anforas de sellium

26
165 R E S U M O Apresentam-se as ânforas vinárias encontradas na cidade romana de Seilium (Tomar), provenientes de escavações efectuadas no forum (rua Carlos Campeão) e nas insulae da Alameda 1 de Março e da Rua Norton de Matos, cuja variedade tipo- lógica — com presença de ânforas da classe 10 (= Dressel 2-4); classe 6 (= Pascual 1); classe 15 (= Haltern 70); classe 31 (= Dressel 28); classe 28 (= Gaulesa 1); classe 27 (= Gaulesa 4); classe 9 (= tipo Ródio); Agora M54 — indica uma realidade em que o consumo de produtos vínicos importados é bem patente, atingindo o auge durante a dinastia dos Júlios-Cláudios, entre os finais do século I a.C. e a segunda metade do século I d.C. Registou-se ainda a presença de um tipo de ânfora de pro- dução lusitana, mais tardia e presumivelmente vinária (Lusitana 3). O estudo das ânforas vinárias de Seilium permite-nos constatar que a urbe estaria inserida na rede romana de comércio a longa distância — com importa- ções vínicas de diversas províncias do Mediterrâneo Ocidental (Narbonense, Tar- raconense e Bética) e mesmo do Mediterrâneo Oriental (Rodes). Procede-se finalmente a uma análise comparativa com ânforas vinárias, identificadas em outros dois contextos urbanos da Lusitânia: Conimbriga e Cae- tobriga (Setúbal), para os quais dispomos de dados seguros e convenientemente publicados, procurando aferir-se semelhanças e diferenças relativamente a Sei- lium, no respeitante aos ritmos de consumo de vinho e vias de abastecimento. A B S T R A C T We present the wine amphorae found in the Roman town of Seilium (Tomar) during the archaeological excavations in the Forum (rua Carlos Campeão) and in the insulae of Alameda 1 de Março and Rua Norton de Matos. The variety of amphorae types (there were found amphorae of class 10 (= Dressel 2 4), class 6 (= Pascual 1), class 15 (= Haltern 70); class 31 (= Dressel 28), class 28 (= Gauloise 4); class 9 (= Rodian type), Agora M54) shows a social organization in which the consumption of imported wines is quite clear, reaching its highest levels during the Julio-Claudian dinasty, between the end of the first century BC REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. número 2. 1998 As ânforas romanas vinárias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSÉNIO

Upload: silvialoureiromendes

Post on 10-Nov-2015

220 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Artigo sobre as ânforas de Sellium (Tomar)

TRANSCRIPT

  • 165

    R E S U M O Apresentam-se as nforas vinrias encontradas na cidade romana de Seilium

    (Tomar), provenientes de escavaes efectuadas no forum (rua Carlos Campeo) e

    nas insulae da Alameda 1 de Maro e da Rua Norton de Matos, cuja variedade tipo-

    lgica com presena de nforas da classe 10 (= Dressel 2-4); classe 6 (= Pascual

    1); classe 15 (= Haltern 70); classe 31 (= Dressel 28); classe 28 (= Gaulesa 1); classe

    27 (= Gaulesa 4); classe 9 (= tipo Rdio); Agora M54 indica uma realidade em

    que o consumo de produtos vnicos importados bem patente, atingindo o auge

    durante a dinastia dos Jlios-Cludios, entre os finais do sculo I a.C. e a segunda

    metade do sculo I d.C. Registou-se ainda a presena de um tipo de nfora de pro-

    duo lusitana, mais tardia e presumivelmente vinria (Lusitana 3).

    O estudo das nforas vinrias de Seilium permite-nos constatar que a urbe

    estaria inserida na rede romana de comrcio a longa distncia com importa-

    es vnicas de diversas provncias do Mediterrneo Ocidental (Narbonense, Tar-

    raconense e Btica) e mesmo do Mediterrneo Oriental (Rodes).

    Procede-se finalmente a uma anlise comparativa com nforas vinrias,

    identificadas em outros dois contextos urbanos da Lusitnia: Conimbriga e Cae-

    tobriga (Setbal), para os quais dispomos de dados seguros e convenientemente

    publicados, procurando aferir-se semelhanas e diferenas relativamente a Sei-

    lium, no respeitante aos ritmos de consumo de vinho e vias de abastecimento.

    A B S T R A C T We present the wine amphorae found in the Roman town of Seilium

    (Tomar) during the archaeological excavations in the Forum (rua Carlos

    Campeo) and in the insulae of Alameda 1 de Maro and Rua Norton de Matos.

    The variety of amphorae types (there were found amphorae of class 10 (= Dressel

    2 4), class 6 (= Pascual 1), class 15 (= Haltern 70); class 31 (= Dressel 28), class 28

    (= Gauloise 4); class 9 (= Rodian type), Agora M54) shows a social organization in

    which the consumption of imported wines is quite clear, reaching its highest

    levels during the Julio-Claudian dinasty, between the end of the first century BC

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

    As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar),conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

  • 166

    and the second half of the first century AD. Besides, it was very interesting to see

    the presence of a type of amphora made in Lusitania, dated from a later period and

    presumably used for wine storage and transportation (Lusitana 3).

    The study of Seiliums wine amphorae allows us to conclude that the town

    would have been inserted in the Romans long-distance exchange process, wich

    imported wine from several provinces of the western Mediterranean and even

    from the eastern Mediterranean.

    Finally, we compare these amphorae with the ones identified in two other

    urban contexts of Lusitania: Caetobriga (Setbal) and Conimbriga about which we

    have reliable and conveniently published information exploring similarities and

    differences as to the rythm of wine consumption and the routes used to its supply.

    1. Introduo

    O presente trabalho1 resulta de um convite que nos foi endereado para o estudo global dasnforas de Seilium (Tomar) - Conventus Scallabitanus, pela Dra. Salete da Ponte, arqueloga respons-vel pelas intervenes arqueolgicas na rea urbana de Tomar. O esplio anfrico aqui analisado foi,portanto, recolhido na sua totalidade em escavaes arqueolgicas na antiga cidade de Seilium(Tomar).

    Para a classificao das nforas vinrias baseamo-nos na tabela tipolgica de Peacock e Wil-liams apresentada pelos autores no livro Amphorae and the Roman economy: an introductory guide(1991, p. 80-217) que, pelas suas caractersticas, nos pareceu a mais adequada.

    Cabe-nos agradecer dra. Salete da Ponte a disponibilidade dos dados arqueolgicos, aodr. Carlos Fabio, docente de Arqueologia Clssica Peninsular na Faculdade de Letras de Lisboa,todo o apoio prestado e dra. Sara Ferro o precioso auxlio na execuo dos desenhos das pease da tintagem dos mesmos.

    2. Localizao e enquadramento

    Situado na parte mais ocidental do Imprio Romano, na provncia da Lusitnia, o actualterritrio de Tomar (Carta Militar de Portugal, escala 1:25 000, folha n. 310) dista cerca de 120km de Lisboa e 60 da sua capital de Distrito, Santarm.

    Correspondendo a boa parte de uma subunidade geogrfica e at bem delimitada, ou seja,a estreita faixa de separao entre os macios calcrios da Estremadura e a Cordilheira Central,situado entre as latitudes 39 45 40 e 39 31 20, os seus terrenos so argilosos ou argilo--calcrios, por vezes arenosos, amarelados ou avermelhados e a sua altitude raramente ultrapassaos 150 m (60, 80 m para a rua Carlos Campeo).

    O rio que atravessa a cidade, o Nabo e as ribeiras da Lous e da Beselga, afluentes do primeiro,formaram, nos seus cursos inferiores, pequenas, mas frteis plancies aluviais. O vale do rio propcioao cultivo de cereais, produtos hortcolas, da vinha e de espcies arbreas como a oliveira e a figueira.

    O Nabo junta-se ao Zzere e ao Tejo, prximo da vila de Constncia, a cerca de 20 km, oque contribui para a fixao no espao das gentes, quer atravs da explorao dos seus recursos,quer como barreira defensiva.

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

  • 3. A organizao administrativa e a rede viria

    Aps a ocupao definitiva da Hispnia, o imperador Augusto reorganiza-a poltica e admi-nistrativamente. Criam-se novos ncleos urbanos e adaptam-se os j existentes, construindo-sevias de comunicao e desenvolvendo-se as preexistentes, quer terrestres quer fluviais.

    Seilium, integrada numa das trs provncias da Hispnia, a Lusitnia, seria uma das 34 civi-tates stipendiariae entre 16 e 13 a.C. (Mantas, 1989, p. 33) e estaria sob a alada da circunscriojudicial do conuentus Scallabitanus, com sede em Scallabis (Santarm), no reinado de Vespasiano(69-79 d.C.) (Ponte, 1989d, p. 10).

    Durante a governao julio-claudiana (Tibrio-Cludio), teria provavelmente recebido o iusLatii e sob os Flvios ascenderia categoria de municpio, comprovada pela inscrio dedicadaao genius municipii (Mantas, 1989, p. 33).

    A importncia da cidade est patente na Geografia de Cludio Ptolemeu e no Itinerrio deAntonino, obras elaboradas no sculo III d.C., que, isolando-a entre Scallabis e Conimbriga, sem darrelevo a qualquer outro aglomerado, mesmo de segunda categoria, fornece-lhe o papel de cen-tro virio regional.

    Sendo difcil definir os seus contornos devido ausncia de marcos demarcatrios (terminiaugustales), a Serra de Alvaizere, a Norte, e a Serra de Aire a Sudoeste seriam fronteiras naturais,bem como os rios Tejo e Zzere, a Sul e a Nascente e a Ocidente o meridiano de Ourm comple-taria as fronteiras da civitas (Alarco, 1989, p. 9).

    Com a localizao definitiva da cidade de Seilium, identificada com a actual cidade de Tomar,a reconstituio da rede viria torna-se cada vez mais segura. Esta incluiria estradas principais esecundrias, em que as primeiras ligariam Seilium a outras cidades da Lusitnia e as segundas svrias villae existentes em seu redor.

    Seria na cidade que entroncaria uma das principais estradas da provncia, ou seja, a queligava Felicitas Iulia Olisipo (Lisboa) e Bracara Augusta (Braga), via militar correspondente via XVIdo Itinerrio de Antonino e que teria as funes de caput uiarum e que ligaria igualmente Scallabise Conimbriga zona urbana de Seilium (Ponte, 1993, p. 146).

