literatura sertaneja: verso, viola e vida

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Projeto de Literatura.

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1 2 PREFEITURA DE MONTES CLAROS SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO DIRETORIA TCNICO-PEDAGGICA VI FEIRA MUNICIPAL DE LITERATURA LITERATURA SERTANEJA: VERSO, VIOLA E VIDA. MONTES CLAROS ABRIL/2012 3 PREFEITURA DE MONTES CLAROS SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO DIRETORIA TCNICO-PEDAGGICA VI FEIRA MUNICIPAL DE LITERATURA COMISSO ORGANIZADORA Leonardo Rodrigues Vieira Ensino Fundamental Analista de Contedo Curricular: Lngua Portuguesa Thas Lopes Vieira Ensino Fundamental Analista de Educao Magdelene Soares de Freitas - Educao Infantil Psicopedagoga Maria Aparecida de Souza Projetos e Programas Supervisora de Ensino Inailde Rodrigues Lima Projetos e Programas Supervisora de Ensino MONTES CLAROS ABRIL/2012 4 SUMRIO 1. INTRODUO .............................................................................................................................. 5 2. JUSTIFICATIVA........................................................................................................................... 7 3. OBJETIVOS ................................................................................................................................. 10 4. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 11 5. ORIENTAES DIDTICAS ................................................................................................... 13 5.1. Educao Infantil .................................................................................................................. 13 5.2. Ensino Fundamental: Anos Iniciais ..................................................................................... 16 5.3. Ensino Fundamental: Anos Finais ....................................................................................... 27 5.3.1. Artes ................................................................................................................................. 27 5.3.2. Cincias ............................................................................................................................ 32 5.3.3. Educao Fsica............................................................................................................... 33 5.3.4. Educao Religiosa ......................................................................................................... 44 5.3.5. Geografia ......................................................................................................................... 45 5.3.6. Histria ............................................................................................................................ 49 5.3.7. Lngua Inglesa ................................................................................................................. 52 5.3.8. Lngua Portuguesa e suas Literaturas .......................................................................... 57 5.3.9. Matemtica ...................................................................................................................... 61 6. CRONOGRAMA ......................................................................................................................... 64 7. REFERNCIAS ........................................................................................................................... 65 5 1.INTRODUO Existemdiversasformas,maneiraseinstrumentospelosquaispossvelaohomem expressarseuspensamentos,suasideias,convices,ideologias,falardesuarealidadesocial, comunicarsobreseusconflitosexistenciais,angstias,tristezas,bemcomorevelarsobresua imaginao,felicidade,alegria,prazer,amor,entreoutrossentimentos.Entreessaspossibilidades que o ser humano dispe para realizar sua comunicao como mundo, em especial lugar, encontra-se a literatura. Uma conceituao acabada, com todos os seus limites prontamente estabelecidos acerca doquedefatovenhaaserliteratura,talvezaindahojenosejapossveldevidosdiferentes acepestericasapresentadaspelosmaisimportantesestudiososdoassunto.Emlinhasgerais, pode-se dizer que literatura refere-se a uma forma de manifestao artstica, a qual se diferencia das outraspelotratoespecialquesuamatria-prima,apalavra,adquiredentrodasestruturastextuais produzidas. O artista, porassim dizer, hbilconhecedor do ofcio da escrita capaz de, a partir de recursoslingusticos,sejamelessintticos,semnticos,sejamestilsticos,daraostextos caractersticas bem significativas, peculiares, as quais diferenciam seu trabalho das outras maneiras desefalar,representarouimitaromundo.Essascaractersticasdizemrespeito,porexemplo, subjetividade textual; ao cuidado esttico com que as histrias so construdas; ao efeito emocional ocasionado no leitor; ao uso cuidadoso das figuras de linguagem, como as metforas; preferncia pelalinguagemconotativa,emdetrimentodadenotao;ausncia,muitasvezes,deuma preocupao utilitarista da linguagem, ou seja, a primeira preocupao da literatura decorre de sua funo esttica. Assim,nota-seque,muitoalmdeprocurardefinirliteratura,umadiscussomais profcuagiraemtornodeseestabelecerquaissoostextosquepodemserclassificadoscomo literriosouno.maisrelevantepreocupar-secomadefiniodedeterminadosparmetrosque possibilitemaoleitoreaosestudiososdefinircomcertapropriedadequeestosimdiantedeuma obra que foi concebida de um procedimento esttico bem elaborado. Um exemplo bem evidente de que nem todo texto pode ser tido por literrio quando se avaliaasproduesjornalsticas,asquaispossuemumalinguagemdireta,nosubjetiva,osfatos sonarradosquasesemprenaordemcronolgica,poisservem,emprimeirolugar,apenaspara informar algo que est ou que j aconteceu. Ainda, podem ser citados como textos no literrios, os pertencentesaogneropublicitrio,quetmumafunoestritamentecomercial,sendosua finalidade convencer as pessoas a adquirem um produto ou uma ideia. Aliteratura, comomanifestao artstica, tem por finalidaderecriar arealidadeapartirda viso de determinado autor (o artista), com base em seus sentimentos, seus pontos de vista esuastcnicasnarrativas.Oquediferealiteraturadasoutrasmanifestaesamatria-prima:apalavraquetransformaalinguagemutilizadaeseusmeiosdeexpresso.Porm, nosepodepensaringenuamentequeliteraturaumtextopublicadoemumlivro, porque sabemos que nem todo texto e nem todo livro publicado so de carter literrio. Logo, o que definiria um texto literrio de outro que no possui essa caracterstica? Essa uma questo que ainda gera discusso em diversos meios, pois no h um critrio formal 6 para definir a literatura a no ser quando contrastada com as demais manifestaes artsticas (evidenciando sua matria-prima e o meio de divulgao) e textuais (evidenciando um texto literrio de outro no literrio). [...] o que torna um texto literrio a funo potica dalinguagem queocorrequandoaintenodoemissorestvoltadaparaaprpria mensagem, com as palavras carregadas de significado. [...] no apenas o aspecto formal significativo na composio de uma obra literria, como tambm o seu contedo.1 Afinal,aqueserveentoaliteratura?Qualsuafinalidadeprimordial?Dificilmente, seriapossveldefinirempoucaslinhasadimensodepropsitosabarcadosporumtrabalho literrio, tendo em vista que nem os prprios escritores possuem a capacidade de, ao se dedicarem escrita de um texto, delimitar qual sentido o leitor ir construir para determinada obra, pois esse tipo deaodependedevriosfatores,sobretudo,damaturidadedequeml,doperodohistricoe social em que ele se encontra, da sua realidade de vida e da prpria subjetividade do ser humano. Dessamaneira,oquesepodedizerdemaneirabastantegeralquealiteratura,em qualquer parte do mundo, tem a finalidade de: Seruminstrumentoficcionaldeconhecimentodomundo,utilizando-seounoda verossilhanaparatratardediversassituaesexistentes,criandoinmeros personagenselocalidadesqueseaproximamdemaneirabempeculiaraomundo real;Levarohomemaumprocessodeautoconhecimento,conhecimentodooutro,bem como das relaes que estabelecem; Proporcionarprazerspessoaspelosimplesatodaleitura,sem,contudo,tera obrigao de instruir ou moralizar; Ser instrumento de formao e desenvolvimento intelectual.

1 NICOLA, 1998, p.24. 7 2.JUSTIFICATIVA A ideia de se realizar um evento que trate de literaturajustifica-se pelanecessidade de ofereceraosalunosdoSistemaMunicipaldeEnsinooacessoaumtipodeconhecimentoquea eles de fundamental importncia para a formao e o desenvolvimento da capacidade intelectual. A Feira Municipal de Literatura concebida sob o propsito de fazer com que os alunos, por meio dos textosficcionais,emprosaouverso,possamconhecermelhorarealidadeemquevivem; aperfeioaracapacidadedepensarerefletirsobreassituaesdocotidiano;desenvolverogosto pela leitura; ter contato com escritoresclssicos da literatura brasileira, alm dos contemporneos; valorizar a literatura como forma de conhecimento de mundo; entre outros. APrefeituradeMontesClaroscontemplahvriosanososcidadosmontesclarenses com esse evento, que se originou da Praa da Matriz e aos poucos foi se ampliando, passando a ser realizado tambm em outros espaos pblicos da cidade. ASecretariaMunicipaldeEducaotemestadofrentedaFeiraLiterriadesdesuas primeiras edies, em meados de 1990. Trata-se de uma festa de literatura, que vai alm dos muros daescolaequevisaproporcionaraosamantesdaleituraaapreciaodaproduoliterria.Alm disso,aFeiraofereceoportunidadeaopblicoleitordeconhecerobrasdevriosescritores, inclusivedomunicpioeregio,ocasioemquemuitosautoresestopresentescomoconvidados paraoevento.Ocontatodiretodopblicocomosautoresconsolidaoprocessodeinteraoe democratizao do ato de ler.AFeiraLiterriabuscacontemplar,nadefiniodostemastrabalhados,gneros literrios diversos,a vida e obra de vrios escritores, desde os clssicosaos modernos. Na escolha detemasouescritores,considera-secriteriosamenteaspossibilidadesdasdiversasprticas pedaggicas, com foco amplo e direto nas questes literrias. O evento aberto ao pblico, contendo atividades gratuitas para todas as faixas etrias, comoapresentaesliterrias,musicais,exposiesdetrabalhos,lanamentosdeobras,palestras, bate-paposcomautores,minicursos,etc.Contacomaparceriadevriasinstituies,empresas, grupos e profissionais que apoiam a leitura como conquista da cidadania. A Feira teve as seguintes edies: 1)I Feira de Literatura na praa: leitura e prazer. Realizada na praa da matriz , no dia 4deoutubrode2007,comumaabordagemvoltadaparaos150anosdeMontes Claros,nointuitodeseresgataraidentidadeculturallocal,asmanifestaes artsticas urbanas e rurais; 2) II Feira Municipal de Literatura da Rede Municipal de Ensino. Aconteceu no ginsio Darcy Ribeiro, praa de esportes, em 24 de setembro de 2008, com temticas livres.Houve exposio e apresentaes de poemas, brincadeiras, releituras de textos, entre outros; 8 3)III Feira Municipal de Literatura. O tema esteve voltado para os 100 anos do escritor e historiador Hermes de Paula, sendo realizada nos dias 17, 18 e 19 de novembro de 2009, no ginsio Darcy Ribeiro, praa de esportes; 4) IVFeiraMunicipaldeLiteratura.Ocorreunosdias11e12denovembrode2010, comexposiesdostrabalhosnasescolasmunicipaiseculminncianohallda PrefeituradeMontesClaros.Otemacontempladofoiocentenriodopoetae escritor Cndido Canela; 5) VFeiraLiterria.AconteceunoestacionamentodaPrefeituradeMontesClaros,no dia 1 de outubro de 2011, com o tema Viajando pelas Minas Gerais, redescobrindo ereinventandoliteratura.Contoucomamplaestruturadetendasparaescolas exporemostrabalhos,palcoparaapresentaesartsticasedosalunos,almda realizaodepalestras,nasalaGeraldoFreire,sobreliteraturamineiracomdois professores doutores da Universidade Estadual de Montes Claros. Neste ano, a temtica escolhida foi Literatura Sertaneja: verso, vida e viola, em funo dariquezaedaimportnciaqueasobrasliterriasquetratamdosertotmparaaregionorte-mineira, principalmente, por construrem de modo bem significativo a identidade do povo que nele vive, retratarem de maneira verossmil nossa realidade social, nossa cultura, os hbitos alimentares, costumes, crendices e religiosidade, transporem para as pginas nosso modo de falar, etc. ORegionalismonaliteraturabrasileirasurgiuaindanosculoXIX,dentrodo Romantismo,nasobrasdeJosdeAlencar,deBernardoGuimares,deFranklindeTvora,as quaisqueriamretratar,mesmoquedemaneirameioidealizadaeartificial,arealidadede determinadasregiesdonossopas,emumverdadeiroprocessodebuscapelaconstruoda identidade nacional. No entanto, a literatura regionalista ganha fora com o movimento Modernista, apartirde1930,emque,influenciadosdecertomodoporesseregionalismoromnticoepelo Realismo do sculo XIX, os romancistas passaram a tratar das questes sociais, principalmente na regio nordeste, denunciando e retratando a seca, a misria, a explorao e a opresso vivenciadas por seus personagens. So autores significativos dessa fase: Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jos Lins do Rego, Jorge Amado, entre outros.Nessesentido,pode-seconsideraraLiteraturaSertanejacomoumavertente,um desdobramentodoregionalismo,sendoclassificadacomoumtipodeliteraturaquetrata, exclusivamente,deescreversobretudoquehnoambientedosertobrasileiro,preocupandoem caracteriz-lo e construir sua identidade. UmpoucomaisadiantenahistriadaLiteraturaSertaneja,encontra-seaquelequefoi capaztalvezdereinvent-la,criandopormeiodeseuspersonagenseobrasumaespciedeserto universal,comnovosignificadoebemdiferentedeautorescomGracilianoeRachel.Guimares Rosacriouumsertoimaginriopormeiodesualinguageminovadora,permeadapelos neologismos. Tratou dos mais diversos conflitos do ser humano, os quais no fogem nem mesmo o homem sertanejo, tais como o medo, o amor e a seduo. 9 Em ensaio crtico sobre Corpo de Baile, o professor Ivan Teixeira afirma que o livro talvez sejaomaisenigmticodaliteraturabrasileira.Asnovelasqueocompemformamum sofisticadoconjuntodelogogrifos,emqueacharadaaladacondioderevelao poticaouexperimentometafsico.Naaberturadolivro,intitulada Campo Geral, GuimaresRosa sedetmnainvestigaodaintimidadedeumafamliaisoladano serto, destacando-seafigura do menino Miguelim eo seu desajusteem relao ao grupo familiar.CampoGeral surgecomoumafbuladodespertardoautoconhecimentoeda apreensodomundoexterior;eoconjuntodasnovelassurgecomopasseiocsmicopela geografiarosiana, queretoma aidiabsicadetodaa obra do escritor: o universo estno serto, e os homens so influenciados pelos astros.2 Porqueverso,vidaeviola?Aescolhadessastrspalavrasquecompemotemada feiraestdiretamenteligadapropostadeumtrabalhovoltadoparaoquesetemdemaisricoe abrangentenostextosliterriosquerelatamavidanoserto.Versoremete-sepalavra propriamentedita,poisotrabalhocomaliteraturadeformaalgumapodeprescindirdotexto escrito,poissuamatria-prima.Dessamaneira,quer-secomoeventolevarosalunosa valorizarem o livro como instrumento de conhecimento.Vida traz tona a realidade vivenciada pelo homem do serto, o qual se identifica com o retratosocialconstrudonafico.Essapalavrarepresentaodesejodequeosleitorespossam entendermelhoroambienteemvivem,valorizarseuscostumes,desconstruiresteretipossobreo serto. Por fim, viola retoma uma das mais importantes caractersticas do serto brasileiro, ou seja, asuamusicalidade.Nosepodepensaremsertosemlevaremconsideraoquenossamsica tambm faz parte da construo de nossa identidade, pois representa bem aquilo que somos.

