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Cultura Popular – Professores: Emmanuel, Fernando, Hélio, Marcon e Neusa Anglo Guarulhos Vestibulares 2017 1 Anglo Guarulhos Vestibulares A aula parte da tese de Theodor Adorno que em sua teoria geral da cultura defende que a cultura popular possui cinco aspectos fundamentais: a espontaneidade, o informalismo, a improvisação, a não institucionalidade e a resistência. Espontaneidade: a vontade, o som primordial que fundou toda a linguagem é a harmonia, a ordem em meio ao caos. Desde o homem primordial o som e a capacidade da espécie em organizá-los nos distancia dos animais, como se a música fosse a primeira marca no que separa a cultura da natureza. Rousseau, ao fazer as primeiras definições modernas de cultura partiu do verbete sobre música escrito por ele para a enciclopédia francesa. A música pode ser entendida como a demonstração espontânea de cultura, primeira ordem de linguagem frente ao caos de natureza. Informalismo: A naturalidade e espontaneidade do homem formam sua individualidade, no reino do significante, individual e único, está o homem natural; e em cada um este indivíduo se depara com outros indivíduos e ambos partilham do mesmo estado social; convivem como se diz na língua mais comum. Esse convívio apanha por necessidade códigos de convívio e regras que determinam uma moral, esta precisa ser apresentada e justificada às gerações para que possam aperfeiçoar a existência na terra. Esta transmissão se realiza pela história narrada, onde a vivência, a experiência e a narratividade se prestam a estimular às novas gerações em manter este ou aquele comportamento social, porque assim é melhor para a condução da vida. Quando a história narrada não transmite a experiência, um modelo arquetípico de saber toma seu lugar e a vivência dramática se dá pelo rito, o mesmo acontece caso o mito narrado tenha uma identidade universal e capaz de atribuir coesão a um grupo. O ritual é o reviver encenado do mito. Nesse reviver há dois polos, enquanto informal o mito e o rito aferem significado quando formalizados, prestam-se a manutenção das estruturas de dominação. Improvisação: A vida cotidiana jaz à mercê do inesperado, dessa forma o improviso é um fruto da criatividade, que se regula pela experiência e é transmitido por ela. Aquele que tem a vivência como motivador desperta no público consciência de si e do outro. Os malandros, indivíduos que existiram à margem da sociedade corrente e literalmente “deram um jeito” são indivíduos capazes de criar memória e transmiti-la, o samba é um instrumento poético (que repete o mito) e musical (ordenando o som original) exercendo o senso prático da vida, em situações emocionais, políticas e ou ambientais. Não-institucionalização: quando um elemento cultural é institucionalizado ele perde sua força simbólica, por isso a manutenção da tradição de um elemento cultural, seja um mito, uma canção, uma dança dramática é a manutenção de sua função íntima e agregadora social. Nas festas populares e procissões, teatro de rua e danças dramáticas temos a preservação de uma tradição que é combatida pela industrialização da cultura, pelo cinema, pela tv e de alguma forma ainda resiste. A Resistência: Resistir, ser o que se é, preservar o que há de humano frente a um sistema que controla as potencialidades humanas essa é a missão quase messiânica da cultura popular,

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Cultura Popular – Professores: Emmanuel, Fernando, Hélio, Marcon e Neusa Anglo Guarulhos Vestibulares 2017

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A aula parte da tese de Theodor Adorno que em sua teoria geral da cultura defende que a

cultura popular possui cinco aspectos fundamentais: a espontaneidade, o informalismo, a

improvisação, a não institucionalidade e a resistência.

Espontaneidade: a vontade, o som primordial que fundou toda a linguagem é a harmonia, a

ordem em meio ao caos. Desde o homem primordial o som e a capacidade da espécie em

organizá-los nos distancia dos animais, como se a música fosse a primeira marca no que separa

a cultura da natureza. Rousseau, ao fazer as primeiras definições modernas de cultura partiu

do verbete sobre música escrito por ele para a enciclopédia francesa. A música pode ser

entendida como a demonstração espontânea de cultura, primeira ordem de linguagem frente

ao caos de natureza.