    Seria desta estrada, atravs de uma via que comearia em Rego da Murta, que se faria a liga-o com o rio Zzere e que continuaria em direco ao vale do Tejo, entroncando posteriormentena via Olisipo-Emerita. No entanto, a ligao directa com o Tejo seria por uma estrada que acom-panharia a margem esquerda do rio Nabo, passando por Cardais e que, atravessando o Tejo(Praia do Ribatejo), entroncaria por sua vez na via Olisipo-Augusta Emerita.

    Ainda desta importante via, Olisipo-Bracara, partiria de Ceras um outro eixo que constitui-ria a ligao com a Egitnia, atravessando o Zzere junto a Rio de Codes e prosseguindo em direc-o a Vila de Rei.

    A ligao de Seilium com Collipo (S. Sebastio do Freixo) teria dois percursos alternativos,um por Ourm e outro que acompanharia a margem direita do rio Nabo, variante da via Olisipo--Bracara e que passaria por Rio de Couros e Caixarias (Mantas, 1989, p. 34).

    Seilium situava-se numa rea importantssima, controlando a regio litoral e o Norte, unindoOlisipo a Emerita pelo vale do Tejo e no qual a rede fluvial seria complementar fundamentalmentena ligao entre Seilium e Scallabis.

    Para mais, de citar as referncias de Estrabo de que o rio Tejo era navegvel com barcosde mdia calagem at Santarm, no sendo por isso de excluir a possibilidade de alguma mer-cadoria seguir rio acima em barcos de pequeno porte (Estrabo, III.3.1. In Garca y Bellido,19786).

    167As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

  • 168

    4. A cidade

    O subsolo da rea urbana de Tomar forneceu, durante o desenrolar dos tempos, materiaisarqueolgicos, atravs de descobertas ocasionais e fortuitas. As primeiras actividades com algunsprincpios de sistematizao foram realizadas, na rea urbana, na dcada de 50 por intermdioda Unio dos Amigos dos Monumentos da Ordem de Cristo.

    A cidade romana situava-se na margem esquerda do rio Nabo e ocuparia uma rea apro-ximada de 37 500 m2, circunscrita a Norte pela Rua da Carrasqueira, a Nascente pela RuaManoel de Matos, a Oeste pela Rua de Sta. Iria e a Sul pela Rua Carlos Campeo (Ponte, 1989a,p. 27).

    O crescimento urbano da cidade, a construo de arruamentos, as obras de saneamentobsico, entre outras aces humanas levaram a destruio de grande parte da informao arqueo-lgica.

    Neste contexto, entre os vrios blocos habitacionais, restaram unicamente pequenosncleos (logradouros da Rua Carlos Campeo, Rua Amorim Rosa e Rua Norton de Matos) ea implementao do actual Plano de Urbanizao, com a desafectao da antiga Fbrica deCermica Prista (Alameda 1 de Maro), foram at agora os ncleos alvos de interveno arqueo-lgica.

    A Rua Carlos Campeo foi o primeiro ncleo com interveno arqueolgica. Iniciada em1981, foram detectados vestgios da 2 Idade do Ferro (sculos IV-I a.C.) e vestgios de um monu-mento pblico, o Forum (sc. I d.C.).

    De entre os materiais recolhidos, avultam fragmentos de sigillata itlica e sudglica, lucer-nas e paredes finas (sculo I d.C.), sigillata tardia regional (sculo IV-V d.C.), sigillata clara D (sculoIV-V d.C.) e uma moeda da imperatriz Helena (sculo IV) (Ponte, 1985, p. 95).

    Conservam-se no Frum a Cria e a Baslica, parte de uma praa pblica e vestgios de taber-nae (Ponte, 1989d, p. 12). Foi possvel identificar as duas artrias principais: o decumanus maxi-mus e o cardo maximus. O decumanus (E/W) passa a Sul da Baslica e o cardo ao lado Poente (Ponte,1989c, p. 100).

    Na Alameda 1 de Maro foram detectados inicialmente (1982) restos de uma habitaoromana datvel do sc. I d.C. e pela abundncia de artigos, desde logo se colocou a hiptese deos proprietrios da casa se dedicarem comercializao (Ponte e Silva, 1985, p. 115). Posterio-res intervenes localizaram vestgios de insulae, cuja fachada Sul dava para um decumanus secun-drio. No piso trreo desta insula foram localizados in situ uma enorme variedade de objectos deuso quotidiano (Ponte, 1989d, p. 19).

    Na Rua Amorim Rosa foram identificados vestgios do que parecem ser as estruturas doMacellum e restos de uma rua. Os materiais exumados, fragmentos de sigillata, paredes finas,lucernas e moedas, so datveis entre os scs. I ao IV d.C. (Ponte, 1989b, p. 30).

    Na Rua Norton de Matos foram identificados vestgios que aparentam ser de uma insulacom restos de canalizao (Ponte, 1989a, p. 27).

    Apesar da rea intervencionada j compreender uma rea significativa, pouco ou nadase sabe sobre o passado econmico de Seilium. Os fragmentos de nforas recolhidas noslocais acima descritos, bem como outros recolhidos em valas abertas pelos servios muni-cipalizados, podero contribuir para ligar a urbe rede romana de comrcio a longa dis-tncia.

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

  • 5. As nforas vinrias de Seilium

    5.1. Importaes da Btica

    As importaes vinrias da Btica so, em Seilium, as mais importantes, com presena denforas da classe 15 (= Haltern 70), com 19 exemplares, dos quais ilustramos oito (n.os 1-8) e daclasse 31 (= Dressel 28), dois exemplares, dos quais ilustramos um (n. 10).

    Classe 15 (= Haltern 70)

    uma nfora alto-imperial produzida na Btica entre meados do sculo I a.C e meados dosculo I d.C.

    um contentor de menores dimenses que o da classe 5 (= Dressel 1c), correspondendo auma tentativa de optimizao na relao peso/contedo. No entanto, pode considerar-se umanfora alta, atingindo os 95 cm de altura, apresentando lbio extrovertido e moldurado, coloestreito e alto, com asas de seco oval, apresentando um sulco longitudinal muito pronunciado.O corpo cilndrico e o p, longo, troncocnico macio. O peso da nfora vazia de 20,5 kg. ea sua capacidade de 34,75 l.

    Destinada ao transporte do defrutum (derivado vnico), est presente em quase todos osacampamentos militares antigos do limes renano: Nimega, Haltern e Oberaden, mas tambm emRoma, Ostia, Pompeios e nas cidades do eixo gauls do Rdano-Reno (Lyon e Vienne). Em Espa-nha foram identificadas nforas desta classe em Tossa de Mar e Port de la Selva (Gerona), Bar-celona, Villajoyosa (Alicante), Cartagena e Cdis. No Sul de Espanha, regio produtora destasnforas, foram encontradas em Alcal del Ro e Mairena del Alcor, com nforas semelhantes sdo naufrgio de Port-Vendres II.

    No actual territrio portugus ocorrem em nmero razovel, estendendo-se a sua difusodo sul s regies mais setentrionais da provncia, estando presente em (de Sul para Norte): TorredAires, no rio Arade, nas Mesas do Castelinho, no Castelo de Alccer do Sal, na Alcova de San-tarm, na Lomba do Canho e em Conmbriga. A Norte, j na provncia da Tarraconense foi iden-tificada no castro de Sanfins. Na Galiza a nfora claramente dominante correspondendo a 68%das importaes, contra 14,3% da Dressel 1 (Naveiro Lpez, 1991, p. 64).

    a nfora vinria mais frequente em Seilium (Tomar), apresentando os exemplares por nsestudados pastas de cor bege acastanhado e acinzentado na superfcie e castanho acinzentadoou cinzento na seco, com elementos no plsticos muito heterogneos, constitudos por quartzo,feldspato, quartzito, xisto, partculas de moscovite de pequenas dimenses e incluses negras(augites) de pequenssima dimenso muito escassas.

    A pasta dos exemplares da classe 15 (= Haltern 70) por ns analisados muito semelhante das olerias da classe 25 (= Dressel 20) de produo btica, correspondendo, pois, aos fabricosdo vale do Guadalquivir, entre Hispalis (Sevilha) e Corduba (Crdova).

    Note-se que j Dal Colls e colaboradores (Colls et al., 1977), ao debruarem-se sobre o nau-frgio da poca claudiana de Port-Vendres II, afirmaram existir uma grande semelhana entreas pastas das nforas destas duas classes, afirmando mesmo ser plausvel uma produo simul-tnea dos contentores olerios e vinrios nos mesmos ateliers. De facto, os elementos no pls-ticos detectados nas pastas das nforas da classe 15, sobretudo a presena de fragmentos derochas metamrficas (xistos), apontam para os depsitos sedimentares do Guadalquivir, sendoestes carreados pelo rio a partir dos macios rochosos da Sierra Morena.

    169As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

  • 170

    Em Seilium , como dissemos, a nfora vinria alto-imperial mais frequente e o contentorbtico que ocorre em maior nmero, sendo o seu nmero superior classe 16 (= Dressel 7/11),tendo sido identificada na insula da rua Norton de Matos e na insula da Alameda, mas tambmna zona do Frum, de fundao julio-claudiana, onde, contudo, s foi identificado um frag-mento.

    As nforas desta classe aqui recolhidas, em escavaes arqueolgicas dirigidas pela Dra.Salete da Ponte, pertencem seguramente ao sculo I d.C., apresentando flagrantes semelhanasformais com os exemplares recolhidos nos naufrgios Sud-Lavezzi 2 (Liou e Domergue, 1991) ePort-Vendres II (Colls et al., 1977), datados, o primeiro do reinado de Tibrio e o segundo deCludio.

    Na insula da Alameda, de onde provm seis das nove nforas agora apresentadas, estas sur-gem estratigraficamente associadas a nforas da classe 28 (= Gaulesa 1) e classe 6 (= Pascual 1),enquanto no Frum surge associada classe 10 (= Dressel 2-4). Na insula da rua Norton de Matossurgem duas destas nforas, nos nveis mais antigos, datados da primeira metade do sculo I d.C.

    Classe 31 (= Dressel 28)

    Trata-se de uma nfora de menores dimenses que a da classe 15 (= Haltern 70), produzidana Btica entre o sculo I a.C. e finais do sculo I d.C., apresentando um lbio moldurado comcaneluras profundas. O corpo arredondado, terminando num p anelar espesso. De acordocom Peacock e Williams (1991, p. 149), apresenta afinidades com a nfora da classe 27 (= Gau-lesa 4). As asas so curtas e arredondadas, com uma ou duas caneluras longitudinais.

    Tipologicamente classificada por Dressel nos finais do sculo XIX (Dressel, 1899), estanfora tem sido identificada ao longo deste sculo em diversas provncias da parte ocidental doImprio Romano, Tarraconense e Narbonense, mas tambm na rea do limes germnico, na Bri-tania e em Itlia.