2 JUNIOR, 2002. 10 3.OBJETIVOS GERAL:Proporcionar comunidade escolar o contato com a literatura e seus elementos, afimdedivulgarevalorizarotrabalholiterrio,tendoemvistaseuvalor cultural, artstico, social e histrico. ESPECFICOS: Despertar o gosto e apreciao pela arte literria; Incentivaraleituradetextosliterrioscomofontedeprazer,bemcomo atividade crtica; Valorizar e conhecer o livro e os elementos que o compem; Valorizar a escrita como forma de registro da cultura dos povos; Divulgarevalorizaraliteraturabrasileira,sobretudo,adeMinasGeraisea norte-mineira. 11 4.METODOLOGIA NestaVIediodaFeiraMunicipaldeLiteratura,otemaLiteraturaSertaneja:verso, vidaeviolafoisugeridopelacomissodoeventoeaprovadopordiretoresesupervisores educacionais. Assim, iniciou-se a elaborao deste projeto. Para tanto, foram necessrias pesquisas emrelaoaotemaesobrasliterriascorrespondentes,contatocomprofessores,pesquisadores, autoreseeditoras.Tambmhouveanecessidadedeproduzirumaartevisualquerepresentassea temtica da feira e transmitisse a ideia a ser desenvolvida no decorrer do trabalho. Importantesobrasliterriasdanossaantologia,representantesdaLiteraturaSertaneja, foramselecionadaseestosendosugeridassEscolasparaseremtrabalhadaspelosdocentesem saladeaula.Essaseleoabrangetextosqueatendemfaixaetriadosestudantesdecada modalidadedeensinoatendidapeloSistemaMunicipaldeEducaodeMontesClaros.Foram prestigiados grandes clssicos da nossa literatura como Grande Serto Veredas de Joo Guimares Rosa, Os Sertes de Euclides da Cunha, Morte e Vida Severina de Joo Cabral de Melo Neto; obras daliteraturainfanto-juvenilcomoABordadeiradeHistriasdeAnaRaqueleRogrioAndrade Barbosa,ImagensdoSertodeCristinaPorto,SeverinoFazChoverdeAnaMariaMachado; poesiasdaliteraturadecordelcomoCordeldeToAzevedo,CordelAdolescente,OhXente!de Silvia Orthof, entre outras. Pensando na importncia da literatura como valor cultural, artstico, social e histrico as aesprevistasparaaVIFeiraMunicipaldeLiteraturavmincentivaraleituraeaapreciaoda arte literria, bem como divulgar e valorizar a literatura brasileira, sobretudo, a de Minas Gerais e a norte-mineira.Aoexploraratemticadesseevento,asescolas,oseducadores,educandose comunidade,teroaoportunidadedeperceberaliteraturacomoferramentadereflexoe disseminao da arte e dos valores de um povo. Assim, a literatura serve como fomento pesquisa e aopensamentocrticodentrodasaladeaula.Paratanto,asescolasreceberodocumentosde orientaes didticas e suportes pedaggicos, que as apoiaro nesse trabalho. AsOrientaesdidticasatenderodaEducaoinfantilao9anodoEnsino Fundamental.Seroapresentadasemumaabordageminterdisciplinar,demodoquetodasasreas do conhecimento possam desenvolver a temtica da Feira. Alm desse suporte documental, sero oferecidos aos professores palestras e minicursos referentesaotrabalhocomaLiteraturaRegionalista(especificamentecomaLiteraturaSertaneja), paraqueestejampreparadoseembasadosparaodesenvolvimentodessatemticajuntoaosseus alunos. OtrabalhopedaggiconasescolasreferentesFeiraLiterriaseracompanhado atravsdereuniesmensaisrealizadascomossupervisoresediretores,procurandopromoverum dilogo constante e um canal de trocas de ideias e experincias. Osresultadosfinaisdasatividadesdesenvolvidasnasescolasseroexpostosna culminncia do trabalho pedaggico com a realizao da VI Feira Municipal de Literatura. Em um espao aberto e adequado, de fcil acesso comunidade montesclarense, sero dispostas tendas, nas quais as escolas envolvidas estaro organizadas por nucleao. Haver, ainda, tendas que recebero os escritores e suas obras, editoras e suas divulgaes, entre outros. Ainda, ser montada uma tenda 12 escura,emqueseroprojetadosfilmes,documentrios,curtas-metragenssobreasobras contempladas pelo evento. Em um palco central, os alunos, educadores e artistas locais participaro de variadas apresentaes artsticas. Dessaforma,espera-seproporcionaraosnossosestudantesaoportunidadede desenvolverumaeducaoliterriapertinenteaoseuperododeformao,e,ainda,oferecer populaodeMontesClarosocontatocomaLiteraturaSertanejaeseuselementos,afimde divulgar e valorizar o trabalho literrio da nossa regio. 13 5.ORIENTAES DIDTICAS Seguemalgumasorientaesdidticas,afimdeauxiliarprofessoresesupervisoresno planejamento de todas as aes previstas para a VI Feira Municipal de Literatura. 5.1 EDUCAO INFANTIL Diversidade cultural: dilogo entre cultura e educao na escola O termo diversidade diz respeito variedade e convivncia de ideias, caractersticas ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situao ou ambiente, sendo que cultura (do latimcultura,cultivarosolo,cuidar)umtermocomvriasacepes,emdiferentesnveisde profundidadeediferenteespecificidade.Soprticaseaessociaisqueseguemumpadro determinadonoespao/tempo.Refere-seacrenas,comportamentos,valores,instituies,regras morais que permeiam e preenchem a sociedade. Dessaforma,adiversidadeculturalpodeserentendidacomodiferenasculturaisque existementreoserhumano,havendo,assim,vriasmanifestaesculturais,taiscomo:a linguagem,danas,vesturioeoutrastradies,comoaorganizaodasociedade.Assim, fundamentalqueasinstituieseducativasconstruamumaponteentreoconhecimento estabelecido, o patrimnio cultural da humanidade e o conhecimento cultural presente na localidade que vivem e no seu entorno. AsinstituiesdeEducaoInfantilseconstituemcomoespaoprivilegiadode vivnciasemanifestaesculturais,onde,atravsdeprticaseducativasquesejamsignificativas, crianas e adultos tm a possibilidade de ampliar seu universo cultural. SegundoKramer(2006),aexperinciaculturalcontribuinaformaodecrianas, jovenseadultos,resgatandotrajetriaserelatos,provocandoadiscussodevalores,crenas,a reflexocrticaqueproduzidaequenosreproduz,esuscitaorepensardosentidodavida,da sociedade e do papel de cada um de ns. Dessamaneira,imprescindvelqueotrabalhocomaculturasejadeforma interdisciplinarnoambienteescolar,propiciandoaabordagemdessesaberqueproduzidopor todos.DeacordocomKramer(...)oconhecimentodasrazesculturais,dastradies,das experincias e da histria de cada grupo conquista fundamental na construo da identidade.3 Assim,oeducadortempapelfundamentalemdesvendaressariquezaquea diversidadecultural, sendo necessrio que crianas eadultos aprendam com a suaculturae a arte, comostextos,comashistriasecomaexperinciaacumulada.Nessaperspectiva,percebemosa

