

diretoria Biênio 2015-2016diretoria executiva - diretor Presidente: José Roberto Pires Weber - diretor 1ºVice Presidente: Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello - diretor Vice Presidente: Wilson Brochmann - diretor Vice Presidente: Nelson Antônio Serpa - diretor Vice Presidente: Rogério Francisco Stein - diretor Financeiro: João Francisco Bade Wolf - diretor Administrativo: Maurício Lampert Weiand - diretor de Marketing: Ronaldo Zechlinski de Oliveira - diretor de núcleos: Carlos Augusto de Souza - diretor Programa carne Angus: Reynaldo Titoff Salvador - conselho de Administração - Membros eleitos: Antônio Maciel Neto, Caio Cezar Fernandez Vianna, Nivaldo Dzyekanski, Sergio Bastos Tellechea, Valdomiro Poliselli Junior – Membros natos (ex-Presidentes): Angelo Bastos Tellechea, Antônio Martins Bastos Filho, Fernando Bonotto, Hermes Pinto, José Roberto Pires Weber, Reynaldo Titoff Salvador, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, Paulo de Castro Marques – conselho Fiscal – Membros efetivos: Frederico Pons, Ricardo Macedo Gregory, Luiz Pedro Duarte Escosteguy - Membros suplentes: Fernando Gonçalves, Luis Henrique Castagnino Sesti, Carlos Renato Tonet Ferreira - conselho Técnico - Presidente: Susana Macedo Salvador - conselheiros: Antonio Martins Bastos Neto, Cristopher Filippon, Roberto Vilhena, Marcio Sudati Rodrigues, Ulisses Rodrigues Amaral e Fernanda Nogueira Kuhl.

José Roberto Pires Weber

José Roberto Pires WeberPresidente da Associação Brasileira de Angus

Esta bela imagem foi clicada a campo pelo repórter fotográfico Robispierre Giuliani,e bem representa a tradicional lida com a raça Angus.

À medida que o martelo bate nas diferentes praças que vendem Angus no País, a Pri-mavera 2015 se consolida como mais uma

época de excelentes negócios para quem vende e para quem compra genética no Brasil. Os primei-ros leilões realizados no final do mês de agosto e em setembro já sinalizavam para uma tempo-rada aquecida, mas que vem se superando lote a lote. Os primeiros remates chancelados pela Angus têm obtido crescimento de vendas subs-tanciais e a expectativa é manter uma tendência de alta de 20% em relação a 2014. Marca que representa mais do que bons negócios. Significa superação em um momento em que o País vive uma séria crise econômica, política e moral.

Apesar disso, o investimento na Angus mos-tra que o setor ainda resguarda sua confiabili-

Primavera de bons negóciosdade e poder de gerar renda e desenvolvimento. Movimento que ficou evidente em recente estudo divulgado pela Asbia. Os dados indicam que a Angus teve um crescimento de 180% na venda de doses de sêmen entre 2009 e 2014, um movi-mento puxado pela força da raça no cruzamento industrial em rebanhos no Brasil Central.

Mas se a raça passa razoavelmente longe da crise, é importante lembrar que esse cenário fa-vorável não surgiu a troco de nada. É resultado de muito trabalho e empenho em estar à fren-te e proporcionar aos pecuaristas que investem em Angus algo a mais. Prova disso é o avanço que o Programa Carne Angus Certificada vem galgando mês a mês. Um exemplo foi a parce-ria firmada com o Marfrig durante a Expointer para o lançamento do selo Angus do Pampa, que

estampa os rótulos da carne produzida a pasto no Rio Grande do Sul.

Além da ampliação de abates, a carne An-gus também já ultrapassou fronteiras. Neste mês de outubro, o Brasil deve embarcar os primeiros contêineres fechados de carne certificada Angus para o mercado europeu, uma conquista pioneira que vem sendo costurada há anos. A expectativa é que o esse seja apenas o primeiro passo para conquistar uma nova clientela no exterior e um canal de maior rentabilidade para quem investe no que o Brasil tem de melhor: o agronegócio.

Abraço a todos.

CARNE Setembro/Outubro de 2015Angus@newS 3

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Rastreabilidade, segurança na produção, profissionalismo do produtor são exigências para a conquista de novos mercados

Por Nicolau Balaszow

Os nichos mais sofisticados de consumidores de car-ne de qualidade superior

no mundo vêm intensificando a sua busca pelos produtos do Uruguai, graças ao sucesso do sistema de rastreabilidade do gado bovino implantado pelo país vizinho desde 2006. Os cuidados com a produção, es-tímulos ao processo industrial e, em especial, as certificações, sérias e exigentes, têm justifi-cado o aumento na confiança dos mercados mundo afora e, consequentemente, permitindo o aumento sobremaneira na renda do pecuarista uruguaio. Para se ter uma ideia, a exce-lência destas carnes já superou os preços praticados pela Aus-trália, um país conhecido tam-bém pela qualidade de seus re-banhos e da carne que produz.

O Uruguai está localizado no sudeste da América do Sul, fazendo fronteira com o Brasil e a Argentina, possuindo uma extensão de 176.215 km2, di-vidida em 19 Departamentos (estados, para nós). Seu clima é temperado, com precipita-ções moderadas durante todo o ano e a sua topografia on-dulada, sem grandes variações e sem acidentes geográficos, com quatro estações climáti-

O modelo uruguaioRastreabilidade

rastreabilidade do gado uruguaio gera excelentes dividendos àquele país

cas bem definidas. Bastante semelhante com o que ocorre no Sul do Brasil. E população uruguaia supera os 3,3 milhões de habitantes, sendo que a me-tade vive na capital, Montevi-déo.

A agropecuária é um setor estratégico da economia do Uruguai, que no conjunto das atividades representa mais de 9% do PIB total, somados aos quase 35% do PIB, através do seu complexo agroindustrial, enquanto que as vendas do setor representam 70% do to-tal exportado pelo país. O seu crescimento se sustenta pelo elevado status sanitário obtido nos últimos anos e foi decla-rado pela OIE, país com insig-nificante risco de doença da “vaca louca” e livre da Febre Aftosa, com vacinação. O Uru-guai também foi aprovado por auditorias dos mercados mais exigentes, conquistando uma imagem de país sério e confiá-vel, do ponto de vista sanitário. Essa, entre outras, são as dife-renças que o Brasil busca!

Único no mundoA rastreabilidade obrigató-

ria, identificando todos os be-

zerros nascidos em cada esta-ção de cria, consolida o Uruguai como “o único país do mundo com todo o seu rebanho bovino identificado e rastreado”. Na sua essência, a rastreabilidade quer acompanhar o produto desde a sua origem, fator de-cisivo na geração de confiança para os mercados mais exigen-tes e que remuneram melhor. Nesse caso, unindo os dados do Sistema Nacional de Identifi-cação Pecuária (SNIG), com as informações que a indústria pecuária daquele país passa ao Instituto Nacional de Carnes (INAC), é possível rastrear o

histórico do animal vivo e, in-clusive, chegar à identificação de seu produtor.

Em suma, alcançar este pa-tamar exige um sistema obje-tivo e prático para rastrear os animais, seriedade e compro-metimento do pecuarista, além de uma boa dose de apoio do poder público. Este é o caso do Uruguai, onde o governo tornou obrigatória a rastreabilidade, com alcance nacional. Todo o proprietário de gado (criador) precisa identificar e registrar seus animais e isto fez com que todo o rebanho nacional esteja hoje identificado e registrado. E mais, na certificação de pro-cessos, a rastreabilidade é uma ferramenta altamente eficiente também para o rastreio e con-trole de determinadas doenças, porque seus dados permitem tomar medidas rapidamente e muito mais acertadas em mo-mentos delicados.

O modelo do país do Prata

é único pelo fato de incorporar um valor agregado através da informação dos animais, que não gera custos adicionais aos sistemas de produção (ao produtor, especialmente), que não os altera, porque se segue produzindo a céu aberto, em pasto e sem hormônios, mas com a agregação de tecnolo-gias. Também por isso, vem chamando muito a atenção internacional. No entendimen-to do representante da Asso-ciação da Indústria Frigorifica do Uruguai (Adifu), Gastón Scayola, na Junta Diretora do INAC, além dos avanços no acesso a mercados que a ras-treabilidade obrigatória permi-te, os mercados estão pagando uma importante diferença de valor a mais por esse atributo.

Anna Suñe

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS4CARNE

O produtor brasileiro precisa produzir animais com tamanho, peso e qualidade constantes >>>

Convidada a participar de palestras e de visitas a campo, a ativa Fiscal Estadual Agro-pecuária da Inspetoria de De-fesa Agropecuária da Secreta-ria da Agricultura do RS, Anna Suñe, esteve no Uruguai e pode conhecer o modo como acon-tece por lá todo o processo de rastreabilidade. “Os uruguaios aprenderam com os seus er-ros”, afirma a veterinária, ao mesmo tempo em que reconhe-ce a eficiência do sistema utili-zado por nossos vizinhos.

Depois de passado o perío-do de crise sanitária do gado no início deste século, autori-dades, técnicos e produtores arregaçaram as mangas e im-plantaram o que há de melhor, mais prático e eficiente na área da rastreabilidade. “En-tre outras iniciativas, foram buscadas referências positivas em várias partes do mundo e, a partir daí, foi implantado o sis-tema de rastreabilidade dentro de suas fronteiras, resguardan-do, naturalmente, as caracte-rísticas próprias do país, que não quer mais enfrentar uma crise como a vivida no passa-do”, demarca Anna. Ela fez esta afirmativa referindo-se à agilidade que o sistema permi-te diante de qualquer situação que coloque em risco a sanida-de animal do rebanho do país. Isto passou a funcionar como um verdadeiro “cala-boca” em

possíveis boatos e lobbies in-ternacionais, capazes de apro-veitando uma determinada si-tuação adversa, prejudicar as vendas de carne uruguaias.

A articulada veterinária in-formou ainda que, na segunda visita que fez ao país do Prata, integraram a comitiva, além de técnicos gaúchos, deputa-dos da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Eles também puderam constatar o acerto das medidas do gover-no uruguaio. “Nos chamou a atenção o fato de ter havido o aceite do conceito do proje-to de rastreabilidade por par-te dos pecuaristas de lá, com quase nenhum questionamento contrário”. Ela afirmou, tam-bém, que o projeto, iniciado em 2006, teve o seu passo a passo constituído e hoje é base de toda a cadeia produtiva do país. E o melhor: vem dando muito certo. O resultado des-tas visitas se transformou num projeto de Lei que envolve to-das as questões de rastreabili-dade e está de posse do Legis-lativo Estadual e, brevemente, voltará a ser discutido para posterior implemento no Rio Grande do Sul e no Brasil.

AperfeiçoamentoRecentemente, o Tribunal

de Contas do Uruguai deu um visto positivo final ao resulta-do das licitações públicas in-ternacionais vinculadas com a provisão e operação do Sis-tema Nacional de Informação Pecuária e a relacionada com o sistema opcional de rastre-abilidade individual que será aplicada sobre o gado bovino uruguaio. Este novo esquema para o manejo da informação

pecuária tem como meta reu-nir dados e fazer uma logísti-ca melhor do que se faz sobre estes dados de rastreabilida-de, realizando um controle de qualidade superior e dispondo de resultados em tempo real, informou o diretor do Progra-ma de Atenção de Emergência de Febre Aftosa (Paefa) do Uruguai, Diego Payssé. “Será como levar uma conta corrente com poucos dias de diferença de cada um dos estabelecimen-tos do Uruguai para que, fren-te a uma dúvida, revisando as informações passadas, se possa ver todo o movimento que um determinado gado fez, para onde foi, se mudou de dono, en-tre outras informações úteis”, detalhou o dirigente.

O processo de aperfeiçoa-mento da rastreabilidade por grupo de animais, que está sendo efetivado no Uruguai através da Dirección de Con-tralor y Semovientes (Dicose), e que já está aprovado pelos mercados que importam carne uruguaia, terá maior rigor com relação à informação, possibi-

litando um acesso mais rápido e preservando dados que até agora eram desconsiderados.

