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ANEXO Linhas do Tempo na História dos Bancos no Brasil 1808 – fundação do primeiro Banco do Brasil por D. João VI. 1821 – volta de D. João VI a Portugal, levando consigo as reservas metálicas do Banco do Brasil. 1829-1836 – liquidação gradual do primeiro Banco do Brasil, com inquérito para apuração das responsabilidades. 1833 – fracasso na tentativa de reorganização do Banco do Brasil. 1837 – fundação do Banco Comercial do Rio de Janeiro. 1853 – criação do segundo Banco do Brasil a partir da fusão dos dois maiores bancos cariocas – o Comercial e o Banco do Brasil de visconde de Mauá. 1857 – criação de bancos emissores e corrida bancária com suspensão da convertibilidade dos títulos financeiros do Banco do Brasil. 1860 – lei bancária restringindo a emissão bancária e oficializando as Caixas Econômicas já existentes no país. 1861 – criação no Rio de Janeiro pelo imperador D. Pedro II da instituição pública que deu origem à Caixa Econômica Federal, em 1969. 1863 – instalação do primeiro banco estrangeiro, o London & Brazilian Bank. 1864 – crise de carência de liquidez, provocando fechamento de casas bancárias e quebras de firmas comerciais. 1875 – nova contração econômica, pânico bancário e falência do Banco Mauá e Cia. 1888 – abolição da escravatura, aniquilando fortunas e elevando a demanda de empréstimos para capital de giro. 1989 – fundação do Banco de Crédito Real de Minas Gerais por Decreto Imperial de 22 de agosto. 1889-1891 – Encilhamento: período de especulação e pluralismo monetário com diversos bancos emissores. 1890 – fusão do Banco Nacional do Brasil com o Banco Estados Unidos do Brasil assumindo a denominação de Banco da República dos Estados Unidos do Brasil e ganhando a liderança do Banco do Brasil, no sistema bancário.

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Page 1: Anexo Linhas do Tempo - Cidadania & Cultura · 1890 – fusão do Banco Nacional do Brasil com o Banco Estados Unidos do Brasil assumindo a denominação de Banco da República dos

ANEXO

Linhas do Tempo na

História dos Bancos no Brasil

1808 – fundação do primeiro Banco do Brasil por D. João VI.

1821 – volta de D. João VI a Portugal, levando consigo as reservas metálicas do Banco do Brasil.

1829-1836 – liquidação gradual do primeiro Banco do Brasil, com inquérito para apuração das responsabilidades.

1833 – fracasso na tentativa de reorganização do Banco do Brasil.

1837 – fundação do Banco Comercial do Rio de Janeiro.

1853 – criação do segundo Banco do Brasil a partir da fusão dos dois maiores bancos cariocas – o Comercial e o Banco do Brasil de visconde de Mauá.

1857 – criação de bancos emissores e corrida bancária com suspensão da convertibilidade dos títulos financeiros do Banco do Brasil.

1860 – lei bancária restringindo a emissão bancária e oficializando as Caixas Econômicas já existentes no país.

1861 – criação no Rio de Janeiro pelo imperador D. Pedro II da instituição pública que deu origem à Caixa Econômica Federal, em 1969.

1863 – instalação do primeiro banco estrangeiro, o London & Brazilian Bank.

1864 – crise de carência de liquidez, provocando fechamento de casas bancárias e quebras de firmas comerciais.

1875 – nova contração econômica, pânico bancário e falência do Banco Mauá e Cia.

1888 – abolição da escravatura, aniquilando fortunas e elevando a demanda de empréstimos para capital de giro.

1989 – fundação do Banco de Crédito Real de Minas Gerais por Decreto Imperial de 22 de agosto.

1889-1891 – Encilhamento: período de especulação e pluralismo monetário com diversos bancos emissores.

1890 – fusão do Banco Nacional do Brasil com o Banco Estados Unidos do Brasil assumindo a denominação de Banco da República dos Estados Unidos do Brasil e ganhando a liderança do Banco do Brasil, no sistema bancário.

Page 2: Anexo Linhas do Tempo - Cidadania & Cultura · 1890 – fusão do Banco Nacional do Brasil com o Banco Estados Unidos do Brasil assumindo a denominação de Banco da República dos

Fernando Nogueira da Costa. Brasil dos Bancos. Anexo – Linhas do Tempo. 340

1892 – fusão dos dois principais bancos de emissão – o Banco da República e o Banco do Brasil – sob o nome de Banco da República do Brasil.

1893 – transformação da Caixa Econômica da Cidade da Bahia, fundada em 1834, em Banco Econômico da Bahia.

1894 – fim dos bancos emissores com a contra-reforma monetária de Joaquim Murtinho.