3 KRAMER, 2006, p.14. 14 importncia do desenvolvimento do trabalho voltado para a vertente cultural, como experincia que enriqueceraprticapedaggicadasinstituiesqueatendemEducaoInfantilemMontes Claros.Serumaoportunidadeparaproporcionarscrianasocontatocomoacervocultural brasileiro, bem como da regio na qual ela est inserida, desmistificando, respeitando e colaborando para a valorizao e perpetuao da cultura local. Dessa forma, para que haja o dilogo com a VI Feira Literria, sugere-se que o trabalho a ser desenvolvido no 2 trimestre, cujo tema Diversidade Cultural: do Catop ao Pequi, perpassepela temtica Literaturasertaneja: verso, vida e viola. ElencamosalgunslivrosdeLiteraturainfantil,afimdeincentivarquecadainstituio trabalhe um ou mais exemplares. Lembrando que o objetivo primordial a literatura trabalhada para a fruio, despertando o encantamento pelo universo cultural. ITEMLIVROAUTOR (A)EDITORA 01DiversidadeTatiana BelinicyQuinteto 02Boca em boca- Histria de todos os cantos SalesianaSalesiana 03Brincadeira de rodaDenise RochaelFormato 04Brasil MeninoFatima MiguezDCL 05Boneco Maluco e outras brincadeiras Elias JosProjeto 06O reino das plantas- Uma viagem pelo mundo da Botan companhia Eduardo PirozziCompanhia 07500 anosRegina RennoFTD 08Luana a menina que viu o Brasil nenm Aroldo MacedoFTD 09Paisagens BrasileirasFtima MiguezDCL 10Alegria alegria as mais belas canes n. infncia Carlos FelipeLeitura 11Lendas da Amaznia... E assim at hoje Flavia SavarySalesiana 12Lampio e Maria BonitaLiliana Iacoccatica 13Lendas dos buracos do cu- Coleo Lendas da Amaznia Estela LeonardosVila Rica 14Luiz LuaDimensoDimenso 15A histria de Chico Mendes para crianas Fatima ReisPrumo 16Festas de Agostongela Martins FerreiraLDTA 17Por dentro dos CerradosNilson MoulinaStudio Nobel 18Crianas do MundoAdele CiboulSalamandra 19DiversidadeNria RocaIbep Jr. 20Folclore para crianasZez Colares Yonne Silveira Imprensa Universitria- Unimontes 21Severino Faz ChoverAna Maria MachadoSalamandra 22A Rendeira BoralheiraSocorro Acioli Positivo 23Dona FeiaAnderson de OliveiraAbacatte 15 23O menino Sinh vida e msica de Hermeto Pascoal para crianas Edmiriam Mdolo Villaa tica 24O mamulengo molegaHardy GuedesBase editorial 25O surfista e o sertanejo encontro do mar com o serto Ricardo DreguerModerna 26O boi leioStela Barbieri e Fernando VilelaScipione 27Joo boboca ou Joo sabidoRosane Pamplona Ionit Zilberman Brinque-Book ComotrabalharDiversidadecultural:docatopaopequieLiteraturasertaneja: verso, vida e viola? Otrabalhocomatemticadiversidadeculturalnaeducaoinfantilpropeuma discussonoscomospequeninos,mastambmcomtodaaescolasobreaidentidadecultural desseseasvriasculturasexistentesemnossopas,nombitoindividual,socialecoletivo, buscando entrelaar as diversas linhas do conhecimento de maneira interdisciplinar. Trabalhar comLiteraturaInfantil proporciona o desenvolvimento devrias habilidades ecompetnciasnafaixaetriainfantil.Sendoassim,comavariedadeliterriaetudoquetraduz cultura, pode-se explorar a heterogeneidade na e da escola, sobre a diversidade existente, buscando asorigensdaculturanoentornodasinstituiesinfantis,seucontextohistrico,eoutrasculturas queestoinseridas,como:comidastpicas,costumes,danas,lendasereligio,explorandoas diversidadesregionaiselocais.Comisso,importantetrabalharobjetivandoformarcidadosque sejamcrticoseautnomos,queparticipamdoprocessosocial,conscientesdeseusdireitose deveres na sociedade, com base no respeito mtuo, fortalecendo e realizando o movimento cultural to importante e necessrio a construo do saber cultural. A cultura brasileira tambm se faz presente nas nossas razes e devemos ento propiciar s crianas pequenas a descoberta das muitas culturas que fazem parte do nosso povo, para que se fortalea o sentimento de valorizao dos nossos costumes.Assim,temosqueperceberesentircomoastemticasestoprximas.Sentirqueo sertanejofazpartedaculturamontesclarense,queaviola,comobemculturaldecaracterstica marcantenasmanifestaespopulares,precisaservalorizada,assimcomooscostumes, brincadeiras, cantigas, comidas e festas... Tudo isso a vida simples do povo norte-mineiro, que se mistura com a terra, com prtica e o aconchego da educao infantil.EntoseaventureprofessoreviajepeloBrasilatchegaraquiPrincesadoNortee, quandochegar,mergulhenanossaterra,descubraosbichos,osfrutos,osversos,ascantigas, construa brinquedos e faa com que seu aluno, mesmo pequeno, encante-se pela nossa terra. 16 5.2 ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS INICIAIS A LITERATURA OtrabalhocomatemticadaVIFeiraLiterriaLiteraturaSertaneja:verso,vidae viola,nosAnosIniciaisdoEnsinoFundamental,permitirscrianasummaiorcontatocoma Literatura,almdepropiciaroconhecimentoeaapreciaodaarteliterriadanossaregio. Favorece,tambm,otrabalhocomimportantescontedosdaPropostaCurricular,comoaleitura, escrita e a compreenso textual. o momento mais propcio para provocar situaes que despertem na criana o entusiasmo pela leitura e pelo mundo letrado. A literatura, comoumaexpresso artstica, aartedas palavras.Como umamanifestao de sentimentos, sensaes, impresses e como a expresso lrica de um artista da palavra e do desenho, ela provoca deleite e traz um trabalho potico com as palavras, com as figuras de linguagem e com as imagens.4

ALiteraturapromove,atravsdoprprioatodeler,umasriedeaesnamentedo leitor.Pormeiodelas,eleextraiinformaes,fazinfernciaseampliaovocabulrio.Assim,o trabalho com a Literatura na sala de aula dever permitir aos alunos: Desenvolver o pensamento letrado, no sentido da apropriao cada vez maior e mais abrangente da linguagem escrita dos textos literrios; Ampliareaperfeioaracompreensoleitoraeaspossibilidadesdeestabelecimento de relaes e construo de sentidos; Utilizaraleituracomofontedeprazereinformao,ampliandoorepertriodos alunoscomdiferentesgnerosdetextos,autoreseilustradores,iniciandoaconstruo de uma histria de leitor; Narrar histrias lidas ou ouvidas, considerando a temporalidade e a causalidade; Familiarizar-secomaescritapormeiodomanuseiodelivrosedavivnciade diversas situaes nas quais seu uso se faa necessrio; Interpretartextoslidoseouvidos,organizandoinformaessobreoassuntoem questo O Serto; Externarsegostouounodoquefoilidoeseconcordouounoatravsdacrtica literria;

4 PARREIRAS, 2009, p.22. 17 Discutirahistria(ocomeoeofim),oritmo,aspersonagens,acapaea encadernao, a paginao, o tipo e o tamanho das letras e o formato do livro; Entrarnaaventuracomospersonagens,comentaroenredo,conhecermaissobreo autor e a temtica do Serto. A COMPREENSO LEITORA DeacordocomaPropostaCurriculardoSistemaMunicipaldeMontesClarosparaos AnosIniciaisdoEnsinoFundamental,otrabalhocomacompreensoleitorapodeedeveser iniciadoantesmesmoqueascrianasconsigamadecodificaraspalavras.Naleituraemvozalta, quandooprofessorcomentaoudiscutecomseusalunososcontedoseusosdostextoslidos,ele contribui para o desenvolvimento da capacidade de compreenso.Essacapacidadeprecisaseraprendida,exercitadaeampliadaemdiversasatividades contnuascomosalunos.Porexemplo,nostextosnarrativos,aoacabardeler,oalunodevesaber dizer:Quem fez o que; Quando; Como; Onde;Por qu.Osalunospodem,atravsdaleituradasobrasqueexploramoSertobrasileiro, partilharemsuaemooesuacompreenso,avaliandodemaneiracrticaeafetivaocontedoda obra lida, fazendo extrapolaes, isto , projetando o sentido do texto e da Literatura Sertaneja para outrasvivncias,outrasrealidades.Esseumimportanteaprendizado-afetivoeatitudinal-que levaosalunosadescobriremqueoslivrospodemfalardanossavida,podemterutilidadee relevncia para ns. UmdoscomponentesdacapacidadedelercomcompreensopresentesnaProposta Curricularaestratgiadelercomenvolvimento,prevendooqueotextoaindavaidizere verificandoseasprevisesseconfirmamouno.Esselevantamentodehiptesespodecomear antes da leitura e percorrer todo o processo, levando os alunos a produzirem o indispensvel fio da meada, que permite ao leitor compreender o texto. Outraimportantehabilidadeacapacidadedeseposicionardiantedahistria, expressandosuasopinies.Desenvolveraoratriadacriana,levando-aasemanifestar criticamenteemrelaoaostemasabordadosnasobrastrabalhadas,formandoopinioarespeito das diferentes leituras que se faz do Serto brasileiro, sua gente e sua cultura. 18 O OBJETO LIVRO importantequenasaladeaulaoprofessortrabalhecomascrianasosuporteno qualotextoexploradoestsendoapresentadoNaturalmente,paraquealeituraoraldehistrias atinja os objetivos, no basta que a histria seja lida. necessrio que o objeto portador da histria seja analisado com as crianas[...]5

Conhecer o objeto livro, descobrir que as marcas na pgina escondem significados, que oslivrostmautor,ilustrador,editor,temcapa,resenha,etc.,soimportanteshabilidadesparaa formao de um aluno leitor.O professor dever ser o orientador que analisar o livro junto com a criana, levando-a a opinar criticamente a respeito: Doobjeto-livro:acapa,(bonita?Feia?Atraente?),ottulo,aencadernao,a ilustrao, o tipo e o tamanho das letras, etc.; Emrelaohistria:seboa,seinteressante,seboba,secondizentecoma realidade do serto e do sertanejo. E o tema: como foi sentido? E o final da histria? E os personagens? Etc... Explorar a capa: sem ler o ttulo do livro (perguntar se eles sabem do que se trata a histria e por qu); Relacionar o ttulo com a ilustrao da capa; Relacionar a ilustrao da capa e a histria; Identificar e explicitar as relaes entre o texto e seu ttulo. Aformaoqueoferecidaaosprofessoresenfatizamuitoovalordapalavraedotexto escrito. No caso da literatura para crianas se caracteriza pelo conjunto do que composto: textos,desenhoseprojetogrfico.Ento,nohcomofecharosolhosilustrao.So linguagens diferentes dentro de um livro.6

Ocontatodacrianadeveracontecernosomentecomotexto,mas,comoobjeto livro. Assim, o professor possibilitar a construo de uma relao mais prxima entre a criana e o livro. Outrosaspectosimportantesaseremtrabalhadoscomascrianas,comoparteda apropriao dos componentes dos livros, a resenha ou sinopse que aparece, geralmente, na orelha ou na contracapa do livro e a referncia bibliogrfica. O professor poder orientar as crianas, primeiramente explicando e mostrando o que umaresenhaouumasinopse,qualsuafunonolivroesuascaractersticas.Depois,ajud-lasa produzir resenhas ou sinopses dos livros trabalhados na sala de aula,auxiliando-as com perguntas, tais como: por que este livro deve ser lido? Em que ele nos ajuda? Quais pessoas gostariam de l-lo? E assim por diante...

5 SOARES, 2009. 6 PARREIRAS, 2009, p.89. 19 Ao trabalhar com a referncia bibliogrfica, o que se pretende mostrar as crianas qual a sua importncia e a sua utilidade. Tambm, para que perceba que cada livro tem um autor que o escreve, uma editora que o publica, em um determinado tempo e espao. Para tanto, no preciso queacrianaestudeaestruturacientficadeumarefernciabibliogrfica.Oprofessorpoder abord-la em sala de aula de maneira mais simples e mais prxima da criana, de acordo com suas possibilidades e progresses. (anexo modelo de ficha que pode ser trabalhada no primeiro ciclo dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental). A HISTRIA Asobrasliterriasqueserotrabalhadasnasaladeaulatrarofortementeamarcado sertoedopovosertanejoimpressasemsuaspginas.Oprofessor,aoconstruiroclimapropcio paraaleituradaobra(tantopelosalunoscomopeloprprioprofessor),deverdiagnosticaros conhecimentos prvios ou hipteses dos alunos sobre o tema em questo. Para as crianas que ainda no adquiriram o sistema de escrita e no conseguem ler com autonomia importante que a leitura dolivrosejafeitapeloprofessorenoapenascontadaahistria,pois,aleituradahistria,em vez da contao, fundamental para que as crianas ouam, e se apropriem da linguagem escrita, antes mesmo de estarem alfabetizadas e poderem elas prprias ler. Discutiroenredo,apreciarahistria,buscarseussignificados,trabalhandoa compreenso leitora e os elementos do livro so os prximos passos. A partir da, do debate sobre a histria, o professor dever conduzir o aluno a contextualizar a obra em um tempo, espao e cultura em um trabalho interdisciplinar. Assim, a obra permitir que sejam abordados contedos referentes ao serto como: Tempo: atual ou passado; Espao: localizao, clima, vegetao, etc.; Cultura: comida, msica, dana, trajes, sotaque,costumes, artesanato, etc.; Explorar a linguagem do sertanejo: semelhanas e diferenas com a linguagem da criana. PEQUENOS AUTORES importantequeosalunosvivenciemoprocessodeconstruodeumlivrodesdea elaborao da histria sua composio e todosos elementos queelecontm. Essaatividade ser degrandevaliasturmasdealfabetizao,pois,permitiraosestudantesrefletiremsobrea produo escrita, revisar, reescrever, reconstruir suas ideias demonstrando sua evoluo no processo deformaodoLeitor/Escritor.Oprofessorpoderconduziressemomentoatravsdasseguintes propostas:As prprias crianas produziro um livro de literatura, comeando pela construo da histria(quepoderserfeitacoletivamentecomasturmasdosprimeirosanos), definindoquemseroospersonagens(suascaractersticasespecficasenquanto 20 literaturasertaneja),otipodehistria(seromance,seaventura,terror,etc),oque acontecer? Como comea? E depois? E como termina? Corrigir e interpretar a histria, discutindo e revendo o enredo; Organizar a histria no formato do livro definindo as pginas e ilustrando-o (discutir as ilustraes para que representem o serto); Escolher o ttulo da histria e elaborar a capa; Fazer a crtica literria, a resenha e a referncia bibliogrfica do livro. AVALIAO Aavaliaodeveserfeitadurantetodooprocesso,poisdeladependemospassos seguintese os ajustes necessrios. Ela deve servir para oferecer indciosde como anda a evoluo da classe, suas aprendizagens, seus interesses. O professor poder conduzir a avaliao a partir das seguintes consideraes: Houve envolvimento e interesse? Aprendizagem e aquisio de conhecimentos? Houve mudanas na forma de pensar e agir das crianas? Os objetivos do planejamento foram alcanados? 21 ANEXO: 1 REFERNCIA BIBLIOGRFICA AUTOR: LIVRO: EDITORA:ANO: CAPA (DESENHO): 22 ANEXO: 2 Ler por prazer no ritmo do cordel7 Se voc nunca pensou em apresentar literatura de cordel aos seus alunos, por consider-lapobreoupopulardemais,saibaqueestcometendoumerrodeavaliao.Primeiro,porque popular no sinnimo de m qualidade. Depois, porque esse gnero literrio riqussimo, tanto na formacomonocontedo.Toricoquemuitosespecialistascostumamconsider-locomouma ferramenta excepcional para desenvolver na garotada o comportamento leitor.O que faz da poesia de cordel um instrumento capaz de estimular o hbito da leitura so caractersticas que costumam encantar as crianas, entre elas a musicalidade das rimas, a temtica, quegeralmenteremeteculturanordestina,easmetforas,queabremcaminhoparaboas discusses. J que assim, por que no usar o cordel para ampliar o repertrio da turma? A revista NOVAESCOLAfoiouvirquementendedoassuntoparaelucidaralgumasdvidassobrecomo trabalhar com a leitura desse tipo de texto. A melhor maneira de ler a poesia de cordel para os alunos em sala de sala: Oidealquevocpreparealeituracomantecednciaparadarodevidodestaqueao ritmo e musicalidade proporcionados pelas rimas. Treine a entonao, lembrando sempre de que recitandodemodoexpressivoqueoscordelistasatraemcompradoresparaosseusfolhetos.O professordeveatuarcomomodelodeleitor,questionandoasintenesdoautoraoescolher determinadas expresses e ajudando na construo. Informe-se sobre a histria e a estrutura potica. Secontarcomosrecursosnecessrios,reproduzagravaesdecordelemsaladeaula.Assim,os alunos tero referncias da relao entre o texto e a oralidade tpica do gnero. Como os estudantes devem fazer a leitura: Leremvozaltabom,jqueocordelestfundamentadonaoralidade.Pedirqueos alunoslevemcordisparacasaeleiamparaseuspaisumaboamaneiradeaproxim-losdo gnero, diz Hlder Pinheiro, professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Depois de ler, o que discutir com as crianas: Regionalismos,metforasepalavrasquefogemgrafia-padro,porexemplo.Fatos histricoseaspectosculturaisreferentesnarrativatambmdevemserabordados.Sevoc intercalar a leitura de cordis com a de outros gneros literrios, discuta as diferenas entre eles.