    Foi identificada em dois naufrgios do Alto Imprio: Port Vendres II (Colls et al., 1977) eSud-Lavezzi 2 (Liou e Domergue, 1991), a partir dos quais foi possvel uma aproximao maisrigorosa relativa rea de produo, ao perodo de circulao destes contentores e ao contedo.

    No primeiro destes naufrgios (Port Vendres II) datado, como j referimos, do incio doreinado de Cludio e estudado por Dal Colls e colaboradores , identificou-se uma dezena denforas desta classe, associadas a vinrias da classe 15 (= Haltern 70), a olerias da classe 25 (=Dressel 20) e a contentores de preparados de peixe do tipo Pompeiana VII, correspondendo aoque parece ter sido um carregamento misto, proveniente da provncia da Btica e com destino pennsula itlica, provavelmente a stia, cujo principal elemento de carga seriam lingotes deestanho e, em menor quantidade de cobre e chumbo, associados a nforas olerias, vinrias e depreparados de peixe; surgindo como pequeno complemento de carga cermicas de paredes finas.Apesar da grande importncia deste naufrgio, pelas evidncias materiais que oferece, no foipossvel determinar com segurana, mesmo com recurso a anlises de pasta efectuadas s nfo-ras da classe 31 (= Dressel 28), a respectiva rea de produo, pelo que os autores apontam comorea provvel de produo a Btica, no excluindo, contudo a hiptese de se tratar de nforas defabrico tarraconense e embarcadas a meio da viagem. Ao invs, este naufrgio permitiu confir-mar o contedo vinrio das nforas desta classe.

    No naufrgio Sud-Lavezzi 2, estudado por Liou e Domergue e datado do reinado de Tib-rio (Liou e Domergue, 1991) tambm com um carregamento misto, constitudo por lingotes

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

  • de chumbo, cobre, nforas vinrias, olerias e de preparados de peixe foram identificados trsfragmentos de nforas desta classe, associados classe 15 (= Haltern 70), classe 25 (= Dressel 20),Dressel 8 e 9, classe 16 (= Dressel 7/11) e Pompeios VII ,classificando os autores as nforasda classe 31 (= Dressel 28) como de produo btica.

    Foi identificada em contextos urbanos datados dos incios do sculo I a.C. e incios do sculoI d.C. na Glia: em Vienne na segunda e terceira fases de Saint-Romain-en-Gal (15 a.C.-20 d.C.)e em Lyon, em Verbe Incarne (15 a.C.-15 d.C.), registando sempre percentagens mximas muitobaixas, no primeiro caso 3% e no segundo 1% (Desbat e Martin-Kilcher, 1989, p. 344-345).

    Na Catalunha na antiga Baetulo (Badalona) foi recolhida em escavaes na Carrer Pujol,datada do reinado de Augusto (Comas i Sol, 1985, p. 21) e na Carrer Fluvi 73, datada de finaisdo sculo I a.C. (Comas i Sol, 1985, p. 29-30).

    Em Portugal est presente no rio Arade (Silva et al.,1987) e em Conmbriga, surgindo numacamada contempornea do Frum Flaviano (Alarco, 1976, p. 87).

    Em Seilium identificaram-se somente duas nforas desta classe, um bocal com as duas asase parte do ombro, e um fragmento de asa, o que parece estar a par da fraca representao nou-tros contextos urbanos alto-imperiais da Lusitnia, como em Conmbriga, onde s foram reco-lhidos quatro destes contentores.

    O fragmento de asa por ns estudado apresenta dupla canelura longitudinal. A pasta decor bege-acinzentado na superfcie e um pouco mais escura na seco, com elementos no pls-ticos constitudos por quartzo, feldspato, xisto, escassas incluses negras e finssimas partcu-las de mica, o que nos permite apontar para a rea do Guadalquivir como centro de produodas nforas em causa.

    O bocal de nfora foi recolhido na insula da Alameda, enquanto o fragmento de asa provmdo que poder ter sido o macellum da cidade de Seilium, no actual logradouro da rua AmorimRosa, associada ao bocal de um contentor da classe 6 (= Pascual 1).

    5.2. Importaes da Tarraconense

    As inportaes de nforas vinrias da Tarraconense esto atestadas em Seilium pela presenade dois fragmentos de nforas da classe 6 (= Pascual 1): um bocal e um fragmento de bordo, dosquais ilustramos um (n. 9), e trs fragmentos de asas bfidas, pertencente a uma nfora da classe10 (= Dressel 2-4) de produo tarraconense, dos quais ilustramos dois (n.os 11 e 12).

    Classe 6 (= Pascual 1)

    Esta nfora , segundo Peacock e Williams (1991, p. 93) uma cpia da nfora da classe 4 (=Dressel 1B). Apresenta um lbio vertical, colo cilndrico e corpo ovide, terminando num ptroncocnico macio; as asas so arredondadas com um sulco longitudinal.

    Ter sido produzida na Tarraconense onde os autores supracitados identificaram doistipos de fabrico, servindo como contentor para os vinhos da Tarraconense desde o perodotardo-republicano, estando presente em Pompeios em nveis flavianos. Contudo, o auge da suaproduo e circulao parece corresponder ao reinado de Augusto.

    um contentor que apresenta uma boa distribuio na parte ocidental do Imprio Romano,estando presente em Vienne nas trs fases de Saint-Romain-en-Gal, subindo de 3 para 10%,

    171As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

  • 172

    entre 30/20 a.C. e 15/20 d.C., acompanhando uma clara descida, nesta cidade, das importaesvinrias itlicas: com a queda das importaes de nforas da classe 5 (= Dressel 1C) de 46 para16% no mesmo perodo. Tambm est presente nas escavaes de Verbe Incarne (15 a.C./15 d.C.)e Favorite (5/10 d.C.), em Lyon, atingindo na primeira estao 13% , contra 1% da classe 5 (= Dres-sel 1C) e na segunda 15%, estando ausente a classe 5. interessante verificar para estes contex-tos urbanos tardo-republicanos e augustanos que o contentor da classe 6 (= Pascual 1) ocorresempre em maior nmero que o da classe 15 (= Haltern 70) de produo btica, que ao longo dadiacronia mostra tambm tendncia para um aumento nas duas cidades (Desbat e Martin-Kilcher,1989, p. 344-345).

    Em Roma, na zona do frum, est escassamente representada (Ciotola et al., 1989, p. 605).Em Portugal no foram at ao momento registadas nforas desta classe, pelo que os dois

    fragmentos identificados em Tomar se revestem de particular interesse. Estes provm dos nveismais antigos da insula da Alameda e do logradouro entre as ruas Amorim Rosa e Major Amaral,provavelmente o macellum da cidade, datados da primeira metade do sculo I d.C.

    O bocal de nfora identificado em Tomar (n. 9) apresenta lbio sub-vertical moldurado,espessado internamente, com 6,3 cm de altura. A pasta de cor vermelho acastanhada na super-fcie externa e cinzenta na interna (resultante da aplicao de resina) e na seco de cor verme-lho acastanhada, apresentando elementos no plsticos de pequenas dimenses de quartzo, felds-pato finssimas partculas de moscovite e calcrio, correspondendo ao fabrico 1 descrito porPeacock e Williams (1991, p. 94). interessante o facto de se ter detectado sobre o lbio umaespcie de engobe de cor clara (bege), que pode resultar da utilizao de gua salgada durante oprocesso de fabrico da nfora, semelhana do atestado para os contentores das classes 3, 4 e 5(= Dressel 1 A, B e C) que, como dissemos, copia a da classe 10 (= Dressel 2-4), muitas vezes incor-rectamente interpretado como pintura (Peacock e Williams, 1991, p. 45).

    Classe 10 (= Dressel 2-4 da Tarraconense?)

    As nforas desta classe apresentam corpo cilindriforme, lbio de seco circular e asas bfi-das, que, arrancando um pouco abaixo do lbio, descansam sobre o ombro. Estes contentores foramproduzidos na provncia da Tarraconense entre os finais do sculo I a.C. e incios do sculo II d.C.

    Designada por Peacock e Williams (1991, p. 105) como nfora greco-romana, este contentorderiva dos prottipos gregos do sculo III a.C., tendo sido produzida inicialmente no Lcio e naCampnia, onde substitui os contentores da classe 5 (= Dressel 1C), sendo rapidamente adoptadapelos principais centros de produo vincola das provncias ocidentais do Imprio: Narbonense,Tarraconense e mesmo Btica, onde passaram a ser fabricadas rplicas da nfora itlica.

    Na Tarraconense, de onde parecem provir os fragmentos de asas de nforas por ns estu-dados, a produo destes contentores iniciou-se no reinado de Augusto, correspondendo cres-cente dinmica da produo vincola desta provncia e sobretudo da Laietnia, tendo cessado noreinado de Adriano, j no sculo II d.C. Estas nforas ocorrem em grande nmero em stia, emcontextos flavianos (segunda metade do sculo I d.C.), diminuindo a sua frequncia no inciodo sculo seguinte. Enquanto em Barcelona est presente em contextos do sculo II d.C. (Comasi Sol, 1985, p. 71).

    No actual territrio portugus tm sido identificadas nforas desta classe em contextosurbanos do perodo romano, do Norte a Sul do pas, mas, resulta curioso observar, quase exclu-sivamente de produo itlica ou btica exceptuando Conmbriga, onde se identificaram pelo

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

  • menos duas nforas desta classe de produo Tarraconense nomeadamente na Citnia de Bri-teiros (Silva, 1986, p. 32), em Conmbriga, com uma datao da primeira metade do sculo I d.C.e dos incios do sculo II (Alarco, 1976, p. 82), na rea urbana de Setbal, ocorrendo na C.7 dasescavaes da fbrica de salga da poca romana da Travessa de Frei Gaspar, datada de meados edo terceiro quartel do sculo sculo II d.C. (Silva, 1986, p. 157). Tambm nas dragagens do rioArade, no Algarve, foi recuperada uma nfora desta classe. Est igualmente atestado nas uillaede S. Cucufate (Vidigueira), nas uillae I e II, e na uilla de Povos , associada a contentores da Classe20/21 (= Dressel 14) em contexto da primeira metade do sculo I d.C. (Banha, 1993, p. 55).

    Desta forma parece revestir-se de manifesto interesse o surgimento em Seilium de nforasda Classe 10 de produo aparentemente tarraconense.

