analise_organizacional

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO Disciplina: Análise Organizacional Semestre: 2010/2 Carga horária: 60h (4 créditos) Profa.: Débora Paschoal Dourado E-mail: [email protected] Ementa: Conhecimento analítico nos estudos organizacionais. A sociedade moderna como uma sociedade de organizações. Temas contemporâneos sobre a interação nas organizações, bem como sobre a relação entre organizações e sociedade: poder, liderança, controle e conflito; formação e dinâmica de campos organizacionais; tempo e espaço nos estudos organizacionais; novas formas organizacionais; o discurso como recurso estratégico. Estudos críticos em administração. A tradição brasileira nos estudos organizacionais. I Objetivos: Enfatizar o caráter transdisciplinar do estudo da administração e das organizações; Proporcionar o aprofundamento da compreensão de conteúdos que orientam a análise das organizações nas suas várias dimensões; Proporcionar a análise crítica dos processos de formação das organizações, bem como da sua relação com a sociedade. II Método de Ensino: A disciplina será desenvolvida por meio de aulas dialogadas; apresentação de trabalhos de posicionamento sobre tópicos do programa, com base em leituras previamente realizadas, seguida de discussão sob a coordenação da professora; seminários. O professor assume o encaminhamento das leituras julgadas indispensáveis e eventuais exposições introdutórias e de fechamento cabendo aos alunos as explanações e os debates. Este formato é denominado de Grupos de Discussão. O plano de ensino indica as leituras obrigatórias para cada encontro. Para preparar os encontros e garantir a assimilação dos conteúdos, além de um debate enriquecedor, os alunos deverão fazer previamente as leituras indicadas. O resultado das leituras e das reflexões por elas suscitadas, deverá assumir a forma de Textos de Posicionamento, que culminarão com questões para debate, as quais precisam ser contextualizadas. A preparação de cada encontro é essencial para o proveito que cada aluno retirará da disciplina. Durante os encontros estruturados sob o formato de grupo de discussão, o professor exercerá o papel de estimulador do grupo, apresentando suas visões pessoais a respeito dos temas discutidos. Eventualmente, outras tarefas serão empreendidas pelos alunos como parte dos requisitos da disciplina. Nas aulas de Seminário, os alunos formados em grupos, deverão apresentar o conteúdo para a turma. Nestas aulas, além das referências básicas, outras deverão de usadas e indicadas para os demais colegas. Na aula de Orientação dos Ensaios Teóricos, os alunos deverão levar a proposta do ensaio teórico, com a lista das principais referências, além dos principais bases de seu argumento teórico para serem discutidos com a professora. III Avaliação: A avaliação será realizada com base nos seguintes elementos: Textos de Posicionamento – 30%;

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Disciplina: Análise OrganizacionalSemestre: 2010/2

Carga horária: 60h (4 créditos)Profa.: Débora Paschoal Dourado E-mail: [email protected]

Ementa: Conhecimento analítico nos estudos organizacionais. A sociedade moderna como uma sociedade de organizações. Temas contemporâneos sobre a interação nas organizações, bem como sobre a relação entre organizações e sociedade: poder, liderança, controle e conflito; formação e dinâmica de campos organizacionais; tempo e espaço nos estudos organizacionais; novas formas organizacionais; o discurso como recurso estratégico. Estudos críticos em administração. A tradição brasileira nos estudos organizacionais.

I Objetivos: Enfatizar o caráter transdisciplinar do estudo da administração e das organizações;

Proporcionar o aprofundamento da compreensão de conteúdos que orientam a análise das organizações nas suas várias dimensões; Proporcionar a análise crítica dos processos de formação das organizações, bem como da sua relação com a sociedade.

II Método de Ensino: A disciplina será desenvolvida por meio de aulas dialogadas; apresentação de trabalhos de

posicionamento sobre tópicos do programa, com base em leituras previamente realizadas, seguida de discussão sob a coordenação da professora; seminários.

O professor assume o encaminhamento das leituras julgadas indispensáveis e eventuais exposições introdutórias e de fechamento cabendo aos alunos as explanações e os debates. Este formato é denominado de Grupos de Discussão.