7 Cyntia Calhado ([email protected]). Disponvel em www.novaescola.org.br 23 De que forma explicar palavras fora do padro: Os desvios ortogrficos tpicos do cordel tm origem na estreita relao do gnero com a linguagem oral. Explique que, nesse contexto, eles no so considerados erros, mas traos da fala coloquial e da cultura popular que refletem o ambiente no qual o cordel foi criado. Como abordar regionalismos e metforas: Esseselementosrefletemodilogodosertanejocomsuascrenaseseusdilemas cotidianos.fundamental,portanto,quevocestudeoscordisqueserolidosparaajudarseus alunos a compreend-los. Preparar um glossrio de termos regionais pode ajudar bastante. Os critrios na hora de selecionar os textos que sero lidos: Algumaspoesiasdecordeltmlinguagemchulaoupornogrfica.Outrosnarram histriasviolentas.Nahoradeescolherasqueserolidasemsaladeaula,precisodescartar aquelas que apresentem temtica inapropriada, diz a professora Ana Cristina Ado, que trabalha a leituradecordiscomumaturmade4anonaCEIEFAracyNogueiraGuimaresemLimeira,a 150 quilmetros de So Paulo. Ana sugere que, levando em conta a experincia das crianas, sejam selecionados textos que tratem, por exemplo, de lendas, festas regionais, acontecimentos histricos ou simplesmente fatos cotidianos. Trabalhar o cordel no incio da alfabetizao: Amtricaearimadespertamacuriosidadedascrianas,afirmaCarlosAlbertode AssisCavalcanti,mestreemLiteraturapelaUniversidadeFederaldePernambuco(UFPE). Apresent-las ao gnero por meio de cordis mais curtos, como os escritos em quadras (estrofes de quatroversos)ousextilhas(deseis)amelhorestratgia.Nofragmenteocordel.Duranteo processodealfabetizao,importantequeospequenoscompreendamotextoemsua integralidade. ANEXO: 3 OBRAS DA LITERATURA INFANTO-JUVENIL COM TEMTICA SERTANEJA SEVERINOFAZCHOVER:Severinomoravanumaterramuitoseca,muitoridaepor isso mesmo muito triste. Tudo l estava murcho, menosmagia e a esperana de um garoto, que percebeu desde cedo que com disposio, unio e boa vontade, o mundo pode se tornar muitomelhor. Estetexto deAnaMariaMachado umalio deconfiana nacapacidade quetodostemosderesolverosproblemasdodia-a-dia.Pois,atravsdaarte,da criatividade,damagiaedemuitabrincadeira,Severinoeseusamigosconseguiramoque parecia impossvel: fazer chover! Autora: Ana Maria Machado 24 A RENDEIRA BORRALHEIRA: a vida na pequena Santa Rita um tdio na maior parte do ano. Em todo ms de junho, entretanto, sempre acontece uma grande festa que transforma a cidade e todas as garotas se animam com os preparativos do concurso da Rainha do Milho. Rosalina uma rendeira que nunca participou do concurso e que sonha em danar nessa to animada festa. Ambientada no Nordeste brasileiro, essa envolvente narrativa recria a histria da Gata Borralheira. Autora: Socorro Acioli ARMANDO E O MONSTRO DA GARRAFA: Nesta aventura em cordel, o leitor conhecer a saga de um rapaz chamado Armando, esperto e sem talento, que busca a feitiaria para conseguir fama de bom repentista e violeiro. Mas o sucesso inicial logo se acaba; seu criado-diabinho, submisso e preso na garrafa, se solta e reverte a situao, fazendo Armando cantar versos grosseiros e maledicentes. Armando se reerguer depois da triste experincia? Autor: Fbio Sombra DONA FEIA: Dona Feia vivia num casebre rodeado de milharal. Os habitantes do povoado chamavam-na de bruxa, velha e louca. Certo dia, um caixeiro-viajante conhece Dona Feia e seu ofcio - ela fazia lindas bonecas de palha. Encantado, ele as levou para vender. Tempos depois, retorna com sorrisos e grande pedido. O povoado, que padecia com seca avassaladora, descobre que fazendo bonecas pode driblar a seca, Dona Feia, de bruxa vira fada, e sem os preconceitos ganha novo nome - Dona Fia. A fiandeira mais famosa do serto. Autor: Anderson de Oliveira O SURFISTA E O SERTANEJO: esta srie tem como objetivo mostrar a grande diversidade cultural existente em nosso pas. Em cada livro, os personagens precisam se mudar para uma cidade brasileira distante e de costumes bem diferentes. Os encontros e desencontros advindos dessa mudana brusca permitem abordar as diferenas no modo de vida dos habitantes de cada regio: alimentao, brincadeiras, expresses lingusticas, festas, tradies... Aps um ano, cada personagem leva um grande amigo para conhecer sua cidade natal. S que essa histria quem vai contar o leitor. Autor: Ricardo Dreguer CORDEL: este volume da Biblioteca de Cordel traz a produo literria de To Azevedo, autor de quinhentas histrias de cordel, alm de catorze livros sobre cultura popular brasileira. Autor: To Azevedo 25 ABORDADEIRADEHISTRIAS:beiradoRioSoFrancisco-ovelhoChico-, crianas contam histrias que contaram as avs das avs de agora: o amor da Sereia dos cabelosdeouro,asestripuliasdoendiabradoRomozinho,oencontrocomocaboclo-d'gua, o senhor das profundezas... Que ningum duvide delas: muita gente garante que tudoaconteceualimesmo,eovelhoChicoagrandetestemunha... Autor: Ana Raquel e Rogrio Andrade Barbosa JOO BOBOCA OU SABIDO?: Maria pede para o marido Joo ir ao mercado trocar a vaquinha malhada por alguma coisa boa para o casal. No caminho, Joo troca a vaca magrinha por uma cabrita bem tratada, a cabrita por um ganso gordo e bem emplumado, o ganso por um frango gordinho, o frango por um passarinho que um dia poderia ser um bom cantor e, por fim, troca o passarinho por um saco de coc de galinha. Quando chega ao mercado, Joo encontra um vizinho, tambm chamado Joo, que caoa de suas trocas pouco inteligentes. Afoito para tambm tirar proveito da ingenuidade do caipira, o vizinho decide fazer uma aposta que mudaria para sempre a vida de Joo. Joo no a pessoa mais esperta do mundo quando o assunto comprar, vender e trocar. De corao puro e com ingenuidade saindo pelos poros, ele acredita cegamente nas pessoas e no amor ao prximo. Essas caractersticas podem ser catastrficas no mundo dos negcios, mas nesta divertida histria o leitor vai perceber que aqueles que parecem bobinhos so justamente os que conhecem a verdadeira sabedoria de viver. Autor: Rosane Pamplona e Ionit Zilberman SAUDADES DO RIO MAR: neste e em cada livro da coleoCaminhos do So Francisco, a personagem Jaciob se depara com um Brasil que muitos ignoram e nosrelataimpressesemocionadassobreaspessoasqueconhece,aspaisagens marcantesquepercorreeadurasituaosocialquetestemunha.Autor:Cristina Porto IMAGENS DO SERTO: a autora retrata sua viagem feita a Po de Acar, localizada s margens do rio So Francisco, divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe. "Foi assim que enveredei por estradas com paisagens das mais diversas; foi assim que me tornei uma brasileira que est comeando a conhecer o Brasil real, mas j sente um orgulho imenso em fazer parte dessa gente forte e valente, que no se deixa dobrar em sua dignidade e, mesmo na mais extrema misria, mostra um corao que esbanja f, amor e solidariedade." Autor: Cristina Porto 26 O ROMANCE DO VAQUEIRO VOADOR: texto potico em forma de cordel que conta a histria de um vaqueiro que vai trabalhar na construo de Braslia, a exemplo de muitos brasileiros esperanosos por uma vida melhor. Mas a construo da capital no poderia ser o caminho para um vaqueiro que ama o campo e seus animais. Com delicadeza e sensibilidade, o autor recria um importante momento da histria de Braslia. Autor: Joo Bosco Bezerra Bonfim O BOI LEIO: um fazendeiro aceita o desafio de seu amigo e resolve pr prova seu fiel vaqueiro. Disposto a vencer a aposta a qualquer custo, o amigo pede sua filha que seduza o peo e o faa trair o fazendeiro. Quem ser que vai vencer o desafio? Autor: Stela Barbieri e Fernando Vilela INGNUO? NEM TANTO... : Felizardo, um homem simples e bem divertido, o protagonista de 70 "causos" tpicos do interior do Brasil, histrias de narrativa curta que mostram que a aparente ingenuidade sertaneja na realidade uma sabedoria sem tamanho... Autor: Bariani Ortncio OMENINOSINH:olivrotraaatrajetriadevidamsicoHermetoPascoal, buscandonasuainfnciaenoscostumesdesuaterranatal-oagrestealagoano- valores,influnciasepensamentosquecontriburamparasuaformaohumanae musical.Nainfncia, recebeu o apelido deSinh, por ser albino eter o cabelo de umloiroquasebranco,comoodeumvelhinho.Edesdemenino,oautodidata Hermeto j encontrava msica nos mais improvveis objetos. A vida do msico e a beleza da cultura popular nordestina se misturam nessa histria contada com muita poesia. Autor: Edmiriam Mdolo Villaa AhistriaOMamulengoMolenga,faladebichinhos-mamulengosque,cansados deserembichosdepano,queriamserbichosdeverdade.Noenredo,areflexo sobreotratamentodadoaosanimaispelohomemeaosdemaissereshumanos. Textoidealparamontagemdeumapequenapeacommamulengos,naqualas crianasfaroasfalaseamanipulaodospersonagenscomsuasmos molengas, lendo estrofes cheias de poesia. Autor: Hardy Guedes. 27 5.3 ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS FINAIS 5.3.1 ARTES Apresentao do Tema: Comum a todas as linguagens artsticas. A sugesto de trabalho de Artes para a feira literria ser a utilizao do livro Morte e VidaSeverinadeJooCabraldeMeloNeto.Olivroretrataemversosoitinerriodoretirante nordestino, que parte do serto paraibano em direo ao litoral, em busca de sobrevivncia, devido secaesprecriascondiesdevida.Aobrafoiescolhidaporestruturar-seemformadeauto,o que favorece o trabalho com todas as linguagens artsticas. ResumodaObra:http://www.algosobre.com.br/resumos-literarios/morte-e-vida-severina.html Texto: http://www.culturabrasil.org/joaocabraldemelonetoo.htm Propomosqueoprofessorapresenteaobraaosalunosparaqueelessefamiliarizem comasformas,ostemas,ospersonagenseahistria.Emseguida,oprofessorpodeusarvrias linguagensartsticasparacontextualizarasproblemticasabordadas,comoapobreza,afomeea seca. Pode ser usando a obra Os retirantes de Portinari: Alm da pobreza, da seca e da migrao nordestina, o professor de artes pode conduzir aapreciao,levandoemconsideraotambmosaspectostcnicosusadosporPortinari: Elementos visuais, cores, tcnicas, materiais, etc. Emrelaomsica,almdastradicionaisAsaBranca,LuardoSertopodese usaramsicaDoBrasildeVanderLee,queretrataoamordosertanejopelosertoea 28 importnciaqueeletemparaoBrasil.Existemmuitasoutrasopesquepodemserfacilmente encontradas na internet. Do Brasil Vander Lee http://www.youtube.com/watch?v=QBdHXm2tEzQ Falar do Brasil sem ouvir o serto como estar cego em pleno claro Olhar o Brasil e no ver o serto como negar o queijo com a faca na mo Esse gigante em movimento Movido a tijolo e cimento Precisa de arroz com feijo Que tenha comida na mesa Que agradea sempre a grandeza De cada pedao de po Agradea a Clemente Que leva a semente Em seu embornal Zez e o penoso bal De pisar no cacau Maria que amanhece o dia L no milharal Joana que ama na cama do canavial Joo que carrega A esperana em seu caminho Pra capital Lembrar do Brasil sem pensar no serto como negar o alicerce de uma construo Amar o Brasil sem louvar o serto dar o tiro no escuro Errar no futuro Da nossa nao. Esse gigante em movimento Movido a tijolo e cimento Precisa de arroz com feijo Que tenha comida na mesa 30 Que agradea sempre a grandeza De cada pedao de po Agradea a Tio Que conduz a boiada do pasto ao broto Quitria que colhe misria Quando no chove no cho Pereira que grita na feira O valor do prego Z coco, viola, rabeca, folia e cano Z coco, viola, rabeca, folia e cano Amar o Brasil fazer Do serto a capital... De vdeo, pode ser usado um especial da rede Globo que retrata toda a obra. Ele est disponvel no youtube por meio do link: http://www.youtube.com/watch?v=u3R3s5XeB-w. Se o filme no for adequado a determinados alunos ele pode ser usado pelo menos como referencial para o professor. Aideiafazercomqueoalunopercebademaneiraclaraosproblemasenfrentados pelos retirantes em todos os seus aspectos e possam, desse modo, produzir obras, tentando retratar assituaespresentesnolivroMorteeVidaSeverina.Deve-sedeixarclaroqueoalunopode aprender tambm sobre todo o universo sertanejo, como festas, modos de falar e de viver. Aseguiratividadesquepodemserusadasapartirdaapresentaodotemaacima.O professorpoderapartirdaquiproduziroutrostrabalhoseatividadesbemcomomelhorarasque estamosapresentando.Lembrandosempre,queestabertaapossibilidadedeproduzirmateriale apresentaes para o dia da Feira Literria. Artes Visuais: Construir uma histria em quadrinhosNointuitodetrabalhardemaneirainusitadaaquestodasecaedosretiranteso professordeartepodeproporacriaodehistriasemquadrinhos.Osalunospodemaprender sobre esse tipo de obra grfica, criar os personagens e o enredo. Ao mesmo tempo esto trabalhando aspectosessenciaisdareadeportuguseliteratura.Ospersonagenspodemterrelaocomos personagens da obra Morte e Vida Severina e retratar aspectos da vida deles.Oprofessordeartespodetrabalharosvriosaspectoscaractersticosdodesenhode histrias em quadrinhos, bem como as diversas formas de construir a histria. 31 Criao de Capas de livros de Cordel (Xilogravura) Os professores de Portugus e de Artes Visuais podem se unir na produo de um livro dePoesiaemCordel.NasaulasdePortugus,osalunosproduziroashistriasemversosenas aulas de artes ser produzida a capa em xilogravura. Paraaproduodacapapoderserusadosmateriaisalternativoscomobandejasde isopor para os moldesetinta guache paraas impresses. a oportunidade dos alunos aprenderem sobre o processo de produo do cordel, bem como sobre os processos que envolvem a produo da xilogravura. Msica: Conhecer os instrumentos musicais caractersticos da msica sertaneja. EmMorteeVidaSeverinafcilnotaramusicalidadedapoesia,oprofessorpode aproveitarotemaparaconhecerosinstrumentosmusicaiscaractersticosdamsicasertaneja.a oportunidadedeestudarorganologiaforadomundodosinstrumentostradicionaisdeorquestra. Esse trabalho pode ser feito por meio de pesquisa dos prprios alunos, ou ainda, por meio de visitas a pessoas ou a locais que possuam esses instrumentos. Instrumentistas tradicionais da regio podem ser convidados para falar e mostrar um pouco sobre a msica. Teatro: Teatro: Encenar uma parte do livro Morte e vida Severina, criar figurino SertanejoAproveitandooformatodaobra,pode-sefazerumaadaptaodotextoparaqueseja encenada pelas crianas. Para comear, os alunos podem fazer improvisaes relacionadas ao tema e criar suas prprias esquetes. importante construir um conhecimento significativo em teatro, ou seja,oalunoprecisaconhecerosvriosaspectosqueenvolvemaencenaoeaadaptao. Ressalta-sequeumaencenaodolivropoderserapresentadanodiadeculminnciadafeira Literria. 32 5.3.2 CINCIAS Sugere-seaosprofessoresdeCinciasque,dentrodesuaspossibilidades,trabalhem textosdos autores abaixo, fazendo alusoa temas abordados na disciplina de cincias. Esteano,o tema da VI Feira ser Literatura Sertaneja: verso, vida e viola, sendo assim, pode-se utilizar textos queabordamafauna,tiposdesoloecaractersticasdavegetao.Seguemabaixoalgumas sugestes: GrandeSerto:Veredas:nestaobra,GuimaresRosaretratacomfidelidadeo cerradonorte-mineiro.AotrabalharaunidadeCerrado,podemosutilizartextosde GuimaresRosa,quefazemrefernciasscaractersticasvegetais,aosfrutoseaos animais desse grande ecossistema. possvel fazer comparaes entre a explorao do cerradorepresentadonoromance(criaodegado)eaexploraopraticadanosdias atuais,representadaprincipalmentepelaagriculturaintensivamecanizadaea silvicultura,prticaessaquetemcontribudoparasuadegradaodocerrado. pertinente tambm debater sobre os desmatamentos das veredas e nascentes dos rios; Sertes:estaobradeEuclidesdaCunharetrata,entreoutrostemas,acaatinga nordestina,caracterizandoprincipalmenteseuclima,soloevegetao.Esse ecossistema tipicamente brasileiro, apesar de no ser o nico, o que mais caracteriza osemiridonordestinoeoextremonortedeMinasGerais.Podemos,nessaobra, explorarascaractersticaspeculiaresdacaatinga,esseecossistematipicamente brasileiro,comsuavegetaocaracterstica,formadaprincipalmenteporcactcease vrias espcies caduciflias; Maleita: nesta obra do mineiro (de Curvelo) Lcio Cardoso, podemos, como sugere o ttulo,trabalharasdoenascausadasporprotozorios,emespecialamalria,que,na metade do sculo passado, assolava a nossa regio, em especial as cidades ribeirinhas. Apesardeerradicadaemnossoestado,aindahojeumadoenamuitocomumna regio norte do Brasil; Outrasobras:baseando-senassugestesacima,omesmopoderserfeitocomas obrasdeoutrosautorescomo,porexemplo,JosAmricoAlmeida(Abagaceira)e JosLinsdoRego(MeninosdeEngenho),poisaoqueparece,aindstriacanavieira marcaoinciododesmatamentodaMataAtlntica.Esseecossistemapormuitas vezesretratadoemobrasdeJorgeAmado,jnessecaso,aculturaprincipalno cana, mas sim o cacau.Obs:almdosaspectosecolgicosdessesecossistemas,podemosexplorar,na literatura sertaneja, outros assuntos como doenas endmicas, desnutrio entre outros. 33 5.3.3 EDUCAO FSICA AVIFeiraMunicipaldeLiteraturatrata-sedeumeventointerdisciplinar,nosendo restritoapenasLnguaPortuguesa.OtemadesteanoserLiteraturasertaneja:verso,vidae viola. Quando se pensa em uma literatura do serto, estamos nos remetendo a uma vertente da LiteraturaRegionalista,sobretudo,aquelaproduzidanasegundageraodoModernismo(1930), quetevecomoassuntorecorrenteecomomaterialdeproduoliterriaosertobrasileiroesua infinidadedecaractersticas.Quandosepensaemverso,fazemosmenopalavrapropriamente dita, ou seja, aos textos que registraram a cultura sertanista. Ao falarmos em vida, queremos propor umestudoquetratedeumarealidadebemprximadanossaregio,masquetambmpodeser universal como bem escreveu Guimares Rosa. Por fim, viola diz respeito a uma "potica" peculiar dosartistasquefalamsobreoserto,sendoumamaneiradevalorizareincentivaroestudode literaturaapartirdaanlisecomparatista,ouseja,literaturaescritaemversoouemprosamaisas letras das canes. Assim,noquerdizerquevoctenhaquetrabalharauladeliteratura,massimeleger contedos do prprio currculo que estejam em sintonia com a proposta.O professor poder partir dasobrasoutextosliterriosparatrabalharoseucontedo.Portanto,aseguir,apresentoalguns textos, sugestes de atividades e aulas referentes ao assunto. 1 TEXTO INFORMATIVO SOBRE O REGIONALISMO Regionalismo - Literatura das peculiaridades do Brasil Antonio Carlos Olivieri8 O regionalismo tem uma tradio de quase 150 anos na literatura brasileira. Surgiu em meadosdosculo19,nasobrasdeJosdeAlencar,deBernardoGuimares,deAlfredo d'EscragnoleTaunaye de Franklin Tvora e pode-se dizer que h textos de cunho regionalista em nossaliteraturaatofinaldosculo20.Pode-sedizerqueasobrasdosculo20soosgrandes textos do regionalismo no Brasil. Entretanto, para se chegar a expoentes como Jos Lins do Rego, GracilianoRamos,ricoVerssimoeGuimaresRosa,ogneropercorreuumgrandecaminho, cujas razes esto na poca do romantismo, como foi o caso da obra de Jos de Alencar. Em primeiro lugar cabe esclarecer que, por regionalismo, entende-se a literatura que pe o seu foco em determinada regio do Brasil, visando retrat-la, de maneira mais superficial ou mais profunda.Osprimeirosautoresdogneronofocalizavampropriamenteumaregio,nosentido