O executivo da Dicose ex-plicou que esta valiosa infor-mação que a guia de Controle e Trânsito do gado é perdida porque não é incorporada a nenhuma base de dados. “Anos atrás eram passadas à mão, mas depois, deixou de ser pro-cessada e praticamente estas guias estão amontoadas nas dependências de Sanidade Animal, no interior do país, sem processar”. Através de outra licitação, o governo está comprando identificadores que serão destinados à iden-tificação individual opcional, para entregar aos produtores que queiram entrar no esque-ma de informação. Trata-se de um projeto piloto visando ao manejo melhorado do Sis-tema de Informação Pecuário com identificação individual. O que o governo busca com esta iniciativa é ir ganhando expe-riência no manejo desta infor-mação, sobre a base da infor-mação individual, que permita,

mais adiante e se os mercados requererem, passar a um es-quema de identificação indivi-dual em nível nacional.

RadiofrequênciaA entrega dos brincos iden-

tificadores - um deles com mecanismos de radiofrequên-cia - será realizada através de um chamado aos produto-res que queiram participar do programa, identificando seu gado; serão instalados diferen-tes grupos, de acordo com suas características específicas. As-sim, o gado terá dois brincos: um grande, com um número vi-sual, e o outro contará com um mecanismo de radiofreqüência que será lido por leitores indi-viduais ou por leitores grupais, que também estão sendo ad-quiridos.

Os produtores que fizerem parte deste projeto não terão que mudar nada em sua rotina habitual, mas, com a inovação do sistema, será agregado um controle maior e com mais qualidade à informação, ma-nejando inclusive informações que até agora eram ignoradas.

Para o Sistema Nacional de Informação Pecuária, o Minis-tério da Pecuária, Agricultura e Pesca uruguaio selecionou o consórcio integrado pelas firmas Sonda Uruguay S.A., Choel S.A. e Gonda, Jodal e outro sócio, mas foram rece-bidas ofertas de 14 empresas, que apresentaram um total de 18 propostas. O montante da licitação é de US$ 3.830.657, mais Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e Contribui-ção ao Financiamento da Se-gurança Social (Confis). Para participar no programa piloto de identificação individual dos gados, que será voluntário para os produtores, serão apre-sentadas cinco empresas. No entanto, o contrato para um milhão de dispositivos de iden-tificação (brincos com chips) foi entregue à empresa Allflex

Aprendendo com os próprios erros

Gastón ScayolaDiego Payssé

CARNE Setembro/Outubro de 2015Angus@newS 5

O produtor brasileiro precisa produzir animais com tamanho, peso e qualidade constantes

Europe, enquanto a Gesinpex Comercial SRL foi seleciona-da para fornecer 300 leitores manuais por US$ 150 mil e 20 leitores de aglomeração, por US$ 30 mil.

Recursos produtivose índices desejadosDe acordo com dados do

exercício de 2008/2009, última informação publicada pelo go-verno uruguaio, o país contava

com 11,7 milhões de cabeças distribuídas em 15,7 milhões de hectares e 51.072 estabele-cimentos. Sendo que a relação de cabeças de gado/população é de 4 por habitante. Os De-partamentos de Cerro Largo e Tacuarembó se destacam por contar juntos, com 18% do re-banho nacional daquele país.

Os novilhos que ingressam nos frigoríficos para abate pesam, em média, entre 400 e 500 kg, com correto acaba-mento e rendimento de carcaça entre 51 e 54%. Isto apenas demonstra o alto nível de efi-ciência que o Uruguai conquis-tou nos últimos 10 anos. Já a indústria frigorífica é compos-ta por 39 plantas instaladas, sendo que, a partir de 2005, houve aumento na aquisição

de plantas por importantes grupos econômicos internacio-nais atuantes no país. Muitos deles que também estão n o Brasil.

Entre os fatores que expli-cam o investimento estrangei-ro na cadeia da carne uruguaia destacam-se:

a) a estabilidade econômi-ca e o respeito pelas normas jurídicas;

b) as transformações posi-tivas sofridas pela indústria da carne nos últimos anos;

c) o elevado status sanitá-rio;

d) a possibilidade de ingres-sar em importantes mercados in-ternacionais como o Nafta e UE.

Todas as plantas frigo-ríficas aplicam os sistemas: Análises dos Perigos e Pon-

tos Críticos de Controle, Pro-grama de limpeza e sanidade e Boas Práticas de Elabora-ção. Já o controle é efetivado pelos Serviços Pecuários do Ministério da Pecuária, Agri-cultura e Pesca (MGAP), realizando inspeções antes e pós mortem dos animais, emitindo um certificado sa-

nitário garantindo que a car-ne cumpre com as exigências higiênico/sanitárias. Além disso, o Laboratório Oficial (Dilave - Miguel C. Rubino) pertencente ao MGAP é con-siderado referência mundial para as análises de resíduos biológicos em produtos agro-pecuários.

O Uruguai se coloca hoje no mercado como um produtor de carnes de qualidade, ingres-sando em mais de 150 países em todo o planeta. Seus prin-cipais clientes são a Rússia, a União Europeia, Estados Uni-dos e se encontra em proces-so de reabertura na Coreia do Sul. As exportações de carne bovina alcançaram, em 2008, um recorde de U$S 1.223 mi-lhões com 377 mil toneladas. Em outubro de 2009, última informação oficial disponível, as exportações chegaram a U$S 790 milhões e 321 mil toneladas. O Nafta é o prin-cipal cliente e, neste bloco, os Estados Unidos é o destaque, respondendo por mais de 80% tanto em volume como em va-lores de exportação.

O país tem 20 mil tone-ladas de embarque de carne refrigerada, sendo que destes, 6,3 mil toneladas, são desti-nadas a conhecida Cota Hil-ton. Sendo que os cortes en-viados a partir desta Cota são os de maior valor do animal, localizados no quarto poste-rior como: lomo, cuadril, bife ancho, bife angosto e picaña, de acordo com a terminologia utilizada naquele país.

Lugar de destaque no mundoDiferencialO Uruguai possui o Progra-

ma de Carne Natural Certifi-cada del Uruguay (PCNCU), o primeiro no mundo a ser acre-ditado pelo mecanismo “USDA Process Verified”, dos Estados Unidos, em que são conside-rados qualidade do produto, manejo animal e verificação de origem. Este mecanismo per-mite, no momento de exportar àquele país, incorporar na eti-queta os atributos essenciais destas carnes, certificadas pela USDA: sem hormônios, sem antibióticos, proteínas de origem animal não utilizadas, provenientes de animais ali-mentados a pasto, com sistema de rastreabilidade a campo e com adequado tratamento dos animais em termos de bem es-tar.

Resumo doprocesso uruguaioHistórico veloz: Mediante

assinatura de decreto-lei (tem força de lei) pelo Presidente da República (na época o atu-al Tabaré Vasquez), todos os terneiros nascidos em 2006 começaram a ser identifica-dos. Se estipulou a data de 30/06/2011 para que 100%

do rebanho (aqueles animais que nasceram antes de 2006 e ainda não tinham sido aba-tidos) e assim obtiveram cerca de 12 milhões de cabeças iden-tificadas e registradas.

O INAC (Instituto Nacio-nal de Carnes) teve papel im-portante na apresentação e promoção do modelo a outros países, totalizando a conquista, nestes últimos anos, de mais de 150 mercados.

O Uruguai nunca deixou de atender 100% da cota Hilton e ainda conquistou a cota 481, cota esta que destina cortes a UE com alto valor agregado e que somente 5 países tem acesso. Dentro destes 150 mercados, podemos incluir os USA e Coreia.

Processo transparente: O produ-tor faz a solicitação de elemen-tos e identificação e os recebe através dos correios. O Sistema controla o que cada produtor tem em estoque e disponibiliza os brincos de forma compatível com o número de matrizes. Há operadores de campo (pesso-as treinadas que tem o bastão para leitura dos números) que fazem a leitura dos animais e registram a mesma no sistema,

imediatamente antes de toda e qualquer movimentação de gado que ocorra no país. Animais que apresentarem qualquer tipo de problema com seu registro de in-formações, ou seja, perda da ras-treabilidade em qualquer etapa da vida, serão obrigatoriamente destinados ao mercado interno. Como no Uruguai houve uma compatibilização do sistema do Ministério da Fazenda com a Ganaderia, o SNIG (Serviço Nacional de Informação Gana-dera) conta com a delimitação de todas as propriedades rurais em polígonos por matrículas de campo (georreferenciamento), o que possibilita que toda a mo-vimentação de gado possa ser acompanhada através da visua-lização de mapas com os respec-

tivos fluxos de movimentação.O MGAP se responsabili-

za pelo controle dos brincos nos animais, através do sis-tema denominado SNIG. O Instituto de carnes assume a rastreabilidade a partir da chegada nos animais no fri-gorífico, através do sistema denominado “cajas negras”. Esse sistema garante mais transparência na relação dos produtores com os frigorífi-cos, já que o INAC se respon-sabiliza por registrar informa-ções pertinentes ao peso dos animais, rendimento, toalete, etc... no sistema, cujos pro-dutores tem acesso e podem acompanhar dados do abate de seus animais quase que em tempo real.

Comissão de técnicos e políticos brasileiros visitaram o Uruguai

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS6MELHORAMENTO GENÉTICO

Dando sequência aos tra-balhos que envolvem a 5º edição da Prova de

Avaliação a Campo (PAC) An-gus – Embrapa Pecuária Sul, iniciada em 26 de junho des-te ano, foi realizada no dia 5 de outubro a quarta pesagem dos animais em competição. Segundo o técnico da Associa-ção Brasileira de Angus, Luiz Walter Ribeiro, responsável pelo acompanhamento da pro-va, os trabalhos estão se enca-minhando bastante bem e os animais apresentam uma boa evolução. O ganho médio diá-rio da tourada aos 85 dias foi de 1,267 kg.

“Mesmo com diferentes pesos, é um lote muito equili-brado. Os desempenhos de ga-nho variam de indivíduo para indivíduo, com alguns manten-do uma curva de ganho mais regular”, avalia. E com rela-ção à pastagem, a condição do campo e oferta estão em sua plenitude. Luiz Walter observa que nenhum dos animais apre-sentou algum tipo de proble-ma neste período. Quanto ao manejo sanitário, na próxima pesagem, programada para o dia 3 de novembro, será aplica-do Ticson 3,5% e Fiproline do Laboratório Hertape.

A terceira pesagem ocorreu no dia 8 de setembro. Aos 58 dias de confinamento, os 19 reprodutores apresentaram um ganho de peso médio de 68 kg em relação à primeira pesagem, realizada em 13 de julho. Já em relação à segunda pesagem, realizada em 10 de agosto, aos 29 dias, o ganho de peso médio foi de 42 kg.

Luiz Walter Ribeiro desta-

Prova a Campo de Bagéca que os animais seguem ga-nhando peso acima do espera-do: “um ganho médio diário de 1,178 kg em relação ao início da prova, o que é bastante posi-tivo”. Ribeiro atribui este resul-tado à boa oferta de pasto no local, que está bem adaptado para suprir forragem aos touri-nhos. “A prova está muito bem este ano. Todo o lote em teste apresenta bom padrão racial, os animais foram bem escolhi-dos e só dois ficaram um pouco abaixo dos demais na média de ganho de peso até o momento”, informa o técnico.

MedicaçõesNa terceira pesagem, os

animais também foram me-dicados com Fiproline, um carrapaticida que protege por mais tempo. O medicamento foi obtido através de uma par-ceria com o Laboratório Her-tape, que também disponibili-zou o vermífugo Ticson. Este será aplicado em outubro, na quarta pesagem. O patrocínio do Laboratório Hertape a esta prova de avaliação se originou através de uma conversa du-rante a Expointer entre o téc-nico da Angus e o veterinário daquela empresa.

Ao contrario das edições anteriores do PAC, há uma pre-

visão de que os animais partici-pantes desta prova fiquem con-finados na Embrapa por mais 60 dias após o encerramento da avaliação, em dezembro. ”Este período tem por finalida-de deixar os touros em condi-ções semelhantes às que teriam se tivessem permanecido nas propriedades”, justifica Luiz Walter. Nesse sentido já foram feitos contatos com a empresa Supra, para fornecimento da alimentação para aquele perí-odo. E o técnico da Angus in-forma ainda que praticamente (95%) já dá para contar como garantido este patrocínio.