    Efectivamente recolheram-se em Tomar dois fragmentos de asas bfidas provavelmente per-tencentes a nforas da classe 10 (= Dressel 2-4), de produo tarraconense, apresentando pastasmuito compactas, alaranjadas na superfcie e vermelhas na seco, com escassos elementos noplsticos visveis sem lupa de gro fino constitudo por quartzo e moscovite, no primeiro caso(frum) e amarelo alaranjado na superfcie e na seco, com elementos no plsticos de gro finoe abundncia de pequenas partculas de moscovite. Os exemplares de Tomar foram recolhidosna insula da Alameda.

    5.3. Importaes da Glia

    As importaes de produtos vnicos da Glia esto atestadas pela presena de um fragmentode nfora da classe 27 (= Gaulesa 4), outro da classe 28 (= Gaulesa 1) e um ltimo da classe 30 (=Gaulesa 5?), dos quais ilustramos os exemplares das duas primeiras classes (n.os 13 e 14).

    Classe 27 (= Gaulesa 4)

    Esta nfora caracterizada por um lbio arredondado e asas de fita, curtas com um sulcolongitudinal, partindo da parte superior do colo ou imediatamente abaixo do lbio e repousandosobre os ombros arredondados. O corpo piriforme, terminando num estreito p em anel (Pea-cock e Williams, 1991, p. 142). Foi produzida entre meados do sculo I d.C. e o sculo III d.C.,sobretudo na Glia Narbonense, conhecendo-se fornos que as produziram em Salllles dAude,Marselha, Boucaire, Le Beuasset e Sanary (Laubenheimer, 1989, p. 132-135). Foram fabricadasem Crouzilles, na zona do Indre et Loire, na fronteira entre a provncia da Lugdunense e da Aqui-tnia. Na Tarraconense foi identificado em Almadrava, prximo de Valncia, um atelier que pro-duziu nforas desta classe, que, copiando a forma das suas congneres gaulesas, serviria comocontentor para o vinho tarraconense (Aranegui e Gisbert, 1992, p. 106).

    Peacock e Williams aproximam este contentor das produes lusitanas da classe 23 (= Alma-gro 51C) e da classe 38 (= Dressel 30), produzida na Mauritnia Cesariana.

    No actual territrio portugus est presente na fbrica de salga da Quinta do Marim (Olho),recolhida na camada de superfcie; no porto romano da Ilha do Pessegueiro, na fase IIA do stio,com uma cronologia mdia de 67-70 d.C., correspondendo a 1% do total dos recipientes anfri-cos recuperados em contextos estritamente alto-imperiais (Silva e Soares, 1993). Foi recolhidauma destas nforas no leito do Tejo, frente a Salvaterra de Magos (Diogo, 1987a). Em Tomarsurge na insula da Alameda, aparentemente fora de contexto. O fragmento de nfora (bocal com

    173As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

  • 174

    arranque da asa) desta classe identificado em Tomar apresenta uma pasta de cor rosada na super-fcie e creme na seco, com abundantes elementos no plsticos constitudos por moscovite equartzo, integrando gros de cermica moda de cor sangunea. Formalmente assemelha-se bas-tante s produes tardias (sculo III d.C.) da classe 27 (= Gaulesa 4) identificadas nos ateliersde Sanary (Laubenheimer, 1989, p. 133-135).

    Classe 28 (Gaulesa 1)

    Apresenta um lbio moldurado extrovertido e asas de fita com dois sulcos que, arrancandoabaixo do lbio, descansam sobre a parte superior da pana (Peacock e Williams, 1991, p. 144).

    Tal como a nfora da classe 27 (= Gaulesa 4) esta nfora vinria foi produzida, durante osculo I d.C. na Glia Narbonense, conhecendo-se fornos que a produziram em Beaucaire e Pon-teilla (Perpignan).

    Em Tomar surge nos nveis mais antigos da insula da Alameda, associada ao p de umanfora da classe 15 (= Haltern 70).

    5.4. Importaes Orientais

    As importaes de vinhos orientais so, para Seilium confirmadas pela presena de um frag-mento de asa de uma nfora da classe 9 (= Tipo Rdio = Camulodunum 184) e por uma nforaquase completa, a que s falta parte de uma asa, do tipo gora M54 (n.os 17 e 18).

    Classe 9 (= Tipo Rdio)

    Esta nfora apresenta um lbio de seco circular, colo cilndrico, assemelhando-se nesteparticular aos exemplares da classe 10 (= Dressel 2-4) e asas de seco circular, que arrancandosubverticalmente da parte superior do colo, inflectem descrevendo um arco e descansando sobreo ombro. Bastante caracterstica nesta nfora a aresta muito pronunciada, exibida pelas asasna zona da inflexo. O corpo fusiforme, terminando num p cilndrico ou troncocnico macio.Parecendo resultar da evoluo de um prottipo tardo-helenstico do sculo III a.C. produzidoat ao incio do sculo II d.C. (Peacock e Williams, 1991, p. 103), a nfora da classe 9 (= TipoRdio) emerge deste no final do sculo I a.C. sendo exportada para as provncias ocidentais doImprio at ao incio do sculo II d.C. (Sealey, 1985, p. 58).

    Foi presumivelmente produzida na Ilha de Rodes ou nos territrios sob o seu domnio pol-tico, como a pennsula de Cnido na costa da sia Menor, entre os sculos I a.C. e II d.C. (Empe-reur e Picon, 1989, p. 224-225), visando a utilizao sobretudo como contentor vinrio desti-nado ao envase do famoso vinho egeano, o passum: vinho doce feito a partir das passas de uvasde uma vide especial a uva apiana o processo consistia em secar ao sol as uvas antes da vinifi-cao, obtendo-se desta forma um vinho doce e perfumado. O melhor destes vinhos era, de acordocom Marcial (XIII, 106), o que se produzia em Cnossos em Creta (Ricotti, 1987, p. 79). Sabemoshoje, a partir do estudo das nforas desta classe existentes no naufrgio Dramond D efectuadopor Joncheray, que transportariam tambm figos (Joncheray, 1974).

    A origem oriental deste contentor, tida at h alguns anos como discutvel, hoje unani-memente aceite, facto que decorre, por um lado, das infrutferas tentativas de localizao de

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

  • reas de produo destas nforas no Ocidente (resultando curioso observar que nem mesmo naPennsula Itlica, onde primeiramente se desenvolve a produo de nforas de tradio grega daclasse 10 foi identificado qualquer atelier com produes da classe 9, ou como seria at lcitopensar, produzindo simultaneamente nforas das duas classes) e por outro, devido aos resulta-dos das anlises das pastas das nforas desta classe identificadas em Vienne, na rua da Favorite,em Lyon (Frana) e em Colchester Sheepen (Inglaterra) procedendo-se nos dois primeiros casosa anlises qumicas, usando o mtodo de fluorescncia de Raios X e identificando elevadas quan-tidades de crmio na pasta (Desbat e Picon, 1986, p. 640) e no segundo a anlises petrolgicas(Sealey, 1985, p. 54-55) os quais apontam em qualquer dos casos para o Mediterrneo orien-tal como rea de produo das nforas da classe 9 (= Tipo Rdio). Foi registada em contextosurbanos da parte ocidental do Imprio Romano, nomeadamente em Itlia, no Sul de Frana, naInglaterra e na Catalunha, provando o vigor dos circuitos comerciais de abastecimento de vinhosorientais ao Ocidente: note-se que em Vienne e Lyon, duas cidades fulcrais no eixo comercialRdano-Reno, esta nfora est presente, atingindo 5% do total de nforas identificadas nas esca-vaes da Favorite (Lyon), 15 a.C./5 d.C. (Desbat e Martin-Kilcher, 1989, p. 344-345) enquantonas Termas do Nadador, em stia e em poca tardo-antonina (segunda metade do sculo II d.C.)atingem 13,86% (Panella, 1986, p. 613). Em Inglaterra, nas escavaes de Colchester Sheepen,foram, por outro lado, identificados 21 destes contentores, 16 dos quais de fabrico rdio, e osrestantes de produo incerta, mas seguramente do Mediterrneo oriental, representado os pri-meiros 14,52% das importaes vnicas deste stio romano sob o reinado de Cludio (Sealey,1985, p. 58). Na Catalunha, em Barcelona, em escavaes efectuadas em Torre Vella recuperaram--se nove fragmentos provenientes de um contexto datvel de finais do sculo I d.C. (Comas i Sol,1985, p. 36-39). Nenhuma nfora desta classe foi at ao momento identificada no actual terri-trio portugus (ou pelo menos submetida a conveniente publicao).

    Foi, como j acima referimos, identificado apenas um fragmento de asa de uma nfora destaclasse, mas que, pelas caractersticas da pasta e por ter conservado a tpica inflexo da parte supe-rior da asa, uma das mais acentuadas particularidades formais das nforas de Tipo Rdio, nospermite com alguma segurana a sua classificao. Esta de seco circular, apresentando umapasta muito depurada, de cor bege claro na superfcie e rosada na seco, com escassos elemen-tos no plsticos visveis sem lupa. Este provm, uma vez mais, da insula da Alameda.

    Tipo gora M54

    Esta nfora bicnica, apresenta um lbio extrovertido de seco circular, asas bfidas, arran-cando sub-verticalmente do colo bastante largo e inflectindo, para repousar sobre o ombro. Ocorpo piriforme, terminando num pequeno p troncocnico macio.

    Esta nfora foi produzida durante os sculos I e II d.C. na Cilcia, na zona do Golfo de Ale-xandreta, onde se identificaram ateliers que a fabricaram em Yumurtalik e Ayas, no sul da actualTurquia (Empereur e Picon, 1989, p. 231).

    Foi identificada sobretudo em centros urbanos e reas de consumo do Mediterrneo Orien-tal: Atenas na Agora, em contextos flavianos (Robinson, 1959, p. 89) Delos, Chipre e Ale-xandria, estando ausente ou escassamente representada nas provncias ocidentais do Imprio, emesmo em Pompeios, onde as nforas egeias esto bem representadas, no foi at ao momentodetectada. No obstante, Clementina Panella regista-a entre as nforas orientais presentes nasTermas do Nadador em stia (em contextos tardo-antoninos), embora em escasso nmero: nove

    175As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

  • 176

    fragmentos (Panella, 1986, p. 613). Tambm em Frana, no Golfo de Fos e na baa de Marselhase identificaram nforas deste tipo.

    Em Portugal foi recentemente identificado uma asa de nfora deste tipo pelo Dr. CarlosFabio, proveniente de Torre dAires no Algarve (Fabio, 1994).