8escritor,jornalistaediretordaPgina3Pedagogia&Comunicao.Disponvelem: educacao.uol.com.br/literatura/regionalismo-literatura-das-peculiaridades-do-brasil.jhtm 34 geogrfico, no visavam mostrar a vida no serto do Nordeste, ou de So Paulo ou do Rio Grande do Sul. Osertanejotorna-seentoosmbolodoautnticobrasileiro,alheiosinflunciasda Europa, abundantes na sociedade fluminense. nesse sentido que ele ir protagonizar os romances deBernardoGuimares,TaunayeFranklinTvora,constituindoumametamorfosedo"bom selvagem"quePeri(personagemcentralOGuarani)ouUbirajarahaviampersonificadonos romances de Alencar anteriormente. Do que j se deduz que o sertanejo romntico tambm padece de uma idealizao heroica que o afasta da realidade. Almdisso,osromancessertanistassomarcadosporum"pequenorealismo"-como afirmaoestudiosoNelsonWerneckSodr-queestpreocupadoemretratarasminciasdo vesturio, da linguagem, dos costumes, das paisagense em valorizar ocarterextico e grandioso da natureza brasileira. Nesse pano de fundo, decorrem os enredos marcados por amores, aventuras e peripcias como mandava o figurino da literatura romntica. 2 TEXTOS INFORMATIVOS SOBRE O FOLCLORE REGIONALISTA EVIDENCIANDO O SERTO TEXTO 1 - O Folclore na Literatura Naliteratura,omineiroJooGuimaresRosa,autorde"GrandeSerto:Veredas"-um clssicodaliteraturanacional-tematizaavidadosertanejoetrabalhatantoelementos caractersticosdenarrativasfolclricas,quantoaprpriaformasertanejadeusodalngua portuguesa.Damesmamaneira,oparaibanoArianoSuassunacompsumaamplaobrateatral baseadanatradiofolclricanordestina.Comoexemplo,podem-secitar"OAutoda Compadecida" ou "A Pena e a Lei", sem falar no monumental Romance da Pedra do Reino9.