CorrigirdeficiênciasA Prova de Avaliação a

Campo (PAC) Angus da Em-brapa/Bagé é uma das me-todologias de avaliação mais completas do mundo. O des-taque é apontado pelo chefe adjunto administrativo da Em-brapa, Dr. Roberto Collares. Ele esclarece que por serem avaliações em ambiente natu-ral, mostram resultados bem diferentes daquelas realizadas em confinamentos.

“Os touros trabalham a campo, com sol, chuva, geada, e somente à pasto. Nestas con-dições naturais mostram suas

aptidões, produzindo um re-sultado real, fidedigno com as características de cada gené-tica”, explica Collares. Nesta fase de avaliação – observa ele - os touros já passaram pelo período de adaptação, e estão bem uniformizados. A adapta-ção é necessária porque como os animais vem de proprieda-des diferentes, com diferentes práticas de manejo e alimen-tação, todos tem que se adap-tar às condições impostas pela prova. “É a partir de agora que os touros começam a de-monstrar, com mais precisão, as características das várias genéticas das propriedades a que pertencem”, diz Roberto Collares.

Ele lembra também que a prova de ganho de peso (GMD) que faz parte dos parâmetros objetivos, representa apenas 40% da avaliação geral, não sendo a parte mais importan-te do teste. Os outros 35% dos parâmetros objetivos são para o GMD corrigido aos 550 dias, equivalente a mais 10% no to-tal do GMD, 20% para avalia-ção de carcaça por ultrassom, sendo 10% para área de olho de lombo e 10% para espes-sura de gordura subcutânea e 5% para perímetro escrotal, perfazendo 75% do teste. Os

outros 25% são para padrões subjetivos, sendo 10% para musculatura, 10% para o pa-drão racial e 5% para a sexu-alidade.

“Com estas avaliações o produtor pode corrigir as de-ficiências na sua genética, pois o PAC é uma ferramenta de tomada de posição para orien-tar o produtor. Esta é a grande contribuição que esta prova dá as propriedades e suas avalia-ções são irrefutáveis. Com isso os clientes dessas proprieda-des vão ter a certeza que os animais efetivamente apresen-tam todas estas características mensuradas cientificamente”, esclarece o chefe adjunto ad-ministrativo da Embrapa.

Evoluçãogenética “A PAC oferece subsí-

dios aos criadores, visando a evolução genética da raça”, sintetiza o presidente da An-gus, José Roberto Pires We-ber. “Pelo quinto ano estamos com esta importante parceria com a Embrapa, instituição com a qual temos o orgulho de compartilhar esforços, por exemplo, em trabalhos como a pesquisa de animais resistentes ao carrapato. E a participação de nossos criadores associados é de suma importância para a avaliação genética de nossos rebanhos e, consequentemente, para a evolução do Angus bra-sileiro”, ressalta Weber.

PropriedadesparticipantesAs propriedades que parti-

cipam dessa Prova de Avalia-ção a Campo da Embrapa para a raça Angus são: Cabanha Umbu, Fazenda Pé da Serra, Fazenda da Barragem, Estân-cia Santa Eulália, Estância Santa Thereza, Chalet Agrope-cuária, Cabanha Santa Nélia, Fazenda São João, Fazenda do Baú e Fazenda Santo Antônio da Briolândia.

ANÚNCIO

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS8MELHORAMENTO GENÉTICO

O maior interesse e efetivo envolvimento dos par-ticipantes do Curso de

Avaliadores do Promebo, reali-zado em Alegrete, RS, nos dias 14 e 15 de setembro, chamou a atenção dos organizadores desta edição. Promovido con-juntamente pela Associação Brasileira de Angus e a As-sociação Nacional de Cria-dores – Herd Book Collares/ Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Prome-bo), o curso reuniu mais de 35 participantes, e não foram somente técnicos, havendo um incremento importante da pre-sença de criadores de Angus, interessados em aperfeiçoar e entender melhor as avaliações de seus animais.

wPonteada pelo reprodutor “GAP N435”, da GAP Gené-tica, de Uruguaiana, RS, a ge-nética brasileira da raça Angus foi destacada pelo Sumário de Touros ANC – Herd Book Collares/Promebo 2015/2016, cuja publicação física foi dis-ponibilizada no estande da ANC, durante a realização da Expointer 2015, no parque Assis Brasil, em Esteio, RS. A publicação foi lançada ofi-cialmente na sede da ANC na Expointer, no dia 31 de agos-to. E dos 10 primeiros coloca-dos, somente três touros são importados, demonstrando o excelente desempenho dos re-produtores nacionais da raça.

As avaliações genéticas fo-ram realizados pelo Programa de Melhoramento de Bovinos

Curso de Avaliadores do PromeboO start, com apresentações

teóricas, ocorreu no Sindicado Sindicato Rural de Alegrete, durante o primeiro dia. A sem-pre atuante presidente do Con-selho Técnico da Angus, veteri-nária e selecionadora Susana Macedo Salvador, enfatizou a importância dos profissionais utilizarem os relatórios do Promebo em suas análises de campo. Ela também falou so-bre os objetivos da Angus com esse trabalho de incremento na preparação de técnicos e criadores para a realização de avaliações de animais.

Outras palestras bastan-te importantes, pelo enorme conhecimento técnico-teórico e especialmente de campo, foram desenvolvidas pelo re-presentante do corpo técnico da Angus junto ao Conselho Técnico da entidade, veteriná-rio Flávio Montenegro Alves, e pela consultora do GenSys, ge-neticista Fernanda Brito.

Coube à coordenadora do Promebo, veterinária Fernan-da Kuhl, detalhar os avanços do programa na área de sele-

ção genética e apresentar o novo Sumário de Touros Angus, lançado durante a Expointer. Fernanda igualmente explicou como os avaliadores devem trabalhar com o Sumário, con-siderado como uma ferramenta

indispensável. À tarde, o pecu-arista Luiz F. Costa Filho, da Fazenda Querência, deu seu de-poimento sobre como utiliza o Promebo na propriedade e des-tacou os benefícios que ele traz ao aperfeiçoamento da criação.

Já no segundo dia do cur-so, os trabalhos prosseguiram, com apresentações e simula-ções práticas com animais na Cabanha Santo Antão (leia-se Dr. Flávio Alves), em Alegrete. Os profissionais aproveitaram a oportunidade para avaliar os exemplares da raça Angus dentro do escopo do Prome-bo, quando sendo submetidos a teste dos conhecimentos adquiridos no curso. Os parti-cipantes aprovados receberão certificado, que lhes permitirá integrar o time de “Avaliado-res do Promebo” que traba-lham com a raça Angus.

Genética nacional brilha no Sumário de Tourosde Carne (Promebo), com su-porte técnico da GenSys. E re-úne informações de 748 touros pais, sendo 545 com avaliação completa na desmama e no so-breano e 203 com avaliação somente na desmama, com produção a partir de 2009 e com, pelo menos, 20 filhos avaliados.

Segundo a coordenadora do Promebo, veterinária Fer-nanda Kuhl, que já havia rea-lizado uma apresentação à im-prensa durante lançamento da Angus na Expointer, em almo-ço em Porto Alegre, no dia 11 de agosto, o Sumário de Touros busca orientar criadores e in-vestidores sobre a melhor es-colha na hora de optar por um reprodutor.

A avaliação é baseada em

uma base histórica de dados de mais de 300 mil animais dis-tribuídos em cerca de 400 re-banhos no país. “A cada ano, o trabalho está melhor. Estamos na 25ª edição com um cresci-mento interessante no número de animais avaliados e ingresso de novos touros na publicação. Isso comprova a preocupação dos criadores em selecionar e usar da melhor forma os resul-tados gerados pelo programa”, acredita Fernanda.

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Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS10MELHORAMENTO GENÉTICO

Com foco na qualificação da seleção de touros An-gus no Brasil, visando

valorizar a genética nacional e seus reprodutores multipli-cadores de genética da raça, a Associação Brasileira de Angus, a Associação Nacio-nal de Criadores “Herd-Book Collares” (ANC) Promebo, e as centrais Alta Genetics (Uberaba, MG) e Progen (Dom Pedrito, RS), assina-ram, em 22 de agosto, um convênio para a realização do Teste de Progênie Angus 2015. A solenidade foi rea-lizada logo após o Desfile de Touros da Alta/Progen, em Dom Pedrito, RS, na presen-ça de técnicos e dirigentes das entidades do setor e de mais de 600 pecuaristas.

O presidente da Angus, José Roberto Pires Weber, enfatizou a importância da parceria para os criatórios brasileiros que, segundo ele, em alguns anos, terão resul-tados precisos sobre touros jovens nacionais de alta per-formance para utilização em seus plantéis. “É um trabalho meticuloso e que precisa ser feito para assegurar a evolu-ção da qualidade genética do rebanho brasileiro no futu-ro”, avaliou o dirigente.

O Teste de Progênie Angus avalia a capacidade reprodu-tiva dos touros levando em consideração seus descenden-tes, e permite catalogar uma série de informações como taxa de prenhez e dados téc-nicos de desempenho – DEPs. O objetivo é reunir dados que gabaritem os reprodutores de forma a nortear o trabalho

Teste de progênie garante o futuro

dos criadores que utilizam o sêmen em Inseminação Ar-tificial. Atualmente, a maior parte do sêmen Angus usado no Brasil é importado, devido à carência de touros brasilei-ros provados. Para dar anda-mento ao teste, a equipe con-ta com a coordenação técnica da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha, em conjunto com o diretor do Departamento Técnico da Progen, Fábio Barreto e com o apoio institucional e técni-co da Associação Brasileira de Angus, do Promebo e da Embrapa. O teste consiste na avaliação dos descendentes dos reprodutores jovens. E na avaliação da raça Angus de 2015, serão testados seis touros jovens – cinco pretos e um vermelho.

Seleção pelo PromeboA escolha dos touros jo-

vens para o teste é realizada em função de dados técnicos e do desempenho dos ani-mais na avaliação genética do Promebo. Para tanto, são elencados os animais com os melhores índices (DEPs) em sua geração. Atualmente, o Promebo publica a relação dos melhores touros jovens Angus (de 2 anos) no Sumá-rio de Touros da raça.

Para a presidente do Con-selho Técnico da Angus, vete-rinária e selecionadora Susa-na Macedo Salvador, “a meta é identificar precocemente reprodutores nacionais me-lhoradores para os rebanhos e obter dados confiáveis so-bre seu mérito genético, o que é de importância fundamen-tal para os usuários da raça em todo o Brasil”.

Na ExpointerNo dia 3 de setembro,

durante a Expointer, foi rea-lizada reunião que marcou o início dos trabalhos do Teste de Progênie. Estiveram pre-sentes criadores interessados

em participar e colaborar com o teste, e Susana Mace-do Salvador voltou a ressal-tar a importância deste tra-balho, lembrando que, para que todos se beneficiem dos resultados do estudo, é pre-ciso o comprometimento dos diferentes elos envolvidos.

Na ocasião, o técnico da Angus Fernando Velloso, di-retor da FF Velloso & Dimas Rocha, apresentou um pou-co do histórico do teste, que já foi realizado nos anos de 2007 e 2009, e detalhou os critérios para seleção dos touros participantes, bem como o funcionamento do teste.

SeleçãoO Teste de Progênie Angus

2015 seguiu avançando em setembro, com a revisão dos touros jovens aptos a parti-cipar da seleção. Após a Ex-pointer, a Assessoria FFVello-so & Dimas Rocha e o técnico Fábio Barreto, se lançaram a campo para análise dos reprodutores, avaliando ani-mais em propriedades em Cascavel (PR), e Santa Vitó-ria do Palmar, Pelotas, Cerri-to, Dom Pedrito, Livramento,

Quaraí, Alegrete, Uruguaiana e Júlio de Castilhos (todas no RS). Dos 50 touros elencados para participação, 33 foram revisados, sendo escolhidos os seis participantes (cinco com pelagem preta e um com pelagem vermelha).

Por ter mais facilidade de obter retorno de informações, a avaliação de 2015 será fo-cada em touros PO que te-nham em sua genealogia pais com pelagem preta. No final, os seis touros serão enviados à Central de Inseminação, em Dom Pedrito, RS. Inicialmen-te, cada animal terá 500 do-ses de sêmen coletadas para fins de Teste de Progênie, que serão utilizadas em rebanhos pré-definidos, formado por matrizes registradas e inte-grantes do Promebo, além de ter sua progênie controlada pela equipe da Alta/Progen. Em seguida, outras duas mil doses de cada animal serão comercializadas especial-mente para utilização em cruzamento industrial.