    A nfora por ns estudada (n. 18) que apresenta uma pasta de cor bege na superfcieexterna, resultante da aplicao de um engobe de cor clara, ou pela adio de sal durante a mol-dagem, e bege acastanhado na interna e na seco, com elementos no plsticos de gro finoconstitudo por quartzo, calcrio, moscovite e micaxisto, ambos muito raros e por pequenssi-mas incluses negras, somente detectadas lupa provm da insula da Alameda, dos nveis maisantigos, provavelmente do sculo I d.C.

    5.5. Produes locais e regionais

    As produes vnicas lusitanas parecem confirmadas em Tomar, se tomarmos em conta aidentificao de seis fragmentos de nfora, correspondentes Lusitana 3 da tipologia de DiasDiogo (1987b, p. 184-185), dos quais ilustramos dois (n.os 15 e 16).

    nfora do Tipo Lusitana 3

    Esta nfora formalmente muito prxima da classe 27 (= Gaulesa 4), da classe 38 (= Dressel30) e da variante piriforme da classe 23 (= Almagro 51C) e por isso durante muito tempo classi-ficada entre ns erradamente como afim da classe 38 ou 23, apresenta um lbio vertical ou sub--vertical, asas de fita que arrancam abaixo do lbio e descansam sobre o ombro e um corpo piri-forme terminando num p anelar.

    Foi produzida nos fornos de nforas do Tejo e do Sado a partir do sculo II d.C. e o seu con-tedo vinrio foi avanado em artigo recentemente publicado, baseando-se os autores em an-lises efectuadas no LNETI pelo Prof. Eng. Peixoto Cabral (Diogo e Alves, 1989).

    Formalmente parece resultar de uma adopo, por parte dos ateliers lusitanos de produ-o de nforas, do modelo de contentor da classe 27 (= Gaulesa 4) produzido na Glia Narbo-nense a partir do sculo I d.C., de pequeno porte e verstil, com uma excelente relao entre pesoe capacidade. Quer pelas anlises acima mencionadas, quer ainda pela flagrante semelhana for-mal com os contentores vinrios gauleses e norte-africanos, parece-nos razovel admitir a suafuno como nfora vinria, destinada ao envase dos vinhos de produo local (lusitanos).

    No actual territrio portugus, surge documentada em diversos contextos urbanos do AltoImprio e do incio do Baixo Imprio.

    Em Tomar os seis fragmentos de nfora foram recolhidos na insula da Alameda e da RuaNorton de Matos, surgindo no primeiro stio a partir do sculo II d.C. e prolongando-se at pelomenos ao sculo V d.C.

    6. Concluso

    Da anlise das 32 nforas vinrias identificadas em Tomar (Seilium) provenientes sobre-tudo das insulae da Alameda e da Rua Norton de Matos, sendo o seu nmero no Frum bastante

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

  • inferior, mas onde se identificaram os contentores mais antigos destaca-se, antes de mais, aausncia no registo arqueolgico de importaes itlicas, tardo-republicanas (classe 5) ou alto--imperiais (classe 10) e a consequente ausncia de importaes de vinhos italianos durante a pri-meira fase da cidade romana de Seilium, que parecem ter sido logo de incio substitudos pelosvinhos da Tarraconense, da Glia e sobretudo da Btica. De facto, a provncia da Btica afirma--se como a grande exportadora de vinho para Seilium durante o sculo I d.C., com 50% do totalde contentores vinrios identificados, acompanhada a grande distncia pelas importaes daTarraconense (16%) e da Glia (9%), estas ltimas bastante sensveis no conjunto estudado (Fig.2). Por outro lado, o consumo de vinhos orientais surge em Seilium confirmado pela presena deduas nforas alto-imperiais produzidas no Mediterrneo oriental, uma delas em Rodes ou noterritrio dominado pela liga que ostentava o seu nome, entre o sculo I a.C. e incios do II d.C.(classe 9) e a outra na Cilcia, na zona do Golfo de Alexandreta, com uma cronologia abrangendoo sculo I d.C. e II d.C.

    Desta forma podemos constatar que o auge das importaes de produtos vnicos em Sei-lium foi atingido no sculo I d.C., funcionando como principal centro abastecedor a provnciavizinha da Btica e complementarmente a Tarraconense e a Narbonense. O que parece confir-mar as ideias esboadas por Dal Colls e colaboradores relativamente importncia da pro-vncia da Btica como um grande centro produtor de vinho na Hispnia, a par da Tarraconenseou suplantando-a mesmo ao estudarem o naufrgio Port-Vendres II (Colls et al., 1977), con-tradizendo em certa medida as palavras de Andr Tchernia ao secundarizar as produes vin-rias da Btica relativamente s da Tarraconense (Tchernia, 1971, p. 77).

    No sculo II d.C. assiste-se em Seilium a um rpido decrscimo das importaes vinrias,tornando-se este praticamente vestigial no sculo III d.C., estando somente presente uma nforagaulesa da classe 27 presumivelmente uma produo tardia.

    A causa aparente para a deteno das importaes de nforas vinrias da Btica, Tarraco-nense e da Glia, ausentes no registo arqueolgico de Seilium a partir do sculo III d.C., pareceresidir no simples facto de a presso da procura de produtos vnicos ter sido amplamente satis-feita pelas produes vinrias locais (lusitanas), o que parece ser corroborado pelas evidnciasmateriais. De facto, surgem nos registos arqueolgicos de Seilium, a partir do sculo III d.C., eacompanhando o fim das importaes de nforas da Btica e Tarraconense, nforas vinrias dotipo Lusitana 3, nas quais presumivelmente teria sido envasado um vinho produzido localmenteprovavelmente numa das muitas uillae do Alentejo, como S. Cucufate, ou das margens do Tejo(com uma produo agrcola e particularmente vitivincola claramente excedentria e visandoo abastecimento dos mercados locais ou regionais). Desta forma, parece-nos verosmil a exis-tncia de um circuito comercial interno na Lusitnia atravs do qual o vinho produzido nas gran-des uillae e acondicionado em recipientes anfricos do tipo Lusitana 3, era distribudos pelosvrios centros consumidores, particularmente pelas cidades.

    Resulta curioso observar que outros centros urbanos lusitanos mostram basicamente osmesmos ritmos de consumo de produtos vnicos detectados para Seilium entre o sculo I d.C. eo sculos II-III d.C., embora em escalas diversas. Em Conmbriga, apesar de as importaes vin-rias serem precoces relativamente a Seilium, iniciando-se entre os sculos III-II a.C. estandopresente uma nfora da classe 2 (= Greco-Itlica) e continuando durante o incio do sculosubsequente com presena de nforas do tipo Dressel 1, atingem o ponto mximo nos finais dosculo I a.C. e durante o sculo I d.C., uma vez mais com presena claramente maioritria denforas bticas da classe 15 (= Haltern 70), mas tambm da Tarraconense, da classe 10 (= Dres-sel 2-4), em muito menor nmero. Entrando em bvio declnio a partir do incio do sculo II

    177As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

  • 178

    d.C. (Fig. 3). Uma vez mais interessante observar a presena nesta cidade, semelhana do queacontece em Seilium, de nforas do tipo Lusitana 3. O mesmo fenmeno ocorre em Setbal,embora aqui estejam ausentes os contentores da classe 15 (= Haltern 70), e as importaes vin-rias bticas, optando-se, aparentemente pelas vinhos itlicos transportados nas nforas da classe10 (= Dressel 2-4), no estando presentes tambm contentores do tipo Lusitana 3.

    Desta forma teramos para Conmbriga um aumento progressivo das importaes de vinhoprimeiro da pennsula itlica e depois da Btica e da Tarraconense at ao sculo I d.C., perodoem que estas atingem o seu ponto mximo e a partir do qual os ritmos de consumo de produ-tos vincolas deste centro urbano sofrem uma evoluo anloga aos de Seilium, decaindo no in-cio do sculo II d.C., sendo os vinhos bticos e tarraconenses substitudos gradualmente, pre-sumivelmente por produtos vnicos locais (lusitanos). Enquanto em Setbal, a inexistncia deimportaes de nforas vinrias bticas ou tarraconenses (s esto presentes contentores itli-cos) no nos permitem discernir qualquer deslocao das reas de produo que abasteciam estemercado. No obstante s estarem presentes nforas itlicas, estas pertencem classe 10 (= Dres-sel 2-4), pelo que mais uma vez parece ter sido no final do sculo I a.C. e incios do sculo I d.C.que se atingiu tambm nesta cidade o auge da importao de vinho, neste caso itlico.

    O processo registado em Conmbriga parece-nos dividir-se basicamente em trs fases: umafase inicial em que importado vinho itlico; uma segunda, a partir de finais do sculo I a.C. edo sculo I d.C., em que o centro abastecedor de vinhos cidade se parece deslocar da Itlia paraa Hispnia, nomeadamente para a Btica, em consequncia da afirmao desta provncia comoum grande centro produtor de vinho, com importaes de nforas da classe 15 (= Haltern 70) eda classe 31 (= Dressel 28); uma terceira, a partir do incio do sculo II d.C., em que as importa-es vinrias cessam, sendo substitudas por produes locais e regionais, surgindo no registoarqueolgico de Conmbriga, a partir dos incios do sculo III d.C., as nforas do tipo Lusitana3. Deste modo os ritmos de consumo durante as duas primeiras fases do processo, relacionar--se-iam com o incio e intensificao da romanizao da Lusitnia e sobretudo das regies Nortedo Tejo, com a adopo de hbitos alimentares mediterrnicos, mas sem uma produo vincolalocal, pelo menos sensvel, enquanto na terceira fase, j com a provncia e a regio amplamenteromanizada aparentemente iniciada uma produo vinria local e regional que satisfaz total-mente a procura deste produto nos mercados da cidade, afirmando-se a Lusitnia neste perodoclaramente como produtora de vinho, embora aparentemente s para consumo interno.

    Em Seilium parecem estar somente registadas as duas ultimas fases deste processo, estandocompletamente ausentes as importaes itlicas na cidade, a que no dever ser alheio o factoda cidade ter sido fundada j no sculo I d.C., numa altura em que os vinhos da Btica e Tarra-conense j se vinham sobrepondo aos itlicos nos nos mercados ocidentais.

    Nos centros urbanos a Sul do Tejo no dispomos de dados seguros que nos permitam esta-belecer parmetros evolutivos nos ritmos de consumo de vinho, contudo bvio para Setbalque h aparentemente uma opo pelo mercado vinrio italiano durante os finais do sculo Ia.C. e durante o primeiro sculo da nossa era, com clara ausncia de contentores bticos (emboraaqui a frequncia de nforas vinrias seja manifestamente inferior detectada para Conmbrigaou para Seilium). O que pode, por outra via, ser sintoma da existncia de uma produo local,correspondendo as nforas itlicas necessidade de possuir um vinho de qualidade, funcionandoeste como um bem alimentar de prestgio.