Informalismo: A naturalidade e espontaneidade do homem formam sua individualidade, no

reino do significante, individual e único, está o homem natural; e em cada um este indivíduo se

depara com outros indivíduos e ambos partilham do mesmo estado social; convivem como se

diz na língua mais comum. Esse convívio apanha por necessidade códigos de convívio e regras

que determinam uma moral, esta precisa ser apresentada e justificada às gerações para que

possam aperfeiçoar a existência na terra. Esta transmissão se realiza pela história narrada,

onde a vivência, a experiência e a narratividade se prestam a estimular às novas gerações em

manter este ou aquele comportamento social, porque assim é melhor para a condução da

vida. Quando a história narrada não transmite a experiência, um modelo arquetípico de saber

toma seu lugar e a vivência dramática se dá pelo rito, o mesmo acontece caso o mito narrado

tenha uma identidade universal e capaz de atribuir coesão a um grupo. O ritual é o reviver

encenado do mito. Nesse reviver há dois polos, enquanto informal o mito e o rito aferem

significado quando formalizados, prestam-se a manutenção das estruturas de dominação.

Improvisação: A vida cotidiana jaz à mercê do inesperado, dessa forma o improviso é um fruto

da criatividade, que se regula pela experiência e é transmitido por ela. Aquele que tem a

vivência como motivador desperta no público consciência de si e do outro. Os malandros,

indivíduos que existiram à margem da sociedade corrente e literalmente “deram um jeito” são

indivíduos capazes de criar memória e transmiti-la, o samba é um instrumento poético (que

repete o mito) e musical (ordenando o som original) exercendo o senso prático da vida, em

situações emocionais, políticas e ou ambientais.

Não-institucionalização: quando um elemento cultural é institucionalizado ele perde sua força

simbólica, por isso a manutenção da tradição de um elemento cultural, seja um mito, uma

canção, uma dança dramática é a manutenção de sua função íntima e agregadora social. Nas

festas populares e procissões, teatro de rua e danças dramáticas temos a preservação de uma

tradição que é combatida pela industrialização da cultura, pelo cinema, pela tv e de alguma

forma ainda resiste.

A Resistência: Resistir, ser o que se é, preservar o que há de humano frente a um sistema que

controla as potencialidades humanas essa é a missão quase messiânica da cultura popular,

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que é religião, que é criação, que é significado e equilíbrio frente às individualidades. O

homem mantem-se criando cultura para preservar o que é, mesmo que não saiba o que é.

A canção, “A cidade” de Chico Science e sua Nação Zumbi mostra o quanto crescemos em

nossas relações humanas, o quanto trocamos, com quantas e tantas pessoas diferentes, com

histórias únicas e modos de conduzir a vida que são, mesmo só delas. A vida não só das

grandes cidades, mas nos cinturões verdes e regiões mais afastadas é cada vez mais próxima e

quanto mais próximos estamos mais as diferenças emergem, entra-se numa crise na qual de o

indivíduo frente a sua individualidade busca equilibrar-se na corda do coletivo e consigo

mesmo.

Nessa busca de autonomia, do esclarecimento no sentido que lhe deu Kant, o homem parte em

busca da liberdade, ou a retoma de maneira ancestral e permanente, como se nesse passado

revivido houvesse a liberdade perdida naquilo que Nietzsche chamou de primeira aurora. Seria

leviano dizer que o homem não é um animal qualquer apenas pela racionalidade e pela

linguagem, ambas têm sua origem em uma criação que fundamenta e dá enredo a própria

dinâmica da existência, a cultura.

Com a cultura entendemo-nos como comunidade, participando de um mesmo mundo em suas

interações e necessidades. Antes das opiniões, sistemas econômicos e estruturas sociais, nossa

espécie criava um sistema que lhe dava perseverança e domínio sobre o planeta. Para o

sociólogo inglês, Raymond Williams, a palavra cultura tem sua origem no latim: “colere” e

servia no início para definir o cultivo das plantas, o cuidado com os animais e com a terra, por

isso a agricultura foi o primeiro formato de cultura conhecido. Definiria, mais tarde, também o

cuidado com as crianças e sua educação; o cuidado com os deuses, seu culto e a memória dos

ancestrais e seus monumentos.