O comitêPara acompanhar o anda-

mento do Teste de Progênie Angus, já aderiram ao comi-

tê, ainda em formação, cria-dores da Cia Azul, Cabanha São Xavier, Cabanha Santa Cecília, Cabanha Santo An-tão, Cabanha dos Tapes, GAP Genética, Estância Santa Thereza, o técnico da Angus Antonio Francisco Chaves Neto (o Toninho), além de representantes do Promebo e do Conselho Técnico da An-gus. As doses serão distribu-ídas para criadores usuários do Promebo. A previsão, con-forme o diretor da Progen, Fábio Barreto, é que os pri-meiros resultados sejam co-nhecidos em maio de 2017, com a análise de desmame. E no início de 2018, já estarão sendo tabulados os dados de sobreano.

“Nosso objetivo é valori-zar a genética nacional. Hoje há pouca oferta no mercado de touros Angus nacionais provados, frente à uma de-manda expressiva dos criado-res pela raça. Para abastecer esse mercado, precisamos de sêmen de touros efetivamente provados”, assegurou Fábio Barreto.

Touros selecionadosOs touros selecionados

para o Teste de Progênie An-gus 2015 são Santo Antão RG 0167465, Tradição Azul RG 0171700, São Xavier RG 0184509, Rio da Paz RG 0171120, Tradição RG C372896 e Cantagalo RG 0169670.

O convênio reúne a Angus, ANC / Promebo e as Centrais Alta Genetics e Progen

Fernando Velloso

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Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS12CARNE

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Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS14

OPINIÃO

Conhecer a cadeia da carne dos Estados Unidos é um verdadeiro curso intensi-

vo de pecuária que recomendo a todos os pecuaristas e envol-vidos no setor, especialmente àqueles que têm vontade de fa-zer mais do que o comum. Este é o principal propósito do Beef Tour ABS Pecplan.

Todos os anos, procuramos apresentar toda a cadeia da carne. Mostramos fazendas de seleção genética, rebanhos comerciais, central de coleta de sêmen, associações de raça, programas de carne, entidades de pesquisa (como Universida-des), confinamentos, frigorífi-cos e até mesmo a boutique de carne. Rodamos todas as regi-ões de importância pecuária dos Estados Unidos.

Obviamente, temos que le-var em consideração o que é possível colocar em prática dentro da realidade de cada um. Precisamos ser críticos, usar o bom senso e selecionar o que podemos aproveitar. Mas gostaria de discutir alguns fa-tos e conceitos que pude ver e constatar pessoalmente, com foco em seleção genética.

Primeiramente, o que cha-

EUA: Curso intensivo de pecuáriama a atenção é que, normal-mente, os proprietários ‘vivem’ a sua pecuária: eles que tra-balham na fazenda, conhecem suas vacas, dependem direta-mente do seu negócio. Isto faz toda a diferença quando anali-sam o que realmente é impor-tante. Por exemplo, tudo tem que ser muito prático e fácil de fazer, buscando o mínimo de trabalho extra, pois quem terá que realizar esta tarefa é o próprio produtor. Assim funciona para o cuidado dos animais: fazer bem feito, de maneira simples e fácil, mas, principalmente, com resulta-dos positivos, com eficiência de produção.

Na prática, por exemplo, não se admite o uso de touros sem facilidade de parto, pois quem irá partejar vacas é o próprio dono. Geneticamente falando, valoriza-se muito a genética que reduz problemas, ou seja, a vaca deve emprenhar com facilidade, ser fértil, pa-rir sem auxílio, desmamar um bom terneiro, não apresentar problemas de patas e úbere e ter facilidade de mantença, ou seja, não ser exigente para manter condição corporal e, assim, reconceber para seguir no rebanho: longevidade é im-portante.

Ao mesmo tempo, o ter-neiro desmamado deve ter alto desempenho para sair “pronto” o quanto antes. Ele tem que ganhar o máximo de peso no menor tempo possível e precisa apresentar eficiência alimentar, pois o custo da co-

mida impacta muito o negócio. Mais do que isto, a carcaça produzida tem que atender a demanda do mercado de carne de qualidade. O frigorífico quer um contrafilé de alta qualida-de (peça mais valorizada e co-mercializada), com toda a sua avaliação na Área de Olho de Lombo (AOL). São analisados: tamanho, formato, coloração, marmoreio e espessura de gor-dura externa.

Veja que várias caracterís-ticas acima mencionadas são antagônicas, ou seja, a genética de uma vaca de fácil mantença é bem diferente da genética de alto desempenho que exigimos do seu terneiro. A genética de facilidade de parto, com baixo peso ao nascer, é inversamente proporcional à carcaça gran-de, pesada que queremos. Uma vaca que precisa ser eficiente a campo, com fertilidade, é dife-rente de um animal com alto ganho de peso que desejamos.

Sabendo disso, os criadores entenderam rapidamente que o único caminho é a avaliação

genética, onde encontramos diversos animais que conse-guem atender às exigências de características antagônicas. Mais ainda: os criadores acre-ditam na avaliação genética e utilizam como critério de sele-ção de suas vacas e touros. A confiabilidade da informação é unânime. Muitos dados são analisados anualmente, por isso que funciona.

O americano é muito prá-tico. Quando escolhem o touro a ser utilizado em suas vacas, seja em monta natural ou inse-minação artificial, com a infi-nidade de opções encontradas no mercado, o principal crité-rio é a avaliação genética. O produtor busca a genética que entrega as características que ele busca.

Em 90% das fazendas dos Estados Unidos, o primeiro serviço das novilhas é entre 14 e 15 meses de idade, a taxa de prenhez é acima de 90% e a idade máxima de abate é até os 20 meses. Vaca magra é sinô-nimo de maus tratos ou revela

um animal doente. Aliás, o bem estar animal é realidade, con-forme suas instalações e mane-jo. Olhando para os animais se enxerga saúde e vitalidade.

Vaca falhada é descarte. Não há segunda chance, como em muitos casos no Brasil. Beleza animal e padrão racial também são importantes, mas secundários. Os produtores vi-vem de vender quilos, não de cabeça bonita, inserção de cola ou simplesmente um animal “bonito”. Produção é mais im-portante. O conceito de beleza está na funcionalidade do ani-mal.

Por isso, quanto aos nú-meros da pecuária americana, existe uma grande evolução da produtividade. A popula-ção bovina atual é igual à po-pulação da década de 1950, porém a produção de carne é o dobro daquela época. Certa-mente isto foi conseguido com melhores técnicas de manejo, nutrição e sanidade, mas, fun-damentalmente, com melhora-mento genético!

Todos aqueles que traba-lham com seleção genética deveriam conhecer o rebanho americano, entender como são selecionadas as vacas e os touros e como a avaliação genética é utilizada a favor da pecuária como um todo. Sem dúvidas, seria de grande valia para a pecuária brasileira.

É importante ressaltar que essa genética, que entra em primeiro serviço aos 14/15 meses de idade, produz carca-ças acima de 380 quilos, com carne de qualidade e vacas efi-cientes a campo. E esta gené-tica está disponível a todos os brasileiros e é massivamente utilizada via inseminação arti-ficial, ou seja, temos potencial para alta produtividade. Uma oportunidade para quem, as-sim como os americanos, busca incessantemente maior desfru-te e maior rentabilidade.

Por Marcelo Selistre

Médico Veterinário, gerente de Produto Corte Europeu da ABS Pecplan

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Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS16

OPINIÃO

Este ano a Associação Brasileira de Angus, o Promebo® e a Embrapa

vão apoiar o Teste de Progê-nie com animais da raça An-gus, que será realizado pelas centrais Alta Genetics/Progen. Mesmo que, nesta edição, o teste será realizado por em-presas privadas, este é o quinto teste de progênie realizado na raça Angus, onde touros testa-dos nas edições anteriores se consagraram como bons re-produtores da raça, com filhos avaliados em vários rebanhos. Porém, nem todos os touros testados desempenharam tão bem e, em função disto, vêm à tona questionamentos se vale a pena testar animais jovens e os benefícios de participar como usuário/avaliador desta gené-tica em teste. Pretendemos, com este artigo, demonstrar os benefícios da utilização de touros jovens em programas de melhoramento genético.

Vale a pena testar animais jovens? Sim! Testes de progê-nie são essenciais em progra-mas de melhoramento genéti-co, pois permitem alavancar os ganhos reduzindo os interva-los entre gerações. E se existe progresso genético dentro dos programas, é altamente pro-vável encontrar filhos ou ate netos de touros com maior mérito genético do que seus progenitores. Muitos progra-mas utilizam esta ferramenta, como a ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pes-quisadores), que realizou um estudo comparando três touros Nelore, com alta acurácia, que constavam em seu sumário do ano de 2013, com três touri-nhos jovens que participaram do Teste de Progênie em 2009. Ficou constatado que animais jovens tiveram um ganho de 1,1 kg por geração e um re-torno econômico médio de R$

Teste de Progênie vale a pena participar?1.153,63 (R$ 794,05 a mais do que utilizando os touros com alta acurácia).

O produtor usuário do Pro-mebo®, de uma maneira geral, utiliza touros Jovens? Não! Isto pode ser observado através da idade média dos touros lis-tados no Sumário 2015/2016, que é de 16 anos, ou seja, o criador prefere utilizar touros com um número considerável de filhos avaliados, e por con-sequência com alta acurácia, do que animais mais jovens, com acurácia baixa. Conside-rando que a vida média de um touro em central é de 12 anos, estão sendo utilizados, nos re-banhos avaliados, genética de touros que já morreram e que provavelmente possuam filhos, no mercado, geneticamente superiores a eles. Em contra-partida, quando observamos a idade média dos touros classi-ficados com Deca 1 para Índi-ce Final no Sumário (INDF) (figura 1), 68% deles possuem menos de 12 anos. Indican-do que, de certa forma, estão sendo utilizados touros jovens, mas não com a intensidade de-sejada.

Com o uso de touros mais velhos, é possível obter pro-gresso genético nos rebanhos avaliados? Sim! Confirmando o que dissemos acima, pode-mos afirmar que 68% dos tou-ros classificados como Deca1 para INDF tem idade inferior a 12 anos, ou seja, são animais que provavelmente estão “em atividade” e que levam a raça a progredir geneticamente. Di-ferente dos touros com Decas mais elevadas, que tendem a ser mais velhos (figura 2), e que podem já ter sido animais superiores, mas com o progres-so genético, estes acabaram sendo superados por animais mais jovens com maior mérito genético.

Touros jovens sempre serão superiores aos seus progenito-res? Nem sempre. Existem ca-sos onde os touros jovens não são superiores aos seus pais, porém esperamos que isto não

ocorra na maioria das vezes. Comparando o mérito genético dos touros pais com os touros filhos destes nas Decas 1, 2 e 3 para INDF, foi observado que os filhos Deca 1 foram supe-riores, em média, 4 pontos no INDF em relação ao touro pai. Já nos filhos Deca 2 e 3 esse progresso foi de 1,1 e 0,38 res-pectivamente. E isto é o pro-gresso genético da população, através das gerações. Outro fato relevante é que 70% dos touros Deca 1 são filhos de

touros classificados com Deca 1, 2 e 3 para INDF.

O progresso genético exis-te, entretanto são necessárias decisões quanto à intensidade que queremos este progresso. Produtores que acreditam nos programas de melhoramento genético devem, sim, participar dos Testes de Progênie, pois es-ses testes trarão ganhos para os rebanhos participantes, com a obtenção de uma genética de ponta por um preço acessível, gerando animais mais produti-

vos dentro do nosso ambiente, e para toda a cadeia da carne que, afinal de contas, este é o nosso produto final, a carne de qualidade superior. E para che-gar nele, precisamos produzir com qualidade e rentabilidade. Informe-se. E participe!

Fernanda N. Kuhl – Médica Veterinária – Coordenadora Promebo®

Nathanael R. Montanez - Médico Veterinário – Estagiário Promebo®

Por Fernanda N. Kuhle Nathanael R. Montanez

Figura 1: número de touros em cada uma das deca’s e quantidade de touros com menos de 12 anos nas respectivas deca´s.