    Finalmente a presena de nforas de produo oriental em Seilium so indcio, por um lado,do vigor das exportaes de produtos vnicos orientais para Ocidente e, por outro, da existn-cia de um circuito comercial que colocava em contacto o extremo ocidente do Imprio Romano

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

  • com o Mediterrneo oriental, embora provavelmente por via indirecta. Surgindo a Hispnia esobretudo a sua provncia mais ocidental (a Lusitnia), presumivelmente como plataforma gira-tria, base de apoio ao comrcio martimo a longa distncia entre o Mediterrneo e o Atlntico,circuito atravs do qual, presume-se, se faria o abastecimento aos contingentes militares pre-sentes na Britnia (complementado pelo abastecimento efectuado a esta provncia atravs doeixo Rdano-Reno.

    179As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

    nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar)

    nforas vinrias de Seilium (Tomar) - (Locais de Provenincia)

    Fig. 1

    Fig. 2

  • 180

    7. Catlogo

    1. Fragmento de lbio de nfora da classe 15 (= Haltern 70). Lbio extrovertido, sub-verticalmoldurado com espessamento externo. Pasta de cor bege acinzentado na superfcie externa,interna e na seco, apresentado abundantes elementos no plsticos de quartzo, felspato e xisto,de dimenso inferior a 1 mm, bem como incluses negras e xidos ferrosos com as mesmasdimenses. DEL: 15,3 cm, HL: 3,8 cm. INV. 81 TOM/AL VALA 1888.

    2. Fragmento de lbio de nfora da classe 15 (= Haltern 70). Lbio sub-vertical, molduradocom leve espessamento externo. Pasta de cor bege na superfcie externa e interna e na seco,apresentando abundantes elementos no plsticos constitudos por quartzo, xisto, moscovite(escassa), biotite e incluses negras de origem vulcnica de dimenso inferior a 1 mm. Possui napasta gros de cermica moda com a mesma dimenso. DEL: 15,5 cm, HL: 4,2 cm, EL: 1,6 cm.INV. 85 TOM/AL I 42 (1) 158.

    3. Fragmento de lbio de nfora da classe 15 (= Haltern 70). Lbio sub-vertical molduradocom ligeiro espessamento interno. Pasta compacta de cor bege escura na superfcie interna eexterna e castanha na seco, com elementos no plsticos angulosos, de quartzo, feldspato emoscovite, de dimenso inferior a 2 mm. DEL: 14,5 cm, HL: 3,8 cm, EL: 1,4 cm. INV. 86 TOM/ALCIV 14 (3) 2747.

    4. Fragmento de lbio de nfora da classe 15 (= Haltern 70). Lbio vertical moldurado comleve espessamento externo. Pasta de cor bege na superfcie externa e interna e bege na seco,

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

    nforas romanas de Seilium (Tomar). Ritmos de consumo de produtos vnicos, azeite e preparados de peixe.

    Fig. 3

  • com abundantes elementos no plsticos de quartzo, xisto e moscovite de dimenso inferior a1 mm. Apresenta gros de cermica moda na pasta com a mesma dimenso. DEL: 16,9 cm, HL:3,9 cm, EL: 1,3 cm. INV. 87 TOM/AL DIV 1A (2) Barg. Sul 2658.

    5. Fragmento de lbio de nfora da classe 15 (= Haltern 70). Lbio sub-vertical espessadointerna e externamente. Pasta de cor bege claro na superfcie interna e externa e bege claro naseco, com abundantes elementos no plsticos de quartzo, moscovite, xisto e incluses negrasde origem vulcnica, de dimenso inferior a 1 mm. DEL:15,4 cm, HL: 5,1 cm, EL: 1,9 cm. INV.86 TOM/AL CIV 17 (3) 3228.

    6. Fragmento de lbio de nfora da classe 15 (= Haltern 70). Lbio sub-vertical moldurado,com ligeiro espessamento interno e forte espessamento externo. Pasta de cor bege na superfcieexterna e interna e bege na seco, com abundantes elementos no plsticos de quartzo, felds-pato, quartzito, xisto, moscovite e biotite, de dimenso inferior a 2 mm. DEL: 16 cm, HL: 48 cm,EL: 2,4 cm. INV.86 TOM/AL CIII -7 (2) 2800.

    7. P de nfora da classe 15 (= Haltern 70). P troncocnico macio de base arredondada,apresentando no interior uma protuberncia argilosa pouco pronunciada e arredondada. Pastade cor bege na superfcie externa e interna e bege acinzentado na seco, com abundantes ele-mentos no plsticos de quartzo, feldspato, quartzito, moscovite e biotite, de dimenso inferiora 2 mm. Apresenta na pasta gros de cermica moda com a mesma dimenso. HF: 12,9 cm, DF:2,9 cm, DAF: 7,9 cm. INV. 83 TOM/AL B1 (4) 3946.

    8. P de nfora da classe 15 (= Haltern 70). P troncocnico macio de base arredondada,apresentando no interior uma protuberncia argilosa pouco pronunciada e arredondada. Pastade cor cinzenta acastanhada na superfcie externa e bege acinzentada na superfcie interna e cin-zenta na seco, com abundantes elementos no plsticos de quartzo, moscovite e inclusesnegras de dimenso inferior a 1 mm. HF: 7,2 cm, DF: 3,9 cm, DAF: 9,2 cm. INV. 83 TOM/RCCH21 (2) 883.

    9. Fragmento de lbio de nfora da classe 6 (= Pascual 1). Lbio sub-vertical moldurado comforte espessamento interno. Pasta de cor vermelha na superfcie externa, vermelha acinzentadana interna e cinzenta avermelhada na seco, com abundantes elementos no plsticos de quartzo,moscovite, chert, feldspato e quartzito, de dimenso inferior a 1 mm. DEL: 19,1 cm. HL: 5,8 cm,EL: 1,7 cm. INV. TOM/AL A16 (3) 1281.

    10. Fragmento de asa de nfora da classe 31 (= Dressel 28). Asa de fita, seco subovidecom dois sulcos longitudinais centrais exteriores. Pasta estratificada de cor bege amarelada nasuperfcie e na seco, com abundantes elementos no plsticos, angulosos, de xisto, feldspatoe moscovite, de dimenso inferior a 1 mm. DA: 5,1 x 2 cm.

    11. Fragmento de asa de nfora da classe 10 (= Dressel 2/4). Asa bfida formada por doisrolos de argila de seco circular. Pasta compacta de cor bege avermelhada na superfcie e ver-melha na seco, com elementos no plsticos boleados, de quartzo, feldspato, moscovite dedimenso inferior a 1 mm e pequenssimas incluses negras. DA: 3,4 x 2,1 cm. INV. 86 TOM/ALCIV 10 (3) Banq. Este 2911.

    181As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

  • 182

    12. Fragmento de asa de nfora da classe 10 (= Dressel 2/4). Asa bfida formada por doisrolos de argila de seco circular. Pasta compacta de cor bege avermelhada e vermelha na seco,com escassos elementos no plsticos visveis sem lupa. DA: 4,5 x 2,2 cm. INV. TOM/AL 3054.

    13. Fragmento de Lbio de nfora da classe 28 (= Gaulesa 1). Lbio sub-vertical moldurado,espessado externamente. Pasta compacta de cor bege na superfcie interna e externa e vermelhana seco, com escassos elementos no plsticos angulosos, de feldspato e moscovite de dimen-so inferior a 1 mm. DEL: 12,9 cm, HL: 2,8 cm, EL: 1,8 cm. INV. TOM/AL B1 (4) 1880.

    14. Fragmento de bocal de nfora da classe 27 (= Gaulesa 4). Lbio de seco sub-triangularligeiramente introvertido, com o arranque de asa em fita. Pasta compacta cor de rosa na super-fcie externa e interna e bege na seco, com abundantes elementos no plsticos, angulosos, dequartzito, quartzo e moscovite (abundante) de dimenso inferior a 1 mm. Apresenta gros decermica moda de cor vermelha com a mesma dimenso. DEB: 8,4 cm, HL: 1,9 cm, EL: 1,5 cm.INV. 86 TOM/AL CIV 5F (2) 2742.

    15. Fragmento de bocal com o arranque de uma das asas, de nfora do tipo Lusitana 3. Lbiode fita, vertical e de seco triangular, ostentando um sulco paralelo ao bordo. Asa de fita de sec-o ovide com sulco longitudinal central exterior, arrancando abaixo do lbio. Pasta compactade cor vermelha alaranjada na superfcie externa e interna e vermelha na seco, com abundan-tes elementos no plsticos, angulosos, de quartzo, feldspato e moscovite, de dimenso inferiora 1 mm. DEB: 8,1 cm, HL: 2,4 cm, EL: 1,4 cm, DA: 4 x 1,2 cm. INV. 86 TOM/AL CIV 4 (3) 3253.

    16. Fragmento de bocal de nfora do tipo Lusitana 3. Lbio sub-vertical de seco triangu-lar com leve espessamento externo. Asa de fita de seco ovide com sulco longitudinal centralexterior, arrancando abaixo do lbio. Pasta compacta cor de laranja na superfcie externa e internae vermelha na seco, com abundantes elementos no plsticos, angulosos de quartzo, mosco-vite, de dimenso inferior a 1 mm. Apresenta na pasta gros de cermica moda com a mesmadimenso. DEB: 8,5 cm, HL: 2,1 cm, EL: 1,3 cm. INV. 86 TOM/AL CIV 6 (2) 2352.

    17. Fragmento de asa de nfora da classe 9 ( tipo rdio). Asa de rolo de seco circular osten-tando uma pronunciada aresta na parte superior. Pasta compacta de cor bege na superfcie e corde rosa na seco com escassos elementos no plsticos visveis sem lupa. DA: 2,6 cm. INV: 86TOM/AL CIV 4 E (2) 3005.

    18. Bocal com arranque das asa de nfora do tipo Agora M 54. Lbio extrovertido de sec-o subcircular. Asa bfida formada por dois rolos de argila. Pasta compacta de cor bege na super-fcie externa e interna e bege acastanhada na seco, com escassos elementos no plsticos vis-veis sem lupa. DEB: 10,5 cm, HL: 1,7 cm, EL: 1,6 cm, DA: 4,3 x 2,5 cm. INV. 87 TOM/AL DIV 3(4) 2181.