O plano de ensino indica as leituras obrigatórias para cada encontro. Para preparar os encontros e garantir a assimilação dos conteúdos, além de um debate enriquecedor, os alunos deverão fazer previamente as leituras indicadas. O resultado das leituras e das reflexões por elas suscitadas, deverá assumir a forma de Textos de Posicionamento, que culminarão com questões para debate, as quais precisam ser contextualizadas.

A preparação de cada encontro é essencial para o proveito que cada aluno retirará da disciplina. Durante os encontros estruturados sob o formato de grupo de discussão, o professor exercerá o papel de estimulador do grupo, apresentando suas visões pessoais a respeito dos temas discutidos. Eventualmente, outras tarefas serão empreendidas pelos alunos como parte dos requisitos da disciplina.

Nas aulas de Seminário, os alunos formados em grupos, deverão apresentar o conteúdo para a turma. Nestas aulas, além das referências básicas, outras deverão de usadas e indicadas para os demais colegas.

Na aula de Orientação dos Ensaios Teóricos, os alunos deverão levar a proposta do ensaio teórico, com a lista das principais referências, além dos principais bases de seu argumento teórico para serem discutidos com a professora.

III Avaliação: A avaliação será realizada com base nos seguintes elementos: Textos de Posicionamento – 30%; Seminários – 30%; Ensaio Teórico, no final do programa, sobre tema abordado no programa – 40%.

IV Cronograma de Atividades e Bibliografia:

Aula 1 – Apresentação da disciplina e dos participantes. Expectativas e preparação das etapas seguintes. Obs.: a 2ª parte do tempo desta aula ocorrerá no ultimo encontro da disciplina, junto com a avaliação final.

Aula 2 – A importância da teoria: produção e apropriação do conhecimento científico. A práxis como decorrência das escolhas teóricas. Leitura obrigatória:

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• BERTERO, Carlos Osmar. Nota técnica: a coruja de Minerva – reflexões sobre a teoria na prática. In: CLEGG, Stewart, HARDY, Cynthia, NORD, Walter. Handbook de estudos organizacionais. Volume 2. São Paulo Atlas, 1999.

MARSDEN, Richard; TOWLEY, Barbara. Introdução: a coruja de Minerva – reflexões sobre a teoria na prática. In: CLEGG, Stewart, HARDY, Cynthia, NORD, Walter. Handbook de estudos organizacionais. Volume 2. São Paulo Atlas, 1999.

Leitura complementar: • MORGAN, Gareth. Paradigmas, metáforas e resolução de quebra-cabeças na teoria das

organizações. Revista de Administração de Empresas (RAE), v.45., n.1, p.58-71, 2005. • CALDAS, Miguel Pinto. Fórum desenvolvimento de teoria: apresentação. Revista de

Administração de Empresas (RAE), v.43., n.3, p.65-68, 2003. • WHETTEN, David A. O que constitui uma contribuição teórica? Revista de Administração de

Empresas (RAE), v.43., n.3, p.69-73, 2003. • SUTTON, Robert I; STAW, Barry M. O que não é teoria. Revista de Administração de Empresas

(RAE), v.43., n.3, p.64-84, 2003.

Aula 3 – Estudos organizacionais: campo ou ciência? Leitura obrigatória: • MCKELVEY, Bill. From fields to science: can organization studies make the transition? In:

WESTWOOD, Robert; CLEGG, Stewart. Debating organization: point-counterpoint in organization studies. Oxford: Blackwell, 2003. p.37-73

• KELEMAN, Michaela; HASSARD, John. Paradigm plurality: exploring past, present, and future trends. . In: WESTWOOD, Robert; CLEGG, Stewart. Debating organization: point-counterpoint in organization studies. Oxford: Blackwell, 2003. p.73-82

Leitura complementar: • MISOCZKY, Maria Ceci. Poder e institucionalismo: uma reflexão crítica sobre as possibilidades

de interação paradigmática. . In: VIEIRA, Marcelo M. F.; CARVALHO, Cristina Amélia (Orgs.) Organizações, instituições e poder no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002. p.141-176 (somente até à p.149).

Aula 4 – Organizações: debates teóricos e contextos internacionais. Leitura obrigatória: • CLEGG, Stewart. Organizações Modernas. Celta: Oeiras, Portugal, 1998. (Cap. 1) • EMIRBAYER, Mustafa; GOODWIN, Jeff. Network analysis, culture, and the problem of agency.