1900 – crise bancária em função da política de estabilização que quase destruiu o Banco da República do Brasil, salvo por ajuda governamental; fundação do Banco Commerciale Italiano de São Paulo, antecedente do Banque Française et Italianne pour l´Amerique du Sud (1910) e do Sudameris (1946).

1905 – criação do atual Banco do Brasil, quando uma crise bancária levou seu predecessor direto, o Banco da República, à beira da falência.

1906-1914 – Caixa de Conversão, um tipo de currency board que lastreava a emissão monetária em reservas de ouro, e Banco do Brasil atuando para estabilização da taxa de câmbio.

1909 – fundação do Banco Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo, antecessor do Banco do Estado de São Paulo (BANESPA), com capital de origem francesa.

1911 - fundação do Banco Hipotecário e Agrícola do Estado de Minas Gerais, futuro banco governamental estadual, também com capital de origem francesa.

1912 – autorização da transferência de depósitos entre contas correntes por meio de cheques.

1914-1919 – perda de depósitos por parte do Banco do Brasil, devido a uma orientação conservadora em termos de crédito e expansão de agências.

1915 – abertura da segunda filial internacional do Citibank, no Rio de Janeiro, sendo que a primeira tinha sido em Buenos Aires, no ano anterior.

1920 – abertura da Carteira de Redescontos no Banco do Brasil; Lei nº 4182 da fiscalização dos bancos e casas bancárias.

1921 – criação da Câmara de Compensação de Cheques; organização da Inspetoria Geral dos Bancos, cujo decreto nº 14728 também estabeleceu as normas para a instalação e o funcionamento dos bancos.

1923 – fundação do Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais, maior banco privado brasileiro entre 1940 e 1946.

1923-1926 – fechamento da Carteira de Redescontos; Banco do Brasil como banco central emissor, ou seja, monopólio de emissão monetária.

1924 – concessão da carta-patente da Casa Bancária Moreira Salles, criada em Poços de Caldas - Minas Gerais, antecessor do Unibanco.

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Fernando Nogueira da Costa. Brasil dos Bancos. Anexo – Linhas do Tempo. 341

1925 – fundação do Banco da Lavoura de Minas Gerais, maior banco privado brasileiro entre 1947 e 1964, exceto 1951 e 1952, e antecessor do Banco Real.

1926-1930 – retomada da expansão do meio circulante por meio de moeda conversível em ouro, sob a denominação de Caixa de Estabilização.

1930 – reabertura da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil.

1931 – obrigatoriedade do recolhimento dos depósitos judiciais junto à Caixa Econômica.

1932 – criação da Caixa de Mobilização Bancária, que assegurava aos bancos condições de mobilidade de seus ativos.

1933 – Lei do Reajustamento Econômico, para perdão de 50% do valor das dívidas de agricultores a bancos e casas bancárias, e fundação do Banco Mineiro do Café, banco governamental precursor do crédito agrícola no Brasil, transformado, em 1937, no Banco Mineiro da Produção.

1934 – criação do Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais, propiciando a expansão em todo o país, e respaldo legal para a concessão empréstimos sob hipoteca, mediante o recolhimento do imóvel em caso de inadimplência.

1936 – criação da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (CREAI) do Banco do Brasil.

1937 – concessão do monopólio do penhor civil às Caixas Econômicas.

1941 – fundação da Casa Bancária Almeida & Cia.Ltda., em Marília, Estado de São Paulo, antecessora do Bradesco.

1943 – criação do Banco Meridional da Produção, transformado, em 1952, em Banco Mercantil e Industrial do Paraná, e, em 1971, no Bamerindus do Brasil.

1944 – Loterias Federais foram instituídas como serviço da União, com o objetivo de canalizar recursos para o custeio de programas sociais de âmbito nacional; fundação do Banco Itaú que, após fusões e aquisições com uma série de bancos, manteve esse nome original; fundação do Banco Nacional de Minas Gerais.

1945 – criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) com algumas funções de banco central, mas com o Banco do Brasil dividindo certas prerrogativas de autoridade monetária.

1946 - fundação do Banco da Prefeitura do Distrito Federal S.A. na então capital do país, Rio de Janeiro; transformado, em 1960, no BEG e, em 1976, no BANERJ.

1952 – criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE).

1953 – criação da Carteira de Comércio Exterior (CACEX) do Banco do Brasil.

1961 – delegada à execução da Loteria Federal à Caixa Econômica.