A manifestação cultural é a demonstração da capacidade criadora e sígnica dos indivíduos

frente ao seu grupo e dando a eles lugar dentro do mesmo. Assim, como cultura tomaremos

exemplos de manifestações musicais, literárias, religiosas e dramáticas. E as apresentaremos

com intuito didático, e para defender a tese de que a cultura é acessível e libertadora das

individualidades humanas, permitindo a nós resistirmos e aperfeiçoarmos nossa existência, não

para um fim, mas para uma continuidade.

Conceitos e definições de cultura

Rousseau: cultura definida como bondade natural, interioridade espiritual, imaginação e

solidariedade

Kant: compreendia a cultura como o aperfeiçoamento moral e racional de uma sociedade, por

meio da cultura se poderia medir o progresso e o desenvolvimento de uma civilização.

Edward Tylor: definiu cultura como um todo complexo que inclui conhecimentos, crenças,

arte, moral, leis, costumes, ou qualquer capacidade de hábitos adquiridos pelo homem como

membro de uma sociedade.

Marshall Salins: cultura para ele é o resultado dos esquemas de significado atribuídos pelo

homem à natureza

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Marcel Mauss e Levi-Strauss: entendem cultura como a integração das práticas sociais que

atribuem significado aos membros que a partilham.

Gilberto Velho e Câmara Cascudo: para eles, a cultura é a produção simbólica que carrega em

seu bojo todas as contradições sociais e as reordena de forma a dar um sentido para o

indivíduo.

Mestre Vitalino (1909-1963)

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Questões de vestibular 1. (Uem 2015) Considere o texto e assinale a(s) alternativa(s) correta(s). “Como analisar a cultura popular brasileira quando a cultura internacionalmente popular se faz cada vez mais presente no Brasil? Se o samba e o carnaval podem ser tomados como exemplos máximos da construção a partir dos anos 30 e 40 da cultura nacional-popular, o funk carioca pode ser tomado como um exemplo da cultura internacional-popular. Outras manifestações dessa cultura podem ser o rock, que teve em Brasília um espaço preferencial, ou o axé music da Bahia, o que aponta para uma pluralidade, uma diversidade de expressões artísticas”. OLIVEIRA, Lucia Lippi. Cultura brasileira nesse fim de século. In: D’INCAO, Maria Angela. (org.) O Brasil não é mais aquele... mudanças sociais após a redemocratização. São Paulo: Cortes, 2001, p.32. 01) O texto manifesta uma posição contrária à invasão cultural estrangeira no Brasil. Nesse sentido,

trata-se de um manifesto de caráter nacionalista, em defesa da cultura puramente brasileira. 02) Ao afirmar que o rock teve em Brasília um “espaço preferencial”, o texto faz referência a um

movimento de efervescência de grupos musicais de rock que, nos anos 1980, na capital federal, produziu grupos tais como Capital Inicial e Legião Urbana.

04) Ao afirmar que no Brasil há uma pluralidade e uma diversidade de expressões artísticas, a autora faz uma crítica ao predomínio da música sertaneja nos meios de comunicação de massa.

08) O texto expressa uma preocupação em analisar a cultura popular brasileira em um mundo em que até a cultura sofre um processo de internacionalização.

16) A principal crítica do texto à axé music decorre do desaparecimento de outros tipos de manifestações artísticas populares na Bahia.

2. (Enem PPL 2014) Canto dos lavradores de Goiás Tem fazenda e fazenda Que é grande perfeitamente Sobe serra desce serra Salta muita água corrente Sem lavoura e sem ninguém O dono mora ausente. Lá só tem caçambeiro Tira onda de valente Isso é que é grande barreira Que está em nossa frente Tem muita gente sem terra Tem muita terra sem gente. MARTINS, J. S. Cativeiro da terra. São Paulo: Ciências Humanas, 1979. No canto registrado pela cultura popular, a característica do mundo rural brasileiro no século XX destacada é a a) atuação da bancada ruralista. b) expansão da fronteira agrícola. c) valorização da agricultura familiar. d) manutenção da concentração fundiária. e) implementação da modernização conservadora. 3. (Upe-ssa 3 2017) Observe a imagem a seguir:

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Ela representa um tipo de arte pernambucana ainda presente nos dias atuais e reflete um movimento de cultura popular, que ganhou visibilidade na década de 1970. Além disso, esse movimento significou um reordenamento dos valores e hábitos de uma parcela da população pernambucana lembrada pela desigualdade social, produzida ao longo da história brasileira. Assim, é CORRETO afirmar que a imagem é uma produção do seguinte movimento cultural pernambucano: a) Boca do Lixo b) Mangue Beat c) Ribeira d) Xilográfico e) Armorial 4. (Enem PPL 2015) Se vamos ter mais tempo de lazer no futuro automatizado, o problema não é como as pessoas vão consumir essas unidades adicionais de tempo de lazer, mas que capacidade para a experiência terão as pessoas com esse tempo livre. Mas se a notação útil do emprego do tempo se torna menos compulsiva, as pessoas talvez tenham de reaprender algumas das artes de viver que foram perdidas na Revolução Industrial: como preencher os interstícios de seu dia com relações sociais e pessoais; como derrubar mais uma vez as barreiras entre o trabalho e a vida. THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado). A partir da reflexão do historiador, um argumento contrário à transformação promovida pela Revolução Industrial na relação dos homens com o uso do tempo livre é o(a) a) intensificação da busca do lucro econômico. b) flexibilização dos períodos de férias trabalhistas. c) esquecimento das formas de sociabilidade tradicionais. d) aumento das oportunidades de confraternização familiar. e) multiplicação das possibilidades de entretenimento virtual. 5. (Upe 2015) A cultura pernambucana é um complexo de valores e tradições, que ganha sentido na vida diária da população, contribuindo para a reafirmação da identidade do povo pernambucano. Para muitos pesquisadores, o desafio sempre foi conduzir esse conjunto de expressões culturais (tanto populares quanto eruditas) em benefício do desenvolvimento. Sobre isso, leia o texto a seguir:

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Duas concepções surgiram entre os anos 60 e 70 do século XX. Ambas procuravam caminhos para atuar com a cultura popular de maneira a predispor o povo a conquistas sociais reais. CAVALCANTI, C. A.; CUNHA, F. C. Pernambuco Afortunado: Da Nova Lusitânia à Nova Economia. Recife: Editora ING, 2006, p. 66. O texto faz referência a) ao Movimento Manguetown e à cultura de massa. b) ao Movimento de Cultura Popular e ao Movimento Armorial. c) ao Movimento de Alfabetização de Paulo Freire e ao Movimento Mangue Beat. d) ao Movimento de música popular brasileira e ao Movimento estudantil de Pernambuco. e) à instalação de novas indústrias fonográficas em Pernambuco e ao Movimento de Ariano Suassuna. 6. (Interbits 2012)

Há, na tirinha acima, uma crítica à forma de cultura veiculada pela televisão. Tendo em vista a abordagem sociológica, assinale a alternativa que corresponde ao tipo de cultura que está sendo criticada. a) Cultura no seu sentido antropológico, relacionada à diversidade das práticas, dos símbolos e das

formas de pensar, agir e sentir. b) Cultura política, relacionada às formas de estabelecimento de relações de poder. c) Cultura erudita, relacionada às formas de produção estética da elite. d) Cultura popular, própria das classes econômicas mais baixas. e) Cultura de massa, produzida pela indústria cultural. 7. (Interbits 2012) A clivagem entre o popular e o erudito (e a ignorância de fundir o erudito com o bom) é apenas parte dessa discussão. Esse tipo de pensamento, com a reafirmação de símbolos para separar “nós” da plebe, expressa mais preconceito de classe do que qualquer outra coisa. Nos grandes centros, o consumo da chamada cultura regional tradicional ganhou espaço entre os mais ricos e formadores de opinião. Virou cult. É em cima dessa análise que muitos querem resgatar,