Fonte: Sumário de touros ANC/Promebo® 2015/2016 – Aberdeen Angus & Brangus.

Fonte: Sumário de touros ANC/Promebo® 2015/2016 – Aberdeen Angus & Brangus.

Figura 2: idade média dos touros em cada uma das deca’s.

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS18REPORTAGEM

Nome Telefone E-mail Cidade/ Estado

Adevolmir Lima da Silva (49) 3018.2001/ 8839.7790 [email protected] Lages/ SCAristorides Tadeu Ribeiro de Melo (49) 9146.5455 [email protected] Lages/ SCAntonio Francisco Chaves Neto (43) 3275.1811/ 9972.0309 [email protected] Arapongas/ PRDimas Rocha (51) 99043356 [email protected] Viamão/ RSFábio da Silva Azeredo (53) 9946.6031 [email protected] Bagé/ RSFernando Furtado Velloso (51) 3392.6502/ 9835.8100 [email protected] Porto Alegre/ RSFlávio Alves (55) 3422.7595/ 9974.3024 [email protected] Alegrete/ RSIvan Pedro Verdi Guazzeli (54) 9117.0773 [email protected] Vacaria/ RSJoel Rocha Scroferneker (51) 3724.2495/ 9975.1985 [email protected] Cachoeira do Sul/ RSJosé Carlos Guasso (51) 9748.3341 [email protected] Cachoeira do Sul/ RSJosemim de Lima Guerreiro (55) 3431.1835/ 9977.6644 [email protected] São Borja/ RSLuiz Sérgio Santos de Faria (53) 3225.3805/ 8414.9065 [email protected] Pelotas/ RSLuís Augusto Copetti (45) 9972.3425 [email protected] Cascavel/ PRLuiz Walter Leal Ribeiro (55) 9112.3916/ 9906.1472 [email protected] / [email protected] S. do Livramento/RSPedro Adair Fagundes dos Santos (51) 9837.6501/ (55) 9969.1464 [email protected] Sto Ant. da Patrulha/ RSRenato Paiva (55) 9977.7281/ 3411.5403 [email protected] Uruguaiana/ RSRednilson Morelli Góis (17) 3224.3366/ 99201.9181 [email protected] São José do Rio Preto/ SPTito Mondadori (34) 8866.7797 [email protected] Uberlândia/ MG

CADASTRO DOS TÉCNICOS ANGUS 2015

Nascido em Uruguaiana, RS, fronteira gaúcha com a Argentina, de onde nun-

ca arredou pé, Benedito Ferrareli acompanhou os primeiros passos da, então púbere, Associação Bra-sileira de Angus – fundada em 1963 por um restrito grupo de criadores - e atuou de forma qua-se anônima, sempre no setor ad-ministrativo da entidade, organi-zando os rumos da Angus por 33 anos ininterruptos. Ele trabalhava no escritório de Antonio Martins Bastos Filho (o Dr. Antoninho Bastos), e tendo sido este um dos fundadores da Associação Brasi-leira de Angus, passou a atender também a então nova entidade.

Hoje com 75 anos, este grande colaborador ainda presta serviços de assessoramento e se mantém em contato pessoal e de trabalho com a família do agroempresário Antonio Martins Bastos Filho, proprietário da Cabanha São Bi-biano, localizada no mesmo muni-cípio. O seu casamento com Geluci Luiza Colpo Ferrareli marca no calendário 53 anos. Desta união nasceram os seus dois filhos, Ana Lúcia e Júlio Cezar, e o resultado são os três netos: Amanda, Ma-thaus e Camila.

Uma celebridade

Ferrareli: 33 anos dedicados à AngusCuriosidade interessante é o

fato de Ferrareli ainda se sur-preender quando alguma pessoa o reconhece e vem ao seu encon-tro para conhecê-lo pessoalmen-te e prosear e ter a oportunidade de ouvir histórias e causos de tempos mais antigos, e por cer-to envolvendo de algum modo a raça Angus. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o jovem vete-rinário e atual gerente nacional do Programa Carne Angus Cer-tificada, o Dr. Fabio Medeiros, que deparou-se com Ferrareli no remate Selo Racial. “Eu fiquei emocionado em ter a oportuni-dade de conversar pessoalmen-te, e poder agradecer a ele tudo que ele fez pela raça Angus, que não foi pouco”, sintetizou Fa-bio (também selecionador de Angus), para quem Ferrareli é uma verdadeira celebridade, ca-muflado por sua simplicidade na história da raça Angus no Brasil.

O fato é que com a persona-lidade afável e sua importância para tantas famílias que se dedi-cam à pecuária Angus, Ferrareli valorizou o que, como ele mesmo confessou, nem conhecia, e com sua dedicação acabou por an-gariar respeito e reverência de muita “gente importante”. Um

exemplo de humildade e com sotaque característico do gaú-cho fronteiriço, justifica que há tempos conhecia pouco ou quase nada sobre a raça Angus. “Pois meu trabalho era no escritório, sou técnico em contabilidade e tinha pouco tempo para estar próximo destes animais”, conta ele, e ao mesmo tempo se referiu a Flávio Bastos Tellechea que, numa ocasião, praticamente o intimou a ir a campo e conhecer de perto a hoje famosa raça eu-ropeia de origem britânica.

Sempre nos bastidoresEm 1965, quando ingressou

formalmente na Associação, era

então presidente Flávio Bastos Tellechea - e a sede instalada no município de Uruguaiana, onde ficou por muitos anos, sen-do este o cenário inicial onde a raça Angus dava passos decisi-vos para chegar ao momento atual - há dois anos o sêmen Angus é o mais vendido no Bra-sil, além do sucesso do cobiçado Programa Carne Angus Certifi-cada. Pois Ferrareli teve grande parte da responsabilidade, com seu trabalho organizacional de “bastidores”, pelo atual está-gio porque passa a Associação. “No meu tempo o cargo que eu ocupava tinha o nome de diretor administrativo sendo que, atual-

mente, é chamado de secretário executivo. Mas isto é secundário, o mais importante é que pude auxiliar no aprimoramento da nossa Associação”, diz com sin-cera naturalidade.

Somada as suas inúmeras ta-refas diárias, Ferrareli encontrou tempo para realizar uma outra atividade, que é a de presidir o Lar da Velhice São Vicente de Paulo, em Uruguaiana. A sua adminis-tração junto aos idosos iniciou em 1987 e se estende até hoje, ele como presidente da instituição e a sua esposa como vice. O que passa por suas mãos parece mesmo du-rar por muito tempo...

A palavra que, talvez, seja a melhor para falar da persona-lidade e dos feitos de Benedito Ferrareli em prol da Angus, seja mesmo gratidão. Ao final da en-trevista, Ferrareli fez questão de deixar uma mensagem: “que-ro aproveitar a oportunidade e mandar um abraço, carinho e estima a todos que tive o privi-légio de conhecer nestes anos de atividades junto à Associação Brasileira de Angus”, resumiu, confirmando, assim, sua enorme modéstia, simplicidade e impor-tante dedicação pela Angus e seus criadores.

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Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS20EXPOSIÇÕES

A raça Angus encerrou a Expointer 2015 com alta de 54,58% na comercia-

lização de animais em relação à mostra de 2014. A fatura total nesta Expointer para a Angus foi de R$ 2 milhões. O ponto alto foi a comercializa-ção da Feira da Novilha, que superou R$ 1,5 milhão, com a venda de 882 animais, aumen-to em 68% a movimentação. A estimativa é que R$ 1,12 mi-lhão refira-se especificamente a animais da raça Angus. A média por quilo das novilhas penhas de R$ 6,66 superou as expectativas. Resultado ex-celente também foi obtido nas terneiras, cotadas em R$ 6,87 o kg vivo.

O leilão de gado rústico An-gus igualmente teve crescimen-to de negócios, acompanhando

tendência de valorização de animais criados a campo. Ao todo, foram negociados 33 bo-vinos por um total de R$ 215,5 mil, numa alta de 28,9%. O destaque foram as fêmeas PO que atingiram média de R$ 5,2 mil.

Nos remates particulares, destaque para o Leilão da Re-conquista Agropecuária, que movimentou R$ 2,3 milhões (incluindo Angus e cavalos Crioulos). A média dos animais Angus ficou em R$ 62.700,00. A grande campeã da Expolon-drina (Reconquista TE2068

Tina Density Quebracho) foi negociada por R$ 208 mil, valor recorde da raça na Ex-

pointer 2015. No Leilão Ca-tanduva, uma terneira atingiu valorização de R$ 60 mil.

Bom momentoPara o presidente da An-

gus, José Roberto Pires Weber, os números confirmam o bom momento que a raça Angus vive no País. “As altas médias dos ventres Angus na Expoin-ter indicam que o agropecua-rista brasileiro está disposto a investir em genética de quali-dade e na ampliação de seus rebanhos Angus”, avaliou, acrescentando que “nossa car-ne é reconhecida internacional-mente pela alta qualidade, e a genética dos animais apresen-tados na Expointer justifica essa posição, devido ao alto nível dos ventres e touros que participaram do julgamento morfológico de 2015”.

O crescimento geral da raça Angus, tanto nas vendas como especialmente na qualificação

Por Eduardo Fehn Teixeira

Negócios em alta

Quem experimenta carne de qualidade não aceita mais carne dura e sem sabor

genética também foi observa-do pelo jurado argentino que atuou este ano na escolha dos campeões. Carlos Ojea notou um avanço substancial dos exemplares expostos na Ex-pointer em comparação com animais apresentados nos últi-mos anos.

Angus@newS Setembro/Outubro de 201521

EXPOSIÇÕES

Os grandes campeona-tos de machos e de fê-meas de argola foram

conquistados este ano por duas consagradas cabanhas de Uruguaiana, na Fronteira Oeste gaúcha, localidade tida como o berço da raça Angus no Brasil e onde foi fundada a Associação Brasileira de Angus há mais de 50 anos. Nos machos, levantou o co-biçado título a tradicionalís-sima Cabanha São Bibiano, de propriedade de Antônio Martins Bastos Filho (o Dr. Antoninho, como é conhecido no meio), um dos fundado-res da Associação Brasileira de Angus, em 1963, ex-pre-sidente da entidade e jurado internacional da raça. E nas fêmeas, o grande campeonato ficou com a Cabanha Rincon Del Sarandy, de Cláudia Silva e os filhos Ignácio e Martin Silva Tellechea, de Uruguaia-na, que tem como parceira na propriedade do animal a Fazenda SR, de Montenegro, RS. O grande campeonato de machos ficou para o touro

Berço da raça faz bonito

São Bibiano 7351 Verdadero e o grande campeonato de fê-meas com a vaca Rincon Mi-longaTE2025 Del Sarandy.

“Este título tem um sig-nificado bastante importante para nós, porque chega num momento em que a Angus está no ápice entre as raças de corte no País, o que com-prova a qualificação da linha

de seleção e da genética São Bibiano”, comemorou An-toninho Bastos, observando que é mesmo uma enorme satisfação voltar a vencer na Expointer. A faixa de grande campeão foi entregue na pis-ta pelo então governador em exercício e selecionador de Angus, José Paulo Dornelles Cairoli.

Já Ignacio Tellechea, da Rincon Del Sarandy, atribuiu a vitória ao fato de “Milon-ga” ser uma fêmea comple-ta. “Foi o terceiro ano que trazemos essa fêmea à Ex-pointer. Ela foi reservada de grande campeã na Exposição de Uruguaiana. Agora irá se aposentar das pistas e vai ser doadora de embriões. É exa-tamente o tipo de gado que a gente busca, um animal mui-to costeludo”, observou Telle-chea.

O criador Roberto Ma-chado, da Fazenda SR, ficou bastante emocionado com a vitória. “Investimos nesta fê-mea há dois anos, comprando 50% do animal em leilão. E agora vejo que o investimen-to foi certeiro. Vamos usá-la para a coleta de embriões”, avaliou.

O título de reservado de grande campeão foi para o touro Maya 310 Incrível Eleutério Fortuna, da Cabana da Maya, de Bagé, RS, pro-priedade de Zuleika Torreal-ba, que também levou o títu-lo de terceiro melhor macho, com o terneiro Maya Fiv431

Kevin Candelero. A reservada de grande

campeã foi a fêmea LC Are-na TEA342 Cumbiero, apre-sentada pela Cabanha da Corticeira, de Luiz Anselmo Cassol, de São Borja, RS e da Safron Agropecuária, de Capim Branco, MG. E o títu-lo de terceira melhor fêmea ficou com Ciaazul Nevasca Te2379, de Sérgio Malheiros da Fonseca, da Estância Gua-rita, de Alegrete.

