angelus 1 de novembro 2010 - bento xvi - santidade é imprimir cristo em si

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  • 8/8/2019 Angelus 1 de Novembro 2010 - Bento XVI - Santidade imprimir Cristo em si

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    Bento XVI: Santidade imprimir Cristo em si

    Interveno no Angelus

    CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 1 de Novembro de 2010 (ZENIT.org) Apresentamos a interveno que Bento XVI dirigiu hoje , solenidade de Todos osSantos, ao rezar ao meio -dia o Angelus junto aos peregrinos na praa de So Pedro.

    * * *Queridos irmos e irms:

    A solenidade de Todos os Santos, que hoje celebramos, convida -nos a elevar o olharao Cu e a meditar sobre a plen itude da vida divina que nos espera. Somos filhos deDeus, e o que seremos ainda no se manifestou (1 Jo 3, 2): com essas palavras, o Apstolo Joo assegura-nos a realidade da nossa futura relao com Deus, assimcomo a certeza do nosso destino futuro. Como filhos amados, por esse motivo,recebemos tambm a graa para suportar as provas desta exigncia terrena, a fome ea sede de justia, as incompreenses, as perseguies (Cf. Mt 5, 3 -13), e ao mesmotempo herdamos j desde agora o que se promete nas bem -aventuranasevanglicas, nas quais resplandece a nova imagem do mundo e do homem queJesus inaugura (Bento XVI, Ges di Nazaret, Milo 2007, 95). A santidade, imprimirCristo em si mesmo, o objectivo da vida do cristo. O beato Antonio Rosminiescreve: "O Verbo tinha-se impresso nas almas dos seus discpulos com o seuaspecto sensvel... e com as suas palavras... tinha dado aos seus esta graa... com aqual a alma percebe imediatamente o Verbo (Antropologia soprannaturale, Roma1983, 265-266). E ns experimentamos com antecedncia o dom da beleza dasantidade cada vez que participamos da Liturgia eucarstica, em comunho com amultido imensa dos bem-aventurados, que no Cu aclamam eternamente asalvao de Deus e do Cordeiro (Cf. Ap 7, 9 -10). " vida dos Santos, no pertencesomente a sua biografia terrena, mas tambm o seu viver e agir em Deus depois damorte. Nos Santos, torna-se bvio como quem caminha para Deus no se afasta doshomens, antes pelo contrrio torna -se-lhes verdadeiramente vizinho (Deus caritas est,

    42).Consolados por esta comunho da grande famlia dos santos, amanhcomemoraremos todos os fiis defuntos. A liturgia de 2 de Novembro e o piedosoexerccio de visitar os cemitrios recordam-nos que a morte crist forma parte docaminho de assimilao a Deus e que desaparecer quando Deus for tudo em todos.Se bem que a separao dos afectos terrenos certamente dolorosa, no devemoster medo dela, porque quando est acompanhada da orao de sufrgio da Igreja, nopode quebrar os profundos laos que nos unem em Cristo. Nes te sentido, SoGregrio de Nisa afirmava: Quem criou tudo com sabedoria, deu esta disposiodolorosa como instrumento de libertao do mal e possibilidade para participar nosbens esperados (De mortuis oratio, IX , 1, Leiden 1967, 68).

    Queridos amigos, a eternidade no uma sucesso contnua de dias do calendrio,mas algo parecido com o instante repleto de satisfao, onde a totalidade nos abraae ns abraamos a totalidade (Spe Salvi, 12) do ser, da verdade, do amor.Encomendemos Virgem Maria, guia segura para a santidade, a nossa peregrinaopara a ptria celestial, enquanto invocamos a sua maternal intercesso pelo descansoeterno de todos os nossos irmos e irms que adormeceram na esperana daressurreio.

    [Traduzido por ZENITLibreria Editrice Vaticana]