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

    LEGENDA

    DEB: Dimetro Externo da Boca; DEL: Dimetro externo do lbio; HL: Altura do lbio; EL: Espessura do lbio; DA:Dimenso da Asa; DF: Dimetro Base do P; DAF: Dimetro de Abertura do fundo; HF: Altura do Fundo.

  • 183As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

    1

    2

    4

    3

  • 184REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

    5

    6

    7 8

  • 185As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

    9

    10

    1112

  • 186REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

    15

    16

    14

    13

  • 187As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

    17

    18

  • 188

    BIBLIOGRAFIA

    ALARCO, A. M. (1990) - Introduo ao estudo laboratorial das nforas lusitanas. In ALARCO, A. M. ; MAYET, F., eds. - nforas lusitanas,tipologia, produo, comrcio. Conmbriga : Museu Monogrfico, p. 253-257.

    ALARCO, J. de (1976) - Les amphores. In Fouilles de Conimbriga. Vol. 6. Paris : Diffusion de Boccard, p. 79-91.

    ALARCO, J. de (1987) - Portugal romano. Lisboa : Verbo.

    ALARCO, J. de (1988) - O domnio romano em Portugal. Mem Martins : Publicaes Europa-Amrica.

    ALARCO, J. de (1989) - O territrio de Seilium. In O espao rural na Lusitnia : Tomar e o seu territrio. Tomar : Centro de Estudos de Arte e

    Arqueologia da Escola Superior de Tecnologia de Tomar, p. 9-23.

    ALARCO, J. de (1990) - A produo e a circulao dos produtos. In O domnio romano. Lisboa : Presena (Nova Histria de Portugal: Portugal

    das origens romanizao ; 1). p. 409-441.

    ALARCO, J. de ; ETIENNE, R. ; MAYET, F. (1990) - Les villas de So Cucufate (Portugal). Paris : Diffusion E. de Boccard.

    ARANEGUI, C. ; GISBERT, J.-A. (1992) - Les amphores fond plat de la Pninsule Ibrique. In LAUBENHEIMER, F., ed. - Les amphores en Gaule:

    production et circulation. Paris: Les Belles Lettres (Centre de Recherches dHistoire Ancienne ; 116), p. 101-111.

    BANHA, C. S. (1993) - As nforas da villa romana de Povos. Boletim Cultural Cira. Vila Franca de Xira. 5, p. 51-90.

    BELTRN LLORIS, M. (1970) - Las nforas romanas de Espaa. Zaragoza : Institucin Fernando El Catlico (Anexo de Caesaraugusta VIII,

    Monografas Arqueolgicas ; 8).

    BONIFAY, M. ; CONGES, G. ; LEGUILLOUX, M. (1989) - Amphores tardives (V-VII sicle) Arles et Marseille. In Amphores romaines et histoire

    conomique : Dix ans de recherche. Rome : cole Franaise de Rome (Collection de lcole Franaise de Rome ; 114), p. 660-663.

    BRESSON, A. (1986) - Remarques sur la dispersin des amphores rhodiennes. In EMPEREUR, J.-Y. ; GARLAN, Y., eds. - Recherches, sur les

    amphores grecques. Athnes : cole Franaise dAthnes (Bulletin de Correspondance Hellnique, supplment ; 13), p. 81-86.

    CABRAL, J. M. P. (1990) - Determinao da provenincia de nforas mediante anlise qumica da cermica. In ALARCO, A. M. ; MAYET, F.,

    eds. - nforas lusitanas, tipologia, produo, comrcio. Conmbriga : Museu Monogrfico, p. 273-288.

    CALLENDER, M. H. (1965) - Roman amphorae : with index of stamps. London : [s.n.].

    CARDOSO, G. (1990) - O Forno de nforas de Muge. In ALARCO, A. M. ; MAYET, F., eds. - nforas lusitanas, tipologia, produo, comrcio.

    Conmbriga : Museu Monogrfico, p. 153-169.

    CARIGNANI, A. ; PACETTI, F. (1989) - Anfore tardo-antiche dagli scavi del Palatino. In Amphores romaines et histoire conomique: Dix ans de

    recherche. Rome : cole Franaise de Rome (Collection de lcole Franaise de Rome ; 114), p. 610-615.

    CIOTOLA, A. ; PICCIOLA, S. ; SANTANGELI VALENZANI, R. ; VOLPE, R. (1989) - Roma tre contesti: 1. Via Nova-Clivo Palatino. 2. Crypta

    Balbi. 3. Via Sacra-Via Nova. In Amphores romaines et histoire conomique: Dix ans de recherche. Rome : cole Franaise de Rome (Collection de

    lcole Franaise de Rome ; 114), p. 604-609.

    COELHO, A. V. P. ; CARDOSO, J. L. (1990) - Estudo sobre pastas de nforas de fornos do vale do Tejo e do vale do Sado : anlises macro e

    microscpicas. In ALARCO, A. M. ; MAYET, F., eds. - nforas lusitanas, tipologia, produo, comrcio. Conmbriga : Museu Monogrfico, p.

    267-271.

    COELHO, A. V. P. ; SILVA, C. T. (1978) - nforas romanas da rea urbana de Setbal. Setbal Arqueolgica. Setbal. 4, p. 171-191.

    COLLS, D. ; TIENNE, R. ; LEQUMENT, B. ; LIOU, B. ; MAYET, F. (1977) - Lpave Port-Vendres II et le commerce de la Btique a lpoque de

    Claude. Archaeonautica. Paris. 1.

    COMAS I SOL, M. (1985) - Baetulo: les amfores. Badalona : Museu.

    COSTA, J. B. (1985) - Estudo e classificao das rochas por exame macroscpico. Lisboa : Fundao Calouste Gulbenkian.

    DESBAT, A. ; DANGRAUX, B. (1992) - La distribution des amphores dans la rgion lyonnaise. tude de deux sites de consommation. In

    LAUBENHEIMER, F., ed. - Les amphores en Gaule : production et circulation. Paris : Belles Lettres (Centre de Recherches dHistoire Ancienne ;

    116), p. 151-156.

    DESBAT, A. ; MARTIN-KILCHER, S. (1989) - Les amphores sur laxe Rhne-Rhin lpoque dAuguste. In Amphores romaines et histoire conomique

    : dix ans de recherche. Rome: cole Franaise de Rome (Collection de Lcole Franaise de Rome ; 114), p. 339-365.

    DESBAT, A. ; PICON, M. (1986) - Les importations damphores de la Mditerrane Orientale a Lyon (fin du I sicle avant J.-C. et I sicle aprs).

    In EMPEREUR, J.-Y. ; GARLAN, Y., eds. - Recherches, sur les amphores grecques. Athnes : cole Franaise dAthnes (Bulletin de

    Correspondance Hellnique, supplment ; 13), p. 637-648.

    DIOGO, A. M. D. (1987a) - nforas provenientes do Rio Tejo (Salvaterra de Magos), no Museu do Mar. Arqueologia. Porto. 16, p. 112-113.

    DIOGO, A. M. D. (1987b) - Quadro tipolgico das nforas de fabrico lusitano. O Arquelogo Portugus. Lisboa. Srie 4. 5, p. 179-191.

    DIOGO, A. M. D. (1988) - Notcias de dois vestgios romanos no concelho de Vila Franca de Xira: 2. uma nfora romana encontrada no Rio

    Tejo, junto de Alhandra. Boletim Cultural da Cmara Municipal de Vila Franca de Xira. Vila Franca de Xira. 3, p. 111.

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998

  • DIOGO, A. M. D.; ALVES, F. J. S. (1989) - nforas provenientes do meio fluvial nas imediaes de Vila Franca de Xira e de Alccer do Sal. O

    Arquelogo Portugus. Lisboa. Srie 4. 6/7, p. 227-240.

    DRESSEL, H. (1899) - Corpus inscriptionum Latinarum, XV, 2: Inscriptiones Urbis Romae Latinae. Instrumentum domesticum, Partis posterioris fasciculus

    I, Berlin.

    EMPEREUR, J.-Y. ; PICON, M. (1989) - Les rgions de production damphores impriales en Mediterrane Orientale. In LAUBENHEIMER, F.,

    ed. - Les amphores en Gaule : production et circulation. Paris : Belles Lettres (Centre de Recherches dHistoire Ancienne ; 116), p. 223-248.

    FABIO, C. (1989) - Sobre as nforas do acampamento romano da Lomba do Canho (Arganil). Lisboa : Uniarq-Instituto Nacional de Investigao

    Cientfica.

    FABIO, C. (1992) - O passado proto-histrico e romano. In MATTOSO, J., ed. - Histria de Portugal. Vol. 1: antes de Portugal. Lisboa : Crculo de

    Leitores, p. 79-299.

    FABIO, C. (no prelo) O estudo das nforas. In GONALVES, V. S., ed. - A arqueologia em Portugal Anos 90.

    FABIO, C. (1996) - Sobre a tipologia das nforas da Lusitnia. In FILIPE, G. ; RAPOSO, J. M. C., eds. Ocupao romana nos esturios do Tejo e do

    Sado. Lisboa : Dom Quixote, p. 371-390.

    FABIO, C. (1994) - As nforas. In NOLEN, J. U. S., ed. - Cermicas e vidros de Torre de Ares. Lisboa : Museu Nacional de Arqueologia, p. 17-33.

    FABIO, C. ; CARVALHO, A. (1990) - nforas da Lusitnia : uma perspectiva. In ALARCO, A. M. ; MAYET, F., eds. - nforas lusitanas, tipologia,

    produo, comrcio. Conmbriga : Museu Monogrfico, p. 37-66.

    FERNANDES, I. C. ; CARVALHO, R. (1985) - O conjunto de fornos de nforas de Sallles dAude - Frana. Arqueologia. Porto.11, p. 114-119.

    FINLEY, M. I. (1986) - A economia antiga. Porto : Afrontamento.

    FRANCISCO MARTN, J. de (1989) - Conquista y romanizacin de Lusitania. Salamanca : Universidad.

    GARCIA Y BELLIDO, A. (19786) Espaa y los Espanles hace dos mil aos, segn la Geografa de Strabn. 6 ed. Madrid : Espasa-Calpe.

    GIARDINA, A. (1987) - La distribuzioni alimentari per la plebe romana in et imperiale. In Lalimentazione nel mondo antico. I romani: et imperiale.

    Roma : Istituto Poligrafico e Zecca dello Stato, p. 17-22.

    GIARDINA, A. (1992) - O mercador. In GIARDINA, A., ed. - O homem romano. Lisboa : Presena, p. 205-222.

    GRIMAL, P. (imp. 1985) - A vida em Roma na Antiguidade. Mem Martins : Europa-Amrica.