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Fernando Nogueira da Costa. Brasil dos Bancos. Anexo – Linhas do Tempo. 342

1964 – Lei nº 4595 da Reforma Monetária e Bancária com criação do Banco Central do Brasil, mantendo “conta-movimento” com o Banco do Brasil até 1986; Lei nº 4380 da criação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) com o Banco Nacional de Habitação (BNH), o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a correção monetária para os depósitos de poupança e os empréstimos imobiliários.

1965 – Lei n. 4728 do Mercado de Capitais, para a criação de uma rede de distribuição de valores mobiliários.

1969 – unificação das Caixas Econômicas Federais em uma única empresa pública; início da política de expansão da presença do Banco do Brasil no exterior.

1971 – processo de concentração bancária, diretamente, ou induzido pela Comissão de Fusão e Incorporação de Empresas (COFIE), criada pelo Decreto nº 1182.

1974 – Decreto nº 1337 confirma o benefício fiscal para as fusões e incorporações; Decreto nº 1346 continua com estímulos e dá novas diretrizes à COFIE.

1977-1981 – liderança do Banco do Brasil nos sindicatos de bancos que concediam empréstimos externos a empresas brasileiras e ao governo.

1981 – integração dos orçamentos fiscal, monetário e das empresas estatais, significando maior restrição às operações do Banco do Brasil.

1984-1986 – mudanças nas regras dos contratos firmados com mutuários, alterações no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) e no SFH, com fechamento do BNH, transferência de suas responsabilidades para a Caixa Econômica Federal e criação do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS).

1986 – congelamento da conta-movimento do Banco do Brasil junto ao Banco Central do Brasil e perda dos recursos originários do fluxo de caixa do orçamento do Tesouro Nacional, tendo em compensação autorização para praticar todas as operações de mercado permitidas às demais instituições financeiras.

1990 – reformulação administrativa do Banco do Brasil com dispensa de funcionários e fim da CACEX.

1990-1996 – queda dos recursos aportados pelo Tesouro Nacional ao crédito agrícola, obrigando ao Banco do Brasil utilizar-se de operações de mercado para a captação, com conseqüente encarecimento de seu funding.

1994 – intervenção federal no BANESPA e no BANERJ.

1995 – criação do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER), para evitar que a quebra de um banco provocasse uma crise sistêmica, ou seja, quebras em cadeia.

1996 – criação do Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (PROES) e capitalização do Banco do Brasil pelo Tesouro Nacional (R$ 8 bilhões).

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Fernando Nogueira da Costa. Brasil dos Bancos. Anexo – Linhas do Tempo. 343

1997 – renegociação da dívida do Estado de São Paulo inclusive com a transferência das ações do BANESPA para a União.

2000 – privatização e desnacionalização do BANESPA.

2001 – reestruturações patrimoniais dos quatro bancos públicos federais – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amazônia –, para capacitá-los a atender a exigência de capital pelo Acordo da Basiléia e a de provisões pelo Banco Central do Brasil.

2002 – crise da antecipação da “marcação a mercado” nos fundos mútuos de investimento, com fuga de capital para depósitos de poupança; crise pré-eleitoral, com elevação do risco-país, fuga de capital para o exterior, resgate de títulos de dívida pública, dolarização da dívida interna, aumento da vulnerabilidade externa.

2003 – estabilização inflacionária e solução da vulnerabilidade externa; abertura da conta simplificada e massificação massiva; política de incentivo à expansão do crédito popular.

2004 – início da concessão de crédito consignado com desconto das prestações em folhas de pagamento; compartilhamento de rede de ATMs entre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal; pacote imobiliário; “crise do Banco Santos” com empoçamento de liquidez para bancos médios e pequenos; vendas de carteiras de crédito em consignação desses bancos.

2005 – eliminação do imposto de renda sobre o lucro imobiliário em caso de reaplicação do valor na aquisição de outro imóvel, até 6 meses; retomada da concessão do crédito imobiliário em ritmo elevado, inicialmente, pela Caixa Econômica Federal, depois acompanhada pelo SBPE; os maiores lucros da história dos bancos de capital aberto na América Latina foram liderados pelo lucro do Bradesco (US$ 2,35 bilhões), seguido pelo do Itaú (US$ 2,24 bilhões) e do Banco do Brasil (US$ 1,77 bilhão).

2006 – autorização às instituições financeiras contratarem financiamentos imobiliários a juros fixos, sem correção pela TR; quebra de recordes no crédito imobiliário.

2007 – aquisição do Banco Real pelo Banco Santander em função da compra do Grupo ABN Amro por um consórcio de bancos internacionais, cabendo, na partilha do grupo, o Banco no Brasil ao banco espanhol.

2008 – Negociações para “BBtização” dos bancos estaduais (BESC, BEP, BRB, Nossa Caixa); comemoração de 200 anos da fundação do primeiro Banco do Brasil.