The American Journal of Sociology, Vol. 99, No. 6, (May), pp. 1411-1454, 1994.Leitura complementar: • REED, Michael. Teorização organizacional: um campo historicamente contestado. In: CLEGG,

Stewart, HARDY, Cynthia, NORD, Walter. Handbook de estudos organizacionais. Volume 1. São Paulo Atlas, 1999. (Cap. 1).

• FACHIN, Roberto, RODRIGUES, Suzana Braga. Nota técnica: teorizando sobre organizações – vaidades ou pontos de vista? In: CLEGG, Stewart, HARDY, Cynthia, NORD, Walter. Handbook de estudos organizacionais. Volume 1. São Paulo Atlas, 1999. (Págs. 99-104).

Aula 5 – As organizações e a modernização do mundo. Exibição de conferência de Michael Löwy Leitura obrigatória: • CLEGG, Stewart. Organizações Modernas. Celta: Oeiras, Portugal, 1998. (Cap. 2) • WEBER, Max. Os fundamentos da organização burocrática: uma construção do tipo ideal. In:

CAMPOS, Edmundo (org.) Sociologia da burocracia. 4.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

Aula 6 – Por que razão e onde triunfou a burocracia. Vídeo-cultura: fundadores do pensamento contemporâneo - a sociologia de Max Weber Leitura obrigatória: • CLEGG, Stewart. Organizações Modernas. Celta: Oeiras, Portugal, 1998. (Cap. 3) • KALLINIKOS, Jannis. The social foundations of the bureaucratic order. Organization, 11 (1).

pp. 13-36, 2004.Leitura complementar: • WEBER, Max. Ensaios de sociologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1971. (Cap. 8 – Burocracia)

Aula 7 – Positivismo e construcionismo. Leitura obrigatória:

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• DONALDSON, Lex. Position statement for positivism. In: WESTWOOD, Robert; CLEGG, Stewart. Debating organization: point-counterpoint in organization studies. Oxford: Blackwell, 2003. p.116-127

• CZARNIAWSKA, Barbara. Social constructionism and organization studies. In: WESTWOOD, Robert; CLEGG, Stewart. Debating organization: point-counterpoint in organization studies. Oxford: Blackwell, 2003. p.128-139

Leitura complementar: • MCKINLEY, William. From subjectivity to objectivity: a constructivist account of objectivity in

organization theory. In: WESTWOOD, Robert; CLEGG, Stewart. Debating organization: point-counterpoint in organization studies. Oxford: Blackwell, 2003. p.142-156

Aula 8 – Razão e racionalidade Leitura obrigatória: • KALBERG, Stephen. Max Weber’s types of rationality: cornerstones for the analysis of

racionalization process in history. American Journal of Sociology, v.85, n.5, • RAMOS, Alberto Guerreiro. Administração e contexto brasileiro. Rio de Janeiro: FGV, 1983.

(Cap. 2).

Aula 9 – Organizações, estrutura e estruturação. Leitura obrigatória: • RANSON, S., HINNINGS, B., GREENWOOD, R. The structuring of organizational structures.

Administrative Science Quarterly, v.25, n.1, p.1-17, 1980. • HALL, Richard. Organizações: estrutura, processos e resultados. São Paulo: Pearson Prentice-

Hall, 2004 (Parte II). Leitura complementar: • HINNINGS, Bob. Organizations and their structures. In: WESTWOOD, Robert; CLEGG, Stewart

(Eds.). Debating organization: point-counterpoint in organization studies. Oxford: Bkackwell, 2003. p.275-283

Aula 10 – A perspectiva da contingência estrutural e dos sistemas. - SEMINÁRIOLeitura obrigatória: • DONALDSON, Lex. Teoria da contingência estrutural. In: CLEGG, Stewart, HARDY, Cynthia,

NORD, Walter. (Orgs.) Handbook de estudos organizacionais. Volume 1. São Paulo Atlas, 1999.

• BERTERO: Carlos Osmar. Nota técnica: teoria da contingência estrutural. In: CLEGG, Stewart, HARDY, Cynthia, NORD, Walter. (Orgs.) Handbook de estudos organizacionais. Volume 1. São Paulo Atlas, 1999.