Segundo o jurado argen-tino Carlos Ojea Rullán, os touros finalistas eram todos muito bons, funcionais e car-niceiros. O critério de desem-pate para definir o grande campeão foi a suavidade da paleta, o que é uma carac-terística importante para facilitar o nascimento dos terneiros. Segundo ele, que há anos não julgava a Angus na Expointer, houve um avan-ço significativo nos animais apresentados em pista. “Fi-quei muito impressionado”, admitiu, reforçando a quali-dade dos animais de argola e dos rústicos que julgou em Esteio. >>>

Também durante a Ex-pointer 2015, a Associação Brasileira de Angus lan-çou o primeiro espumante Angus do Brasil. Depois do sucesso do vinho Tan-nat também com a marca Angus, agora é a vez do espumante. A iguaria Ex-tra Brut foi apresentada durante coquetel de entre-ga de prêmios aos grandes campeões da exposição, re-alizado no estande da raça no Parque de Exposições Assis Brasil.

Espumante Angus

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS22EXPOSIÇÕES

DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DE ARGOLA DA EXPOINTER 2015MACHOSGrande CampeãoNome: SAO BIBIANO 7351 VERDADEROTat: 7351 Registro: O165840 DENTE: 2 Nasc: 10/05/2013 Idade: 844 Dias - 28 meses Peso: 946 ALT: 1,39 Perímetro Escrotal : 41 Ponderal: 1120Pai: RUBETA 5292 VERDADERO TE Mãe: SAO BIBIANO LITUANIA 06688 Criador: ANTÔNIO MARTINS BASTOS FILHOExpositor: ANTÔNIO MARTINS BASTOS FILHOEstabelecimento: CABANHA SAO BIBIANO Cidade: URUGUAIANA /RS

Reservado Grande CampeãoNome: MAYA 310 INCRIVEL ELEUTERIO FORTUNATat: 310 Registro: O160345 DENTE: 6 Nasc: 01/10/2012 Idade: 1065 Dias - 35 meses ALT: 1,42 Peso: 1085 Perímetro Escrotal : 46,5

Ponderal: 1020Pai: MAYA 97 ELEUTERIO BRIGADIER CAMELIA Mãe: MAYA TE147 FORTUNA FUNDADOR AC110 Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBAExpositor: ZULEIKA BORGES TORREALBAEstabelecimento: CABANHA DA MAYA Cidade: BAGE /RS

Terceiro Melhor MachoNome: MAYA FIV431 KEVIN CANDELEROTat: FIV431 Registro: O181864 DENTE: DL Nasc: 10/11/2014 Idade: 295 Dias - 9 mesesAOL: 69,80 EGS: 9,90 P8: 9,40 ALT: 1,15 Peso: 390 Perímetro Escrotal : 32 Ponderal: 1320Pai: TRES MARIAS 8155 CANDELERO Mãe: MAYA 58 DOMINGAS Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBAExpositor: ZULEIKA BORGES TORREALBAEstabelecimento: CABANHA DA MAYA Cidade: BAGE /RS

FÊMEASGrande CampeãNome: RINCON MILONGA TE2025 DEL SARANDYTat: TE2025 Registro: O160179 DENTE: 6 Nasc: 26/07/2012 Idade: 1132 Dias - 37 meses ALT: 1,29 Peso: 706 Est. Gest.: Prenha Ponderal: 620Pai: TRES MARIAS 8155 CANDELERO Mãe: RINCON FAVORITA TE1592 DEL SARANDY Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDYExpositor: ROBERTO MACHADO E RINCÓN DEL SARANDYEstabelecimento: CABANHA RINCON DEL SARANDY Cidade: URUGUAIANA /RS

Reservada Grande CampeãNome: LC ARENA TEA342 CUMBIEROTat: TEA342 Registro: O168317 DENTE: 4 Nasc: 16/02/2013 Idade: 927 Dias - 30 meses ALT: 1,30 Peso: 744 Est. Gest.: Prenha Ponderal: 800

Pai: TRES MARIAS CUMBIERO 8565 Mãe: QUIMERA Q116 DA CORTICEIRA TEI Criador: LUIZ ANSELMO CASSOLExpositor: SAFRON AGROPECUÁRIA LTDAEstabelecimento: FAZENDA CAPIM BRANCO Cidade: CAPIM BRANCO /MG

Terceira Melhor FêmeaNome: CIA.AZUL NEVASCA TE2379Tat: TE2379 Registro: O172381 DENTE: DL Nasc: 25/07/2013 Idade: 768 Dias - 25 mese s ALT: 1,35 Est. Gest.: Prenha Peso: 702 Ponderal: 910 Pai: DON JOSE 176 LIDER 6204 TE Mãe: CIA.AZUL 0983 P.MIND PANCHO 444 Criador: SUSANA MACEDO SALVADORExpositor: SERGIO MALHEIROS DA FONSECAEstabelecimento: ESTANCIA GUARITA Cidade: ALEGRETE /RS

Novidade em avaliação de carcaçasUma novidade para a avalia-

ção de carcaças foi apresentada na reunião da comissão da bo-vinocultura de corte da CNA na Expointer 2015. No dia 31 de agosto o professor da Unicamp, Sergio Pflanzer falou sobre um novo modelo de classificação de carcaças desenvolvido por aquela universidade. Segundo ele, a ideia é simplificar e ampliar a adesão ao processo que deverá conside-rar características quantitativas e qualitativas da carcaça.

Terceiro Melhor MachoGrande Campeão

Grande Campeã

Reservado de Grande Campeão

Reservada de Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea

A novidade chamou a aten-ção do presidente da Associação Brasileira de Angus, José Rober-to Pires Weber, do vice-presidente Wilson Brochmann e do gerente do Programa Carne Angus, Fá-bio Medeiros, que participaram do evento.

Conforme o professor Pflan-zer, tal mudança qualifica e torna o processo de identificações mais preciso. Durante sua apresen-tação, ele considerou a situação do Brasil no aproveitamento da

cota Hilton e da cota 481. “Hoje temos muitos nomes e pouco en-tendimento”, apontou.

A comissão ainda debateu temas importantes como o plano de retirada da vacinação contra a Febre Aftosa no estado do Pa-raná e conheceu o trabalho da Embrapa com o projeto Pecuá-ria Cabono Neutro e do Grupo de Trabalho da Pecuária Susten-tável, apresentado por seu pre-sidente o Diretor Executivo da ABIEC, Fernando Sampaio.

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS24EXPOSIÇÕES

A solenidade foi prestigia-da pelo vice-governador do Estado gaúcho, José

Paulo Dornelles Cairoli (que é tradicional selecionador de Angus), e entre outras autori-dades, contou com a presença do Superintendente Federal da Agricultura no RS, Roberto Schroeder, e do CEO da divisão Bovinos do Marfrig, Andrew Murchie, além do diretor do Projeto Angus do Pampa, Rey-naldo Titoff Salvador, que tam-bém dirige o Programa Carne Angus Certificada.

Selo valorizaa carne do RSNa ocasião, o presidente da

Angus, José Roberto Pires We-ber, enfatizou que essa é mais uma forma de destacar uma carne que é “diferenciada”, além de agregar ainda mais valor a um produto que já tem qualidade superior. “É uma in-formação a mais para o cliente da carne Angus no momento em que ele for adquirir o pro-duto”, acrescentou Weber.

O Angus do Pampa, um desejo antigo dos produtores gaúchos, foi um projeto cons-truído por cerca de dois anos. Os cortes produzidos no esco-po do projeto receberão o selo Angus do Pampa – Pastagens >>>

Angus do Pampa

entre os pontos altos para a Angus na expointer 2015, está o anúncio do selo Angus do Pampa, que diferencia e qualifica ainda mais a carne Angus certificada produzida no rio grande do sul no cenário nacional e até internacional. A novidade, anunciada na noite de 31 de agosto, na casa da Angus no parque Assis Brasil, em esteio, rs, resulta de uma parceria entre a Associação Brasileira de Angus e o frigorífico Marfrig.

do Sul, uma marca registra-da da Associação Brasileira de Angus. “Nossa proposta é evidenciar e valorizar a carne produzida nesta terra, berço da raça Angus no Brasil”, quali-ficou Reynaldo Titoff Salvador. Segundo informou, inicialmen-te, a carne com o selo Angus do Pampa estará à venda no varejo do Rio Grande do Sul e em boutiques especializadas de São Paulo.

Reforçoà marca AngusA expectativa do Marfrig,

conforme Andrew Murchie, é de ampliar o portfólio da em-presa, além de ser uma possi-bilidade de reforçar a presença da marca Angus no mercado interno e externo. Para o CEO Global da Marfrig, Martin Secco, que também prestigiou o evento, esse complemento busca ser um estímulo à pe-cuária gaúcha. “Esse selo só fortalece a nossa relação, além de ser um reconhecimento à pecuária gaúcha”, sentenciou o dirigente.

O novo selo Angus do Pam-pa valerá apenas para os ani-mais criados no Rio Grande do Sul, porque no Estado gaúcho eles são mantidos a pasto e em condições climáticas e nutri-

cionais diferenciadas em com-paração com os exemplares produzidos no Centro-Oeste do País. Para o gerente nacio-nal do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, a carne produzida em sistemas de pastejo possui coloração específica e sabor mais acen-tuado, sendo um produto dife-renciado em relação à carne Angus produzida nos confina-mentos do Centro-Oeste e Su-deste.

Nos Estados Unidosfalta carne naturalSegundo matéria publica-

da por David Kesmodel, seto-rista da área de agricultura e alimentos do The Wall Street Journal, em reportagem que teve a colaboração do jorna-lista Eduardo Magossi, o pecu-arista Gary Bailey, do Estado americano do Oregon, diz que os negócios em sua fazenda prosperaram nos últimos anos, graças ao crescente interesse do consumidor por carne bo-vina natural, produzida sem antibióticos. Bailey, de 36 anos, tem encontrado, porém, dificuldades em recrutar ou-tros pecuaristas que queiram deixar o mercado tradicional de carne e entrar para sua co-operativa pecuária, a Country

Natural Beef, fornecedora da rede de supermercados Whole Foods Market Inc., conhecida por seus produtos orgânicos. “Com um mercado forte como esse, não há vantagem em ado-tar um programa de carne na-tural”, diz Tim Knuths, de 56 anos, um dos que rejeitaram os convites de Bailey.

A relutância ilustra como os preços muito elevados do gado e da carne convencionais no mercado americano estão limitando os esforços de fazer com que o setor pecuarista siga os grandes processadores de carne de aves na redução do uso de antibióticos. Grupos de defesa do consumidor e de cuidados com a saúde, assim como agências do governo dos Estados Unidos, afirmam que o uso generalizado de antibió-ticos tanto na medicina huma-na como animal tem contribu-ído para o desenvolvimento de bactérias resistentes aos anti-bióticos, criando riscos à saúde humana.

Com mais consumidores prestando atenção a esses alertas, as empresas estão cada vez mais procurando se abastecer de carne sem anti-bióticos. A Tyson Foods lnc. e a Perdue Farms lnc. estão produzindo mais carne de

frango sem antibióticos e o McDonald’s Corp anunciou em março planos para reduzir am-plamente o uso de antibióticos nas aves americanas.

Pecuária resistemais às mudançasMas mudar os protocolos

de uso de antibióticos é mais difícil no setor de carne bovina, dizem especialistas em gado. O rebanho bovino normalmente vive de um a dois anos antes do abate, um tempo maior de exposição a doenças do que os frangos, que costumam viver apenas seis semanas. Os pro-cessadores de carne também geralmente têm menos contro-le sobre a origem dos animais. Eles costumam comprar bois de um amplo leque de produto-res e intermediários, enquanto os principais processadores de frango fazem contratos exclu-sivos de fornecimento.