    HIDALGO CUARRO, J. M. (1983) - Excavaciones arqueolgicas en el Castro de Vigo. Vigo : Publicaciones del Museo Municipal Quiones de

    Len.

    JONCHERAY, J.-P. (1974) - tude de lpave Dramond D (campagne 1972). Cahiers dArchologie Subaquatique. 3, p. 21-48.

    LAUBENHEIMER, F. (1989) - Les amphores gauloises sous lEmpire : recherches nouvelles sur leur production et leur cronologie. In Amphores

    romaines et histoire conomique: dix ans de recherche. Rome : cole Franaise de Rome (Collection de lcole Franaise de Rome ; 114), p. 105-

    -138.

    LAUBENHEIMER, F. ; GEBARA, C. ; BERAUD, I. (1992) - Production damphores Frjus. In LAUBENHEIMER, F., ed. - Les amphores en Gaule :

    production et circulation. Paris : Les Belles Lettres (Centre de Recherches dHistoire Ancienne ; 116), p. 15-24.

    LAUBENHEIMER, F. ; SCHWALLER, M. ; VIDAL, L. (1992) - Nmes, les amphores de la rue de Cond. In LAUBENHEIMER, F., ed. - Les

    amphores en Gaule : production et circulation. Paris : Belles Lettres (Centre de Recherches dHistoire Ancienne ; 116), p. 133-150.

    LIOU, B. ; DOMERGUE, C. (1991) - Le commerce de la Btique au ler sicle de notre re: lpave Sud-Lavezzi II (Bonifacio, Corse du Sud).

    Archaeonautica. Paris. 10, p. 11-123.

    LIOU, B. ; MARICHAL, R. (1978) - Les inscriptions peintes sur les amphores de lAnse de Saint-Gervais Fos-sur-Mer. Archaeonautica. Paris. 2, p.

    109-181.

    MANTAS, V. G. (1989) - Vias romanas da regio de Tomar : os milirios. In O Espao Rural na Lusitnia : Tomar e o seu territrio. Tomar : Centro de

    Estudos de Arte e Arqueologia da Escola Superior de Tecnologia de Tomar, p. 31-46.

    MARTIN-KILCHER, S. (1992) - Les amphores de Gaule romaine : leur presence Augusta Rauricorum. In LAUBENHEIMER, F., ed. - Les

    amphores en Gaule: production et circulation. Paris : Les Belles Lettres (Centre de Recherches dHistoire Ancienne ; 116), p. 157-161.

    NAVEIRO LOPEZ, J. (1991) - El comercio antiguo en el N.W Peninsular. A Corua : Museo Arqueolxico e Histrico (Monografias Urxentes do

    Museu ; 5).

    PANELLA, C. (1986) - Oriente ed Occidente : considerazioni su alcune anfore Egee di et Imperiale a Ostia. In EMPEREUR, J.-Y. ; GARLAN, Y.,

    eds. - Recherches, sur les amphores grecques. Athnes : cole Franaise dAthnes (Bulletin de Correspondance Hellnique, supplment ; 13), p.

    609-636.

    PANELLA, C. (1992) - Mercato di Roma e anfore galliche nella prima et imperiale. In LAUBENHEIMER, F., ed. - Les amphores en Gaule :

    production et circulation. Paris : Les Belles Lettres (Centre de Recherches dHistoire Ancienne ; 116). Paris : Les Belles Lettres, p. 185-206.

    PARKER, A. J. (1977) - Lusitanian amphoras. In Mthodes classiques et mthodes formelles dans ltude des amphores. Rome : cole Franaise de Rome.

    PEACOCK, D. P. S.; WILLIAMS, D. F. (1991) - Amphorae and the Roman economy : an introductory guide. London : Longman.

    189As nforas romanas vinrias de Seilium (Tomar), conuentus Scallabitanus

    CARLOS MANUEL DOS SANTOS BANHA E PAULO ALEXANDRE MOURINHO ARSNIO

  • 190

    PONTE, S. da (1985a) - Tomar, histria e geografia humana no tempo e no espao. Arqueologia na regio de Tomar (da Pr-Histria actualidade) :

    suplemento ao Boletim Cultural da Cmara Municipal de Tomar. Tomar. 1, p. 13-26.

    PONTE, S. da (1985b) - Estao arqueolgica na Rua Carlos Campeo : relatrio preliminar de 1982/83. Arqueologia na regio de Tomar (da Pr-

    -Histria actualidade) : suplemento ao Boletim Cultural da Cmara Municipal de Tomar. Tomar. 1, p. 89-100.

    PONTE, S. da (1989a) - Tomar e o seu territrio - problemtica e perspectivas futuras. In O espao rural na Lusitnia: Tomar e o seu territrio. Tomar

    : Centro de Estudos de Arte e Arqueologia da Escola Superior de Tecnologia, p. 25-29.

    PONTE, S. da (1989b) - Apontamentos sobre as escavaes na Rua Amorim Rosa. Boletim Cultural e Informativo da Cmara Municipal de Tomar.

    Tomar.11-12, p. 27-33.

    PONTE, S. da (1989c) - Intervenes pontuais no Frum e na zona perifrica. Boletim Cultural e Informativo da Cmara Municipal de Tomar. Tomar.

    13, p. 97-102.

    PONTE, S. da (1989d) - Seilium Tomar romana. Tomar : Centro de Estudos de Arte e Arqueologia da Escola Superior.

    PONTE, S. da (1993) - A cidade: memrias e sobrevivncias histricas. Boletim Cultural e Informativo da Cmara Municipal de Tomar. Tomar. 18, p. 145-158.

    PONTE, S. da ; SILVA, V. (1985) - Sondagem na Alameda 1 de Maro. In Arqueologia na regio de Tomar (da Pr-Histria actualidade). Suplemento

    do Boletim Cultural e Informativo da Cmara Municipal de Tomar. Tomar. p. 111-116.

    PONTE, S. da ; GUIMARES, M. ; PESSOA, M. ; MARQUES, A. P. (1993) - La production de lhuile et du vin au Portugal durant lAntiquit et

    le Moyen-ge. In AMOURETTI, M.-C. ; BRUN, J.-P. , eds. - La production du vin et de lhuile en Mediterrane. Athnes : cole Franaise

    dAthnes (Bulletin de Correspondence Hellnique ; supplment 26), p. 413-421.

    RAPOSO, J. M. C. (1990) - Porto dos Cacos : uma oficina de produo de nforas romanas no vale do Tejo. In ALARCO, A. M. ; MAYET, F.,

    eds. - nforas lusitanas, tipologia, produo, comrcio. Conmbriga : Museu Monogrfico, p. 117-151.

    RICOTTI, E. S. P. (1987) - Alimentazione, cibi, tavola e cucine nellet imperiale. In Lalimentazione nel mondo antico. I romani : et imperiale. Roma :

    Istituto Poligrafico e Zecca dello Stato, p. 71-130.

    ROBINSON, H. (1959) - The Athenian Agora. Vol. 5: results of the excavations conducted by the American School of Classical Studies at Athens (Pottery of

    Roman PeriodvCronology). New Jersey.

    SCIALLANO, M. ; SIBELLA, P. (1991) Amphores : comment les identifier? Aix-en-Provence : disud.

    SEALEY, P. R. (1985) - Amphoras from the 1970 excavations at Colchester Sheepen. Oxford : B.A.R. (British Series ; 142).

    SILVA, A. C. F. (1986) - A Cultura castreja do Noroeste de Portugal. Paos de Ferreira : Museu Monogrfico da Citnia de Sanfins.

    SILVA, C. T. da (1991) - Produo de nforas romanas no Martinhal (Sagres). In ALARCO, A. M. ; MAYET, F., eds. - nforas lusitanas, tipologia,

    produo, comrcio. Conmbriga : Museu Monogrfico, p. 225-246.

    SILVA, C. T. da ; SOARES, J. (1986) - Arqueologia da Arrbida. Lisboa : Servio Nacional de Parques, Reservas e Conservao da Natureza.

    SILVA, C. T. da ; SOARES, J. (1993) - A ilha do Pessegueiro : porto romano da costa alentejana. Lisboa : Instituto de Conservao da Natureza.

    SILVA, C. T. da ; COELHO-SOARES, A. ; SOARES, J. (1986) - Fbrica de salga de peixe da poca romana da Travessa de Frei Gaspar (Setbal). In

    I Encontro de Arqueologia Urbana. Lisboa : I.P. P. C. (Trabalhos de Arqueologia ; 3), p. 155-160.

    SILVA, C. T. da; COELHO-SOARES, A. ; SOARES, J. (1987) - Nota sobre material anfrico da foz do Arade (Portimo). Setbal Arqueolgica.

    Setbal. 8, p. 203-220.

    SILVA, C. T. da ; SOARES, J. ; COELHO-SOARES, J. (1982) - Escavaes arqueolgicas na Ilha do Pessegueiro: 3 campanha 1982. Clio. Lisboa. 4,

    p. 165-172.

    SILVA, C. T. da ; SOARES, J. ; BEIRO, C. de M. ; DIAS, L. F. ; COELHO-SOARES, A. (1980) - Escavaes arqueolgicas no Castelo de Alccer do

    Sal (campanha de 1979). Setbal Arqueolgica. Setbal. 6/7, p. 149-208.

    SILVA, C. T. da; SOARES, J. ; DIAS, L. F.; COELHO-SOARES, A. (1984) - Escavaes arqueolgicas na Ilha do Pessegueiro (Sines): notcia da 2

    campanha (1981). Arquivo de Beja. Beja.1:2, p. 11-45.

    SILVA, C. T. da ; SOARES, J. ;COELHO-SOARES, A. (1992) - Estabelecimento de produo de salga da poca romana na Quinta do Marim

    (Olho) : resultados preliminares das escavaes de 1988-89. Setbal Arqueolgica. Setbal.9-10, p. 335-374.

    TCHERNIA, A. (1971) - Les amphores vinaires de Tarraconaise et leur exportation au dbut de lEmpire. Archivo Espaol de Arqueologa. Madrid.

    44, p. 38-85.

    TOMBER, R. (1993) - Quantitative aproaches to the investigation of long-distance exchange. Journal of Roman Archaeology. Ann Arbor. 6, p. 142-166.

    NOTA

    1 Apresentado no congresso O Vinho, a Histria e a Cultura Popular, realizado no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, em 25 e 25 de Junho de 1994. As

    referncias bibliogrficas contidas no presente artigo respeitam a publicaes ocorridas at essa data, actualizando-se a bibliografia, exclusivamente, no caso de

    publicaes no prelo em 1994 e publicadas at 1998.

    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia . volume 1. nmero 2. 1998