9Disponvelem:educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/folclore-brasileiro-festas-comidas-e-lendas-tradicionais-do-brasil.jhtm 35 TEXTO 2 - Bumba-Meu-Boi10 Folguedo tradicional manifestao folclrica brasileira Bonecos nordestinos artesanais de barro evocam o Bumba-Meu-Boi OBumba-meu-Boiumadasmanifestaesfolclricasbrasileirasmaisconhecidase populares. Trata-se de uma espcie de auto que mistura teatro, dana, msica e circo. Nos diferentes estados onde ocorre, recebe diversos nomes, como Boi-Bumb ou Boi-de-Parintins, no Amazonas; Bumba-Meu-Boi,noNordeste;Boi-de-Mamo,emSantaCatarina;Boizinho,noRioGrandedo Sul, e outros. Os personagens tambm variam por regies: Pai Mateus, Cavalo-Marinho, Caipora e MaricotasdeCorocsoalgunsdeles.Danandoecantando,conta-seahistriadamorteeda ressurreio de um boi - uma histria de certa forma metaforiza o ciclo agrrio. Essa representao realizada tanto nos festejos juninos quanto nos de Natal. A provvel origem do Bumba-Meu-Boi o Nordeste das ltimas dcadas do sculo 18, ondeacriaodegadoerafeitaporcolonizadores,commo-de-obraescrava.Nasfazendas,as tradiesafricanas(comoadoboigeroa)teriamsemisturadoseuropias(comoastouradas) incorporandoainda,emcertasregies,elementosindgenas.Emgeral,ocorrianodiadeReise estava ligado ao ciclo de festas do Natal no serto. TEXTO 3 - Cultura da regio Nordeste do Brasil11

10Disponvelem:educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/bumba-meu-boi-folguedo-e-tradicional-manifestacao-folclorica-brasileira.jhtm 11 Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_da_regi%C3%A3o_Nordeste_do_Brasil 36 O maracatu, parte da cultura e folclore nordestino, reflete a miscigenao tnico-cultural entre africanos, indgenas e portugueses. Na foto, Maracatu Nao em Olinda, Pernambuco. Aculturanordestinabastantediversificada,umavezquefoiinfluenciadapor indgenas, africanos e europeus. Os costumes e tradies muitas vezes variam de estado para estado. Tendo sido a primeira regio efetivamente colonizada por portugueses, ainda no sculo XVI, que a encontraram as populaes nativas e foram acompanhados por africanos trazidos como escravos, a culturanordestinabastanteparticularetpica,apesardeextremamentevariada.Suabaseluso-brasileira,comgrandesinflunciasafricanas,emespecialnacostadePernambucoBahiaeno Maranho, e amerndias, em especial no serto semi-rido. Ariquezaculturaldessaregiovisvelparaalmdesuasmanifestaesfolclricase populares.Aliteraturanordestinatemdadocontribuiesparaocenrioliterriobrasileiro, destacando-senomescomoJorgeAmado,JosdeAlencar,JooCabraldeMeloNeto,Rachelde Queiroz,GregriodeMatos,ClariceLispector,GracilianoRamoseManuelBandeira,dentre muitos outros. O Maranho o estado nordestino que mais se destacou e ainda se destaca no campo daLiteratura Nacional, tais com os escritores:Gonalves Dias, Alusio Azevedo, Arthur Azevedo, Coelho Neto, Sousndrade, Viriato Correia, Ferreira Gullar, Jos Louzeiro, Jos Sarney, Raimundo Correia, Josu Montello e muitos outros. O pernambucano Gilberto Freyre representa um marco na histriadoBrasildevidoaoseulivroCasa-Grande&Senzala,quedemonstraaimportnciados escravosparaaformaodopasequebrancosenegrossoabsolutamenteiguais.NoCear,o movimento da Padaria Espiritual, no fim do sculo XIX, antecipou algumas das renovaes trazidas com o modernismo, no anos 1920 do sculo seguinte. Afox Filhos de Gandhy, em Salvador, Bahia. Na literatura pode-se citar a literatura popular de cordel que remonta ao perodo colonial (a literatura de cordel veio com os portugueses e tem origem na Idade mdia europeia) e numerosas 37 manifestaes artsticas de cunho popular que se manifestam oralmente, tais como os cantadores de repentes e de embolada. Namsicaerudita,destacaram-secomocompositoresAlbertoNepomucenoePaurillo Barroso,assimcomoocearenseLidunoPitombeiranaatualidade,eEleazardeCarvalhocomo maestro. Ritmos e melodias nordestinas tambm inspiraram compositores como Heitor Villa-Lobos (cujaBachianabrasileiran5,porexemplo,emsuasegundaparte-DanadoMartelo-aludeao serto do Cariri). Namsicapopular,destacam-seritmostaiscomococo,xaxado,marteloagalopado, sambaderoda,baio,xote,forr,Axefrevo,dentreoutrosritmos.Omovimentoarmorialdo Recife, inspirado por Ariano Suassuna, fez um trabalho erudito de valorizao desta herana rtmica popular nordestina (um de seus expoentes mais conhecidos o cantor Antnio Nbrega). Nadana,destacam-seomaracatu,praticadoemdiversaspartesdoNordeste,ofrevo (caracterstico de Pernambuco) o bumba-meu-boi, o xaxado, diversas variantes do forr, o tambor-de-crioula(caractersticodoMaranho),etc.Asmsicasfolclricasquasesempreso acompanhadas de danas. CaboclinhodelanadoMaracatuRural.Ocaboclodelanaumdossmbolosdacultura pernambucana. OartesanatotambmumaparterelevantedaproduoculturaldoNordeste,sendo inclusiveoganha-podemilharesdepessoasportodaaregio.Devidovariedaderegionalde tradies de artesanato, difcil caracteriz-los todos, mas destacam-se as redes tecidas e, s vezes, bordadascommuitosdetalhes;osprodutosfeitosemargila,madeira(porexemplo,dacarnaba, rvoretpicadoserto)ecouro,comtraosbastanteparticulares;almdasrendas,queganharam destaquenoartesanatocearense.Outrodestaquesoasgarrafascomimagensfeitasmanualmente emareiacolorida,umartigoproduzidoparavendaparaturistas.NoMaranho,destacam-se artesanatosfeitosdafibradoburiti(palmeira),assimcomoartesanatoseprodutosdobabau (palmeira nativa do Maranho). Aculinrianordestinavariada,refletindo,quasesempre,ascondieseconmicase produtivas das diversas paisagens geoeconmicas dessa regio. Frutos do mar e peixes so bastante utilizadosnaculinriadolitoral,enquanto,noserto,predominamreceitasqueutilizamacarnee derivadosdogadobovino,caprinoeovino.Aindaassim,hvriasdiferenasregionais,tantona variedade de pratos quanto em sua forma de preparo (por exemplo, no Cear, predomina o mugunz - tambm chamado macunz ou mucunz - salgado, enquanto, em Pernambuco, predomina o doce).NaBahiaosprincipaisdestaquessoascomidasfeitascomazeitededendecom camaro,comoasmoquecas,ovatap,oacarajeosbobs;pormnosomenosapreciadas comidasacompanhadasdepirocomomocoterabadaedocescomoacocada.NoMaranho, 38 destacam-seocux,oarrozdecux,obob,opeixepedraeatortadecamaro,bemaoestilo maranhense.TambmnoMaranhosedestacaorefrigeranteJesusouGuaranJesusque patrimnio maranhense. J o bolo-de-rolo patrimnio imaterial de Pernambuco. Algumas comidas tpicasdaregioso:obaio-de-dois,acarne-de-sol,oqueijodecoalho,ovatap,oacaraj,a paneladaeabuchada,acanjica,ofeijoearrozdecoco,ofeijoverdeeosururu,assimcomo vrios doces feitos de mamo, abbora, laranja, etc. Algumas frutas regionais - no necessariamente nativasdaregio-soaciriguela,ocaj,oburiti,acajarana,oumbu,amacaba,asfrutas maranhenses juara, bacuri, cupuau, buriti, murici e a pitomba, alm de outras tambm comuns em outras regies. 3 BRINCADEIRAS DA REGIO NORDESTE12 NaregioNordeste,temosMaranho,Piau,Cear,Bahia,RioGrandedoNorte, Paraba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Algumas das brincadeiras que so dessa regio: Ordem - Origem: Salvador (BA); Baleado - Origem: Joo Pessoa (PB); Bila 1 -Origem: Salitre (CE); Casaro - Origem: Joselndia (MA); Chicotinho queimado - Origem: Salvador (BA); Casinha de sabugo - Origem: Maranguape (CE); Rabisca - Origem: Icapu (CE); Macaco foi feira - Origem: Teresina (PI); Salada, saladinha 2 - Origem: Maranguape (CE); Bandeirinha arreou - Origem: Gavio (BA); Cuscuz - Origem: Joo Pessoa (PB) e Jaboato dos Guararapes (PE); Morto vivo Origem: So Lus (MA); Sorriso milionrio - Origem: Joo Pessoa (PB); Bicicleta - Origem: Icapu (CE); Dana das cadeiras - Origem: Salvador (BA); Dedo estralado - Origem: Maranguape (CE); Batom - Origem: Jaboato dos Guararapes (PE); Vassoura - Origem: Maranguape (CE)

12 Disponvel em: http://www.turminha.mpf.gov.br/direitos-das-criancas/educacao-e-lazer/brincadeiras-regionais 39 4 SUGESTO DE AULA A SER TRABALHADA13 Dados da Aula O que o aluno poder aprender com esta aula: Conhecer e vivenciar algumas brincadeiras caractersticas da regio Nordeste do Brasil.Durao das atividades 3 aulas, totalizando 150 minutos.Conhecimentos prvios trabalhados pelo professor com o aluno Aulas postadas no Portal do Professor: "De onde surgiram as brincadeiras do Brasil e "As brincadeiras do Brasil: a regio Norte".Estratgias e recursos da aula Atividade1: Osalunosseroreunidosemcrculoeseroindagadosseelessabemquaissoos estadosdaregioNordeste,seuscostumes,comidastpicaseseconhecemalgumabrincadeiraou jogo praticado nesta regio. Aps as respostas, lev-los a um laboratrio de informtica com acesso Internet e pedir que pesquisem as respostas s perguntas feitas (caso a escola no tenha laboratrio deinformtica,sugerimosqueoprofessordisponibilizelivrosematerialimpressodaInternet, principalmente dos sites relacionados como recurso educacional).Atividade 2: Os alunos devero escolher, dentre as brincadeiras pesquisadas, 3 que mais gostarem para que sejam vivenciadas. Sugerimos algumas abaixo:Baleado: Baleado um tipo de queimada. Para brincar, o grupo divido em duas equipes. As duas equipestiramparoumparparasaberquemcomeacomabola.Oobjetivobalear(queimar)o time adversrio, mas s do joelho para cima. Se a bola pegar do joelho para baixo a jogada deve ser repetida. Quem for baleado vai para o mofo (rea que fica atrs do campo do time adversrio). Mas quem est no mofo pode tentar pegar as bolas que escapam e, caso consiga pegar, deve tentar balear aspessoasqueestonasuafrente,quesoosmembrosdotimeadversrio.Seeleconseguir, imediatamente se salva e pode voltar para seu campo, enquanto o baleado vai para o mofo do outro time. A brincadeira s termina quando todos os integrantes de umas das equipes estiverem no mofo.Sorriso milionrio: Para que a brincadeira funcione preciso ter pelo menos quatro participantes, bexigas vazias ou folhas de rvore. Cada um fica com trs bexigas e todos tm que ficar andando, se misturando. Quando algum gritar pra, cada participante deve correr para frente de outro e fazer palhaadas.Ooutrotemqueficarparado,semrir.Quemrirperdeumabexiga.Odesafiovaise