E os incentivos financeiros para os pecuaristas para mu-dar para a produção natural não têm sido fortes porque os preços para o gado convencio-nal e para a carne subiram nos últimos anos nos EUA, impul-sionados por secas prolonga-das nas planícies do sul que re-

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS26EXPOSIÇÕES

duziram o rebanho americano em 2014 para seu menor ta-manho em 60 anos. Os preços do gado atingiram recordes históricos de alta no ano pas-sado, quando os consumidores americanos pagaram em mé-dia US$ 13,60 por um quilo de carne bovina fresca em julho, 11% a mais que um ano antes, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.

Maior valorno mercadoMas a verdade é que va-

riedades de carne natural, or-gânica ou de animais criados em pastagem - todas livres de antibióticos, conseguem mais valor, sendo vendidas a preços 30% a 80% mais altos por quilo do que a carne conven-cional. Mas os pecuaristas nor-malmente têm custos maiores e mais burocracia, estando su-jeitos a vistorias para compro-var o bem-estar animal, sus-tentabilidade e outros padrões exigidos pelos compradores de carne ou pelas regras federais de rotulagem.

A oferta limitada de carne sem antibióticos está criando desafios para restaurantes. A

rede de comida mexicana Chi-potle Mexican Grill Inc. impor-tou parte da carne da Austrália no ano passado porque a oferta dos EUA foi insuficiente, disse um porta-voz. Outra rede, a californiana CKE Restaurants Inc., também está dependendo de carne australiana, diz John Dunion, diretor da rede de su-primentos da empresa.

Mercado “natural”

cresceNo geral, as vendas de va-

riedades de carne sem antibi-óticos representam menos de 5% do mercado americano de carne fresca, mas crescem rapidamente. As vendas de carne com o rótulo “natural” saltaram 23% no ano passa-do, para US$ 701,8 milhões, nos supermercados e outros varejistas, enquanto a carne orgânica aumentou 75%, para US$ 127,1 milhões, segundo a empresa de pesquisa de mer-cado IRI. No geral, as vendas de carne fresca cresceram 7%, para US$ 23,6 bilhões em va-lor, embora o volume vendido por peso tenha caído 5%.

Recrutar pecuaristas para produzir carne de bois cria-dos no pasto - normalmente a variedade mais cara do va-rejo - também é difícil. Criar animais com pasto e feno pro-duzidos organicamente custa mais do que a produção ame-ricana convencional, em parte

porque os animais demoram mais para chegar ao peso de abate. O gado criado no pasto geralmente engorda em 20 a 24 meses, enquanto na produ-ção convencional o tempo é de 16 a 18 meses, de acordo com Mack Graves, consultor sênior da Panorama Meats.

Mesmo assim, alguns for-necedores não têm tido proble-mas em recrutar. Os executivos da Niman Ranch Inc. dizem que eles têm uma lista de espe-ra de pecuaristas que querem entrar no programa natural, com cerca de dez já pré-quali-ficados para participar. Niman atrai os pecuaristas em parte ao garantir que “eles nunca perderão dinheiro” produzindo para a empresa, diz o diretor de marketing Jeff Tripician. Seu sucesso atraiu a Perdue, que em setembro concordou em comprar a matriz da Niman da empresa de private equity LNK Partners. Os termos do acordo não foram divulgados.

O startno BrasilNo Brasil, a criação de bois

sem o uso de antibióticos com certificação ainda é tímida. Isso porque, tradicionalmente, cerca de 90% do rebanho bra-sileiro já é criado de forma ex-

tensiva, no pasto, sem o uso de antibióticos ou outros quími-cos, segundo José Vicente Fer-raz, diretor da Informa Econo-mics FNP. Os demais 10% são bois criados de forma intensiva em confinamentos.

O analista Alcides Torres, da Scot Consultoria, ressalta que mesmo os confinamen-tos brasileiros são diferentes dos americanos, o que reduz a necessidade de antibióticos. “Enquanto nos EUA o animal nasce e já vai para o confi-namento, no Brasil o animal cresce no pasto e só vai para o confinamento três meses antes do abate”, ressalta. Assim, de um rebanho de 40 milhões de cabeças de gado, cerca de 4 a 5 milhões, no máximo, estariam expostas a algum uso de anti-biótico, de acordo com Torres.

Leonardo Leite de Barros, presidente da Associação Bra-sileira da Pecuária Orgânica (ABPO), diz que o próprio uso mais intensivo de antibió-ticos na pecuária americana, seja para combater doenças ou como aditivo para ganhar peso, fez com que se criasse um nicho de mercado maior e mais ativo de busca de alimen-tação saudável, com carnes sem antibióticos, que precisam de certificação. “Lá, o animal toma antibiótico praticamente a vida toda.”

Segundo Barros, no Brasil, esse movimento ainda é pe-queno, mas está em expansão. AABPO, por exemplo, em par-ceria com a empresa de ali-mentos naturais Korin e com a ONG WWF-Brasil, lançou a carne sustentável do Pantanal, produzida de animais criados nessa região do Mato Grosso, onde o pasto ainda é nativo. Para a engorda, os produtores seguem um protocolo específi-co que inclui a não utilização de antibióticos ou ureia. O uso de vacinas e vermífugos é per-mitido até os dez meses de ida-de, um ano antes de o animal ser abatido. A produção atual é de 64 toneladas mensais, com o abate de 400 animais. A carne é comercializada pela Korin e vendida, por enquanto, em armazéns e hortifrútis se-lecionados.

Quem experimenta carne de qualidade não aceita mais carne dura e sem sabor

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS28EXPOSIÇÕES

Os animais apresentados a julgamento pela Cabanha Cantagalo, de Quaraí, RS,

faturaram todas as premiações nos machos da categoria Angus rústicos PO, na Expointer 2015. Os julgamentos de classificação, a cargo do jurado argentino Carlos Ojea Rullan, foram rea-lizados na manhã do dia 31 de agosto, na pista J do parque de exposições Assis Brasil, em Es-teio, RS.

Os selecionadores Eduardo e Carlos Renato Ferreira, da Cantagalo, venceram o grande campeonato de machos rústicos PO, através do trio de touros do lote 27 (tatuagens 3895, 3823 e 3817). A cabana também ar-

O Leilão de Rústicos An-gus, realizado na tarde do dia 31 de agosto, na Expointer 2015, movimentou R$ 215,5 mil, com a comercialização de 30 animais. O resultado representa um crescimen-to de vendas de 28,9% em relação ao faturamento de 2014, quando a comercia-lização foi de R$ 167,1 mil para 24 exemplares. A média geral deste ano ficou em R$ 7.185,00.

“Tivemos um leilão exce-lente, confirmando a grande procura por animais Angus, que é sinal do êxito da raça”, afirmou o presidente da As-sociação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber. Para ele, o interesse dos com-pradores é prova de que a raça Angus tem se destacado, agre-gando investimentos cada vez maiores.

Na mesma linha, o leilo-eiro Fábio Crespo, que con-duziu as vendas na pista, considerou positivo o saldo do leilão, que durou menos

A 11ª Feira da Novilha Selecionada tradicionalmente reali-zada na Expointer, neste 2015 foi um sucesso estrondoso. Pro-movida conjuntamente pela Farsul, Associação Brasileira de Angus e Santa Úrsula Remates, ao cair do dia 3 de setembro, registrou este ano faturamento de R$ 1,501 milhão, represen-tando crescimento de 68,8% em comparação com o resultado do ano passado.

Em 2014, o leilão atingiu R$ 889,590 mil, com valor médio de R$ 1.337,00. Já este ano a feira negociou 912 cabeças e alcançou média de R$ 1.645,00 por cabeça. A média por quilo ficou, nas terneiras/bezerras, em R$ 6,87 o kg vivo; nas novilhas prenhes R$ 6,66 o kg vivo e as novilhas vazias foram negociadas à média de R$ 5,76 o kg vivo.

Para o presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Farsul, Francisco Schardong, o resultado ficou dentro das boas expectativas que já haviam sido prospectadas. “É uma prova de que a crise não está no campo”, disse ele, no fim do leilão.

Já o leiloeiro Alexandre Crespo, que conduziu o pregão, con-siderou o resultado como a coroação de um processo de pro-dução do campo. “O remate é a etapa mais fácil, porque tem o respaldo da qualidade do animal oferecido em pista”, apontou.

Cabanhas gaúchas brilham nos rústicosrebatou o título de reservado de grande campeão, com o trio do lote 25 (touros tatuagens 3903, 3845 e 3839).

E para fechar a atuação com chave de ouro, o estabelecimento de Quaraí conquistou o título de melhor touro PO rústico, com o animal de tatuagem 3823, inte-grante do lote grande campeão.

Para o criador Carlos Fer-reira, a vitória representa a confirmação de um trabalho de 35 anos de seleção da raça, iniciado por seu pai. “É sinal de que a orientação da seleção está sendo bem feito”, avalia o vete-rinário.

Estreante ganhanas fêmeasJá nas fêmeas rústicas PO,

o destaque foi para a Caba-nha Soldera, de Panambi, RS,

estreante na Expointer. O pro-prietário, selecionador Dilvani Soldera, apresentou o trio de grande campeão PO, represen-tado pelo lote 14 (fêmeas ta-tuagens TEI3174, TEI3167 e TEI3162). O trio reservado de grande campeão entre as fê-meas é o do lote 4 (animais de tatuagens FIV6813, FIV6803 e FIV6807), apresentados pela fazenda Tradição Azul, de Pauli-

na Macedo Linhares, de Quaraí, RS. E a melhor fêmea PO foi o animal TEI3167, integrante do trio grande campeão PO, da Ca-banha Soldera.

Boas disputasnos PCNos machos PC, a Estância

Tradição, da Parceria Rotta As-sis, de Santa Vitória do Palmar, RS, venceu o grande campeonato

com o lote 32 (touros tatuagens 2013, 2060 e 2028), e também ficou com o título de reservado de grande campeão, com o lote 31 (touros tatuagens 2055, 2075 e 2064). A exemplo da Cabanha Cantagalo nos PO, nos tatuados PC a Estância Tradição também levou o prêmio de melhor macho rústico PC, com o touros de ta-tuagem 2028, integrante do lote grande campeão.

Nas fêmeas PC, venceu o lote 17 (R115, R111 e R109), da Tradição Azul, de Paulina Mace-do Linhares, de Quaraí, RS. O trio reservado de grande campeão de fêmeas foi o lote 15 (fêmeas de tatuagens 4189, 4167 e 4093), também da Cabanha Soldera, de Dilvani Soldera. A melhor fê-mea PC rústica é a de tatuagem R115, integrante do lote grande campeão PC, da Tradição Azul.

Feira da Novilha Selecionada

de duas horas. “Para quem queria comprar essa foi uma grande oportunidade negó-cios, com bons animais e pre-ços médios remuneradores”, sintetizou.

Entre os vendedores, os destaques ficaram com Fre-derico Fittipaldi Pons, que comercializou 10 animais, to-talizando R$ 52,8 mil e Wal-

ter Szortika Tessmann, com seis unidades e valor total de R$ 51.750. O principal com-prador foi José Davi Nicoloso, que arrematou nove animais, gastando R$ 74,1 mil. O ani-mal de maior cotação foi o touro de tatuagem WP183 do lote 22B, com 22 meses e 728 quilos, negociado no lei-lão por R$ 10.050,00.