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forçosamente, um passado “menos selvagem” em que a população de determinado lugar consumia esse tipo de arte da qual também gostamos. Sem se atentar que as coisas mudam, ou que a indústria cultural tem seus processos – que fazem ricos empresários que, ironicamente, bancam esses mesmos formadores de opinião. Blog do Sakamoto. 22 nov. 2012. Adaptado. Disponível em <http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012...intelectual/>. Acesso em 22 nov. 2012. O texto retoma uma divisão muitas vezes apresentada entre cultura popular e cultura erudita. Sobre esse tipo de relação, assinale quais são as afirmativas corretas. I. A divisão entre cultura erudita e popular é socialmente construída. II. A indústria cultural incide sobre essa divisão, muitas vezes reforçando-a. III. A identidade nacional é construída também a partir de signos culturais tradicionais. IV. Há um desejo por distinção social quando certas classes procurar diferenciar seus objetos artísticos

de outros “menos nobres”. a) Somente I e II são corretas. b) Somente I e III são corretas. c) Somente I, III e IV são corretas. d) Somente II e IV são corretas. e) Todas as afirmativas são corretas. 8. (Uel 2010) Observe a tabela a seguir elaborada por Pierre Bourdieu:

Com base na tabela, é correto afirmar:

a) A pesquisa sobre as classes sociais indica as similitudes e simetrias dos gostos e práticas sociais das classes baixas, médias e superiores.

b) A pesquisa sobre as classes baixas, médias e altas revela o quanto a dimensão cultural dificilmente coincide com a dimensão econômica das diferenças.

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c) A pesquisa sobre a dimensão cultural das classes sociais demonstra que há diferenças nos seus estilos de vida e de consumo.

d) A pesquisa sobre as classes sociais e suas hierarquias desautorizam as afirmações sobre possíveis assimetrias nas escolhas de consumo.

e) A pesquisa sobre o consumo e as prática sociais das três classes denuncia a apropriação da cultura popular pelas classes superiores.

9. (Unicentro 2010) “A cultura faz parte da totalidade de uma determinada sociedade, nação ou povo. Essa totalidade é tudo o que configura o viver coletivo. São os costumes, os hábitos, a maneira de pensar, agir e sentir, as tradições, as técnicas utilizadas que levam ao desenvolvimento e a interação do homem com a natureza. Ou seja, é tudo mesmo! Tudo que diz respeito a uma sociedade” (PARANÁ. Livro didático de Sociologia. Curitiba, 2006, p.125). Assinale a alternativa correta. a) A cultura não é um estilo de vida próprio, nem um modo de vida particular, que cada sociedade

possui diferenciando-as entre si. b) A cultura compreende artefatos, bens, processos técnicos, ideias, hábitos e valores que são herdados

socialmente. A aquisição e perpetuação da cultura são um processo social. c) Não é possível diferenciar cultura popular, cultura de massa e cultura erudita, pois todas têm o

mesmo significado em uma sociedade. d) A cultura é algo adquirido biologicamente, ou seja, não há nenhum tipo de influência do meio social

para a formação cultural do indivíduo. e) A cultura de um povo pode ser identificada como melhor ou pior em relação a outros povos. 10. (Unicentro 2010) Renato Ortiz, estudioso da cultura brasileira escreveu que para nós “a questão da identidade se encontra intimamente à questão da cultura popular e do Estado; em última instância, falar em cultura brasileira é discutir os destinos políticos de um país” (Ortiz, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense,1994, p. 13). Envolvendo múltiplas definições, o conceito de cultura constitui um dos elementos mais importantes quando se fala da identidade de um povo. Pensando essa questão e tendo em vista a chamada “cultura brasileira”, assinale a alternativa incorreta. a) Resultando de um processo que envolve diferentes etnias, indígena, africana, europeia, asiática, e

outras, a cultura brasileira configura um universo multicultural em permanente construção. b) A bossa nova não é considerada parte do movimento de identidade nacional, pois participou de um

movimento cultural que se inclinou à lógica do mercado fonográfico imposto pelas multinacionais. c) Dentre os movimentos culturais brasileiros que nos anos 60 tiveram como preocupação a questão

cultural, estão os Centros Populares de Cultura que, criados no início dessa década, foram extintos com o Golpe militar de 64.

d) O cinema novo foi um movimento de jovens cineastas que queriam produzir um cinema barato feito com "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça". As temáticas deveriam estar voltadas para realidade brasileira.

e) O Tropicalismo, que também tinha como tema a cultura brasileira, utilizou uma perspectiva herdada do movimento modernista de 22, em especial a perspectiva antropofágica do escritor e poeta Oswald de Andrade.