• MISOCZKY, Maria Ceci. Da abordagem dos sistemas abertos à complexidade: algumas reflexões sobre seus limites para compreender processos de interação social. Cadernos EBAPE.BR, v.1, n.1, 2003 (www.ebape.fgv.br/cadernosebape).

Leitura complementar: • RODRIGUES, Suzana Braga, SÁ, Raquel C. Radamés de. Estrutura organizacional brasileira:

aplicações do modelo de Aston e implicações metodológicas. Revista de Administração de Empresas, v.24, n.4, p.509-527, 1979.

Aula 11 – A perspectiva institucional - SEMINÁRIOLeitura obrigatória: • FACHIN, Roberto C.; MENDONÇA, J. Ricardo C. de. Selznick: uma visão da vida e da obra dos

percursos da perspectiva institucional na teoria organizacional. In: VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; CARVALHO, Cristina Amélia (Orgs.). Organizações, instituições e poder no Brasil. Rio de Janeiro, FGV Editora, 2003.

• MEYER, J. W., ROWAN, B. Institutionalized organizations: formal structures as myth and ceremony. In: MEYER, J. W., SCOTT, W. R. Organizational environments: ritual and rationality. Updated Edition. London: Sage, 1992. (também disponível em American Journal of Sociology, v.83, n.2, p.340-363, 1977)

• CARVALHO, Cristina Amélia; VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; GOULART, Sueli. A trajetória conservadora da teoria institucional. Revista de Administração Pública (RAP), v.39, n.4, p.849-874, 2005 (disponível para download em http://www.ebape.fgv.br/academico/asp/dsp_professor.asp?cd_pro=776)

Leitura complementar:

Page 4: analise_organizacional

• CARVALHO, Cristina Amélia ; AMANTINO-DE-ANDRADE, Jackeline ; MARIZ, Luiz. A. C. . Mudança na Teoria Institucional. In: Enanpad, 2005, Brasília. Enanpad, 29., 2005, Brasília. Anais... [Rio de Janeiro]: ANPAD, 2005.

Aula 12 – A perspectiva do poder nas organizações - SEMINÁRIOLeitura obrigatória: • LUKES, Steven. Poder e autoridade. In: BOTTOMORE, T., NISBET, R. História da análise

sociológica. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983. • HARDY, Cynthia, CLEGG, Stewart. Alguns ousam chamá-lo de poder. In: CLEGG, Stewart,

HARDY, Cynthia, NORD, Walter (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais. Volume 2. São Paulo Atlas, 2001. Organizadores da Edição Brasileira: CALDAS, Miguel, Fachin, Roberto, FISCHER, Tânia. (Cap. 13).

Leitura complementar: • FARIA, José Henrique de. Poder e relações de poder nas organizações. In: VIEIRA, Marcelo

Milano Falcão; CARVALHO, Cristina Amélia (Orgs.). Organizações, instituições e poder no Brasil. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2003. (Cap. 3)

• CARVALHO, Cristina Amélia; VIEIRA, Marcelo Milano Falcão. O poder nas organizações. São Paulo: Thomson, 2007. (Caps. 1, 2 e 3).

Aula 13 – Perspectiva crítica e estudos organizacionais - SEMINÁRIOLeitura obrigatória: • VIEIRA, Marcelo Milano Falcão; CALDAS, Miguel Pinto. Teoria crítica e pós-modernismo:

principais alternativas à hegemonia funcionalista. Revista de Administração de Empresas (RAE), v.46, n.1, p.59-70, 2006.

• MISOCZKY, Maria Ceci; ANDRADE, Jackeline Amantino de. Uma crítica à crítica domesticada nos estudos organizacionais. Revista de Administração Contemporânea (RAC), v.25, n.1, p.193-211, 2005.

Leitura complementar: • BÖHM, S.; SPOELSTRA, S. No critique (editorial). Ephemera: Theory and Politics in

Organization, v.4, n.2, p.94-100, 2004. • FARIA, Alexandre. Réplica: ampliando questionamentos sobre crítica em Administração.

Revista de Administração Contemporânea (RAC), v.25, n.1, p.233-238, 2005.

Aulas 14 – Orientação Geral dos Ensaios Teóricos

Aulas 15 – Avaliação Final da Disciplina.