Leilão de Rústicos registracrescimento de 28,9%

Angus@newS Setembro/Outubro de 201529

EXPOSIÇÕES

MACHOS POTRIO GRANDE CAMPEÃO - MACHOS POLOTE:27Tat: 3895, 3823, 3817 NASCIDOS: 2013Expositor: CARLOS RENATO ACOSTA FERREIRAEstabelecimento: CABANHA CANTAGALOCidade: QUARAÍ /RS

TRIO RESERVADO DE GRANDE CAMPEÃO - MACHOS POLOTE:25Tat: 3903, 3845, 3839 NASCIDOS: 2013Expositor: CARLOS RENATO ACOSTA FERREIRAEstabelecimento: CABANHA CANTAGALOCidade: QUARAÍ /RS

TERCEIRO MELHOR TRIO - MACHOS POLOTE: 18Tat: TE2741, TE2690, TE2659 NASCIDOS: 2014Expositor: CABANHA RINCON DEL SARANDYEstabelecimento: CABANHA RINCON DEL SARANDY Cidade: URUGUAIANA /RS

MELHOR MACHO POLOTE : 27 Tatuagem: 3823 NASCIDOS: 2013Expositor: CARLOS RENATO ACOSTA FERREIRAEstabelecimento: CABANHA CANTAGALOCidade: QUARAÍ /RS

MACHOS PC

TRIO GRANDE CAMPEÃO - MACHOS PCLOTE:32Tat: 2013, 2060, 2028 NASCIDOS: 2013Expositor: PARCERIA ROTTA ASSISEstabelecimento: ESTÂNCIA TRADIÇÃOCidade: SANTA VITÓRIA DO PALMAR /RS

TRIO RESERVADO DE GRANDE CAMPEÃO - MACHOS PCLOTE:31Tat: 2055, 2075, 2064 NASCIDOS: 2013Expositor: PARCERIA ROTTA ASSISEstabelecimento: ESTÂNCIA TRADIÇÃOCidade: SANTA VITÓRIA DO PALMAR /RS

TERCEIRO MELHOR TRIO - MACHOS PCLOTE:34

Tat: 3038, 3050 ,3052 NASCIDOS: 2013Expositor: IRMÃOS SOLDERA AGROPECUÁRIAEstabelecimento: CABANHA SOLDERA Cidade: PANAMBI /RS

MELHOR MACHO PCLOTE : 32Tatuagem: 2028 NASCIDO : 2013Expositor: PARCERIA ROTTA ASSISEstabelecimento: ESTÂNCIA TRADIÇÃOCidade: SANTA VITÓRIA DO PALMAR /RS

FÊMEAS POTRIO GRANDE CAMPEÃO - FÊMEAS POLOTE: 14 Tat: TEI3174, TEI3167, TEI3162 NASCIDOS: 2013Expositor: IRMÃOS SOLDERA AGROPECUÁRIAEstabelecimento: CABANHA SOLDERA Cidade: PANAMBI /RS

TRIO RESERVADO DE GRANDE CAMPEÃO - FÊMEAS POLOTE: 14 Tat: FIV6813, FIV6803, FIV6807 NASCIDOS: 2014

Expositor: PAULINA MACEDO LINHARESEstabelecimento: TRADIÇÃO AZUL Cidade: QUARAÍ /RS

TERCEIRO MELHOR TRIO - FÊMEAS POLOTE: 7 Tat: TEI264 ,TE270, TE248 NASCIDOS: 2014Expositor: FREDERICO FITTIPALDI PONSEstabelecimento: CABANHA SANTA ÂNGELA Cidade: URUGUAIANA /RS

MELHOR FÊMEA POLOTE: 14 Tatuagem: TEI3167 NASCIDO: 2013Expositor: IRMÃOS SOLDERA AGROPECUÁRIAEstabelecimento: CABANHA SOLDERA Cidade: PANAMBI /RS

FÊMEAS PC

TRIO GRANDE CAMPEÃO - FÊMEAS PCLOTE: 17Tat: R115 , R111, R109 NASCIDOS: 2013 Expositor: PAULINA MACEDO LINHARESEstabelecimento: TRADIÇÃO AZUL

Cidade: QUARAÍ /RS

TRIO RESERVADO DE GRANDE CAMPEÃO - FÊMEAS PCLOTE: 15 Tat: 4189, 4167, 4093, 4163 NASCIDOS: 2014 Expositor: IRMÃOS SOLDERA AGROPECUÁRIAEstabelecimento: CABANHA SOLDERA Cidade: PANAMBÍ /RS

TERCEIRO MELHOR TRIO - FÊMEAS PCLOTE: 16Tat: WC045 , WC047 , WC048 , WC046 NAS-CIDOS: 2013 Expositor: WALTER SZORTIKA TESSMANNEstabelecimento: FAZENDA DO BUTIÁ Cidade: CAMAQUÃ /RS

MELHOR FÊMEA PCLOTE: 17Tat: R115 NASCIDA: 2013 Expositor: PAULINA MACEDO LINHARESEstabelecimento: TRADIÇÃO AZUL Cidade: QUARAÍ /RS

DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES RÚSTICOS DA EXPOINTER 2015

Trio Grande Campeão Machos PC

Trio Grande Campeão Machos PO

Trio Grande Campeão Fêmeas PO

Trio Grande Campeão Fêmeas PCTerceiro Melhor Trio Machos PC

Terceiro Melhor Trio Machos PO

Trio Reservado de Grande Campeão Machos PO Trio Reservado de Grande Campeão Machos PC

Terceiro Melhor Trio Fêmeas PO

Trio Reservado Campeão Fêmeas PO

Melhor Fêmea Rústica PO Melhor Macho Rústico PO

Melhor Macho Rústico PC

Camilo Vianna, ao centro o jurado argentino Carlos Ojea Rullán e o técnico Flávio Alves

Setembro/Outubro de 2015 Angus@newS30EXPOSIÇÕES

Foi extremamente provei-tosa e com grande par-ticipação de dirigentes

a Reunião Anual dos Núcleos Regionais Angus, que aconte-ceu no dia 3 de setembro, du-rante a Expointer 2015. Pro-gramada pelo atual Diretor de Núcleos da Angus, o cria-dor Carlos Augusto de Souza (leia-se Cabanha do Chimar-rão, Cachoeira do Sul, RS), com o apoio do presidente da Angus, José Roberto Pires Weber, o evento foi realizado na casa da Angus, no Parque Assis Brasil, em Esteio, RS. E contou com a presença da quase totalidade dos dirigen-tes de Núcleos.

Presidida por Carlos Au-gusto, a reunião foi marcada por diálogos que buscaram novas ideias para levar às re-giões de atuação da Angus in-formações e eventos que efeti-vamente seja do interesse dos produtores, incrementando a participação dos criadores.

Marcaram presença os Núcleos de Vacaria, Alegre-te, Centro Angus (região de Cachoeira do Sul) Sudeste (Rio Grande, Pelotas, Santa Vitória do Palmar) Santiago, São Borja, Uruguaiana, São Gabriel e Centro Litorâneo, representando as várias regi-ões do RS. De Santa Catarina participou o Núcleo Catari-nense de Criadores de Angus e o Núcleo Angus de Pato Branco. E do Paraná, o Nú-cleo Angus de Guarapuava.

Braços regionaisda AngusO diretor de Núcleos da

Angus ressaltou a importân-cia do trabalho realizado pe-los núcleos em suas regiões. “Os núcleos são braços da As-sociação Brasileira de Angus nas várias regiões onde o cria-tório se desenvolve no País”,

Núcleos regionais em ação

sentenciou. Carlos Augusto de Souza também enfatizou que os Núcleos proporcionam, através das exposições de ani-mais, remates e jornadas téc-nicas, a disseminação da raça e de mais conhecimentos aos selecionadores, contribuindo grandemente para o seu cres-cimento.

Maiorintegração“A diretoria da Angus está

empenhada em consolidar uma maior integração com os Núcleos, visando o desenvol-vimento e aprimoramento da genética Angus em todo o ter-ritório nacional”, sentenciou Carlos Augusto. Todos os pre-sidentes ou representantes de Núcleos falaram, apresentan-do o relatório das atividades realizadas nas suas regiões e fazendo propostas no sentido de incrementar cada vez mais o desenvolvimento do criató-rio Angus.

O presidente do Núcleo Centro Angus, por exemplo, o técnico da Angus Dimas Ro-cha, apresentou uma propos-ta para que sejam realizadas duas exposições nacionais de rústicos anualmente, ao invés de uma só, que é feita na Ex-pointer. A segunda, conforme Rocha, deveria acontecer no interior, mas com caráter na-cional, para facilitar a comer-cialização.

2ª Expo Nacionalde Rústicos O presidente da Angus,

José Roberto Pires Weber,

informou que a diretoria já está trabalhando com essa ideia e no próximo ano já en-trará no calendário Angus a segunda exposição nacional de rústicos. A primeira cida-de escolhida para sediar este evento foi Santa Maria, RS, e a mostra ocorreria junto ao Encorte. Weber aproveitou para pedir o apoio dos Núcle-os para a reforma estatutária

da entidade. Segundo ele, o novo estatuto da Associação, que está sendo elaborado, já tem uma minuta.

Eventos do Programa Carne AngusA coordenadora do Pro-

grama Carne Angus Certi-ficada, a ativa técnica Ana Doralina Menezes, realizou palestra sobre o programa de

carne de qualidade da Angus. Ela enfatizou a importância da realização de workshops regionais junto aos Núcleos, para tratar formas de se con-seguir melhores resultados e aproximar mais os produtores das indústrias do setor. Ana Doralina de Carlos Augusto e dos Núcleos que estiverem in-teressados na realização des-ses eventos.

Uma novidade para a avaliação de carca-ças foi apresentada na reunião da comissão da bovinocultura de corte da CNA na Expoin-ter 2015. No dia 31 de agosto o professor da Unicamp, Sergio Pflanzer falou sobre um novo modelo de classificação de carcaças de-senvolvido por aquela universidade. Segundo ele, a ideia é simplificar e ampliar a adesão ao processo que deverá considerar caracte-rísticas quantitativas e qualitativas da carca-ça.

A novidade chamou a atenção do presi-dente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber, do vice-presidente Wilson Brochmann e do gerente do Progra-ma Carne Angus, Fábio Medeiros, que parti-

Novidade em avaliação de carcaçasciparam do evento.

Conforme o professor Pflanzer, tal mu-dança qualifica e torna o processo de identi-ficações mais preciso. Durante sua apresen-tação, ele considerou a situação do Brasil no aproveitamento da cota Hilton e da cota 481. “Hoje temos muitos nomes e pouco en-tendimento”, apontou.

A comissão ainda debateu temas impor-tantes como o plano de retirada da vaci-nação contra a Febre Aftosa no estado do Paraná e conheceu o trabalho da Embrapa com o projeto Pecuária Cabono Neutro e do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável, apresentado por seu presidente o Diretor Executivo da ABIEC, Fernando Sampaio.

Carlos Augusto de Souza

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ESPECIAL

Ingredientes

Aqui, mais uma receita que tem como base a Carne Angus Certificada. Como

faz em todas as edições, o Jor-nal Angus@newS sugere para você neste espaço sempre uma nova receita, de olho nos bons usos da Carne Angus Certifica-da na culinária.

Assim, além das aborda-gens sobre a raça e sobre o Programa Carne Angus Certi-ficada, trazemos nesta página receitas articuladas, e sempre tendo como carro-chefe a car-ne Angus certificada.

Desta vez a receita suges-tão para a coluna Angus do Chef – Bife a Rolê - vem da Dra. Berenice Recamam Fer-

Um kg de alcatra Angus certificadaBacon fatiadoUma cabeça de alhoSalUma cebola grandeDois tomates inteiros processadosno liquidificadorPimenta do reino, orégano e tempero verde

Corte os bifes pequenos e finos, de maneira que quando for enrolar não fiquem com di-âmetro superior a 3 cm.

Tempere com alho e sal, um só lado do bife, e enrole com uma fatia de bacon também passado no alho e sal - colo-que o bacon na parte interna do bife, a que não foi tempe-rada. E prenda o rolinho com um palito.

Bife a Rolêreira de Oliveira, dos pagos de Rio Grande, RS.

Esposa do Diretor de Ma-rketing da Associação Bra-sileira de Angus, Ronaldo Zechlinski de Oliveira, Dona Berenice divide seu tempo en-tre o trabalho no consultório como cirurgiã dentista e o con-vívio com a família e amigos.

Receber amigos com a fa-mília nos finais de semana, na Cabanha Arandu, em Rio Grande, está entre suas ativi-dades prediletas. Lá ela troca o jaleco pelo avental e se de-dica à elaboração de deliciosas receitas de forno e fogão, como a que passamos a descrever a seguir.

Modo de preparoEm panela de ferro, com

um filete de azeite de oliva, doure a cebola picada e dois dentes de alho cortados e es-magados.

Frite os bifes e deixe dourar até secar e “pegar” um pouco no fundo da panela, de manei-ra que forme uma crosta fina.

Acrescente tomate e com uma colher de pau raspe o fundo da panela para desgru-

dar o que ficou da redução do bife, formando o molho.

Acrescente pimenta do rei-no e orégano a gosto

Deixe cozinhar por 10 mi-nutos em fogo brando

Pique o tempero verde e acrescente ao finalizar

Sirva com arroz e legumes no vapor

E aprecie, sem moderação!Rende quatro porções.