13 Extradas de http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/mapadobrincar 40 repetindoequemficasembexigassaidabrincadeira.Quemtivermaisganha.Novalefazer ccegasparaooutrorir.Propomosaquiumaadaptaoondeosalunosserodivididosemduas equipes. Ao sinal do professor todos param e esperam a ordem para saber qual equipe far a outra rir.Macaco foi feira: Duas pessoas batem acordae a terceirafica no meio, pulando erecitando os versos: O macaco foi feira, no teve o que comprar. Comprou uma cadeira pra comadre se sentar. Acadeiraesborrachou.Coitadadacomadre,foipararnocorredor.Quemseguraacordavai aumentando e diminuindo a velocidade. Ganha quem demorar mais para errar (ou tropear).Pega-chiclete:Opegadorterqueiratrsdosfugitivos.Seelesestiveremencostados(grudados comochiclete)emalgumlugar(muro,rvore)nopoderoserpegos.Quemficarmaisdeum minutoencostadonolugarpassaraseronovopegador.Pode-secriarumaadaptaoondeos alunos tambm podem se grudar no cho.Cacique:Umapessoaseescondeemalgumlugar.Elaondio.Osoutrosparticipantesficam sentadosemumcrculo.Umadaspessoasdocrculoescolhidaparaserocaciqueefazer movimentos que os outros devem repetir. O cacique deve mudar os movimentos e o ndio, chamado de volta roda, tem trs chances para adivinhar quem o cacique. Se ele errar, paga uma prenda.Salada mista: Todos os participantes fazem uma roda e um deles fica do lado de fora. Ele tem que darvoltasemtornodosoutroscolocandoamonacabeadecadaumdizendoseunomeeuma fruta como no exemplo: Natal, eu disse pra, Joo, eu disse uva, Leonardo, eu disse ma, Naiara, eu disse salada, Cristina, eu disse mista. Quando a criana disser mista a pessoa escolhida sai da roda e recomea a brincadeira.Atividade3:Apsavivnciadasbricadeiras, reunirosalunosemcrculoequestion-los:oque estas brincadeiras tm em comum? E o que elas tm de diferente das brincadeiras que normalmente vocsbrincam?Direcionaradiscussonosentidodequeasbrincadeirasdecadaregio representamoscostumesdopovoquelvive.NocasodaregioNordestenotamosumgrande nmerodebrincadeirascomumapelopunitivo,carregandoosimbolismodasrelaesentre senhores de engenho e os escravos, ou os cangaceiros, que, para matar os seus oponentes atiravam na regio torcica, tal como no baleado.Atividade4:Solicitaraosalunosquefaamailustraodabrincaddeiraquemaisgostaremem folhas de papel ofcio. Estas ilustraes sero utilizadas na avaliao.Recursos Complementares http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/mapadobrincar/acesso dia 15/4/2010http://www.nepsid.com.br/brincadeiras/mapa.htm acesso dia 15/4/201041 http://www.escolaoficinaludica.com.br/brincadeiras/zbrinquetrad.htm acesso dia 15/4/2010AVALIAO14 O professor dever propor aos alunos que construam um mapa da regio Nordeste do Brasil, ondedeveroserafixadasomaterialdapesquisadosalunos,asbrincadeirasvivenciadaseas ilustraes feitas na Atividade 4.5 SUGESTO DE PROJETO QUE PODER SER TRABALHADO15 Universidade Federal da Bahia FACED Data: 18/10/02 Disciplina: Educao e Novas Tecnologias Nome: Edileusa dos Santos Dias Professora: Ivana PROJETO: O FOLCLORE NA REGIO NORDESTE O FOLCLORE NA REGIO NORDESTE JUSTIFICATIVA O Folclore brasileiro um dos mais ricos do mundo. Isso porque houve no Brasil uma ntidadiferenciaoentreasclasses,reforadaspeladiferenaderaasepeladistribuioda populao,oquecontribuiuparaodistanciamentoentreosvriosgrupos.Asmanifestaes culturais do povo tiveram de ser reorganizadas, recebendo tambm influncias da culturaafricana e indgena.Adificuldadedecomunicaoentreosvriospovoamentosocasionouacriaode folcloresdiferentesparacadaregio,deacordocomotipodepopulao.Desenvolveramassim, manifestaes que sobrevivem at hoje, como o samba, o carnaval, as festas juninas e religiosas, o bumba-meu-boi, alm de uma srie de lendas, danas e cantigas. Essas manifestaes so parte de uma cultura que representa o saber do povo brasileiro. PBLICO ALVO Este projeto destinado a crianas da 3 srie do Ensino Fundamental, com a faixa etria de 9 a 10 anos de idade.

14 Retirado de: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18613 15 Retirado de: www.faced.ufba.br/~ivanas/edc287_01/Edileusa.doc 42 DURAO Otempoprevistoparaaexecuoefinalizaodoprojetodeumms.Emqueser distribudo em duas aulas por semana, o que corresponde a oito aulas no total. OBJETIVO GERAL Oobjetivodesteprojetolevaroalunoatomarcontatocomalgumasmanifestaes popularesdaRegioNordeste.Comointuitodedesenvolverohbitodepesquisa,bemcomo, incentivar e valorizar o gosto pela leitura, arte, msicae dana que fazem parte da nossa cultura. OBJETIVOS ESPECFICOS Demonstrar a importncia das manifestaes culturais na organizao da vida de um grupo; Conhecer algumas etnias e cultura, valoriz-las e respeit-las; Fortalecer a identidade regional e garantir a continuidade dos costumes estudados; Reconstruir a viso que se tem da realidade e torn-la mais receptiva diversidade; Fortaleceracidadaniacompreendendoocontextoemquesevive,formarsensocrticoe acumular bagagem cultural. METODOLOGIA Arealizaodoprojetoocorreratravsdepesquisaemlivros,interneteentrevistascom pessoasdafamlia,bemcomoseleodosmateriaispesquisadoseconstruodemurais informativos. ESTRATGIAS DE DESENVOLVIMENTO 1 AULA Promover uma conversacom os alunos com o propsito de checaras informaes que ascrianasjpossuemsobrealgumasmanifestaesculturaistaiscomoamsica,adana,as brincadeiras e as festas populares da Bahia. Relatar atravs da histria a nossa origem cultural. 2 AULA Mostraratravsdefitadevdeoofolcloreeasuaimportncianacriaodanossa identidade.Estabelecerparaleloscomarealidadedascrianas,observandosemelhanase diferenasentreosEstadosdaRegioNordeste.Paracasa:Solicitaraosalunosqueestes investiguem ascantigasde roda, os jogose as brincadeiras que eram comuns na infncia dos seus pais e avs. 3 AULA Pedir que osalunosrelatemas cantigas easbrincadeiras vivenciadas pelos seus pais e avs, bem como reproduzir algumas destas brincadeiras em sala de aula. E escrever as cantigas de rodas conhecidas por eles em cartolinas. 4 AULA 43 Aaulaocorrernabibliotecadaescola,paraqueosalunospossampesquisarsobre algumas festas tradicionais e danas mais conhecidas que faam parte da cultura de alguns Estados da Regio Nordeste. Para esta atividade a turma ser dividida em grupos, para que cada grupo possa pesquisar um Estado diferente. Para casa: solicitar que os alunos procurem gravuras relacionadas a sua pesquisa. 5 AULA Cadagrupodeverconstruirumcartazcontendoasinformaesconsideradasmais importantesdapesquisa,utilizandoasgravurassolicitadaseapresentandoaoscolegasoresultado da suas pesquisas. 6 AULA Aaulaacontecernolaboratriodeinformtica,paraqueosalunospossampesquisar atravsdainternetalgunssitescomo:www.sitededicas.com.br,www.mundocaipira.com.breo www.cade.com.br,paraqueelespossampesquisaraslendasmaisconhecidasdentrodanossa regio. 7 AULA Seleoeutilizaodelendasencontradaspelosalunosnapesquisafeitanainternet, para fazer a leitura e interpretao, bem como fazer referncia a sua origem no contexto social em que foi criada. 8 AULA Montagem de um painel com objetos, fotos e curiosidades sobre o folclore, atravs dos materiaispesquisadospelosalunos,cujasinformaescontidasnestepainelserodigitadas,bem como as figuras e ornamentaes utilizadas sero produzidas, com o auxlio do computador. 6 CONCLUSO Todo contedo acima citado servir como embasamento para que voc possa criar a sua forma de trabalho dentro do tema proposto para a VI Feira Literria: Literatura sertaneja: verso, vida e viola. Assim, dentro do contedo da Educao Fsica, poder trabalhar o teatro, a dana e os jogos e brincadeiras resgatando o serto brasileiro. 44 5.3.4 EDUCAO RELIGIOSA TendoemvistaqueaVIFeiradeLiteraturaumeventointerdisciplinar,faz-se necessrioqueosprofessoresdeEducaoReligiosatambmsesintamresponsveispelo desenvolvimentoeproduodostrabalhos.Nessesentido,atemticadesteanoestdiretamente relacionadacomadisciplina,poisserdegrandeimportnciaqueosnossosalunospossam pesquisar, compreender e avaliar a religiosidade do povo sertanejo, por meio das obras literrias que abordam essa realidade. Dentreostemassugeridosnapropostacurricular,encontram-seareligiosidade,os valores,oscontravalores,opreconceitoeadiscriminao.Sugerimos,dessamaneira,queos professoresdeEducaoReligiosaensinemtaiscontedosapartirdasobrasabaixosugeridos,de seus captulos ou simplesmente de alguns trechos: 1.O auto da compadecida Ariano Suassuna;2.Tocaia grande Jorge Amado; 3.O pagador de promessas Dias Gomes; 4.Grande serto veredas Joo Guimares Rosa; 5. O quinze Rachel de Queirs; 6.Os sertes Euclides da Cunha;7.Vidas secas Graciliano Ramos; 8. Morte e vida Severina Joo Cabral de Melo Neto; 9.Vila dos confins Mrio Palmrio. Oalunodeveavaliarcriticamenteoquetransmitidonasobrasliterriasestudadas. Sugestes metodolgicas: Pesquisar algumas obras (livros, filmes, musicas) que falam sobre a realidade, os valores e a cultura sertaneja; Assistir filmes, ler livros, ouvir musicas; Destacar a religiosidade e os valores transmitidos nas obras; Representar a obra atravs de desenhos; Dramatizao; Resumo da obra; Reconto; Construo de poemas, etc. As atividades feitas pelos alunos devero ser apresentadas no dia da feira literria 45 5.3.5 GEOGRAFIA 1-POSSVEIS ABORDAGENS Oseducandospodemaprendersobreclima,relevo,vegetao,populaoeeconomia dascincoregiesbrasileiras,tantoestudandogeografiaquantolendodiferentesautoresdanossa literatura. Muitos textos literrios abordam paisagens geogrficas e relatam passagens histricas de extremaimportnciaparaaformaodoleitor,bemcomocitamcaractersticasdediversos personagens,relacionando-osvidadosdiferentescenriosbrasileiros.Descrevemrelevose vegetaes,hidrografiaeaocupaoespacial,ultrapassandoolimitedeumasimplesleiturade romance ou poesia, para a leitura dos mapas geogrfico, histrico e cultural brasileiros. Para uma melhor apreciao das obras dos autores, cuja temtica se centra em aspectos regionais brasileiros, em especial a literatura sertaneja, recomenda-se o estudo interdisciplinar com aGeografiaapartirdaabordagemdeitenscomoadivisoregionalbrasileira,seusaspectos geofsicos,oespaoagrrio,asmigraes,identidades,expressesculturais,alutapelaterra,as relaes de trabalho e produo, dentre outros que o professor julgar necessrio. EssarelaoentreaGeografiaeaLiteraturaestabelecidapelosParmetros Curriculares Nacionais: Ao pretender o estudo das paisagens, territrios, lugares e regies, a Geografia tem buscado umtrabalhointerdisciplinar,lanandomodeoutrasfontesdeinformao.Mesmona escola,arelaodaGeografiacomaLiteratura,porexemplo,temsidoredescoberta, proporcionandoumtrabalhoqueprovocainteresseecuriosidadesobrealeituradesse espao.possvelaprenderGeografiadesdeosprimeirosciclosdoensinofundamental, mediantealeituradeautoresbrasileirosconsagrados(JorgeAmado,ricoVerssimo, Graciliano Ramos, Guimares Rosa, entre outros), cujas obras retratam diferentes paisagens do Brasil, em seus aspectos sociais, culturais e naturais.16 Dessaforma,possvelaprenderGeografiaapartirdaleituradeautoresdaliteratura brasileira.Ostextosliterriossorecursosenriquecedorestambmparaosestudosdascategorias geogrficas,emespecialapaisagemeolugar,permitindooeducandoanalisareinterpretara representao e descrio do espao geogrfico abordado na obra. 2-SUGESTES DE ATIVIDADES ATIVIDADE 01 Livro: Morte e Vida Severina Joo Cabral de Melo Neto Objetivos:

16 PCN-Geografia, 1998, pg.33. 46 Discutir o processo migratrio brasileiro por meio de trechos do livro. Ler textos literrios para aprender sobre a migrao. Produzir um mural sobre as migraes. Material necessrio: 1.O livro Morte e Vida Severina e cpias dos captulos: O Retirante Explica ao Leitor QuemeaQueVai;AssisteaoEnterrodeumTrabalhadordeEito;eOuveoque Dizem do Morto os Amigos Que o Levaram ao Cemitrio; 2. Mapas do Brasil Poltico, Uso da Terra no Brasil e Circulao de Pessoas. Desenvolvimento: Mostre a capa do livro e pea que os alunos levantem hipteses sobre a histria. O que Severina quer dizer? Por que morte e vida aparecem nessa ordem? Comente sobre a imagem dacapaeregistrenoquadroasimpressesdaturma.Aproveiteparadiscutirsobremigrao nordestina,perguntandoseelesconhecempessoasquenasceramemumlugareforammorarem outro. Circule o livro e pea que falem sobre o tipo de texto, o gnero literrio a que pertence e as caractersticas dele. Fale sobre o autor e explique o enredo. Distribua as cpias do texto e leia em voz alta o trecho Assiste ao Enterro..., utilizando recursos como paradas, velocidade acelerada ou lenta e sussurros. Discuta o trecho lido e leve todos a interpret-lo. um enterro? De quem? Pergunte o significado da palavra latifndio ali. Construa comelesosentidoglobaldotextoe,emseguida,leiaaprimeirapartedaobra,ORetirante... Resgate as histrias que a turma j ouviu sobre a migrao de nordestino e explore as causas dela. Forme grupos e proponha que explorem as informaes apresentadas nos mapas Brasil Poltico,UsodaTerranoBrasileCirculaoPopulacionalequeestabeleamrelaesentreeles. Oriente-os a localizar a Regio Nordeste, observar os diferentes usos da terra, relacionar a produo agropecuria com o tamanho das propriedades e identificar o destino da populao migrante. Cada equipedeverelacionarahistriadeSeverinosinformaesencontradasnosmapaseexplicara desigualdade na distribuio de terras no Brasil e as causas dos processos migratrios.Com base nas informaesereflexesrealizadas,peaquetodosmontemummuralnasaladeaulasobre migrao da populao nordestina no Brasil.Avaliao:analiseaparticipaodaclasseduranteasatividadesdelevantamentode hipteses.Organizeumapautadeobservaoparaacompanharotrabalhocommapas(sabeler legendas,identificarelementosdomapaerelacionarinformaes)econsidereaflunciaea compreenso do texto. 47 ATIVIDADE 02 Asmovimentaespopulacionaisnonossopasacontecemdeformasdiferentesno tempoenoespao.Vriosautoresmostraramessasdiferenasemsuasobras.Osertomineiro descritoporGuimaresRosadiferentedonordestino,queaparecenaobradeArianoSuassuna, por exemplo. Essas diferenas evidenciam as diversas identidades encontradas no pas, que podem serdestacadasnoensinodegeografia,histriae/ouliteratura.Identificareressaltaressas representaes na literatura brasileira ampliar o repertrio histrico-cultural dos alunos. Outra boa ideia aproveitar o tema e trabalhar questes associadas a diferentes identidades e preconceitos. ATIVIDADE 03 Dividaaturmaemgruposepromovaumjogo.Selecionealgunstrechosliterriosque descrevam paisagens e desafie seus alunos a relacionarem corretamente localidade descrita com a localizao no mapa. Para incrementar a atividade, cada grupo pode ter duas chances de acerto: uma relacionadadiretamenteaotrecho,conformejdescrito,eoutraemrelaoaoautordotexto escolhido. Ser que os alunos conhecem a regio natal ou de trabalho de alguns autores clssicos da nossaliteratura?Selecionetextoscomriquezadedetalhesnaspaisagenselugaresparaessa atividade. ATIVIDADE 04 Asespecificidadesdaregioondeaescolaestsituadadevemfazerpartedocurrculo escolar.Aatividadequeenvolveaspectosculturaisdeumaregioreforaoprocessodeensino-aprendizagem e valoriza a localidade,alm de desenvolver no aluno vnculos com os costumes da sua gente, da sua terra. Procure textos de autores da regio que abordem temas como gastronomia, danas,trajes,festastpicas,linguajar,geografia,etc.Osprpriosalunospodemajudarnesta pesquisa, indicando parentes, vizinhos ou conhecidos. 3-CONTEDOSDAPROPOSTACURRICULARMUNICIPALDEGEOGRAFIAQUE PODEM SER ABORDADOS EM INTERDISCIPLINARIEDADE COM AS OBRAS 6 ANO SUGESTES DE OBRAS CONTEDOSGrandeSerto:Veredas(Guimares Rosa). OAutodaCompadecida(Ariano Suassuna). 1.Categorias Geogrficas Paisagem(natural,cultural,rurale urbana)lugar,territrio,espaoe 48 regio. MorteeVidaSeverina(JooCabral de Melo Neto). 2.Planeta Terra Hidrografia. ClimaVegetao. Problemas ambientais. 7 ANO CONTEDOS 1.Brasil: territrio e sociedade Regionalizao do Brasil (Regionalizao do IBGE e Os Trs Complexos Regionais). Urbanizao. Populao. 2.Brasil: paisagens naturais e ao da sociedade Relevo e hidrografia. Clima e Biomas. Problemas ambientais. 49 5.3.6 HISTRIA Serto, Literatura e Histria: dilogos constantes Osertoumacategoriaanalticaquetemampladiversidadededefinies. Comumente, estamos habituados a compreend-lo como um espao marcado pela pobreza, misria, desigualdadessociaiseviolncia.Esseesteretipocertamentefoisedimentadonoimaginrio popularemvirtudedenotciasveiculadasemtelejornaiseoutrasmdias,que,invariavelmente, caracterizam a regio Nordeste do Brasil dessa maneira. Entretanto,originalmente,otermosertoserviaparadesignarvastasreasdistantes daregiooriginal,colonizadapelosportugueses.Talexpressoserviacomocontraponto civilidadeexperimentadanaregiolitorneadoterritriobrasileiro,jmarcadacomoespao regidoporleiseasingernciasdoEstado.Nessesentido,osprimeirosncleosdepovoao, paulatinamenterecebeminflunciadopoderdoEstadoportugus,esocompreendidoscomo ncleos populacionais em que j se sente um mnimo de organizao social. De maneira curiosa, notvel o fato de os portugueses que por aqui aportaram nos idos de 1.500 j fizessem uso desse termo, como bem indica trecho da Carta do Descobrimento, escrita por Pero Vaz de Caminha: De ponta a ponta toda praia... muito ch e muito formosa. Pelo serto nospareceu,vistadomar,muitogrande;porqueaestenderolhos,nopodamosversenoterrae arvoredos -- terra que nos parecia muito extensa. (carta de Pero Vaz Caminha, 1500) Osertodopioneiroeuropeuumterritrioamplo,semfronteirasdefinidase disposioparaserexplorado.Maisdoqueisso,aqueleambienteaindanoregidopelasregras bsicas de conduta social, no colonizado. De maneira geral, a principal definio est intimamente associadaaumaideiadevazio,daausnciaderegrase,at,daviolncia,comocomprovamos diversosmotinsdoperodocolonial,talqualaSediode1736.Atentativademotim,que envolveu Maria da Cruz e outros potentados locais, era a reao desses, frente ao desejo da Coroa Portuguesa de se interpor, com a imposio leis e regras de regulamentao social e econmica.Apartirdaimplementaoeconsolidaodaculturacanavieiranaregiolitornea,e tambmporimposiesprovenientesdoreiportugus,naturalmente,teminciooprocessode interiorizao do Brasil, que conduz ocupao desses espaos at ento inspitos. Num espao de tempo relativamente curto, esse serto, o interior desse Brasil que era possesso portuguesa passa a experimentaroutrasdinmicas,desbravadoporgentedediversasestirpes,soprincipalmenteos bandeirantespaulistasquecontribuemparaaexpansodompetocolonizador.Aviolnciada tnicadasnovasprticasadotadasnacolnia,pormeiodestaque,emreasnasquaisoEstado ainda no chegou ou frgil, so estabelecidas normas de conduta com base naquele que tinha mais condies de se impor. EssesertodosprimeirostemposmuitobemrepresentadonofilmeDesmundo,do diretorAlainFresnot,baseadoemobrahomnimadaescritoraAnaMiranda.Nessapelcula,o Brasiloespaoemquepredominaafora,avirilidadeeboadosedebrutalidade.Temosuma noorazoavelmenteprecisadoquodifcileraasobrevivncianesseambientehostil.Na minissrieAMuralha,exibidapelaRedeGlobodeTelevisonoano2000,temosoutras referncias que nos transportam ao movimento deinteriorizao do territrio brasileiro, enfocando 50 especialmenteaparticipaodosbandeiranteseosmtodospoucoortodoxosdeassegurar dominao sobre indgenas. primeiravista,essabreveintroduopodeparecerdesconexacomaPropostadaVI FeiradeLiteratura,cujatemticaLiteraturasertaneja:verso,vidaeviola.Apesardisso, reiteramos que de fundamental importncia a contextualizao dessa ideia, ou seja, do que seja o serto,comoalgomaisamploecercadodecomplexidades,difcildeserdelimitadoequese sobrepe aos esteretipos. Dentrodessaproposta,perfeitamentepossvelaliaraliteraturaqueversasobreessa temticaeoensinodeHistria,quedarsubsdiospararompercomesseestigmadeatrasoe violnciaqueimpostoaoserto.Maisdoqueisso,osertanejosujeitocheiodevivncia,de hbitosedeumaculturaextremamenterica.Nessaperspectiva,aobraliterriapodecontribuirde maneira interessante para complementar a construo do conhecimento histrico. A exemplo disso, a obra Os sertes de Euclides da Cunha um excelente documento histrico. Nesse texto, temos uma interessante descrio do serto da Bahia, da seca e do sofrimento dessehomemsertanejo,que,aindaassim,resistesdificuldades.Almdisso,umaobra sintomtica por abordar aspectos pertinentes ao arraial de Canudos e a posterior revolta que levou a seuextermnio.PersonagenscomoAntnioConselheirosoapresentadosemsuafacemais humana, carregada pelo sofrimento imposto pela dura vida, mas, pela f, acreditava at mesmo em teses milenaristas, com o retorno do rei portugus D. Sebastio, desaparecido em combate contra os mouros no sculo XVI. AobradeEuclidesdaCunhaadquireimportantepapelquandovistaassociadaaseu contexto.possvelexplorarofatodequearevoltatinhaumimportantecartersocial, reivindicandomelhorescondiesdevida;menosopresso;apossibilidadedevidamaislivree, ainda,ofimdarepblica,entendidaporConselheirocomoacausadepartedosmalesqueos afligiam. Aspectos polticos tambm no nos so sonegados, pois podemos compreender a maneira violenta como o arraial foi rechaado pelas tropas do governo central, que necessitava consolidar o poder da nova forma de governo implementada desde a deposio do Imperador. Em outro texto, O quinze de Rachel de Queiroz, temos outra perspectiva de anlise do serto. Embora seja um romance por excelncia, a maneira como a imagem do serto tratada nos chamaateno,reafirmaamisriaenfrentadaportodaumagente,masmostraacapacidadedo sertanejoderesistirdemaneiradecididasintempriesclimticas.Agrandesecaqueoserto cearenseenfrentacapazdefazeraflorarsentimentoscomooamor,aindaqueplatnico,entreas personagenscentrais;oorgulhodosertanejoqueresistecomdignidadesagrurasdafomee, fundamentalmente,ofortalecimentodafigurafeminina,frentedeseutempo.Aprofessora Conceio, que opta deliberadamente, por assumir uma postura independente; sem interferncia de quemquerquesejaeaindaousaflertarcomprticasacadmicas.Aomesmotempo,omesmo territriohostil,marcadopelafomeepelopatriarcalismotambmcapazdefazersurgirum personagem, no mnimo, inslito, uma mulher livre; que pensa por conta prpria e no se submete s convenes sociais que lhe era esperada. OsertodeJorgeAmadoemTocaiaGr